Depois das chuvas, violência volta à cena em Santa Maria com três homicídios em apenas três dias

Depois das chuvas, violência volta à cena em Santa Maria com três homicídios em apenas três dias

Depois das chuvas, violência volta à cena em Santa Maria com três homicídios em apenas três dias

Foto: Rafael Menezes (Bei)

Homem de 35 anos foi morto a tiros em sua residência no sábado, no Bairro Noal. Crime aconteceu na frente da mulher e dos filhos

Depois de um breve período de relativa paz, a violência voltou à cena em Santa Maria, que já alcança a marca de 34 homicídios em 2024. Em apenas três dias, três pessoas foram assassinadas no município. Os crimes, que tiveram o mesmo modus operandi, aconteceram entre a noite da última quinta-feira (16) e de domingo (19) na Região Oeste.

 
Todas as vítimas eram homens e foram mortas a tiros dentro de suas próprias casas, sendo que um dos alvos pode ter sido morto por engano. Nenhum suspeito foi preso.


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A cidade ficou quase um mês sem registrar crimes contra a vida. O último assassinato havia acontecido em 20 de abril, na Nova Santa Marta. Após isso, restos mortais foram encontrados às margens da BR-293, no Areal, mas sem identificação da vítima, que havia sido morta semanas antes.


A trégua da criminalidade foi rompida na noite da quinta-feira passada, quando dois homens armados invadiram uma casa da Rua Rio Grande do Norte, no Bairro Pinheiro Machado, e executaram Edgar Cristiano Miranda de Pinto, 46 anos. A vítima ainda foi socorrida com vida, mas morreu na madrugada de sexta-feira (17) no Hospital Universitário de Santa Maria (Husm). No local do crime, foram apreendidos projéteis de pistola calibre 9 milímetros.


Crime semelhante aconteceu no começo da manhã do último sábado na Rua Caracaraí, no Bairro Urlândia. Sandro André Pedroso, 35 anos, foi morto a tiros em sua própria residência. A vítima estava na sala, próximo da porta de entrada, quando foi surpreendida por criminosos armados que efetuaram pelo menos cinco disparos. Dois atingiram Pedroso, que morreu no local.

 
Conforme a ocorrência policial, também havia um outro homem, uma mulher e duas adolescentes no local, mas nenhum teria ficado ferido. Na residência, a polícia também encontrou projéteis calibre 9 milímetros.

 
Bairro Noal
A violência não cessou. Mais uma vez, os criminosos se utilizaram do mesmo expediente para matar Márcio Flores de Lima, 41 anos. A vítima foi assassinado a tiros dentro de casa na Rua Violeta, na Vila Arco-Íris, no Bairro Noal. Lima foi morto por dois homens armados na frente da esposa e dos filhos.


Conforme a ocorrência, os autores do crime chegaram em um veículo de cor escura e pararam perto da casa onde cometeriam a execução. Em seguida, foram a pé até o imóvel e bateram na porta. Lima, que tinha dificuldades de locomoção devido a uma lesão na perna, foi surpreendido antes de sair do quarto para atender à porta, pois os criminosos arrombaram a entrada dos fundos e invadiram a residência.


Um dos bandidos ainda questionou ao comparsa se Lima era de fato a pessoa que procuravam. Após se certificarem de que o morador seria o alvo, atiraram e fugiram. Lima ainda foi socorrido com vida, mas morreu no Pronto Atendimento do Patronato.


Segundo a polícia, Márcio de Lima pode ter sido confundindo com um familiar que mora próximo de sua casa. No imóvel da vítima, foram encontrados projéteis de pistola 9 milímetros.


Apesar das semelhanças, investigações não apontam relação entre crimes

As investigações estão em andamento para a elucidação dos três crimes que aconteceram entre quinta-feira e domingo, em Santa Maria. Todas as vítimas foram mortas dentro de suas casas. O delegado de Homicídios, Marcelo Arigony, afirma que, apesar da semelhança entre as ações, os três homicídios não têm relação entre si.

 
O panorama da criminalidade no município segue o mesmo, de disputas de poder entre os grupos ligados ao tráfico de drogas.

 
– Tráfico e sistema prisional são a variável constante em quase todos – ressalta.


Passado o pior momento das enchentes na região, a violência voltou a aflorar no município.


– Infelizmente, estamos voltando ao panorama anterior à crise das águas – afirma.


Mesmo antes das chuvas, houve um período sem crimes em Santa Maria. Resultado, segundo Arigony, das mais de 30 prisões feitas pela Polícia Civil nas semanas anteriores, somadas às ações desencadeadas pelos órgãos policiais após uma reunião da cúpula da segurança do Estado na cidade, em abril, para o enfrentamento à criminalidade.

 
– 2024 foi um início de ano bastante difícil, e a estatística não está tão boa. Mas estamos trabalhando no firme propósito de esclarecer todos também – assegura Arigony, ressaltando que está concluindo as investigações que irão assegurar 100% de elucidação dos 55 homicídios de 2023.


Balanço
Até esta segunda-feira (20), Santa Maria soma 34 homicídios no ano. O número de assassinatos é 21% superior aos 28 registrados em igual período de 2023 e se iguala a 2022, ano que bateu recorde de crimes no município, com 70 mortes.

 

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Marcos Fonseca

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