(PDF) COMbART 2022 Book of Abstracts | Rafael Câmara - Academia.edu
COMbART: Arte, ativismo e cidadania. Utopias e Futuros Imaginados Livro de resumos | Book of abstracts Paula Guerra Ricardo Campos Chiara Pussetti Todo o conteúdo apresentado nos textos é de exclusiva responsabilidade dos seus autores. As ideias apresentadas não representam necessariamente a opinião dos editores. Atribuição CC BY 4.0. International. Este livro é licenciado sob um Creative Commons Attribution 4.0. International License (CC BY 4.0). É permitido compartilhar, redistribuir, adaptar, transformar e construir o conteúdo deste livro. Os créditos apropriados devem ser atribuídos aos autores e editores. Mais informação: htpps://creativecommons.org/licenses/by/4.0 All the content presented in texts are solely the responsibility of the authors. The ideas presented do not necessarily represent the opinion of the editors. Attribution CC BY 4.0. International. This book is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0. International License (CC BY 4.0). It is allowed to share, redistribute, adapt, remix transform and build upon the content of this book. The appropriate must be given to the authors and editors. More information: htpps://creativecommons.org/licenses/by/4.0 Design: COMbART Imagem/Art work: Esgar Acelerado Primeira publicação: maio 2022 [First Published: may2022] Universidade do Porto. Faculdade de Letras [University of Porto. Faculty of Arts and Humanities] Porto, Portugal ISBN: 978-989-9082-25-0 combartconference@gmail.com combart@eventqualia.net https://combart.eventqualia.net/pt/2019 https://www.facebook.com/Combart-410204906417422/ Coordenadores | Coordinators Chiara Pusseti – Instituto de Ciências Sociais – Universidade de Lisboa, Portugal Paula Guerra – Instituto de Sociologia - Universidade do Porto, Portugal Ricardo Campos - CICSNova - Universidade Nova de Lisboa, Portugal Comissão Organizadora | Organizing Committee Chiara Pusseti – Instituto de Ciências Sociais – Universidade de Lisboa, Portugal Daniela Ferreira da Silva – Universidade do Porto, Portugal Gabriela Leal - CICSNova - Universidade Nova de Lisboa, Portugal Isabel Pires – Instituto de Ciências Sociais – Universidade de Lisboa, Portugal João Martins - CICSNova - Universidade Nova de Lisboa, Portugal Otávio Raposo – CIES – Instituto Universitário de Lisboa, Portugal Paula Guerra – Faculdade de Letras - Universidade do Porto, Portugal Ricardo Campos - CICSNova - Universidade Nova de Lisboa, Portugal Sofia Sousa – Instituto de Sociologia, CEGOT - Universidade do Porto, Portugal Susana Januário – Instituto de Sociologia - Universidade do Porto, Portugal Comissão Científica | Scientific Committee Ana Cristina Pereira - Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade – UMinho, Portugal Carles Feixa - Universitat Pompeu Fabra, Espanha Carlos Garrido Castellano - University College Cork, USA Chiara Pusseti – Instituto de Ciências Sociais – Universidade de Lisboa, Portugal Constance DeVereaux - University of Connecticut, USA Cornelia Eckert - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil Eeva Mäkinen – Kuopio Conservatory, Finlândia Fátima Vieira – Reitoria Universidade do Porto, Portugal Francesca de Luca – Instituto de Ciências Sociais – Universidade de Lisboa, Portugal Giorgio Gristina – Instituto de Ciências Sociais – Universidade de Lisboa, Portugal Maria Concetta Lo Bosco – Instituto de Ciências Sociais – Universidade de Lisboa, Portugal Mary Fogarty – York University, Canada Michael MacDonald - MacEwan University, Canada Monika Salzbrunn - Université de Lausanne, Suiça Mykaell Riley - University of Westminster, Reino Unido Paula Guerra – Faculdade de Letras - Universidade do Porto, Portugal Paula Pereira – Instituto de Filosofia – Universidade do Porto, Portugal Paulo Raposo - ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa, Portugal Pedro Costa – ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa, Portugal Ricardo Campos - CICSNova - Universidade Nova de Lisboa, Portugal Simone Luci Pereira – Universidade Paulista, Brasil Vi Grunvald - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil Organização | Organization Artcitizenship – Young people and the arts of citizenship (PTDC/SOC - SOC/28655/2017) CANVAS – Crime and violence prevention through smart planning and artistic resistance (POCI-01-0145-FEDER-030748) CICSNova - Universidade Nova de Lisboa (CICSNova) EXCEL - The Pursuit of Excellence (PTDC/SOC-ANT/30572/2017) Instituto de Ciências Sociais – Universidade de Lisboa (ICS-UL) Instituto de Sociologia da Universidade do Porto (IS-UP) Apoios | Support Casa Comum Universidade do Porto CICSNova - Universidade Nova de Lisboa (CICSNova) Faculdade de Ciências Sociais e Humanas - Universidade Nova de Lisboa (FCSH-UNL) Faculdade de Letras da Universidade do Porto Ferro Bar Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) Instituto de Ciências Sociais – Universidade de Lisboa (ICS-UL) Instituto de Sociologia da Universidade do Porto (IS-UP) Rede de Pesquisa Luso-Brasileira em Artes e Intervenções Urbanas (RAIU) Rede Luso-Brasileira Todas as Artes (TAA) Reitoria da Universidade do Porto / Santander #3 COMUNICAÇÕES | PAPERS A-F | G-K | L-O | P-R | S-Z Revolutions and imagined futures from below. Artivism through fabric, bodily performances and discourses in urban settings Monika SALZBRUNN - ERC ARTIVISM-University of Lausanne /FTSR / ISSR Abstract Research on art and activism focuses on artivism in art as well as on art in activism. During the last ten years, mostly spectacular engaged artistic productions and well-mediatised performative political actions have been researched. The ERC ARTIVISM project, “Art and Activism. Creativity and Performance as Subversive Forms of Political Expression in Super-Diverse Cities” (www.erc-artivism.ch), explores both phenomena, but particularly highlights the importance of “Revolutions from below” (Salzbrunn, under preparation) and the mise en pratique of imagined futures. Through long- term ethnographic research on three continents (Africa, United States of America, Europe), conducted from a multi-sensory perspective, we have shown how artivism is being practiced through fabric, bodily performances and discourses in urban settings. The present keynote will provide examples of unspectacular but subversive bottom-up lead artivistic actions which express imagined futures, and which we have been following for the last years. Aterianus-Owanga, Alice, Elina Djebbari, Monika Salzbrunn (eds.), 2019: Revue européenne des migrations internationales: Dance, Music and (trans)nationalisms/Danses, musiques et (trans)nationalismes. https://journals.openedition.org/remi/13169Salzbrunn, Monika, 2021: “Researching Artivism through the Event approach. Epistemological and Methodological Reflections about Art and Activism.” Connessioni Remote. Artivismo_Teatro_Tecnologia, 2, Special issue Artivism: Forms, Experiences, Practices and Theories/L'Artivismo: forme, esperienze, pratiche e teorie, ed. by Anna Maria Monteverdi, Dalila D’Amico, Laura Gemini, Vincenzo Sansone. No. 2 (2021):175-188. https://riviste.unimi.it/index.php/connessioniremote/article/view/15264/1407 0Salzbrunn, Monika, 2015. ERC-ARTIVISM proposal: Art and Activism: Creativity and Performance as Subversive Forms of Political Expression in Super-diverse cities, ERC-CoG-2015-681880.Salzbrunn, Monika, Raphaela von Weichs, in press 2022 : “Signatures dans l’art et l’activisme à Gênes et Yaoundé”. Contribution au dossier de Multitudes 2022/2, n°87, « Se faire artiste : entre engagement (dans le) collectif, singularité de l’artiste et entrepreneuriat de soi », coordonnée par Elara Berto, Armelle Gaulier, Maëline Le Lay. Monika SALZBRUNN is Full Professor of Religions, Migration, Diasporas at University of Lausanne, invited research professor at Università degli Studi di Genova and associated researcher at CéSOR/EHESS Paris. She is the first female scientist in Switzerland to receive the prestigious ERC Consolidator Grant in Social and Human Sciences, for her project on ARTIVISM. Art and Activism. Creativity and Performance as Subversive Forms of Political Expression in Super-Diverse Cities. Monika Salzbrunn was principal investigator of the SNFS projects “(In)visible Islam in the City” and “Undocumented Mobility and Digital-Cultural Resources after the 'Arab Spring”. She has published numerous articles, books and films in English, French, German, Italian, Portuguese and Japanese about political and religious performances in a context of migration. Monika Salzbrunn was visiting professor at the Japan Women’s University Tokyo and at Kwansei Gakuin University in Japan and is member of the research group DIVCULT within the European Excellence Network IMISCOE. Animação, espaço publico e gentrificação: a imagem animada como forma de resistência Pedro SERRAZINA - Universidade Lusófona de Lisboa / Society for Animation Studies, Ecstatic Truth Resumo No passado recente, muitas cidades europeias, e o Porto e Lisboa em particular, sofreram uma transformação rápida e dramática, com os seus centros urbanos a passarem de lugares iminentemente sociais a objetos de exploração económica extrema: o aumento dos hotéis e das plataformas de aluguer online afastou os habitantes originais, e os movimentos sociais orgânicos foram substituídos pelos fluxos transitórios dos visitantes de curta duração. Esta implosão do espaço público e social contemporâneo promove os centros urbanos como citações de história ausente. Como Augé sugere, esta remodelação de lugares que costumávamos conhecer como culturalmente identitários, torna-os "lugares de memória", em que os moradores mais velhos e resistentes se tornam "espectadores de si próprios" (2000: 56). Dando corpo a mundos fantásticos e realidades visualmente irresistíveis, o cinema de animação é entendido pelo grande público como forma de entretenimento por excelência, permitindo a ilusão de um espaço de fuga, alternativo ao que habitamos. Mas, neste contexto, será abordado o potencial da imagem animada como forma de resistência à diluição dos centros urbanos: refletindo sobre o que o arquiteto Norberg-Schulz chama de Genius Loci, o espírito do lugar, e questionando noções contrastantes de identidade, pertença e interesses comerciais, para evocar a essência social do(s) espaço(s) que habitamos. Trazendo a pergunta de Hantelmann, sobre como pode a arte "tornar-se politica ou socialmente significativa" (2017: 9), para um contexto de animação, esta apresentação refere workshops e curtas-metragens para propor uma prática da imagem animada que vai além de um papel decorativo, cumprindo uma função analítica e social(mente reflexiva) sobre a ocupação do espaço público e a(s) sua(s) dinâmica(s). Augé, M. (2000). Non-places: introduction to an anthropology of supermodernity. London: Verso. Hantelmann, D. (2017). How to Do Things with Art: The Meaning of Art's Performativity (Documents, 4). London: JRP Editions SA; unveränderte Neuauflage. Serrazina, P. (2021). Animation, gentrification and social experience. Animation Studies. The Peer-reviewed Open Access Online Journal for Animation History and Theory. Available at: https://journal.animationstudies.org/pedro-serrazina-animation-gentrificati on-and-social-experience/ Pedro SERRAZINA é professor, investigador e realizador premiado de cinema de animação. Desde a sua primeira curta, “Estória do Gato e da Lua”, estreada internacionalmente no festival de Cannes, o seu trabalho tem várias expressões, entre a curta-metragem, as instalações “site-specific”, videoclips, workshops, publicações e projetos académicos, num percurso marcado pelas relações entre a arquitetura, o espaço público e o cinema de animação. Como bolseiro da Fundação Gulbenkian, Serrazina concluiu o grau de Mestrado no Royal College of Art, Londres, e, como bolseiro da FCT, o doutoramento na Univ. Lusófona de Lisboa, onde leciona nos cursos de animação (licenciatura e mestrado). Membro da Society for Animation Studies e co-organizador do Ecstatic Truth, simpósio anual dedicado às relações entre cinema de animação e documentário, foi diretor artístico da 45.ª edição do Cinanima, festival internacional de animação de Espinho, e está atualmente a preparar um novo filme, “O Que Sobra de Nós”. Nos tempos livres Pedro Serrazina é um ávido colecionador de vinil e novelas gráficas. E-mail: pedroserrazina@hotmail.com Extinction Rebellion Westside Naarm Catherine STRONG - RMIT University Abstract Extinction Rebellion emerged in the UK in 2018, with a strategy of using non- violent civil disobedience to cause extensive disruption to ‘business as usual’ as a way of drawing attention to the climate crisis. The group’s use of colour and artistic approaches likely contributed as much to its initial appeal as its use of disruptive action, with the compelling imagery that accompanied actions providing irresistible media content. However, while taking a novel approach to visual communication and ‘branding’, XR is merely the latest manifestation of non-violent direction action by activist groups, and draws on pre-existing repertoires to create disruption and bring attention to their cause. This talk uses a collaborative approach to draw on the perspectives and experiences of the Westside group to explore how knowledge about being activists is shared, and how the history of activism becomes embodied in new participants. This is explored through an inside examination of the processes of imagining, planning and delivering an action Extinction Rebellion Westside Naarm is a group of committed climate activists working under the XR banner. Formed in 2019, the group meets in a blacksmith’s forge on the banks of the Maribyrnong River, on the unceded lands of the Wurundjeri Woi Wurrung peoples of the Kulin Nation. The group consists of a wide variety of people, including academics, retirees, truck drivers, full-time activists, students, scientists and more. Catherine STRONG is Associate Professor (School of Media and Communications) in RMIT University. She has a PhD in Sociology from Australia National University. She has published on the gendered aspects of popular culture and has also done research on the women's movement in Australia. She has been researched on music careers, cultural memory and heritage, and gender in Australian popular music. | Publications: de Bois, S., Edmonds, M. and Strong, C. (2022) ‘Gender and Popular Music Policy’, in S. Homan (ed.), The Bloomsbury Handbook of Popular Music Policy, New York: Bloomsbury. Homan, S., O'Hanlon, S., Tebbutt, J. and Strong, C. (2021) Music City Melbourne. London: Bloomsbury. Strong, C. ., & Cannizzo, F. . (2021). Pre-existing conditions: Precarity, creative justice and the impact of the COVID-19 pandemic on the Victorian music industries. Perfect Beat, 21(1), 10–24. https://doi.org/10.1558/prbt.19379. Fabian Cannizzo; Catherine Strong (2020) ‘Put some balls on that woman’: Gendered repertoires of inequality in screen composers’ careers. Gender, Work & Organization. Volume 27, Issue 6 p. 1346-1360. https://doi.org/10.1111/gwao.12496. Strong, C. and Raine, S. (2019) Towards Gender Equality in the Music Industry. London: Bloomsbury. Strong, Catherine; Brunt, Shelley; Cannizzo, Fabian; Montano, Ed; Rogers, Ian; Shill, Gene (2919). Adapting the studio model for the Australian popular music education context. Journal of Popular Music Education, Volume 3, Number 2, 1 July 2019, pp. 293-308(16). https://doi.org/10.1386/jpme.3.2.293_1. Andy Bennett, Catherine Strong (2018). Popular Music Heritage, Grass-Roots Activism and Web 2.0: The Case of the ‘Save the Palace’ Campaign. Cultural Sociology. Volume: 12 issue: 3, page(s): 368-383. https://doi.org/10.1177/1749975518762569. Catherine Strong & Emma Rush (2018) Musical genius and/or nasty piece of work? Dealing with violence and sexual assault in accounts of popular music’s past, Continuum, 32:5, 569- 580, DOI: 10.1080/10304312.2018.1483009. Catherine Strong & Samuel Whiting (2018) ‘We love the bands and we want to keep them on the walls’: gig posters as heritage-as-praxis in music venues, Continuum, 32:2, 151- 161, DOI: 10.1080/10304312.2017.1370538. https://orcid.org/0000-0001-6788-8399. Músicas em tempos de cólera Adolfo Luxúria Canibal | Ana Bento | Manuel Molarinho | Odete | Paula Guerra | Samanta Muleca A música é uma expressão de poder, e não apenas um poder sónico ou emocional. A música, especialmente quando criada em resposta aos problemas sociais que afetam o mundo, transforma-se numa força única. No entanto, nem todas as canções que abordam os problemas da sociedade se tornam numa canção de protesto. Por isso, nesta mesa, procuramos analisar o papel da música popular como potenciador de uma mobilização política e como um importante indicador das profundas mudanças e reconstruções de identidade dos jovens na modernidade tardia. As canções podem constituir manifestações que não só procuram denunciar, mas também intervir/agir, e por vezes provocar a ação. Também procuramos demonstrar as modalidades pelas quais a música cria e constrói experiências partilhadas e o poder das canções de protesto para aproximar as pessoas e moldar as subjetividades políticas. Por exemplo, o rap e o mahragan formaram a banda sonora das Revoluções Tunisina e Egípcia e ilustram o poder modelar das canções de protesto. Num período pós-Revolução, com a desmobilização política, estes géneros voltaram aos seus papéis anteriores de cristalizadores da experiência dos jovens dos seus contextos sociais. A musica também tem um papel chave – e muitos dos participantes nesta mesa experienciam-no quotidianamente – em novas formas de protesto que não são o resultado de uma única ação concertada, mas sim de um conjunto de ações de artistas dispersos que visam o mesmo objetivo: catástrofes ambientais, xenofobia e racismo crescentes, instabilidade de emprego e aumento do desemprego, fanatismo religioso, desigualdade de género e discriminação LGBTQI+, gentrificação e turistificação das cidades, nova escravidão humana que envolvem a pedofilia, o sacrifício de animais, entre outros. Adolfo Luxúria Canibal, pseudónimo de Adolfo Morais de Macedo, é licenciado em Direito pela Universidade de Lisboa, foi advogado e é consultor jurídico. Fundador do grupo rock Mão Morta, de que é vocalista e letrista, criou espetáculos de spoken word como Estilhaços ou como Goela Hiante e integra o coletivo de música eletrónica Mécanosphère, tendo mais de três dezenas de discos editados. Dinamizou espetáculos de comunidade, como os musicais “Então Ficamos…” ou “Chão”, e concebeu performances várias, com destaque para a neuro-áudio-visual “Câmara Neuronal”, realizada a partir dos sinais elétricos emitidos pelo cérebro, ou a da instalação “The Wall of Pleasure”, inaugurada na Rooster Gallery em Nova Iorque. Participou como ator na série para televisão “O Dragão de Fumo”, no filme “Os Conselhos da Noite” e em algumas curtas-metragens ou em peças de teatro como “Eis o Homem!” da companhia Mundo Razoável para o Teatro Carlos Alberto, no Porto. Concebeu ainda com o artista plástico João Onofre o filme de videoarte “S/título (мій голос)”, exibido no festival Curtas de Vila do Conde, e com a coreógrafa Inês Jacques o espetáculo de dança “No Fim Era o Frio”, para o festival Guidance. Foi também autor e locutor de programas de rádio e autor de textos dispersos por jornais e revistas, tendo publicado, entre outros, os livros de poesia “Rock & Roll”, “Estilhaços”, “Todas as Ruas do Mundo”, “No Fim Era o Frio e Outros Textos de Amor e Solidão” e “No Rasto dos Duendes Eléctricos”, bem como o livro-objecto “Desenho Diacrónico”, com o fotógrafo e artista plástico Fernando Lemos, o livro de crónicas “Garatujos do Minho”, com o fotógrafo Kid Richards, e o livro ilustrado “O Crespos”, com o ilustrador José Carlos Costa. Traduziu ainda Heiner Müller, Isidore Ducasse e Vladimir Maiakovski, de quem foi publicada a recolha “33 Poesias”. E-mail: macedo.adolfo@gmail.com Ana Bento é uma multi-instrumentista, compositora e workshop leader portuguesa. Iniciou os estudos musicais no Conservatório de Música de Viseu. Licenciou-se em Educação Musical (2001) e frequentou uma pós- graduação em Musicoterapia no C.I.M. de Bilbao (2002). Paralelamente, realizou um percurso formativo na área da pedagogia musical com Pierre Van Hawe, Jos Wuytack, Edwin Gordon, Verena Maschat, Murray Schafer, Soili Perkiö, entre outros. Estudou saxofone com Mário Santos e João Martins. No início da sua carreira, Ana fez parte da Orquestra Juvenil do Centro e, atualmente, integra os projetos Aurora Brava, Tranglomango, Colectivo Gira Sol Azul e Stopestra, colaborando, pontualmente, noutros projetos musicais, nomeadamente The Dirty Coal Train, entre outros. Compôs, interpretou e dirigiu ao vivo a música de espetáculos encenados por Helen Ainsworth, Graeme Pulleyn, Sónia Barbosa, Rafaela Santos, Márcio Meirelles, Maria Gil, Filipa Francisco, Joana Providência, Romulus Neagu, entre outros. Cofundou a Associação Gira Sol Azul na qual colabora e integra a equipa de vários projetos musicais. Tem desenvolvido vários projetos no âmbito da música e comunidade como o grupo vocal feminino Cotovia, a Orquestra (in)fusão (que integra vários grupos musicais e músicos profissionais e amadores que se envolvem ativamente na criação de um repertório original), o grupo de octogenários A Voz do Rock (que foi distinguido em 2019 com o prémio Boas Práticas de Envelhecimento Ativo da CCDRC) e outros projetos de carácter mais pontual como Primeiro Encontro (desenvolvido pelo Teatro Viriato no Estabelecimento Prisional do Campo). Desenhou e interpretou vários percursos artísticos para a Rede Caminhos Médio Tejo, festival Bons Sons e festival Dar a Ouvir. Integra a equipa fator-E da Casa da Música desde 2008 com a criação de oficinas e concertos para a infância. É artista associada do Teatro Viriato desde 2014. E-mail: anabento.girasolazul@gmail.com Manuel Molarinho nasceu em Lisboa e vive atualmente no Porto. Em 2001, iniciou o seu percurso artístico centrado na música, sobretudo enquanto compositor e baixista - atualmente em O Manipulador (2010-), Baleia Baleia Baleia (2016-), Burgueses Famintos (2014-), Daniel Catarino (2018-) e Madrasta (2013-). Tem cerca de 20 álbuns gravados e de 600 concertos, incluindo tours europeias regulares e uma asiática e seis dos seus projetos foram considerados Novos Talentos Fnac. Paralelamente, fez bandas sonoras para vídeo e teatro, e desde 2014 tem trabalhado regularmente na organização e curadoria de eventos, entre os quais o festival itinerante de músicos a solo UM AO MOLHE, ZigurFest, Aveiroshima2027 e é um dos fundadores da editora/coletivo portuense Saliva Diva. E-mail: molarinho.salivadiva@gmail.com Odete concluiu o curso de Artes do Espetáculo (interpretação) na Academia Contemporânea do Espetáculo – Escola de Artes, no Porto, em 2013. Tem desenvolvido as suas próprias criações entre Lisboa e o Porto, apresentando os seus trabalhos em vários locais e contextos, como o Teatro Taborda (Lisboa), Teatro Municipal Campo Alegre (Porto), malavoadora.porto (Porto), CasAzul (Barcelos), CAPC – Círculo de Artes Plásticas de Coimbra (Coimbra), Festival DDD – Dias da Dança (Porto), ou Rua das Gaivotas 6 (Lisboa). Foi performer em “Cyborg Sunday” de Dinis Machado, e em “O Despertar da Primavera” do grupo Teatro Praga. Neste momento pesquisa sobre sensações/noções de pertença e despertença, narrativas trans, formas de tornar visível a fragilidade e a falha enquanto potências políticas e a subjetividade enquanto derivação farmacológica. E- mail: odettethewitch@gmail.com Paula Guerra é Professora no Departamento de Sociologia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP) e Investigadora Integrada no Instituto de Sociologia da mesma Universidade (IS-UP). Membro da Comissão Científica do Mestrado em Sociologia da Universidade do Porto, faz também parte de outros centros de investigação internacionais: Investigadora Associada no Centro de Estudos de Geografia e Ordenamento do Território (CEGOT); no CITCEM - Centro de Investigação Transdisciplinar "Cultura, Espaço e Memória. Paula é Professora Associada Adjunta do Griffith Centre for Social and Cultural Research na Austrália. É fundadora/coordenadora da Rede Todas as Artes: Rede Luso-Afro-Brasileira da Sociologia da Cultura e das Artes; e fundadora/coordenadora do KISMIF (kismifconference.com e kismifcommunity.com). Integra o Board da ESA Arts da European Sociological Association e é chair da IASPM Portugal. Tem sido professora/investigadora convidada em várias universidades internacionais. Paula Guerra coordena e participa em vários projetos de pesquisa nacionais e internacionais no campo das culturas juvenis e da sociologia da arte e da cultura. Os seus interesses de investigação atuais incluem música popular, culturas e carreiras DIY, subculturas e pós- subculturas, teoria crítica social, teorias sociológicas, metodologias de investigação qualitativa, música e cenas musicais underground, autenticidade, aura e carisma nas artes, campos culturais, mundos da arte, cinema, performance. É coordenadora e fundadora da Conferência KISMIF e coordenadora da Secção Temática Arte, Cultura e Comunicação da Associação Portuguesa de Sociologia. É fundadora e diretora (com Lígia Dabul) da revista científica Todas as Artes. Revista Lusófona de Arte e Cultura. É editora-chefe (com Andy Bennett) da revista da SAGE: DIY, Alternative Cultures and Society (DACS). E-mail: pguerra@letras.up.pt Samanta Muleca, conhecida como Muleca XIII é rimadora, compositora e intérprete além de ser pintora e educadora. Natural do Rio de Janeiro, começou sua trajetória no rap e no graffiti em 2006. E desde então é praticante dessas vertentes e ativa em projetos socioculturais através da arte-educação. Há seis anos na Europa, a MC, que costuma atuar em concertos. Já dividiu palco com grandes nomes da rima e participou em festivais em Portugal, França, Espanha e Guatemala. Sua marca registrada é a métrica acelerada (fastflow) de alta profundidade sem pecar na qualidade melódica, e sua especialidade é a rima de improviso (freestyle). Integra o coletivo de artistas Comando S.E.L.V.A, cuja sigla significa "segue na estrada live e voa anonimamente", seu grande lema de vida. E-mail: samantha.rego@gmail.com In-cóg-ni-tas / n.f. Segredos por desvendar. Mulheres, migrações e artivismo na contemporaneidade Bárbara Zamorano Hevia | Carla Cruz* | Sofia Sousa | Virna Teixeira* Desde o início do milénio – com maiores ou menores oscilações – que a imigração em Portugal tem evoluído de forma paulatina, (re)configurando as suas matrizes sociais, geográficas e culturais. Neste contexto, o aumento da imigração feminina é particularmente visível. Contudo, estas mulheres migrantes e as suas reconstruções identitária-culturais permanecem invisíveis - nos campos académico, mediático e político - e elididas pela tendência para a neutralidade de género relativamente à reconstrução dos imaginários culturais dos imigrantes. Durante muito tempo que as mulheres imigrantes têm sido vistas como meros agentes passivos, não sendo espectável que estas possuam interesse pelas mais diversas expressões artístico-culturais. Logo, muito menos era esperado que estas pudessem ser artistas, produtoras, criadoras, etc. Com efeito, esta mesa-redonda pretende demonstrar o potencial transformador das produções culturais e artísticas de três mulheres, com uma trajetória de migração, bem como evidenciar que as artes podem ser uma arma, isto é, um meio eficaz para transformar as sociedades contemporâneas. A arte, no contexto desta mesa, revela-se como um veículo transformador, mas também enquanto um meio de comunicação das perceções ampliadas sobre desafios vividos e enfrentados, relacionados com perspetivas de género, com os processos de reconfiguração identitários e com a criação de oportunidades, isto é, de novos lugares de fala. Nesta mesa-redonda, cada uma destas participantes vai debruçar-se sobre temáticas como a inclusão social, estratégias para a produção artística e as suas trajetórias de migração. Bárbara Zamorano Hevia é uma artista freelance circense e bailarina contemporânea. Possui uma Licenciatura em dança contemporânea e encontra-se a viver em Portugal há um ano. Tanto no Chile (país de origem) como no país de acolhimento (Portugal), tem estado envolvida em vários projetos interventivos de cariz social, cimentados no ensino de artes circenses, mas também em projetos ligados a questões políticas, artivismo e resistência. E-mail: bzamoranoh@gmail.com Carla Cruz é artista, investigadora e professora auxiliar na EAAD- UMinho. Vive no Porto. Doutorada em práticas artísticas pela Goldsmiths University of London, com o apoio da FCT. Desenvolve desde 2011 o projeto Finding Money com Antonio Contador, e coordena desde 2007 com Ângelo Ferreira de Sousa a Associação de Amigos da Praça do Anjo. Carla foi cofundadora do coletivo feminista de intervenção artística ZOiNA (1999- 2004), e da Associação Caldeira 213 (1999-2002); entre 2005 e 2013 coordenou o projeto expositivo feminista All My Independent Wo/men; desde 2019 dinamiza o grupo de estudo Leituras Feministas; e desde 2020 desenvolve um projeto especulativo sobre temporalidades não-humanas com Claudia Lopes. E-mail: carlabarroscruz@gmail.com Sofia Sousa é Mestre e doutoranda em Sociologia, com Bolsa FCT (com a ref. 2021.06637.BD) referente ao projeto “Todos os Mundos Dentro do Porto. Mulheres migrantes, artes e artivismos na contemporaneidade portuguesa”, na Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP). Além disso, é Investigadora no Instituto de Sociologia da Universidade do Porto (IS-UP) e é ainda membro do Social Media Comittee da International Association for the Study of Popular Music (IASPM) e editora executiva da Revista Todas as Artes – Revista Luso-Brasileira de Artes e Cultura. E-mail: sofiaarsousa22@gmail.com Virna Teixeira nasceu em Fortaleza in 1971. É poeta, tradutora e neurologista. É autora de vários livros, tais como Distância (7 Letras, 2005), Trânsitos (Lumme, 2009), e A Terra do Nunca é Muito Longe (Não Edições, Lisboa, 2014); e também três títulos de poesia escocesa traduzidos para o português. Viveu vários anos em São Paulo, e desde 2014 vive na Inglaterra, onde estuda Humanidades Médicas no King’s College London. E-mail: virnagontei@yahoo.com.br *Fortress Europe: Medo + Desejo entre o Porto e Vaasa Carla Cruz Resumo Em 2006 fiz a proposta à residência artística Ateljé Stundars na Finlândia de pensar o que é ser Europeu a partir destes dois territórios - Portugal e Finlândia. Portanto a partir de uma cultura sob a qual fui socializada, e a partir de uma cultura que não conhecia. Desses 3 meses de residência, resultou um projeto expositivo intitulado Medo + Desejo, que olhou para a construção da noção de "fortaleza europeia", processos locais e globais de auto-determinação, e a queda de um meteorito nessa região há 520 milhões de anos atrás. A partir desta experiência espero refletir sobre práticas artivistas e a importância do extranhamento. *Nada a temer - migração e a busca de novas estratégias na produção artística Virna Teixeira Resumo As pessoas migram por diversas causas, desde questões socio-econômicas, políticas e/ ou para obter melhores qualificações educacionais e profissionais. Sabe-se que metade dos migrantes internacionais hoje são mulheres. Mulheres tendem a migrar mais por questões familiares, porém mais mulheres têm migrado sozinhas, geralmente em busca de emprego e educação. Estas experiências transformadoras da migração tendem a ser muito impactantes e reflexivas para mulheres artistas, traduzindo suas percepções ampliadas sobre questões de gênero, identidade, e oportunidades. Irei discutir como a migração e o biculturalismo afetou meu trabalho como poeta, escritora, tradutora e minha produção como editora. Após migrar para Londres criei dois projetos independentes, o selo de poesia Carnaval Press, e a revista eletrônica de literatura e artes Theodora. Formas de subsistência dentro de uma mercado editorial estrangeiro. Recentemente, conclui meu primeiro livro de contos, A Pupila, onde várias personagens transitam por situações de migração ou da experiência de se sentirem “estrangeiras”, buscando novas formas de autonomia em suas vidas. São como pupilas atentas de novos aprendizados. Na pandemia, tive também oportunidade de desenvolver meu trabalho como artista visual, que dialoga com a construção de novas identidades e com práticas DIY. Um destes resultados é a exibição de arte digital ‘Nothing to Fear’, apresentada num salão de arte em Belgrado. Irei articular como estas estratégias artísticas refletem a minha busca por inovação e fluidez em novos territórios. keywords: migração | identidade | DIY | arte Ensaio imagético corpo, lar e luta: comunidades intencionais poéticas de presentificação de futuros possíveis Claudyanne Rodrigues de ALMEIDA - UFMT Resumo Esse ensaio é um recorte da minha pesquisa de doutorado em curso intitulada: Comunidades intencionais: poéticas, memórias e outra cultura espaço-cosmológica a presentificação de futuros possíveis, que objetiva pesquisar/experienciar como alguns grupos estão materializando a possibilidade de outros modos de viver a partir de comunidades intencionais (ecovilas, ecoaldeias, cohousing, coliving, etc). Comunidades intencionais são assentamentos criados por grupos de indivíduos que se juntam com um propósito de vida em comum, geralmente funcionando como um laboratório experimental de práticas regenerativas integrais (ambiental, social e pessoal). A ideia da pesquisa surge em meio à trágica cena contemporânea, do avanço ultraconservador, insurreição da natureza, crise econômica, discursos de ódio, perda de direitos, de vidas, corpos, desejos e amores censurados. Entendemos como urgente pensar formas, não só de resistência, mas de enfrentamento, de desvio e brechas do caos. Assim, a pesquisa investiga as potências de vidas/trajetos que se engendram e propõem criar alternativas societárias, outras experimentações ontológicas ou uma presentificação de futuros possíveis. Produzimos um ensaio a partir de imagens feitas na ida a campo numa ecovila da Bahia que compõem narrativas a respeito de outros modos de habitar o mundo. Baseia-se no experimento de uma série documental de imagens, a partir de uma cartografia afetiva, que arrisca, não apenas traduzir narrativas, mas também criá-las, a partir da experiência de covivialidade com alternativas societárias e\ou construções imaginárias de um lar ideal. Uma ecovila se pensada como uma casa coletiva, uma grande casa, ou a “terra mãe”- Gaia, insere-se na dialética de olhar esse espaço como um lar coabitado de diferentes culturas, representações e subjetividades múltiplas com sonhos e práticas comuns. Analisa a partir da “categoria de fotos compreensivas” (BRANDÃO, 2005, p. 14) imagens do lugar e suas representações de ideias, afetos, memórias, função subjetiva do espaço. Visto as relações simbólicas do lugar, nesse processo, criou-se um roteiro semificcionado com tema “guerra cotidiana”, pelo viés da relação realidade e imaginação na construção do lar ideal. A propósito do Desejo, é com ele que Levitas (2013) revisa o conceito de utopia, sendo então uma forma “legítima e existente de conhecimento de futuros possíveis” (apud TEIXEIRA, 2016, p. 262-grifo da autora). Refletir a realidade prática e idealizações do lar numa comunidade intencional é também confabular signos, não só da casa, mas também da rua, da vida, da luta diária e dos desejos de futuros. keywords: comunidades intencionais | lar | corpo | luta | presentificação BRANDAO, Carlos Rodrigues. “Escrito com o olho ‐ anotações de um itinerário sobre imagens e fotos entre palavras e ideias. MARTINS, Jose de Souza, ECKERT, Cornelia & NOVAES, Sylvia Caiuby (orgs.). O imaginário e o poético nas Ciências Sociais. Bauru: Edusc, 2005.BACHELARD, G. A poética do espaço. São Paulo: Martins Fontes, 1993. GUATTARI, Félix. As três ecologias. Tradução Maria Cristina F. Bittencourt. Campinas, SP: Papirus, 1990. GONCALVES, Marco Antonio. O real imaginado: etnografia, cinema e surrealismo em Jean Rouch. Rio de Janeiro: Topbooks, 2008.KRENAK, Ailton. Ideias para adiar o fim do mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.LADDAGA, Reinaldo. Estética da emergência: a formação de outra cultura das artes. São Paulo: Martins Fontes – selo Martins, 2012.LATOUCHE, Serge. Pequeno tratado do decrescimento sereno. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2009.LAZZARATO, Maurizio. As revoluções do capitalismo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006.LEVITAS, Ruth. Utopia as method: the imaginary reconstitution of society. New York: Palgrave MacMillan, 2013. PEIRANO, Mariza. O dito e o feito: ensaios de antropologia dos rituais. Rio de Janeiro: Relume Dumara, 2002. (ler “Análise Antropológica dos rituais” de Mariza Peirano e “A Marcha Nacional Dos Sem--‐Terra: estudos de um ritual político” de Christine de Alencar Chaves). Disponível em http://www.marizapeirano.com.br/livros/o_dito_e_o_feito.pdf PIAULT, Marc Henri. “Um Cinema Espelho? Por uma realidade partilhada e Uma Producao Imagetica, para fazer o que? : conferencias”. GROSSI, Miriam Pilar, ECKERT, Cornelia e FRY, Peter Henry (orgs.) Conferências e Diálogos: saberes e práticas antropológicas. Blumenau: Nova Letra, 2007. http://www.abant.org.br/conteudo/livros/ConferenciaseDialogos.pdfREGO, Francisco Cleiton Vieira Silva do. "Um exercício de objetivação participante" (Capítulo 1). A segurança biológica na transição de gênero: uma etnografia das políticas da vida no campo social da saúde trans. Tese (Doutorado em Antropologia Social) --‐ Centro de Ciencias Humanas, Letras e Artes, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2020. https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/31277?mode=fullROLNIK, Suely. Cartografia Sentimental: transformações contemporâneas do desejo. São Paulo: Estação Liberdade, 1989.ROYSEN, Rebeca. Ecovilas e a construção de uma cultura alternativa. 2013. 245 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Mestrado em Psicologia Social, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2013. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/ disponiveis/47/47134/tde-31072013-114650/en.php. Acesso em: 03 fev. 2021.SANCHEZ, Fábio José Bechara. A nova fantasmagoria e as possibilidades da política: notas sobre a Pandemia. Contemporânea: Revista de Sociologia da UFSCar, São Carlos, v. 10, n. 1, p. 399-409, jan./abr. 2020. Quadrimestral. Disponível em: http://www.contemporanea.ufscar.br/index. php/contemporanea/article/view/934/pdf. Acesso em: 10 fev. 2021.SAMAIN, Etienne. “As imagens não são bolas de sinuca: como pensam as imagens”. SAMAIN, Etienne (org.). Como pensam as imagens. Campinas: Editora da UNICAMP, 2012.SCHECHNER, Richard. O que é performance? (tradução de R. L. Almeida). “What is performance?”. Performance Studies: an Introduction. New York: & Londres: Routledge, 2006. pp 28-51. [2002]. Teixeira, M. A. de A. Utopia como método:: a reconstituição imaginária da sociedade. Sociedade E Estado, 31(1), 261–265. 2016. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/sociedade/article/view/6089 Acesso em: 10 fev. 2021.TURNER, Victor W. O processo ritual. Petropoles: Ed. Vozes Ltdda, 2013.TURNER, Victor. “Dewey, Dilthey e Drama: um ensaio em Antropologia da experiência” Cadernos de campo n. 13, 2005. Pp 177--‐185. Publicado em: TURNER, V. & BRUNER, E.M.(Eds.). The Anthropology of Experience. Urbana and Chicago: University of Illinois Press, 1986. Revista disponível em: http://www.fflch.usp.br/da/cadcampo/ed_ant/revistas_ completas/13.pdfWAHL, Daniel Christian, 1972. Design de Culturas Regenerativas. 2ª edição – Rio de Janeiro: Bambual Editora, 2020. Claudyanne Rodrigues de ALMEIDA é bacharel e licenciada em Ciências Sociais na Universidade Federal de Mato Grosso-UFMT. Mestre em Estudos de Cultura Contemporânea pela UFMT, na linha de pesquisa Poéticas Contemporâneas. Doutoranda em Estudos de Cultura Contemporânea - UFMT com a pesquisa intitulada: "Comunidades intencionais: poéticas, memórias e outra cultura espaço-cosmológica a presentificação de futuros possíveis". É professora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso-IFMT. Pesquisadora do Grupo de Estudos Artes Híbridas: Intersecções contaminações transversalidades - UFMT. Integrante da Comissão de estudos de Gênero, Transgeneridades, Feminismos e Direitos Civis do IFMT. Interesse em estudos e reflexões sobre Antropologia e sociologia da Arte e ambiental, Ecologia política, Ecofeminismo, Comunidades intencionais (Ecovilas, Cohousing, Coliving), o "Bem viver", Política e Arte, Futuros possíveis, Permacultura, Cultura regenerativa, Mulheres sementes, Utopia como método, Ecosofia (Guattari). Contato: clauantropologiaearte@gmail.com. Forensic architecture: das relações possíveis entre a arte contemporânea e o conceito de verdade Lais Rabello de ANDRADE - FBAUP Abstract This work discusses how the concept of truth relates to contemporary art, especially in artistic activism, by analyzing the practices of the Forensic Architecture collective. In the historical course of Western philosophy there have been several attempts to define what truth really is. The oldest one is also the most famous one. Idealized by Plato, the concept of truth is defined by a relation of correspondence: the discourse should match the reality. If it does so than reasoning is truth. From Plato to Aristotle, philosophy ensures that being truth is a quality of the discourse not a characteristic from the object itself. When we are talking epistemology, one can simply follow the Kantian axiom: truth is the correspondence of knowledge with its object. But when we try to apply that to political or aesthetical events, the causal relation is way more complicated. Transform a political event in a “based on true events” aesthetical product is to deal with the subjective interpretation of the event and with the legislations and guidelines of each individual state. An event is an apparition, so when it comes to talk about being truth, the aesthetical product – as an object – assumes the identity of an evidence. When an event does not get along with the social values of its time, the evidence is a search for the truth, with the purpose of proving someone’s crimes and make justice for its victims. Some of the aesthetical products in contemporary art have the same goal: prove that an individual or a group deserves retraction by showing itself as evidence of the truth event. This type of artistic practice is one of the faces of contemporary artivism. When it comes to analyze how the idea of discovering the truth presents itself in a work of art, one activist group stands out: the collective Forensic Architecture. This collective is based at the Goldsmith University in London, and they research iconic cases of human rights violations and environmental crimes. The group uses a mixed technique combining mechanisms from architecture – such as 3D modeling – and traditional research – such as interviews. The aesthetical product that emerges from this mixed technique can be use both in a courtroom and in an art exhibition. In broad terms, their aspiration it’s to find the truth about several political events and report them as an aesthetical product that has a shared identity: evidence and work of art. But is it possible to get the Truth by collecting evidence? Can a political event be fully understood by picking the pieces of truth and putting all of them together? And if the goal is to make some hybrid object that uses that pieces and glues them with art, what happens to the pieces and to the glue? Are we in a time that a work of art can be “true enough” to enter the courtroom and the realization of truth is so desired that the search for it should be inside the museum? keywords: artivism | activist artistic practices | art theory | aesthetics Bischop, C. (2012). Artificial Hells: Participatory art and the politics of spectatorship. Londres, Nova Iorque: Verso.Bishop, C. (ed.). (2006). Participation. Cambridge: MIT Press.Dzenko, C., Avila, T. (ed.). (2017). Contemporary citizenship, art, and visual culture: making and being made. Nova Iorque, Londres: Routledge.Foster, H. (2014). O retorno ao real: A vanguarda no final do século XX. São Paulo: Cosac Naify. Tradução: Célia Euvaldo.Groys, B. (2008). Art Power. Cambridge: MIT Press.Jacobi, F. (2018). Aesthetics of Resistance: An investigation into performative politics of contemporary activism (…). Berlin, Copenhagen: Revolver Publishing, Space Poetry. Janes, R. R., Sandell, R. (2019). Museum Activism. Londres, Nova Iorque: Routledge.Laddaga, R. (2012). Estética da Emergência. São Paulo: Martins Fontes. Tradução: Magda Lopes.Message, K. (2014). Museums and social activism: Engaged protest. Londres, Nova Iorque: Routledge. Schruers, E. J., Olson. K. (ed.) (2019). Social Practice Art in Turbulent Times: the revolution will be live. Nova Iorque, Londres: Routledge.Sholette, G., Bass C. & Social Practice Queens. (2018). Art as Social Action: An introduction to the principles of teaching social practice art. Nova Iorque: Allworth press.Steeds, L. (2014). Exhibition. Cambridge: MIT Press.Steinboch, E., Ieven, B., Valck, M. de. (ed.). (2021). Art and Activism in the Age of Systemic Crisis: Aesthetic Resilience. Nova Iorque, Londres: Routledge.Sterischer Herb & Malzacher, F. (ed.). (2014). Truth is Concrete: A handbook for artistic strategies in real politics. Berlin: Sternberg Press.Weibel, P. (ed.). (2014). Global Activism: Art and Conflict in the 21st Century. Karlsruhe: ZKM. Lais Rabello de ANDRADE was born in São Paulo, Brazil, current living in Porto, Portugal. She is a researcher in the master’s program: Art Studies: Criticism and Art Theory at Porto University (Faculty of Fine Arts /FBAUP). Her interest in art theory and criticism showed earlier when, in 2018, she had her specialization degree in Art: Criticism and Curatorship in the Pontifical Catholic University of São Paulo (PUC-SP). By the end of that year, she had finish two research projects in the context of History of Art Exhibitions: one about an exhibition called JAC72, and other about the twelfth edition of Manifesta. Art criticism and theory is the connection chosen by her between her two bachelor’s degrees: one in Visual Arts (Armando Alvares Penteado Foundation – São Paulo) and another in Philosophy (PUC-SP). Her research is in the field of arts and politics, especially the artistic activist practices or activism in the context of art exhibitions. Messianism, utopia and political engagement in Daniel Bensaïd Josep Maria ANTENTAS - Universitat Autònoma de Barcelona Abstract The aim of my paper is to analyse the relationship between politics and art, and messianism and utopia in the theoretical work of the French philosopher Daniel Bensaïd (1946-2010). Bensaïd was a Marxist-inspired author strongly influenced by the work of Walter Benjamin. A relatively little-known author, his legacy is useful for opening up new perspectives. A committed activist since the 1970s, his intellectual production was oriented towards strategic debate and political intervention. In his memoirs An impatient life (2013 [2004]) he defines political commitment and militancy not as a sacrifice, but as "the opposite of a sad passion. A joyous experience despite its bad moments". Bensaïd analyses the relationship between political commitment and art on the basis of the concepts of discordance of times (and spaces) that he develops in La discordance des temps (1995) and Le pari Mélancolique (1997) as a way of pointing out the contradictory plurality of social temporality, in the wake of the concepts of "counter-time" used by Marx (zeitwidrig) or Ernest Bloch's "non-contemporaneity". In this plurality of times and spaces, Bensaïd gives priority to the space-time of politics, but points out that this intersects with the space-times of beauty or feelings that cannot be subsumed in the former. His proposal, as he points out in "La Politique et l'histoire" (in Penser Agir 2008) is: "to circulate between these spaces, to look for the communication doors, the secret passages, without breaking down the walls". Politics and poetry, remarks Bensaïd ("À Serge Pey, au poète qui récite avec ses pieds", 2008) have in common "an openness to the event" and "the capacity to be amazed by a world that is always unexpected".Bensaïd was not a theorist of culture or art, but all his philosophical work is written in a metaphorical and literary style and his books abound with literary references (in An impatient life (2013) he acknowledges a certain frustrated literary vocation). As he himself pointed out in "La Politique et l’histoire" (in Penser Agir 2008) their function was not ornamental, but a way of saying "obliquely or by wrapping" things difficult to address directly. Literature appears as a way of going where theoretical concepts do not reach. Bensaïd turned to Benjamin in the 1980s, in a context of decline of the revolutionary expectations of the 1960s and 1970s. Through Benjamin he develops what he called in Walter Benjamin Sentinelle messianique (1990) a "messianic reason", based on a secularised political messianism that gives a new form and meaning to revolutionary expectations. Reshaped into messianic hope, revolution is defined with a literary metaphor as: "A cunning messiah, who would have, in the brazen manner of a Marlow or a Sam Spade, mischievously slipped his foot into the crack of the door, into the half-open hinges of the possible".Bensaïd's political messianism is, following Benjamin, a politics of the present time, aimed at intervening in the present to bring about a change in the course of history. In Sentinelle (2010 [1990]) and La discordance des Temps (1995) he counterposes a messianic politics of the present time inspired by Benjamin to the future-oriented utopian politics represented by Bloch. Largely under the influence of Blanqui and Sorel, he develops an adversarial approach to utopian thinking, which he associates with political escapism. Bensaïd does not imagine the future with utopian projections but keeps alive the hope of a messianic/revolutionary interruption of history to change its course. However, as several authors such as Michale Löwy in Rédemption et Utopie (1988) or Stephane Mozès in L'Ange de l'Histoire (1992) have shown, messianism and utopia are not opposing concepts, but the former contains a utopian germ associated with its will to bring about another order. In this sense, it is possible to reconcile Bensaïdian strategic messianism, always on the lookout for the unforeseen possibilities of history, with the utopian impulse. The latter, as an author such as Harvey has pointed out in Spaces of Hope (2000), despite all its limitations, is necessary in historical epochs such as ours, still marked by the lack of credibility of alternative visions of society. keywords: Bensaïd | messianism |utopia politics Bensaïd, Daniel. An impatient life. London: Verso, 2013[2004])Bensaïd, Daniel. Penser Agir. Paris: Lignes, 2008Bensaïd, Daniel. Le pari Mélancolique. Paris: Fayard, 1997 Bensaïd, Daniel. La discordance des temps. Paris: éditions de la passionBensaïd Daniel. Walter Benjamin Sentinelle messianique. Paris: PlonLöwy, Michael. Rédemption. Josep Maria ANTENTAS is associate professor of Sociology at the Universitat Autònoma de Barcelona (UAB). He has reasearch on social theory and social movements. His work has appeared in: Labor History, Historical Materialism, Antipode, Globalizations, Science&Society, Rethinking Marxism, Dialectical Anthropology, Capitalism Nature Socialism, French Studies Bulletin, and Socialism&Democracy. He has published three books in Spanish: Resistencias Globales (2009, with Esther Vivas), Planeta Indignado (2012, with Esther Vivas), and Espectros de Octubre (2018). The power of music and language in 21st century cultural resistance Miral ATIK - Lebanese American University Abstract Historically, Protest songs have been used by multiple grassroots movements to achieve liberation. Globally, indigenous people and people of color have been fighting for their rights while resisting oppressive constructed regimes. One form of resistance is through cultural production which includes various forms of creative expressions, such as “Resistance Literature” which has been used by colonized individuals to document the ugly reality of colonialism and imperialism while expressing the love of the land and a commitment to the fight for Liberation. Adab al-muqawama (resistance literature) has been widely used by Palestinian activists to resist the zionist-regime which aims to ethnically cleanse Palestinians, their culture, national identity, history, and collective memory to fulfill their manufactured narrative (‘Land without a People’) for the colonization of Palestine. Protest songs are a continuation of “resistance literature” as the songs embody the past, present, and hope for the future. This paper aims to examine how Palestinian artists are employing music as a form of cultural resistance against the Israeli-regime, the status quo, and partaking in anti- capitalist and anti-imperialist social movements to achieve socio-political change. The paper aims to answer the following research questions: (1) How does music form a transnational/Intersectional anti-colonialism movement? (2) How ow are 21st-century Palestinian protest songs a continuation of Resistance Literature? A literature analysis of what constitutes a social movement and how protest songs have been historically used was conducted with the objective of conceptualizing music as a form of protest behavior and the power it cultivates in fighting oppression on a micro and macro level. Second, an intertextual and textual analysis of seven avant-garde songs was performed. Palestinian songs released the last 10 years featuring international artists. The seven songs are taken from the following Palestinian artists: the Palestinian Hip-Hop Band Dam, 47 Soul band, Checkpoint 303, Hawa Dafi Band, and Shadia Mansour. These artists cover both Palestinians living in Palestine, occupied territories, and in the diaspora. A case study was done on the following songs: Born Here, G'areeb Fi Bladi, Onadekom, Shams El-horyeh, Border Ctrl, Somos Sur, Milliardat, and Ummamiyeh Anthem. This research aims to show how these artists act as “organic intellectuals” in shaping the consciousness of the new generation while deconstructing national narratives and creating an emancipatory action by fighting against cultural and historical deformations through reviving previous generations' cultural resistance productions. An emphasis on the power of music and protest songs in social movement formations is noted. Eyerman and Jamison (1998) emphasize the role that political song plays in social movements as they link current and past struggles and influence certain individuals and the collective by providing empowerment, resilience, and spiritual strength in the fight against oppression. This case study conducted on five songs produced by Palestinian artists concluded that music acts as a powerful tool in birthing a social movement geared towards changing the current hierarchal power structures and oppressive regimes. Anti-imperialism, anti-capitalism, and anticolonialism movement. Second, the results confirmed the continuous deployment of music and protest songs in activism throughout different generations and in various contexts. This paper calls for future research to further examine other artists', activists’ opinions and include an intersectional analysis to examine how music can influence the Palestinian society’s culture and dismantle patriarchal ideologies. keywords: palestinian resistance | transnational | social movement | music AbcSongLyrics.com. (n.d.). Ana Tijoux Somos Sur English translation.http://www.abcsonglyrics.com/ana-tijoux/somos-sur.htmlDownin g, J. (2001). Power, hegemony, resistance. Radical media: rebellious communication and social movements. (pp. 12-23). Thousand Oaks: Sage. Eyerman, & Jamison, A. (1998). Music and social movements : mobilizing traditions in the twentieth century. Cambridge University Press. https://primoa.library.unsw.edu.au/permalink/f/bjujce/UNSW_ALMA512180 50940001731Gaztambide-Fernández, R. (2012). Decolonization and the pedagogy of solidarity. Decolonization: Indigeneity,Education & Society, 1(1), pp. 41–67 https://jps.library.utoronto.ca/index.php/des/article /view/18633/15557Genius. (n.d.). Dam – born here - ‫أنولدت هون‬. https://genius.com/Dam-born-here-lyrics.Genius. (n.d.). 47soul ft. fedzilla & shadia Mansour – border ctrl - ‫طلبو‬. https://genius.com/47-soul-border-ctrl- lyrics.Hawa Dafi Official (2016, August 26). Hawa Dafi - Onadekom ‫ دافي هوا‬- ‫أناديكم‬. YouTube. https://www.youtube.com/watch?v=N92PR2mqz O8&ab_channel=HawaDafiOfficial.Hawa Dafi Official (2015, July 9). Hawa Dafi - Shams Elhoreye ‫هوا‬ ‫دافي‬ - ‫شمس‬ ‫الحريه‬ YouTube. https://www.youtube.com/watch?v=_eq7pFiz15s&ab_channel=HawaDafiOffi cialItzigsohn, & vom Hau, M. (2006). Unfinished Imagined Communities: States, Social Movements, and Nationalism in Latin America. Theory and Society, 35(2), 193–212. https://doi.org/10.1007/s11186-006-9001-1Jasper, J. M. (2014). Protest: A cultural introduction to social movements. (P.11 – 53). Polity Press. ISBN-13: 978-0-7456-8670-7 Maira, S., Shihade, M. (2012) Hip Hop from ’48 Palestine: Youth, Music, and the Present/Absent. Social Text, 30 (3 (112)), 1–26. doi: https://doi.org/10.1215/01642472-1597314Masalha, N. (2012). The palestine nakba: Decolonising history, narrating the subaltern, reclaiming memory. ZED Books.McDonald, D. A. (2013). My voice is my weapon: Music, nationalism, and the poetics of palestinian resistance. Duke University Press. https://doi.org/10.1215/9780822378280Milan, S. (2013). Social movements and their technologies: Wiring social change. Palgrave Macmillan.Nkoala, S. (2013). Songs that shaped the struggle: A rhetorical analysis of South Africa struggle songs. Rhetoric Studies 4. (51). 51-61. https://www.researchgate.net/publication/339900386_Songs_that_shaped_th e_struggle_A_rhetorical_analysis_of_South_African_struggle_songs_Sisanda _Mcimeli_Nkoala Opp, Karl-Dieter (2009). Theories of political protest and social movements: a multidisciplinary introduction, critique, and synthesis. https://www.ibraaz.org/us r/lib rary/documents/essay-documents/the- paradox-of-media-activism.pdf Rim Banna – Topic (2019, March 23). Umamiyyah Anthem (Remix). YouTube. https://www.youtube. com/watch?v=UvUcj0xEhks&ab_channel=RimBanna-TopicRim Banna new album voice of resistance CD - with Checkpoint 303 and Bugge Wesseltoft. (n.d.). Retrieved November 24, 2021, from http://checkpoint303. free.fr/RIMIX_Rim_Banna.html.Salih, R., & Richter-Devroe, S. (2014). Cultures of resistance in palestine and beyond: On the politics of art, aesthetics, and affect. The Arab Studies Journal, 22(1), 8– 27.https://www.jstor.org/stable/24877897Scandrett, E., Soliman, M., & Stone, P. (2021). Cultural resistance in occupied palestine and the use of creative international solidarity through song1. Journal of Arts and Communities, 12(1), 41-56. https://doi.org/10.1386/jaac_00022_1 TheDammusic (2009, August 22). Dam-G'areeb Fi Bladi (Stranger in My Own Country ). YouTube. https://www.youtube.com/watch?v=8bWPfTXkK5o&ab_channel=TheDamm usic Miral ATIK is a 21-year-old Palestinian student. Born in Bethlehem, West Bank. Currently finishing her senior year and graduating project to graduate in June 2022 from the Lebanese American University with a bachelor’s degree in communication. The graduating project explores Instagram algorithms and policy in the recent events of sheikh Jarrah. The main research question is how social media networks can be used for activism by Palestinians while the algorithms are reinforcing an orientalist racist narrative. Miral has an analytical, philosophical mind with social-cultural observing instinct and an artistic eye. She has multiple experiences with people from various cultures and countries as she spent an exchange year in the United States in Indiana, Zionsville at the age of 16 and traveled to Britain, Yorkshire to a summer school at the age of 14 and is currently part of a scholarship that includes students from all over the MENA region. Deep local democracy from circus organizations in Chile Dupuy AURORE - UPE-SUP LIRTES/CETAPS Abstract In the middle of the nineties in Chile, shortly after the end of a military dictatorship of 27 years, emerges a new way of making circus, outside of the tents and traditional families: young people start to juggle in the public space, learning again to live outdoor and without the fear of the militaries, investing a new life made of friendship, sharing and expressing. Those first gatherings give way to a new circus movement that, since almost 30 years, has expend in Chile with a diversity of practices and organizations, as street shows, social pedagogy, formal schools and squats, providing a network for practicing, defunding and transmitting the circus.Born in the frame of a youth contestations of the inheritages of the dictatorship, particularly the unequal system of neoliberalism, this circus movement is marked by practices for retaking and shaping democracy, privileging horizontal and participatory organizations, taking care of the local and building a transnational network for emancipation.This communication will present some of the results of a PHD study conducted since 2016 in socio-anthropology, based on an ethnography of 10 months in Chile and a previous experience as circus professional in Europe and South America during the late 2000s. Thru examples of circus organizations, I will discuss with the concept of deep local democracy (Appadurai, 2013) how the circus organizations build the democracy in an everyday practice, that is permanently challenged with the demand of recognition and support addressed to the administrations of the current representative democracy. The circus practices remain though in syntony with the current constitutional process that has been started with the popular uprising of 2019 called “Despertar”. keywords: circus | Chile | democracy | participation Dupuy AURORE is PhD student in socio-anthropology at Université Paris-Est-Sup, laboratory LIRTES. She studies the renewal of the circus in Chile in its links with politics, a burning issue in the post-dictatorial context in which it flourishes. She was first a circus professional, mainly in France and Argentina. After a master’s degree in Gender (EHESS), she continues her work on politics about Latin American circus. She is currently ATER at the University of Rouen-Normandie and the CETAPS laboratory, member of the Board of Directors of CCCirque and coordinator of its group "Gender and Circus". The alter-institution as a space of diffraction: the Sale Docks collective in Venice Rita BARREIRA - NOVA-FCSH Abstract In 2007 a group of activists and art workers occupied an abandoned warehouse of salt in Venice and raised an intertwined collective of artistic research, experimentation and social activism. Since then until the present day, Sale Docks has been programming exhibitions, conferences, books, detours, performances and screenings under the logics of the space occupation. In a city profoundly marked by “La Bienalle de Venezia”, the correlation between the neoliberalization of the city and their art institutions has become one of the main focus in the action of Sale Docks. The strive for a social space as an artistic practice constantly relates their location with Venice, an homogenous geography dominated by gentrification, turistification and the “bienalization” of art events. Struggling for their right to (appear in) the city, the space as practice puts in play collectivism, activism, citizenship, self-organization and direct action, as we can see in Sale’s art work through the years, such as “Survival in Venice” (2007), “Beyond the Crisis for the Practice of the Commons (2011), “#Occupy Bienale” (2012), or more recently the ongoing exhibition “Le Mostre della laguna” (2021-22), where the collective invited seven artists to imagine an utopian geography asking them “What would happen if Venice’s art institutions were monstrously different?” . Therefore, their production of social space as an artistic practice is built on a simultaneity with an institutional critique which constitutes, inquires and opens other possibilities (assemblages) within the neoliberal art apparatus in Venice (Marco Baravalle: 2018). I argue that this (re)configuration critique is materialized in S.A.L.E.’s artistic practice by social relations and means (activism, collectivism, solidarity, self-organization) that produce a space of diffraction in the city and it's Bienal. A space of diffraction is an interference in the existent conditions of its agential possibility, it has this immediate action of relating, interfering and transforming reality. In this sense, it is not a utopian space of hope constituted by insurgent architectural imagination (David Harvey: 2002). Instead, in new materialism's terms, what kind of agency can we acknowledge in the space diffracted by Sale Docks in Venice? What kind of topos does this alter-institutionality produces? keywords: ativism | artistic experimention | space occupation | coleectivism Rita BARREIRA has a BA in Philosophy (FLUL). She completed independent programs on photography (CENJOR) and on Management of Performing Arts (Forum Dança). I have a master’s in art Critic, Theory and Curatorship (FBAUL) with the thesis "DIY Topography in the San Francisco Bay (1945-1965): From the Rise of Activist Culture to Artistic Practices in Painterland in Jay DeFeo's Vortex”. She is currently a PhD student in Artistic Studies - Art and Mediations at NOVA-FCSH with the project “PIGS: Spaces of Exhaustion as an Artistic Practice in Southern Europe.” She is researcher at the Institute of History of Art (IHA-FCSH) and participates in the group CAsT (Contemporary Art Studies). The research is focused on Spatial Practices and articulates contemporary art with territory, activism, collectivism, self-organization and autonomy. She frequently works with independent artistic structures, cultural and civil associations. https://orcid.org/0000-0001-6318-4482 À contra(f)acção! Raquel BOAVISTA - FBAUP/FPCEUP Resumo «Os monstros existem, mas são muito pouco numerosos para que sejam verdadeiramente perigosos; os que são mais perigosos são os homens comuns, os funcionários dispostos a acreditar e a obedecer sem discutir» (Primo Levi as cited in Gros, 2019, p.7). Esta não sou eu. Vejo-me como uma anti-funcionária. Uma professora estagiária que (ainda) acredita que devemos desobedecer, sempre que possível. Ser radical, de forma gentil. Daí, sentir que tenho de salvar os “meus” alunos do lugar onde estão. E sim, falho de imediato, perante essa atitude salvacionista. Porém, reconheço-a e sei que ela está ali, o que me parece ser um bom ponto de partida para avançar. A proposta para os “meus” alunos — possíveis futuros designers — seria a da contrafacção. Contrafação significa fingimento, simulação, disfarce, falsificação de produtos e valores, de modo a iludir a sua autenticidade. A ideia de contrafazer pressupõe o ato de pararmos de fazer coisas, talvez uma ecologia do fazer, do produzir. Uma tentativa de dirigirmo-nos a um ócio, entendendo-o como uma outra forma de trabalhar, que não a instaurada hegemonicamente. Contrafazer envolve uma atitude duvidosa. A partir da contrafacção queremos pensar um direito a ofender, queremos a liberdade de expressão e um boicote ao politicamente correto. Pretendemos transgredir a norma, desobedecer. A proposta de contrafação — mais do que apenas a criação de um logo — surge como um ato crítico e subversivo contra o que tem sido o lugar do design gráfico nas indústrias criativas: o de melhor amigo do capitalismo e o de impulsionador do crescimento económico. Um logo é assumido como um sinal/significado de qualidade, autenticidade e identidade. Porém: «Há muito mais do que um logótipo ou estilo na marca. É uma manifestação de poder» (Metahaven as cited in Plater, 2021, p.131). A proposta da contrafacção pretende pensar uma identidade visual que habite, quer na ficção, na realidade, na utopia, ou na distopia, mas que seja uma contra-acção. Pretende-se que o designer deixe de pôr ordem no caos e que faça parte desse caos. Deseja-se que o designer possa ilustrar, representar o uncanny: o que resiste à significação e à apropriação, tentando boicotar o trabalho para o qual foi desenhado — o constante impulso de capturar, de levar as margens para o centro e vice- versa, num ciclo infinito de deslumbramento. Queremos afastar a ideia do design como processo e produto de valor acrescentado. Entendemos a proposta de contrafação como um exercício que tira partido do tipo de criatividade que pretende subverter o que está hegemonicamente instaurado e definido, partindo de exemplos de identidades contrafeitas, como a do Porto Morto, que refletem sobre a transformação de cidades em marcas e a sua inerente promoção gentrificada. Assim sendo, pretende-se estimular a criação de uma identidade visual que não queira um lugar no mercado, mas sim uma reacção. Uma posição informada, interessada e crítica, onde podemos — nós, designers — ser como o Bartleby e recusar, educadamente: “Preferiria não o fazer”. keywords: design gráfico | educação artística Pater, R. (2021). Caps lock: How capitalism took hold of graphic design, and how to escape from it. Amsterdam: Valiz.Mould, O. (2018). Against creativity. London, New York: Verso.Gonçalves, S. (Ed.) (2015). Agora, irrepetível. A juventude, o design e a sua prática. Lisboa: Belas- Artes.Schouwenberg, L. & Kaethler, M. (Eds.) (2021). The auto-ethnographic turn in design. Amsterdam: Valiz.Pestana, M. (Ed.) (2019). Fiction practice: Prototyping the otherwordly. Eindhoven: Onomatopee Projects.Hume, M. (2016). Direito a ofender: A liberdade de expressão e o politicamente correto. Lisboa: Edições Tinta da China.Gros, F. (2019). Desobedecer. Lisboa: Antígona. Raquel BOAVISTA é designer gráfica, licenciada pelas Belas Artes do Porto. Gosta mais de escrever do que desenhar e sempre se sentiu do lado “errado” das artes por causa disso. Pelo caminho, um Mestrado em Design da Imagem (MDI) e, mais recentemente, um Mestrado em Ensino de Artes Visuais (MEAV). Sim, sou uma professora em construção, em pleno estágio na Escola Profissional Artística da Árvore, no curso de Design Gráfico. Sofro de um certo ímpeto por fazer e uma dificuldade em ociar. Performing hope: the pedagogical dimension of art and performance as an expression of political action in the Chilean student movement. Paulina BRONFMAN - NMAPA: Art, Performativity and Activism Research Centre in Santiago Abstract In Chile, in the last ten years, citizenship education has progressively lost its relevance and presence in the formal educational curriculum. Paradoxically, the student movement has progressively strengthened, achieving great transformations such as free education. In this transition from formal spaces to informal new ways of political expressions in the street, arts and performance have been a key tool as a manifestation of political youth participation. In the context of social movements some of the most used terms in the classification of political action are conventional and unconventional. Conventional political participation is associated with electoral processes, whereas unconventional participation is connected to acts such as petitions, street demonstrations, property damage or violent actions. Both systems of political participation differ by the type of demand that they make to the political system: through the power constituted in conventional action, and through the confrontation with legality in unconventional action. The 2019 cycle of mobilizations in Chile, developed not only actions such as collecting signatures, boycotts and marches but also new political practices such connective action made possible by new information technologies. These actions give them communicational and informative autonomy to movements and generate new micro-spaces in which new forms of organization and communication are recreated. Within these new forms of political actions include performative practices, dance, music and street performances. A characteristic of these new forms of political action derives from their articulation from the “logic of the event”. These are manifestations that break out even though the context they are part of defines them as improbable or impossible . They are practices that disturb the status quo and generate new possibilities for action because they act as "passageways" or "connectors" between the current world and another possible world, which constitutes new ways of putting into action ways of doing, feeling and saying different from those of the present world imposed by formal policy. From our perspective, this is the hallmark of the mobilization cycles of the last decade, including the Chilean social outbreak. The repertoire of political action that they describe is structured from three forms of specific action (expressive actions, confrontational actions and violent actions) and two modes of relationship and communication, which would act as conditions of possibilities and are articulated as a repertoire of action. The first axis that we can identify in the repertoire of action of young people is a set of practices of occupation of public space in which aesthetic, expressive and performative dimensions predominate. Based on Freire’s work, this paper hypothesized that in the case of Chile these new ways of youth citizen participation have replaced traditional forms of citizenship education generating a pedagogical experience of hope that triggered great social changes such as the outbreak of October 2019 and a new constitution for Chile. keywords: hope | pedagogy of hope | art | performance | political action | Chilean student movement ARDITI, Benjamín. Las insurgencias no tienen un plan—ellas son el plan: Performativos políticos y mediadores evanescentes. Cadernos de Estudos Sociais, 2013, vol. 28, no 1/2, p. 01-32 BARNES, Samuel H., et al. Political action: Mass participation in five western democracies. 1979. FREIRE, P. (2021). Pedagogy of hope: Reliving pedagogy of the oppressed. Bloomsbury Publishing. LAZZARATO, Maurizio; RODRÍGUEZ, Pablo Esteban. Políticas del acontecimiento. Tinta limón, 2006 SANDOVAL, Juan. El repertorio de acción política en el ciclo de movilizaciones estudiantiles chilenas. Revista de Estudios Sociales, 2020, no 72, p. 86-98. SABUCEDO, Jose Manuel; ARCE, Constantino. Types of political participation: A multidimensional analysis. European Journal of Political Research, 1991, vol. 20, no 1, p. 93-102. Paulina BRONFMAN is an interdisciplinary researcher from Chile. She is part of the NMAPA: Art, Performativity and Activism Research Centre in Santiago, Chile. Dr Bronfman holds an MA and a Ph.D. in education at the University of York, United Kingdom. She works in the interactions of education, performance, cultural ecologies and artistic activism. Her current research project is focused on social movements and artistic activisms across Chile and Latin America throughout the writing of the book Performance and Flash Mob as an Expression of Political Participation in the Chilean Social Movement 2011–2020 funded by the Chilean Ministry of Culture and Arts. The role of the performing arts as a practice of citizen activism: Performance and Flash Mob as an expression of political participation in the Chilean social movement 2010-2020 Paulina BRONFMAN - NMAPA Art, Performativity and Activism Research Centre in Santiago Natalia BRONFMAN - Independent researcher Abstract Citizen activism has become a central element of political change in Chile. In October 2019, during the Chilean social outbreak, performing arts were a fundamental part of citizen expression. However, this relationship began earlier, in the first expressions of the student movements of 2006. This paper explores the role of the performing arts as expressions of citizen artistic activism during the period 2011-2020 from an intersectional (Lutz, 2015) and interdisciplinary perspective (Fraser, Kember & Lury, 2005). The interdisciplinary approach of this project combines literature on Citizenship Education (Arthur, Davies & Hahn, 2008; Choi, 2016), Theater Studies (Austin,1962: Searle,1969; Grass, 2018), and Social Movements Studies (Fraser, Kember & Lury (2005) gathered under an intersectional epistemological perspective.The hypothesis that animates this project suggests that today's artistic activism, unlike yesterday, is a direct manifestation of citizen participation. It is no longer just the artist who contributes with his work to social movements and protest. Now it is the citizen itself that practises artistic expression as a form of political participation. From a methodological point of view, the study is designed as a qualitative and interdisciplinary study of Applied Theater where "dramatic activities exist mainly outside conventional theatrical institutions and are specifically intended to benefit individuals, communities and societies" (Nicholson, 2005). The emphasis is placed on the participants, who, "through direct action, actively participate in the theatrical event, promoting a change in social praxis" (Sedano-Solís, 2019). Applied Theater is an interdisciplinary and dynamic field of research within Theater Studies, focused on those "practical or experimental aspects of theater that are used in contexts and for specific purposes, with the purpose of transforming their participants" (Sedano-Solís, 2019). The study combines methods from the social sciences (case studies, thematic and narrative analysis) and the humanities (analysis of images and creative processes). This paper is part of the book: Performance and Flash Mob as an Expression of Political Participation in the Chilean Social Movement 2011–2020. keywords: performing arts | citizen activism | political participation | Chilean social movement Arthur, J., Davies, I., & Hahn, C. (Eds.). (2008). Sage handbook of education for citizenship and democracy. Sage.Bala, S. (2013). The entangled vocabulary of performance. Rupkatha journal on interdisciplinary studies in Humanities, 5(2), 12-21. Bala, S. (2012). Vectors of participation in contemporary theatre and performance. Theatre Research International, 37(3), 236-248. Berger, M. T., & Guidroz, K. (Eds.). (2010). The intersectional approach: Transforming the academy through race, class, and gender. University of North Carolina Press.Crenshaw, K. W. (2017). On intersectionality: Essential writings. The New Press.Fraser, M., Kember, S., & Lury, C. (2005). Inventive life: Approaches to the new vitalism.Friedman, D., & Holzman, L. (2014). Performing the world: The emergence of performance activism. Performance studies in motion: International perspectives and practices in the twenty-first century, 276-287.Grass Kleiner, M. (2018). La investigación de los procesos teatrales. Manual de uso.Lutz, H. (2015). Intersectionality as method. DiGeSt. Journal of Diversity and Gender Studies, 2(1-2), 39-44.Nicholson, H. (2011). Applied drama/theatre/performance. In Key concepts in theatre/drama education (pp. 241-245). Brill Sense.Sedano-Solís, A. S. (2019). El Teatro Aplicado como campo interdisciplinario de investigación en los Estudios Teatrales.Serafini, P. (2018). Performance action: The politics of art activism. Routledge. Paulina BRONFMAN is an interdisciplinary researcher from Chile. She is part of the NMAPA: Art, Performativity and Activism Research Centre in Santiago, Chile. Dr Bronfman holds an MA and a Ph.D. in education at the University of York, United Kingdom. She works in the interactions of education, performance, cultural ecologies and artistic activism. Her current research project is focused on social movements and artistic activisms across Chile and Latin America throughout the writing of the book Performance and Flash Mob as an Expression of Political Participation in the Chilean Social Movement 2011–2020 funded by the Chilean Ministry of Culture and Arts. Natalia BRONFMAN is an actress and MA in Cultural Management from the University of Chile. She has a Diploma in "Memories, Social Movements and artistic-cultural production in Chile and the Southern Cone" from the same University. She has worked as a performing artist, university instructor, cultural manager and Theatre researcher. "Menina com a máscara da morte": experiências em antropologia, arte e educação em tempos de pandemia Ceres Karam BRUM - UFSM Amanda SILVEIRA - UFSM Fernanda Ströher BARBOSA - UFSM Resumo Neste artigo apresentamos três experiências que remetem às relações entre arte, antropologia e educação. Trata-se de reflexões de natureza autoetnográficas tecidas a partir de março de 2020, como formas plurais de dialogar com “o inusitado” em que se tem configurado a situação de pandemia COVID-19, em Santa Maria, no sul do Brasil. Um de nossos pontos de encontro foi a necessidade de aprendizado do corpo como casa, enquanto instrumento de trabalho docente no espaço privado, que constatamos, ao tentarmos nos adaptar a esta nova realidade como artistas, pesquisadoras e professoras. O diálogo entre os três contextos de ensino-pesquisa ocorreu igualmente pela perenidade da ideia de morte presente na pintura de Frida Kahlo que experimentamos através de diferentes formas de ritualizar a pandemia. keywords: autoetnografia | pandemia | dança | ensino | antropologia | educação Abstract In this article we present three experiences that refer to the relationship between art, anthropology and education. These are reflections of an auto- ethnographic nature woven from March 2020, as plural forms of dialogue with “the unusual” in which the pandemic situation COVID-19, in Santa Maria, in the south of Brazil, has been configured. since then. One of our meeting points was the need to learn the body as a home, as an instrument of teaching work in the private space, which we found when trying to adapt to this new reality as artists, researchers and teachers. The dialogue between the three teaching-research contexts also took place due to the continuity of the idea of death present in the painting by Frida Kahlo that we experience through different ways of ritualizing the pandemic. keywords: autoetnography | pandemics | dance | instruction | anthropology | education Ceres Karam BRUM é professora do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal de Santa Maria. Amanda SILVEIRA é artista-pesquisadora no Coletivo Negressencia, professora de Dança e doutoranda em Ciências Sociais na Universidade Federal de Santa Maria. Fernanda Ströher BARBOSA é artista-pesquisadora no LAPARC Laboratório Performances: arte e cultura e doutoranda no Programa de Ciências Sociais da Universidade Federal de Santa Maria. (In)Visibilidades urbanas Rafael Santos CÂMARA - Universidade Federal da Bahia Aline Kedma Araujo ALVES - Universidade São Paulo Elyane Lins CORRÊA - Universidade Federal da Bahia Resumo Este artigo pretende abordar as relações entre o feminino e o campo do graffiti, entendendo-o como um fenômeno inerentemente urbano, cuja linguagem está ligada às representações culturais periféricas, e buscando compreender as possíveis transformações presentes nesta área, majoritariamente, ocupada por homens. Considerada como prática artística da cultura visual urbana, as mensagens transmitidas através do graffiti são dinâmicas e articulam, artística e politicamente, indivíduos invisibilizados na sociedade. Para compreender esse processo de representação política através da arte, apresenta-se a produção de cinco grafiteiras cujos trabalhos estão situados, principalmente, na cidade de Salvador - Bahia, artistas que utilizam o graffiti para difundir mensagens desconsideradas pelo status quo social. De modo que através das entrevistas realizadas com tais artistas foram abordadas questões de gênero, raça/etnia e classe, à luz do feminismo interseccional. Pretende-se contribuir através dessa pesquisa para as questões de gênero nas artes visuais, bem como para as pesquisas sobre o graffiti de forma geral. keywords: graffiti | mulheres artistas | Salvador | invisibilidades Abstract This article intends to approach the relations between the feminine and the graffiti field, understanding it as an inherently urban phenomenon, whose language is linked to peripheral cultural representations, and seeking to understand the possible transformations present in this area, mostly occupied by men. Considered as an artistic practice of urban visual culture, the messages transmitted through graffiti are dynamic and articulate, artistically and politically, individuals made invisible in society. To understand this process of political representation through art, we present the production of five graffiti artists whose works are located mainly in the city of Salvador - Bahia, artists who use graffiti to spread messages disregarded by the social status quo. So, through interviews with these artists, issues of gender, race/ethnicity and class were addressed, in the light of intersectional feminism. It is intended to contribute through this research to gender issues in the visual arts, as well as to research on graffiti in general. keywords: graffiti | artistic women | Salvador | invisibilities CRUZ, Evanilton Gonçalves Gois da. Grafite: uma etnografia dos produtores da escrita urbana de Salvador. Dissertação (Mestrado em Língua e Cultura). Universidade Federal da Bahia, Instituto de Letras, 2017. MORENA, Margarida. Miradas Femininas - Mulheres no muro: Traços femininos nos grafites de Salvador. Anais do Encontro Multidisciplinar de Estudos em Cultura - ENECULT, 2009. Disponível em: http://www.cult.ufba.br/enecult2009/19477.pdf Acesso em: 5 de mar. de 2021.VICENTE, Filipa Lowndes. Género e mulheres na história da cultura e das artes. In: VIEIRA, Cristina C. (Orgs.). In: Conhecimento, Género e Cidadania no Ensino Secundário. Lisboa: CIG, 2017.ENTREVISTA a, Monique, 2021.ENTREVISTA b, Ananda Srt.as, 2021.ENTREVISTA c, Ani Ganzala, 2021.ENTREVISTA d, Mapam, 2021.ENTREVISTA e, Chermie, 2021. Rafael Santos CÂMARA é arquiteto e Urbanista pela Universidade Salvador (2016), Mestre em Artes Visuais, na linha de Teoria, História e Critica da Arte, UFBA. Aline Kedma Araujo ALVES é Designer e pesquisadora dos temas: história do design de interiores, cultura material e estudos de gênero. Mestra em Artes Visuais pela Escola de Belas Artes da UFBA. Elyane Lins CORRÊA é arquiteta e mestre em Filosofia pela UFPB e doutorado em Estética e Teoria da Arquitetura pela Universitat Politecnica de Catalunya. É professora adjunta da Faculdade de Arquitetura da UFBA. (Anti)-citizenship protest in India: understanding through art and musical protest Deep CHAND - Goethe University Frankfurt Abstract Ever since the present Indian government has brought a contentious Citizenship (Amendment) Act 2019 [CAA-2019] to grant citizenship to ‘illegal migrant’ of six non-Muslim communities from Pakistan, Afghanistan, and Bangladesh. The systematic attempt of excluding Muslims from said countries has led to massive social protests across the country in different times and spaces. This shows that the right-wing populist government tries to ‘othering’ a particular community called Muslim and wants to establish its ‘dominant ideology’ in the country with the Althusserian idea of ideological state apparatus (ISA) and repressive state apparatus (RSA). It is fact that there have been political debates over the bill between ‘government- opposition’ in the parliament. Nevertheless, they could not able to resolve it through political dialogue and discussion in the parliamentary setting. Eventually, it turns into a street protest. The protest includes multiple actors namely political parties, students, and civil societies, which have actively participated in the anti-CAA protest right after its announcement. However, protest experiences a lot of resistance in the form of arts and music. It has become a significant tool for people to challenge the political establishment. Using a Foucauldian Discourse Analysis (FDA), this research article broadly tries to understand the role of Arts and Music in the protest because it has not only given a new grammar of resistance to anti-CAA protest but also provided a new perspective to protest studies as well. Keywords: India | citizenship | protest | musical protest Deep CHAND is a Ph.D. Candidate in Sociology at Goethe University Frankfurt, Germany. He holds his M.A. and M.Phil. (Master of Philosophy) in Social Science from the Tata Institute of Social Sciences (TISS), Mumbai, India. His areas of research include sociology of protest, conflict sociology, social justice, caste & education, discourse analysis, and political ethnography. His recent publication is 'Equal Opportunity in Education: A Perspective from Below', Contemporary Vice of Dalit, SAGE. O antropoceno como estorvo da militância política /The Anthropocene as a hindrance to political activism Pedro Miguel FERREIRA - ESC-Universidade de Coimbra Resumo Com ironia, dizia-se há uns anos (os suficientes para ainda se fumar dentro dos restaurantes em Portugal), “espero que o meu bife não esteja a incomodar o seu cigarro”. Muita coisa mudou desde aí. A proibição de se fumar dentro de estabelecimentos e até o próprio discurso de se comer um bife, também. Alguns autores/as (Klein, 2014; Malm e Hornborg, 2014; Moore, 2016) têm vindo a denunciar a forma despolitizada como o conceito do antropoceno é apresentado segundo a ideia de que toda a Humanidade é responsável, em partes iguais, pelo estrago socioecológico. Assim, são ocultadas as assimetrias Norte/Sul e as desigualdades entre proletariado e elites socioeconómicas (querendo com isso afirmar que todos poluem por igual). Não é por acaso que em Portugal, por exemplo, o partido Iniciativa Liberal recusa-se a empregar o termo “emergência” no que toca à atual emergência climática. Por outro lado, novos desafios se apresentam. Como o conceito de Ecologia Acústica, que pode desvendar a “forma como o som nos afeta, a nós sociedade, e a todos os seres e criaturas, humanos e não- humanos”, assim esclareceu a investigadora Raquel Castro (2022) ao jornal Público. Também o texto do professor Carlos Fortuna (2020), laureado com o prémio Análise Social 2020: “O mundo social do ruído. Contributos para uma abordagem sociológica”, é um trabalho que convida a uma reflexão sobre a cidade. Mas como reage o poder político face a estas novas realidades? Uma escuta e olhares sociológicos das cidades é – entendamo- nos – nova para muitos, mas veio para ficar. Fruto de uma experiência metodológica de observação participante, envolvi-me numa pequena polémica com uma autarquia, através de um artigo de opinião que escrevi num jornal local. Nele constava precisamente uma chamada de atenção ao texto do professor Carlos Fortuna. A impreparação de certos agentes com responsabilidades políticas, fez com que um discurso construtivo, que convida ao pensamento, tenha sido visto como uma crítica ao executivo em funções, mais ainda, tratando-se de uma cidade que apresenta o selo de Cidade Criativa na área da música, um galardão designado pela UNESCO. O resultado expectável foi bem diferente do resultado alcançado. Os grandes desafios, as reconfigurações das práticas, dos modos de atuação e dos imaginários que permitam pensar futuros possíveis, esbarram noa dia a dia das grandes, médias e pequenas cidades. Novos conceitos tendem a ter muita resistência inicial. Lembro-me do tempo em que nas campanhas eleitorais, um dos momentos altos era quando a caravana atirava autocolantes e flyers para o meio da rua. E se alguém que dissesse que aquilo sujava, era visto como dos que só sabia criticar e não apreciava a festa da democracia. Depois evoluímos… acho eu. keywords: antropoceno | política | utopias. Abstract With irony, one used to say a few years ago (enough to still smoke inside restaurants in Portugal), "I hope my steak isn't bothering your cigarette". A lot has changed since then. The prohibition of smoking inside establishments and even the very discourse of eating a steak, too. Some authors (Klein, 2014; Malm and Hornborg, 2014; Moore, 2016) have been denouncing the depoliticized way in which the concept of the Anthropocene is presented according to the idea that all humanity is equally responsible for the socio- ecological damage. Thus, the North/South asymmetries and the inequalities between the proletariat and the socio-economic elites are hidden (in order to affirm that all pollute equally). It is no accident that in Portugal, for example, the Liberal Initiative party refuses to use the term "emergency" when it comes to the current climate emergency. On the other hand, new challenges present themselves. Like the concept of Acoustic Ecology, which can unveil the "way sound affects us, society, and all beings and creatures, human and non-human", as clarified by researcher Raquel Castro (2022) to the newspaper Público. Also the text of Professor Carlos Fortuna (2020), winner of the prize Análise Social 2020: " The social world of noise. Contributions to a sociological approach ", is a work that invites to a reflection on the city. But how does the political power react to these new realities? A sociological approach to listening and looking at cities is - let's understand it - new to many, but it is here to stay. As a result of a methodological experience of participant observation, I got involved in a small polemic with a municipality, through an opinion article I wrote in a local newspaper. In it I made a reference to Professor Carlos Fortuna's text. The unpreparedness of certain agents with political responsibilities meant that a constructive speech, which invites thought, was seen as a criticism of the executive in office, even more so in a city that presents the seal of Creative City in the area of music, a prize designated by UNESCO. The expected result was quite different from the result achieved. The great challenges, the reconfigurations of practices, of ways of acting, and of imaginaries that allow us to think about possible futures, come up against the daily routine of big, medium and small cities. New concepts tend to have a lot of initial resistance. I remember the time when, during electoral campaigns, one of the highlights was when the caravan threw stickers and flyers into the middle of the street. And if anyone said that it was dirty, they were seen as someone who only knew how to criticize and didn't appreciate the party of democracy. Then we evolved... I guess. keywords: anthropocene | politics | utopia Fortuna, Carlos (2020). O mundo social do ruído: contributos para uma abordagem sociológica. Análise Social, 234, lv (1.º), 2020, 28-71. Lisboa. Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. https://doi.org/10.31447/as00032573.2020234.02issn online 2182- 2999Hornborg, Alf (2015), The Political Ecology of the Technocene. Londres: Routledge.Klein, Naomi (2014), This Changes Everything: Capitalism vs. Climate. Nova Iorque: Simon & Schuster.Malm, Andreas; Hornborg, Alf (2014), “The Geology of Mankind? A Critique of The Anthropocene Narrative”, Anthropocene Review, 1(1), 62-69. https://doi.org/10.1177/2053019613516291 Pedro Miguel FERREIRA is a producer of media content, he has written for newspapers, magazines and websites, founded fanzines and co- founded cultural editorial projects. Born in Viseu, lives in Leiria, has lived in Lisbon and Montemor-o-Novo. Degree in Social Communication, Master in Communication and Media. Studying at the University of Coimbra, he is a PhD candidate in Discourses: Culture, History and Society, by the Centro de Estudos Sociais. Interested in the constellations that go through music and arts in general. Former roadie, runner, producer and production assistant, with fifteen years on the road all over Europe (contemporary music and dance). Twenty years as rock DJ, had two radio shows. Has three published books. Resistir ou sucumbir? Acerca de atos de sobrevivência Simone FORMIGA - PUC-Rio Nathália VALENTE - PUC-Rio Fernanda MORAIS - PUC-Rio Resumo As autoras deste trabalho são investigadoras do Dhis – Laboratório de Design de Histórias, pertencentes ao Programa de Pós-Graduação - PPG em Design do Departamento de Artes & Design – DAD, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC-Rio. O Dhis desenvolveu um projeto em parceria com o Museu da Pessoa intitulado Motirô, cuja proposta era colher relatos de experiências e de vivências de atores culturais envolvidos em festejos populares, sejam sagrados ou profanos, que tivessem sido afetados pela pandemia. Para tal contamos com uma grande rede composta por instituições brasileiras e estrangeiras. O acervo do projeto Motirô, dentro do acervo do Museu da Pessoa, é acessível a partir do link https://acervo.museudapessoa.org/pt/conteudo/colecao/motiro-o-festejo- como-testemunho-179820.Uma das entrevistas, que muito nos chamou a atenção, foi a do artesão português Isidro Carlos Pereira Rodrigues, do Concelho e Distrito de Bragança, que confecciona máscaras e fatos para a Festa dos Rapazes de Aveleda, que se realiza nos dias 25 e 26 de dezembro, quando se comemora a festa de Santo Estevão. Quando solteiro, Isidro participava como careto nessa festa em Trás os Montes. Hoje produz máscaras de metal, ainda mantendo as técnicas da tradição antiga. Em sua entrevista relata a sua não concordância com as atuais políticas acerca dos movimentos que buscam transformar os festejos de mascarados em Portugal em eventos turísticos porque, segundo ele, descaracterizam as antigas tradições. Percebemos, então, uma tensão entre as afirmações deste entrevistado em relação a outros que sugerem e apresentam possíveis adaptações desses eventos ao turismo para que atraiam recursos econômicos para as aldeias que estavam a ver suas tradições morrerem e, muitas delas, sofrendo com o êxodo de seus habitantes mais jovens. Logo, nossa proposta, neste trabalho, é verificar e comparar as soluções propostas por Isidro e pelos demais a favor da resistência dos festejos tendo em conta a seguinte tensão: resistir por meio da cristalização de uma tradição ou negociar novas formas que possibilitem a capacitação de recursos econômicos, além da divulgação dos eventos e dos locais como possibilidades de roteiros turísticos. A moldura teórica do trabalho é a semiologia da realidade de Pier Paolo Pasolini e de outros autores que dialogam com as suas ideias. Partimos do entendimento da realidade como uma linguagem e, logo, como linguagem, um método de codificação. Então, a partir desse pensamento, concordamos com Pasolini, que entende as falas dos agentes culturais por nós entrevistados como uma linguagem “subjacente”, que muito tem a dizer a respeito da resistência, não só sobre seus códigos de representatividade, mas também sobre suas dinâmicas na comunidade. Nossa questão: resistir diz respeito a sucumbir ou a sobreviver? Buscamos, com esta investigação, encontrar uma ou mais respostas. keywords: resistência | festejos populares | tradição | reinvenção Abstract The authors of this work are researchers at Dhis - Laboratory of Design of Stories, belonging to the Postgraduate Program - PPG in Design of the Department of Arts & Design - DAD, of the Pontifical Catholic University of Rio de Janeiro - PUC-Rio. Dhis developed a project in partnership with the Museu da Pessoa entitled Motirô, whose proposal was to collect reports of experiences and experiences of cultural actors involved in popular festivities, whether sacred or profane, who had been affected by the pandemic.To this end, we have a large network made up of Brazilian and foreign institutions. The collection of the Motirô project, within the Museu da Pessoa collection, is accessible from the link https://acervo. museudapessoa.org/pt/conteudo/colecao/motiro-o-festejo-como-testemunh o-179820.One of the interviews, which caught our attention, was that of the Portuguese artisan Isidro Carlos Pereira Rodrigues, from the Municipality and District of Bragança, who makes masks and costumes for the Festa dos Rapazes de Aveleda, which takes place on the 25th and 26th of December, when the feast of Saint Stephen is celebrated.When single, Isidro participated as a careto in this party in Trás os Montes. Today it produces metal masks, still maintaining the techniques of ancient tradition. In his interview, he reports that he does not agree with the current policies regarding the movements that seek to transform the masked festivities in Portugal into tourist events because, according to him, they decay the old traditions. We noticed, then, a tension between the statements of this interviewee in relation to others who suggest and present possible adaptations of these events to tourism so that they attract economic resources to the villages that were seeing their traditions die and, many of them, suffering from the exodus of its younger inhabitants. Therefore, our proposal, in this work, is to verify and compare the solutions proposed by Isidro and the others in favor of the resistance of the festivities, taking into account the following tension: resisting through the crystallization of a tradition or negotiating new ways that enable the training of economic resources, in addition to publicizing events and locations as possibilities for tourist itineraries. The theoretical framework of work is the semiology of the reality of Pier Paolo Pasolini and other authors who dialogue with their ideas. We start from the understanding of reality as a language and soon, like language, a method of coding. So, from this thought, we agree with Pasolini, who understands the speeches of cultural agents by us interviewed as an "underlying" language, which has much to say about resistance, not only about its codes of representativeness, but also about its dynamics in the community. Our question: Resisting concerns succumb or surviving? We seek, with this investigation, find one or more answers. keywords: resistance | popular festivities | tradition | reinvention PASOLINI, Pier Paolo. Empirismo Herege. Lisboa: Assírio e Alvim, 1982.PASOLINI, Pier Paolo. Os jovens infelizes. Antologia dos ensaios corsários. Brasiliense, São Paulo, 1990.PASOLINI, Pier Paolo. Escritos Corsários. Editora 34, São Paulo, 2020.DIDI-HUBERMAN, Georges. Sobrevivência dos Vaga-Lumes. Editora UFMG, Belo Horizonte, 2011. Simone FORMIGA é doutora em Arte e Design pela FBAUP com Certificação de Mérito por ter obtido a melhor classificação do Curso de 3º Ciclo em Arte e Design no período letivo de 2014/2015; mestre em Design pela PUC-Rio e graduada em Licenciatura em Artes e Comunicação Visual também pela PUC-Rio. É professora do Departamento de Artes & Design da PUC-Rio. Nathália VALENTE é mestranda e bacharel em Design pela PUC-Rio. Tem interesse por movimentos culturais, narrativas e ilustração. É fundadora do Bordado Valente, onde desenvolve trabalhos de manualidades e bordado. Fernanda MORAIS é doutoranda em Design pela PUC-Rio; mestre em Design pela UFRJ; especialista em ilustração pela EINA-UAB (Barcelona); bacharel em Comunicação Visual pela PUC-Rio. Atua como ilustradora e designer para literatura infantil. Nem utopia, nem ruínas: Fordlândia Yuri FIRMEZA - Universidade de Lisboa Resumo Henry Ford, empresário norte-americano do ramo da indústria automobilística, criou no Brasil, no final dos anos 1920, uma cidade a qual denominou de Fordlândia. A cidade foi inteiramente construída em meio a Floresta Amazônica com o intuito de extrair matéria-prima, o látex, proveniente das seringueiras e que serviriam para fabricação dos seus automóveis. Seria uma cidade utópica, que mudaria o futuro da indústria automobilística e alteraria o monopólio inglês da produção de borracha. O projeto arruinou devido, entre outras coisas, a o surgimento de uma praga que dizimou a plantação. Resta hoje em Fordlândia a indústria e sua maquinaria tomada por teias de aranha e poeira, a vila de casas indistintas construídas para abrigarem os operários, a escola dos anos 1920, o antigo cemitério. Como uma cápsula do tempo, a cidade faz falar da modernidade e das relações extrativistas entre os Estados Unidos e o Brasil. Apesar do arruinamento do projeto, a nossa leitura acerca de Fordlândia propõe uma inversão desta imagem de ruínas. Existem centenas de famílias que vivem na cidade e cuja narrativa de "cidade-fantasma" é desmontada por estas existências que a história teima em eclipsar. Retomar estes projetos, agora distanciando de uma leitura limitada a "cidade-fantasma", é ir ao passado para tomá-lo como campo problematizador daquilo que nos é atual. Como diz Walter Benjamin em seu texto Sobre o Conceito de História: “articular historicamente o passado não significa conhecê-lo “como ele de fato foi”. Significa apropriar-se de uma reminiscência, tal como ela relampeja no momento de um perigo”. Nesse sentido, retornaremos a Fordlândia a partir de, por um lado, um conjunto de questões históricas e teóricas e, por outro, analisando uma série de trabalhos artísticos (filmes, instalação sonoras, fotografias) realizados em Fordlândia nos últimos dez anos. Atentaremos para o modo como esses trabalhos abordam a questão do extrativismo, do antropoceno e das ruínas para repensar modos de vida. keywords: Amazônia | Fordlândia | utopia | ruínas Abstract Henry Ford, an American businessman from the automobile industry, created a city in Brazil, at the end of the 1920s, which he called Fordlândia. The city was entirely built in the middle of the Amazon Rainforest with the intention of extracting raw material, latex, from rubber trees that would be used to manufacture his automobiles. It would be a utopian city that would change the future of the automobile industry and change the British monopoly on rubber production. The project was ruined due, among other things, to a plague that decimated the plantation. What remains today in Fordland is the industry and its machinery covered in cobwebs and dust, the village of indistinct houses built to house the workers, the school from the 1920s, the old cemetery. Like a time capsule, the city speaks of modernity and the extractive relations between the United States and Brazil.Despite the ruined project, our reading of Fordlândia proposes an inversion of this image of ruins. There are hundreds of families living in the town, whose "ghost town" narrative is dismantled by these existences that history insists on eclipsing. To take up these projects again, now moving away from a reading limited to the "ghost town", is to go to the past to take it as a problematizing field for what is current for us. As Walter Benjamin says in his text On the Concept of History: "to historically articulate the past does not mean to know it 'as it really was'. It means taking possession of a reminiscence, just as it springs to life at the moment of danger. In this sense, we will return to Fordlândia starting from, on the one hand, a set of historical and theoretical questions and, on the other hand, analyzing a series of artistic works (films, sound installations, photographs) made in Fordlândia in the last ten years. We will focus on how these works address the issue of extractivism, the anthropocene and ruins to rethink ways of life. keywords: Amazônia | Fordlândia | utopia | ruínas BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política: história da cultura/ tradução Sergio Paulo Rouanet; São Paulo : Brasiliense, 1985.DIDI- HUBERMAN, Georges. Diante do tempo. História da arte e anacronismo das imagens. Belo Horizonte, Editora UFMG, 2015.______________. A imagem sobrevivente: historia da arte e tempo de fantasmas segun- do Aby Warburg. Rio de Janeiro: Contraponto, 2013.FOUCAULT, Michel. Microfísica do Poder. Rio de Janeiro, Edições Graal, 1979.______________. A arqueologia do saber. 8.ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2013.GRADIN, Greg. Fordlândia: Ascensão e queda da cidade esquecida de Henry Ford na selva. Rio de Janeiro: Rocco, 2010.HUYSSEN, Andreas. Culturas do passado- presente: modernismos, artes visuais, políticas da memória. 1.ed. Rio de Janeiro: Contraponto: Museu de arte do Rio, 2014.SGUIGLIA, Eduardo. Fordlândia. Editora Iluminuras Ltda, 1977. Yuri FIRMEZA é professor do curso de Cinema da Universidade Federal do Ceará onde é integrante do LEEA (Laboratório de Estudos e Experimentação em Audiovisual). Doutorando em Arte Multimédia pela Universidade de Lisboa e membro colaborador do CIEBA (Centro de Investigação e Estudos em Belas Artes). Organizou, conjuntamente com Clara Bastos, Leonardo Mouramateus e Érico Araújo Lima, o seminário e o livro “O trabalho das ruínas: genealogias, ficções, (re)montagens”. Participou de festivais de cinema e exposições em diversas cidades do Brasil e do exterior, entre as quais a 31ª Bienal de São Paulo, 14th Biennale Jogja: Stage of Hopelessness – Yogyakarta/Indonesia; 21st Videoex – International Experimental Film & Video Festival Zurich/ Switzerland; 64th e 62nd International Short Film Festival Oberhausen/Germany, 11ª Bienal do Mercosul e a exposição individual Turvações Estratigráficas, no Museu de Arte do Rio. Arte, propaganda e distopia: uma análise da retroalimentação realidade/ficção /Art, propaganda and dystopia: an analysis about the relationship between fact and fiction. Enrique Meléndez GALÁN - Universidad de Oviedo Resumo A proliferação de series, filmes, livros ou videojogos sobre ficções especulativas na atualidade é um sintoma das preocupações do mundo moderno. Mas todas estas obras não estão a fazer apenas um reflexo destas preocupações, mas também é um reflexo das diferentes culturas e sociedades das quais surgem. É por isso que o património, e as artes em geral, jogam um papel fundamental nestas fitas. Em romances como Fahrenheit 451 (Bradbury, 1953) e nos seguintes filmes inspirados neste livro (Truffaut, 1966; Bahrany, 2018) podemos perceber o medo da perdida da cultura duma sociedade, numa relação direta com as queimas do livros do regime nazi e também doutros momentos da história. Algo muito parecido é possível de olhar também em V for Vendetta (McTeigue, 2006) basada também neste caso na obra gráfica feita por Alan Moore (1980). Aqui, o arte e as coleções de materiais em relação com a história, a religião ou o património são também um meio e um símbolo de resistência. E outro destos filmes sobre os quais podemos falar de arte, propaganda e distopia - entre outros mais dos quais falaremos-, é Equilibrium (Wimmer, 2002), onde neste caso são os sentimentos os que ficam perseguidos e, por relação, o arte como expressão deles. Mas também podemos encontramo-nos com um senso muito distinto, onde a conservação e o desfrute deste património é próprio dos estamentos sociais mais poderosos como é o caso da serie Altered Carbon (Kalogridis, 2018-), onde podemos fazer também uma reflexão sobre a importância do património natural. Assim, a conservação da cultura em algumas destas fitas é propriamente um acto de sublevação por se mesmo porque é considerado o conservar uma identidade e um legado como uma maneira de lutar contra a tirania destas sociedades distópicas. Mas também, poderia ser um acto de propaganda ou de publicidade. Mas todo isto é apenas compreensível quando começamos falar sobre ideias como senso de pertence, transmissão do conhecimento, ou identidade cultural. E para isso é preciso também sair dos esquemas mais tradicionais do arte, e mais concretamente do património europeu ocidental para começar falar de outras maneiras de perceber o património.Com estas premissas, podemos falar sobre a importância destas obras como uma parte fundamental da cultura visual da actualidade e podemos aprender delas para fazermo-nos aproximações às preocupações culturais das quais nascem. keywords: cultura visual | ficção especulativa | cine | património Abstract In recent years, a great number of series, films, books and videogames about speculative fictions have been created as proofs of the modern world worries. But all this works is not only reflecting these worries, but also different cultures and societies where they are created in. Because of that, heritage, and arts in general, plays a critical role in these films. In novels, like Fahrenheit 451 (Bradbury, 1953), and in the following films inspired by this book (Truffaut, 1966; Bahrany, 2018), we can already watch there a real fear for losing the culture of our societies, according to the bonfires made by the nazi and other totalitarian regimes along our history. There is something similar to watch in V for Vendetta (McTeigue, 2006), based on the comic made by Alan Moore (1980). In this case, the art and the collections of works related with history, religion or heritage are a way and a symbol of the resistance. And following this kind of films we coukd talk about Equilibrium (Wimmer, 2002), where we can analyze a world where emotions are forbidden and Art, as an expression of those feelings, is prosecuted. But also, on the other side, we can find an opposite sense in other cases where the conservation and enjoyment of this heritage is just for the upper and powerful classes. This is the case, for example, of Altered Carbon (Kalogridis, 2018-), in which we can do an interesting study about the importance of the natural heritage. On this basis, we can understand the conservation of this heritage in some of these films as an act of insurgency because it is considered the preservation of the identity and legacy a way of fighting against the tyranny of these distopian societies. But also, it could be propaganda or publicity. In order to address this issue, we need to use concepts like sense of ownership, transmission of knowledge, or cultural identity. And for that purpose, we need to scape from the traditional frameworks of the art and from the West European vision of the heritage with the goal of promoting new ways of approaching to it. With this as its foundation, these creations are a vital part of the currently visual culture and we must try to learn from them to understand the culture where they were born. keywords: visual cultures | speculative fiction | cinema |patrimony Meléndez Galán, E. (2021). “La comunicación del patrimonio a través de larealidad aumentada. Pokémon Go como medio de aproximación al paisaje urbano de Badajoz”. En A. Layuno y A. Acosta (Eds.), Aproximaciones contemporáneas al Paisaje Urbano (pp. 1169-1179). Madrid: Editorial de la Universidad de AlcaláMeléndez Galán, E. (2020). “Paisaje, arquitectura y cine. Permeabilidad realidad- ficción desde una perspectiva extremeña”. En M. Bazán y V. Méndez (Coords. y Eds.), Paisajes culturales en la Extremadura meridional. Una visión desde el patrimonio (pp. 199-214). Cáceres: Servicio de Publicaciones de la Universidad de ExtremaduraMeléndez Galán, E. (2019). “El paisaje de un futuro tecnificado: un acercamiento a la arquitectura y al urbanismo dentro de la ciencia ficción”. En M. Urraco y F. J. Martínez (Eds.), De esclavos y robots y esclavas: paisajes transmediáticos (pp. 61-81). Madrid: Los libros de la CatarataMeléndez Galán, E. (2019). “Arte, ciudad y realidad aumentada: Pokémon Go y su impacto en el Patrimonio”. En M. A. Chaves (Ed.), Narrativas Urbanas. VIII Jornadas internacionales Arte y Ciudad (pp. 339-348). Madrid: Universidad Complutense de MadridBazán, M. y Meléndez, E. (2018). “10x10. 2011- 2015”, Badajoz: Fundación Caja BadajozMeléndez Galán, E. (2018), “Las enseñanzas artísticas en Cáceres: historia, personajes y ambientes”, Cáceres: Universidad de ExtremaduraMeléndez Galán, E. (2017). “De ambientes naturales a entornos postapocalípticos:el paisaje fílmico y cultural en el cine zombie”. En M. Urraco y M. Baelo (Eds.), Mundos Z. Sociologías del Género Zombie (pp. 149-169). Madrid: Los libros de la CatarataMeléndez, E. y Bazán, M. (2016). “El escultor José Luis Hinchado”, Badajoz: Fundación Caja Badajoz Enrique Meléndez GALÁN (Badajoz, Espanha, 1991). Doutor em património pelas Universidades de Extremadura, Huelva, Córdoba e Jaén em 2019. Mestrado em Investigação em Arte e Humanidades e Graduado em História de Arte y Património Histórico-Artístico pela Universidade de Extremadura. Teve o contrato de doutoramento de Formação do Professorado Universitário do Ministério de Educação do Governo de Espanha. Tem feito também estudos de desenho, ilustração digital y 3D.Atualmente, é professor da Universidade de Oviedo e colaborador da Universidade a Distância de Madrid, com linhas de investigação sobre Ensinamento das Artes, Cultura Visual, Ficção Especulativa, Cine, Paisagem e Património, e Arte Contemporâneo. É membro de distintos grupos de investigação: ARPACUR na Universidade de Extremadura; EsArt na Universidade de Oviedo e Celsius 233 na UDIMA. Paisagens em movimento: os lugares fronteiriços da prática artística / Landscapes in motion: the borderlands of artistic practice Renata GASPAR - Investigadora independente Resumo A presente comunicação incide sobre a produção de fronteiras na/através da criação artística, com enfoque na prática feminista e anticolonial. A apresentação pretende expor de que forma(s) as práticas contemporâneas refletem processos de produção espacial, em particular aspetos materiais e simbólicos associados à migração, e decorrentes questões de pertença, identidade, e tradução linguística e cultural. Através da análise de casos de estudo no campo das artes visuais e da performance, a comunicação assenta numa epistemologia transdisciplinar e intertextual sobre a produção espacial na arte contemporânea. Ou seja, ao considerar como a epistemologia está implicada na construção sociopolítica de lugar, este estudo visa dar visibilidade à importância das estéticas e práticas feministas e anticoloniais para a elaboração de formulações espaciais pluralistas afirmando, por sua vez, a capacidade da produção artística de responder à nossa condição global de interdependência socio-espacial. Neste sentido, a comunicação aqui proposta tem em vista a promoção de justiça socio-espacial através de uma leitura da fronteira enquanto lugar de trânsito intercultural e produção epistémica. A articulação entre estudos artísticos e estudos sociais proporciona um contexto favorável para analisar abordagens pluralistas à construção de lugar por meio da produção artística. Este estudo envolve por isso metodologias teóricas e empíricas de diversos campos do conhecimento nas Artes, Humanidades e Ciências Sociais – articulando a análise de práticas espaciais no contexto da produção artística feminista e anticolonial (Meskimmon, 2011; Anzaldúa, 2015; Mohanty, 2003) com perspetivas da autonomia das migrações (De Genova et al., 2017; Mezzadra & Neilson, 2013; Castaño Madroñal, 2018). Procurando dar impulso à produção cultural como veículo de criação de significados progressistas e de definição de práticas democráticas, esta pesquisa tenciona contribuir para ampliar o debate sobre a relação entre espaço/lugar, produção de fronteiras e mudança sociopolítica. keywords: práticas artísticas | produção de fronteiras | feminismo | anticolonialidade | epistemologia Abstract The present communication focuses on the production of borders in/through artmaking, with a focus on feminist and decolonial practice. The presentation intends to expose how contemporary practices reflect processes of spatial production, in particular material and symbolic aspects associated with migration, and questions of belonging, identity, and linguistic and cultural translation. Through the analysis of case studies from the fields of visual and performing arts, the presentation is based on a transdisciplinary and intertextual epistemology of spatial production in contemporary artmaking. That is, in considering how epistemology is imbricated in the socio-political construction of place, this study aims to give visibility to the importance of feminist and decolonial aesthetics and practices for the elaboration of pluralistic spatial formulations affirming, in turn, the capacity of artistic production to respond to our global condition of socio-spatial interdependence. In this sense, the presentation proposed here aims to promote socio-spatial justice through a reading of the border as a place of intercultural transit and epistemic production. The articulation between artistic studies and social studies provides a favorable context to analyze pluralistic approaches to place-making through artistic production. This study therefore engages theoretical and empirical methodologies from diverse fields of knowledge in the Arts, Humanities and Social Sciences - articulating the analysis of spatial practices in the context of feminist and decolonial artistic production (Meskimmon, 2011; Anzaldúa, 2015; Mohanty, 2003) with perspectives on the autonomy of migration (De Genova et al., 2017; Mezzadra & Neilson, 2013; Castaño Madroñal, 2018). Seeking to give impetus to cultural production as a vehicle for creating progressive meanings and defining democratic practices, this research intends to contribute to broadening the debate on the relationship between space/place, border production and socio-political change. keywords: artistic practices | production of borders | feminism | anticoloniality | epistemology Anzaldúa, G. (2015) Light in the Dark/Luz em lo Oscuro: Rewriting Identity, Spirituality, Reality. Durham: Duke University Press.Castaño Madroñal, Á. (2018) Artes Migrantes (de-) marcando márgenes: lugares del diverso sentido. Em: Artes, Migraciones y Trans-culturalidad. Sevilla: Dir. Gral. de Universidades de C.E.C. Junta de Andalucía. pp. 13-29.De Genova, N. (ed.) (2017) The Borders of “Europe”: Autonomy of Migration, Tactics of Bordering. Durham: Duke University Press.Meskimmon, M. (2011) Contemporary Art and the Cosmopolitan Imagination. London: Routledge.Mezzadra, S. & Neilson, B. (2013) Border as method, or, the multiplication of labor. Durham: Duke University Press.Mohanty, C. T. (2003) Feminism without borders: Decolonizing Theory, Practicing Solidarity. Durham: Duke University Press. Renata GASPAR é artista e investigadora independente. O seu trabalho trata a construção sociopolítica de lugar na/através da arte, em particular a relação entre mobilidade e questões de pertença, língua e identidade. Inicialmente formada em Dança (ESD, Lisboa e The Place, Londres), tem mestrado em Performance (Goldsmiths, Londres), e doutoramento em Estudos Performativos (University of Roehampton, Londres). É colaboradora do círculo de estudos de investigação artística da Nordic Summer University. O funk brasileiro enquanto arte de combate Maíra Neiva GOMES - UEMG Resumo Esta proposta tem como objetivo analisar o papel desempenhado pela Cultura Funk brasileira na preservação de símbolos que se insurgem contra a colonização capitalista da linguagem, corporalidade e vivência de sujeitos periféricos, aglomerados nas favelas dos grandes centros urbanos. A partir da compreensão de que o Funk é expressão artística cultural afro brasileira, fruto do processo diaspórico, adota-se conceitos propostos por Samuel R. Delany, Greg Tate e Tricia Rose, em entrevistas concedidas a Mark Dery, em 1993, para situar o Funk como expressão artística afrofuturista, derivada do hip-hop que, a partir da revelação de cosmopercepções afrodescendentes, denuncia a realidade de hiper exploração dos corpos negros colonizados por meio do uso intenso de tecnologia que organiza o capitalismo em escala global, aprofundando as hierarquias raciais, de gênero, territoriais e econômicas impostas, desde o século XVI, aos povos africanos e indígenas americanos. Pretende-se, assim, analisar os elementos discursivos, tanto vocais, quanto corporais e imagéticos, presentes em vídeo clipes de funk brasileiros que tenham como temática trabalho sob duas rodas – em motocicletas –, mediados pelas tecnologias de comunicação do século XXI. Objetiva-se demonstrar que, ao contrário do que foi sustentado por segmentos eurocentrados da esquerda brasileira, a consciência de classe racializada e subalternizada está presente entre tais sujeitos desde o início da utilização destas novas tecnologias escravocratas. Para tanto, faremos breve descrição da evolução do funk brasileiro, contextualizando-o enquanto manifestação afrofuturista do hip-hop que subverte o uso da tecnologia, tal como propõem Delany, Tate e Rose (2020) e preserva as cosmopercepções africanas que invocam todos os sentidos humanos na construção das formas de compreensão do mundo – distinto, portanto, da cosmovisão eurocêntrica que prioriza a visão -, como ensina Oyèrónké Oyěwùmí (2021). Busca-se, assim, demonstrar como o racismo negado pelas elites brancas silencia as lutas sociais protagonizadas pelos pretos, pardos, indígenas favelados e escravizados, configurando-se, no Brasil, como poderosa tecnologia de perpetuação da exploração que favorece, inclusive, a branquitude que arvora em se reivindicar como protagonista de todas as lutas emancipatórias, enquanto dá continuidade às relações escravocratas. keywords: funk | afrofuturismo | trabalho precário | tecnologias Abstract This proposal aims to analyze the role played by the Brazilian Funk Culture in the preservation of symbols that rebel against the capitalist colonization of language, corporeality and the experience of peripheral subjects, clustered in the slums of large urban centers. Based on the understanding that Funk is an Afro-Brazilian cultural artistic expression, the result of the diasporic process, concepts proposed by Samuel R. Delany, Greg Tate and Tricia Rose, in interviews granted to Mark Dery, in 1993, are adopted to situate the Funk as an Afrofuturist artistic expression, derived from hip-hop that, from the revelation of Afro-descendant cosmoperceptions, denounces the reality of hyper-exploitation of colonized black bodies through the intense use of technology that organizes capitalism on a global scale, deepening the racial, gender, territorial and economic hierarchies imposed, since the 16th century, on African and American indigenous peoples. It is intended, therefore, to analyze the discursive elements vocal, body and imagery, present in Brazilian funk video clips whose theme is work on two wheels - on motorcycles -, mediated by the communication technologies of the 21st century. The objective is to demonstrate that, contrary to what was sustained by Eurocentric segments of the Brazilian left, racialized and subordinate class consciousness is present among such subjects since the beginning of the use of these new slave technologies. To do so, we will briefly describe the evolution of Brazilian funk, contextualizing it as an Afrofuturist manifestation of hip-hop that subverts the use of technology, as proposed by Delany, Tate and Rose (2020) and preserves African cosmoperceptions that invoke all human senses in the construction of ways of understanding the world – distinct, therefore, from the Eurocentric cosmovision that prioritizes vision -, as taught by Oyèrónké Oyěwùmí (2021). Thus, we seek to demonstrate how the racism denied by white elites silences the social struggles carried out by blacks, indigenous people, favelados and enslaved, configuring itself, in Brazil, as a powerful technology for the perpetuation of exploitation that favors, even, whiteness, that claims to be the protagonist of all emancipatory struggles, while giving continuity to slave relations. keywords: funk | afrofuturism | precarious work | technology DERY Mark. Black to the future: de volta para o afroturo - Entrevistas com Samuel R. Delany, Greg Tate e Tricia Rose. Tradução: Tomaz Amorim. In Revista Ponto Virgulina. Edição Tematica 1. 2020, p. 15-65. GOMES, Maíra N. Wakanda é aqui: Funk é afrofuturismo. In Revista Vai Ter. A publicação é parte da chamada pública de textos realizada pela Vai Ter, parte do projeto BH 121, nº0951, aprovado no Edital 2017 oriundo da Política de Fomento à Cultura Municipal de Belo Horizonte (Lei nº 11.010/2016). Disponível em <http://vaiter.org/afrofuturismo/>, 2021. Acesso em: 10.01.2022.NASCIMENTO, Wanderson Flor do. OYÈRÓNKẸ́ OYĚWÙMÍ: Potências filosóficas de uma reflexão. In Problemata R. Intern. Fil. V. 10. n. 2, 2019, p 8-28. OYĚWÙMÍ, Oyèrónké. A invenção das mulheres: construindo um sentido africano para discursos ocidentais de gênero. Tradução: Wanderson Flor do Nascimento, 2021. Brasil: Ebook Kindle. Maíra Neiva GOMES. Funkeira. Professora da Universidade do Estado de Minas Gerais/Brasil - UEMG. Coordenadora de Extensão UEMG/Diamantina. Doutora e Mestra em Direito. Advogada Popular. Produtora Cultural. Roteirista Documentarista. Argumentista e desenvolvedora de enredos Grupo Identidade Oficial (Danças Urbanas). Membro do Coletivo Político Cultural Observatório das Quebradas/Aglomerado da Serra. Assessora Associação de Moradores da Vila Santana do Cafezal/Aglomerado da Serra. Assessora Baile da Serra nas Quebradas. E-mail: maira.gomes@uemg.br; mairaneiva@gmail.com. Ópera e ativismo social – comunidade como mundo artístico Paula GOMES-RIBEIRO - NOVA-FCSH Resumo A produção de ópera investe-se na identificação e discussão de problemas sociais e políticos desde a sua origem, há mais de quatro séculos. De Monteverdi a John Adams, passando por Mozart, Wagner, Alban Berg e tantos outros, equipas artísticas e técnicas, desvelam injustiças e reveem regras de civilidade. A dimensão crítica ou de contestação a circunstâncias políticas e sociais vigentes via-se, no entanto, sujeita a procedimentos dramatúrgicos que tinham como intuito evitar a censura e garantir a representação pública, tais como a remissão da ação para épocas e locais distantes ou imaginários. Os elementos do público que possuíam os códigos, decifravam a mensagem e regozijavam-se com o seu teor crítico enquanto os demais usufruíam das peripécias músico-teatrais de personagens alegadamente históricas ou imaginárias. No pós-II Grande Guerra, a praxis operática representou, para muitos artistas e intelectuais, uma expressão proscrita, por se considerar estar associada a regimes autocráticos ou à perpetuação de vícios burgueses, inconciliáveis com o movimento de reconstrução democrática de uma sociedade em ruínas. Apear disso, revelando uma persistência quiçá desconcertante perante a crescente multitude de novos géneros músico-teatrais e multimédia, a ópera tem vindo a desempenhar, ao longo das últimas décadas, um papel cada vez mais ativo e empenhado em movimentos em benefício da justiça social, expondo fatores de desigualdade e investindo-se em projetos de inclusão e participação social. Este empenho leva a interrogar-nos sobre o futuro deste género que se equilibra (e desequilibra) entre a manutenção de cânones de repertório dirigidos a públicos iniciados, e a sua derivação numa diversidade de produções desafiantes que reinventam o género procurando envolver os públicos atuais num questionamento sobre questões fraturantes da existência quotidiana. Esta comunicação (inserida num projeto mais amplo) examina e inquire o processo de expansão de um movimento operático desenvolto e empenhado socialmente, observável em vários pontos do globo, com uma incidência específica em dois estudos de caso particularmente representativos deste trajeto. Trata-se de dois projetos portugueses recentes: o primeiro é o projeto 'Traction – Ópera na Prisão', inicialmente produzido pela Sociedade Artística Musical dos Pousos e que se enquadra, neste momento, numa rede artística internacional, o segundo é a ópera 'É possível Resistir' apresentada em Torres Vedras, com a colaboração da população da cidade, com música de Luís Soldado e libreto de Rui Zink. Estes trabalhos são reveladores do crescente dinamismo que agentes e grupos artísticos assumem, através da ópera, nos vários planos da esfera pública. Nos seus projetos requisitam o envolvimento e a reflexão crítica por parte de comunidades de diversa índole perspectivando um futuro melhor. keywords: ópera | ativismo | crítica social | esfera pública Matarasso, François. 2019. Uma arte irrequieta. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian. Becker, Howard S. 2010. Mundos da arte. Lisboa: Livros Horizonte.Acord, Sophia e Tia DeNora. 2008. “Culture and the arts: from Art Worlds to Arts-in-Action”. The annals of the American Academy of Political and Social Science. Vol. 619, n. 1. 1 setembro 2008. 223-237.Higgins, Lee. 2012. Community music: In theory and in practice. Oxford University Press. Paula GOMES-RIBEIRO é investigadora integrada do CESEM ‐ Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical, no qual coordena o SociMus – Estudos Avançados em Sociologia da Música. Professora do Departamento de Ciências Musicais da FCSH, no qual é atualmente Coordenadora da Licenciatura. Coordena igualmente o NEGEM (Género e Música), e é orientadora científica do CysMus. Concluiu o Doutoramento em Musicologia na Universidade de Paris VIII após ter obtido o título de Mestre em Musicologia da mesma instituição. Diplomou‐se em Ciências Musicais pela NOVA FCSH. Fez os seus estudos musicais no Conservatório Nacional e Academia de Música de Stª Cecília. Como encenadora assinou várias produções de ópera, entre as quais Comedy on the Bridge, de Martinu, no TNSC. Publica regularmente em revistas especializadas e generalistas. Desenvolve investigação nos domínios da sociologia da música; música, media, comunicação e tecnologias; género e música; culturas digitais; ópera e teatro musical, incidindo especialmente de finais do século XIX à atualidade. Artivism and places of resistance: understanding the 2021 Colombian protests as acts of communicative citizenship and solidarity Camilo Tamayo GOMEZ - The University of Huddersfield (UK) Abstract On 28 April 2021, different protests and demonstrations began across Colombia, initially in opposition to a proposed tax reform. Colombian President Iván Duque Márquez argued that the reform was crucial to overcome Colombia’s economic crisis and mitigate post-pandemic unemployment. The reforms involved a rise of taxes on basic products including food and utilities, moving middle-class earners into a higher tax bracket, and making the health care system more privatised. The reform aimed also to eliminate tax exemptions to lower-class individuals, as well as increasing taxes imposed on businesses. After four days of protests, the government withdrew the tax proposal. Nevertheless, demonstrations regarding a range of diverse issues, including economic inequality, police violence, unemployment, and poor public services, continued until July 2021. In Colombia’s history of protest, the 2021 mobilisations are the most serious public unrest in recent memory. According to Human Rights Watch (2021) and Amnesty International (2021), 68 deaths occurred during the four months of demonstrations. The principal responsible of have committed these killings against mostly peaceful demonstrators are the members of the Colombian National Police. Human Rights Watch documented 16 cases in which the police appear to have killed unarmed protesters or bystanders with live ammunition, 17 cases of protesters or bystanders being beaten, often with police truncheons, and 71 cases of gender-based violence by police officers, including rape, sexual assault, slapping and verbal abuse. Also, at least 419 people have been reported missing since the protests began. One of the main characteristics of these protests was the involvement of diverse urban and rural constituencies in a single national protest, where young people made up the core of the demonstrations. In this context, this paper aims to analyse how the 2021 Colombian protests can be understood as acts of communicative citizenship and solidarity. It will explore how the intersection between artivism and the symbolic reconfiguration of public spaces (streets, squares, public roads) during the protest, and the impact of police violence on demonstrators’ bodies, is showing new dimensions of citizenship where artistic expressions become a place of resistance and the public space a site of civic solidarity. keywords: artivism | communicative citizenship | solidarity | Colombian protests Tamayo Gomez, C. (2021). Social solidarity as a dimension of transitional justice: the case of ‘Cartography and Identification of Mass Graves’ in post- conflict Colombia. International Journal of Human Rights. DOI: 10.1080/13642987.2021.1895763. -Tamayo Gomez, C. (2020). Organised Crime Governance in Times of Pandemic: The Impact of COVID‐19 on Gangs and Drug Cartels in Colombia and Mexico. Bulletin of Latin American Research - BLAR Vol. 39, No. S1 (12-15). DOI: 10.1111/blar.13171 -Tamayo Gomez, C. (2019). Victims’ collective memory and transitional justice in post-conflict Colombia: the case of the March of Light. Memory Studies, 17.2 issue, 1-14. DOI:10.1177/1750698019882055-Tamayo Gomez, C. and Navarro-Bohórquez, D. (2018). Cuando la razón no lo explica todo. Implementación de acciones de ciudadanías comunicativas en el marco del conflicto armado colombiano desde una mirada trasnacional. [When Reason Does Not Explain Everything: Implementations of Communicative Citizenship Actions in the Context of the Colombian Armed Conflict from a Transnational Perspective]. Palabra Clave 21 (4), 1107-1135.-Tamayo Gomez, C. (2017). Symbols, Communicative Citizenship Actions and the Claiming of Human Rights from a Transnational Perspective: the case of the Social Movement of Victims of Eastern Antioquia, Colombia. Émulations No. 18, 132 – 157. -Tamayo Gomez, C. and Navarro-Bohórquez, D. (2017). Después de la guerra: otra Medellín. Ciudadanías comunicativas, apropiación urbana y resignificación de espacios públicos en clave de memoria y posconflicto. [After the War: A Different Medellin. Communicative Citizenship, Urban Appropriation, and Resignification of Public Spaces Addressing Memory and Post-conflict]. Signo y Pensamiento, 36(70), 56-75. -Tamayo Gomez, C. and Bonilla, J. (2014). El deber de la memoria. La agenda investigativa sobre la cobertura informativa del conflicto armado en Colombia, 2002-2012. [The Duty of Memory. The Research Agenda on Mass Media Coverage of the Armed Conflict in Colombia: 2002-2012]. Palabra Clave 17 (1), 13-45.-Tamayo Gomez, C. (2012). Communicative Citizenship, preliminary approaches. Signo y Pensamiento, No. 60, June, 106 - 129. Camilo Tamayo GOMEZ, PhD, is Senior Lecturer in Criminology at the University of Huddersfield (UK). Senior Adviser in Transitional Justice for the United Nations Development Programme (UNDP) and appointed to Colombia’s Truth, Memory and Reconciliation Commission. He is also affiliated with the British Sociological Association (BSA) and is a board member of the Research Committee on Social Movements, Collective Action and Social Change (RC48) of the International Sociological Association (ISA). His current research focuses on the relationship between security, conflict, transnational and comparative criminology, global south criminology, multiplatform social justice, and transitional justice from a sociological perspective. Procurando a DIVA no Sul Global. Feminismo, arte e política Paula GUERRA - Universidade do Porto / Griffith Center for Social and Cultural Research Cláudia de OLIVEIRA - Escola de Belas Artes/UFRJ Resumo Esta comunicação terá como foco analítico a obra Diva de Juliana Notari. Ao se tratar de uma vulva gigante que emerge no meio de uma área que fora um canavial, em Pernambuco, várias ondas de contestação emergiram, a sua maioria oriundas de homem cis e misóginos. Com esta abordagem, pretendemos evidenciar que esta produção artística se assume como um retrato do artivismo estético e político que tem caracterizado as sociedades contemporâneas, mas também enquadrá-la no âmbito dos processos de resistência que demarcam os quotidianos, os discursos e as vivências em países do Sul Global, em que as desigualdades de género são profundas e estão incrustadas. É a partir de uma metodologia de caráter qualitativo, assente numa análise de conteúdo da obra da artista Juliana Notari que fundamos a nossa análise, procurando refletir e questionar os cânones do gênio masculino, bem como a evolução e a consolidação de uma história social da arte feminista. keywords: feminismo | corpo como arma política | artivismo | sul global | história da arte | sociologia Paula GUERRA é professora de Sociologia na Universidade do Porto e investigadora no Instituto de Sociologia da mesma universidade. É professora adjunta associada do Griffith Center for Social and Cultural Research na Austrália. É fundadora e coordenadora do Projecto KISMIF, co- coordenadora da Internacional Conference KISMIF e cofundadora e co- coordenadora da Rede de Sociologia da Cultura e das Artes, Todas as Artes. Paula é coautora dos livros DIY Cultures and Underground Music Scenes (Routledge, 2018), Punk Reader. Research Transmissions from the Local and the Global (Intellect, 2019), Punk, Fanzines and DIY Cultures in a Global World. Fast, Furious and Xerox (Palgrave, 2020), e Trans-Global Punk Scenes. The Punk Reader Volume 2 (Intellect, 2021). Cláudia de OLIVEIRA é professora associada de História da Arte da Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro. É membro permanente do PPGAV – Programa de Pós-Graduação da Escola de Belas Ates da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Membro da Rede de Sociologia da Cultura e Artes, Todas as Artes. Cláudia é organizadora de Mulheres na História: inovações de Gênero entre o público e o privado (Faperj/Leterar, 2019), A Cidade Mulher (Faperj/Mauad, 2016), Criações compartilhadas: artes, literatura e ciências sociais (Faperj/mauad, 2014). Capítulos em publicações estrangeiras: Magazines and Modernity in Brazil: Transnationalisms and Cross-Cultural Exchanges (Anthean, 2020, UK), Paris Fashion and World War Two Global Diffusion and Nazi Control (Bloomsbury, 2020) No Fun at All. Contributos para uma abordagem do punk, da slow fashion e do ativismo climático Paula GUERRA - Universidade do Porto / Griffith Center for Social and Cultural Research Sofia SOUSA - FLUP / IS-UP Resumo Vivienne Westwood é uma das mais infames designers de moda, sendo considerada como a percursora e pioneira no âmbito da moda e estética punk (Unsworth & Mooney, 2019). Vivienne sempre se pautou por uma atitude provocadora no sentido em que sempre utilizou a moda como uma força política e como uma forma de protesto (Guerra & Figueredo, 2019). Atualmente, Vivienne continua a utilizar a moda nos mesmos moldes contestatários e reivindicativos estando focada em causas ambientalistas. Assim, ela assume-se como uma das principais defensoras dos modelos e criações sustentáveis (Shulte & Lopes, 2013) e eco friendly (Refosco et al., 2011). Com efeito, temos como objetivo estabelecer uma análise diacrónica em torno de Vivienne Westwood, desde os primórdios da moda punk até à atualidade, focando em tópicos como: a praxis e ethos do-it-yourself (DIY); slow fashion; green fashion, moda sustentável e ativismo climático. A personalização e a oposição face às sociedades homogeneizadas foram a ordem do dia em relação à moda (Guerra, 2019). De certo modo, o DIY, neste sentido, conseguiu manter esta ideologia, de forma mais ou menos consistente, até à década de 1990, sendo que após esse marco e com o advento das novas tecnologias, tudo se tornou massificado. Com a entrada nos anos 2000, esta filosofia acaba por se ligar aos slow fashion movements, ligação essa que resulta principalmente da adoção de uma conduta de contestação face aos gostos hegemónicos. A slow fashion, emerge, então, como um meio de resistência face aos modos convencionais de consumismo, mas também como uma revolta face ao hipermodernismo acelerado e produtivista, isto é, afirma-se como uma forma de ativismo climático e ambiental latente. Paralelamente, a slow fashion– aliada ao DIY – surge como uma contestação ao sistema e à superestrutura da moda contemporâneos. Aliás, é aqui que reside o foco da nossa pesquisa e proposta. Ao adotarmos uma abordagem de caráter qualitativo e visual, pretendemos igualmente fornecer algumas pistas face à presença e à importância de estilistas portugueses da slow fashion, com o intuito de proporcionar uma aproximação teórico-empírica às emergentes modalidades de ativismo climático, perpetuadas através da moda que tiveram o seu epicentro mediático junto de estilistas de renome, tais como Vivenne Westwood. Com efeito, é nosso interesse retratar o campo da moda enquanto um movimento social contemporâneo, centrado na re-significação de contextos, de experiências, de ideais e de ideologias, ou seja, pretendemos enquadrar a slow fashion enquanto uma alternativa à fast fashion, isto é, ao capitalismo multinacional e ao consumo em massa. Em breviário, esta proposta visa examinar o impacto ambiental e social da moda – numa perspetiva histórico-social, diacrónica e sincrónica -, partindo do caso específico das criações de Westwood (Westwood & Kelly, 2015) e, subsequentemente, pontuando o papel de estilistas portugueses tais como Marita Setas Ferro, Rita Canas Correia, Teresa Catapirra e Margarida Marques Almeida. keywords: slow fashion | punk | DIY | Vivenne Westood | environmental activism Guerra, P. (2021). So close yet so far: DIY cultures in Portugal and Brazil. Cultural Trends, v.30, n.2, pp.122-138.Guerra, P. (2019). Angels with dirty faces: punk, moda e iconoclastias contemporâneas. dObra[s]. Associação Brasileira de Estudos e Pesquisas em Moda (Abepem), V. 12, n.º 26 (2019), pp. 124-149.Guerra, P. & Figueredo, H.G. (2019). Today Your Style, Tomorrow The World: Punk, moda e imaginário visual. Modapalavra e- periódico, 12 (23), pp. 73-111.Refosco, E.; Oenning, J. & Neves, M. (2011). Da Alta Costura ao Prêt-à-porter, da Fast Fashion à Slow Fashion: um grande desafio para a Moda. Modaplavra E-periódico, 8, pp.1-16. Shulte, N. & Lopes, L. (2013). A moda no contexto da sustentabilidade. Modapalavra E-periódico, 6 (11), pp.194-211. Unsworth, C. & Mooney, J. (2019). Defying Gravity: Jordan's Story. London: Omnibus Press. Westwood, V. & Kelly, I. (2015). Vivienne Westwood. London: Picador. Paula GUERRA é professora de Sociologia na Universidade do Porto e investigadora no Instituto de Sociologia da mesma universidade. É professora adjunta associada do Griffith Center for Social and Cultural Research na Austrália. É fundadora e coordenadora do Projecto KISMIF, co- coordenadora da Internacional Conference KISMIF e cofundadora e co- coordenadora da Rede de Sociologia da Cultura e das Artes, Todas as Artes. Paula é coautora dos livros DIY Cultures and Underground Music Scenes (Routledge, 2018), Punk Reader. Research Transmissions from the Local and the Global (Intellect, 2019), Punk, Fanzines and DIY Cultures in a Global World. Fast, Furious and Xerox (Palgrave, 2020), e Trans-Global Punk Scenes. The Punk Reader Volume 2 (Intellect, 2021). Sofia SOUSA é mestre em Sociologia e doutoranda em Sociologia, com Bolsa FCT (com a ref. 2021.06637.BD) referente ao projeto “Todos os Mundos Dentro do Porto. Mulheres migrantes, artes e artivismos na contemporaneidade portuguesa”, na Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP). Investigadora no Instituto de Sociologia da Universidade do Porto (IS-UP). Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Via Panorâmica, s/n, 4150-564, Porto, Portugal. Email: sofiarsousa22@gmail.com. ORCID: 0000-0002-3504-5394. O traço contínuo do envelhecimento por entre o amor, o sexo e o erotismo / The continuous line of Aging between love, sex and eroticism Gisela de Oliveira GUSMÃO - Universidade Federal do Mato Grosso Caroline Zablonski D´AGOSTINI - Centro Universitário Belas Artes de São Paulo Resumo Trata-se de um trabalho em desenvolvimento que objetiva refletir sobre a imagem corporal e social dos idosos, que à medida que se distanciam do padrão estético de beleza e de juventude, por vezes têm apagada e anulada sua sexualidade. Pretende também produzir um e-book informativo, que discutirá amor, sexo e erotismo na velhice, a fim de confrontar o estereótipo do idoso apático e solitário, desinteressado dos temas em questão, e, será disponibilizado em plataformas de venda online, com custo irrisório. O e- book contará com ilustrações eróticas, utilizando-se de duas técnicas, a saber: Traço Contínuo e Desenho Gestual. A primeira é uma dinâmica que faz com que linhas orgânicas unidas exprimam formas enquanto a imagem da ilustração se completa na mente do observador, usufruindo da Lei do Fechamento da Gestalt, que como diria Gomes Filho (2008, p.27) em seu livro "Gestalt do objeto: sistema de leitura visual da forma", a Lei do Fechamento da Gestalt funciona quando: "As forças de organização da forma dirigem-se espontaneamente para uma ordem espacial que tende à formação de unidades em todos os fechamentos." Desta forma, nossa mente buscando uma organização, analisa os espaços vazios e as formas preenchidas buscando uma imagem completa, além do simbolismo da unificação das linhas em relação à união que a sexualidade pode trazer entre as pessoas. Já o Desenho Gestual visa capturar o movimento e a expressão do objeto de estudo, com fluidez e dinâmica, não priorizando a perfeição. Como descrito por Boerboom e Proetel (2018), embora uma linha ou um desenho sobre o papel permaneçam estáticos, somos capazes de perceber movimento, mudanças, bem como a passagem do tempo. A fim de contemplar as questões da sexualidade na senescência, tomamos como base os conceitos de Norbert Elias, construídos a partir da sua experiência pessoal e os desvelou como percebidos de maneira diferente em diversas sociedades e culturas. Entretanto, o ponto comum seria a impossibilidade de se colocar no lugar do idoso para quem não está no processo de envelhecimento, cuja imagem social é muito negativa, e muito cristalizada mesmo no imaginário contemporâneo. Junta-se aí o fato de o erotismo ser interdito na velhice dando margem a expressões pejorativas, dirigidas aos idosos(as), em momentos de expressão sexual e erótica normalmente aceitáveis para os jovens, tais como: assanhado(a), safado(a), tarado(a), nojento(a). Nosso trabalho propõe reflexões baseadas na visão de Bataille (1997), para quem o erotismo se apresenta em uma forma muito peculiar de prática sexual, enunciada somente quando o sexo transpõe a função reprodutiva, ponto de início a um processo de autoconhecimento e de completude no outro. keywords: sexualidade do idoso | erotismo no envelhecimento | desenho gestual | desenho de traço contínuo Abstract The continuous line of Aging between Love, Sex and Eroticism. It is a work in progress that aims to reflect about the body and the social image of the elderly, who, not corresponding to the aesthetic standard of beauty and youth, sometimes they have erased and annulled their sexuality. It also intends to produce an informative e-book, which will discuss love, sex and eroticism in old age, in order to confront the stereotype of the apathetic and lonely elderly, indifferent to these themes, and will be made available on online sales platforms, at a negligible cost. The e-book will feature erotic illustrations, using two techniques, namely: Continuous Line Sketch and Gesture Drawing. The first is a dynamic that makes organic lines unite expressed forms while the image of the illustration is completed in the mind of the observer, making use of the Gestalt Law of Closure, which as Gomes Filho (2008, p.27) would say In his book "Object Gestalt: Visual Form Reading System", the Gestalt Law of Closure works when: "The organizing forces of form spontaneously move towards a spatial order that tends to form units in all closures". In this way, our mind looking for an organization, analyzes the empty spaces and the filled forms looking for a complete image, in addition to the symbolism of the unified lines in relation to the union that sexuality can bring between people. The Gesture Drawing, on the other hand, aims to capture the movement and expression of the object of study, with fluidity and dynamics, not prioritizing perfection. As described by Boerboom and Proetel (2018), although a line or a drawing on paper remains static, we are able to see movement, changes, as well as the passage of time. In order to contemplate the issues of sexuality in senescence, we took as a basis Norbert Elias’s concept, built from his personal experience and unveiled them as perceived differently in different societies and cultures. However, the common point would be the impossibility of putting themselves in the place of the elderly for those who are not in the aging process, whose social image is very negative, and very crystallized even in the contemporary imagination. Added to this is the fact that eroticism is prohibited in old age, giving rise to pejorative expressions, aimed at the elderly, in moments of sexual and erotic expression normally acceptable to young people, such as: horny, naughty, pervert, disgusting (a). Our work proposes reflections based on Bataille's (1997) vision, for whom eroticism presents itself in a very peculiar form of sexual practice, enunciated only when sex transposes the reproductive function, the starting point of a process of self-knowledge and completion in the other. keywords: elderly sexuality | erotism and ageing | gesture drawing | continuous line drawing AXT, Gunter. Identidades encanecidas entre Simone de Beauvoir, Gilberto Freyre, Edgar Morin, Samuel Beckett, Nancy Huston e J.M Coetzee. Interfaces Brasil/Canadá. Florianópolis/Pelotas/São Paulo, v. 19, n. 2, 2019, p. 15-38 Disponível em: https://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index. php/interfaces/article/view/16570/10512 Acesso: 04 Jan. 2022.BATAILLE, Georges. O erotismo. Porto Alegre: L&PM, 1987.BOERBOOM, Peter. Desenhar o movimento / Peter Boerboom e Tim Proetel. Tradução Denis Facalossi. São Paulo: Editora Gustavo Gili, 2018. FARIA, Lina; CASTRO SANTOS, Luiz A. de; PATIÑO, Rafael Andrés. A fenomenologia do envelhecer e da morte na perspectiva de Norbert Elias. Cad. Saúde Pública 2017; 33(12):e00068217. ISSN 1678-4464. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/0102-311X00068217>. Acesso: 4 Fev. 2022.GOMES FILHO, João. Gestalt do objeto: sistema de leitura visual da forma | João Gomes Filho - 8. ed. rev. e ampl. - São Paulo: Escrituras Editora, 2008. ROMERO, Maria Rosilane Z. Erotismo, Velhice e Conhecimento em o Amor nos Tempos do Cólera. 2009. 104 f. Dissertação (Mestrado em Letras) - Área de Concentração em Leitura e Cognição, Universidade de Santa Cruz do Sul. Santa Cruz do Sul, 2009. Disponível em: http://hdl.handle.net/11624/386. Acesso: 20 Jan. 2022. Gisela de Oliveira GUSMÃO, Psicóloga Clínica e Social pelo Centro Universitário São Camilo-São Paulo/Brasil; Psicanalista de Casal e Família pelo Instituto de Ensino Laços Psicologia/São Paulo. Especialista em Geriatria e Gerontologia – Anhanguera-UNIDERP/Brasil. Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Estudos da Cultura Contemporânea da Universidade Federal do Mato Grosso/Brasil onde, participa dos grupos de pesquisa ContemporArte, Multimundos e Núcleo de Estudos do Contemporâneo. Tutora e conteudista das disciplinas de Musicoterapia e Cantoterapia da Faculdade Unyleya. Membro da Associação Paulista de Terapia Familiar. A pandemia sob o olhar da arte: uma análise discursiva da exposição “Presença na ausência” / The pandemic through Art's Look: a discursive analysis of the exposition "Presence in Absence" Gislene Feiten HAUBRICH - CITCEM Maria Manuela Gomes de Azevedo PINTO - CITCEM/ FLUP Resumo O papel das artes para a reflexão, questionamento e transformação das práticas sociais é sine qua non. O movimento contemporâneo voltado à Economia Criativa congrega diferentes políticas públicas, cujo foco está no desenvolvimento socioeconômico de nações. (REIS, 2008; LEITÃO, 2016). Todavia, a crise generalizada desencadeada pela pandemia de Covid-19 incrementou desafios a esse contexto. Artistas, em suas diferentes manifestações, viram-se fadados a encontrar meios alternativos para sobreviver ao processo de produção e partilha de suas obras (Quintela & Rodrigues, 2020). Neste sentido, desde o ápice da primeira onda da pandemia, em abril de 2020, inúmeras atividades culturais foram traduzidas de uma experiência tridimensional para outra, mediada por uma tela, a produzir um efeito potencializado de experiência imagética (Corso, Ávila & Kukul, 2020).Pode-se questionar, então: tais experiências (re)definem a relação que as audiências estabelecem com o cotidiano? Como os artistas apropriam-se destas novas formas de fazer arte e de questionar aspectos da vida social? Quais desdobramentos podem ser instigados mediante expectativas à construção de práticas coletivas, valores e visões de mundo distintas daquelas que preponderam na contemporaneidade? A fim de propor hipóteses a tais questões, este estudo apresenta uma análise discursiva da exposição virtual “Presença na Ausência”, uma iniciativa colaborativa, encabeçada por uma equipe multidisciplinar, cuja manifestação “apresenta trabalhos que dialogam com a experiência do isolamento social.” (Exposição, 2022). As 50 obras selecionadas para compor a exposição foram expostas no Espaço Átrio, do Teatro Feevale, e a visitação foi traduzida à modalidade virtual com o propósito de viabilizar uma experiência com o museu em detrimento às regras de distanciamento físico que culminaram com o fechamento provisório de espaços devotos a arte ao redor do mundo. A investigação problematiza visões de futuro a partir de indagações emergentes das obras, tendo em conta a breve descrição elaborada pelos artistas para apresentá-las e vinculá-las à narrativa pretendida pela mostra virtual. Define-se como objetivo identificar e analisar elementos do ato de linguagem (Charaudeau, 2010, 2012) de artistas participantes da exposição “Presença na Ausência”, expresso em 22 vídeos de curta duração, que sustentam hipóteses acerca de futuros possíveis em decorrência das questões levantadas pelas obras. Trata-se de um estudo exploratório, com ênfase descritiva e abordagem qualitativa. O corpus é composto pela transcrição dos discursos expressos por artistas e disponibilizados no site da mostra por meio audiovisual. A seleção se justifica mediante o enfoque na contextualização da experiência de criação da obra selecionada ao período de isolamento condicionado pela pandemia, tema da exposição. Entre os resultados esperados, destaca-se a proposição de uma agenda temática acerca de possibilidades de investigação futuras que incluam questões relativas à memória coletiva, ao meio ambiente e à relação espaço-tempo. keywords: exposição | presença na ausência | agenda temática | arte | Abstract The role of the arts in reflecting, questioning, and transforming social practices is a sine-qua-non situation. The contemporary movement towards the Creative Economy brings together different public policies whose focus is on the socio-economic development of nations. (REIS, 2008; LEITÃO, 2016). However, the generalised crisis triggered by the Covid-19 pandemic has increased challenges to the context. In their different forms of expression, artists have found themselves doomed to achieve alternative ways to survive the process of producing and sharing their work. (Quintela & Rodrigues, 2020). In this sense, since the peak of the first wave of the pandemic, in April 2020, numerous cultural activities have been translated from one three-dimensional experience to another, mediated by screens, producing a potentiated effect of imagery experience (Corso, Ávila & Kukul, 2020).One can then argue: do these screen experiences (re)define the relationship that audiences establish between art and their everyday life? How do artists appropriate these new art-making methods and question aspects of culture and society? What developments can be instigated through expectations for constructing collective practices, values, and worldviews different from those that prevail in contemporary times? To propose hypotheses to such questions, this study presents a discursive analysis of the virtual exhibition "Presence in Absence", a collaborative initiative led by a multidisciplinary team, whose exposition "presents works that dialogue with the experience of social isolation." (Exhibition, 2022). The 50 works selected to compose the exhibition were exhibited at the Atrio Area, at Teatro Feevale, and the visit translated into a virtual mode to enable an experience with the museum. It is essential to highlight that the cultural sector has suffered many sanctions due to the rules of physical distancing that culminated in the temporary closure of spaces devoted to art around the world.The investigation inquires visions of the future from the issues discussed by the pieces of art, taking into account the brief description prepared by the artists to present them and link them to the narrative intended by the virtual exhibition. The objective is to identify and analyse elements of the artists’ language act (Charaudeau, 2010; 2012), expressed in 22 short videos, which support hypotheses about possible futures as a result of the questions raised by the exhibited works. It is an exploratory study with a descriptive emphasis and a qualitative approach. The corpus consists of the transcription of speeches expressed by artists and made available on the exhibition’s website. The artists’ speeches contextualise their experience of creating and selecting the work presented in the exposition, relating it to the period of isolation conditioned by the pandemic, the exhibition's theme. Among the expected results, we highlight the proposition of a thematic agenda about possibilities for future research that include issues related to collective memory, environment, and the space-time relationship. keywords: exhibition | presence in absence | tematic agenda | arts Charaudeau, P. (2012). O discurso das Mídias. Contexto, São Paulo.Charaudeau, P. (2010). Linguagem e Discurso. Contexto, São Paulo.Corso, A.; Ávila, C. & Kukul, V. (2020). Economia Criativa em tempos de pandemia: o caso do Museu do Isolamento no Instagram. Anais do V Colóquio Interprogramas Secomunica 2020. 27 de novembro de 2020, Brasília, Brasil. Disponível em: https://portalrevistas.ucb.br/index. php/AIS/article/view/12583Exposição Presença na Ausência. (2021). Disponível em: https://presencanaausencia.com.br/LEITÃO, C. (2016) “Ter ou não ter o direito à criatividade, eis a questão”: sobre os desafios, os impasses e as perspectivas de um Brasil Criativo. In: LEITÃO, C. & MACHADO, A. (Ed.). Por um Brasil Criativo. Belo Horizonte: Código Editora.Reis, A. (Ed.). (2008). Economia Criativa como estratégia de desenvolvimento: uma visão dos países em desenvolvimento. São Paulo: Itaú Cultural.Quintela, P. & Rodrigues, V. (2020). Pandemia e cultura: (ainda) a urgência de um pensamento lento. In: Leão, T. (ed.). Cadernos da Pandemia, V. 5 - Em Suspenso. Reflexões Sobre o Trabalho Artístico, Cultural e Criativo na Era Covid-19. Disponível em: https://sigarra.up.pt/flup/pt/noticias_geral. ver_noticia?p_nr=112823 Gislene Feiten HAUBRICH é doutora em Processos e Manifestações Culturais. Pesquisadora colaboradora do CITCEM. Pesquisadora independente no Coffee and Work Lab. Membro do comitê diretivo do Research Group on Collaborative Spaces. Maria Manuela Gomes de Azevedo PINTO é professora auxiliar da Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Investigadora integrada do CITCEM. Dos processos de erosão e de resistência da alternativa artística na contemporaneidade portuguesa recente Susana JANUÁRIO - IS-UP Resumo A partir do estudo de manifestações artísticas urbanas multidisciplinares e transdisciplinares, que pontuam a contemporaneidade portuguesa, discute- se a pertinência do epíteto de alternativa artística num modelo social caracterizado pelo hibridismo e afetado por processos transversais de mercadorização, massificação e institucionalização. Erodido em grande parte por estes processos, o termo alternativo/a no seio do campo artístico implica não só uma abordagem necessariamente sócio-histórica como um esforço de relativização e revisitação atualizado. A reflexão em torno da pertinência em considerar-se a atualidade e premência da alternativa artística, inclusivamente potenciadora de um subcampo artístico, resulta de uma investigação incidente num conjunto de manifestações artísticas (estudo de casos múltiplos) -festivais e espaços artísticos urbanos distribuídos pelo território nacional - cuja emergência assenta em lógicas do- it-yourself (DIY), na experimentação e no ecletismo artísticos. Ou seja, iniciativas que surgem no âmbito de dinâmicas disruptivas em relação a estruturas e processos normativos institucionalizados (quer por via do mercado, quer por via das instituições) e que potenciam novas formas de produção e circulação de obras artísticas. E que sustentam a sua emergência em processos e dinâmicas não formais, de autogestão e na já mencionada lógica DIY. Por seu turno, a análise dos processos de evolução e consolidação dessas iniciativas mostra uma crescente formalização e uma tendência à sua institucionalização. Disto (institucionalização) não se pode dissociar uma dinâmica igualmente crescente de reconhecimento, consagração e legitimação artístico-cultural. Por sua vez, a sustentabilidade (material, económica) destas estruturas, cuja origem é precária pela sua informalidade, implica uma maior organização e gestão e uma consequente profissionalização das estruturas. A formalização decorre, em grande parte, da necessidade de financiamento e sustentabilidade, mas igualmente dos próprios processos genéricos e transversais do campo artístico e cultural, como a referida profissionalização, estruturação e normalização inerente às lógicas e mecanismos de legitimação e de reconhecimento artísticos. De estes não se pode dissociar a permeabilização do campo artístico e cultural à validação dos públicos enquanto audiência (massificação) e aos pressupostos tendencialmente hegemónicos de valorização económica, nomeadamente, dos territórios. Em que medida, portanto, se pode defender, nos dias de hoje, a persistência e pertinência da alternativa? Que marcas distintivas encontramos nas manifestações artísticas em estudo que permita a delimitação de um subcampo artístico específico? Fará sentido defender a (r)existência da alternativa na atualidade? keywords: manifestações artísticas urbanas de pendor alternativo | processos de institucionalização, de mercadorização e de massificação | lógicas e ethos DIY Susana JANUÁRIO é investigadora (em regime de colaboração) do Instituto de Sociologia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Doutoranda em Sociologia na mesma faculdade, bolseira FCT com o projeto ARTOPIA - Trajetos, interseções e circunstâncias de manifestações artísticas urbanas de pendor alternativo no Portugal contemporâneo. Black Women in Resistance: a study of three writers of the Harlem Renaissance Meriem KEFI - University of Versaille Abstract Art and literature have often been used as means of resistance in the fight for Civil Rights as well as social equality in the United States. In a context of racial and gender discrimination, African-American artists have combined creativity with activism as they have fought for their talent and humanity to be recognized. In the 1920s, the Harlem Renaissance came as a turning point in black cultural history. Also called “The New Negro Movement,” this rebirth of Black-American culture aimed to subvert the derogatory image ascribed to African-Americans and to construct a new racial identity. The Harlem Renaissance indeed gave space and a voice to African-Americans, especially to African-American women, allowing them to resist a white male- dominated world through the production of an unprecedented number of artistic works. This paper focuses on three African-American women writers of the Harlem Renaissance: Nella Larsen (1891-1964), Jessie Redmon Fauset (1882-1961) and Zora Neale Hurston (1891-1960) who, though well-known in the United States, have met with limited recognition in Europe. Although they shared the same purpose, their strategies are different. While in their best works Larsen and Fauset opted for narratives of passing, Hurston chose to situate her stories in a black world, ignoring the very existence of Whites. This paper aims at exploring the generic, narrative and stylistic characteristics of their production while delineating their specificity. keywords: resistance | Harlem renaissance | race | gender | African-American DuBois, W.E.B. The Souls of Black Folk. Rockville: Arc Manor, 2008 (1903).Fabre, Geneviève, and Michel Feith. Temples for Tomorrow: Looking Back at the Harlem Renaissance. Bloomington: Indiana University Press, 2001.Fauset, Jessie Redmon. "Plum Bun: A Novel Without A Moral." Beacon Press: Boston, 1990 (1929).Gates, Henry Louis. Figures in Black: Words, Signs, and the “Racial” Self. New York: Oxford Univeristy Press, 1987.Gibson, Donald. B. “The Harlem renaissance City: Its Multi-Illusionary Dimension.” The City of African-American Literature. Hakutani Yoshinobu, ed. Madison, New Jersey: Farleigh Dickenson, 1995. Gilroy, Paul. The Black Atlantic: Modernity and Double Consciousness. Harvard: Harvard University Press, 1993.Ginsberg, Elaine, Ed. Passing and the Fictions of Identity. Durham: Duke UP, 1996.Hurston, Zora Neale. "Their Eyes Were Watching God." New York: Virago, 2007 (1937).Kawash, Samira. Dislocating the Color Line: Identity, Hybridity, and Singularity in African- American Narrative. Stanford: Stanford UP, 1997.Larsen, Nella. "Passing." New York: Anchor Book, 1992.Sollors, Werner. Neither Black nor White Yet Both: Thematic Exploration of Interracial Literature. Cambridge: Harvard University Press, 1997. Meriem KEFI is PhD in American literature. Resiliência: aprendizados de uma residência pensada e realizada junto com mulheres do hip hop Gabriela LEAL - CICS.NOVA Resumo Nesta comunicação, proponho compartilhar os desafios práticos e metodológicos de uma etnografia interessada em acessar e pensar junto com uma dimensão nem sempre visível das práticas expressivas e artísticas: os processos criativos. Para tal, relato as experiências e aprendizados da realização de uma residência artística junto com artistas do hip hop – writers, rappers e beatmakers – em Lisboa, em março de 2022. A residência foi idealizada e organizada por mim, junto com outras duas artistas da cena de hip hop, e aconteceu ao longo de dois sábados. Neste período, as participantes se engajaram em processos criativos coletivos, que tiveram como disparador um exercício cartográfico baseado nas metodologias das cartografias críticas. Esta metodologia estimulou e mediou discussões sobre as diferentes experiências de cidade de cada artista, bem como permitiu identificar elementos comuns, tomados posteriormente como temas a serem trabalhados no desenvolvimento dos produtos artísticos da residência, a saber, a pintura de um mural de graffiti e a gravação de um rap. Adicionalmente, a atividade resultou em um fanzine, que se propôs a sistematizar e compartilhar os conteúdos e as experiências que tiveram lugar ali. A residência abriu uma janela para acessar processos criativos e imaginativos enquanto eles estão a acontecer, bem como evidenciou a importância da dimensão do fazer e, sobretudo, do fazer junto. Esta iniciativa integra a minha pesquisa de doutoramento, onde investigo epistemologias urbanas a partir dos saberes produzidos por rappers mulheres nas periferias de São Paulo, Luanda e Lisboa. A residência foi realizada com o apoio do projeto “Artcitizenship - Juventude e as artes da cidadania: práticas criativas, cultura participativa e activismo”, financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT). keywords: práticas expressivas e artísticas | processos criativos | residência artística| hip hop Gabriela LEAL é doutoranda em Estudos Urbanos (NOVA FCSH & Iscte), e integra o Centro Interdisciplinar de Ciências Sociais (CICS.NOVA), onde desenvolve sua pesquisa com bolsa concedida pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), com referência UI/BD/151393/2021. É colaboradora do Grupo de Estudos de Antropologia da Cidade (GEAC- USP) e faz parte da comissão editorial da revista Ponto.Urbe (NAU-USP). Possui mestrado em Antropologia Social e bacharelado em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo; e especialização em Teorias e Práticas da Comunicação pela Fundação Casper Líbero. As suas pesquisas têm como temas principais os usos dos espaços urbanos, epistemologias urbanas, ativismos, periferias e práticas estéticas urbanas (como graffiti, pixação e rap). Paralelamente, desenvolve projetos independentes no campo das artes visuais, onde já colaborou com diferentes coletivos e foi contemplada em editais de fomento à cultura em São Paulo. O cinema como arma de mudança: a experiência do Clube de Cinema de Campanhã / Cinema as a weapon of change: the experience of Clube de Cinema de Campanhã Tânia LEÃO - IS-UP Gil FESCH - IS-UP Beatriz LACERDA - Clube de Cinema de Campanhã Resumo A apresentação aqui proposta terá por base um projeto em curso, intitulado 'Clube de Cinema de Campanhã (CCC)' — inserido no Programa Cidadãos Ativ@s, financiado pela EEA Grants e gerido pelas fundações Gulbenkian e Bissaya Barreto. O projeto, de âmbito local/regional, incide na freguesia de Campanhã, situada na zona oriental da cidade do Porto e que é, reconhecidamente, um território de exclusão e vulnerabilidade social. Trata- se de uma zona da cidade fragilizada por fenómenos intensivos de desindustrialização, degradação urbana, desemprego, pobreza e subsequente estigmatização social (Alves, 2008; Guerra, 2000; Pereira, 2017). É, também, a freguesia da cidade que, como vieram confirmar os resultados preliminares dos Censos 2021, mais perdeu habitantes, tendo apresentado uma percentagem de variação de -9,1% comparativamente a 2011.O CCC é um projeto de investigação-ação que surge para combater, desconstruir e repensar alguns dos fenómenos sociais e políticos descritos, mobilizando o cinema como ferramenta privilegiada de intervenção e diálogo. O seu público-alvo principal inclui jovens estudantes de Campanhã, preferencialmente a frequentar o 11.º ano de escolaridade, mas, também, jovens institucionalizados — estando, todavia, aberto à participação ampla da população, desde a comunidade educativa à associativa, passando pelas redes familiares, pessoas significativas para o grupo e outros agentes-chave do território (entre os quais, decisores políticos). A missão do CCC passa pela criação de um clube de cinema comunitário e colaborativo. São vários os estudos que revelam como os projetos que envolvem cinema em contexto escolar raramente se libertam da pedagogia tradicional, falhando em estimular a participação livre dos jovens, a reflexão crítica e o debate, e fazendo tábua rasa dos elementos sociais e ideológicos que, de forma inquestionável, permeiam os filmes (Cunha, 2016). Porém, a narrativa e estéticas cinematográficas podem ser bastante eficazes quando utilizadas para compreender vários aspetos da vida em sociedade (Nascimento, 2019). Através de uma programação diversificada e adaptada às motivações e preferências estéticas do público-alvo principal, o CCC tem dinamizado sessões semanais nas escolas, com diferentes enfoques temáticos, que proporcionam um diálogo aberto sobre as configurações políticas subjacentes a várias problemáticas: cidadania ativa e ativismo; racismo e xenofobia; migrações e território; comunidades LGBTQI+; preconceito e discriminação; igualdade de género; direitos humanos, entre outros temas. Enquanto projeto de investigação-ação, a metodologia empregue é mista. O método principal é o etnográfico, com recurso a um diário de campo e ao registo de imagens, articulado com a análise documental e estatística, a aplicação de um inquérito por questionário aos jovens e a realização de entrevistas a elementos da comunidade escolar. Espera-se que o Clube de Cinema de Campanhã possa contribuir para o despertar político, social e artístico do seu público-alvo, mas, igualmente, do público-satélite que o projeto tem vindo a envolver. E aspira-se à aplicação de um modelo sustentável, que possa ser replicado no futuro, naquele território, e, eventualmente, noutros territórios desfavorecidos. Nesta comunicação, pretendemos divulgar alguns dos resultados preliminares do projeto e, com isso, promover o debate em torno de tópicos como o cinema e educação, métodos não-formais ou cidadania ativa. keywords: cinema | metodologias não-formais | cidadania ativa |direitos humanos Abstract The current presentation takes as its starting point the preliminary experience of an ongoing project titled 'Clube de Cinema de Campanhã' — as part of the Active Citizens Fund, supported by the EEA Grants and implemented by the Calouste Gulbenkian Foundation in consortium with the Bissaya Barreto Foundation. Local to regional in scope, the project focuses on the territory of Campanhã, situated in the oriental part of Porto, known to be the most socially deprived and vulnerable area within the city. In late years, this parish council has been heavily affected by intensive deindustrialisation, urban decay, severe unemployment, poverty and, hence, social stigmatisation (Alves, 2008; Guerra, 2000; Pereira, 2017). Furthermore, as shown by the 2021 census, it is the area of Porto with the highest decrease in population when compared to 2011's data, scoring a variation of -9,1%.CCC is an action-research project hoping to fight, deconstruct and in a way reconsider some of these social and political phenomena, through the mobilisation of cinema as a privileged tool to bring about change and debate. Its main target audience includes young students of Campanhã, namely those in high school ages, as well as institutionalised teenagers — while also reaching out for the broader educational community and local associations, aside from family networks, key political actors, and other reference figures. The main goal of CCC is, therefore, to establish a cinema club that is local in scope and collaborative by nature. Recent studies show how projects involving cinema in school contexts often fall victims to the shortcomings of traditional pedagogy — proving themselves unable to nurture free participation, critical thinking, and dialogue among youngsters — and tend to obliterate the social and ideological aspects present in movies (Cunha, 2016). However, when properly addressed, the narratives and aesthetics of cinema can be of utmost importance to understand the complexity of life in society (Nascimento, 2019). Via a programming that is both diverse and adapted to the motivations and aesthetic preferences of its main target audience, CCC has therefore dynamized weekly school sessions built around different subjects, as means of rekindling debates about the political configurations underlying topics such as: active citizenship and activism; racism and xenophobia; migrations and territory; LGBTQI+ communities; prejudice and discrimination; gender equality; human rights, among others. As an action-research project, CCC sets in motion a mixed approach. While rooted on ethnography, with recourse to a field diary and photographic records, it also encompasses systematic document analysis and a body of statistical work, besides the application of a questionnaire survey among students and interviews involving members of the school community. All in all, CCC aims at contributing to a political, social and artistic awakening within a core group of young students and the project's broader audience. It hopes to develop a sustainable model that can be replicated in future situations — be it in this specific context or in some other socially deprived territories. With this presentation, CCC's team wishes to advance some preliminary results of the project and spur further reflection on the topics of cinema and education, non-formal methods and active citizenship, among others. keywords: cinema | non-formal methods | active citizenship | human rights Alves, S. (2008). A Geografia do Desemprego no Porto. Comunidades e territórios com maior vulnerabilidade à pobreza e à exclusão social. Cidades- Comunidades e territórios, 16, 43-67.Cunha, R. P. M. (2016). Cinema e Educação. Estudos de caso no Brasil e em Portugal. (Tese de doutoramento). Faculdade de Ciências Sociais e Humanas. Guerra, P. (2000). Recomposição espacial e social do tecido urbano portuense - o Bairro do Cerco do Porto enquanto espaço de análise. Paper presented at the III Congresso Português de Sociologia. Práticas e Processos de Mudança Social. Nascimento, J. (2019). Art, cinema and society: sociological perspectives. Global Journal of Human Social Science: C Sociology & Culture, 19(5).Pereira, M. J. P. (2017). Participação das crianças em territórios de exclusão social: possibilidades e constrangimentos de uma cidadania infantil ativa. Tânia LEÃO é doutorada em Sociologia com especialização em Cidades e Culturas Urbanas pela Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (FEUC). Os seus projetos de mestrado e de doutoramento centraram-se no estudo dos públicos de festivais de cinema portugueses. É investigadora integrada do Instituto de Sociologia da Universidade do Porto, investigadora principal no Observatório Social de Vila Nova de Gaia, e coordenadora científica do projeto “Clube de Cinema de Campanhã” (financiado pelos EEA Grants). Integra a Associação de Investigadores da Imagem em Movimento (AIM) e a European Network for Cinema and Media Studies (NECS). Colabora frequentemente com festivais e mostras de cinema, sua área de investigação preferencial. Gil FESH, investigador do Instituto e Sociologia da Universidade do Porto e do Centro de Estudos de Sociologia e Estática Musical. É mediador do Clube de Cinema de Campanhã. Beatriz LACERDA, Clube de Cinema de Campanhã. Mestranda na Faculdade de Letras da Universidade do Porto e animadora/mediadora. Do Festival Hip-Hop Konsienti à Kubaka: rap e (re)construção de uma identidade de resistência e emancipação Redy Wilson LIMA - Instituto Superior de Ciências Jurídicas e Sociai - Cabo Verde / CEsA/CSG/ISEG-UL Resumo Em 2010, no início do meu trabalho etnográfico junto de grupos de jovens armados na cidade da Praia, em Cabo Verde, percebi que o rap se tinha transformado num instrumento de comunicação privilegiado dos jovens sem direito à palavra inseridos num sistema sociopolítico e económico desigual. Com o seu estudo, a partir desse período, começou a ficar evidente que proporcionou igualmente a estes jovens uma plataforma transnacional e pan- africana de reivindicação que os permitiu produzir uma auto-reflexão enquanto sujeitos políticos e ler criticamente o contexto social, político e económico onde estão inseridos. Do mesmo modo, possibilitou a contextualização histórica da sua existência e a transição para o espaço público dos discursos infrapolíticos das ruas dos territórios em resistência. Com esta comunicação pretendo, por um lado, analisar a experiência do rap enquanto movimento social a partir dos trabalhos desenvolvidos pela Associação Djuntarti, entre os anos de 2008 e 2010, na cidade da Praia e, por outro, com foco na realização da residência artística do hip-hop Kubaka, no ano de 2020, na cidade do Mindelo, discutir a legitimidade da pesquisa científica no processo de auto-consciencialização e emancipação sociopolítica. keywords: rap | movimentos sociais | jovens | Cabo Verde Abstract In 2010, at the beginning of my ethnographic fieldwork with groups of armed youths in the city of Praia, Cabo Verde, i realized that rap had become a privileged communication tool for young people without the right to speak, inserted in an unequal socio-political and economic system. With their study, from that period onwards, it became evident that it also provided these young people with a transnational and pan-African platform of claim that allowed them to produce self-reflection as political subjects and to critically read the social, political and economic context. where they are inserted. Likewise, it enabled the historical contextualization of its existence and the transition to the public space of the infrapolitical discourses of the streets of the territories in resistance. With this communication i intend, on the one hand, to analyze the experience of rap as a social movement from the work developed by Associação Djuntarti, between 2008 and 2010, in the city of Praia and, on the other hand, focusing on the realization of the artistic residency of hip-hop Kubaka, in the year 2020, in the city of Mindelo, to discuss the legitimacy of scientific research in the process of self-awareness and sociopolitical emancipation. keywords: rap | social movements | youth | Cape Verde Barros, Miguel De.; Lima, Redy Wilson. Rap Kriol(U): O Pan-Africanismo De Cabral na música de intervenção juvenil na Guiné-Bissau e em Cabo-Verde. REALIS – Revista de Estudos AntiUtilitaristas e PosColoniais, vol. 2, n. 2, p. 89-117, 201Charry, Eric. A Capsule History of African Rap. In: Charry, Eric (Ed.). Hip-Hop Africa: New African Music in a Globalizing World. Bloomington: Indiana University Press, p. 1-25, 2012.Diouf, Mamadou. Engaging postcolonial cultures: african youth and public space. African Studies Review, vol. 46, n. 2, p. 1-12, 2003.DziewanskI, Dariusz. From East Harlem to Cape Town: Tupac Shakur’s legacy as a globalised oppositional repertoire. Ethnography, n. 0, p. 1-22, 2020. Filho, Lindolfo. Hip hopper: tribos urbanas, metrópoles e controle social. In: PAIS, José Machado; BLASS, Leila Maria da Silva (Orgs.). Tribos urbanas: produção artística e identidades. Lisboa: ICS, p. 145-167, 2004.Kelley, Robin. Foreword. In: Basu, Dipannita and Lemelle, Sidney (Eds.), The vinyl ain’t final. Hip hop and the globalization of black popular culture. London: Pluto Press, p. xi-xvii, 2006.Lima, Redy Wilson. “Jovens, processos identitários e sociedades em movimento: um olhar sócio-antropológico sobre a emergência dos movimentos juvenis identitários na cidade da Praia, Cabo Verde”. Africa Development (Dossiê African Youth and Globalization), vol. XLV, n. 3, pp. 97-120, 2020 Lima, Redy Wilson. “Di kamaradas a irmons: o rap cabo-verdiano e a (re)construção de uma identidade de resistência”. Tomo (Dossiê: Juventudes, Decolonialidades e Estéticas Insurgentes), n. 37, pp. 47-88, 2020Lima, Redy Wilson. Rappers cabo-verdianos e participação política juvenil. Revista Tomo, n. 21, p. 263- 294, 2012Martins, Rosana; Lima, Redy Wilson; Barros, Miguel de. Cultura de rua e políticas juvenis periféricas: aspectos históricos e um olhar ao hip-hop em África e no Brasil. Revista FAMECOS, v. 22, n. 1, p. 59-80, 2015.Mbaye, Jenny. Hip-hop political production, in West Africa: AURA and its extraordinary stories of Poto-Poto children. In: SAUCIER, Paul Khalil (Ed.), Natives tongues: an african hip-hop reader. Trenton: African Word Press, p. 51-68, 2011.Pardue. Derek. Cape Verde let’s go. Creole rappers and citizenship in Portugal. Champaign: University od Illinois Press, 2015.Prévos, André. Postcolonial popular music in France: rap music and hip-hop culture ih the 1980 and 1990s. In: MITCHELL, Tony (Eds.), Global noise. Rap and hip- hop outside the USA. Wesleyan University Press, p. 39-56, 2001.Saucier, Paul Khalil. Introduction. Hip-hop culture in red, black. And green. Saucier, Paul Khalil (Org.). Natives Tongues: An African Hip-Hop Reader. Trenton: African Word Press, p. xiii-xxiii, 2011Tang, Patricia. The Rapper as Modern Griot: Reclaiming Ancient Traditions. In: Charry, Eric (Ed.). Hip-Hop Africa: New African Music in a Globalizing World. Bloomington: Indiana University Press, p. 79-108, 2012 Redy Wilson LIMA (redywilson@hotmail.com) é formado em Sociologia (ULHT e FCSH-UNL, Portugal) e doutorando em Estudos Urbanos (FCSH-UNL e ISCTE-IUL, Portugal). É investigador não doutorado do Centro Interdisciplinar de Ciências Sociais da Universidade Nova de Lisboa - CICS.NOVA.FCSH (Portugal), investigador colaborador do Centro de Estudos sobre África, Ásia e América Latina - CEsA/CSG/ISEG-ULisboa (Portugal), membro do Conselho para o Desenvolvimento da Pesquisa em Ciências Sociais em África - CODESRIA (Dakar) e da Associação Portuguesa de Antropologia - APA (Portugal) e professor assistente convidado no Instituto Superior de Ciências Jurídicas e Sociais (Cabo Verde). Desenvolve pesquisas etnográficas no contexto cabo-verdiano nos campos da sociologia urbana, sociologia da violência e do crime, sociologia da juventude e movimentos sociais. Resonancia feminista: experiencias políticas en prácticas de tambores Mercedes LISKA - Universidad de Buenos Aires/CONICET Resumen Esta ponencia presenta un trabajo sobre la experiencia musical y política de una batucada conformada en el año 2014 que participó de manera activa y protagónica en diversas actividades vinculadas con las luchas y reivindicaciones de género y sexualidad libradas en las calles desde el año 2015 a esta parte en la ciudad y provincia de Buenos Aires. Dicha experiencia se inscribe dentro de un conjunto numeroso de prácticas musicales que en los últimos años han ido articulando formas de organización social de mujeres cis, personas no binarias y varones trans a través de la percusión, y que se convirtieron en espacios que vivencian el feminismo -y el transfeminismo- a partir de la conexión colectiva con la música. El análisis propone pensar el proceso artístico y activista de Batuka desde la noción de resonancia feminista, siguiendo un abordaje etnográfico participante. keywords: percusión | activismo | género y sexualidad | espacio público Bieletto-Bueno, Natalia. 2020. “Sonido, vocalidad y el espacio de audibilidad pública: el caso de la performance `Un violador en tu camina´por las Las Tesis Senior en el Estadio Nacional de Chile”. Boletín Música 54: 71-91. Cambria, Vincenzo; Edilberto Fonseca e Laize Guazina. 2016. “Com as pessoas”: Reflexões sobre colaboração e perspectivas de pesquisa participativa na etnomusicología brasilera”. En Etnomusicologia no Brasil, ed. Angela Lühning y Rosâgela Pereira de Tugny, 93-138. Salvador: EDUFBA Citro, Silvia. 2018. “Pasajes del Ni Una Menos. Reflexiones metodológicas sobre un ensayo colectivo de performance- investigación”, Claroscuro. Revista del Centro de Estudios sobre Diversidad Cultural 17: 1-28.Corti, Berenice. 2019. “Músicas afrobahianas en Buenos Aires. Performance in-corporada de prácticas de otros”, 291-303. Estudios Afrolatinoamericanos 4, Actas de las Sextas Jornadas del GEALA-Buenos Aires. De Lauretis, T. 1992 [1984]. Alicia ya no: feminismo, semiótica, cine. Valencia: Universitat de Valè. Delgado, Manuel. 2013. “Artivismo y pospolítica. Sobre la estetización de las luchas sociales en contextos urbanos”. Cuaderns-e 18 (2): 68-80.Drott, Eric. 2017. “Musical Contention and Contentious Music; or, the Drums of Occupy Wall Street”. Contemporary Music Review (noviembre), DOI: 10.1080/07494467.2017.1402461: 1-19. Expósito, Marcelo, Jaime Vindel y Ana Vidal. 2012. “Activismo artístico”. En Perder la forma humana. Una imagen sísmica de los años ochenta en América Latina, 43-50. Madrid: Museo Reina Sofía.Fraser, Nancy. 2019. ¡Contrahegemonía ya! por un populismo progresista que enfrente al neoliberalismo. Buenos Aires: Siglo XXI.Gago, Verónica. 2019. La potencia feminista. O el deseo de cambiarlo todo. Buenos Aires: Tinta Limón.Herschmann, Micael; Cíntia Sanmartin Fernandes. 2014. Música nas ruas do Rio de Janeiro. São Paulo: Intercom.Lagarde y de los Ríos, Marcela. 2012. El feminismo en mi vida. hitos, claves y topías. gobierno del distrito federal. Ciudad de México: Instituto de las mujeres del Distrito Federal.Liska, Mercedes y Alejandro Liska. 2020. Relevamiento Estadístico de la Actividad Musical. Análisis del Registro Único de Personas Músicas con perspectiva de Género. INAMU-Instituto Nacional de la Música: 1-42: https://inamu.musica.ar/observatorio-primer-informe.____. 2018. Entre géneros y sexualidades. Tango, baile y cultura popular. Buenos Aires: Milena Caserola. McReynolds-Pérez, Julia y Michael O´Brien. 2020. “Doing Murga, Undoing Gender Feminist Carnival inArgentina”. GENDER & SOCIETY, vol. 34 nº 3, (junio): 413–436. Osorio, Javier. 2019. “Acerca de los paisajes sonoros de la acción política”. Manuscrito no publicado. Acompaña el programa “Atravesando el paisaje sonoro de la protesta”. Playlist. 1:40 min. En Archive: https://archive.org/details/paisajesonorodelaprotesta Richard, Nelly. 2013. “Lo político en el arte: arte, política e instituciones”. Santiago de Chile. ARCIS University: https://hemi.nyu.edu/hemi/es/e-misferica- 62/richard Rovetto, Florencia. 2015. “Violencia contra las mujeres, comunicación visual y acción política en Ni Una Menos y Vivas Nos Queremos”. Revista Contratexto 1: p. 13 - 34.Sanmartin Fernandes, Cíntia. 2021. “Corpo é comunicação “. En Resistências compartilhadas: comunicação, liberdade e cidadania, editado por Nair Prata, Sônia Jaconi, Rodrigo Gabrioti y Genio Nascimento, 189-221.Segato, Rita. 2016. La guerra contra las mujeres. Buenos Aires: Traficantes de sueños. Titon, J. T. 1992. “Music, the Public Interest, and de Practice of Ethnomusicology. Ethnomusicology 36 (3): 315-322.Verzero, Lorena. 2021a. “El presente como archivo: inscripciones del futuro en el artivismo prepandémico”. Taller de Letras: 181 – 196. Mercedes LISKA estudió piano y etnomusicología en el Conservatorio de Música Manuel de Falla, la Maestría en Comunicación y Cultura y el Doctorado en Ciencias Sociales en la Universidad de Buenos Aires. Realiza investigaciones sociales de la música para el Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas (CONICET) con sede en el Instituto de Investigaciones Gino Germani. Da clases en la Universidad de Buenos Aires y en la Universidad de las Artes. Cinema, memória e educação: o papel da reflexão crítica em contexto escolar na descolonização do conhecimento Isabel MACEDO - CECS-Universidade do Minho Rosa CABECINHAS - CECS-Universidade do Minho Resumo São inúmeras as iniciativas em todo o mundo que têm contestado os regimes dominantes e as formas hegemónicas, discursivas e estéticas, de interpretação do passado colonial. O diálogo e a reflexão crítica no processo de ensino-aprendizagem podem promover um repensar crítico das imagens veiculadas sobre o passado colonial e sobre os seus efeitos no presente. Nesta proposta, entendemos que a reflexão sobre o passado colonial pode contribuir para a construção de processos alternativos de memória pública. Repleto de artistas contemporâneos que contestam ativamente as representações coloniais e a colonialidade duradoura do poder (Mignolo, 2000) através de criações inovadoras, o cinema, em particular, tem um papel central na descolonização do conhecimento. Filmes como 48 (2011), de Susana de Sousa Dias, ou Uma memória em três atos (2017), de Inadelso Cossa, podem contribuir, assim, para uma transformação da memória pública, estimulando as pessoas a refletir sobre o passado colonial, a violência vivida, a interrogar as suas visões do passado, do presente e do futuro, a fomentar o conhecimento mútuo e denunciar expressões de racismo no mundo contemporâneo, constituindo um importante instrumento de transformação social. Nesta comunicação apresentamos os resultados de grupos focais com 38 jovens que frequentam o ensino secundário no norte de Portugal, realizados em 2020 e 2021. Em estudos anteriores de receção de filmes nas escolas (Macedo, 2017; Pereira, 2019), verificou-se que os jovens, sem experiência direta do passado colonial, mobilizam estereótipos quando refletem sobre as relações interculturais. Reconhecem que o racismo existe em Portugal, mas não se veem a si próprios como racistas. Os resultados dos grupos de discussão que iremos apresentar vão de encontro aos de estudos anteriores. Foram observadas tensões quando se discutiu a responsabilidade pelas ações apresentadas nos filmes. A questão da culpa coletiva por ações passadas foi levantada várias vezes e não gerou consenso entre os estudantes. A maioria dos estudantes refere, ainda, a falta de conhecimento sobre as experiências dos que viveram no período colonial e a falta de discussão destes temas no contexto escolar. Estes resultados indicam que a visualização de filmes e discussões como estas permitem aos estudantes aprofundar e alargar as suas visões sobre outros discursos e práticas culturais e também refletir sobre a sua própria identidade, promovendo a transformação de representações hegemónicas e a descolonização do conhecimento. keywords: cinema | educação | memória | descolonização do conhecimento Abstract Numerous initiatives worldwide have challenged the dominant regimes and the hegemonic discursive and aesthetic forms of interpreting the colonial past. Dialogue and critical reflection in the teaching-learning process can promote a crucial rethinking of the images conveyed about the colonial past and its effects in the present. In this proposal, we understand that reflection about the colonial past can contribute to constructing alternative processes of public memory. Cinema, in particular, plays a central role in decolonising knowledge. Through innovative creations, contemporary artists actively contest colonial representations and the enduring coloniality of power (Mignolo, 2000). Films such as 48 (2011), by Susana de Sousa Dias, or A memory in three acts (2017), by Inadelso Cossa, can thus transform public memory. They stimulate people to reflect on the colonial past the violence experienced, interrogate past, present and future visions, foster mutual knowledge, and denounce expressions of racism in the contemporary world, constituting an important tool for social transformation. Previous studies of film reception in schools (Macedo, 2017; Pereira, 2019) found that young people, without direct experience of the colonial past, mobilise stereotypes when reflecting on intercultural relations. They recognise that racism exists in Portugal, but they do not see themselves as racist. This paper presents the results of focus groups with 38 young people attending high school in northern Portugal, conducted in 2020 and 2021. The focus groups results are in line with previous studies. Tensions were observed when discussing responsibility for the actions presented in the films. The issue of collective guilt for past actions was raised several times and did not generate consensus among the students. Most students mentioned a lack of knowledge about the experiences of people who lived in the colonial period and a lack of discussion of these issues in the school context. These results indicate that film viewing, and discussions allow students to deepen and broaden their views on other cultural discourses and practices and reflect on their own identity, promoting the transformation of hegemonic representations and the decolonisation of knowledge. keywords: cinema | education | memory | knowledge decolonisation Macedo, I. (2017). Migrações, memória cultural e representações identitárias: a literacia fílmica na promoção do diálogo intercultural. Tese de Doutoramento em Estudos Culturais, Universidade do Minho, Braga. Mignolo, W. D. (2000). Local histories/global designs; coloniality, subaltern knowledges and border thinking. Princeton, Princeton University Press. Pereira, A. C. (2019). Alteridade e identidade na dicção cinematográfica em Portugal e em Moçambique. Tese de Doutoramento em Estudos Culturais, Universidade do Minho, Braga. Isabel MACEDO é doutorada em Estudos Culturais pela Universidade do Minho e Universidade de Aveiro, na área da Comunicação e Cultura. É investigadora do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade e integra várias associações nacionais e internacionais na área da comunicação, da educação e da cultura visual. Rosa CABECINHAS é docente no Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho e investigadora do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade, onde desenvolve investigação de natureza interdisciplinar articulando as áreas da memória social, representações sociais, identidades sociais, discriminação social, comunicação e diversidade. Abordagens somáticas para construção de um corpo sensível Marina Campos MAGALHÃES - UL / UFRJ Resumo Essa comunicação visa o compartilhamento de uma proposta de intervenção para cursos de formação em dança na qual pretende-se a construção de uma anatomia experiencial baseada nos preceitos de práticas de educação somática em comunhão com os conhecimentos científicos acerca do corpo e do movimento humano. A proposta partiu de uma pesquisa no âmbito do Doutoramento em Artes da Universidade de Lisboa em regime de cotutela com Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), no qual foram investigadas quatro instituições de ensino nas cidades de Lisboa e no Rio de Janeiro, nomeadamente, na Faculdade de Motricidade Humana e na Escola Superior de Dança, em Portugal, e na Faculdade Angel Vianna e a Universidade Federal do Rio de Janeiro, no Brasil. A questão que surge dessa investigação questiona como é possível, por meio de abordagens somáticas, fazer nascer um outro corpo, um outro artista. Propõe-se uma visita aos preceitos dessas técnicas em comunhão com experiências artistas em vista da construção de um corpo sensível. keywords: educação somática | dança | corpo sensível | anatomia experiencial Eddy, Martha. (2016). Mindful Movement: The Evolution of the Somatic Arts and Conscious Action. Chicago: Intellect Ltd.Fortin, Sylvie. (1995). Toward a new generation: Somatic dance education in academia. Impulse: The journal of dance science, Medicine, and Education, 3(4), 253-262.Fortin, Sylvie. (1998). Quando a ciência da dança e a educação somática entram na aula técnica de dança. Pro-Posições, 9 (2), 79-95.Fortin, Sylvie. (1999). Educação somática: Novo ingrediente da formação prática em dança. Márcia Strazacappa (Trad). Cadernos do GIPE-CIT, 2, 40-55. Fortin, Sylvie. (2002). Living in Movement: development of somatic practices in different cultures. Journal of Dance Education, New Jersey, National Dance Education Organization, 2(4), 128-136.Godard, Hubert. (1994). “Le geste manquant”. IO, Revue de psychanalyse n°5. Ramonville St Agne, ERES.Godard, Hubert. (2005). Gesto e Percepção. In Roberto Pereira & Silvia Soter (Orgs). Lições de Dança 3. Rio de Janeiro: UniverCidade.Godard, Hubert. (2006). Olhar Cego: entrevista com Hubert Godard, por Suely Rolnik. In Rolnik, Suely (Org). Lygia Clark: da obra ao acontecimento. São Paulo: Pinacoteca do Estado, 73-79. Green, Jill. (2018). Coreografando uma virada pós-moderna: o processo criativo e a somática. Diego Pizarro (Trad). Vazantes, 2(2), 18- 28.Hanna, Thomas. (1972). Corpos em Revolta: A evolução-revolução do homem do século XX em direção à cultura somática do século XXI. Rio de Janeiro: Mundo Musical.Hanna, Thomas. (1979). The Body of Life. New York: Alfred A. Knopf.Quilici, Cassiano. (2015). O ator-performer e as poéticas da transformação de si. São Paulo: Annablume.Strazzacappa, Márcia. (2012). Educação Somática e artes cênicas: Princípios e aplicações. Campinas: Papirus. Marina Campos MAGALHÃES, autora do livro “Grupo Teatro do Movimento: um gesto expressivo de Klauss e Angel Vianna na dança brasileira” (Gramma, 2019), é doutoranda em Artes Performativas pela Universidade de Lisboa em cotutela com Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro e bolsa de financiamento da FCT. Mestre em Artes Cênicas pela UNIRIO, possui Licenciatura em Dança e Pós-graduação em Preparação Corporal nas Artes Cênicas, pela Faculdade Angel Vianna. Coordenou a pós- graduação em Preparação Corporal nas Artes Cênicas da Faculdade Angel Vianna, onde também lecionou as matérias "Conscientização do Movimento", "Dança Contemporânea" e "Introdução à metodologia Angel Vianna" (de 2013 a 2017). Foi professora convidada da Escola Superior de Dança na matéria “Dança contemporânea” (2018-2019) e do curso de graduação em Artes Cênicas da UNIRIO na matéria “Movimento e Percepção” (2017). Desde 2018, é professora da Escola Inimpetus de Formação de Atores. Cultura e arte numa cidade em revolução. O projeto cultural das comissões de moradores de Coimbra (1974-1976) Pierre MARIE - CES-Universidade de Coimbra Resumo No dia 25 de Abril de 1974 a queda do regime autoritário abriu um novo período na história contemporânea portuguesa. Durante dois anos um processo revolucionário de grande escala contribuiu para a definição do regime democrático português. Nos diversos setores da sociedade surgiram movimentos sociais e novas formas de organização popular. Neste contexto as comissões de trabalhadores e de moradores tiveram um papel fundamental nas resoluções dos problemas vividos pelas populações. Com a presente comunicação pretende-se analisar o conteúdo cultural das iniciativas das comissões de moradores em prol do direito à cidade, focando o estudo na cidade de Coimbra. Ao longo do processo revolucionário o espaço da cidade de Coimbra foi marcado pelos movimentos sociais urbanos. Mais de 80 comissões de moradores surgiram no concelho durante este período para dar voz às reivindicações da população. Numa cidade em revolução, a arte constituiu uma parte integrante dos movimentos sociais. Se a questão da habitação foi central, um projeto cultural e educativo representou um pilar fundamental para a aprendizagem da democracia. Estas reivindicações culturais permitiram esboçar um projeto político alternativo de “poder popular” assente num socialismo de base. A cultura e a arte invadiram as ruas da cidade, slogans e pinturas murais surgiram nas suas paredes. Grupos políticos ocuparam prédios devolutos com vista a criar infantários e associações culturais.Com este trabalho procura-se analisar a articulação entre os movimentos de moradores e os grupos culturais e artísticos da cidade (como as seções da Associação Académica de Coimbra), bem como aprofundar as iniciativas das comissões de moradores locais para a valorização da cultura popular. A cultura foi assim definida como um meio para o fortalecimento do poder popular. Este trabalho está sustentado em investigações em arquivos, principalmente no Centro de Documentação 25 de Abril da Universidade de Coimbra, e na imprensa da época. Apoia-se também em fotografias e na construção de mapas históricos digitais da cidade de Coimbra com vista a localizar acontecimentos e movimentos sociais. Estas ferramentas ajudam a melhor desvendar as articulações entre a arte, a cultura e as comissões de moradores. A partir do caso de Coimbra, pretende-se, desta forma, estudar os projetos culturais e políticos que os movimentos sociais urbanos esboçaram ao longo do processo revolucionário. keywords: Coimbra | Comissões de moradores | Cultura | Processo revolucionário português Castells M. (1975). Luttes urbaines. Paris: Maspéro.Downs C. (1989). Revolution at the Grassroots. New York: State University.Hammond J. (1988). Building Popular Power. New York: Monthly Review.Lefebvre H. (2012). O Direito à Cidade. Lisboa: Letra Livre.Reis A. (1994). Portugal 20 anos de Democracia. Lisboa: Círculo de Leitores.Rezola M. (2007). 25 de Abril. Lisboa: Esfera dos Livros.Rosas F. (1999). Portugal e a Transição para a Democracia. Lisboa: Colibri.Varela R. (2014). História do Povo na Revolução Portuguesa. 1974-1975. Lisboa: Bertrand. Pierre MARIE é investigador colaborador no Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra no âmbito do projeto "25AprilPTLab - Laboratório interativo da transição democrática portuguesa". É doutorado em História Contemporânea da Universidade de Coimbra e da Universidade de Caen - Normandie (França). Nuevas construcciones identitarias para un modelo transcultural al femenino Maria Laura MARINACCIO - Universidad del Pais Vasco / Universidad de Foggia Resumen El estudio que quiero proponer pretende estimular reflexiones sobre temas de actualidad, como el papel de la mujer en la sociedad actual entre cine y ficción, con referencia a los gender y a los estudios culturales. El nivel de emancipación de las mujeres en los países occidentales ha aumentado mucho en los últimos tiempos, hasta el punto de convertirse en un modelo utópico para aquellos países que todavía tienen dificultades para alcanzar este objetivo. Sin embargo, también en Europa, en muchos ámbitos de trabajo, el camino hacia el pleno reconocimiento de la igualdad y la igualdad de derechos todavía no se ha completado completamente. Al examinar la quadrilogía "La amiga genial" de Elena Ferrante, se quiere analizar el conflicto de identidad que se desarrolla entre las protagonistas de la novela y el contexto socio-cultural en el que viven, así como la comunidad de pertenencia, para descubrir las razones profundas que han determinado, sobre todo en el sur de Italia (metáfora del sur del mundo)un retraso hacia el proceso de emancipación y la correspondiente formulación de un repertorio de estereotipos que han dado lugar a distópicas representaciones del imaginario femenino.Con referencia a la serie televisiva producida, que se ha convertido en un éxito televisivo internacional, es posible identificar el glocalismo como instrumento metodológico para estudiar la obra narrativa y su transcodificación televisiva. “La amiga genial” se configura como una obra (en ambas declinaciones) fuertemente local por el enraizamiento de las historias en el territorio, por una bien definida geografía de los lugares y una fuerte caracterización lingüística con el uso de formas y expresiones dialectales; pero al mismo tiempo se desarrolla en sentido global por la enfatización de aspectos narrativos y estilísticos que representan una óptica globalizada, como el tema de la centralidad del punto de vista femenino, las condiciones socio económicas de las clases más humildes relacionadas con la dinámica familiar son universales, lo que permite compartir y reflejar incluso a los usuarios más allá de las fronteras nacionales.La capacidad de saber conjugar estas dos almas y de recomponer a unidad los motivos de conflictividad sobre expuestos, confiere a la obra rasgos marcadamente transnacionales superando los cánones específicamente italianos, y capaz de ser un modelo utópico de referencia en el ámbito artístico en general.Al adoptar un enfoque imagológico se notará que todo el recorrido de las protagonistas es la historia del proceso de emancipación femenina, la manera en que Lila y Lenù consiguen construir su propia identidad en una sociedad que quiere objetivarlas para estereotiparlas.La conciencia crítica de las dinámicas que infestan la comunidad de referencia les permite encontrar ese impulso vital funcional al rescate y a la liberación. La amiga genial se configura así como una obra que apunta a la formación de un nuevo imaginario local, global y transcultural. keywords: papel de la mujer | distópicas representaciones | transcultural De Rogatis, Tiziana, Elena Ferrante e il Made in Italy. La costruzione di un immaginario femminile e napoletano. In: Balicco Daniele (a cura di). Made in Italy e cultura. Indagine sull'identità italiana e contemporanea, Palermo, Palumbo. - Duranti, Daniela, Le soglie del genere: identità femminile e modelli semiotici del paratesto editoriale, 2008.- Fusillo, Massimo (a cura di) Oltre l'adattamento? Narrazioni espanse: intermedialità, transmedialità, virtualità, Il Mulino 2021.- Gnisci, Armando, Immagini dell’altro. Imagologia e studi interculturali”. Letteratura comparata, a cura di Gnisci, Mondadori 2002.- Moll, Nora Una questione di identità. L’imagologia contemporanea a confronto con gli studi postcoloniali”. I Quaderni di Gaia, vol. 11, 1997.- Murdock, Maureen, IL viaggio dell’eroina, Dino Audino editore 2010.zs- Puglisi, Gianni e Paolo Proietti, Il grado zero dell’immagine. Sellerio 2008.- Rivoltella, Pier Cesare, Media education. Idea, metodo, ricerca, La Scuola 2017 Maria Laura MARINACCIO se graduó en 2007 en Letras Modernas con honores y se convirtió en un especialista en Historia y Crítica de Cine en la Universidad de Foggia, obtuvo un Máster en la misma Universidad en Nueva Media y Formación. Posteriormente obtiene la habilitación para la enseñanza de materias literarias en las escuelas secundarias de primero y segundo en la Universidad de Módena y Reggio Emilia, en del 2016 es ganadora del Concurso a cátedra nacional y en del 2017 se especializa con un Curso de Alta formación en didáctica museo en la Universidad de Bolonia.Participa como ponente en conferencias internacionales sobre temas de literatura y cine, publica artículos y artículos para editores nacionales e internacionales.Actualmente docente de materias literarias en el Instituto y Liceo tecnológico "Corni" de Módena y doctorada de investigación en la Universidad del Pais Vasco in cotutela con la Universidad de Foggia in Letterature comparate. PhotoVoice exposing multiple, intersectional marginalizations in a foreign “homeland” Eduardo MARQUES - Universidade dos Açores Mieko YOSHIHAMA - University of Michigan-School of Social Work António PATRÃO - Instituto de Investigação interdisciplinar - Universidade de Coimbra José Luis Fernández-Pacheco SÁEZ - Universidad de Extremadura Abstract This contribution discusses our recent participatory action research project using PhotoVoice methodology (Wang, 1999; Wang & Burris, 1997) in Azores, Portugal. This project was aimed at elevating the voices and perspectives of the marginalized, many of whom had been deported from the U.S. The project location, Azorean islands, Portugal, is a site of multiple, intersectional marginalizations for deportees from the USA, who find themselves at the nexus of the U.S. laws of citizenship, post-911 anti- terrorist, xenophobic, policies on the one hand, and limited, fragmented social programs in Portugal on the other. As a participatory action research project, project goals were multi-fold, and included: Examining, through photo-taking and group discussions, the deportees’ day-to-day hardships and structural injustice and discrimination, and their consequences; and visualizing and communicating the analysis and findings. After the 9/11 terrorist attack in 2001, in the name of national security, increasingly restrictive laws and policies have been enacted in the USA. and other nations to control the lives of immigrants and non-citizens (Chishti & Bolter, 2021). With the expanded list of crimes that trigger deportation, an increasing number of non-citizens have been deported to their “homeland.” São Miguel, the largest of the Azorean islands of Portugal, has received an increasing number of deportees of Portuguese descent from the U.S. They are Portuguese nationals by birth but spent the vast majority of their lives in the USA and speak little or no Portuguese. For various reasons, they have not become U.S. citizens and were deported for mostly minor offences (e.g., drug and alcohol violations). Separated from their families and social support system, deportees find themselves in a country designated as “homeland” by the U.S. immigration system but is “foreign” to them. Limited and temporary social welfare services leave many of them homeless and struggle for survival. In collaboration with a local civil society organization, we recruited participants; six individuals (5 male and 1 female) took part in the project, attending an orientation meeting, taking photographs of their lives and communities, and discussing their life challenges and community conditions in a group meeting. Their photographs depicted various manifestations of social exclusion. Collectively, participants and project team members analysed how mechanisms of social exclusion in the USA, Portugal, and globally affect their lives, and what socio-political changes are necessary. Azores-based team member organized two exhibitions to showcase their photographs taken by the participants. Participants were initially skeptical and hesitant; however, as they engaged in photo-taking and group meetings, they found discussions with photographs meaningful, cathartic, and/or empowering. Drawing on thematic analysis of photographs, we discuss the challenges faced by deportees in their foreign “homeland” and their desires and dreams of inclusion and dignity. We also explore the potentialities of PhotoVoice as an art-based research approach at the nexus of visual and narrative inquiries, as well as ethical and methodological challenges. keywords: PhotoVoice | participatory action research | social exlusion and marginalization Banks, M. (2001). Visual methods in social research. London: Sage.Chishti, M. & Bolter, J. (2021, September 22). Two decades after 9/11, national security focus still dominates U.S. immigration system, Policy Beat. https://www.migrationpolicy.org/article/two-decades-after-sept-11- immigration-national-securityCreighton, G., Oliffe, J. L. Ferlatte, O., Bottorff, J., Broom, A., & Jenkins, E. K. (2018). Photovoice ethics: Critical reflections from men's mental health research. Qualitative Health Research, 28(3), 446-55. doi:10.1177/1049732317729137.Evans-Agnew, R., Sanon, M. A., & Boutain, D. (2014). Critical research methodologies and social justice issues: A methodological example using photovoice. In P. N. Kagan, M. C. Smith, & P. L. (eds.), Philosophies and practices of emancipatory nursing: Social justice as praxis, Chinn. New York: Routledge.Johnston, G. (2016). Champions for social change: Photovoice ethics in practice and ‘false hopes’ for policy and social change. Global Public Health, 11(5-6), 799-811. doi:10.1080/17441692.2016.1170176.Marques, E. (2021). A cidadania através da fotografia: a utilização do photovoice na promoção dos Direitos Humanos de pessoas em situação de sem abrigo. Revista Inclusiones, 8 (Especial/Enero–Marzo), 421-34.Papademas, D. (2009). IVSA code of research ethics and guidelines. Visual Studies, 24(3), 250-57. doi:10.1080/14725860903309187.Schnettler, B. & Raab, J. (2008). Interpretative visual analysis. Developments, state of the art and pending problems. Forum Qualitative Research, 9 (3). https://doi.org/10.17169/fqs- 9.3.1149. Wang, C. C. (1999). Photovoice: A participatory action research strategy applied to women's health. Journal of Women’s Health, 8, 185‒ 192.Wang, C., & Burris, M. A. (1997). Photovoice: Concept, methodology, and use for participatory needs assessment. Health Education & Behavior, 24, 369‒387.Wang, C. C., & Redwood-Jones, Y. A. (2001). Photovoice ethics: Perspectives from Flint Photovoice. Health Education & Behavior, 28(5), 560-572. Eduardo MARQUES, Ph.D., Social Work Lecturer, School of Social Sciences & Humanities, University of Azores, Ponta Delgada, Portugal. eduardo.js.marques@uac.pt. Mieko YOSHIHAMA, Ph.D., Professor, University of Michigan School of Social Work, Ann Arbor, MI, USA. miekoy@umich.edu. António PATRÃO, Forest Engineer, Phd Candidate, Instituto for Interdisciplinary Research, University of Coimbra, Portugal. antoniopatrao@gmail.com. José Luis Fernández-Pacheco SÁEZ, Ph.D., Lecturer, University of Extremadura, Cáceres, Spain. jlfernandezps@unex.es. O lugar contraditório do artista no neoliberalismo /The contradictory place of the artist's place in neoliberalism Teresa Duarte MARTINHO - ICS-UL Resumo O lugar contraditório do artista no neoliberalismo. A diversidade de profissões e ocupações que materializam a organização do trabalho é uma dimensão entre as mais reveladoras dos modelos de comportamento, emoções e valores que formam a subjetividade preconizada pelo neoliberalismo. No âmbito de uma reflexão sobre o lugar do artista no neoliberalismo, mostramos nesta comunicação como a figura do artista é especialmente esclarecedora do ajustamento que a ideologia neoliberal pressupõe entre a individualidade e os fatores externos. Começamos por identificar as contradições e constrangimentos que têm vindo a ser percebidos, no quadro neoliberal, na conjugação de princípios fundacionais da esfera da arte: expressão, liberdade, inconformismo, flexibilidade. Focamos, depois, a apropriação pela economia daqueles valores, desde finais de 1970, com o objetivo de moldar a reorganização económica e social do trabalho, centrada no individual e coadjuvada por tecnologia cada vez mais portátil e minimal. A par, aborda-se a transferência e assimilação de lógicas empresariais pela arte e as confluências e tensões que marcam a relação arte-empresariado. De seguida, analisa-se um interdito constitutivo do campo artístico e das trocas simbólicas, o tabu da explicitação em torno da linguagem e dos valores da economia, mostrando como tem vindo a ser exposto e descoberto por força dos imperativos da profissionalização, empregabilidade e concorrência. Sem que houvesse a erosão total daquele interdito, requer-se aos artistas a gestão hábil da demonstração da orientação do trabalho pelo alcance de lucro material e reconhecimento, um processo implicando desigualdades, pois a sua condução depende fortemente da posse de recursos culturais e financeiros. A importância da ação coletiva é também cada vez mais percecionada entre artistas, para superar a escolha entre a performance de agressividade competitiva ou a vida como fuga e deserção. keywords: artista | ideologia neoliberal Abstract The contradictory place of the artist's place in neoliberalism. The diversity of professions and occupations that materialize the organization of work is one of the most revealing dimensions of the models of behavior, emotions and values that form the subjectivity advocated by neoliberalism. As part of a reflection on the place of the artist in neoliberalism, we show in this communication how the figure of the artist is especially illuminating on the adjustment that neoliberal ideology presupposes between individuality and external factors. We begin by identifying the contradictions and constraints that have been perceived, in the neoliberal framework, in the combination of foundational principles of the art sphere: expression, freedom, nonconformity, flexibility. We then focus on the appropriation by the economy of those values, since the late 1970s, with the aim of shaping the economic and social reorganization of work, centered on the individual and supported by increasingly portable and minimal technology. At the same time, the transfer and assimilation of business logics by art and the confluences and tensions that mark the art-entrepreneurship relationship are discussed. Next, we analyze an interdiction that constitutes the artistic field and symbolic exchanges, the taboo of explicitness around the language and values of the economy, showing how it has been exposed and discovered due to the imperatives of professionalization, employability and competition. Without the total erosion of that prohibition, artists are required to skillfully manage the demonstration of the orientation of the work towards achieving material profit and recognition, a process implying inequalities, since its conduct depends heavily on the possession of cultural and financial resources. The importance of collective action is also increasingly perceived among artists, to overcome the choice between the performance of competitive aggression or life as escape and desertion. keywords: artist | neoliberal ideology BELFIORE, E., BENNETT, O. (2008), The social impact of the arts. An intellectual history, Palgrave Macmillan. BELL, J. (1999), What is painting? Representation and modern art, London, Thames and Hudson. BERGSON, H. (1990), Matéria e memória (Ensaio sobre a relação do corpo com o espírito), São Paulo, Martins Fontes. BOURDIEU, P. [1994] (1997), Razões Práticas. Sobre a teoria da acção, Oeiras, Celta. CHIAPELLO, È. (1998), Artistes versus managers. Le management culturel face à la critique artiste, Paris, Métailié. DERESIEWIKSZ, W. (2015), The death of the artist—and the birth of the creative entrepreneur. The Atlantic Monthly. FREIDSON, E. (1986), Les professions artistiques comme défi à l'analyse sociologique. Revue française de sociologie, 27 (3), 431-443.HARVEY, D. (2010), A brief history of neoliberalism, Oxford, Oxford University Press. HEINICH, N. (1999), Être artiste. Les transformations du statut des peintres et des sculpteurs, Klincksieck. HEINICH, N. (2005), L’Elite artiste. Excellence et singularité en régime démocratique, Paris, Gallimard. HJELDE, K. (2015), Paradox and potential: Fine Art employability and enterprise perspectives. Art, Design & Communication in Higher Education, 14 (2): 175- 188.KENNING, D. (2019), Art world strategies: neoliberalism and the politics of professional practice in fine education, Journal of Visual Practice, 18 (2): 115-131. MARTINHO, T.D. (2020), Artes, curadoria informacional e reputação na revista Artecapital. In J. L. Garcia et al, O choque tecno-liberal, os media e o jornalismo, Coimbra, Almedina/ERC.SIMMEL, G. [1903] (2005), As grandes cidades e a vida do espírito, Mana, 2 (11): 577- 591.STAMENKOVIC, M. (2008), Artist as a role model in neoliberal economies. L'Observatoire, 33 (1): 71-75.WEBER, M. (1978), Economy and Society: An Outline of Interpretive Sociology, Berkeley, University of California Press. Teresa Duarte MARTINHO é investigadora auxiliar no ICS- Universidade de Lisboa, onde foi bolseira de pós-doutoramento e bolseira convidada, de 2012 a 2019. Foi investigadora no Observatório das Actividades Culturais, entre 1996 e 2011, e trabalhou como jornalista. É licenciada e doutorada em Sociologia pelo Iscte-IUL Tem investigado principalmente o setor da cultura, com foco em políticas, profissões e modos de trabalho, públicos, mediação e consequências da digitalização. teresa.duartemartinho@ics.ul.pt; 917181333A filiação institucional: ICS- Universidade de Lisboa. The Sound of Nonhuman. Body knowledge and ecological performance as tools to re/think cohabitation in the era of the environmental crisis Teresa MASINI - Università Iuav di Venezia Abstract «Seeing is believing […] hearing is full of doubt» states Salomé Voegelin, artist and theorist, in relation to the ontology of the voice. In an era of unprecedented ecological and climatic crisis such as the Anthropocene, where a post-anthropocentric thought is rising, it is interested to approach the nonhuman turn and the cohabitation issue through the concept and practices of voice and sound. While biologists, geologists and oceanographers such as Ana Širović work on this matter through a scientific lens, artists have just started questioning the voice-making of nonhuman subjectivities as way to re/think multispecies cohabitation in Anthropocene. This is especially felt by the arts that most take charge of the materiality and the instance of presence: performing arts. In a political and social situation of body centrality – now first of all the vector of contagion – such as the one that is emerging since the beginning of the pandemic, studying contemporary phenomena through practices of movement and perception is the best way to make the ecological call not only a theme or an object of study but a real concept in action, a compositional and operative field of forces able to make things happen, to undermine gazes, to raise new voices.The speech aims to present some of the artists, choreographers, performers and dancers who work on the sound of nonhuman through different aesthetics, hybrid formats and narratives. Just to name few works in contemporary body practices, those will be Manuela Infante (Estado Vegetal – 2017; How to Turn to Stone – 2020), Mette Ingvartsen (The Artificial Nature Project – 2017), Simone Aughterlony (Biofiction – 2015), DOM- (In the house there is a burning pine – 2014; The Walking Man – 2015), Ursula Biemann (Acoustic Ocean – 2018), Shu Lea Cheang (Composting the City, Composting the Net – 2013), and other environmental works or real natural-cultural itineraries able to create a contamination between different environments, disciplines and existences. keywords: nonhuman | ecology | performance | cohabitation J. Bennet, Vibrant Matter. A Polotical Ecology of Things, Duke University Press, Durham 2010.I. Caleo, Performance, materia affetti. Per una cartografia femminista, Bulzoni, Roma 2021.A. Neimanis, Bodies of Water. Posthuman Feminist Phenomenology, Bloomsbury, London 2019.A. L. Tsing, The Mushroom at the End of the World. On the Possibility of Life in Capitalist Ruins, Princeton University Press, Princeton 2015.S. Voegelin, Listening to Noise and Silence. Towards a Philosophy of Sound Art, Bloomsbury, London 2010. Teresa MASINI is a Ph.D. student in Theatre and Environmental Humanities at Iuav University of Venice. She is mainly interested in new ecologies, Anthropocene, body knowledge and Performance Studies. She has a Bachelor of Visual and Multimedia Arts and a Master of Theatre and Performing Arts.She has learned, studied, worked and traveled with the body and mind between Venice, Bologna, Istanbul and Reykjavik, as well as in many other places. Os corpos dissidentes como fonte identitária e expressão artivista: o projeto Artcitizenship João Carlos MARTINS - CICS.NOVA Ricardo CAMPOS - CICS.NOVA Resumo O projeto “Artcitizenship - juventude e as artes da cidadania: práticas criativas, cultura participativa e activismo” (2019-2022) é um projeto financiado pela FCT, Fundação para a Ciência e Tecnologia. Através de uma abordagem qualitativa, procurou investigar um conjunto de dimensões associadas à participação política, à construção de formas de intervenção e agência cívica, assim como os recursos (som, imagem, corpo e tecnologia) e gramáticas criativas (música, artes visuais, performance) que os jovens escolhiam para exprimir as suas inquietações, as suas lutas individuais e coletivas. Focou-se nalgumas causas identificadas pelos seus entrevistados, nomeadamente LGBTQIA+, Feminista, Climática, Antirracista, Educação, Direitos Humanos, Estudantil e Anticapitalista. Desenvolvemos um processo de observação etnográfica, assim como uma análise de conteúdo efetuada com o software MAXQDA a cerca de meia de centena de indivíduos (entre os 14 e os 40 anos). Observámos que recorrentemente, o corpo (individualizado ou coletivo), surgia como um elemento determinante na construção da sua identidade pessoal, particularmente de entre aqueles que defendiam causas LGBTQIA+, Feminista e Antirracista. Ao mesmo tempo percebemos que a forma como avaliavam o seu corpo era determinante para o encontro com outros corpos que passavam por processos semelhantes de opressão. Este encontro despoleta formas de identidade coletiva, um conjunto de discursos, narrativas e formas de justificação face a um contexto de opressão e injustiça comum. Neste momento, os discursos iniciais individualizados dos agentes são influenciados por outros semelhantes a si, passando a desenvolver práticas discursivas políticas de índole coletivo. O corpo passa a ser entendido num sentido duplamente político: como lugar de opressão, visto como dissidente, não normativo, subalterno, estigmatizado e alvo de violência e simultaneamente, como dispositivo de luta política e de passagem à ação (Fausto-Sterling, 2019; Craig, McInroy, McCready, & Alaggia, 2015; Follins, Walker, & Lewis, 2014; Budgeon, 2003; Synnott, 2002; Harvey, 2000; Elias, 1993; Butler, 1993; Foucault, 1975). Identificamos de entre os nossos entrevistados várias expressões artivistas em relação ao corpo. De entre aqueles que se dedicavam à música, especialmente ao RAP, os corpos negros eram um elemento de denúncia, de luta contra o racismo e xenofobia, de reparação de injustiças. Para aquelas que defendiam causas afro-feministas, o cabelo livre como expressão pessoal do dia-a-dia, ou como uma performance em práticas artísticas, era uma fonte de liberdade e expressão ativista. Para as pessoas trans, o corpo é um elemento em transformação simbólica, mas também física, que deverá ser contada a outros corpos que poderão estar a passar pelo mesmo processo. Nesta conferência internacional apresentaremos os resultados finais do projeto, a importância do corpo enquanto dispositivo de luta e expressão. Daremos igualmente exemplos de algumas expressões artivistas em que o corpo é um elemento central. keywords: artivismo | juventude | cidadania | artes | participação política | corpo | identidades João Carlos MARTINS, com o email joaomartins.cf@fcsh.unl.pt, é Investigador no projeto Artcitizenship. Doutorado em Sociologia e Mestre em Antropologia Urbana. Atualmente é membro integrado do CICS.NOVA. Os seus interesses de investigação estão ligados à interceção entre as questões da Participação, Juventude, Lazer, Sustentabilidade Cultural, Cidades e Territórios Urbanos. Ricardo CAMPOS, com o email ricardocampos@fcsh.unl.pt, é Coordenador do projeto Artcitizenship. Doutorado em Antropologia Visual e Mestre em Sociologia. Atualmente é membro integrado do CICS.NOVA. É membro fundador e co-coordenador da Rede Luso-Brasileira de pesquisa em Artes e Intervenções Urbanas (RAIU), coordenador adjunto do GT de Cultura Visual da SOPCOM (Associação Portuguesa de Ciências da Comunicação) e co-editor da revista internacional Cadernos de Arte & Antropologia. Os seus interesses de investigação estão ligados às questões em redor da Cultura Visual, Culturas Juvenis, Arte Urbana, Etnografia Urbana e Media Digitais. Correr o risco / Run the risk Juliano MORAES - FBAUP/i2ADS Resumo Esta comunicação em Artes Visuais tem como ponto de partida o meu encontro com a Igreja de São Martinho da Cedofeita, um sólido e conciso templo românico em pedra maciça, de nave única erguida no século VI. Esta confluência, marca a minha chegada, um artista oriundo de um ignoto simbólico comumente chamado de sertão goiano brasileiro, em terras alhures, de uma nova experiência do deslocamento nas escalas entre o subjetivo e o histórico, do choque entre meu corpo e o corpo da história encarnado metaforicamente pelo templo. De um corpo que dá seu testemunho ao se debater contra o absoluto da arquitetura e se faz questionar: o que pode o corpo quando jogado contra uma inescrutável rocha forjada a “fogo frio” do tempo? O que pode o corpo contra o real? Dessas questões surgiu a performance “Correr o Risco” que trata, literalmente, de correr riscando ao meio, com um giz vermelho, a Igreja da Cedofeita no Porto. A ideia é fazer em ato o risco como método criativo, sob o seu efeito de rasura. O risco busca o apagamento da arquitetura, esse corpo presentificado do tempo, no mesmo golpe em que se inscreve nela. A rasura é uma reescrita que, ao se sobrescrever, age como um palimpsesto ao sobrepor registros temporais. Assim, rasurar é também ressignificar o objeto. É fazer do risco-rasura o rastro-resíduo de uma escrita que me insere no tempo e no espaço deste sítio. Como reflexão, o traço assinala o meu deslocamento entre o local da história portuguesa e a minha região: o sertão mítico brasileiro, essa antiga alteridade do progresso que ajudou a formar o imaginário de nação brasileira como lugar de incompletude. Isto é, o paradoxo representativo do viver em múltiplas temporalidades, habitar um lá-nem-cá tão característicos das fronteiras, em deriva entre o passado e o futuro, o arcaico e o moderno, e que nos permite indagar qual o lugar do sujeito na sua relação com espaço/tempo presente. Propõem-se ainda a pensar o conceito de “poética das relações” de Édouard Glissant como experiência e prolongamento das identidades em relação ao outro a partir da errância e da deriva como método de desconstrução e reconstrução dessas identidades. Disso resulta uma prática artística que tenha, como exercício de resistência utópica, o poder de produzir tensões entre as estruturas de mediação simbólicas e sociais ao real inescrutável que jamais se ajusta a essas estruturas de reconhecimento. Para surrealistas, é do intervalo entre as estruturas de mediação e a realidade que se faz surgir a sur-realidade, uma fratura de onde emerge as possibilidades de criação e transformação de novos modos de estar no mundo. Como diria George Bataille, é somente sob o risco do equívoco e do seu próprio fracasso que a arte pode fazer barreira à homogeneização do mundo. O ato de rasurar é traçar derivas em busca de novas rotas de fuga que nos permitam redesenhar novas paisagens, novas formas de vida. keywords: deriva | performance | tempo | rasura Abstract This communication in Visual Arts has as its starting point my encounter with the Church of São Martinho de Cedofeita, a solid and concise Romanic temple in solid stone, with a single nave built in the sixth century. This confluence marks my arrival, an artist coming from a remote symbolic commonly called the Brazilian Goiás backlands, in elsewhere lands, of a new experience of displacement in the scales between the subjective and the historical, of the clash between my body and the body of history metaphorically embodied by the temple. Of a body that gives its testimony as it struggles against the absolute of architecture and questions itself: what can the body do when it is thrown against an inscrutable rock forged by the "cold fire" of time? What can the body do against the real? From these questions arose the performance "Run the Risk", which is literally about running around while scratching in the middle, with a red chalk, the Church of Cedofeita in Porto. The idea is to take the act of scratching as a creative method, in its effect of erasure. The risk seeks to erase the architecture, this materialized body of time, and in the same blow to inscribe itself in it. Erasure is a rewriting that, by overwriting itself, acts as a palimpsest by superimposing temporal records. Thus, to erase is also to re-signify the object. It is to turn the scratch-erasure into the trace-residue of a writing that inserts me in the time and space of this site. As a reflection, the trace marks my displacement between the location of Portuguese history and my home ground: the mythical Brazilian backlands, that ancient alterity of progress that helped form the imaginary of the Brazilian nation as a place of incompleteness. That is, the representative paradox of living in multiple temporalities, inhabiting a there-not-there so characteristic of borders, drifting between the past and the future, the archaic and the modern, and that allows us to inquire what is the place of the subject in its relationship with space/present time. We also propose to think Édouard Glissant’ concept "poetics of relations" as an experience and extension of identities in relation to the other from the wandering and the drift, as a method of deconstruction and reconstruction of these identities. The result is an artistic practice that has, as an exercise of utopian resistance, the power to produce tensions between symbolic and social mediation structures and the inscrutable real that never conforms to these structures of recognition. For surrealists, it is from the gap between the structures of mediation and reality that sur-reality emerges, a fracture from which emerge the possibilities of creation and transformation of new ways of being in the world. As George Bataille would say, it is only under the risk of equivocation and its own failure that art can become a barrier to the homogenization of the world. The act of erasure is to trace drifts in search of new escape routes that allow us to redesign new landscapes, new forms of life. keywords: drift | performance | time | erasure BHABHA, H. O local da cultura. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2005BATAILLE, G. O valor de uso de D.A.F. de Sade, 1930. https://pt.scribd.com/document/391773626/Bataille-O-Valor-de-Uso-de- DAF-de-Sade. Acesso em novembro de 2021.BATAILLE, G. Documents. Florianópolis: Cultura e Barbarie Editora, 2018.BATCHELOR, D.; BRIONY, F.; WOOD, P. Realismo, Racionalismo, Surrealismo: A arte no entre- guerras. São Paulo: Cosac & Naif, 1998BOIS, Y. A.; KRAUSS, R. E. Formless – a user`s guide. 2 ed. New York: Zone Books, 1999.DIAS, K. S. Le paysage: entre le vu et l´invu. Pour une pratique paysagère dans le contidien. 396 f. (Doutorado) –École Doctorale Arts plastiques, Université Paris I – Sorbonne, Paris, 2007.FOSTER, H. El retorno de lo real – la vanguardia a finales de siglo. Madri: Ediciones Akal, 2001.GLISSANT, E. A poética da realção Lisboa: Editora Sextante, 2011.GLISSANT, E. Introdução a uma poética da diversidade. Juiz de Fora: Editora UFJF, 2005.HOLLIER, D. Against architecture – the writings of Georges Bataille. Massachusetts: MIT Press Edition, 1992.MARIGUELA, Márcio. Psicanálise e Surrealismo: Lacan, o passador de PolitzerPEIXOTO, N.B. Paisagens urbanas. São Paulo: EDUC; Editora Senac São Paulo, 2010.SELIGMANN-SILVA, M. O local da diferença – ensaios sobre memória, arte, literatura e tradução. São Paulo: Editora 34, 2005.SENA, Custódia Selma. Interpretações dualistas do Brasil. Goiânia: Editora UFG, 2003.SENA, Custódia Selma. Representações, críticas e e sertões. Goiânia: FCS/UFG, 2013.SOUSA, E. L. A. Escrita das utopias: litoral, literal, lutoral. Colóquio Internacional Escrita e Psicanálise, UERJ, 24 e 25 de agosto de 2006. Juliano MORAES, brasileiro de 49 anos, licenciado em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Goiás - UFG (2001) e mestrado em Poéticas Contemporâneas pela Universidade de Brasília - UnB (2009). Professor de Teoria e Processos da Arte Contemporânea pela Faculdade de Artes Visuais da Universidade Federal de Goiás FAV/UFG e artista plástico desde 1989. Como artistas, participou da 2ª. Bienal Nacional de Artes de Goiás, 3a. Bienal do Mercosul, Panorama da Arte Contemporânea Brasília e Bienal das Américas-CE. Expôs no MAM Rio de Janeiro, MAC São Paulo, Casa das Rosas-SP, Itaú Cultural-SP, Centro Cultural Banco do Brasil, Centro Cultural São Paulo, Museu de Arte de Brasília e Fundação Iberê Camargo. Suas investigações abordam temas como paisagem, região/nação e as relações entre a arte e a psicanálise, o informe e a arte abjeta. Atualmente cursa o doutoramento em artes plásticas pela FBAUP e ligado ao I2ADS.+351910554102 - juliano.art@gmail.com - www.julianomoraes.com Resistência, festejos populares, Pasolini e trabalhos de alunos/as de graduação Fernanda MORAIS - PUC-Rio Simone FORMIGA - PUC-Rio Aline JOBIM - PUC-Rio Resumo Este trabalho pretende apresentar o desenvolvimento de projetos de alunos/as do curso de Graduação em Design do Departamento de Artes & Design da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC-Rio, executados remotamente no período letivo de 2021.2.A proposta apresentada à turma partiu do projeto Motirô – o festejo como testemunho, uma realização do Museu da Pessoa e da PUC-Rio (DHIS – Laboratório de Design de Histórias) em parceria com universidades e instituições internacionais que atuaram como agentes multiplicadores. Sua proposta é registrar e difundir depoimentos de artistas, organizadores, brincantes e comerciantes que trabalham nos ofícios envolvidos em todas as etapas de diversos ritos sagrados e profanos com foco nos desafios particulares desse momento histórico de pandemia COVID19. (https://acervo.museudapessoa.org/pt/conteudo/colecao/motiro-o-festejo- como-testemunho-179820). À turma foi apresentada a seguinte atividade: cada estudante deveria assistir algumas entrevistas e escolher duas que lhes fossem mais significativas. Para cada entrevista escolhida, deveriam preencher uma ficha com os dados do/a entrevistado/a e elaborar cinco questões acerca da fala daquele personagem/festejo, apontando aquilo que mais havia chamado a sua atenção. Esse material seria o mote para o desenvolvimento de uma peça gráfica ou um produto representativo para o tema em questão. Durante a apresentação das escolhas dos personagens/festejos pela turma pudemos perceber que havia uma temática que perpassava pela maioria das escolhas: a resistência. As entrevistas selecionadas relatavam a resistência que esses agentes culturais realizam para que cada um desses festejos não morra. Outra questão recorrente foi a recente inserção das mulheres como protagonistas nos festejos e não só coadjuvantes. Até bem pouco tempo atrás as mulheres só participavam na retaguarda e não como brincantes e muito menos como organizadoras ou coordenadoras. Os processos de desenvolvimento de alguns projetos foram bastante ricos e demonstraram o engajamento dos/as alunos/as com o tema proposto e com os personagens/festejos escolhidos. Logo, a proposta deste artigo é apresentar o processo de desenvolvimento de cada um dos cinco trabalhos escolhidos. Toda a reflexão acerca dos processos de cada proposta será analisada a partir da teoria da Semiologia da Realidade de Pier Paolo Pasolini, entre outros textos do mesmo autor. Partindo dessa base teórica, entende-se a realidade como uma linguagem, e o fazer artístico (e, analogamente, o fazer no Design) como método de decodificação. Nessa perspectiva, entendemos que os trabalhos desenvolvidos pelos alunos compõem o que Pasolini denomina uma linguagem “subjacente”, que muito tem a dizer a respeito da resistência, não somente a respeito de seus códigos de representatividade, mas também sobre suas dinâmicas na comunidade. MOTIRÔ contempla manifestações brasileiras e internacionais devido à abrangência do tema e dos impedimentos gerados pelo isolamento. MOTIRÔ é um vocábulo Tupi Guarani que fala de trabalhos grupais e ofícios coletivos - o que gerou o termo "mutirão". No projeto, a denominação tem a função destacar nos festejos os seus ofícios e sua dimensão coletiva. keywords: resistência | semiologia | festejo | cultura popular Abstract This work intends to present the development of projects by students of the Undergraduate course in Design of the Department of Arts & Design of the Pontifical Catholic University of Rio de Janeiro – PUC-Rio, carried out remotely in the academic period of 2021.2.The proposal presented to the class came from the Motirô project – the celebration as a witness, carried out by the Museu da Pessoa and PUC-Rio (DHIS – Laboratory of Design of Stories) in partnership with universities and international institutions that acted as multiplying agents. Its proposal is to record and disseminate testimonials from artists, organizers, players and traders who work in the crafts involved in all stages of various sacred and profane rites, focusing on the particular challenges of this historic moment of the COVID19 pandemic. (https://acervo.museudapessoa.org/pt/conteudo/colecao/motiro-o-festejo- como-testemunho-179820).The class was presented with the following activity: each student should attend some interviews and choose two that were most meaningful to them. For each interview chosen, they should fill in a form with the interviewee's data and elaborate five questions about the speech of that character/festival, pointing out what had most caught their attention. This material would be the motto for the development of a graphic piece or a representative product for the theme in question. During the presentation of the choices of characters/festivities by the class, we could see that there was a theme that permeated most of the choices: resistance. The selected interviews reported the resistance that these cultural agents carry out so that each of these festivities does not die. Another recurring issue was the recent insertion of women as protagonists in the festivities and not just supporting actors. Until recently, women only participated in the rear and not as players, much less as organizers or coordinators. The development processes of some projects were quite rich and demonstrated the students' engagement with the proposed theme and with the chosen characters/festivals. Therefore, the purpose of this article is to present the development process of each of the five chosen works. All the reflection on the processes of each proposal will be analyzed from the theory of the Semiology of Reality by Pier Paolo Pasolini, among other texts by the same author. Starting from this theoretical basis, reality is understood as a language, and the artistic making (and, similarly, the doing in Design) as a decoding method. From this perspective, we understand that the works developed by the students make up what Pasolini calls an “underlying” language, which has a lot to say about resistance, not only about its codes of representation, but also about its dynamics in the community. MOTIRÔ includes Brazilian and international manifestations due to the scope of the theme and the impediments generated by isolation. MOTIRÔ is a Tupi Guarani word that speaks of group work and collective crafts - which gave rise to the term "mutirão". In the project, the name has the function of highlighting their crafts and their collective dimension in the festivities. keywords: resistance| semiology| festivity | popular culture PASOLINI, Pier Paolo. Empirismo Herege. Lisboa: Assírio e Alvim, 1982.PASOLINI, Pier Paolo. Os jovens infelizes. Antologia dos ensaios corsários. Brasiliense, São Paulo, 1990.PASOLINI, Pier Paolo. Escritos Corsários. Editora 34, São Paulo, 2020.DIDI-HUBERMAN, Georges. Sobrevivência dos Vaga-Lumes. Editora UFMG, Belo Horizonte, 2011. Fernanda MORAIS é doutoranda em Design pela PUC-Rio; mestre em Design pela UFRJ; especialista em ilustração pela EINA-UAB (Barcelona); bacharel em Comunicação Visual pela PUC-Rio. Atua como ilustradora e designer para literatura infantil. Simone FORMIGA é Doutora em Arte e Design pela FBAUP com Certificação de Mérito por ter obtido a melhor classificação do Curso de 3º Ciclo em Arte e Design no período letivo de 2014/2015; mestre em Design pela PUC-Rio e graduada em Licenciatura em Artes e Comunicação Visual também pela PUC-Rio. É professora do Departamento de Artes & Design da PUC-Rio. Aline JOBIM é doutoranda, mestre e bacharel em Design pela PUC-Rio. Trabalha como autônoma com Direção de Arte, Projeto Gráfico e Ilustração. Arte viva, cidade viva: a experiência do espetáculo passeio noturno em Cuiabá/MT- Brasil Airton de Lacerda NASCIMENTO - Universidade Federal de Mato Grosso Maristela CARNEIRO - Universidade Federal de Mato Grosso Naiane Silva GONÇALVES - Universidade Federal de Mato Grosso Resumo Esta pesquisa analisa a relação das intervenções de arte públicas com a ressignificação do espaço urbano, identificando paralelos entre ações realizadas e os princípios de cidade viva constantes nos escritos de Jacobs (2000), especialmente o estabelecimento de atrativos para que as pessoas permaneçam e façam seu constante dos mesmos, assim como quanto a composição de espaços mistos e multifuncionais, com programações em diferentes períodos do dia. Quando o espaço urbano dá razão para fazerem seu uso, essa situação oferece segurança à cidade, visto que ao se utilizarem do espaço, cria o que Jacobs (200) chama de “olhos para a rua”, onde convivem moradores locais e os passantes, compondo um espaço vivo e diversificado. Partindo dessas premissas, tem-se como estudo de caso o espetáculo Passeio Noturno, performado pelo Grupo Tibanaré de teatro, em 2015, no município de Cuiabá/MT - Brasil. Busca-se, através dessa observação, identificar características e procedimentos de construção da obra que estabeleçam relação com os princípios de cidade viva, assim como registrar os eventuais resultados alcançados pela obra na requalificação dos espaços, partindo de entrevistas com o citado grupo, pesquisa documental e relatos de espectadores.O Passeio Noturno é um espetáculo de teatro itinerante, resultado de uma vivência, iniciada em 2011, na região do centro histórico da capital mato-grossense, onde buscava-se afastar a ideia de invasão desse espaço, estabelecendo conexões e afetos com os usuários e moradores do local, respeitando as particularidades de cada um desses agentes. Tais princípios adotados vão ao encontro do que conceitua Kaye (2000) sobre obras artísticas do tipo site-specific, ou seja, “práticas nas quais, de uma maneira ou de outra, se articulam trocas entre o trabalho de arte e os lugares nos quais seus significados são definidos” (KAYE, 2000, apud GERVILLA, 2020 - pág. 50).A peça propunha um percurso pelas ruas do centro durante a noite, com apoio de um ônibus turístico e trajetos a pé, passando por vias da região. Mais do que aproveitar a paisagem urbana, tratava-se de um mergulho no imaginário local, resgatando lendas, apropriando-se de espaços e monumentos que, naquele horário, encontrar- se-iam desertos. Nota-se que as estratégicas artísticas do espetáculo, por si só, subvertem a lógica de utilização daquele espaço, tendo em si características como a atração de pessoas para horário incomum, a condução de transeuntes para a ocupação das ruas frequentemente dominadas pelos automóveis, o resgate a ideia de coletividade e segurança mesmo em ambientes supostamente hostis. Nesse contexto, o espetáculo, ainda que de forma ficcional, oferece ao seu espectador uma micro vivência alinhada ao conceito de cidade viva defendida por Jacobs (2000).Percebe-se, assim, que, para além das motivações e resultados artísticos da obra, o espetáculo Passeio Noturno do grupo Tibanaré alcança reverberações também no campo do pensar a cidade e o urbano, propiciando experiências e provocando reflexões, lançando um olhar sobre modos de fazer arte que extrapolam a si mesmos, que promovem afetos entre cidadãos, que nos reconectam ao nosso território e que nos fazem imaginar que é possível, realmente, construir novos conceitos de cidade. keywords: cidade | arte | urbanismo |ocupação Abstract This research analyzes the relationship of public art interventions with the resignification of urban space, identifying parallels between actions carried out and the principles of a living city contained in Jacobs's writings (2000), especially the establishment of attractions for people to stay and make their constant use, as well as the composition of mixed and multifunctional spaces, with schedules at different times of the day. When urban space gives reason to use it, this situation offers security to the city, since when using the space, it creates what Jacobs (2000) calls “eyes to the street”, where local residents and passersby coexist, composing a living space. and diversified. Based on these premises, we have as a case study the show Passeio Noturno, performed by Grupo Tibanaré de Teatro, in 2015, in the city of Cuiabá/MT - Brazil. It is sought, through this observation, to identify characteristics and construction procedures of the work that establish a relationship with the principles of a living city, as well as to record the eventual results achieved by the work in the requalification of spaces, starting from interviews with the aforementioned group, documentary research and spectator reports. Passeio Noturno is an itinerant theater show, the result of an experience, started in 2011, in the region of the historic center of the capital of Mato Grosso, where the idea of invading this space was sought to be removed, establishing connections and affections with users and local residents, respecting the particularities of each of these agents. These adopted principles are in line with what Kaye (2000) conceptualizes about site-specific artistic works, that is, “practices in which, in one way or another, exchanges between the work of art and the places in which it is articulated are articulated. their meanings are defined” (KAYE, 2000, apud GERVILLA, 2020, pg.50).The play proposed a route through the downtown streets at night, with the support of a tourist bus and walking routes, passing through the region's roads. More than taking advantage of the urban landscape, it was about diving into the local imagination, rescuing legends, appropriating spaces and monuments that, at that time, would be deserted. It is noted that the artistic strategies of the show, by themselves, subvert the logic of using that space, having in themselves characteristics such as attracting people to unusual hours, driving passersby to occupy the streets often dominated by cars, the rescue the idea of collectivity and security even in supposedly hostile environments. In this context, the show, albeit in a fictional way, offers its spectator a micro-experience aligned with the concept of a living city defended by Jacobs. It can be seen, in addition to the motivations and artistic results of the work, the show Passeio Noturno by the Tibanaré group also reaches reverberations in the field of thinking the city, providing experiences and provoking reflections, taking a look at ways of making art that go beyond themselves, that promote affection between citizens, reconnect us to our territory imagining new concepts of the city. keywords: ciyu | art | urbanism |occupation FONTES, Adriana Sansão. Intervenções temporárias, marcas permanentes: a amabilidade nos espaços coletivos de nossas cidades. 2009. Tese (Doutorado em Urbanismo) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 2011. Disponível em <http://intervencoestemporarias.com.br/publicacao/ intervencoes-temporarias-marcas-permanentes-a-amabilidade-nos-espacos- coletivos-de-nossas-cidades/>. Acesso em 02 de maio de 2021.JACOBS, Jane. Morte e Vida de Grandes cidades. Tradução Carlos S. Mendes Rosa. São Paulo: Martins Fontes, 2000.JARCEM, Jefferson. Entrevista. Entrevistadores: Airton de Lacerda Nascimento; Naiane Silva Gonçalves. Cuiabá – MT. 10 videos. Entrevista concedida à pesquisa Análise do Espetáculo Passeio Noturno do Grupo de Teatro Tibanaré: um Diálogo Sobre as Relações entre Arte e Cidade. Jun., 2021.KAYE, Nick. Site-specific Art – Performance, Place and Documentation. Londres: Routledge, 2000. In: GERVILLA, Lucas Rossi. Site-specific: trabalhos direcionados para um lugar predeterminado. Revista Internacional em Língua Portuguesa, N.º 38 (2020): Artes Performativas e Imagem em Movimento. Associação das Universidades de Língua Portuguesa (AULP), 2020. Disponível em <http://www.rilp- aulp.org/index.php/rilp/article/view/112>. Acesso em 02 de maio/2021. Airton de Lacerda NASCIMENTO é Arquiteto e Urbanista (UFMT), Tecnólogo em Teatro (UNEMAT). Mestrando em Estudos da Cultura Contemporânea (UFMT), desenvolvendo pesquisas nas áreas de arte, cultura e cidades. Maristela CARNEIRO é a atual coordenadora do PPGECCO-UFMT. Doutora em História (UFG), é Docente Adjunta lotada na FCA/UFMT. Foi bolsista PNPD em História (UFMT) e História Regional (UNICENTRO). Mestre em Ciências Sociais Aplicadas, pela UEPG, licenciada em História e Filosofia, com especializações em História Cultural e em Epistemologias do Sul, pelo CLACSO. Dentre seus interesses, destacam-se: Estudos de Gênero, Estudos Feministas, Pensamento Decolonial, Cultura Visual, História da Arte, Estudos da Morte e Cemitérios. Naiane Silva GONÇALVES é graduada em Arquitetura e Urbanismo e Teatro com ênfase em Cenografia e Figurino, ambos pela UNEMAT. É mestranda no Programa de Pós- Graduação em Estudos de Cultura Contemporânea (UFMT). Desenvolve pesquisas sobre o processo de ocupação das cidades, cultura e periferia. O Artivismo não se diz, Faz-se! Uma reflexão baseada nas práticas de streetart António Monteiro de OLIVEIRA - Centro Estudos Culturais-ISCAP Resumo A apropriação das práticas associadas à streetart ultrapassaram as barreiras ideológicas, quer no discurso político nacional quer no discurso político global. Neste debate ideológico podemos constatar duas linhas de intervenção. A primeira está associada a instituições cívicas partidárias e não partidárias e, a segunda, assumida pelos próprios writers que, através das suas intervenções, expressam o seu apoio a determinadas candidaturas ou projetos políticos. O objetivo do trabalho é contribuir para a reflexão sobre as consequências dessa apropriação. A partir das intervenções de ±maismenos±, podemos questionar a própria essência do diálogo e do seu sentido, ao aprisionar a cidade em torno de uma esquina, como que em um ghetto inverso, e/ou da posteriormente criação de um partido político pleno de intenções e vazio de conteúdos. Adoto uma abordagem metodológica qualitativa baseada na Observação e utilizo a Fotografia como técnica de investigação. keywords: artivismo | streetart Abstract The appropriation of streetart practices overcame ideological barriers, both in national and in global political discourse. In this ideological debate we can found two intervention streams. The first is associated with political and non- political institutions. The second is assumed by the writers themselves who, through their interventions, express their support for certain candidacies or political projects. The objective of this work is to contribute to the reflection on the consequences of this appropriation. Based on ±maismenos± interventions we can question the very essence and meaning of this dialogue, by imprisoning the city around a corner, as if in an inverse ghetto, and/or by the later creation of a political party full of intentions and emptiness of content.I adopt a qualitative methodological approach based on Observation and Photography as research technique. keywords: artivism | streetart Adbuster Manifesto. Accessed April 2018, printed out and on file by the author from http://www.adbusters.org/about/, 1.Bird, S., & Vakalis, D. (2011). Kyle Magee: Ad-busting, exclusion and the urban environment. Southern Cross University Law Review, 14, 163-183.Bourdieu, P. (1965). Un art moyen. Essai sur les usages sociaux de la photographie. Les Editions des Minuit, Paris.Curry-Tash, M. W. (1998). The politics of teleliteracy and adbusting in the classroom. The English Journal, 87(1), 43-48.Genin, C. (2015). Le street art : de nouveaux principes ?, Cahiers de Narratologie, 29. Mis en ligne le 08 janvier 2016 (consulté le 06 Août 2019). Glaser, B., & Strauss, A. (1967). The discovery of grounded theory: strategies for qualitative research. Aldine Publishing Company, Hawthorne, New York.Guerra, P. (2019). Nothing is forever: um ensaio sobre as artes urbanas de Miguel Januário±MaisMenos±. Horizontes Antropológicos, 25, 19-49.Guinard, P., & Margier, A. (2018). Art as a new urban norm: Between normalization of the City through art and normalization of art through the City in Montreal and Johannesburg. Cities, 77, 13-20.Januário, M. (2019). Imminent Propaganda: Propaganda and Political Branding in the Context of a Music and Art Festival. Miguel Januário And Heitor Alvelos. Semiotics and Visual Communication III: Cultures of Branding, 42.Lemoine, S., & Ouardi S. (2010). Artivisme art. Edition Alternatives, Paris. Niziołek, K. (2018). Art as a Means to Produce Social Benefits and Social Innovations. In Victoria D. Alexander, Samuli Hägg, Simo Häyrynen, Erkki Sevänen, Eds.: Sociology of the Arts – Art and the Challenge of Markets, Volume 2: From Commodification of Art to Artistic Critiques of Capitalism (pp. 117-143). Palgrave Macmillan, Springer Nature, Cham, SwitzerlandPeck, J., & Tickell, A. (2002). Neoliberalizing space. Antipode, 34(3), 380-404.Riffaud, T & Recours, R. (2016). Le street art comme micro- politique de l’espace public: entre artivisme et coopératisme. Cahiers de Narratologie, 30. Mis en ligne le 28 juillet 2016 (consulté le 06 Août 2019).Sandhu, S. (2018). Meet the blind spot: Aktivistische Strategiekonzepte als Irritation und Inspiration für die strategische Kommunikation. In Stefan Wehmeier, Dennis Schoeneborn, Eds.: Strategische Kommunikation im Spannungsfeld zwischen Intention und Emergenz (pp. 59-82). Springer VS, Wiesbaden.Sequeira, A. (2017). Do subterrâneo ao turístico: Representações e apropriações da street art. Seminar Proceedings – Arte Urbana: Rotas de turismo e revitalização das cidades. Accessed September 2019, printed out and on file by the author from https://streetartcei.com/index.php/investigacao.Silva, C. (2015) Mais Menos. Eis O Princípio do Fim. Edição Digital do Jornal i Online 16/11/2015, Accessed July 2019, printed out and file by the author from http://www.nytimes.Strauss, A. & Corbin, J., (1990). Basics of Qualitative Research: Grounded Theory Procedure and Techniques. Sage, Newbury Park, London.The Splasher Group PAPER3,4,5,6 Accessed October 2018, printed out and on file by the author from http://www.ionline.pt/.Wang, C., & Burris, M. A. (1997). Photovoice: concept, methodology, and use for participatory needs assessment. Health Education & Behavior, 24(3), 369- 387.Zieleniec, A. (2016). The right to write the city: Lefebvre and graffiti. Environnement Urbain / Urban Environment, 10, 1-26. António Monteiro de OLIVEIRA é investigador do Centro de Estudos Interculturais (CEI) e Professor Adjunto Convidado do ISCAP – Politécnico do Porto. Doutor em Análise Económica e Estratégia Empresarial, desenvolve trabalhos no âmbito da Economia Cultural e Criativa. Extreme wildfires: a dystopia? Fire Photovoice as a tool for a utopian wildland fire management António PATRÃO - Instituto de Investigação interdisciplinar - Universidade de Coimbra Eduardo MARQUES - Universidade dos Açores José Luis Fernández-Pacheco SÁEZ - Universidad de Extremadura Mieko YOSHIHAMA - University of Michigan-School of Social Work Abstract In the last two decades wildfires in Portugal have been assuming a catastrophic expression: higher severity, faster progression, unpredictable outcomes, great number of deaths (116 persons dead only in 2017, for instance), larger burned area, intense destruction of territorial infrastructures and the need to affect higher human and technological resources to combat. In Portugal, as in other countries around the world, namely the ones with Mediterranean clime, wildfires represent a serious treat and a major environmental risk. They occur concurrently (or in connection) with several other environmental and societal challenges, such as climate changes, demographic transformations like population aging and depopulation, social and economic crisis, in a scenario that seems to represent the expression of multiple correlated dystopias, demanding for different (or utopian) models of risk management. Regarding wildfires, more holistic models of wildland fire management that empower communities, while engaging social actors on wildland fire management and community development emerge as key points for the solution of this problem. This conference will be a moment to present part of larger ongoing research that aims to explore the use of art based participatory methods (photography and theater) for rural fire management that increases the adaptive capacity of the community facing extreme wildfires. During 2019 three rural communities from Mafra municipality (Lisbon region and Tagus Valley), were involved in a participatory action research, using Photovoice as method. Through Photovoice the community was invited to have a voice and use photographs to catalyze personal and community change, confronting wildland fires. Results suggest that major concerns of persons are centered on wildland fire prevention and preparedness (distinctively from official entities that tend to reinforce suppression and technological means of combat). Overall, results point out to the potentialities of the use of this type of qualitative/participatory methods on integrated wildland fire management. keywords: wildfires | photovoice | wildland fire management | art | participatory methods Ager, A., Kline, J. & Fischer, P. (2015). Coupling the biophysical and social dimensions of wildfire risk to improve wildfire mitigation planning. Risk Analysis, 35(8), 1393-1407. DOI: 10.1111/risa.12373.Aven, T.; Renn O. (2010). Risk Management and Governance. Risk, Governance and Society 16. Springer- Verlag. Berlin Heidelberg.Bachmann, A.; Allgöwer, B. (1999). The need for a consistent wildfire risk terminology. The Joint Fire Science Conference and Workshop. Boise. Idaho. E.U.A.Beck, U. (1992). Risk Society: Towards a new modernity. London: Sage. Carroll, M & Paveglio, T. (2016). Using community archetypes to better understand differential community adaptation to wildfire risk. Philosophical transactions B, 371: 20150344. DOI: 10.1098/rstb.2015.0344. Champ, J.& Brooks, J. (2010). The circuit of culture: A strategy for understanding the evolving human dimensions of wildland fire. Society and Natural Resources, 23(6), 573-582. DOI: 10.1080/08941920802129845.Cutter, S., Boruff, B. & Shirley, W. (2003). Social vulnerability to environmental hazards. Social Science Quarterly, 84, 242–61. DOI: 10.1111/1540-6237.8402002.FAO (2011). Community-based fire management a review. FAO Forestry Paper 166. Rome: FAO of the United Nations. Retrieved from http://www.fao.org/3/i2495e/i2495e00. htmMcCafrey, S., Toman, E., Stidham, M. & Shindler, B. (2013). Social science research related to wildfire management: an overview of recent findings and future research needs. International Journal of Wildfire, 22, 15- 24. DOI: 10.1071/WF11115.Paveglio, T. B., Abrams, J. & Ellison, A. (2016). Developing fire adapted communities: The importance of interactions among elements of local context. Society & Natural Resources, 29 (10), 1246–1261. DOI: 10.1080/08941920.2015.1132351.Paveglio, T. B., Edgeley, C. M. & Stasiewicz, A. (2018). Assessing influences on social vulnerability to wildfire using surveys, spatial data and wildfire simulations. Journal of Environmental Management, 213, 425-439. DOI:10.1016/j.jenvman.2018.02. 068Pyne, S.J. (2019). Fire a brief history (2 Ed.). Seatle: University of Washington Press.Pyne, S.J., Andrews, P.L., Laven R. D. (1996). Introduction to wildland fire (2 Ed.). New York: Jonh Wiley & Sons, Inc.Steelman, T. (2016). U.S. wildfire governance as a social-ecological problem. Ecology and Society, 21(4), 3. DOI: 10.5751/ES-08681-210403.Wang, C., y Burris, M. A. (1994). Empowerment through photo novella: Portraits of participation. Health Education & Behavior, 21, 171–186.Wang, C., y Burris, M. A. (1997). Photovoice: Concept, methodology, and use for participatory needs assessment. Health Education & Behavior, 24, 369–387.Wang, C. C., y Redwood-Jones, Y. A. (2001). Photovoice ethics: Best practices from the Flint photovoice project. Health Education & Behavior, 28(5), 560– 572.Yoshihama, M. (2019). PhotoVoice Project: A participatory research and action in post- disaster Japan. En E. Huss y E. Bos (Eds.), Art in social work practice: Theory and practice – International perspectives (pp. 57–67). Routledge.Yoshihama, M. (2021). Visualizing drivers of gender health disparities: Ongoing participatory action research following the 2011 disaster in Japan. Social Science & Medicine.Yoshihama, M., y Yunomae, T. (2018). Participatory investigation of the Great East Japan Disaster: PhotoVoice from women affected by the calamity. Social Work, 63(3), 234– 243. António PATRÃO, Forest Engineer by University of Lisbon. Pos- graduated in Social Dynamics, Natural and Technological Risks and Phd Candidate in “Territory, Risk and Public Policies”, thesis “With fire: a community based fire management program.”, by University of Coimbra. Fire Specialist at Portuguese Institute for Nature Conservancy and Forests, with international experience on fire prevention, prescribed fire and community based fire management (Europe, USA, Ásia). National prescribed fire certified and firefighter type 2 FFT2/USA. Eduardo MARQUES, Assistant Professor, Department of Social and Human Sciences, University of Azores, Portugal. José Luis Fernandez-Pacheco SÁEZ, Social Researcher and Lecturer, Department of Psychology and Anthropology, University of Extremadura, Spain. Mieko YOSHIHAMA, Professor, School of Social Work, University of Michigan, USA. Fragmentos e ligações: a memória criativa do corpo em tempos da Covid-19. Dança contextual com jovens no espaço público Ana Moya PELLITERO - CHAIA / Universidade de Évora Resumo Nesta comunicação apresenta-se um projeto de pesquisa artística participativa e transdisciplinar no campo das artes performativas (dança contextual, teatro e performance), e do pensamento teórico (estudos da paisagem urbana, fenomenologia da perceção do espaço urbano e património cultural) intitulado Fragmentos e Ligações: a memória criativa do corpo em tempos da Covid-19, financiado pelo Departamento de Cultura (Generalitat da Catalunha) (CLT019 / 20/000154), e codirigido por Ana Moya, pesquisadora do CHAIA (U Évora), e o bailarino, coreógrafo, performer e diretor de cena Guille Vidal-Ribas. O projeto contou com a elaboração de uma metodologia pedagógico-artística experimental que integrou atividades de improvisação de movimento, técnicas performativas do teatro físico e da dança contextual. Devido às circunstâncias sociais de excecionalidade decorrentes da crise de saúde da Covid-19, deu-se especial ênfase ao estudo dos processos de adaptação ambiental e recuperação de uma nova normalidade no espaço público e nas comunidades urbanas. Consequentemente indagou-se no papel da memória corporal (Bergson 1896; Schacter 1987; Parviainen, 2002; Taylor 2003; Fuchs 2012) como ferramenta criativa nos processos de adaptação e resiliência sócio ambiental, e experimentou-se com o movimento performativo do corpo, e a memória corporal como ferramenta para definir novas ligações afetivas e relacionais “corpo-lugar-comunidade”. Este projeto foi desenvolvido e implementado numa residência artística na associação cultural “Xamfrà, Centre de Música i Escena del Raval” (Barcelona), e implementado num laboratório artístico participativo intitulado “Site Dance Raval”, dirigido à participação de jovens residentes no bairro do Raval (Barcelona). O laboratório decorreu duração duas semanas, com nove sessões de trabalho intensivas durante o mês de julho de 2021, e foi inserido no âmbito das atividades culturais de verão do distrito. Os participantes foram jovens de origem multicultural e alguns deles em risco de exclusão social, entre eles menores imigrantes não acompanhados. Estes, com idades compreendidas entre os 14 e os 25 anos, desenvolveram um trabalho artístico de dança e experimentação performativa contextual, com trabalho preparatório em sala e exercícios ao ar livre em oito espaços públicos no bairro. Todas as sessões do laboratório e o material audiovisual de pesquisa encontram-se no canal Youtube “Fragments i LLigams”. Este laboratório pertence a um conjunto de outros quatro laboratórios artísticos participativos realizados durante os anos 2017 a 2021 nos bairros da Mouraria (Lisboa) e do Raval (Barcelona), e formam parte de uma pesquisa mais abrangente de pós-doutoramento desenvolvida pela investigadora do CHAIA, com o título A paisagem somática da multiculturalidade urbana. Identidades, patrimónios, e turismo cultural em comunidades imigradas nos centros históricos de Lisboa e Barcelona (2016 - 21) (SFRH/BPD/101156/2014), com o objetivo de estudar a identidade e o património intangível da paisagem urbana multicultural como processo de construção comunitária, baseado nas experiências corporais performativas e no intercâmbio multicultural através da transdisciplinaridade das práticas artísticas participativas (www.somaticlandscape.com). Pesquisa financiada pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), e os Fundos Sociais Europeus (Programa Operacional Regional do Alentejo). keywords: dança contextual | pesquisa artística participativa | memória corporal | espaço público Abstract This communication presents a participatory and transdisciplinary artistic project in the field of performing arts (contextual dance, theatre and performance), and theoretical thinking (urban landscape studies, phenomenology of the perception of the urban space and cultural heritage) entitled Fragments and Bondings: the creative body memory in times of Covid-19, funded by the Department of Culture (Generalitat de Catalunya) (CLT019 / 20/000154), and co-directed by Ana Moya, a landscape researcher at CHAIA (U Évora), and the dancer, choreographer, performer and stage director Guille Vidal-Ribas. The project included the development of an experimental pedagogical-artistic methodology that integrated movement improvisation activities, physical theatre performative techniques and site- specific dance. We placed special emphasis on the study of the processes of environmental adaptation and recovery of new normality in public space and urban communities, due to the exceptional social circumstances resulting from the Covid-19 health crisis. Consequently, we inquired into the role of body memory (Bergson 1896; Schacter 1987; Parviainen, 2002; Taylor 2003; Fuchs 2012) as a creative tool in the processes of adaptation and socio- environmental resilience, and we experimented with the performative movement of the body, and body memory as a tool to define new affective and relational “body-place-community” bonds. This project was developed and implemented in an artistic residency at the cultural association “Xamfrà, Centre de Música i Escena del Raval” (Barcelona), and it was implemented in a participatory artistic laboratory entitled “Site Dance Raval”, addressed to the participation of youth living in Raval neighbourhood (Barcelona). The laboratory lasted two weeks, with nine intensive work sessions during the month of July 2021, and it was part of the district's summer cultural activities. The participants were youth of multicultural origin and some of them were at risk of social exclusion, including unaccompanied immigrant minors. These young participants, aged between 14 and 25 years old, developed an artistic work of dance and contextual performative experimentation, with preparatory work in the classroom and outdoor exercises in eight public spaces in the neighbourhood. All the sessions and audio-visual research material can be found on the Youtube channel “Fragments i LLigams”. This laboratory belongs to a set of four other participatory artistic laboratories carried out during the years 2017 to 2021 in the neighbourhoods of Mouraria (Lisbon) and Raval (Barcelona), and they belong to a post-doctoral research developed by the researcher, entitled The somatic landscape of urban multiculturalism. Identities, heritage, and cultural tourism in immigrant communities in the historic centres of Lisbon and Barcelona (2016-21) (SFRH/BPD/101156/2014), to study the identity and intangible heritage of the multicultural urban landscape as a process of community construction, based on performative bodily experiences and multicultural exchange through transdisciplinary participatory artistic practices (www.somaticlandscape.com). This research was funded by the Foundation for Science and Technology (FCT), and the European Social Funds (Alentejo Regional Operational Programme). keywords: contextual dance | participatory artistic research | corporal memory | public space Bergson, H. (1896) 2005. Matter and Memory. Translated by N.M Paul and W. Scott Palmer. New York: Zone Books.Fuchs, T. 2012. “The Phenomenology of Body Memory.” Body Memory, Metaphor and Movement. Advances in Consciousness Research, edited by A S. Koch, T. Fuchs, M. Summa and C. Müller, (84): 9-22. Parviainen, J. 2002. “Bodily Knowledge: Epistemological Reflections on Dance.” Dance Research Journal, 34(1), 11-26. Schater, D. 1987. “Implicit Memory: History and Current Status.” Journal of Experimental Psychology: Learning, Memory, and Cognition, 13(3), 501-518. Taylor, D. 2003. The Archive and the Repertoire. Performing Cultural Memory in the Americas. Durham: Duke University Press. Ana M. Moya PELLITERO é investigadora doutorada, no Centro de História da Arte e Investigação Artística (CHAIA), Universidade de Évora. Pós-graduada em Intervenção e Gestão da Paisagem para a Dinamização do Património Natural, Cultural e Turístico pela Universidade Autónoma de Barcelona (2009). Doutorada em História e Teoria da Paisagem e Cultura Urbana pela Universidade Técnica de Eindhoven (2007), e Mestre em Arquitetura pela Escola Técnica Superior de Arquitetura de Barcelona, Universidade Politécnica de Catalunha. O seu pós-doutoramento A paisagem somática da multiculturalidade urbana. (2016-2021) (SFRH/BPD/101156/2014), desenvolvido no CHAIA, estuda a identidade dinâmica do património imaterial da paisagem urbana nos bairros históricos de Lisboa (Mouraria) e Raval (Barcelona). Este trabalho envolveu uma metodologia de pesquisa artística participativa no estudo das experiências urbanas intercorporais e performativas, e na perceção multisensorial do espaço junto com a sua representação e produção artística. É autora do livro La percepción del paisaje urbano (Madrid, Biblioteca Nueva, 2011). Para lá do Cinema Português: uma análise de narrativas cinematográficas contra-hegemónicas Ana Cristina PEREIRA - CES-Universidade de Coimbra Carla CERQUEIRA - Universidade Lusófona do Porto Abstract The ways in which black people are represented in Portuguese cinema have been widely studied (Macedo 2017; Pereira 2019), but there is a gap in the exploration of cinematographic narratives produced in counter-public spheres (Fraser 1990), therefore counter-hegemonic. In different ways, around the world, an independent and/or peripheral film scene emerges and illuminates those who produce images outside large urban centers, on the fringes of large cultural metropolises, and with diverse social origins. This movement challenges the system of production, circulation, and distribution of images and also gives rise to a political gesture of disidentification that allows the proclamation of new identities, sexualities, and otherness. In Portugal, this movement has been fueled by traditionally silenced voices, by minority groups, usually immigrants, and by social movements. This artistic power can affirm new sensibilities and new affections in a growing wave of questioning of contemporary life's traditional imperial and global molds (Sales, 2020).Starting from the analysis of works by Vanessa Rodrigues and Welket Bungué – relating them to a broader universe of national and international creations – we propose to think about the predominant ethics and aesthetics in these films. Can we think of a Portuguese Black cinema? What voices are evidenced in these cinematographic works? What are the contingencies faced by these productions in the cultural circuit of Portuguese cinema? What are the financing and circulation strategies of these works? Which audiences watch these films and how do they dialogue with them? We argue that, unlike the mainstream discourse that intends to place Portugal as a European country, racially, culturally, and philosophically, the Black cinema counter-public sphere is constructed through the triangulation of influences from alternative models of thought and action, coming mainly from Brazil, the USA, and several African countries. This political and ideological difference manifests itself in artistic and epistemological aspects, constituting a new poetics. Keywords: Black Cinema | Welket Bungué | Vanessa Fernandes | counter- public spheres Fraser, N. (1990). "Rethinking the Public Sphere: A Contribution to the Critique of Actually Existing Democracy". Social Text, 25/26, 56-80.Macedo, I. (2017). Migrações, memória e representações identitárias: a literacia fílmica na promoção do diálogo intercultural. Dissertação de Doutoramento, Universidade do Minho, Braga, Portugal. Pereira, A.C. (2019). Alteridade e identidade na ficção cinematográfica em Portugal e em Moçambique. Dissertação de Doutoramento, Universidade do Minho, Braga, Portugal.Sales, M. (org.) (2020). At the Margin of the Portuguese Cinema. Lisbon: Fundação Calouste Gulbenkian. Ana Cristina PEREIRA é doutorada em Estudos Culturais, pela Universidade do Minho. Foi investigadora pós-doc no CES-Universidade de Coimbra, no âmbito do projeto '(De)Othering'; membro do projeto 'À Margem do Cinema Português: um estudo sobre cinema afrodescendente produzido em Portugal'. É investigadora colaboradora do CECS- Universidade do Minho, como membro dos projetos 'CulturesPast&Present' e 'MigraMediaActs' e Bolseira do projeto 'Network Voices: Women's participation in development processes'. Carla CERQUEIRA é doutorada em Ciências da Comunicação. Atualmente é professora auxiliar na Universidade Lusófona do Porto e investigadora integrada no CICANT. Tem desenvolvido projetos e iniciativas na área dos estudos de género, diversidade e média. Foi vice-coordenadora da secção de Género e Comunicação da Associação Europeia de Investigação em Educação e Comunicação (ECREA). Faz parte de vários projetos de investigação, integra a Rede GAMAG (Global Alliance on Media and Gender) Europa, coordenando a equipa de Research & Policy. Integra também a direção da APEM - Associação Portuguesa de Estudos sobre as Mulheres. Slams, saraus e outras performances: juventudes, artivismos e formas de re-existência em São Paulo/Brasil Simone Luci PEREIRA - Universidade Paulista Silvia BORELLI - PUC-SP João Marcelo BRAS - Universidade Paulista Maria Claudia PAIVA - PUC-SP André QUEIRÓZ - PUC-SP Resumo Esta comunicação apresenta alguns resultados da investigação em curso realizada pelo Grupo de Pesquisa Imagens, metrópoles e culturas juvenis da PUC-SP no qual atuam os autores desta proposta. O projeto de pesquisa faz parte da rede internacional de investigação constituída junto ao Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociales - GT CLACSO Infancias y juventudes. O escopo central da investigação volta-se a ações culturais, políticas e comunicacionais e aos ativismos dos coletivos juvenis Slam Resistência e Sarau das Américas na cidade de São Paulo/Brasil. Temos construído ações e produção de conhecimento crítico em parceria entre os pesquisadores com estes coletivos, coparticipantes da investigação, privilegiando formas de pesquisa participativa, cartográfica e de saberes tentaculares (Haraway, 2019). O objetivo da pesquisa é analisar estas experiências político-culturais e artivistas (Chaia, 2007; Raposo, 2015; Rocha, 2021) destes coletivos, privilegiando práticas culturais de resistências e re-existência atinentes a questões migratórias e étnico-raciais, especificamente e em suas interseccionalidades. As práticas político-culturais e ativistas dos coletivos colaboram na elaboração de novas esferas públicas, transformando e extrapolando os limites da noção habermasiana, na medida em que, de acordo com Mesquita, “agenciam a organização de zonas alternativas e liberdade de expressão, invertendo espaços já existentes e trabalhando com outras identidades e socialidades (...) articulando contra-esferas públicas” (2008, p.11-12).O Slam Resistência (dentro da tradição de Poetry Slam) é um coletivo originado em 2014, “na sintonia dos protestos, dos movimentos sociais e do enfrentamento político ativo em defesas culturais/sociais, socioambientais e contra truculência do Estado”, como afirmam em sua página do Facebook, buscando “para além das poesias discutir formas de intervenções socioculturais no meio da Babylônia de concreto”, reunindo-se mensalmente na Pça Roosevelt (centro de São Paulo). Já o Sarau das Américas, é um coletivo formado por migrantes oriundos da América Latina Hispânica que vivem em São Paulo. Reúnem-se no Centro Cultural do Butantã (zona oeste) e em outras localidades da cidade com diferentes artistas/ativistas migrantes reformulando fronteiras estabelecidas a partir da noção do “encuentro” e o do uso do “portunhol” - como ressaltam - na construção de interculturalidade nos territórios na cidade, em formas de pertença e modos de estar junto, salientando ainda as desigualdades presentes em suas experiências e nas diversas formas de viver a cidade de São Paulo como pessoas migrantes.A base teórica da pesquisa está alinhada a perspectivas decoloniais e filia-se à tradição de pesquisas latino-americanas sobre as juventudes voltadas às formas de apresentação e presença protagonizadas por jovens em contextos urbanos (Reguillo, 2000; Garcia Canclini et al, 2012; Pereira e Borelli, 2015). Agregando repertórios da antropologia, dos estudos de performance (Taylor, 2013; Raposo, 2021) e da comunicação (Pereira et al, 2021), o projeto adota um protocolo metodológico composto de pesquisa teórica, pesquisa documental e pesquisa de campo de inspiração etnográfica.Como resultados até o momento, podemos apontar: a elaboração de formas plurais de re- existência, entendidas aqui em perspectiva decolonial (Maldonado Torres, 2017; Walsh, 2013; Mignolo, 2015; Albán Achinte, 2007) como experiências e produções de sentido de grupos minoritários/subalternizados que apontam para imaginários e práticas decoloniais, abarcando a luta por determinadas formas de vida e existência cotidiana por vezes fragmentadas e em pequenas ações, na persistência em determinados modos de vida, na produção estética/artística, nas formas de sentir, pensar e atuar na contramão de lógicas hegemônicas, nas múltiplas maneiras de buscar redefinir e ressignificar a vida e a existência. Percebemos que nessas dimensões performativas da arte e do ativismo, esboçam-se potentes formas reencenar corporalidades, identidades e subjetividades em formas de repertórios e arquivos da cultura (Taylor, 2013), da etnicidade/racialidade, das ancestralidades e dos pertencimentos territorializados, em que o fazer político se amplia e se desdobra em novas gramáticas de expressão, seja ampliando sentidos de cidadania, seja na visibilização de suas pautas, seja nas utopias e heterotopias (re)inventadas. keywords: jovens | ativismo | ações político-culturais | re-existência ALBÁN ACHINTE, Adolfo. Prácticas creativas de re-existencia: más allá del arte… el mundo de lo sensible. Buenos Aires: Del Signo, 2007.CHAIA, Miguel. Artivismo – política e arte hoje. Aurora. n.1. 2007. p. 9-11.GARCÍA CANCLINI, Néstor et al (coord). Jóvenes, culturas urbanas y redes digitales: prácticas emergentes en las artes, las editoriales y la música. Madri: Fundación Telefonia, 2012.HARAWAY, Donna. Seguir con el problema: Generar parentesco en el Chthuluceno. Bilbau/Espanha: Consonni, 2019.MALDONADO-TORRES, Nelson. El arte como territorio de re- existencia: uma aproximación decolonial. Iberoamérica Social: revista-red de estudios sociales, n. 8, p. 26-28, 2017. MESQUITA, André. Insurgências poéticas: arte ativista e ação coletiva (1990-2000). Dissertação (Mestrado em História). FFLCH- USP. São Paulo, 2008. MIGNOLO, Walter. Trayectorias de re-existencia: ensayos en torno a la colonialidad/decolonialidad del saber, el sentir y el crer. (org. por Pedro Pablo Gómez). Bogotá: Universidad Distrital Francisco José de Caldas, 2015.PEREIRA, Simone Luci et al. São Paulo como cidade musical? perspectivas de debate a partir de três experiências de pesquisa. CSOnline – Revista eletrônica de Ciências Sociais. v.33. 2021. p. 198-222.PEREIRA, Simone Luci e BORELLI, Silvia Helena. Música alternativa na Vila Madalena: práticas musicais juvenis na cidade. Fronteiras – Estudos Midiáticos. v. 17, n. 3, 2015.RAPOSO, Paulo. Artivismo: articulando dissidências, criando insurgências. Cadernos de Arte e Antropologia. v. 4, n. 2. 2015. p. 3-12.RAPOSO, Paulo. Artivismo: poéticas e performances (Palestra). 2021. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=G-ekSt5K3hs Acesso em: 23 dez.2021.REGUILLO, Rossana. Emergencia de culturas juveniles: estrategias del desencanto. México: Editorial Norma, 2000.ROCHA, Rose de Melo (org.) Artivismos musicais de gênero: São Paulo: Ed. Devires, 2021. TAYLOR, Diana. O arquivo e o repertório. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2013.WALSH, Catherine (ed.). Pedagogías decoloniales: Prácticas insurgentes de resistir, (re)existir y (re)vivir. Tomo II. Quito/Equador: Ed. AbyaYala, 2017. (Série Pensamiento Decolonial). Simone Luci PEREIRA é Doutora em Ciências Sociais, professora/pesquisadora do PPG Comunicação da Universidade Paulista. Bolsista Produtividade em Pesquisa CNPq. Líder do GP URBESOM – Culturas Urbanas, Música e Comunicação (UNIP). Pesquisadora do GP Jovens Urbanos (PUC-SP). Silvia BORELLI é Livre Docente em Ciências Sociais pela PUC-SP, onde atua como professora e pesquisadora. Líder do GP Jovens Urbanos. Coordenadora do GT CLACSO Infancias e Juventudes – Eje Infancias y juventudes: hegemonías, violencias y prácticas culturales y políticas de resistencia y re-existencia. João Marcelo BRAS é Mestre e Doutor em Comunicação pela Universidade Paulista - UNIP e professor na mesma instituição. Pesquisador do GP URBESOM – Culturas Urbanas, Música e Comunicação (UNIP). Pesquisador do GP Jovens Urbanos (PUC-SP). Maria Claudia PAIVA é Mestre e Doutoranda em Ciências Sociais pela PUC-SP. Pesquisadora do GP Jovens Urbanos (PUC-SP). André Queiroz é Mestre e Doutorando em Ciências Sociais pela PUC-SP. Pesquisador do GP Jovens Urbanos (PUC-SP). As trincheiras e o FRONT: bastidores criativos de um média-metragem de dança Eden PERETTA - UFOP Bárbara CARBOGIM - UDESC Cláudio ZARCO - UFOP Daniela MARA - UFOP Jefferson FERNANDES - UFOP Lucas RODRIGUES - UFOP Marina FREIRE - UFOP Tatiane ANDRADE - UFOP Vina AMORIM - UFOP Resumo A presente comunicação visa compartilhar alguns fundamentos teóricos e procedimentos criativos utilizados pelo coletivo Anticorpos - inestigações em dança (DEART/UFOP/Brasil) na construção de seu último trabalho artístico: FRONT., um média-metragem de videodança. Neste processo, o coletivo partiu da imagem trazida pelo coreógrafo Tatsumi Hijikata, criador da dança butô, de que dançarinos podem ser lapidados como "armas letais que sonham", para então problematizar as diferentes dimensões culturais que configuram o corpo social de cada ser humano. Assim as dramaturgias que compõem, em mosaico, o filme foram tecidas no confronto entre estas normatizações sociais e os aspectos identitários que configuram cada dançarino/a, proporcionando ao expectador uma experiência estética que pulsa entre o íntimo, subjetivo, e o social. Cada um/a, portanto, colocou em cena as suas questões e seus referenciais, aglutinados pela provocação sobre quais seriam as suas batalhas cotidianas. FRONT buscou assim construir uma narrativa imagética fragmentada que desvela a necessidade comum de enfrentamento e resistência cotidiana no atual contexto obscuro no qual vivemos. Neste sentido, as imagens sobrepostas revelam de forma sutil questões sobre racismo, fascismo, homofobia, meio ambiente e antropocentrismo. No percurso de criação foram utilizados diferentes procedimentos criativos, com destaque para as "cinco peles" (PERETTA, 2012) e "máscara de posição" (ARAÚJO, 2020), por meio dos quais o/as dançarino/as ampliaram suas possibilidades de composição e montagem, desde seus figurinos até as suas dramaturgias. keywords: processo criativo | dança | vídeo | política ARAÚJO, Everton L. Outra máscara é possível: percursos rebeldes de corpos insurgentes. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Teatro, Universidade do Estado de Santa Catarina. PPGT/UDESC, 2021.DIDI- HUBERMAN, Georges. Quando as Imagens Tomam Posição: o olho da História, I. Belo Hozionte: Ed. UFMG, 2017.DIDI-HUBERMAN, Georges. A imagem sobrevivente: história da arte e tempo dos fantasmas segundo Aby Warburg. Rio de Janeiro: Contraponto, 2013.DIDI-HUBERMAN, Georges. A semelhança informe ou o gaio saber visual segundo Georges Bataille. Rio de Janeiro: Contraponto, 2013.FRONT. Anticorpos - investigações em dança, 2021. 1 vídeo (38m29). Publicado pelo canal UFOP cultura. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=ib5srLI8iOA Acesso em: 10 out. 2021.MICHAUD, PHILIPPE-ALAIN. Aby Warburg e a imagem em movimento. Rio de Janeiro: Contraponto, 2013.PERETTA, Éden. As cinco peles: a investigação de si como matriz dramatúrgica no ensino de dança. In Congresso da Associação Nacional de Pesquisadores em Dança – ANDA, 2012. https://anticorpos.files.wordpress.com/2014/07/as-cinco-peles-anda.pdf REBECCHI, Marie. Montaggio e metodo. Parigi 1929: Ejzenštejn, Bataille, Buñuel. In Rivista Syzetesis Vol.1 pp.67-78, 2018. Disponível em www.syzetesis.it/doc/rivista/ archivio/2018/1/5%20ARTICOLO%20REBECCH I.pdfWARBURG, Aby. O legado do antigo. Escritos inéditos. Campinas, SP: Ed. UNICAMP, 2018. v. 1. Eden PERETTA é artista da dança e Professor Associado do Departamento de Artes (DEART) e do Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) no Brasil. Doutor em Estudos Teatrais e Cinematográficos pelo Departamento de Música e Entretenimento da Universidade de Bolonha, Itália (2007-2010) e pós-doutor pela mesma universidade (2018) e pela Escola de Belas Artes da UFMG (2019, Brasil). Atualmente é coordenador do grupo de pesquisa (CNPq) HíBRIDA - poéticas híbridas da cena contemporânea e do grupo Anticorpos - investigações em dança. Pesquisa principalmente o campo da dança teatral e suas relações com as artes visuais, filosofia e novas tecnologias, criando obras artísticas construídas nessas interseções epistemológicas, selecionadas ou convidadas para diversos festivais e eventos nas Américas e em Portugal. Art and activism: what's left if not our desire Isadora PETRAUSKAS - Universidade do Porto Abtract Some might say that mixing art and politics is an inadvertence, a slip, a recipe doomed to pamphleteering and mediocre art. Others claim it is an inevitability. That all art is political. That art, for being the will to power of an idea and, for dialoguing with other ideas, becomes political. As far as we can trace, political art has been problematic. The artist is inherent to the society in which they inhabit, and consequently the political reality is also what defines their existence. Today, no matter how society is organized or your social role in it, it is impossible to escape the political dimension of everyday life. We learn in somewhat traumatic ways the importance of politics and being political. Thus, the discussion about political art overflows the border of art and spills over into the experience itself. Every choice we make, as artists or not, comes from our understanding of how to relate to the people and society around us - and that is the most basic definition of politics. We then admit that not only the artist but every social being incorporates, among others, the political element, since one cannot speak of society without speaking of its organization and regulation. It is common, however, to give the artist the role of social antecedent. Attributing to art this role of transforming agent, of pioneering. We learn from history that art is a precursor. That “good art” encourages people to insert themselves in other contexts and creates new ways of looking at the world, expanding and reinventing current standards. Indeed, it is impossible to ignore the existing evidence on the impact of the arts on our society. To this day, artistic expression has an undisputed place in social activism. It so happens that this place has become another political battleground, with its contradictions and particular conflicts. Of course, politics exists wherever there is an intersection between art and profit, whenever artists are placed in opposite directions, balancing aesthetics and politically charged issues. But today, on this battlefield, activism is a valuable currency. And when activist art becomes a demand from the market, that is, a trend, the difference between activism and commodity becomes blurred. keywords: art | activism | desire | capitalism | cooptation | cultural production 2013 - Caygill, H (2013) On Resistance: A Philosophy of Defiance. Londres: Ed. Bloomsbury academic.1981 - Coli, J. (1995) O que é arte? São Paulo: Ed. Brasiliense2014 - Downey, A. (2014) Arts and Politics Now. Londres: Ed. Thames and Hudson Ltd.1994 - Ensemble, C. (1994) Eletronic Disturbance, The (New Autonomy Series). Nova Iorque: Ed. Autonomedia1985 – Foster, H. (1985) Against Pluralism. In Recordings Art, Spectacle, Cultural Politics. Seattle: Ed. Bay Press.1914 - Freud, S. (2014) On Narcissism: An Introduction. Worcestershire: Ed. Read Books.2017 - Jappe, A. (2019) A sociedade autofágica: Capitalismo, desmesura e autodestruição. Lisboa: Ed. Antígona2011 - Krause, A. (2011) Art as Politics: The Future of Art and Community. Porsgrunn: Ed. New Compass Press.1938 - Lacan, J. (1998) O estadio do espelho como formador da função do eu. In J. Lacan, Escritos. Rio de Janeiro: Ed. Jorge Zahar.1979 - Lyotard, J. (1984) The Postmodern Condition: A Report on Knowledge (Theory & History of Literature). Manchester: Ed. Manchester University Press.2015 - Marshall, T. (2016)
 Prisoners of Geography. Londres: Ed. Elliott & Thompson Ltd.2002 - Rancière, Jacques (2015)
Dissensus: On Politics and Aesthetics. Londres: Ed. Bloomsbury Academic.2004 - Rancière, J. (2007) Será que a arte resiste a alguma coisa? In Lins, D. (org.). Nietzsche, Deleuze, arte e resistência. Forense Universitária: ed. Prefeitura de Fortaleza. Disponível em: https://we.riseup.net/assets/94242/versions/1/sera que a arte resiste a alguma coisa ranciere.pdf; acesso em 08 de abril de 2019. Isadora PETRAUSKAS is a multidisciplinary artist, researcher and lecturer, interested in the relationship between art and politics. She has been recently awarded a PhD by Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto where she investigated the possibilities of art and resistance in contemporary times through anti-technical practical works that ‘anyone could do’. Isadora. Isadora Petrauskas is the only person named Isadora Petrauskas so far known. She's not on Wikipedia and might never be. Tá patrão: um estudo sobre trabalho no funk de São Paulo Marcos Roberto Mariano PINA - UNICAMP Resumo A pesquisa apresentada tem como objetivo principal analisar como se organizam as relações de trabalho dos músicos que compõem e/ou interpretam as músicas do estilo musical funk na cidade de São Paulo. O contato com o público ocorre, sobretudo, por meio de plataformas virtuais de comunicação e/ou de apresentações ao vivo, em casas de espetáculo e bailes de rua, chamados de ‘pancadões’ e ‘fluxos’. Analiso como essa estética e discurso do funk consolidam um mercado do funk, despontando como alternativa promissora de inserção econômica no cenário da produção musical para uma parcela de jovens, homens em sua maioria, moradores das periferias urbanas. Os MCs (como são denominados estes músicos) assumem uma posição de protagonismo como criadores de tendências, reforçando um modelo de vida por meio das letras das músicas, cujos enredos gravitam em torno do incentivo ao consumo de mercadorias de luxo. As músicas projetam personagens cujas trajetórias estavam antes restritas aos chamados ‘territórios de pobreza’ agora no âmago da sociedade de consumo. O acesso ao dinheiro assume então um papel como denominador comum, onde as representações de ‘centro’ e ‘periferia’ se encontram. A partir das discussões teóricas sobre trabalho artístico e musical, pretende-se analisar os sentidos que são atribuídos à categoria trabalho no funk de São Paulo, atentando para influência de diferentes marcadores sociais nas suas trajetórias. A metodologia empregada qualitativa, contemplando um esforço etnográfico de acompanhamento das apresentações em casas de espetáculo e bailes de rua, entrevistas com interlocutores-chave e análise das músicas, consideradas veículos de representação dos valores que influenciam na organização cotidiana da atividade. keywords: funk ostentação | trabalho musical | MCs | mercado do funk Abstract This research aims to analyze the work relations of the MCs of the musical style known as funk ostentação in the city of São Paulo. The MCs are responsible for the composition and/or presentation of the songs offered to the final audience through virtual platforms and/or live performances in clubs and block parties. I analyzed how this specific aesthetic of the funk ostentation articulates and helps to create the funk music market, which emerges as a promising work alternative in the scenario of cultural production for a growing portion of young men living in poor neighborhoods. The MCs take a leading role as trendsetters, reinforcing a lifestyle through the lyrics of the songs, whose theme revolves around the incentive of the consumption of luxury goods, viewed as a measure of individual value. This songs project characters whose trajectories were previously confined to the so-called "territories of poverty" now at the heart of brazilian consumer society, making this access to consumption a common denominator, where the representations of "center" and "periphery" meet. The starting point will be the discussion about artistic and musical work, analyzing the meanings of the work category itself in the funk ostentação circuit. The methodology used was qualitative, through an ethnographic effort to accompany this musical shows in clubs and block parties, interviews with key informants and also analysis of the music produced, considered as legitimate illustrations of the values that influence the organization of their work. keywords: funk ostentação | musical work | MCs | funk market BECKER, H. (2008) Art worlds. Berkeley; Los Angeles; London: University of California Press.
ELIAS, N. (1995) Mozart: sociologia de um gênio. Rio de Janeiro: Editora Zahar.
FACINA, A. (2009) Não me bate doutor: funk e criminalização da pobreza. V Enecult - Encontro de Estudos Multidisciplinares em Cultura. Faculdade de Comunicação/UFBa, Salvador.
 FELTRAN, G. (2011) Fronteiras de tensão: política e violência na periferia de São Paulo. São Paulo: UNESP.
________. (2013) Sobre anjos e irmãos: cinquenta anos de expressão politica do "crime" numa tradição musical das periferias. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, n. 56, pp. 43-72. São Paulo.
HAMMOU, K. (2015) Rap et Banlieu: Crépuscule d’un mythe? Informations sociales, v.4, n.190, pp. 74-82. Paris.
HERSCHMANN, M. (2000) O funk e o hip-hop invadem a cena. UFRJ, Rio de Janeiro.
MATTOS, C. (2017) O funk proibido como política de integração marginal. In: Bertelli, Giordano; Feltran, Gabriel (Orgs.). Vozes à margem: periferias, estética e politica. São Carlos: EDUFSCar.
MENGER, P. (2002) Portrait de l"artiste en travailleur. Paris: Éditions du Seuil.MIZRAHI, M. (2018) O Rio de Janeiro é uma terra de homens vaidosos: mulheres, masculinidade e dinheiro junto ao funk carioca. Cadernos Pagu, n. 52, e185215, Campinas.
PEDRO, T. (2017) É o fluxo: “baile de favela” e funk em São Paulo. Revista de Antropologia e Arte. n.7, v.2, p. 115 - 135. Campinas.
PEREIRA, A. (2014) Funk Ostentação em São Paulo: imaginação, consumo e novas tecnologias da informação e da comunicação. Revista de Estudos Culturais 1, pp.1- 18, São Paulo. 
________. (2016). Os “rolezinhos” nos centros comerciais de São Paulo: juventude, medo e preconceito. Revista Latinoamericana de Ciencias Sociales, Niñez y Juventud, 14 (1), pp. 545-557. Marcos Roberto Mariano PINA, pesquisador de pós-doutorado em sociologia na Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP Bolsista da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo, FAPESP. Pesquisador na área de sociologia do trabalho musical, com ênfase no estudo das produções culturais das periferias urbanas. "Somos feitas da matéria de que são feitos os sonhos". Histórias de resistência entre antropologia e arte Chiara PUSSETTI - Instituto de Ciências Sociais-UL Resumo Através de lentes e linguagens diferentes, entre antropologia e arte, nesta apresentação irei apresentar os imaginários ideais de beleza e as lutas para os alcançar recolhidos no curso do trabalho de campo efetuado nos últimos três anos no âmbito do projeto EXCEL. Em busca da excelência. Na base do trabalho realizado pelas artistas colaboradoras do projeto EXCEL e das minhas próprias experiências de ethnography-based art, irei refletir através da projeção de uma galeria de imagens da busca da perfeição entre desejo e dor, sobre os padrões hegemónicos do corpo-norma feminino proposto pelos media, a moda e a publicidade; a violência de padrões estéticos que traduzem estruturas de desigualdade e diferenciação; e sobre como o diálogo entre arte e antropologia pode inaugurar novos caminhos de intervenção, educação e mudança. keywords: antropologia | arte| ethnography-based art | corpo-norma feminino | desigualdade | violência Chiara PUSSETTI is an Auxiliary Researcher at Social Sciences Institute of the University of Lisbon and PI of the IC&DT FCT project “EXCEL. The Pursuit of Excellence. Biotechnologies, enhancement and body capital in Portugal”. Federica Manfredi is a PhD student-fellow at the University of Lisbon, with a project that explores contemporary extreme body interventions, such as body suspensions, with co-participated and experimental methodologies that allow to go beyond a logo-centric logic of communication. She is interested on practices involving pain, body modifications and altered state of consciousness. She's a member of EXCEL project. Isabel Pires is a PhD student in Anthropology at the Social Sciences Institute of the University of Lisbon. She is part of the research project EXCEL, where she is dedicated to the task of Ethnic Cosmetic Practices and Colonial Legacy - investigating the uses of skin whitening products and "ethnic" plastic surgery in Asian descendants in Lisbon, also linked to her own PhD research. CALL FOR ARTISTS Body as a canvas. Guerrilla fighting against unrealistic beauty standards Chiara Pussetti - ICS-UL Federica Manfredi - ICS-UL Isabel Pires - ICS-UL Abstract In our contemporaneous societies, beauty is one of the main female’s responsibilities. A woman's worth (or who identifies with a female gender) is based primarily on how close or how far she comes to embodying the ideal. As a result, women are supposed to conform to the extremely narrow and well-defined standards of beauty. In the consumer culture, a woman body offers a powerful canvas on which to paint persuasive portraits of self, identity, otherness and to construct or critically deconstruct hegemonic beauty ideals. Aesthetic surgery and aesthetic procedures are a by-product of the advancement of medical technology, which has particularly contributed to a new malleability of the body. The almost incessant possibilities for constant molding and reinventing one’s body provided by new technologies reinforce the fundamental importance of the body in processes such as identity-making, self-definition and self-promotion in the consumer society. Cosmetic professionals as medical doctors - plastic surgeons, aesthetics doctors, dermatologists or even gynecologists – beauticians or photographers conceive the body as a malleable canvas on which they can demonstrate their skill. Depicted as a passive body on the canvas, the imperfect woman is constructed as a victim. The cosmetic professional will be her hero, in between a savior and a master-artist who prepares the patient for the transformation, just as the painter intervenes on a raw material using canvas and paints, or as what the sculptor does with marble, the musician with the staves, the photographer with cling films and the dancer with cleats. THE CALLThe Call for Artist is directed to those who want/need to manifest assessments using or reflecting about their or others’ “body as canvas”. The call is open for participants aiming to produce art- based contributions before the workshop or during it. Through the in-person workshop at CombArt 2022, we will share individual reflections to combine them in a “Wall of collective Body as Canvas”. Visual art, plastic art, music, written texts, performances or any other means of artistic expression are welcome. We invite participants to discuss (1) how the feminine body is constructed in order to fit with society’s beauty standards, (2) how these unrealistic ideals can be contested and destabilized, embracing alternative ideas of beauty, and (3) to critically examine the value society places on vanity, consumerism and the pursuit of perfection and eternal youth. Body- projects can comply with or break the rules of the mainstreaming society: in this artistic workshop we aim to reflect critically on these unrealistic standards of beauty and their consequences. The product of our synergies, composed by individual contributions, reactions and common reflections, will be exposed during the Excel month of activity in Lisbon, from September 15th to October 15th 2022, at the Óriq Gallery as the “Wall of collective Body as Canvas”. keywords: experimental anthropology | body | beauty standards Julia Coffey, Jessica Ringrose. 2016. “Boobs and Barbie. Feminist posthuman perspectives on gender, bodies and practice”. In: Lynch, J and Rowlands, J and Gale, T and Skourdoumbis, A, (eds.) Practice Theory and Education: Diffractive readings in professional practice. (pp. 175-192). Routledge: London, UK.Noronha, Susana de (2019) “(Un)stitching the memory and the story of a melanoma: giving a form to forgetfulness between anthropology and creative ethnographic drawing”, Cadernos de Arte e Antropologia. Vol. 8(2): pp.73-79. Salvador-BA, Brasil: Universidade Federal da Bahia (UFBA)Nicole Brown. 2019. " Emerging researcher perspectives - Finding your people-Challenge of developing a creative research methods network” , International Journal of Qualitative Methods 18:1-3Manfredi, F., 2019. “Learning to Fly/ A Story Tale for My Three Year Old Son. An Unconventional Ethnographic Restitution of a Creative Investigation on Body Suspensions.”, Irish Journal of Anthropology, 22(1), 194-204. Chiara PUSSETTI is an Auxiliary Researcher at Social Sciences Institute of the University of Lisbon and PI of the IC&DT FCT project “EXCEL. The Pursuit of Excellence. Biotechnologies, enhancement and body capital in Portugal”. Federica MANFREDI is a PhD student-fellow at the University of Lisbon, with a project that explores contemporary extreme body interventions, such as body suspensions, with co-participated and experimental methodologies that allow to go beyond a logo-centric logic of communication. She is interested on practices involving pain, body modifications and altered state of consciousness. She's a member of EXCEL project. Isabel PIRES is a PhD student in Anthropology at the Social Sciences Institute of the University of Lisbon. She is part of the research project EXCEL, where she is dedicated to the task of Ethnic Cosmetic Practices and Colonial Legacy - investigating the uses of skin whitening products and "ethnic" plastic surgery in Asian descendants in Lisbon, also linked to her own PhD research. Silencios visuales: experiencia estética de la mirada en el arte y la protesta social en Art-Less y Take the Money and Run José Luis Sánchez RAMÍREZ - Universitat Pompeu Fabra Resumen En el ámbito del arte visual, al hablar sobre la composición de las obras se consideran: los colores, las figuras, las formas, las texturas, los espacios, las líneas, los puntos de fuga, la técnica, e incluso, la saturación, el ruido, los vacíos. Parte fundamental de estos elementos, se desarrolla en la contemplación a través de la mirada y de lo que transmiten, así como la interpretación del espectador –independientemente a la que el autor le haya querido otorgar–, es decir, que dentro de una obra de arte, siempre se genera una disputa por el sentido. La siguiente presentación busca reflexionar sobre las diversas interpretaciones de las maneras de ver los vacíos en la obra de arte, para así, explorar la construcción del silencio visual como una experiencia estética y política. Partimos de la postura de que el silencio es una práctica social, que no se limita a una sola interpretación, sino que es polisémica y siempre tendrá distintas formas, modalidades y significaciones distintas que dependerán del contexto. Algunas de ellas las encontramos en el lenguaje, así como en expresiones artísticas: la música, en las artes plásticas, escénicas, audiovisuales, en el cine, en la pintura, en la arquitectura, en la poesía y también, en la protesta social. En un primer acercamiento, reconocemos los silencios estéticos como formas voluntarias de inspiración para dar sentido y creación artística a distintas expresiones humanas. Los silencios estéticos se llevan a cabo en plena autonomía y libertad racional del individuo, desde lo afectivo, la sensibilidad y las pasiones; es decir, a partir del silencio se busca la significación de lo que cada uno de los artistas quiere comunicar y transmitir como una experiencia estética colectiva, abierta, plural, sensible de creación, disruptiva, y por lo tanto política. Es por eso que en el presente trabajo se analizan mediante una discusión teórica sobre la percepción y la cultura visual, implementando la metodología hermenéutica de la imagen, fotografías de dos exposiciones donde se manifiestan los silencios visuales como protesta social: la iniciativa Art-Less en el Museo Davis del Wellesley College en Massachusetts del 2017; y la obra Take the Money and Run de Jens Haaning en el Museo de Arte Contemporáneo Kunsten de Aalborg en Dinamarca del 2021. Así, se resalta la importancia del silencio visual en el arte, como formas “llenas” de sentido dentro de los “vacíos” materiales en las prácticas estéticas y políticas de la protesta social. Es importante reconocer dentro de la composición de una obra de arte, la saturación de ruido que permite que los silencios visuales sean actos de insurrección, y en consecuencia, aportan elementos a la reflexión del entendimiento de los procesos y contextos donde los silencios estéticos como acción de lo político se manifiesten, ya sea en las calles o en espacios privados, como los museos, donde los individuos o autores creadores tienen la oportunidad de re-crearlos y, los espectadores, de resignificarlos. keywords: silencios visuales | cultura visual | estética | protesta social José Luis Sánchez RAMÍREZ (Ciudad de México, 1980), es Doctorando en Comunicación en la Universidad Pompeu Fabra de Barcelona. Maestro en Comunicación y Política por la Universidad Autónoma Metropolitana, Unidad Xochimilco. Licenciado en Sociología por la misma institución. Cuenta con un Diplomado Internacional en Innovación en el Sector Público por la Escuela Superior de Administración Pública de Bogotá, Colombia. Actualmente imparte clases en la Licenciatura en Comunicación y Medios Digitales en la Universidad del Valle de México y es investigador dentro del Programa de Apoyo a Proyectos de Investigación e Innovación Tecnológica en Antropología Política de la Comunicación de la Facultad de Ciencias Políticas y Sociales de la UNAM. Cuenta con publicaciones nacionales e internacionales en distintos tópicos. Desde el 2013 se ha dedicado a estudiar el silencio como campo cultural en tensión con el arte y las prácticas sociales, relacionado a dos factores principales, lo político y lo estético.Código ORCID: https://orcid.org/0000-0001-5838-2812. “Cenas do Gueto. Mocho tá na casa”. Etnografias audiovisuais sobre o quotidiano de um bairro da periferia de Lisboa Otávio RAPOSO - CIES-ISCTE Resumo A Quinta do Mocho é um bairro emblemático para analisar a relação entre a influência cultural africana, a marginalização social e as expressões artísticas que emergem na paisagem pós-colonial portuguesa. Habitada por mais de 3 mil pessoas, quase todas negras e de origem africana, a Quinta do Mocho é conhecida pelos media como um dos principais “bairros problemáticos” da área metropolitana de Lisboa. Este rótulo foi construído na suposta relação dos seus jovens residentes com a delinquência, bem como através de representações distorcidas que apontam os bairros sociais como territórios incivilizados e “sem cultura”. No entanto, a crescente importância das produções culturais originadas na Quinta do Mocho está a conferir-lhe uma nova visibilidade capaz de subverter estereótipos. Reconvertida simbolicamente em território de arte e cultura, este bairro transformou-se numa das maiores galerias de street art a céu aberto da Europa, sendo também associado a géneros musicais inovadores, como é o caso do rap crioulo e da batida. Trata-se de um bairro em que a sociabilidade de rua, a diversidade cultural e o acesso aos novos dispositivos digitais, como telemóveis e computadores pessoais, têm possibilitado insights criativos geradores de novas estéticas, estilos de vida e formas de resistir à marginalização social. São estes os fenómenos que o projeto audiovisual “Cenas do Gueto. Mocho tá na casa” retrata no seu conjunto de 27 micro- documentários etnográficos, realizados no âmbito do projeto ArtCitizenship. Das vendedoras informais que vendem deliciosos quitutes, às festas de ruas e expressões artísticas da sua juventude, exibirei os documentários como instrumento de reflexão sobre a potência das práticas criativas dos moradores da Quinta do Mocho, sem ignorar as inúmeras desigualdades a que eles estão sujeitos. Esta apresentação também pretende debater a importância da etnografia audiovisual como ferramenta analítica relevante para o estudo da vida quotidiana, particularmente em territórios urbanos segregados, marcados pelo racismo e a marginalização social. keywords: etnografia visual | expressões e práticas artísticas | pós- colonialismo | desigualdade | Quinta do Mocho Otávio RAPOSO graduou-se em sociologia na Universidade Nova de Lisboa e é doutorado em antropologia pelo Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL). Ele é professor convidado nessa universidade e pesquisador integrado no Centro de Investigação Estudos de Sociologia (CIES-Iscte), coordenando o projeto Art Policies. Desenvolve investigações nas áreas dos estudos urbanos, juventude, arte, migrações, racismo e diáspora africana que resultaram em artigos em inúmeras revistas internacionais. Atualmente pesquisa as práticas criativas dos jovens de territórios segregados, bem como as políticas públicas a eles dirigidas. Realizou diversos documentários, entre os quais “Nu bai. O rap negro de Lisboa” (2007) e “Na Quinta com Kally” (2019). Caminhar com artistas na cidade: abordagem sensível de intervenções urbanas Caterine REGINENSI - UENF Resumo As práticas de arte urbana poderiam ser interpretadas como um jogo de exploração urbana, os artistas elaborando uma maneira particular de “ser e estar” no mundo e, na cidade. Esta proposta de comunicação se insere numa pesquisa etnográfica em andamento que visa analisar os meios de ação individual ou coletiva e as competências políticas de atores, em particular artistas urbanos e ativistas, na cidade contemporânea. Assim minha questão central é: De que lugar falam os protagonistas da pesquisa e como pensar junto com eles a pluralidade de cidades? Vou considerar que as ações artísticas podem desenvolver uma ação política realizando uma intervenção na partilha que fazemos do nosso mundo sensível como sugere Jacques Rancière.No decorrer da pesquisa etnográfica me mantive sempre com a câmara ou o celular nas mãos para observar não apenas os espaços físicos, mas também as artistas e as formas como se relacionavam com os espaços atravessados e/ou ocupados. Experiência emocional nas espessuras das cidades junto com os sujeitos e utilizando o método dos itinerários que o sócio antropólogo Jean Yves Petiteau define como: ‘’Seguir aquele que nos guia com o corpo e a palavra em um território que inventa e constrói pondo em cena a sua narrativa”. Nesta comunicação proponho compartir o trabalho realizado em julho, agosto e setembro de 2021, junto com duas artistas brasileiras. A primeira artista, Maria Fernanda Paes de Barros, artista, designer, mergulha na ancestralidade de cada povoado, ou grupo em que trabalha. Trata-se de uma coprodução de saberes com artistas indígenas. Depois da entrevista, em junho de 2021, vou circular com a artista na praça Adolfo Bloch, em São Paulo. Um segundo encontro, aconteceu no mês de agosto e com a artista caminhamos no parque Ibirapuera onde costumava ir desde pequena e depois levou a filha dela para fazer piquenique. Por fim, no final do mesmo mês, um terceiro encontro aconteceu na praça Adolfo Bloch, com a presença dos artistas indígenas: Kulikyrda Mehinako, Txahamehé Pataxó e Kuyawalu Aweti. A segunda artista, Ananda Nahú é uma pintora, muralista e artista visual. Seu estilo se caracteriza pela mistura de cores, técnicas de pinturas e diversidade no uso de materiais, sendo este último uma característica marcante em seu trabalho. Depois de realizar uma entrevista, vou caminhar com ela acompanhada de um fotografo, Vincent Rosenblatt que registra os bailes funks desde 2005, no Rio de Janeiro. Caminhamos, fotografamos e registramos a fala da Ananda, uma tarde inteira, na região portuária e na marinha da Gloria. Essas caminhadas /encontros pretendem também refletir de forma crítica sobre o (re)significado dos espaços, no contexto de intervenções urbanísticas. A Maria Fernanda participa do projeto “Circular na praça” que foi criado por conta do desejo de democratizar o acesso a arte por meio de exposições gratuitas e ao ar livre. E o trabalho da Ananda faz parte do “Projeto Distrito de Arte do Porto” que pretende ser a maior galeria de arte urbana a céu aberto da América Latina, com mais de 11 mil m² de extensão. keywords: caminhadas com artistas | cidade sensível | intervenção urbana Abstract Urban art practices could be interpreted as a game of urban exploration, the artists elaborating a particular way of “being and being” in the world and in the city. This communication proposal is part of an ongoing ethnographic research that aims to analyze the means of individual or collective action and the political competences of actors, in particular urban artists and activists, in the contemporary city. So, my central question is: What place do the protagonists of the research talk about and how to think together with them about the plurality of cities?I will consider that artistic actions can develop a political action by performing an intervention in the sharing we make of our sensitive world as suggested by Jacques Rancière. During the ethnographic research I always kept my camera or cell phone in my hands to observe not only the physical spaces, but also the artists and the ways in which they related to the spaces crossed and/or occupied. Emotional experience in the thickness of cities together with the subjects and using the method of itineraries that the anthropologist partner Jean Yves Petiteau defines as: "Follow the one who guides us with body and word in a territory that he invents and builds, putting on stage its narrative”. In this communication I propose to share the work carried out in July, August and September 2021, together with two Brazilian artists. The first artist, Maria Fernanda Paes de Barros, artist, designer, delves into the ancestry of each village, or group in which she works. It is a co-production of knowledge with indigenous artists. After the interview, in June 2021, I will circulate with the artist at Praça Adolfo Bloch, in São Paulo. A second meeting took place in August and with the artist we walked in Ibirapuera Park where I used to go since I was little and then took her daughter for a picnic. Finally, at the end of the same month, a third meeting took place in Praça Adolfo Bloch, with the presence of indigenous artists: Kulikyrda Mehinako, Txahamehé Pataxó and Kuyawalu Aweti. The second artist, Ananda Nahú is a painter, muralist, and visual artist. His style is characterized by the mixture of colors, painting techniques and diversity in the use of materials, the latter being a striking feature in his work. After conducting an interview, I will walk with her accompanied by a photographer, Vincent Rosenblatt, who has been recording funk dances since 2005, in Rio de Janeiro. We walked, photographed, and recorded Ananda's speech, an entire afternoon, in the port region and in the navy of Gloria.These walks/meetings also intend to critically reflect on the (re)meaning of spaces, in the context of urban interventions. Maria Fernanda participates in the “Circular na Praça” project, which was created due to the desire to democratize access to art through free and open-air exhibitions. And Ananda's work is part of the “Porto Art District Project” which aims to be the largest open-air urban art gallery in Latin America, with more than 11,000 m² of extension. keywords: walks with artists | sensitive city | urban intervention MAGNANI, Jose Guilherme Cantor. « De perto e de dentro: notas para uma etnografia urbana », Revista Brasileira de Ciências Sociais, 2002, v. 17, n.49, p. 11–29.MARCUS, George, E. «Multi-sited ethnography: Five or six things I know about it now ». In Multi-sited ethnography: problems and possibilities in Translocation of research Methods. Oxford: Routledge, 2011,p. 16- 34.MASSEY, Doreen. ‘’The global sense of place’’, IN: Space, place and gender. Oxford: Polity, 1994.PETITEAU, JEAN YVES, RENOUX , BERNARD, Dockers à Nantes. L’expérience des itinéraires., ESAAA Editions/Ensa Nantes. 2017.RANCIÈRE, J. A partilha do sensível, São Paulo: Editora 34, 2005.REGINENSI, Caterine, A cidade como cenário de oportunidades. Etnografia das margens, 1. ed. Curitiba: Appris, 2019.________. “Antropoarte: um projeto de extensão e a construção de pesquisas etnográficas”, Áltera, v. v.2, n.9, Universidade Federal da Paraiba, p. 182–200, 2019b. Acesso em março de 2020, https://periodicos.ufpb.br/index.php/altera/article/view/47914 ‘‘Expérimenter la rue et le monde avec des acteurs du graffiti’’, Nuevo mundo mundos nuevos, http://journals.openedition.org/nuevomundo/80702, acesso em setembro de 2020.Produção documentário https://vimeo.com/587796892/79038d7e7e“Circular na Praça”: Encontro e itinerário com uma artista. Praça Adolfo Bloch, São Paulo, 12 de junho de 202. Caterine REGINENSI é antropóloga urbana. Coordenou o projeto de extensão AntropoArte na Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf). Desenvolve pesquisas de abordagem etnográfica na área de antropologia urbana.Doutora em Sociologia (Universidade de Paris VIII, França) e Livre Docência em Antropologia Urbana (Universidade de Toulouse, França). Docente na Uenf. Leciona no curso de graduação de Ciências Sociais e nas Pós-Graduações de Sociologia Política e de Políticas Sociais. Membro do Laboratório de Estudo do Espaço Antrópico (LEEA/CCH). É pesquisadora associada do Laboratório de Etnografia Metropolitana (Le Metro - IFCS/UFRJ) e do LAVUE/UMR-CNRS 7218 (França). Trajetórias improváveis no pós 25 de Abril: José Diogo e João César Monteiro Pedro RÉQUIO - Universidade de Coimbra Resumo Que ligação é possível estabelecer entre José Diogo e João César Monteiro? O primeiro, um camponês que matou o seu patrão, em 1974, foi considerado absolvido por um tribunal popular e pela União Democrática Popular (UDP). Este caso, produto das transformações políticas e mentais do Portugal pós 25 de Abril, plasmou uma inversão do corpus legal. Após a queda da ditadura o país passou por um momento de transformação política e teve um período revolucionário durante os anos de 1974-1975. Também os personagens João de Deus, Max Monteiro e João Vuvu, alter egos do realizador João César Monteiro em cinco dos seus filmes, refletem uma série de conceções sociopolíticas que subvertem a ordem legal e moral instauradas após o fim do processo revolucionário. Para além destas semelhanças, é considerável a possível referência de César Monteiro ao caso de José Diogo no seu filme As Bodas de Deus. O propósito deste estudo é partir do caso de José Diogo e estabelecer uma relação com a obra de César Monteiro e a visão política que esta plasma. Paralelamente, procura-se também fazer uma leitura da perspectiva que João César Monteiro apresenta, através da sua filmografia, da ordem instaurada pela democracia liberal portuguesa, bem como dos sítios de memória eleitos pelo cineasta. keywords: democracia | ditadura | revolução | cinema Abstract What connection is possible to establish between José Diogo and João César Monteiro? The first, a peasant who killed his boss in 1974, was considered acquitted by a people's court and the People's Democratic Union (UDP). This case, a product of the political and mental transformations in Portugal after the 25th of April, shaped an inversion of the legal corpus. After the fall of the dictatorship, the country went through a moment of political transformation and had a revolutionary period during the years 1974-1975. The characters João de Deus, Max Monteiro and João Vuvu, alter egos of director João César Monteiro in five of his films, also reflect a series of sociopolitical conceptions that subvert the legal and moral order established after the end of the revolutionary process. In addition to these similarities, César Monteiro's possible reference to the case of José Diogo in his film As Bodas de Deus is considerable. The purpose of this study is to start from the case of José Diogo and establish a relationship with the work of César Monteiro and the political vision that it shapes. At the same time, it also seeks to read the perspective that João César Monteiro presents, through his filmography, of the order established by Portuguese liberal democracy, as well as the memory sites chosen by the filmmaker. keywords: democracy | dictatorship | revolution | cinema “José Diogo, um exemplo de justiça popular”, Voz do Povo, 5 de Novembro, 1974.“Liberdade para José Diogo”, Voz do Povo, 25 de Julho, 1975.“Tribunal Popular Libertou José Diogo”, Voz do Povo, Julho 29, 1975 CARVALHO, M. (2017). Quando Portugal Ardeu. Alfragide: Oficina do Livro.Carvalho, D. P. (1976). Cinco casos de injustiça revolucionária. Lisboa: Edição do Autor.Cruzeiro, M. M. (2018). Revolução, história e memória – O 25 de Abril e os desafios da História Oral. E-Cadernos Ces: Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. Consultado em 3 de Setembro de 2021. Disponível em: https://estudogeral.uc.pt/handle/10316/84315Cunha, J. R. (2017). Revolução e Forma Jurídica: Estado de Direito em contextos pós- revolucionários e desafios ao processo revolucionário. Consultado em 1 de Setembro de 2021. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rdp/a/BhGVL5jgnhJCM8q8LrJDBHF/?format=pdf&lan g=ptDâmaso, E. (1999). A Invasão Spinolista. Lisboa: Fenda.Fukuyama, F. (1992). O fim da história e o último homem. Lisboa: Círculo de Leitores.Huntington, S. (1994). A terceira onda: a democratização no final do século XX. São Paulo: Atica.Ferreira, J. M. (1993). História de Portugal: Oitavo volume. Portugal em transe (1974-1985). Lisboa: Círculo de Leitores.Melo, N. (2018). “A Propósito de José Diogo”. Jornal de Notícias. Consultado em 2 de Setembro. Disponível em: https://www.jn.pt/opiniao/nuno-melo/a-proposito-do-ze-diogo-9088980.html Nora, P. (2008). Les lieux de mémoire. Uruguay: Ediciones Trilice.Pereira, J. M. (1983). No reino dos falsos avestruzes: um olhar sobre a política. Lisboa: A Regra do Jogo.Pollak, M. (1992). Memória, Esquecimento e Silêncio. Consultado em 1 de Setembro de 2021. Disponível em: http://www.uel.br/cch/cdph/arqtxt/Memoria_esquecimento_silencio.pdfRosa s, F. (1993). História de Portugal: Sétimo Volume. Lisboa: Estampa.Rosas, F. (2003). Portugal Século XX (1890-1976): Pensamento e Acção Política. Lisboa: Editorial NotíciasRosenstone, R. A. (1995). The Historical Film as Real History. Film-Historia, Vol. V, No.1. Consultado em 1 de Setembro de 2021. Disponível em: https://core.ac.uk/download/pdf/39139353.pdfTraverso, E. (2012). O passado: modos de usar: história, memória e política. Lisboa: Edições Unipop.Trouillot, M. R. (1995). Silencing the past. Power and the Production of History. Boston: Beacon Press.Varela Gomes, J.P. (1999). Esta Democracia Filofascista. Lisboa: Edição do Autor. Pedro RÉQUIO é licenciado em História na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Mestre em História Contemporânea pela mesma instituição. É investigador júnior no projeto 25AprilPTLab e encontra-se a realizar o doutoramento Discuros: Cultura, História e Sociedade. As suas áreas de domínio centram-se na história política e cultural do século XX e também nas ligações entre a arte, as ideologias e o exercício do poder. The SensOverall works. Exercises in equipping socially sensitive art Eva ROSSAL - Jagiellonian University Joanna WOWRZECZKA - University of Silesia Abstract In this paper we present the artistic project „The SensOverall works” conducted by the artist and sociologist Joanna Wowrzeczka in collaboration with anthropologist Eva Rossal, tailors, activists, citizens and many other people. Recent years in Poland have shown that rebellion and activism can take place not only in the face of urgent and pressing situations, but they can emerge as areas of everyday life. In last 2 years, a wave of street protests and demonstrations (also during subsequent lockdowns) have swept in Poland, showing social problems and moods, resistance and hopes. Ordinary residents often stood behind the organization of these protests, showing the power of grassroots initiatives. In the spring of 2021, protests against the introduction of abortion in Poland took place even several times a week. The organization required not only formal arrangements with external institutions, but also the preparation of an appropriate tools that would be able to contain a set of necessary elements (printed lyrics, loudspeaker rack, whistles, pipes, etc.). Joanna Wowrzeczka, as protests’ organizer in her small town and at the same time the artist in the shoes of a local government official, designed the idea of clothing- device that would be ready to fit all the necessary items during the protest activism. Clothing is a highly flexible and precise instrument of cultural expression, that constitutes an integral part of social fabric at its most general as well as most private level, as a social form and a substitute for the body, a complex connection between the private body and its public significance; it is “a dense coded system of signification that transmits psychological, sexual and cultural messages” (Felshin 1995). Clothes are also considered to be the second skin and, as Renee Baert points out, they are “a membrane that separates and joins, that surrounds and divides. Like skin, clothing is a border.”(R.Baert 2001).The clothing itself is an ambiguous message, and through additional functions, it multiplies and broadens the area of its functioning and meaning. They may serve as a manifestation of opportunism, rebellion against social norms, but also as a meaningful like a communication tool/device. It can evoke and extend corporeality by connecting and using additional tools to create relationships with others.Sens(itive)Overall, designed by artist is at the same time: the message "what / who I am" - differentiating, but also building a bond; a piece of artwork; a reservoir of memory - it is something that collects, absorbs, carries what happened before and what is happening and communication instrument - the outfit is to support / facilitate / build communication. In this case, clothing becomes a multiply communication tool. In the course of conversations with protesters (with different intentions), a list of necessary elements of the outfit is created. Fabric, patterns, cuts and decorations will be the result of cooperation with various social groups: from residents, through city activists, to artists and anthropologists. The key to sewing will not be what the garment is supposed to look like, but what social problems will be embedded in its structure. Thus, this kind of tool becomes a trigger of new ethnographic reality as an ethnographic devices (Sansi 2015). In designing of SensOverall the area of art can generate new forms of social consultations, participation, communication in the field of social conflict, tensions between social groups, between the world of management (politics) and the world of management (society). Artists as challengers and provocative, inform and open minds, which can lead to new ways of perceiving, understanding and responding to social conflict or the lack of clear channels of communication. By providing new forms of seeing the world and by questioning the functioning patterns of action, art has the opportunity to appear where all hitherto images of the world fail.The purpose of this presentation is to not only description and interpretation through the lens of academic forms, presenting the theoretical and research background, but also doing it in action in a form close to the idea of 'open format’ (Estallela, Sanchez Criado 2018) combining ethnography with tools from the expanded field of art with a more participatory character, where conference participants will become co-creators of the situation, building a new tool and its agency. keywords: art | ethnography | clothing | protests R. Baert, “The dress: Bodies and Boundaries, Reinventing Textiles”, in J. Jefferies (ed.), Gender and Identity. Vol. 2, Winchester, Telos Art Publishing, 2001, p. 21.T. Binder, M. Foverskov, Design as Everyday Theater. Rethinking Codesign as Social Drama, w: J.Halse, E. Brandt, B. Clark, and T. Binder (red.), Rehearsing the Future, Copenhagen, The Danish Design School Press 2010A. Estalella, Adolfo and T. Sánchez Criado, Tomás. 2018 Introduction: Experimental Collaborations. In Experimental Collaborations. Ethnography through Fieldwork Devices, Adolfo Estalella & Tomás Sánchez Criado (eds.). New York, Oxford: Berghahn Books.N. Felshin, “Clothing as Subject”, Art Bulletin, vol. 54, no.1, Spring 1995, p. 20.A. Gaspar, Idiotic Encounters. Experimenting with Collaborations between Ethnography and Design,w: Experimental Collaborations. Ethnography Through Fieldwork Devices, (red.) A. Estalella, T. Sanches Criado, New York & Oxford, Berghahn Books, 2018.W.J. Mitchell, T. Bruguera, How to Make Art. With a Jack Hammer: a Conversation with TaniaBruguera, “Afterall”, 2016, 42.S. Olander, The Network Lab: A proposal for design-anthropological experimental set-ups in culturalwork and social research, Copenhagen, The Royal Danish Academy of Fine Arts Publishing, 2014.N. Rapport, Distortion and Love. An Anthropological Reading of the Art and Life of Stanley Spencer,London, Roultledge, 2016R.Sansi, Art, Anthropology and the Gift, Bloomsbury Academic 2015N. Ssorin-Chaikov, Ethnographic Conceptualism. An Introduction, “Laboratorium”, 2013, 5(2), s. 5-18. Joanna WOWRZECZKA is an artist (habilitation in fine arts) and sociologist (phd in humanities). As a sociologist, she explores the field of art in Poland, as an artist a dominated problem and public space. Since 1999, she has been working as a professor at the Institute of Art of the University of Silesia. Since 2010, she has been coordinating the Political Critique Club "On The Border" in Cieszyn. Co-founder of the "Szara" Gallery (of contemporary art), its curator in the years 2001 - 2005. From 2018 she has been councilor of the City Council in Cieszyn. Eva ROSSAL - cultural anthropologist, ethnographer and curator. She works at the Jagiellonian University and at the Ethnographic Museum in Cracow, cooperates with and with various foundations and independent institutions (Political Critique Club "On The Border" in Cieszyn). Her research interests include social engaged art, anthropology of contemporary art after the so-called "ethnographic turn" and the latest ethnographic research methodology (experimental collaboration, collaborative ethnography, „action research”). Activist Art? Alternative Lifestyle! Mediating Art Activism in the Chinese Authoritarian Neo- liberalist Context: Case of the Guangzhou independent artists Liu RUOXI - University of Cambridge Abstract This research is contextualised in Guangzhou, a Southern Chinese city known for its underground art scene. Through a six-month ethnographic study, I report the alternative art and lifestyle practices of a group of independent artists and community-focused artists based in Guangzhou. By using in-depth interviews, participant observation, and diary methods among the local art communities, I recognise the activist features enmeshed in their (alternative) art practices including zine-making and self-publishing, socially- engaged art practices, and participatory (art) practices within and beyond their communities. In my fieldwork, I find that the last practice, or in their own words, "daily practices" (richang shijian 日常实践), was frequently emphasised by some local art groups. Unlike some western activist artists who may highlight action, change-making and resistance in their art creations and communications, these Guangzhou independent artists tend to not prioritise “activism” and avoid emphasising "action" in their social engagement. I argue that by highlighting “daily life” rather than on “action” and “social issues”, these independent artists (often young, migrant, critical of institutions, and lacking in mainstream resources) have hidden their values and missions in disguise of an alternative lifestyle that stresses mutual-aid, decentralisation, equality and ethics at the micro-level. I also find that these independent artists and art communities frequently confront situations where they need to negotiate with the state and market, such as in cooperated projects with galleries, commercialised product proposals offered by companies, and use of social media and live stream. I argue that their negotiations and mediations, as they do not always lead to totally rebellious and resistant profiles against the institutions, have secured their credibility to conduct long-term practices. Some previous scholarship already pointed out the risks that the Chinese artists have been exposed to from both the state and market (Corlin, 2019; Wang, 2016, 2019). In the Guangzhou case, the local independent artists are concerned about the uncertainties aroused from the institutions, especially with the uprising state censorship, neoliberalism in art industries, and increasing economic precarities. Consequently, they have navigated in between different directions to alleviate these pressures. Liu (2020) in her research on Chines independent bookshops suggested that the “mild” actions taken by the Chinese cultural workers do not always fit into the western standard of “activism”. I further argue that this mediating approach is not just a compromise of “activism”, it also leads to new action tactics able to implicitly produce daily resistance. Above all, this research firstly reveals the characteristics of doing activist art in the Guangzhou field by introducing their focus on daily practices. Then it analyses the situation faced by the local independent artists and recognises both their compromise and tactics in employing such a less radical and indirect approach in art creations. I finally argue that such tender, obscure and hidden art activism, developed in an authoritarian context such as China, helps maintain the subjectivity and vitality of the art community and preserves their resistance in the everyday micro extent. It also creates an alternative lifestyle for the Chinese socially- engaged artists. keywords: art activism | alternative seeking | independent artists | China Liu Ruoxi is a PhD candidate in Sociology at the University of Cambridge supervised by Professor Christel Lane. Ruoxi’s PhD project investigates the self-employment of the cultural workers in mainland China as a working mode, an identity and a potential subculture. From May 2020 to April 2021, Ruoxi conducted her fieldwork mainly in Jingdezhen and Guangzhou. By adopting a mixture of qualitative methodologies (participant observation, in- depth interview and diary method), Ruoxi investigates the issue of risk exposure, self-Realisation, alternative seeking, identity and solidarity among the independent cultural workers in the authoritarian and neo-liberalist Chinese context. Ruoxi can be contacted through her email:rl592@cam.ac.uk. Brooklyn - samba, política e cidadania no sul do brasil Sinara SANDRI - CES-Universidade de Coimbra Resumo O artigo apresenta a experiência do Samba de Terça, evento artístico autônomo que levou samba de terreiro para a área central de Porto Alegre, capital do estado do Rio Grande do Sul (Brasil) e se tornou um ponto de ativismo político e cultural. Ao produzir um espaço de diálogo e exercício de sociabilidades, contribuiu para a reciclagem de uma área pouco aproveitada no vão inferior de um viaduto. O evento interferiu na visualidade e na dinâmica de uso de uma área degradada e foi atravessado pela conjuntura da eleição presidencial de 2018, acabando por ser reconhecido como um espaço de manifestações e práticas antifascistas, e sofrendo a interdição da vizinhança. No caso analisado, pudemos constatar uma ação comum realizada a partir de um evento cultural e artístico que alterou a função do espaço criado como via de mobilidade para uma área de permanência e convívio e constituiu um espaço para agenciamentos e articulações entre setores distintos da sociedade. Novas redes de solidariedade foram estabelecidas – envolvendo comércio informal, alianças para ações políticas e de apoio à população de rua, a formação de uma rede de ativistas culturais do samba e uma rede de convivência entre pessoas originárias de distintos bairros da cidade. Entretanto, esta articulação não foi uma garantia de permanência. No caso específico da experiência do Brooklyn, a interdição exercida sobre o Samba de Terça ganha interesse ao evidenciar que mesmo uma ação que recupera e recicla um espaço considerado degradado sofre interdição quando articula um conteúdo que dá visibilidade e traz para o centro da vida urbana grupos e culturas segregados pela organização do espaço. No nosso entendimento, a formatação do espaço funciona como um dispositivo para conformar e delimitar as possibilidades para modos de habitar na cidade e por isso constituem um campo de conflito para os corpos que reivindicam exercer seu direito de visibilidade e abrigo para suas transições. Pior ainda se estes corpos são um obstáculo ao avanço do fascismo. O artigo recorta a pesquisa de doutoramento sobre processos comunicativos de práticas que fazem um uso imprevisto dos espaços urbanos, com um estudo de caso sobre atividades no vão inferior do viaduto Imperatriz Leopoldina, entre 2018 e 2019. Reuni autores como Foucault (2008), Bourdieu (2007), pensadores do campo do urbanismo como Rolnik (2013, 2015) e Vainer (2000). Em diálogo com o pensamento comunicacional, Ferrara (2015, 2018), estudos sobre a materialidade dos processos comunicativos em Gumbrecht (2010) e de comunalização em Harvey (2013, 2014), Dardot e Laval (2017) para identificar os elementos de insurgência urbana pontuados por Holston (2013) e Tonnuci (2017) que configuraram uma oportunidade de comunicação a partir do compartilhamento de uma situação de precariedade como descrito por Butler (2019). keywords: comunicação | samba | direito à cidade | Porto Alegre Abstract The article presents the experience of Samba de Terça, an autonomous artistic event that took samba de terreiro to the central area of Porto Alegre, capital of the state of Rio Grande do Sul (Brazil) and became a point of political and cultural activism. By producing a space for dialogue and the exercise of sociability, it contributed to the recycling of an underused area in the lower span of a viaduct. The event interfered with the visuality and dynamics of use of a degraded area and was crossed by the conjuncture of the 2018 presidential election, eventually being recognized as a space for anti-fascist demonstrations and practices, and suffering the ban from the neighborhood.In the case analyzed, we could see a common action carried out from a cultural and artistic event that changed the function of the space created as a way of mobility to an area of permanence and conviviality and constituted a space for assemblages and articulations between different sectors of society. New solidarity networks were established – involving informal commerce, alliances for political actions and support for the homeless population, the formation of a network of samba cultural activists and a network of coexistence between people from different neighborhoods of the city. However, this articulation was not a guarantee of permanence.In the specific case of the Brooklyn experience, the interdiction exercised on Samba de Terça gains interest by showing that even an action that recovers and recycles a space considered degraded suffers interdiction when it articulates a content that gives visibility and brings groups to the center of urban life. and cultures segregated by the organization of space. In our understanding, the formatting of space works as a device to conform and delimit the possibilities for ways of living in the city and therefore constitute a field of conflict for bodies that claim to exercise their right of visibility and shelter for their transitions. Worse still if these bodies are an obstacle to the advance of fascism.The article takes a look at the doctoral research on communicative processes of practices that make an unforeseen use of urban spaces, with a case study on activities in the lower span of the Imperatriz Leopoldina viaduct, between 2018 and 2019. I brought together authors such as Foucault (2008) , Bourdieu (2007), thinkers in the field of urbanism such as Rolnik (2013, 2015) and Vainer (2000). In dialogue with communicational thinking, Ferrara (2015, 2018), studies on the materiality of communicative processes in Gumbrecht (2010) and of communalization in Harvey (2013, 2014), Dardot and Laval (2017) to identify the elements of urban insurgency punctuated by Holston (2013) and Tonnuci (2017) who configured a communication opportunity from the sharing of a precarious situation as described by Butler (2019). keywords: comunication | samba | right to the city | Porto Alegre Sinara SANDRI é doutora em Comunicação, Pesquisadora visitante em estágio pós-doutoral na Universidade de Coimbra (Portugal)Mestre em História, jornalista. Interessada nos processos comunicativos urbanos, especialmente aqueles envolvidos em experiências de uso imprevisto do espaço. Realizou dois estudos de caso na cidade de Porto Alegre (Brasil), no âmbito das pesquisas de mestrado e doutorado. Desenvolve estudo de pós- doutorado no escopo da linha de pesquisa Transformação Social, Cidadania Econômica e Democratização da Democracia do núcleo DECIDE (Democracia, Cidadania e Direito) do CES, estando especialmente alinhada aos estudos que tratam de espaços inclusivos e de processos de inovação cultural e social, assim como aqueles que propõe uma reflexão crítica sobre a utilização de tecnologias de informação e comunicação nestas dinâmicas sociais. A cena musical das covers no Youtube Constança SANTOS - FLUP Miguel VIDAL - FLUP Rodrigo DIOGO - FLUP Paulo SOUSA - FLUP Resumo O presente é um trabalho de grupo realizado no âmbito da unidade curricular Sociologia da Música. Sendo o tema lançado o das cenas musicais, o grupo focou-se na cena musical de covers do Youtube. As covers e a produção das mesmas tornaram-se um output de conteúdo na plataforma do YouTube regular. Isto é, existe um corpo de artistas e YouTubers que se dedicam à criação de covers; ao mesmo tempo, a cena musical no YouTube como um todo incorpora e dá espaço aos criadores para conseguir destacar e promover as covers. Esta dinâmica coloca em ação também o conceito de coletivização, tanto do lado dos produtores e criadores como dos consumidores. Por outras palavras, existe um/vários grupo(s) dedicados à criação de covers e têm uma audiência e público já muito consideráveis, aspeto este evidente pelo facto de os vídeos acumularem várias dezenas se não mesmo centenas de milhões de visualizações. Desta forma, a cena, sendo alvo de sucesso, começa a possuir uma influência considerável das indústrias musicais (Peterson & Bennett, 2004). Nesta linha de pensamento, importa mencionar a mercantilização e a esfera económica. Para tal, realizou-se uma análise não só das covers disponíveis no site, como dos comentários dos utilizadores, o número de visualizações, e a composição dos artistas que criam a cover. Foram selecionadas quatro músicas originais, sendo que para cada uma destas foram analisadas as primeiras cinco covers sugeridas no site e os primeiros dez comentários relativos a cada uma dessas covers. No total temos um corpus analítico de vinte covers e duzentos comentários. Bennett, A. & Peterson, R. A. (2004). Music scenes: Local, trans-local and virtual. Nashville, TN: University of Vanderbilt Press. Constança SANTOS. Mestranda em Sociologia na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. E-mail: up201805769@edu.letras.up.pt Miguel VIDAL. Mestrando em Sociologia na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. E-mail: up201805478@edu.letras.up.pt Rodrigo DIOGO. Mestrando em Sociologia na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. E-mail: up201805680@edu.letras.up.pt Paulo SOUSA. Mestrando em Sociologia na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. E-mail: up201705840@edu.letras.up.pt Ensaio Manifesto: embeber a cidade com intervenções artísticas urbanas Thaís Ivo dos SANTOS - UNIFEI Paulo Cezar Nunes JUNIOR - UNIFEI Resumo Sabe-se que o espaço-tempo da cidade contemporânea é veloz, exige dinamismo ao passo apertado dos muitos afazeres e, muitas vezes, o vivenciar a cidade e seus espaços públicos ficam em segundo plano. Partindo desta prerrogativa, o que nos desperta a atenção, para este estudo, é a proposição em habitar a cidade a partir da experiência dos sujeitos nos usos do espaço público. A comunicação explora, com base em pesquisa de revisão bibliográfica não exaustiva e dados advindos de entrevistas semi- estruturadas com curadores, uma ruptura com os padrões da sociedade, com os automatismos cotidianos, com a rotina ordinária, com o modelo capitalista a partir das intervenções artísticas como ferramentas e instrumentos potencializadores da sociabilidade e vivacidade urbana. Para tanto, desenhar-se-á uma visão libertária - filosófica por Heidegger e Bondía, humanística geográfica por Tuan, poética por Bachelard - através de habitar os espaços públicos a partir da intervenção artística como experiência que promove reflexões sobre o Ser e transpasses para mudanças sociais, estéticas e políticas. A análise crítica de leituras sobre os autores e temas visitados, além da interpretação das entrevistas supracitadas, questionam a relação sujeito-espaço através das intervenções artísticas em ambientes urbanos, e deduz que a arte cristaliza e pode transformar, em determinadas épocas e com determinadas frequências, relações sociais e experiências urbanas, mobilizando derivas para a construção de outros modelos de cidades e cidadanias. keywords: cidade | espaço público | intervenção artística | experiência | habitar BACHELARD, G. A poética do espaço Rio de Janeiro: Eldorado, 1972.BONDÍA, Jorge Larrosa. Notas sobre a experiência e o saber de experiência. Revista brasileira de educação, n. 19, 2002.HEIDEGGER, Martin. A caminho da linguagem. Tradução Márcia Sá Cavalcante Schuback. Petrópolis: Editora Vozes, 2003. __________________. Ser e Tempo. Tradução: Márcia Sá Cavalcante Schuback. Petrópolis: Editora Vozes, 2005. 325 p.RANCIÈRE, Jacques. A partilha do sensível: estética e política. São Paulo: Editora 34, 2009.SIQUEIRA, Adilson Roberto et al. AS CIDADES SENSÍVEIS: AÇÃO POÉTICA POR MEIO DA MEMÓRIA DA EXPERIÊNCIA. Revista Interdisciplinar Internacional de Artes Visuais: Art & Sensorium, Curitiba, v. 5, n. 1, p. 91-103, jun. 2018.TUAN, Yi-Fu. Topofilia. Londrina: Eduel, 2012._____, Yi-Fu. Espaço e Lugar: a perspectiva da experiência. São Paulo: Difel, 1983. Tradução de Lívia de Oliveira._____, Yi- Fu. Humanistic geography. Annals of the Association of American Geographers. 66 (2) : 266-276, 1976 Thaís Ivo dos SANTOS é investigadora no Laboratório de Planeamento e Políticas Públicas do Departamento de Ciências Sociais, Políticas e do Território na Universidade de Aveiro, pesquisadora do Núcleo OFF - pesquisas e projetos em cultura, educação e linguagens, mestranda em Desenvolvimento e Sociedade pela Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI). Engenheira Civil pela Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI). contacto: + 351 967 936 737email: thaisivo@unifei.edu.br. Paulo Cezar Nunes JUNIOR é Doutor em Sociologia - Cidades e Culturas Urbanas [Universidade de Coimbra] e docente na Universidade Federal de Itajubá. Líder do Núcleo OFF - pesquisas e projetos em cultura, educação e linguagens, credenciado no Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq. Possui graduação em Educação Física e mestrado em Lazer e Sociedade [Universidade Estadual de Campinas].Contacto: +55 35 999642905Email: paulonunes@unifei.edu.br. El rol de las distopías ambientales en la desactivación de la protesta: greenwashing y audiovisual mainstream / The role of environmental dystopias in deactivating protest: greenwashing and mainstream Ana-Clara Rey SEGOVIA - Universitat de València Resumen Uno de los retos a los que se enfrenta Europa es, sin dudas, lo que se ha venido a llamar “emergencia climática”. Millones de jóvenes de todo el mundo comienzan a organizarse reclamando la toma urgente de medidas por parte de los gobiernos ante lo que califican como una de las grandes amenazas para nuestra civilización. En Europa, esto lo hemos podido observar en las crecientes movilizaciones nacidas de la mano de la joven activista Greta Thunberg y de movimientos como Extinction Rebellion, que en España agrupa a diferentes militantes ecologistas procedentes de asociaciones como Greenpeace, Ecologistas en Acción o Juventud por el Clima. Estos jóvenes denuncian la inacción de los gobiernos pero también ponen sobre la mesa aspectos estructurales que cuestionan nuestro modo de vida y al propio sistema capitalista. Quizás la principal dificultad con la que se encuentran estos nuevos activistas es la capacidad del sistema para mercantilizar la protesta a través de diversas estrategias, que involucran también a los relatos procedentes de las industrias culturales. Parece, por tanto, relevante prestar atención al rol que estas juegan en la “desactivación” de los aspectos más radicales de la protesta y en la promoción de un “capitalismo verde” o greenwashing capitalista. Las narrativas distópicas, en especial aquellas dirigidas al gran público como el cine o las series televisivas, podrían ofrecer algunas claves en este debate. El auge de este tipo de relatos en nuestro siglo es sin dudas una cuestión significativa y, por tanto, creemos justificado atender al análisis del mensaje que lanzan. keywords: distopía | emergencia climática | greenwashing | mainstream Abstract One of the main challenges Europe faces is, without a doubt, the so-called 'climate emergency'. Millions of young people all over the world are beginning to organise themselves, demanding that governments take urgent action in the face of what they describe as one of the greatest threats to our civilisation. In Europe, this can be seen in the growing mobilizations born from the young activist Greta Thunberg and movements like Extinction Rebellion, which in Spain groups different environmental activists from associations such as Greenpeace, Ecologistas en Acción or Juventud por el Clima. These young people condemn the inaction of governments but also raise structural issues that question our way of life and the capitalist system itself. Perhaps the main difficulty these young activists encounter is the system's ability to mercantilize protest through a variety of strategies, which also involve the narratives provided by cultural industries. Given this, it seems relevant to pay attention to the role that these play in the "deactivation" of the most radical aspects of protest and in the promotion of a "green capitalism" or capitalist greenwashing. Dystopian narratives, especially those aimed at the general public such as cinema or television series, could offer some keys to this discussion. The rise of this type of narratives in our century is undoubtedly a significant issue and, therefore, we believe it is justified to attend to the analysis of the message they send. keywords: distopia | climatic emergency | greenwashing | mainstream Aumont, Jacques et al. (2008). Estética del cine: Espacio fílmico, montaje, narración, lenguaje. Barcelona: Paidós. Baccolini, Raffaella y Moylan, Tom (eds.) (2003). Dark Horizons: Science Fiction and the Dystopian Imagination. Nueva York / Londres: Routledge. Bauman, Zygmunt (2017). Retrotopía. Barcelona: Paidós. Claeys, Gregory (2018). Dystopia: A Natural History. A Study of Modern Depotism, Its Antecedents, and its Literary Diffractions. Oxford: University Press.Domingo, Andreu (2008): Descenso literario a los infiernos demográficos: Distopía y población. Barcelona: Anagrama.Garcés, Marina (2017). Nueva ilustración radical. Barcelona: Anagrama.Giugni, Marco y Grasso, Maria T. (2019). Street citizens: Protest, Politics and Social Movement. Activism in the Age of Globalization. Cambridge: University Press.Harvey, David (2000). Spaces of hope. Edimburgo: University Press.Herrero, Yayo & Pascual Rodríguez, Marta (2010). «Ecofeminismo, una propuesta para repensar el presente y construir el futuro», ECOS, 10. Recuperado de: https://www.miteco.gob.es/es/ceneam/articulos-de- opinion/2010_06pascualyherr ero_tcm30-163649.pdfIPCC (2012). Managing the Risks of Extreme Events and Disasters to Advance Climate Change Adaptation. A Special Report of Working Groups I and II of the Intergovernmental Panel on Climate. Cambridge: University Press. _____ (2014). Climate Change 2014: Synthesis Report. Contribution of Working Groups I, II and III to the Fifth Assessment Report of the Intergovernmental Panel on Climate Change. Ginebra: IPCC._____ (2019). Climate Change and Land: an IPCC special report on climate change, desertification, land degradation, sustainable land management, food security, and greenhouse gas fluxes in terrestrial ecosystems. En prensa. Recuperado de: https://www.ipcc.ch/srccl/Jameson, Fredric (2009). Arqueologías del futuro. El deseo llamado utopía y otras aproximaciones de ciencia ficción. Madrid: Akal.Martorell, Francisco (2015). Transformaciones de la utopía y la distopía en la postmodernidad. Aspectos ontológicos, epistemológicos y políticos (Tesis doctoral). Universitat de València.________(2019). Soñar de otro modo. Cómo perdimos la utopía y de qué forma recuperarla. Valencia: La Caja Books. _________(2021). Contra la distopía. La cara B de un género de masas. Valencia: La Caja Books. Ana-Clara Rey SEGOVIA (Montevideo, 1985) es graduada en Comunicación Audiovisual y Máster en Comunicación, Interculturalidad y Estudios Europeos por la Universidad de Valencia (España). En la actualidad, es doctoranda en el programa de doctorado en Comunicación e Interculturalidad por la mencionada universidad. Su tesis doctoral se centra en el análisis de la representación de los imaginarios sobre el futuro en el cine de masas hollywoodense, especialmente enfocada en el género distópico. The artistic-civic discourse as a local-global, offline- online transfer Ana-Maria SEZONOV - Faculty of Journalism and Communication Studies Abstract The contemporary conceptual artists are mediating hybrid syncretic discourses (Badir, Dondero, Provenzano, 2019) by connecting virtual and urban territories in networks of communication (Bourriaud, 2001, 2009, Latour, 2005, 2014). They are using controversial political objects of art (Latour, 2005) disseminated through various mediascapes (Appadurai, 1990) to consolidate their entrepreneurial and civic social role (Greffe, 2014).Using the interdisciplinary methodological frame of the Actor-Network Theory (ANT, Latour, 2005, 2015, Callon, 1999, Law, 1999) and its concepts, combined with the Facebook dispositive analysis (Peraya, 1999, Fourmentraux, 2005, Monnoyer-Smith, 2013) we aim to describe how Dan Perjovschi, a Romanian artist, journalist, and media influencer acts as an actor-network entity (Latour, 2005) when he uses his own drawings as communication tools in an offline – online civic discursive transfer (Kwon, 2002). The methodological frame combines online digital practices analysis (Jones, R. H. Chik A. & Hafner C. A., 2015) and dispositive analysis (Fourmentraux, 2007). The corpus of analysis consists of several hundred Facebook posts, corresponding to a period (March - May 2020), during which Dan Perjovschi initiated an online artistic collective project (Virus Journal) related to the pandemic context. keywords: ANT | actor-network | dispositive analysis | syncretic discourse Appadurai, A. (1990). Disjuncture and Difference in the Global Economy. Theory, Culture & Society 7, 295–310.Badir, S., Dondero, M. G., Provenzano F., eds. (2019). Les Discours Syncrétiques: Poésie visuelle, bande dessinée, graffitis, Liège: Presses universitaires de Liège, coll. Clinamen.Bourriaud, N. (2001). Ésthetique relationnelle. Les presses du réel. pp. 11-15.Callon, M. (1999). Actor-Network Theory: The Market Test. In J. Law and J. Hassard (Eds.) Actor Network and After. (pp. 181-195). Oxford and Keele, Blackwell and the Sociological Review.Delanda, M. (2016). Assemblage Theory (First). Edinburgh: Edinburgh University Press.Fourmentraux. J.-P. (2005), Art et Internet. CNRS Editions.Fourmentraux. J.-P. (2007), Les dispositifs du Net art, Techniques & Culture, 48-49, 269-302.Greffe, X. (2014), Les artistes- entrepreneurs, L'Observatoire, 44, no. 1, 50-52.Jones, R H, Chik, A., Hafner, C. (2015). Discourse and Digital Practices, London: Routledge.Kwon, M. (2002). One place after another: site-specific art and locational identity. MIT. Press.Latour, B. (2005), Reassembling the Social: An Introduction to Actor Network Theory. Oxford: Oxford University Press.Latour, B. (2014). Agency at the Time of the Anthropocene. New Literary History: A Journal of Theory and Interpretation 45(1): 1–18. https://doi.org/10.1353/nlh.2014.0003 Law, J. (1999). After ANT: Complexity, Naming and Topology. in J. Hassard & J. Law, (eds.) Actor-Network Theory and After. (pp. 1-14), Oxford: Blackwell Publishers.Peraya, D. (1999). Vers les campus virtuels. Principes et fondements techno-sémio-pragmatiques des dispositifs de formation virtuels, Hermès, 25, 153-168. Ana-Maria SEZONOV (Hanaru) PhDana.sezonov@gmail.com. Faculty of Journalism and Communication StudiesBucharest University. 24 Hour Party People @Maus Hábitos e Passos Manuel Ana Alves da SILVA - FLUP Maria Francisca Rodrigues MACHADO - FLUP Maria João LEANDRO - FLUP Matilde Samagaio GANDRA - FLUP Resumo Este trabalho foi desenvolvido no âmbito da Unidade Curricular Sociologia da Música do Mestrado em Sociologia na Faculdade de Letras da Universidade do Porto e pretende ser uma breve análise sociológica de uma cena musical portuguesa tomando como ponto de partida de abordagem o filme 24 Hour Party People (Michael Winterbottom, 2002). Como caso de análise escolhemos a cena musical simbiótica Maus Hábitos / Passos Manuel por nos parecer representativa do conceito de cena na emergência conceptual de Will Straw (1991) e Barry Shank (1994), postuladas nos estudos do indie rock e sobre a cena rock rock’n’roll em Austin (Texas), respetivamente, e da definição de cena de Peterson e Bennett (2004), interpretada pela leitura da tricotomia local, translocal e virtual. Após a revisão da literatura sobre a temática das cenas musicais no âmbito da sociologia da música, análise dos dados preexistentes, meios de disseminação, meios audiovisuais, entre outros, partimos para a análise de caso com uma inquietação que nos permitiu desenvolver a seguinte questão de partida: como é que se consolidou a cena musical simbiótica Maus Hábitos / Passos Manuel? Mediante a exploração do tema a investigar surgiu uma subquestão: E hoje, corresponde às características da cena musical? Shank, B. (1994). Dissonant identities: The rock’n’roll scene in Austin, Texas. Middletown: Wesleyan University Press. Straw, W. (1991). Systems of articulation, logic of change: Communities and scenes in popular music. Cultural Studies, 5, 3, 368-388. Winterbottom, M. (2002). 24 Hour Party People. Reino Unido. Ana Alves da SILVA. Mestranda em Sociologia na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. E-mail: up200101966@edu.letras.up.pt Maria Francisca Rodrigues MACHADO. Mestranda em Sociologia na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. E-mail: up201805697@edu.letras.up.pt Maria João LEANDRO. Mestranda em Sociologia na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. E-mail: up201805473@edu.letras.up.pt Matilde Samagaio GANDRA. Mestranda em Sociologia na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. E-mail: up201805577@edu.letras.up.pt Minina di céu entre Portugal e Cabo Verde: Sara Tavares de voz e guitarra para uma cena musical lusófona Catarina Ferreira da SILVA - FLUP Resumo Desde a década de 60 que Portugal acolhe uma das mais expressivas comunidades africanas, a cabo-verdiana, cuja presença celebra uma notória dinâmica nacional. Aqui, a música representa a dimensão mais importante da relação entre os dois países onde a mesma se constitui como uma das componentes representativas e estruturantes de uma identidade que tem vindo a traduzir uma nova história e um novo cenário de análise acerca da realidade portuguesa. O processo de difusão de um estilo musical de raiz cabo-verdiana, para outras localidades além de seu espaço de origem, como Portugal, veio despertar diversas latitudes e produzir veículos de atividade onde, a cantora Sara Tavares surge como expressão visível de uma narrativa com voz lusófona. Como produtora de sonoridades de raízes partilhas onde o seu país de nascimento e o seu crioulo de origem confluem, a compreensão da cena musical de Sara Tavares oferece uma indagação de significados, contextos e circunstâncias que dispõem de uma totalidade de referentes que servem de entendimento acerca de como a música constrói, partilha e reproduz espaços social, configurações temporais e realidades socioculturais próprias. O encontro de diálogos que esta cena musical carrega anexa uma composição de coordenadas geográficas em que a voz e guitarra da cantora culminam no reconhecimento de barreiras invisíveis e elásticas. Neste sentido, pela natureza e pelos objetivos que perseguem a pesquisa, a base da construção da matéria parte de uma apreciação crítica de novas leituras e relações em que a música é aliança de um tempo e de um lugar multiforme onde as ideias de espacialidade, regularidade, efemeridade, coletivização, teatralidade, transgressão, espetáculo, inter-relação e mercantilização serão interesse de reconhecimento neste universo onde Sara Tavares é protagonista. Catarina Ferreira da SILVA é Mestre em História da Arte, Património e Cultura Visual pela Universidade do Porto. Mestranda em Estudos Africanos na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. E-mail: up201302874@edu.letras.up.pt O assédio sexual contra mulheres nos trens e metrôs de São Paulo Déborah Ramos da SILVA - UNIFAL MG Resumo O assédio sexual é um problema que afeta tanto a segurança quanto a saúde das vítimas. Trata-se de um tema comumente abordado pela mídia, porém naturalizado por cantadas ou elogios. Sendo certo que as mulheres precisam se movimentar livremente e sem obstáculos para exercerem atividades laborativas, estudar e atuar no espaço público, a cidade de São Paulo, a exemplo de outros lugares, instituiu em março de 2020 um programa inédito e permanente de rede de proteção para as passageiras e colaboradoras da Companhia, chamado “Em Movimento por Elas”. Altos índices apareceram em 2019 quando foram questionadas se já haviam passado por algum tipo de assédio sexual em transporte público 133 na Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).Em 2019, até março, houve 34 no metrô, em 2018, foram 137 registros. No período de janeiro a março deste ano, o total chegou a 28 ocorrências. A comunidade científica ainda precisa se aprofundar em tal tema, realizando mais pesquisas empíricas, especialmente nas grandes capitais, para que haja maiores discussões. Traremos uma revisão da literatura neste artigo a respeito da vulnerabilidade da mulher ao ocupar o espaço público e da falta de punição quando crimes como esses acontecem. keywords: assédio sexual | transporte público | espaços públicos | violência sexual | São Paulo. BANDEIRA, Lourdes. Violência de gênero: a construção de um campo teórico e de investigação. Sociedade e Estado,(2014). 29(2), p.449-469. Disponível em: doi: 10.1590/S0102- 69922014000200008. Acesso em 15 de agosto de 2020.BOCCHINI, Bruno.CPTM e Metrô de SP usam agentes contra assédio sexual. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral /noticia/2019-05/cptm-e-metro-de-sp-usam-agentes-contra-assedio-sexual. Acesso em 15 de agosto de 2020.BOURDIEU, Pierre. A dominação Masculina. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1999. CPTM. CPTM realiza pesquisa para identificar as demandas do público feminino. Disponível em: https://www.cptm.sp.gov.br/noticias/Pages/CPTM-realiza-pesquisa-paraiden tificar-as-demandas-do-p%C3%BAbli co-feminino.aspx. Acesso em 15 de agosto de 2020.DREZETT, Jefferson. Violência sexual contra a mulher e impacto sobre a saúde sexual e reprodutiva. Revista de Psicologia da UNESP, (2003). 2(1), 36-50.FERREIRA SOBRINHO, J. W. Assédio sexual e justa causa. In Repertório IOB de jurisprudência. São Paulo: IOB, fev/1996, n. 04, p. 62.Gelfand, Michelle., Fitzgerald, Louise., & Drasgow, Fritz. . The structure of sexual harassment: A confirmatory analysis across cultures and settings. Journal Of Vocational Behavior, (1995).47(2), p. 164-77.Disponível em :doi:10.1006/jvbe.1995.1033.Acesso em 15 de agosto de 2020.G1. Denúncias de abuso sexual no Metrô de SP crescem 64% em 2015. Disponível em http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2015/10/denunciasde-abuso-sexual-no- metro-de-sp-crescem-64-em-2015.html.Acesso em 15 de agosto de 2020.G1 . Casos de abuso sexual no transporte público de SP crescem 9% no 1º trimestre. 2018. Disponível em https://g1.globo.com/sp/sao- paulo/noticia/casos-deabuso-sexual-no-transporte-publico-de-sp-crescem-9- no-1-trimestre.ghtml.Acesso em 15 de agosto de 2020.GOMES, Juliana. Abuso sexual contra mulheres em transporte público. Disponível em:https://conteudojuridico.com.br/consulta/artigos/53610/abuso-sexual- contra-mulheres-em-transporte-pblico.Acesso em 15 de agosto de 2020.MARQUES,Jéssica.CPTM cria ‘Espaço Acolher’ para atendimento de casos de assédio. Disponível em: https://diariodo transporte.com.br/2020/03/09/cptm-cria-espaco-acolher-para-atendimento- de-casos-de-assedio/. Acesso em 15 de agosto de 2020.MEDEIROS,Luiza. & WILLIANS, Lúcia Cavalcanti. Assédio sexual de mulheres em espaços públicos – uma revisão da publicação empírica.(2018, em preparo)OLIVEIRA, Ana. CAVALCANTI, Vanessa. Violência doméstica na perspectiva de gênero e políticas públicas. Revista Brasileira Crescimento Desenvolvimento Humano, (2007)(17)1, p.39-51. Disponível em: doi:10.7322/jhgd.19813. Acesso em 15 de agosto de 2020.SAFFIOTI, Heleieth. Contribuições feministas para o estudo da violência de gênero. Cadernos Pagu. 16. 2001.p.115-136. Recuperado de http://www. scielo.br/pdf/cpa/n16/n16a07.pdf_________________, ALMEIDA,Suely Souza de. (1995). Violência de gênero: Poder e impotência. Rio de Janeiro: Livraria e Editora Revinter.SILVA, Luiza. Assédio sexual contra mulheres em transporte público: das passageiras à empresa. Disponível em:https://repositorio.ufscar.br/bitstream/handle/ufscar/10822/Disserta%C3 %A7%C3%A3o%20%283%29.pdf?sequence=1&isAllowed=y Acesso em 15 de agosto de 2020.SMITH, Martha. Addressing the security needs of women passengers on public transport. Security Journal, (2008)21(1,2), p. 117-33. Disponível em: doi: 10.1057/palgrave.sj.8350071. Acesso em 16 de agosto de 2020. Déborah Ramos da SILVA é discente do curso de Letras/ Espanhol da Unifal/MG. Mestre em Gestão e Políticas da Informação e da Comunicação Midiática pela Universidade Estadual Paulista Júlio De Mesquita Filho (UNESP).E-mail: deborah.ramos@unesp.br. A sobrevida da antropofagia oswaldiana em criações artísticas transformadoras da cultura brasileira contemporânea / The afterlife of oswaldian anthropophagy in transformative artistic creations from Patrícia SILVA - Centro de Estudos Sociais, Universidade de Coimbra Resumo Tida como metáfora central do Modernismo artístico-literário brasileiro, a noção de antropofagia cultural proposta por Oswald de Andrade no “Manifesto Antropófago” (1928), celebra o hibridismo como matriz identitária e patenteia o discurso contra-hegemónico enquanto estratégia criativa de resistência à hegemonia cultural europeia. Estas facetas têm assegurado a reactualização do conceito em diferentes momentos da história contemporânea do Brasil e em variados domínios da cultura brasileira, nomeadamente como estímulo a criações e movimentos contra- hegemónicos e de pendor utópico. Nesta comunicação analisarei a fértil sobrevida do conceito a partir de criações culturais que dialogam genealogicamente com essa expressão cultural historicizada e politizada. A análise incidirá sobre estratégias de re-significação semiótica empregues por agentes culturais brasileiros contemporâneos, quer como forma de resistência por identidades ameaçadas em períodos de limitação cultural, quer de afirmação identitária de identidades subalternas em períodos de dilatação cultural. Serão examinadas formulações subsequentes por vanguardas contra-culturais brasileiras sob o domínio da ditadura militar, nomeadamente manifestos tropicalistas como o projeto Figa Brasil de Jorge Mautner, que seria retomado posteriormente no seu “Manifesto Amalgamista” (2009). Além disso, criações contemporâneas como o “Manifesto Antropofágico da Ficção Científica Brasileira” (1988), de Ivan Carlos Regina, o “Manifesto de Antropofagia Periférica” (2007), de Sérgio Vaz, o “Re-manifesto antropofágico para a era digital” (2009-2010), de Vanessa Ramos-Velasquez, e outras rememorações e remediações comemorativas da efeméride do aniversário do “Manifesto Antropófago”, retomam a imagética do antropófago e do selvagem tecnicizado oswaldianos para veicular ansiedades de sujeitos contemporâneos face a diferenças identitárias de etnicidade, género, à cosmovisão indígena e ao pós-humano. Estes casos de estudo serão examinados enquanto formas de exercício de uma cidadania cultural que recorre a códigos de representação semiótica da matriz cultural da modernidade brasileira para propor alternativas a estereótipos culturais e às ficções do Estado. Fá-lo-ei num enquadramento revisionista, relacionando as referidas recriações no campo cultural com “decolonial projects emerging out of the global political society (deracializing and depatriarchizing projects (…)” [projetos descoloniais emergentes da sociedade política global (de desracialização e despatriarquização] como parte da construção do pluriverso (Mignolo, 2018, xii, ix). keywords: antropofagia cultural | modernismo | contra-hegemónico | utópico Abstract Generally accepted as the central metaphor of literary and artistic Brazilian Modernism, the notion of cultural anthropophagy proposed by Oswald de Andrade in the “Cannibal Manifesto” (1928), celebrates hibridity as an identitarian matrix and promotes counter-hegemonic discourse as a creative strategy of resistance to European cultural hegemony. These facets have ensured its re-actualisation in different moments of Brazil’s contemporary history and in various domains of Brazilian culture, namely as catalyst to counter-hegemonic and utopian-leaning creations and mouvements. In this paper, I will analise the fertile afterlife of the concept based on cultural creations that dialogue genealogically with that historicised and politicized cultural expression. The analysis will focus on strategies of semiotic re- signification deployed by contemporary Brazilian cultural agents, both as a form of resistance by threatened identities in periods of cultural restriction, and of identitarian affirmation of subaltern identities in periods of cultural dilation. Subsequent formulations by counter-cultural Brazilian vanguards under the domain of the military dictatorship will be examined, namely tropicalist manifestos such as Jorge Mautner’s “Figa Brasil” project, which he would later resume in his “Manifesto Amalgamista” (2009). Additionally, contemporary creations such as “Manifesto Antropofágico da Ficção Científica Brasileira” (1988), by Ivan Carlos Regina, “Manifesto de Antropofagia Periférica” (2007), by Sérgio Vaz, and the “Re-manifesto antropofágico para a era digital” (2009-2010), by Vanessa Ramos-Velasquez, as well as other commemorative rememorations and remediations of the aniversary of the “Manifesto Antropófago”, resume the imagery of the oswaldian cannibal and technicised barbarian to express anxieties of contemporary subjects before identitarian differences of ethnicity, gender, the indigenous worldview and the post-human. These case studies will be examined as ways of exercising a form of cultural citizenship that resorts to semiotic codes of representation of the Brazilian Modernism cultural matrix to propose alternatives to cultural stereotypes and to the fictions of the State. I will address them from a revisionist approach, relating the said recreations in the cultural field to “decolonial projects emerging out of the global political society (deracializing and depatriarchizing projects (….)”, as part of the construction of the “pluriverse” (Mignolo, 2018, xii, ix). keywords: cultural anthropophagy | modernism | counter-hegemonic | utopian Andrade, Oswald de. “Manifesto Antropófago.” Revista de Antropofagia 1 (Maio, 1928), 3, 7.-------. A Utopia Antropofágica. São Paulo: Globo, 1990----- --. A alegria é a prova dos nove. Luiz Ruffato (org.). São Paulo: Globo, 2011Mignolo, Walter D. ‘Foreword. On Pluriversality and Multipolarity’. In Bernd Reiter (ed.). Constructing the Pluriverse: The Geopolitics of Knowledge. Durham and London: Duke University Press, 2018, ix-xv Patrícia SILVA é Investigadora no Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra, onde desenvolve investigação sobre o “Modernismo Transcultural”, com incidência em redes e trocas transatlânticas luso-brasileiras entre movimentos literários e artísticos. Doutorada em Estudos Portugueses e Brasileiros pelo King’s College London, lecionou língua portuguesa e culturas e literaturas lusófonas em Universidade de Cambridge e University College London. É autora de Yeats and Pessoa: Parallel Poetic Styles (Routledge, 2020, repr. 2010), co-editou o número especial da revista Pessoa Plural “Modernismos portugueses 1915- 1917: Contextos, Facetas e Legados da geração Orpheu” (2017) e tem inúmeros capítulos e artigos publicados sobre Modernismo, Estudos Lusófonos, Literatura Comparada, Estudos Culturais, Interartes e de Culturas Visuais, nomeadamente em Pessoa Plural, Colóquio-Letras, Cadernos de Literatura Comparada, Portuguese Studies, Portuguese Literary & Cultural Studies, Comparative Critical Studies. Recentemente publicou sobre escrita e educação internacional em A Investigação e a Escrita: Publicar sem Perecer (Coimbra: IUC, 2021). Transmedia y fanmade: el universo distópico de Metro 2033 como herramienta para entender nuestro mundo Mariano Urraco SOLANILLA - Universidad a Distancia de Madrid Andy Eric Castillo PATTON - Universidad Complutense de Madrid Resumen Como cualquier otro producto artístico, las obras del género distópico se encuentran inextricablemente unidas a la sociedad en la que se producen y a la que, de alguna manera, remiten. Resulta por lo tanto posible (y pertinente) utilizar estos productos culturales para analizar el haz de relaciones que se tejen entre obras y contexto, pudiendo centrarnos en las imágenes del poder y en la ideología subyacente a dichas producciones artísticas. De este modo, la distopía nos permite acercarnos y problematizar la manera en que se expresa la realidad sociopolítica de un momento histórico concreto, los miedos y pesadillas de una determinada sociedad. Este ejercicio hermenéutico nos permite, igualmente, tomar conciencia del modo en que dichas preocupaciones son afrontadas y, eventualmente, conjuradas, así como conocer las estrategias marcadas como vías de escape o caminos de solución de las crisis que afectan a los creadores de este tipo de obras, los cuales actúan como intérpretes del malestar de una época. Además, cuando una obra trasciende el formato tradicional y avanza en la senda de lo transmediático, su potencial interpretativo (y performativo) aumenta exponencialmente al integrar otras voces y perspectivas, convirtiendo el proceso de creación cultural en un verdadero diálogo comunitario sobre los problemas de una sociedad, los medios para hacerles frente y las soluciones para superarlos. Más aún, cuando un universo transmediático enfatiza su carácter abierto dando voz a la audiencia, en condiciones de igualdad con respecto al propio autor original, el conjunto de producciones articuladas en torno a un determinado escenario rompe la unidireccionalidad clásica, situando la recepción (pero una recepción creativa, activa, siempre transformadora) en el centro del interés del analista. Este es, precisamente, el caso del universo de Metro 2033, a cuyo estudio se dedica esta ponencia. A partir de un análisis minucioso del planteamiento original del escritor ruso Dmitry Glukhovsky, autor de la saga fundacional de libros de este universo, abordaremos el proceso de conformación de un universo transmediático que incluye videojuegos y cortometrajes de diversa autoría y procedencia (procedencia en un sentido amplio del término). El análisis del conjunto de materiales producidos bajo una serie de premisas comunes de partida nos servirá para abordar el modo en que, a lo largo del planeta, una supuesta “generación global” de jóvenes afronta las crisis de diversa naturaleza (políticas y económicas, pero también medioambientales o incluso “culturales”) de estas primeras décadas del siglo XXI. Más allá del diagnóstico de los problemas identificados por los distintos creadores implicados en este universo compartido, resulta relevante el modo en que se plantean soluciones y se establece ese diálogo entre el fandom y el autor, en un juego de miradas cruzadas que van definiendo las arenas y el propio devenir de una determinada obra o producto cultural. Estas nuevas formas de producción dentro del género distópico son contrapuestas a fórmulas precedentes, enfatizando el carácter “asambleario”, compartido y común, que suscitan, posibilitan y fomentan. keywords: metro 2033 | transmedia | fanmade | distopía Abstract Like any other artistic product, works of the dystopian genre are inextricably linked to the society in which they are produced, to which they somehow refer. Therefore, it is possible (and relevant) to use these cultural products to analyse the bundle of relationships that woven works and context, focusing on the underlying images of power and ideology. Thereby, dystopia, the fears and nightmares of a given society, allows us to approach and problematise the way in which the socio-political reality of a specific historical moment is expressed. This hermeneutic exercise also allows us to become aware of the way in which these concerns are confronted and, eventually, conjured up. Also, these artistic productions let us know the strategies marked as escape routes or ways of thinking solutions to crises that affect the creators of this type of work, who act as interpreters of an epoch’s malaise. Moreover, when a work transcends the traditional format and advances along the transmedia path, its interpretative (and performative) potential increases exponentially by integrating other voices and perspectives. This process of cultural creation turns into a true community dialogue on the problems of a society, being another way to face them, plus to tackle the solutions to overcome them. Moreover, when a transmedia universe emphasises in its open character by giving voice to the audience, on equal terms to the original author, the set of productions articulated around a given scenario breaks the classical unidirectionality. Then, reception (but a creative, active, always transforming reception) is placed at the centre of the analyst's interest. This is precisely the case of the universe of Metro 2033, to which this paper is dedicated to study. Based on the original works of the Russian writer Dmitry Glukhovsky, author of the books foundational saga of this universe, we will address the process of shaping a transmedia universe that includes video games and short films of diverse authorship and provenance (in a broad sense of the term). The analysis of the set of materials produced under a series of common starting premises will help us to address the way in which, across the globe, a supposedly "global generation" of young people faces crises of different natures (political and economic, but also environmental or even "cultural") of the 21st century first decades. Beyond the diagnosis of the problems identified by the different creators involved in this shared universe, the way in which solutions are proposed and this dialogue is established between the fandom and the author is highly relevant. This becomes in a game of crossed gazes that define the arenas and the very future of a specific work or cultural product. These new forms of production within the dystopian genre are contrasted with previous formulas, emphasising the "assembly" model where shared and common character give rise to making possible an encouraging communal creation. keywords: metro 2033 | transmedia | fanmade | distopia 4AGames (2010). Metro 2033 [Videojuego]. THQ. 4AGames (2013). Metro: Last Light [Videojuego]. Deep Silver.4AGames (2019). Metro Exodus [Videojuego]. Deep Silver.Antonov, S. (2010). Тёмные туннели [Túneles oscuros]. AST.Baccolini, R., y Moylan, T. (2003). Introduction. En R. Baccolini y T. Moylan (Eds.), Dark Horizons: Science Fiction and the Dystopian Imagination (pp. 1–12). Routledge.Beck, U. (2008). La sociedad del riesgo mundial: en busca de la seguridad perdida (R. S. Carbó, Trad.). Ariel. (Obra original publicada 1998)Claeys, G. (2017). Dystopia: A Natural History: a Study of Modern Despotism, Its Antecedents, and Its Literary Diffractions. Oxford University Press.Djakow, A. (2012). Hacia la luz (J. J. Mussarra, Trad.). Timun Mas.Glukhovsky, D. (2009). Metro 2033: el último refugio (J. J. Mussarra, Trad.). Timun Mas. (Obra original publicada 2005)Glukhovsky, D. (2010). Metro 2034 (J. J. Mussarra, Trad.). Timun Mas. (Obra original publicada 2009)Glukhovsky, D. (2016). Metro 2035 (J. J. Mussarra, Trad.). Timun Mas. (Obra original publicada 2015)Gordin, M. D., Tilley, H., y Prakash, G. (Eds.) (2010). Utopia/dystopia: conditions of historical possibility. Princeton University Press.Jenkins, H. (2003, 15 de enero). Transmedia Storytelling. MIT Technology Review. http://www. technologyreview.com/biomedicine/13052/Jenkins, H. (2006a). Convergence Culture: Where Old and New Media Collide. New York University.Jenkins, H. (2006b). Fans, Bloggers, and Gamers: Exploring Participatory Culture. New York University.Lizcano, E. (2006). Metáforas que nos piensan: sobre ciencia, democracia y otras poderosas ficciones. Ediciones Bajo Cero.Rey, A. C. (2022). ¿No hay alternativa? Aperturas utópicas y clausuras distópicas: una mirada al futuro a través del cine de masas del siglo XXI [Tesis doctoral, Universitat de València].Saga, M. (2018). Arquetipos fundacionales en Metro 2033: estructuras territoriales y centros urbanos. Collectivus: revista de ciencias sociales, 5(1), 121–136.Scolari, C. (2013). Narrativas transmedia: cuando todos los medios cuentan. Ediciones Deusto.Seeger, S., y Davison- Vecchione, D. (2019). Dystopian literature and the sociological imagination. Thesis Eleven, 131(1), 3-11.Suvin, D. (2010). Defined by a Hollow: Essays on Utopia, Science Fiction and Political Epistemology. Peter Lang.Urraco, M. (2016). Distopía y juventud, metáforas y realidades: una aproximación desde la Sociología. En E. Encabo, M. Urraco, y A. Martos (Coords.), Sagas, distopías y transmedia: ensayos sobre ficción fantástica (pp. 259–270)- Universidad de León / Marcial Pons.Urraco, M. (2020). Metro 2033: más que una (otra) distopía juvenil contemporánea. En P. Gutiérrez, M. I. Abradelo e I. Armada (Coords.), Tiempos mejores: utopía, distopía y esperanza (pp. 151–174). CEU Ediciones.Urraco, M. (2021). El caballo de Troya de las distopías juveniles: discurso hegemónico disfrazado de rebelde. Distopía y Sociedad: Revista de Estudios Culturales, (1), 154–169.Urraco, M., y García- García, J. (2017). No hay lugar seguro: lo que el género Z le puede enseñar a los jóvenes posmodernos. En M. Urraco, J. García-García y M. Baelo (Eds.), Mundos Z: Sociologías del género zombi (pp. 99–127). Los libros de la Catarata.Varela, J., y Álvarez-Uría, F. (2008). Materiales de sociología del arte. Siglo XXI Editores.Vrochek, S. (2014). San Petersburgo (J. J. Mussarra, Trad.). Timun Mas. Mariano Urraco SOLANILLA es Doctor en Sociología por la Universidad Complutense de Madrid. Asimismo, es Licenciado en Antropología Social y Cultural por la Universidad Nacional de Educación a Distancia. Es director de "Distopía y Sociedad: Revista de Estudios Culturales" y del Congreso Internacional "El género distópico: lecturas e interpretaciones sociológicas". Es coordinador del grupo de investigación “Celsius 233. Estudios Culturales”, de la Universidad a Distancia de Madrid (UDIMA), en la que es actualmente Profesor Contratado Doctor. Andy Eric Castillo PATTON es Graduado en Ciencias Políticas y en Sociología por la Universidad Carlos III de Madrid. También cuenta con un Máster en Sociología Aplicada: Problemas Sociales, por la Universidad Complutense de Madrid. Es autor de distintos trabajos publicados en "Revista Española de Investigaciones Sociológicas", "Recerca", o "Revista de Historiografía", entre otras. Sus principales intereses de investigación se centran en los Estudios Culturales, los Movimientos Sociales y la Psicología Política. Planning through bodies. Feminism, Cinema and Architecture in Hackney between 70s and 80s Roberta Da SOLLER - Università IUAV di Venezia Abstract This intervention is part of a broader research on the relationship between Architecture, Bodies and Feminism, which sees studies on the performative not only as a methodological lens but also as a field of investigation of the political. The research revolves around some workshop-concepts such as performance/performative and space understood as universes of the political that do not pre-exist one another and, as "practiced territories", obtain their expressive power in being in relation to one another and can use it only in the moment in which they acquire it. I will therefore start from an idea of space no longer as experienced by the body but generated by it. For this purpose, and here, I will draw on three experiences between the 1970s and the 1980s around the Hackney district in London which were workshops and clues of a thought of the body becoming space and which involved: a community of women who moved into and squatted in the streets surrounding Broadway Market and London Fields in Hackney during the 1970s, the work of the feminist architects collective Matrix and the experience of Cinema Rio. In the early 1970s Hackney, Camden Town and Islington were neighbourhoods crowded with uninhabited late Victorian architecture in a visible state of decay. Dwellings and spaces built mostly between 1875 and 1919 and bearing considerable post-war damage. In 1971 London had 23,100 empty houses awaiting demolition. In the 1970s all this housing stock in a state of neglect and abandonment by London administrations was occupied by a movement that estimated twenty to thirty thousand people across London. These occupations had several functions. The first and most obvious, was the architectural recovery of these spaces, through improvement work to make them usable again. The second, less obvious, consisted in the mutation of the idea of living and the domestic that implied a total collectivisation of work, a redefinition of spaces and their redesign not on a biological family basis but on a collective desire. These collective desires were often linked to artistic work and political activism: the need for an atelier or at least a space where one could devote time to production and meetings. Within this framework of analysis, the above- mentioned experiences acquire enormous importance not only as a historical fact, but above all as the articulation of a thought between performance, architecture and feminism that becomes an indicator of the possible systematisation of a transformative practice of living. keywords: architecture | feminism | activism | performative Christine Wall, “We don’t have leaders! We’re doing it ourselves!” www.field-journal.org vol.7Matrix, "Making Space. Women in a Man-Made Environment", Pluto Press Limited, London 1984T.Stoll, A.Woodyatt, A, Denney, M. Leonard, This Side, "The Rio. Tape/slide Archive. Radical community in Hackney in the 80s", Isola Press, London 2020B. Colomina, "Sexuality and Space", Princeton Architectural Press, Mexico 1992“Hermaphrodites of Art and Vampires of Practice”: Problems of Women in Architecture’ in Architecture/ Space/Painting, ed. A. E. Benjamin, Special issue of Journal of Philosophy and the Visual Arts 1992, 3, 26–35. Roberta Da SOLLER is an activist, actress, performer and researcher based in Venice. She is part of Sale Docks, a collective and activist space for arts and politics in Venice. She is a PhD student at the IUAV University of Venice with a research on feminist inhabiting. From 2013 to date, she has been cast as an actress in several films. As a performer she collaborated with artist Dora Garcia at the Venice Art Biennale in 2011 and 2015 and recently in the solo show at Ex Mattatorio in Rome. She carried out part of the research on performative practices in Brussels together with Peter Aers, Melissa Mebesoone and Mauro Sommavilla. Between 2011 and 2018 she worked as organizer and producer for Centrale Fies Art Work Space, from which was born the publication Live Works. On the folds of the real by the lens of performative, curated by Roberta Da Soller and Simone Frangi. Sharing Empowers? Reflexões sobre ativismo, participação e cidadania Marta Noronha SOUSA - ISCE Douro Resumo Sharing Empowers é um projeto continuado de produção artística, investigação e intervenção, desenvolvido anualmente no Natal pelos estudantes de Multimédia do ISCE Douro, no âmbito das atividades curriculares e sob orientação dos docentes e investigadores. Partindo da produção de um mural de arte urbana, exposto nas ruas de Penafiel, sobre a temática natalícia, o projeto estende-se a formas artísticas e comunicativas como interatividade, performance e participação no ambiente digital. O objetivo é engajar as comunidades escolar e local, promovendo reflexão sobre hábitos adquiridos, atenção a e respeito pelo Outro e pelo Planeta e corresponsabilização pela criação de um futuro melhor. A premissa é que o envolvimento, através da partilha de testemunhos e da interação, permitirá levar o público a adotar atitudes mais humanas, responsáveis e sustentáveis. O projeto de 2021 visou consciencializar o público para o “outro lado do Natal”, os aspetos adversos que preferimos ignorar, mas que ensombram esta época de paz e humanidade: a solidão, o materialismo, o consumismo desenfreado, o desperdício, a poluição gerada pelos hábitos instituídos. Nesse sentido, o mural figurou, numa das faces, uma árvore de Natal construída com lixo eletrónico e um poema de Manuel Alegre, Balada da Sociedade de Consumo, oculto por pequenos cartões, que os passantes deveriam descolar para revelar o poema e que continham no verso mensagens de alerta. A outra face do mural foi aberta à participação do público, convidando-o a inscrever os seus votos de Natal. No sentido de chamar a atenção da comunidade para a instalação, foram também realizadas, pelos estudantes, performances de rua sobre o tema. Ora, a comunicação proposta consiste num ensaio, em que, partindo dos conceitos de ativismo, participação e cidadania, se reflete sobre como eles se evidenciaram na aplicação deste projeto. Em primeiro lugar, reflete-se sobre a atitude dos estudantes, que, apesar de terem concebido a ideia base, demoraram a revelar-se engajados na sua dinamização, sobre a crescente apatia e passividade que a chamada geração Z parece revelar perante a luta por um mundo melhor. Reflete-se também sobre a interação criada entre o público e o projeto, nas suas várias dimensões, com base em entrevistas abertas realizadas a participantes. Quanto às mensagens inscritas pelo público no mural, serão objeto de uma análise sistemática em estudo posterior, através de uma análise de conteúdo; presentemente, reflete-se de modo qualitativo sobre o que elas representam em termos de cidadania, considerando que algumas apresentam cariz insultuoso, materialista ou simplesmente desengajado. Em suma, as evidências são heterogéneas, revelando, por um lado, consciência e vontade de intervenção e, por outro, apatia, desinteresse ou zombaria. Isto poderá sugerir que o germe do ativismo existe, mas de alguma forma “desativado”, talvez “soterrado” sob o excesso de informação que nos chega quotidianamente. As novas gerações, talvez não diferentemente das mais velhas, poderão necessitar de atividades que focalizem a sua atenção e ativem a participação em causas, que os envolvam nesta tarefa sempre inacabada de transformar o mundo num lugar melhor. Poderá haver melhor ferramenta do que a Arte? keywords: arte urbana | ativismo | participação |cidadania Abstract Sharing Empowers is an ongoing project of artistic production, research and intervention, developed annually at Christmas by ISCE Douro Multimedia students, within the scope of curricular activities and under the guidance of teachers and researchers. Starting from the production of an urban art mural, exposed in the streets of Penafiel, on the Christmas theme, the project extends to artistic and communicative forms, such as interactivity, performance, and participation in the digital environment. The objective is to engage the school and local communities, promoting reflection on acquired habits, attention to and respect for the Other and the Planet and co-responsibility for creating a better future. The premise is that involvement, through the sharing of testimonies and interaction, will allow the public to adopt more humane, responsible, and sustainable attitudes. The 2021 project aimed to make the public aware of the “other side of Christmas”, the adverse aspects that we prefer to ignore, but that overshadow this time of peace and humanity: loneliness, materialism, rampant consumerism, waste, pollution generated by established habits. In this sense, the mural featured, on one side, a Christmas tree built with electronic waste and a poem by Manuel Alegre, Balada da Sociedade de Consumo, hidden by small cards, which passers-by should take off to reveal the poem and which contained in the back messages of alert. The other side of the mural was open to public participation, inviting them to submit their Christmas wishes. To draw the community's attention to the installation, street performances on the theme were also performed by the students. So, the proposed communication consists of an essay, in which, starting from the concepts of activism, participation and citizenship, it is reflected on how they were evidenced in the application of this project. Firstly, it reflects on the attitude of the students, who, despite having conceived the basic idea, took a long time to engage themselves in its dynamization, on the growing apathy and passivity that the so-called generation Z seems to reveal in the face of the struggle for a better world. It also reflects on the interaction created between the public and the project, in its various dimensions, based on open interviews with participants. As for the messages inscribed by the public on the wall, they will be the object of a systematic analysis in a later study, through content analysis; presently, it is reflected in a qualitative way on what they represent in terms of citizenship, considering that some are insulting, materialistic or simply disengaged. In sum, the evidence is heterogeneous, revealing, on the one hand, awareness and willingness to intervene and, on the other, apathy, disinterest or mockery. This may suggest that the germ of activism exists, but somehow “deactivated”, perhaps “buried” under the excess of information that comes to us daily. The new generations, perhaps not unlike the older ones, may need activities that focus their attention and activate their participation in causes, which involve them in this always unfinished task of transforming the world into a better place. Could there be a better tool than Art? keywords: urban art | activism | participation |citizenship Marta Noronha SOUSA é doutorada em Ciências da Comunicação pela Universidade do Minho, desde 2018. A sua tese versou sobre a comunicação através de múltiplos media, em particular a comunicação narrativa, na adaptação, na narração transmediática e em outras formas de propagação de histórias através de diferentes media. Os seus principais interesses de investigação são a narrativa, a ficção e as formas de produção de sentido entre media, bem como as dinâmicas e formatos (narrativos) no atual ambiente (trans)mediático. Atualmente, é professora no ISCE Douro, em Penafiel, e coordena o Departamento de Artes e Multimédia. É membro integrado do Núcleo de Investigação em Artes e Multimédia (NIAM - ISCE Douro) e membro convidado do Centro de Estudos em Comunicação e Sociedade (CECS – UM). martanoronhasousa@gmail.com marta.noronha@iscedouro.pt. The practice of activism and citizenship in the symbiosis of informal urban agriculture and community artistic practices Raquel Luz SOUSA - DINÂMIA'CET-IUL-ISCTE Isabel Cristina CARVALHO - CIAC-Universidade Aberta Abstract There is a disparity between legislation and reality, causing that despite clear laws attributing rights to people, this is not always the case in practice. That causes a direct impact on how citizenship and gender equality are exercised. This disparity widens the gap between structured and vulnerable territories. The disparity is perpetuated by behaviours such as sexist and racist discourses, hate speeches (the digital world is a platform for these to arise) and other forms of counterproductive rhetoric. This problem accompanies the need to overcome situations of social exclusion, gender inequality, info- exclusion, spatial segregation, and cultural stigmatization – all of which are obstacles in working towards the United Nations Sustainable Development Goal 11: Sustainable Cities and Communities.This proposal focuses on the need to make a theoretical reflection about how the contribution of women in the co-creation of cities culturally sensitive and spatially fair can be increased. Within the context of urban precariousness and benefiting from a fruitful dialogue between the physical and digital levels in the exercise of citizenship, we theorize that the combination of Community Art Practices (CAPs) within Urban Informal Agriculture (UA) will help this increase. The theoretical path intends to explore how women deal with gender discrimination, to identify and signpost approaches to situations of social exclusion by including the potential of UA as citizenship development and digital eco-art in CAPs as a tool to improve their participation. Two inclusive forms of resistance and social activism (where majorly women are involved and creativity overcome encountered fragilities) will be presented as reflective environments: i) processes that involve artistic community daily practices (such as the town party etc. where food, crops, harvesting folk art and tradition are used to celebrate. ii) informal practices of urban agriculture, that by itself include the first. This proposal also aims the inclusion of the digital plan to make possible the modernization of these processes, both urban informal agriculture practices and creative processes based on daily lives. It will deal with resilience and forms of spatial appropriation, expression of identity, demarcation of territoriality and mechanisms for compensating people in the face of harmful socio-economic conditions – in which women make up a subgroup even more vulnerable. The intersection of informal urban agricultural practice with other daily creative processes formalized into CAPs will exponentially solve those problems. It will also channel ecological/bioclimatic purposes - promoters of physical and mental wellbeing.In conclusion, urban agriculture as a practice of food production and citizenship, integrated within CAPs, not only have the benefits of the first by supporting marginalized social classes but also, by using creative artistic-cultural processes and more inclusive digital media will give people and women, in particular, a powerful tool towards their own inclusion as citizens. The political-socio-economic and ecological phenomena will be increased - making the city by transforming the potential of the UA and CAP into daily reality empowerment. keywords: artivism | citizenship | community artistic practices | digital eco- art | ecofeminism | informal urban agriculture Raquel Luz SOUSA. PhD student DINÂMIA'CET-IUL - Centre for Socioeconomic and Territorial Studies. ISCTE - University Institute of Lisbon. Avenida das Forças Armadas, Edifício ISCTE-IUL, Sala 2W4-d, 1649- 026 LisbonPortugalBiography: B.A.in Agriculture Engineering by Évora University. Master at California State University at Hayward. Working at Dinamia Research Center in ISCTE where it studies UA in Lisbon, has tough in Lusófona and Algarve University. Published several articles about UA, wrote several technical handbooks and a booklet - Uma horta para fazer ciência, published by Fundação Ciência Viva. In 2008 funds Biosite.com, a cooperative working in local development.Contact Information:https://orcid.org/0000-0002-9666-5239. E-mail:biosite.cabazes@ gmail.com. Isabel Cristina CARVALHO. Researcher | Artist | Architect PhD in Digital Media ArtAberta University, LisbonPortugalBiography: Degree in Architecture, Postgraduate in Town Planning, Environment and Urban Design, Postgraduate in Town Management, PhD in Digital Media Arts. She's a Researcher at Research Centre in Arts and Communication (CIAC-UAb), Aberta University, Portugal. In 2019, her research project “Gender in Map – women empowerment in planning and urban development” was funded by the Foundation for Science and Technology (FCT, Portugal). She develops research in collaborative mapping processes and data visualization. The focus of her research and artistic practice is the interaction between people, urban space, and technology. Areas of scientific interest: Digital Media Art, Art Activism, Women's studies.Contact Information:Email: isabel.carvalho@ uab.pthttps://orcid.org/0000-0002-0499-7464. Art in Nature: using mainstream arts to create a new global workforce for environmental science Ella SPIRA – MBE Pietra MELLO-PITTMAN - MBE Abstract This presentation explores the role arts can play in inspiring future generations of environmental scientists and climate change innovators. Recognising the state of emergency declared by the Intergovernmental Panel on Climate Change, this presentation examines the capacity for artistic practice to be a communicator of this state of emergency, and a demonstrator of the capacity for micro and macro level behavioural changes in a way which is educational, accessible and relatable. In doing so, we bring together examples of scientifically informed arts practice which exhibit the impactful role the arts can play in educating and encouraging behavioural changes across society, as well as the capacity for arts-based communication to encourage pathways into formal scientific education and associated careers which facilitate sustainable, long term climate change action. Across this presentation we draw on our experiences of conceiving and staging the Art in Nature project which runs parallel to the bilateral environmental science project Earth Observation for AgroClimate, having most recently been staged in Australia, and previously staged in the United Arab Emirates. As we explore, Art in Nature brings together inclusive mainstream arts practice with data at the sharp end of scientific evidence from UK governmental agencies including the Science & Technologies Facilities Council, Rutherford Appleton Laboratory, and Australia’s the Commonwealth Scientific and Industrial Research Organisation. Across this presentation we share behind the scenes insights and stories from our experiences of undertaking the Art in Nature projects in order to demonstrate an alternative holistic approach to nurturing the future environmental sciences workforce. keywords: arts | environment | art in nature | art practices | art-based communication Ella SPIRA. MBE is a London based Grammy nominated composer focused on international collaboration, a painter and co-founder of the social impact focused theatre company, Sisters Grimm. Ella’s compositions score all Sisters Grimm’s projects and portfolio of culturally themed shows that have played in 7 countries including UK, Singapore, China and Russia. Ella received a Grammy nomination in 2016 for Best World Music Album for ‘Songs from INALA a Zulu Ballet’. Voices of the Amazon, the production for which Ella wrote the score in collaboration with Brazilian song writers, won Brazilian international Press Award Best Show. Ella was nominated for the Women of the Future Awards for Arts & Culture in 2015, was invited by World Fellow Nizam Uddin to give a talk at Yale University, in 2019 and was awarded an MBE in the 2021 Honours List for services to International Trade and the Creative Industry. Pietra MELLO-PITTMAN. MBE is a Brazilian-British creative producer, ex-Royal Ballet dancer and co-founder of the social impact focused theatre company, Sisters Grimm. Pietra was a ballerina with the Royal Ballet from 2002 – 2015 performing the classics, creating roles in new productions and performing nationally and internationally including at the Royal Opera House Covent Garden and the Mariinsky and Bolshoi Theatres in Russia. Pietra was nominated for the Women of the Future Awards for Arts & Culture in 2015, was invited by World Fellow Nizam Uddin to give a talk at Yale University, in 2019 and was awarded an MBE in the 2021 Honours List for services to International Trade and the Creative Industry. Renegotiating Eastern queerness: Perspectives on social change back home among the Romanian LGBTQ+ diaspora Bianca STANEA - Babes-Bolyai University Cluj-Napoca - Faculty of Sociology and Social Work Abstract With many Eastern European countries still denying recognition of sexual minorities, in a time of extreme globalisation, it is essential to talk about queer diasporas. With a diaspora considered to be the fifth-largest in the world, Romania has been advancing a mostly heteronormative narrative of the migration process. The current research aims to better understand the perspectives of the LGBTQ+ diaspora members on their capacity to influence mindsets back home, based on the alleged progressive attitudes ‘imported’ from abroad. Besides this, it will point out the different types of attitudes that the participants have towards Romania, from the more decisive practice of one-way migration aiming to cut off the ties with the origin country, to the transnational living patterns, always moving back and forth. This line of inquiry will pay, for instance, attention to situations when respondents preserve this relationship, based on nostalgic attachment when they hold ambivalent positions (e.g., desire for change but refusal to commit) or are actively involved in producing social change back home. This research considers the intersections between ethnicity, sexual orientation, and gender identity, but also incorporates the intersectionality given by age, location, and social class. Ultimately the research explores whether and how the diaspora contributes towards a shift of attitudes in relation to the LGBTQ+ community back home (social activism, political participation, NGO structures, etc.). The research is based on a qualitative design. It uses biographical interviews starting from the present and moving retrospectively. The interview guide will comprise topics such as: socioeconomic status abroad, life as part of the LGBTQ+ community in Romania and abroad, motivation of leaving the country, perspectives regarding social change back home, the imagined future and possible modes of returning. During the interviews, the participants will be encouraged to share visual references (mostly photography from their personal collections, showcasing both moments from their life in Romania and from their new life abroad). The role of the visuals will be to support the understanding of the social experiences during the fieldwork. They will stimulate participants’ emotional responses and create an environment of safe sharing and exchange of information. Photography in this case, ‘has a uniquely inherent equality, universality, and accessibility to it as an explanatory tool of social life’ (Ferguson, 2013:4) and it can fill in the gaps of a better understanding of the reality of the participants. While this type of approach can bring ethical dilemmas (e.g. visual material from participants that are not out of the closet), it is important to underline that full anonymity will be preserved and the publishing or further showcase of any visual references will be done only with the permission of the participants and will be blurred if required. The objective of this intimate research (Laura, 2016) is to create a just and authentic narrative of the LGBTQ+ diaspora and to highlight the wide range of perspectives that unfold. keywords: Romanian LGBTQ+ community | queer | diaspora | migration | social change | activism | intersectionality Alexander, B. (2017). ‘Queer/Quare Theory: Worldmaking and Methodologies’ in The SAGE Handbook of Qualitative Research, New York: SAGE Publications.Altman, D. (1997). ‘Global gaze/global gays’ in GLQ: A Journal of Lesbian and Gay StudiesAndrén, D.; Roman, M. (2016). ‘Should I Stay, or Should I Go? Romanian Migrants During Transition and Enlargements’ in Labor Migration, EU Enlargement, and the Great Recession (pp.247-269)Butler, J. (1997). Excitable Speech: A Politics of the Performative, Routledge, New YorkButler, J. (2004). Undoing Gender, Routledge, New York, and LondonCarling, J.; Erdal, M.; Talleraas, C. (2021). ‘Living in two countries: Transnational living as an alternative to migration’ in Population, Space and Place, Vol. 27, Issue 4Chávez, K. (2013). Queer Migration Politics - Activist Rhetoric and Coalitional Possibilities, University of Illinois Press, Urbana, Chicago and SpringfieldEAPN (2020). Poverty Watch Romania Ferguson, T. (2013). Using Visual Methods in Social Science Research, Oxford University Press, MelbourneGartner, J. (2015). ‘(In)credibly Queer: Sexuality-based Asylum in the European Union’, in Transatlantic Perspectives on Diplomacy and Diversity, Humanity in Action PressLaura, C. (2016). Intimate Inquiry: A Love-Based Approach to Qualitative Research, Chicago State UniversityMarcu, S. (2012). ‘Emotions on the move: belonging, sense of place and feelings identities among young Romanian immigrants in Spain’ in Journal of Youth Studies (pp. 207- 223)Marcu, S. (2014). ‘Geography of belonging: nostalgic attachment, transnational home, and global mobility among Romanian immigrants in Spain’ in Journal of Cultural Geography (pp. 326-345)Mateescu, O. (2018). ‘The Romanian family referendum: Or, how I became a sexo-Marxist’ in FocaalBlog Moraru, A. (2010). ‘Social perception of homosexuality in Romania’ in Procedia Social and Behavioral Sciences, 2 (pp. 45-49)Nicoară, M. (1995). ‘Silenced and Silent: Lesbians in Romania’ in Canadian Woman Studies, Vol 16, No 1 (pp. 43-45)O’Dwyer, C. (2018). Coming Out of Communism: The Emergence of LGBT Activism in Eastern Europe., NYU Press, New York Paternotte, D.; Ayoub, P. (2014). LGBT Activism and the Making of Europe - A Rainbow Europe?, Palgrave Macmillan, LondonPaternotte, D. (2015). ‘The NGOization of LGBT activism: ILGA- Europe and the Treaty of Amsterdam’ in Social Movement Studies (pp. 388- 402)Patton, C.; Sánchez-Eppler, B.(2000). Queer Diasporas, Duke University Press, Durham and LondonPearce, S.; Cooper, A. (2016). ‘LGBT Activism in Eastern and Central Europe’ in The Wiley Blackwell Encyclopedia of Gender and Sexuality Studies, First Edition, Wiley-Blackwell (pp. 1-7)Popa, B.; Sandal, H. (2019). Decolonial Queer Politics and LGBTI+ Activism in Romania and TurkeyPuar, J. (2002). ‘Circuits of queer mobility - Tourism, Travel, and Globalization’ in GLQ: A Journal of Lesbian and Gay Studies, Vol. 8, Issue 1Rădescu, E. (2020). An Unsettled Saga – Queer in Romania (article is part of the project Music & Conversations in the Attic, co-financed by AFCN)Rubin, G. (2006). ‘Thinking Sex: Notes for a Radical Theory of the Politics of Sexuality’ in Culture, Society and Sexuality, 1st Edition, Routledge, LondonVelikonja, M. (2009). ‘Lost in Transition: Nostalgia for Socialism in Post-Socialist Countries’ in East European Politics & Societies, Vol.23, Nr.4, 535-551Vlase, I. (2013). ‘‘My Husband Is a Patriot!’: Gender and Romanian Family Return Migration from Italy’ in Journal of Ethnic and Migration Studies (pp. 741-758)Vlase, I.; Voicu, B. (2018). Gender, Family, and Adaptation of Migrants in Europe: A Life Course Perspective, Palgrave MacmillanWarner, M. (2000). The Trouble with Normal: Sex, Politics and the Ethics of Queer life, Harvard University Press, CambridgeWesling, M. (2008). ‘Why queer diaspora?’ in Feminist Review, No. 90 (pp. 30- 47)Wimark, T. (2014). Beyond Bright City Lights: The Migration Patterns of Gay Men and Lesbians, Stockholm University Bianca STÂNEA is a Romanian cultural manager and artist working at OKNA – Espaço Cultural and BEAST – International Film Festival, both in Porto, Portugal. She is also a PhD researcher in Sociology, at the Babes- Bolyai University in Cluj-Napoca, Romania, on the topic of LGBTQ+ rights. Among her biggest interests are documentary film and visual arts as ways of capturing social issues. The New Farmers Project Paul STOCK - University of Kansas Tim HOSSLER - University of Kansas D. Bryon DARBY - Utah State University Abstract The New Farmers Project is an interdisciplinary art and research ethnography of new and emerging farmers in the US Midwest. This collaboration brings together a photographer, rural sociologist, and graphic designer that uniquely combines text, imagery, and design to tell the stories of these farmers in various iterations. With a focus on what Santos describes as a sociology of emergences and absences we document both the lives of those entering the profession of farming while also recognizing a history of dispossession in the same place. Much like our subjects, our fieldwork methods are based in open process of collaboration --working alongside one another, simultaneously influencing and learning from the other. In actively maintaining an open and supportive process, the photographs, interviewing strategies, theoretically informed questions, and pattern making combine with design and conversation to make sense of the hopes and hurdles of new farmers.Our joint presentation will cover food and farming, our working methodology, and the trials, tribulations, and potential of collaborating across disciplines. We will share the various iterations the project has taken including photo essay, publications, and exhibitions. keywords: farmers | agriculture | photography | design Stock, Paul V., Tim Hossler, and D. Bryon Darby. 2019. "Experiments in the Field." Writing with Light, Cultural Anthropology website, October 29. https://culanth.org/fieldsights/experiments-in-the-field. Paul V. STOCK is Associate Professor in Sociology and the Environmental Studies Program at the University of Kansas. His primary interests revolve around food, agriculture, sustainability, utopias, and morality. As a qualitative rural and environmental sociologist, Paul is an adept interviewer and researcher familiar with iterations of family farming at the local, regional and international scale. His research has studied organic farmers, sheep, beef cattle and dairy farmers in Aotearoa New Zealand, and the Catholic Worker movement’s farms. Further he has great interest in creative and inter- and transdisciplinary methods. Tim HOSSLER holds a degree in Architecture from Kansas State University, 1993, and a MFA from Cranbrook Academy of Art, 2005. He has held the positions of Director of Design at the Massachusetts Museum of Contemporary Art (MASS MoCA) and Art Director of The Wolfsonian- Florida International University in Miami Beach. He currently teaches design history, photo culture and visual communications at the University of Kansas. His academic research focuses on working with photographers, artists and cultural institutions to produce experimental forms of visual narratives. D. Bryon DARBY, former KU assistant professor of photo media, is a lecturer in photography at Utah State University. A improvisação como prática de liberdade, escolha e sentido na arte de Katie Duck Nicolle Carvalho Pinto VIEIRA - FCSH-Universidade NOVA de Lisboa Resumo O presente artigo traz um relato de experiência sobre as práticas de improvisação promovidas pela artista Katie Duck, percebidas para além de uma estrutura estética mas também como uma estrutura ético-política (não há um líder e todos são responsáveis pelo processo na mesma medida) em um diálogo crítico com a fenomenologia existencial, como uma das possibilidade de reflexão sobre a improvisação e os modos de existir. A análise apresentada no presente texto tem como eixo o fato de que questões existenciais são tocadas em todo seu domínio ontológico por essa prática de modo que esse modo de fazer artístico é capaz de ressignificar contextos, expressar subjetividades e expor visões de mundo, estimulando novos modos de consciência, novas concepções de dança, corpo, movimento, intencionalidade, novos modos de existência, estabelecendo novas relações com o mundo, criando novas linguagens e expressões artísticas, criando liberdades de escolhas, ação e posicionamento. Porém, na improvisação a escolha é feita no mesmo instante que deve ser executada, o que faz emergir uma angústia diante da situação de incerteza, “o que eu faço agora?”, expondo o artista à sua vulnerabilidade, fazendo-o buscar por uma zona de segurança contra esse estado. Assim, o que antes era pensado como liberdade acaba por aprisionar o artista na repetição daquilo que ele domina e se sente seguro, sustentando uma mesma leitura ou interpretação da realidade, criando um conflito existencial.Na teoria sartriana a liberdade existe em assumir a responsabilidade pela escolha, na intenção, ou seja, no comprometimento com o processo de construção da realidade desejada através de ações, as quais são possíveis pela atribuição de um sentido, constantemente revisto de acordo com os projetos e com os possíveis, determinando se o fim desejado se concretizará ou não. Para a Logoterapia de Viktor Frankl, sentido é a motivação básica para a existência pois é tudo aquilo que atribui consciência, liga, orienta e estrutura de forma que buscar um sentido é buscar o encontro, a relação, e a possibilidade de transformação. Este autor concebe uma ideia de liberdade eterna em que se pode escolher livremente um objetivo e como lidar com cada situação, apesar de todas e quaisquer limitações que possam aparecer. Esse trabalho permite aceder uma compreensão de que escolher é uma habilidade a ser trabalhada de modo refinado, mas que pode escapar na ansiedade, no medo e na angústia. Para que seja possível esse refinamento os limites fazem-se necessários. Afinal, para cada limite colocado é preciso explorar, aprender como jogar, transformando o processo em um jogo de perguntas sem fim. Então, para que possam escolher como agir e se posicionar cada improvisador, baseado em suas próprias experiências, cria e compartilha estratégia, as quais refletem uma concepção sobre liberdade, escolha e sentido num trabalho contínuo de desenvolvimento de consciências e liberdades individuais dentro de um grupo. Deste modo a elaboração desta escrita sustenta-se em um relato afetivo da experiência, entrevistas com a artista e revisão de literatura sobre liberdade, escolha e sentido na ótica da fenomenologia existencial. keywords: liberdade | escolha | sentido | constrangimento | improvisação | arte experimental | Katie Duck AMATUZZI, M. (2007). Experiência: um termo chave para a Psicologia. Memorandum, 13, 0815. disponível em: http://www.fafich.ufmg. br/~memorandum/a13/amatuzzi05.pdf. BIANCALANA, G.R. (2011). Presença Performativa nas Artes da cena e Improvisação. Revista Brasileira de estudos da Presença, 01, 121-148. disponível em: http://www.seer.ufrgs.br/presencaBIENAISE, J.; RAYMOND, C., LEVAC, M., (2017), L’articulation théorie-pratique dans la recherche-création en danse, Recherches en danse, disponível em: http://journals.openedition .org/danse/1666.BIGÉ, R. (2020). Dançar a Anarquia: teorias e práticas anarquistas no Judson Dance Theater, Grand Union e Contact Improvisation. Rev. Bras. Estud. Presença, 10, disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/2237-266089064BORGDORFF, H. (2012) “The Production of Knowledge in Artistic Research” in Henk Borgdorff. The Conflict of the Faculties. Perspectives on Artistic Research and Academia. Leiden University Press, pp. 44-63.BOTELHO, I.M. de A., BORIS, G.D.J.B. (2019). Vivências com arte: uma perspectiva satreana, in: As Ciências da Vida frente ao Contexto Contemporâneo, número 3, Capitulo 28 p.240- 255.CARVALHO, J.M. de/ SOUZA, S.T. de/ CHAVES, T.C. (2020). Viktor Frankl e o bom funcionamento da personalidade: o confronto com o DSM V, in: PIDCC: Revista de propriedade intelectual, Direito contemporâneo e constituição. Ano IX, Volume 01 nº 02, p.086-101. Aracaju.COELHO, S.P. (2018). Práticas da atenção: Ensaios de desterritorialização e performance coreográfica. Cadernos de Arte e Antropologia, 7, pp. 43-55.DUCK, K. (2020). Katie Duck, disponível em: : http://katieduck.com/DUCK, K. (2020). Summer Impro, disponível em: http://summerimpro.com/.DUCK, K. (2019) notas durante Xmas Workshop, Amsterdão.DUCK, K. (2019b) notas durante Summer Course, Amsterdão.DUCK, Katie (2001) Is choreography dance? Statement for a manifesto in revue « Contact Quaterly » Vol. 26 No. 2, Summer/Fall 2001, p 12-14.DUCK, Katie (2000) Improvisation Festival Amsterdam 1994-1999 in revue « Contact Quaterly » Vol. 25 No. 2, Summer/Fall 2000, p 13-17.EUGENIO, F. / FIADEIRO, J. (2013). Jogo das perguntas: O modo operativo “AND” e o viver juntos sem ideias, in Fractal: Revista de Psicologia, v. 25, n. 2, p. 221-246.FRANKL, V.E. (1985). Em busca de sentido. (W. t. Schulupp, Ed.) Petrópolis, RJ: Vozes. GIL, J. Movimento Total: o corpo e a dança. São Paulo: Iluminuras, 2004.HISSA, C.E.V./ RIBEIRO, M.M. (2017) Saber sentido, in: Conceição/Conception, Campinas, SP, v. 6, n. 2, p. 90–109. Disponível em: https://periodicos .sbu.unicamp.br/ojs/index.php/conce/article/view/8648656. HISSA, C. (2013). Entrenotas: compreensões de pesquisa. Belo Horizonte: Ed. UFMG.ICLE, G. / ROSA, T.N. (2012). “Sobre os limites do corpo” in Conceição | Concept, Campinas, v. 1, n. 1, p. 14-29.JUNIOR, C.A./ ARDANS-BONIFACINO/ H.O., & ROSO, A. (2016). A construção do sujeito na perspectiva de Jean-Paul Sartre in: Revista Subjetividades, 16(1), pp. 119-130.MADEIRA, C. (2007). O hibridismo nas artes performativas em Portugal. Tese de doutoramento em Ciências Sociais (Sociologia Geral), apresentada à Universidade de Lisboa, através do Instituto de Ciências Sociais.MERCIER-LEFEVRE, B. (2017) Chercheurs et artistes : du trouble dans la place, Recherches en danse. Disponível em: http://journals.openedition.org/danse/1743 NETO, V.B.L. / ANDRADE, R.R. (2017) “O encontro existencial em Logoterapia: Diálogos possíveis com a dialógica de Martin Buber” in: Revista Logos e Existência, 6 (2), 108-117.PERRON, W. (2020). The Grand Union: Accidental Anarchists of downtown dance, 1970 – 1976, Middletown, Wesleyan University Press.RIBEIRO, M.M.(2015) Experiência de improvisação em dança in:Pós: Revista do Programa de Pós-Graduação em Artes, v. 5, p. 160-172.RIBEIRO, M.M. (2013) Pesquisa em Dança: processos e travessias in: Dança: Revista do Programa de Pós-Graduação em Dança, v. 2, p. 74-86.RIBEIRO,M.M/ FONSECA, A. (2011) The empathy and the structuring sharing modes of movement sequences in the improvisation of contemporary dance, in: Research in Dance Education, 12:2, 71-85.SABOYE, L. (2017) L’atelier, un espace privilégié de transmission de la culture chorégraphique. Acessado em 06 de maio de 2019. Disponível em:http://journals.openedition .org/danse/1702.SARTRE, J.P. (1997) O ser e o nada: ensaio de ontologia fenomenologia. 3. ed. Petropolis: Vozes, 1997SARTRE, J.P. (1976) Sartre par lui-même. [Motion Picture]. Nicolle Carvalho Pinto VIEIRA é psicóloga formada pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, professora, artista que navega pelos campos da dança, performance, escrita e capoeira atua também como coreógrafa, diretora artística e instrutora de Pilates. Obteve os títulos de Licence 3 em arts du spectacle chorégraphique, Master em dança, e em filosofia, pela Universidade Paris 8. Atualmente doutoranda em Estudos Artísticos pela Universidade NOVA de Lisboa desenvolve uma investigação fundamentada em práticas artísticas. Seu trabalho se concentra em desenvolver o diálogo entre comportamento e movimento, o que culminou na criação de trabalhos artísticos já apresentados em diferentes países da Europa, Brasil, China e Chile; na publicação de trabalhos acadêmicos e comunicações orais em eventos no Brasil, Europa e Rússia. Como membro do board do comitê internacional de dança (IDC) do Instituto Internacional de Teatro (ITI) – Unesco promove o intercâmbio cultural entre profissionais brasileiros e estrangeiros fortalecendo a rede das artes cênicas e performativas. Utopias in discourses and artivistic practices. Insights from Genoa, Yaoundé and Los Angeles Raphaela von WEICHS - ERC ARTIVISM / University of Lausanne / FTSR / ISSR Monika SALZBRUNN - ERC ARTIVISM / University of Lausanne / FTSR / ISSR Sara WIEDERKEHR - ERC ARTIVISM / University of Lausanne / FTSR / ISSR Federica MORETTI - ERC ARTIVISM / University of Lausanne / FTSR / ISSR Abstract Art in activism and activism in art tends to display utopias and imagined futures, but also to put in practice a community-oriented way of sharing common ideas, values and means. Various artistic expressions (muraling, performances, defiles, fashion shows, etc.) facing political goals and criticizing power relations and economic logics (capitalist system, gentrification, mass tourism, censorship etc.) have been combined with concrete ways of living together and/or creating occasions for gatherings (through urban gardening, common meals etc.). During fieldwork in different settings on three continents conducted within the frame of the ERC funded project ARTIVISM. Art And Activism. Creativity And Performance As Subversive Means Of Expression In Super-Diverse Cities (www.erc-artivism.ch, Salzbrunn 2015), we have experienced different layers of positionality within the field, on-site, but also during the follow-up digital ethnography during the Covid-19 pandemic period. Each field site (Douala and Yaoundé in Cameroon; Viareggio and Genova in Italy; Nice and Marseille in France, and Los Angeles in USA) is characterised by a high political engagement of its actors, but also by repressive tactics of the local and/or national governments. In understanding the city as a process in a spatial scale as Low (1996) states it, we approach street and performative arts and artists as part of the dynamics of the city where the different discourses come together. This way, we approach the urban space and its dynamics through the knowledge and the practices of the people who live in those urban spaces, which are characterized by the constant negations between the social and cultural values and the power politics, forming the cityscape and the built environment (Low 1996: 400).We will present insights from long-term empirical research in Genoa, Yaoundé and Los Angeles, and we will show how artivists manage to express their imagined futures under precarious political and economic conditions, and how they create narratives and practices of belonging to their urban spaces. keywords: artivism | resistance | street art | afrofuturisme Low, Setha. 1996. The Anthropology of Cities: Imagining and Theorizing the City. Annual Review of Anthropology, 1996, Vol. 25 (1996), pp. 383-409 Salzbrunn, Monika, 2015. ERC-ARTIVISM proposal: Art and Activism: Creativity and Performance as Subversive Forms of Political Expression in Super-diverse cities, ERC-CoG-2015-681880.Salzbrunn, Monika, 2021: “Researching Artivism through the Event approach. Epistemological and Methodological Reflections about Art and Activism.” Connessioni Remote. Artivismo_Teatro_Tecnologia, 2, Special issue Artivism: Forms, Experiences, Practices and Theories/L'Artivismo: forme, esperienze, pratiche e teorie, ed. by Anna Maria Monteverdi, Dalila D’Amico, Laura Gemini, Vincenzo Sansone. No. 2 (2021):175-188. https://riviste.unimi.it/index.php/connessioniremote/article/view/15264/1407 0Salzbrunn, Monika, Raphaela von Weichs, in press 2022 : “Signatures dans l’art et l’activisme à Gênes et Yaoundé”. Contribution au dossier de Multitudes 2022/2, n°87, « Se faire artiste : entre engagement (dans le) collectif, singularité de l’artiste et entrepreneuriat de soi », coordonnée par Elara Berto, Armelle Gaulier, Maëline Le Lay.Salzbrunn, Monika, Federica Moretti, 2020 : Il Carnevale tra limiti, trasgressioni, rinnovamenti e rivendicazioni. Resistenza festiva a Nizza, Marsiglia e Viareggio. LEA - Lingue e letterature d’Oriente e d’Occidente, 9, pp. 399-414. https://oajournals.fupress.net/index.php/bsfm-lea/article/view/12445/11873. The authors are anthropologists part of the ERC project team ARTIVISM. Art and Activism. Creativity and Performance as Subversive Forms of Political Expression in Super-Diverse Cities. Raphaela von WEICHS is Senior Researcher, interested in activism and the visual arts (comics, cartoons) in Africa, namely in Cameroon. Monika SALZBRUNN is principal Investigator, focusing on official and independent carnivals and carnivalesque events in Euro-Mediterranean cities, mainly Genoa and Viareggio. Sara WIEDERKEHR, PhD student focusing on muralism in Los Angeles, is interested in developing visual narratives that explore perceptions and representations of social realities, by combining ethnographic theories and methodologies with visual anthropology. Federica MORETTI, PhD student, is investigating artivist actions within carnival and festive events and carnivalesque elements within political demonstrations, namely in the broader region of Nice. (Re)imagining future following a major disaster via PhotoVoice Mieko YOSHIHAMA - School of Social Work-University of Michigan Abstract This contribution examines the role of arts-based participatory action research approaches, PhotoVoice in particular, in facilitating and promoting citizens’ participation in social investigation and social action. Rooted in critical feminist theories and Freirian emancipatory/liberation education (1970), PhotoVoice engages participants—those affected by the social issue under investigation—in repeated photo-taking and critical reflections and dialogues not only to record personal, community, and social issues important to them but also formulate strategies for change and take action (and incite others to take action) to actualize proposed and imagined change. In 2011, over 300 major “natural” disasters took the lives of over 30,000 people around the globe; the Great East Japan Disaster on March 11, 2011— a cascade of M9.0 earthquake and numerous aftershocks, colossal tsunamis, and nuclear accident in Fukushima—accounted for nearly two-thirds of the worldwide disaster mortality (Centre for Research on the Epidemiology of Disasters, 2012). Pre-disaster inequity is exacerbated in and after disasters, and gender inequity is case in point (Enarson, 2012; Whitmee et al., 2015; Wisner et al., 2003). At the time of the disaster, Japan ranked 98th of the 135 countries on the Gender Equality Index (World Economic Forum, 2011). In an effort to insert marginalized and silenced women’s perspectives into policy and political discourse in the aftermath of this devastating disaster, we launched a PhotoVoice Project to advocate for more gender-informed and inclusive policies and programs concerning disaster prevention, response, and reconstruction. Using PhotoVoice methodology (Wang, 1999; Wang & Burris, 1997), the project placed women who have been affected by the disaster at the center of investigation and advocacy endeavors. In collaboration with local women’s NGOs, the project began in June 2011 in the three most severely affected prefectures—Fukushima, Miyagi, and Iwate. The project has since expanded to involve over 60 members and is currently operating in seven sites across the disaster affected areas and Tokyo Metropolis where a large number of evacuees from Fukushima reside. On an ongoing basis, members take photographs of their lives and communities and bring these photographs to small group meetings to discuss their experiences and observations. These meetings, facilitated by the author and trained collaborators, conducted several times a year over the last 10 years, serve as a site of grieving disaster-incited losses and receiving and offering support while engaging in critical analysis of disaster-affected social- ecological systems. Along the way, members create “voices,” written messages to convey their critical reflections, analyses, and recommendations. Ongoing collective, critical analyses have uncovered political and socio-cultural mechanisms at play, exposing failures of disaster policies and programs and implicating the capitalism and neoliberalism. In addition to a wide range of destruction to the ecosystems, members illuminated via photographs and written voices, future they desire, a resilient and sustainable society, coexisting with the nature. keywords: participatory action research | PhotoVoice | gender inequity | disaster and social-ecological systems Centre for Research on the Epidemiology of Disasters. (2012). Annual disaster statistical review 2011. https://www.cred.be/index.php?q= node/1280Enarson, E. (2012). Women confronting natural disaster: From vulnerability to resilience. Lynne Rienner.Freire, P. (1970). Pedagogy of the oppressed. New York, NY: Continuum.Wang, C. C. (1999). Photovoice: A participatory action research strategy applied to women's health. Journal of Women’s Health, 8, 185‒192.Wang, C., & Burris, M. A. (1997). Photovoice: Concept, methodology, and use for participatory needs assessment. Health Education & Behavior, 24, 369‒387.Whitmee, S., Haines, A., Beyrer, C., Boltz, F., Capon, A. G., de Souza Dias, B. F., Ezeh, A., Frumkin, H., Gong, P., Head, P., Horton, R., Mace, G. M., Marten, R., Myers, S. S., Nishtar, S., Osofsky, S. A., Pattanayak, S. K., Pongsiri, M. J., Romanelli, C., Soucat, A., … Yach, D. (2015). Safeguarding human health in the Anthropocene epoch: report of The Rockefeller Foundation-Lancet Commission on planetary health. Lancet (London, England), 386(10007), 1973–2028. https://doi.org/10.1016/S0140-6736(15)60901-1World Economic Forum (2011). Global gender gap report 2011. http://reports.weforum.org/global- gender-gap-2011/ Mieko YOSHIHAMA, Professor, University of Michigan School of Social Work, Ann Arbor, MI, USA; miekoy@umich.edu. Her research and professional activities focus on the prevention of gender-based violence and the promotion of wellbeing of immigrants and other marginalized communities. Adopting a wide range of research methodologies, including arts-based and participatory methods, she examines the intersectional influence of gender, race/ethnicity, immigration status, and other social positionalities on the risk and consequences of gender-based violence, while also innovating socioculturally relevant prevention/intervention programs. In examining the social construction of the vulnerability of women in disaster, she works to strengthen policies and program responses. “The Hacked Barbie” go outside: from Lisbon 2021 to Porto 2022. An experimental dissemination hit for a militant anthropology Federica MANFREDI - ICS Isabel PIRES - ICS Resumo O que acontece quando os dispositivos científicos baseados na prática circulam fora da academia e vão para a rua à procura de pessoas? O que acontece quando os cidadãos saem para dar um passeio e são atingidos por artesanato criativo inesperado, ligado a conhecimentos científicos? A equipa Excel propõe uma experiência de rua com o objetivo de apresentar os resultados da série de workshops "The Hacked Barbie" - que foram realizados em Lisboa 2021, por ocasião da edição anterior do COMbART, bem como das propostas executadas em Roma, Milão, e online. O workshop "The Hacked Barbie" é uma atividade de divulgação do projeto de investigação EXCEL - The Pursuit of Excellence, coordenado por Chiara Pussetti como Investigadora Principal no Instituto de Ciências Sociais - Universidade de Lisboa, e apresentado pela primeira vez no Dia Mundial da Antropologia 2021, organizado pela Universidade de Milão-Bicocca. Investigando intervenções corporais a longo prazo e não terapêuticas, o projeto EXCEL estuda as tecnologias de valorização dirigidas ao corpo a fim de melhorar as capacidades cognitivas, competitividade e desempenhos sócio-profissionais, alcançadas através de drogas inteligentes, procedimentos cosméticos, branqueamento da pele ou de outras técnicas, como o biohacking. O workshop “The Hacked Barbie” convidou mais de 58 participantes, com origens tão diversas como de Itália, Portugal, Brasil, Alemanha e Inglaterra, a recriarem-se utilizando a metafórica carne plástica de bonecas: a Barbie é um símbolo da perfeição de género e ilusionista que visualiza muitos dos modelos de excelência e das desigualdades estruturais que influenciam de forma substancial práticas quotidianas de cuidados e valorização dirigidas aos corpos contemporâneos. Recriando tais práticas com intervenções simbólicas numa boneca, os participantes foram levados a desconstruir e visibilizar significados de perfeições associadas aos seus próprios desejos e aos seus corpos. O workshop destacou preocupações, estratégias, modelos eurocêntricos e pós-coloniais de perfeição envolvendo conceitos como saúde, beleza, identidade de género, orientação sexual e adequação de acordo com a idade, possibilidades económicas e a cor da pele ou o país de origem. Muitas contribuições criticam os modelos hegemónicos de beleza mas, na maioria das vezes, confirmam a encarnação destes mesmos valores. Esta proposta visa organizar uma exposição de rua de alguns dos projetos da “The Hacked Barbie” durante os dias do COMbART 2022, na cidade do Porto, a fim de partilhar espontaneamente conhecimentos científicos com os cidadãos - oferecendo a oportunidade de reagir, aprender, protestar, desdobrar, problematizar e visibilizar o papel dos padrões hegemónicos de perfeição em atividades orientadas para o corpo, tais como regimes alimentares, hábitos de maquilhagem, escolhas de indumentária, comportamentos cosméticos e rotinas de treino. A ocasião proporcionará a possibilidade de expandir a amostra de dados recolhidos pelas organizadoras da oficina e de os integrar com as reações do público fora da academia. O nosso objetivo é estimular uma reflexão continuando o trabalho que animou o Workshop “The Hacked Barbie” nas 6 edições anteriores, questionando o olhar sobre os corpos dos participantes e democratizando os conhecimentos científicos em vez de os restringir em artigos ou outros produtos normalmente privilegiados por académicos ou intelectuais, mas distantes de um público maior. Então, o que acontecerá quando a Barbie hackeada for dar um passeio pelos Aliados? keywords: antropologia experimental | investigação baseada em práticas criativas | corpo | estudos sobre beleza Abstract What happen when practice-based scientific devices circulate outside of the academy and go in the street looking for people? What happen when citizens go out for a stroll and are hit by unexpected creative handcrafts connected to scientific insights? The Excel team proposes a street experiment aiming to present the results of the workshop series “The Hacked Barbie”, that have been performed in Lisbon 2021 in occasion of the previous edition of COMbART, as well as the proposals carried out in Rome, Milan and online. The workshop "The Hacked Barbie" is a dissemination activity of the research project Excel-The Pursuit of Excellence, lead by Chiara Pussetti as Principal Investigator at the Institute of Social Sciences - University of Lisbon, and presented for the first time at the World Anthropology Day 2021 organized by the University Milano-Bicocca. Investigating long terms and non-therapeutic body interventions, the Excel project is unfolding the enhancing technologies directed to the body in order to improve cognitive abilities, competitiveness and social-professional performances though smart drugs, cosmetic procedures, skin bleaching and other techniques such as biohacking. The “The Hacked Barbie” workshop invited over 58 participants, among Italy, Portugal, Brasil, Germany and England, to recreate themselves using the metaphorical plastic flesh of dolls: the Barbie is a symbol of gendered and illusionistic perfection that visualizes many of the models of excellence and of the structural inequities that influence many of the everyday practices of care and enhancement directed to contemporary bodies. Re-creating such practices with symbolical interventions on a doll, participants were driven to deconstruct and visibilize meanings of perfections associated to their own desires and body-habits. The workshop highlighted preoccupations, strategies, euro-centric and post- colonial models of perfection involving concepts as health, beauty, gender identity, sexual orientation and appropriateness according to age, economical possibilities and the color of the skin or the country of origin. Many contributions criticize hegemonic models of beauty but, most of the time, confirming the embodiment of this values. This proposal aims to organize a street exposition of some of "The Hacked Barbie" projects during the days of COMbART 2022, in the city of Porto, in order to spontaneously share scientific insights with citizens - offering the chance to react, learn, protest, unfold, problematize and visibilize the role of hegemonic standards of perfection in body-oriented activities such as diet regimes, make-up habits, choices of cloths, cosmetic behaves and training routines. The occasion will furnish the possibility to expand the sample of data collected by the workshop organizers and to integrate them with the reactions of the public outside of the academy. Our goal is to stimulate a reflection continuing the work that animated “The Hacked Barbie” workshops in the previous 6 editions, questioning the gaze on the bodies of participants and democratizing scientific insights rather than restrain them in articles or other products usually privileged by academics or intellectuals, but distant from a larger public.So, what will happen when hacked Barbie goes for a stroll through Aliados? keywords: experimental anthropology |creative practiced-based research | body | beauty studies 1) F. Rohden, C. Pussetti. A. Roca. 2021. Biotecnologias, transformações corporais e subjetivas. Saberes, práticas e desigualdades. Aba Publicações. 2) Jarrin, Alvaro, Pussetti, Chiara. 2021. Remaking the Human. Cosmetic Technologies of body repair, reshaping and replacement. Berghanhn Books 3) Julia Coffey, Jessica Ringrose. 2016. “Boobs and Barbie. Feminist posthuman perspectives on gender, bodies and practice”. In: Lynch, J and Rowlands, J and Gale, T and Skourdoumbis, A, (eds.) Practice Theory and Education: Diffractive readings in professional practice. (pp. 175-192). Routledge: London, UK.4) Noronha, Susana de (2019) “(Un)stitching the memory and the story of a melanoma: giving a form to forgetfulness between anthropology and creative ethnographic drawing”, Cadernos de Arte e Antropologia. Vol. 8(2): pp.73-79. Salvador-BA, Brasil: Universidade Federal da Bahia (UFBA)5) Nicole Brown. 2019. " Emerging researcher perspectives - Finding your people-Challenge of developing a creative research methods network” , International Journal of Qualitative Methods 18:1-36) Manfredi, F., 2019. “Learning to Fly/ A Story Tale for My Three Year Old Son. An Unconventional Ethnographic Restitution of a Creative Investigation on Body Suspensions.”, Irish Journal of Anthropology, 22(1), 194-204. Federica MANFREDI is a PhD student-fellow at the University of Lisbon, with a project that explores contemporary extreme body interventions, such as body suspensions, with co-participated and experimental methodologies that allow to go beyond a logo-centric logic of communication. She is interested on practices involving pain, body modifications and altered state of consciousness. From 2017 she is member of Excel, leading experimental dissemination activities through the practice- based workshop The Hacked Barbie. Isabel PIRES is an anthropologist, MA in Migration, Interethnics and Transnationalism and currently a PhD student in Anthropology at the Social Sciences Institute of the University of Lisbon. She is part of the research project EXCEL: The Pursuit of Excellence, where she is dedicated to the task of Ethnic Cosmetic Practices and Colonial Legacy - investigating the uses of skin whitening products and "ethnic" plastic surgery in Asian descendants in Lisbon, also linked to her own PhD research.