COMbART: Arte, ativismo e cidadania.
Utopias e Futuros Imaginados
Livro de resumos | Book of abstracts
Paula Guerra
Ricardo Campos
Chiara Pussetti
Todo o conteúdo apresentado nos textos é de exclusiva responsabilidade dos seus
autores. As ideias apresentadas não representam necessariamente a opinião dos
editores.
Atribuição CC BY 4.0. International.
Este livro é licenciado sob um Creative Commons Attribution 4.0. International
License (CC BY 4.0). É permitido compartilhar, redistribuir, adaptar, transformar e
construir o conteúdo deste livro. Os créditos apropriados devem ser atribuídos aos
autores e editores.
Mais informação: htpps://creativecommons.org/licenses/by/4.0
All the content presented in texts are solely the responsibility of the authors. The
ideas presented do not necessarily represent the opinion of the editors.
Attribution CC BY 4.0. International.
This book is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0. International
License (CC BY 4.0). It is allowed to share, redistribute, adapt, remix transform and
build upon the content of this book. The appropriate must be given to the authors
and editors.
More information: htpps://creativecommons.org/licenses/by/4.0
Design: COMbART
Imagem/Art work: Esgar Acelerado
Primeira publicação: maio 2022
[First Published: may2022]
Universidade do Porto. Faculdade de Letras
[University of Porto. Faculty of Arts and Humanities]
Porto, Portugal
ISBN: 978-989-9082-25-0
combartconference@gmail.com
combart@eventqualia.net
https://combart.eventqualia.net/pt/2019
https://www.facebook.com/Combart-410204906417422/
Coordenadores | Coordinators
Chiara Pusseti – Instituto de Ciências Sociais – Universidade de Lisboa, Portugal
Paula Guerra – Instituto de Sociologia - Universidade do Porto, Portugal
Ricardo Campos - CICSNova - Universidade Nova de Lisboa, Portugal
Comissão Organizadora | Organizing Committee
Chiara Pusseti – Instituto de Ciências Sociais – Universidade de Lisboa, Portugal
Daniela Ferreira da Silva – Universidade do Porto, Portugal
Gabriela Leal - CICSNova - Universidade Nova de Lisboa, Portugal
Isabel Pires – Instituto de Ciências Sociais – Universidade de Lisboa, Portugal
João Martins - CICSNova - Universidade Nova de Lisboa, Portugal
Otávio Raposo – CIES – Instituto Universitário de Lisboa, Portugal
Paula Guerra – Faculdade de Letras - Universidade do Porto, Portugal
Ricardo Campos - CICSNova - Universidade Nova de Lisboa, Portugal
Sofia Sousa – Instituto de Sociologia, CEGOT - Universidade do Porto, Portugal
Susana Januário – Instituto de Sociologia - Universidade do Porto, Portugal
Comissão Científica | Scientific Committee
Ana Cristina Pereira - Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade – UMinho, Portugal
Carles Feixa - Universitat Pompeu Fabra, Espanha
Carlos Garrido Castellano - University College Cork, USA
Chiara Pusseti – Instituto de Ciências Sociais – Universidade de Lisboa, Portugal
Constance DeVereaux - University of Connecticut, USA
Cornelia Eckert - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil
Eeva Mäkinen – Kuopio Conservatory, Finlândia
Fátima Vieira – Reitoria Universidade do Porto, Portugal
Francesca de Luca – Instituto de Ciências Sociais – Universidade de Lisboa, Portugal
Giorgio Gristina – Instituto de Ciências Sociais – Universidade de Lisboa, Portugal
Maria Concetta Lo Bosco – Instituto de Ciências Sociais – Universidade de Lisboa, Portugal
Mary Fogarty – York University, Canada
Michael MacDonald - MacEwan University, Canada
Monika Salzbrunn - Université de Lausanne, Suiça
Mykaell Riley - University of Westminster, Reino Unido
Paula Guerra – Faculdade de Letras - Universidade do Porto, Portugal
Paula Pereira – Instituto de Filosofia – Universidade do Porto, Portugal
Paulo Raposo - ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa, Portugal
Pedro Costa – ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa, Portugal
Ricardo Campos - CICSNova - Universidade Nova de Lisboa, Portugal
Simone Luci Pereira – Universidade Paulista, Brasil
Vi Grunvald - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil
Organização | Organization
Artcitizenship – Young people and the arts of citizenship (PTDC/SOC -
SOC/28655/2017)
CANVAS – Crime and violence prevention through smart planning and artistic
resistance (POCI-01-0145-FEDER-030748)
CICSNova - Universidade Nova de Lisboa (CICSNova)
EXCEL - The Pursuit of Excellence (PTDC/SOC-ANT/30572/2017)
Instituto de Ciências Sociais – Universidade de Lisboa (ICS-UL)
Instituto de Sociologia da Universidade do Porto (IS-UP)
Apoios | Support
Casa Comum Universidade do Porto
CICSNova - Universidade Nova de Lisboa (CICSNova)
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas - Universidade Nova de Lisboa (FCSH-UNL)
Faculdade de Letras da Universidade do Porto
Ferro Bar
Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT)
Instituto de Ciências Sociais – Universidade de Lisboa (ICS-UL)
Instituto de Sociologia da Universidade do Porto (IS-UP)
Rede de Pesquisa Luso-Brasileira em Artes e Intervenções Urbanas (RAIU)
Rede Luso-Brasileira Todas as Artes (TAA)
Reitoria da Universidade do Porto / Santander
#3 COMUNICAÇÕES | PAPERS
A-F | G-K | L-O | P-R | S-Z
Revolutions and imagined futures from below.
Artivism through fabric, bodily performances and
discourses in urban settings
Monika SALZBRUNN - ERC ARTIVISM-University of
Lausanne /FTSR / ISSR
Abstract
Research on art and activism focuses on artivism in art as well as on art in
activism. During the last ten years, mostly spectacular engaged artistic
productions and well-mediatised performative political actions have been
researched. The ERC ARTIVISM project, “Art and Activism. Creativity and
Performance as Subversive Forms of Political Expression in Super-Diverse
Cities” (www.erc-artivism.ch), explores both phenomena, but particularly
highlights the importance of “Revolutions from below” (Salzbrunn, under
preparation) and the mise en pratique of imagined futures. Through long-
term ethnographic research on three continents (Africa, United States of
America, Europe), conducted from a multi-sensory perspective, we have
shown how artivism is being practiced through fabric, bodily performances
and discourses in urban settings. The present keynote will provide examples
of unspectacular but subversive bottom-up lead artivistic actions which
express imagined futures, and which we have been following for the last
years.
Aterianus-Owanga, Alice, Elina Djebbari, Monika Salzbrunn (eds.), 2019:
Revue européenne des migrations internationales: Dance, Music and
(trans)nationalisms/Danses, musiques et (trans)nationalismes.
https://journals.openedition.org/remi/13169Salzbrunn, Monika, 2021:
“Researching Artivism through the Event approach. Epistemological and
Methodological Reflections about Art and Activism.” Connessioni Remote.
Artivismo_Teatro_Tecnologia, 2, Special issue Artivism: Forms,
Experiences, Practices and Theories/L'Artivismo: forme, esperienze,
pratiche e teorie, ed. by Anna Maria Monteverdi, Dalila D’Amico, Laura
Gemini, Vincenzo Sansone. No. 2 (2021):175-188.
https://riviste.unimi.it/index.php/connessioniremote/article/view/15264/1407
0Salzbrunn, Monika, 2015. ERC-ARTIVISM proposal: Art and Activism:
Creativity and Performance as Subversive Forms of Political Expression in
Super-diverse cities, ERC-CoG-2015-681880.Salzbrunn, Monika, Raphaela
von Weichs, in press 2022 : “Signatures dans l’art et l’activisme à Gênes et
Yaoundé”. Contribution au dossier de Multitudes 2022/2, n°87, « Se faire
artiste : entre engagement (dans le) collectif, singularité de l’artiste et
entrepreneuriat de soi », coordonnée par Elara Berto, Armelle Gaulier,
Maëline Le Lay.
Monika SALZBRUNN is Full Professor of Religions, Migration,
Diasporas at University of Lausanne, invited research professor at Università
degli Studi di Genova and associated researcher at CéSOR/EHESS Paris. She
is the first female scientist in Switzerland to receive the prestigious ERC
Consolidator Grant in Social and Human Sciences, for her project on
ARTIVISM. Art and Activism. Creativity and Performance as Subversive
Forms of Political Expression in Super-Diverse Cities. Monika Salzbrunn was
principal investigator of the SNFS projects “(In)visible Islam in the City” and
“Undocumented Mobility and Digital-Cultural Resources after the 'Arab
Spring”. She has published numerous articles, books and films in English,
French, German, Italian, Portuguese and Japanese about political and
religious performances in a context of migration. Monika Salzbrunn was
visiting professor at the Japan Women’s University Tokyo and at Kwansei
Gakuin University in Japan and is member of the research group DIVCULT
within the European Excellence Network IMISCOE.
Animação, espaço publico e gentrificação: a
imagem animada como forma de resistência
Pedro SERRAZINA - Universidade Lusófona de Lisboa /
Society for Animation Studies, Ecstatic Truth
Resumo
No passado recente, muitas cidades europeias, e o Porto e Lisboa em
particular, sofreram uma transformação rápida e dramática, com os seus
centros urbanos a passarem de lugares iminentemente sociais a objetos de
exploração económica extrema: o aumento dos hotéis e das plataformas de
aluguer online afastou os habitantes originais, e os movimentos sociais
orgânicos foram substituídos pelos fluxos transitórios dos visitantes de curta
duração. Esta implosão do espaço público e social contemporâneo promove
os centros urbanos como citações de história ausente. Como Augé sugere,
esta remodelação de lugares que costumávamos conhecer como
culturalmente identitários, torna-os "lugares de memória", em que os
moradores mais velhos e resistentes se tornam "espectadores de si próprios"
(2000: 56). Dando corpo a mundos fantásticos e realidades visualmente
irresistíveis, o cinema de animação é entendido pelo grande público como
forma de entretenimento por excelência, permitindo a ilusão de um espaço
de fuga, alternativo ao que habitamos. Mas, neste contexto, será abordado o
potencial da imagem animada como forma de resistência à diluição dos
centros urbanos: refletindo sobre o que o arquiteto Norberg-Schulz chama
de Genius Loci, o espírito do lugar, e questionando noções contrastantes de
identidade, pertença e interesses comerciais, para evocar a essência social
do(s) espaço(s) que habitamos. Trazendo a pergunta de Hantelmann, sobre
como pode a arte "tornar-se politica ou socialmente significativa" (2017: 9),
para um contexto de animação, esta apresentação refere workshops e
curtas-metragens para propor uma prática da imagem animada que vai além
de um papel decorativo, cumprindo uma função analítica e social(mente
reflexiva) sobre a ocupação do espaço público e a(s) sua(s) dinâmica(s).
Augé, M. (2000). Non-places: introduction to an anthropology of
supermodernity. London: Verso. Hantelmann, D. (2017). How to Do Things
with Art: The Meaning of Art's Performativity (Documents, 4). London: JRP
Editions SA; unveränderte Neuauflage. Serrazina, P. (2021). Animation,
gentrification and social experience. Animation Studies. The Peer-reviewed
Open Access Online Journal for Animation History and Theory. Available at:
https://journal.animationstudies.org/pedro-serrazina-animation-gentrificati
on-and-social-experience/
Pedro SERRAZINA é professor, investigador e realizador premiado
de cinema de animação. Desde a sua primeira curta, “Estória do Gato e da
Lua”, estreada internacionalmente no festival de Cannes, o seu trabalho tem
várias expressões, entre a curta-metragem, as instalações “site-specific”,
videoclips, workshops, publicações e projetos académicos, num percurso
marcado pelas relações entre a arquitetura, o espaço público e o cinema de
animação. Como bolseiro da Fundação Gulbenkian, Serrazina concluiu o
grau de Mestrado no Royal College of Art, Londres, e, como bolseiro da FCT,
o doutoramento na Univ. Lusófona de Lisboa, onde leciona nos cursos de
animação (licenciatura e mestrado). Membro da Society for Animation
Studies e co-organizador do Ecstatic Truth, simpósio anual dedicado às
relações entre cinema de animação e documentário, foi diretor artístico da
45.ª edição do Cinanima, festival internacional de animação de Espinho, e
está atualmente a preparar um novo filme, “O Que Sobra de Nós”. Nos
tempos livres Pedro Serrazina é um ávido colecionador de vinil e novelas
gráficas. E-mail: pedroserrazina@hotmail.com
Extinction Rebellion Westside Naarm
Catherine STRONG - RMIT University
Abstract
Extinction Rebellion emerged in the UK in 2018, with a strategy of using non-
violent civil disobedience to cause extensive disruption to ‘business as usual’
as a way of drawing attention to the climate crisis. The group’s use of colour
and artistic approaches likely contributed as much to its initial appeal as its
use of disruptive action, with the compelling imagery that accompanied
actions providing irresistible media content. However, while taking a novel
approach to visual communication and ‘branding’, XR is merely the latest
manifestation of non-violent direction action by activist groups, and draws
on pre-existing repertoires to create disruption and bring attention to their
cause. This talk uses a collaborative approach to draw on the perspectives
and experiences of the Westside group to explore how knowledge about
being activists is shared, and how the history of activism becomes embodied
in new participants. This is explored through an inside examination of the
processes of imagining, planning and delivering an action
Extinction Rebellion Westside Naarm is a group of committed climate
activists working under the XR banner. Formed in 2019, the group meets in
a blacksmith’s forge on the banks of the Maribyrnong River, on the unceded
lands of the Wurundjeri Woi Wurrung peoples of the Kulin Nation. The
group consists of a wide variety of people, including academics, retirees,
truck drivers, full-time activists, students, scientists and more.
Catherine STRONG is Associate Professor (School of Media and
Communications) in RMIT University. She has a PhD in Sociology from
Australia National University. She has published on the gendered aspects of
popular culture and has also done research on the women's movement in
Australia. She has been researched on music careers, cultural memory and
heritage, and gender in Australian popular music. | Publications: de Bois, S.,
Edmonds, M. and Strong, C. (2022) ‘Gender and Popular Music Policy’, in S.
Homan (ed.), The Bloomsbury Handbook of Popular Music Policy, New
York: Bloomsbury. Homan, S., O'Hanlon, S., Tebbutt, J. and Strong, C.
(2021) Music City Melbourne. London: Bloomsbury. Strong, C. ., & Cannizzo,
F. . (2021). Pre-existing conditions: Precarity, creative justice and the impact
of the COVID-19 pandemic on the Victorian music industries. Perfect
Beat, 21(1), 10–24. https://doi.org/10.1558/prbt.19379. Fabian Cannizzo;
Catherine Strong (2020) ‘Put some balls on that woman’: Gendered
repertoires of inequality in screen composers’ careers. Gender, Work &
Organization. Volume 27, Issue 6 p. 1346-1360.
https://doi.org/10.1111/gwao.12496. Strong, C. and Raine, S. (2019) Towards
Gender Equality in the Music Industry. London: Bloomsbury. Strong,
Catherine; Brunt, Shelley; Cannizzo, Fabian; Montano, Ed; Rogers, Ian; Shill,
Gene (2919). Adapting the studio model for the Australian popular music
education context. Journal of Popular Music Education, Volume 3, Number
2, 1 July 2019, pp. 293-308(16). https://doi.org/10.1386/jpme.3.2.293_1. Andy
Bennett, Catherine Strong (2018). Popular Music Heritage, Grass-Roots
Activism and Web 2.0: The Case of the ‘Save the Palace’ Campaign. Cultural
Sociology. Volume: 12 issue: 3, page(s): 368-383.
https://doi.org/10.1177/1749975518762569. Catherine Strong & Emma
Rush (2018) Musical genius and/or nasty piece of work? Dealing with violence
and sexual assault in accounts of popular music’s past, Continuum, 32:5, 569-
580, DOI: 10.1080/10304312.2018.1483009. Catherine Strong & Samuel
Whiting (2018) ‘We love the bands and we want to keep them on the walls’:
gig posters as heritage-as-praxis in music venues, Continuum, 32:2, 151-
161, DOI: 10.1080/10304312.2017.1370538.
https://orcid.org/0000-0001-6788-8399.
Músicas em tempos de cólera
Adolfo Luxúria Canibal | Ana Bento | Manuel Molarinho |
Odete | Paula Guerra | Samanta Muleca
A música é uma expressão de poder, e não apenas um poder sónico ou
emocional. A música, especialmente quando criada em resposta aos
problemas sociais que afetam o mundo, transforma-se numa força única. No
entanto, nem todas as canções que abordam os problemas da sociedade se
tornam numa canção de protesto. Por isso, nesta mesa, procuramos analisar
o papel da música popular como potenciador de uma mobilização política e
como um importante indicador das profundas mudanças e reconstruções de
identidade dos jovens na modernidade tardia. As canções podem constituir
manifestações que não só procuram denunciar, mas também intervir/agir, e
por vezes provocar a ação. Também procuramos demonstrar as
modalidades pelas quais a música cria e constrói experiências partilhadas e
o poder das canções de protesto para aproximar as pessoas e moldar as
subjetividades políticas. Por exemplo, o rap e o mahragan formaram a banda
sonora das Revoluções Tunisina e Egípcia e ilustram o poder modelar das
canções de protesto. Num período pós-Revolução, com a desmobilização
política, estes géneros voltaram aos seus papéis anteriores de cristalizadores
da experiência dos jovens dos seus contextos sociais. A musica também tem
um papel chave – e muitos dos participantes nesta mesa experienciam-no
quotidianamente – em novas formas de protesto que não são o resultado de
uma única ação concertada, mas sim de um conjunto de ações de artistas
dispersos que visam o mesmo objetivo: catástrofes ambientais, xenofobia e
racismo crescentes, instabilidade de emprego e aumento do desemprego,
fanatismo religioso, desigualdade de género e discriminação LGBTQI+,
gentrificação e turistificação das cidades, nova escravidão humana que
envolvem a pedofilia, o sacrifício de animais, entre outros.
Adolfo Luxúria Canibal, pseudónimo de Adolfo Morais de Macedo, é
licenciado em Direito pela Universidade de Lisboa, foi advogado e é
consultor jurídico. Fundador do grupo rock Mão Morta, de que é vocalista e
letrista, criou espetáculos de spoken word como Estilhaços ou como Goela
Hiante e integra o coletivo de música eletrónica Mécanosphère, tendo mais
de três dezenas de discos editados. Dinamizou espetáculos de comunidade,
como os musicais “Então Ficamos…” ou “Chão”, e concebeu performances
várias, com destaque para a neuro-áudio-visual “Câmara Neuronal”,
realizada a partir dos sinais elétricos emitidos pelo cérebro, ou a da
instalação “The Wall of Pleasure”, inaugurada na Rooster Gallery em Nova
Iorque. Participou como ator na série para televisão “O Dragão de Fumo”,
no filme “Os Conselhos da Noite” e em algumas curtas-metragens ou em
peças de teatro como “Eis o Homem!” da companhia Mundo Razoável para
o Teatro Carlos Alberto, no Porto. Concebeu ainda com o artista plástico
João Onofre o filme de videoarte “S/título (мій голос)”, exibido no festival
Curtas de Vila do Conde, e com a coreógrafa Inês Jacques o espetáculo de
dança “No Fim Era o Frio”, para o festival Guidance. Foi também autor e
locutor de programas de rádio e autor de textos dispersos por jornais e
revistas, tendo publicado, entre outros, os livros de poesia “Rock & Roll”,
“Estilhaços”, “Todas as Ruas do Mundo”, “No Fim Era o Frio e Outros
Textos de Amor e Solidão” e “No Rasto dos Duendes Eléctricos”, bem como
o livro-objecto “Desenho Diacrónico”, com o fotógrafo e artista plástico
Fernando Lemos, o livro de crónicas “Garatujos do Minho”, com o fotógrafo
Kid Richards, e o livro ilustrado “O Crespos”, com o ilustrador José Carlos
Costa. Traduziu ainda Heiner Müller, Isidore Ducasse e Vladimir Maiakovski,
de quem foi publicada a recolha “33 Poesias”. E-mail:
macedo.adolfo@gmail.com
Ana Bento é uma multi-instrumentista, compositora e workshop leader
portuguesa. Iniciou os estudos musicais no Conservatório de Música de
Viseu. Licenciou-se em Educação Musical (2001) e frequentou uma pós-
graduação em Musicoterapia no C.I.M. de Bilbao (2002). Paralelamente,
realizou um percurso formativo na área da pedagogia musical com Pierre
Van Hawe, Jos Wuytack, Edwin Gordon, Verena Maschat, Murray Schafer,
Soili Perkiö, entre outros. Estudou saxofone com Mário Santos e João
Martins. No início da sua carreira, Ana fez parte da Orquestra Juvenil do
Centro e, atualmente, integra os projetos Aurora Brava, Tranglomango,
Colectivo Gira Sol Azul e Stopestra, colaborando, pontualmente, noutros
projetos musicais, nomeadamente The Dirty Coal Train, entre outros.
Compôs, interpretou e dirigiu ao vivo a música de espetáculos encenados por
Helen Ainsworth, Graeme Pulleyn, Sónia Barbosa, Rafaela Santos, Márcio
Meirelles, Maria Gil, Filipa Francisco, Joana Providência, Romulus Neagu,
entre outros. Cofundou a Associação Gira Sol Azul na qual colabora e integra
a equipa de vários projetos musicais. Tem desenvolvido vários projetos no
âmbito da música e comunidade como o grupo vocal feminino Cotovia, a
Orquestra (in)fusão (que integra vários grupos musicais e músicos
profissionais e amadores que se envolvem ativamente na criação de um
repertório original), o grupo de octogenários A Voz do Rock (que foi
distinguido em 2019 com o prémio Boas Práticas de Envelhecimento Ativo
da CCDRC) e outros projetos de carácter mais pontual como Primeiro
Encontro (desenvolvido pelo Teatro Viriato no Estabelecimento Prisional do
Campo). Desenhou e interpretou vários percursos artísticos para a Rede
Caminhos Médio Tejo, festival Bons Sons e festival Dar a Ouvir. Integra a
equipa fator-E da Casa da Música desde 2008 com a criação de oficinas e
concertos para a infância. É artista associada do Teatro Viriato desde 2014.
E-mail: anabento.girasolazul@gmail.com
Manuel Molarinho nasceu em Lisboa e vive atualmente no Porto. Em
2001, iniciou o seu percurso artístico centrado na música, sobretudo
enquanto compositor e baixista - atualmente em O Manipulador (2010-),
Baleia Baleia Baleia (2016-), Burgueses Famintos (2014-), Daniel Catarino
(2018-) e Madrasta (2013-). Tem cerca de 20 álbuns gravados e de 600
concertos, incluindo tours europeias regulares e uma asiática e seis dos seus
projetos foram considerados Novos Talentos Fnac. Paralelamente, fez
bandas sonoras para vídeo e teatro, e desde 2014 tem trabalhado
regularmente na organização e curadoria de eventos, entre os quais o festival
itinerante de músicos a solo UM AO MOLHE, ZigurFest, Aveiroshima2027 e
é um dos fundadores da editora/coletivo portuense Saliva Diva. E-mail:
molarinho.salivadiva@gmail.com
Odete concluiu o curso de Artes do Espetáculo (interpretação) na
Academia Contemporânea do Espetáculo – Escola de Artes, no Porto, em
2013. Tem desenvolvido as suas próprias criações entre Lisboa e o Porto,
apresentando os seus trabalhos em vários locais e contextos, como o Teatro
Taborda (Lisboa), Teatro Municipal Campo Alegre (Porto),
malavoadora.porto (Porto), CasAzul (Barcelos), CAPC – Círculo de Artes
Plásticas de Coimbra (Coimbra), Festival DDD – Dias da Dança (Porto), ou
Rua das Gaivotas 6 (Lisboa). Foi performer em “Cyborg Sunday” de Dinis
Machado, e em “O Despertar da Primavera” do grupo Teatro Praga. Neste
momento pesquisa sobre sensações/noções de pertença e despertença,
narrativas trans, formas de tornar visível a fragilidade e a falha enquanto
potências políticas e a subjetividade enquanto derivação farmacológica. E-
mail: odettethewitch@gmail.com
Paula Guerra é Professora no Departamento de Sociologia da Faculdade
de Letras da Universidade do Porto (FLUP) e Investigadora Integrada no
Instituto de Sociologia da mesma Universidade (IS-UP). Membro da
Comissão Científica do Mestrado em Sociologia da Universidade do Porto,
faz também parte de outros centros de investigação internacionais:
Investigadora Associada no Centro de Estudos de Geografia e Ordenamento
do Território (CEGOT); no CITCEM - Centro de Investigação
Transdisciplinar "Cultura, Espaço e Memória. Paula é Professora Associada
Adjunta do Griffith Centre for Social and Cultural Research na Austrália. É
fundadora/coordenadora da Rede Todas as Artes: Rede Luso-Afro-Brasileira
da Sociologia da Cultura e das Artes; e fundadora/coordenadora do KISMIF
(kismifconference.com e kismifcommunity.com). Integra o Board da ESA
Arts da European Sociological Association e é chair da IASPM Portugal. Tem
sido professora/investigadora convidada em várias universidades
internacionais. Paula Guerra coordena e participa em vários projetos de
pesquisa nacionais e internacionais no campo das culturas juvenis e da
sociologia da arte e da cultura. Os seus interesses de investigação atuais
incluem música popular, culturas e carreiras DIY, subculturas e pós-
subculturas, teoria crítica social, teorias sociológicas, metodologias de
investigação qualitativa, música e cenas musicais underground,
autenticidade, aura e carisma nas artes, campos culturais, mundos da arte,
cinema, performance. É coordenadora e fundadora da Conferência KISMIF
e coordenadora da Secção Temática Arte, Cultura e Comunicação da
Associação Portuguesa de Sociologia. É fundadora e diretora (com Lígia
Dabul) da revista científica Todas as Artes. Revista Lusófona de Arte e
Cultura. É editora-chefe (com Andy Bennett) da revista da SAGE: DIY,
Alternative Cultures and Society (DACS). E-mail: pguerra@letras.up.pt
Samanta Muleca, conhecida como Muleca XIII é rimadora,
compositora e intérprete além de ser pintora e educadora. Natural do Rio
de Janeiro, começou sua trajetória no rap e no graffiti em 2006. E desde
então é praticante dessas vertentes e ativa em projetos socioculturais
através da arte-educação. Há seis anos na Europa, a MC, que costuma atuar
em concertos. Já dividiu palco com grandes nomes da rima e participou em
festivais em Portugal, França, Espanha e Guatemala. Sua marca registrada é
a métrica acelerada (fastflow) de alta profundidade sem pecar na qualidade
melódica, e sua especialidade é a rima de improviso (freestyle). Integra o
coletivo de artistas Comando S.E.L.V.A, cuja sigla significa "segue na estrada
live e voa anonimamente", seu grande lema de vida. E-mail:
samantha.rego@gmail.com
In-cóg-ni-tas / n.f. Segredos por desvendar.
Mulheres, migrações e artivismo na
contemporaneidade
Bárbara Zamorano Hevia | Carla Cruz* | Sofia Sousa |
Virna Teixeira*
Desde o início do milénio – com maiores ou menores oscilações – que a
imigração em Portugal tem evoluído de forma paulatina, (re)configurando
as suas matrizes sociais, geográficas e culturais. Neste contexto, o aumento
da imigração feminina é particularmente visível. Contudo, estas mulheres
migrantes e as suas reconstruções identitária-culturais permanecem
invisíveis - nos campos académico, mediático e político - e elididas pela
tendência para a neutralidade de género relativamente à reconstrução dos
imaginários culturais dos imigrantes. Durante muito tempo que as mulheres
imigrantes têm sido vistas como meros agentes passivos, não sendo
espectável que estas possuam interesse pelas mais diversas expressões
artístico-culturais. Logo, muito menos era esperado que estas pudessem ser
artistas, produtoras, criadoras, etc. Com efeito, esta mesa-redonda pretende
demonstrar o potencial transformador das produções culturais e artísticas
de três mulheres, com uma trajetória de migração, bem como evidenciar
que as artes podem ser uma arma, isto é, um meio eficaz para transformar
as sociedades contemporâneas. A arte, no contexto desta mesa, revela-se
como um veículo transformador, mas também enquanto um meio de
comunicação das perceções ampliadas sobre desafios vividos e enfrentados,
relacionados com perspetivas de género, com os processos de
reconfiguração identitários e com a criação de oportunidades, isto é, de
novos lugares de fala. Nesta mesa-redonda, cada uma destas participantes
vai debruçar-se sobre temáticas como a inclusão social, estratégias para a
produção artística e as suas trajetórias de migração.
Bárbara Zamorano Hevia é uma artista freelance circense e
bailarina contemporânea. Possui uma Licenciatura em dança
contemporânea e encontra-se a viver em Portugal há um ano. Tanto no Chile
(país de origem) como no país de acolhimento (Portugal), tem estado
envolvida em vários projetos interventivos de cariz social, cimentados no
ensino de artes circenses, mas também em projetos ligados a questões
políticas, artivismo e resistência. E-mail: bzamoranoh@gmail.com
Carla Cruz é artista, investigadora e professora auxiliar na EAAD-
UMinho. Vive no Porto. Doutorada em práticas artísticas pela Goldsmiths
University of London, com o apoio da FCT. Desenvolve desde 2011 o projeto
Finding Money com Antonio Contador, e coordena desde 2007 com Ângelo
Ferreira de Sousa a Associação de Amigos da Praça do Anjo. Carla foi
cofundadora do coletivo feminista de intervenção artística ZOiNA (1999-
2004), e da Associação Caldeira 213 (1999-2002); entre 2005 e 2013
coordenou o projeto expositivo feminista All My Independent Wo/men;
desde 2019 dinamiza o grupo de estudo Leituras Feministas; e desde 2020
desenvolve um projeto especulativo sobre temporalidades não-humanas
com Claudia Lopes. E-mail: carlabarroscruz@gmail.com
Sofia Sousa é Mestre e doutoranda em Sociologia, com Bolsa FCT (com
a ref. 2021.06637.BD) referente ao projeto “Todos os Mundos Dentro do
Porto. Mulheres migrantes, artes e artivismos na contemporaneidade
portuguesa”, na Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP).
Além disso, é Investigadora no Instituto de Sociologia da Universidade do
Porto (IS-UP) e é ainda membro do Social Media Comittee da International
Association for the Study of Popular Music (IASPM) e editora executiva da
Revista Todas as Artes – Revista Luso-Brasileira de Artes e Cultura. E-mail:
sofiaarsousa22@gmail.com
Virna Teixeira nasceu em Fortaleza in 1971. É poeta, tradutora e
neurologista. É autora de vários livros, tais como Distância (7 Letras, 2005),
Trânsitos (Lumme, 2009), e A Terra do Nunca é Muito Longe (Não Edições,
Lisboa, 2014); e também três títulos de poesia escocesa traduzidos para o
português. Viveu vários anos em São Paulo, e desde 2014 vive na Inglaterra,
onde estuda Humanidades Médicas no King’s College London. E-mail:
virnagontei@yahoo.com.br
*Fortress Europe: Medo + Desejo entre o Porto e
Vaasa
Carla Cruz
Resumo
Em 2006 fiz a proposta à residência artística Ateljé Stundars na Finlândia de
pensar o que é ser Europeu a partir destes dois territórios - Portugal e
Finlândia. Portanto a partir de uma cultura sob a qual fui socializada, e a
partir de uma cultura que não conhecia. Desses 3 meses de residência,
resultou um projeto expositivo intitulado Medo + Desejo, que olhou para a
construção da noção de "fortaleza europeia", processos locais e globais de
auto-determinação, e a queda de um meteorito nessa região há 520 milhões
de anos atrás. A partir desta experiência espero refletir sobre práticas
artivistas e a importância do extranhamento.
*Nada a temer - migração e a busca de novas
estratégias na produção artística
Virna Teixeira
Resumo
As pessoas migram por diversas causas, desde questões socio-econômicas,
políticas e/ ou para obter melhores qualificações educacionais e profissionais.
Sabe-se que metade dos migrantes internacionais hoje são mulheres.
Mulheres tendem a migrar mais por questões familiares, porém mais
mulheres têm migrado sozinhas, geralmente em busca de emprego e
educação. Estas experiências transformadoras da migração tendem a ser
muito impactantes e reflexivas para mulheres artistas, traduzindo suas
percepções ampliadas sobre questões de gênero, identidade, e
oportunidades. Irei discutir como a migração e o biculturalismo afetou meu
trabalho como poeta, escritora, tradutora e minha produção como editora.
Após migrar para Londres criei dois projetos independentes, o selo de poesia
Carnaval Press, e a revista eletrônica de literatura e artes Theodora. Formas
de subsistência dentro de uma mercado editorial estrangeiro.
Recentemente, conclui meu primeiro livro de contos, A Pupila, onde várias
personagens transitam por situações de migração ou da experiência de se
sentirem “estrangeiras”, buscando novas formas de autonomia em suas
vidas. São como pupilas atentas de novos aprendizados. Na pandemia, tive
também oportunidade de desenvolver meu trabalho como artista visual, que
dialoga com a construção de novas identidades e com práticas DIY. Um
destes resultados é a exibição de arte digital ‘Nothing to Fear’, apresentada
num salão de arte em Belgrado. Irei articular como estas estratégias
artísticas refletem a minha busca por inovação e fluidez em novos territórios.
keywords: migração | identidade | DIY | arte
Ensaio imagético corpo, lar e luta: comunidades
intencionais poéticas de presentificação de futuros
possíveis
Claudyanne Rodrigues de ALMEIDA - UFMT
Resumo
Esse ensaio é um recorte da minha pesquisa de doutorado em curso
intitulada: Comunidades intencionais: poéticas, memórias e outra cultura
espaço-cosmológica a presentificação de futuros possíveis, que objetiva
pesquisar/experienciar como alguns grupos estão materializando a
possibilidade de outros modos de viver a partir de comunidades intencionais
(ecovilas, ecoaldeias, cohousing, coliving, etc). Comunidades intencionais são
assentamentos criados por grupos de indivíduos que se juntam com um
propósito de vida em comum, geralmente funcionando como um laboratório
experimental de práticas regenerativas integrais (ambiental, social e
pessoal). A ideia da pesquisa surge em meio à trágica cena contemporânea,
do avanço ultraconservador, insurreição da natureza, crise econômica,
discursos de ódio, perda de direitos, de vidas, corpos, desejos e amores
censurados. Entendemos como urgente pensar formas, não só de resistência,
mas de enfrentamento, de desvio e brechas do caos. Assim, a pesquisa
investiga as potências de vidas/trajetos que se engendram e propõem criar
alternativas societárias, outras experimentações ontológicas ou uma
presentificação de futuros possíveis. Produzimos um ensaio a partir de
imagens feitas na ida a campo numa ecovila da Bahia que compõem
narrativas a respeito de outros modos de habitar o mundo. Baseia-se no
experimento de uma série documental de imagens, a partir de uma
cartografia afetiva, que arrisca, não apenas traduzir narrativas, mas também
criá-las, a partir da experiência de covivialidade com alternativas societárias
e\ou construções imaginárias de um lar ideal. Uma ecovila se pensada como
uma casa coletiva, uma grande casa, ou a “terra mãe”- Gaia, insere-se na
dialética de olhar esse espaço como um lar coabitado de diferentes culturas,
representações e subjetividades múltiplas com sonhos e práticas comuns.
Analisa a partir da “categoria de fotos compreensivas” (BRANDÃO, 2005,
p. 14) imagens do lugar e suas representações de ideias, afetos, memórias,
função subjetiva do espaço. Visto as relações simbólicas do lugar, nesse
processo, criou-se um roteiro semificcionado com tema “guerra cotidiana”,
pelo viés da relação realidade e imaginação na construção do lar ideal. A
propósito do Desejo, é com ele que Levitas (2013) revisa o conceito de
utopia, sendo então uma forma “legítima e existente de conhecimento de
futuros possíveis” (apud TEIXEIRA, 2016, p. 262-grifo da autora). Refletir a
realidade prática e idealizações do lar numa comunidade intencional é
também confabular signos, não só da casa, mas também da rua, da vida, da
luta diária e dos desejos de futuros.
keywords: comunidades intencionais | lar | corpo | luta | presentificação
BRANDAO, Carlos Rodrigues. “Escrito com o olho ‐ anotações de um
itinerário sobre imagens e fotos entre palavras e ideias. MARTINS, Jose de
Souza, ECKERT, Cornelia & NOVAES, Sylvia Caiuby (orgs.). O imaginário e
o poético nas Ciências Sociais. Bauru: Edusc, 2005.BACHELARD, G. A
poética do espaço. São Paulo: Martins Fontes, 1993. GUATTARI, Félix. As
três ecologias. Tradução Maria Cristina F. Bittencourt. Campinas, SP:
Papirus, 1990. GONCALVES, Marco Antonio. O real imaginado: etnografia,
cinema e surrealismo em Jean Rouch. Rio de Janeiro: Topbooks,
2008.KRENAK, Ailton. Ideias para adiar o fim do mundo. São Paulo:
Companhia das Letras, 2019.LADDAGA, Reinaldo. Estética da emergência:
a formação de outra cultura das artes. São Paulo: Martins Fontes – selo
Martins, 2012.LATOUCHE, Serge. Pequeno tratado do decrescimento
sereno. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2009.LAZZARATO,
Maurizio. As revoluções do capitalismo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,
2006.LEVITAS, Ruth. Utopia as method: the imaginary reconstitution of
society. New York: Palgrave MacMillan, 2013. PEIRANO, Mariza. O dito e o
feito: ensaios de antropologia dos rituais. Rio de Janeiro: Relume Dumara,
2002. (ler “Análise Antropológica dos rituais” de Mariza Peirano e “A
Marcha Nacional Dos Sem--‐Terra: estudos de um ritual político” de
Christine de Alencar Chaves). Disponível em
http://www.marizapeirano.com.br/livros/o_dito_e_o_feito.pdf PIAULT, Marc
Henri. “Um Cinema Espelho? Por uma realidade partilhada e Uma Producao
Imagetica, para fazer o que? : conferencias”. GROSSI, Miriam Pilar,
ECKERT, Cornelia e FRY, Peter Henry (orgs.) Conferências e Diálogos:
saberes e práticas antropológicas. Blumenau: Nova Letra, 2007.
http://www.abant.org.br/conteudo/livros/ConferenciaseDialogos.pdfREGO,
Francisco Cleiton Vieira Silva do. "Um exercício de objetivação participante"
(Capítulo 1). A segurança biológica na transição de gênero: uma etnografia
das políticas da vida no campo social da saúde trans. Tese (Doutorado em
Antropologia Social) --‐ Centro de Ciencias Humanas, Letras e Artes,
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2020.
https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/31277?mode=fullROLNIK,
Suely. Cartografia Sentimental: transformações contemporâneas do desejo.
São Paulo: Estação Liberdade, 1989.ROYSEN, Rebeca. Ecovilas e a
construção de uma cultura alternativa. 2013. 245 f. Dissertação (Mestrado) -
Curso de Mestrado em Psicologia Social, Universidade de São Paulo, São
Paulo, 2013. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/
disponiveis/47/47134/tde-31072013-114650/en.php. Acesso em: 03 fev.
2021.SANCHEZ, Fábio José Bechara. A nova fantasmagoria e as
possibilidades da política: notas sobre a Pandemia. Contemporânea: Revista
de Sociologia da UFSCar, São Carlos, v. 10, n. 1, p. 399-409, jan./abr. 2020.
Quadrimestral. Disponível em: http://www.contemporanea.ufscar.br/index.
php/contemporanea/article/view/934/pdf. Acesso em: 10 fev. 2021.SAMAIN,
Etienne. “As imagens não são bolas de sinuca: como pensam as imagens”.
SAMAIN, Etienne (org.). Como pensam as imagens. Campinas: Editora da
UNICAMP, 2012.SCHECHNER, Richard. O que é performance? (tradução
de R. L. Almeida). “What is performance?”. Performance Studies: an
Introduction. New York: & Londres: Routledge, 2006. pp 28-51. [2002].
Teixeira, M. A. de A. Utopia como método:: a reconstituição imaginária da
sociedade. Sociedade E Estado, 31(1), 261–265. 2016. Disponível em:
https://periodicos.unb.br/index.php/sociedade/article/view/6089 Acesso em:
10 fev. 2021.TURNER, Victor W. O processo ritual. Petropoles: Ed. Vozes
Ltdda, 2013.TURNER, Victor. “Dewey, Dilthey e Drama: um ensaio em
Antropologia da experiência” Cadernos de campo n. 13, 2005. Pp 177--‐185.
Publicado em: TURNER, V. & BRUNER, E.M.(Eds.). The Anthropology of
Experience. Urbana and Chicago: University of Illinois Press, 1986. Revista
disponível em: http://www.fflch.usp.br/da/cadcampo/ed_ant/revistas_
completas/13.pdfWAHL, Daniel Christian, 1972. Design de Culturas
Regenerativas. 2ª edição – Rio de Janeiro: Bambual Editora, 2020.
Claudyanne Rodrigues de ALMEIDA é bacharel e licenciada em
Ciências Sociais na Universidade Federal de Mato Grosso-UFMT. Mestre em
Estudos de Cultura Contemporânea pela UFMT, na linha de pesquisa
Poéticas Contemporâneas. Doutoranda em Estudos de Cultura
Contemporânea - UFMT com a pesquisa intitulada: "Comunidades
intencionais: poéticas, memórias e outra cultura espaço-cosmológica a
presentificação de futuros possíveis". É professora do Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso-IFMT. Pesquisadora do
Grupo de Estudos Artes Híbridas: Intersecções contaminações
transversalidades - UFMT. Integrante da Comissão de estudos de Gênero,
Transgeneridades, Feminismos e Direitos Civis do IFMT. Interesse em
estudos e reflexões sobre Antropologia e sociologia da Arte e ambiental,
Ecologia política, Ecofeminismo, Comunidades intencionais (Ecovilas,
Cohousing, Coliving), o "Bem viver", Política e Arte, Futuros possíveis,
Permacultura, Cultura regenerativa, Mulheres sementes, Utopia como
método, Ecosofia (Guattari). Contato: clauantropologiaearte@gmail.com.
Forensic architecture: das relações possíveis entre
a arte contemporânea e o conceito de verdade
Lais Rabello de ANDRADE - FBAUP
Abstract
This work discusses how the concept of truth relates to contemporary art,
especially in artistic activism, by analyzing the practices of the Forensic
Architecture collective. In the historical course of Western philosophy
there have been several attempts to define what truth really is. The oldest
one is also the most famous one. Idealized by Plato, the concept of truth is
defined by a relation of correspondence: the discourse should match the
reality. If it does so than reasoning is truth. From Plato to Aristotle,
philosophy ensures that being truth is a quality of the discourse not a
characteristic from the object itself. When we are talking epistemology, one
can simply follow the Kantian axiom: truth is the correspondence of
knowledge with its object. But when we try to apply that to political or
aesthetical events, the causal relation is way more complicated. Transform
a political event in a “based on true events” aesthetical product is to deal
with the subjective interpretation of the event and with the legislations and
guidelines of each individual state. An event is an apparition, so when it
comes to talk about being truth, the aesthetical product – as an object –
assumes the identity of an evidence. When an event does not get along with
the social values of its time, the evidence is a search for the truth, with the
purpose of proving someone’s crimes and make justice for its victims. Some
of the aesthetical products in contemporary art have the same goal: prove
that an individual or a group deserves retraction by showing itself as evidence
of the truth event. This type of artistic practice is one of the faces of
contemporary artivism. When it comes to analyze how the idea of
discovering the truth presents itself in a work of art, one activist group stands
out: the collective Forensic Architecture. This collective is based at the
Goldsmith University in London, and they research iconic cases of human
rights violations and environmental crimes. The group uses a mixed
technique combining mechanisms from architecture – such as 3D modeling
– and traditional research – such as interviews. The aesthetical product that
emerges from this mixed technique can be use both in a courtroom and in
an art exhibition. In broad terms, their aspiration it’s to find the truth about
several political events and report them as an aesthetical product that has a
shared identity: evidence and work of art. But is it possible to get the Truth
by collecting evidence? Can a political event be fully understood by picking
the pieces of truth and putting all of them together? And if the goal is to
make some hybrid object that uses that pieces and glues them with art, what
happens to the pieces and to the glue? Are we in a time that a work of art
can be “true enough” to enter the courtroom and the realization of truth is
so desired that the search for it should be inside the museum?
keywords: artivism | activist artistic practices | art theory | aesthetics
Bischop, C. (2012). Artificial Hells: Participatory art and the politics of
spectatorship. Londres, Nova Iorque: Verso.Bishop, C. (ed.). (2006).
Participation. Cambridge: MIT Press.Dzenko, C., Avila, T. (ed.). (2017).
Contemporary citizenship, art, and visual culture: making and being made.
Nova Iorque, Londres: Routledge.Foster, H. (2014). O retorno ao real: A
vanguarda no final do século XX. São Paulo: Cosac Naify. Tradução: Célia
Euvaldo.Groys, B. (2008). Art Power. Cambridge: MIT Press.Jacobi, F.
(2018). Aesthetics of Resistance: An investigation into performative politics
of contemporary activism (…). Berlin, Copenhagen: Revolver Publishing,
Space Poetry. Janes, R. R., Sandell, R. (2019). Museum Activism. Londres,
Nova Iorque: Routledge.Laddaga, R. (2012). Estética da Emergência. São
Paulo: Martins Fontes. Tradução: Magda Lopes.Message, K. (2014). Museums
and social activism: Engaged protest. Londres, Nova Iorque: Routledge.
Schruers, E. J., Olson. K. (ed.) (2019). Social Practice Art in Turbulent Times:
the revolution will be live. Nova Iorque, Londres: Routledge.Sholette, G.,
Bass C. & Social Practice Queens. (2018). Art as Social Action: An
introduction to the principles of teaching social practice art. Nova Iorque:
Allworth press.Steeds, L. (2014). Exhibition. Cambridge: MIT
Press.Steinboch, E., Ieven, B., Valck, M. de. (ed.). (2021). Art and Activism in
the Age of Systemic Crisis: Aesthetic Resilience. Nova Iorque, Londres:
Routledge.Sterischer Herb & Malzacher, F. (ed.). (2014). Truth is Concrete:
A handbook for artistic strategies in real politics. Berlin: Sternberg
Press.Weibel, P. (ed.). (2014). Global Activism: Art and Conflict in the 21st
Century. Karlsruhe: ZKM.
Lais Rabello de ANDRADE was born in São Paulo, Brazil, current
living in Porto, Portugal. She is a researcher in the master’s program: Art
Studies: Criticism and Art Theory at Porto University (Faculty of Fine Arts
/FBAUP). Her interest in art theory and criticism showed earlier when, in
2018, she had her specialization degree in Art: Criticism and Curatorship in
the Pontifical Catholic University of São Paulo (PUC-SP). By the end of that
year, she had finish two research projects in the context of History of Art
Exhibitions: one about an exhibition called JAC72, and other about the
twelfth edition of Manifesta. Art criticism and theory is the connection
chosen by her between her two bachelor’s degrees: one in Visual Arts
(Armando Alvares Penteado Foundation – São Paulo) and another in
Philosophy (PUC-SP). Her research is in the field of arts and politics,
especially the artistic activist practices or activism in the context of art
exhibitions.
Messianism, utopia and political engagement in
Daniel Bensaïd
Josep Maria ANTENTAS - Universitat Autònoma de
Barcelona
Abstract
The aim of my paper is to analyse the relationship between politics and art,
and messianism and utopia in the theoretical work of the French philosopher
Daniel Bensaïd (1946-2010). Bensaïd was a Marxist-inspired author strongly
influenced by the work of Walter Benjamin. A relatively little-known author,
his legacy is useful for opening up new perspectives. A committed activist
since the 1970s, his intellectual production was oriented towards strategic
debate and political intervention. In his memoirs An impatient life (2013
[2004]) he defines political commitment and militancy not as a sacrifice, but
as "the opposite of a sad passion. A joyous experience despite its bad
moments". Bensaïd analyses the relationship between political commitment
and art on the basis of the concepts of discordance of times (and spaces) that
he develops in La discordance des temps (1995) and Le pari Mélancolique
(1997) as a way of pointing out the contradictory plurality of social
temporality, in the wake of the concepts of "counter-time" used by Marx
(zeitwidrig) or Ernest Bloch's "non-contemporaneity". In this plurality of
times and spaces, Bensaïd gives priority to the space-time of politics, but
points out that this intersects with the space-times of beauty or feelings that
cannot be subsumed in the former. His proposal, as he points out in "La
Politique et l'histoire" (in Penser Agir 2008) is: "to circulate between these
spaces, to look for the communication doors, the secret passages, without
breaking down the walls". Politics and poetry, remarks Bensaïd ("À Serge
Pey, au poète qui récite avec ses pieds", 2008) have in common "an openness
to the event" and "the capacity to be amazed by a world that is always
unexpected".Bensaïd was not a theorist of culture or art, but all his
philosophical work is written in a metaphorical and literary style and his
books abound with literary references (in An impatient life (2013) he
acknowledges a certain frustrated literary vocation). As he himself pointed
out in "La Politique et l’histoire" (in Penser Agir 2008) their function was not
ornamental, but a way of saying "obliquely or by wrapping" things difficult
to address directly. Literature appears as a way of going where theoretical
concepts do not reach. Bensaïd turned to Benjamin in the 1980s, in a context
of decline of the revolutionary expectations of the 1960s and 1970s. Through
Benjamin he develops what he called in Walter Benjamin Sentinelle
messianique (1990) a "messianic reason", based on a secularised political
messianism that gives a new form and meaning to revolutionary
expectations. Reshaped into messianic hope, revolution is defined with a
literary metaphor as: "A cunning messiah, who would have, in the brazen
manner of a Marlow or a Sam Spade, mischievously slipped his foot into the
crack of the door, into the half-open hinges of the possible".Bensaïd's political
messianism is, following Benjamin, a politics of the present time, aimed at
intervening in the present to bring about a change in the course of history.
In Sentinelle (2010 [1990]) and La discordance des Temps (1995) he
counterposes a messianic politics of the present time inspired by Benjamin
to the future-oriented utopian politics represented by Bloch. Largely under
the influence of Blanqui and Sorel, he develops an adversarial approach to
utopian thinking, which he associates with political escapism. Bensaïd does
not imagine the future with utopian projections but keeps alive the hope of
a messianic/revolutionary interruption of history to change its course.
However, as several authors such as Michale Löwy in Rédemption et Utopie
(1988) or Stephane Mozès in L'Ange de l'Histoire (1992) have shown,
messianism and utopia are not opposing concepts, but the former contains a
utopian germ associated with its will to bring about another order. In this
sense, it is possible to reconcile Bensaïdian strategic messianism, always on
the lookout for the unforeseen possibilities of history, with the utopian
impulse. The latter, as an author such as Harvey has pointed out in Spaces of
Hope (2000), despite all its limitations, is necessary in historical epochs such
as ours, still marked by the lack of credibility of alternative visions of society.
keywords: Bensaïd | messianism |utopia politics
Bensaïd, Daniel. An impatient life. London: Verso, 2013[2004])Bensaïd,
Daniel. Penser Agir. Paris: Lignes, 2008Bensaïd, Daniel. Le pari Mélancolique.
Paris: Fayard, 1997 Bensaïd, Daniel. La discordance des temps. Paris: éditions
de la passionBensaïd Daniel. Walter Benjamin Sentinelle messianique. Paris:
PlonLöwy, Michael. Rédemption.
Josep Maria ANTENTAS is associate professor of Sociology at the
Universitat Autònoma de Barcelona (UAB). He has reasearch on social
theory and social movements. His work has appeared in: Labor History,
Historical Materialism, Antipode, Globalizations, Science&Society,
Rethinking Marxism, Dialectical Anthropology, Capitalism Nature Socialism,
French Studies Bulletin, and Socialism&Democracy. He has published three
books in Spanish: Resistencias Globales (2009, with Esther Vivas), Planeta
Indignado (2012, with Esther Vivas), and Espectros de Octubre (2018).
The power of music and language in 21st century
cultural resistance
Miral ATIK - Lebanese American University
Abstract
Historically, Protest songs have been used by multiple grassroots
movements to achieve liberation. Globally, indigenous people and people of
color have been fighting for their rights while resisting oppressive
constructed regimes. One form of resistance is through cultural production
which includes various forms of creative expressions, such as “Resistance
Literature” which has been used by colonized individuals to document the
ugly reality of colonialism and imperialism while expressing the love of the
land and a commitment to the fight for Liberation. Adab al-muqawama
(resistance literature) has been widely used by Palestinian activists to resist
the zionist-regime which aims to ethnically cleanse Palestinians, their
culture, national identity, history, and collective memory to fulfill their
manufactured narrative (‘Land without a People’) for the colonization of
Palestine. Protest songs are a continuation of “resistance literature” as the
songs embody the past, present, and hope for the future. This paper aims to
examine how Palestinian artists are employing music as a form of cultural
resistance against the Israeli-regime, the status quo, and partaking in anti-
capitalist and anti-imperialist social movements to achieve socio-political
change. The paper aims to answer the following research questions: (1) How
does music form a transnational/Intersectional anti-colonialism movement?
(2) How ow are 21st-century Palestinian protest songs a continuation of
Resistance Literature? A literature analysis of what constitutes a social
movement and how protest songs have been historically used was conducted
with the objective of conceptualizing music as a form of protest behavior and
the power it cultivates in fighting oppression on a micro and macro level.
Second, an intertextual and textual analysis of seven avant-garde songs was
performed. Palestinian songs released the last 10 years featuring
international artists. The seven songs are taken from the following
Palestinian artists: the Palestinian Hip-Hop Band Dam, 47 Soul band,
Checkpoint 303, Hawa Dafi Band, and Shadia Mansour. These artists cover
both Palestinians living in Palestine, occupied territories, and in the diaspora.
A case study was done on the following songs: Born Here, G'areeb Fi Bladi,
Onadekom, Shams El-horyeh, Border Ctrl, Somos Sur, Milliardat, and
Ummamiyeh Anthem. This research aims to show how these artists act as
“organic intellectuals” in shaping the consciousness of the new generation
while deconstructing national narratives and creating an emancipatory
action by fighting against cultural and historical deformations through
reviving previous generations' cultural resistance productions. An emphasis
on the power of music and protest songs in social movement formations is
noted. Eyerman and Jamison (1998) emphasize the role that political song
plays in social movements as they link current and past struggles and
influence certain individuals and the collective by providing empowerment,
resilience, and spiritual strength in the fight against oppression. This case
study conducted on five songs produced by Palestinian artists concluded that
music acts as a powerful tool in birthing a social movement geared towards
changing the current hierarchal power structures and oppressive regimes.
Anti-imperialism, anti-capitalism, and anticolonialism movement. Second,
the results confirmed the continuous deployment of music and protest songs
in activism throughout different generations and in various contexts. This
paper calls for future research to further examine other artists', activists’
opinions and include an intersectional analysis to examine how music can
influence the Palestinian society’s culture and dismantle patriarchal
ideologies.
keywords: palestinian resistance | transnational | social movement | music
AbcSongLyrics.com. (n.d.). Ana Tijoux Somos Sur English
translation.http://www.abcsonglyrics.com/ana-tijoux/somos-sur.htmlDownin
g, J. (2001). Power, hegemony, resistance. Radical media: rebellious
communication and social movements. (pp. 12-23). Thousand Oaks: Sage.
Eyerman, & Jamison, A. (1998). Music and social movements : mobilizing
traditions in the twentieth century. Cambridge University Press.
https://primoa.library.unsw.edu.au/permalink/f/bjujce/UNSW_ALMA512180
50940001731Gaztambide-Fernández, R. (2012). Decolonization and the
pedagogy of solidarity. Decolonization: Indigeneity,Education & Society,
1(1), pp. 41–67 https://jps.library.utoronto.ca/index.php/des/article
/view/18633/15557Genius. (n.d.). Dam – born here - أنولدت هون.
https://genius.com/Dam-born-here-lyrics.Genius. (n.d.). 47soul ft. fedzilla &
shadia Mansour – border ctrl - طلبو. https://genius.com/47-soul-border-ctrl-
lyrics.Hawa Dafi Official (2016, August 26). Hawa Dafi - Onadekom دافي هوا-
أناديكم. YouTube. https://www.youtube.com/watch?v=N92PR2mqz
O8&ab_channel=HawaDafiOfficial.Hawa Dafi Official (2015, July 9). Hawa
Dafi - Shams Elhoreye هوا دافي - شمس الحريه YouTube.
https://www.youtube.com/watch?v=_eq7pFiz15s&ab_channel=HawaDafiOffi
cialItzigsohn, & vom Hau, M. (2006). Unfinished Imagined Communities:
States, Social Movements, and Nationalism in Latin America. Theory and
Society, 35(2), 193–212. https://doi.org/10.1007/s11186-006-9001-1Jasper, J.
M. (2014). Protest: A cultural introduction to social movements. (P.11 – 53).
Polity Press. ISBN-13: 978-0-7456-8670-7 Maira, S., Shihade, M. (2012) Hip
Hop from ’48 Palestine: Youth, Music, and the Present/Absent. Social Text,
30 (3 (112)), 1–26. doi: https://doi.org/10.1215/01642472-1597314Masalha, N.
(2012). The palestine nakba: Decolonising history, narrating the subaltern,
reclaiming memory. ZED Books.McDonald, D. A. (2013). My voice is my
weapon: Music, nationalism, and the poetics of palestinian resistance. Duke
University Press. https://doi.org/10.1215/9780822378280Milan, S. (2013).
Social movements and their technologies: Wiring social change. Palgrave
Macmillan.Nkoala, S. (2013). Songs that shaped the struggle: A rhetorical
analysis of South Africa struggle songs. Rhetoric Studies 4. (51). 51-61.
https://www.researchgate.net/publication/339900386_Songs_that_shaped_th
e_struggle_A_rhetorical_analysis_of_South_African_struggle_songs_Sisanda
_Mcimeli_Nkoala Opp, Karl-Dieter (2009). Theories of political protest and
social movements: a multidisciplinary introduction, critique, and synthesis.
https://www.ibraaz.org/us r/lib rary/documents/essay-documents/the-
paradox-of-media-activism.pdf Rim Banna – Topic (2019, March 23).
Umamiyyah Anthem (Remix). YouTube. https://www.youtube.
com/watch?v=UvUcj0xEhks&ab_channel=RimBanna-TopicRim Banna new
album voice of resistance CD - with Checkpoint 303 and Bugge Wesseltoft.
(n.d.). Retrieved November 24, 2021, from http://checkpoint303.
free.fr/RIMIX_Rim_Banna.html.Salih, R., & Richter-Devroe, S. (2014).
Cultures of resistance in palestine and beyond: On the politics of art,
aesthetics, and affect. The Arab Studies Journal, 22(1), 8–
27.https://www.jstor.org/stable/24877897Scandrett, E., Soliman, M., & Stone,
P. (2021). Cultural resistance in occupied palestine and the use of creative
international solidarity through song1. Journal of Arts and Communities,
12(1), 41-56. https://doi.org/10.1386/jaac_00022_1 TheDammusic (2009,
August 22). Dam-G'areeb Fi Bladi (Stranger in My Own Country ). YouTube.
https://www.youtube.com/watch?v=8bWPfTXkK5o&ab_channel=TheDamm
usic
Miral ATIK is a 21-year-old Palestinian student. Born in Bethlehem, West
Bank. Currently finishing her senior year and graduating project to graduate
in June 2022 from the Lebanese American University with a bachelor’s
degree in communication. The graduating project explores Instagram
algorithms and policy in the recent events of sheikh Jarrah. The main
research question is how social media networks can be used for activism by
Palestinians while the algorithms are reinforcing an orientalist racist
narrative. Miral has an analytical, philosophical mind with social-cultural
observing instinct and an artistic eye. She has multiple experiences with
people from various cultures and countries as she spent an exchange year in
the United States in Indiana, Zionsville at the age of 16 and traveled to
Britain, Yorkshire to a summer school at the age of 14 and is currently part
of a scholarship that includes students from all over the MENA region.
Deep local democracy from circus organizations in
Chile
Dupuy AURORE - UPE-SUP LIRTES/CETAPS
Abstract
In the middle of the nineties in Chile, shortly after the end of a military
dictatorship of 27 years, emerges a new way of making circus, outside of the
tents and traditional families: young people start to juggle in the public space,
learning again to live outdoor and without the fear of the militaries, investing
a new life made of friendship, sharing and expressing. Those first gatherings
give way to a new circus movement that, since almost 30 years, has expend
in Chile with a diversity of practices and organizations, as street shows, social
pedagogy, formal schools and squats, providing a network for practicing,
defunding and transmitting the circus.Born in the frame of a youth
contestations of the inheritages of the dictatorship, particularly the unequal
system of neoliberalism, this circus movement is marked by practices for
retaking and shaping democracy, privileging horizontal and participatory
organizations, taking care of the local and building a transnational network
for emancipation.This communication will present some of the results of a
PHD study conducted since 2016 in socio-anthropology, based on an
ethnography of 10 months in Chile and a previous experience as circus
professional in Europe and South America during the late 2000s. Thru
examples of circus organizations, I will discuss with the concept of deep local
democracy (Appadurai, 2013) how the circus organizations build the
democracy in an everyday practice, that is permanently challenged with the
demand of recognition and support addressed to the administrations of the
current representative democracy. The circus practices remain though in
syntony with the current constitutional process that has been started with
the popular uprising of 2019 called “Despertar”.
keywords: circus | Chile | democracy | participation
Dupuy AURORE is PhD student in socio-anthropology at Université
Paris-Est-Sup, laboratory LIRTES. She studies the renewal of the circus in
Chile in its links with politics, a burning issue in the post-dictatorial context
in which it flourishes. She was first a circus professional, mainly in France and
Argentina. After a master’s degree in Gender (EHESS), she continues her
work on politics about Latin American circus. She is currently ATER at the
University of Rouen-Normandie and the CETAPS laboratory, member of the
Board of Directors of CCCirque and coordinator of its group "Gender and
Circus".
The alter-institution as a space of diffraction: the
Sale Docks collective in Venice
Rita BARREIRA - NOVA-FCSH
Abstract
In 2007 a group of activists and art workers occupied an abandoned
warehouse of salt in Venice and raised an intertwined collective of artistic
research, experimentation and social activism. Since then until the present
day, Sale Docks has been programming exhibitions, conferences, books,
detours, performances and screenings under the logics of the space
occupation. In a city profoundly marked by “La Bienalle de Venezia”, the
correlation between the neoliberalization of the city and their art institutions
has become one of the main focus in the action of Sale Docks. The strive for
a social space as an artistic practice constantly relates their location with
Venice, an homogenous geography dominated by gentrification,
turistification and the “bienalization” of art events. Struggling for their right
to (appear in) the city, the space as practice puts in play collectivism,
activism, citizenship, self-organization and direct action, as we can see in
Sale’s art work through the years, such as “Survival in Venice” (2007),
“Beyond the Crisis for the Practice of the Commons (2011), “#Occupy
Bienale” (2012), or more recently the ongoing exhibition “Le Mostre della
laguna” (2021-22), where the collective invited seven artists to imagine an
utopian geography asking them “What would happen if Venice’s art
institutions were monstrously different?” . Therefore, their production of
social space as an artistic practice is built on a simultaneity with an
institutional critique which constitutes, inquires and opens other possibilities
(assemblages) within the neoliberal art apparatus in Venice (Marco
Baravalle: 2018). I argue that this (re)configuration critique is materialized
in S.A.L.E.’s artistic practice by social relations and means (activism,
collectivism, solidarity, self-organization) that produce a space of diffraction
in the city and it's Bienal. A space of diffraction is an interference in the
existent conditions of its agential possibility, it has this immediate action of
relating, interfering and transforming reality. In this sense, it is not a utopian
space of hope constituted by insurgent architectural imagination (David
Harvey: 2002). Instead, in new materialism's terms, what kind of agency can
we acknowledge in the space diffracted by Sale Docks in Venice? What kind
of topos does this alter-institutionality produces?
keywords: ativism | artistic experimention | space occupation | coleectivism
Rita BARREIRA has a BA in Philosophy (FLUL). She completed
independent programs on photography (CENJOR) and on Management of
Performing Arts (Forum Dança). I have a master’s in art Critic, Theory and
Curatorship (FBAUL) with the thesis "DIY Topography in the San Francisco
Bay (1945-1965): From the Rise of Activist Culture to Artistic Practices in
Painterland in Jay DeFeo's Vortex”. She is currently a PhD student in Artistic
Studies - Art and Mediations at NOVA-FCSH with the project “PIGS: Spaces
of Exhaustion as an Artistic Practice in Southern Europe.” She is researcher
at the Institute of History of Art (IHA-FCSH) and participates in the group
CAsT (Contemporary Art Studies). The research is focused on Spatial
Practices and articulates contemporary art with territory, activism,
collectivism, self-organization and autonomy. She frequently works with
independent artistic structures, cultural and civil associations.
https://orcid.org/0000-0001-6318-4482
À contra(f)acção!
Raquel BOAVISTA - FBAUP/FPCEUP
Resumo
«Os monstros existem, mas são muito pouco numerosos para que sejam
verdadeiramente perigosos; os que são mais perigosos são os homens
comuns, os funcionários dispostos a acreditar e a obedecer sem discutir»
(Primo Levi as cited in Gros, 2019, p.7). Esta não sou eu. Vejo-me como uma
anti-funcionária. Uma professora estagiária que (ainda) acredita que
devemos desobedecer, sempre que possível. Ser radical, de forma gentil. Daí,
sentir que tenho de salvar os “meus” alunos do lugar onde estão. E sim, falho
de imediato, perante essa atitude salvacionista. Porém, reconheço-a e sei
que ela está ali, o que me parece ser um bom ponto de partida para avançar.
A proposta para os “meus” alunos — possíveis futuros designers — seria a
da contrafacção. Contrafação significa fingimento, simulação, disfarce,
falsificação de produtos e valores, de modo a iludir a sua autenticidade. A
ideia de contrafazer pressupõe o ato de pararmos de fazer coisas, talvez uma
ecologia do fazer, do produzir. Uma tentativa de dirigirmo-nos a um ócio,
entendendo-o como uma outra forma de trabalhar, que não a instaurada
hegemonicamente. Contrafazer envolve uma atitude duvidosa. A partir da
contrafacção queremos pensar um direito a ofender, queremos a liberdade
de expressão e um boicote ao politicamente correto. Pretendemos
transgredir a norma, desobedecer. A proposta de contrafação — mais do que
apenas a criação de um logo — surge como um ato crítico e subversivo
contra o que tem sido o lugar do design gráfico nas indústrias criativas: o de
melhor amigo do capitalismo e o de impulsionador do crescimento
económico. Um logo é assumido como um sinal/significado de qualidade,
autenticidade e identidade. Porém: «Há muito mais do que um logótipo ou
estilo na marca. É uma manifestação de poder» (Metahaven as cited in
Plater, 2021, p.131). A proposta da contrafacção pretende pensar uma
identidade visual que habite, quer na ficção, na realidade, na utopia, ou na
distopia, mas que seja uma contra-acção. Pretende-se que o designer deixe
de pôr ordem no caos e que faça parte desse caos. Deseja-se que o designer
possa ilustrar, representar o uncanny: o que resiste à significação e à
apropriação, tentando boicotar o trabalho para o qual foi desenhado — o
constante impulso de capturar, de levar as margens para o centro e vice-
versa, num ciclo infinito de deslumbramento. Queremos afastar a ideia do
design como processo e produto de valor acrescentado. Entendemos a
proposta de contrafação como um exercício que tira partido do tipo de
criatividade que pretende subverter o que está hegemonicamente
instaurado e definido, partindo de exemplos de identidades contrafeitas,
como a do Porto Morto, que refletem sobre a transformação de cidades em
marcas e a sua inerente promoção gentrificada. Assim sendo, pretende-se
estimular a criação de uma identidade visual que não queira um lugar no
mercado, mas sim uma reacção. Uma posição informada, interessada e
crítica, onde podemos — nós, designers — ser como o Bartleby e recusar,
educadamente: “Preferiria não o fazer”.
keywords: design gráfico | educação artística
Pater, R. (2021). Caps lock: How capitalism took hold of graphic design, and
how to escape from it. Amsterdam: Valiz.Mould, O. (2018). Against
creativity. London, New York: Verso.Gonçalves, S. (Ed.) (2015). Agora,
irrepetível. A juventude, o design e a sua prática. Lisboa: Belas-
Artes.Schouwenberg, L. & Kaethler, M. (Eds.) (2021). The auto-ethnographic
turn in design. Amsterdam: Valiz.Pestana, M. (Ed.) (2019). Fiction practice:
Prototyping the otherwordly. Eindhoven: Onomatopee Projects.Hume, M.
(2016). Direito a ofender: A liberdade de expressão e o politicamente
correto. Lisboa: Edições Tinta da China.Gros, F. (2019). Desobedecer.
Lisboa: Antígona.
Raquel BOAVISTA é designer gráfica, licenciada pelas Belas Artes do
Porto. Gosta mais de escrever do que desenhar e sempre se sentiu do lado
“errado” das artes por causa disso. Pelo caminho, um Mestrado em Design
da Imagem (MDI) e, mais recentemente, um Mestrado em Ensino de Artes
Visuais (MEAV). Sim, sou uma professora em construção, em pleno estágio na
Escola Profissional Artística da Árvore, no curso de Design Gráfico. Sofro de um
certo ímpeto por fazer e uma dificuldade em ociar.
Performing hope: the pedagogical dimension of art
and performance as an expression of political
action in the Chilean student movement.
Paulina BRONFMAN - NMAPA: Art, Performativity and
Activism Research Centre in Santiago
Abstract
In Chile, in the last ten years, citizenship education has progressively lost its
relevance and presence in the formal educational curriculum. Paradoxically,
the student movement has progressively strengthened, achieving great
transformations such as free education. In this transition from formal spaces
to informal new ways of political expressions in the street, arts and
performance have been a key tool as a manifestation of political youth
participation. In the context of social movements some of the most used
terms in the classification of political action are conventional and
unconventional. Conventional political participation is associated with
electoral processes, whereas unconventional participation is connected to
acts such as petitions, street demonstrations, property damage or violent
actions. Both systems of political participation differ by the type of demand
that they make to the political system: through the power constituted in
conventional action, and through the confrontation with legality in
unconventional action. The 2019 cycle of mobilizations in Chile, developed
not only actions such as collecting signatures, boycotts and marches but also
new political practices such connective action made possible by new
information technologies. These actions give them communicational and
informative autonomy to movements and generate new micro-spaces in
which new forms of organization and communication are recreated. Within
these new forms of political actions include performative practices, dance,
music and street performances. A characteristic of these new forms of
political action derives from their articulation from the “logic of the event”.
These are manifestations that break out even though the context they are
part of defines them as improbable or impossible . They are practices that
disturb the status quo and generate new possibilities for action because they
act as "passageways" or "connectors" between the current world and
another possible world, which constitutes new ways of putting into action
ways of doing, feeling and saying different from those of the present world
imposed by formal policy. From our perspective, this is the hallmark of the
mobilization cycles of the last decade, including the Chilean social outbreak.
The repertoire of political action that they describe is structured from three
forms of specific action (expressive actions, confrontational actions and
violent actions) and two modes of relationship and communication, which
would act as conditions of possibilities and are articulated as a repertoire of
action. The first axis that we can identify in the repertoire of action of young
people is a set of practices of occupation of public space in which aesthetic,
expressive and performative dimensions predominate. Based on Freire’s
work, this paper hypothesized that in the case of Chile these new ways of
youth citizen participation have replaced traditional forms of citizenship
education generating a pedagogical experience of hope that triggered great
social changes such as the outbreak of October 2019 and a new constitution
for Chile.
keywords: hope | pedagogy of hope | art | performance | political action |
Chilean student movement
ARDITI, Benjamín. Las insurgencias no tienen un plan—ellas son el plan:
Performativos políticos y mediadores evanescentes. Cadernos de Estudos
Sociais, 2013, vol. 28, no 1/2, p. 01-32 BARNES, Samuel H., et al. Political
action: Mass participation in five western democracies. 1979. FREIRE, P.
(2021). Pedagogy of hope: Reliving pedagogy of the oppressed. Bloomsbury
Publishing. LAZZARATO, Maurizio; RODRÍGUEZ, Pablo Esteban. Políticas
del acontecimiento. Tinta limón, 2006 SANDOVAL, Juan. El repertorio de
acción política en el ciclo de movilizaciones estudiantiles chilenas. Revista de
Estudios Sociales, 2020, no 72, p. 86-98. SABUCEDO, Jose Manuel; ARCE,
Constantino. Types of political participation: A multidimensional analysis.
European Journal of Political Research, 1991, vol. 20, no 1, p. 93-102.
Paulina BRONFMAN is an interdisciplinary researcher from Chile.
She is part of the NMAPA: Art, Performativity and Activism Research
Centre in Santiago, Chile. Dr Bronfman holds an MA and a Ph.D. in education
at the University of York, United Kingdom. She works in the interactions of
education, performance, cultural ecologies and artistic activism. Her current
research project is focused on social movements and artistic activisms across
Chile and Latin America throughout the writing of the book Performance
and Flash Mob as an Expression of Political Participation in the Chilean Social
Movement 2011–2020 funded by the Chilean Ministry of Culture and Arts.
The role of the performing arts as a practice of citizen
activism: Performance and Flash Mob as an expression of
political participation in the Chilean social movement
2010-2020
Paulina BRONFMAN - NMAPA Art, Performativity and
Activism Research Centre in Santiago
Natalia BRONFMAN - Independent researcher
Abstract
Citizen activism has become a central element of political change in Chile.
In October 2019, during the Chilean social outbreak, performing arts were a
fundamental part of citizen expression. However, this relationship began
earlier, in the first expressions of the student movements of 2006. This paper
explores the role of the performing arts as expressions of citizen artistic
activism during the period 2011-2020 from an intersectional (Lutz, 2015) and
interdisciplinary perspective (Fraser, Kember & Lury, 2005). The
interdisciplinary approach of this project combines literature on Citizenship
Education (Arthur, Davies & Hahn, 2008; Choi, 2016), Theater Studies
(Austin,1962: Searle,1969; Grass, 2018), and Social Movements Studies
(Fraser, Kember & Lury (2005) gathered under an intersectional
epistemological perspective.The hypothesis that animates this project
suggests that today's artistic activism, unlike yesterday, is a direct
manifestation of citizen participation. It is no longer just the artist who
contributes with his work to social movements and protest. Now it is the
citizen itself that practises artistic expression as a form of political
participation. From a methodological point of view, the study is designed as
a qualitative and interdisciplinary study of Applied Theater where "dramatic
activities exist mainly outside conventional theatrical institutions and are
specifically intended to benefit individuals, communities and societies"
(Nicholson, 2005). The emphasis is placed on the participants, who, "through
direct action, actively participate in the theatrical event, promoting a change
in social praxis" (Sedano-Solís, 2019). Applied Theater is an interdisciplinary
and dynamic field of research within Theater Studies, focused on those
"practical or experimental aspects of theater that are used in contexts and
for specific purposes, with the purpose of transforming their participants"
(Sedano-Solís, 2019). The study combines methods from the social sciences
(case studies, thematic and narrative analysis) and the humanities (analysis
of images and creative processes). This paper is part of the book:
Performance and Flash Mob as an Expression of Political Participation in the
Chilean Social Movement 2011–2020.
keywords: performing arts | citizen activism | political participation | Chilean
social movement
Arthur, J., Davies, I., & Hahn, C. (Eds.). (2008). Sage handbook of education
for citizenship and democracy. Sage.Bala, S. (2013). The entangled
vocabulary of performance. Rupkatha journal on interdisciplinary studies in
Humanities, 5(2), 12-21. Bala, S. (2012). Vectors of participation in
contemporary theatre and performance. Theatre Research International,
37(3), 236-248. Berger, M. T., & Guidroz, K. (Eds.). (2010). The intersectional
approach: Transforming the academy through race, class, and gender.
University of North Carolina Press.Crenshaw, K. W. (2017). On
intersectionality: Essential writings. The New Press.Fraser, M., Kember, S.,
& Lury, C. (2005). Inventive life: Approaches to the new vitalism.Friedman,
D., & Holzman, L. (2014). Performing the world: The emergence of
performance activism. Performance studies in motion: International
perspectives and practices in the twenty-first century, 276-287.Grass Kleiner,
M. (2018). La investigación de los procesos teatrales. Manual de uso.Lutz, H.
(2015). Intersectionality as method. DiGeSt. Journal of Diversity and Gender
Studies, 2(1-2), 39-44.Nicholson, H. (2011). Applied
drama/theatre/performance. In Key concepts in theatre/drama education
(pp. 241-245). Brill Sense.Sedano-Solís, A. S. (2019). El Teatro Aplicado
como campo interdisciplinario de investigación en los Estudios
Teatrales.Serafini, P. (2018). Performance action: The politics of art
activism. Routledge.
Paulina BRONFMAN is an interdisciplinary researcher from Chile.
She is part of the NMAPA: Art, Performativity and Activism Research
Centre in Santiago, Chile. Dr Bronfman holds an MA and a Ph.D. in education
at the University of York, United Kingdom. She works in the interactions of
education, performance, cultural ecologies and artistic activism. Her current
research project is focused on social movements and artistic activisms across
Chile and Latin America throughout the writing of the book Performance
and Flash Mob as an Expression of Political Participation in the Chilean Social
Movement 2011–2020 funded by the Chilean Ministry of Culture and Arts.
Natalia BRONFMAN is an actress and MA in Cultural Management
from the University of Chile. She has a Diploma in "Memories, Social
Movements and artistic-cultural production in Chile and the Southern Cone"
from the same University. She has worked as a performing artist, university
instructor, cultural manager and Theatre researcher.
"Menina com a máscara da morte": experiências
em antropologia, arte e educação em tempos de
pandemia
Ceres Karam BRUM - UFSM
Amanda SILVEIRA - UFSM
Fernanda Ströher BARBOSA - UFSM
Resumo
Neste artigo apresentamos três experiências que remetem às relações entre
arte, antropologia e educação. Trata-se de reflexões de natureza
autoetnográficas tecidas a partir de março de 2020, como formas plurais de
dialogar com “o inusitado” em que se tem configurado a situação de
pandemia COVID-19, em Santa Maria, no sul do Brasil. Um de nossos pontos
de encontro foi a necessidade de aprendizado do corpo como casa, enquanto
instrumento de trabalho docente no espaço privado, que constatamos, ao
tentarmos nos adaptar a esta nova realidade como artistas, pesquisadoras e
professoras. O diálogo entre os três contextos de ensino-pesquisa ocorreu
igualmente pela perenidade da ideia de morte presente na pintura de Frida
Kahlo que experimentamos através de diferentes formas de ritualizar a
pandemia.
keywords: autoetnografia | pandemia | dança | ensino | antropologia |
educação
Abstract
In this article we present three experiences that refer to the relationship
between art, anthropology and education. These are reflections of an auto-
ethnographic nature woven from March 2020, as plural forms of dialogue
with “the unusual” in which the pandemic situation COVID-19, in Santa
Maria, in the south of Brazil, has been configured. since then. One of our
meeting points was the need to learn the body as a home, as an instrument
of teaching work in the private space, which we found when trying to adapt
to this new reality as artists, researchers and teachers. The dialogue between
the three teaching-research contexts also took place due to the continuity of
the idea of death present in the painting by Frida Kahlo that we experience
through different ways of ritualizing the pandemic.
keywords: autoetnography | pandemics | dance | instruction | anthropology |
education
Ceres Karam BRUM é professora do Departamento de Ciências
Sociais da Universidade Federal de Santa Maria.
Amanda SILVEIRA é artista-pesquisadora no Coletivo Negressencia,
professora de Dança e doutoranda em Ciências Sociais na Universidade
Federal de Santa Maria.
Fernanda Ströher BARBOSA é artista-pesquisadora no LAPARC
Laboratório Performances: arte e cultura e doutoranda no Programa de
Ciências Sociais da Universidade Federal de Santa Maria.
(In)Visibilidades urbanas
Rafael Santos CÂMARA - Universidade Federal da Bahia
Aline Kedma Araujo ALVES - Universidade São Paulo
Elyane Lins CORRÊA - Universidade Federal da Bahia
Resumo
Este artigo pretende abordar as relações entre o feminino e o campo do
graffiti, entendendo-o como um fenômeno inerentemente urbano, cuja
linguagem está ligada às representações culturais periféricas, e buscando
compreender as possíveis transformações presentes nesta área,
majoritariamente, ocupada por homens. Considerada como prática artística
da cultura visual urbana, as mensagens transmitidas através do graffiti são
dinâmicas e articulam, artística e politicamente, indivíduos invisibilizados na
sociedade. Para compreender esse processo de representação política
através da arte, apresenta-se a produção de cinco grafiteiras cujos trabalhos
estão situados, principalmente, na cidade de Salvador - Bahia, artistas que
utilizam o graffiti para difundir mensagens desconsideradas pelo status quo
social. De modo que através das entrevistas realizadas com tais artistas
foram abordadas questões de gênero, raça/etnia e classe, à luz do feminismo
interseccional. Pretende-se contribuir através dessa pesquisa para as
questões de gênero nas artes visuais, bem como para as pesquisas sobre o
graffiti de forma geral.
keywords: graffiti | mulheres artistas | Salvador | invisibilidades
Abstract
This article intends to approach the relations between the feminine and the
graffiti field, understanding it as an inherently urban phenomenon, whose
language is linked to peripheral cultural representations, and seeking to
understand the possible transformations present in this area, mostly
occupied by men. Considered as an artistic practice of urban visual culture,
the messages transmitted through graffiti are dynamic and articulate,
artistically and politically, individuals made invisible in society. To understand
this process of political representation through art, we present the
production of five graffiti artists whose works are located mainly in the city
of Salvador - Bahia, artists who use graffiti to spread messages disregarded
by the social status quo. So, through interviews with these artists, issues of
gender, race/ethnicity and class were addressed, in the light of intersectional
feminism. It is intended to contribute through this research to gender issues
in the visual arts, as well as to research on graffiti in general.
keywords: graffiti | artistic women | Salvador | invisibilities
CRUZ, Evanilton Gonçalves Gois da. Grafite: uma etnografia dos produtores
da escrita urbana de Salvador. Dissertação (Mestrado em Língua e Cultura).
Universidade Federal da Bahia, Instituto de Letras, 2017. MORENA,
Margarida. Miradas Femininas - Mulheres no muro: Traços femininos nos
grafites de Salvador. Anais do Encontro Multidisciplinar de Estudos em
Cultura - ENECULT, 2009. Disponível em:
http://www.cult.ufba.br/enecult2009/19477.pdf Acesso em: 5 de mar. de
2021.VICENTE, Filipa Lowndes. Género e mulheres na história da cultura e
das artes. In: VIEIRA, Cristina C. (Orgs.). In: Conhecimento, Género e
Cidadania no Ensino Secundário. Lisboa: CIG, 2017.ENTREVISTA a,
Monique, 2021.ENTREVISTA b, Ananda Srt.as, 2021.ENTREVISTA c, Ani
Ganzala, 2021.ENTREVISTA d, Mapam, 2021.ENTREVISTA e, Chermie,
2021.
Rafael Santos CÂMARA é arquiteto e Urbanista pela Universidade
Salvador (2016), Mestre em Artes Visuais, na linha de Teoria, História e
Critica da Arte, UFBA.
Aline Kedma Araujo ALVES é Designer e pesquisadora dos temas:
história do design de interiores, cultura material e estudos de gênero. Mestra
em Artes Visuais pela Escola de Belas Artes da UFBA.
Elyane Lins CORRÊA é arquiteta e mestre em Filosofia pela UFPB e
doutorado em Estética e Teoria da Arquitetura pela Universitat Politecnica
de Catalunya. É professora adjunta da Faculdade de Arquitetura da UFBA.
(Anti)-citizenship protest in India: understanding
through art and musical protest
Deep CHAND - Goethe University Frankfurt
Abstract
Ever since the present Indian government has brought a contentious
Citizenship (Amendment) Act 2019 [CAA-2019] to grant citizenship to
‘illegal migrant’ of six non-Muslim communities from Pakistan, Afghanistan,
and Bangladesh. The systematic attempt of excluding Muslims from said
countries has led to massive social protests across the country in different
times and spaces. This shows that the right-wing populist government tries
to ‘othering’ a particular community called Muslim and wants to establish its
‘dominant ideology’ in the country with the Althusserian idea of ideological
state apparatus (ISA) and repressive state apparatus (RSA). It is fact that
there have been political debates over the bill between ‘government-
opposition’ in the parliament. Nevertheless, they could not able to resolve it
through political dialogue and discussion in the parliamentary setting.
Eventually, it turns into a street protest. The protest includes multiple actors
namely political parties, students, and civil societies, which have actively
participated in the anti-CAA protest right after its announcement. However,
protest experiences a lot of resistance in the form of arts and music. It has
become a significant tool for people to challenge the political establishment.
Using a Foucauldian Discourse Analysis (FDA), this research article broadly
tries to understand the role of Arts and Music in the protest because it has
not only given a new grammar of resistance to anti-CAA protest but also
provided a new perspective to protest studies as well.
Keywords: India | citizenship | protest | musical protest
Deep CHAND is a Ph.D. Candidate in Sociology at Goethe University
Frankfurt, Germany. He holds his M.A. and M.Phil. (Master of Philosophy) in
Social Science from the Tata Institute of Social Sciences (TISS), Mumbai,
India. His areas of research include sociology of protest, conflict sociology,
social justice, caste & education, discourse analysis, and political
ethnography. His recent publication is 'Equal Opportunity in Education: A
Perspective from Below', Contemporary Vice of Dalit, SAGE.
O antropoceno como estorvo da militância política
/The Anthropocene as a hindrance to political
activism
Pedro Miguel FERREIRA - ESC-Universidade de Coimbra
Resumo
Com ironia, dizia-se há uns anos (os suficientes para ainda se fumar dentro
dos restaurantes em Portugal), “espero que o meu bife não esteja a
incomodar o seu cigarro”. Muita coisa mudou desde aí. A proibição de se
fumar dentro de estabelecimentos e até o próprio discurso de se comer um
bife, também. Alguns autores/as (Klein, 2014; Malm e Hornborg, 2014;
Moore, 2016) têm vindo a denunciar a forma despolitizada como o conceito
do antropoceno é apresentado segundo a ideia de que toda a Humanidade é
responsável, em partes iguais, pelo estrago socioecológico. Assim, são
ocultadas as assimetrias Norte/Sul e as desigualdades entre proletariado e
elites socioeconómicas (querendo com isso afirmar que todos poluem por
igual). Não é por acaso que em Portugal, por exemplo, o partido Iniciativa
Liberal recusa-se a empregar o termo “emergência” no que toca à atual
emergência climática. Por outro lado, novos desafios se apresentam. Como
o conceito de Ecologia Acústica, que pode desvendar a “forma como o som
nos afeta, a nós sociedade, e a todos os seres e criaturas, humanos e não-
humanos”, assim esclareceu a investigadora Raquel Castro (2022) ao jornal
Público. Também o texto do professor Carlos Fortuna (2020), laureado com
o prémio Análise Social 2020: “O mundo social do ruído. Contributos para
uma abordagem sociológica”, é um trabalho que convida a uma reflexão
sobre a cidade. Mas como reage o poder político face a estas novas
realidades? Uma escuta e olhares sociológicos das cidades é – entendamo-
nos – nova para muitos, mas veio para ficar. Fruto de uma experiência
metodológica de observação participante, envolvi-me numa pequena
polémica com uma autarquia, através de um artigo de opinião que escrevi
num jornal local. Nele constava precisamente uma chamada de atenção ao
texto do professor Carlos Fortuna. A impreparação de certos agentes com
responsabilidades políticas, fez com que um discurso construtivo, que
convida ao pensamento, tenha sido visto como uma crítica ao executivo em
funções, mais ainda, tratando-se de uma cidade que apresenta o selo de
Cidade Criativa na área da música, um galardão designado pela UNESCO. O
resultado expectável foi bem diferente do resultado alcançado. Os grandes
desafios, as reconfigurações das práticas, dos modos de atuação e dos
imaginários que permitam pensar futuros possíveis, esbarram noa dia a dia
das grandes, médias e pequenas cidades. Novos conceitos tendem a ter
muita resistência inicial. Lembro-me do tempo em que nas campanhas
eleitorais, um dos momentos altos era quando a caravana atirava
autocolantes e flyers para o meio da rua. E se alguém que dissesse que aquilo
sujava, era visto como dos que só sabia criticar e não apreciava a festa da
democracia. Depois evoluímos… acho eu.
keywords: antropoceno | política | utopias.
Abstract
With irony, one used to say a few years ago (enough to still smoke inside
restaurants in Portugal), "I hope my steak isn't bothering your cigarette". A
lot has changed since then. The prohibition of smoking inside establishments
and even the very discourse of eating a steak, too. Some authors (Klein, 2014;
Malm and Hornborg, 2014; Moore, 2016) have been denouncing the
depoliticized way in which the concept of the Anthropocene is presented
according to the idea that all humanity is equally responsible for the socio-
ecological damage. Thus, the North/South asymmetries and the inequalities
between the proletariat and the socio-economic elites are hidden (in order
to affirm that all pollute equally). It is no accident that in Portugal, for
example, the Liberal Initiative party refuses to use the term "emergency"
when it comes to the current climate emergency. On the other hand, new
challenges present themselves. Like the concept of Acoustic Ecology, which
can unveil the "way sound affects us, society, and all beings and creatures,
human and non-human", as clarified by researcher Raquel Castro (2022) to
the newspaper Público. Also the text of Professor Carlos Fortuna (2020),
winner of the prize Análise Social 2020: " The social world of noise.
Contributions to a sociological approach ", is a work that invites to a
reflection on the city. But how does the political power react to these new
realities? A sociological approach to listening and looking at cities is - let's
understand it - new to many, but it is here to stay. As a result of a
methodological experience of participant observation, I got involved in a
small polemic with a municipality, through an opinion article I wrote in a
local newspaper. In it I made a reference to Professor Carlos Fortuna's text.
The unpreparedness of certain agents with political responsibilities meant
that a constructive speech, which invites thought, was seen as a criticism of
the executive in office, even more so in a city that presents the seal of
Creative City in the area of music, a prize designated by UNESCO. The
expected result was quite different from the result achieved. The great
challenges, the reconfigurations of practices, of ways of acting, and of
imaginaries that allow us to think about possible futures, come up against the
daily routine of big, medium and small cities. New concepts tend to have a
lot of initial resistance. I remember the time when, during electoral
campaigns, one of the highlights was when the caravan threw stickers and
flyers into the middle of the street. And if anyone said that it was dirty, they
were seen as someone who only knew how to criticize and didn't appreciate
the party of democracy. Then we evolved... I guess.
keywords: anthropocene | politics | utopia
Fortuna, Carlos (2020). O mundo social do ruído: contributos para uma
abordagem sociológica. Análise Social, 234, lv (1.º), 2020, 28-71. Lisboa.
Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa.
https://doi.org/10.31447/as00032573.2020234.02issn online 2182-
2999Hornborg, Alf (2015), The Political Ecology of the Technocene. Londres:
Routledge.Klein, Naomi (2014), This Changes Everything: Capitalism vs.
Climate. Nova Iorque: Simon & Schuster.Malm, Andreas; Hornborg, Alf
(2014), “The Geology of Mankind? A Critique of The Anthropocene
Narrative”, Anthropocene Review, 1(1), 62-69.
https://doi.org/10.1177/2053019613516291
Pedro Miguel FERREIRA is a producer of media content, he has
written for newspapers, magazines and websites, founded fanzines and co-
founded cultural editorial projects. Born in Viseu, lives in Leiria, has lived in
Lisbon and Montemor-o-Novo. Degree in Social Communication, Master in
Communication and Media. Studying at the University of Coimbra, he is a
PhD candidate in Discourses: Culture, History and Society, by the Centro de
Estudos Sociais. Interested in the constellations that go through music and
arts in general. Former roadie, runner, producer and production assistant,
with fifteen years on the road all over Europe (contemporary music and
dance). Twenty years as rock DJ, had two radio shows. Has three published
books.
Resistir ou sucumbir? Acerca de atos de
sobrevivência
Simone FORMIGA - PUC-Rio
Nathália VALENTE - PUC-Rio
Fernanda MORAIS - PUC-Rio
Resumo
As autoras deste trabalho são investigadoras do Dhis – Laboratório de Design
de Histórias, pertencentes ao Programa de Pós-Graduação - PPG em Design
do Departamento de Artes & Design – DAD, da Pontifícia Universidade
Católica do Rio de Janeiro – PUC-Rio. O Dhis desenvolveu um projeto em
parceria com o Museu da Pessoa intitulado Motirô, cuja proposta era colher
relatos de experiências e de vivências de atores culturais envolvidos em
festejos populares, sejam sagrados ou profanos, que tivessem sido afetados
pela pandemia. Para tal contamos com uma grande rede composta por
instituições brasileiras e estrangeiras. O acervo do projeto Motirô, dentro do
acervo do Museu da Pessoa, é acessível a partir do link
https://acervo.museudapessoa.org/pt/conteudo/colecao/motiro-o-festejo-
como-testemunho-179820.Uma das entrevistas, que muito nos chamou a
atenção, foi a do artesão português Isidro Carlos Pereira Rodrigues, do
Concelho e Distrito de Bragança, que confecciona máscaras e fatos para a
Festa dos Rapazes de Aveleda, que se realiza nos dias 25 e 26 de dezembro,
quando se comemora a festa de Santo Estevão. Quando solteiro, Isidro
participava como careto nessa festa em Trás os Montes. Hoje produz
máscaras de metal, ainda mantendo as técnicas da tradição antiga. Em sua
entrevista relata a sua não concordância com as atuais políticas acerca dos
movimentos que buscam transformar os festejos de mascarados em
Portugal em eventos turísticos porque, segundo ele, descaracterizam as
antigas tradições. Percebemos, então, uma tensão entre as afirmações deste
entrevistado em relação a outros que sugerem e apresentam possíveis
adaptações desses eventos ao turismo para que atraiam recursos
econômicos para as aldeias que estavam a ver suas tradições morrerem e,
muitas delas, sofrendo com o êxodo de seus habitantes mais jovens. Logo,
nossa proposta, neste trabalho, é verificar e comparar as soluções propostas
por Isidro e pelos demais a favor da resistência dos festejos tendo em conta
a seguinte tensão: resistir por meio da cristalização de uma tradição ou
negociar novas formas que possibilitem a capacitação de recursos
econômicos, além da divulgação dos eventos e dos locais como possibilidades
de roteiros turísticos. A moldura teórica do trabalho é a semiologia da
realidade de Pier Paolo Pasolini e de outros autores que dialogam com as
suas ideias. Partimos do entendimento da realidade como uma linguagem e,
logo, como linguagem, um método de codificação. Então, a partir desse
pensamento, concordamos com Pasolini, que entende as falas dos agentes
culturais por nós entrevistados como uma linguagem “subjacente”, que
muito tem a dizer a respeito da resistência, não só sobre seus códigos de
representatividade, mas também sobre suas dinâmicas na comunidade.
Nossa questão: resistir diz respeito a sucumbir ou a sobreviver? Buscamos,
com esta investigação, encontrar uma ou mais respostas.
keywords: resistência | festejos populares | tradição | reinvenção
Abstract
The authors of this work are researchers at Dhis - Laboratory of Design of
Stories, belonging to the Postgraduate Program - PPG in Design of the
Department of Arts & Design - DAD, of the Pontifical Catholic University of
Rio de Janeiro - PUC-Rio. Dhis developed a project in partnership with the
Museu da Pessoa entitled Motirô, whose proposal was to collect reports of
experiences and experiences of cultural actors involved in popular festivities,
whether sacred or profane, who had been affected by the pandemic.To this
end, we have a large network made up of Brazilian and foreign institutions.
The collection of the Motirô project, within the Museu da Pessoa collection,
is accessible from the link https://acervo.
museudapessoa.org/pt/conteudo/colecao/motiro-o-festejo-como-testemunh
o-179820.One of the interviews, which caught our attention, was that of the
Portuguese artisan Isidro Carlos Pereira Rodrigues, from the Municipality
and District of Bragança, who makes masks and costumes for the Festa dos
Rapazes de Aveleda, which takes place on the 25th and 26th of December,
when the feast of Saint Stephen is celebrated.When single, Isidro
participated as a careto in this party in Trás os Montes. Today it produces
metal masks, still maintaining the techniques of ancient tradition. In his
interview, he reports that he does not agree with the current policies
regarding the movements that seek to transform the masked festivities in
Portugal into tourist events because, according to him, they decay the old
traditions. We noticed, then, a tension between the statements of this
interviewee in relation to others who suggest and present possible
adaptations of these events to tourism so that they attract economic
resources to the villages that were seeing their traditions die and, many of
them, suffering from the exodus of its younger inhabitants. Therefore, our
proposal, in this work, is to verify and compare the solutions proposed by
Isidro and the others in favor of the resistance of the festivities, taking into
account the following tension: resisting through the crystallization of a
tradition or negotiating new ways that enable the training of economic
resources, in addition to publicizing events and locations as possibilities for
tourist itineraries. The theoretical framework of work is the semiology of the
reality of Pier Paolo Pasolini and other authors who dialogue with their ideas.
We start from the understanding of reality as a language and soon, like
language, a method of coding. So, from this thought, we agree with Pasolini,
who understands the speeches of cultural agents by us interviewed as an
"underlying" language, which has much to say about resistance, not only
about its codes of representativeness, but also about its dynamics in the
community. Our question: Resisting concerns succumb or surviving? We
seek, with this investigation, find one or more answers.
keywords: resistance | popular festivities | tradition | reinvention
PASOLINI, Pier Paolo. Empirismo Herege. Lisboa: Assírio e Alvim,
1982.PASOLINI, Pier Paolo. Os jovens infelizes. Antologia dos ensaios
corsários. Brasiliense, São Paulo, 1990.PASOLINI, Pier Paolo. Escritos
Corsários. Editora 34, São Paulo, 2020.DIDI-HUBERMAN, Georges.
Sobrevivência dos Vaga-Lumes. Editora UFMG, Belo Horizonte, 2011.
Simone FORMIGA é doutora em Arte e Design pela FBAUP com
Certificação de Mérito por ter obtido a melhor classificação do Curso de 3º
Ciclo em Arte e Design no período letivo de 2014/2015; mestre em Design
pela PUC-Rio e graduada em Licenciatura em Artes e Comunicação Visual
também pela PUC-Rio. É professora do Departamento de Artes & Design da
PUC-Rio.
Nathália VALENTE é mestranda e bacharel em Design pela PUC-Rio.
Tem interesse por movimentos culturais, narrativas e ilustração. É
fundadora do Bordado Valente, onde desenvolve trabalhos de manualidades
e bordado.
Fernanda MORAIS é doutoranda em Design pela PUC-Rio; mestre em
Design pela UFRJ; especialista em ilustração pela EINA-UAB (Barcelona);
bacharel em Comunicação Visual pela PUC-Rio. Atua como ilustradora e
designer para literatura infantil.
Nem utopia, nem ruínas: Fordlândia
Yuri FIRMEZA - Universidade de Lisboa
Resumo
Henry Ford, empresário norte-americano do ramo da indústria
automobilística, criou no Brasil, no final dos anos 1920, uma cidade a qual
denominou de Fordlândia. A cidade foi inteiramente construída em meio a
Floresta Amazônica com o intuito de extrair matéria-prima, o látex,
proveniente das seringueiras e que serviriam para fabricação dos seus
automóveis. Seria uma cidade utópica, que mudaria o futuro da indústria
automobilística e alteraria o monopólio inglês da produção de borracha. O
projeto arruinou devido, entre outras coisas, a o surgimento de uma praga
que dizimou a plantação. Resta hoje em Fordlândia a indústria e sua
maquinaria tomada por teias de aranha e poeira, a vila de casas indistintas
construídas para abrigarem os operários, a escola dos anos 1920, o antigo
cemitério. Como uma cápsula do tempo, a cidade faz falar da modernidade
e das relações extrativistas entre os Estados Unidos e o Brasil. Apesar do
arruinamento do projeto, a nossa leitura acerca de Fordlândia propõe uma
inversão desta imagem de ruínas. Existem centenas de famílias que vivem na
cidade e cuja narrativa de "cidade-fantasma" é desmontada por estas
existências que a história teima em eclipsar. Retomar estes projetos, agora
distanciando de uma leitura limitada a "cidade-fantasma", é ir ao passado
para tomá-lo como campo problematizador daquilo que nos é atual. Como
diz Walter Benjamin em seu texto Sobre o Conceito de História: “articular
historicamente o passado não significa conhecê-lo “como ele de fato foi”.
Significa apropriar-se de uma reminiscência, tal como ela relampeja no
momento de um perigo”. Nesse sentido, retornaremos a Fordlândia a partir
de, por um lado, um conjunto de questões históricas e teóricas e, por outro,
analisando uma série de trabalhos artísticos (filmes, instalação sonoras,
fotografias) realizados em Fordlândia nos últimos dez anos. Atentaremos
para o modo como esses trabalhos abordam a questão do extrativismo, do
antropoceno e das ruínas para repensar modos de vida.
keywords: Amazônia | Fordlândia | utopia | ruínas
Abstract
Henry Ford, an American businessman from the automobile industry,
created a city in Brazil, at the end of the 1920s, which he called Fordlândia.
The city was entirely built in the middle of the Amazon Rainforest with the
intention of extracting raw material, latex, from rubber trees that would be
used to manufacture his automobiles. It would be a utopian city that would
change the future of the automobile industry and change the British
monopoly on rubber production. The project was ruined due, among other
things, to a plague that decimated the plantation. What remains today in
Fordland is the industry and its machinery covered in cobwebs and dust, the
village of indistinct houses built to house the workers, the school from the
1920s, the old cemetery. Like a time capsule, the city speaks of modernity
and the extractive relations between the United States and Brazil.Despite
the ruined project, our reading of Fordlândia proposes an inversion of this
image of ruins. There are hundreds of families living in the town, whose
"ghost town" narrative is dismantled by these existences that history insists
on eclipsing. To take up these projects again, now moving away from a
reading limited to the "ghost town", is to go to the past to take it as a
problematizing field for what is current for us. As Walter Benjamin says in
his text On the Concept of History: "to historically articulate the past does
not mean to know it 'as it really was'. It means taking possession of a
reminiscence, just as it springs to life at the moment of danger. In this sense,
we will return to Fordlândia starting from, on the one hand, a set of historical
and theoretical questions and, on the other hand, analyzing a series of artistic
works (films, sound installations, photographs) made in Fordlândia in the last
ten years. We will focus on how these works address the issue of
extractivism, the anthropocene and ruins to rethink ways of life.
keywords: Amazônia | Fordlândia | utopia | ruínas
BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política: história da cultura/
tradução Sergio Paulo Rouanet; São Paulo : Brasiliense, 1985.DIDI-
HUBERMAN, Georges. Diante do tempo. História da arte e anacronismo das
imagens. Belo Horizonte, Editora UFMG, 2015.______________. A imagem
sobrevivente: historia da arte e tempo de fantasmas segun- do Aby Warburg.
Rio de Janeiro: Contraponto, 2013.FOUCAULT, Michel. Microfísica do
Poder. Rio de Janeiro, Edições Graal, 1979.______________. A arqueologia do
saber. 8.ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2013.GRADIN, Greg.
Fordlândia: Ascensão e queda da cidade esquecida de Henry Ford na selva.
Rio de Janeiro: Rocco, 2010.HUYSSEN, Andreas. Culturas do passado-
presente: modernismos, artes visuais, políticas da memória. 1.ed. Rio de
Janeiro: Contraponto: Museu de arte do Rio, 2014.SGUIGLIA, Eduardo.
Fordlândia. Editora Iluminuras Ltda, 1977.
Yuri FIRMEZA é professor do curso de Cinema da Universidade Federal
do Ceará onde é integrante do LEEA (Laboratório de Estudos e
Experimentação em Audiovisual). Doutorando em Arte Multimédia pela
Universidade de Lisboa e membro colaborador do CIEBA (Centro de
Investigação e Estudos em Belas Artes). Organizou, conjuntamente com
Clara Bastos, Leonardo Mouramateus e Érico Araújo Lima, o seminário e o
livro “O trabalho das ruínas: genealogias, ficções, (re)montagens”.
Participou de festivais de cinema e exposições em diversas cidades do Brasil
e do exterior, entre as quais a 31ª Bienal de São Paulo, 14th Biennale Jogja:
Stage of Hopelessness – Yogyakarta/Indonesia; 21st Videoex – International
Experimental Film & Video Festival Zurich/ Switzerland; 64th e 62nd
International Short Film Festival Oberhausen/Germany, 11ª Bienal do
Mercosul e a exposição individual Turvações Estratigráficas, no Museu de
Arte do Rio.
Arte, propaganda e distopia: uma análise da
retroalimentação realidade/ficção
/Art, propaganda and dystopia: an analysis about
the relationship between fact and fiction.
Enrique Meléndez GALÁN - Universidad de Oviedo
Resumo
A proliferação de series, filmes, livros ou videojogos sobre ficções
especulativas na atualidade é um sintoma das preocupações do mundo
moderno. Mas todas estas obras não estão a fazer apenas um reflexo destas
preocupações, mas também é um reflexo das diferentes culturas e
sociedades das quais surgem. É por isso que o património, e as artes em
geral, jogam um papel fundamental nestas fitas. Em romances como
Fahrenheit 451 (Bradbury, 1953) e nos seguintes filmes inspirados neste livro
(Truffaut, 1966; Bahrany, 2018) podemos perceber o medo da perdida da
cultura duma sociedade, numa relação direta com as queimas do livros do
regime nazi e também doutros momentos da história. Algo muito parecido
é possível de olhar também em V for Vendetta (McTeigue, 2006) basada
também neste caso na obra gráfica feita por Alan Moore (1980). Aqui, o arte
e as coleções de materiais em relação com a história, a religião ou o
património são também um meio e um símbolo de resistência. E outro
destos filmes sobre os quais podemos falar de arte, propaganda e distopia -
entre outros mais dos quais falaremos-, é Equilibrium (Wimmer, 2002), onde
neste caso são os sentimentos os que ficam perseguidos e, por relação, o arte
como expressão deles. Mas também podemos encontramo-nos com um
senso muito distinto, onde a conservação e o desfrute deste património é
próprio dos estamentos sociais mais poderosos como é o caso da serie
Altered Carbon (Kalogridis, 2018-), onde podemos fazer também uma
reflexão sobre a importância do património natural. Assim, a conservação
da cultura em algumas destas fitas é propriamente um acto de sublevação
por se mesmo porque é considerado o conservar uma identidade e um
legado como uma maneira de lutar contra a tirania destas sociedades
distópicas. Mas também, poderia ser um acto de propaganda ou de
publicidade. Mas todo isto é apenas compreensível quando começamos falar
sobre ideias como senso de pertence, transmissão do conhecimento, ou
identidade cultural. E para isso é preciso também sair dos esquemas mais
tradicionais do arte, e mais concretamente do património europeu ocidental
para começar falar de outras maneiras de perceber o património.Com estas
premissas, podemos falar sobre a importância destas obras como uma parte
fundamental da cultura visual da actualidade e podemos aprender delas para
fazermo-nos aproximações às preocupações culturais das quais nascem.
keywords: cultura visual | ficção especulativa | cine | património
Abstract
In recent years, a great number of series, films, books and videogames about
speculative fictions have been created as proofs of the modern world worries.
But all this works is not only reflecting these worries, but also different
cultures and societies where they are created in. Because of that, heritage,
and arts in general, plays a critical role in these films. In novels, like
Fahrenheit 451 (Bradbury, 1953), and in the following films inspired by this
book (Truffaut, 1966; Bahrany, 2018), we can already watch there a real fear
for losing the culture of our societies, according to the bonfires made by the
nazi and other totalitarian regimes along our history. There is something
similar to watch in V for Vendetta (McTeigue, 2006), based on the comic
made by Alan Moore (1980). In this case, the art and the collections of works
related with history, religion or heritage are a way and a symbol of the
resistance. And following this kind of films we coukd talk about Equilibrium
(Wimmer, 2002), where we can analyze a world where emotions are
forbidden and Art, as an expression of those feelings, is prosecuted. But also,
on the other side, we can find an opposite sense in other cases where the
conservation and enjoyment of this heritage is just for the upper and
powerful classes. This is the case, for example, of Altered Carbon (Kalogridis,
2018-), in which we can do an interesting study about the importance of the
natural heritage. On this basis, we can understand the conservation of this
heritage in some of these films as an act of insurgency because it is considered
the preservation of the identity and legacy a way of fighting against the
tyranny of these distopian societies. But also, it could be propaganda or
publicity. In order to address this issue, we need to use concepts like sense of
ownership, transmission of knowledge, or cultural identity. And for that
purpose, we need to scape from the traditional frameworks of the art and
from the West European vision of the heritage with the goal of promoting
new ways of approaching to it. With this as its foundation, these creations
are a vital part of the currently visual culture and we must try to learn from
them to understand the culture where they were born.
keywords: visual cultures | speculative fiction | cinema |patrimony
Meléndez Galán, E. (2021). “La comunicación del patrimonio a través de
larealidad aumentada. Pokémon Go como medio de aproximación al paisaje
urbano de Badajoz”. En A. Layuno y A. Acosta (Eds.), Aproximaciones
contemporáneas al Paisaje Urbano (pp. 1169-1179). Madrid: Editorial de la
Universidad de AlcaláMeléndez Galán, E. (2020). “Paisaje, arquitectura y
cine. Permeabilidad realidad- ficción desde una perspectiva extremeña”. En
M. Bazán y V. Méndez (Coords. y Eds.), Paisajes culturales en la Extremadura
meridional. Una visión desde el patrimonio (pp. 199-214). Cáceres: Servicio
de Publicaciones de la Universidad de ExtremaduraMeléndez Galán, E.
(2019). “El paisaje de un futuro tecnificado: un acercamiento a la
arquitectura y al urbanismo dentro de la ciencia ficción”. En M. Urraco y F.
J. Martínez (Eds.), De esclavos y robots y esclavas: paisajes transmediáticos
(pp. 61-81). Madrid: Los libros de la CatarataMeléndez Galán, E. (2019).
“Arte, ciudad y realidad aumentada: Pokémon Go y su impacto en el
Patrimonio”. En M. A. Chaves (Ed.), Narrativas Urbanas. VIII Jornadas
internacionales Arte y Ciudad (pp. 339-348). Madrid: Universidad
Complutense de MadridBazán, M. y Meléndez, E. (2018). “10x10. 2011-
2015”, Badajoz: Fundación Caja BadajozMeléndez Galán, E. (2018), “Las
enseñanzas artísticas en Cáceres: historia, personajes y ambientes”, Cáceres:
Universidad de ExtremaduraMeléndez Galán, E. (2017). “De ambientes
naturales a entornos postapocalípticos:el paisaje fílmico y cultural en el cine
zombie”. En M. Urraco y M. Baelo (Eds.), Mundos Z. Sociologías del Género
Zombie (pp. 149-169). Madrid: Los libros de la CatarataMeléndez, E. y Bazán,
M. (2016). “El escultor José Luis Hinchado”, Badajoz: Fundación Caja
Badajoz
Enrique Meléndez GALÁN (Badajoz, Espanha, 1991). Doutor em
património pelas Universidades de Extremadura, Huelva, Córdoba e Jaén em
2019. Mestrado em Investigação em Arte e Humanidades e Graduado em
História de Arte y Património Histórico-Artístico pela Universidade de
Extremadura. Teve o contrato de doutoramento de Formação do
Professorado Universitário do Ministério de Educação do Governo de
Espanha. Tem feito também estudos de desenho, ilustração digital y
3D.Atualmente, é professor da Universidade de Oviedo e colaborador da
Universidade a Distância de Madrid, com linhas de investigação sobre
Ensinamento das Artes, Cultura Visual, Ficção Especulativa, Cine, Paisagem
e Património, e Arte Contemporâneo. É membro de distintos grupos de
investigação: ARPACUR na Universidade de Extremadura; EsArt na
Universidade de Oviedo e Celsius 233 na UDIMA.
Paisagens em movimento: os lugares fronteiriços
da prática artística / Landscapes in motion: the
borderlands of artistic practice
Renata GASPAR - Investigadora independente
Resumo
A presente comunicação incide sobre a produção de fronteiras na/através da
criação artística, com enfoque na prática feminista e anticolonial. A
apresentação pretende expor de que forma(s) as práticas contemporâneas
refletem processos de produção espacial, em particular aspetos materiais e
simbólicos associados à migração, e decorrentes questões de pertença,
identidade, e tradução linguística e cultural. Através da análise de casos de
estudo no campo das artes visuais e da performance, a comunicação assenta
numa epistemologia transdisciplinar e intertextual sobre a produção espacial
na arte contemporânea. Ou seja, ao considerar como a epistemologia está
implicada na construção sociopolítica de lugar, este estudo visa dar
visibilidade à importância das estéticas e práticas feministas e anticoloniais
para a elaboração de formulações espaciais pluralistas afirmando, por sua
vez, a capacidade da produção artística de responder à nossa condição global
de interdependência socio-espacial. Neste sentido, a comunicação aqui
proposta tem em vista a promoção de justiça socio-espacial através de uma
leitura da fronteira enquanto lugar de trânsito intercultural e produção
epistémica. A articulação entre estudos artísticos e estudos sociais
proporciona um contexto favorável para analisar abordagens pluralistas à
construção de lugar por meio da produção artística. Este estudo envolve por
isso metodologias teóricas e empíricas de diversos campos do conhecimento
nas Artes, Humanidades e Ciências Sociais – articulando a análise de práticas
espaciais no contexto da produção artística feminista e anticolonial
(Meskimmon, 2011; Anzaldúa, 2015; Mohanty, 2003) com perspetivas da
autonomia das migrações (De Genova et al., 2017; Mezzadra & Neilson, 2013;
Castaño Madroñal, 2018). Procurando dar impulso à produção cultural como
veículo de criação de significados progressistas e de definição de práticas
democráticas, esta pesquisa tenciona contribuir para ampliar o debate sobre
a relação entre espaço/lugar, produção de fronteiras e mudança
sociopolítica.
keywords: práticas artísticas | produção de fronteiras | feminismo |
anticolonialidade | epistemologia
Abstract
The present communication focuses on the production of borders in/through
artmaking, with a focus on feminist and decolonial practice. The presentation
intends to expose how contemporary practices reflect processes of spatial
production, in particular material and symbolic aspects associated with
migration, and questions of belonging, identity, and linguistic and cultural
translation. Through the analysis of case studies from the fields of visual and
performing arts, the presentation is based on a transdisciplinary and
intertextual epistemology of spatial production in contemporary artmaking.
That is, in considering how epistemology is imbricated in the socio-political
construction of place, this study aims to give visibility to the importance of
feminist and decolonial aesthetics and practices for the elaboration of
pluralistic spatial formulations affirming, in turn, the capacity of artistic
production to respond to our global condition of socio-spatial
interdependence. In this sense, the presentation proposed here aims to
promote socio-spatial justice through a reading of the border as a place of
intercultural transit and epistemic production. The articulation between
artistic studies and social studies provides a favorable context to analyze
pluralistic approaches to place-making through artistic production. This
study therefore engages theoretical and empirical methodologies from
diverse fields of knowledge in the Arts, Humanities and Social Sciences -
articulating the analysis of spatial practices in the context of feminist and
decolonial artistic production (Meskimmon, 2011; Anzaldúa, 2015; Mohanty,
2003) with perspectives on the autonomy of migration (De Genova et al.,
2017; Mezzadra & Neilson, 2013; Castaño Madroñal, 2018). Seeking to give
impetus to cultural production as a vehicle for creating progressive meanings
and defining democratic practices, this research intends to contribute to
broadening the debate on the relationship between space/place, border
production and socio-political change.
keywords: artistic practices | production of borders | feminism |
anticoloniality | epistemology
Anzaldúa, G. (2015) Light in the Dark/Luz em lo Oscuro: Rewriting Identity,
Spirituality, Reality. Durham: Duke University Press.Castaño Madroñal, Á.
(2018) Artes Migrantes (de-) marcando márgenes: lugares del diverso
sentido. Em: Artes, Migraciones y Trans-culturalidad. Sevilla: Dir. Gral. de
Universidades de C.E.C. Junta de Andalucía. pp. 13-29.De Genova, N. (ed.)
(2017) The Borders of “Europe”: Autonomy of Migration, Tactics of
Bordering. Durham: Duke University Press.Meskimmon, M. (2011)
Contemporary Art and the Cosmopolitan Imagination. London:
Routledge.Mezzadra, S. & Neilson, B. (2013) Border as method, or, the
multiplication of labor. Durham: Duke University Press.Mohanty, C. T.
(2003) Feminism without borders: Decolonizing Theory, Practicing
Solidarity. Durham: Duke University Press.
Renata GASPAR é artista e investigadora independente. O seu
trabalho trata a construção sociopolítica de lugar na/através da arte, em
particular a relação entre mobilidade e questões de pertença, língua e
identidade. Inicialmente formada em Dança (ESD, Lisboa e The Place,
Londres), tem mestrado em Performance (Goldsmiths, Londres), e
doutoramento em Estudos Performativos (University of Roehampton,
Londres). É colaboradora do círculo de estudos de investigação artística da
Nordic Summer University.
O funk brasileiro enquanto arte de combate
Maíra Neiva GOMES - UEMG
Resumo
Esta proposta tem como objetivo analisar o papel desempenhado pela
Cultura Funk brasileira na preservação de símbolos que se insurgem contra
a colonização capitalista da linguagem, corporalidade e vivência de sujeitos
periféricos, aglomerados nas favelas dos grandes centros urbanos. A partir
da compreensão de que o Funk é expressão artística cultural afro brasileira,
fruto do processo diaspórico, adota-se conceitos propostos por Samuel R.
Delany, Greg Tate e Tricia Rose, em entrevistas concedidas a Mark Dery, em
1993, para situar o Funk como expressão artística afrofuturista, derivada do
hip-hop que, a partir da revelação de cosmopercepções afrodescendentes,
denuncia a realidade de hiper exploração dos corpos negros colonizados por
meio do uso intenso de tecnologia que organiza o capitalismo em escala
global, aprofundando as hierarquias raciais, de gênero, territoriais e
econômicas impostas, desde o século XVI, aos povos africanos e indígenas
americanos. Pretende-se, assim, analisar os elementos discursivos, tanto
vocais, quanto corporais e imagéticos, presentes em vídeo clipes de funk
brasileiros que tenham como temática trabalho sob duas rodas – em
motocicletas –, mediados pelas tecnologias de comunicação do século XXI.
Objetiva-se demonstrar que, ao contrário do que foi sustentado por
segmentos eurocentrados da esquerda brasileira, a consciência de classe
racializada e subalternizada está presente entre tais sujeitos desde o início
da utilização destas novas tecnologias escravocratas. Para tanto, faremos
breve descrição da evolução do funk brasileiro, contextualizando-o enquanto
manifestação afrofuturista do hip-hop que subverte o uso da tecnologia, tal
como propõem Delany, Tate e Rose (2020) e preserva as cosmopercepções
africanas que invocam todos os sentidos humanos na construção das formas
de compreensão do mundo – distinto, portanto, da cosmovisão eurocêntrica
que prioriza a visão -, como ensina Oyèrónké Oyěwùmí (2021). Busca-se,
assim, demonstrar como o racismo negado pelas elites brancas silencia as
lutas sociais protagonizadas pelos pretos, pardos, indígenas favelados e
escravizados, configurando-se, no Brasil, como poderosa tecnologia de
perpetuação da exploração que favorece, inclusive, a branquitude que arvora
em se reivindicar como protagonista de todas as lutas emancipatórias,
enquanto dá continuidade às relações escravocratas.
keywords: funk | afrofuturismo | trabalho precário | tecnologias
Abstract
This proposal aims to analyze the role played by the Brazilian Funk Culture
in the preservation of symbols that rebel against the capitalist colonization
of language, corporeality and the experience of peripheral subjects, clustered
in the slums of large urban centers. Based on the understanding that Funk is
an Afro-Brazilian cultural artistic expression, the result of the diasporic
process, concepts proposed by Samuel R. Delany, Greg Tate and Tricia Rose,
in interviews granted to Mark Dery, in 1993, are adopted to situate the Funk
as an Afrofuturist artistic expression, derived from hip-hop that, from the
revelation of Afro-descendant cosmoperceptions, denounces the reality of
hyper-exploitation of colonized black bodies through the intense use of
technology that organizes capitalism on a global scale, deepening the racial,
gender, territorial and economic hierarchies imposed, since the 16th
century, on African and American indigenous peoples. It is intended,
therefore, to analyze the discursive elements vocal, body and imagery,
present in Brazilian funk video clips whose theme is work on two wheels - on
motorcycles -, mediated by the communication technologies of the 21st
century. The objective is to demonstrate that, contrary to what was
sustained by Eurocentric segments of the Brazilian left, racialized and
subordinate class consciousness is present among such subjects since the
beginning of the use of these new slave technologies. To do so, we will briefly
describe the evolution of Brazilian funk, contextualizing it as an Afrofuturist
manifestation of hip-hop that subverts the use of technology, as proposed by
Delany, Tate and Rose (2020) and preserves African cosmoperceptions that
invoke all human senses in the construction of ways of understanding the
world – distinct, therefore, from the Eurocentric cosmovision that prioritizes
vision -, as taught by Oyèrónké Oyěwùmí (2021). Thus, we seek to
demonstrate how the racism denied by white elites silences the social
struggles carried out by blacks, indigenous people, favelados and enslaved,
configuring itself, in Brazil, as a powerful technology for the perpetuation of
exploitation that favors, even, whiteness, that claims to be the protagonist of
all emancipatory struggles, while giving continuity to slave relations.
keywords: funk | afrofuturism | precarious work | technology
DERY Mark. Black to the future: de volta para o afroturo - Entrevistas com
Samuel R. Delany, Greg Tate e Tricia Rose. Tradução: Tomaz Amorim. In
Revista Ponto Virgulina. Edição Tematica 1. 2020, p. 15-65. GOMES, Maíra
N. Wakanda é aqui: Funk é afrofuturismo. In Revista Vai Ter. A publicação é
parte da chamada pública de textos realizada pela Vai Ter, parte do projeto
BH 121, nº0951, aprovado no Edital 2017 oriundo da Política de Fomento à
Cultura Municipal de Belo Horizonte (Lei nº 11.010/2016). Disponível em
<http://vaiter.org/afrofuturismo/>, 2021. Acesso em:
10.01.2022.NASCIMENTO, Wanderson Flor do. OYÈRÓNKẸ́ OYĚWÙMÍ:
Potências filosóficas de uma reflexão. In Problemata R. Intern. Fil. V. 10. n.
2, 2019, p 8-28. OYĚWÙMÍ, Oyèrónké. A invenção das mulheres:
construindo um sentido africano para discursos ocidentais de gênero.
Tradução: Wanderson Flor do Nascimento, 2021. Brasil: Ebook Kindle.
Maíra Neiva GOMES. Funkeira. Professora da Universidade do Estado
de Minas Gerais/Brasil - UEMG. Coordenadora de Extensão
UEMG/Diamantina. Doutora e Mestra em Direito. Advogada Popular.
Produtora Cultural. Roteirista Documentarista. Argumentista e
desenvolvedora de enredos Grupo Identidade Oficial (Danças Urbanas).
Membro do Coletivo Político Cultural Observatório das
Quebradas/Aglomerado da Serra. Assessora Associação de Moradores da
Vila Santana do Cafezal/Aglomerado da Serra. Assessora Baile da Serra nas
Quebradas. E-mail: maira.gomes@uemg.br; mairaneiva@gmail.com.
Ópera e ativismo social – comunidade como
mundo artístico
Paula GOMES-RIBEIRO - NOVA-FCSH
Resumo
A produção de ópera investe-se na identificação e discussão de problemas
sociais e políticos desde a sua origem, há mais de quatro séculos. De
Monteverdi a John Adams, passando por Mozart, Wagner, Alban Berg e
tantos outros, equipas artísticas e técnicas, desvelam injustiças e reveem
regras de civilidade. A dimensão crítica ou de contestação a circunstâncias
políticas e sociais vigentes via-se, no entanto, sujeita a procedimentos
dramatúrgicos que tinham como intuito evitar a censura e garantir a
representação pública, tais como a remissão da ação para épocas e locais
distantes ou imaginários. Os elementos do público que possuíam os códigos,
decifravam a mensagem e regozijavam-se com o seu teor crítico enquanto
os demais usufruíam das peripécias músico-teatrais de personagens
alegadamente históricas ou imaginárias. No pós-II Grande Guerra, a praxis
operática representou, para muitos artistas e intelectuais, uma expressão
proscrita, por se considerar estar associada a regimes autocráticos ou à
perpetuação de vícios burgueses, inconciliáveis com o movimento de
reconstrução democrática de uma sociedade em ruínas. Apear disso,
revelando uma persistência quiçá desconcertante perante a crescente
multitude de novos géneros músico-teatrais e multimédia, a ópera tem vindo
a desempenhar, ao longo das últimas décadas, um papel cada vez mais ativo
e empenhado em movimentos em benefício da justiça social, expondo
fatores de desigualdade e investindo-se em projetos de inclusão e
participação social. Este empenho leva a interrogar-nos sobre o futuro deste
género que se equilibra (e desequilibra) entre a manutenção de cânones de
repertório dirigidos a públicos iniciados, e a sua derivação numa diversidade
de produções desafiantes que reinventam o género procurando envolver os
públicos atuais num questionamento sobre questões fraturantes da
existência quotidiana. Esta comunicação (inserida num projeto mais amplo)
examina e inquire o processo de expansão de um movimento operático
desenvolto e empenhado socialmente, observável em vários pontos do globo,
com uma incidência específica em dois estudos de caso particularmente
representativos deste trajeto. Trata-se de dois projetos portugueses
recentes: o primeiro é o projeto 'Traction – Ópera na Prisão', inicialmente
produzido pela Sociedade Artística Musical dos Pousos e que se enquadra,
neste momento, numa rede artística internacional, o segundo é a ópera 'É
possível Resistir' apresentada em Torres Vedras, com a colaboração da
população da cidade, com música de Luís Soldado e libreto de Rui Zink. Estes
trabalhos são reveladores do crescente dinamismo que agentes e grupos
artísticos assumem, através da ópera, nos vários planos da esfera pública.
Nos seus projetos requisitam o envolvimento e a reflexão crítica por parte
de comunidades de diversa índole perspectivando um futuro melhor.
keywords: ópera | ativismo | crítica social | esfera pública
Matarasso, François. 2019. Uma arte irrequieta. Lisboa: Fundação Calouste
Gulbenkian. Becker, Howard S. 2010. Mundos da arte. Lisboa: Livros
Horizonte.Acord, Sophia e Tia DeNora. 2008. “Culture and the arts: from
Art Worlds to Arts-in-Action”. The annals of the American Academy of
Political and Social Science. Vol. 619, n. 1. 1 setembro 2008. 223-237.Higgins,
Lee. 2012. Community music: In theory and in practice. Oxford University
Press.
Paula GOMES-RIBEIRO é investigadora integrada do CESEM ‐
Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical, no qual coordena o
SociMus – Estudos Avançados em Sociologia da Música. Professora do
Departamento de Ciências Musicais da FCSH, no qual é atualmente
Coordenadora da Licenciatura. Coordena igualmente o NEGEM (Género e
Música), e é orientadora científica do CysMus. Concluiu o Doutoramento
em Musicologia na Universidade de Paris VIII após ter obtido o título de
Mestre em Musicologia da mesma instituição. Diplomou‐se em Ciências
Musicais pela NOVA FCSH. Fez os seus estudos musicais no Conservatório
Nacional e Academia de Música de Stª Cecília. Como encenadora assinou
várias produções de ópera, entre as quais Comedy on the Bridge, de Martinu,
no TNSC. Publica regularmente em revistas especializadas e generalistas.
Desenvolve investigação nos domínios da sociologia da música; música,
media, comunicação e tecnologias; género e música; culturas digitais; ópera
e teatro musical, incidindo especialmente de finais do século XIX à
atualidade.
Artivism and places of resistance: understanding
the 2021 Colombian protests as acts of
communicative citizenship and solidarity
Camilo Tamayo GOMEZ - The University of Huddersfield (UK)
Abstract
On 28 April 2021, different protests and demonstrations began across
Colombia, initially in opposition to a proposed tax reform. Colombian
President Iván Duque Márquez argued that the reform was crucial to
overcome Colombia’s economic crisis and mitigate post-pandemic
unemployment. The reforms involved a rise of taxes on basic products
including food and utilities, moving middle-class earners into a higher tax
bracket, and making the health care system more privatised. The reform
aimed also to eliminate tax exemptions to lower-class individuals, as well as
increasing taxes imposed on businesses. After four days of protests, the
government withdrew the tax proposal. Nevertheless, demonstrations
regarding a range of diverse issues, including economic inequality, police
violence, unemployment, and poor public services, continued until July 2021.
In Colombia’s history of protest, the 2021 mobilisations are the most serious
public unrest in recent memory. According to Human Rights Watch (2021)
and Amnesty International (2021), 68 deaths occurred during the four
months of demonstrations. The principal responsible of have committed
these killings against mostly peaceful demonstrators are the members of the
Colombian National Police. Human Rights Watch documented 16 cases in
which the police appear to have killed unarmed protesters or bystanders
with live ammunition, 17 cases of protesters or bystanders being beaten,
often with police truncheons, and 71 cases of gender-based violence by police
officers, including rape, sexual assault, slapping and verbal abuse. Also, at
least 419 people have been reported missing since the protests began. One
of the main characteristics of these protests was the involvement of diverse
urban and rural constituencies in a single national protest, where young
people made up the core of the demonstrations. In this context, this paper
aims to analyse how the 2021 Colombian protests can be understood as acts
of communicative citizenship and solidarity. It will explore how the
intersection between artivism and the symbolic reconfiguration of public
spaces (streets, squares, public roads) during the protest, and the impact of
police violence on demonstrators’ bodies, is showing new dimensions of
citizenship where artistic expressions become a place of resistance and the
public space a site of civic solidarity.
keywords: artivism | communicative citizenship | solidarity | Colombian
protests
Tamayo Gomez, C. (2021). Social solidarity as a dimension of transitional
justice: the case of ‘Cartography and Identification of Mass Graves’ in post-
conflict Colombia. International Journal of Human Rights. DOI:
10.1080/13642987.2021.1895763. -Tamayo Gomez, C. (2020). Organised
Crime Governance in Times of Pandemic: The Impact of COVID‐19 on
Gangs and Drug Cartels in Colombia and Mexico. Bulletin of Latin American
Research - BLAR Vol. 39, No. S1 (12-15). DOI: 10.1111/blar.13171 -Tamayo
Gomez, C. (2019). Victims’ collective memory and transitional justice in
post-conflict Colombia: the case of the March of Light. Memory Studies, 17.2
issue, 1-14. DOI:10.1177/1750698019882055-Tamayo Gomez, C. and
Navarro-Bohórquez, D. (2018). Cuando la razón no lo explica todo.
Implementación de acciones de ciudadanías comunicativas en el marco del
conflicto armado colombiano desde una mirada trasnacional. [When Reason
Does Not Explain Everything: Implementations of Communicative
Citizenship Actions in the Context of the Colombian Armed Conflict from a
Transnational Perspective]. Palabra Clave 21 (4), 1107-1135.-Tamayo
Gomez, C. (2017). Symbols, Communicative Citizenship Actions and the
Claiming of Human Rights from a Transnational Perspective: the case of the
Social Movement of Victims of Eastern Antioquia, Colombia. Émulations No.
18, 132 – 157. -Tamayo Gomez, C. and Navarro-Bohórquez, D. (2017).
Después de la guerra: otra Medellín. Ciudadanías comunicativas, apropiación
urbana y resignificación de espacios públicos en clave de memoria y
posconflicto. [After the War: A Different Medellin. Communicative
Citizenship, Urban Appropriation, and Resignification of Public Spaces
Addressing Memory and Post-conflict]. Signo y Pensamiento, 36(70), 56-75.
-Tamayo Gomez, C. and Bonilla, J. (2014). El deber de la memoria. La
agenda investigativa sobre la cobertura informativa del conflicto armado en
Colombia, 2002-2012. [The Duty of Memory. The Research Agenda on Mass
Media Coverage of the Armed Conflict in Colombia: 2002-2012]. Palabra
Clave 17 (1), 13-45.-Tamayo Gomez, C. (2012). Communicative Citizenship,
preliminary approaches. Signo y Pensamiento, No. 60, June, 106 - 129.
Camilo Tamayo GOMEZ, PhD, is Senior Lecturer in Criminology at
the University of Huddersfield (UK). Senior Adviser in Transitional Justice
for the United Nations Development Programme (UNDP) and appointed to
Colombia’s Truth, Memory and Reconciliation Commission. He is also
affiliated with the British Sociological Association (BSA) and is a board
member of the Research Committee on Social Movements, Collective
Action and Social Change (RC48) of the International Sociological
Association (ISA). His current research focuses on the relationship between
security, conflict, transnational and comparative criminology, global south
criminology, multiplatform social justice, and transitional justice from a
sociological perspective.
Procurando a DIVA no Sul Global. Feminismo, arte
e política
Paula GUERRA - Universidade do Porto / Griffith Center
for Social and Cultural Research
Cláudia de OLIVEIRA - Escola de Belas Artes/UFRJ
Resumo
Esta comunicação terá como foco analítico a obra Diva de Juliana Notari. Ao
se tratar de uma vulva gigante que emerge no meio de uma área que fora
um canavial, em Pernambuco, várias ondas de contestação emergiram, a sua
maioria oriundas de homem cis e misóginos. Com esta abordagem,
pretendemos evidenciar que esta produção artística se assume como um
retrato do artivismo estético e político que tem caracterizado as sociedades
contemporâneas, mas também enquadrá-la no âmbito dos processos de
resistência que demarcam os quotidianos, os discursos e as vivências em
países do Sul Global, em que as desigualdades de género são profundas e
estão incrustadas. É a partir de uma metodologia de caráter qualitativo,
assente numa análise de conteúdo da obra da artista Juliana Notari que
fundamos a nossa análise, procurando refletir e questionar os cânones do
gênio masculino, bem como a evolução e a consolidação de uma história
social da arte feminista.
keywords: feminismo | corpo como arma política | artivismo | sul global |
história da arte | sociologia
Paula GUERRA é professora de Sociologia na Universidade do Porto e
investigadora no Instituto de Sociologia da mesma universidade. É
professora adjunta associada do Griffith Center for Social and Cultural
Research na Austrália. É fundadora e coordenadora do Projecto KISMIF, co-
coordenadora da Internacional Conference KISMIF e cofundadora e co-
coordenadora da Rede de Sociologia da Cultura e das Artes, Todas as Artes.
Paula é coautora dos livros DIY Cultures and Underground Music Scenes
(Routledge, 2018), Punk Reader. Research Transmissions from the Local and
the Global (Intellect, 2019), Punk, Fanzines and DIY Cultures in a Global
World. Fast, Furious and Xerox (Palgrave, 2020), e Trans-Global Punk
Scenes. The Punk Reader Volume 2 (Intellect, 2021).
Cláudia de OLIVEIRA é professora associada de História da Arte da
Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro. É membro
permanente do PPGAV – Programa de Pós-Graduação da Escola de Belas
Ates da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Membro da Rede de
Sociologia da Cultura e Artes, Todas as Artes. Cláudia é organizadora de
Mulheres na História: inovações de Gênero entre o público e o privado
(Faperj/Leterar, 2019), A Cidade Mulher (Faperj/Mauad, 2016), Criações
compartilhadas: artes, literatura e ciências sociais (Faperj/mauad, 2014).
Capítulos em publicações estrangeiras: Magazines and Modernity in Brazil:
Transnationalisms and Cross-Cultural Exchanges (Anthean, 2020, UK), Paris
Fashion and World War Two Global Diffusion and Nazi Control
(Bloomsbury, 2020)
No Fun at All. Contributos para uma abordagem
do punk, da slow fashion e do ativismo climático
Paula GUERRA - Universidade do Porto / Griffith Center
for Social and Cultural Research
Sofia SOUSA - FLUP / IS-UP
Resumo
Vivienne Westwood é uma das mais infames designers de moda, sendo
considerada como a percursora e pioneira no âmbito da moda e estética
punk (Unsworth & Mooney, 2019). Vivienne sempre se pautou por uma
atitude provocadora no sentido em que sempre utilizou a moda como uma
força política e como uma forma de protesto (Guerra & Figueredo, 2019).
Atualmente, Vivienne continua a utilizar a moda nos mesmos moldes
contestatários e reivindicativos estando focada em causas ambientalistas.
Assim, ela assume-se como uma das principais defensoras dos modelos e
criações sustentáveis (Shulte & Lopes, 2013) e eco friendly (Refosco et al.,
2011). Com efeito, temos como objetivo estabelecer uma análise diacrónica
em torno de Vivienne Westwood, desde os primórdios da moda punk até à
atualidade, focando em tópicos como: a praxis e ethos do-it-yourself (DIY);
slow fashion; green fashion, moda sustentável e ativismo climático. A
personalização e a oposição face às sociedades homogeneizadas foram a
ordem do dia em relação à moda (Guerra, 2019). De certo modo, o DIY,
neste sentido, conseguiu manter esta ideologia, de forma mais ou menos
consistente, até à década de 1990, sendo que após esse marco e com o
advento das novas tecnologias, tudo se tornou massificado. Com a entrada
nos anos 2000, esta filosofia acaba por se ligar aos slow fashion movements,
ligação essa que resulta principalmente da adoção de uma conduta de
contestação face aos gostos hegemónicos. A slow fashion, emerge, então,
como um meio de resistência face aos modos convencionais de consumismo,
mas também como uma revolta face ao hipermodernismo acelerado e
produtivista, isto é, afirma-se como uma forma de ativismo climático e
ambiental latente. Paralelamente, a slow fashion– aliada ao DIY – surge
como uma contestação ao sistema e à superestrutura da moda
contemporâneos. Aliás, é aqui que reside o foco da nossa pesquisa e
proposta. Ao adotarmos uma abordagem de caráter qualitativo e visual,
pretendemos igualmente fornecer algumas pistas face à presença e à
importância de estilistas portugueses da slow fashion, com o intuito de
proporcionar uma aproximação teórico-empírica às emergentes
modalidades de ativismo climático, perpetuadas através da moda que
tiveram o seu epicentro mediático junto de estilistas de renome, tais como
Vivenne Westwood. Com efeito, é nosso interesse retratar o campo da moda
enquanto um movimento social contemporâneo, centrado na re-significação
de contextos, de experiências, de ideais e de ideologias, ou seja, pretendemos
enquadrar a slow fashion enquanto uma alternativa à fast fashion, isto é, ao
capitalismo multinacional e ao consumo em massa. Em breviário, esta
proposta visa examinar o impacto ambiental e social da moda – numa
perspetiva histórico-social, diacrónica e sincrónica -, partindo do caso
específico das criações de Westwood (Westwood & Kelly, 2015) e,
subsequentemente, pontuando o papel de estilistas portugueses tais como
Marita Setas Ferro, Rita Canas Correia, Teresa Catapirra e Margarida
Marques Almeida.
keywords: slow fashion | punk | DIY | Vivenne Westood | environmental
activism
Guerra, P. (2021). So close yet so far: DIY cultures in Portugal and Brazil.
Cultural Trends, v.30, n.2, pp.122-138.Guerra, P. (2019). Angels with dirty
faces: punk, moda e iconoclastias contemporâneas. dObra[s]. Associação
Brasileira de Estudos e Pesquisas em Moda (Abepem), V. 12, n.º 26 (2019),
pp. 124-149.Guerra, P. & Figueredo, H.G. (2019). Today Your Style,
Tomorrow The World: Punk, moda e imaginário visual. Modapalavra e-
periódico, 12 (23), pp. 73-111.Refosco, E.; Oenning, J. & Neves, M. (2011). Da
Alta Costura ao Prêt-à-porter, da Fast Fashion à Slow Fashion: um grande
desafio para a Moda. Modaplavra E-periódico, 8, pp.1-16. Shulte, N. & Lopes,
L. (2013). A moda no contexto da sustentabilidade. Modapalavra E-periódico,
6 (11), pp.194-211. Unsworth, C. & Mooney, J. (2019). Defying Gravity:
Jordan's Story. London: Omnibus Press. Westwood, V. & Kelly, I. (2015).
Vivienne Westwood. London: Picador.
Paula GUERRA é professora de Sociologia na Universidade do Porto e
investigadora no Instituto de Sociologia da mesma universidade. É
professora adjunta associada do Griffith Center for Social and Cultural
Research na Austrália. É fundadora e coordenadora do Projecto KISMIF, co-
coordenadora da Internacional Conference KISMIF e cofundadora e co-
coordenadora da Rede de Sociologia da Cultura e das Artes, Todas as Artes.
Paula é coautora dos livros DIY Cultures and Underground Music Scenes
(Routledge, 2018), Punk Reader. Research Transmissions from the Local and
the Global (Intellect, 2019), Punk, Fanzines and DIY Cultures in a Global
World. Fast, Furious and Xerox (Palgrave, 2020), e Trans-Global Punk
Scenes. The Punk Reader Volume 2 (Intellect, 2021).
Sofia SOUSA é mestre em Sociologia e doutoranda em Sociologia, com
Bolsa FCT (com a ref. 2021.06637.BD) referente ao projeto “Todos os
Mundos Dentro do Porto. Mulheres migrantes, artes e artivismos na
contemporaneidade portuguesa”, na Faculdade de Letras da Universidade
do Porto (FLUP). Investigadora no Instituto de Sociologia da Universidade
do Porto (IS-UP). Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Via
Panorâmica, s/n, 4150-564, Porto, Portugal.
Email: sofiarsousa22@gmail.com. ORCID: 0000-0002-3504-5394.
O traço contínuo do envelhecimento por entre o
amor, o sexo e o erotismo / The continuous line of
Aging between love, sex and eroticism
Gisela de Oliveira GUSMÃO - Universidade Federal do
Mato Grosso
Caroline Zablonski D´AGOSTINI - Centro Universitário
Belas Artes de São Paulo
Resumo
Trata-se de um trabalho em desenvolvimento que objetiva refletir sobre a
imagem corporal e social dos idosos, que à medida que se distanciam do
padrão estético de beleza e de juventude, por vezes têm apagada e anulada
sua sexualidade. Pretende também produzir um e-book informativo, que
discutirá amor, sexo e erotismo na velhice, a fim de confrontar o estereótipo
do idoso apático e solitário, desinteressado dos temas em questão, e, será
disponibilizado em plataformas de venda online, com custo irrisório. O e-
book contará com ilustrações eróticas, utilizando-se de duas técnicas, a
saber: Traço Contínuo e Desenho Gestual. A primeira é uma dinâmica que
faz com que linhas orgânicas unidas exprimam formas enquanto a imagem
da ilustração se completa na mente do observador, usufruindo da Lei do
Fechamento da Gestalt, que como diria Gomes Filho (2008, p.27) em seu
livro "Gestalt do objeto: sistema de leitura visual da forma", a Lei do
Fechamento da Gestalt funciona quando: "As forças de organização da forma
dirigem-se espontaneamente para uma ordem espacial que tende à
formação de unidades em todos os fechamentos." Desta forma, nossa mente
buscando uma organização, analisa os espaços vazios e as formas
preenchidas buscando uma imagem completa, além do simbolismo da
unificação das linhas em relação à união que a sexualidade pode trazer entre
as pessoas. Já o Desenho Gestual visa capturar o movimento e a expressão
do objeto de estudo, com fluidez e dinâmica, não priorizando a perfeição.
Como descrito por Boerboom e Proetel (2018), embora uma linha ou um
desenho sobre o papel permaneçam estáticos, somos capazes de perceber
movimento, mudanças, bem como a passagem do tempo. A fim de
contemplar as questões da sexualidade na senescência, tomamos como base
os conceitos de Norbert Elias, construídos a partir da sua experiência pessoal
e os desvelou como percebidos de maneira diferente em diversas sociedades
e culturas. Entretanto, o ponto comum seria a impossibilidade de se colocar
no lugar do idoso para quem não está no processo de envelhecimento, cuja
imagem social é muito negativa, e muito cristalizada mesmo no imaginário
contemporâneo. Junta-se aí o fato de o erotismo ser interdito na velhice
dando margem a expressões pejorativas, dirigidas aos idosos(as), em
momentos de expressão sexual e erótica normalmente aceitáveis para os
jovens, tais como: assanhado(a), safado(a), tarado(a), nojento(a). Nosso
trabalho propõe reflexões baseadas na visão de Bataille (1997), para quem o
erotismo se apresenta em uma forma muito peculiar de prática sexual,
enunciada somente quando o sexo transpõe a função reprodutiva, ponto de
início a um processo de autoconhecimento e de completude no outro.
keywords: sexualidade do idoso | erotismo no envelhecimento | desenho
gestual | desenho de traço contínuo
Abstract
The continuous line of Aging between Love, Sex and Eroticism. It is a work
in progress that aims to reflect about the body and the social image of the
elderly, who, not corresponding to the aesthetic standard of beauty and
youth, sometimes they have erased and annulled their sexuality. It also
intends to produce an informative e-book, which will discuss love, sex and
eroticism in old age, in order to confront the stereotype of the apathetic and
lonely elderly, indifferent to these themes, and will be made available on
online sales platforms, at a negligible cost. The e-book will feature erotic
illustrations, using two techniques, namely: Continuous Line Sketch and
Gesture Drawing. The first is a dynamic that makes organic lines unite
expressed forms while the image of the illustration is completed in the mind
of the observer, making use of the Gestalt Law of Closure, which as Gomes
Filho (2008, p.27) would say In his book "Object Gestalt: Visual Form Reading
System", the Gestalt Law of Closure works when: "The organizing forces of
form spontaneously move towards a spatial order that tends to form units in
all closures". In this way, our mind looking for an organization, analyzes the
empty spaces and the filled forms looking for a complete image, in addition
to the symbolism of the unified lines in relation to the union that sexuality
can bring between people. The Gesture Drawing, on the other hand, aims to
capture the movement and expression of the object of study, with fluidity
and dynamics, not prioritizing perfection. As described by Boerboom and
Proetel (2018), although a line or a drawing on paper remains static, we are
able to see movement, changes, as well as the passage of time. In order to
contemplate the issues of sexuality in senescence, we took as a basis Norbert
Elias’s concept, built from his personal experience and unveiled them as
perceived differently in different societies and cultures. However, the
common point would be the impossibility of putting themselves in the place
of the elderly for those who are not in the aging process, whose social image
is very negative, and very crystallized even in the contemporary imagination.
Added to this is the fact that eroticism is prohibited in old age, giving rise to
pejorative expressions, aimed at the elderly, in moments of sexual and erotic
expression normally acceptable to young people, such as: horny, naughty,
pervert, disgusting (a). Our work proposes reflections based on Bataille's
(1997) vision, for whom eroticism presents itself in a very peculiar form of
sexual practice, enunciated only when sex transposes the reproductive
function, the starting point of a process of self-knowledge and completion in
the other.
keywords: elderly sexuality | erotism and ageing | gesture drawing |
continuous line drawing
AXT, Gunter. Identidades encanecidas entre Simone de Beauvoir, Gilberto
Freyre, Edgar Morin, Samuel Beckett, Nancy Huston e J.M Coetzee.
Interfaces Brasil/Canadá. Florianópolis/Pelotas/São Paulo, v. 19, n. 2, 2019, p.
15-38 Disponível em: https://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.
php/interfaces/article/view/16570/10512 Acesso: 04 Jan. 2022.BATAILLE,
Georges. O erotismo. Porto Alegre: L&PM, 1987.BOERBOOM, Peter.
Desenhar o movimento / Peter Boerboom e Tim Proetel. Tradução Denis
Facalossi. São Paulo: Editora Gustavo Gili, 2018. FARIA, Lina; CASTRO
SANTOS, Luiz A. de; PATIÑO, Rafael Andrés. A fenomenologia do
envelhecer e da morte na perspectiva de Norbert Elias. Cad. Saúde Pública
2017; 33(12):e00068217. ISSN 1678-4464. Disponível em:
<https://doi.org/10.1590/0102-311X00068217>. Acesso: 4 Fev. 2022.GOMES
FILHO, João. Gestalt do objeto: sistema de leitura visual da forma | João
Gomes Filho - 8. ed. rev. e ampl. - São Paulo: Escrituras Editora, 2008.
ROMERO, Maria Rosilane Z. Erotismo, Velhice e Conhecimento em o Amor
nos Tempos do Cólera. 2009. 104 f. Dissertação (Mestrado em Letras) - Área
de Concentração em Leitura e Cognição, Universidade de Santa Cruz do Sul.
Santa Cruz do Sul, 2009. Disponível em: http://hdl.handle.net/11624/386.
Acesso: 20 Jan. 2022.
Gisela de Oliveira GUSMÃO, Psicóloga Clínica e Social pelo
Centro Universitário São Camilo-São Paulo/Brasil; Psicanalista de Casal e
Família pelo Instituto de Ensino Laços Psicologia/São Paulo. Especialista em
Geriatria e Gerontologia – Anhanguera-UNIDERP/Brasil. Mestranda do
Programa de Pós-Graduação em Estudos da Cultura Contemporânea da
Universidade Federal do Mato Grosso/Brasil onde, participa dos grupos de
pesquisa ContemporArte, Multimundos e Núcleo de Estudos do
Contemporâneo. Tutora e conteudista das disciplinas de Musicoterapia e
Cantoterapia da Faculdade Unyleya. Membro da Associação Paulista de
Terapia Familiar.
A pandemia sob o olhar da arte: uma análise
discursiva da exposição “Presença na ausência” /
The pandemic through Art's Look: a discursive
analysis of the exposition "Presence in Absence"
Gislene Feiten HAUBRICH - CITCEM
Maria Manuela Gomes de Azevedo PINTO - CITCEM/
FLUP
Resumo
O papel das artes para a reflexão, questionamento e transformação das
práticas sociais é sine qua non. O movimento contemporâneo voltado à
Economia Criativa congrega diferentes políticas públicas, cujo foco está no
desenvolvimento socioeconômico de nações. (REIS, 2008; LEITÃO, 2016).
Todavia, a crise generalizada desencadeada pela pandemia de Covid-19
incrementou desafios a esse contexto. Artistas, em suas diferentes
manifestações, viram-se fadados a encontrar meios alternativos para
sobreviver ao processo de produção e partilha de suas obras (Quintela &
Rodrigues, 2020). Neste sentido, desde o ápice da primeira onda da
pandemia, em abril de 2020, inúmeras atividades culturais foram traduzidas
de uma experiência tridimensional para outra, mediada por uma tela, a
produzir um efeito potencializado de experiência imagética (Corso, Ávila &
Kukul, 2020).Pode-se questionar, então: tais experiências (re)definem a
relação que as audiências estabelecem com o cotidiano? Como os artistas
apropriam-se destas novas formas de fazer arte e de questionar aspectos da
vida social? Quais desdobramentos podem ser instigados mediante
expectativas à construção de práticas coletivas, valores e visões de mundo
distintas daquelas que preponderam na contemporaneidade? A fim de
propor hipóteses a tais questões, este estudo apresenta uma análise
discursiva da exposição virtual “Presença na Ausência”, uma iniciativa
colaborativa, encabeçada por uma equipe multidisciplinar, cuja manifestação
“apresenta trabalhos que dialogam com a experiência do isolamento social.”
(Exposição, 2022). As 50 obras selecionadas para compor a exposição foram
expostas no Espaço Átrio, do Teatro Feevale, e a visitação foi traduzida à
modalidade virtual com o propósito de viabilizar uma experiência com o
museu em detrimento às regras de distanciamento físico que culminaram
com o fechamento provisório de espaços devotos a arte ao redor do mundo.
A investigação problematiza visões de futuro a partir de indagações
emergentes das obras, tendo em conta a breve descrição elaborada pelos
artistas para apresentá-las e vinculá-las à narrativa pretendida pela mostra
virtual. Define-se como objetivo identificar e analisar elementos do ato de
linguagem (Charaudeau, 2010, 2012) de artistas participantes da exposição
“Presença na Ausência”, expresso em 22 vídeos de curta duração, que
sustentam hipóteses acerca de futuros possíveis em decorrência das
questões levantadas pelas obras. Trata-se de um estudo exploratório, com
ênfase descritiva e abordagem qualitativa. O corpus é composto pela
transcrição dos discursos expressos por artistas e disponibilizados no site da
mostra por meio audiovisual. A seleção se justifica mediante o enfoque na
contextualização da experiência de criação da obra selecionada ao período
de isolamento condicionado pela pandemia, tema da exposição. Entre os
resultados esperados, destaca-se a proposição de uma agenda temática
acerca de possibilidades de investigação futuras que incluam questões
relativas à memória coletiva, ao meio ambiente e à relação espaço-tempo.
keywords: exposição | presença na ausência | agenda temática | arte |
Abstract
The role of the arts in reflecting, questioning, and transforming social
practices is a sine-qua-non situation. The contemporary movement towards
the Creative Economy brings together different public policies whose focus
is on the socio-economic development of nations. (REIS, 2008; LEITÃO,
2016). However, the generalised crisis triggered by the Covid-19 pandemic
has increased challenges to the context. In their different forms of
expression, artists have found themselves doomed to achieve alternative
ways to survive the process of producing and sharing their work. (Quintela &
Rodrigues, 2020). In this sense, since the peak of the first wave of the
pandemic, in April 2020, numerous cultural activities have been translated
from one three-dimensional experience to another, mediated by screens,
producing a potentiated effect of imagery experience (Corso, Ávila & Kukul,
2020).One can then argue: do these screen experiences (re)define the
relationship that audiences establish between art and their everyday life?
How do artists appropriate these new art-making methods and question
aspects of culture and society? What developments can be instigated through
expectations for constructing collective practices, values, and worldviews
different from those that prevail in contemporary times? To propose
hypotheses to such questions, this study presents a discursive analysis of the
virtual exhibition "Presence in Absence", a collaborative initiative led by a
multidisciplinary team, whose exposition "presents works that dialogue with
the experience of social isolation." (Exhibition, 2022). The 50 works selected
to compose the exhibition were exhibited at the Atrio Area, at Teatro
Feevale, and the visit translated into a virtual mode to enable an experience
with the museum. It is essential to highlight that the cultural sector has
suffered many sanctions due to the rules of physical distancing that
culminated in the temporary closure of spaces devoted to art around the
world.The investigation inquires visions of the future from the issues
discussed by the pieces of art, taking into account the brief description
prepared by the artists to present them and link them to the narrative
intended by the virtual exhibition. The objective is to identify and analyse
elements of the artists’ language act (Charaudeau, 2010; 2012), expressed in
22 short videos, which support hypotheses about possible futures as a result
of the questions raised by the exhibited works. It is an exploratory study with
a descriptive emphasis and a qualitative approach. The corpus consists of the
transcription of speeches expressed by artists and made available on the
exhibition’s website. The artists’ speeches contextualise their experience of
creating and selecting the work presented in the exposition, relating it to the
period of isolation conditioned by the pandemic, the exhibition's theme.
Among the expected results, we highlight the proposition of a thematic
agenda about possibilities for future research that include issues related to
collective memory, environment, and the space-time relationship.
keywords: exhibition | presence in absence | tematic agenda | arts
Charaudeau, P. (2012). O discurso das Mídias. Contexto, São
Paulo.Charaudeau, P. (2010). Linguagem e Discurso. Contexto, São
Paulo.Corso, A.; Ávila, C. & Kukul, V. (2020). Economia Criativa em tempos
de pandemia: o caso do Museu do Isolamento no Instagram. Anais do V
Colóquio Interprogramas Secomunica 2020. 27 de novembro de 2020,
Brasília, Brasil. Disponível em: https://portalrevistas.ucb.br/index.
php/AIS/article/view/12583Exposição Presença na Ausência. (2021).
Disponível em: https://presencanaausencia.com.br/LEITÃO, C. (2016) “Ter
ou não ter o direito à criatividade, eis a questão”: sobre os desafios, os
impasses e as perspectivas de um Brasil Criativo. In: LEITÃO, C. &
MACHADO, A. (Ed.). Por um Brasil Criativo. Belo Horizonte: Código
Editora.Reis, A. (Ed.). (2008). Economia Criativa como estratégia de
desenvolvimento: uma visão dos países em desenvolvimento. São Paulo: Itaú
Cultural.Quintela, P. & Rodrigues, V. (2020). Pandemia e cultura: (ainda) a
urgência de um pensamento lento. In: Leão, T. (ed.). Cadernos da Pandemia,
V. 5 - Em Suspenso. Reflexões Sobre o Trabalho Artístico, Cultural e Criativo
na Era Covid-19. Disponível em: https://sigarra.up.pt/flup/pt/noticias_geral.
ver_noticia?p_nr=112823
Gislene Feiten HAUBRICH é doutora em Processos e
Manifestações Culturais. Pesquisadora colaboradora do CITCEM.
Pesquisadora independente no Coffee and Work Lab. Membro do comitê
diretivo do Research Group on Collaborative Spaces.
Maria Manuela Gomes de Azevedo PINTO é professora
auxiliar da Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Investigadora
integrada do CITCEM.
Dos processos de erosão e de resistência da
alternativa artística na contemporaneidade
portuguesa recente
Susana JANUÁRIO - IS-UP
Resumo
A partir do estudo de manifestações artísticas urbanas multidisciplinares e
transdisciplinares, que pontuam a contemporaneidade portuguesa, discute-
se a pertinência do epíteto de alternativa artística num modelo social
caracterizado pelo hibridismo e afetado por processos transversais de
mercadorização, massificação e institucionalização. Erodido em grande
parte por estes processos, o termo alternativo/a no seio do campo artístico
implica não só uma abordagem necessariamente sócio-histórica como um
esforço de relativização e revisitação atualizado. A reflexão em torno da
pertinência em considerar-se a atualidade e premência da alternativa
artística, inclusivamente potenciadora de um subcampo artístico, resulta de
uma investigação incidente num conjunto de manifestações artísticas
(estudo de casos múltiplos) -festivais e espaços artísticos urbanos
distribuídos pelo território nacional - cuja emergência assenta em lógicas do-
it-yourself (DIY), na experimentação e no ecletismo artísticos. Ou seja,
iniciativas que surgem no âmbito de dinâmicas disruptivas em relação a
estruturas e processos normativos institucionalizados (quer por via do
mercado, quer por via das instituições) e que potenciam novas formas de
produção e circulação de obras artísticas. E que sustentam a sua emergência
em processos e dinâmicas não formais, de autogestão e na já mencionada
lógica DIY. Por seu turno, a análise dos processos de evolução e consolidação
dessas iniciativas mostra uma crescente formalização e uma tendência à sua
institucionalização. Disto (institucionalização) não se pode dissociar uma
dinâmica igualmente crescente de reconhecimento, consagração e
legitimação artístico-cultural. Por sua vez, a sustentabilidade (material,
económica) destas estruturas, cuja origem é precária pela sua informalidade,
implica uma maior organização e gestão e uma consequente
profissionalização das estruturas. A formalização decorre, em grande parte,
da necessidade de financiamento e sustentabilidade, mas igualmente dos
próprios processos genéricos e transversais do campo artístico e cultural,
como a referida profissionalização, estruturação e normalização inerente às
lógicas e mecanismos de legitimação e de reconhecimento artísticos. De
estes não se pode dissociar a permeabilização do campo artístico e cultural
à validação dos públicos enquanto audiência (massificação) e aos
pressupostos tendencialmente hegemónicos de valorização económica,
nomeadamente, dos territórios. Em que medida, portanto, se pode
defender, nos dias de hoje, a persistência e pertinência da alternativa? Que
marcas distintivas encontramos nas manifestações artísticas em estudo que
permita a delimitação de um subcampo artístico específico? Fará sentido
defender a (r)existência da alternativa na atualidade?
keywords: manifestações artísticas urbanas de pendor alternativo | processos
de institucionalização, de mercadorização e de massificação | lógicas e ethos
DIY
Susana JANUÁRIO é investigadora (em regime de colaboração) do
Instituto de Sociologia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto.
Doutoranda em Sociologia na mesma faculdade, bolseira FCT com o projeto
ARTOPIA - Trajetos, interseções e circunstâncias de manifestações
artísticas urbanas de pendor alternativo no Portugal contemporâneo.
Black Women in Resistance: a study of three
writers of the Harlem Renaissance
Meriem KEFI - University of Versaille
Abstract
Art and literature have often been used as means of resistance in the fight
for Civil Rights as well as social equality in the United States. In a context of
racial and gender discrimination, African-American artists have combined
creativity with activism as they have fought for their talent and humanity to
be recognized. In the 1920s, the Harlem Renaissance came as a turning point
in black cultural history. Also called “The New Negro Movement,” this
rebirth of Black-American culture aimed to subvert the derogatory image
ascribed to African-Americans and to construct a new racial identity. The
Harlem Renaissance indeed gave space and a voice to African-Americans,
especially to African-American women, allowing them to resist a white male-
dominated world through the production of an unprecedented number of
artistic works. This paper focuses on three African-American women writers
of the Harlem Renaissance: Nella Larsen (1891-1964), Jessie Redmon Fauset
(1882-1961) and Zora Neale Hurston (1891-1960) who, though well-known in
the United States, have met with limited recognition in Europe. Although
they shared the same purpose, their strategies are different. While in their
best works Larsen and Fauset opted for narratives of passing, Hurston chose
to situate her stories in a black world, ignoring the very existence of Whites.
This paper aims at exploring the generic, narrative and stylistic
characteristics of their production while delineating their specificity.
keywords: resistance | Harlem renaissance | race | gender | African-American
DuBois, W.E.B. The Souls of Black Folk. Rockville: Arc Manor, 2008
(1903).Fabre, Geneviève, and Michel Feith. Temples for Tomorrow: Looking
Back at the Harlem Renaissance. Bloomington: Indiana University Press,
2001.Fauset, Jessie Redmon. "Plum Bun: A Novel Without A Moral." Beacon
Press: Boston, 1990 (1929).Gates, Henry Louis. Figures in Black: Words,
Signs, and the “Racial” Self. New York: Oxford Univeristy Press,
1987.Gibson, Donald. B. “The Harlem renaissance City: Its Multi-Illusionary
Dimension.” The City of African-American Literature. Hakutani Yoshinobu,
ed. Madison, New Jersey: Farleigh Dickenson, 1995. Gilroy, Paul. The Black
Atlantic: Modernity and Double Consciousness. Harvard: Harvard University
Press, 1993.Ginsberg, Elaine, Ed. Passing and the Fictions of Identity.
Durham: Duke UP, 1996.Hurston, Zora Neale. "Their Eyes Were Watching
God." New York: Virago, 2007 (1937).Kawash, Samira. Dislocating the Color
Line: Identity, Hybridity, and Singularity in African- American Narrative.
Stanford: Stanford UP, 1997.Larsen, Nella. "Passing." New York: Anchor
Book, 1992.Sollors, Werner. Neither Black nor White Yet Both: Thematic
Exploration of Interracial Literature. Cambridge: Harvard University Press,
1997.
Meriem KEFI is PhD in American literature.
Resiliência: aprendizados de uma residência
pensada e realizada junto com mulheres do hip hop
Gabriela LEAL - CICS.NOVA
Resumo
Nesta comunicação, proponho compartilhar os desafios práticos e
metodológicos de uma etnografia interessada em acessar e pensar junto com
uma dimensão nem sempre visível das práticas expressivas e artísticas: os
processos criativos. Para tal, relato as experiências e aprendizados da
realização de uma residência artística junto com artistas do hip hop – writers,
rappers e beatmakers – em Lisboa, em março de 2022. A residência foi
idealizada e organizada por mim, junto com outras duas artistas da cena de
hip hop, e aconteceu ao longo de dois sábados. Neste período, as
participantes se engajaram em processos criativos coletivos, que tiveram
como disparador um exercício cartográfico baseado nas metodologias das
cartografias críticas. Esta metodologia estimulou e mediou discussões sobre
as diferentes experiências de cidade de cada artista, bem como permitiu
identificar elementos comuns, tomados posteriormente como temas a
serem trabalhados no desenvolvimento dos produtos artísticos da residência,
a saber, a pintura de um mural de graffiti e a gravação de um rap.
Adicionalmente, a atividade resultou em um fanzine, que se propôs a
sistematizar e compartilhar os conteúdos e as experiências que tiveram
lugar ali. A residência abriu uma janela para acessar processos criativos e
imaginativos enquanto eles estão a acontecer, bem como evidenciou a
importância da dimensão do fazer e, sobretudo, do fazer junto. Esta iniciativa
integra a minha pesquisa de doutoramento, onde investigo epistemologias
urbanas a partir dos saberes produzidos por rappers mulheres nas periferias
de São Paulo, Luanda e Lisboa. A residência foi realizada com o apoio do
projeto “Artcitizenship - Juventude e as artes da cidadania: práticas criativas,
cultura participativa e activismo”, financiado pela Fundação para a Ciência e
Tecnologia (FCT).
keywords: práticas expressivas e artísticas | processos criativos | residência
artística| hip hop
Gabriela LEAL é doutoranda em Estudos Urbanos (NOVA FCSH &
Iscte), e integra o Centro Interdisciplinar de Ciências Sociais (CICS.NOVA),
onde desenvolve sua pesquisa com bolsa concedida pela Fundação para a
Ciência e a Tecnologia (FCT), com referência UI/BD/151393/2021. É
colaboradora do Grupo de Estudos de Antropologia da Cidade (GEAC- USP)
e faz parte da comissão editorial da revista Ponto.Urbe (NAU-USP). Possui
mestrado em Antropologia Social e bacharelado em Ciências Sociais pela
Universidade de São Paulo; e especialização em Teorias e Práticas da
Comunicação pela Fundação Casper Líbero. As suas pesquisas têm como
temas principais os usos dos espaços urbanos, epistemologias urbanas,
ativismos, periferias e práticas estéticas urbanas (como graffiti, pixação e
rap). Paralelamente, desenvolve projetos independentes no campo das artes
visuais, onde já colaborou com diferentes coletivos e foi contemplada em
editais de fomento à cultura em São Paulo.
O cinema como arma de mudança: a experiência
do Clube de Cinema de Campanhã / Cinema as a
weapon of change: the experience of Clube de
Cinema de Campanhã
Tânia LEÃO - IS-UP
Gil FESCH - IS-UP
Beatriz LACERDA - Clube de Cinema de Campanhã
Resumo
A apresentação aqui proposta terá por base um projeto em curso, intitulado
'Clube de Cinema de Campanhã (CCC)' — inserido no Programa Cidadãos
Ativ@s, financiado pela EEA Grants e gerido pelas fundações Gulbenkian e
Bissaya Barreto. O projeto, de âmbito local/regional, incide na freguesia de
Campanhã, situada na zona oriental da cidade do Porto e que é,
reconhecidamente, um território de exclusão e vulnerabilidade social. Trata-
se de uma zona da cidade fragilizada por fenómenos intensivos de
desindustrialização, degradação urbana, desemprego, pobreza e
subsequente estigmatização social (Alves, 2008; Guerra, 2000; Pereira,
2017). É, também, a freguesia da cidade que, como vieram confirmar os
resultados preliminares dos Censos 2021, mais perdeu habitantes, tendo
apresentado uma percentagem de variação de -9,1% comparativamente a
2011.O CCC é um projeto de investigação-ação que surge para combater,
desconstruir e repensar alguns dos fenómenos sociais e políticos descritos,
mobilizando o cinema como ferramenta privilegiada de intervenção e
diálogo. O seu público-alvo principal inclui jovens estudantes de Campanhã,
preferencialmente a frequentar o 11.º ano de escolaridade, mas, também,
jovens institucionalizados — estando, todavia, aberto à participação ampla
da população, desde a comunidade educativa à associativa, passando pelas
redes familiares, pessoas significativas para o grupo e outros agentes-chave
do território (entre os quais, decisores políticos). A missão do CCC passa
pela criação de um clube de cinema comunitário e colaborativo. São vários
os estudos que revelam como os projetos que envolvem cinema em contexto
escolar raramente se libertam da pedagogia tradicional, falhando em
estimular a participação livre dos jovens, a reflexão crítica e o debate, e
fazendo tábua rasa dos elementos sociais e ideológicos que, de forma
inquestionável, permeiam os filmes (Cunha, 2016). Porém, a narrativa e
estéticas cinematográficas podem ser bastante eficazes quando utilizadas
para compreender vários aspetos da vida em sociedade (Nascimento, 2019).
Através de uma programação diversificada e adaptada às motivações e
preferências estéticas do público-alvo principal, o CCC tem dinamizado
sessões semanais nas escolas, com diferentes enfoques temáticos, que
proporcionam um diálogo aberto sobre as configurações políticas
subjacentes a várias problemáticas: cidadania ativa e ativismo; racismo e
xenofobia; migrações e território; comunidades LGBTQI+; preconceito e
discriminação; igualdade de género; direitos humanos, entre outros temas.
Enquanto projeto de investigação-ação, a metodologia empregue é mista. O
método principal é o etnográfico, com recurso a um diário de campo e ao
registo de imagens, articulado com a análise documental e estatística, a
aplicação de um inquérito por questionário aos jovens e a realização de
entrevistas a elementos da comunidade escolar. Espera-se que o Clube de
Cinema de Campanhã possa contribuir para o despertar político, social e
artístico do seu público-alvo, mas, igualmente, do público-satélite que o
projeto tem vindo a envolver. E aspira-se à aplicação de um modelo
sustentável, que possa ser replicado no futuro, naquele território, e,
eventualmente, noutros territórios desfavorecidos. Nesta comunicação,
pretendemos divulgar alguns dos resultados preliminares do projeto e, com
isso, promover o debate em torno de tópicos como o cinema e educação,
métodos não-formais ou cidadania ativa.
keywords: cinema | metodologias não-formais | cidadania ativa |direitos
humanos
Abstract
The current presentation takes as its starting point the preliminary
experience of an ongoing project titled 'Clube de Cinema de Campanhã' —
as part of the Active Citizens Fund, supported by the EEA Grants and
implemented by the Calouste Gulbenkian Foundation in consortium with the
Bissaya Barreto Foundation. Local to regional in scope, the project focuses
on the territory of Campanhã, situated in the oriental part of Porto, known
to be the most socially deprived and vulnerable area within the city. In late
years, this parish council has been heavily affected by intensive
deindustrialisation, urban decay, severe unemployment, poverty and, hence,
social stigmatisation (Alves, 2008; Guerra, 2000; Pereira, 2017).
Furthermore, as shown by the 2021 census, it is the area of Porto with the
highest decrease in population when compared to 2011's data, scoring a
variation of -9,1%.CCC is an action-research project hoping to fight,
deconstruct and in a way reconsider some of these social and political
phenomena, through the mobilisation of cinema as a privileged tool to bring
about change and debate. Its main target audience includes young students
of Campanhã, namely those in high school ages, as well as institutionalised
teenagers — while also reaching out for the broader educational community
and local associations, aside from family networks, key political actors, and
other reference figures. The main goal of CCC is, therefore, to establish a
cinema club that is local in scope and collaborative by nature. Recent studies
show how projects involving cinema in school contexts often fall victims to
the shortcomings of traditional pedagogy — proving themselves unable to
nurture free participation, critical thinking, and dialogue among youngsters
— and tend to obliterate the social and ideological aspects present in movies
(Cunha, 2016). However, when properly addressed, the narratives and
aesthetics of cinema can be of utmost importance to understand the
complexity of life in society (Nascimento, 2019). Via a programming that is
both diverse and adapted to the motivations and aesthetic preferences of its
main target audience, CCC has therefore dynamized weekly school sessions
built around different subjects, as means of rekindling debates about the
political configurations underlying topics such as: active citizenship and
activism; racism and xenophobia; migrations and territory; LGBTQI+
communities; prejudice and discrimination; gender equality; human rights,
among others. As an action-research project, CCC sets in motion a mixed
approach. While rooted on ethnography, with recourse to a field diary and
photographic records, it also encompasses systematic document analysis and
a body of statistical work, besides the application of a questionnaire survey
among students and interviews involving members of the school community.
All in all, CCC aims at contributing to a political, social and artistic awakening
within a core group of young students and the project's broader audience. It
hopes to develop a sustainable model that can be replicated in future
situations — be it in this specific context or in some other socially deprived
territories. With this presentation, CCC's team wishes to advance some
preliminary results of the project and spur further reflection on the topics of
cinema and education, non-formal methods and active citizenship, among
others.
keywords: cinema | non-formal methods | active citizenship | human rights
Alves, S. (2008). A Geografia do Desemprego no Porto. Comunidades e
territórios com maior vulnerabilidade à pobreza e à exclusão social. Cidades-
Comunidades e territórios, 16, 43-67.Cunha, R. P. M. (2016). Cinema e
Educação. Estudos de caso no Brasil e em Portugal. (Tese de doutoramento).
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas. Guerra, P. (2000). Recomposição
espacial e social do tecido urbano portuense - o Bairro do Cerco do Porto
enquanto espaço de análise. Paper presented at the III Congresso Português
de Sociologia. Práticas e Processos de Mudança Social. Nascimento, J. (2019).
Art, cinema and society: sociological perspectives. Global Journal of Human
Social Science: C Sociology & Culture, 19(5).Pereira, M. J. P. (2017).
Participação das crianças em territórios de exclusão social: possibilidades e
constrangimentos de uma cidadania infantil ativa.
Tânia LEÃO é doutorada em Sociologia com especialização em Cidades
e Culturas Urbanas pela Faculdade de Economia da Universidade de
Coimbra (FEUC). Os seus projetos de mestrado e de doutoramento
centraram-se no estudo dos públicos de festivais de cinema portugueses. É
investigadora integrada do Instituto de Sociologia da Universidade do Porto,
investigadora principal no Observatório Social de Vila Nova de Gaia, e
coordenadora científica do projeto “Clube de Cinema de Campanhã”
(financiado pelos EEA Grants). Integra a Associação de Investigadores da
Imagem em Movimento (AIM) e a European Network for Cinema and Media
Studies (NECS). Colabora frequentemente com festivais e mostras de
cinema, sua área de investigação preferencial.
Gil FESH, investigador do Instituto e Sociologia da Universidade do Porto
e do Centro de Estudos de Sociologia e Estática Musical. É mediador do
Clube de Cinema de Campanhã.
Beatriz LACERDA, Clube de Cinema de Campanhã. Mestranda na
Faculdade de Letras da Universidade do Porto e animadora/mediadora.
Do Festival Hip-Hop Konsienti à Kubaka: rap e
(re)construção de uma identidade de resistência e
emancipação
Redy Wilson LIMA - Instituto Superior de Ciências
Jurídicas e Sociai - Cabo Verde / CEsA/CSG/ISEG-UL
Resumo
Em 2010, no início do meu trabalho etnográfico junto de grupos de jovens
armados na cidade da Praia, em Cabo Verde, percebi que o rap se tinha
transformado num instrumento de comunicação privilegiado dos jovens sem
direito à palavra inseridos num sistema sociopolítico e económico desigual.
Com o seu estudo, a partir desse período, começou a ficar evidente que
proporcionou igualmente a estes jovens uma plataforma transnacional e pan-
africana de reivindicação que os permitiu produzir uma auto-reflexão
enquanto sujeitos políticos e ler criticamente o contexto social, político e
económico onde estão inseridos. Do mesmo modo, possibilitou a
contextualização histórica da sua existência e a transição para o espaço
público dos discursos infrapolíticos das ruas dos territórios em resistência.
Com esta comunicação pretendo, por um lado, analisar a experiência do rap
enquanto movimento social a partir dos trabalhos desenvolvidos pela
Associação Djuntarti, entre os anos de 2008 e 2010, na cidade da Praia e, por
outro, com foco na realização da residência artística do hip-hop Kubaka, no
ano de 2020, na cidade do Mindelo, discutir a legitimidade da pesquisa
científica no processo de auto-consciencialização e emancipação
sociopolítica.
keywords: rap | movimentos sociais | jovens | Cabo Verde
Abstract
In 2010, at the beginning of my ethnographic fieldwork with groups of armed
youths in the city of Praia, Cabo Verde, i realized that rap had become a
privileged communication tool for young people without the right to speak,
inserted in an unequal socio-political and economic system. With their study,
from that period onwards, it became evident that it also provided these
young people with a transnational and pan-African platform of claim that
allowed them to produce self-reflection as political subjects and to critically
read the social, political and economic context. where they are inserted.
Likewise, it enabled the historical contextualization of its existence and the
transition to the public space of the infrapolitical discourses of the streets of
the territories in resistance. With this communication i intend, on the one
hand, to analyze the experience of rap as a social movement from the work
developed by Associação Djuntarti, between 2008 and 2010, in the city of
Praia and, on the other hand, focusing on the realization of the artistic
residency of hip-hop Kubaka, in the year 2020, in the city of Mindelo, to
discuss the legitimacy of scientific research in the process of self-awareness
and sociopolitical emancipation.
keywords: rap | social movements | youth | Cape Verde
Barros, Miguel De.; Lima, Redy Wilson. Rap Kriol(U): O Pan-Africanismo De
Cabral na música de intervenção juvenil na Guiné-Bissau e em Cabo-Verde.
REALIS – Revista de Estudos AntiUtilitaristas e PosColoniais, vol. 2, n. 2, p.
89-117, 201Charry, Eric. A Capsule History of African Rap. In: Charry, Eric
(Ed.). Hip-Hop Africa: New African Music in a Globalizing World.
Bloomington: Indiana University Press, p. 1-25, 2012.Diouf, Mamadou.
Engaging postcolonial cultures: african youth and public space. African
Studies Review, vol. 46, n. 2, p. 1-12, 2003.DziewanskI, Dariusz. From East
Harlem to Cape Town: Tupac Shakur’s legacy as a globalised oppositional
repertoire. Ethnography, n. 0, p. 1-22, 2020. Filho, Lindolfo. Hip hopper:
tribos urbanas, metrópoles e controle social. In: PAIS, José Machado; BLASS,
Leila Maria da Silva (Orgs.). Tribos urbanas: produção artística e identidades.
Lisboa: ICS, p. 145-167, 2004.Kelley, Robin. Foreword. In: Basu, Dipannita
and Lemelle, Sidney (Eds.), The vinyl ain’t final. Hip hop and the globalization
of black popular culture. London: Pluto Press, p. xi-xvii, 2006.Lima, Redy
Wilson. “Jovens, processos identitários e sociedades em movimento: um
olhar sócio-antropológico sobre a emergência dos movimentos juvenis
identitários na cidade da Praia, Cabo Verde”. Africa Development (Dossiê
African Youth and Globalization), vol. XLV, n. 3, pp. 97-120, 2020 Lima, Redy
Wilson. “Di kamaradas a irmons: o rap cabo-verdiano e a (re)construção de
uma identidade de resistência”. Tomo (Dossiê: Juventudes, Decolonialidades
e Estéticas Insurgentes), n. 37, pp. 47-88, 2020Lima, Redy Wilson. Rappers
cabo-verdianos e participação política juvenil. Revista Tomo, n. 21, p. 263-
294, 2012Martins, Rosana; Lima, Redy Wilson; Barros, Miguel de. Cultura de
rua e políticas juvenis periféricas: aspectos históricos e um olhar ao hip-hop
em África e no Brasil. Revista FAMECOS, v. 22, n. 1, p. 59-80, 2015.Mbaye,
Jenny. Hip-hop political production, in West Africa: AURA and its
extraordinary stories of Poto-Poto children. In: SAUCIER, Paul Khalil (Ed.),
Natives tongues: an african hip-hop reader. Trenton: African Word Press, p.
51-68, 2011.Pardue. Derek. Cape Verde let’s go. Creole rappers and
citizenship in Portugal. Champaign: University od Illinois Press, 2015.Prévos,
André. Postcolonial popular music in France: rap music and hip-hop culture
ih the 1980 and 1990s. In: MITCHELL, Tony (Eds.), Global noise. Rap and hip-
hop outside the USA. Wesleyan University Press, p. 39-56, 2001.Saucier, Paul
Khalil. Introduction. Hip-hop culture in red, black. And green. Saucier, Paul
Khalil (Org.). Natives Tongues: An African Hip-Hop Reader. Trenton:
African Word Press, p. xiii-xxiii, 2011Tang, Patricia. The Rapper as Modern
Griot: Reclaiming Ancient Traditions. In: Charry, Eric (Ed.). Hip-Hop Africa:
New African Music in a Globalizing World. Bloomington: Indiana University
Press, p. 79-108, 2012
Redy Wilson LIMA (redywilson@hotmail.com) é formado em
Sociologia (ULHT e FCSH-UNL, Portugal) e doutorando em Estudos
Urbanos (FCSH-UNL e ISCTE-IUL, Portugal). É investigador não doutorado
do Centro Interdisciplinar de Ciências Sociais da Universidade Nova de
Lisboa - CICS.NOVA.FCSH (Portugal), investigador colaborador do Centro
de Estudos sobre África, Ásia e América Latina - CEsA/CSG/ISEG-ULisboa
(Portugal), membro do Conselho para o Desenvolvimento da Pesquisa em
Ciências Sociais em África - CODESRIA (Dakar) e da Associação Portuguesa
de Antropologia - APA (Portugal) e professor assistente convidado no
Instituto Superior de Ciências Jurídicas e Sociais (Cabo Verde). Desenvolve
pesquisas etnográficas no contexto cabo-verdiano nos campos da sociologia
urbana, sociologia da violência e do crime, sociologia da juventude e
movimentos sociais.
Resonancia feminista: experiencias políticas en
prácticas de tambores
Mercedes LISKA - Universidad de Buenos
Aires/CONICET
Resumen
Esta ponencia presenta un trabajo sobre la experiencia musical y política de
una batucada conformada en el año 2014 que participó de manera activa y
protagónica en diversas actividades vinculadas con las luchas y
reivindicaciones de género y sexualidad libradas en las calles desde el año
2015 a esta parte en la ciudad y provincia de Buenos Aires. Dicha experiencia
se inscribe dentro de un conjunto numeroso de prácticas musicales que en
los últimos años han ido articulando formas de organización social de
mujeres cis, personas no binarias y varones trans a través de la percusión, y
que se convirtieron en espacios que vivencian el feminismo -y el
transfeminismo- a partir de la conexión colectiva con la música. El análisis
propone pensar el proceso artístico y activista de Batuka desde la noción de
resonancia feminista, siguiendo un abordaje etnográfico participante.
keywords: percusión | activismo | género y sexualidad | espacio público
Bieletto-Bueno, Natalia. 2020. “Sonido, vocalidad y el espacio de audibilidad
pública: el caso de la performance `Un violador en tu camina´por las Las Tesis
Senior en el Estadio Nacional de Chile”. Boletín Música 54: 71-91. Cambria,
Vincenzo; Edilberto Fonseca e Laize Guazina. 2016. “Com as pessoas”:
Reflexões sobre colaboração e perspectivas de pesquisa participativa na
etnomusicología brasilera”. En Etnomusicologia no Brasil, ed. Angela
Lühning y Rosâgela Pereira de Tugny, 93-138. Salvador: EDUFBA Citro,
Silvia. 2018. “Pasajes del Ni Una Menos. Reflexiones metodológicas sobre un
ensayo colectivo de performance- investigación”, Claroscuro. Revista del
Centro de Estudios sobre Diversidad Cultural 17: 1-28.Corti, Berenice. 2019.
“Músicas afrobahianas en Buenos Aires. Performance in-corporada de
prácticas de otros”, 291-303. Estudios Afrolatinoamericanos 4, Actas de las
Sextas Jornadas del GEALA-Buenos Aires. De Lauretis, T. 1992 [1984].
Alicia ya no: feminismo, semiótica, cine. Valencia: Universitat de Valè.
Delgado, Manuel. 2013. “Artivismo y pospolítica. Sobre la estetización de las
luchas sociales en contextos urbanos”. Cuaderns-e 18 (2): 68-80.Drott, Eric.
2017. “Musical Contention and Contentious Music; or, the Drums of Occupy
Wall Street”. Contemporary Music Review (noviembre), DOI:
10.1080/07494467.2017.1402461: 1-19. Expósito, Marcelo, Jaime Vindel y
Ana Vidal. 2012. “Activismo artístico”. En Perder la forma humana. Una
imagen sísmica de los años ochenta en América Latina, 43-50. Madrid: Museo
Reina Sofía.Fraser, Nancy. 2019. ¡Contrahegemonía ya! por un populismo
progresista que enfrente al neoliberalismo. Buenos Aires: Siglo XXI.Gago,
Verónica. 2019. La potencia feminista. O el deseo de cambiarlo todo. Buenos
Aires: Tinta Limón.Herschmann, Micael; Cíntia Sanmartin Fernandes. 2014.
Música nas ruas do Rio de Janeiro. São Paulo: Intercom.Lagarde y de los Ríos,
Marcela. 2012. El feminismo en mi vida. hitos, claves y topías. gobierno del
distrito federal. Ciudad de México: Instituto de las mujeres del Distrito
Federal.Liska, Mercedes y Alejandro Liska. 2020. Relevamiento Estadístico
de la Actividad Musical. Análisis del Registro Único de Personas Músicas con
perspectiva de Género. INAMU-Instituto Nacional de la Música: 1-42:
https://inamu.musica.ar/observatorio-primer-informe.____. 2018. Entre
géneros y sexualidades. Tango, baile y cultura popular. Buenos Aires: Milena
Caserola. McReynolds-Pérez, Julia y Michael O´Brien. 2020. “Doing Murga,
Undoing Gender Feminist Carnival inArgentina”. GENDER & SOCIETY, vol.
34 nº 3, (junio): 413–436. Osorio, Javier. 2019. “Acerca de los paisajes sonoros
de la acción política”. Manuscrito no publicado. Acompaña el programa
“Atravesando el paisaje sonoro de la protesta”. Playlist. 1:40 min. En
Archive: https://archive.org/details/paisajesonorodelaprotesta Richard,
Nelly. 2013. “Lo político en el arte: arte, política e instituciones”. Santiago
de Chile. ARCIS University: https://hemi.nyu.edu/hemi/es/e-misferica-
62/richard Rovetto, Florencia. 2015. “Violencia contra las mujeres,
comunicación visual y acción política en Ni Una Menos y Vivas Nos
Queremos”. Revista Contratexto 1: p. 13 - 34.Sanmartin Fernandes, Cíntia.
2021. “Corpo é comunicação “. En Resistências compartilhadas:
comunicação, liberdade e cidadania, editado por Nair Prata, Sônia Jaconi,
Rodrigo Gabrioti y Genio Nascimento, 189-221.Segato, Rita. 2016. La guerra
contra las mujeres. Buenos Aires: Traficantes de sueños. Titon, J. T. 1992.
“Music, the Public Interest, and de Practice of Ethnomusicology.
Ethnomusicology 36 (3): 315-322.Verzero, Lorena. 2021a. “El presente como
archivo: inscripciones del futuro en el artivismo prepandémico”. Taller de
Letras: 181 – 196.
Mercedes LISKA estudió piano y etnomusicología en el Conservatorio
de Música Manuel de Falla, la Maestría en Comunicación y Cultura y el
Doctorado en Ciencias Sociales en la Universidad de Buenos Aires. Realiza
investigaciones sociales de la música para el Consejo Nacional de
Investigaciones Científicas y Técnicas (CONICET) con sede en el Instituto
de Investigaciones Gino Germani. Da clases en la Universidad de Buenos
Aires y en la Universidad de las Artes.
Cinema, memória e educação: o papel da reflexão
crítica em contexto escolar na descolonização do
conhecimento
Isabel MACEDO - CECS-Universidade do Minho
Rosa CABECINHAS - CECS-Universidade do Minho
Resumo
São inúmeras as iniciativas em todo o mundo que têm contestado os regimes
dominantes e as formas hegemónicas, discursivas e estéticas, de
interpretação do passado colonial. O diálogo e a reflexão crítica no processo
de ensino-aprendizagem podem promover um repensar crítico das imagens
veiculadas sobre o passado colonial e sobre os seus efeitos no presente. Nesta
proposta, entendemos que a reflexão sobre o passado colonial pode
contribuir para a construção de processos alternativos de memória pública.
Repleto de artistas contemporâneos que contestam ativamente as
representações coloniais e a colonialidade duradoura do poder (Mignolo,
2000) através de criações inovadoras, o cinema, em particular, tem um papel
central na descolonização do conhecimento. Filmes como 48 (2011), de
Susana de Sousa Dias, ou Uma memória em três atos (2017), de Inadelso
Cossa, podem contribuir, assim, para uma transformação da memória
pública, estimulando as pessoas a refletir sobre o passado colonial, a violência
vivida, a interrogar as suas visões do passado, do presente e do futuro, a
fomentar o conhecimento mútuo e denunciar expressões de racismo no
mundo contemporâneo, constituindo um importante instrumento de
transformação social. Nesta comunicação apresentamos os resultados de
grupos focais com 38 jovens que frequentam o ensino secundário no norte
de Portugal, realizados em 2020 e 2021. Em estudos anteriores de receção
de filmes nas escolas (Macedo, 2017; Pereira, 2019), verificou-se que os
jovens, sem experiência direta do passado colonial, mobilizam estereótipos
quando refletem sobre as relações interculturais. Reconhecem que o
racismo existe em Portugal, mas não se veem a si próprios como racistas.
Os resultados dos grupos de discussão que iremos apresentar vão de
encontro aos de estudos anteriores. Foram observadas tensões quando se
discutiu a responsabilidade pelas ações apresentadas nos filmes. A questão
da culpa coletiva por ações passadas foi levantada várias vezes e não gerou
consenso entre os estudantes. A maioria dos estudantes refere, ainda, a falta
de conhecimento sobre as experiências dos que viveram no período colonial
e a falta de discussão destes temas no contexto escolar. Estes resultados
indicam que a visualização de filmes e discussões como estas permitem aos
estudantes aprofundar e alargar as suas visões sobre outros discursos e
práticas culturais e também refletir sobre a sua própria identidade,
promovendo a transformação de representações hegemónicas e a
descolonização do conhecimento.
keywords: cinema | educação | memória | descolonização do conhecimento
Abstract
Numerous initiatives worldwide have challenged the dominant regimes and
the hegemonic discursive and aesthetic forms of interpreting the colonial
past. Dialogue and critical reflection in the teaching-learning process can
promote a crucial rethinking of the images conveyed about the colonial past
and its effects in the present. In this proposal, we understand that reflection
about the colonial past can contribute to constructing alternative processes
of public memory. Cinema, in particular, plays a central role in decolonising
knowledge. Through innovative creations, contemporary artists actively
contest colonial representations and the enduring coloniality of power
(Mignolo, 2000). Films such as 48 (2011), by Susana de Sousa Dias, or A
memory in three acts (2017), by Inadelso Cossa, can thus transform public
memory. They stimulate people to reflect on the colonial past the violence
experienced, interrogate past, present and future visions, foster mutual
knowledge, and denounce expressions of racism in the contemporary world,
constituting an important tool for social transformation. Previous studies of
film reception in schools (Macedo, 2017; Pereira, 2019) found that young
people, without direct experience of the colonial past, mobilise stereotypes
when reflecting on intercultural relations. They recognise that racism exists
in Portugal, but they do not see themselves as racist. This paper presents the
results of focus groups with 38 young people attending high school in
northern Portugal, conducted in 2020 and 2021. The focus groups results are
in line with previous studies. Tensions were observed when discussing
responsibility for the actions presented in the films. The issue of collective
guilt for past actions was raised several times and did not generate consensus
among the students. Most students mentioned a lack of knowledge about the
experiences of people who lived in the colonial period and a lack of discussion
of these issues in the school context. These results indicate that film viewing,
and discussions allow students to deepen and broaden their views on other
cultural discourses and practices and reflect on their own identity, promoting
the transformation of hegemonic representations and the decolonisation of
knowledge.
keywords: cinema | education | memory | knowledge decolonisation
Macedo, I. (2017). Migrações, memória cultural e representações
identitárias: a literacia fílmica na promoção do diálogo intercultural. Tese de
Doutoramento em Estudos Culturais, Universidade do Minho, Braga.
Mignolo, W. D. (2000). Local histories/global designs; coloniality, subaltern
knowledges and border thinking. Princeton, Princeton University Press.
Pereira, A. C. (2019). Alteridade e identidade na dicção cinematográfica em
Portugal e em Moçambique. Tese de Doutoramento em Estudos Culturais,
Universidade do Minho, Braga.
Isabel MACEDO é doutorada em Estudos Culturais pela Universidade
do Minho e Universidade de Aveiro, na área da Comunicação e Cultura. É
investigadora do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade e integra
várias associações nacionais e internacionais na área da comunicação, da
educação e da cultura visual.
Rosa CABECINHAS é docente no Instituto de Ciências Sociais da
Universidade do Minho e investigadora do Centro de Estudos de
Comunicação e Sociedade, onde desenvolve investigação de natureza
interdisciplinar articulando as áreas da memória social, representações
sociais, identidades sociais, discriminação social, comunicação e diversidade.
Abordagens somáticas para construção de um
corpo sensível
Marina Campos MAGALHÃES - UL / UFRJ
Resumo
Essa comunicação visa o compartilhamento de uma proposta de intervenção
para cursos de formação em dança na qual pretende-se a construção de uma
anatomia experiencial baseada nos preceitos de práticas de educação
somática em comunhão com os conhecimentos científicos acerca do corpo
e do movimento humano. A proposta partiu de uma pesquisa no âmbito do
Doutoramento em Artes da Universidade de Lisboa em regime de cotutela
com Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), no qual foram
investigadas quatro instituições de ensino nas cidades de Lisboa e no Rio de
Janeiro, nomeadamente, na Faculdade de Motricidade Humana e na Escola
Superior de Dança, em Portugal, e na Faculdade Angel Vianna e a
Universidade Federal do Rio de Janeiro, no Brasil. A questão que surge dessa
investigação questiona como é possível, por meio de abordagens somáticas,
fazer nascer um outro corpo, um outro artista. Propõe-se uma visita aos
preceitos dessas técnicas em comunhão com experiências artistas em vista
da construção de um corpo sensível.
keywords: educação somática | dança | corpo sensível | anatomia experiencial
Eddy, Martha. (2016). Mindful Movement: The Evolution of the Somatic Arts
and Conscious Action. Chicago: Intellect Ltd.Fortin, Sylvie. (1995). Toward
a new generation: Somatic dance education in academia. Impulse: The
journal of dance science, Medicine, and Education, 3(4), 253-262.Fortin,
Sylvie. (1998). Quando a ciência da dança e a educação somática entram na
aula técnica de dança. Pro-Posições, 9 (2), 79-95.Fortin, Sylvie. (1999).
Educação somática: Novo ingrediente da formação prática em dança. Márcia
Strazacappa (Trad). Cadernos do GIPE-CIT, 2, 40-55. Fortin, Sylvie. (2002).
Living in Movement: development of somatic practices in different cultures.
Journal of Dance Education, New Jersey, National Dance Education
Organization, 2(4), 128-136.Godard, Hubert. (1994). “Le geste manquant”.
IO, Revue de psychanalyse n°5. Ramonville St Agne, ERES.Godard, Hubert.
(2005). Gesto e Percepção. In Roberto Pereira & Silvia Soter (Orgs). Lições
de Dança 3. Rio de Janeiro: UniverCidade.Godard, Hubert. (2006). Olhar
Cego: entrevista com Hubert Godard, por Suely Rolnik. In Rolnik, Suely
(Org). Lygia Clark: da obra ao acontecimento. São Paulo: Pinacoteca do
Estado, 73-79. Green, Jill. (2018). Coreografando uma virada pós-moderna: o
processo criativo e a somática. Diego Pizarro (Trad). Vazantes, 2(2), 18-
28.Hanna, Thomas. (1972). Corpos em Revolta: A evolução-revolução do
homem do século XX em direção à cultura somática do século XXI. Rio de
Janeiro: Mundo Musical.Hanna, Thomas. (1979). The Body of Life. New York:
Alfred A. Knopf.Quilici, Cassiano. (2015). O ator-performer e as poéticas da
transformação de si. São Paulo: Annablume.Strazzacappa, Márcia. (2012).
Educação Somática e artes cênicas: Princípios e aplicações. Campinas:
Papirus.
Marina Campos MAGALHÃES, autora do livro “Grupo Teatro do
Movimento: um gesto expressivo de Klauss e Angel Vianna na dança
brasileira” (Gramma, 2019), é doutoranda em Artes Performativas pela
Universidade de Lisboa em cotutela com Universidade Federal do Estado do
Rio de Janeiro e bolsa de financiamento da FCT. Mestre em Artes Cênicas
pela UNIRIO, possui Licenciatura em Dança e Pós-graduação em Preparação
Corporal nas Artes Cênicas, pela Faculdade Angel Vianna. Coordenou a pós-
graduação em Preparação Corporal nas Artes Cênicas da Faculdade Angel
Vianna, onde também lecionou as matérias "Conscientização do
Movimento", "Dança Contemporânea" e "Introdução à metodologia Angel
Vianna" (de 2013 a 2017). Foi professora convidada da Escola Superior de
Dança na matéria “Dança contemporânea” (2018-2019) e do curso de
graduação em Artes Cênicas da UNIRIO na matéria “Movimento e
Percepção” (2017). Desde 2018, é professora da Escola Inimpetus de
Formação de Atores.
Cultura e arte numa cidade em revolução. O
projeto cultural das comissões de moradores de
Coimbra (1974-1976)
Pierre MARIE - CES-Universidade de Coimbra
Resumo
No dia 25 de Abril de 1974 a queda do regime autoritário abriu um novo
período na história contemporânea portuguesa. Durante dois anos um
processo revolucionário de grande escala contribuiu para a definição do
regime democrático português. Nos diversos setores da sociedade surgiram
movimentos sociais e novas formas de organização popular. Neste contexto
as comissões de trabalhadores e de moradores tiveram um papel
fundamental nas resoluções dos problemas vividos pelas populações. Com a
presente comunicação pretende-se analisar o conteúdo cultural das
iniciativas das comissões de moradores em prol do direito à cidade, focando
o estudo na cidade de Coimbra. Ao longo do processo revolucionário o
espaço da cidade de Coimbra foi marcado pelos movimentos sociais urbanos.
Mais de 80 comissões de moradores surgiram no concelho durante este
período para dar voz às reivindicações da população. Numa cidade em
revolução, a arte constituiu uma parte integrante dos movimentos sociais.
Se a questão da habitação foi central, um projeto cultural e educativo
representou um pilar fundamental para a aprendizagem da democracia.
Estas reivindicações culturais permitiram esboçar um projeto político
alternativo de “poder popular” assente num socialismo de base. A cultura e
a arte invadiram as ruas da cidade, slogans e pinturas murais surgiram nas
suas paredes. Grupos políticos ocuparam prédios devolutos com vista a criar
infantários e associações culturais.Com este trabalho procura-se analisar a
articulação entre os movimentos de moradores e os grupos culturais e
artísticos da cidade (como as seções da Associação Académica de Coimbra),
bem como aprofundar as iniciativas das comissões de moradores locais para
a valorização da cultura popular. A cultura foi assim definida como um meio
para o fortalecimento do poder popular. Este trabalho está sustentado em
investigações em arquivos, principalmente no Centro de Documentação 25
de Abril da Universidade de Coimbra, e na imprensa da época. Apoia-se
também em fotografias e na construção de mapas históricos digitais da
cidade de Coimbra com vista a localizar acontecimentos e movimentos
sociais. Estas ferramentas ajudam a melhor desvendar as articulações entre
a arte, a cultura e as comissões de moradores. A partir do caso de Coimbra,
pretende-se, desta forma, estudar os projetos culturais e políticos que os
movimentos sociais urbanos esboçaram ao longo do processo
revolucionário.
keywords: Coimbra | Comissões de moradores | Cultura | Processo
revolucionário português
Castells M. (1975). Luttes urbaines. Paris: Maspéro.Downs C. (1989).
Revolution at the Grassroots. New York: State University.Hammond J.
(1988). Building Popular Power. New York: Monthly Review.Lefebvre H.
(2012). O Direito à Cidade. Lisboa: Letra Livre.Reis A. (1994). Portugal 20
anos de Democracia. Lisboa: Círculo de Leitores.Rezola M. (2007). 25 de
Abril. Lisboa: Esfera dos Livros.Rosas F. (1999). Portugal e a Transição para
a Democracia. Lisboa: Colibri.Varela R. (2014). História do Povo na
Revolução Portuguesa. 1974-1975. Lisboa: Bertrand.
Pierre MARIE é investigador colaborador no Centro de Estudos Sociais
(CES) da Universidade de Coimbra no âmbito do projeto "25AprilPTLab -
Laboratório interativo da transição democrática portuguesa". É doutorado
em História Contemporânea da Universidade de Coimbra e da Universidade
de Caen - Normandie (França).
Nuevas construcciones identitarias para un modelo
transcultural al femenino
Maria Laura MARINACCIO - Universidad del Pais Vasco
/ Universidad de Foggia
Resumen
El estudio que quiero proponer pretende estimular reflexiones sobre temas
de actualidad, como el papel de la mujer en la sociedad actual entre cine y
ficción, con referencia a los gender y a los estudios culturales. El nivel de
emancipación de las mujeres en los países occidentales ha aumentado mucho
en los últimos tiempos, hasta el punto de convertirse en un modelo utópico
para aquellos países que todavía tienen dificultades para alcanzar este
objetivo. Sin embargo, también en Europa, en muchos ámbitos de trabajo,
el camino hacia el pleno reconocimiento de la igualdad y la igualdad de
derechos todavía no se ha completado completamente. Al examinar la
quadrilogía "La amiga genial" de Elena Ferrante, se quiere analizar el
conflicto de identidad que se desarrolla entre las protagonistas de la novela
y el contexto socio-cultural en el que viven, así como la comunidad de
pertenencia, para descubrir las razones profundas que han determinado,
sobre todo en el sur de Italia (metáfora del sur del mundo)un retraso hacia
el proceso de emancipación y la correspondiente formulación de un
repertorio de estereotipos que han dado lugar a distópicas representaciones
del imaginario femenino.Con referencia a la serie televisiva producida, que
se ha convertido en un éxito televisivo internacional, es posible identificar el
glocalismo como instrumento metodológico para estudiar la obra narrativa
y su transcodificación televisiva. “La amiga genial” se configura como una
obra (en ambas declinaciones) fuertemente local por el enraizamiento de las
historias en el territorio, por una bien definida geografía de los lugares y una
fuerte caracterización lingüística con el uso de formas y expresiones
dialectales; pero al mismo tiempo se desarrolla en sentido global por la
enfatización de aspectos narrativos y estilísticos que representan una óptica
globalizada, como el tema de la centralidad del punto de vista femenino, las
condiciones socio económicas de las clases más humildes relacionadas con la
dinámica familiar son universales, lo que permite compartir y reflejar incluso
a los usuarios más allá de las fronteras nacionales.La capacidad de saber
conjugar estas dos almas y de recomponer a unidad los motivos de
conflictividad sobre expuestos, confiere a la obra rasgos marcadamente
transnacionales superando los cánones específicamente italianos, y capaz de
ser un modelo utópico de referencia en el ámbito artístico en general.Al
adoptar un enfoque imagológico se notará que todo el recorrido de las
protagonistas es la historia del proceso de emancipación femenina, la
manera en que Lila y Lenù consiguen construir su propia identidad en una
sociedad que quiere objetivarlas para estereotiparlas.La conciencia crítica de
las dinámicas que infestan la comunidad de referencia les permite encontrar
ese impulso vital funcional al rescate y a la liberación. La amiga genial se
configura así como una obra que apunta a la formación de un nuevo
imaginario local, global y transcultural.
keywords: papel de la mujer | distópicas representaciones | transcultural
De Rogatis, Tiziana, Elena Ferrante e il Made in Italy. La costruzione di un
immaginario femminile e napoletano. In: Balicco Daniele (a cura di). Made in
Italy e cultura. Indagine sull'identità italiana e contemporanea, Palermo,
Palumbo. - Duranti, Daniela, Le soglie del genere: identità femminile e
modelli semiotici del paratesto editoriale, 2008.- Fusillo, Massimo (a cura di)
Oltre l'adattamento? Narrazioni espanse: intermedialità, transmedialità,
virtualità, Il Mulino 2021.- Gnisci, Armando, Immagini dell’altro. Imagologia
e studi interculturali”. Letteratura comparata, a cura di Gnisci, Mondadori
2002.- Moll, Nora Una questione di identità. L’imagologia contemporanea a
confronto con gli studi postcoloniali”. I Quaderni di Gaia, vol. 11, 1997.-
Murdock, Maureen, IL viaggio dell’eroina, Dino Audino editore 2010.zs-
Puglisi, Gianni e Paolo Proietti, Il grado zero dell’immagine. Sellerio 2008.-
Rivoltella, Pier Cesare, Media education. Idea, metodo, ricerca, La Scuola
2017
Maria Laura MARINACCIO se graduó en 2007 en Letras Modernas
con honores y se convirtió en un especialista en Historia y Crítica de Cine en
la Universidad de Foggia, obtuvo un Máster en la misma Universidad en
Nueva Media y Formación. Posteriormente obtiene la habilitación para la
enseñanza de materias literarias en las escuelas secundarias de primero y
segundo en la Universidad de Módena y Reggio Emilia, en del 2016 es
ganadora del Concurso a cátedra nacional y en del 2017 se especializa con un
Curso de Alta formación en didáctica museo en la Universidad de
Bolonia.Participa como ponente en conferencias internacionales sobre
temas de literatura y cine, publica artículos y artículos para editores
nacionales e internacionales.Actualmente docente de materias literarias en
el Instituto y Liceo tecnológico "Corni" de Módena y doctorada de
investigación en la Universidad del Pais Vasco in cotutela con la Universidad
de Foggia in Letterature comparate.
PhotoVoice exposing multiple, intersectional
marginalizations in a foreign “homeland”
Eduardo MARQUES - Universidade dos Açores
Mieko YOSHIHAMA - University of Michigan-School of
Social Work
António PATRÃO - Instituto de Investigação
interdisciplinar - Universidade de Coimbra
José Luis Fernández-Pacheco SÁEZ - Universidad de
Extremadura
Abstract
This contribution discusses our recent participatory action research project
using PhotoVoice methodology (Wang, 1999; Wang & Burris, 1997) in
Azores, Portugal. This project was aimed at elevating the voices and
perspectives of the marginalized, many of whom had been deported from
the U.S. The project location, Azorean islands, Portugal, is a site of multiple,
intersectional marginalizations for deportees from the USA, who find
themselves at the nexus of the U.S. laws of citizenship, post-911 anti-
terrorist, xenophobic, policies on the one hand, and limited, fragmented
social programs in Portugal on the other. As a participatory action research
project, project goals were multi-fold, and included: Examining, through
photo-taking and group discussions, the deportees’ day-to-day hardships and
structural injustice and discrimination, and their consequences; and
visualizing and communicating the analysis and findings. After the 9/11
terrorist attack in 2001, in the name of national security, increasingly
restrictive laws and policies have been enacted in the USA. and other nations
to control the lives of immigrants and non-citizens (Chishti & Bolter, 2021).
With the expanded list of crimes that trigger deportation, an increasing
number of non-citizens have been deported to their “homeland.” São
Miguel, the largest of the Azorean islands of Portugal, has received an
increasing number of deportees of Portuguese descent from the U.S. They
are Portuguese nationals by birth but spent the vast majority of their lives in
the USA and speak little or no Portuguese. For various reasons, they have
not become U.S. citizens and were deported for mostly minor offences (e.g.,
drug and alcohol violations). Separated from their families and social support
system, deportees find themselves in a country designated as “homeland” by
the U.S. immigration system but is “foreign” to them. Limited and
temporary social welfare services leave many of them homeless and struggle
for survival. In collaboration with a local civil society organization, we
recruited participants; six individuals (5 male and 1 female) took part in the
project, attending an orientation meeting, taking photographs of their lives
and communities, and discussing their life challenges and community
conditions in a group meeting. Their photographs depicted various
manifestations of social exclusion. Collectively, participants and project team
members analysed how mechanisms of social exclusion in the USA, Portugal,
and globally affect their lives, and what socio-political changes are necessary.
Azores-based team member organized two exhibitions to showcase their
photographs taken by the participants. Participants were initially skeptical
and hesitant; however, as they engaged in photo-taking and group meetings,
they found discussions with photographs meaningful, cathartic, and/or
empowering. Drawing on thematic analysis of photographs, we discuss the
challenges faced by deportees in their foreign “homeland” and their desires
and dreams of inclusion and dignity. We also explore the potentialities of
PhotoVoice as an art-based research approach at the nexus of visual and
narrative inquiries, as well as ethical and methodological challenges.
keywords: PhotoVoice | participatory action research | social exlusion and
marginalization
Banks, M. (2001). Visual methods in social research. London: Sage.Chishti,
M. & Bolter, J. (2021, September 22). Two decades after 9/11, national
security focus still dominates U.S. immigration system, Policy Beat.
https://www.migrationpolicy.org/article/two-decades-after-sept-11-
immigration-national-securityCreighton, G., Oliffe, J. L. Ferlatte, O.,
Bottorff, J., Broom, A., & Jenkins, E. K. (2018). Photovoice ethics: Critical
reflections from men's mental health research. Qualitative Health Research,
28(3), 446-55. doi:10.1177/1049732317729137.Evans-Agnew, R., Sanon, M. A.,
& Boutain, D. (2014). Critical research methodologies and social justice
issues: A methodological example using photovoice. In P. N. Kagan, M. C.
Smith, & P. L. (eds.), Philosophies and practices of emancipatory nursing:
Social justice as praxis, Chinn. New York: Routledge.Johnston, G. (2016).
Champions for social change: Photovoice ethics in practice and ‘false hopes’
for policy and social change. Global Public Health, 11(5-6), 799-811.
doi:10.1080/17441692.2016.1170176.Marques, E. (2021). A cidadania através
da fotografia: a utilização do photovoice na promoção dos Direitos Humanos
de pessoas em situação de sem abrigo. Revista Inclusiones, 8
(Especial/Enero–Marzo), 421-34.Papademas, D. (2009). IVSA code of
research ethics and guidelines. Visual Studies, 24(3), 250-57.
doi:10.1080/14725860903309187.Schnettler, B. & Raab, J. (2008).
Interpretative visual analysis. Developments, state of the art and pending
problems. Forum Qualitative Research, 9 (3). https://doi.org/10.17169/fqs-
9.3.1149. Wang, C. C. (1999). Photovoice: A participatory action research
strategy applied to women's health. Journal of Women’s Health, 8, 185‒
192.Wang, C., & Burris, M. A. (1997). Photovoice: Concept, methodology,
and use for participatory needs assessment. Health Education & Behavior,
24, 369‒387.Wang, C. C., & Redwood-Jones, Y. A. (2001). Photovoice ethics:
Perspectives from Flint Photovoice. Health Education & Behavior, 28(5),
560-572.
Eduardo MARQUES, Ph.D., Social Work Lecturer, School of Social
Sciences & Humanities, University of Azores, Ponta Delgada, Portugal.
eduardo.js.marques@uac.pt.
Mieko YOSHIHAMA, Ph.D., Professor, University of Michigan School
of Social Work, Ann Arbor, MI, USA. miekoy@umich.edu.
António PATRÃO, Forest Engineer, Phd Candidate, Instituto for
Interdisciplinary Research, University of Coimbra, Portugal.
antoniopatrao@gmail.com.
José Luis Fernández-Pacheco SÁEZ, Ph.D., Lecturer, University
of Extremadura, Cáceres, Spain. jlfernandezps@unex.es.
O lugar contraditório do artista no neoliberalismo
/The contradictory place of the artist's place in
neoliberalism
Teresa Duarte MARTINHO - ICS-UL
Resumo
O lugar contraditório do artista no neoliberalismo. A diversidade de
profissões e ocupações que materializam a organização do trabalho é uma
dimensão entre as mais reveladoras dos modelos de comportamento,
emoções e valores que formam a subjetividade preconizada pelo
neoliberalismo. No âmbito de uma reflexão sobre o lugar do artista no
neoliberalismo, mostramos nesta comunicação como a figura do artista é
especialmente esclarecedora do ajustamento que a ideologia neoliberal
pressupõe entre a individualidade e os fatores externos. Começamos por
identificar as contradições e constrangimentos que têm vindo a ser
percebidos, no quadro neoliberal, na conjugação de princípios fundacionais
da esfera da arte: expressão, liberdade, inconformismo, flexibilidade.
Focamos, depois, a apropriação pela economia daqueles valores, desde finais
de 1970, com o objetivo de moldar a reorganização económica e social do
trabalho, centrada no individual e coadjuvada por tecnologia cada vez mais
portátil e minimal. A par, aborda-se a transferência e assimilação de lógicas
empresariais pela arte e as confluências e tensões que marcam a relação
arte-empresariado. De seguida, analisa-se um interdito constitutivo do
campo artístico e das trocas simbólicas, o tabu da explicitação em torno da
linguagem e dos valores da economia, mostrando como tem vindo a ser
exposto e descoberto por força dos imperativos da profissionalização,
empregabilidade e concorrência. Sem que houvesse a erosão total daquele
interdito, requer-se aos artistas a gestão hábil da demonstração da
orientação do trabalho pelo alcance de lucro material e reconhecimento, um
processo implicando desigualdades, pois a sua condução depende fortemente
da posse de recursos culturais e financeiros. A importância da ação coletiva
é também cada vez mais percecionada entre artistas, para superar a escolha
entre a performance de agressividade competitiva ou a vida como fuga e
deserção.
keywords: artista | ideologia neoliberal
Abstract
The contradictory place of the artist's place in neoliberalism. The diversity
of professions and occupations that materialize the organization of work is
one of the most revealing dimensions of the models of behavior, emotions
and values that form the subjectivity advocated by neoliberalism. As part of
a reflection on the place of the artist in neoliberalism, we show in this
communication how the figure of the artist is especially illuminating on the
adjustment that neoliberal ideology presupposes between individuality and
external factors. We begin by identifying the contradictions and constraints
that have been perceived, in the neoliberal framework, in the combination
of foundational principles of the art sphere: expression, freedom,
nonconformity, flexibility. We then focus on the appropriation by the
economy of those values, since the late 1970s, with the aim of shaping the
economic and social reorganization of work, centered on the individual and
supported by increasingly portable and minimal technology. At the same
time, the transfer and assimilation of business logics by art and the
confluences and tensions that mark the art-entrepreneurship relationship
are discussed. Next, we analyze an interdiction that constitutes the artistic
field and symbolic exchanges, the taboo of explicitness around the language
and values of the economy, showing how it has been exposed and discovered
due to the imperatives of professionalization, employability and competition.
Without the total erosion of that prohibition, artists are required to skillfully
manage the demonstration of the orientation of the work towards achieving
material profit and recognition, a process implying inequalities, since its
conduct depends heavily on the possession of cultural and financial resources.
The importance of collective action is also increasingly perceived among
artists, to overcome the choice between the performance of competitive
aggression or life as escape and desertion.
keywords: artist | neoliberal ideology
BELFIORE, E., BENNETT, O. (2008), The social impact of the arts. An
intellectual history, Palgrave Macmillan. BELL, J. (1999), What is painting?
Representation and modern art, London, Thames and Hudson. BERGSON,
H. (1990), Matéria e memória (Ensaio sobre a relação do corpo com o
espírito), São Paulo, Martins Fontes. BOURDIEU, P. [1994] (1997), Razões
Práticas. Sobre a teoria da acção, Oeiras, Celta. CHIAPELLO, È. (1998),
Artistes versus managers. Le management culturel face à la critique artiste,
Paris, Métailié. DERESIEWIKSZ, W. (2015), The death of the artist—and the
birth of the creative entrepreneur. The Atlantic Monthly. FREIDSON, E.
(1986), Les professions artistiques comme défi à l'analyse sociologique.
Revue française de sociologie, 27 (3), 431-443.HARVEY, D. (2010), A brief
history of neoliberalism, Oxford, Oxford University Press. HEINICH, N.
(1999), Être artiste. Les transformations du statut des peintres et des
sculpteurs, Klincksieck. HEINICH, N. (2005), L’Elite artiste. Excellence et
singularité en régime démocratique, Paris, Gallimard. HJELDE, K. (2015),
Paradox and potential: Fine Art employability and enterprise perspectives.
Art, Design & Communication in Higher Education, 14 (2): 175-
188.KENNING, D. (2019), Art world strategies: neoliberalism and the
politics of professional practice in fine education, Journal of Visual Practice,
18 (2): 115-131. MARTINHO, T.D. (2020), Artes, curadoria informacional e
reputação na revista Artecapital. In J. L. Garcia et al, O choque tecno-liberal,
os media e o jornalismo, Coimbra, Almedina/ERC.SIMMEL, G. [1903] (2005),
As grandes cidades e a vida do espírito, Mana, 2 (11): 577-
591.STAMENKOVIC, M. (2008), Artist as a role model in neoliberal
economies. L'Observatoire, 33 (1): 71-75.WEBER, M. (1978), Economy and
Society: An Outline of Interpretive Sociology, Berkeley, University of
California Press.
Teresa Duarte MARTINHO é investigadora auxiliar no ICS-
Universidade de Lisboa, onde foi bolseira de pós-doutoramento e bolseira
convidada, de 2012 a 2019. Foi investigadora no Observatório das
Actividades Culturais, entre 1996 e 2011, e trabalhou como jornalista. É
licenciada e doutorada em Sociologia pelo Iscte-IUL Tem investigado
principalmente o setor da cultura, com foco em políticas, profissões e modos
de trabalho, públicos, mediação e consequências da digitalização.
teresa.duartemartinho@ics.ul.pt; 917181333A filiação institucional: ICS-
Universidade de Lisboa.
The Sound of Nonhuman. Body knowledge and
ecological performance as tools to re/think
cohabitation in the era of the environmental crisis
Teresa MASINI - Università Iuav di Venezia
Abstract
«Seeing is believing […] hearing is full of doubt» states Salomé Voegelin,
artist and theorist, in relation to the ontology of the voice. In an era of
unprecedented ecological and climatic crisis such as the Anthropocene,
where a post-anthropocentric thought is rising, it is interested to approach
the nonhuman turn and the cohabitation issue through the concept and
practices of voice and sound. While biologists, geologists and
oceanographers such as Ana Širović work on this matter through a scientific
lens, artists have just started questioning the voice-making of nonhuman
subjectivities as way to re/think multispecies cohabitation in Anthropocene.
This is especially felt by the arts that most take charge of the materiality and
the instance of presence: performing arts. In a political and social situation
of body centrality – now first of all the vector of contagion – such as the one
that is emerging since the beginning of the pandemic, studying contemporary
phenomena through practices of movement and perception is the best way
to make the ecological call not only a theme or an object of study but a real
concept in action, a compositional and operative field of forces able to make
things happen, to undermine gazes, to raise new voices.The speech aims to
present some of the artists, choreographers, performers and dancers who
work on the sound of nonhuman through different aesthetics, hybrid formats
and narratives. Just to name few works in contemporary body practices,
those will be Manuela Infante (Estado Vegetal – 2017; How to Turn to Stone
– 2020), Mette Ingvartsen (The Artificial Nature Project – 2017), Simone
Aughterlony (Biofiction – 2015), DOM- (In the house there is a burning pine
– 2014; The Walking Man – 2015), Ursula Biemann (Acoustic Ocean – 2018),
Shu Lea Cheang (Composting the City, Composting the Net – 2013), and
other environmental works or real natural-cultural itineraries able to create
a contamination between different environments, disciplines and existences.
keywords: nonhuman | ecology | performance | cohabitation
J. Bennet, Vibrant Matter. A Polotical Ecology of Things, Duke University
Press, Durham 2010.I. Caleo, Performance, materia affetti. Per una
cartografia femminista, Bulzoni, Roma 2021.A. Neimanis, Bodies of Water.
Posthuman Feminist Phenomenology, Bloomsbury, London 2019.A. L. Tsing,
The Mushroom at the End of the World. On the Possibility of Life in
Capitalist Ruins, Princeton University Press, Princeton 2015.S. Voegelin,
Listening to Noise and Silence. Towards a Philosophy of Sound Art,
Bloomsbury, London 2010.
Teresa MASINI is a Ph.D. student in Theatre and Environmental
Humanities at Iuav University of Venice. She is mainly interested in new
ecologies, Anthropocene, body knowledge and Performance Studies. She has
a Bachelor of Visual and Multimedia Arts and a Master of Theatre and
Performing Arts.She has learned, studied, worked and traveled with the body
and mind between Venice, Bologna, Istanbul and Reykjavik, as well as in
many other places.
Os corpos dissidentes como fonte identitária e
expressão artivista: o projeto Artcitizenship
João Carlos MARTINS - CICS.NOVA
Ricardo CAMPOS - CICS.NOVA
Resumo
O projeto “Artcitizenship - juventude e as artes da cidadania: práticas
criativas, cultura participativa e activismo” (2019-2022) é um projeto
financiado pela FCT, Fundação para a Ciência e Tecnologia. Através de uma
abordagem qualitativa, procurou investigar um conjunto de dimensões
associadas à participação política, à construção de formas de intervenção e
agência cívica, assim como os recursos (som, imagem, corpo e tecnologia) e
gramáticas criativas (música, artes visuais, performance) que os jovens
escolhiam para exprimir as suas inquietações, as suas lutas individuais e
coletivas. Focou-se nalgumas causas identificadas pelos seus entrevistados,
nomeadamente LGBTQIA+, Feminista, Climática, Antirracista, Educação,
Direitos Humanos, Estudantil e Anticapitalista. Desenvolvemos um processo
de observação etnográfica, assim como uma análise de conteúdo efetuada
com o software MAXQDA a cerca de meia de centena de indivíduos (entre
os 14 e os 40 anos). Observámos que recorrentemente, o corpo
(individualizado ou coletivo), surgia como um elemento determinante na
construção da sua identidade pessoal, particularmente de entre aqueles que
defendiam causas LGBTQIA+, Feminista e Antirracista. Ao mesmo tempo
percebemos que a forma como avaliavam o seu corpo era determinante para
o encontro com outros corpos que passavam por processos semelhantes de
opressão. Este encontro despoleta formas de identidade coletiva, um
conjunto de discursos, narrativas e formas de justificação face a um contexto
de opressão e injustiça comum. Neste momento, os discursos iniciais
individualizados dos agentes são influenciados por outros semelhantes a si,
passando a desenvolver práticas discursivas políticas de índole coletivo. O
corpo passa a ser entendido num sentido duplamente político: como lugar
de opressão, visto como dissidente, não normativo, subalterno,
estigmatizado e alvo de violência e simultaneamente, como dispositivo de
luta política e de passagem à ação (Fausto-Sterling, 2019; Craig, McInroy,
McCready, & Alaggia, 2015; Follins, Walker, & Lewis, 2014; Budgeon, 2003;
Synnott, 2002; Harvey, 2000; Elias, 1993; Butler, 1993; Foucault, 1975).
Identificamos de entre os nossos entrevistados várias expressões artivistas
em relação ao corpo. De entre aqueles que se dedicavam à música,
especialmente ao RAP, os corpos negros eram um elemento de denúncia, de
luta contra o racismo e xenofobia, de reparação de injustiças. Para aquelas
que defendiam causas afro-feministas, o cabelo livre como expressão pessoal
do dia-a-dia, ou como uma performance em práticas artísticas, era uma fonte
de liberdade e expressão ativista. Para as pessoas trans, o corpo é um
elemento em transformação simbólica, mas também física, que deverá ser
contada a outros corpos que poderão estar a passar pelo mesmo processo.
Nesta conferência internacional apresentaremos os resultados finais do
projeto, a importância do corpo enquanto dispositivo de luta e expressão.
Daremos igualmente exemplos de algumas expressões artivistas em que o
corpo é um elemento central.
keywords: artivismo | juventude | cidadania | artes | participação política |
corpo | identidades
João Carlos MARTINS, com o email joaomartins.cf@fcsh.unl.pt, é
Investigador no projeto Artcitizenship. Doutorado em Sociologia e Mestre
em Antropologia Urbana. Atualmente é membro integrado do CICS.NOVA.
Os seus interesses de investigação estão ligados à interceção entre as
questões da Participação, Juventude, Lazer, Sustentabilidade Cultural,
Cidades e Territórios Urbanos.
Ricardo CAMPOS, com o email ricardocampos@fcsh.unl.pt, é
Coordenador do projeto Artcitizenship. Doutorado em Antropologia Visual
e Mestre em Sociologia. Atualmente é membro integrado do CICS.NOVA.
É membro fundador e co-coordenador da Rede Luso-Brasileira de pesquisa
em Artes e Intervenções Urbanas (RAIU), coordenador adjunto do GT de
Cultura Visual da SOPCOM (Associação Portuguesa de Ciências da
Comunicação) e co-editor da revista internacional Cadernos de Arte &
Antropologia. Os seus interesses de investigação estão ligados às questões
em redor da Cultura Visual, Culturas Juvenis, Arte Urbana, Etnografia
Urbana e Media Digitais.
Correr o risco / Run the risk
Juliano MORAES - FBAUP/i2ADS
Resumo
Esta comunicação em Artes Visuais tem como ponto de partida o meu
encontro com a Igreja de São Martinho da Cedofeita, um sólido e conciso
templo românico em pedra maciça, de nave única erguida no século VI. Esta
confluência, marca a minha chegada, um artista oriundo de um ignoto
simbólico comumente chamado de sertão goiano brasileiro, em terras
alhures, de uma nova experiência do deslocamento nas escalas entre o
subjetivo e o histórico, do choque entre meu corpo e o corpo da história
encarnado metaforicamente pelo templo. De um corpo que dá seu
testemunho ao se debater contra o absoluto da arquitetura e se faz
questionar: o que pode o corpo quando jogado contra uma inescrutável
rocha forjada a “fogo frio” do tempo? O que pode o corpo contra o real?
Dessas questões surgiu a performance “Correr o Risco” que trata,
literalmente, de correr riscando ao meio, com um giz vermelho, a Igreja da
Cedofeita no Porto. A ideia é fazer em ato o risco como método criativo,
sob o seu efeito de rasura. O risco busca o apagamento da arquitetura, esse
corpo presentificado do tempo, no mesmo golpe em que se inscreve nela. A
rasura é uma reescrita que, ao se sobrescrever, age como um palimpsesto
ao sobrepor registros temporais. Assim, rasurar é também ressignificar o
objeto. É fazer do risco-rasura o rastro-resíduo de uma escrita que me insere
no tempo e no espaço deste sítio. Como reflexão, o traço assinala o meu
deslocamento entre o local da história portuguesa e a minha região: o sertão
mítico brasileiro, essa antiga alteridade do progresso que ajudou a formar o
imaginário de nação brasileira como lugar de incompletude. Isto é, o
paradoxo representativo do viver em múltiplas temporalidades, habitar um
lá-nem-cá tão característicos das fronteiras, em deriva entre o passado e o
futuro, o arcaico e o moderno, e que nos permite indagar qual o lugar do
sujeito na sua relação com espaço/tempo presente. Propõem-se ainda a
pensar o conceito de “poética das relações” de Édouard Glissant como
experiência e prolongamento das identidades em relação ao outro a partir
da errância e da deriva como método de desconstrução e reconstrução
dessas identidades. Disso resulta uma prática artística que tenha, como
exercício de resistência utópica, o poder de produzir tensões entre as
estruturas de mediação simbólicas e sociais ao real inescrutável que jamais
se ajusta a essas estruturas de reconhecimento. Para surrealistas, é do
intervalo entre as estruturas de mediação e a realidade que se faz surgir a
sur-realidade, uma fratura de onde emerge as possibilidades de criação e
transformação de novos modos de estar no mundo. Como diria George
Bataille, é somente sob o risco do equívoco e do seu próprio fracasso que a
arte pode fazer barreira à homogeneização do mundo. O ato de rasurar é
traçar derivas em busca de novas rotas de fuga que nos permitam redesenhar
novas paisagens, novas formas de vida.
keywords: deriva | performance | tempo | rasura
Abstract
This communication in Visual Arts has as its starting point my encounter
with the Church of São Martinho de Cedofeita, a solid and concise Romanic
temple in solid stone, with a single nave built in the sixth century. This
confluence marks my arrival, an artist coming from a remote symbolic
commonly called the Brazilian Goiás backlands, in elsewhere lands, of a new
experience of displacement in the scales between the subjective and the
historical, of the clash between my body and the body of history
metaphorically embodied by the temple. Of a body that gives its testimony
as it struggles against the absolute of architecture and questions itself: what
can the body do when it is thrown against an inscrutable rock forged by the
"cold fire" of time? What can the body do against the real? From these
questions arose the performance "Run the Risk", which is literally about
running around while scratching in the middle, with a red chalk, the Church
of Cedofeita in Porto. The idea is to take the act of scratching as a creative
method, in its effect of erasure. The risk seeks to erase the architecture, this
materialized body of time, and in the same blow to inscribe itself in it.
Erasure is a rewriting that, by overwriting itself, acts as a palimpsest by
superimposing temporal records. Thus, to erase is also to re-signify the
object. It is to turn the scratch-erasure into the trace-residue of a writing
that inserts me in the time and space of this site. As a reflection, the trace
marks my displacement between the location of Portuguese history and my
home ground: the mythical Brazilian backlands, that ancient alterity of
progress that helped form the imaginary of the Brazilian nation as a place of
incompleteness. That is, the representative paradox of living in multiple
temporalities, inhabiting a there-not-there so characteristic of borders,
drifting between the past and the future, the archaic and the modern, and
that allows us to inquire what is the place of the subject in its relationship
with space/present time. We also propose to think Édouard Glissant’ concept
"poetics of relations" as an experience and extension of identities in relation
to the other from the wandering and the drift, as a method of deconstruction
and reconstruction of these identities. The result is an artistic practice that
has, as an exercise of utopian resistance, the power to produce tensions
between symbolic and social mediation structures and the inscrutable real
that never conforms to these structures of recognition. For surrealists, it is
from the gap between the structures of mediation and reality that sur-reality
emerges, a fracture from which emerge the possibilities of creation and
transformation of new ways of being in the world. As George Bataille would
say, it is only under the risk of equivocation and its own failure that art can
become a barrier to the homogenization of the world. The act of erasure is
to trace drifts in search of new escape routes that allow us to redesign new
landscapes, new forms of life.
keywords: drift | performance | time | erasure
BHABHA, H. O local da cultura. Belo Horizonte: Editora UFMG,
2005BATAILLE, G. O valor de uso de D.A.F. de Sade, 1930.
https://pt.scribd.com/document/391773626/Bataille-O-Valor-de-Uso-de-
DAF-de-Sade. Acesso em novembro de 2021.BATAILLE, G. Documents.
Florianópolis: Cultura e Barbarie Editora, 2018.BATCHELOR, D.; BRIONY,
F.; WOOD, P. Realismo, Racionalismo, Surrealismo: A arte no entre-
guerras. São Paulo: Cosac & Naif, 1998BOIS, Y. A.; KRAUSS, R. E. Formless
– a user`s guide. 2 ed. New York: Zone Books, 1999.DIAS, K. S. Le paysage:
entre le vu et l´invu. Pour une pratique paysagère dans le contidien. 396 f.
(Doutorado) –École Doctorale Arts plastiques, Université Paris I – Sorbonne,
Paris, 2007.FOSTER, H. El retorno de lo real – la vanguardia a finales de
siglo. Madri: Ediciones Akal, 2001.GLISSANT, E. A poética da realção Lisboa:
Editora Sextante, 2011.GLISSANT, E. Introdução a uma poética da
diversidade. Juiz de Fora: Editora UFJF, 2005.HOLLIER, D. Against
architecture – the writings of Georges Bataille. Massachusetts: MIT Press
Edition, 1992.MARIGUELA, Márcio. Psicanálise e Surrealismo: Lacan, o
passador de PolitzerPEIXOTO, N.B. Paisagens urbanas. São Paulo: EDUC;
Editora Senac São Paulo, 2010.SELIGMANN-SILVA, M. O local da diferença
– ensaios sobre memória, arte, literatura e tradução. São Paulo: Editora 34,
2005.SENA, Custódia Selma. Interpretações dualistas do Brasil. Goiânia:
Editora UFG, 2003.SENA, Custódia Selma. Representações, críticas e e
sertões. Goiânia: FCS/UFG, 2013.SOUSA, E. L. A. Escrita das utopias: litoral,
literal, lutoral. Colóquio Internacional Escrita e Psicanálise, UERJ, 24 e 25 de
agosto de 2006.
Juliano MORAES, brasileiro de 49 anos, licenciado em Ciências Sociais
pela Universidade Federal de Goiás - UFG (2001) e mestrado em Poéticas
Contemporâneas pela Universidade de Brasília - UnB (2009). Professor de
Teoria e Processos da Arte Contemporânea pela Faculdade de Artes Visuais
da Universidade Federal de Goiás FAV/UFG e artista plástico desde 1989.
Como artistas, participou da 2ª. Bienal Nacional de Artes de Goiás, 3a. Bienal
do Mercosul, Panorama da Arte Contemporânea Brasília e Bienal das
Américas-CE. Expôs no MAM Rio de Janeiro, MAC São Paulo, Casa das
Rosas-SP, Itaú Cultural-SP, Centro Cultural Banco do Brasil, Centro Cultural
São Paulo, Museu de Arte de Brasília e Fundação Iberê Camargo. Suas
investigações abordam temas como paisagem, região/nação e as relações
entre a arte e a psicanálise, o informe e a arte abjeta. Atualmente cursa o
doutoramento em artes plásticas pela FBAUP e ligado ao
I2ADS.+351910554102 - juliano.art@gmail.com - www.julianomoraes.com
Resistência, festejos populares, Pasolini e trabalhos
de alunos/as de graduação
Fernanda MORAIS - PUC-Rio
Simone FORMIGA - PUC-Rio
Aline JOBIM - PUC-Rio
Resumo
Este trabalho pretende apresentar o desenvolvimento de projetos de
alunos/as do curso de Graduação em Design do Departamento de Artes &
Design da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC-Rio,
executados remotamente no período letivo de 2021.2.A proposta
apresentada à turma partiu do projeto Motirô – o festejo como testemunho,
uma realização do Museu da Pessoa e da PUC-Rio (DHIS – Laboratório de
Design de Histórias) em parceria com universidades e instituições
internacionais que atuaram como agentes multiplicadores. Sua proposta é
registrar e difundir depoimentos de artistas, organizadores, brincantes e
comerciantes que trabalham nos ofícios envolvidos em todas as etapas de
diversos ritos sagrados e profanos com foco nos desafios particulares desse
momento histórico de pandemia COVID19.
(https://acervo.museudapessoa.org/pt/conteudo/colecao/motiro-o-festejo-
como-testemunho-179820). À turma foi apresentada a seguinte atividade:
cada estudante deveria assistir algumas entrevistas e escolher duas que lhes
fossem mais significativas. Para cada entrevista escolhida, deveriam
preencher uma ficha com os dados do/a entrevistado/a e elaborar cinco
questões acerca da fala daquele personagem/festejo, apontando aquilo que
mais havia chamado a sua atenção. Esse material seria o mote para o
desenvolvimento de uma peça gráfica ou um produto representativo para o
tema em questão. Durante a apresentação das escolhas dos
personagens/festejos pela turma pudemos perceber que havia uma temática
que perpassava pela maioria das escolhas: a resistência. As entrevistas
selecionadas relatavam a resistência que esses agentes culturais realizam
para que cada um desses festejos não morra. Outra questão recorrente foi a
recente inserção das mulheres como protagonistas nos festejos e não só
coadjuvantes. Até bem pouco tempo atrás as mulheres só participavam na
retaguarda e não como brincantes e muito menos como organizadoras ou
coordenadoras. Os processos de desenvolvimento de alguns projetos foram
bastante ricos e demonstraram o engajamento dos/as alunos/as com o tema
proposto e com os personagens/festejos escolhidos. Logo, a proposta deste
artigo é apresentar o processo de desenvolvimento de cada um dos cinco
trabalhos escolhidos. Toda a reflexão acerca dos processos de cada proposta
será analisada a partir da teoria da Semiologia da Realidade de Pier Paolo
Pasolini, entre outros textos do mesmo autor. Partindo dessa base teórica,
entende-se a realidade como uma linguagem, e o fazer artístico (e,
analogamente, o fazer no Design) como método de decodificação. Nessa
perspectiva, entendemos que os trabalhos desenvolvidos pelos alunos
compõem o que Pasolini denomina uma linguagem “subjacente”, que muito
tem a dizer a respeito da resistência, não somente a respeito de seus códigos
de representatividade, mas também sobre suas dinâmicas na comunidade.
MOTIRÔ contempla manifestações brasileiras e internacionais devido à
abrangência do tema e dos impedimentos gerados pelo isolamento.
MOTIRÔ é um vocábulo Tupi Guarani que fala de trabalhos grupais e ofícios
coletivos - o que gerou o termo "mutirão". No projeto, a denominação tem
a função destacar nos festejos os seus ofícios e sua dimensão coletiva.
keywords: resistência | semiologia | festejo | cultura popular
Abstract
This work intends to present the development of projects by students of the
Undergraduate course in Design of the Department of Arts & Design of the
Pontifical Catholic University of Rio de Janeiro – PUC-Rio, carried out
remotely in the academic period of 2021.2.The proposal presented to the
class came from the Motirô project – the celebration as a witness, carried
out by the Museu da Pessoa and PUC-Rio (DHIS – Laboratory of Design of
Stories) in partnership with universities and international institutions that
acted as multiplying agents. Its proposal is to record and disseminate
testimonials from artists, organizers, players and traders who work in the
crafts involved in all stages of various sacred and profane rites, focusing on
the particular challenges of this historic moment of the COVID19 pandemic.
(https://acervo.museudapessoa.org/pt/conteudo/colecao/motiro-o-festejo-
como-testemunho-179820).The class was presented with the following
activity: each student should attend some interviews and choose two that
were most meaningful to them. For each interview chosen, they should fill in
a form with the interviewee's data and elaborate five questions about the
speech of that character/festival, pointing out what had most caught their
attention. This material would be the motto for the development of a graphic
piece or a representative product for the theme in question. During the
presentation of the choices of characters/festivities by the class, we could see
that there was a theme that permeated most of the choices: resistance. The
selected interviews reported the resistance that these cultural agents carry
out so that each of these festivities does not die. Another recurring issue was
the recent insertion of women as protagonists in the festivities and not just
supporting actors. Until recently, women only participated in the rear and
not as players, much less as organizers or coordinators. The development
processes of some projects were quite rich and demonstrated the students'
engagement with the proposed theme and with the chosen
characters/festivals. Therefore, the purpose of this article is to present the
development process of each of the five chosen works. All the reflection on
the processes of each proposal will be analyzed from the theory of the
Semiology of Reality by Pier Paolo Pasolini, among other texts by the same
author. Starting from this theoretical basis, reality is understood as a
language, and the artistic making (and, similarly, the doing in Design) as a
decoding method. From this perspective, we understand that the works
developed by the students make up what Pasolini calls an “underlying”
language, which has a lot to say about resistance, not only about its codes of
representation, but also about its dynamics in the community. MOTIRÔ
includes Brazilian and international manifestations due to the scope of the
theme and the impediments generated by isolation. MOTIRÔ is a Tupi
Guarani word that speaks of group work and collective crafts - which gave
rise to the term "mutirão". In the project, the name has the function of
highlighting their crafts and their collective dimension in the festivities.
keywords: resistance| semiology| festivity | popular culture
PASOLINI, Pier Paolo. Empirismo Herege. Lisboa: Assírio e Alvim,
1982.PASOLINI, Pier Paolo. Os jovens infelizes. Antologia dos ensaios
corsários. Brasiliense, São Paulo, 1990.PASOLINI, Pier Paolo. Escritos
Corsários. Editora 34, São Paulo, 2020.DIDI-HUBERMAN, Georges.
Sobrevivência dos Vaga-Lumes. Editora UFMG, Belo Horizonte, 2011.
Fernanda MORAIS é doutoranda em Design pela PUC-Rio; mestre em
Design pela UFRJ; especialista em ilustração pela EINA-UAB (Barcelona);
bacharel em Comunicação Visual pela PUC-Rio. Atua como ilustradora e
designer para literatura infantil.
Simone FORMIGA é Doutora em Arte e Design pela FBAUP com
Certificação de Mérito por ter obtido a melhor classificação do Curso de 3º
Ciclo em Arte e Design no período letivo de 2014/2015; mestre em Design
pela PUC-Rio e graduada em Licenciatura em Artes e Comunicação Visual
também pela PUC-Rio. É professora do Departamento de Artes & Design da
PUC-Rio.
Aline JOBIM é doutoranda, mestre e bacharel em Design pela PUC-Rio.
Trabalha como autônoma com Direção de Arte, Projeto Gráfico e
Ilustração.
Arte viva, cidade viva: a experiência do espetáculo
passeio noturno em Cuiabá/MT- Brasil
Airton de Lacerda NASCIMENTO - Universidade Federal
de Mato Grosso
Maristela CARNEIRO - Universidade Federal de Mato
Grosso
Naiane Silva GONÇALVES - Universidade Federal de
Mato Grosso
Resumo
Esta pesquisa analisa a relação das intervenções de arte públicas com a
ressignificação do espaço urbano, identificando paralelos entre ações
realizadas e os princípios de cidade viva constantes nos escritos de Jacobs
(2000), especialmente o estabelecimento de atrativos para que as pessoas
permaneçam e façam seu constante dos mesmos, assim como quanto a
composição de espaços mistos e multifuncionais, com programações em
diferentes períodos do dia. Quando o espaço urbano dá razão para fazerem
seu uso, essa situação oferece segurança à cidade, visto que ao se utilizarem
do espaço, cria o que Jacobs (200) chama de “olhos para a rua”, onde
convivem moradores locais e os passantes, compondo um espaço vivo e
diversificado. Partindo dessas premissas, tem-se como estudo de caso o
espetáculo Passeio Noturno, performado pelo Grupo Tibanaré de teatro, em
2015, no município de Cuiabá/MT - Brasil. Busca-se, através dessa
observação, identificar características e procedimentos de construção da
obra que estabeleçam relação com os princípios de cidade viva, assim como
registrar os eventuais resultados alcançados pela obra na requalificação dos
espaços, partindo de entrevistas com o citado grupo, pesquisa documental e
relatos de espectadores.O Passeio Noturno é um espetáculo de teatro
itinerante, resultado de uma vivência, iniciada em 2011, na região do centro
histórico da capital mato-grossense, onde buscava-se afastar a ideia de
invasão desse espaço, estabelecendo conexões e afetos com os usuários e
moradores do local, respeitando as particularidades de cada um desses
agentes. Tais princípios adotados vão ao encontro do que conceitua Kaye
(2000) sobre obras artísticas do tipo site-specific, ou seja, “práticas nas quais,
de uma maneira ou de outra, se articulam trocas entre o trabalho de arte e
os lugares nos quais seus significados são definidos” (KAYE, 2000, apud
GERVILLA, 2020 - pág. 50).A peça propunha um percurso pelas ruas do
centro durante a noite, com apoio de um ônibus turístico e trajetos a pé,
passando por vias da região. Mais do que aproveitar a paisagem urbana,
tratava-se de um mergulho no imaginário local, resgatando lendas,
apropriando-se de espaços e monumentos que, naquele horário, encontrar-
se-iam desertos. Nota-se que as estratégicas artísticas do espetáculo, por si
só, subvertem a lógica de utilização daquele espaço, tendo em si
características como a atração de pessoas para horário incomum, a
condução de transeuntes para a ocupação das ruas frequentemente
dominadas pelos automóveis, o resgate a ideia de coletividade e segurança
mesmo em ambientes supostamente hostis. Nesse contexto, o espetáculo,
ainda que de forma ficcional, oferece ao seu espectador uma micro vivência
alinhada ao conceito de cidade viva defendida por Jacobs (2000).Percebe-se,
assim, que, para além das motivações e resultados artísticos da obra, o
espetáculo Passeio Noturno do grupo Tibanaré alcança reverberações
também no campo do pensar a cidade e o urbano, propiciando experiências
e provocando reflexões, lançando um olhar sobre modos de fazer arte que
extrapolam a si mesmos, que promovem afetos entre cidadãos, que nos
reconectam ao nosso território e que nos fazem imaginar que é possível,
realmente, construir novos conceitos de cidade.
keywords: cidade | arte | urbanismo |ocupação
Abstract
This research analyzes the relationship of public art interventions with the
resignification of urban space, identifying parallels between actions carried
out and the principles of a living city contained in Jacobs's writings (2000),
especially the establishment of attractions for people to stay and make their
constant use, as well as the composition of mixed and multifunctional spaces,
with schedules at different times of the day. When urban space gives reason
to use it, this situation offers security to the city, since when using the space,
it creates what Jacobs (2000) calls “eyes to the street”, where local residents
and passersby coexist, composing a living space. and diversified. Based on
these premises, we have as a case study the show Passeio Noturno,
performed by Grupo Tibanaré de Teatro, in 2015, in the city of Cuiabá/MT -
Brazil. It is sought, through this observation, to identify characteristics and
construction procedures of the work that establish a relationship with the
principles of a living city, as well as to record the eventual results achieved
by the work in the requalification of spaces, starting from interviews with the
aforementioned group, documentary research and spectator reports.
Passeio Noturno is an itinerant theater show, the result of an experience,
started in 2011, in the region of the historic center of the capital of Mato
Grosso, where the idea of invading this space was sought to be removed,
establishing connections and affections with users and local residents,
respecting the particularities of each of these agents. These adopted
principles are in line with what Kaye (2000) conceptualizes about site-specific
artistic works, that is, “practices in which, in one way or another, exchanges
between the work of art and the places in which it is articulated are
articulated. their meanings are defined” (KAYE, 2000, apud GERVILLA,
2020, pg.50).The play proposed a route through the downtown streets at
night, with the support of a tourist bus and walking routes, passing through
the region's roads. More than taking advantage of the urban landscape, it was
about diving into the local imagination, rescuing legends, appropriating
spaces and monuments that, at that time, would be deserted. It is noted that
the artistic strategies of the show, by themselves, subvert the logic of using
that space, having in themselves characteristics such as attracting people to
unusual hours, driving passersby to occupy the streets often dominated by
cars, the rescue the idea of collectivity and security even in supposedly hostile
environments. In this context, the show, albeit in a fictional way, offers its
spectator a micro-experience aligned with the concept of a living city
defended by Jacobs. It can be seen, in addition to the motivations and artistic
results of the work, the show Passeio Noturno by the Tibanaré group also
reaches reverberations in the field of thinking the city, providing experiences
and provoking reflections, taking a look at ways of making art that go beyond
themselves, that promote affection between citizens, reconnect us to our
territory imagining new concepts of the city.
keywords: ciyu | art | urbanism |occupation
FONTES, Adriana Sansão. Intervenções temporárias, marcas permanentes:
a amabilidade nos espaços coletivos de nossas cidades. 2009. Tese
(Doutorado em Urbanismo) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo,
Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 2011.
Disponível em <http://intervencoestemporarias.com.br/publicacao/
intervencoes-temporarias-marcas-permanentes-a-amabilidade-nos-espacos-
coletivos-de-nossas-cidades/>. Acesso em 02 de maio de 2021.JACOBS, Jane.
Morte e Vida de Grandes cidades. Tradução Carlos S. Mendes Rosa. São
Paulo: Martins Fontes, 2000.JARCEM, Jefferson. Entrevista. Entrevistadores:
Airton de Lacerda Nascimento; Naiane Silva Gonçalves. Cuiabá – MT. 10
videos. Entrevista concedida à pesquisa Análise do Espetáculo Passeio
Noturno do Grupo de Teatro Tibanaré: um Diálogo Sobre as Relações entre
Arte e Cidade. Jun., 2021.KAYE, Nick. Site-specific Art – Performance, Place
and Documentation. Londres: Routledge, 2000. In: GERVILLA, Lucas Rossi.
Site-specific: trabalhos direcionados para um lugar predeterminado. Revista
Internacional em Língua Portuguesa, N.º 38 (2020): Artes Performativas e
Imagem em Movimento. Associação das Universidades de Língua
Portuguesa (AULP), 2020. Disponível em <http://www.rilp-
aulp.org/index.php/rilp/article/view/112>. Acesso em 02 de maio/2021.
Airton de Lacerda NASCIMENTO é Arquiteto e Urbanista
(UFMT), Tecnólogo em Teatro (UNEMAT). Mestrando em Estudos da
Cultura Contemporânea (UFMT), desenvolvendo pesquisas nas áreas de
arte, cultura e cidades.
Maristela CARNEIRO é a atual coordenadora do PPGECCO-UFMT.
Doutora em História (UFG), é Docente Adjunta lotada na FCA/UFMT. Foi
bolsista PNPD em História (UFMT) e História Regional (UNICENTRO).
Mestre em Ciências Sociais Aplicadas, pela UEPG, licenciada em História e
Filosofia, com especializações em História Cultural e em Epistemologias do
Sul, pelo CLACSO. Dentre seus interesses, destacam-se: Estudos de Gênero,
Estudos Feministas, Pensamento Decolonial, Cultura Visual, História da
Arte, Estudos da Morte e Cemitérios.
Naiane Silva GONÇALVES é graduada em Arquitetura e
Urbanismo e Teatro com ênfase em Cenografia e Figurino, ambos pela
UNEMAT. É mestranda no Programa de Pós- Graduação em Estudos de
Cultura Contemporânea (UFMT). Desenvolve pesquisas sobre o processo de
ocupação das cidades, cultura e periferia.
O Artivismo não se diz, Faz-se! Uma reflexão
baseada nas práticas de streetart
António Monteiro de OLIVEIRA - Centro Estudos
Culturais-ISCAP
Resumo
A apropriação das práticas associadas à streetart ultrapassaram as barreiras
ideológicas, quer no discurso político nacional quer no discurso político
global. Neste debate ideológico podemos constatar duas linhas de
intervenção. A primeira está associada a instituições cívicas partidárias e não
partidárias e, a segunda, assumida pelos próprios writers que, através das
suas intervenções, expressam o seu apoio a determinadas candidaturas ou
projetos políticos. O objetivo do trabalho é contribuir para a reflexão sobre
as consequências dessa apropriação. A partir das intervenções de
±maismenos±, podemos questionar a própria essência do diálogo e do seu
sentido, ao aprisionar a cidade em torno de uma esquina, como que em um
ghetto inverso, e/ou da posteriormente criação de um partido político pleno
de intenções e vazio de conteúdos. Adoto uma abordagem metodológica
qualitativa baseada na Observação e utilizo a Fotografia como técnica de
investigação.
keywords: artivismo | streetart
Abstract
The appropriation of streetart practices overcame ideological barriers, both
in national and in global political discourse. In this ideological debate we can
found two intervention streams. The first is associated with political and non-
political institutions. The second is assumed by the writers themselves who,
through their interventions, express their support for certain candidacies or
political projects. The objective of this work is to contribute to the reflection
on the consequences of this appropriation. Based on ±maismenos±
interventions we can question the very essence and meaning of this dialogue,
by imprisoning the city around a corner, as if in an inverse ghetto, and/or by
the later creation of a political party full of intentions and emptiness of
content.I adopt a qualitative methodological approach based on Observation
and Photography as research technique.
keywords: artivism | streetart
Adbuster Manifesto. Accessed April 2018, printed out and on file by the
author from http://www.adbusters.org/about/, 1.Bird, S., & Vakalis, D. (2011).
Kyle Magee: Ad-busting, exclusion and the urban environment. Southern
Cross University Law Review, 14, 163-183.Bourdieu, P. (1965). Un art moyen.
Essai sur les usages sociaux de la photographie. Les Editions des Minuit,
Paris.Curry-Tash, M. W. (1998). The politics of teleliteracy and adbusting in
the classroom. The English Journal, 87(1), 43-48.Genin, C. (2015). Le street
art : de nouveaux principes ?, Cahiers de Narratologie, 29. Mis en ligne le 08
janvier 2016 (consulté le 06 Août 2019). Glaser, B., & Strauss, A. (1967). The
discovery of grounded theory: strategies for qualitative research. Aldine
Publishing Company, Hawthorne, New York.Guerra, P. (2019). Nothing is
forever: um ensaio sobre as artes urbanas de Miguel Januário±MaisMenos±.
Horizontes Antropológicos, 25, 19-49.Guinard, P., & Margier, A. (2018). Art
as a new urban norm: Between normalization of the City through art and
normalization of art through the City in Montreal and Johannesburg. Cities,
77, 13-20.Januário, M. (2019). Imminent Propaganda: Propaganda and
Political Branding in the Context of a Music and Art Festival. Miguel Januário
And Heitor Alvelos. Semiotics and Visual Communication III: Cultures of
Branding, 42.Lemoine, S., & Ouardi S. (2010). Artivisme art. Edition
Alternatives, Paris. Niziołek, K. (2018). Art as a Means to Produce Social
Benefits and Social Innovations. In Victoria D. Alexander, Samuli Hägg, Simo
Häyrynen, Erkki Sevänen, Eds.: Sociology of the Arts – Art and the Challenge
of Markets, Volume 2: From Commodification of Art to Artistic Critiques of
Capitalism (pp. 117-143). Palgrave Macmillan, Springer Nature, Cham,
SwitzerlandPeck, J., & Tickell, A. (2002). Neoliberalizing space. Antipode,
34(3), 380-404.Riffaud, T & Recours, R. (2016). Le street art comme micro-
politique de l’espace public: entre artivisme et coopératisme. Cahiers de
Narratologie, 30. Mis en ligne le 28 juillet 2016 (consulté le 06 Août
2019).Sandhu, S. (2018). Meet the blind spot: Aktivistische
Strategiekonzepte als Irritation und Inspiration für die strategische
Kommunikation. In Stefan Wehmeier, Dennis Schoeneborn, Eds.:
Strategische Kommunikation im Spannungsfeld zwischen Intention und
Emergenz (pp. 59-82). Springer VS, Wiesbaden.Sequeira, A. (2017). Do
subterrâneo ao turístico: Representações e apropriações da street art.
Seminar Proceedings – Arte Urbana: Rotas de turismo e revitalização das
cidades. Accessed September 2019, printed out and on file by the author
from https://streetartcei.com/index.php/investigacao.Silva, C. (2015) Mais
Menos. Eis O Princípio do Fim. Edição Digital do Jornal i Online 16/11/2015,
Accessed July 2019, printed out and file by the author from
http://www.nytimes.Strauss, A. & Corbin, J., (1990). Basics of Qualitative
Research: Grounded Theory Procedure and Techniques. Sage, Newbury
Park, London.The Splasher Group PAPER3,4,5,6 Accessed October 2018,
printed out and on file by the author from http://www.ionline.pt/.Wang, C.,
& Burris, M. A. (1997). Photovoice: concept, methodology, and use for
participatory needs assessment. Health Education & Behavior, 24(3), 369-
387.Zieleniec, A. (2016). The right to write the city: Lefebvre and graffiti.
Environnement Urbain / Urban Environment, 10, 1-26.
António Monteiro de OLIVEIRA é investigador do Centro de
Estudos Interculturais (CEI) e Professor Adjunto Convidado do ISCAP –
Politécnico do Porto. Doutor em Análise Económica e Estratégia
Empresarial, desenvolve trabalhos no âmbito da Economia Cultural e
Criativa.
Extreme wildfires: a dystopia? Fire Photovoice as a
tool for a utopian wildland fire management
António PATRÃO - Instituto de Investigação
interdisciplinar - Universidade de Coimbra
Eduardo MARQUES - Universidade dos Açores
José Luis Fernández-Pacheco SÁEZ - Universidad de
Extremadura
Mieko YOSHIHAMA - University of Michigan-School of
Social Work
Abstract
In the last two decades wildfires in Portugal have been assuming a
catastrophic expression: higher severity, faster progression, unpredictable
outcomes, great number of deaths (116 persons dead only in 2017, for
instance), larger burned area, intense destruction of territorial
infrastructures and the need to affect higher human and technological
resources to combat. In Portugal, as in other countries around the world,
namely the ones with Mediterranean clime, wildfires represent a serious
treat and a major environmental risk. They occur concurrently (or in
connection) with several other environmental and societal challenges, such
as climate changes, demographic transformations like population aging and
depopulation, social and economic crisis, in a scenario that seems to
represent the expression of multiple correlated dystopias, demanding for
different (or utopian) models of risk management. Regarding wildfires, more
holistic models of wildland fire management that empower communities,
while engaging social actors on wildland fire management and community
development emerge as key points for the solution of this problem. This
conference will be a moment to present part of larger ongoing research that
aims to explore the use of art based participatory methods (photography and
theater) for rural fire management that increases the adaptive capacity of
the community facing extreme wildfires. During 2019 three rural
communities from Mafra municipality (Lisbon region and Tagus Valley),
were involved in a participatory action research, using Photovoice as
method. Through Photovoice the community was invited to have a voice and
use photographs to catalyze personal and community change, confronting
wildland fires. Results suggest that major concerns of persons are centered
on wildland fire prevention and preparedness (distinctively from official
entities that tend to reinforce suppression and technological means of
combat). Overall, results point out to the potentialities of the use of this type
of qualitative/participatory methods on integrated wildland fire
management.
keywords: wildfires | photovoice | wildland fire management | art |
participatory methods
Ager, A., Kline, J. & Fischer, P. (2015). Coupling the biophysical and social
dimensions of wildfire risk to improve wildfire mitigation planning. Risk
Analysis, 35(8), 1393-1407. DOI: 10.1111/risa.12373.Aven, T.; Renn O. (2010).
Risk Management and Governance. Risk, Governance and Society 16.
Springer- Verlag. Berlin Heidelberg.Bachmann, A.; Allgöwer, B. (1999). The
need for a consistent wildfire risk terminology. The Joint Fire Science
Conference and Workshop. Boise. Idaho. E.U.A.Beck, U. (1992). Risk
Society: Towards a new modernity. London: Sage. Carroll, M & Paveglio, T.
(2016). Using community archetypes to better understand differential
community adaptation to wildfire risk. Philosophical transactions B, 371:
20150344. DOI: 10.1098/rstb.2015.0344. Champ, J.& Brooks, J. (2010). The
circuit of culture: A strategy for understanding the evolving human
dimensions of wildland fire. Society and Natural Resources, 23(6), 573-582.
DOI: 10.1080/08941920802129845.Cutter, S., Boruff, B. & Shirley, W. (2003).
Social vulnerability to environmental hazards. Social Science Quarterly, 84,
242–61. DOI: 10.1111/1540-6237.8402002.FAO (2011). Community-based
fire management a review. FAO Forestry Paper 166. Rome: FAO of the
United Nations. Retrieved from http://www.fao.org/3/i2495e/i2495e00.
htmMcCafrey, S., Toman, E., Stidham, M. & Shindler, B. (2013). Social
science research related to wildfire management: an overview of recent
findings and future research needs. International Journal of Wildfire, 22, 15-
24. DOI: 10.1071/WF11115.Paveglio, T. B., Abrams, J. & Ellison, A. (2016).
Developing fire adapted communities: The importance of interactions
among elements of local context. Society & Natural Resources, 29 (10),
1246–1261. DOI: 10.1080/08941920.2015.1132351.Paveglio, T. B., Edgeley, C.
M. & Stasiewicz, A. (2018). Assessing influences on social vulnerability to
wildfire using surveys, spatial data and wildfire simulations. Journal of
Environmental Management, 213, 425-439. DOI:10.1016/j.jenvman.2018.02.
068Pyne, S.J. (2019). Fire a brief history (2 Ed.). Seatle: University of
Washington Press.Pyne, S.J., Andrews, P.L., Laven R. D. (1996). Introduction
to wildland fire (2 Ed.). New York: Jonh Wiley & Sons, Inc.Steelman, T.
(2016). U.S. wildfire governance as a social-ecological problem. Ecology and
Society, 21(4), 3. DOI: 10.5751/ES-08681-210403.Wang, C., y Burris, M. A.
(1994). Empowerment through photo novella: Portraits of participation.
Health Education & Behavior, 21, 171–186.Wang, C., y Burris, M. A. (1997).
Photovoice: Concept, methodology, and use for participatory needs
assessment. Health Education & Behavior, 24, 369–387.Wang, C. C., y
Redwood-Jones, Y. A. (2001). Photovoice ethics: Best practices from the Flint
photovoice project. Health Education & Behavior, 28(5), 560–
572.Yoshihama, M. (2019). PhotoVoice Project: A participatory research and
action in post- disaster Japan. En E. Huss y E. Bos (Eds.), Art in social work
practice: Theory and practice – International perspectives (pp. 57–67).
Routledge.Yoshihama, M. (2021). Visualizing drivers of gender health
disparities: Ongoing participatory action research following the 2011 disaster
in Japan. Social Science & Medicine.Yoshihama, M., y Yunomae, T. (2018).
Participatory investigation of the Great East Japan Disaster: PhotoVoice
from women affected by the calamity. Social Work, 63(3), 234– 243.
António PATRÃO, Forest Engineer by University of Lisbon. Pos-
graduated in Social Dynamics, Natural and Technological Risks and Phd
Candidate in “Territory, Risk and Public Policies”, thesis “With fire: a
community based fire management program.”, by University of Coimbra.
Fire Specialist at Portuguese Institute for Nature Conservancy and Forests,
with international experience on fire prevention, prescribed fire and
community based fire management (Europe, USA, Ásia). National
prescribed fire certified and firefighter type 2 FFT2/USA.
Eduardo MARQUES, Assistant Professor, Department of Social and
Human Sciences, University of Azores, Portugal.
José Luis Fernandez-Pacheco SÁEZ, Social Researcher and
Lecturer, Department of Psychology and Anthropology, University of
Extremadura, Spain.
Mieko YOSHIHAMA, Professor, School of Social Work, University of
Michigan, USA.
Fragmentos e ligações: a memória criativa do
corpo em tempos da Covid-19. Dança contextual
com jovens no espaço público
Ana Moya PELLITERO - CHAIA / Universidade de Évora
Resumo
Nesta comunicação apresenta-se um projeto de pesquisa artística
participativa e transdisciplinar no campo das artes performativas (dança
contextual, teatro e performance), e do pensamento teórico (estudos da
paisagem urbana, fenomenologia da perceção do espaço urbano e
património cultural) intitulado Fragmentos e Ligações: a memória criativa
do corpo em tempos da Covid-19, financiado pelo Departamento de Cultura
(Generalitat da Catalunha) (CLT019 / 20/000154), e codirigido por Ana Moya,
pesquisadora do CHAIA (U Évora), e o bailarino, coreógrafo, performer e
diretor de cena Guille Vidal-Ribas. O projeto contou com a elaboração de
uma metodologia pedagógico-artística experimental que integrou atividades
de improvisação de movimento, técnicas performativas do teatro físico e da
dança contextual. Devido às circunstâncias sociais de excecionalidade
decorrentes da crise de saúde da Covid-19, deu-se especial ênfase ao estudo
dos processos de adaptação ambiental e recuperação de uma nova
normalidade no espaço público e nas comunidades urbanas.
Consequentemente indagou-se no papel da memória corporal (Bergson
1896; Schacter 1987; Parviainen, 2002; Taylor 2003; Fuchs 2012) como
ferramenta criativa nos processos de adaptação e resiliência sócio ambiental,
e experimentou-se com o movimento performativo do corpo, e a memória
corporal como ferramenta para definir novas ligações afetivas e relacionais
“corpo-lugar-comunidade”. Este projeto foi desenvolvido e implementado
numa residência artística na associação cultural “Xamfrà, Centre de Música
i Escena del Raval” (Barcelona), e implementado num laboratório artístico
participativo intitulado “Site Dance Raval”, dirigido à participação de jovens
residentes no bairro do Raval (Barcelona). O laboratório decorreu duração
duas semanas, com nove sessões de trabalho intensivas durante o mês de
julho de 2021, e foi inserido no âmbito das atividades culturais de verão do
distrito. Os participantes foram jovens de origem multicultural e alguns deles
em risco de exclusão social, entre eles menores imigrantes não
acompanhados. Estes, com idades compreendidas entre os 14 e os 25 anos,
desenvolveram um trabalho artístico de dança e experimentação
performativa contextual, com trabalho preparatório em sala e exercícios ao
ar livre em oito espaços públicos no bairro. Todas as sessões do laboratório
e o material audiovisual de pesquisa encontram-se no canal Youtube
“Fragments i LLigams”. Este laboratório pertence a um conjunto de outros
quatro laboratórios artísticos participativos realizados durante os anos 2017
a 2021 nos bairros da Mouraria (Lisboa) e do Raval (Barcelona), e formam
parte de uma pesquisa mais abrangente de pós-doutoramento desenvolvida
pela investigadora do CHAIA, com o título A paisagem somática da
multiculturalidade urbana. Identidades, patrimónios, e turismo cultural em
comunidades imigradas nos centros históricos de Lisboa e Barcelona (2016 -
21) (SFRH/BPD/101156/2014), com o objetivo de estudar a identidade e o
património intangível da paisagem urbana multicultural como processo de
construção comunitária, baseado nas experiências corporais performativas e
no intercâmbio multicultural através da transdisciplinaridade das práticas
artísticas participativas (www.somaticlandscape.com). Pesquisa financiada
pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), e os Fundos Sociais
Europeus (Programa Operacional Regional do Alentejo).
keywords: dança contextual | pesquisa artística participativa | memória
corporal | espaço público
Abstract
This communication presents a participatory and transdisciplinary artistic
project in the field of performing arts (contextual dance, theatre and
performance), and theoretical thinking (urban landscape studies,
phenomenology of the perception of the urban space and cultural heritage)
entitled Fragments and Bondings: the creative body memory in times of
Covid-19, funded by the Department of Culture (Generalitat de Catalunya)
(CLT019 / 20/000154), and co-directed by Ana Moya, a landscape researcher
at CHAIA (U Évora), and the dancer, choreographer, performer and stage
director Guille Vidal-Ribas. The project included the development of an
experimental pedagogical-artistic methodology that integrated movement
improvisation activities, physical theatre performative techniques and site-
specific dance. We placed special emphasis on the study of the processes of
environmental adaptation and recovery of new normality in public space and
urban communities, due to the exceptional social circumstances resulting
from the Covid-19 health crisis. Consequently, we inquired into the role of
body memory (Bergson 1896; Schacter 1987; Parviainen, 2002; Taylor 2003;
Fuchs 2012) as a creative tool in the processes of adaptation and socio-
environmental resilience, and we experimented with the performative
movement of the body, and body memory as a tool to define new affective
and relational “body-place-community” bonds. This project was developed
and implemented in an artistic residency at the cultural association “Xamfrà,
Centre de Música i Escena del Raval” (Barcelona), and it was implemented
in a participatory artistic laboratory entitled “Site Dance Raval”, addressed
to the participation of youth living in Raval neighbourhood (Barcelona). The
laboratory lasted two weeks, with nine intensive work sessions during the
month of July 2021, and it was part of the district's summer cultural activities.
The participants were youth of multicultural origin and some of them were
at risk of social exclusion, including unaccompanied immigrant minors.
These young participants, aged between 14 and 25 years old, developed an
artistic work of dance and contextual performative experimentation, with
preparatory work in the classroom and outdoor exercises in eight public
spaces in the neighbourhood. All the sessions and audio-visual research
material can be found on the Youtube channel “Fragments i LLigams”. This
laboratory belongs to a set of four other participatory artistic laboratories
carried out during the years 2017 to 2021 in the neighbourhoods of Mouraria
(Lisbon) and Raval (Barcelona), and they belong to a post-doctoral research
developed by the researcher, entitled The somatic landscape of urban
multiculturalism. Identities, heritage, and cultural tourism in immigrant
communities in the historic centres of Lisbon and Barcelona (2016-21)
(SFRH/BPD/101156/2014), to study the identity and intangible heritage of the
multicultural urban landscape as a process of community construction, based
on performative bodily experiences and multicultural exchange through
transdisciplinary participatory artistic practices
(www.somaticlandscape.com). This research was funded by the Foundation
for Science and Technology (FCT), and the European Social Funds (Alentejo
Regional Operational Programme).
keywords: contextual dance | participatory artistic research | corporal
memory | public space
Bergson, H. (1896) 2005. Matter and Memory. Translated by N.M Paul and
W. Scott Palmer. New York: Zone Books.Fuchs, T. 2012. “The
Phenomenology of Body Memory.” Body Memory, Metaphor and
Movement. Advances in Consciousness Research, edited by A S. Koch, T.
Fuchs, M. Summa and C. Müller, (84): 9-22. Parviainen, J. 2002. “Bodily
Knowledge: Epistemological Reflections on Dance.” Dance Research Journal,
34(1), 11-26. Schater, D. 1987. “Implicit Memory: History and Current
Status.” Journal of Experimental Psychology: Learning, Memory, and
Cognition, 13(3), 501-518. Taylor, D. 2003. The Archive and the Repertoire.
Performing Cultural Memory in the Americas. Durham: Duke University
Press.
Ana M. Moya PELLITERO é investigadora doutorada, no Centro de
História da Arte e Investigação Artística (CHAIA), Universidade de Évora.
Pós-graduada em Intervenção e Gestão da Paisagem para a Dinamização do
Património Natural, Cultural e Turístico pela Universidade Autónoma de
Barcelona (2009). Doutorada em História e Teoria da Paisagem e Cultura
Urbana pela Universidade Técnica de Eindhoven (2007), e Mestre em
Arquitetura pela Escola Técnica Superior de Arquitetura de Barcelona,
Universidade Politécnica de Catalunha. O seu pós-doutoramento A
paisagem somática da multiculturalidade urbana. (2016-2021)
(SFRH/BPD/101156/2014), desenvolvido no CHAIA, estuda a identidade
dinâmica do património imaterial da paisagem urbana nos bairros históricos
de Lisboa (Mouraria) e Raval (Barcelona). Este trabalho envolveu uma
metodologia de pesquisa artística participativa no estudo das experiências
urbanas intercorporais e performativas, e na perceção multisensorial do
espaço junto com a sua representação e produção artística. É autora do livro
La percepción del paisaje urbano (Madrid, Biblioteca Nueva, 2011).
Para lá do Cinema Português: uma análise de
narrativas cinematográficas contra-hegemónicas
Ana Cristina PEREIRA - CES-Universidade de Coimbra
Carla CERQUEIRA - Universidade Lusófona do Porto
Abstract
The ways in which black people are represented in Portuguese cinema have
been widely studied (Macedo 2017; Pereira 2019), but there is a gap in the
exploration of cinematographic narratives produced in counter-public
spheres (Fraser 1990), therefore counter-hegemonic. In different ways,
around the world, an independent and/or peripheral film scene emerges and
illuminates those who produce images outside large urban centers, on the
fringes of large cultural metropolises, and with diverse social origins. This
movement challenges the system of production, circulation, and distribution
of images and also gives rise to a political gesture of disidentification that
allows the proclamation of new identities, sexualities, and otherness. In
Portugal, this movement has been fueled by traditionally silenced voices, by
minority groups, usually immigrants, and by social movements. This artistic
power can affirm new sensibilities and new affections in a growing wave of
questioning of contemporary life's traditional imperial and global molds
(Sales, 2020).Starting from the analysis of works by Vanessa Rodrigues and
Welket Bungué – relating them to a broader universe of national and
international creations – we propose to think about the predominant ethics
and aesthetics in these films. Can we think of a Portuguese Black cinema?
What voices are evidenced in these cinematographic works? What are the
contingencies faced by these productions in the cultural circuit of Portuguese
cinema? What are the financing and circulation strategies of these works?
Which audiences watch these films and how do they dialogue with them? We
argue that, unlike the mainstream discourse that intends to place Portugal
as a European country, racially, culturally, and philosophically, the Black
cinema counter-public sphere is constructed through the triangulation of
influences from alternative models of thought and action, coming mainly
from Brazil, the USA, and several African countries. This political and
ideological difference manifests itself in artistic and epistemological aspects,
constituting a new poetics.
Keywords: Black Cinema | Welket Bungué | Vanessa Fernandes | counter-
public spheres
Fraser, N. (1990). "Rethinking the Public Sphere: A Contribution to the
Critique of Actually Existing Democracy". Social Text, 25/26, 56-80.Macedo,
I. (2017). Migrações, memória e representações identitárias: a literacia
fílmica na promoção do diálogo intercultural. Dissertação de Doutoramento,
Universidade do Minho, Braga, Portugal. Pereira, A.C. (2019). Alteridade e
identidade na ficção cinematográfica em Portugal e em Moçambique.
Dissertação de Doutoramento, Universidade do Minho, Braga,
Portugal.Sales, M. (org.) (2020). At the Margin of the Portuguese Cinema.
Lisbon: Fundação Calouste Gulbenkian.
Ana Cristina PEREIRA é doutorada em Estudos Culturais, pela
Universidade do Minho. Foi investigadora pós-doc no CES-Universidade de
Coimbra, no âmbito do projeto '(De)Othering'; membro do projeto 'À
Margem do Cinema Português: um estudo sobre cinema afrodescendente
produzido em Portugal'. É investigadora colaboradora do CECS-
Universidade do Minho, como membro dos projetos 'CulturesPast&Present'
e 'MigraMediaActs' e Bolseira do projeto 'Network Voices: Women's
participation in development processes'.
Carla CERQUEIRA é doutorada em Ciências da Comunicação.
Atualmente é professora auxiliar na Universidade Lusófona do Porto e
investigadora integrada no CICANT. Tem desenvolvido projetos e iniciativas
na área dos estudos de género, diversidade e média. Foi vice-coordenadora
da secção de Género e Comunicação da Associação Europeia de Investigação
em Educação e Comunicação (ECREA). Faz parte de vários projetos de
investigação, integra a Rede GAMAG (Global Alliance on Media and Gender)
Europa, coordenando a equipa de Research & Policy. Integra também a
direção da APEM - Associação Portuguesa de Estudos sobre as Mulheres.
Slams, saraus e outras performances: juventudes,
artivismos e formas de re-existência em São
Paulo/Brasil
Simone Luci PEREIRA - Universidade Paulista
Silvia BORELLI - PUC-SP
João Marcelo BRAS - Universidade Paulista
Maria Claudia PAIVA - PUC-SP
André QUEIRÓZ - PUC-SP
Resumo
Esta comunicação apresenta alguns resultados da investigação em curso
realizada pelo Grupo de Pesquisa Imagens, metrópoles e culturas juvenis da
PUC-SP no qual atuam os autores desta proposta. O projeto de pesquisa faz
parte da rede internacional de investigação constituída junto ao Consejo
Latinoamericano de Ciencias Sociales - GT CLACSO Infancias y juventudes.
O escopo central da investigação volta-se a ações culturais, políticas e
comunicacionais e aos ativismos dos coletivos juvenis Slam Resistência e
Sarau das Américas na cidade de São Paulo/Brasil. Temos construído ações
e produção de conhecimento crítico em parceria entre os pesquisadores com
estes coletivos, coparticipantes da investigação, privilegiando formas de
pesquisa participativa, cartográfica e de saberes tentaculares (Haraway,
2019). O objetivo da pesquisa é analisar estas experiências político-culturais
e artivistas (Chaia, 2007; Raposo, 2015; Rocha, 2021) destes coletivos,
privilegiando práticas culturais de resistências e re-existência atinentes a
questões migratórias e étnico-raciais, especificamente e em suas
interseccionalidades. As práticas político-culturais e ativistas dos coletivos
colaboram na elaboração de novas esferas públicas, transformando e
extrapolando os limites da noção habermasiana, na medida em que, de
acordo com Mesquita, “agenciam a organização de zonas alternativas e
liberdade de expressão, invertendo espaços já existentes e trabalhando com
outras identidades e socialidades (...) articulando contra-esferas públicas”
(2008, p.11-12).O Slam Resistência (dentro da tradição de Poetry Slam) é um
coletivo originado em 2014, “na sintonia dos protestos, dos movimentos
sociais e do enfrentamento político ativo em defesas culturais/sociais,
socioambientais e contra truculência do Estado”, como afirmam em sua
página do Facebook, buscando “para além das poesias discutir formas de
intervenções socioculturais no meio da Babylônia de concreto”, reunindo-se
mensalmente na Pça Roosevelt (centro de São Paulo). Já o Sarau das
Américas, é um coletivo formado por migrantes oriundos da América Latina
Hispânica que vivem em São Paulo. Reúnem-se no Centro Cultural do
Butantã (zona oeste) e em outras localidades da cidade com diferentes
artistas/ativistas migrantes reformulando fronteiras estabelecidas a partir
da noção do “encuentro” e o do uso do “portunhol” - como ressaltam - na
construção de interculturalidade nos territórios na cidade, em formas de
pertença e modos de estar junto, salientando ainda as desigualdades
presentes em suas experiências e nas diversas formas de viver a cidade de
São Paulo como pessoas migrantes.A base teórica da pesquisa está alinhada
a perspectivas decoloniais e filia-se à tradição de pesquisas latino-americanas
sobre as juventudes voltadas às formas de apresentação e presença
protagonizadas por jovens em contextos urbanos (Reguillo, 2000; Garcia
Canclini et al, 2012; Pereira e Borelli, 2015). Agregando repertórios da
antropologia, dos estudos de performance (Taylor, 2013; Raposo, 2021) e da
comunicação (Pereira et al, 2021), o projeto adota um protocolo
metodológico composto de pesquisa teórica, pesquisa documental e
pesquisa de campo de inspiração etnográfica.Como resultados até o
momento, podemos apontar: a elaboração de formas plurais de re-
existência, entendidas aqui em perspectiva decolonial (Maldonado Torres,
2017; Walsh, 2013; Mignolo, 2015; Albán Achinte, 2007) como experiências
e produções de sentido de grupos minoritários/subalternizados que apontam
para imaginários e práticas decoloniais, abarcando a luta por determinadas
formas de vida e existência cotidiana por vezes fragmentadas e em pequenas
ações, na persistência em determinados modos de vida, na produção
estética/artística, nas formas de sentir, pensar e atuar na contramão de
lógicas hegemônicas, nas múltiplas maneiras de buscar redefinir e
ressignificar a vida e a existência. Percebemos que nessas dimensões
performativas da arte e do ativismo, esboçam-se potentes formas reencenar
corporalidades, identidades e subjetividades em formas de repertórios e
arquivos da cultura (Taylor, 2013), da etnicidade/racialidade, das
ancestralidades e dos pertencimentos territorializados, em que o fazer
político se amplia e se desdobra em novas gramáticas de expressão, seja
ampliando sentidos de cidadania, seja na visibilização de suas pautas, seja nas
utopias e heterotopias (re)inventadas.
keywords: jovens | ativismo | ações político-culturais | re-existência
ALBÁN ACHINTE, Adolfo. Prácticas creativas de re-existencia: más allá del
arte… el mundo de lo sensible. Buenos Aires: Del Signo, 2007.CHAIA,
Miguel. Artivismo – política e arte hoje. Aurora. n.1. 2007. p. 9-11.GARCÍA
CANCLINI, Néstor et al (coord). Jóvenes, culturas urbanas y redes digitales:
prácticas emergentes en las artes, las editoriales y la música. Madri:
Fundación Telefonia, 2012.HARAWAY, Donna. Seguir con el problema:
Generar parentesco en el Chthuluceno. Bilbau/Espanha: Consonni,
2019.MALDONADO-TORRES, Nelson. El arte como territorio de re-
existencia: uma aproximación decolonial. Iberoamérica Social: revista-red
de estudios sociales, n. 8, p. 26-28, 2017. MESQUITA, André. Insurgências
poéticas: arte ativista e ação coletiva (1990-2000). Dissertação (Mestrado em
História). FFLCH- USP. São Paulo, 2008. MIGNOLO, Walter. Trayectorias
de re-existencia: ensayos en torno a la colonialidad/decolonialidad del saber,
el sentir y el crer. (org. por Pedro Pablo Gómez). Bogotá: Universidad
Distrital Francisco José de Caldas, 2015.PEREIRA, Simone Luci et al. São
Paulo como cidade musical? perspectivas de debate a partir de três
experiências de pesquisa. CSOnline – Revista eletrônica de Ciências Sociais.
v.33. 2021. p. 198-222.PEREIRA, Simone Luci e BORELLI, Silvia Helena.
Música alternativa na Vila Madalena: práticas musicais juvenis na cidade.
Fronteiras – Estudos Midiáticos. v. 17, n. 3, 2015.RAPOSO, Paulo. Artivismo:
articulando dissidências, criando insurgências. Cadernos de Arte e
Antropologia. v. 4, n. 2. 2015. p. 3-12.RAPOSO, Paulo. Artivismo: poéticas e
performances (Palestra). 2021. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=G-ekSt5K3hs Acesso em: 23
dez.2021.REGUILLO, Rossana. Emergencia de culturas juveniles: estrategias
del desencanto. México: Editorial Norma, 2000.ROCHA, Rose de Melo (org.)
Artivismos musicais de gênero: São Paulo: Ed. Devires, 2021. TAYLOR,
Diana. O arquivo e o repertório. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2013.WALSH,
Catherine (ed.). Pedagogías decoloniales: Prácticas insurgentes de resistir,
(re)existir y (re)vivir. Tomo II. Quito/Equador: Ed. AbyaYala, 2017. (Série
Pensamiento Decolonial).
Simone Luci PEREIRA é Doutora em Ciências Sociais,
professora/pesquisadora do PPG Comunicação da Universidade Paulista.
Bolsista Produtividade em Pesquisa CNPq. Líder do GP URBESOM –
Culturas Urbanas, Música e Comunicação (UNIP). Pesquisadora do GP
Jovens Urbanos (PUC-SP).
Silvia BORELLI é Livre Docente em Ciências Sociais pela PUC-SP, onde
atua como professora e pesquisadora. Líder do GP Jovens Urbanos.
Coordenadora do GT CLACSO Infancias e Juventudes – Eje Infancias y
juventudes: hegemonías, violencias y prácticas culturales y políticas de
resistencia y re-existencia.
João Marcelo BRAS é Mestre e Doutor em Comunicação pela
Universidade Paulista - UNIP e professor na mesma instituição. Pesquisador
do GP URBESOM – Culturas Urbanas, Música e Comunicação (UNIP).
Pesquisador do GP Jovens Urbanos (PUC-SP).
Maria Claudia PAIVA é Mestre e Doutoranda em Ciências Sociais
pela PUC-SP. Pesquisadora do GP Jovens Urbanos (PUC-SP). André Queiroz
é Mestre e Doutorando em Ciências Sociais pela PUC-SP. Pesquisador do
GP Jovens Urbanos (PUC-SP).
As trincheiras e o FRONT: bastidores criativos de
um média-metragem de dança
Eden PERETTA - UFOP
Bárbara CARBOGIM - UDESC
Cláudio ZARCO - UFOP
Daniela MARA - UFOP
Jefferson FERNANDES - UFOP
Lucas RODRIGUES - UFOP
Marina FREIRE - UFOP
Tatiane ANDRADE - UFOP
Vina AMORIM - UFOP
Resumo
A presente comunicação visa compartilhar alguns fundamentos teóricos e
procedimentos criativos utilizados pelo coletivo Anticorpos - inestigações
em dança (DEART/UFOP/Brasil) na construção de seu último trabalho
artístico: FRONT., um média-metragem de videodança. Neste processo, o
coletivo partiu da imagem trazida pelo coreógrafo Tatsumi Hijikata, criador
da dança butô, de que dançarinos podem ser lapidados como "armas letais
que sonham", para então problematizar as diferentes dimensões culturais
que configuram o corpo social de cada ser humano. Assim as dramaturgias
que compõem, em mosaico, o filme foram tecidas no confronto entre estas
normatizações sociais e os aspectos identitários que configuram cada
dançarino/a, proporcionando ao expectador uma experiência estética que
pulsa entre o íntimo, subjetivo, e o social. Cada um/a, portanto, colocou em
cena as suas questões e seus referenciais, aglutinados pela provocação sobre
quais seriam as suas batalhas cotidianas. FRONT buscou assim construir uma
narrativa imagética fragmentada que desvela a necessidade comum de
enfrentamento e resistência cotidiana no atual contexto obscuro no qual
vivemos. Neste sentido, as imagens sobrepostas revelam de forma sutil
questões sobre racismo, fascismo, homofobia, meio ambiente e
antropocentrismo. No percurso de criação foram utilizados diferentes
procedimentos criativos, com destaque para as "cinco peles" (PERETTA,
2012) e "máscara de posição" (ARAÚJO, 2020), por meio dos quais o/as
dançarino/as ampliaram suas possibilidades de composição e montagem,
desde seus figurinos até as suas dramaturgias.
keywords: processo criativo | dança | vídeo | política
ARAÚJO, Everton L. Outra máscara é possível: percursos rebeldes de corpos
insurgentes. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Teatro,
Universidade do Estado de Santa Catarina. PPGT/UDESC, 2021.DIDI-
HUBERMAN, Georges. Quando as Imagens Tomam Posição: o olho da
História, I. Belo Hozionte: Ed. UFMG, 2017.DIDI-HUBERMAN, Georges. A
imagem sobrevivente: história da arte e tempo dos fantasmas segundo Aby
Warburg. Rio de Janeiro: Contraponto, 2013.DIDI-HUBERMAN, Georges. A
semelhança informe ou o gaio saber visual segundo Georges Bataille. Rio de
Janeiro: Contraponto, 2013.FRONT. Anticorpos - investigações em dança,
2021. 1 vídeo (38m29). Publicado pelo canal UFOP cultura. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=ib5srLI8iOA Acesso em: 10 out.
2021.MICHAUD, PHILIPPE-ALAIN. Aby Warburg e a imagem em
movimento. Rio de Janeiro: Contraponto, 2013.PERETTA, Éden. As cinco
peles: a investigação de si como matriz dramatúrgica no ensino de dança. In
Congresso da Associação Nacional de Pesquisadores em Dança – ANDA,
2012. https://anticorpos.files.wordpress.com/2014/07/as-cinco-peles-anda.pdf
REBECCHI, Marie. Montaggio e metodo. Parigi 1929: Ejzenštejn, Bataille,
Buñuel. In Rivista Syzetesis Vol.1 pp.67-78, 2018. Disponível em
www.syzetesis.it/doc/rivista/ archivio/2018/1/5%20ARTICOLO%20REBECCH
I.pdfWARBURG, Aby. O legado do antigo. Escritos inéditos. Campinas, SP:
Ed. UNICAMP, 2018. v. 1.
Eden PERETTA é artista da dança e Professor Associado do
Departamento de Artes (DEART) e do Programa de Pós-Graduação em
Artes Cênicas da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) no Brasil.
Doutor em Estudos Teatrais e Cinematográficos pelo Departamento de
Música e Entretenimento da Universidade de Bolonha, Itália (2007-2010) e
pós-doutor pela mesma universidade (2018) e pela Escola de Belas Artes da
UFMG (2019, Brasil). Atualmente é coordenador do grupo de pesquisa
(CNPq) HíBRIDA - poéticas híbridas da cena contemporânea e do grupo
Anticorpos - investigações em dança. Pesquisa principalmente o campo da
dança teatral e suas relações com as artes visuais, filosofia e novas
tecnologias, criando obras artísticas construídas nessas interseções
epistemológicas, selecionadas ou convidadas para diversos festivais e eventos
nas Américas e em Portugal.
Art and activism: what's left if not our desire
Isadora PETRAUSKAS - Universidade do Porto
Abtract
Some might say that mixing art and politics is an inadvertence, a slip, a recipe
doomed to pamphleteering and mediocre art. Others claim it is an
inevitability. That all art is political. That art, for being the will to power of
an idea and, for dialoguing with other ideas, becomes political. As far as we
can trace, political art has been problematic. The artist is inherent to the
society in which they inhabit, and consequently the political reality is also
what defines their existence. Today, no matter how society is organized or
your social role in it, it is impossible to escape the political dimension of
everyday life. We learn in somewhat traumatic ways the importance of
politics and being political. Thus, the discussion about political art overflows
the border of art and spills over into the experience itself. Every choice we
make, as artists or not, comes from our understanding of how to relate to
the people and society around us - and that is the most basic definition of
politics. We then admit that not only the artist but every social being
incorporates, among others, the political element, since one cannot speak of
society without speaking of its organization and regulation. It is common,
however, to give the artist the role of social antecedent. Attributing to art
this role of transforming agent, of pioneering. We learn from history that art
is a precursor. That “good art” encourages people to insert themselves in
other contexts and creates new ways of looking at the world, expanding and
reinventing current standards. Indeed, it is impossible to ignore the existing
evidence on the impact of the arts on our society. To this day, artistic
expression has an undisputed place in social activism. It so happens that this
place has become another political battleground, with its contradictions and
particular conflicts. Of course, politics exists wherever there is an
intersection between art and profit, whenever artists are placed in opposite
directions, balancing aesthetics and politically charged issues. But today, on
this battlefield, activism is a valuable currency. And when activist art
becomes a demand from the market, that is, a trend, the difference between
activism and commodity becomes blurred.
keywords: art | activism | desire | capitalism | cooptation | cultural production
2013 - Caygill, H (2013) On Resistance: A Philosophy of Defiance. Londres:
Ed. Bloomsbury academic.1981 - Coli, J. (1995) O que é arte? São Paulo: Ed.
Brasiliense2014 - Downey, A. (2014) Arts and Politics Now. Londres: Ed.
Thames and Hudson Ltd.1994 - Ensemble, C. (1994) Eletronic Disturbance,
The (New Autonomy Series). Nova Iorque: Ed. Autonomedia1985 – Foster,
H. (1985) Against Pluralism. In Recordings Art, Spectacle, Cultural Politics.
Seattle: Ed. Bay Press.1914 - Freud, S. (2014) On Narcissism: An
Introduction. Worcestershire: Ed. Read Books.2017 - Jappe, A. (2019) A
sociedade autofágica: Capitalismo, desmesura e autodestruição. Lisboa: Ed.
Antígona2011 - Krause, A. (2011) Art as Politics: The Future of Art and
Community. Porsgrunn: Ed. New Compass Press.1938 - Lacan, J. (1998) O
estadio do espelho como formador da função do eu. In J. Lacan, Escritos. Rio
de Janeiro: Ed. Jorge Zahar.1979 - Lyotard, J. (1984) The Postmodern
Condition: A Report on Knowledge (Theory & History of Literature).
Manchester: Ed. Manchester University Press.2015 - Marshall, T. (2016)
Prisoners of Geography. Londres: Ed. Elliott & Thompson Ltd.2002 -
Rancière, Jacques (2015)
Dissensus: On Politics and Aesthetics. Londres: Ed.
Bloomsbury Academic.2004 - Rancière, J. (2007) Será que a arte resiste a
alguma coisa? In Lins, D. (org.). Nietzsche, Deleuze, arte e resistência.
Forense Universitária: ed. Prefeitura de Fortaleza. Disponível em:
https://we.riseup.net/assets/94242/versions/1/sera que a arte resiste a alguma
coisa ranciere.pdf; acesso em 08 de abril de 2019.
Isadora PETRAUSKAS is a multidisciplinary artist, researcher and
lecturer, interested in the relationship between art and politics. She has been
recently awarded a PhD by Faculdade de Belas Artes da Universidade do
Porto where she investigated the possibilities of art and resistance in
contemporary times through anti-technical practical works that ‘anyone
could do’. Isadora. Isadora Petrauskas is the only person named Isadora
Petrauskas so far known. She's not on Wikipedia and might never be.
Tá patrão: um estudo sobre trabalho no funk de
São Paulo
Marcos Roberto Mariano PINA - UNICAMP
Resumo
A pesquisa apresentada tem como objetivo principal analisar como se
organizam as relações de trabalho dos músicos que compõem e/ou
interpretam as músicas do estilo musical funk na cidade de São Paulo. O
contato com o público ocorre, sobretudo, por meio de plataformas virtuais
de comunicação e/ou de apresentações ao vivo, em casas de espetáculo e
bailes de rua, chamados de ‘pancadões’ e ‘fluxos’. Analiso como essa estética
e discurso do funk consolidam um mercado do funk, despontando como
alternativa promissora de inserção econômica no cenário da produção
musical para uma parcela de jovens, homens em sua maioria, moradores das
periferias urbanas. Os MCs (como são denominados estes músicos) assumem
uma posição de protagonismo como criadores de tendências, reforçando um
modelo de vida por meio das letras das músicas, cujos enredos gravitam em
torno do incentivo ao consumo de mercadorias de luxo. As músicas projetam
personagens cujas trajetórias estavam antes restritas aos chamados
‘territórios de pobreza’ agora no âmago da sociedade de consumo. O acesso
ao dinheiro assume então um papel como denominador comum, onde as
representações de ‘centro’ e ‘periferia’ se encontram. A partir das discussões
teóricas sobre trabalho artístico e musical, pretende-se analisar os sentidos
que são atribuídos à categoria trabalho no funk de São Paulo, atentando para
influência de diferentes marcadores sociais nas suas trajetórias. A
metodologia empregada qualitativa, contemplando um esforço etnográfico
de acompanhamento das apresentações em casas de espetáculo e bailes de
rua, entrevistas com interlocutores-chave e análise das músicas,
consideradas veículos de representação dos valores que influenciam na
organização cotidiana da atividade.
keywords: funk ostentação | trabalho musical | MCs | mercado do funk
Abstract
This research aims to analyze the work relations of the MCs of the musical
style known as funk ostentação in the city of São Paulo. The MCs are
responsible for the composition and/or presentation of the songs offered to
the final audience through virtual platforms and/or live performances in clubs
and block parties. I analyzed how this specific aesthetic of the funk
ostentation articulates and helps to create the funk music market, which
emerges as a promising work alternative in the scenario of cultural
production for a growing portion of young men living in poor neighborhoods.
The MCs take a leading role as trendsetters, reinforcing a lifestyle through
the lyrics of the songs, whose theme revolves around the incentive of the
consumption of luxury goods, viewed as a measure of individual value. This
songs project characters whose trajectories were previously confined to the
so-called "territories of poverty" now at the heart of brazilian consumer
society, making this access to consumption a common denominator, where
the representations of "center" and "periphery" meet. The starting point will
be the discussion about artistic and musical work, analyzing the meanings of
the work category itself in the funk ostentação circuit. The methodology
used was qualitative, through an ethnographic effort to accompany this
musical shows in clubs and block parties, interviews with key informants and
also analysis of the music produced, considered as legitimate illustrations of
the values that influence the organization of their work.
keywords: funk ostentação | musical work | MCs | funk market
BECKER, H. (2008) Art worlds. Berkeley; Los Angeles; London: University of
California Press.
ELIAS, N. (1995) Mozart: sociologia de um gênio. Rio de
Janeiro: Editora Zahar.
FACINA, A. (2009) Não me bate doutor: funk e
criminalização da pobreza. V Enecult - Encontro de Estudos
Multidisciplinares em Cultura. Faculdade de Comunicação/UFBa, Salvador.
FELTRAN, G. (2011) Fronteiras de tensão: política e violência na periferia de
São Paulo. São Paulo: UNESP.
________. (2013) Sobre anjos e irmãos:
cinquenta anos de expressão politica do "crime" numa tradição musical das
periferias. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, n. 56, pp. 43-72. São
Paulo.
HAMMOU, K. (2015) Rap et Banlieu: Crépuscule d’un mythe?
Informations sociales, v.4, n.190, pp. 74-82. Paris.
HERSCHMANN, M. (2000)
O funk e o hip-hop invadem a cena. UFRJ, Rio de Janeiro.
MATTOS, C.
(2017) O funk proibido como política de integração marginal. In: Bertelli,
Giordano; Feltran, Gabriel (Orgs.). Vozes à margem: periferias, estética e
politica. São Carlos: EDUFSCar.
MENGER, P. (2002) Portrait de l"artiste en
travailleur. Paris: Éditions du Seuil.MIZRAHI, M. (2018) O Rio de Janeiro é
uma terra de homens vaidosos: mulheres, masculinidade e dinheiro junto ao
funk carioca. Cadernos Pagu, n. 52, e185215, Campinas.
PEDRO, T. (2017)
É o fluxo: “baile de favela” e funk em São Paulo. Revista de Antropologia e
Arte. n.7, v.2, p. 115 - 135. Campinas.
PEREIRA, A. (2014) Funk Ostentação
em São Paulo: imaginação, consumo e novas tecnologias da informação e da
comunicação. Revista de Estudos Culturais 1, pp.1- 18, São Paulo.
________.
(2016). Os “rolezinhos” nos centros comerciais de São Paulo: juventude,
medo e preconceito. Revista Latinoamericana de Ciencias Sociales, Niñez y
Juventud, 14 (1), pp. 545-557.
Marcos Roberto Mariano PINA, pesquisador de pós-doutorado em
sociologia na Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP Bolsista da
Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo, FAPESP.
Pesquisador na área de sociologia do trabalho musical, com ênfase no estudo
das produções culturais das periferias urbanas.
"Somos feitas da matéria de que são feitos os
sonhos". Histórias de resistência entre
antropologia e arte
Chiara PUSSETTI - Instituto de Ciências Sociais-UL
Resumo
Através de lentes e linguagens diferentes, entre antropologia e arte, nesta
apresentação irei apresentar os imaginários ideais de beleza e as lutas para
os alcançar recolhidos no curso do trabalho de campo efetuado nos últimos
três anos no âmbito do projeto EXCEL. Em busca da excelência. Na base do
trabalho realizado pelas artistas colaboradoras do projeto EXCEL e das
minhas próprias experiências de ethnography-based art, irei refletir através
da projeção de uma galeria de imagens da busca da perfeição entre desejo e
dor, sobre os padrões hegemónicos do corpo-norma feminino proposto pelos
media, a moda e a publicidade; a violência de padrões estéticos que traduzem
estruturas de desigualdade e diferenciação; e sobre como o diálogo entre
arte e antropologia pode inaugurar novos caminhos de intervenção,
educação e mudança.
keywords: antropologia | arte| ethnography-based art | corpo-norma
feminino | desigualdade | violência
Chiara PUSSETTI is an Auxiliary Researcher at Social Sciences
Institute of the University of Lisbon and PI of the IC&DT FCT project
“EXCEL. The Pursuit of Excellence. Biotechnologies, enhancement and body
capital in Portugal”. Federica Manfredi is a PhD student-fellow at the
University of Lisbon, with a project that explores contemporary extreme
body interventions, such as body suspensions, with co-participated and
experimental methodologies that allow to go beyond a logo-centric logic of
communication. She is interested on practices involving pain, body
modifications and altered state of consciousness. She's a member of EXCEL
project. Isabel Pires is a PhD student in Anthropology at the Social Sciences
Institute of the University of Lisbon. She is part of the research project
EXCEL, where she is dedicated to the task of Ethnic Cosmetic Practices and
Colonial Legacy - investigating the uses of skin whitening products and
"ethnic" plastic surgery in Asian descendants in Lisbon, also linked to her
own PhD research.
CALL FOR ARTISTS Body as a canvas. Guerrilla
fighting against unrealistic beauty standards
Chiara Pussetti - ICS-UL
Federica Manfredi - ICS-UL
Isabel Pires - ICS-UL
Abstract
In our contemporaneous societies, beauty is one of the main female’s
responsibilities. A woman's worth (or who identifies with a female gender) is
based primarily on how close or how far she comes to embodying the ideal.
As a result, women are supposed to conform to the extremely narrow and
well-defined standards of beauty. In the consumer culture, a woman body
offers a powerful canvas on which to paint persuasive portraits of self,
identity, otherness and to construct or critically deconstruct hegemonic
beauty ideals. Aesthetic surgery and aesthetic procedures are a by-product
of the advancement of medical technology, which has particularly
contributed to a new malleability of the body. The almost incessant
possibilities for constant molding and reinventing one’s body provided by
new technologies reinforce the fundamental importance of the body in
processes such as identity-making, self-definition and self-promotion in the
consumer society. Cosmetic professionals as medical doctors - plastic
surgeons, aesthetics doctors, dermatologists or even gynecologists –
beauticians or photographers conceive the body as a malleable canvas on
which they can demonstrate their skill. Depicted as a passive body on the
canvas, the imperfect woman is constructed as a victim. The cosmetic
professional will be her hero, in between a savior and a master-artist who
prepares the patient for the transformation, just as the painter intervenes on
a raw material using canvas and paints, or as what the sculptor does with
marble, the musician with the staves, the photographer with cling films and
the dancer with cleats. THE CALLThe Call for Artist is directed to those who
want/need to manifest assessments using or reflecting about their or others’
“body as canvas”. The call is open for participants aiming to produce art-
based contributions before the workshop or during it. Through the in-person
workshop at CombArt 2022, we will share individual reflections to combine
them in a “Wall of collective Body as Canvas”. Visual art, plastic art, music,
written texts, performances or any other means of artistic expression are
welcome. We invite participants to discuss (1) how the feminine body is
constructed in order to fit with society’s beauty standards, (2) how these
unrealistic ideals can be contested and destabilized, embracing alternative
ideas of beauty, and (3) to critically examine the value society places on
vanity, consumerism and the pursuit of perfection and eternal youth. Body-
projects can comply with or break the rules of the mainstreaming society: in
this artistic workshop we aim to reflect critically on these unrealistic
standards of beauty and their consequences. The product of our synergies,
composed by individual contributions, reactions and common reflections,
will be exposed during the Excel month of activity in Lisbon, from September
15th to October 15th 2022, at the Óriq Gallery as the “Wall of collective
Body as Canvas”.
keywords: experimental anthropology | body | beauty standards
Julia Coffey, Jessica Ringrose. 2016. “Boobs and Barbie. Feminist posthuman
perspectives on gender, bodies and practice”. In: Lynch, J and Rowlands, J
and Gale, T and Skourdoumbis, A, (eds.) Practice Theory and Education:
Diffractive readings in professional practice. (pp. 175-192). Routledge:
London, UK.Noronha, Susana de (2019) “(Un)stitching the memory and the
story of a melanoma: giving a form to forgetfulness between anthropology
and creative ethnographic drawing”, Cadernos de Arte e Antropologia. Vol.
8(2): pp.73-79. Salvador-BA, Brasil: Universidade Federal da Bahia
(UFBA)Nicole Brown. 2019. " Emerging researcher perspectives - Finding
your people-Challenge of developing a creative research methods network”
, International Journal of Qualitative Methods 18:1-3Manfredi, F., 2019.
“Learning to Fly/ A Story Tale for My Three Year Old Son. An
Unconventional Ethnographic Restitution of a Creative Investigation on
Body Suspensions.”, Irish Journal of Anthropology, 22(1), 194-204.
Chiara PUSSETTI is an Auxiliary Researcher at Social Sciences
Institute of the University of Lisbon and PI of the IC&DT FCT project
“EXCEL. The Pursuit of Excellence. Biotechnologies, enhancement and body
capital in Portugal”.
Federica MANFREDI is a PhD student-fellow at the University of
Lisbon, with a project that explores contemporary extreme body
interventions, such as body suspensions, with co-participated and
experimental methodologies that allow to go beyond a logo-centric logic of
communication. She is interested on practices involving pain, body
modifications and altered state of consciousness. She's a member of EXCEL
project.
Isabel PIRES is a PhD student in Anthropology at the Social Sciences
Institute of the University of Lisbon. She is part of the research project
EXCEL, where she is dedicated to the task of Ethnic Cosmetic Practices and
Colonial Legacy - investigating the uses of skin whitening products and
"ethnic" plastic surgery in Asian descendants in Lisbon, also linked to her
own PhD research.
Silencios visuales: experiencia estética de la mirada
en el arte y la protesta social en Art-Less y Take
the Money and Run
José Luis Sánchez RAMÍREZ - Universitat Pompeu Fabra
Resumen
En el ámbito del arte visual, al hablar sobre la composición de las obras se
consideran: los colores, las figuras, las formas, las texturas, los espacios, las
líneas, los puntos de fuga, la técnica, e incluso, la saturación, el ruido, los
vacíos. Parte fundamental de estos elementos, se desarrolla en la
contemplación a través de la mirada y de lo que transmiten, así como la
interpretación del espectador –independientemente a la que el autor le haya
querido otorgar–, es decir, que dentro de una obra de arte, siempre se
genera una disputa por el sentido. La siguiente presentación busca
reflexionar sobre las diversas interpretaciones de las maneras de ver los
vacíos en la obra de arte, para así, explorar la construcción del silencio visual
como una experiencia estética y política. Partimos de la postura de que el
silencio es una práctica social, que no se limita a una sola interpretación, sino
que es polisémica y siempre tendrá distintas formas, modalidades y
significaciones distintas que dependerán del contexto. Algunas de ellas las
encontramos en el lenguaje, así como en expresiones artísticas: la música, en
las artes plásticas, escénicas, audiovisuales, en el cine, en la pintura, en la
arquitectura, en la poesía y también, en la protesta social. En un primer
acercamiento, reconocemos los silencios estéticos como formas voluntarias
de inspiración para dar sentido y creación artística a distintas expresiones
humanas. Los silencios estéticos se llevan a cabo en plena autonomía y
libertad racional del individuo, desde lo afectivo, la sensibilidad y las pasiones;
es decir, a partir del silencio se busca la significación de lo que cada uno de
los artistas quiere comunicar y transmitir como una experiencia estética
colectiva, abierta, plural, sensible de creación, disruptiva, y por lo tanto
política. Es por eso que en el presente trabajo se analizan mediante una
discusión teórica sobre la percepción y la cultura visual, implementando la
metodología hermenéutica de la imagen, fotografías de dos exposiciones
donde se manifiestan los silencios visuales como protesta social: la iniciativa
Art-Less en el Museo Davis del Wellesley College en Massachusetts del 2017;
y la obra Take the Money and Run de Jens Haaning en el Museo de Arte
Contemporáneo Kunsten de Aalborg en Dinamarca del 2021. Así, se resalta
la importancia del silencio visual en el arte, como formas “llenas” de sentido
dentro de los “vacíos” materiales en las prácticas estéticas y políticas de la
protesta social. Es importante reconocer dentro de la composición de una
obra de arte, la saturación de ruido que permite que los silencios visuales
sean actos de insurrección, y en consecuencia, aportan elementos a la
reflexión del entendimiento de los procesos y contextos donde los silencios
estéticos como acción de lo político se manifiesten, ya sea en las calles o en
espacios privados, como los museos, donde los individuos o autores
creadores tienen la oportunidad de re-crearlos y, los espectadores, de
resignificarlos.
keywords: silencios visuales | cultura visual | estética | protesta social
José Luis Sánchez RAMÍREZ (Ciudad de México, 1980), es
Doctorando en Comunicación en la Universidad Pompeu Fabra de
Barcelona. Maestro en Comunicación y Política por la Universidad
Autónoma Metropolitana, Unidad Xochimilco. Licenciado en Sociología por
la misma institución. Cuenta con un Diplomado Internacional en Innovación
en el Sector Público por la Escuela Superior de Administración Pública de
Bogotá, Colombia. Actualmente imparte clases en la Licenciatura en
Comunicación y Medios Digitales en la Universidad del Valle de México y es
investigador dentro del Programa de Apoyo a Proyectos de Investigación e
Innovación Tecnológica en Antropología Política de la Comunicación de la
Facultad de Ciencias Políticas y Sociales de la UNAM. Cuenta con
publicaciones nacionales e internacionales en distintos tópicos. Desde el 2013
se ha dedicado a estudiar el silencio como campo cultural en tensión con el
arte y las prácticas sociales, relacionado a dos factores principales, lo político
y lo estético.Código ORCID: https://orcid.org/0000-0001-5838-2812.
“Cenas do Gueto. Mocho tá na casa”. Etnografias
audiovisuais sobre o quotidiano de um bairro da
periferia de Lisboa
Otávio RAPOSO - CIES-ISCTE
Resumo
A Quinta do Mocho é um bairro emblemático para analisar a relação entre
a influência cultural africana, a marginalização social e as expressões
artísticas que emergem na paisagem pós-colonial portuguesa. Habitada por
mais de 3 mil pessoas, quase todas negras e de origem africana, a Quinta do
Mocho é conhecida pelos media como um dos principais “bairros
problemáticos” da área metropolitana de Lisboa. Este rótulo foi construído
na suposta relação dos seus jovens residentes com a delinquência, bem como
através de representações distorcidas que apontam os bairros sociais como
territórios incivilizados e “sem cultura”. No entanto, a crescente
importância das produções culturais originadas na Quinta do Mocho está a
conferir-lhe uma nova visibilidade capaz de subverter estereótipos.
Reconvertida simbolicamente em território de arte e cultura, este bairro
transformou-se numa das maiores galerias de street art a céu aberto da
Europa, sendo também associado a géneros musicais inovadores, como é o
caso do rap crioulo e da batida. Trata-se de um bairro em que a sociabilidade
de rua, a diversidade cultural e o acesso aos novos dispositivos digitais, como
telemóveis e computadores pessoais, têm possibilitado insights criativos
geradores de novas estéticas, estilos de vida e formas de resistir à
marginalização social. São estes os fenómenos que o projeto audiovisual
“Cenas do Gueto. Mocho tá na casa” retrata no seu conjunto de 27 micro-
documentários etnográficos, realizados no âmbito do projeto
ArtCitizenship. Das vendedoras informais que vendem deliciosos quitutes, às
festas de ruas e expressões artísticas da sua juventude, exibirei os
documentários como instrumento de reflexão sobre a potência das práticas
criativas dos moradores da Quinta do Mocho, sem ignorar as inúmeras
desigualdades a que eles estão sujeitos. Esta apresentação também pretende
debater a importância da etnografia audiovisual como ferramenta analítica
relevante para o estudo da vida quotidiana, particularmente em territórios
urbanos segregados, marcados pelo racismo e a marginalização social.
keywords: etnografia visual | expressões e práticas artísticas | pós-
colonialismo | desigualdade | Quinta do Mocho
Otávio RAPOSO graduou-se em sociologia na Universidade Nova de
Lisboa e é doutorado em antropologia pelo Instituto Universitário de Lisboa
(ISCTE-IUL). Ele é professor convidado nessa universidade e pesquisador
integrado no Centro de Investigação Estudos de Sociologia (CIES-Iscte),
coordenando o projeto Art Policies. Desenvolve investigações nas áreas dos
estudos urbanos, juventude, arte, migrações, racismo e diáspora africana que
resultaram em artigos em inúmeras revistas internacionais. Atualmente
pesquisa as práticas criativas dos jovens de territórios segregados, bem como
as políticas públicas a eles dirigidas. Realizou diversos documentários, entre
os quais “Nu bai. O rap negro de Lisboa” (2007) e “Na Quinta com Kally”
(2019).
Caminhar com artistas na cidade: abordagem
sensível de intervenções urbanas
Caterine REGINENSI - UENF
Resumo
As práticas de arte urbana poderiam ser interpretadas como um jogo de
exploração urbana, os artistas elaborando uma maneira particular de “ser e
estar” no mundo e, na cidade. Esta proposta de comunicação se insere numa
pesquisa etnográfica em andamento que visa analisar os meios de ação
individual ou coletiva e as competências políticas de atores, em particular
artistas urbanos e ativistas, na cidade contemporânea. Assim minha questão
central é: De que lugar falam os protagonistas da pesquisa e como pensar
junto com eles a pluralidade de cidades? Vou considerar que as ações
artísticas podem desenvolver uma ação política realizando uma intervenção
na partilha que fazemos do nosso mundo sensível como sugere Jacques
Rancière.No decorrer da pesquisa etnográfica me mantive sempre com a
câmara ou o celular nas mãos para observar não apenas os espaços físicos,
mas também as artistas e as formas como se relacionavam com os espaços
atravessados e/ou ocupados. Experiência emocional nas espessuras das
cidades junto com os sujeitos e utilizando o método dos itinerários que o
sócio antropólogo Jean Yves Petiteau define como: ‘’Seguir aquele que nos
guia com o corpo e a palavra em um território que inventa e constrói pondo
em cena a sua narrativa”. Nesta comunicação proponho compartir o
trabalho realizado em julho, agosto e setembro de 2021, junto com duas
artistas brasileiras. A primeira artista, Maria Fernanda Paes de Barros,
artista, designer, mergulha na ancestralidade de cada povoado, ou grupo em
que trabalha. Trata-se de uma coprodução de saberes com artistas indígenas.
Depois da entrevista, em junho de 2021, vou circular com a artista na praça
Adolfo Bloch, em São Paulo. Um segundo encontro, aconteceu no mês de
agosto e com a artista caminhamos no parque Ibirapuera onde costumava ir
desde pequena e depois levou a filha dela para fazer piquenique. Por fim, no
final do mesmo mês, um terceiro encontro aconteceu na praça Adolfo Bloch,
com a presença dos artistas indígenas: Kulikyrda Mehinako, Txahamehé
Pataxó e Kuyawalu Aweti. A segunda artista, Ananda Nahú é uma pintora,
muralista e artista visual. Seu estilo se caracteriza pela mistura de cores,
técnicas de pinturas e diversidade no uso de materiais, sendo este último
uma característica marcante em seu trabalho. Depois de realizar uma
entrevista, vou caminhar com ela acompanhada de um fotografo, Vincent
Rosenblatt que registra os bailes funks desde 2005, no Rio de Janeiro.
Caminhamos, fotografamos e registramos a fala da Ananda, uma tarde
inteira, na região portuária e na marinha da Gloria. Essas caminhadas
/encontros pretendem também refletir de forma crítica sobre o
(re)significado dos espaços, no contexto de intervenções urbanísticas. A
Maria Fernanda participa do projeto “Circular na praça” que foi criado por
conta do desejo de democratizar o acesso a arte por meio de exposições
gratuitas e ao ar livre. E o trabalho da Ananda faz parte do “Projeto Distrito
de Arte do Porto” que pretende ser a maior galeria de arte urbana a céu
aberto da América Latina, com mais de 11 mil m² de extensão.
keywords: caminhadas com artistas | cidade sensível | intervenção urbana
Abstract
Urban art practices could be interpreted as a game of urban exploration, the
artists elaborating a particular way of “being and being” in the world and in
the city. This communication proposal is part of an ongoing ethnographic
research that aims to analyze the means of individual or collective action and
the political competences of actors, in particular urban artists and activists,
in the contemporary city. So, my central question is: What place do the
protagonists of the research talk about and how to think together with them
about the plurality of cities?I will consider that artistic actions can develop a
political action by performing an intervention in the sharing we make of our
sensitive world as suggested by Jacques Rancière. During the ethnographic
research I always kept my camera or cell phone in my hands to observe not
only the physical spaces, but also the artists and the ways in which they
related to the spaces crossed and/or occupied. Emotional experience in the
thickness of cities together with the subjects and using the method of
itineraries that the anthropologist partner Jean Yves Petiteau defines as:
"Follow the one who guides us with body and word in a territory that he
invents and builds, putting on stage its narrative”. In this communication I
propose to share the work carried out in July, August and September 2021,
together with two Brazilian artists. The first artist, Maria Fernanda Paes de
Barros, artist, designer, delves into the ancestry of each village, or group in
which she works. It is a co-production of knowledge with indigenous artists.
After the interview, in June 2021, I will circulate with the artist at Praça
Adolfo Bloch, in São Paulo. A second meeting took place in August and with
the artist we walked in Ibirapuera Park where I used to go since I was little
and then took her daughter for a picnic. Finally, at the end of the same
month, a third meeting took place in Praça Adolfo Bloch, with the presence
of indigenous artists: Kulikyrda Mehinako, Txahamehé Pataxó and Kuyawalu
Aweti. The second artist, Ananda Nahú is a painter, muralist, and visual
artist. His style is characterized by the mixture of colors, painting techniques
and diversity in the use of materials, the latter being a striking feature in his
work. After conducting an interview, I will walk with her accompanied by a
photographer, Vincent Rosenblatt, who has been recording funk dances since
2005, in Rio de Janeiro. We walked, photographed, and recorded Ananda's
speech, an entire afternoon, in the port region and in the navy of
Gloria.These walks/meetings also intend to critically reflect on the
(re)meaning of spaces, in the context of urban interventions. Maria Fernanda
participates in the “Circular na Praça” project, which was created due to the
desire to democratize access to art through free and open-air exhibitions.
And Ananda's work is part of the “Porto Art District Project” which aims to
be the largest open-air urban art gallery in Latin America, with more than
11,000 m² of extension.
keywords: walks with artists | sensitive city | urban intervention
MAGNANI, Jose Guilherme Cantor. « De perto e de dentro: notas para uma
etnografia urbana », Revista Brasileira de Ciências Sociais, 2002, v. 17, n.49,
p. 11–29.MARCUS, George, E. «Multi-sited ethnography: Five or six things I
know about it now ». In Multi-sited ethnography: problems and possibilities
in Translocation of research Methods. Oxford: Routledge, 2011,p. 16-
34.MASSEY, Doreen. ‘’The global sense of place’’, IN: Space, place and
gender. Oxford: Polity, 1994.PETITEAU, JEAN YVES, RENOUX ,
BERNARD, Dockers à Nantes. L’expérience des itinéraires., ESAAA
Editions/Ensa Nantes. 2017.RANCIÈRE, J. A partilha do sensível, São Paulo:
Editora 34, 2005.REGINENSI, Caterine, A cidade como cenário de
oportunidades. Etnografia das margens, 1. ed. Curitiba: Appris,
2019.________. “Antropoarte: um projeto de extensão e a construção de
pesquisas etnográficas”, Áltera, v. v.2, n.9, Universidade Federal da Paraiba,
p. 182–200, 2019b. Acesso em março de 2020,
https://periodicos.ufpb.br/index.php/altera/article/view/47914
‘‘Expérimenter la rue et le monde avec des acteurs du graffiti’’, Nuevo
mundo mundos nuevos, http://journals.openedition.org/nuevomundo/80702,
acesso em setembro de 2020.Produção documentário
https://vimeo.com/587796892/79038d7e7e“Circular na Praça”: Encontro e
itinerário com uma artista. Praça Adolfo Bloch, São Paulo, 12 de junho de
202.
Caterine REGINENSI é antropóloga urbana. Coordenou o projeto de
extensão AntropoArte na Universidade Estadual do Norte Fluminense
Darcy Ribeiro (Uenf). Desenvolve pesquisas de abordagem etnográfica na
área de antropologia urbana.Doutora em Sociologia (Universidade de Paris
VIII, França) e Livre Docência em Antropologia Urbana (Universidade de
Toulouse, França). Docente na Uenf. Leciona no curso de graduação de
Ciências Sociais e nas Pós-Graduações de Sociologia Política e de Políticas
Sociais. Membro do Laboratório de Estudo do Espaço Antrópico
(LEEA/CCH). É pesquisadora associada do Laboratório de Etnografia
Metropolitana (Le Metro - IFCS/UFRJ) e do LAVUE/UMR-CNRS 7218
(França).
Trajetórias improváveis no pós 25 de Abril: José
Diogo e João César Monteiro
Pedro RÉQUIO - Universidade de Coimbra
Resumo
Que ligação é possível estabelecer entre José Diogo e João César Monteiro?
O primeiro, um camponês que matou o seu patrão, em 1974, foi considerado
absolvido por um tribunal popular e pela União Democrática Popular (UDP).
Este caso, produto das transformações políticas e mentais do Portugal pós
25 de Abril, plasmou uma inversão do corpus legal. Após a queda da ditadura
o país passou por um momento de transformação política e teve um período
revolucionário durante os anos de 1974-1975. Também os personagens João
de Deus, Max Monteiro e João Vuvu, alter egos do realizador João César
Monteiro em cinco dos seus filmes, refletem uma série de conceções
sociopolíticas que subvertem a ordem legal e moral instauradas após o fim
do processo revolucionário. Para além destas semelhanças, é considerável a
possível referência de César Monteiro ao caso de José Diogo no seu filme As
Bodas de Deus. O propósito deste estudo é partir do caso de José Diogo e
estabelecer uma relação com a obra de César Monteiro e a visão política que
esta plasma. Paralelamente, procura-se também fazer uma leitura da
perspectiva que João César Monteiro apresenta, através da sua filmografia,
da ordem instaurada pela democracia liberal portuguesa, bem como dos
sítios de memória eleitos pelo cineasta.
keywords: democracia | ditadura | revolução | cinema
Abstract
What connection is possible to establish between José Diogo and João César
Monteiro? The first, a peasant who killed his boss in 1974, was considered
acquitted by a people's court and the People's Democratic Union (UDP).
This case, a product of the political and mental transformations in Portugal
after the 25th of April, shaped an inversion of the legal corpus. After the fall
of the dictatorship, the country went through a moment of political
transformation and had a revolutionary period during the years 1974-1975.
The characters João de Deus, Max Monteiro and João Vuvu, alter egos of
director João César Monteiro in five of his films, also reflect a series of
sociopolitical conceptions that subvert the legal and moral order established
after the end of the revolutionary process. In addition to these similarities,
César Monteiro's possible reference to the case of José Diogo in his film As
Bodas de Deus is considerable. The purpose of this study is to start from the
case of José Diogo and establish a relationship with the work of César
Monteiro and the political vision that it shapes. At the same time, it also
seeks to read the perspective that João César Monteiro presents, through his
filmography, of the order established by Portuguese liberal democracy, as
well as the memory sites chosen by the filmmaker.
keywords: democracy | dictatorship | revolution | cinema
“José Diogo, um exemplo de justiça popular”, Voz do Povo, 5 de Novembro,
1974.“Liberdade para José Diogo”, Voz do Povo, 25 de Julho, 1975.“Tribunal
Popular Libertou José Diogo”, Voz do Povo, Julho 29, 1975 CARVALHO, M.
(2017). Quando Portugal Ardeu. Alfragide: Oficina do Livro.Carvalho, D. P.
(1976). Cinco casos de injustiça revolucionária. Lisboa: Edição do
Autor.Cruzeiro, M. M. (2018). Revolução, história e memória – O 25 de Abril
e os desafios da História Oral. E-Cadernos Ces: Centro de Estudos Sociais da
Universidade de Coimbra. Consultado em 3 de Setembro de 2021.
Disponível em: https://estudogeral.uc.pt/handle/10316/84315Cunha, J. R.
(2017). Revolução e Forma Jurídica: Estado de Direito em contextos pós-
revolucionários e desafios ao processo revolucionário. Consultado em 1 de
Setembro de 2021. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/rdp/a/BhGVL5jgnhJCM8q8LrJDBHF/?format=pdf&lan
g=ptDâmaso, E. (1999). A Invasão Spinolista. Lisboa: Fenda.Fukuyama, F.
(1992). O fim da história e o último homem. Lisboa: Círculo de
Leitores.Huntington, S. (1994). A terceira onda: a democratização no final
do século XX. São Paulo: Atica.Ferreira, J. M. (1993). História de Portugal:
Oitavo volume. Portugal em transe (1974-1985). Lisboa: Círculo de
Leitores.Melo, N. (2018). “A Propósito de José Diogo”. Jornal de Notícias.
Consultado em 2 de Setembro. Disponível em:
https://www.jn.pt/opiniao/nuno-melo/a-proposito-do-ze-diogo-9088980.html
Nora, P. (2008). Les lieux de mémoire. Uruguay: Ediciones Trilice.Pereira, J.
M. (1983). No reino dos falsos avestruzes: um olhar sobre a política. Lisboa:
A Regra do Jogo.Pollak, M. (1992). Memória, Esquecimento e Silêncio.
Consultado em 1 de Setembro de 2021. Disponível em:
http://www.uel.br/cch/cdph/arqtxt/Memoria_esquecimento_silencio.pdfRosa
s, F. (1993). História de Portugal: Sétimo Volume. Lisboa: Estampa.Rosas, F.
(2003). Portugal Século XX (1890-1976): Pensamento e Acção Política.
Lisboa: Editorial NotíciasRosenstone, R. A. (1995). The Historical Film as
Real History. Film-Historia, Vol. V, No.1. Consultado em 1 de Setembro de
2021. Disponível em: https://core.ac.uk/download/pdf/39139353.pdfTraverso,
E. (2012). O passado: modos de usar: história, memória e política. Lisboa:
Edições Unipop.Trouillot, M. R. (1995). Silencing the past. Power and the
Production of History. Boston: Beacon Press.Varela Gomes, J.P. (1999). Esta
Democracia Filofascista. Lisboa: Edição do Autor.
Pedro RÉQUIO é licenciado em História na Faculdade de Letras da
Universidade de Coimbra. Mestre em História Contemporânea pela mesma
instituição. É investigador júnior no projeto 25AprilPTLab e encontra-se a
realizar o doutoramento Discuros: Cultura, História e Sociedade. As suas
áreas de domínio centram-se na história política e cultural do século XX e
também nas ligações entre a arte, as ideologias e o exercício do poder.
The SensOverall works. Exercises in equipping
socially sensitive art
Eva ROSSAL - Jagiellonian University
Joanna WOWRZECZKA - University of Silesia
Abstract
In this paper we present the artistic project „The SensOverall works”
conducted by the artist and sociologist Joanna Wowrzeczka in collaboration
with anthropologist Eva Rossal, tailors, activists, citizens and many other
people. Recent years in Poland have shown that rebellion and activism can
take place not only in the face of urgent and pressing situations, but they can
emerge as areas of everyday life. In last 2 years, a wave of street protests and
demonstrations (also during subsequent lockdowns) have swept in Poland,
showing social problems and moods, resistance and hopes. Ordinary
residents often stood behind the organization of these protests, showing the
power of grassroots initiatives. In the spring of 2021, protests against the
introduction of abortion in Poland took place even several times a week. The
organization required not only formal arrangements with external
institutions, but also the preparation of an appropriate tools that would be
able to contain a set of necessary elements (printed lyrics, loudspeaker rack,
whistles, pipes, etc.). Joanna Wowrzeczka, as protests’ organizer in her small
town and at the same time the artist in the shoes of a local government
official, designed the idea of clothing- device that would be ready to fit all the
necessary items during the protest activism. Clothing is a highly flexible and
precise instrument of cultural expression, that constitutes an integral part of
social fabric at its most general as well as most private level, as a social form
and a substitute for the body, a complex connection between the private
body and its public significance; it is “a dense coded system of signification
that transmits psychological, sexual and cultural messages” (Felshin 1995).
Clothes are also considered to be the second skin and, as Renee Baert points
out, they are “a membrane that separates and joins, that surrounds and
divides. Like skin, clothing is a border.”(R.Baert 2001).The clothing itself is
an ambiguous message, and through additional functions, it multiplies and
broadens the area of its functioning and meaning. They may serve as a
manifestation of opportunism, rebellion against social norms, but also as a
meaningful like a communication tool/device. It can evoke and extend
corporeality by connecting and using additional tools to create relationships
with others.Sens(itive)Overall, designed by artist is at the same time: the
message "what / who I am" - differentiating, but also building a bond; a piece
of artwork; a reservoir of memory - it is something that collects, absorbs,
carries what happened before and what is happening and communication
instrument - the outfit is to support / facilitate / build communication. In this
case, clothing becomes a multiply communication tool. In the course of
conversations with protesters (with different intentions), a list of necessary
elements of the outfit is created. Fabric, patterns, cuts and decorations will
be the result of cooperation with various social groups: from residents,
through city activists, to artists and anthropologists. The key to sewing will
not be what the garment is supposed to look like, but what social problems
will be embedded in its structure. Thus, this kind of tool becomes a trigger
of new ethnographic reality as an ethnographic devices (Sansi 2015). In
designing of SensOverall the area of art can generate new forms of social
consultations, participation, communication in the field of social conflict,
tensions between social groups, between the world of management (politics)
and the world of management (society). Artists as challengers and
provocative, inform and open minds, which can lead to new ways of
perceiving, understanding and responding to social conflict or the lack of
clear channels of communication. By providing new forms of seeing the world
and by questioning the functioning patterns of action, art has the opportunity
to appear where all hitherto images of the world fail.The purpose of this
presentation is to not only description and interpretation through the lens of
academic forms, presenting the theoretical and research background, but
also doing it in action in a form close to the idea of 'open format’ (Estallela,
Sanchez Criado 2018) combining ethnography with tools from the expanded
field of art with a more participatory character, where conference
participants will become co-creators of the situation, building a new tool and
its agency.
keywords: art | ethnography | clothing | protests
R. Baert, “The dress: Bodies and Boundaries, Reinventing Textiles”, in J.
Jefferies (ed.), Gender and Identity. Vol. 2, Winchester, Telos Art Publishing,
2001, p. 21.T. Binder, M. Foverskov, Design as Everyday Theater. Rethinking
Codesign as Social Drama, w: J.Halse, E. Brandt, B. Clark, and T. Binder
(red.), Rehearsing the Future, Copenhagen, The Danish Design School Press
2010A. Estalella, Adolfo and T. Sánchez Criado, Tomás. 2018 Introduction:
Experimental Collaborations. In Experimental Collaborations. Ethnography
through Fieldwork Devices, Adolfo Estalella & Tomás Sánchez Criado (eds.).
New York, Oxford: Berghahn Books.N. Felshin, “Clothing as Subject”, Art
Bulletin, vol. 54, no.1, Spring 1995, p. 20.A. Gaspar, Idiotic Encounters.
Experimenting with Collaborations between Ethnography and Design,w:
Experimental Collaborations. Ethnography Through Fieldwork Devices,
(red.) A. Estalella, T. Sanches Criado, New York & Oxford, Berghahn Books,
2018.W.J. Mitchell, T. Bruguera, How to Make Art. With a Jack Hammer: a
Conversation with TaniaBruguera, “Afterall”, 2016, 42.S. Olander, The
Network Lab: A proposal for design-anthropological experimental set-ups in
culturalwork and social research, Copenhagen, The Royal Danish Academy
of Fine Arts Publishing, 2014.N. Rapport, Distortion and Love. An
Anthropological Reading of the Art and Life of Stanley Spencer,London,
Roultledge, 2016R.Sansi, Art, Anthropology and the Gift, Bloomsbury
Academic 2015N. Ssorin-Chaikov, Ethnographic Conceptualism. An
Introduction, “Laboratorium”, 2013, 5(2), s. 5-18.
Joanna WOWRZECZKA is an artist (habilitation in fine arts) and
sociologist (phd in humanities). As a sociologist, she explores the field of art
in Poland, as an artist a dominated problem and public space. Since 1999, she
has been working as a professor at the Institute of Art of the University of
Silesia. Since 2010, she has been coordinating the Political Critique Club "On
The Border" in Cieszyn. Co-founder of the "Szara" Gallery (of contemporary
art), its curator in the years 2001 - 2005. From 2018 she has been councilor
of the City Council in Cieszyn.
Eva ROSSAL - cultural anthropologist, ethnographer and curator. She
works at the Jagiellonian University and at the Ethnographic Museum in
Cracow, cooperates with and with various foundations and independent
institutions (Political Critique Club "On The Border" in Cieszyn). Her
research interests include social engaged art, anthropology of contemporary
art after the so-called "ethnographic turn" and the latest ethnographic
research methodology (experimental collaboration, collaborative
ethnography, „action research”).
Activist Art? Alternative Lifestyle! Mediating Art
Activism in the Chinese Authoritarian Neo-
liberalist Context: Case of the Guangzhou
independent artists
Liu RUOXI - University of Cambridge
Abstract
This research is contextualised in Guangzhou, a Southern Chinese city
known for its underground art scene. Through a six-month ethnographic
study, I report the alternative art and lifestyle practices of a group of
independent artists and community-focused artists based in Guangzhou. By
using in-depth interviews, participant observation, and diary methods among
the local art communities, I recognise the activist features enmeshed in their
(alternative) art practices including zine-making and self-publishing, socially-
engaged art practices, and participatory (art) practices within and beyond
their communities. In my fieldwork, I find that the last practice, or in their
own words, "daily practices" (richang shijian 日常实践), was frequently
emphasised by some local art groups. Unlike some western activist artists
who may highlight action, change-making and resistance in their art
creations and communications, these Guangzhou independent artists tend
to not prioritise “activism” and avoid emphasising "action" in their social
engagement. I argue that by highlighting “daily life” rather than on “action”
and “social issues”, these independent artists (often young, migrant, critical
of institutions, and lacking in mainstream resources) have hidden their values
and missions in disguise of an alternative lifestyle that stresses mutual-aid,
decentralisation, equality and ethics at the micro-level. I also find that these
independent artists and art communities frequently confront situations
where they need to negotiate with the state and market, such as in
cooperated projects with galleries, commercialised product proposals
offered by companies, and use of social media and live stream. I argue that
their negotiations and mediations, as they do not always lead to totally
rebellious and resistant profiles against the institutions, have secured their
credibility to conduct long-term practices. Some previous scholarship
already pointed out the risks that the Chinese artists have been exposed to
from both the state and market (Corlin, 2019; Wang, 2016, 2019). In the
Guangzhou case, the local independent artists are concerned about the
uncertainties aroused from the institutions, especially with the uprising state
censorship, neoliberalism in art industries, and increasing economic
precarities. Consequently, they have navigated in between different
directions to alleviate these pressures. Liu (2020) in her research on Chines
independent bookshops suggested that the “mild” actions taken by the
Chinese cultural workers do not always fit into the western standard of
“activism”. I further argue that this mediating approach is not just a
compromise of “activism”, it also leads to new action tactics able to
implicitly produce daily resistance. Above all, this research firstly reveals the
characteristics of doing activist art in the Guangzhou field by introducing
their focus on daily practices. Then it analyses the situation faced by the local
independent artists and recognises both their compromise and tactics in
employing such a less radical and indirect approach in art creations. I finally
argue that such tender, obscure and hidden art activism, developed in an
authoritarian context such as China, helps maintain the subjectivity and
vitality of the art community and preserves their resistance in the everyday
micro extent. It also creates an alternative lifestyle for the Chinese socially-
engaged artists.
keywords: art activism | alternative seeking | independent artists | China
Liu Ruoxi is a PhD candidate in Sociology at the University of Cambridge
supervised by Professor Christel Lane. Ruoxi’s PhD project investigates the
self-employment of the cultural workers in mainland China as a working
mode, an identity and a potential subculture. From May 2020 to April 2021,
Ruoxi conducted her fieldwork mainly in Jingdezhen and Guangzhou. By
adopting a mixture of qualitative methodologies (participant observation, in-
depth interview and diary method), Ruoxi investigates the issue of risk
exposure, self-Realisation, alternative seeking, identity and solidarity among
the independent cultural workers in the authoritarian and neo-liberalist
Chinese context. Ruoxi can be contacted through her
email:rl592@cam.ac.uk.
Brooklyn - samba, política e cidadania no sul do
brasil
Sinara SANDRI - CES-Universidade de Coimbra
Resumo
O artigo apresenta a experiência do Samba de Terça, evento artístico
autônomo que levou samba de terreiro para a área central de Porto Alegre,
capital do estado do Rio Grande do Sul (Brasil) e se tornou um ponto de
ativismo político e cultural. Ao produzir um espaço de diálogo e exercício de
sociabilidades, contribuiu para a reciclagem de uma área pouco aproveitada
no vão inferior de um viaduto. O evento interferiu na visualidade e na
dinâmica de uso de uma área degradada e foi atravessado pela conjuntura da
eleição presidencial de 2018, acabando por ser reconhecido como um espaço
de manifestações e práticas antifascistas, e sofrendo a interdição da
vizinhança. No caso analisado, pudemos constatar uma ação comum
realizada a partir de um evento cultural e artístico que alterou a função do
espaço criado como via de mobilidade para uma área de permanência e
convívio e constituiu um espaço para agenciamentos e articulações entre
setores distintos da sociedade. Novas redes de solidariedade foram
estabelecidas – envolvendo comércio informal, alianças para ações políticas
e de apoio à população de rua, a formação de uma rede de ativistas culturais
do samba e uma rede de convivência entre pessoas originárias de distintos
bairros da cidade. Entretanto, esta articulação não foi uma garantia de
permanência. No caso específico da experiência do Brooklyn, a interdição
exercida sobre o Samba de Terça ganha interesse ao evidenciar que mesmo
uma ação que recupera e recicla um espaço considerado degradado sofre
interdição quando articula um conteúdo que dá visibilidade e traz para o
centro da vida urbana grupos e culturas segregados pela organização do
espaço. No nosso entendimento, a formatação do espaço funciona como um
dispositivo para conformar e delimitar as possibilidades para modos de
habitar na cidade e por isso constituem um campo de conflito para os corpos
que reivindicam exercer seu direito de visibilidade e abrigo para suas
transições. Pior ainda se estes corpos são um obstáculo ao avanço do
fascismo. O artigo recorta a pesquisa de doutoramento sobre processos
comunicativos de práticas que fazem um uso imprevisto dos espaços
urbanos, com um estudo de caso sobre atividades no vão inferior do viaduto
Imperatriz Leopoldina, entre 2018 e 2019. Reuni autores como Foucault
(2008), Bourdieu (2007), pensadores do campo do urbanismo como Rolnik
(2013, 2015) e Vainer (2000). Em diálogo com o pensamento comunicacional,
Ferrara (2015, 2018), estudos sobre a materialidade dos processos
comunicativos em Gumbrecht (2010) e de comunalização em Harvey (2013,
2014), Dardot e Laval (2017) para identificar os elementos de insurgência
urbana pontuados por Holston (2013) e Tonnuci (2017) que configuraram
uma oportunidade de comunicação a partir do compartilhamento de uma
situação de precariedade como descrito por Butler (2019).
keywords: comunicação | samba | direito à cidade | Porto Alegre
Abstract
The article presents the experience of Samba de Terça, an autonomous
artistic event that took samba de terreiro to the central area of Porto Alegre,
capital of the state of Rio Grande do Sul (Brazil) and became a point of
political and cultural activism. By producing a space for dialogue and the
exercise of sociability, it contributed to the recycling of an underused area in
the lower span of a viaduct. The event interfered with the visuality and
dynamics of use of a degraded area and was crossed by the conjuncture of
the 2018 presidential election, eventually being recognized as a space for
anti-fascist demonstrations and practices, and suffering the ban from the
neighborhood.In the case analyzed, we could see a common action carried
out from a cultural and artistic event that changed the function of the space
created as a way of mobility to an area of permanence and conviviality and
constituted a space for assemblages and articulations between different
sectors of society. New solidarity networks were established – involving
informal commerce, alliances for political actions and support for the
homeless population, the formation of a network of samba cultural activists
and a network of coexistence between people from different neighborhoods
of the city. However, this articulation was not a guarantee of permanence.In
the specific case of the Brooklyn experience, the interdiction exercised on
Samba de Terça gains interest by showing that even an action that recovers
and recycles a space considered degraded suffers interdiction when it
articulates a content that gives visibility and brings groups to the center of
urban life. and cultures segregated by the organization of space. In our
understanding, the formatting of space works as a device to conform and
delimit the possibilities for ways of living in the city and therefore constitute
a field of conflict for bodies that claim to exercise their right of visibility and
shelter for their transitions. Worse still if these bodies are an obstacle to the
advance of fascism.The article takes a look at the doctoral research on
communicative processes of practices that make an unforeseen use of urban
spaces, with a case study on activities in the lower span of the Imperatriz
Leopoldina viaduct, between 2018 and 2019. I brought together authors such
as Foucault (2008) , Bourdieu (2007), thinkers in the field of urbanism such
as Rolnik (2013, 2015) and Vainer (2000). In dialogue with communicational
thinking, Ferrara (2015, 2018), studies on the materiality of communicative
processes in Gumbrecht (2010) and of communalization in Harvey (2013,
2014), Dardot and Laval (2017) to identify the elements of urban insurgency
punctuated by Holston (2013) and Tonnuci (2017) who configured a
communication opportunity from the sharing of a precarious situation as
described by Butler (2019).
keywords: comunication | samba | right to the city | Porto Alegre
Sinara SANDRI é doutora em Comunicação, Pesquisadora visitante em
estágio pós-doutoral na Universidade de Coimbra (Portugal)Mestre em
História, jornalista. Interessada nos processos comunicativos urbanos,
especialmente aqueles envolvidos em experiências de uso imprevisto do
espaço. Realizou dois estudos de caso na cidade de Porto Alegre (Brasil), no
âmbito das pesquisas de mestrado e doutorado. Desenvolve estudo de pós-
doutorado no escopo da linha de pesquisa Transformação Social, Cidadania
Econômica e Democratização da Democracia do núcleo DECIDE
(Democracia, Cidadania e Direito) do CES, estando especialmente alinhada
aos estudos que tratam de espaços inclusivos e de processos de inovação
cultural e social, assim como aqueles que propõe uma reflexão crítica sobre
a utilização de tecnologias de informação e comunicação nestas dinâmicas
sociais.
A cena musical das covers no Youtube
Constança SANTOS - FLUP
Miguel VIDAL - FLUP
Rodrigo DIOGO - FLUP
Paulo SOUSA - FLUP
Resumo
O presente é um trabalho de grupo realizado no âmbito da unidade
curricular Sociologia da Música. Sendo o tema lançado o das cenas musicais,
o grupo focou-se na cena musical de covers do Youtube. As covers e a
produção das mesmas tornaram-se um output de conteúdo na plataforma
do YouTube regular. Isto é, existe um corpo de artistas e YouTubers que se
dedicam à criação de covers; ao mesmo tempo, a cena musical no YouTube
como um todo incorpora e dá espaço aos criadores para conseguir destacar
e promover as covers. Esta dinâmica coloca em ação também o conceito de
coletivização, tanto do lado dos produtores e criadores como dos
consumidores. Por outras palavras, existe um/vários grupo(s) dedicados à
criação de covers e têm uma audiência e público já muito consideráveis,
aspeto este evidente pelo facto de os vídeos acumularem várias dezenas se
não mesmo centenas de milhões de visualizações. Desta forma, a cena, sendo
alvo de sucesso, começa a possuir uma influência considerável das indústrias
musicais (Peterson & Bennett, 2004). Nesta linha de pensamento, importa
mencionar a mercantilização e a esfera económica. Para tal, realizou-se uma
análise não só das covers disponíveis no site, como dos comentários dos
utilizadores, o número de visualizações, e a composição dos artistas que
criam a cover. Foram selecionadas quatro músicas originais, sendo que para
cada uma destas foram analisadas as primeiras cinco covers sugeridas no site
e os primeiros dez comentários relativos a cada uma dessas covers. No total
temos um corpus analítico de vinte covers e duzentos comentários.
Bennett, A. & Peterson, R. A. (2004). Music scenes: Local, trans-local and
virtual. Nashville, TN: University of Vanderbilt Press.
Constança SANTOS. Mestranda em Sociologia na Faculdade de
Letras da Universidade do Porto. E-mail: up201805769@edu.letras.up.pt
Miguel VIDAL. Mestrando em Sociologia na Faculdade de Letras da
Universidade do Porto. E-mail: up201805478@edu.letras.up.pt
Rodrigo DIOGO. Mestrando em Sociologia na Faculdade de Letras da
Universidade do Porto. E-mail: up201805680@edu.letras.up.pt
Paulo SOUSA. Mestrando em Sociologia na Faculdade de Letras da
Universidade do Porto. E-mail: up201705840@edu.letras.up.pt
Ensaio Manifesto: embeber a cidade com
intervenções artísticas urbanas
Thaís Ivo dos SANTOS - UNIFEI
Paulo Cezar Nunes JUNIOR - UNIFEI
Resumo
Sabe-se que o espaço-tempo da cidade contemporânea é veloz, exige
dinamismo ao passo apertado dos muitos afazeres e, muitas vezes, o
vivenciar a cidade e seus espaços públicos ficam em segundo plano. Partindo
desta prerrogativa, o que nos desperta a atenção, para este estudo, é a
proposição em habitar a cidade a partir da experiência dos sujeitos nos usos
do espaço público. A comunicação explora, com base em pesquisa de revisão
bibliográfica não exaustiva e dados advindos de entrevistas semi-
estruturadas com curadores, uma ruptura com os padrões da sociedade,
com os automatismos cotidianos, com a rotina ordinária, com o modelo
capitalista a partir das intervenções artísticas como ferramentas e
instrumentos potencializadores da sociabilidade e vivacidade urbana. Para
tanto, desenhar-se-á uma visão libertária - filosófica por Heidegger e Bondía,
humanística geográfica por Tuan, poética por Bachelard - através de habitar
os espaços públicos a partir da intervenção artística como experiência que
promove reflexões sobre o Ser e transpasses para mudanças sociais, estéticas
e políticas. A análise crítica de leituras sobre os autores e temas visitados,
além da interpretação das entrevistas supracitadas, questionam a relação
sujeito-espaço através das intervenções artísticas em ambientes urbanos, e
deduz que a arte cristaliza e pode transformar, em determinadas épocas e
com determinadas frequências, relações sociais e experiências urbanas,
mobilizando derivas para a construção de outros modelos de cidades e
cidadanias.
keywords: cidade | espaço público | intervenção artística | experiência |
habitar
BACHELARD, G. A poética do espaço Rio de Janeiro: Eldorado,
1972.BONDÍA, Jorge Larrosa. Notas sobre a experiência e o saber de
experiência. Revista brasileira de educação, n. 19, 2002.HEIDEGGER, Martin.
A caminho da linguagem. Tradução Márcia Sá Cavalcante Schuback.
Petrópolis: Editora Vozes, 2003. __________________. Ser e Tempo.
Tradução: Márcia Sá Cavalcante Schuback. Petrópolis: Editora Vozes, 2005.
325 p.RANCIÈRE, Jacques. A partilha do sensível: estética e política. São
Paulo: Editora 34, 2009.SIQUEIRA, Adilson Roberto et al. AS CIDADES
SENSÍVEIS: AÇÃO POÉTICA POR MEIO DA MEMÓRIA DA
EXPERIÊNCIA. Revista Interdisciplinar Internacional de Artes Visuais: Art
& Sensorium, Curitiba, v. 5, n. 1, p. 91-103, jun. 2018.TUAN, Yi-Fu. Topofilia.
Londrina: Eduel, 2012._____, Yi-Fu. Espaço e Lugar: a perspectiva da
experiência. São Paulo: Difel, 1983. Tradução de Lívia de Oliveira._____, Yi-
Fu. Humanistic geography. Annals of the Association of American
Geographers. 66 (2) : 266-276, 1976
Thaís Ivo dos SANTOS é investigadora no Laboratório de
Planeamento e Políticas Públicas do Departamento de Ciências Sociais,
Políticas e do Território na Universidade de Aveiro, pesquisadora do Núcleo
OFF - pesquisas e projetos em cultura, educação e linguagens, mestranda em
Desenvolvimento e Sociedade pela Universidade Federal de Itajubá
(UNIFEI). Engenheira Civil pela Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI).
contacto: + 351 967 936 737email: thaisivo@unifei.edu.br.
Paulo Cezar Nunes JUNIOR é Doutor em Sociologia - Cidades e
Culturas Urbanas [Universidade de Coimbra] e docente na Universidade
Federal de Itajubá. Líder do Núcleo OFF - pesquisas e projetos em cultura,
educação e linguagens, credenciado no Diretório de Grupos de Pesquisa do
CNPq. Possui graduação em Educação Física e mestrado em Lazer e
Sociedade [Universidade Estadual de Campinas].Contacto: +55 35
999642905Email: paulonunes@unifei.edu.br.
El rol de las distopías ambientales en la
desactivación de la protesta: greenwashing y
audiovisual mainstream / The role of
environmental dystopias in deactivating protest:
greenwashing and mainstream
Ana-Clara Rey SEGOVIA - Universitat de València
Resumen
Uno de los retos a los que se enfrenta Europa es, sin dudas, lo que se ha
venido a llamar “emergencia climática”. Millones de jóvenes de todo el
mundo comienzan a organizarse reclamando la toma urgente de medidas
por parte de los gobiernos ante lo que califican como una de las grandes
amenazas para nuestra civilización. En Europa, esto lo hemos podido
observar en las crecientes movilizaciones nacidas de la mano de la joven
activista Greta Thunberg y de movimientos como Extinction Rebellion, que
en España agrupa a diferentes militantes ecologistas procedentes de
asociaciones como Greenpeace, Ecologistas en Acción o Juventud por el
Clima. Estos jóvenes denuncian la inacción de los gobiernos pero también
ponen sobre la mesa aspectos estructurales que cuestionan nuestro modo de
vida y al propio sistema capitalista. Quizás la principal dificultad con la que
se encuentran estos nuevos activistas es la capacidad del sistema para
mercantilizar la protesta a través de diversas estrategias, que involucran
también a los relatos procedentes de las industrias culturales. Parece, por
tanto, relevante prestar atención al rol que estas juegan en la
“desactivación” de los aspectos más radicales de la protesta y en la
promoción de un “capitalismo verde” o greenwashing capitalista. Las
narrativas distópicas, en especial aquellas dirigidas al gran público como el
cine o las series televisivas, podrían ofrecer algunas claves en este debate. El
auge de este tipo de relatos en nuestro siglo es sin dudas una cuestión
significativa y, por tanto, creemos justificado atender al análisis del mensaje
que lanzan.
keywords: distopía | emergencia climática | greenwashing | mainstream
Abstract
One of the main challenges Europe faces is, without a doubt, the so-called
'climate emergency'. Millions of young people all over the world are
beginning to organise themselves, demanding that governments take urgent
action in the face of what they describe as one of the greatest threats to our
civilisation. In Europe, this can be seen in the growing mobilizations born
from the young activist Greta Thunberg and movements like Extinction
Rebellion, which in Spain groups different environmental activists from
associations such as Greenpeace, Ecologistas en Acción or Juventud por el
Clima. These young people condemn the inaction of governments but also
raise structural issues that question our way of life and the capitalist system
itself. Perhaps the main difficulty these young activists encounter is the
system's ability to mercantilize protest through a variety of strategies, which
also involve the narratives provided by cultural industries. Given this, it
seems relevant to pay attention to the role that these play in the
"deactivation" of the most radical aspects of protest and in the promotion of
a "green capitalism" or capitalist greenwashing. Dystopian narratives,
especially those aimed at the general public such as cinema or television
series, could offer some keys to this discussion. The rise of this type of
narratives in our century is undoubtedly a significant issue and, therefore, we
believe it is justified to attend to the analysis of the message they send.
keywords: distopia | climatic emergency | greenwashing | mainstream
Aumont, Jacques et al. (2008). Estética del cine: Espacio fílmico, montaje,
narración, lenguaje. Barcelona: Paidós. Baccolini, Raffaella y Moylan, Tom
(eds.) (2003). Dark Horizons: Science Fiction and the Dystopian Imagination.
Nueva York / Londres: Routledge. Bauman, Zygmunt (2017). Retrotopía.
Barcelona: Paidós. Claeys, Gregory (2018). Dystopia: A Natural History. A
Study of Modern Depotism, Its Antecedents, and its Literary Diffractions.
Oxford: University Press.Domingo, Andreu (2008): Descenso literario a los
infiernos demográficos: Distopía y población. Barcelona: Anagrama.Garcés,
Marina (2017). Nueva ilustración radical. Barcelona: Anagrama.Giugni,
Marco y Grasso, Maria T. (2019). Street citizens: Protest, Politics and Social
Movement. Activism in the Age of Globalization. Cambridge: University
Press.Harvey, David (2000). Spaces of hope. Edimburgo: University
Press.Herrero, Yayo & Pascual Rodríguez, Marta (2010). «Ecofeminismo,
una propuesta para repensar el presente y construir el futuro», ECOS, 10.
Recuperado de: https://www.miteco.gob.es/es/ceneam/articulos-de-
opinion/2010_06pascualyherr ero_tcm30-163649.pdfIPCC (2012). Managing
the Risks of Extreme Events and Disasters to Advance Climate Change
Adaptation. A Special Report of Working Groups I and II of the
Intergovernmental Panel on Climate. Cambridge: University Press. _____
(2014). Climate Change 2014: Synthesis Report. Contribution of Working
Groups I, II and III to the Fifth Assessment Report of the Intergovernmental
Panel on Climate Change. Ginebra: IPCC._____ (2019). Climate Change and
Land: an IPCC special report on climate change, desertification, land
degradation, sustainable land management, food security, and greenhouse
gas fluxes in terrestrial ecosystems. En prensa. Recuperado de:
https://www.ipcc.ch/srccl/Jameson, Fredric (2009). Arqueologías del futuro.
El deseo llamado utopía y otras aproximaciones de ciencia ficción. Madrid:
Akal.Martorell, Francisco (2015). Transformaciones de la utopía y la distopía
en la postmodernidad. Aspectos ontológicos, epistemológicos y políticos
(Tesis doctoral). Universitat de València.________(2019). Soñar de otro
modo. Cómo perdimos la utopía y de qué forma recuperarla. Valencia: La
Caja Books. _________(2021). Contra la distopía. La cara B de un género de
masas. Valencia: La Caja Books.
Ana-Clara Rey SEGOVIA (Montevideo, 1985) es graduada en
Comunicación Audiovisual y Máster en Comunicación, Interculturalidad y
Estudios Europeos por la Universidad de Valencia (España). En la actualidad,
es doctoranda en el programa de doctorado en Comunicación e
Interculturalidad por la mencionada universidad. Su tesis doctoral se centra
en el análisis de la representación de los imaginarios sobre el futuro en el cine
de masas hollywoodense, especialmente enfocada en el género distópico.
The artistic-civic discourse as a local-global, offline-
online transfer
Ana-Maria SEZONOV - Faculty of Journalism and
Communication Studies
Abstract
The contemporary conceptual artists are mediating hybrid syncretic
discourses (Badir, Dondero, Provenzano, 2019) by connecting virtual and
urban territories in networks of communication (Bourriaud, 2001, 2009,
Latour, 2005, 2014). They are using controversial political objects of art
(Latour, 2005) disseminated through various mediascapes (Appadurai, 1990)
to consolidate their entrepreneurial and civic social role (Greffe, 2014).Using
the interdisciplinary methodological frame of the Actor-Network Theory
(ANT, Latour, 2005, 2015, Callon, 1999, Law, 1999) and its concepts,
combined with the Facebook dispositive analysis (Peraya, 1999,
Fourmentraux, 2005, Monnoyer-Smith, 2013) we aim to describe how Dan
Perjovschi, a Romanian artist, journalist, and media influencer acts as an
actor-network entity (Latour, 2005) when he uses his own drawings as
communication tools in an offline – online civic discursive transfer (Kwon,
2002). The methodological frame combines online digital practices analysis
(Jones, R. H. Chik A. & Hafner C. A., 2015) and dispositive analysis
(Fourmentraux, 2007). The corpus of analysis consists of several hundred
Facebook posts, corresponding to a period (March - May 2020), during which
Dan Perjovschi initiated an online artistic collective project (Virus Journal)
related to the pandemic context.
keywords: ANT | actor-network | dispositive analysis | syncretic discourse
Appadurai, A. (1990). Disjuncture and Difference in the Global Economy.
Theory, Culture & Society 7, 295–310.Badir, S., Dondero, M. G., Provenzano
F., eds. (2019). Les Discours Syncrétiques: Poésie visuelle, bande dessinée,
graffitis, Liège: Presses universitaires de Liège, coll. Clinamen.Bourriaud, N.
(2001). Ésthetique relationnelle. Les presses du réel. pp. 11-15.Callon, M.
(1999). Actor-Network Theory: The Market Test. In J. Law and J. Hassard
(Eds.) Actor Network and After. (pp. 181-195). Oxford and Keele, Blackwell
and the Sociological Review.Delanda, M. (2016). Assemblage Theory (First).
Edinburgh: Edinburgh University Press.Fourmentraux. J.-P. (2005), Art et
Internet. CNRS Editions.Fourmentraux. J.-P. (2007), Les dispositifs du Net
art, Techniques & Culture, 48-49, 269-302.Greffe, X. (2014), Les artistes-
entrepreneurs, L'Observatoire, 44, no. 1, 50-52.Jones, R H, Chik, A., Hafner,
C. (2015). Discourse and Digital Practices, London: Routledge.Kwon, M.
(2002). One place after another: site-specific art and locational identity. MIT.
Press.Latour, B. (2005), Reassembling the Social: An Introduction to Actor
Network Theory. Oxford: Oxford University Press.Latour, B. (2014). Agency
at the Time of the Anthropocene. New Literary History: A Journal of Theory
and Interpretation 45(1): 1–18. https://doi.org/10.1353/nlh.2014.0003 Law, J.
(1999). After ANT: Complexity, Naming and Topology. in J. Hassard & J.
Law, (eds.) Actor-Network Theory and After. (pp. 1-14), Oxford: Blackwell
Publishers.Peraya, D. (1999). Vers les campus virtuels. Principes et
fondements techno-sémio-pragmatiques des dispositifs de formation
virtuels, Hermès, 25, 153-168.
Ana-Maria SEZONOV (Hanaru) PhDana.sezonov@gmail.com.
Faculty of Journalism and Communication StudiesBucharest University.
24 Hour Party People @Maus Hábitos e Passos
Manuel
Ana Alves da SILVA - FLUP
Maria Francisca Rodrigues MACHADO - FLUP
Maria João LEANDRO - FLUP
Matilde Samagaio GANDRA - FLUP
Resumo
Este trabalho foi desenvolvido no âmbito da Unidade Curricular Sociologia
da Música do Mestrado em Sociologia na Faculdade de Letras da
Universidade do Porto e pretende ser uma breve análise sociológica de uma
cena musical portuguesa tomando como ponto de partida de abordagem o
filme 24 Hour Party People (Michael Winterbottom, 2002). Como caso de
análise escolhemos a cena musical simbiótica Maus Hábitos / Passos Manuel
por nos parecer representativa do conceito de cena na emergência
conceptual de Will Straw (1991) e Barry Shank (1994), postuladas nos
estudos do indie rock e sobre a cena rock rock’n’roll em Austin (Texas),
respetivamente, e da definição de cena de Peterson e Bennett (2004),
interpretada pela leitura da tricotomia local, translocal e virtual. Após a
revisão da literatura sobre a temática das cenas musicais no âmbito da
sociologia da música, análise dos dados preexistentes, meios de
disseminação, meios audiovisuais, entre outros, partimos para a análise de
caso com uma inquietação que nos permitiu desenvolver a seguinte questão
de partida: como é que se consolidou a cena musical simbiótica Maus Hábitos
/ Passos Manuel? Mediante a exploração do tema a investigar surgiu uma
subquestão: E hoje, corresponde às características da cena musical?
Shank, B. (1994). Dissonant identities: The rock’n’roll scene in Austin, Texas.
Middletown: Wesleyan University Press. Straw, W. (1991). Systems of
articulation, logic of change: Communities and scenes in popular music.
Cultural Studies, 5, 3, 368-388. Winterbottom, M. (2002). 24 Hour Party
People. Reino Unido.
Ana Alves da SILVA. Mestranda em Sociologia na Faculdade de Letras
da Universidade do Porto. E-mail: up200101966@edu.letras.up.pt
Maria Francisca Rodrigues MACHADO. Mestranda em
Sociologia na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. E-mail:
up201805697@edu.letras.up.pt
Maria João LEANDRO. Mestranda em Sociologia na Faculdade de
Letras da Universidade do Porto. E-mail: up201805473@edu.letras.up.pt
Matilde Samagaio GANDRA. Mestranda em Sociologia na
Faculdade de Letras da Universidade do Porto. E-mail:
up201805577@edu.letras.up.pt
Minina di céu entre Portugal e Cabo Verde: Sara
Tavares de voz e guitarra para uma cena musical
lusófona
Catarina Ferreira da SILVA - FLUP
Resumo
Desde a década de 60 que Portugal acolhe uma das mais expressivas
comunidades africanas, a cabo-verdiana, cuja presença celebra uma notória
dinâmica nacional. Aqui, a música representa a dimensão mais importante
da relação entre os dois países onde a mesma se constitui como uma das
componentes representativas e estruturantes de uma identidade que tem
vindo a traduzir uma nova história e um novo cenário de análise acerca da
realidade portuguesa. O processo de difusão de um estilo musical de raiz
cabo-verdiana, para outras localidades além de seu espaço de origem, como
Portugal, veio despertar diversas latitudes e produzir veículos de atividade
onde, a cantora Sara Tavares surge como expressão visível de uma narrativa
com voz lusófona. Como produtora de sonoridades de raízes partilhas onde
o seu país de nascimento e o seu crioulo de origem confluem, a compreensão
da cena musical de Sara Tavares oferece uma indagação de significados,
contextos e circunstâncias que dispõem de uma totalidade de referentes que
servem de entendimento acerca de como a música constrói, partilha e
reproduz espaços social, configurações temporais e realidades socioculturais
próprias. O encontro de diálogos que esta cena musical carrega anexa uma
composição de coordenadas geográficas em que a voz e guitarra da cantora
culminam no reconhecimento de barreiras invisíveis e elásticas. Neste
sentido, pela natureza e pelos objetivos que perseguem a pesquisa, a base da
construção da matéria parte de uma apreciação crítica de novas leituras e
relações em que a música é aliança de um tempo e de um lugar multiforme
onde as ideias de espacialidade, regularidade, efemeridade, coletivização,
teatralidade, transgressão, espetáculo, inter-relação e mercantilização serão
interesse de reconhecimento neste universo onde Sara Tavares é
protagonista.
Catarina Ferreira da SILVA é Mestre em História da Arte,
Património e Cultura Visual pela Universidade do Porto. Mestranda em
Estudos Africanos na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. E-mail:
up201302874@edu.letras.up.pt
O assédio sexual contra mulheres nos trens e
metrôs de São Paulo
Déborah Ramos da SILVA - UNIFAL MG
Resumo
O assédio sexual é um problema que afeta tanto a segurança quanto a saúde
das vítimas. Trata-se de um tema comumente abordado pela mídia, porém
naturalizado por cantadas ou elogios. Sendo certo que as mulheres precisam
se movimentar livremente e sem obstáculos para exercerem atividades
laborativas, estudar e atuar no espaço público, a cidade de São Paulo, a
exemplo de outros lugares, instituiu em março de 2020 um programa inédito
e permanente de rede de proteção para as passageiras e colaboradoras da
Companhia, chamado “Em Movimento por Elas”. Altos índices apareceram
em 2019 quando foram questionadas se já haviam passado por algum tipo de
assédio sexual em transporte público 133 na Companhia Paulista de Trens
Metropolitanos (CPTM).Em 2019, até março, houve 34 no metrô, em 2018,
foram 137 registros. No período de janeiro a março deste ano, o total chegou
a 28 ocorrências. A comunidade científica ainda precisa se aprofundar em tal
tema, realizando mais pesquisas empíricas, especialmente nas grandes
capitais, para que haja maiores discussões. Traremos uma revisão da
literatura neste artigo a respeito da vulnerabilidade da mulher ao ocupar o
espaço público e da falta de punição quando crimes como esses acontecem.
keywords: assédio sexual | transporte público | espaços públicos | violência
sexual | São Paulo.
BANDEIRA, Lourdes. Violência de gênero: a construção de um campo
teórico e de investigação. Sociedade e Estado,(2014). 29(2), p.449-469.
Disponível em: doi: 10.1590/S0102- 69922014000200008. Acesso em 15 de
agosto de 2020.BOCCHINI, Bruno.CPTM e Metrô de SP usam agentes
contra assédio sexual. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral
/noticia/2019-05/cptm-e-metro-de-sp-usam-agentes-contra-assedio-sexual.
Acesso em 15 de agosto de 2020.BOURDIEU, Pierre. A dominação
Masculina. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1999. CPTM. CPTM realiza
pesquisa para identificar as demandas do público feminino. Disponível em:
https://www.cptm.sp.gov.br/noticias/Pages/CPTM-realiza-pesquisa-paraiden
tificar-as-demandas-do-p%C3%BAbli co-feminino.aspx. Acesso em 15 de
agosto de 2020.DREZETT, Jefferson. Violência sexual contra a mulher e
impacto sobre a saúde sexual e reprodutiva. Revista de Psicologia da UNESP,
(2003). 2(1), 36-50.FERREIRA SOBRINHO, J. W. Assédio sexual e justa
causa. In Repertório IOB de jurisprudência. São Paulo: IOB, fev/1996, n. 04,
p. 62.Gelfand, Michelle., Fitzgerald, Louise., & Drasgow, Fritz. . The structure
of sexual harassment: A confirmatory analysis across cultures and settings.
Journal Of Vocational Behavior, (1995).47(2), p. 164-77.Disponível em
:doi:10.1006/jvbe.1995.1033.Acesso em 15 de agosto de 2020.G1. Denúncias
de abuso sexual no Metrô de SP crescem 64% em 2015. Disponível em
http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2015/10/denunciasde-abuso-sexual-no-
metro-de-sp-crescem-64-em-2015.html.Acesso em 15 de agosto de 2020.G1
. Casos de abuso sexual no transporte público de SP crescem 9% no 1º
trimestre. 2018. Disponível em https://g1.globo.com/sp/sao-
paulo/noticia/casos-deabuso-sexual-no-transporte-publico-de-sp-crescem-9-
no-1-trimestre.ghtml.Acesso em 15 de agosto de 2020.GOMES, Juliana.
Abuso sexual contra mulheres em transporte público. Disponível
em:https://conteudojuridico.com.br/consulta/artigos/53610/abuso-sexual-
contra-mulheres-em-transporte-pblico.Acesso em 15 de agosto de
2020.MARQUES,Jéssica.CPTM cria ‘Espaço Acolher’ para atendimento de
casos de assédio. Disponível em: https://diariodo
transporte.com.br/2020/03/09/cptm-cria-espaco-acolher-para-atendimento-
de-casos-de-assedio/. Acesso em 15 de agosto de 2020.MEDEIROS,Luiza. &
WILLIANS, Lúcia Cavalcanti. Assédio sexual de mulheres em espaços
públicos – uma revisão da publicação empírica.(2018, em
preparo)OLIVEIRA, Ana. CAVALCANTI, Vanessa. Violência doméstica na
perspectiva de gênero e políticas públicas. Revista Brasileira Crescimento
Desenvolvimento Humano, (2007)(17)1, p.39-51. Disponível em:
doi:10.7322/jhgd.19813. Acesso em 15 de agosto de 2020.SAFFIOTI,
Heleieth. Contribuições feministas para o estudo da violência de gênero.
Cadernos Pagu. 16. 2001.p.115-136. Recuperado de http://www.
scielo.br/pdf/cpa/n16/n16a07.pdf_________________, ALMEIDA,Suely Souza
de. (1995). Violência de gênero: Poder e impotência. Rio de Janeiro: Livraria
e Editora Revinter.SILVA, Luiza. Assédio sexual contra mulheres em
transporte público: das passageiras à empresa. Disponível
em:https://repositorio.ufscar.br/bitstream/handle/ufscar/10822/Disserta%C3
%A7%C3%A3o%20%283%29.pdf?sequence=1&isAllowed=y Acesso em 15 de
agosto de 2020.SMITH, Martha. Addressing the security needs of women
passengers on public transport. Security Journal, (2008)21(1,2), p. 117-33.
Disponível em: doi: 10.1057/palgrave.sj.8350071. Acesso em 16 de agosto de
2020.
Déborah Ramos da SILVA é discente do curso de Letras/ Espanhol
da Unifal/MG. Mestre em Gestão e Políticas da Informação e da
Comunicação Midiática pela Universidade Estadual Paulista Júlio De
Mesquita Filho (UNESP).E-mail: deborah.ramos@unesp.br.
A sobrevida da antropofagia oswaldiana em
criações artísticas transformadoras da cultura
brasileira contemporânea / The afterlife of
oswaldian anthropophagy in transformative artistic
creations from
Patrícia SILVA - Centro de Estudos Sociais, Universidade
de Coimbra
Resumo
Tida como metáfora central do Modernismo artístico-literário brasileiro, a
noção de antropofagia cultural proposta por Oswald de Andrade no
“Manifesto Antropófago” (1928), celebra o hibridismo como matriz
identitária e patenteia o discurso contra-hegemónico enquanto estratégia
criativa de resistência à hegemonia cultural europeia. Estas facetas têm
assegurado a reactualização do conceito em diferentes momentos da
história contemporânea do Brasil e em variados domínios da cultura
brasileira, nomeadamente como estímulo a criações e movimentos contra-
hegemónicos e de pendor utópico. Nesta comunicação analisarei a fértil
sobrevida do conceito a partir de criações culturais que dialogam
genealogicamente com essa expressão cultural historicizada e politizada. A
análise incidirá sobre estratégias de re-significação semiótica empregues por
agentes culturais brasileiros contemporâneos, quer como forma de
resistência por identidades ameaçadas em períodos de limitação cultural,
quer de afirmação identitária de identidades subalternas em períodos de
dilatação cultural. Serão examinadas formulações subsequentes por
vanguardas contra-culturais brasileiras sob o domínio da ditadura militar,
nomeadamente manifestos tropicalistas como o projeto Figa Brasil de Jorge
Mautner, que seria retomado posteriormente no seu “Manifesto
Amalgamista” (2009). Além disso, criações contemporâneas como o
“Manifesto Antropofágico da Ficção Científica Brasileira” (1988), de Ivan
Carlos Regina, o “Manifesto de Antropofagia Periférica” (2007), de Sérgio
Vaz, o “Re-manifesto antropofágico para a era digital” (2009-2010), de
Vanessa Ramos-Velasquez, e outras rememorações e remediações
comemorativas da efeméride do aniversário do “Manifesto Antropófago”,
retomam a imagética do antropófago e do selvagem tecnicizado oswaldianos
para veicular ansiedades de sujeitos contemporâneos face a diferenças
identitárias de etnicidade, género, à cosmovisão indígena e ao pós-humano.
Estes casos de estudo serão examinados enquanto formas de exercício de
uma cidadania cultural que recorre a códigos de representação semiótica da
matriz cultural da modernidade brasileira para propor alternativas a
estereótipos culturais e às ficções do Estado. Fá-lo-ei num enquadramento
revisionista, relacionando as referidas recriações no campo cultural com
“decolonial projects emerging out of the global political society
(deracializing and depatriarchizing projects (…)” [projetos descoloniais
emergentes da sociedade política global (de desracialização e
despatriarquização] como parte da construção do pluriverso (Mignolo, 2018,
xii, ix).
keywords: antropofagia cultural | modernismo | contra-hegemónico | utópico
Abstract
Generally accepted as the central metaphor of literary and artistic Brazilian
Modernism, the notion of cultural anthropophagy proposed by Oswald de
Andrade in the “Cannibal Manifesto” (1928), celebrates hibridity as an
identitarian matrix and promotes counter-hegemonic discourse as a creative
strategy of resistance to European cultural hegemony. These facets have
ensured its re-actualisation in different moments of Brazil’s contemporary
history and in various domains of Brazilian culture, namely as catalyst to
counter-hegemonic and utopian-leaning creations and mouvements. In this
paper, I will analise the fertile afterlife of the concept based on cultural
creations that dialogue genealogically with that historicised and politicized
cultural expression. The analysis will focus on strategies of semiotic re-
signification deployed by contemporary Brazilian cultural agents, both as a
form of resistance by threatened identities in periods of cultural restriction,
and of identitarian affirmation of subaltern identities in periods of cultural
dilation. Subsequent formulations by counter-cultural Brazilian vanguards
under the domain of the military dictatorship will be examined, namely
tropicalist manifestos such as Jorge Mautner’s “Figa Brasil” project, which he
would later resume in his “Manifesto Amalgamista” (2009). Additionally,
contemporary creations such as “Manifesto Antropofágico da Ficção
Científica Brasileira” (1988), by Ivan Carlos Regina, “Manifesto de
Antropofagia Periférica” (2007), by Sérgio Vaz, and the “Re-manifesto
antropofágico para a era digital” (2009-2010), by Vanessa Ramos-Velasquez,
as well as other commemorative rememorations and remediations of the
aniversary of the “Manifesto Antropófago”, resume the imagery of the
oswaldian cannibal and technicised barbarian to express anxieties of
contemporary subjects before identitarian differences of ethnicity, gender,
the indigenous worldview and the post-human. These case studies will be
examined as ways of exercising a form of cultural citizenship that resorts to
semiotic codes of representation of the Brazilian Modernism cultural matrix
to propose alternatives to cultural stereotypes and to the fictions of the
State. I will address them from a revisionist approach, relating the said
recreations in the cultural field to “decolonial projects emerging out of the
global political society (deracializing and depatriarchizing projects (….)”, as
part of the construction of the “pluriverse” (Mignolo, 2018, xii, ix).
keywords: cultural anthropophagy | modernism | counter-hegemonic |
utopian
Andrade, Oswald de. “Manifesto Antropófago.” Revista de Antropofagia 1
(Maio, 1928), 3, 7.-------. A Utopia Antropofágica. São Paulo: Globo, 1990-----
--. A alegria é a prova dos nove. Luiz Ruffato (org.). São Paulo: Globo,
2011Mignolo, Walter D. ‘Foreword. On Pluriversality and Multipolarity’. In
Bernd Reiter (ed.). Constructing the Pluriverse: The Geopolitics of
Knowledge. Durham and London: Duke University Press, 2018, ix-xv
Patrícia SILVA é Investigadora no Centro de Estudos Sociais (CES) da
Universidade de Coimbra, onde desenvolve investigação sobre o
“Modernismo Transcultural”, com incidência em redes e trocas
transatlânticas luso-brasileiras entre movimentos literários e artísticos.
Doutorada em Estudos Portugueses e Brasileiros pelo King’s College
London, lecionou língua portuguesa e culturas e literaturas lusófonas em
Universidade de Cambridge e University College London. É autora de Yeats
and Pessoa: Parallel Poetic Styles (Routledge, 2020, repr. 2010), co-editou o
número especial da revista Pessoa Plural “Modernismos portugueses 1915-
1917: Contextos, Facetas e Legados da geração Orpheu” (2017) e tem
inúmeros capítulos e artigos publicados sobre Modernismo, Estudos
Lusófonos, Literatura Comparada, Estudos Culturais, Interartes e de
Culturas Visuais, nomeadamente em Pessoa Plural, Colóquio-Letras,
Cadernos de Literatura Comparada, Portuguese Studies, Portuguese
Literary & Cultural Studies, Comparative Critical Studies. Recentemente
publicou sobre escrita e educação internacional em A Investigação e a
Escrita: Publicar sem Perecer (Coimbra: IUC, 2021).
Transmedia y fanmade: el universo distópico de
Metro 2033 como herramienta para entender
nuestro mundo
Mariano Urraco SOLANILLA - Universidad a Distancia
de Madrid
Andy Eric Castillo PATTON - Universidad Complutense
de Madrid
Resumen
Como cualquier otro producto artístico, las obras del género distópico se
encuentran inextricablemente unidas a la sociedad en la que se producen y a
la que, de alguna manera, remiten. Resulta por lo tanto posible (y pertinente)
utilizar estos productos culturales para analizar el haz de relaciones que se
tejen entre obras y contexto, pudiendo centrarnos en las imágenes del poder
y en la ideología subyacente a dichas producciones artísticas. De este modo,
la distopía nos permite acercarnos y problematizar la manera en que se
expresa la realidad sociopolítica de un momento histórico concreto, los
miedos y pesadillas de una determinada sociedad. Este ejercicio
hermenéutico nos permite, igualmente, tomar conciencia del modo en que
dichas preocupaciones son afrontadas y, eventualmente, conjuradas, así
como conocer las estrategias marcadas como vías de escape o caminos de
solución de las crisis que afectan a los creadores de este tipo de obras, los
cuales actúan como intérpretes del malestar de una época. Además, cuando
una obra trasciende el formato tradicional y avanza en la senda de lo
transmediático, su potencial interpretativo (y performativo) aumenta
exponencialmente al integrar otras voces y perspectivas, convirtiendo el
proceso de creación cultural en un verdadero diálogo comunitario sobre los
problemas de una sociedad, los medios para hacerles frente y las soluciones
para superarlos. Más aún, cuando un universo transmediático enfatiza su
carácter abierto dando voz a la audiencia, en condiciones de igualdad con
respecto al propio autor original, el conjunto de producciones articuladas en
torno a un determinado escenario rompe la unidireccionalidad clásica,
situando la recepción (pero una recepción creativa, activa, siempre
transformadora) en el centro del interés del analista. Este es, precisamente,
el caso del universo de Metro 2033, a cuyo estudio se dedica esta ponencia.
A partir de un análisis minucioso del planteamiento original del escritor ruso
Dmitry Glukhovsky, autor de la saga fundacional de libros de este universo,
abordaremos el proceso de conformación de un universo transmediático que
incluye videojuegos y cortometrajes de diversa autoría y procedencia
(procedencia en un sentido amplio del término). El análisis del conjunto de
materiales producidos bajo una serie de premisas comunes de partida nos
servirá para abordar el modo en que, a lo largo del planeta, una supuesta
“generación global” de jóvenes afronta las crisis de diversa naturaleza
(políticas y económicas, pero también medioambientales o incluso
“culturales”) de estas primeras décadas del siglo XXI. Más allá del
diagnóstico de los problemas identificados por los distintos creadores
implicados en este universo compartido, resulta relevante el modo en que se
plantean soluciones y se establece ese diálogo entre el fandom y el autor, en
un juego de miradas cruzadas que van definiendo las arenas y el propio
devenir de una determinada obra o producto cultural. Estas nuevas formas
de producción dentro del género distópico son contrapuestas a fórmulas
precedentes, enfatizando el carácter “asambleario”, compartido y común,
que suscitan, posibilitan y fomentan.
keywords: metro 2033 | transmedia | fanmade | distopía
Abstract
Like any other artistic product, works of the dystopian genre are inextricably
linked to the society in which they are produced, to which they somehow
refer. Therefore, it is possible (and relevant) to use these cultural products
to analyse the bundle of relationships that woven works and context, focusing
on the underlying images of power and ideology. Thereby, dystopia, the fears
and nightmares of a given society, allows us to approach and problematise
the way in which the socio-political reality of a specific historical moment is
expressed. This hermeneutic exercise also allows us to become aware of the
way in which these concerns are confronted and, eventually, conjured up.
Also, these artistic productions let us know the strategies marked as escape
routes or ways of thinking solutions to crises that affect the creators of this
type of work, who act as interpreters of an epoch’s malaise. Moreover, when
a work transcends the traditional format and advances along the transmedia
path, its interpretative (and performative) potential increases exponentially
by integrating other voices and perspectives. This process of cultural creation
turns into a true community dialogue on the problems of a society, being
another way to face them, plus to tackle the solutions to overcome them.
Moreover, when a transmedia universe emphasises in its open character by
giving voice to the audience, on equal terms to the original author, the set of
productions articulated around a given scenario breaks the classical
unidirectionality. Then, reception (but a creative, active, always
transforming reception) is placed at the centre of the analyst's interest. This
is precisely the case of the universe of Metro 2033, to which this paper is
dedicated to study. Based on the original works of the Russian writer Dmitry
Glukhovsky, author of the books foundational saga of this universe, we will
address the process of shaping a transmedia universe that includes video
games and short films of diverse authorship and provenance (in a broad sense
of the term). The analysis of the set of materials produced under a series of
common starting premises will help us to address the way in which, across
the globe, a supposedly "global generation" of young people faces crises of
different natures (political and economic, but also environmental or even
"cultural") of the 21st century first decades. Beyond the diagnosis of the
problems identified by the different creators involved in this shared universe,
the way in which solutions are proposed and this dialogue is established
between the fandom and the author is highly relevant. This becomes in a
game of crossed gazes that define the arenas and the very future of a specific
work or cultural product. These new forms of production within the
dystopian genre are contrasted with previous formulas, emphasising the
"assembly" model where shared and common character give rise to making
possible an encouraging communal creation.
keywords: metro 2033 | transmedia | fanmade | distopia
4AGames (2010). Metro 2033 [Videojuego]. THQ. 4AGames (2013). Metro:
Last Light [Videojuego]. Deep Silver.4AGames (2019). Metro Exodus
[Videojuego]. Deep Silver.Antonov, S. (2010). Тёмные туннели [Túneles
oscuros]. AST.Baccolini, R., y Moylan, T. (2003). Introduction. En R. Baccolini
y T. Moylan (Eds.), Dark Horizons: Science Fiction and the Dystopian
Imagination (pp. 1–12). Routledge.Beck, U. (2008). La sociedad del riesgo
mundial: en busca de la seguridad perdida (R. S. Carbó, Trad.). Ariel. (Obra
original publicada 1998)Claeys, G. (2017). Dystopia: A Natural History: a
Study of Modern Despotism, Its Antecedents, and Its Literary Diffractions.
Oxford University Press.Djakow, A. (2012). Hacia la luz (J. J. Mussarra,
Trad.). Timun Mas.Glukhovsky, D. (2009). Metro 2033: el último refugio (J. J.
Mussarra, Trad.). Timun Mas. (Obra original publicada 2005)Glukhovsky, D.
(2010). Metro 2034 (J. J. Mussarra, Trad.). Timun Mas. (Obra original
publicada 2009)Glukhovsky, D. (2016). Metro 2035 (J. J. Mussarra, Trad.).
Timun Mas. (Obra original publicada 2015)Gordin, M. D., Tilley, H., y
Prakash, G. (Eds.) (2010). Utopia/dystopia: conditions of historical possibility.
Princeton University Press.Jenkins, H. (2003, 15 de enero). Transmedia
Storytelling. MIT Technology Review. http://www.
technologyreview.com/biomedicine/13052/Jenkins, H. (2006a). Convergence
Culture: Where Old and New Media Collide. New York University.Jenkins,
H. (2006b). Fans, Bloggers, and Gamers: Exploring Participatory Culture.
New York University.Lizcano, E. (2006). Metáforas que nos piensan: sobre
ciencia, democracia y otras poderosas ficciones. Ediciones Bajo Cero.Rey, A.
C. (2022). ¿No hay alternativa? Aperturas utópicas y clausuras distópicas: una
mirada al futuro a través del cine de masas del siglo XXI [Tesis doctoral,
Universitat de València].Saga, M. (2018). Arquetipos fundacionales en Metro
2033: estructuras territoriales y centros urbanos. Collectivus: revista de
ciencias sociales, 5(1), 121–136.Scolari, C. (2013). Narrativas transmedia:
cuando todos los medios cuentan. Ediciones Deusto.Seeger, S., y Davison-
Vecchione, D. (2019). Dystopian literature and the sociological imagination.
Thesis Eleven, 131(1), 3-11.Suvin, D. (2010). Defined by a Hollow: Essays on
Utopia, Science Fiction and Political Epistemology. Peter Lang.Urraco, M.
(2016). Distopía y juventud, metáforas y realidades: una aproximación desde
la Sociología. En E. Encabo, M. Urraco, y A. Martos (Coords.), Sagas,
distopías y transmedia: ensayos sobre ficción fantástica (pp. 259–270)-
Universidad de León / Marcial Pons.Urraco, M. (2020). Metro 2033: más que
una (otra) distopía juvenil contemporánea. En P. Gutiérrez, M. I. Abradelo e
I. Armada (Coords.), Tiempos mejores: utopía, distopía y esperanza (pp.
151–174). CEU Ediciones.Urraco, M. (2021). El caballo de Troya de las
distopías juveniles: discurso hegemónico disfrazado de rebelde. Distopía y
Sociedad: Revista de Estudios Culturales, (1), 154–169.Urraco, M., y García-
García, J. (2017). No hay lugar seguro: lo que el género Z le puede enseñar a
los jóvenes posmodernos. En M. Urraco, J. García-García y M. Baelo (Eds.),
Mundos Z: Sociologías del género zombi (pp. 99–127). Los libros de la
Catarata.Varela, J., y Álvarez-Uría, F. (2008). Materiales de sociología del
arte. Siglo XXI Editores.Vrochek, S. (2014). San Petersburgo (J. J. Mussarra,
Trad.). Timun Mas.
Mariano Urraco SOLANILLA es Doctor en Sociología por la
Universidad Complutense de Madrid. Asimismo, es Licenciado en
Antropología Social y Cultural por la Universidad Nacional de Educación a
Distancia. Es director de "Distopía y Sociedad: Revista de Estudios
Culturales" y del Congreso Internacional "El género distópico: lecturas e
interpretaciones sociológicas". Es coordinador del grupo de investigación
“Celsius 233. Estudios Culturales”, de la Universidad a Distancia de Madrid
(UDIMA), en la que es actualmente Profesor Contratado Doctor.
Andy Eric Castillo PATTON es Graduado en Ciencias Políticas y en
Sociología por la Universidad Carlos III de Madrid. También cuenta con un
Máster en Sociología Aplicada: Problemas Sociales, por la Universidad
Complutense de Madrid. Es autor de distintos trabajos publicados en
"Revista Española de Investigaciones Sociológicas", "Recerca", o "Revista de
Historiografía", entre otras. Sus principales intereses de investigación se
centran en los Estudios Culturales, los Movimientos Sociales y la Psicología
Política.
Planning through bodies. Feminism, Cinema and
Architecture in Hackney between 70s and 80s
Roberta Da SOLLER - Università IUAV di Venezia
Abstract
This intervention is part of a broader research on the relationship between
Architecture, Bodies and Feminism, which sees studies on the performative
not only as a methodological lens but also as a field of investigation of the
political. The research revolves around some workshop-concepts such as
performance/performative and space understood as universes of the political
that do not pre-exist one another and, as "practiced territories", obtain their
expressive power in being in relation to one another and can use it only in
the moment in which they acquire it. I will therefore start from an idea of
space no longer as experienced by the body but generated by it. For this
purpose, and here, I will draw on three experiences between the 1970s and
the 1980s around the Hackney district in London which were workshops and
clues of a thought of the body becoming space and which involved: a
community of women who moved into and squatted in the streets
surrounding Broadway Market and London Fields in Hackney during the
1970s, the work of the feminist architects collective Matrix and the
experience of Cinema Rio. In the early 1970s Hackney, Camden Town and
Islington were neighbourhoods crowded with uninhabited late Victorian
architecture in a visible state of decay. Dwellings and spaces built mostly
between 1875 and 1919 and bearing considerable post-war damage. In 1971
London had 23,100 empty houses awaiting demolition. In the 1970s all this
housing stock in a state of neglect and abandonment by London
administrations was occupied by a movement that estimated twenty to
thirty thousand people across London. These occupations had several
functions. The first and most obvious, was the architectural recovery of these
spaces, through improvement work to make them usable again. The second,
less obvious, consisted in the mutation of the idea of living and the domestic
that implied a total collectivisation of work, a redefinition of spaces and their
redesign not on a biological family basis but on a collective desire. These
collective desires were often linked to artistic work and political activism: the
need for an atelier or at least a space where one could devote time to
production and meetings. Within this framework of analysis, the above-
mentioned experiences acquire enormous importance not only as a
historical fact, but above all as the articulation of a thought between
performance, architecture and feminism that becomes an indicator of the
possible systematisation of a transformative practice of living.
keywords: architecture | feminism | activism | performative
Christine Wall, “We don’t have leaders! We’re doing it ourselves!”
www.field-journal.org vol.7Matrix, "Making Space. Women in a Man-Made
Environment", Pluto Press Limited, London 1984T.Stoll, A.Woodyatt, A,
Denney, M. Leonard, This Side, "The Rio. Tape/slide Archive. Radical
community in Hackney in the 80s", Isola Press, London 2020B. Colomina,
"Sexuality and Space", Princeton Architectural Press, Mexico
1992“Hermaphrodites of Art and Vampires of Practice”: Problems of
Women in Architecture’ in Architecture/ Space/Painting, ed. A. E. Benjamin,
Special issue of Journal of Philosophy and the Visual Arts 1992, 3, 26–35.
Roberta Da SOLLER is an activist, actress, performer and researcher
based in Venice. She is part of Sale Docks, a collective and activist space for
arts and politics in Venice. She is a PhD student at the IUAV University of
Venice with a research on feminist inhabiting. From 2013 to date, she has
been cast as an actress in several films. As a performer she collaborated with
artist Dora Garcia at the Venice Art Biennale in 2011 and 2015 and recently
in the solo show at Ex Mattatorio in Rome. She carried out part of the
research on performative practices in Brussels together with Peter Aers,
Melissa Mebesoone and Mauro Sommavilla. Between 2011 and 2018 she
worked as organizer and producer for Centrale Fies Art Work Space, from
which was born the publication Live Works. On the folds of the real by the
lens of performative, curated by Roberta Da Soller and Simone Frangi.
Sharing Empowers? Reflexões sobre ativismo,
participação e cidadania
Marta Noronha SOUSA - ISCE Douro
Resumo
Sharing Empowers é um projeto continuado de produção artística,
investigação e intervenção, desenvolvido anualmente no Natal pelos
estudantes de Multimédia do ISCE Douro, no âmbito das atividades
curriculares e sob orientação dos docentes e investigadores. Partindo da
produção de um mural de arte urbana, exposto nas ruas de Penafiel, sobre a
temática natalícia, o projeto estende-se a formas artísticas e comunicativas
como interatividade, performance e participação no ambiente digital. O
objetivo é engajar as comunidades escolar e local, promovendo reflexão
sobre hábitos adquiridos, atenção a e respeito pelo Outro e pelo Planeta e
corresponsabilização pela criação de um futuro melhor. A premissa é que o
envolvimento, através da partilha de testemunhos e da interação, permitirá
levar o público a adotar atitudes mais humanas, responsáveis e sustentáveis.
O projeto de 2021 visou consciencializar o público para o “outro lado do
Natal”, os aspetos adversos que preferimos ignorar, mas que ensombram
esta época de paz e humanidade: a solidão, o materialismo, o consumismo
desenfreado, o desperdício, a poluição gerada pelos hábitos instituídos.
Nesse sentido, o mural figurou, numa das faces, uma árvore de Natal
construída com lixo eletrónico e um poema de Manuel Alegre, Balada da
Sociedade de Consumo, oculto por pequenos cartões, que os passantes
deveriam descolar para revelar o poema e que continham no verso
mensagens de alerta. A outra face do mural foi aberta à participação do
público, convidando-o a inscrever os seus votos de Natal. No sentido de
chamar a atenção da comunidade para a instalação, foram também
realizadas, pelos estudantes, performances de rua sobre o tema. Ora, a
comunicação proposta consiste num ensaio, em que, partindo dos conceitos
de ativismo, participação e cidadania, se reflete sobre como eles se
evidenciaram na aplicação deste projeto. Em primeiro lugar, reflete-se sobre
a atitude dos estudantes, que, apesar de terem concebido a ideia base,
demoraram a revelar-se engajados na sua dinamização, sobre a crescente
apatia e passividade que a chamada geração Z parece revelar perante a luta
por um mundo melhor. Reflete-se também sobre a interação criada entre o
público e o projeto, nas suas várias dimensões, com base em entrevistas
abertas realizadas a participantes. Quanto às mensagens inscritas pelo
público no mural, serão objeto de uma análise sistemática em estudo
posterior, através de uma análise de conteúdo; presentemente, reflete-se de
modo qualitativo sobre o que elas representam em termos de cidadania,
considerando que algumas apresentam cariz insultuoso, materialista ou
simplesmente desengajado. Em suma, as evidências são heterogéneas,
revelando, por um lado, consciência e vontade de intervenção e, por outro,
apatia, desinteresse ou zombaria. Isto poderá sugerir que o germe do
ativismo existe, mas de alguma forma “desativado”, talvez “soterrado” sob
o excesso de informação que nos chega quotidianamente. As novas gerações,
talvez não diferentemente das mais velhas, poderão necessitar de atividades
que focalizem a sua atenção e ativem a participação em causas, que os
envolvam nesta tarefa sempre inacabada de transformar o mundo num lugar
melhor. Poderá haver melhor ferramenta do que a Arte?
keywords: arte urbana | ativismo | participação |cidadania
Abstract
Sharing Empowers is an ongoing project of artistic production, research and
intervention, developed annually at Christmas by ISCE Douro Multimedia
students, within the scope of curricular activities and under the guidance of
teachers and researchers. Starting from the production of an urban art
mural, exposed in the streets of Penafiel, on the Christmas theme, the
project extends to artistic and communicative forms, such as interactivity,
performance, and participation in the digital environment. The objective is
to engage the school and local communities, promoting reflection on
acquired habits, attention to and respect for the Other and the Planet and
co-responsibility for creating a better future. The premise is that
involvement, through the sharing of testimonies and interaction, will allow
the public to adopt more humane, responsible, and sustainable attitudes.
The 2021 project aimed to make the public aware of the “other side of
Christmas”, the adverse aspects that we prefer to ignore, but that
overshadow this time of peace and humanity: loneliness, materialism,
rampant consumerism, waste, pollution generated by established habits. In
this sense, the mural featured, on one side, a Christmas tree built with
electronic waste and a poem by Manuel Alegre, Balada da Sociedade de
Consumo, hidden by small cards, which passers-by should take off to reveal
the poem and which contained in the back messages of alert. The other side
of the mural was open to public participation, inviting them to submit their
Christmas wishes. To draw the community's attention to the installation,
street performances on the theme were also performed by the students. So,
the proposed communication consists of an essay, in which, starting from the
concepts of activism, participation and citizenship, it is reflected on how they
were evidenced in the application of this project. Firstly, it reflects on the
attitude of the students, who, despite having conceived the basic idea, took
a long time to engage themselves in its dynamization, on the growing apathy
and passivity that the so-called generation Z seems to reveal in the face of
the struggle for a better world. It also reflects on the interaction created
between the public and the project, in its various dimensions, based on open
interviews with participants. As for the messages inscribed by the public on
the wall, they will be the object of a systematic analysis in a later study,
through content analysis; presently, it is reflected in a qualitative way on what
they represent in terms of citizenship, considering that some are insulting,
materialistic or simply disengaged. In sum, the evidence is heterogeneous,
revealing, on the one hand, awareness and willingness to intervene and, on
the other, apathy, disinterest or mockery. This may suggest that the germ of
activism exists, but somehow “deactivated”, perhaps “buried” under the
excess of information that comes to us daily. The new generations, perhaps
not unlike the older ones, may need activities that focus their attention and
activate their participation in causes, which involve them in this always
unfinished task of transforming the world into a better place. Could there be
a better tool than Art?
keywords: urban art | activism | participation |citizenship
Marta Noronha SOUSA é doutorada em Ciências da Comunicação
pela Universidade do Minho, desde 2018. A sua tese versou sobre a
comunicação através de múltiplos media, em particular a comunicação
narrativa, na adaptação, na narração transmediática e em outras formas de
propagação de histórias através de diferentes media. Os seus principais
interesses de investigação são a narrativa, a ficção e as formas de produção
de sentido entre media, bem como as dinâmicas e formatos (narrativos) no
atual ambiente (trans)mediático. Atualmente, é professora no ISCE Douro,
em Penafiel, e coordena o Departamento de Artes e Multimédia. É
membro integrado do Núcleo de Investigação em Artes e Multimédia
(NIAM - ISCE Douro) e membro convidado do Centro de Estudos em
Comunicação e Sociedade (CECS – UM). martanoronhasousa@gmail.com
marta.noronha@iscedouro.pt.
The practice of activism and citizenship in the
symbiosis of informal urban agriculture and
community artistic practices
Raquel Luz SOUSA - DINÂMIA'CET-IUL-ISCTE
Isabel Cristina CARVALHO - CIAC-Universidade Aberta
Abstract
There is a disparity between legislation and reality, causing that despite clear
laws attributing rights to people, this is not always the case in practice. That
causes a direct impact on how citizenship and gender equality are exercised.
This disparity widens the gap between structured and vulnerable territories.
The disparity is perpetuated by behaviours such as sexist and racist
discourses, hate speeches (the digital world is a platform for these to arise)
and other forms of counterproductive rhetoric. This problem accompanies
the need to overcome situations of social exclusion, gender inequality, info-
exclusion, spatial segregation, and cultural stigmatization – all of which are
obstacles in working towards the United Nations Sustainable Development
Goal 11: Sustainable Cities and Communities.This proposal focuses on the
need to make a theoretical reflection about how the contribution of women
in the co-creation of cities culturally sensitive and spatially fair can be
increased. Within the context of urban precariousness and benefiting from a
fruitful dialogue between the physical and digital levels in the exercise of
citizenship, we theorize that the combination of Community Art Practices
(CAPs) within Urban Informal Agriculture (UA) will help this increase. The
theoretical path intends to explore how women deal with gender
discrimination, to identify and signpost approaches to situations of social
exclusion by including the potential of UA as citizenship development and
digital eco-art in CAPs as a tool to improve their participation. Two inclusive
forms of resistance and social activism (where majorly women are involved
and creativity overcome encountered fragilities) will be presented as
reflective environments: i) processes that involve artistic community daily
practices (such as the town party etc. where food, crops, harvesting folk art
and tradition are used to celebrate. ii) informal practices of urban
agriculture, that by itself include the first. This proposal also aims the
inclusion of the digital plan to make possible the modernization of these
processes, both urban informal agriculture practices and creative processes
based on daily lives. It will deal with resilience and forms of spatial
appropriation, expression of identity, demarcation of territoriality and
mechanisms for compensating people in the face of harmful socio-economic
conditions – in which women make up a subgroup even more vulnerable. The
intersection of informal urban agricultural practice with other daily creative
processes formalized into CAPs will exponentially solve those problems. It
will also channel ecological/bioclimatic purposes - promoters of physical and
mental wellbeing.In conclusion, urban agriculture as a practice of food
production and citizenship, integrated within CAPs, not only have the
benefits of the first by supporting marginalized social classes but also, by
using creative artistic-cultural processes and more inclusive digital media will
give people and women, in particular, a powerful tool towards their own
inclusion as citizens. The political-socio-economic and ecological phenomena
will be increased - making the city by transforming the potential of the UA
and CAP into daily reality empowerment.
keywords: artivism | citizenship | community artistic practices | digital eco-
art | ecofeminism | informal urban agriculture
Raquel Luz SOUSA. PhD student DINÂMIA'CET-IUL - Centre for
Socioeconomic and Territorial Studies. ISCTE - University Institute of
Lisbon. Avenida das Forças Armadas, Edifício ISCTE-IUL, Sala 2W4-d, 1649-
026 LisbonPortugalBiography: B.A.in Agriculture Engineering by Évora
University. Master at California State University at Hayward. Working at
Dinamia Research Center in ISCTE where it studies UA in Lisbon, has tough
in Lusófona and Algarve University. Published several articles about UA,
wrote several technical handbooks and a booklet - Uma horta para fazer
ciência, published by Fundação Ciência Viva. In 2008 funds Biosite.com, a
cooperative working in local development.Contact
Information:https://orcid.org/0000-0002-9666-5239. E-mail:biosite.cabazes@
gmail.com.
Isabel Cristina CARVALHO. Researcher | Artist | Architect PhD in
Digital Media ArtAberta University, LisbonPortugalBiography: Degree in
Architecture, Postgraduate in Town Planning, Environment and Urban
Design, Postgraduate in Town Management, PhD in Digital Media Arts. She's
a Researcher at Research Centre in Arts and Communication (CIAC-UAb),
Aberta University, Portugal. In 2019, her research project “Gender in Map –
women empowerment in planning and urban development” was funded by
the Foundation for Science and Technology (FCT, Portugal). She develops
research in collaborative mapping processes and data visualization. The
focus of her research and artistic practice is the interaction between people,
urban space, and technology. Areas of scientific interest: Digital Media Art,
Art Activism, Women's studies.Contact Information:Email:
isabel.carvalho@ uab.pthttps://orcid.org/0000-0002-0499-7464.
Art in Nature: using mainstream arts to create a
new global workforce for environmental science
Ella SPIRA – MBE
Pietra MELLO-PITTMAN - MBE
Abstract
This presentation explores the role arts can play in inspiring future
generations of environmental scientists and climate change innovators.
Recognising the state of emergency declared by the Intergovernmental
Panel on Climate Change, this presentation examines the capacity for
artistic practice to be a communicator of this state of emergency, and a
demonstrator of the capacity for micro and macro level behavioural changes
in a way which is educational, accessible and relatable. In doing so, we bring
together examples of scientifically informed arts practice which exhibit the
impactful role the arts can play in educating and encouraging behavioural
changes across society, as well as the capacity for arts-based communication
to encourage pathways into formal scientific education and associated
careers which facilitate sustainable, long term climate change action. Across
this presentation we draw on our experiences of conceiving and staging the
Art in Nature project which runs parallel to the bilateral environmental
science project Earth Observation for AgroClimate, having most recently
been staged in Australia, and previously staged in the United Arab Emirates.
As we explore, Art in Nature brings together inclusive mainstream arts
practice with data at the sharp end of scientific evidence from UK
governmental agencies including the Science & Technologies Facilities
Council, Rutherford Appleton Laboratory, and Australia’s the
Commonwealth Scientific and Industrial Research Organisation. Across this
presentation we share behind the scenes insights and stories from our
experiences of undertaking the Art in Nature projects in order to
demonstrate an alternative holistic approach to nurturing the future
environmental sciences workforce.
keywords: arts | environment | art in nature | art practices | art-based
communication
Ella SPIRA. MBE is a London based Grammy nominated composer
focused on international collaboration, a painter and co-founder of the social
impact focused theatre company, Sisters Grimm. Ella’s compositions score
all Sisters Grimm’s projects and portfolio of culturally themed shows that
have played in 7 countries including UK, Singapore, China and Russia. Ella
received a Grammy nomination in 2016 for Best World Music Album for
‘Songs from INALA a Zulu Ballet’. Voices of the Amazon, the production for
which Ella wrote the score in collaboration with Brazilian song writers, won
Brazilian international Press Award Best Show. Ella was nominated for the
Women of the Future Awards for Arts & Culture in 2015, was invited by
World Fellow Nizam Uddin to give a talk at Yale University, in 2019 and was
awarded an MBE in the 2021 Honours List for services to International Trade
and the Creative Industry.
Pietra MELLO-PITTMAN. MBE is a Brazilian-British creative
producer, ex-Royal Ballet dancer and co-founder of the social impact focused
theatre company, Sisters Grimm. Pietra was a ballerina with the Royal Ballet
from 2002 – 2015 performing the classics, creating roles in new productions
and performing nationally and internationally including at the Royal Opera
House Covent Garden and the Mariinsky and Bolshoi Theatres in Russia.
Pietra was nominated for the Women of the Future Awards for Arts &
Culture in 2015, was invited by World Fellow Nizam Uddin to give a talk at
Yale University, in 2019 and was awarded an MBE in the 2021 Honours List
for services to International Trade and the Creative Industry.
Renegotiating Eastern queerness: Perspectives on
social change back home among the Romanian
LGBTQ+ diaspora
Bianca STANEA - Babes-Bolyai University Cluj-Napoca -
Faculty of Sociology and Social Work
Abstract
With many Eastern European countries still denying recognition of sexual
minorities, in a time of extreme globalisation, it is essential to talk about
queer diasporas. With a diaspora considered to be the fifth-largest in the
world, Romania has been advancing a mostly heteronormative narrative of
the migration process. The current research aims to better understand the
perspectives of the LGBTQ+ diaspora members on their capacity to
influence mindsets back home, based on the alleged progressive attitudes
‘imported’ from abroad. Besides this, it will point out the different types of
attitudes that the participants have towards Romania, from the more
decisive practice of one-way migration aiming to cut off the ties with the
origin country, to the transnational living patterns, always moving back and
forth. This line of inquiry will pay, for instance, attention to situations when
respondents preserve this relationship, based on nostalgic attachment when
they hold ambivalent positions (e.g., desire for change but refusal to commit)
or are actively involved in producing social change back home. This research
considers the intersections between ethnicity, sexual orientation, and gender
identity, but also incorporates the intersectionality given by age, location,
and social class. Ultimately the research explores whether and how the
diaspora contributes towards a shift of attitudes in relation to the LGBTQ+
community back home (social activism, political participation, NGO
structures, etc.). The research is based on a qualitative design. It uses
biographical interviews starting from the present and moving
retrospectively. The interview guide will comprise topics such as:
socioeconomic status abroad, life as part of the LGBTQ+ community in
Romania and abroad, motivation of leaving the country, perspectives
regarding social change back home, the imagined future and possible modes
of returning. During the interviews, the participants will be encouraged to
share visual references (mostly photography from their personal collections,
showcasing both moments from their life in Romania and from their new life
abroad). The role of the visuals will be to support the understanding of the
social experiences during the fieldwork. They will stimulate participants’
emotional responses and create an environment of safe sharing and
exchange of information. Photography in this case, ‘has a uniquely inherent
equality, universality, and accessibility to it as an explanatory tool of social
life’ (Ferguson, 2013:4) and it can fill in the gaps of a better understanding of
the reality of the participants. While this type of approach can bring ethical
dilemmas (e.g. visual material from participants that are not out of the
closet), it is important to underline that full anonymity will be preserved and
the publishing or further showcase of any visual references will be done only
with the permission of the participants and will be blurred if required. The
objective of this intimate research (Laura, 2016) is to create a just and
authentic narrative of the LGBTQ+ diaspora and to highlight the wide range
of perspectives that unfold.
keywords: Romanian LGBTQ+ community | queer | diaspora | migration |
social change | activism | intersectionality
Alexander, B. (2017). ‘Queer/Quare Theory: Worldmaking and
Methodologies’ in The SAGE Handbook of Qualitative Research, New York:
SAGE Publications.Altman, D. (1997). ‘Global gaze/global gays’ in GLQ: A
Journal of Lesbian and Gay StudiesAndrén, D.; Roman, M. (2016). ‘Should I
Stay, or Should I Go? Romanian Migrants During Transition and
Enlargements’ in Labor Migration, EU Enlargement, and the Great Recession
(pp.247-269)Butler, J. (1997). Excitable Speech: A Politics of the
Performative, Routledge, New YorkButler, J. (2004). Undoing Gender,
Routledge, New York, and LondonCarling, J.; Erdal, M.; Talleraas, C. (2021).
‘Living in two countries: Transnational living as an alternative to migration’
in Population, Space and Place, Vol. 27, Issue 4Chávez, K. (2013). Queer
Migration Politics - Activist Rhetoric and Coalitional Possibilities, University
of Illinois Press, Urbana, Chicago and SpringfieldEAPN (2020). Poverty
Watch Romania Ferguson, T. (2013). Using Visual Methods in Social Science
Research, Oxford University Press, MelbourneGartner, J. (2015).
‘(In)credibly Queer: Sexuality-based Asylum in the European Union’, in
Transatlantic Perspectives on Diplomacy and Diversity, Humanity in Action
PressLaura, C. (2016). Intimate Inquiry: A Love-Based Approach to
Qualitative Research, Chicago State UniversityMarcu, S. (2012). ‘Emotions
on the move: belonging, sense of place and feelings identities among young
Romanian immigrants in Spain’ in Journal of Youth Studies (pp. 207-
223)Marcu, S. (2014). ‘Geography of belonging: nostalgic attachment,
transnational home, and global mobility among Romanian immigrants in
Spain’ in Journal of Cultural Geography (pp. 326-345)Mateescu, O. (2018).
‘The Romanian family referendum: Or, how I became a sexo-Marxist’ in
FocaalBlog Moraru, A. (2010). ‘Social perception of homosexuality in
Romania’ in Procedia Social and Behavioral Sciences, 2 (pp. 45-49)Nicoară,
M. (1995). ‘Silenced and Silent: Lesbians in Romania’ in Canadian Woman
Studies, Vol 16, No 1 (pp. 43-45)O’Dwyer, C. (2018). Coming Out of
Communism: The Emergence of LGBT Activism in Eastern Europe., NYU
Press, New York Paternotte, D.; Ayoub, P. (2014). LGBT Activism and the
Making of Europe - A Rainbow Europe?, Palgrave Macmillan,
LondonPaternotte, D. (2015). ‘The NGOization of LGBT activism: ILGA-
Europe and the Treaty of Amsterdam’ in Social Movement Studies (pp. 388-
402)Patton, C.; Sánchez-Eppler, B.(2000). Queer Diasporas, Duke University
Press, Durham and LondonPearce, S.; Cooper, A. (2016). ‘LGBT Activism
in Eastern and Central Europe’ in The Wiley Blackwell Encyclopedia of
Gender and Sexuality Studies, First Edition, Wiley-Blackwell (pp. 1-7)Popa,
B.; Sandal, H. (2019). Decolonial Queer Politics and LGBTI+ Activism in
Romania and TurkeyPuar, J. (2002). ‘Circuits of queer mobility - Tourism,
Travel, and Globalization’ in GLQ: A Journal of Lesbian and Gay Studies, Vol.
8, Issue 1Rădescu, E. (2020). An Unsettled Saga – Queer in Romania (article
is part of the project Music & Conversations in the Attic, co-financed by
AFCN)Rubin, G. (2006). ‘Thinking Sex: Notes for a Radical Theory of the
Politics of Sexuality’ in Culture, Society and Sexuality, 1st Edition, Routledge,
LondonVelikonja, M. (2009). ‘Lost in Transition: Nostalgia for Socialism in
Post-Socialist Countries’ in East European Politics & Societies, Vol.23, Nr.4,
535-551Vlase, I. (2013). ‘‘My Husband Is a Patriot!’: Gender and Romanian
Family Return Migration from Italy’ in Journal of Ethnic and Migration
Studies (pp. 741-758)Vlase, I.; Voicu, B. (2018). Gender, Family, and
Adaptation of Migrants in Europe: A Life Course Perspective, Palgrave
MacmillanWarner, M. (2000). The Trouble with Normal: Sex, Politics and
the Ethics of Queer life, Harvard University Press, CambridgeWesling, M.
(2008). ‘Why queer diaspora?’ in Feminist Review, No. 90 (pp. 30-
47)Wimark, T. (2014). Beyond Bright City Lights: The Migration Patterns of
Gay Men and Lesbians, Stockholm University
Bianca STÂNEA is a Romanian cultural manager and artist working at
OKNA – Espaço Cultural and BEAST – International Film Festival, both in
Porto, Portugal. She is also a PhD researcher in Sociology, at the Babes-
Bolyai University in Cluj-Napoca, Romania, on the topic of LGBTQ+ rights.
Among her biggest interests are documentary film and visual arts as ways of
capturing social issues.
The New Farmers Project
Paul STOCK - University of Kansas
Tim HOSSLER - University of Kansas
D. Bryon DARBY - Utah State University
Abstract
The New Farmers Project is an interdisciplinary art and research
ethnography of new and emerging farmers in the US Midwest. This
collaboration brings together a photographer, rural sociologist, and graphic
designer that uniquely combines text, imagery, and design to tell the stories
of these farmers in various iterations. With a focus on what Santos describes
as a sociology of emergences and absences we document both the lives of
those entering the profession of farming while also recognizing a history of
dispossession in the same place. Much like our subjects, our fieldwork
methods are based in open process of collaboration --working alongside one
another, simultaneously influencing and learning from the other. In actively
maintaining an open and supportive process, the photographs, interviewing
strategies, theoretically informed questions, and pattern making combine
with design and conversation to make sense of the hopes and hurdles of new
farmers.Our joint presentation will cover food and farming, our working
methodology, and the trials, tribulations, and potential of collaborating
across disciplines. We will share the various iterations the project has taken
including photo essay, publications, and exhibitions.
keywords: farmers | agriculture | photography | design
Stock, Paul V., Tim Hossler, and D. Bryon Darby. 2019. "Experiments in the
Field." Writing with Light, Cultural Anthropology website, October 29.
https://culanth.org/fieldsights/experiments-in-the-field.
Paul V. STOCK is Associate Professor in Sociology and the
Environmental Studies Program at the University of Kansas. His primary
interests revolve around food, agriculture, sustainability, utopias, and
morality. As a qualitative rural and environmental sociologist, Paul is an
adept interviewer and researcher familiar with iterations of family farming
at the local, regional and international scale. His research has studied organic
farmers, sheep, beef cattle and dairy farmers in Aotearoa New Zealand, and
the Catholic Worker movement’s farms. Further he has great interest in
creative and inter- and transdisciplinary methods.
Tim HOSSLER holds a degree in Architecture from Kansas State
University, 1993, and a MFA from Cranbrook Academy of Art, 2005. He has
held the positions of Director of Design at the Massachusetts Museum of
Contemporary Art (MASS MoCA) and Art Director of The Wolfsonian-
Florida International University in Miami Beach. He currently teaches design
history, photo culture and visual communications at the University of Kansas.
His academic research focuses on working with photographers, artists and
cultural institutions to produce experimental forms of visual narratives.
D. Bryon DARBY, former KU assistant professor of photo media, is a
lecturer in photography at Utah State University.
A improvisação como prática de liberdade, escolha
e sentido na arte de Katie Duck
Nicolle Carvalho Pinto VIEIRA - FCSH-Universidade
NOVA de Lisboa
Resumo
O presente artigo traz um relato de experiência sobre as práticas de
improvisação promovidas pela artista Katie Duck, percebidas para além de
uma estrutura estética mas também como uma estrutura ético-política (não
há um líder e todos são responsáveis pelo processo na mesma medida) em
um diálogo crítico com a fenomenologia existencial, como uma das
possibilidade de reflexão sobre a improvisação e os modos de existir. A
análise apresentada no presente texto tem como eixo o fato de que questões
existenciais são tocadas em todo seu domínio ontológico por essa prática de
modo que esse modo de fazer artístico é capaz de ressignificar contextos,
expressar subjetividades e expor visões de mundo, estimulando novos modos
de consciência, novas concepções de dança, corpo, movimento,
intencionalidade, novos modos de existência, estabelecendo novas relações
com o mundo, criando novas linguagens e expressões artísticas, criando
liberdades de escolhas, ação e posicionamento. Porém, na improvisação a
escolha é feita no mesmo instante que deve ser executada, o que faz emergir
uma angústia diante da situação de incerteza, “o que eu faço agora?”,
expondo o artista à sua vulnerabilidade, fazendo-o buscar por uma zona de
segurança contra esse estado. Assim, o que antes era pensado como
liberdade acaba por aprisionar o artista na repetição daquilo que ele domina
e se sente seguro, sustentando uma mesma leitura ou interpretação da
realidade, criando um conflito existencial.Na teoria sartriana a liberdade
existe em assumir a responsabilidade pela escolha, na intenção, ou seja, no
comprometimento com o processo de construção da realidade desejada
através de ações, as quais são possíveis pela atribuição de um sentido,
constantemente revisto de acordo com os projetos e com os possíveis,
determinando se o fim desejado se concretizará ou não. Para a Logoterapia
de Viktor Frankl, sentido é a motivação básica para a existência pois é tudo
aquilo que atribui consciência, liga, orienta e estrutura de forma que buscar
um sentido é buscar o encontro, a relação, e a possibilidade de
transformação. Este autor concebe uma ideia de liberdade eterna em que se
pode escolher livremente um objetivo e como lidar com cada situação,
apesar de todas e quaisquer limitações que possam aparecer. Esse trabalho
permite aceder uma compreensão de que escolher é uma habilidade a ser
trabalhada de modo refinado, mas que pode escapar na ansiedade, no medo
e na angústia. Para que seja possível esse refinamento os limites fazem-se
necessários. Afinal, para cada limite colocado é preciso explorar, aprender
como jogar, transformando o processo em um jogo de perguntas sem fim.
Então, para que possam escolher como agir e se posicionar cada
improvisador, baseado em suas próprias experiências, cria e compartilha
estratégia, as quais refletem uma concepção sobre liberdade, escolha e
sentido num trabalho contínuo de desenvolvimento de consciências e
liberdades individuais dentro de um grupo. Deste modo a elaboração desta
escrita sustenta-se em um relato afetivo da experiência, entrevistas com a
artista e revisão de literatura sobre liberdade, escolha e sentido na ótica da
fenomenologia existencial.
keywords: liberdade | escolha | sentido | constrangimento | improvisação |
arte experimental | Katie Duck
AMATUZZI, M. (2007). Experiência: um termo chave para a Psicologia.
Memorandum, 13, 0815. disponível em: http://www.fafich.ufmg.
br/~memorandum/a13/amatuzzi05.pdf. BIANCALANA, G.R. (2011).
Presença Performativa nas Artes da cena e Improvisação. Revista Brasileira
de estudos da Presença, 01, 121-148. disponível em:
http://www.seer.ufrgs.br/presencaBIENAISE, J.; RAYMOND, C., LEVAC, M.,
(2017), L’articulation théorie-pratique dans la recherche-création en danse,
Recherches en danse, disponível em: http://journals.openedition
.org/danse/1666.BIGÉ, R. (2020). Dançar a Anarquia: teorias e práticas
anarquistas no Judson Dance Theater, Grand Union e Contact
Improvisation. Rev. Bras. Estud. Presença, 10, disponível em:
http://dx.doi.org/10.1590/2237-266089064BORGDORFF, H. (2012) “The
Production of Knowledge in Artistic Research” in Henk Borgdorff. The
Conflict of the Faculties. Perspectives on Artistic Research and Academia.
Leiden University Press, pp. 44-63.BOTELHO, I.M. de A., BORIS, G.D.J.B.
(2019). Vivências com arte: uma perspectiva satreana, in: As Ciências da Vida
frente ao Contexto Contemporâneo, número 3, Capitulo 28 p.240-
255.CARVALHO, J.M. de/ SOUZA, S.T. de/ CHAVES, T.C. (2020). Viktor
Frankl e o bom funcionamento da personalidade: o confronto com o DSM V,
in: PIDCC: Revista de propriedade intelectual, Direito contemporâneo e
constituição. Ano IX, Volume 01 nº 02, p.086-101. Aracaju.COELHO, S.P.
(2018). Práticas da atenção: Ensaios de desterritorialização e performance
coreográfica. Cadernos de Arte e Antropologia, 7, pp. 43-55.DUCK, K.
(2020). Katie Duck, disponível em: : http://katieduck.com/DUCK, K. (2020).
Summer Impro, disponível em: http://summerimpro.com/.DUCK, K. (2019)
notas durante Xmas Workshop, Amsterdão.DUCK, K. (2019b) notas
durante Summer Course, Amsterdão.DUCK, Katie (2001) Is choreography
dance? Statement for a manifesto in revue « Contact Quaterly » Vol. 26 No.
2, Summer/Fall 2001, p 12-14.DUCK, Katie (2000) Improvisation Festival
Amsterdam 1994-1999 in revue « Contact Quaterly » Vol. 25 No. 2,
Summer/Fall 2000, p 13-17.EUGENIO, F. / FIADEIRO, J. (2013). Jogo das
perguntas: O modo operativo “AND” e o viver juntos sem ideias, in Fractal:
Revista de Psicologia, v. 25, n. 2, p. 221-246.FRANKL, V.E. (1985). Em busca
de sentido. (W. t. Schulupp, Ed.) Petrópolis, RJ: Vozes. GIL, J. Movimento
Total: o corpo e a dança. São Paulo: Iluminuras, 2004.HISSA, C.E.V./
RIBEIRO, M.M. (2017) Saber sentido, in: Conceição/Conception, Campinas,
SP, v. 6, n. 2, p. 90–109. Disponível em: https://periodicos
.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/conce/article/view/8648656. HISSA, C. (2013).
Entrenotas: compreensões de pesquisa. Belo Horizonte: Ed. UFMG.ICLE, G.
/ ROSA, T.N. (2012). “Sobre os limites do corpo” in Conceição | Concept,
Campinas, v. 1, n. 1, p. 14-29.JUNIOR, C.A./ ARDANS-BONIFACINO/ H.O.,
& ROSO, A. (2016). A construção do sujeito na perspectiva de Jean-Paul
Sartre in: Revista Subjetividades, 16(1), pp. 119-130.MADEIRA, C. (2007). O
hibridismo nas artes performativas em Portugal. Tese de doutoramento em
Ciências Sociais (Sociologia Geral), apresentada à Universidade de Lisboa,
através do Instituto de Ciências Sociais.MERCIER-LEFEVRE, B. (2017)
Chercheurs et artistes : du trouble dans la place, Recherches en danse.
Disponível em: http://journals.openedition.org/danse/1743 NETO, V.B.L. /
ANDRADE, R.R. (2017) “O encontro existencial em Logoterapia: Diálogos
possíveis com a dialógica de Martin Buber” in: Revista Logos e Existência, 6
(2), 108-117.PERRON, W. (2020). The Grand Union: Accidental Anarchists
of downtown dance, 1970 – 1976, Middletown, Wesleyan University
Press.RIBEIRO, M.M.(2015) Experiência de improvisação em dança in:Pós:
Revista do Programa de Pós-Graduação em Artes, v. 5, p. 160-172.RIBEIRO,
M.M. (2013) Pesquisa em Dança: processos e travessias in: Dança: Revista do
Programa de Pós-Graduação em Dança, v. 2, p. 74-86.RIBEIRO,M.M/
FONSECA, A. (2011) The empathy and the structuring sharing modes of
movement sequences in the improvisation of contemporary dance, in:
Research in Dance Education, 12:2, 71-85.SABOYE, L. (2017) L’atelier, un
espace privilégié de transmission de la culture chorégraphique. Acessado em
06 de maio de 2019. Disponível em:http://journals.openedition
.org/danse/1702.SARTRE, J.P. (1997) O ser e o nada: ensaio de ontologia
fenomenologia. 3. ed. Petropolis: Vozes, 1997SARTRE, J.P. (1976) Sartre par
lui-même. [Motion Picture].
Nicolle Carvalho Pinto VIEIRA é psicóloga formada pela Pontifícia
Universidade Católica de Minas Gerais, professora, artista que navega pelos
campos da dança, performance, escrita e capoeira atua também como
coreógrafa, diretora artística e instrutora de Pilates. Obteve os títulos de
Licence 3 em arts du spectacle chorégraphique, Master em dança, e em
filosofia, pela Universidade Paris 8. Atualmente doutoranda em Estudos
Artísticos pela Universidade NOVA de Lisboa desenvolve uma investigação
fundamentada em práticas artísticas. Seu trabalho se concentra em
desenvolver o diálogo entre comportamento e movimento, o que culminou
na criação de trabalhos artísticos já apresentados em diferentes países da
Europa, Brasil, China e Chile; na publicação de trabalhos acadêmicos e
comunicações orais em eventos no Brasil, Europa e Rússia. Como membro
do board do comitê internacional de dança (IDC) do Instituto Internacional
de Teatro (ITI) – Unesco promove o intercâmbio cultural entre profissionais
brasileiros e estrangeiros fortalecendo a rede das artes cênicas e
performativas.
Utopias in discourses and artivistic practices.
Insights from Genoa, Yaoundé and Los Angeles
Raphaela von WEICHS - ERC ARTIVISM / University of
Lausanne / FTSR / ISSR
Monika SALZBRUNN - ERC ARTIVISM / University of
Lausanne / FTSR / ISSR
Sara WIEDERKEHR - ERC ARTIVISM / University of
Lausanne / FTSR / ISSR
Federica MORETTI - ERC ARTIVISM / University of
Lausanne / FTSR / ISSR
Abstract
Art in activism and activism in art tends to display utopias and imagined
futures, but also to put in practice a community-oriented way of sharing
common ideas, values and means. Various artistic expressions (muraling,
performances, defiles, fashion shows, etc.) facing political goals and criticizing
power relations and economic logics (capitalist system, gentrification, mass
tourism, censorship etc.) have been combined with concrete ways of living
together and/or creating occasions for gatherings (through urban gardening,
common meals etc.). During fieldwork in different settings on three
continents conducted within the frame of the ERC funded project
ARTIVISM. Art And Activism. Creativity And Performance As Subversive
Means Of Expression In Super-Diverse Cities (www.erc-artivism.ch,
Salzbrunn 2015), we have experienced different layers of positionality within
the field, on-site, but also during the follow-up digital ethnography during the
Covid-19 pandemic period. Each field site (Douala and Yaoundé in
Cameroon; Viareggio and Genova in Italy; Nice and Marseille in France, and
Los Angeles in USA) is characterised by a high political engagement of its
actors, but also by repressive tactics of the local and/or national
governments. In understanding the city as a process in a spatial scale as Low
(1996) states it, we approach street and performative arts and artists as part
of the dynamics of the city where the different discourses come together.
This way, we approach the urban space and its dynamics through the
knowledge and the practices of the people who live in those urban spaces,
which are characterized by the constant negations between the social and
cultural values and the power politics, forming the cityscape and the built
environment (Low 1996: 400).We will present insights from long-term
empirical research in Genoa, Yaoundé and Los Angeles, and we will show
how artivists manage to express their imagined futures under precarious
political and economic conditions, and how they create narratives and
practices of belonging to their urban spaces.
keywords: artivism | resistance | street art | afrofuturisme
Low, Setha. 1996. The Anthropology of Cities: Imagining and Theorizing the
City. Annual Review of Anthropology, 1996, Vol. 25 (1996), pp. 383-409
Salzbrunn, Monika, 2015. ERC-ARTIVISM proposal: Art and Activism:
Creativity and Performance as Subversive Forms of Political Expression in
Super-diverse cities, ERC-CoG-2015-681880.Salzbrunn, Monika, 2021:
“Researching Artivism through the Event approach. Epistemological and
Methodological Reflections about Art and Activism.” Connessioni Remote.
Artivismo_Teatro_Tecnologia, 2, Special issue Artivism: Forms,
Experiences, Practices and Theories/L'Artivismo: forme, esperienze,
pratiche e teorie, ed. by Anna Maria Monteverdi, Dalila D’Amico, Laura
Gemini, Vincenzo Sansone. No. 2 (2021):175-188.
https://riviste.unimi.it/index.php/connessioniremote/article/view/15264/1407
0Salzbrunn, Monika, Raphaela von Weichs, in press 2022 : “Signatures dans
l’art et l’activisme à Gênes et Yaoundé”. Contribution au dossier de
Multitudes 2022/2, n°87, « Se faire artiste : entre engagement (dans le)
collectif, singularité de l’artiste et entrepreneuriat de soi », coordonnée par
Elara Berto, Armelle Gaulier, Maëline Le Lay.Salzbrunn, Monika, Federica
Moretti, 2020 : Il Carnevale tra limiti, trasgressioni, rinnovamenti e
rivendicazioni. Resistenza festiva a Nizza, Marsiglia e Viareggio. LEA - Lingue
e letterature d’Oriente e d’Occidente, 9, pp. 399-414.
https://oajournals.fupress.net/index.php/bsfm-lea/article/view/12445/11873.
The authors are anthropologists part of the ERC project team ARTIVISM.
Art and Activism. Creativity and Performance as Subversive Forms of
Political Expression in Super-Diverse Cities.
Raphaela von WEICHS is Senior Researcher, interested in activism
and the visual arts (comics, cartoons) in Africa, namely in Cameroon.
Monika SALZBRUNN is principal Investigator, focusing on official and
independent carnivals and carnivalesque events in Euro-Mediterranean
cities, mainly Genoa and Viareggio.
Sara WIEDERKEHR, PhD student focusing on muralism in Los
Angeles, is interested in developing visual narratives that explore
perceptions and representations of social realities, by combining
ethnographic theories and methodologies with visual anthropology.
Federica MORETTI, PhD student, is investigating artivist actions
within carnival and festive events and carnivalesque elements within political
demonstrations, namely in the broader region of Nice.
(Re)imagining future following a major disaster via
PhotoVoice
Mieko YOSHIHAMA - School of Social Work-University
of Michigan
Abstract
This contribution examines the role of arts-based participatory action
research approaches, PhotoVoice in particular, in facilitating and promoting
citizens’ participation in social investigation and social action. Rooted in
critical feminist theories and Freirian emancipatory/liberation education
(1970), PhotoVoice engages participants—those affected by the social issue
under investigation—in repeated photo-taking and critical reflections and
dialogues not only to record personal, community, and social issues
important to them but also formulate strategies for change and take action
(and incite others to take action) to actualize proposed and imagined change.
In 2011, over 300 major “natural” disasters took the lives of over 30,000
people around the globe; the Great East Japan Disaster on March 11, 2011—
a cascade of M9.0 earthquake and numerous aftershocks, colossal tsunamis,
and nuclear accident in Fukushima—accounted for nearly two-thirds of the
worldwide disaster mortality (Centre for Research on the Epidemiology of
Disasters, 2012). Pre-disaster inequity is exacerbated in and after disasters,
and gender inequity is case in point (Enarson, 2012; Whitmee et al., 2015;
Wisner et al., 2003). At the time of the disaster, Japan ranked 98th of the 135
countries on the Gender Equality Index (World Economic Forum, 2011). In
an effort to insert marginalized and silenced women’s perspectives into
policy and political discourse in the aftermath of this devastating disaster, we
launched a PhotoVoice Project to advocate for more gender-informed and
inclusive policies and programs concerning disaster prevention, response,
and reconstruction. Using PhotoVoice methodology (Wang, 1999; Wang &
Burris, 1997), the project placed women who have been affected by the
disaster at the center of investigation and advocacy endeavors. In
collaboration with local women’s NGOs, the project began in June 2011 in
the three most severely affected prefectures—Fukushima, Miyagi, and Iwate.
The project has since expanded to involve over 60 members and is currently
operating in seven sites across the disaster affected areas and Tokyo
Metropolis where a large number of evacuees from Fukushima reside. On an
ongoing basis, members take photographs of their lives and communities and
bring these photographs to small group meetings to discuss their
experiences and observations. These meetings, facilitated by the author and
trained collaborators, conducted several times a year over the last 10 years,
serve as a site of grieving disaster-incited losses and receiving and offering
support while engaging in critical analysis of disaster-affected social-
ecological systems. Along the way, members create “voices,” written
messages to convey their critical reflections, analyses, and
recommendations. Ongoing collective, critical analyses have uncovered
political and socio-cultural mechanisms at play, exposing failures of disaster
policies and programs and implicating the capitalism and neoliberalism. In
addition to a wide range of destruction to the ecosystems, members
illuminated via photographs and written voices, future they desire, a resilient
and sustainable society, coexisting with the nature.
keywords: participatory action research | PhotoVoice | gender inequity |
disaster and social-ecological systems
Centre for Research on the Epidemiology of Disasters. (2012). Annual
disaster statistical review 2011. https://www.cred.be/index.php?q=
node/1280Enarson, E. (2012). Women confronting natural disaster: From
vulnerability to resilience. Lynne Rienner.Freire, P. (1970). Pedagogy of the
oppressed. New York, NY: Continuum.Wang, C. C. (1999). Photovoice: A
participatory action research strategy applied to women's health. Journal of
Women’s Health, 8, 185‒192.Wang, C., & Burris, M. A. (1997). Photovoice:
Concept, methodology, and use for participatory needs assessment. Health
Education & Behavior, 24, 369‒387.Whitmee, S., Haines, A., Beyrer, C.,
Boltz, F., Capon, A. G., de Souza Dias, B. F., Ezeh, A., Frumkin, H., Gong, P.,
Head, P., Horton, R., Mace, G. M., Marten, R., Myers, S. S., Nishtar, S.,
Osofsky, S. A., Pattanayak, S. K., Pongsiri, M. J., Romanelli, C., Soucat, A., …
Yach, D. (2015). Safeguarding human health in the Anthropocene epoch:
report of The Rockefeller Foundation-Lancet Commission on planetary
health. Lancet (London, England), 386(10007), 1973–2028.
https://doi.org/10.1016/S0140-6736(15)60901-1World Economic Forum
(2011). Global gender gap report 2011. http://reports.weforum.org/global-
gender-gap-2011/
Mieko YOSHIHAMA, Professor, University of Michigan School of
Social Work, Ann Arbor, MI, USA; miekoy@umich.edu. Her research and
professional activities focus on the prevention of gender-based violence and
the promotion of wellbeing of immigrants and other marginalized
communities. Adopting a wide range of research methodologies, including
arts-based and participatory methods, she examines the intersectional
influence of gender, race/ethnicity, immigration status, and other social
positionalities on the risk and consequences of gender-based violence, while
also innovating socioculturally relevant prevention/intervention programs. In
examining the social construction of the vulnerability of women in disaster,
she works to strengthen policies and program responses.
“The Hacked Barbie” go outside: from Lisbon 2021
to Porto 2022. An experimental dissemination hit
for a militant anthropology
Federica MANFREDI - ICS
Isabel PIRES - ICS
Resumo
O que acontece quando os dispositivos científicos baseados na prática
circulam fora da academia e vão para a rua à procura de pessoas? O que
acontece quando os cidadãos saem para dar um passeio e são atingidos por
artesanato criativo inesperado, ligado a conhecimentos científicos? A equipa
Excel propõe uma experiência de rua com o objetivo de apresentar os
resultados da série de workshops "The Hacked Barbie" - que foram
realizados em Lisboa 2021, por ocasião da edição anterior do COMbART,
bem como das propostas executadas em Roma, Milão, e online. O workshop
"The Hacked Barbie" é uma atividade de divulgação do projeto de
investigação EXCEL - The Pursuit of Excellence, coordenado por Chiara
Pussetti como Investigadora Principal no Instituto de Ciências Sociais -
Universidade de Lisboa, e apresentado pela primeira vez no Dia Mundial da
Antropologia 2021, organizado pela Universidade de Milão-Bicocca.
Investigando intervenções corporais a longo prazo e não terapêuticas, o
projeto EXCEL estuda as tecnologias de valorização dirigidas ao corpo a fim
de melhorar as capacidades cognitivas, competitividade e desempenhos
sócio-profissionais, alcançadas através de drogas inteligentes, procedimentos
cosméticos, branqueamento da pele ou de outras técnicas, como o
biohacking. O workshop “The Hacked Barbie” convidou mais de 58
participantes, com origens tão diversas como de Itália, Portugal, Brasil,
Alemanha e Inglaterra, a recriarem-se utilizando a metafórica carne plástica
de bonecas: a Barbie é um símbolo da perfeição de género e ilusionista que
visualiza muitos dos modelos de excelência e das desigualdades estruturais
que influenciam de forma substancial práticas quotidianas de cuidados e
valorização dirigidas aos corpos contemporâneos. Recriando tais práticas
com intervenções simbólicas numa boneca, os participantes foram levados a
desconstruir e visibilizar significados de perfeições associadas aos seus
próprios desejos e aos seus corpos. O workshop destacou preocupações,
estratégias, modelos eurocêntricos e pós-coloniais de perfeição envolvendo
conceitos como saúde, beleza, identidade de género, orientação sexual e
adequação de acordo com a idade, possibilidades económicas e a cor da pele
ou o país de origem. Muitas contribuições criticam os modelos hegemónicos
de beleza mas, na maioria das vezes, confirmam a encarnação destes
mesmos valores. Esta proposta visa organizar uma exposição de rua de
alguns dos projetos da “The Hacked Barbie” durante os dias do COMbART
2022, na cidade do Porto, a fim de partilhar espontaneamente
conhecimentos científicos com os cidadãos - oferecendo a oportunidade de
reagir, aprender, protestar, desdobrar, problematizar e visibilizar o papel
dos padrões hegemónicos de perfeição em atividades orientadas para o
corpo, tais como regimes alimentares, hábitos de maquilhagem, escolhas de
indumentária, comportamentos cosméticos e rotinas de treino. A ocasião
proporcionará a possibilidade de expandir a amostra de dados recolhidos
pelas organizadoras da oficina e de os integrar com as reações do público
fora da academia. O nosso objetivo é estimular uma reflexão continuando o
trabalho que animou o Workshop “The Hacked Barbie” nas 6 edições
anteriores, questionando o olhar sobre os corpos dos participantes e
democratizando os conhecimentos científicos em vez de os restringir em
artigos ou outros produtos normalmente privilegiados por académicos ou
intelectuais, mas distantes de um público maior. Então, o que acontecerá
quando a Barbie hackeada for dar um passeio pelos Aliados?
keywords: antropologia experimental | investigação baseada em práticas
criativas | corpo | estudos sobre beleza
Abstract
What happen when practice-based scientific devices circulate outside of the
academy and go in the street looking for people? What happen when citizens
go out for a stroll and are hit by unexpected creative handcrafts connected
to scientific insights? The Excel team proposes a street experiment aiming
to present the results of the workshop series “The Hacked Barbie”, that have
been performed in Lisbon 2021 in occasion of the previous edition of
COMbART, as well as the proposals carried out in Rome, Milan and online.
The workshop "The Hacked Barbie" is a dissemination activity of the
research project Excel-The Pursuit of Excellence, lead by Chiara Pussetti as
Principal Investigator at the Institute of Social Sciences - University of
Lisbon, and presented for the first time at the World Anthropology Day 2021
organized by the University Milano-Bicocca. Investigating long terms and
non-therapeutic body interventions, the Excel project is unfolding the
enhancing technologies directed to the body in order to improve cognitive
abilities, competitiveness and social-professional performances though
smart drugs, cosmetic procedures, skin bleaching and other techniques such
as biohacking. The “The Hacked Barbie” workshop invited over 58
participants, among Italy, Portugal, Brasil, Germany and England, to
recreate themselves using the metaphorical plastic flesh of dolls: the Barbie
is a symbol of gendered and illusionistic perfection that visualizes many of
the models of excellence and of the structural inequities that influence many
of the everyday practices of care and enhancement directed to
contemporary bodies. Re-creating such practices with symbolical
interventions on a doll, participants were driven to deconstruct and visibilize
meanings of perfections associated to their own desires and body-habits. The
workshop highlighted preoccupations, strategies, euro-centric and post-
colonial models of perfection involving concepts as health, beauty, gender
identity, sexual orientation and appropriateness according to age,
economical possibilities and the color of the skin or the country of origin.
Many contributions criticize hegemonic models of beauty but, most of the
time, confirming the embodiment of this values. This proposal aims to
organize a street exposition of some of "The Hacked Barbie" projects during
the days of COMbART 2022, in the city of Porto, in order to spontaneously
share scientific insights with citizens - offering the chance to react, learn,
protest, unfold, problematize and visibilize the role of hegemonic standards
of perfection in body-oriented activities such as diet regimes, make-up habits,
choices of cloths, cosmetic behaves and training routines. The occasion will
furnish the possibility to expand the sample of data collected by the
workshop organizers and to integrate them with the reactions of the public
outside of the academy. Our goal is to stimulate a reflection continuing the
work that animated “The Hacked Barbie” workshops in the previous 6
editions, questioning the gaze on the bodies of participants and
democratizing scientific insights rather than restrain them in articles or
other products usually privileged by academics or intellectuals, but distant
from a larger public.So, what will happen when hacked Barbie goes for a
stroll through Aliados?
keywords: experimental anthropology |creative practiced-based research |
body | beauty studies
1) F. Rohden, C. Pussetti. A. Roca. 2021. Biotecnologias, transformações
corporais e subjetivas. Saberes, práticas e desigualdades. Aba Publicações. 2)
Jarrin, Alvaro, Pussetti, Chiara. 2021. Remaking the Human. Cosmetic
Technologies of body repair, reshaping and replacement. Berghanhn Books
3) Julia Coffey, Jessica Ringrose. 2016. “Boobs and Barbie. Feminist
posthuman perspectives on gender, bodies and practice”. In: Lynch, J and
Rowlands, J and Gale, T and Skourdoumbis, A, (eds.) Practice Theory and
Education: Diffractive readings in professional practice. (pp. 175-192).
Routledge: London, UK.4) Noronha, Susana de (2019) “(Un)stitching the
memory and the story of a melanoma: giving a form to forgetfulness between
anthropology and creative ethnographic drawing”, Cadernos de Arte e
Antropologia. Vol. 8(2): pp.73-79. Salvador-BA, Brasil: Universidade Federal
da Bahia (UFBA)5) Nicole Brown. 2019. " Emerging researcher perspectives
- Finding your people-Challenge of developing a creative research methods
network” , International Journal of Qualitative Methods 18:1-36) Manfredi,
F., 2019. “Learning to Fly/ A Story Tale for My Three Year Old Son. An
Unconventional Ethnographic Restitution of a Creative Investigation on
Body Suspensions.”, Irish Journal of Anthropology, 22(1), 194-204.
Federica MANFREDI is a PhD student-fellow at the University of
Lisbon, with a project that explores contemporary extreme body
interventions, such as body suspensions, with co-participated and
experimental methodologies that allow to go beyond a logo-centric logic of
communication. She is interested on practices involving pain, body
modifications and altered state of consciousness. From 2017 she is member
of Excel, leading experimental dissemination activities through the practice-
based workshop The Hacked Barbie.
Isabel PIRES is an anthropologist, MA in Migration, Interethnics and
Transnationalism and currently a PhD student in Anthropology at the Social
Sciences Institute of the University of Lisbon. She is part of the research
project EXCEL: The Pursuit of Excellence, where she is dedicated to the task
of Ethnic Cosmetic Practices and Colonial Legacy - investigating the uses of
skin whitening products and "ethnic" plastic surgery in Asian descendants in
Lisbon, also linked to her own PhD research.