Tom Cruise voando mais alto do que nunca - Crítica de Top Gun: Maverick
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    Top Gun: Maverick
    Críticas AdoroCinema
    4,0
    Muito bom
    Top Gun: Maverick

    Tom Cruise voando mais alto do que nunca

    por Bruno Botelho

    Top Gun - Ases Indomáveis foi o maior sucesso de bilheteria de 1986 e se tornou um verdadeiro clássico dos anos 80, embalado pela arrebatadora e romântica "Take My Breath Away" (de Berlin), que venceria o Oscar de Melhor Canção Original. Mais do que esses feitos, o filme foi responsável por impulsionar a carreira de Tom Cruise, que se tornaria uma das principais estrelas de Hollywood. 36 anos depois, o ator está de volta ao papel que lhe consagrou para uma sequência, intitulada Top Gun: Maverick (2022).

    Qual é a história de Top Gun: Maverick?

    Em Top Gun - Ases Indomáveis, conhecemos Pete “Maverick” Mitchell (Tom Cruise), um jovem piloto que entra na Academia Aérea para se tornar piloto de caça. Ele acaba se envolvendo com Charlotte Blackwood (Kelly McGillis) e precisa enfrenta um competidor à sua altura, Tom "Iceman" Kasanzky (Val Kilmer).

    Como uma sequência, em Top Gun: Maverick continuamos acompanhando a história de Pete “Maverick” Mitchell nos dias atuais. Ele continua sendo um piloto à moda antiga da Marinha, com muitas condecorações e reconhecimento pelo seu sucesso nos últimos 30 anos, mas nada disso foi suficiente para que sua carreira decolasse. Ele deixou de ser um capitão e tornou-se um instrutor, além de continuar sendo o mesmo piloto rebelde de sempre, que não tem medo romper os limites e desafiar a morte.

    Maverick encara uma nova missão neste filme, treinando uma equipe de pilotos graduados para uma missão especial quase impossível, que pode exigir o sacrifício dos integrantes que forem escolhidos por ele. Desta forma, o protagonista precisa enfrentar seus medos e os fantasmas de seu passado, além de provar que o fator humano ainda é fundamental no mundo contemporâneo tecnológico.

    Maverick é um retrato de Tom Cruise e sua obsessão pelo desafio

    É interessante a escolha de Tom Cruise retornar para Top Gun tantos anos depois do original e com sua carreira mais do que estabelecida em Hollywood, especialmente pelos paralelos entre o ator e o personagem Maverick. Aos 59 anos, Tom Cruise continua se desafiando – e se arriscando – ao realizar a maior parte de suas cenas de ação nos filmes, com destaque para a franquia Missão Impossível.

    O ator mostra uma certa obsessão pelos desafios, sempre querendo se superar em suas produções, característica que remete diretamente ao protagonista de Top Gun: Maverick. Assim como o seu intérprete no cinema, o personagem sempre quer romper os limites e, mesmo com possíveis limitações apresentadas, triunfar. Ou seja, Maverick e Tom Cruise são, de muitas maneiras, a mesma pessoa e essa volta deles para uma nova aventura é um sucesso justamente pela busca constante em melhorar o que foi feito antes. 

    Top Gun: Maverick impressiona pelo realismo nas cenas de voo e acrobacias

    Como era de se esperar de um filme sobre aeronaves, o maior destaque de Top Gun: Maverick é, sem dúvidas, as cenas de ação que impressionam pelo realismo nas tomadas aéreas e acrobacias. 

    Entre muitas de suas habilidades, Tom Cruise sabe pilotar na vida real e, como mencionei anteriormente, realizou muitas de suas próprias cenas de acrobracias na sequência. Cruise, que também aparece como produtor, teve intenção de elevar o padrão de realismo do produção, então desenvolveu um programa de voo para o elenco de pilotos – fundamental para o treinamento da equipe. Desta forma, todos os atores que faziam parte da equipe de pilotos passaram por um intenso treinamento para aprender a voar nos jatos.

    Com a maior parte dessas cenas sendo filmadas de maneira real, o trabalho do diretor Joseph Kosinski, conhecido por Tron - O Legado (2010) e Oblivion (2013), foi facilitado – ainda mais levando em conta que a produção contou com aeronaves reais fornecidas pela Marinha dos Estados Unidos, além de uma construída especialmente para o filme. Se aproveitando disso, a direção de Kosinski acerta em cheio ao conseguir transmitir toda essa intensidade e adenalina diretamente para o público, colocando todos nós de certa forma nas cabines ao lado dos pilotos e sentindo as mesmas emoções que eles ao longo do filme.

    Blockbuster de primeira, Top Gun: Maverick empolga ao mesmo tempo que emociona

    Como o título deixa evidente, o protagonista de Tom Cruise é o centro das atenções em Top Gun: Maverick, que continua mais arrojado do que nunca, inclusive passando por cima de seus superiores o tempo todo, como acontece com Beau "Cyclone" Simpson (Jon Hamm). Mas o roteiro de Peter Craig, Justin MarksAshley Edward MillerZack Stentz faz questões de adicionar mais camadas interessantes ao personagem do que sua luta obsessiva superar os limites, ele precisa lidar diretamente com seus medos e traumas do passado.

    A equipe de pilotos treinada por Maverick é composta por nomes como Jake "Hangman" Seresin (Glen Powell), Natasha "Phoenix' Trace" (Monica Barbaro), Robert "Bob" Floyd (Lewis Pullman), Reuben "Payback" Fitch (Jay Ellis) e Javy "Coyote" Machado (Greg Tarzan Davis). Esse time funciona por causa da química entre esses personagens, mas quem se destaca mesmo é Bradley "Rooster" Bradshaw (Miles Teller). Ele é filho de Goose (Anthony Edwards), ala e amigo de Maverick no primeiro filme, mas que teve um destino trágico. Por isso existe uma relação de tensão na narrativa entre os personagens de Miles Teller e Tom Cruise, que movimenta a trama e explora a relação dos dois confrontrando o seu próprio passado.

    Além de todos os elementos de ação de pilotagem, Top Gun de Tony Scott se tornou um clássico também por seu drama e, claro, romance. No filme original, Maverick de Tom Cruise e Charlotte Blackwood de Kelly McGillis tiravam o fôlego do público. Kelly McGillis revelou que não foi convidada para sequência por causa da idade, então quem foi escohida para substituí-la como novo interesse amoroso do protagonista é Penny Benjamin (Jennifer Connelly) e deu certo. Os dois tiveram uma relação complicada anteriormente, que machucou bastante Penny, e acabam se encontrando novamente. Em um filme cercado por elementos de masculinidade, é importante o desenvolvimento da personagem de Connely como uma mulher forte e com seus próprios interesses / motivações. O romance no filme é embalado agora por "Hold My Hand" (de Lady Gaga), forte candidata a repetir o feito de "Take My Breath Away" e levar o Oscar para casa.

    Vale a pena assistir Top Gun: Maverick?

    Top Gun: Maverick concorre fortemente ao posto de melhor blockbuster em 2022, sequência que consegue superar em qualidade o clássico Top Gun - Ases Indomável. O filme conta com cenas de ação impressionantes e realistas, que fazem o público sentir toda a adrenalina e empolgação de pilotar uma dessas aeronaves, mas também emociona com seu drama e romance, desenvolvendo bem uma nova aventura / fase na vida de seu protagonista Maverick, assim como de seu astro Tom Cruise.

     

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