Nova terapia contra câncer, com tratamento de 8 semanas, é aprovada nos EUA

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Por Karen Belém
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A nova terapia de 8 semanas contra o melanoma utiliza as células do próprio paciente para combater o câncer. - Foto: reprodução/Alex Raths/Getty Images

O tratamento contra o câncer ganhou um novo capítulo com uma promissora terapia aprovada pela U.S. Food and Drug Administration (FDA), a Anvisa dos Estados Unidos. A notícia foi uma das mais lidas da semana.

Por enquanto, o tratamento é usado para combater o melanoma, um tipo de câncer que se desenvolve a partir das células produtoras de pigmento da pele. Com resultados animadores, 31,5% dos pacientes tratados apresentaram redução ou desaparecimento dos tumores. Viva a ciência!

Scott Goedeke, 58 anos, foi o primeiro a receber esse tratamento. Ele já tinha passado por uma cirurgia, radioterapia e outras três terapias diferentes. O diagnóstico era um câncer na boca, que se espalhou para um gânglio linfático no pescoço. Seis semanas após o início do tratamento, o tumor apresentou uma significativa redução.

Em 8 semanas

A nova abordagem foca na defesa do próprio corpo, para ajudar o organismo a reconhecer e combater o câncer. As células que poderiam atacar a doença são identificadas e multiplicadas em laboratório. Aí acontece o combate ao câncer.

A terapia é chamada de Amtagvi, ou TIL, que significa linfócitos infiltrantes de tumor, que são células do sistema imunológico que existem dentro dos tumores.

É um tratamento único que pode levar até oito semanas.

Primeiro, as células TIL são colhidas do tumor e depois multiplicadas em laboratório, o que leva 22 dias.

Durante esse tempo, os pacientes recebem quimioterapia para limpar as células imunológicas. Isso cria espaço para bilhões de novas células TIL que combatem o melanoma.

Depois, as células TIL são reintroduzidas no corpo e os pacientes recebem interleucina-2 para estimular ainda mais essas células.

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Em outros tipos de câncer

Um dos critérios para aplicação do tratamento é que o paciente já tenha tentado outros medicamentos, mas não tiveram resultados.

O melanoma “não é um daqueles tipos de câncer onde existem cerca de 20” tratamentos possíveis diferentes, disse a médica Elizabeth Buchbinder,do Dana-Farber Cancer Institute. “Você começa a ficar sem opções rapidamente.”

Mas os pesquisadores acreditam que o tratamento pode ser eficaz em outros tumores sólidos.

“Esperamos que futuras iterações da terapia sejam importantes para o câncer de pulmão, câncer de cólon, câncer de cabeça e pescoço, câncer de bexiga e muitos outros tipos de câncer”, disse o Dr. Patrick Hwu, envolvido no desenvolvimento desse tratamento.

A terapia é cara

Os resultados são promissores, mas a terapia não é barata.

Com um custo de US$ 515.000 – mais de R$ 7 milhões – por paciente, a questão da acessibilidade a essa inovação ainda é um desafio a ser enfrentado.

Mas a Iovance Biotherapeutics, empresa responsável pela fabricação da terapia, enxerga que esse é apenas o primeiro passo para o futuro dessa tecnologia.

Scott Goedeke viu na terapia TIL uma luz no fim do túnel. - Foto: reprodução/Arquivo Pessoal

Scott Goedeke viu na terapia TIL uma luz no fim do túnel. – Foto: reprodução/Arquivo Pessoal

Com informações de Washington Post e NBC.