Morreu nesta quarta-feira (5), vítima de um câncer no pâncreas, a grande personalidade do mundo da computação e da informação: Steve Jobs, o criador da Apple.
São Francisco, Califórnia. Se você acha que a cidade da costa oeste dos Estados Unidos tem alguma coisa a ver com modernidade é por causa de Steve Jobs. Ele nasceu e foi adotado no local. Aliás, Steve Jobs nem chegou a conhecer os pais biológicos.
Cupertino, também na Califórnia. Se você acha que o pequeno município tem a ver com tecnologia é por causa de Steve Jobs. Ele estudou no local e foi onde começou a trabalhar.
Portland, Oregon, Reed College. Se a universidade carrega algum título importante é por causa de Steve Jobs. Lá ele ficou atrás de comida de graça, se dedicou ao curso de caligrafia.
Em 1976, Steve Jobs voltou à Califórnia, trabalhou numa empresa de videogame, por pouco tempo. Foi para Índia fazer um retiro espiritual. Virou budista e voltou a trabalhar no fabricante de videogames.
Em 1976, com dinheiro de investidor fundou a Apple. Uma maçã que já nasceu mordida. Uma referência bíblica de Adão e Eva -- onde a maçã representa o fruto da árvore do conhecimento e Steve Jobs tinha apenas 20 anos. Já começava a mostrar porque que estava fazendo história.
Criou o primeiro computador com cara de máquina de escrever. Vendeu. Criou o segundo.
Até que com aparência moderna para aquele ano de 1977. A Apple começou a crescer e precisou contratar funcionários.
Ao convidar um diretor, de um grande fabricante de refrigerantes, Jobs disse: "você quer vender água com açúcar para o resto de sua vida, ou você quer vir comigo e mudar o mundo."
Uma frase que mostra a personalidade de Steve Jobs. Visionário, criativo, desafiador e assim a Apple foi crescendo e inovando. Em 1984 veio o Macintosh - que, aliás, é um tipo de maçã. O primeiro computador com interface gráfica e mouse.
Apesar do sucesso na época, a Apple não dominou o mercado de computadores. Steve Jobs queria ter o controle sobre toda a produção e isso custava caro porque os produtos tinham que ser feitos nos Estados Unidos.
Ele chegou a ser afastado da empresa. A Apple entrou em declínio enquanto Steve Jobs se divertia e ganhava dinheiro fazendo animações na Pixar. Fez dinheiro também. Acabou vendendo a empresa para Disney por mais de US$ 7 bilhões.
Ele voltou para Apple para revolucionar sempre com design, ou melhor, com inovação ou de internet. A letra "i" passou a fazer parte da família Apple. iMacs, iPod, iPads, iPhones. E não é exagero dizer que o mundo mudou com depois "is". Coincidiu ou não com a era da i, informação.
Ao permitir a fabricação dos seus produtos na Ásia, o preço caiu e mais pessoas passaram a ter acesso às criações de Steve Jobs.
Trezentos milhões de iPods foram vendidos em dez anos. Cento e vinte e oito milhões de iPhones desde 2007. Em um ano e meio, oito milhões de iPads foram vendidos.
Em 2005, Jobs fez um famoso discurso para graduandos da universidade Stanford. Steve Jobs disse: "lembrar que logo vou estar morto é a mais importante ferramenta que eu já encontrei para me ajudar a fazer as grandes escolhas na vida". E completou: "a morte é muito provavelmente a melhor invenção da vida, é o agente de mudança, tira o velho do caminho para dar espaço ao novo".
No site da empresa criada por Steve Jobs, a nota divulgada dizia: "a Apple perdeu um gênio criativo e visionário e o mundo perdeu um ser humano maravilhoso. Aqueles de nós que fomos sortudos o suficiente para conhecer Steve Jobs, e trabalhar com ele, perdemos um amigo querido e um mestre inspirador. Steve deixa para trás uma companhia que só ele poderia ter construído e seu espírito vai ser para sempre o fundamento da Apple."