Um decapitado, outro exilado: como foram os reinados dos dois reis Charles anteriores ao atual | Mundo | G1

Por Reuters


Charles III: veja 5 curiosidades sobre o novo rei britânico

Charles III: veja 5 curiosidades sobre o novo rei britânico

Ao se tornar monarca, Charles III poderia escolher o nome que usaria como rei - Philip, Arthur ou George, seus nomes do meio. Mas decidiu manter seu primeiro nome, desafiando a sina dos dois reis Charles que lhe antecederam na monarquia britânica.

Os reis Charles I e Charles II, pai e filho, tiveram reinados impopulares e conturbados. No caso do primeiro monarca, seu fim foi a decapitação e a abolição temporária da monarquia. O segundo dissolveu o Parlamento

Charles I, nascido em 1600, era o segundo filho do rei Jaime VI. Ele se tornou o primeiro na linha de sucessão ao trono após a morte de seu irmão mais velho, Henrique, e assumiu o reinado em 1625.

As políticas de Charles I eram frequentemente impopulares tanto para seus súditos quanto para o Parlamento. Suas políticas religiosas eram consideradas muito simpáticas ao catolicismo romano, e ele cobrava impostos sem o consentimento do Legislativo.

As tensões entre seus apoiadores, conhecidos como Cavaliers, e apoiadores parlamentares, conhecidos como Roundheads, levaram à Guerra Civil Inglesa. Charles I foi derrotado em 1645, preso, condenado por alta traição e executado por decapitação em 1649.

Como consequência, a Inglaterra foi declarada república, e a monarquia foi abolida - embora apenas por 11 anos.

Charles I, retratado por Gerrit van Honthorste, em 1628 — Foto: Wikimedia Commons

O filho do rei decapitado, Carlos II chegou a ser proclamado rei pelo Parlamento da Escócia após a execução de seu pai, mas, nos primeiros anos de seu reinado, viveu exilado na Europa continental até que a monarquia fosse restaurada no país.

Só que as relações entre o novo monarca e o Parlamento após seu retorno também não foram tranquilas. Carlos II dissolveu a casa legislativa quatro vezes e governou sem ela nos últimos quatro anos de seu reinado antes de sua morte em 1685.

Apesar das tensões políticas, Carlos II era um rei mais popular que seu pai. Ele era conhecido como o “monarca alegre” e presidia uma corte animada e hedonista. Teve pelo menos 12 filhos ilegítimos de amantes, mas não deixou herdeiro legítimo. Foi, então, sucedido por seu irmão, James II da Inglaterra, também conhecido como James VII da Escócia.

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Charles I acabou decapitado em 30 de janeiro de 1649, como representado nesta ilustração da época — Foto: British Library/Domínio Público

Desafios de Charles III

Rei Charles III discursa ao Parlamento do Reino Unido, em Londres — Foto: Parlamento do Reino Unido/Roger Harris/Divulgação via REUTERS

Decapitações reais e exílios podem ser muito mais raros nos dias de hoje, mas o rei Charles III enfrenta seu próprio conjunto de desafios mais modernos.

Ele se tornou rei apenas dois dias depois de a nova primeira-ministra britânica, Liz Truss, tomar posse.

Truss, conservadora, pode ter deixado para trás seus dias de antimonarquista, mas o Reino Unido está enfrentando uma crise de custo de vida que pode alimentar o ressentimento público sobre as despesas da família real.

Enquanto os dois primeiros Charles lutaram por ideologias políticas particulares, espera-se que o monarca britânico contemporâneo seja apolítico. De fato, enquanto ainda era príncipe de Gales, Charles havia declarado anteriormente que não “se intrometeria” em temas políticos como rei.

O rei Charles III também começa seu reinado menos popular do que sua antecessora, a rainha Elizabeth II, e seu herdeiro, o príncipe William. A afeição pela rainha Elizabeth II não é a única razão pela qual os debates republicanos falharam no passado, mas um monarca impopular poderia ser aproveitado para levantar questões sobre a instituição como um todo.

Rei Charles II representado em sua coroação, que ocorreu em 1661 — Foto: John Michael Wright/Wikimedia Commons

Nome do rei

Tradicionalmente, os monarcas podem escolher seu próprio nome de reinado, que pode ser diferente do nome que eles usam.

Por exemplo, o avô de Charles, Albert, tornou-se George VI (que reinou de 1936 a 1952). Isso fortaleceu a conexão de seu reinado com o de seu pai George V (1910-36) após a abdicação de seu irmão mais velho, Edward VIII (Jan-Dez 1936).

Embora Edward fosse seu primeiro nome, sua família o chamava pelo último de seus nomes, David.

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