Atestado de óbito da rainha Elizabeth II indica morte por idade avançada — Foto: National Records of Scotland
A rainha Elizabeth II morreu por causas naturais, segundo o atestado de óbito da monarca divulgado nesta quinta-feira (29).
O documento foi divulgado pelo Registro Geral da Escócia. A monarca morreu em 8 de setembro, aos 96 anos, no Castelo de Balmoral, na Escócia, onde passava férias.
Segundo o atestado, a rainha Elizabeth II morreu às 15h10 no horário local, 11h10 no horário de Brasília - cerca de três horas antes de o Palácio de Buckingham anunciar a morte. A filha da monarca, a princesa Anne, foi quem registrou o óbito, ainda de acordo com o Registro Geral da Escócia.
Apesar de a rainha já haver apresentado problemas pontuais de saúde e cancelado diversos compromissos desde o fim de 2021, a causa oficial de sua morte ainda não havia sido divulgada.
A saúde da monarca foi motivo de crescente preocupação desde outubro do ano passado, quando foi revelado que ela passou uma noite hospitalizada para ser submetida a "exames" médicos que nunca foram detalhados. Desde então, ela reduziu consideravelmente sua agenda, com aparições em público cada vez mais raras e sendo observada caminhando com dificuldade, com o auxílio de uma bengala.
O evento preocupante mais recente foi a cerimônia de nomeação da nova primeira-ministra britânica, Liz Truss, na terça-feira (6). Na ocasião, Elizabeth II transferiu, pela primeira vez na história, a cerimônia para Balmoral, onde estava. Até então, todos os premiês anteriores haviam sido nomeados no Palácio de Buckingham, em Londres.
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Uma foto do encontro divulgada pelo Palácio de Buckingham, que mostra a rainha cumprimentando Truss, provocou inquietação porque, segundo analistas, a mão da rainha parecia muito arroxeada (Veja vídeo acima).
Trajetória
Elizabeth II tornou-se rainha aos 25 anos de idade, em 1952, após a morte do pai, o rei George VI, e foi coroada no ano seguinte. Na época, o primeiro-ministro era Winston Churchill. Ao longo de seu reinado, ela conheceu 15 premiês.
Embora fosse oficialmente chefe de Estado, a monarca teve papel mais formal e cerimonial. Neutra em assuntos políticos, ela testemunhou eventos históricos, como a desintegração do império britânico, as mudanças sociais do pós-guerra, a Guerra Fria e o Brexit.
Em 1997, viu sua relação com os britânicos ser abalada após a morte de Diana, ex-mulher de Charles. Na ocasião, a rainha foi criticada por sua reação vista como fria e distante.
Os casamentos de William, em 2011, e de Harry, em 2018, serviram para modernizar a imagem da família real, mas pouco depois veio um novo baque: Andrew, considerado o filho favorito da monarca, escandalizou o Reino Unido por causa de sua amizade com o milionário americano Jeffrey Esptein, acusado de exploração sexual de menores.
Em 2020, houve uma nova polêmica, com a mudança de Harry e da mulher, Meghan Markle, para os Estados Unidos (no ano seguinte, o casal se desvincularia profissionalmente da coroa britânica).
Viúva do príncipe Philip, que morreu em abril de 2021 aos 99 anos, Elizabeth II deixou oito netos, incluindo os príncipes William e Harry, e 12 bisnetos.
Entenda abaixo como funciona a sucessão ao trono no Reino Unido: