Carlos III inicia tratamentos: o que acontece na monarquia britânica? - SIC Notícias

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Carlos III inicia tratamentos: o que acontece na monarquia britânica?

O monarca de 75 anos foi diagnosticado com cancro, mas o Palácio de Buckingham não revela detalhes sobre a doença. Marta Brito dos Reis analisa a notícia que está a abalar o Reino Unido e explica como a monarquia britânica está programada para lidar com este tipo se situações.

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O Rei Carlos III já iniciou os tratamentos depois de lhe ter sido diagnosticado um cancro. Ainda há poucas informações sobre a doença, mas sabe-se que o monarca já informou os filhos e os irmãos e que o príncipe Harry vai viajar para o Reino Unido para visitar o pai. Marta Brito dos Reis, da direção de informação da SIC, considera que o anúncio desta segunda-feira revela "uma clara mudança de atitude" face ao reinado de Isabel II. Na análise à notícia que abalou o Reino Unido, a jornalista explica os cenários possíveis na monarquia britânica, numa altura em que o rei cancelou os compromissos em eventos públicos.

"É uma clara mudança de atitude, se calhar, nos tempos de Isabel II poderíamos esperar um comunicado bastante mais breve, bastante mais lacónico, e aqui já é a segunda vez que o Rei Carlos III prefere este tipo de abordagem mais direta, mais em consonância com os tempos modernos, uma maior transparência, portanto, ele fez e fez saber que condição sofria com o caso da próstata aumentada e depois, dado que se descobriu essa forma de cancro ainda, ao que parece, num estado bastante inicial, resolveu também comunicar isso, embora não se saiba qual o tipo de cancro que o Rei neste momento tem", sublinha Marta Brito dos Reis.

A atitude do monarca marca uma mudança face a Isabel II, mas também revela "uma maior transparência", no que parece ser uma "marca de Carlos III que inclusivamente é um contraste com aquilo que aconteceu daquela situação da princesa de Gales, Kate Middleton, que sabemos que foi alvo de uma intervenção cirúrgica na zona abdominal, mas ninguém sabe mais nada”.

"Esteve internada 14 dias, o que é um período bastante longo e bastante estranho para alguém que poderia ter todo o tipo de cuidados em casa e, portanto, esse esse tempo de internamento será absolutamente necessário e, portanto, há aqui um claro contraste e uma atitude muito diferente da parte do Rei", refere a jornalista.

Carlos III suspende funções públicas

O Rei Carlos III estará temporariamente afastado dos atos públicos, mas continua "a lidar com as caixas vermelhas, com os documentos e as papeladas oficiais e vai manter as reuniões semanais com o primeiro-ministro".

Marta Brito dos Reis realça que “na monarquia britânica está tudo programado” e para assumir os compromissos públicos, "o Rei tem vários conselheiros de Estado, neste momento são cinco: o príncipe William é um deles, a rainha e o príncipe Harry e daí talvez não seja estranho então que esteja a caminho do Reino Unido".

Contudo, o comunicado da Casa Real revela “esperança de que seja uma situação transitória e que, dado o ciclo de tratamentos e se o cancro tiver realmente sido detetado numa fase inicial, que ele possa retomar funções, não se sabe quando, mas faz com que realmente o príncipe William esteja na primeira linha, é ele o herdeiro”, considera Marta Brito dos Reis.

E se a saúde do rei de complicar?

No caso do estado de saúde de Carlos III se complicar a passagem do trono pode precipitar-se. A situação não é expectável, mas antes desse cenário está prevista uma situação intermédia.

"Se o Rei realmente não puder cumprir com os seus deveres constitucionais e os conselheiros de Estado limitados como já estivemos, então aqui a explicar a naquilo que podem fazer, podemos ter que que passar para um ponto a seguir, uma lei de 1937, um ato de regência em que o Rei estará vivo e em funções, mas haverá um regente e aqui. Na linha de sucessão ao trono, dita que seja o príncipe William, o príncipe de Gales, a assumir essa regência", explica.

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