Em S. Teotónio, um grupo de moradores e empresários do turismo está a insurgir-se contra os métodos utilizados para espantar pássaros de uma vinha na zona.
"Isto é impressionante. Como é que eles têm estas coisas assim e estão a incomodar os turismos que estão à volta, (…) as pessoas não conseguem descansar com estes barulhos", diz Ana Paula, empresária de turismo rural.
Mas as queixas vão mais além. Os canhões a gás também não têm dado descanso. Miguel, por exemplo, acaba de reembolsar um cliente que decidiu abandonar o alojamento devido aos disparos, um prejuízo de 4.600 euros.
"Às 8:00 eu recebo uma chamada do hóspede porque eles estavam assustados com o barulho dos tiros. Vinha de férias, escolheu o nosso sítio pelo silêncio, pela natureza porque nós estamos no centro do parque nacional", explica Miguel Godinho, empresário de turismo rural.
Os proprietários da exploração em causa têm uma licença para utilizar os canhões que vai de 1 de julho a 15 de setembro e que obriga ao cumprimento da lei do ruído. Só que há relatos de disparos fora desse horário.
Foi interposta uma providência cautelar contra a empresa em 2023, mas a decisão foi considerada nula e os problemas continuaram. A situação arrasta-se há pelo menos seis anos, com o som dos canhões a percorrer largos quilómetros.
Contactada pela SIC, a empresa detentora das vinhas esclarece que a utilização destes métodos ruidosos é necessária para proteger o investimento feito na exploração e nega o uso indiscriminado dos canhões a gás fora das horas de descanso e diz que está a estudar alternativas que se verifiquem igualmente eficazes e seguras.