Kristin Chenoweth tem três mães.
Tem a mulher que lhe deu à luz e a colocou para adoção. Tem a mulher que quase a adotou, depois soube que estava grávida e optou por dar a chance de adoção para outra família. E há a mulher que, junto com o marido, adotou e criou Chenoweth.
A atriz e cantora ganhadora dos prêmios Emmy e Tony é grata às três mulheres pelo papel que desempenharam em lhe dar a vida maravilhosa que ela tem agora.
Em particular, os seus pais adotivos, que lhe proporcionaram uma infância “muito boa”, enraizada na comunidade, na família, na fé e no incentivo.
“A autoestima é o melhor presente que você pode dar a uma criança, e eles me deram isso”, disse Chenoweth, mesmo quando, como engenheiros químicos, eles nem sempre entendiam suas atividades artísticas. “Sou grata por tê-los como meus pais.”
Chenoweth compartilhou histórias de fé e família, durante sua palestra na RootsTech 2024 no sábado, 2 de março. A conferência global de história da família de três dias foi realizada de 29 de fevereiro a 2 de março em Salt Lake City, e virtualmente em RootsTech.org.
Além de histórias pessoais, Chenoweth encantou o público com quatro músicas: “Somewhere Over the Rainbow”, de “O Mágico de Oz”; “For Good”, do musical da Broadway “Wicked” (no qual Chenoweth fez o papel de Glinda, a Bruxa Boa do Sul); “I Could Have Danced All Night”, do musical “Minha Bela Dama”; e “I Was Here”, escrita por sua amiga, Victoria Shaw, e gravada pela banda Lady Antebellum.
Ela se lembrou de como, quando criança, Deus lhe deu a impressão de que um dia ela seria uma missionária. E ela tem sido uma missionária, através da indústria do entretenimento, disse ela.
“Uma das razões pelas quais sei que estou nesta área de atuação é pelas pessoas”, disse Chenoweth. “Quero que as pessoas vejam Deus através de mim.”
Música, família e retribuição
Criada como membro da igreja Batista do sul, Chenoweth cresceu assistindo o coro de sua igreja cantar. Quando criança, ela anunciou que faria um teste para o coro de adultos, e o fez, cantando: “Tenho apenas um metro e quarenta e nove, mas vou para o céu, e isso me faz sentir com 3 metros de altura”. O solo subsequente que ela cantou para o coro foi uma prévia de inúmeras apresentações que viriam.
Seus pais, engenheiros químicos, ficaram um pouco perdidos no início. Chenoweth se lembra de cantar antes de dormir uma noite e ouvi-los dizer: “Somos só nós que pensamos ou ela é realmente boa?” Mas eles rapidamente se tornaram seus maiores apoiadores, conforme ela desenvolvia seus talentos e, eventualmente, começou a seguir a carreira de cantora e atriz.
Mais tarde, após o sucesso de “Wicked”, a publicação de um livro de memórias e outras conquistas, Chenoweth teve a oportunidade de conhecer sua mãe biológica. Elas ficaram “muito próximas” desde o momento em que se conheceram em 12 de dezembro de 2012, disse ela, e permaneceram próximas até seu falecimento em agosto de 2023. “Eu a sinto todos os dias.”
Chenoweth disse que a primeira coisa que sua mãe biológica lhe perguntou quando se conheceram foi: “Você conseguirá me perdoar algum dia?”
“E eu disse: ‘Eu só queria conhecer você para agradecer... por me dar a vida, me dar uma chance de viver’”, compartilhou ela.
Hoje, Chenoweth vive feliz com seu marido, o guitarrista Josh Bryant. Eles se conheceram quando a banda de Bryant tocou no casamento da sobrinha de Chenoweth e mantiveram contato por e-mail e chamadas de vídeo. Um ano e meio depois, sua banda tocou no casamento do sobrinho de Chenoweth e ele pediu para “cortejá-la”. “Eu disse: ‘Você nasceu em 1945?’”
Brincadeiras à parte, Chenoweth realmente acreditava que um relacionamento não seria possível: seus compromissos de atuação e música criaram uma agenda de viagens rigorosa e ela fez as pazes com seu status de “solteira.”
Mas Bryant perguntou onde ela estaria no fim de semana seguinte, em Boone, Carolina do Norte, e quando ela chegou ao local, ele também estava lá. Foi o que Chenoweth precisava, e o casal se casou em setembro de 2023.
Agora, ela está focada em criar um legado que retribua às pessoas e aos lugares que a tornaram quem ela é. Por exemplo, por quase uma década ela dirige o Kristin Chenoweth’s Broadway Bootcamp [Treinamento de Kristin Chenoweth da Broadway – em inglês] a cada verão, trazendo estrelas da Broadway para ensinarem os melhores e mais brilhantes talentos emergentes.
A ideia do treinamento surgiu há cerca de 15 anos, quando sua “pequena” cidade natal, Broken Arrow, Oklahoma, pediu para nomear seu novo centro de artes cênicas em sua homenagem. Chenoweth concordou, mas queria fazer mais, queria dar às crianças o tipo de oportunidade de canto, dança e atuação que ela nem sempre teve enquanto crescia.
Cultivar os talentos das crianças é “a forma como quero ser lembrada”, disse Chenoweth. “É por isso que estou aqui. Essa é a razão pela qual estou neste planeta.”
