Unção com óleo sagrado e juramentos: conheça os ritos da coroação de Charles III
No fim da cerimônia, no sábado (6), monarca receberá a Coroa de Santo Eduardo; arcebispo da Cantuária, Justin Welby, conduzirá os atos religiosos
Os atos religiosos durante a coroação do rei Charles III, no Reino Unido, incluem a unção do monarca com óleo sagrado e o recebimento de símbolos como orbe, anel e cetros, além, claro, da coroa. Os ritos serão conduzidos pelo arcebispo da Cantuária, Justin Welby, líder da Igreja Anglicana, a igreja oficial da Inglaterra.
As cerimônias se estenderão ao longo de todo o fim de semana. Porém, a coroação em si está programada para o sábado (6). Charles III será coroado ao lado de sua esposa, a rainha consorte Camilla.
Após a chamada “Procissão do Rei”, que levará Charles III e Camilla do Palácio de Buckingham para a Abadia de Westminster em uma das carruagens da família real. O serviço religioso da coroação deve ser iniciado por volta das 7h, no horário de Brasília (11h no horário de Londres) e a cerimônia deverá durar aproximadamente duas horas.
Os costumes do evento são praticamente os mesmos dos últimos 1.000 anos. Os quatro elementos centrais da cerimônia são: o reconhecimento, o juramento, a unção, a investidura, a coroação e a homenagem.
O reconhecimento é o momento no qual o monarca fica no teatro da Abadia e se apresenta ao povo. Depois, o rei faz o juramento de coroação –um voto de que irá governar de acordo com a lei, exercer a justiça com misericórdia e manter a Igreja da Inglaterra.
Então, o monarca é ungido nas mãos, peito e cabeça com óleo sagrado pelo arcebispo. Esse momento é considerado a parte mais sagrada do serviço, e não foi televisionado durante a coroação da rainha Elizabeth II em 1953.
Para a cerimônia de Charles III, um biombo de três lados foi providenciado para garantir “privacidade absoluta” nessa parte da cerimônia.
O arcebispo Welby explicou que o momento é “um símbolo de ser comissionado pelo povo para uma tarefa especial para a qual a ajuda de Deus é necessária”. E acrescentou: “É um momento em que o Rei é separado para o serviço: serviço ao povo deste país e serviço a Deus.”
A parte seguinte é a investidura, quando o monarca coloca as vestes sagradas da coroação, que neste ano serão os mesmos mantos vermelhos e roxos usados na cerimônia que coroou o rei George VI em 1937.
Em seguida, o rei será presenteado com as joias da Coroa, que simbolizam as responsabilidades da monarquia: como o orbe, o anel da coroação, dois cetros e outros símbolos.
No fim da cerimônia, a Coroa de Santo Eduardo é colocada no topo da cabeça do monarca: a coroação propriamente dita. E então os príncipes e nobres se dirigem ao rei para prestar suas homenagens.
A família real e o arcebispo da Cantuária, Justin Welby, sinalizaram que pretendem incluir novos elementos na cerimônia, “que refletem o tema de servir ao próximo, além de reconhecer e celebrar a contribuição de diversas comunidades para nossa nação hoje”.
Pela primeira vez, por exemplo, membros de outras religiões vão desempenhar um papel ativo durante o serviço religioso.
Além disso, a cerimônia incluirá outras línguas associadas às Ilhas Britânicas –uma oração e um hino em galês, gaélico escocês e gaélico irlandês–, além da participação de bispas mulheres.
*Publicado por Fernanda Pinotti, com informações da CNN
