Por que banda de Demi Lovato é uma das atrações mais roqueiras que você vai ver no Rock in Rio | Rock in Rio 2022 | G1

Por Juliene Moretti, g1


Nita Strauss, Britt Bowman, Leanne Bowes e Dani McGinley — Foto: Reprodução/Instagram

Para aqueles desavisados, o primeiro show da nova turnê de Demi Lovato no Brasil, que aconteceu em São Paulo na terça-feira (30), poderia ser uma apresentação empolgante de um quinteto feminino de rock. Demi canta no Rock in Rio no domingo (4).

É certo que Demi mergulhou de vez no estilo em seu novo trabalho "Holy Fvck", com apostas no emo e no punk pop. No entanto, em seu show da turnê, as músicas ganharam ainda mais peso graças à banda formada por Nita Strauss, Leanne Bowes, Brittany Bowman e Dani McGinley.

Riffs, solos, linhas de baterias intensas foram destaque não apenas nos sucessos deste novo álbum, como em "29", mas também os antigos hits que renderam boas versões roqueiras, como em "Confident" e "Heart Attack". As meninas aproveitaram a liberdade do momento para mostrarem um pouco de heavy metal.

Rock in Rio 2022 em 1 minuto: Demi Lovato

Rock in Rio 2022 em 1 minuto: Demi Lovato

A principal responsável por essa veia roqueira mais pesada no show é a guitarrista Nita Strauss. Ela saiu recentemente da banda de Alice Cooper, ícone roqueiro, para se juntar a Demi nesta turnê.

Durante a sua apresentação, Nita, ou Hurricane Nita (Nita Furacão), como é chamada, garantiu os riffs, solos e distorções para fazer o público vibrar. E ainda rolou bate cabelo, caras e bocas e ela bem à vontade no palco ao lado de Demi.

Em "Sorry not sorry", por exemplo, Demi chegou a dar o centro do palco para que Nita pudesse mostrar seu talento. E ela fez bonito.

Assim como na versão roqueira de "Cool for the summer", em que, de ombro colado com a baixista Leanne Bowes, deram uma palhinha de heavy metal no início e depois no encerramento, quando Demi já nem estava mais no palco.

Já Leanne começou a carreira na banda canadense de punk feminino Hunter Valentine, abriu shows para nomes como Cindy Lauper e Sum 41 e, além de Demi, também tocou na banda de Marina (ex-and The Diamonds).

Em uma entrevista, ela contou que aprendeu baixo quando seu pai, que é baterista, pediu para ela o ajudar em um projeto. Para isso, teria de aprender a linha de baixo da música "So Lonely" do The Police.

Leanne tinha 12 anos na época e se apaixonou pelo som do instrumento. Ela aprendeu a tocar então todos os CDs da casa, como Nirvana, Nine Inch Nails e Alice in Chains, influência da sua mãe.

Foi por influência da mãe que Brittany Bowman, Britt Bowman, a baterista de Demi, “vendeu sua alma para a música”, conforme diz sua biografia. Ela tinha 5 anos de idade e ficava ouvindo rádio no carro com a mãe. Beatles era uma de suas bandas favoritas.

Aos 10 anos, conheceu Green Day e se enveredou pelo punk rock e curtiu a bateria. Quando tinha 15 anos, já tocava em casas de shows em Chicago, onde nasceu. No show de Demi, ela mostrou dinamismo e pancadas intensas na bateria.

A tecladista Dani McGinley é de Londres, na Inglaterra, e mora atualmente em Los Angeles. Começou a carreira ainda pequena, pela música clássica e depois com o jazz. Quando tinha 17 anos, ainda na Inglaterra, passou a se apresentar como pianista e cantora.

Dani ainda deu apoio para apresentações de Charlie XCX, Zara Larsson, Marina e Shamir. Enquanto estava com Shamir, abriu shows para nomes como Troye Sivan, The Years & Years, e da turnê que juntou Duran Duran e Nile Rodgers & Chic.

Com Demi Lovato, elas ainda se apresentam em Belo Horizonte, na sexta-feira (2), e no Rock in Rio, no domingo (4).

O show de Demi em São Paulo

Demi Lovato em apresentação nesta terça-feira (30), em São Paulo — Foto: Angelo Kritikos/Divulgação

Com o recém-chegado álbum "Holy Fvck", Demi Lovato apostou alto no rock. E não errou. Muitos riffs e solos, bom de ouvir (e pular), fizeram do show do dia 30 de agosto, o primeiro desta turnê no Brasil, uma animada apresentação de um quinteto feminino de rock que parecia tocar junto há algum tempo. Demi é uma das atrações do Rock in Rio, no domingo (4).

A apresentação desta noite é uma das primeiras da nova turnê e traz faixas de "Holy Fvck", além de resgatar sucessos do passado, em versões mais roqueiras.

Demi Lovato em show da turnê norte-americana antes da vinda ao Brasil; cantora não liberou fotógrafos na apresentação em SP — Foto: Reprodução/Instagram

Demi surgiu no palco, às 21h29, com um corte de cabelo que lembrou Joan Jett. Um espartilho e uma pantalona vermelhos de vinil, com correntes e spikes, completavam o look.

E só isso. Não houve trocas de figurinos, telões com projeções, efeitos visuais, nada que pudesse desviar a atenção do público da música. Sem dizer uma palavra, Demi emendou "Holy Fvck", "Freak", "Substance" e "Eat Me", todas no novo álbum. E com elas, os tais riffs e solos e distorções davam o peso prometido. A plateia acompanhava aos pulos e aos gritos.

Antes da quinta música, Demi conversa com o público. “Te amo!”, diz em português e agradece a presença de cada uma das pessoas ali. Ela também dedica um tempo para apresentar a banda formada apenas por mulheres, como ela frisa.

Brittany Bowman, na bateria, Leanne Bowes, no baixo, Dani McGinley, no teclado, e Nita Strauss, guitarrista que deixou a banda de Alice Cooper para se juntar a Demi.

Demi Lovato em apresentação nesta terça-feira (30), em São Paulo — Foto: Angelo Kritikos/Divulgação

E para quem faz cara feia, saiba que Nita fez um ótimo trabalho: os solos e distorções apresentados por ela empolgaram e deram o toque pesado para as faixas.

É a partir daí que Demi reapresenta os antigos sucessos repaginados. O primeiro deles foi "Confident", do disco de mesmo nome de 2015, em que também tocou guitarra. A música é interrompida para que uma pessoa da plateia que passava mal pudesse ser atendida. Foi a própria Demi quem parou a apresentação para pedir que alguém socorresse a pessoa. Mais uma interrupção da cantora para ajudar um fã aconteceria mais tarde.

Retomada a faixa, ela ainda emendou "Here we go again" e "Remember December", ambas do álbum "Here we go again", de 2009. A seguinte, "La La Land", ficou ainda mais irônica com a pegada pop punk, e com um trecho de "La La", de Ashlee Simpson, de 2004, que foi encaixada no meio da música.

Já "Don’t Forget", apesar de ter elementos do rock, foi a que mais lembrou a faixa antiga, de 2008. Demi ainda cantou "The Art of Starting Over", do álbum do ano passado, "Dance with the Devil… The Art of Starting Over". “Eu tenho muito orgulho do novo álbum, mas também tenho do último e esta é a minha favorita”, comentou sobre a faixa, que soa mais como uma baladinha.

A plateia começa a chamá-la de “gostosa”. Sem jeito, Demi diz que não entende, e logo o público improvisa um coro de “hot, hot, hot”. A cantora parecia encabulada, diz que estava mesmo bem quente ali, e agradece o elogio.

A próxima segue a linha de balada. Nita, a guitarrista, e Leanne, no baixo, estão sentadas ao lado da cantora, que se mantém em pé e entre elas. "4 ever 4 me", também uma das favoritas de Demi, conforme ela afirmou ali, é dedicada aos apaixonados. A música recebeu um trechinho de "Iris", do Goo Goo Dolls, ali no meio.

Logo em seguida, volta o rock com a versão ousada de "Sorry not sorry", em que as batidas do pop dão espaço para os solos de Nita. Talvez por ser uma música pop marcante da cantora, um ou outro momento da faixa parecia não casar tão bem com os arranjos (muito bons) da banda. Isso, claro, não foi empecilho para encantar os fãs, que cantavam juntos em um coro a todo pulmão, nem de ser um dos pontos altos do show.

Demi Lovato em apresentação nesta terça-feira (30), em São Paulo — Foto: Angelo Kritikos/Divulgação

Outro ponto alto foi "29", single deste último trabalho. Na letra, ela fala sobre um relacionamento que teve quando tinha 17 e ele, 29. Demi parou para contar que, por causa da música, que se tornou viral no TikTok, ela recebeu relatos de pessoas que decidiram se impor e reagir ao se verem em situação similar. “Me deixa orgulhosa, muito obrigada”, disse antes de entoar a faixa.

"Heart Attack", a seguinte, caiu muito bem na roupagem roqueira. Vieram na sequência ainda "Skin of my teeth" e "Happy Ending". Com pouco mais de uma hora e trinta minutos, veio "Cool for the summer", outra com nova versão punk pop bem feita que fechou essa primeira apresentação da cantora em solo brasileiro.

Demi ainda faz mais uma apresentação nesta quarta-feira (31) no Espaço Unimed (antigo Espaço das Américas) e na sexta-feira (2), em Belo Horizonte. No Rock in Rio, ela faz seu show no domingo (4).

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