Reis, Rainhas e Presidentes de Portugal
D. Jo�o III
D�cimo quinto rei de Portugal, filho de D. Manuel I. Teve como mestres algumas figuras not�veis da �poca, como o humanista Lu�s Teixeira e o m�dico Tom�s de Torres. A partir de 1514, D. Manuel come�a a introduzi-lo nas mat�rias do governo e, em 1517, preparava-se o seu casamento com D. Leonor, irm� de Carlos V. �, por�m, D. Manuel que vem a casar com ela, em virtude da morte da rainha D. Maria. Com dezanove anos � aclamado rei e mais tarde casa com a irm� de D. Leonor, D. Catarina de �ustria. O governo de D. Jo�o III pode compreender-se � luz de uma vasta pol�tica nacional e ultramarina, de que assinalamos os marcos essenciais: 1) Pol�tica ultramarina: O vasto imp�rio herdado pelo monarca e que se estendia por tr�s continentes, impunha dif�ceis problemas de administra��o � dist�ncia. No Oriente, ap�s uns primeiros anos de continua��o de conquistas, as dificuldades come�aram a surgir. Turcos e �rabes ofereciam uma resist�ncia cada vez maior ao monop�lio dos Portugueses e os ataques �s nossas for�as sucediam-se. Em �frica, as guarni��es dos nossos castelos de Marrocos n�o conheciam vida calma. Homens e armas eram enviados com frequ�ncia, como refor�o, ocasionando uma despesa enorme sem proveito correspondente, o que em breve se tornou insustent�vel. Abandonou-se Safim, Azamor, Alc�cer Ceguer e Arzila. Como compensa��o das dificuldades no Oriente e revezes em �frica, voltou-se D. Jo�o III para o Brasil, realizando a primeira tentativa de povoamento e valoriza��o daquele territ�rio, primeiro com o sistema de capitanias e depois instituindo um governo geral., com Tom� de Sousa � frente. 2) Rela��es externas: Em nenhum outro reinado da 2.� dinastia manteve Portugal uma t�o grande actividade diplom�tica, como no de D. Jo�o III, e com a Espanha, de uma maneira intensa. Com a Fran�a, de maneira bastante delicada, devido � guerra de corso movida pelos marinheiros franceses aos navios mercantes de Portugal e consequentes repres�lias por parte da nossa marinha de guerra. Com a Santa S�, orientando-se no fortalecimento de rela��es, conseguindo D. Jo�o III o estabelecimento do tribunal da Inquisi��o em Portugal e aderindo os bispos portugueses ao esp�rito da Contra Reforma. Mais dentro do campo econ�mico, s�o de p�r em realce as rela��es estabelecidas com os pa�ses do B�ltico e a Pol�nia, atrav�s da feitoria de Antu�rpia. 3) Pol�tica interna: A linha absolutista acentua-se nitidamente com D. Jo�o III. Este governa apenas com o aux�lio do secret�rio de Estado, Ant�nio Carneiro e seus dois filhos Francisco e P�ro de Alc��ova Carneiro. A m�quina administrativa foi-se estruturando com centenas de regimentos, alvar�s e cartas. Todavia, o seu reinado conheceu grav�ssimas crises econ�micas e recorreu-se aos empr�stimos externos. Fomes, epidemias e sismos fizeram tamb�m a sua apari��o frequente. 4) Pol�tica cultural: A protec��o � cultura foi uma dominante deste monarca. � sombra da corte viveram homens como Gil Vicente, Garcia de Resende, Dami�o de G�is. A esta �poca est�o ainda ligados nomes como os de S� de Miranda, Bernadim Ribeiro, Andr� Resende, Diogo de Teive, Pedro Nunes, Cam�es, Jo�o de Castro, Jo�o de Ru�o e outros ainda. � feita uma reforma da Universidade portuguesa e cria-se um Col�gio das Artes. 5) Sucess�o ao trono: Apesar da numerosa prole nascida do casamento r�gio, � o �nico neto do tronco varonil, D. Sebasti�o, que ir� suceder a D. Jo�o III. A morte tinha ceifado todos os filhos do monarca. 6) A figura: D. Jo�o III tem merecido ju�zos discordantes na sua ac��o governativa. Para alguns foi um fan�tico, para outros um h�bil monarca. � certo que recebeu o imp�rio no seu apogeu e o deixou no descalabro, mas para al�m da sua ac��o pessoal que n�o foi brilhante, havia outras causas mais profundas que, de qualquer maneira, produziriam os mesmos efeitos.
Ficha geneal�gica: D. Jo�o III nasceu em Lisboa, a 6 de junho de 1502 e faleceu na mesma cidade, a 11 de junho de 1557, tendo sido sepultado no mosteiro de Bel�m. Casou em 1525 com a infanta D. Catarina (n. em Torquemada, a 14 de janeiro de 1507; f. em Xabregas, a 12 de fevereiro de 1578; sepultada no Mosteiro dos Jer�nimos), filha de Joana, a Louca, e de Filipe, o Belo, portanto irm� de D. Leonor, terceira esposa de D. Manuel. Desse casamento nasceram: 1.
D. Afonso (n. em Almeirim, a 24 de fevereiro de 1526; f. com um m�s; sepultado
nos Jer�nimos); 2.
D. Maria (n. em Coimbra, a 15 de outubro de 1527; f. em Valhadolid, a 12 de
agosto de 1545). Foi a primeira esposa, em 1543, de Filipe II de Espanha
(1526-1598), sendo m�e do pr�ncipe D. Carlos (1544-1568); 3.
D. Isabel (n. em Lisboa, a 28 de abril de 1529; f. de tenra idade; sepultada no
Mosteiro dos Jer�nimos); 4.
D. Beatriz (n. em Lisboa, a 15 de fevereiro de 1530; f. pouco depois); 5.
D. Manuel (n. em Alvito, a 1 de novembro de 1531; f. em �vora, a 14 de abril de
1537; sepultado no Mosteiro dos Jer�nimos). Nas Cortes celebradas em �vora, no
ano de 1535, foi jurado herdeiro da coroa; 6.
D. Filipe (n. em �vora, a 25 de mar�o de 1533; f. em 29 de abril de 1539;
sepultado no Mosteiro dos Jer�nimos). Por morte de seu irm�o D. Manuel foi
jurado herdeiro da coroa; 7.
D. Dinis (n. em �vora, a 6 de abril de 1535; f. na mesma cidade, a 1 de janeiro
de 1537; sepultado no Mosteiro dos Jer�nimos); 8.
D. Jo�o (n. em �vora, a 3 de junho de 1537; f. em Lisboa, a 2 de janeiro de
1554; sepultado no Mosteiro dos Jer�nimos). Foi jurado herdeiro da coroa em
1539, por morte de seu irm�o D. Filipe, casando em 1552 com D. Joana (n. em
Madrid, a 24 de junho de 1535; f. no Escurial, a 7 de setembro de 1573), filha
de Carlos V e de D. Isabel de Portugal. Do cons�rcio veio a nascer, p�stumo, D.
Sebasti�o, que herdou a coroa; 9.
D. Ant�nio (n. em Lisboa, a 9 de mar�o de 1539; f. em 20 de janeiro de 1540;
sepultado no Mosteiro dos Jer�nimos). Ainda
pr�ncipe, D. Jo�o III teve um filho natural de D. Isabel Moniz, filha de um
alcaide de Lisboa, por alcunha O Carranca, e de uma mo�a da c�mara da rainha
D. Leonor.
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Fontes:
Joel Serr�o (dir.)
Joaquim Ver�ssimo Serr�o,
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P�gina modificada em 14 de junho de 2015
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