Muitos não conseguiram voo antes da saída de Portugal da lista verde do Reino Unido. Outros não conseguiram marcar o teste à Covid-19 necessário antes do regresso.

Milhares de turistas britânicos deixaram Portugal nas últimas horas, para evitarem ter de cumprir quarentena no regresso, agora que o país deixará de fazer parte da lista verde de viagens do Reino Unido.

No entanto, à BBC, vários passageiros relataram dificuldades em conseguir fazer o teste à Covid-19 antes do regresso ao seu país.

Angela Mantana e Craig Stanley, de Derby, planeavam passar uma semana de férias no Algarve, e foram apanhados de surpresa pela decisão de retirar Portugal da lista dos países seguros para viajar. Depois disso, tornou-se "quase impossível" assegurar o teste PCR e um voo de regresso ao Reino Unido a tempo de evitar a quarentena.

"Dizer que estamos indignados é um eufemismo", disse Stanley. "Não conseguimos nenhum voo de volta... Agora temos que fazer mais dois testes a um custo adicional aos três testes que pagámos, se quisermos sair do isolamento depois de cinco dias."

Como não conseguiu viagem antes das 4h00 de terça-feira, altura em que Portugal deixa de constar na lista verde do Reino Unido, o casal terá de cumprir a quarentena no regresso a casa, uma medida obrigatória para os países da lista amarela.

"As implicações são que somos voluntários num centro de vacinas. Tivemos que dececionar essas pessoas", explicou Angela Mantana. "Da mesma forma, cuido de uma tia que tem graves problemas de saúde e não vou poder fazê-lo."

Mike Indian, um dos turistas que regressou do Algarve no domingo, descreveu um cenário "caótico" no aeroporto de Faro, com enormes filas que, por pouco, não o fizeram perder o voo.

Gary e Cassie Turner, que no domingo terminaram as férias no Carvoeiro, no Algarve, também se queixaram do mesmo. Ficaram três horas à espera no balcão de check-in em Faro.

Algumas pessoas foram informadas de que, se tivessem perdido o voo devido ao tempo perdido na fila, teriam de reservar outro", contaram. "Quando embarcámos, ficámos presos na pista por mais três horas, de modo a reunir os passageiros em falta e, se já não fosse possível esperar, também precisavam de tirar as malas do avião."

Alan e Lisa Pechey, de Cambridge, que estiveram de férias em Lisboa, contam que gastaram 800 libras (mais de 930 euros) nas viagens de regresso antecipadas, de modo a evitarem a quarentena.

No aeroporto de Gatwick, uma mulher de 66 anos, defende, também em declarações à BBC, que o governo britânico foi "totalmente injusto" em anunciar aquela decisão na quinta-feira.

"Estragaram-nos as férias, totalmente", acrescentou.

A partir desta madrugada, Portugal deixa de constar na lista verde do Reino Unido, passando a vigorar a quarentena obrigatória de dez dias no regresso a casa.

A par disso, qualquer pessoa que chegue de Portugal tem de realizar dois testes à Covid-19 à chegada.

Após o anúncio da decisão britânica, na última quinta-feira, milhares de turistas interromperam as férias e rumaram a casa. Só no sábado, terão partido de Faro cerca de 10 mil turistas britânicos, de acordo com o presidente do Turismo do Algarve.

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