De amante à mulher do rei: quem é Camilla, a nova rainha da Inglaterra
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Quando o rei Charles III for coroado na Abadia de Westminster, neste sábado (6), terá ao seu lado, recebendo a coroa de rainha, o amor de sua vida. Camilla Rosemary Shand, que ficou mundialmente conhecida como Camilla Parker-Bowles e hoje atende apenas por Camilla, ainda é aos 75 anos uma figura controversa no Reino Unido. Enquanto muitos veem sua união com Charles como um romance com final feliz, há quem não esqueça que ela foi amante do rei por muitos anos, em um escândalo de traição que abalou a monarquia e pôs um ponto final no casamento 'conto de fadas' então príncipe com carismática princesa Diana.

Realeza divulga vídeo no dia da coroação do rei Charles III

Realeza divulga vídeo no dia da coroação do rei Charles III

Mas afinal, quem é a nova rainha e mulher do rei Charles III? Camilla teve uma vida privilegiada. Filha de um major do Exército que virou empresário e de uma dona de casa que fazia trabalho voluntário, ela é a mais velha de três irmãos e foi educada na Inglaterra, Suíça e França. Dizem os historiadores que de sua bisavó materna, Alice Keppel, foi amante do rei Eduardo VII, o bisavô da rainha Elizabeth II. Camilla, que trabalhou em loja na juventude, sempre circulou no meio da nobreza, como bem-nascida inglesa que é.

A rainha Camilla (à esquerda) aos 4 anos, com a irmã, Annabel, aos 3 anos  — Foto: Getty Images
A rainha Camilla (à esquerda) aos 4 anos, com a irmã, Annabel, aos 3 anos — Foto: Getty Images

O encontro com Charles e que iria mudar sua vida, aconteceu em 1971. Camilla terminado o namoro com Andrew Parker-Bowles, com quem ela se casaria mais tarde, quando encontrou com o futuro rei pela primeira vez. Eles ficaram cerca de dois anos juntos, até que Charles ingressou na Marinha Real e foi para o exterior.

Dizem os experts na realeza que os dois eram muito apaixonados, mas um casamento entre eles não teria sido possível. O herdeiro do trono teria que pedir autorização para formalizar a união com a namorada, o que iria ser vetado pelas mais variadas razões.

Charles III e Camilla em 1979 — Foto: Getty Images
Charles III e Camilla em 1979 — Foto: Getty Images

Reza a lenda que o tio-avô do rei, Lord Mountbatten, uma figura muito importante na monarquia e na política inglesa, queria que Charles se casasse com uma de suas netas. Há quem diga que a rainha-mãe, avó do rei, achava que ele deveria se unir a uma moça da família Spencer - isso mesmo a de Lady Di.

O casamento de Andrew Parker-Bowles e Camilla — Foto: Getty Images
O casamento de Andrew Parker-Bowles e Camilla — Foto: Getty Images

Qualquer que tenha sido a razão, Camilla jamais foi considerada à época uma candidata 'adequada' para ser mulher do herdeiro do trono e seguiu com a vida, se casando com Andrew, com quem teve dois filhos: Tom, hoje com 49 anos, que por sinal é afilhado de Charles, e Laura, de 46. Entre os convidados para o casamento estavam a princesa Anne e a princesa Margareth.

AMANTE AMADA

Em 1979, o Lord Moutbatten foi assassinado pelo IRA, e Charles, inconsolável, teve o apoio da ex-namorada Camilla. Logo os rumores de que eles tinham reatado o romance começaram a circular em meio à nobreza. Andrew, que por sua vez teve várias amantes ao longo do casamento, não se importou.

Em 1980, a chance do futuro rei da Inglaterra casar com uma mulher divorciada era zero e não Camilla continuou casada como Charles começou a namorar Diana. Além de ter a aprovação da Família Real, a mocinha era virgem - em um exemplo absurdo de machismo e preconceito, o requisito arcaico era condição para uma futura rainha.

Diana Spencer e Camilla Parker-Bowles em 1980 — Foto: Getty Images
Diana Spencer e Camilla Parker-Bowles em 1980 — Foto: Getty Images

Charles se casou com Diana em 1981, teve com ela o príncipe William e o príncipe Harry, mas, dizem os biógrafos, nunca tirou Camilla de sua vida. Como ela era sua 'amiga', fazia parte do círculo íntimo do novo casal - basta dizer que há fotos de Diana e Camilla, juntas, vendo um jogo de polo de Charles em 1980, e ela foi com sua acompanhante em uma visita oficial à África. Os dois continuaram se relacionando durante boa parte do casamento do rei, até que estourou o Tampongate ou Camillagate, em 1993.

Rei Charles III (enquanto príncipe), Princesa Diana e os filhos, William e Harry — Foto: Getty Images
Rei Charles III (enquanto príncipe), Princesa Diana e os filhos, William e Harry — Foto: Getty Images

'QUERO SER SEU ABSORVENTE´

Um dos maiores escândalos da história da realeza, o Tampongate é o vazamento uma constrangedora conversa entre o príncipe e amante, na qual ele dizia que 'queria ser um absorvente interno' (tampon, em inglês) para viver em Camila. Manchete de jornais no mundo inteiro, o caso foi explorado com muitos detalhes sórdidos e junto com um livro sobre o sofrimento da princesa traída e infeliz prejudicou imensamente a imagem pública de Charles, que nunca se recuperou completamente.

Diana deixou claro que a traição do marido e o longo affair com Camilla foram a razão pela qual pediu o divórcio. "Éramos três neste casamento, então estava um pouco lotado", disse a princesa, em uma frase que marcou a separação do casal.

Revista revela 'Tampongate', em 1993 — Foto: Getty Images
Revista revela 'Tampongate', em 1993 — Foto: Getty Images

Charles levou anos para assumir que realmente esteve com amante durante o período com a esposa, e precisou contratar uma empresa de mídia para tentar melhorar sua imagem de herdeiro de uma instituição que custa fortunas aos cofres públicos e cuja serventia já era questionada no anos 1990. Basta dizer que foi defendido publicamente que, quando a rainha morresse, ele desse sua vez na linha de sucessão para William.

Pior que a situação de Charles, só a de Camilla. O público não engolia a amante, que foi atacada pelos tabloides, perseguida pelos paparazzi e criticadas por quase todo mundo. "Foi horrível. Era uma época muito ruim e eu não colocaria meu pior inimigo no meu lugar. Eu não teria sobrevivido sem a minha família", já disse Camilla sobre o Tampongate.

Mas, a seu lado, ela tinha Charles, e o futuro rei estava irredutível: não ia abrir mão do grande amor e nem do trono. Demorou, mas deu certo.

CASAMENTO

Em 1999, dois anos após a morte de Diana, Charles e Camilla fizeram a primeira aparição pública oficial. O processo de 'assumir' a amada já estava sendo planejado nos bastidores desde o fiasco do divórcio com Diana. Em 2005, formalizaram a união, depois de 34 anos de um 'namoro' de idas e vindas, um pedido de casamento de joelhos dele e um anel de noivado que pertenceu à Rainha-Mãe, a avó que Charles adorava.

No dia da cerimônia, em Windsor, manifestantes apareceram com fotos de Diana e caricaturas mostrando Camilla como um cavalo, mas o casal teve o apoio da rainha Elizabeth. Foi a primeira vez que um membro da Família Real se casou apenas no civil.

O casamento do rei Charles III e Camilla em 2005 — Foto: Getty Images
O casamento do rei Charles III e Camilla em 2005 — Foto: Getty Images

A aprovação da soberana, que até a década de 1970 sequer podia estar na presença de uma pessoa divorciada (!), contou muito para que Camilla aos poucos fosse conquistando seu espaço na monarquia e entre os súditos. A autorização da soberana permitido a união, mas Elizabeth II foi além. No Jubileu de Platina, em 2022, meses antes de sua morte, a rainha fez questão de dizer, em um comunicado oficial, que gostaria que todos apoiassem a nora no futuro e garantiu que ela tivesse papel de destaque no reinado do filho.

O rei Charles e Camilla  — Foto: The Grosby Group
O rei Charles e Camilla — Foto: The Grosby Group

"Quando, na plenitude do tempo, meu filho Charles se tornar rei, sei que vocês darão a ele e à sua esposa Camilla o mesmo apoio que têm dado a mim; e é o meu sincero desejo que, quando a hora chegar, Camilla seja conhecida como rainha consorte enquanto continua seu serviço leal", disse a monarca, deixando explícita qual era sua vontade.

OS ENTEADOS

William e Harry, que cresceram sabendo que Camilla foi o pivô da separação dos pais, não aceitaram a madrasta no começo. “Ela era a vilã. Ela era a terceira pessoa no casamento”, disse o caçula de Charles em uma entrevista, quando lançou sua conturbada biografia, no começo do ano.

Ele contou que junto com William implorou para que o pai não se casasse, porque achavam que Charles "causaria mais mal do que bem" e que estar em um relacionamento com Camilla deveria ter sido o suficiente. “Queríamos que ele fosse feliz e vimos como ele estava feliz com ela, então na época estava tudo bem", explicou Harry, que segundo os tabloides ingleses teria deixado o pai irritadíssimo ao falar sobre a madastra no livro.

Charles III e Camilla com Kate Middleton e o príncipe William e seus três filhos, e o príncipe Harry e Meghan Markle — Foto: Reprodução Instagram
Charles III e Camilla com Kate Middleton e o príncipe William e seus três filhos, e o príncipe Harry e Meghan Markle — Foto: Reprodução Instagram

Camilla se dá bem com Kate Middleton, assim como com William, mas ele não deixa seus filhos, George, de 9 anos, Charlotte, de 8, e Louis, de 5, chamarem a rainha de avó. Em Camilla, Duquesa da Cornualha: de Pária a Rainha Cconsorte, a biógrafa Angela Levin diz William quer garantir que a nova rainha não faça o papel que deveria ter pertencido à princesa Diana.

“William deixou claro que Camilla é a esposa de seu pai, mas não uma meia-avó de seus filhos. As três crianças foram criadas para pensar que têm dois avôs [Charles e James Middleton], mas apenas uma avó [Carol Middleton]”, diz a autora. A rainha, que tem cinco netos, por sua vez não tenta ocupar nem na família e nem junto ao público o espaço deixado por Diana, uma das figuras mais icônicas do século 20 e dona de um carisma que falta à quase toda a realeza, atual ou passada.

Rei Charles III e rainha Camilla — Foto: Hugo Burnand/@theroyalfamily
Rei Charles III e rainha Camilla — Foto: Hugo Burnand/@theroyalfamily

REPARAÇÃO DA IMAGEM

Já na época do Tampongate, o controle de crise de Charles tentou transformar a gravação da traição em uma declaração de um homem apaixonado por uma mulher que o apoiava em tudo. Não deu muito certo e só piorou anos depois quando Diana morreu, com a imprensa colocando a culpa no casal. Mas o plano de reabilitar a imagem de Camilla já estava em curso.

Ela abraçou várias organizações de caridade, se tornando patrona de algumas. As causas preferidas da rainha são a o letramento (é uma leitora voraz); o apoio às vítimas de violência doméstica, abuso e estupro; os direitos dos animais e saúde e bem-estar. Ela, que faz balé para a terceira idade, também é presidente da Real Sociedade de Osteoporose - sua mãe morreu em decorrência da doença. Sempre bem-recebida nos eventos oficiais, Camilla nunca teve a popularidade ou carisma de Diana. Mas, ao contrário da princesa do povo, alcançou seu final feliz.

Rei Charles III e Camila — Foto: Getty Images
Rei Charles III e Camila — Foto: Getty Images
A rainha Elizabeth II com Charles, Camilla, William e Kate — Foto: Getty Images
A rainha Elizabeth II com Charles, Camilla, William e Kate — Foto: Getty Images
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