Preview only show first 10 pages with watermark. For full document please download

Enem 2015

Apostila Completa

   EMBED

  • Rating

  • Date

    December 2018
  • Size

    24.4MB
  • Views

    193,806
  • Categories


Share

Transcript

– ENEM LINGUAGENS E CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS REDAÇÃO Volume I ÍNDICE PORTUGUÊS 1. Níveis de significação do texto: significação explícita e significação implícita, denotação e conotação. ......... 31 2. Distinção entre variedades do português. .................................................................................................................. 14 3. Norma ortográfica. ...................................................................................................................................................... 15 4. Morfossintaxe das classes de palavras: ................................................................................................................... 47 flexão nominal; flexão verbal: expressão de tempo, modo, aspecto e voz; correlação de tempos e modos; elementos estruturais e processos de formação das palavras; concordância nominal e verbal; regência nominal e verbal; pronomes; advérbios; conectivos: função sintática e valores lógico-semânticos. Processos de organização da frase: ............................................................................................................................. 65 coordenação e subordinação; reorganização de orações e períodos. Citação de discursos: direto, indireto e indireto livre.................................................................................................. 72 Organização do texto:....................................................................................................................................................... 3 dissertação: fato e demonstração; argumento e inferência / relações lógicas; narração: sequenciação de eventos; temporalidade; causalidade; descrição: simultaneidade / espacialidade na ordenação dos elementos descritores. Estratégias de articulação do................................................................................................................................ texto: 16 coesão lexical, referencial e articulação de enunciados de qualquer extensão; paragrafação. Recursos expressivos: ................................................................................................................................................... 34 ritmo e sonoridade; recursos morfológicos, léxicos e sintáticos. Intertextualidade. ............................................................................................................................................................ 30 INGLÊS ............................................................................................................................................................................. 96 Gramática Interpretação de textos Vocabulário REDAÇÃO ..................................................................................................................................................... 127 LITERATURA Literatura ......................................................................................................................................................................... 139 Literatura Portuguesa ...................................................................................................................................................... 141 Literatura Brasileira ......................................................................................................................................................... 146 Estilos e época ................................................................................................................................................................ 158 EDUCAÇÃO FÍSICA ...................................................................................................................................................... 169 EDUCAÇÃO ARTÍSTICA .............................................................................................................................................. 191 AVISO – (TODAS AS APOSTILAS) 10/05/2012 A PRESENTE APOSTILA NÃO ESTÁ VINCULADA A EMPRESA ORGANIZADORA DO CONCURSO PÚBLICO A QUE SE DESTINA, ASSIM COMO SUA AQUISIÇÃO NÃO GARANTE A INSCRIÇÃO DO CANDIDATO OU MESMO O SEU INGRESSO NA CARREIRA PÚBLICA. O CONTEÚDO DESTA APOSTILA ALMEJA ENGLOBAR AS EXIGENCIAS DO EDITAL, PORÉM, ISSO NÃO IMPEDE QUE SE UTILIZE O MANUSEIO DE LIVROS, SITES, JORNAIS, REVISTAS, ENTRE OUTROS MEIOS QUE AMPLIEM OS CONHECIMENTOS DO CANDIDATO, PARA SUA MELHOR PREPARAÇÃO. ATUALIZAÇÕES LEGISLATIVAS, QUE NÃO TENHAM SIDO COLOCADAS À DISPOSIÇÃO ATÉ A DATA DA ELABORAÇÃO DA APOSTILA, PODERÃO SER ENCONTRADAS GRATUITAMENTE NO SITE OU NOS SITES GOVERNAMENTAIS. INFORMAMOS QUE NÃO SÃO DE NOSSA RESPONSABILIDADE AS ALTERAÇÕES E RETIFICAÇÕES NOS EDITAIS DOS CONCURSOS, ASSIM COMO A DISTRIBUIÇÃO GRATUITA DO MATERIAL RETIFICADO, NA VERSÃO IMPRESSA, TENDO EM VISTA QUE NOSSAS APOSTILAS SÃO ELABORADAS DE ACORDO COM O EDITAL INICIAL. EVENTUAIS RECLAMAÇÕES DEVERÃO SER ENCAMINHADAS POR ESCRITO, RESPEITANDO OS PRAZOS ESTATUÍDOS NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. É PROIBIDA A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTA APOSTILA, DE ACORDO COM O ARTIGO 184 DO CÓDIGO PENAL. proparoxítonos e utiliza o sufixo -udo como desinência do particípio na segunda conjugação: acendudo, atrevudo, bevudo, conhoçudo, creçudo, estendudo, vendudo etc. Com o advento da dinastia de Avis (1385), a língua portuguesa começou a afirmar sua fisionomia própria e em breve tornava-se língua nacional. LINGUAGENS E CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS – REDAÇÃO O francês antigo, bem como o provençal antigo, comparados com o francês e o provençal falados hoje, são outras línguas. Isso não ocorre com o português antigo. Este representa uma fase envelhecida do idioma, sem contudo ser outro. Velho em algumas formas, arcaico em muitas palavras, obsoleto na preferência de certas expressões (e diverso na pronúncia, provavelmente), o português dos primeiros tempos é sempre inteligível, pois a gramática é a mesma. PORTUGUÊS INGLÊS REDAÇÃO LITERATURA ARTE EDUCAÇÃO FÍSICA Como língua comum, o português formou-se inicialmente em torno de Coimbra e mais tarde ao redor de Lisboa, conquistada aos mouros por Afonso Henriques, primeiro rei português, e depois capital da nação, centro irradiador do padrão linguístico. Na história da língua, distinguem-se dois períodos principais: (1) o arcaico, desde as origens, no século XII, ao século XV; (2) e o moderno, do século XVI em diante. Uma outra classificação considera os períodos clássico (séculos XVI e XVII) e o pós-clássico (XVIII em diante). PORTUGUÊS A língua que Olavo Bilac chamou de "última flor do Lácio, inculta e bela" é uma das que alcançaram maior difusão geográfica em todo o mundo, pois é falada nos cinco continentes. Ademais, o português é culturalmente significativo sobretudo por sua literatura, na qual se mostra um instrumento de alta eficiência da criação estética em poesia e prosa. A disciplina gramatical teve início no período clássico, quando se elaborou a primeira gramática da língua, de Fernão de Oliveira, publicada em 1536. Também se verificou nesse período a consolidação da língua literária, de acentuada influência do latim clássico e cujo melhor exemplo é o poema épico de Camões Os lusíadas (1572), obra-prima de presença indelével nas fases que se seguiram. Não obstante a vigência de uma norma central lisboeta, o português de Portugal apresenta falares regionais no norte (trasmontano, interamnense, beirão), no centro (estremenho) e no sul (alentejano e algarvio). O português é uma língua neolatina ou românica. Pertencente ao grupo itálico da grande família do indo-europeu, derivou-se da principal língua itálica, o latim. É falada em Portugal, no Brasil, em Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe, assim como em encraves de colonização portuguesa na Ásia (Macau, Goa, Damão e Malaca) e da Oceania (Timor). A mistura com línguas nativas, na África, produziu uma série de dialetos, ditos crioulos. Histórico O português nasceu da evolução do latim vulgar levado pelos legionários romanos para a península ibérica, transformada em província do Império Romano em 197 a.C. César fundou, entre outras cidades, Pax Julia (cujo primeiro nome se transformaria em Beja) e criou na Lusitânia um dos baluartes da latinização do país. Estrabão observou que os turdetanos, na Bética, haviam esquecido a língua materna, e expressavam-se em latim. Essa língua radicou-se na península, até que, no século V, se deu a invasão dos bárbaros, e com ela se intensificou a corrupção da linguagem. No Brasil, o português foi implantado no século XVI, com os traços arcaicos que se conservavam na linguagem popular da metrópole. Graças à imigração constante, no período colonial, o português moderno prevaleceu. Na atualidade, fala-se em todo o Brasil uma língua que, sem se opor à de Portugal, dela se distingue por peculiaridades de vocabulário, os "brasileirismos", e toma como padrão a norma culta das cidades principais, o Rio de Janeiro sobretudo. Com a presença dos árabes, no século VIII a decadência do latim acentuou-se, intensificada pelo fato de terem os invasores uma brilhante civilização própria. Os próprios cristãos arabizaram-se e João, bispo de Sevilha, traduziu a Bíblia para o árabe. O latim reduziu-se a alguns falares vernáculos e quase desapareceu das Espanhas, como havia de suceder no norte da África. Chegou a chamar-se "aljamia" o linguajar latino e era como se se dissesse "o bárbaro", o estrangeiro, em oposição à "aravia", a língua árabe. Na evolução do latim ibérico para o português, observam-se certos fatos que deram à língua atual sua fisionomia. Gramática histórica No capítulo da fonologia, as vogais, de modo geral, mantiveram-se, a não ser o i-breve, que evolveu para ê, e o u-breve, que se transformou em ô. As consoantes iniciais mantiveram-se. As geminadas (com exceção de rr) simplificaram-se. As intervocálicas fortes abrandaram-se. Muitas das brandas intervocálicas desapareceram. Os grupos de consoantes + l, se iniciais, passaram a ch, como: plorare > chorar, flamma > chama. Se intervocálicos, deram em lh, como: triblu > trilho, vetlu > velho. As consoantes finais oclusivas frequentemente se vocalizam no interior dos vocábulos: ora em i-reduzido: recepta > receita, regno > reino, octo > oito; ora em ureduzido: absente > ausente, alteru > outro, octo > oito. Todos esses metaplasmos dão uma fisionomia particular ao português. A península contava ainda com outras línguas românicas importantes: o castelhano (ou espanhol) e o catalão. A região que vai do Minho ao Douro, campo de batalha frequente entre cristãos e muçulmanos, era pouco povoada e, para consolidar sua posse, D. Afonso VI de Castela, em torno de 1095, separou da monarquia leonesa o Condado Portucalense, que de direito ia do Minho ao Tejo mas, de fato, do Minho até o Mondego, e foi concedido ao conde Henrique de Borgonha. O nome provinha-lhe da cidade de Portucale, à margem direita do Douro -- na verdade, a cidade do Porto, correspondendo a Cale a atual Vila Nova de Gaia, à margem esquerda. É bastante provável que antes de a região tornar-se reino independente, no século VII, o "romanço lusitânico" aí falado já constituísse uma nova língua, o "protoportuguês". A lexiologia portuguesa de origem latina era paupérrima. Os lexicógrafos não registram mais de cinco mil palavras que tenham vindo do latim por tradição oral. O ulterior enriquecimento é obra cultural do século XIV, sobretudo do período clássico. Entretanto, todo o vocabulário denotativo é latino, excetuando-se uma ou outra palavra. Exemplos: cada (grego katá, já romanizada), fulano (árabe fulan, acrescentada por intermédio do castelhano). O domínio do idioma português seguiu a expansão do reino para o sul, até o Algarve, no século XIII. Os sucessos estimularam as oposições religiosas e os portugueses passaram a evitar a língua árabe. Não podendo volver ao esquecido latim, aceitaram a fala barbarizada da gente mais humilde. Os literatos compuseram uma língua de compromisso, o galaicoportuguês, ao lançar mão dos recursos encontrados no português e no galego. Tal foi a língua dos trovadores, que se ilustraram na corte do castelo de Guimarães e até nos mosteiros. Naturalmente a expansão geográfica do povo lusitano ensejou a anexação de um riquíssimo vocabulário, colhido nas cinco partes do mundo. Mas é notável a plasticidade que a língua demonstrou de aportuguesamento, de sorte que, sem estudo, ninguém pode saber a extração dos termos que emprega. Fato curioso é a eliminação constante, ao longo dos séculos, das palavras árabes, muitas das quais são, no entanto, utilíssimas. A morfologia portuguesa simplificou-se muito. Desapareceram os casos e, portanto, as declinações, a não ser nos pronomes pessoais. O neutro singular passou a ser masculino e admitiu outro plural (lignum > O galaico-português enxameia de formas e palavras de uma língua e da outra, mas apresenta traços da influência franco-provençal, não possui Linguagens e Códigos 1 seu emprego mais corrente, apenas relaciona um nome a outro, provido este do toque nocional, variável ao infinito, que falta ao verbo (Um homem é bom ou mau, alto ou baixo, inteligente ou estúpido); ele pode referir-se a qualquer ente do gênero masculino (homem, leão, muro); que, seja pronome, seja conjunção, não contém em si nenhuma noção precisa. No primeiro caso, toma emprestado o valor de seu antecedente (a mulher, ou o homem, ou o carro que eu vi), no segundo é mera palavra de ligação (Peço-te que venhas). No latim não há o pronome ele, nem a integrante que. No russo, não se usa correntemente o verbo ser. lenho, lenhos); o neutro plural passou a feminino singular, admitindo também outro plural (ligna > lenha, lenhas). O caso latino que persistiu no português em geral foi o acusativo (por isso chamado caso lexicogênico), com perda do m final no singular. As desinências de graus deixaram de usar-se como tais; e as que hoje se ouvem, quando latinas, devem-se aos eruditos nas escolas. Os verbos latinos, repartidos por quatro conjugações, esquematizaram-se em três: os da terceira conjugação latina passaram para a segunda (míttere > meter), ou para a quarta (-míttere >-mitir). Houve grande vacilação, no português antigo, sobre a conjugação que haveria de prevalecer: correger > corrigir, caer > cair etc. No português criou-se um futuro do subjuntivo, como no castelhano e no galego, proveniente do futuro perfeito do indicativo latino. Surgiu no português, como no galego, um infinitivo variável. Caducaram vários particípios, e formas nominais do verbo. O curioso, porém, é que as palavras não ideativas, as chamadas denotativas, são as principais em cada língua, porque características de cada uma. São criações gramaticais. Quando não encontram versão em outras línguas, constituem idiotismos (do grego idiótes, "particular", "privado"). As palavras ideativas, pelo contrário, se não acham paralelo em outra, facilmente se podem introduzir. Basta que a ideia se comunique, e se divulgue. Palavras ideativas criam-se à vontade, ou se importam. Às vezes surgem sem necessidade alguma, por moda, por contágio. Quando as ideias desaparecem, também elas podem sair de circulação. Tudo é contingente. Mas nas palavras denotativas não é possível mexer. A sintaxiologia registra menor maleabilidade do português, em consequência do grande desgaste das flexões. Mas os princípios fundamentais da concordância e da regência continuam os mesmos (naturalmente não pode haver concordâncias de casos, pois que os casos desapareceram). Gramática portuguesa Talvez os principais idiotismos do português se possam resumir do seguinte modo: A fonologia muito equilibrada, circunstância que a aproxima do francês e do italiano, é uma das principais características do português. (1) A existência de cinco pronomes neutros para o singular: isto, isso, aquilo, tudo, o. Tais palavras referem-se às coisas, e podem combinar-se ainda em: tudo isto, tudo isso, tudo aquilo, tudo o. No castelhano também existem outras tantas palavras neutras: esto, eso, aquello, ello, lo. Trata-se, pois, de uma particularidade ibérica. A língua tem 13 vogais, oito orais -- u, ô, ó, á, a, é, ê, i -- e cinco nasais -- ~u, õ, ã, ~e, ~i -- sendo que, em algumas regiões, ouvem-se outras. Carece de fonemas aspirados ou africados. Possui três pares de consoantes fricativas -- f/v, ç/z, x/j (exemplos: fé/vó, sá/zé, xá/jó); três pares de consoantes oclusivas: p/b, t/d, k/g (exemplos: pé/bom, tá/dó, que/giz); e três consoantes nasais -- m, n, ñ (exemplos: tomo, anão, manhã). A consoante lateral l pode ser usada como lh, a exemplo dos casos lado e olho, enquanto a consoante vibrante r pode ser dobrada: rã, urra (e esse r geminado pode ser substituído por um gargarizado, mais áspero do que o rgrasseyé parisiense). (2) O português constrói orações nominais (isto é, as de sujeito e predicativo, que exprimem estado ou qualidade) com três verbos distintos: ser, estar, ficar, conforme se define o ser-sujeito em caráter definitivo, provisório (ou recente), ou num momento em que ele muda de aspecto: Frederico é forte; Frederico está forte; Frederico fica forte. Nenhuma outra grande língua da Europa faz isso tão natural e agilmente. Outra particularidade da língua portuguesa é o fato de o acento tônico, no caso de vocábulos polissilábicos, poder cair em qualquer das três últimas sílabas. Também é característica a existência de palavras átonas, que se arrimam nas outras por meio de próclise ou de ênclise. Os ditongos, orais e nasais, são sempre decrescentes, isto é, terminam nas vogais reduzidas u ou i, exceto quando se situam depois de k ou g, e começam por u reduzido. Conta ainda o português alguns tritongos, que podem ser parcialmente nasais. Ocorrem sempre depois de k, ou de g, e começam por u reduzido. Ditongos outros, crescentes, podem surgir na linguagem descuidada, ou em certos artifícios de linguagem poética. (3) O infinitivo variável, flexionando-se pessoalmente, é um dos mais profundos traços do português. Assim sendo, essa forma verbal concorre com o subjuntivo, e o indicativo, principalmente nas orações subordinadas. Entretanto, pode alternar até com o imperativo. Peço-te passares por lá (= Peço-te que passes por lá). Creio estarmos preparados (= Creio que estamos preparados). Passar bem! (= Passe bem!). O uso do infinitivo variável foi mais extenso no português antigo e é mesmo mais notável na língua popular do que no português literário moderno. É, hoje, um maravilhoso recurso de clareza, ou de ênfase, a que é lícito recorrer mesmo quando a gramática postula o contrário. A lexicologia da língua portuguesa é das mais ricas que existem, mas não apresenta aspectos especialmente singulares. É predominantemente latina, mais pela importância do que pelo número de vocábulos latinos que abriga. Se não tivesse empregado o infinitivo variável, Camões teria escrito uma frase ambígua naquele célebre passo: "Ó Netuno, lhe disse, não te espantes / de Baco nos teus reinos receberes" (Os lusíadas, VI, 15). Com que ufania exclama ele, diante do estrangeiro: "Vai ver-lhe a frota, as armas, e a maneira / do fundido metal, que tudo rende, / e folgarás de veres a polícia (= civilização) / portuguesa na paz, e na milícia" (Ib., VII, 72). A sintaxiologia da língua portuguesa revela um analitismo que decorre do amplo desenvolvimento de suas perífrases. Predomina, na construção, a ordem direta, em que o sujeito antecede o verbo e o complemento ou complementos. A voz ativa predomina sobre a voz passiva, e as orações sem sujeito -- ou as de sujeito indefinido -- na maioria das ocasiões não têm o sujeito gramatical usado no francês ou nas línguas germânicas, isto é, o on, o man, o one. Repare-se em como o segundo infinitivo, variável, torna a frase mais leve, e o pensamento mais evidente, na seguinte passagem de Alencar: "Nem por isso os outros deixaram de continuar o seu giro, e as estações de seguirem o seu curso regular" (Correr da pena). O infinitivo variável existe também no galego, e surgiu em dialetos ibéricos e itálicos. Idiotismos (4) O predicativo preposicionado, isto é, introduzido por preposição, é uma das tendências que se têm acentuado no português. Embora se diga Afonso é considerado um talento, parece perfeitamente natural dizer Afonso é tido por talento, ou ainda Afonso é tido em muito. Se um português diz naturalmente ele me chamou amigo, um brasileiro preferiria recorrer à preposição: Ele me chamou de amigo. Alguns puristas chegaram a censurar de viciosa esta última construção, sem reparar que o mesmo se tem feito com outros verbos sinônimos: "D. José cognominava de renegado o fugitivo sócio" (Camilo Castelo Branco, Amor de salvação); "Está averbando de suspeita ou falazes tão ligeiras e infundadas ilações" (Latino Coelho, Camões). As palavras apresentam-se ao espírito como os elementos materiais, por assim dizer, da linguagem interior. Materializam as ideias e são como que as pedras de uma construção. Mas não se podem fazer transposições de uma língua para outra sem se obedecer a precauções. Em primeiro lugar, há, em cada língua, um número considerável de palavras auxiliares, que não correspondem a quaisquer ideias: surgem como instrumentos ou peças necessárias ao encadeamento das palavras-ideias, e nem sempre encontram correspondentes em outras línguas. Além disso, há certos torneios particulares, e até sui generis, que decorrem de velhos hábitos adquiridos. Tudo isso constitui os chamados idiotismos. Palavras como homem, chove, azul ou bem correspondem a noções claras, a ideias que povoam o mundo interior de quem fala. Mas é, ele ou que não encontram nenhuma correspondência ideativa. O verbo ser, em Linguagens e Códigos (5) Um idiotismo funcional é o aspecto iterativo que modernamente se tem dado ao presente perfeito do indicativo. Enquanto nas outras línguas 2 colocam onde lhes parecem que soam melhor. Em Portugal, sendo por demais tênues, elas correriam o risco de não ser percebidas se não se sujeitassem a posições rígidas, onde o ouvido já as espere. Alencar escreveu em Iracema: "A rola, que marisca na areia, se afasta-se o companheiro, adeja inquieta de ramo em ramo", para evitar o ciciar de um "se se afasta" (çi çi afáxta) ou para não bisar numa sílaba que lhe oferecia um "sibilo desagradável". esse tempo evolveu naturalmente para o passado, em português não exprime simples passado, senão passado reiterado. "Tenho reclamado" não significa "reclamei", como em outras línguas, mas "reclamei, reclamei, reclamei e ainda estou no propósito de reclamar". (6) O infinitivo preposicionado em substituição do gerúndio é também traço do português, e também moderno. É sabido que as línguas românicas criaram para o infinitivo a possibilidade de o ligarem com uma preposição e, assim, tornaram supérfluas várias formas nominais do verbo latino, como supinos, particípios, gerundivo e mesmo as formas gerundiais distintas do ablativo. O português estendeu essa possibilidade até o gerúndio ablativo, de modo que se pode dizer "está a chover", em lugar do primitivo "está chovendo". No Brasil, prefere-se o gerúndio, de uso generalizado. Ora, tal não acontece aos portugueses, que ali proferem um monossílabo (çiç afáxta). Sem se dar inteiramente consciência do fato, os brasileiros desenvolveram hábitos de sínclise pronominal que nunca foram definitivamente estabelecidos em Portugal e que estão sujeitos à moda e a gostos particulares. Os demais preceitos sintáticos acatam-se nos dois principais países de língua portuguesa. (7) O emprego de "estar com" na acepção de "ter" é muito da índole portuguesa. Podemos perfeitamente dizer "tenho sede, tenho sono, tenho a chave". Também nos é lícito expressar-nos "estou sequioso, estou sonolento". Mas o mais natural será: "Estou com sede, estou com sono, estou com a chave." Dialetologia portuguesa Em 1901, José Leite de Vasconcelos doutorou-se na Universidade de Paris com uma tese retumbante intitulada Esquisse d'une dialectologie portugaise (Esboço de dialetologia portuguesa) e apontou no território da metrópole diversos dialetos: o interamnense e o transmontano, ao norte; o beirão e o estremenho, ao centro; o alentejano e o algarvio, ao sul. Mas não se podem aceitar a existência desses dialetos, como os italianos ou os alemães, pois em quase nada se distinguem. Constitui um esforço de eruditismo o poder diferençá-los, tal a extraordinária unidade de expressão característica do mundo português. (8) O analitismo português, já assinalado, pode ainda ser lembrado como um dos traços idiomáticos mais marcantes da língua. De um modo geral, as línguas românicas evolveram do sintetismo latino para um decidido analitismo. Mas talvez nenhuma chegou a tão grande desenvolvimento nesse terreno como o português. Enquanto o alemão (no ramo germânico) conservou e estimulou o gosto pela palavra composta, o português fez o contrário. Se a expressão perifrástica é desgraciosa e comprida, não se lhe pode negar, em geral, a clareza de significação. Uma palavra como apud não consegue ser tão expressiva como as suas traduções dicionarizadas: "junto de", "ao pé de", "perto de", "diante de", "ao lado de", "na presença de", "em companhia de", "em casa de", "à vista de", "segundo", "conforme", "em relação a", "no tempo de". Experimente-se traduzir o alemão bei, ou o inglês by. As perífrases verbais do português são, na verdade, uma construção infernal para o estrangeiro, mas emprestam grande sutileza à expressão. O mesmo autor reconhece a existência de dialetos insulares, nos Açores e na Madeira, e aponta vários dialetos de ultramar, entre os quais o "brasileiro". Decide-o a priori, dizendo: "Se eu chamo dialeto, por exemplo, o português de Trás-os-Montes, com mais forte razão devo dar esse nome ao português do Brasil, ou 'brasileiro'..." Mas acontece que, se o Brasil for tratado com o mesmo interesse que ele demonstrou com respeito a Portugal, verifica-se que não há dialeto que se possa intitular "brasileiro": haverá muitos dialetos brasileiros, tão insignificantes no fundo quanto os de Portugal. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda. Português no Brasil INTERPRETAÇÃO DE TEXTO A língua que se fala no Brasil, ainda que transpareçam traços característicos locais, é em essência, como já se mostrou, a mesma que se pratica em Portugal, pois que se compendia na mesma gramática. Os concursos apresentam questões interpretativas que têm por finalidade a identificação de um leitor autônomo. Portanto, o candidato deve compreender os níveis estruturais da língua por meio da lógica, além de necessitar de um bom léxico internalizado. Foneticamente, assinale-se que no Brasil não se criou fonema novo. (No espanhol da Argentina, uma expressão como calle mayor se pronuncia aproximadamente como "káje ma'jor", fazendo-se ouvir o som de j, inexistente em terras de Castela.) Certos fonemas conhecidos no tupi-guarani não conseguiram subsistir nos vocábulos brasileiros dessa fonte. Mas é certo que portugueses e brasileiros, conquanto não pratiquem sistemas fonéticos diversos, têm hábitos por vezes diferentes. As frases produzem significados diferentes de acordo com o contexto em que estão inseridas. Torna-se, assim, necessário sempre fazer um confronto entre todas as partes que compõem o texto. Além disso, é fundamental apreender as informações apresentadas por trás do texto e as inferências a que ele remete. Este procedimento justifica-se por um texto ser sempre produto de uma postura ideológica do autor diante de uma temática qualquer. Quanto à lexiologia, deve-se notar que não se gerou no Brasil nenhum denotativo: determinativos, pronomes, preposições, conjunções etc. são os mesmos nos dois países. O vocabulário ideativo, no entanto, enseja grandes reparos, ou porque as palavras correspondam a ideias não-correntes em Portugal, ou porque se tenha dado sentido novo a certas palavras, ou porque se introduziram outras sem necessidade. Nas últimas linhas de Os Maias, onde Eça de Queirós diz: "Então, para apanhar o americano, os dois amigos romperam a correr desesperadamente pela rampa de Santos", é possível que um escritor brasileiro escrevesse: "Então, para pegar o bonde, os dois amigos começaram a correr desesperadamente pela ladeira de Santos." Denotação e Conotação Sabe-se que não há associação necessária entre significante (expressão gráfica, palavra) e significado, por esta ligação representar uma convenção. É baseado neste conceito de signo linguístico (significante + significado) que se constroem as noções de denotação e conotação. O sentido denotativo das palavras é aquele encontrado nos dicionários, o chamado sentido verdadeiro, real. Já o uso conotativo das palavras é a atribuição de um sentido figurado, fantasioso e que, para sua compreensão, depende do contexto. Sendo assim, estabelece-se, numa determinada construção frasal, uma nova relação entre significante e significado. Muitas das invenções carreiam nomenclatura nova, quase nunca coincidente, de um e de outro lado do Atlântico. Dizem os portugueses: caminho-de-ferro, combóio, chulipa. E os brasileiros: estrada de ferro, trem, dormente. "Carril" tem as preferências lusitanas; os brasileiros dizem "trilho". De qualquer maneira, o vocabulário ideativo é contingente e pode renovar-se completamente sem que a língua se abale. Os textos literários exploram bastante as construções de base conotativa, numa tentativa de extrapolar o espaço do texto e provocar reações diferenciadas em seus leitores. Quanto à morfologia, nenhuma observação a fazer. Usam-se no Brasil, absolutamente, as mesmas desinências, e nada se permite de especial. Os prefixos e sufixos são fundamentalmente os mesmos. Ainda com base no signo linguístico, encontra-se o conceito de polissemia (que tem muitas significações). Algumas palavras, dependendo do contexto, assumem múltiplos significados, como, por exemplo, a palavra ponto: ponto de ônibus, ponto de vista, ponto final, ponto de cruz ... Neste caso, não se está atribuindo um sentido fantasioso à palavra ponto, e sim Na sintaxe, o ponto nevrálgico é a questão da colocação dos pronomes pessoais átonos. É que, embora átonas, tais partículas são muito mais ponderáveis no Brasil do que em Portugal. Assim sendo, os brasileiros as Linguagens e Códigos 3 16. Procure estabelecer quais foram as opiniões expostas pelo autor, definindo o tema e a mensagem; 17. O autor defende ideias e você deve percebê-las; 18. Os adjuntos adverbiais e os predicativos do sujeito são importantíssimos na interpretação do texto. Ex.: Ele morreu de fome. de fome: adjunto adverbial de causa, determina a causa na realização do fato (= morte de "ele"). Ex.: Ele morreu faminto. faminto: predicativo do sujeito, é o estado em que "ele" se encontrava quando morreu.; 19. As orações coordenadas não têm oração principal, apenas as ideias estão coordenadas entre si; 20. Os adjetivos ligados a um substantivo vão dar a ele maior clareza de expressão, aumentando-lhe ou determinando-lhe o significado. Eraldo Cunegundes ampliando sua significação através de expressões que lhe completem e esclareçam o sentido. Como Ler e Entender Bem um Texto Basicamente, deve-se alcançar a dois níveis de leitura: a informativa e de reconhecimento e a interpretativa. A primeira deve ser feita de maneira cautelosa por ser o primeiro contato com o novo texto. Desta leitura, extraem-se informações sobre o conteúdo abordado e prepara-se o próximo nível de leitura. Durante a interpretação propriamente dita, cabe destacar palavras-chave, passagens importantes, bem como usar uma palavra para resumir a ideia central de cada parágrafo. Este tipo de procedimento aguça a memória visual, favorecendo o entendimento. Não se pode desconsiderar que, embora a interpretação seja subjetiva, há limites. A preocupação deve ser a captação da essência do texto, a fim de responder às interpretações que a banca considerou como pertinentes. ELEMENTOS CONSTITUTIVOS TEXTO NARRATIVO No caso de textos literários, é preciso conhecer a ligação daquele texto com outras formas de cultura, outros textos e manifestações de arte da época em que o autor viveu. Se não houver esta visão global dos momentos literários e dos escritores, a interpretação pode ficar comprometida. Aqui não se podem dispensar as dicas que aparecem na referência bibliográfica da fonte e na identificação do autor.  As personagens: São as pessoas, ou seres, viventes ou não, forças naturais ou fatores ambientais, que desempenham papel no desenrolar dos fatos. Toda narrativa tem um protagonista que é a figura central, o herói ou heroína, personagem principal da história. A última fase da interpretação concentra-se nas perguntas e opções de resposta. Aqui são fundamentais marcações de palavras como não, exceto, errada, respectivamente etc. que fazem diferença na escolha adequada. Muitas vezes, em interpretação, trabalha-se com o conceito do "mais adequado", isto é, o que responde melhor ao questionamento proposto. Por isso, uma resposta pode estar certa para responder à pergunta, mas não ser a adotada como gabarito pela banca examinadora por haver uma outra alternativa mais completa. O personagem, pessoa ou objeto, que se opõe aos designos do protagonista, chama-se antagonista, e é com ele que a personagem principal contracena em primeiro plano. As personagens secundárias, que são chamadas também de comparsas, são os figurantes de influencia menor, indireta, não decisiva na narração. Ainda cabe ressaltar que algumas questões apresentam um fragmento do texto transcrito para ser a base de análise. Nunca deixe de retornar ao texto, mesmo que aparentemente pareça ser perda de tempo. A descontextualização de palavras ou frases, certas vezes, são também um recurso para instaurar a dúvida no candidato. Leia a frase anterior e a posterior para ter ideia do sentido global proposto pelo autor, desta maneira a resposta será mais consciente e segura. O narrador que está a contar a história também é uma personagem, pode ser o protagonista ou uma das outras personagens de menor importância, ou ainda uma pessoa estranha à história. Podemos ainda, dizer que existem dois tipos fundamentais de personagem: as planas: que são definidas por um traço característico, elas não alteram seu comportamento durante o desenrolar dos acontecimentos e tendem à caricatura; as redondas: são mais complexas tendo uma dimensão psicológica, muitas vezes, o leitor fica surpreso com as suas reações perante os acontecimentos. Podemos, tranquilamente, ser bem-sucedidos numa interpretação de texto. Para isso, devemos observar o seguinte:  Sequência dos fatos (enredo): Enredo é a sequência dos fatos, a trama dos acontecimentos e das ações dos personagens. No enredo podemos distinguir, com maior ou menor nitidez, três ou quatro estágios progressivos: a exposição (nem sempre ocorre), a complicação, o climax, o desenlace ou desfecho. 01. Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do assunto; 02. Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a leitura, vá até o fim, ininterruptamente; 03. Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo monos umas três vezes ou mais; 04. Ler com perspicácia, sutileza, malícia nas entrelinhas; 05. Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar; 06. Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do autor; 07. Partir o texto em pedaços (parágrafos, partes) para melhor compreensão; 08. Centralizar cada questão ao pedaço (parágrafo, parte) do texto correspondente; 09. Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada questão; 10. Cuidado com os vocábulos: destoa (=diferente de ...), não, correta, incorreta, certa, errada, falsa, verdadeira, exceto, e outras; palavras que aparecem nas perguntas e que, às vezes, dificultam a entender o que se perguntou e o que se pediu; 11. Quando duas alternativas lhe parecem corretas, procurar a mais exata ou a mais completa; 12. Quando o autor apenas sugerir ideia, procurar um fundamento de lógica objetiva; 13. Cuidado com as questões voltadas para dados superficiais; 14. Não se deve procurar a verdade exata dentro daquela resposta, mas a opção que melhor se enquadre no sentido do texto; 15. Às vezes a etimologia ou a semelhança das palavras denuncia a resposta; Linguagens e Códigos Na exposição o narrador situa a história quanto à época, o ambiente, as personagens e certas circunstâncias. Nem sempre esse estágio ocorre, na maioria das vezes, principalmente nos textos literários mais recentes, a história começa a ser narrada no meio dos acontecimentos (“in média”), ou seja, no estágio da complicação quando ocorre e conflito, choque de interesses entre as personagens. O clímax é o ápice da história, quando ocorre o estágio de maior tensão do conflito entre as personagens centrais, desencadeando o desfecho, ou seja, a conclusão da história com a resolução dos conflitos.  Os fatos: São os acontecimentos de que as personagens participam. Da natureza dos acontecimentos apresentados decorre o gênero do texto. Por exemplo o relato de um acontecimento cotidiano constitui uma crônica, o relato de um drama social é um romance social, e assim por diante. Em toda narrativa há um fato central, que estabelece o caráter do texto, e há os fatos secundários, relacionados ao principal.  Espaço: Os acontecimentos narrados acontecem em diversos lugares, ou mesmo em um só lugar. O texto narrativo precisa conter informações sobre o espaço, onde os fatos acontecem. Muitas vezes, principalmente nos textos literários, essas informações são 4  extensas, fazendo aparecer textos descritivos no interior dos textos narrativo. Tempo: Os fatos que compõem a narrativa desenvolvem-se num determinado tempo, que consiste na identificação do momento, dia, mês, ano ou época em que ocorre o fato. A temporalidade salienta as relações passado/presente/futuro do texto, essas relações podem ser linear, isto é, seguindo a ordem cronológica dos fatos, ou sofre inversões, quando o narrador nos diz que antes de um fato que aconteceu depois. Descrever é fazer uma representação verbal dos aspectos mais característicos de um objeto, de uma pessoa, paisagem, ser e etc. As perspectivas que o observador tem do objeto são muito importantes, tanto na descrição literária quanto na descrição técnica. É esta atitude que vai determinar a ordem na enumeração dos traços característicos para que o leitor possa combinar suas impressões isoladas formando uma imagem unificada. Uma boa descrição vai apresentando o objeto progressivamente, variando as partes focalizadas e associando-as ou interligando-as pouco a pouco. O tempo pode ser cronológico ou psicológico. O cronológico é o tempo material em que se desenrola à ação, isto é, aquele que é medido pela natureza ou pelo relógio. O psicológico não é mensurável pelos padrões fixos, porque é aquele que ocorre no interior da personagem, depende da sua percepção da realidade, da duração de um dado acontecimento no seu espírito.  -  Podemos encontrar distinções entre uma descrição literária e outra técnica. Passaremos a falar um pouco sobre cada uma delas:  Descrição Literária: A finalidade maior da descrição literária é transmitir a impressão que a coisa vista desperta em nossa mente através do sentidos. Daí decorrem dois tipos de descrição: a subjetiva, que reflete o estado de espírito do observador, suas preferências, assim ele descreve o que quer e o que pensa ver e não o que vê realmente; já a objetiva traduz a realidade do mundo objetivo, fenomênico, ela é exata e dimensional.  Descrição de Personagem: É utilizada para caracterização das personagens, pela acumulação de traços físicos e psicológicos, pela enumeração de seus hábitos, gestos, aptidões e temperamento, com a finalidade de situar personagens no contexto cultural, social e econômico .  Descrição de Paisagem: Neste tipo de descrição, geralmente o observador abrange de uma só vez a globalidade do panorama, para depois aos poucos, em ordem de proximidade, abranger as partes mais típicas desse todo.  Descrição do Ambiente: Ela dá os detalhes dos interiores, dos ambientes em que ocorrem as ações, tentando dar ao leitor uma visualização das suas particularidades, de seus traços distintivos e típicos.  Descrição da Cena: Trata-se de uma descrição movimentada, que se desenvolve progressivamente no tempo. É a descrição de um incêndio, de uma briga, de um naufrágio.  Descrição Técnica: Ela apresenta muitas das características gerais da literatura, com a distinção de que nela se utiliza um vocabulário mais preciso, salientando-se com exatidão os pormenores. É predominantemente denotativa tendo como objetivo esclarecer convencendo. Pode aplicar-se a objetos, a aparelhos ou mecanismos, a fenômenos, a fatos, a lugares, a eventos e etc. Narrador: observador e personagem: O narrador, como já dissemos, é a personagem que está a contar a história. A posição em que se coloca o narrador para contar a história constitui o foco, o aspecto ou o ponto de vista da narrativa, e ele pode ser caracterizado por : visão “por detrás” : o narrador conhece tudo o que diz respeito às personagens e à história, tendo uma visão panorâmica dos acontecimentos e a narração é feita em 3a pessoa. visão “com”: o narrador é personagem e ocupa o centro da narrativa que é feito em 1a pessoa. visão “de fora”: o narrador descreve e narra apenas o que vê, aquilo que é observável exteriormente no comportamento da personagem, sem ter acesso a sua interioridade, neste caso o narrador é um observador e a narrativa é feita em 3a pessoa. Foco narrativo: Todo texto narrativo necessariamente tem de apresentar um foco narrativo, isto é, o ponto de vista através do qual a história está sendo contada. Como já vimos, a narração é feita em 1a pessoa ou 3a pessoa. Formas de apresentação da fala das personagens Como já sabemos, nas histórias, as personagens agem e falam. Há três maneiras de comunicar as falas das personagens.  Discurso Direto: É a representação da fala das personagens através do diálogo. Exemplo: “Zé Lins continuou: carnaval é festa do povo. O povo é dono da verdade. Vem a polícia e começa a falar em ordem pública. No carnaval a cidade é do povo e de ninguém mais”. TEXTO DISSERTATIVO Dissertar significa discutir, expor, interpretar ideias. A dissertação consta de uma série de juízos a respeito de um determinado assunto ou questão, e pressupõe um exame critico do assunto sobre o qual se vai escrever com clareza, coerência e objetividade. No discurso direto é frequente o uso dos verbo de locução ou descendi: dizer, falar, acrescentar, responder, perguntar, mandar, replicar e etc.; e de travessões. Porém, quando as falas das personagens são curtas ou rápidas os verbos de locução podem ser omitidos.  A dissertação pode ser argumentativa - na qual o autor tenta persuadir o leitor a respeito dos seus pontos de vista ou simplesmente, ter como finalidade dar a conhecer ou explicar certo modo de ver qualquer questão. Discurso Indireto: Consiste em o narrador transmitir, com suas próprias palavras, o pensamento ou a fala das personagens. Exemplo: “Zé Lins levantou um brinde: lembrou os dias triste e passados, os meus primeiros passos em liberdade, a fraternidade que nos reunia naquele momento, a minha literatura e os menos sombrios por vir”.  A linguagem usada é a referencial, centrada na mensagem, enfatizando o contexto. Quanto à forma, ela pode ser tripartida em :  Introdução: Em poucas linhas coloca ao leitor os dados fundamentais do assunto que está tratando. É a enunciação direta e objetiva da definição do ponto de vista do autor.  Desenvolvimento: Constitui o corpo do texto, onde as ideias colocadas na introdução serão definidas com os dados mais relevantes. Todo desenvolvimento deve estruturar-se em blocos de ideias articuladas entre si, de forma que a sucessão deles resulte num conjunto coerente e unitário que se encaixa na introdução e desencadeia a conclusão.  Conclusão: É o fenômeno do texto, marcado pela síntese da ideia central. Na conclusão o autor reforça sua opinião, retomando a introdução e os fatos resumidos do desenvolvimento do texto. Para Discurso Indireto Livre: Ocorre quando a fala da personagem se mistura à fala do narrador, ou seja, ao fluxo normal da narração. Exemplo: “Os trabalhadores passavam para os partidos, conversando alto. Quando me viram, sem chapéu, de pijama, por aqueles lugares, deram-me bons-dias desconfiados. Talvez pensassem que estivesse doido. Como poderia andar um homem àquela hora , sem fazer nada de cabeça no tempo, um branco de pés no chão como eles? Só sendo doido mesmo”. (José Lins do Rego) TEXTO DESCRITIVO Linguagens e Códigos 5 - - espetacularmente incrível. A diferença é que muitas vezes a paráfrase não possui a necessidade de persuadir as pessoas com a repetição de argumentos, e sim de esquematizar novas formas de textos, sendo estes diferentes. A criação de um texto requer bem mais do que simplesmente a junção de palavras a uma frase, requer algo mais que isto. É necessário ter na escolha das palavras e do vocabulário o cuidado de se requisitá-las, bem como para se adotá-las. Um texto não é totalmente auto-explicativo, daí vem a necessidade de que o leitor tenha um emassado em seu histórico uma relação interdiscursiva e intertextual. haver maior entendimento dos procedimentos que podem ocorrer em um dissertação, cabe fazermos a distinção entre fatos, hipótese e opinião. Fato: É o acontecimento ou coisa cuja veracidade e reconhecida; é a obra ou ação que realmente se praticou. Hipótese: É a suposição feita acerca de uma coisa possível ou não, e de que se tiram diversas conclusões; é uma afirmação sobre o desconhecido, feita com base no que já é conhecido. Opinião: Opinar é julgar ou inserir expressões de aprovação ou desaprovação pessoal diante de acontecimentos, pessoas e objetos descritos, é um parecer particular, um sentimento que se tem a respeito de algo. As metáforas, metomínias, onomatopeias ou figuras de linguagem, entram em ação inseridos num texto como um conjunto de estratégias capazes de contribuir para os efeitos persuasivos dele. A ironia também é muito utilizada para causar este efeito, umas de suas características salientes, é que a ironia dá ênfase à gozação, além de desvalorizar ideias, valores da oposição, tudo isto em forma de piada. O TEXTO ARGUMENTATIVO Baseado em Adilson Citelli A linguagem é capaz de criar e representar realidades, sendo caracterizada pela identificação de um elemento de constituição de sentidos. Os discursos verbais podem ser formados de várias maneiras, para dissertar ou argumentar, descrever ou narrar, colocamos em práticas um conjunto de referências codificadas há muito tempo e dadas como estruturadoras do tipo de texto solicitado. Uma das últimas, porém não menos importantes, formas de persuadir através de argumentos, é a Alusão ("Ler não é apenas reconhecer o dito, mais também o não-dito"). Nela, o escritor trabalha com valores, ideias ou conceitos pré estabelecidos, sem porém com objetivos de forma clara e concisa. O que acontece é a formação de um ambiente poético e sugerível, capaz de evocar nos leitores algo, digamos, uma sensação... Para se persuadir por meio de muitos recursos da língua é necessário que um texto possua um caráter argumentativo/descritivo. A construção de um ponto de vista de alguma pessoa sobre algo, varia de acordo com a sua análise e esta dar-se-á a partir do momento em que a compreensão do conteúdo, ou daquilo que fora tratado seja concretado. A formação discursiva é responsável pelo emassamento do conteúdo que se deseja transmitir, ou persuadir, e nele teremos a formação do ponto de vista do sujeito, suas análises das coisas e suas opiniões. Nelas, as opiniões o que fazemos é soltar concepções que tendem a ser orientadas no meio em que o indivíduo viva. Vemos que o sujeito lança suas opiniões com o simples e decisivo intuito de persuadir e fazer suas explanações renderem o convencimento do ponto de vista de algo/alguém. Texto Base: CITELLI, Adilson; “O Texto Argumentativo” São Paulo SP, Editora ..Scipione, 1994 - 6ª edição. GÊNEROS TEXTUAIS Gêneros textuais são tipos específicos de textos de qualquer natureza, literários ou não. Modalidades discursivas constituem as estruturas e as funções sociais (narrativas, dissertativas, argumentativas, procedimentais e exortativas), utilizadas como formas de organizar a linguagem. Dessa forma, podem ser considerados exemplos de gêneros textuais: anúncios, convites, atas, avisos, programas de auditórios, bulas, cartas, comédias, contos de fadas, convênios, crônicas, editoriais, ementas, ensaios, entrevistas, circulares, contratos, decretos, discursos políticos Na escrita, o que fazemos é buscar intenções de sermos entendidos e desejamos estabelecer um contato verbal com os ouvintes e leitores, e todas as frases ou palavras articuladas produzem significações dotadas de intencionalidade, criando assim unidades textuais ou discursivas. Dentro deste contexto da escrita, temos que levar em conta que a coerência é de relevada importância para a produção textual, pois nela se dará uma sequência das ideias e da progressão de argumentos a serem explanadas. Sendo a argumentação o procedimento que tornará a tese aceitável, a apresentação de argumentos atingirá os seus interlocutores em seus objetivos; isto se dará através do convencimento da persuasão. Os mecanismos da coesão e da coerência serão então responsáveis pela unidade da formação textual. A diferença entre Gênero Textual e Tipologia Textual é, no meu entender, importante para direcionar o trabalho do professor de língua na leitura, compreensão e produção de textos1. O que pretendemos neste pequeno ensaio é apresentar algumas considerações sobre Gênero Textual e Tipologia Textual, usando, para isso, as considerações feitas por Marcuschi (2002) e Travaglia (2002), que faz apontamentos questionáveis para o termo Tipologia Textual. No final, apresento minhas considerações a respeito de minha escolha pelo gênero ou pela tipologia. Convém afirmar que acredito que o trabalho com a leitura, compreensão e a produção escrita em Língua Materna deve ter como meta primordial o desenvolvimento no aluno de habilidades que façam com que ele tenha capacidade de usar um número sempre maior de recursos da língua para produzir efeitos de sentido de forma adequada a cada situação específica de interação humana. Dentro dos mecanismos coesivos, podem realizar-se em contextos verbais mais amplos, como por jogos de elipses, por força semântica, por recorrências lexicais, por estratégias de substituição de enunciados. Um mecanismo mais fácil de fazer a comunicação entre as pessoas é a linguagem, quando ela é em forma da escrita e após a leitura, (o que ocorre agora), podemos dizer que há de ter alguém que transmita algo, e outro que o receba. Nesta brincadeira é que entra a formação de argumentos com o intuito de persuadir para se qualificar a comunicação; nisto, estes argumentos explanados serão o germe de futuras tentativas da comunicação ser objetiva e dotada de intencionalidade, (ver Linguagem e Persuasão). Luiz Antônio Marcuschi (UFPE) defende o trabalho com textos na escola a partir da abordagem do Gênero Textual Marcuschi não demonstra favorabilidade ao trabalho com a Tipologia Textual, uma vez que, para ele, o trabalho fica limitado, trazendo para o ensino alguns problemas, uma vez que não é possível, por exemplo, ensinar narrativa em geral, porque, embora possamos classificar vários textos como sendo narrativos, eles se concretizam em formas diferentes – gêneros – que possuem diferenças específicas. Sabe-se que a leitura e escrita, ou seja, ler e escrever; não tem em sua unidade a mono característica da dominação do idioma/língua, e sim o propósito de executar a interação do meio e cultura de cada indivíduo. As relações intertextuais são de grande valia para fazer de um texto uma alusão à outros textos, isto proporciona que a imersão que os argumentos dão tornem esta produção altamente evocativa. Por outro lado, autores como Luiz Carlos Travaglia (UFUberlândia/MG) defendem o trabalho com a Tipologia Textual. Para o autor, sendo os textos de diferentes tipos, eles se instauram devido à existência de diferentes modos de interação ou interlocução. O trabalho com o texto e com os diferentes tipos de texto é fundamental para o desenvolvimento da competência comunicativa. De acordo com as ideias do autor, cada tipo de texto é apropriado para um tipo de interação específica. Deixar o aluno restrito a apenas alguns tipos de texto é fazer com que ele só tenha recursos para atuar comunicativamente em alguns casos, tornando-se incapaz, ou pouco A paráfrase é também outro recurso bastante utilizado para trazer a um texto um aspecto dinâmico e com intento. Juntamente com a paródia, a paráfrase utiliza-se de textos já escritos, por alguém, e que tornam-se algo Linguagens e Códigos 6 capaz, em outros. Certamente, o professor teria que fazer uma espécie de levantamento de quais tipos seriam mais necessários para os alunos, para, a partir daí, iniciar o trabalho com esses tipos mais necessários. Travaglia define Tipologia Textual como aquilo que pode instaurar um modo de interação, uma maneira de interlocução, segundo perspectivas que podem variar. Essas perspectivas podem, segundo o autor, estar ligadas ao produtor do texto em relação ao objeto do dizer quanto ao fazer/acontecer, ou conhecer/saber, e quanto à inserção destes no tempo e/ou no espaço. Pode ser possível a perspectiva do produtor do texto dada pela imagem que o mesmo faz do receptor como alguém que concorda ou não com o que ele diz. Surge, assim, o discurso da transformação, quando o produtor vê o receptor como alguém que não concorda com ele. Se o produtor vir o receptor como alguém que concorda com ele, surge o discurso da cumplicidade. Tem-se ainda, na opinião de Travaglia, uma perspectiva em que o produtor do texto faz uma antecipação no dizer. Da mesma forma, é possível encontrar a perspectiva dada pela atitude comunicativa de comprometimento ou não. Resumindo, cada uma das perspectivas apresentadas pelo autor gerará um tipo de texto. Assim, a primeira perspectiva faz surgir os tipos descrição, dissertação, injunção e narração. A segunda perspectiva faz com que surja o tipo argumentativo stricto sensu6 e não argumentativo stricto sensu. A perspectiva da antecipação faz surgir o tipo preditivo. A do comprometimento dá origem a textos do mundo comentado (comprometimento) e do mundo narrado (não comprometimento) (Weirinch, 1968). Os textos do mundo narrado seriam enquadrados, de maneira geral, no tipo narração. Já os do mundo comentado ficariam no tipo dissertação. Marcuschi afirma que os livros didáticos trazem, de maneira equivocada, o termo tipo de texto. Na verdade, para ele, não se trata de tipo de texto, mas de gênero de texto. O autor diz que não é correto afirmar que a carta pessoal, por exemplo, é um tipo de texto como fazem os livros. Ele atesta que a carta pessoal é um Gênero Textual. O autor diz que em todos os gêneros os tipos se realizam, ocorrendo, muitas das vezes, o mesmo gênero sendo realizado em dois ou mais tipos. Ele apresenta uma carta pessoal3 como exemplo, e comenta que ela pode apresentar as tipologias descrição, injunção, exposição, narração e argumentação. Ele chama essa miscelânea de tipos presentes em um gênero de heterogeneidade tipológica. Travaglia (2002) fala em conjugação tipológica. Para ele, dificilmente são encontrados tipos puros. Realmente é raro um tipo puro. Num texto como a bula de remédio, por exemplo, que para Fávero & Koch (1987) é um texto injuntivo, tem-se a presença de várias tipologias, como a descrição, a injunção e a predição4. Travaglia afirma que um texto se define como de um tipo por uma questão de dominância, em função do tipo de interlocução que se pretende estabelecer e que se estabelece, e não em função do espaço ocupado por um tipo na constituição desse texto. Travaglia diz que o Gênero Textual se caracteriza por exercer uma função social específica. Para ele, estas funções sociais são pressentidas e vivenciadas pelos usuários. Isso equivale dizer que, intuitivamente, sabemos que gênero usar em momentos específicos de interação, de acordo com a função social dele. Quando vamos escrever um e-mail, sabemos que ele pode apresentar características que farão com que ele “funcione” de maneira diferente. Assim, escrever um e-mail para um amigo não é o mesmo que escrever um e-mail para uma universidade, pedindo informações sobre um concurso público, por exemplo. Quando acontece o fenômeno de um texto ter aspecto de um gênero mas ter sido construído em outro, Marcuschi dá o nome de intertextualidade intergêneros. Ele explica dizendo que isso acontece porque ocorreu no texto a configuração de uma estrutura intergêneros de natureza altamente híbrida, sendo que um gênero assume a função de outro. Travaglia não fala de intertextualidade intergêneros, mas fala de um intercâmbio de tipos. Explicando, ele afirma que um tipo pode ser usado no lugar de outro tipo, criando determinados efeitos de sentido impossíveis, na opinião do autor, com outro dado tipo. Para exemplificar, ele fala de descrições e comentários dissertativos feitos por meio da narração. Observamos que Travaglia dá ao gênero uma função social. Parece que ele diferencia Tipologia Textual de Gênero Textual a partir dessa “qualidade” que o gênero possui. Mas todo texto, independente de seu gênero ou tipo, não exerce uma função social qualquer? Resumindo esse ponto, Marcuschi traz a seguinte configuração teórica: intertextualidade intergêneros = um gênero com a função de outro heterogeneidade tipológica = um gênero com a presença de vários tipos Travaglia mostra o seguinte: conjugação tipológica = um texto apresenta vários tipos intercâmbio de tipos = um tipo usado no lugar de outro Marcuschi apresenta alguns exemplos de gêneros, mas não ressalta sua função social. Os exemplos que ele traz são telefonema, sermão, romance, bilhete, aula expositiva, reunião de condomínio, etc. Já Travaglia, não só traz alguns exemplos de gêneros como mostra o que, na sua opinião, seria a função social básica comum a cada um: aviso, comunicado, edital, informação, informe, citação (todos com a função social de dar conhecimento de algo a alguém). Certamente a carta e o email entrariam nessa lista, levando em consideração que o aviso pode ser dado sob a forma de uma carta, e-mail ou ofício. Ele continua exemplificando apresentando a petição, o memorial, o requerimento, o abaixo assinado (com a função social de pedir, solicitar). Continuo colocando a carta, o e-mail e o ofício aqui. Nota promissória, termo de compromisso e voto são exemplos com a função de prometer. Para mim o voto não teria essa função de prometer. Mas a função de confirmar a promessa de dar o voto a alguém. Quando alguém vota, não promete nada, confirma a promessa de votar que pode ter sido feita a um candidato. Aspecto interessante a se observar é que Marcuschi afirma que os gêneros não são entidades naturais, mas artefatos culturais construídos historicamente pelo ser humano. Um gênero, para ele, pode não ter uma determinada propriedade e ainda continuar sendo aquele gênero. Para exemplificar, o autor fala, mais uma vez, da carta pessoal. Mesmo que o autor da carta não tenha assinado o nome no final, ela continuará sendo carta, graças as suas propriedades necessárias e suficientes5.Ele diz, ainda, que uma publicidade pode ter o formato de um poema ou de uma lista de produtos em oferta. O que importa é que esteja fazendo divulgação de produtos, estimulando a compra por parte de clientes ou usuários daquele produto. Ele apresenta outros exemplos, mas por questão de espaço não colocarei todos. É bom notar que os exemplos dados por ele, mesmo os que não foram mostrados aqui, apresentam função social formal, rígida. Ele não apresenta exemplos de gêneros que tenham uma função social menos rígida, como o bilhete. Para Marcuschi, Tipologia Textual é um termo que deve ser usado para designar uma espécie de sequência teoricamente definida pela natureza linguística de sua composição. Em geral, os tipos textuais abrangem as categorias narração, argumentação, exposição, descrição e injunção (Swales, 1990; Adam, 1990; Bronckart, 1999). Segundo ele, o termo Tipologia Textual é usado para designar uma espécie de sequência teorica- Uma discussão vista em Travaglia e não encontrada em Marcuschi7 é a de Espécie. Para ele, Espécie se define e se caracteriza por aspectos formais de estrutura e de superfície linguística e/ou aspectos de conteúdo. Ele exemplifica Espécie dizendo que existem duas pertencentes ao tipo narrativo: a história e a não-história. Ainda do tipo narrativo, ele apresenta as Espécies narrativa em prosa e narrativa em verso. No tipo descritivo ele mostra as Espécies distintas objetiva x subjetiva, estática x dinâmica e comentadora x narradora. Mudando para gênero, ele apresenta a corres- mente definida pela natureza linguística de sua composição (aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas) (p. 22). Gênero Textual é definido pelo autor como uma noção vaga para os textos materializados encontrados no dia-a-dia e que apresentam características sócio-comunicativas definidas pelos conteúdos, propriedades funcionais, estilo e composição característica. Linguagens e Códigos 7 pondência com as Espécies carta, telegrama, bilhete, ofício, etc. No gênero romance, ele mostra as Espécies romance histórico, regionalista, fantástico, de ficção científica, policial, erótico, etc. Não sei até que ponto a Espécie daria conta de todos os Gêneros Textuais existentes. Será que é possível especificar todas elas? Talvez seja difícil até mesmo porque não é fácil dizer quantos e quais são os gêneros textuais existentes. parece ser mais taxionômica. Ele chega a afirmar que são os tipos que entram na composição da grande maioria dos textos. Para ele, a questão dos elementos tipológicos e suas implicações com o ensino/aprendizagem merece maiores discussões. Marcuschi diz que não acredita na existência de Gêneros Textuais ideais para o ensino de língua. Ele afirma que é possível a identificação de gêneros com dificuldades progressivas, do nível menos formal ao mais formal, do mais privado ao mais público e assim por diante. Os gêneros devem passar por um processo de progressão, conforme sugerem Schneuwly & Dolz (2004). Se em Travaglia nota-se uma discussão teórica não percebida em Marcuschi, o oposto também acontece. Este autor discute o conceito de Domínio Discursivo. Ele diz que os domínios discursivos são as grandes esferas da atividade humana em que os textos circulam (p. 24). Segundo informa, esses domínios não seriam nem textos nem discursos, mas dariam origem a discursos muito específicos. Constituiriam práticas discursivas dentro das quais seria possível a identificação de um conjunto de gêneros que às vezes lhes são próprios como práticas ou rotinas comunicativas institucionalizadas. Como exemplo, ele fala do discurso jornalístico, discurso jurídico e discurso religioso. Cada uma dessas atividades, jornalística, jurídica e religiosa, não abrange gêneros em particular, mas origina vários deles. Travaglia, como afirmei, não faz considerações sobre o trabalho com a Tipologia Textual e o ensino. Acredito que um trabalho com a tipologia teria que, no mínimo, levar em conta a questão de com quais tipos de texto deve-se trabalhar na escola, a quais será dada maior atenção e com quais será feito um trabalho mais detido. Acho que a escolha pelo tipo, caso seja considerada a ideia de Travaglia, deve levar em conta uma série de fatores, porém dois são mais pertinentes: a) O trabalho com os tipos deveria preparar o aluno para a composição de quaisquer outros textos (não sei ao certo se isso é possível. Pode ser que o trabalho apenas com o tipo narrativo não dê ao aluno o preparo ideal para lidar com o tipo dissertativo, e vice-versa. Um aluno que pára de estudar na 5ª série e não volta mais à escola teria convivido muito mais com o tipo narrativo, sendo esse o mais trabalhado nessa série. Será que ele estaria preparado para produzir, quando necessário, outros tipos textuais? Ao lidar somente com o tipo narrativo, por exemplo, o aluno, de certa forma, não deixa de trabalhar com os outros tipos?); b) A utilização prática que o aluno fará de cada tipo em sua vida. Travaglia até fala do discurso jurídico e religioso, mas não como Marcuschi. Ele cita esses discursos quando discute o que é para ele tipologia de discurso. Assim, ele fala dos discursos citados mostrando que as tipologias de discurso usarão critérios ligados às condições de produção dos discursos e às diversas formações discursivas em que podem estar inseridos (Koch & Fávero, 1987, p. 3). Citando Koch & Fávero, o autor fala que uma tipologia de discurso usaria critérios ligados à referência (institucional (discurso político, religioso, jurídico), ideológica (discurso petista, de direita, de esquerda, cristão, etc), a domínios de saber (discurso médico, linguístico, filosófico, etc), à inter-relação entre elementos da exterioridade (discurso autoritário, polêmico, lúdico)). Marcuschi não faz alusão a uma tipologia do discurso. Acho que vale a pena dizer que sou favorável ao trabalho com o Gênero Textual na escola, embora saiba que todo gênero realiza necessariamente uma ou mais sequências tipológicas e que todos os tipos inserem-se em algum gênero textual. Semelhante opinião entre os dois autores citados é notada quando falam que texto e discurso não devem ser encarados como iguais. Marcuschi considera o texto como uma entidade concreta realizada materialmente e corporificada em algum Gênero Textual [grifo meu] (p. 24). Discurso para ele é aquilo que um texto produz ao se manifestar em alguma instância discursiva. O discurso se realiza nos textos (p. 24). Travaglia considera o discurso como a própria atividade comunicativa, a própria atividade produ- Até recentemente, o ensino de produção de textos (ou de redação) era feito como um procedimento único e global, como se todos os tipos de texto fossem iguais e não apresentassem determinadas dificuldades e, por isso, não exigissem aprendizagens específicas. A fórmula de ensino de redação, ainda hoje muito praticada nas escolas brasileiras – que consiste fundamentalmente na trilogia narração, descrição e dissertação – tem por base uma concepção voltada essencialmente para duas finalidades: a formação de escritores literários (caso o aluno se aprimore nas duas primeiras modalidades textuais) ou a formação de cientistas (caso da terceira modalidade) (Antunes, 2004). Além disso, essa concepção guarda em si uma visão equivocada de que narrar e descrever seriam ações mais “fáceis” do que dissertar, ou mais adequadas à faixa etária, razão pela qual esta última tenha sido reservada às séries terminais - tanto no ensino fundamental quanto no ensino médio. tora de sentidos para a interação comunicativa, regulada por uma exterioridade sócio-histórica-ideológica (p. 03). Texto é o resultado dessa atividade comunicativa. O texto, para ele, é visto como uma unidade linguística concreta que é tomada pelos usuários da língua em uma situação de interação comunicativa específica, como uma unidade de sentido e como preenchendo uma função comunicativa reconhecível e reconhecida, independentemente de sua extensão (p. 03). Travaglia afirma que distingue texto de discurso levando em conta que sua preocupação é com a tipologia de textos, e não de discursos. Marcuschi afirma que a definição que traz de texto e discurso é muito mais operacional do que formal. Travaglia faz uma “tipologização” dos termos Gênero Textual, Tipologia Textual e Espécie. Ele chama esses elementos de Tipelementos. Justifica a escolha pelo termo por considerar que os elementos tipológicos (Gênero Textual, Tipologia Textual e Espécie) são básicos na construção das tipologias e talvez dos textos, numa espécie de analogia com os elementos químicos que compõem as substâncias encontradas na natureza. O ensino-aprendizagem de leitura, compreensão e produção de texto pela perspectiva dos gêneros reposiciona o verdadeiro papel do professor de Língua Materna hoje, não mais visto aqui como um especialista em textos literários ou científicos, distantes da realidade e da prática textual do aluno, mas como um especialista nas diferentes modalidades textuais, orais e escritas, de uso social. Assim, o espaço da sala de aula é transformado numa verdadeira oficina de textos de ação social, o que é viabilizado e concretizado pela adoção de algumas estratégias, como enviar uma carta para um aluno de outra classe, fazer um cartão e ofertar a alguém, enviar uma carta de solicitação a um secretário da prefeitura, realizar uma entrevista, etc. Essas atividades, além de diversificar e concretizar os leitores das produções (que agora deixam de ser apenas “leitores visuais”), permitem também a participação direta de todos os alunos e eventualmente de pessoas que fazem parte de suas relações familiares e sociais. A avaliação dessas produções abandona os critérios quase que exclusivamente literários ou gramaticais e desloca seu foco para outro ponto: o bom texto não é aquele que apresenta, ou só apresenta, características literárias, mas aquele que é adequado à situação comunicacional para a qual foi produzido, ou seja, se a escolha do gênero, se a estrutura, o conteúdo, o estilo e o nível de língua estão adequados ao interlocutor e podem cumprir a finalidade do texto. Para concluir, acredito que vale a pena considerar que as discussões feitas por Marcuschi, em defesa da abordagem textual a partir dos Gêneros Textuais, estão diretamente ligadas ao ensino. Ele afirma que o trabalho com o gênero é uma grande oportunidade de se lidar com a língua em seus mais diversos usos autênticos no dia-a-dia. Cita o PCN, dizendo que ele apresenta a ideia básica de que um maior conhecimento do funcionamento dos Gêneros Textuais é importante para a produção e para a compreensão de textos. Travaglia não faz abordagens específicas ligadas à questão do ensino no seu tratamento à Tipologia Textual. O que Travaglia mostra é uma extrema preferência pelo uso da Tipologia Textual, independente de estar ligada ao ensino. Sua abordagem Linguagens e Códigos 8 dá lugar a uma série de episódios; encerra com a resolução desse conflito que permite, no estágio final, a recuperação do equilíbrio perdido. Acredito que abordando os gêneros a escola estaria dando ao aluno a oportunidade de se apropriar devidamente de diferentes Gêneros Textuais socialmente utilizados, sabendo movimentar-se no dia-a-dia da interação humana, percebendo que o exercício da linguagem será o lugar da sua constituição como sujeito. A atividade com a língua, assim, favoreceria o exercício da interação humana, da participação social dentro de uma sociedade letrada. 1 - Penso que quando o professor não opta pelo trabalho com o gênero ou com o tipo ele acaba não tendo uma maneira muito clara para selecionar os textos com os quais trabalhará. 2 - Outra discussão poderia ser feita se se optasse por tratar um pouco a diferença entre Gênero Textual e Gênero Discursivo. 3 - Travaglia (2002) diz que uma carta pode ser exclusivamente descritiva, ou dissertativa, ou injuntiva, ou narrativa, ou argumentativa. Acho meio difícil alguém conseguir escrever um texto, caracterizado como carta, apenas com descrições, ou apenas com injunções. Por outro lado, meio que contrariando o que acabara de afirmar, ele diz desconhecer um gênero necessariamente descritivo. 4 - Termo usado pelas autoras citadas para os textos que fazem previsão, como o boletim meteorológico e o horóscopo. 5 - Necessárias para a carta, e suficientes para que o texto seja uma carta. 6 - Segundo Travaglia (1991), texto argumentativo stricto sensu é o que faz argumentação explícita. 7 - Pelo menos nos textos aos quais tive acesso. Sílvio Ribeiro da Silva Todo conto tem ações centrais, núcleos narrativos, que estabelecem entre si uma relação causal. Entre estas ações, aparecem elementos de recheio (secundários ou catalíticos), cuja função é manter o suspense. Tanto os núcleos como as ações secundárias colocam em cena personagens que as cumprem em um determinado lugar e tempo. Para a apresentação das características destes personagens, assim como para as indicações de lugar e tempo, apela-se a recursos descritivos. Um recurso de uso frequente nos contos é a introdução do diálogo das personagens, apresentado com os sinais gráficos correspondentes (os travessões, para indicar a mudança de interlocutor). A observação da coerência temporal permite ver se o autor mantém a linha temporal ou prefere surpreender o leitor com rupturas de tempo na apresentação dos acontecimentos (saltos ao passado ou avanços ao futuro). A demarcação do tempo aparece, geralmente, no parágrafo inicial. Os contos tradicionais apresentam fórmulas características de introdução de temporalidade difusa: "Era uma vez...", "Certa vez...". Os tempos verbais desempenham um papel importante na construção e na interpretação dos contos. Os pretéritos imperfeito e o perfeito predominam na narração, enquanto que o tempo presente aparece nas descrições e nos diálogos. O pretérito imperfeito apresenta a ação em processo, cuja incidência chega ao momento da narração: "Rosário olhava timidamente seu pretendente, enquanto sua mãe, da sala, fazia comentários banais sobre a história familiar." O perfeito, ao contrário, apresenta as ações concluídas no passado: "De repente, chegou o pai com suas botas sujas de barro, olhou sua filha, depois o pretendente, e, sem dizer nada, entrou furioso na sala". TIPOLOGIA TEXTUAL A todo o momento nos deparamos com vários textos, sejam eles verbais e não verbais. Em todos há a presença do discurso, isto é, a ideia intrínseca, a essência daquilo que está sendo transmitido entre os interlocutores. A apresentação das personagens ajusta-se à estratégia da definibilidade: são introduzidas mediante uma construção nominal iniciada por um artigo indefinido (ou elemento equivalente), que depois é substituído pelo definido, por um nome, um pronome, etc.: "Uma mulher muito bonita entrou apressadamente na sala de embarque e olhou à volta, procurando alguém impacientemente. A mulher parecia ter fugido de um filme romântico dos anos 40." Esses interlocutores são as peças principais em um diálogo ou em um texto escrito, pois nunca escrevemos para nós mesmos, nem mesmo falamos sozinhos. É de fundamental importância sabermos classificar os textos dos quais travamos convivência no nosso dia a dia. Para isso, precisamos saber que existem tipos textuais e gêneros textuais. O narrador é uma figura criada pelo autor para apresentar os fatos que constituem o relato, é a voz que conta o que está acontecendo. Esta voz pode ser de uma personagem, ou de uma testemunha que conta os fatos na primeira pessoa ou, também, pode ser a voz de uma terceira pessoa que não intervém nem como ator nem como testemunha. Comumente relatamos sobre um acontecimento, um fato presenciado ou ocorrido conosco, expomos nossa opinião sobre determinado assunto, ou descrevemos algum lugar pelo qual visitamos, e ainda, fazemos um retrato verbal sobre alguém que acabamos de conhecer ou ver. Além disso, o narrador pode adotar diferentes posições, diferentes pontos de vista: pode conhecer somente o que está acontecendo, isto é, o que as personagens estão fazendo ou, ao contrário, saber de tudo: o que fazem, pensam, sentem as personagens, o que lhes aconteceu e o que lhes acontecerá. Estes narradores que sabem tudo são chamados oniscientes. É exatamente nestas situações corriqueiras que classificamos os nossos textos naquela tradicional tipologia: Narração, Descrição e Dissertação. A Novela Para melhor exemplificarmos o que foi dito, tomamos como exemplo um Editorial, no qual o autor expõe seu ponto de vista sobre determinado assunto, uma descrição de um ambiente e um texto literário escrito em prosa. É semelhante ao conto, mas tem mais personagens, maior número de complicações, passagens mais extensas com descrições e diálogos. As personagens adquirem uma definição mais acabada, e as ações secundárias podem chegar a adquirir tal relevância, de modo que terminam por converter-se, em alguns textos, em unidades narrativas independentes. Em se tratando de gêneros textuais, a situação não é diferente, pois se conceituam como gêneros textuais as diversas situações sociocomunciativas que participam da nossa vida em sociedade. Como exemplo, temos: uma receita culinária, um e-mail, uma reportagem, uma monografia, e assim por diante. Respectivamente, tais textos classificar-seiam como: instrucional, correspondência pessoal (em meio eletrônico), texto do ramo jornalístico e, por último, um texto de cunho científico. A Obra Teatral Os textos literários que conhecemos como obras de teatro (dramas, tragédias, comédias, etc.) vão tecendo diferentes histórias, vão desenvolvendo diversos conflitos, mediante a interação linguística das personagens, quer dizer, através das conversações que têm lugar entre os participantes nas situações comunicativas registradas no mundo de ficção construído pelo texto. Nas obras teatrais, não existe um narrador que conta os fatos, mas um leitor que vai conhecendo-os através dos diálogos e/ ou monólogos das personagens. Mas como toda escrita perfaz-se de uma técnica para compô-la, é extremamente importante que saibamos a maneira correta de produzir esta gama de textos. À medida que a praticamos, vamos nos aperfeiçoando mais e mais na sua performance estrutural. Por Vânia Duarte O Conto Devido à trama conversacional destes textos, torna-se possível encontrar neles vestígios de oralidade (que se manifestam na linguagem espontânea das personagens, através de numerosas interjeições, de alterações da sintaxe normal, de digressões, de repetições, de dêiticos de lugar e tempo. É um relato em prosa de fatos fictícios. Consta de três momentos perfeitamente diferenciados: começa apresentando um estado inicial de equilíbrio; segue com a intervenção de uma força, com a aparição de um conflito, que Linguagens e Códigos 9 Os sinais de interrogação, exclamação e sinais auxiliares servem para moldar as propostas e as réplicas e, ao mesmo tempo, estabelecem os turnos de palavras. Os textos denominados de textos jornalísticos, em função de seu portador ( jornais, periódicos, revistas), mostram um claro predomínio da função informativa da linguagem: trazem os fatos mais relevantes no momento em que acontecem. Esta adesão ao presente, esta primazia da atualidade, condena-os a uma vida efêmera. Propõem-se a difundir as novidades produzidas em diferentes partes do mundo, sobre os mais variados temas. As obras de teatro atingem toda sua potencialidade através da representação cênica: elas são construídas para serem representadas. O diretor e os atores orientam sua interpretação. De acordo com este propósito, são agrupados em diferentes seções: informação nacional, informação internacional, informação local, sociedade, economia, cultura, esportes, espetáculos e entretenimentos. Estes textos são organizados em atos, que estabelecem a progressão temática: desenvolvem uma unidade informativa relevante para cada contato apresentado. Cada ato contém, por sua vez, diferentes cenas, determinadas pelas entradas e saídas das personagens e/ou por diferentes quadros, que correspondem a mudanças de cenografias. A ordem de apresentação dessas seções, assim como a extensão e o tratamento dado aos textos que incluem, são indicadores importantes tanto da ideologia como da posição adotada pela publicação sobre o tema abordado. Nas obras teatrais são incluídos textos de trama descritiva: são as chamadas notações cênicas, através das quais o autor dá indicações aos atores sobre a entonação e a gestualidade e caracteriza as diferentes cenografias que considera pertinentes para o desenvolvimento da ação. Estas notações apresentam com frequência orações unimembres e/ou bimembres de predicado não verbal. Os textos jornalísticos apresentam diferentes seções. As mais comuns são as notícias, os artigos de opinião, as entrevistas, as reportagens, as crônicas, as resenhas de espetáculos. A publicidade é um componente constante dos jornais e revistas, à medida que permite o financiamento de suas edições. Mas os textos publicitários aparecem não só nos periódicos como também em outros meios amplamente conhecidos como os cartazes, folhetos, etc.; por isso, nos referiremos a eles em outro momento. O Poema Texto literário, geralmente escrito em verso, com uma distribuição espacial muito particular: as linhas curtas e os agrupamentos em estrofe dão relevância aos espaços em branco; então, o texto emerge da página com uma silhueta especial que nos prepara para sermos introduzidos nos misteriosos labirintos da linguagem figurada. Pede uma leitura em voz alta, para captar o ritmo dos versos, e promove uma tarefa de abordagem que pretende extrair a significação dos recursos estilísticos empregados pelo poeta, quer seja para expressar seus sentimentos, suas emoções, sua versão da realidade, ou para criar atmosferas de mistério de surrealismo, relatar epopeias (como nos romances tradicionais), ou, ainda, para apresentar ensinamentos morais (como nas fábulas). Em geral, aceita-se que os textos jornalísticos, em qualquer uma de suas seções, devem cumprir certos requisitos de apresentação, entre os quais destacamos: uma tipografia perfeitamente legível, uma diagramação cuidada, fotografias adequadas que sirvam para complementar a informação linguística, inclusão de gráficos ilustrativos que fundamentam as explicações do texto. É pertinente observar como os textos jornalísticos distribuem-se na publicação para melhor conhecer a ideologia da mesma. Fundamentalmente, a primeira página, as páginas ímpares e o extremo superior das folhas dos jornais trazem as informações que se quer destacar. Esta localização antecipa ao leitor a importância que a publicação deu ao conteúdo desses textos. O ritmo - este movimento regular e medido - que recorre ao valor sonoro das palavras e às pausas para dar musicalidade ao poema, é parte essencial do verso: o verso é uma unidade rítmica constituída por uma série métrica de sílabas fônicas. A distribuição dos acentos das palavras que compõem os versos tem uma importância capital para o ritmo: a musicalidade depende desta distribuição. O corpo da letra dos títulos também é um indicador a considerar sobre a posição adotada pela redação. Lembramos que, para medir o verso, devemos atender unicamente à distância sonora das sílabas. As sílabas fônicas apresentam algumas diferenças das sílabas ortográficas. Estas diferenças constituem as chamadas licenças poéticas: a diérese, que permite separar os ditongos em suas sílabas; a sinérese, que une em uma sílaba duas vogais que não constituem um ditongo; a sinalefa, que une em uma só sílaba a sílaba final de uma palavra terminada em vogal, com a inicial de outra que inicie com vogal ou h; o hiato, que anula a possibilidade da sinalefa. Os acentos finais também incidem no levantamento das sílabas do verso. Se a última palavra é paroxítona, não se altera o número de sílabas; se é oxítona, soma-se uma sílaba; se é proparoxítona, diminui-se uma. A Notícia Transmite uma nova informação sobre acontecimentos, objetos ou pessoas. As notícias apresentam-se como unidades informativas completas, que contêm todos os dados necessários para que o leitor compreenda a informação, sem necessidade ou de recorrer a textos anteriores (por exemplo, não é necessário ter lido os jornais do dia anterior para interpretá-la), ou de ligá-la a outros textos contidos na mesma publicação ou em publicações similares. A rima é uma característica distintiva, mas não obrigatória dos versos, pois É comum que este texto use a técnica da pirâmide invertida: começa pelo fato mais importante para finalizar com os detalhes. Consta de três partes claramente diferenciadas: o título, a introdução e o desenvolvimento. O título cumpre uma dupla função - sintetizar o tema central e atrair a atenção do leitor. Os manuais de estilo dos jornais (por exemplo: do Jornal El País, 1991) sugerem geralmente que os títulos não excedam treze palavras. A introdução contém o principal da informação, sem chegar a ser um resumo de todo o texto. No desenvolvimento, incluem-se os detalhes que não aparecem na introdução. As estrofes agrupam versos de igual medida e de duas medidas diferentes combinadas regularmente. Estes agrupamentos vinculam-se à progressão temática do texto: com frequência, desenvolvem uma unidade informativa vinculada ao tema central. A notícia é redigida na terceira pessoa. O redator deve manter-se à margem do que conta, razão pela qual não é permitido o emprego da primeira pessoa do singular nem do plural. Isso implica que, além de omitir o eu ou o nós, também não deve recorrer aos possessivos (por exemplo, não se referirá à Argentina ou a Buenos Aires com expressões tais como nosso existem versos sem rima (os versos brancos ou soltos de uso frequente na poesia moderna). A rima consiste na coincidência total ou parcial dos últimos fonemas do verso. Existem dois tipos de rimas: a consoante (coincidência total de vogais e consoante a partir da última vogal acentuada) e a assonante (coincidência unicamente das vogais a partir da última vogal acentuada). A métrica mais frequente dos versos vai desde duas até dezesseis sílabas. Os versos monossílabos não existem, já que, pelo acento, são considerados dissílabos. Os trabalhos dentro do paradigma e do sintagma, através dos mecanismos de substituição e de combinação, respectivamente, culminam com a criação de metáforas, símbolos, configurações sugestionadoras de vocábulos, metonímias, jogo de significados, associações livres e outros recursos estilísticos que dão ambiguidade ao poema. país ou minha cidade). Esse texto se caracteriza por sua exigência de objetividade e veracidade: somente apresenta os dados. Quando o jornalista não consegue comprovar de forma fidedigna os dados apresentados, costuma recorrer a certas fórmulas para salvar sua responsabilidade: parece, não está descartado que. Quando o redator menciona o que foi dito por alguma fonte, recorre ao discurso direto, como, por exemplo: TEXTOS JORNALÍSTICOS Linguagens e Códigos 10 O ministro afirmou: "O tema dos aposentados será tratado na Câmara dos Deputados durante a próxima semana . É uma variedade do texto jornalístico de trama conversacional que, para informar sobre determinado tema, recorre ao testemunho de uma figurachave para o conhecimento deste tópico. O estilo que corresponde a este tipo de texto é o formal. A conversação desenvolve-se entre um jornalista que representa a publicação e um personagem cuja atividade suscita ou merece despertar a atenção dos leitores. Nesse tipo de texto, são empregados, principalmente, orações enunciativas, breves, que respeitam a ordem sintática canônica. Apesar das notícias preferencialmente utilizarem os verbos na voz ativa, também é frequente o uso da voz passiva: Os delinquentes foram perseguidos pela polícia; e das formas impessoais: A perseguição aos delinquentes foi feita A reportagem inclui uma sumária apresentação do entrevistado, realizada com recursos descritivos, e, imediatamente, desenvolve o diálogo. As perguntas são breves e concisas, à medida que estão orientadas para divulgar as opiniões e ideias do entrevistado e não as do entrevistador. por um patrulheiro. A progressão temática das notícias gira em tomo das perguntas o quê? quem? como? quando? por quê e para quê?. A Entrevista Da mesma forma que reportagem, configura-se preferentemente mediante uma trama conversacional, mas combina com frequência este tecido com fios argumentativos e descritivos. Admite, então, uma maior liberdade, uma vez que não se ajusta estritamente à fórmula pergunta-resposta, mas detém-se em comentários e descrições sobre o entrevistado e transcreve somente alguns fragmentos do diálogo, indicando com travessões a mudança de interlocutor. É permitido apresentar uma introdução extensa com os aspectos mais significativos da conversação mantida, e as perguntas podem ser acompanhadas de comentários, confirmações ou refutações sobre as declarações do entrevistado. O Artigo de Opinião Contém comentários, avaliações, expectativas sobre um tema da atualidade que, por sua transcendência, no plano nacional ou internacional, já é considerado, ou merece ser, objeto de debate. Nessa categoria, incluem-se os editoriais, artigos de análise ou pesquisa e as colunas que levam o nome de seu autor. Os editoriais expressam a posição adotada pelo jornal ou revista em concordância com sua ideologia, enquanto que os artigos assinados e as colunas transmitem as opiniões de seus redatores, o que pode nos levar a encontrar, muitas vezes, opiniões divergentes e até antagônicas em uma mesma página. Por tratar-se de um texto jornalístico, a entrevista deve necessariamente incluir um tema atual, ou com incidência na atualidade, embora a conversação possa derivar para outros temas, o que ocasiona que muitas destas entrevistas se ajustem a uma progressão temática linear ou a temas derivados. Embora estes textos possam ter distintas superestruturas, em geral se organizam seguindo uma linha argumentativa que se inicia com a identificação do tema em questão, acompanhado de seus antecedentes e alcance, e que segue com uma tomada de posição, isto é, com a formulação de uma tese; depois, apresentam-se os diferentes argumentos de forma a justificar esta tese; para encerrar, faz-se uma reafirmação da posição adotada no início do texto. Como ocorre em qualquer texto de trama conversacional, não existe uma garantia de diálogo verdadeiro; uma vez que se pode respeitar a vez de quem fala, a progressão temática não se ajusta ao jogo argumentativo de propostas e de réplicas. A efetividade do texto tem relação direta não só com a pertinência dos argumentos expostos como também com as estratégias discursivas usadas para persuadir o leitor. Entre estas estratégias, podemos encontrar as seguintes: as acusações claras aos oponentes, as ironias, as insinuações, as digressões, as apelações à sensibilidade ou, ao contrário, a tomada de distância através do uso das construções impessoais, para dar objetividade e consenso à análise realizada; a retenção em recursos descritivos - detalhados e precisos, ou em relatos em que as diferentes etapas de pesquisa estão bem especificadas com uma minuciosa enumeração das fontes da informação. Todos eles são recursos que servem para fundamentar os argumentos usados na validade da tese. TEXTOS DE INFORMAÇÃO CIENTÍFICA Esta categoria inclui textos cujos conteúdos provêm do campo das ciências em geral. Os referentes dos textos que vamos desenvolver situam-se tanto nas Ciências Sociais como nas Ciências Naturais. Apesar das diferenças existentes entre os métodos de pesquisa destas ciências, os textos têm algumas características que são comuns a todas suas variedades: neles predominam, como em todos os textos informativos, as orações enunciativas de estrutura bimembre e prefere-se a ordem sintática canônica (sujeito-verbo-predicado). A progressão temática ocorre geralmente através de um esquema de temas derivados. Cada argumento pode encerrar um tópico com seus respectivos comentários. Incluem frases claras, em que não há ambiguidade sintática ou semântica, e levam em consideração o significado mais conhecido, mais difundido das palavras. Estes artigos, em virtude de sua intencionalidade informativa, apresentam uma preeminência de orações enunciativas, embora também incluam, com frequência, orações dubitativas e exortativas devido à sua trama argumentativa. As primeiras servem para relativizar os alcances e o valor da informação de base, o assunto em questão; as últimas, para convencer o leitor a aceitar suas premissas como verdadeiras. No decorrer destes artigos, opta-se por orações complexas que incluem proposições causais para as fundamentações, consecutivas para dar ênfase aos efeitos, concessivas e condicionais. O vocabulário é preciso. Geralmente, estes textos não incluem vocábulos a que possam ser atribuídos um multiplicidade de significados, isto é, evitam os termos polissêmicos e, quando isso não é possível, estabelecem mediante definições operatórias o significado que deve ser atribuído ao termo polissêmico nesse contexto. A Definição Expande o significado de um termo mediante uma trama descritiva, que determina de forma clara e precisa as características genéricas e diferenciais do objeto ao qual se refere. Essa descrição contém uma configuração de elementos que se relacionam semanticamente com o termo a definir através de um processo de sinonímia. Para interpretar estes textos, é indispensável captar a postura ideológica do autor, identificar os interesses a que serve e precisar sob que circunstâncias e com que propósito foi organizada a informação exposta. Para cumprir os requisitos desta abordagem, necessitaremos utilizar estratégias tais como a referência exofórica, a integração crítica dos dados do texto com os recolhidos em outras fontes e a leitura atenta das entrelinhas a fim de converter em explícito o que está implícito. Recordemos a definição clássica de "homem", porque é o exemplo por excelência da definição lógica, uma das construções mais generalizadas dentro deste tipo de texto: O homem é um animal racional. A expansão do termo "homem" - "animal racional" - apresenta o gênero a que pertence, "animal", e a diferença específica, "racional": a racionalidade é o traço que nos permite diferenciar a espécie humana dentro do gênero animal. Embora todo texto exija para sua interpretação o uso das estratégias mencionadas, é necessário recorrer a elas quando estivermos frente a um texto de trama argumentativa, através do qual o autor procura que o leitor aceite ou avalie cenas, ideias ou crenças como verdadeiras ou falsas, cenas e opiniões como positivas ou negativas. Usualmente, as definições incluídas nos dicionários, seus portadores mais qualificados, apresentam os traços essenciais daqueles a que se referem: Fiscis (do lat. piscis). s.p.m. Astron. Duodécimo e último signo ou parte do A Reportagem Linguagens e Códigos 11 Zodíaco, de 30° de amplitude, que o Sol percorre aparentemente antes de terminar o inverno. tatar o que acontece. Por exemplo, se se deseja saber em que condições uma planta de determinada espécie cresce mais rapidamente, pode-se colocar suas sementes em diferentes recipientes sob diferentes condições Como podemos observar nessa definição extraída do Dicionário de La Real Academia Espa1ioJa (RAE, 1982), o significado de um tema base ou introdução desenvolve-se através de uma descrição que contém seus de luminosidade; em diferentes lugares, areia, terra, água; com diferentes fertilizantes orgânicos, químicos etc., para observar e precisar em que circunstâncias obtém-se um melhor crescimento. traços mais relevantes, expressa, com frequência, através de orações unimembres, constituídos por construções endocêntricas (em nosso exemplo temos uma construção endocêntrica substantiva - o núcleo é um substantivo rodeado de modificadores "duodécimo e último signo ou parte do Zodíaco, de 30° de amplitude..."), que incorporam maior informação mediante proposições subordinadas adjetivas: "que o Sol percorre aparentemente antes de terminar o inverno". A macroestrutura desses relatos contém, primordialmente, duas categorias: uma corresponde às condições em que o experimento se realiza, isto é, ao registro da situação de experimentação; a outra, ao processo observado. Nesses textos, então, são utilizadas com frequência orações que começam com se (condicionais) e com quando (condicional temporal): Se coloco a semente em um composto de areia, terra preta, húmus, a planta crescerá mais rápido. As definições contêm, também, informações complementares relacionadas, por exemplo, com a ciência ou com a disciplina em cujo léxico se inclui o termo a definir (Piscis: Astron.); a origem etimológica do vocábulo ("do lat. piscis"); a sua classificação gramatical (s.p.m.), etc. Quando rego as plantas duas vezes ao dia, os talos começam a mostrar manchas marrons devido ao excesso de umidade. Essas informações complementares contêm frequentemente abreviaturas, cujo significado aparece nas primeiras páginas do Dicionário: Lat., Latim; Astron., Astronomia; s.p.m., substantivo próprio masculino, etc. Estes relatos adotam uma trama descritiva de processo. A variável tempo aparece através de numerais ordinais: Em uma primeira etapa, é possível observar... em uma segunda etapa, aparecem os primeiros brotos ...; de advérbios ou de locuções adverbiais: Jogo, antes de, depois de, no mesmo momento que, etc., dado que a variável temporal é um componente essencial de todo processo. O texto enfatiza os aspectos descritivos, apresenta as características dos elementos, os traços distintivos de cada uma das etapas do processo. O tema-base (introdução) e sua expansão descritiva - categorias básicas da estrutura da definição - distribuem-se espacialmente em blocos, nos quais diferentes informações costumam ser codificadas através de tipografias diferentes (negrito para o vocabulário a definir; itálico para as etimologias, etc.). Os diversos significados aparecem demarcados em bloco mediante barras paralelas e /ou números. O relato pode estar redigido de forma impessoal: coloca-se, colocado em um recipiente ... Jogo se observa/foi observado que, etc., ou na primeira pessoa do singular, coloco/coloquei em um recipiente ... Jogo observo/observei que ... etc., ou do plural: colocamos em um recipiente... Jogo observamos que... etc. O uso do impessoal enfatiza a distância existente entre o experimentador e o experimento, enquanto que a primeira pessoa, do plural e do singular enfatiza o compromisso de ambos. Prorrogar (Do Jat. prorrogare) V.t.d. l. Continuar, dilatar, estender uma coisa por um período determinado. 112. Ampliar, prolongar 113. Fazer continuar em exercício; adiar o término de. A Nota de Enciclopédia Apresenta, como a definição, um tema-base e uma expansão de trama descritiva; porém, diferencia-se da definição pela organização e pela amplitude desta expansão. A Monografia Este tipo de texto privilegia a análise e a crítica; a informação sobre um determinado tema é recolhida em diferentes fontes. A progressão temática mais comum nas notas de enciclopédia é a de temas derivados: os comentários que se referem ao tema-base constituemse, por sua vez, em temas de distintos parágrafos demarcados por subtítulos. Por exemplo, no tema República Argentina, podemos encontrar os temas derivados: traços geológicos, relevo, clima, hidrografia, biogeografia, população, cidades, economia, comunicação, transportes, cultura, etc. Os textos monográficos não necessariamente devem ser realizados com base em consultas bibliográficas, uma vez que é possível terem como fonte, por exemplo, o testemunho dos protagonistas dos fatos, testemunhos qualificados ou de especialistas no tema. As monografias exigem uma seleção rigorosa e uma organização coerente dos dados recolhidos. A seleção e organização dos dados servem como indicador do propósito que orientou o trabalho. Se pretendemos, por exemplo, mostrar que as fontes consultadas nos permitem sustentar que os aspectos positivos da gestão governamental de um determinado personagem histórico têm maior relevância e valor do que os aspectos negativos, teremos de apresentar e de categorizar os dados obtidos de tal forma que esta valorização fique explícita. Estes textos empregam, com frequência, esquemas taxionômicos, nos quais os elementos se agrupam em classes inclusivas e incluídas. Por exemplo: descreve-se "mamífero" como membro da classe dos vertebrados; depois, são apresentados os traços distintivos de suas diversas variedades: terrestres e aquáticos. Uma vez que nestas notas há predomínio da função informativa da linguagem, a expansão é construída sobre a base da descrição científica, que responde às exigências de concisão e de precisão. Nas monografias, é indispensável determinar, no primeiro parágrafo, o tema a ser tratado, para abrir espaço à cooperação ativa do leitor que, conjugando seus conhecimentos prévios e seus propósitos de leitura, fará as primeiras antecipações sobre a informação que espera encontrar e formulará as hipóteses que guiarão sua leitura. Uma vez determinado o tema, estes textos transcrevem, mediante o uso da técnica de resumo, o que cada uma das fontes consultadas sustenta sobre o tema, as quais estarão listadas nas referências bibliográficas, de acordo com as normas que regem a apresentação da bibliografia. As características inerentes aos objetos apresentados aparecem através de adjetivos descritivos - peixe de cor amarelada escura, com manchas pretas no dorso, e parte inferior prateada, cabeça quase cônica, olhos muito juntos, boca oblíqua e duas aletas dorsais - que ampliam a base informativa dos substantivos e, como é possível observar em nosso exemplo, agregam qualidades próprias daquilo a que se referem. O uso do presente marca a temporalidade da descrição, em cujo tecido predominam os verbos estáticos - apresentar, mostrar, ter, etc. - e os de ligação - ser, estar, parecer, etc. O trabalho intertextual (incorporação de textos de outros no tecido do texto que estamos elaborando) manifesta-se nas monografias através de construções de discurso direto ou de discurso indireto. O Relato de Experimentos Contém a descrição detalhada de um projeto que consiste em manipular o ambiente para obter uma nova informação, ou seja, são textos que descrevem experimentos. Nas primeiras, incorpora-se o enunciado de outro autor, sem modificações, tal como foi produzido. Ricardo Ortiz declara: "O processo da economia dirigida conduziu a uma centralização na Capital Federal de toda tramitação referente ao comércio exterior'] Os dois pontos que prenunciam a O ponto de partida destes experimentos é algo que se deseja saber, mas que não se pode encontrar observando as coisas tais como estão; é necessário, então, estabelecer algumas condições, criar certas situações para concluir a observação e extrair conclusões. Muda-se algo para cons- Linguagens e Códigos palavra de outro, as aspas que servem para demarcá-la, os traços que incluem o nome do autor do texto citado, 'o processo da economia dirigida declara Ricardo Ortiz - conduziu a uma centralização...') são alguns dos sinais que distinguem frequentemente o discurso direto. 12 Quando se recorre ao discurso indireto, relata-se o que foi dito por outro, em vez de transcrever textualmente, com a inclusão de elementos subordinadores e dependendo do caso - as conseguintes modificações, pronomes pessoais, tempos verbais, advérbios, sinais de pontuação, sinais auxiliares, etc. todos eles, independente de sua complexidade, compartilham da função apelativa, à medida que prescrevem ações e empregam a trama descritiva para representar o processo a ser seguido na tarefa empreendida. A construção de muitos destes textos ajusta-se a modelos convencionais cunhados institucionalmente. Por exemplo, em nossa comunidade, estão amplamente difundidos os modelos de regulamentos de co-propriedade; então, qualquer pessoa que se encarrega da redação de um texto deste tipo recorre ao modelo e somente altera os dados de identificação para introduzir, se necessário, algumas modificações parciais nos direitos e deveres das partes envolvidas. Discurso direto: ‘Ás raízes de meu pensamento – afirmou Echeverría - nutrem-se do liberalismo’ Discurso indireto: 'Écheverría afirmou que as raízes de seu pensamento nutriam -se do liberalismo' Os textos monográficos recorrem, com frequência, aos verbos discendi (dizer, expressar, declarar, afirmar, opinar, etc.), tanto para introduzir os enunciados das fontes como para incorporar os comentários e opiniões do emissor. Em nosso cotidiano, deparamo-nos constantemente com textos instrucionais, que nos ajudam a usar corretamente tanto um processador de alimentos como um computador; a fazer uma comida saborosa, ou a seguir uma dieta para emagrecer. A habilidade alcançada no domínio destes textos incide diretamente em nossa atividade concreta. Seu emprego frequente e sua utilidade imediata justificam o trabalho escolar de abordagem e de produção de algumas de suas variedades, como as receitas e as instruções. Se o propósito da monografia é somente organizar os dados que o autor recolheu sobre o tema de acordo com um determinado critério de classificação explícito (por exemplo, organizar os dados em tomo do tipo de fonte consultada), sua efetividade dependerá da coerência existente entre os dados apresentados e o princípio de classificação adotado. As Receitas e as Instruções Se a monografia pretende justificar uma opinião ou validar uma hipótese, sua efetividade, então, dependerá da confiabilidade e veracidade das fontes consultadas, da consistência lógica dos argumentos e da coerência estabelecida entre os fatos e a conclusão. Referimo-nos às receitas culinárias e aos textos que trazem instruções para organizar um jogo, realizar um experimento, construir um artefato, fabricar um móvel, consertar um objeto, etc. Estes textos têm duas partes que se distinguem geralmente a partir da especialização: uma, contém listas de elementos a serem utilizados (lista de ingredientes das receitas, materiais que são manipulados no experimento, ferramentas para consertar algo, diferentes partes de um aparelho, etc.), a outra, desenvolve as instruções. Estes textos podem ajustar-se a diferentes esquemas lógicos do tipo problema /solução, premissas /conclusão, causas / efeitos. Os conectores lógicos oracionais e extra-oracionais são marcas linguísticas relevantes para analisar as distintas relações que se estabelecem entre os dados e para avaliar sua coerência. As listas, que são similares em sua construção às que usamos habitualmente para fazer as compras, apresentam substantivos concretos acompanhados de numerais (cardinais, partitivos e múltiplos). A Biografia É uma narração feita por alguém acerca da vida de outra(s) pessoa(s). Quando o autor conta sua própria vida, considera-se uma autobiografia. As instruções configuram-se, habitualmente, com orações bimembres, com verbos no modo imperativo (misture a farinha com o fermento), ou orações unimembres formadas por construções com o verbo no infinitivo (misturar a Estes textos são empregados com frequência na escola, para apresentar ou a vida ou algumas etapas decisivas da existência de personagens cuja ação foi qualificada como relevante na história. farinha com o açúcar). Tanto os verbos nos modos imperativo, subjuntivo e indicativo como as construções com formas nominais gerúndio, particípio, infinitivo aparecem acompanhados por advérbios palavras ou por locuções adverbiais que expressam o modo como devem ser realizadas determinadas ações (separe cuidadosamente as claras das gemas, ou separe com muito cuidado as claras das gemas). Os propósitos dessas ações aparecem estruturados visando a um objetivo (mexa lentamente para diluir o conteúdo do pacote em água fria), ou com valor temporal final (bata o creme com as claras até que fique numa consistência espessa). Nestes textos inclui-se, com frequência, o tempo do receptor através do uso do dêixis de lugar e de tempo: Os dados biográficos ordenam-se, em geral, cronologicamente, e, dado que a temporalidade é uma variável essencial do tecido das biografias, em sua construção, predominam recursos linguísticos que asseguram a conectividade temporal: advérbios, construções de valor semântico adverbial (Seus cinco primeiros anos transcorreram na tranquila segurança de sua cidade natal Depois, mudou-se com a família para La Prata), proposições temporais (Quando se introduzia obsessivamente nos tortuosos caminhos da novela, seus estudos de física ajudavam-no a reinstalar-se na realidade), etc. Aqui, deve acrescentar uma gema. Agora, poderá mexer novamente. Neste momento, terá que correr rapidamente até o lado oposto da cancha. Aqui pode intervir outro membro da equipe. A veracidade que exigem os textos de informação científica manifesta-se nas biografias através das citações textuais das fontes dos dados apresentados, enquanto a ótica do autor é expressa na seleção e no modo de apresentação destes dados. Pode-se empregar a técnica de acumulação simples de dados organizados cronologicamente, ou cada um destes dados pode aparecer acompanhado pelas valorações do autor, de acordo com a importância que a eles atribui. TEXTOS EPISTOLARES Os textos epistolares procuram estabelecer uma comunicação por escrito com um destinatário ausente, identificado no texto através do cabeçalho. Pode tratar-se de um indivíduo (um amigo, um parente, o gerente de uma empresa, o diretor de um colégio), ou de um conjunto de indivíduos designados de forma coletiva (conselho editorial, junta diretora). Atualmente, há grande difusão das chamadas "biografias não autorizadas" de personagens da política, ou do mundo da Arte. Uma característica que parece ser comum nestas biografias é a intencionalidade de revelar a personagem através de uma profusa acumulação de aspectos negativos, especialmente aqueles que se relacionam a defeitos ou a vícios altamente reprovados pela opinião pública. Estes textos reconhecem como portador este pedaço de papel que, de forma metonímica, denomina-se carta, convite ou solicitação, dependendo das características contidas no texto. Apresentam uma estrutura que se reflete claramente em sua organização espacial, cujos componentes são os seguintes: cabeçalho, que estabelece o lugar e o tempo da produção, os dados do destinatário e a forma de tratamento empregada para estabelecer o contato: o corpo, parte do texto em que se desenvolve a mensagem, e a despedida, que inclui a saudação e a assinatura, através da qual se introduz o autor no texto. O grau de familiaridade existente entre emissor e destinatário é o princípio que orienta a escolha do estilo: se o texto é dirigido a um familiar ou a um amigo, optase por um estilo informal; caso contrário, se o destinatário é desconhecido TEXTOS INSTRUCIONAIS Estes textos dão orientações precisas para a realização das mais diversas atividades, como jogar, preparar uma comida, cuidar de plantas ou animais domésticos, usar um aparelho eletrônico, consertar um carro, etc. Dentro desta categoria, encontramos desde as mais simples receitas culinárias até os complexos manuais de instrução para montar o motor de um avião. Existem numerosas variedades de textos instrucionais: além de receitas e manuais, estão os regulamentos, estatutos, contratos, instruções, etc. Mas Linguagens e Códigos 13 ou ocupa o nível superior em uma relação assimétrica (empregador em relação ao empregado, diretor em relação ao aluno, etc.), impõe-se o estilo formal. Texto extraído de: ESCOLA, LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS, Ana Maria Kaufman, Artes Médicas, Porto Alegre, RS. VARIAÇÃO (LINGUÍSTICA) A Carta Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. As cartas podem ser construídas com diferentes tramas (narrativa e argumentativa), em tomo das diferentes funções da linguagem (informativa, expressiva e apelativa). A variação de uma língua é o modo pelo qual ela se diferencia, sistemática e coerentemente, de acordo com o contexto histórico, geográfico e sócio-cultural no qual os falantes dessa língua se manifestam verbalmente. Referimo-nos aqui, em particular, às cartas familiares e amistosas, isto é, aqueles escritos através dos quais o autor conta a um parente ou a um amigo eventos particulares de sua vida. Estas cartas contêm acontecimentos, sentimentos, emoções, experimentados por um emissor que percebe o receptor como ‘cúmplice’, ou seja, como um destinatário comprometido afetivamente nessa situação de comunicação e, portanto, capaz de extrair a dimensão expressiva da mensagem. Conceito Variedade é um conceito maior do que estilo de prosa ou estilo de linguagem. Alguns escritores de sociolinguística usam o termo leto, aparentemente um processo de criação de palavras para termos específicos, são exemplos dessas variações: Uma vez que se trata de um diálogo à distância com um receptor conhecido, opta-se por um estilo espontâneo e informal, que deixa transparecer marcas da oraljdade: frases inconclusas, nas quais as reticências habilitam múltiplas interpretações do receptor na tentativa de concluí-las; perguntas que procuram suas respostas nos destinatários; perguntas que encerram em si suas próprias respostas (perguntas retóricas); pontos de exclamação que expressam a ênfase que o emissor dá a determinadas expressões que refletem suas alegrias, suas preocupações, suas dúvidas. dialetos (variação diatópica), isto por comunidades geograficamente definidas. variações faladas idioma é um termo intermediário na distinção dialeto-linguagem e é usado para se referir ao sistema comunicativo estudado (que poderia ser chamado tanto de um dialeto ou uma linguagem) quando sua condição em relação a esta distinção é irrelevante (sendo, portanto, um sinônimo para linguagemnum sentido mais geral); Estes textos reúnem em si as diferentes classes de orações. As enunciativas, que aparecem nos fragmentos informativos, alternam-se com as dubitativas, desiderativas, interrogativas, exclamativas, para manifestar a subjetividade do autor. Esta subjetividade determina também o uso de diminutivos e aumentativos, a presença frequente de adjetivos qualificativos, a ambiguidade lexical e sintática, as repetições, as interjeições. socioletos, isto é, variações faladas por comunidades socialmente definidas linguagem padrão ou norma padrão, padronizada em função da comunicação pública e da educação idioletos, isto é, uma variação particular a uma certa pessoa A Solicitação registros (ou diátipos), isto é, o vocabulário especializado e/ou a gramática de certas atividades ou profissões É dirigida a um receptor que, nessa situação comunicativa estabelecida pela carta, está revestido de autoridade à medida que possui algo ou tem a possibilidade de outorgar algo que é considerado valioso pelo emissor: um emprego, uma vaga em uma escola, etc. etnoletos, para um grupo étnico ecoletos, um idioleto adotado por uma casa Esta assimetria entre autor e leitor um que pede e outro que pode ceder ou não ao pedido, — obriga o primeiro a optar por um estilo formal, que recorre ao uso de fórmulas de cortesia já estabelecidas convencionalmente para a abertura e encerramento (atenciosamente ..com votos de estima e consideração . . . / despeço-me de vós respeitosamente . ../ Saúdo-vos com o maior respeito), e às frases feitas com que se iniciam e encerram-se estes textos (Dirijo-me a vós a fim de solicitar-lhe que ... O abaixo-assinado, Variações como dialetos, idioletos e socioletos podem ser distinguidos não apenas por seu vocabulário, mas também por diferenças na gramática, na fonologia e naversificação. Por exemplo, o sotaque de palavras tonais nas línguas escandinavas tem forma diferente em muitos dialetos. Um outro exemplo é como palavras estrangeiras em diferentes socioletos variam em seu grau de adaptação à fonologia básica da linguagem. Certos registros profissionais, como o chamado legalês, mostram uma variação na gramática da linguagem padrão. Por exemplo, jornalistas ou advogados inglesesfrequentemente usam modos gramaticais, como o modo subjuntivo, que não são mais usados com frequência por outros falantes. Muitos registros são simplesmente um conjunto especializado de termos (veja jargão). Antônio Gonzalez, D.NJ. 32.107 232, dirigi-se ao Senhor Diretor do Instituto Politécnico a fim de solicitar-lhe...) As solicitações podem ser redigidas na primeira ou terceira pessoa do singular. As que são redigidas na primeira pessoa introduzem o emissor através da assinatura, enquanto que as redigidas na terceira pessoa identificam-no no corpo do texto (O abaixo assinado, Juan Antonio Pérez, dirige- É uma questão de definição se gíria e calão podem ser considerados como incluídos no conceito de variação ou de estilo se a...). A progressão temática dá-se através de dois núcleos informativos: o primeiro determina o que o solicitante pretende; o segundo, as condições que reúne para alcançar aquilo que pretende. Estes núcleos, demarcados por frases feitas de abertura e encerramento, podem aparecer invertidos em algumas solicitações, quando o solicitante quer enfatizar suas condições; por isso, as situa em um lugar preferencial para dar maior força à sua apelação. Espécies de variação Variação histórica Acontece ao longo de um determinado período de tempo, pode ser identificada ao se comparar dois estados de uma língua Portuguêsa. O processo de mudança é gradual: uma variante inicialmente utilizada por um grupo restrito de falantes passa a ser adotada por indivíduos socioeconomicamente mais expressivos. A forma antiga permanece ainda entre as gerações mais velhas, período em que as duas variantes convivem; porém com o tempo a nova variante torna-se normal na fala, e finalmente consagra-se pelo uso na modalidade escrita. As mudanças podem ser de grafia ou de significado. Essas solicitações, embora cumpram uma função apelativa, mostram um amplo predomínio das orações enunciativas complexas, com inclusão tanto de proposições causais, consecutivas e condicionais, que permitem desenvolver fundamentações, condicionamentos e efeitos a alcançar, como de construções de infinitivo ou de gerúndio: para alcançar essa posição, o solicitante lhe apresenta os seguintes antecedentes... (o infinitivo salienta os fins a que se persegue), ou alcançando a posição de... (o gerúndio enfatiza os antecedentes que legitimam o pedido). Variação geográfica Trata das diferentes formas de pronúncia, vocabulário e estrutura sintática entre regiões. Dentro de uma comunidade mais ampla, formamse comunidades linguísticasmenores em torno de centros polarizadores , política e economia, que acabam por definir os padrões linguísticos A argumentação destas solicitações institucionalizaram-se de tal maneira que aparece contida nas instruções de formulários de emprego, de solicitação de bolsas de estudo, etc. Linguagens e Códigos é, 14 utilizados na região de diferentes lugares de sua influência e as diferenças linguísticas entre as regiões são graduais, nem sempre coincidindo. Simplificação da concordância: as menina/as meninas. Ausência de concordância verbal quando o sujeito vem depois do verbo: “Chegou” duas moças. Variação social Agrupa alguns fatores de diversidade:o nível sócio-econômico, determinado pelo meio social onde vive um indivíduo; o grau de educação; a idade e o gênero. A variação social não compromete a compreensão entre indivíduos, como poderia acontecer na variação regional; o uso de certas variantes pode indicar qual o nível sócio-econômico de uma pessoa, e há a possibilidade de alguém oriundo de um grupo menos favorecido atingir o padrão de maior prestígio. Uso do pronome pessoal tônico em função de objeto (e não só de sujeito): Nós pegamos “ele” na hora. Assimilação do “ndo” em “no”( falano/falando) ou do “mb” em “m” (tamém/também). Desnasalização das vogais postônicas: home/homem. Redução do “e” ou “o” átonos: ovu/ovo; bebi/bebe. Variação estilística Redução do “r” do infinitivo ou de substantivos em “or”: amá/amar; amô/amor. Considera um mesmo indivíduo em diferentes circunstâncias de comunicação: se está em um ambiente familiar, profissional, o grau de intimidade, o tipo de assunto tratado e quem são os receptores. Sem levar em conta as graduações intermediárias, é possível identificar dois limites extremos de estilo: o informal, quando há um mínimo de reflexão do indivíduo sobre as normas linguísticas, utilizado nas conversações imediatas do cotidiano; e o formal, em que o grau de reflexão é máximo, utilizado em conversações que não são do dia-a-dia e cujo conteúdo é mais elaborado e complexo. Não se deve confundir o estilo formal e informal com língua escritae falada, pois os dois estilos ocorrem em ambas as formas de comunicação. Simplificação da conjugação verbal: eu amo, você ama, nós ama, eles ama. Variações regionais: os sotaques Se você fizer um levantamento dos nomes que as pessoas usam para a palavra "diabo", talvez se surpreenda. Muita gente não gosta de falar tal palavra, pois acreditam que há o perigo de evocá-lo, isto é, de que o demônio apareça. Alguns desses nomes aparecem em o "Grande Sertão: Veredas", Guimarães Rosa, que traz uma linguagem muito característica do sertão centro-oeste do Brasil: As diferentes modalidades de variação linguística não existem isoladamente, havendo um inter-relacionamento entre elas: uma variante geográfica pode ser vista como uma variante social, considerando-se a migração entre regiões do país. Observa-se que o meio rural, por ser menos influenciado pelas mudanças da sociedade, preserva variantes antigas. O conhecimento do padrão de prestígio pode ser fator de mobilidade social para um indivíduo pertencente a uma classe menos favorecida Demo, Demônio, Que-Diga, Capiroto, Satanazim, Diabo, Cujo, Tinhoso, Maligno, Tal, Arrenegado, Cão, Cramunhão, O Indivíduo, O Galhardo, O pé-de-pato, O Sujo, O Homem, O Tisnado, O Coxo, O Temba, O Azarape, O Coisa-ruim, O Mafarro, O Pé-preto, O Canho, O Duba-dubá, O Rapaz, O Tristonho, O Não-sei-que-diga, O Que-nunca-se-ri, O sem gracejos, Pai do Mal, Terdeiro, Quem que não existe, O Solto-Ele, O Ele, Carfano, Rabudo. Drummond de Andrade, grande escritor brasileiro, que elabora seu texto a partir de uma variação linguística relacionada ao vocabulário usado em uma determinada época no Brasil. Bibliografia CAMACHO, R. (1988). A variação linguística. In: Subsídios à proposta curricular de Língua Portuguesa para o 1º e 2º graus. Secretaria da Antigamente Educação do Estado de São Paulo, p. 29-41. "Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e muito prendadas. Não faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo sendo rapagões, faziam-lhes pé-dealferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio." O modo de falar do brasileiro Alfredina Nery Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação Como escreveríamos o texto acima em um português de hoje, do século 21? Toda língua muda com o tempo. Basta lembrarmos que do latim, já transformado, veio o português, que, por sua vez, hoje é muito diferente daquele que era usado na época medieval. Toda língua possui variações linguísticas. Elas podem ser entendidas por meio de sua história no tempo (variação histórica) e no espaço (variação regional). As variações linguísticas podem ser compreendidas a partir de três diferentes fenômenos. Língua e status 1) Em sociedades complexas convivem variedades linguísticas diferentes, usadas por diferentes grupos sociais, com diferentes acessos à educação formal; note que as diferenças tendem a ser maiores na língua falada que nalíngua escrita; Nem todas as variações linguísticas têm o mesmo prestígio social no Brasil. Basta lembrar de algumas variações usadas por pessoas de determinadas classes sociais ou regiões, para perceber que há preconceito em relação a elas. 2) Pessoas de mesmo grupo social expressam-se com falas diferentes de acordo com as diferentes situações de uso, sejam situações formais, informais ou de outro tipo; Veja este texto de Patativa do Assaré, um grande poeta popular nordestino, que fala do assunto: 3) Há falares específicos para grupos específicos, como profissionais de uma mesma área (médicos, policiais, profissionais de informática, metalúrgicos, alfaiates, por exemplo), jovens, grupos marginalizados e outros. São as gírias e jargões. O Poeta da Roça Sou fio das mata, canto da mão grossa, Trabáio na roça, de inverno e de estio. A minha chupana é tapada de barro, Só fumo cigarro de paia de mío. Assim, além do português padrão, há outras variedades de usos da língua cujos traços mais comuns podem ser evidenciados abaixo. Sou poeta das brenha, não faço o papé De argun menestré, ou errante cantô Que veve vagando, com sua viola, Cantando, pachola, à percura de amô. Não tenho sabença, pois nunca estudei, Apenas eu sei o meu nome assiná. Meu pai, coitadinho! Vivia sem cobre, E o fio do pobre não pode estudá. Uso de “r” pelo “l” em final de sílaba e nos grupos consonantais: pranta/planta; broco/bloco. Alternância de “lh” e “i”: muié/mulher; véio/velho. Tendência a tornar paroxítonas as palavras proparoxítonas: arve/árvore; figo/fígado. Redução dos ditongos: caxa/caixa; pexe/peixe. Linguagens e Códigos 15 Meu verso rastero, singelo e sem graça, Não entra na praça, no rico salão, Meu verso só entra no campo e na roça Nas pobre paioça, da serra ao sertão. (...) Precisando um pouco mais, um texto, ou discurso, é um objeto materializado numa dada língua natural, produzido numa situação concreta e pressupondo os participantes locutor e alocutário, fabricado pelo locutor através de uma seleção feita sobre tudo o que é dizível por esse locutor, numa determinada situação, a um determinado alocutário1. Você acredita que a forma de falar e de escrever comprometeu a emoção transmitida por essa poesia? Patativa do Assaré era analfabeto (sua filha é quem escrevia o que ele ditava), mas sua obra atravessou o oceano e se tornou conhecida mesmo na Europa. Assim, materialidade linguística, isto é, a língua natural em uso, os códigos simbólicos, os processos cognitivos e as pressuposições do locutor sobre o saber que ele e o alocutário partilham acerca do mundo são ingredientes indispensáveis ao objeto texto. Leia agora, um poema de um intelectual e poeta brasileiro, Oswald de Andrade, que, já em 1922, enfatizou a busca por uma "língua brasileira". Podemos assim dizer que existe um sistema de regras interiorizadas por todos os membros de uma comunidade linguística. Este sistema de regras de base constitui a competência textual dos sujeitos, competência essa que uma gramática do texto se propõe modelizar. Vício na fala Para dizerem milho dizem mio Para melhor dizem mió Para pior pió Para telha dizem teia Para telhado dizem teiado E vão fazendo telhados. Uma tal gramática fornece, dentro de um quadro formal, determinadas regras para a boa formação textual. Destas regras podemos fazer derivar certos julgamentos de coerência textual. Quanto ao julgamento, efetuado pelos professores, sobre a coerência nos textos dos seus alunos, os trabalhos de investigação concluem que as intervenções do professor a nível de incorreções detectadas na estrutura da frase são precisamente localizadas e assinaladas com marcas convencionais; são designadas com recurso a expressões técnicas (construção, conjugação) e fornecem pretexto para pôr em prática exercícios de correção, tendo em conta uma eliminação duradoura das incorreções observadas. Uma certa tradição cultural nega a existência de determinadas variedades linguísticas dentro do país, o que acaba por rejeitar algumas manifestações linguísticas por considerá-las deficiências do usuário. Nesse sentido, vários mitos são construídos, a partir do preconceito linguístico. COESÃO E COERÊNCIA Pelo contrário, as intervenções dos professores no quadro das incorreções a nível da estrutura do texto, permite-nos concluir que essas incorreções não são designadas através de vocabulário técnico, traduzindo, na maior parte das vezes, uma impressão global da leitura (incompreensível; não quer dizer nada). Diogo Maria De Matos Polónio Introdução Este trabalho foi realizado no âmbito do Seminário Pedagógico sobre Pragmática Linguística e Os Novos Programas de Língua Portuguesa, sob orientação da Professora-Doutora Ana Cristina Macário Lopes, que decorreu na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Para além disso, verificam-se práticas de correção algo brutais (refazer; reformular) sendo, poucas vezes, acompanhadas de exercícios de recuperação. Procurou-se, no referido seminário, refletir, de uma forma geral, sobre a incidência das teorias da Pragmática Linguística nos programas oficiais de Língua Portuguesa, tendo em vista um esclarecimento teórico sobre determinados conceitos necessários a um ensino qualitativamente mais válido e, simultaneamente, uma vertente prática pedagógica que tem necessariamente presente a aplicação destes conhecimentos na situação real da sala de aula. Esta situação é pedagogicamente penosa, uma vez que se o professor desconhece um determinado quadro normativo, encontra-se reduzido a fazer respeitar uma ordem sobre a qual não tem nenhum controle. Antes de passarmos à apresentação e ao estudo dos quatro princípios de coerência textual, há que esclarecer a problemática criada pela dicotomia coerência/coesão que se encontra diretamente relacionada com a dicotomia coerência macro-estrutural/coerência micro-estrutural. Nesse sentido, este trabalho pretende apresentar sugestões de aplicação na prática docente quotidiana das teorias da pragmática linguística no campo da coerência textual, tendo em conta as conclusões avançadas no referido seminário. Mira Mateus considera pertinente a existência de uma diferenciação entre coerência textual e coesão textual. Será, no entanto, necessário reter que esta pequena reflexão aqui apresentada encerra em si uma minúscula partícula de conhecimento no vastíssimo universo que é, hoje em dia, a teoria da pragmática linguística e que, se pelo menos vier a instigar um ponto de partida para novas reflexões no sentido de auxiliar o docente no ensino da língua materna, já terá cumprido honestamente o seu papel. Assim, segundo esta autora, coesão textual diz respeito aos processos linguísticos que permitem revelar a inter-dependência semântica existente entre sequências textuais: Ex.: Entrei na livraria mas não comprei nenhum livro. Para a mesma autora, coerência textual diz respeito aos processos mentais de apropriação do real que permitem inter-relacionar sequências textuais: Ex.: Se esse animal respira por pulmões, não é peixe. Coesão e Coerência Textual Qualquer falante sabe que a comunicação verbal não se faz geralmente através de palavras isoladas, desligadas umas das outras e do contexto em que são produzidas. Ou seja, uma qualquer sequência de palavras não constitui forçosamente uma frase. Pensamos, no entanto, que esta distinção se faz apenas por razões de sistematização e de estruturação de trabalho, já que Mira Mateus não hesita em agrupar coesão e coerência como características de uma só propriedade indispensável para que qualquer manifestação linguística se transforme num texto: a conetividade2. Para que uma sequência de morfemas seja admitida como frase, torna-se necessário que respeite uma certa ordem combinatória, ou seja, é preciso que essa sequência seja construÍda tendo em conta o sistema da língua. Para Charolles não é pertinente, do ponto de vista técnico, estabelecer uma distinção entre coesão e coerência textuais, uma vez que se torna difícil separar as regras que orientam a formação textual das regras que orientam a formação do discurso. Tal como um qualquer conjunto de palavras não forma uma frase, também um qualquer conjunto de frases não forma, forçosamente, um texto. Linguagens e Códigos 16 Além disso, para este autor, as regras que orientam a micro-coerência são as mesmas que orientam a macro-coerência textual. Efetivamente, quando se elabora um resumo de um texto obedece-se às mesmas regras de coerência que foram usadas para a construção do texto original. elemento de uma frase numa outra frase ou até numa outra sequência textual. Ex.: O meu tio tem dois gatos. Todos os dias caminhamos no jardim. Os gatos vão sempre conosco. Assim, para Charolles, micro-estrutura textual diz respeito às relações de coerência que se estabelecem entre as frases de uma sequência textual, enquanto que macro-estrutura textual diz respeito às relações de coerência existentes entre as várias sequências textuais. Por exemplo: Sequência 1: O António partiu para Lisboa. Ele deixou o escritório mais cedo para apanhar o comboio das quatro horas. Sequência 2: Em Lisboa, o António irá encontrar-se com amigos.Vai trabalhar com eles num projeto de uma nova companhia de teatro. Os alunos parecem dominar bem esta regra. No entanto, os problemas aparecem quando o nome que se repete é imediatamente vizinho daquele que o precede. Ex.: A Margarida comprou um vestido. O vestido é colorido e muito elegante. Neste caso, o problema resolve-se com a aplicação de deíticos contextuais. Ex.: A Margarida comprou um vestido. Ele é colorido e muito elegante. Como micro-estruturas temos a sequência 1 ou a sequência 2, enquanto que o conjunto das duas sequências forma uma macro-estrutura. Pode também resolver-se a situação virtualmente utilizando a elipse. Ex.: A Margarida comprou um vestido. É colorido e muito elegante. Ou ainda: A Margarida comprou um vestido que é colorido e muito elegante. Vamos agora abordar os princípios de coerência textual3: 1. Princípio da Recorrência4: para que um texto seja coerente, tornase necessário que comporte, no seu desenvolvimento linear, elementos de recorrência restrita. c)-Substituições Lexicais: o uso de expressões definidas e de deíticos contextuais é muitas vezes acompanhado de substituições lexicais. Este processo evita as repetições de lexemas, permitindo uma retoma do elemento linguístico. Ex.: Deu-se um crime, em Lisboa, ontem à noite: estrangularam uma senhora. Este assassinato é odioso. Para assegurar essa recorrência a língua dispõe de vários recursos: - pronominalizações, - expressões definidas5, - substituições lexicais, - retomas de inferências. Também neste caso, surgem algumas regras que se torna necessário respeitar. Por exemplo, o termo mais genérico não pode preceder o seu representante mais específico. Ex.: O piloto alemão venceu ontem o grande prêmio da Alemanha. Schumacher festejou euforicamente junto da sua equipa. Todos estes recursos permitem juntar uma frase ou uma sequência a uma outra que se encontre próxima em termos de estrutura de texto, retomando num elemento de uma sequência um elemento presente numa sequência anterior: Se se inverterem os substantivos, a relação entre os elementos linguísticos torna-se mais clara, favorecendo a coerência textual. Assim, Schumacher, como termo mais específico, deveria preceder o piloto alemão. a)-Pronominalizações: a utilização de um pronome torna possível a repetição, à distância, de um sintagma ou até de uma frase inteira. O caso mais frequente é o da anáfora, em que o referente antecipa o pronome. Ex.: Uma senhora foi assassinada ontem. Ela foi encontrada estrangulada no seu quarto. No entanto, a substituição de um lexema acompanhado por um determinante, pode não ser suficiente para estabelecer uma coerência restrita. Atentemos no seguinte exemplo: No caso mais raro da catáfora, o pronome antecipa o seu referente. Ex.: Deixe-me confessar-lhe isto: este crime impressionou-me. Ou ainda: Não me importo de o confessar: este crime impressionou-me. Picasso morreu há alguns anos. O autor da "Sagração da Primavera" doou toda a sua coleção particular ao Museu de Barcelona. Teremos, no entanto, que ter cuidado com a utilização da catáfora, para nos precavermos de enunciados como este: Ele sabe muito bem que o João não vai estar de acordo com o António. A presença do determinante definido não é suficiente para considerar que Picasso e o autor da referida peça sejam a mesma pessoa, uma vez que sabemos que não foi Picasso mas Stravinski que compôs a referida peça. Num enunciado como este, não há qualquer possibilidade de identificar ele com António. Assim, existe apenas uma possibilidade de interpretação: ele dirá respeito a um sujeito que não será nem o João nem o António, mas que fará parte do conhecimento simultâneo do emissor e do receptor. Neste caso, mais do que o conhecimento normativo teórico, ou lexicoenciclopédico, são importantes o conhecimento e as convicções dos participantes no ato de comunicação, sendo assim impossível traçar uma fronteira entre a semântica e a pragmática. Há também que ter em conta que a substituição lexical se pode efetuar Para que tal aconteça, torna-se necessário reformular esse enunciado: O António sabe muito bem que o João não vai estar de acordo com e- por - le. As situações de ambiguidade referencial são frequentes nos textos dos alunos. Ex.: O Pedro e o meu irmão banhavam-se num rio. Um homem estava também a banhar-se. Como ele sabia nadar, ensinou-o. - Neste enunciado, mesmo sem haver uma ruptura na continuidade sequencial, existem disfunções que introduzem zonas de incerteza no texto: ele sabia nadar(quem?), ele ensinou-o (quem?; a quem?) - d)-Retomas de Inferências: neste caso, a relação é feita com base em conteúdos semânticos não manifestados, ao contrário do que se passava b)-Expressões Definidas: tal como as pronominalizações, as expressões definidas permitem relembrar nominalmente ou virtualmente um Linguagens e Códigos Sinonímia-seleção de expressões linguísticas que tenham a maior parte dos traços semânticos idêntica: A criança caiu. O miúdo nunca mais aprende a cair! Antonímia-seleção de expressões linguísticas que tenham a maior parte dos traços semânticos oposta: Disseste a verdade? Isso cheira-me a mentira! Hiperonímia-a primeira expressão mantém com a segunda uma relação classe-elemento: Gosto imenso de marisco. Então lagosta, adoro! Hiponímia- a primeira expressão mantém com a segunda uma relação elemento-classe: O gato arranhou-te? O que esperavas de um felino? 17 to coerente pressupõe que se realize um equilíbrio cuidado entre continuidade temática e progressão semântica. com os processos de recorrência anteriormente tratados. Vejamos: P - A Maria comeu a bolacha? R1 - Não, ela deixou-a cair no chão. R2 - Não, ela comeu um morango. R3 - Não, ela despenteou-se. Torna-se assim necessário dominar, simultaneamente, estes dois princípios (recorrência e progressão) uma vez que a abordagem da informação não se pode processar de qualquer maneira. Assim, um texto será coerente se a ordem linear das sequências acompanhar a ordenação temporal dos fatos descritos. Ex.: Cheguei, vi e venci.(e não Vi, venci e cheguei). As sequências P+R1 e P+R2 parecem, desde logo, mais coerentes do que a sequência P+R3. Podemos afirmar, neste caso, que a repetição do pronome não é suficiente para garantir coerência a uma sequência textual. O texto será coerente desde que reconheçamos, na ordenação das suas sequências, uma ordenação de causa-consequência entre os estados de coisas descritos. Ex.: Houve seca porque não choveu. (e não Houve seca porque choveu). Assim, a diferença de avaliação que fazemos ao analisar as várias hipóteses de respostas que vimos anteriormente sustenta-se no fato de R1 e R2 retomarem inferências presentes em P: - aconteceu alguma coisa à bolacha da Maria, - a Maria comeu qualquer coisa. Teremos ainda que ter em conta que a ordem de percepção dos estados de coisas descritos pode condicionar a ordem linear das sequências textuais. Ex.: A praça era enorme. No meio, havia uma coluna; à volta, árvores e canteiros com flores. No entanto, todas as sequências são asseguradas pela repetição do pronome na 3ª pessoa. Neste caso, notamos que a percepção se dirige do geral para o particular. 3.Princípio da Não- Contradição: para que um texto seja coerente, torna-se necessário que o seu desenvolvimento não introduza nenhum elemento semântico que contradiga um conteúdo apresentado ou pressuposto por uma ocorrência anterior ou dedutível por inferência. Já R3 não retoma nenhuma inferência potencialmente dedutível de P. Conclui-se, então, que a retoma de inferências ou de pressuposições garante uma fortificação da coerência textual. Quando analisamos certos exercícios de prolongamento de texto (continuar a estruturação de um texto a partir de um início dado) os alunos são levados a veicular certas informações pressupostas pelos professores. Ou seja, este princípio estipula simplesmente que é inadmissível que uma mesma proposição seja conjuntamente verdadeira e não verdadeira. Por exemplo, quando se apresenta um início de um texto do tipo: Três crianças passeiam num bosque. Elas brincam aos detetives. Que vão eles fazer? Vamos, seguidamente, preocupar-nos, sobretudo, com o caso das contradições inferenciais e pressuposicionais6. Existe contradição inferencial quando a partir de uma proposição podemos deduzir uma outra que contradiz um conteúdo semântico apresentado ou dedutível. Ex.: A minha tia é viúva. O seu marido coleciona relógios de bolso. A interrogação final permite-nos pressupor que as crianças vão realmente fazer qualquer coisa. Um aluno que ignore isso e que narre que os pássaros cantavam enquanto as folhas eram levadas pelo vento, será punido por ter apresentado uma narração incoerente, tendo em conta a questão apresentada. As inferências que autorizam viúva não só não são retomadas na segunda frase, como são perfeitamente contraditas por essa mesma frase. No entanto, um professor terá que ter em conta que essas inferências ou essas pressuposições se relacionam mais com o conhecimento do mundo do que com os elementos linguísticos propriamente ditos. O efeito da incoerência resulta de incompatibilidades semânticas profundas às quais temos de acrescentar algumas considerações temporais, uma vez que, como se pode ver, basta remeter o verbo colecionar para o pretérito para suprimir as contradições. Assim, as dificuldades que os alunos apresentam neste tipo de exercícios, estão muitas vezes relacionadas com um conhecimento de um mundo ao qual eles não tiveram acesso. Por exemplo, será difícil a um aluno recriar o quotidiano de um multi-milionário,senhor de um grande império industrial, que vive numa luxuosa vila. As contradições pressuposicionais são em tudo comparáveis às inferenciais, com a exceção de que no caso das pressuposicionais é um conteúdo pressuposto que se encontra contradito. Ex.: O Júlio ignora que a sua mulher o engana. A sua esposa é-lhe perfeitamente fiel. 2.Princípio da Progressão: para que um texto seja coerente, torna-se necessário que o seu desenvolvimento se faça acompanhar de uma informação semântica constantemente renovada. Na segunda frase, afirma-se a inegável fidelidade da mulher de Júlio, enquanto a primeira pressupõe o inverso. Este segundo princípio completa o primeiro, uma vez que estipula que um texto, para ser coerente, não se deve contentar com uma repetição constante da própria matéria. É frequente, nestes casos, que o emissor recupere a contradição presente com a ajuda de conectores do tipo mas, entretanto, contudo, no entanto, todavia, que assinalam que o emissor se apercebe dessa contradição, assume-a, anula-a e toma partido dela. Ex.: O João detesta viajar. No entanto, está entusiasmado com a partida para Itália, uma vez que sempre sonhou visitar Florença. Alguns textos dos alunos contrariam esta regra. Por exemplo: O ferreiro estava vestido com umas calças pretas, um chapéu claro e uma vestimenta preta. Tinha ao pé de si uma bigorna e batia com força na bigorna. Todos os gestos que fazia consistiam em bater com o martelo na bigorna. A bigorna onde batia com o martelo era achatada em cima e pontiaguda em baixo e batia com o martelo na bigorna. 4.Princípio da Relação: para que um texto seja coerente, torna-se necessário que denote, no seu mundo de representação, fatos que se apresentem diretamente relacionados. Se tivermos em conta apenas o princípio da recorrência, este texto não será incoerente, será até coerente demais. Ou seja, este princípio enuncia que para uma sequência ser admitida como coerente7, terá de apresentar ações, estados ou eventos que sejam congruentes com o tipo de mundo representado nesse texto. No entanto, segundo o princípio da progressão, a produção de um tex- Linguagens e Códigos 18 do produzida sempre com uma determinada intenção. Assim como a frase não é uma simples sucessão de palavras, o texto também não é uma simples sucessão de frases, mas um todo organizado capaz de estabelecer contato com nossos interlocutores, influindo sobre eles. Quando isso ocorre, temos um texto em que há coerência. Assim, se tivermos em conta as três frases seguintes 1 - A Silvia foi estudar. 2 - A Silvia vai fazer um exame. 3 - O circuito de Adelaide agradou aos pilotos de Fórmula 1. A sequência formada por 1+2 surge-nos, desde logo, como sendo mais congruente do que as sequências 1+3 ou 2+3. A coerência é resultante da não-contradição entre os diversos segmentos textuais que devem estar encadeados logicamente. Cada segmento textual é pressuposto do segmento seguinte, que por sua vez será pressuposto para o que lhe estender, formando assim uma cadeia em que todos eles estejam concatenados harmonicamente. Quando há quebra nessa concatenação, ou quando um segmento atual está em contradição com um anterior, perde-se a coerência textual. Nos discursos naturais, as relações de relevância factual são, na maior parte dos casos, manifestadas por conectores que as explicitam semanticamente. Ex.: A Silvia foi estudar porque vai fazer um exame. Ou também: A Silvia vai fazer um exame portanto foi estudar. A impossibilidade de ligar duas frases por meio de conectores constitui um bom teste para descobrir uma incongruência. Ex.: A Silvia foi estudar logo o circuito de Adelaide agradou aos pilotos de Fórmula 1. A coerência é também resultante da adequação do que se diz ao contexto extra verbal, ou seja, àquilo o que o texto faz referência, que precisa ser conhecido pelo receptor. O conhecimento destes princípios de coerência, por parte dos professores, permite uma nova apreciação dos textos produzidos pelos alunos, garantindo uma melhor correção dos seus trabalhos, evitando encontrar incoerências em textos perfeitamente coerentes, bem como permite a dinamização de estratégias de correção. Ao ler uma frase como "No verão passado, quando estivemos na capital do Ceará Fortaleza, não pudemos aproveitar a praia, pois o frio era tanto que chegou a nevar", percebemos que ela é incoerente em decorrência da incompatibilidade entre um conhecimento prévio que temos da realizada com o que se relata. Sabemos que, considerando uma realidade "normal", em Fortaleza não neva (ainda mais no verão!). Teremos que ter em conta que para um leitor que nada saiba de centrais termo-nucleares nada lhe parecerá mais incoerente do que um tratado técnico sobre centrais termo-nucleares. Claro que, inserido numa narrativa ficcional fantástica, o exemplo acima poderia fazer sentido, dando coerência ao texto - nesse caso, o contexto seria a "anormalidade" e prevaleceria a coerência interna da narrativa. No entanto, os leitores quase nunca consideram os textos incoerentes. Pelo contrário, os receptores dão ao emissor o crédito da coerência, admitindo que o emissor terá razões para apresentar os textos daquela maneira. No caso de apresentar uma inadequação entre o que informa e a realidade "normal" pré-conhecida, para guardar a coerência o texto deve apresentar elementos linguísticos instruindo o receptor acerca dessa anormalidade. Assim, o leitor vai esforçar-se na procura de um fio condutor de pensamento que conduza a uma estrutura coerente. Uma afirmação como "Foi um verdadeiro milagre! O menino caiu do décimo andar e não sofreu nenhum arranhão." é coerente, na medida que a frase inicial ("Foi um verdadeiro milagre") instrui o leitor para a anormalidade do fato narrado. Tudo isto para dizer que deve existir nos nossos sistemas de pensamento e de linguagem uma espécie de princípio de coerência verbal (comparável com o princípio de cooperação de Grice8 estipulando que, seja qual for o discurso, ele deve apresentar forçosamente uma coerência própria, uma vez que é concebido por um espírito que não é incoerente por si mesmo. 2. Coesão: A redação deve primar, como se sabe, pela clareza, objetividade, coerência e coesão. E a coesão, como o próprio nome diz (coeso significa ligado), é a propriedade que os elementos textuais têm de estar interligados. De um fazer referência ao outro. Do sentido de um depender da relação com o outro. Preste atenção a este texto, observando como as palavras se comunicam, como dependem uma das outras. É justamente tendo isto em conta que devemos ler, avaliar e corrigir os textos dos nossos alunos. Anotações: 1- M. H. Mira Mateus, Gramática da Língua Portuguesa, Ed. Caminho, 19923, p.134; M. H. Mira Mateus, op. cit., pp.134-148; 3- "Méta-regles de cohérence", segundo Charolles, Introduction aux problèmes de la cohérence des textes, in Langue Française, 1978; 4- "Méta-regle de répétition", segundo Charolles (op. cit.); 5- "Les déficitivisations et les référentiations déictiques contextuelles", segundo Charolles (op. cit.); 6- Charolles aponta igualmente as contradições enunciativas. No entanto, vamos debruçar-nos apenas sobre as contradições inferenciais e pressuposicionais, uma vez que foi sobre este tipo de contradições que efetuamos exercícios em situação de prática pedagógica. 7- Charolles refere inclusivamente a existência de uma "relation de congruence" entre o que é enunciado na sequência textual e o mundo a que essa sequência faz referência; 8- Para um esclarecimento sobre este princípio, ver O. Ducrot, Dire et ne pas dire, Paris, Herman, 1972 e também D. Gordon e G. Lakoff, Postulates de conservation, Langages nº 30, Paris, DidierLarousse, 1973. SÃO PAULO: OITO PESSOAS MORREM EM QUEDA DE AVIÃO Das Agências Cinco passageiros de uma mesma família, de Maringá, dois tripulantes e uma mulher que viu o avião cair morreram Oito pessoas morreram (cinco passageiros de uma mesma família e dois tripulantes, além de uma mulher que teve ataque cardíaco) na queda de um avião (1) bimotor Aero Commander, da empresa J. Caetano, da cidade de Maringá (PR). O avião (1) prefixo PTI-EE caiu sobre quatro sobrados da Rua Andaquara, no bairro de Jardim Marajoara, Zona Sul de São Paulo, por volta das 21h40 de sábado. O impacto (2) ainda atingiu mais três residências. Estavam no avião (1) o empresário Silvio Name Júnior (4), de 33 anos, que foi candidato a prefeito de Maringá nas últimas eleições (leia reportagem nesta página); o piloto (1) José Traspadini (4), de 64 anos; o co-piloto (1) Geraldo Antônio da Silva Júnior, de 38; o sogro de Name Júnior (4), Márcio Artur Lerro Ribeiro (5), de 57; seus (4) filhos Márcio Rocha Ribeiro Neto, de 28, e Gabriela Gimenes Ribeiro (6), de 31; e o marido dela (6), João Izidoro de Andrade (7), de 53 anos. 1. Coerência: Produzimos textos porque pretendemos informar, divertir, explicar, convencer, discordar, ordenar, ou seja, o texto é uma unidade de significa- Linguagens e Códigos Izidoro Andrade (7) é conhecido na região (8) como um dos maiores compradores de cabeças de gado do Sul (8) do país. Márcio Ribeiro (5) era um dos sócios do Frigorífico Naviraí, empresa proprietária do bimotor (1). 19 Isidoro Andrade (7) havia alugado o avião (1) Rockwell Aero Commander 691, prefixo PTI-EE, para (7) vir a São Paulo assistir ao velório do filho (7) Sérgio Ricardo de Andrade (8), de 32 anos, que (8) morreu ao reagir a um assalto e ser baleado na noite de sexta-feira. elemento já citado ou de se referir a outro que ainda vai ser mencionado é a substituição, que é o mecanismo pelo qual se usa uma palavra (ou grupo de palavras) no lugar de outra palavra (ou grupo de palavras). Confira os principais elementos de substituição: O avião (1) deixou Maringá às 7 horas de sábado e pousou no aeroporto de Congonhas às 8h27. Na volta, o bimotor (1) decolou para Maringá às 21h20 e, minutos depois, caiu na altura do número 375 da Rua Andaquara, uma espécie de vila fechada, próxima à avenida Nossa Senhora do Sabará, uma das avenidas mais movimentadas da Zona Sul de São Paulo. Ainda não se conhece as causas do acidente (2). O avião (1) não tinha caixa preta e a torre de controle também não tem informações. O laudo técnico demora no mínimo 60 dias para ser concluído. Pronomes: a função gramatical do pronome é justamente substituir ou acompanhar um nome. Ele pode, ainda, retomar toda uma frase ou toda a ideia contida em um parágrafo ou no texto todo. Na matéria-exemplo, são nítidos alguns casos de substituição pronominal: o sogro de Name Júnior (4), Márcio Artur Lerro Ribeiro (5), de 57; seus (4) filhos Márcio Rocha Ribeiro Neto, de 28, e Gabriela Gimenes Ribeiro (6), de 31; e o marido dela (6), João Izidoro de Andrade (7), de 53 anos. O pronome possessivo seus retoma Name Júnior (os filhos de Name Júnior...); o pronome pessoal ela, contraído com a preposição de na forma dela, retoma Gabriela Gimenes Ribeiro (e o marido de Gabriela...). No último parágrafo, o pronome pessoal elas retoma as três pessoas que estavam nas casas atingidas pelo avião: Elas (10) não sofreram ferimentos graves. Segundo testemunhas, o bimotor (1) já estava em chamas antes de cair em cima de quatro casas (9). Três pessoas (10) que estavam nas casas (9) atingidas pelo avião (1) ficaram feridas. Elas (10) não sofreram ferimentos graves. (10) Apenas escoriações e queimaduras. Elídia Fiorezzi, de 62 anos, Natan Fiorezzi, de 6, e Josana Fiorezzi foram socorridos no Pronto Socorro de Santa Cecília. Epítetos: são palavras ou grupos de palavras que, ao mesmo tempo que se referem a um elemento do texto, qualificam-no. Essa qualificação pode ser conhecida ou não pelo leitor. Caso não seja, deve ser introduzida de modo que fique fácil a sua relação com o elemento qualificado. Vejamos, por exemplo, o elemento (1), referente ao avião envolvido no acidente. Ele foi retomado nove vezes durante o texto. Isso é necessário à clareza e à compreensão do texto. A memória do leitor deve ser reavivada a cada instante. Se, por exemplo, o avião fosse citado uma vez no primeiro parágrafo e fosse retomado somente uma vez, no último, talvez a clareza da matéria fosse comprometida. Exemplos: a) (...) foram elogiadas pelo por Fernando Henrique Cardoso. O presidente, que voltou há dois dias de Cuba, entregou-lhes um certificado... (o epíteto presidente retoma Fernando Henrique Cardoso; poder-se-ia usar, como exemplo, sociólogo); b) Edson Arantes de Nascimento gostou do desempenho do Brasil. Para o ex-Ministro dos Esportes, a seleção... (o epíteto ex-Ministro dos Esportes retoma Edson Arantes do Nascimento; poder-se-iam, por exemplo, usar as formas jogador do século, número um do mundo, etc. E como retomar os elementos do texto? Podemos enumerar alguns mecanismos: a) REPETIÇÃO: o elemento (1) foi repetido diversas vezes durante o texto. Pode perceber que a palavra avião foi bastante usada, principalmente por ele ter sido o veículo envolvido no acidente, que é a notícia propriamente dita. A repetição é um dos principais elementos de coesão do texto jornalístico fatual, que, por sua natureza, deve dispensar a releitura por parte do receptor (o leitor, no caso). A repetição pode ser considerada a mais explícita ferramenta de coesão. Na dissertação cobrada pelos vestibulares, obviamente deve ser usada com parcimônia, uma vez que um número elevado de repetições pode levar o leitor à exaustão. Sinônimos ou quase sinônimos: palavras com o mesmo sentido (ou muito parecido) dos elementos a serem retomados. Exemplo: O prédio foi demolido às 15h. Muitos curiosos se aglomeraram ao redor do edifício, para conferir o espetáculo (edifício retoma prédio. Ambos são sinônimos). Nomes deverbais: são derivados de verbos e retomam a ação expressa por eles. Servem, ainda, como um resumo dos argumentos já utilizados. Exemplos: Uma fila de centenas de veículos paralisou o trânsito da Avenida Higienópolis, como sinal de protesto contra o aumentos dos impostos. A paralisação foi a maneira encontrada... (paralisação, que deriva de paralisar, retoma a ação de centenas de veículos de paralisar o trânsito da Avenida Higienópolis). O impacto (2) ainda atingiu mais três residências (o nome impacto retoma e resume o acidente de avião noticiado na matériaexemplo) b) REPETIÇÃO PARCIAL: na retomada de nomes de pessoas, a repetição parcial é o mais comum mecanismo coesivo do texto jornalístico. Costuma-se, uma vez citado o nome completo de um entrevistado - ou da vítima de um acidente, como se observa com o elemento (7), na última linha do segundo parágrafo e na primeira linha do terceiro -, repetir somente o(s) seu(s) sobrenome(s). Quando os nomes em questão são de celebridades (políticos, artistas, escritores, etc.), é de praxe, durante o texto, utilizar a nominalização por meio da qual são conhecidas pelo público. Exemplos: Nedson (para o prefeito de Londrina, Nedson Micheletti); Farage (para o candidato à prefeitura de Londrina em 2000 Farage Khouri); etc. Nomes femininos costumam ser retomados pelo primeiro nome, a não ser nos casos em que o sobrenomes sejam, no contexto da matéria, mais relevantes e as identifiquem com mais propriedade. Elementos classificadores e categorizadores: referem-se a um elemento (palavra ou grupo de palavras) já mencionado ou não por meio de uma classe ou categoria a que esse elemento pertença: Uma fila de centenas de veículos paralisou o trânsito da Avenida Higienópolis. O protesto foi a maneira encontrada... (protesto retoma toda a ideia anterior - da paralisação -, categorizando-a como um protesto); Quatro cães foram encontrados ao lado do corpo. Ao se aproximarem, os peritos enfrentaram a reação dos animais (animais retoma cães, indicando uma das possíveis classificações que se podem atribuir a eles). c) ELIPSE: é a omissão de um termo que pode ser facilmente deduzido pelo contexto da matéria. Veja-se o seguinte exemplo: Estavam no avião (1) o empresário Silvio Name Júnior (4), de 33 anos, que foi candidato a prefeito de Maringá nas últimas eleições; o piloto (1) José Traspadini (4), de 64 anos; o co-piloto (1) Geraldo Antônio da Silva Júnior, de 38. Perceba que não foi necessário repetir-se a palavra avião logo após as palavras piloto e co-piloto. Numa matéria que trata de um acidente de avião, obviamente o piloto será de aviões; o leitor não poderia pensar que se tratasse de um piloto de automóveis, por exemplo. No último parágrafo ocorre outro exemplo de elipse: Três pessoas (10) que estavam nas casas (9) atingidas pelo avião (1) ficaram feridas. Elas (10) não sofreram ferimentos graves. (10) Apenas escoriações e queimaduras. Note que o (10) em negrito, antes de Apenas, é uma omissão de um elemento já citado: Três pessoas. Na verdade, foi omitido, ainda, o verbo: (As três pessoas sofreram) Apenas escoriações e queimaduras. Advérbios: palavras que exprimem circunstâncias, principalmente as de lugar: Em São Paulo, não houve problemas. Lá, os operários não aderiram... (o advérbio de lugar lá retoma São Paulo). Exemplos de advérbios que comumente funcionam como elementos referenciais, isto é, como elementos que se referem a outros do texto: aí, aqui, ali, onde, lá, etc. Observação: É mais frequente a referência a elementos já citados no texto. Porém, é muito comum a utilização de palavras e expressões que se refiram a elementos que ainda serão utilizados. Exemplo: Izidoro Andrade (7) é conhecido na região (8) como um dos maiores compradores de cabeças de gado do Sul (8) do país. Márcio Ribeiro (5) era um dos sócios do Frigorífico Naviraí, empresa proprietária do bimotor (1). A palavra região serve como elemento classificador de Sul (A palavra Sul indica uma região d) SUBSTITUIÇÕES: uma das mais ricas maneiras de se retomar um Linguagens e Códigos 20 do país), que só é citada na linha seguinte. bem que, por mais que, por menos que, só que, ao passo que. Conexão: Além da constante referência entre palavras do texto, observa-se na coesão a propriedade de unir termos e orações por meio de conectivos, que são representados, na Gramática, por inúmeras palavras e expressões. A escolha errada desses conectivos pode ocasionar a deturpação do sentido do texto. Abaixo, uma lista dos principais elementos conectivos, agrupados pelo sentido. Baseamo-nos no autor Othon Moacyr Garcia (Comunicação em Prosa Moderna). Ideias alternativas: Ou, ou... ou, quer... quer, ora... ora. Níveis De Significado Dos Textos: Significado Implícito E Explícito Observe a seguinte frase: Fiz faculdade, mas aprendi algumas coisas. Nela, o falante transmite duas informações de maneira explícita: que ele frequentou um curso superior; que ele aprendeu algumas coisas. Prioridade, relevância: em primeiro lugar, antes de mais nada, antes de tudo, em princípio, primeiramente, acima de tudo, precipuamente, principalmente, primordialmente, sobretudo, a priori (itálico), a posteriori (itálico). Ao ligar essas duas informações com um “mas” comunica também de modo implícito sua critica ao sistema de ensino superior, pois a frase passa a transmitir a ideia de que nas faculdades não se aprende nada. Um dos aspectos mais intrigantes da leitura de um texto é a verificação de que ele pode dizer coisas que parece não estar dizendo: além das informações explicitamente enunciadas, existem outras que ficam subentendidas ou pressupostas. Para realizar uma leitura eficiente, o leitor deve captar tanto os dados explícitos quanto os implícitos. Tempo (frequência, duração, ordem, sucessão, anterioridade, posterioridade): então, enfim, logo, logo depois, imediatamente, logo após, a princípio, no momento em que, pouco antes, pouco depois, anteriormente, posteriormente, em seguida, afinal, por fim, finalmente agora atualmente, hoje, frequentemente, constantemente às vezes, eventualmente, por vezes, ocasionalmente, sempre, raramente, não raro, ao mesmo tempo, simultaneamente, nesse ínterim, nesse meio tempo, nesse hiato, enquanto, quando, antes que, depois que, logo que, sempre que, assim que, desde que, todas as vezes que, cada vez que, apenas, já, mal, nem bem. Leitor perspicaz é aquele que consegue ler nas entrelinhas. Caso contrário, ele pode passar por cima de significados importantes e decisivos ou — o que é pior — pode concordar com coisas que rejeitaria se as percebesse. Semelhança, comparação, conformidade: igualmente, da mesma forma, assim também, do mesmo modo, similarmente, semelhantemente, analogamente, por analogia, de maneira idêntica, de conformidade com, de acordo com, segundo, conforme, sob o mesmo ponto de vista, tal qual, tanto quanto, como, assim como, como se, bem como. Não é preciso dizer que alguns tipos de texto exploram, com malícia e com intenções falaciosas, esses aspectos subentendidos e pressupostos. Que são pressupostos? São aquelas ideias não expressas de maneira explícita, mas que o leitor pode perceber a partir de certas palavras ou expressões contidas na frase. Condição, hipótese: se, caso, eventualmente. Adição, continuação: além disso, demais, ademais, outrossim, ainda mais, ainda cima, por outro lado, também, e, nem, não só ... mas também, não só... como também, não apenas ... como também, não só ... bem como, com, ou (quando não for excludente). Assim, quando se diz “O tempo continua chuvoso”, comunica-se de maneira explícita que no momento da fala o tempo é de chuva, mas, ao mesmo tempo, o verbo “continuar” deixa perceber a informação implícita de que antes o tempo já estava chuvoso. Dúvida: talvez provavelmente, possivelmente, quiçá, quem sabe, é provável, não é certo, se é que. Na frase “Pedro deixou de fumar” diz-se explicitamente que, no momento da fala, Pedro não fuma. O verbo “deixar”, todavia, transmite a informação implícita de que Pedro fumava antes. Certeza, ênfase: decerto, por certo, certamente, indubitavelmente, inquestionavelmente, sem dúvida, inegavelmente, com toda a certeza. A informação explícita pode ser questionada pelo ouvinte, que pode ou não concordar com ela. Os pressupostos, no entanto, têm que ser verdadeiros ou pelo menos admitidos como verdadeiros, porque é a partir deles que se constróem as informações explícitas. Se o pressuposto é falso, a informação explícita não tem cabimento. No exemplo acima, se Pedro não fumava antes, não tem cabimento afirmar que ele deixou de fumar. Surpresa, imprevisto: inesperadamente, inopinadamente, de súbito, subitamente, de repente, imprevistamente, surpreendentemente. Ilustração, esclarecimento: por exemplo, só para ilustrar, só para exemplificar, isto é, quer dizer, em outras palavras, ou por outra, a saber, ou seja, aliás. Na leitura e interpretação de um texto, é muito importante detectar os pressupostos, pois seu uso é um dos recursos argumentativos utilizados com vistas a levar o ouvinte ou o leitor a aceitar o que está sendo comunicado. Ao introduzir uma ideia sob a forma de pressuposto, o falante transforma o ou vinte em cúmplice, urna vez que essa ideia não é posta em Propósito, intenção, finalidade: com o fim de, a fim de, com o propósito de, com a finalidade de, com o intuito de, para que, a fim de que, para. discussão e todos os argumentos subsequentes só contribuem para confirmá -la. Lugar, proximidade, distância: perto de, próximo a ou de, junto a ou de, dentro, fora, mais adiante, aqui, além, acolá, lá, ali, este, esta, isto, esse, essa, isso, aquele, aquela, aquilo, ante, a. Por isso pode-se dizer que o pressuposto aprisiona o ouvinte ao sistema de pensamento montado pelo falante. Resumo, recapitulação, conclusão: em suma, em síntese, em conclusão, enfim, em resumo, portanto, assim, dessa forma, dessa maneira, desse modo, logo, pois (entre vírgulas), dessarte, destarte, assim sendo. A demonstração disso pode ser encontrada em muitas dessas “verdades” incontestáveis postas como base de muitas alegações do discurso político. Causa e consequência. Explicação: por consequência, por conseguinte, como resultado, por isso, por causa de, em virtude de, assim, de fato, com efeito, tão (tanto, tamanho) ... que, porque, porquanto, pois, já que, uma vez que, visto que, como (= porque), portanto, logo, que (= porque), de tal sorte que, de tal forma que, haja vista. Tomemos como exemplo a seguinte frase: Ë preciso construir mísseis nucleares para defender o Ocidente de um ataque soviético. Contraste, oposição, restrição, ressalva: pelo contrário, em contraste com, salvo, exceto, menos, mas, contudo, todavia, entretanto, no entanto, embora, apesar de, ainda que, mesmo que, posto que, posto, conquanto, se Linguagens e Códigos O conteúdo explícito afirma: — a necessidade da construção de mísseis, — com a finalidade de defesa contra o ataque soviético. 21 ouvinte depreendeu. O pressuposto, isto é, o dado que não se põe em discussão é: os soviéticos pretendem atacar o Ocidente. O subentendido, muitas vezes, serve para o falante proteger-se diante de uma informação que quer transmitir para o ouvinte sem se comprometer com ela. Os argumentos contra o que foi informado explicitamente nessa frase podem ser: — os mísseis não são eficientes para conter o ataque soviético; — uma guerra de mísseis vai destruir o mundo inteiro e não apenas os soviéticos; — a negociação com os soviéticos é o único meio de dissuadi-los de um ataque ao Ocidente. Para entender esse processo de descomprometimento que ocorre com a manipulação dos subentendidos, imaginemos a seguinte situação: um funcionário público do partido de oposição lamenta, diante dos colegas reunidos em assembleia, que um colega de seção, do partido do governo, além de ter sido agraciado com uma promoção, conseguiu um empréstimo muito favorável do banco estadual, ao passo que ele, com mais tempo de serviço, continuava no mesmo posto e não conseguia o empréstimo solicitado muito antes que o referido colega. Como se pode notar, os argumentos são contrários ao que está dito explicitamente, mas todos eles confirmam o pressuposto, isto é, todos os argumentos aceitam que os soviéticos pretendem atacar o Ocidente. Mais tarde, tendo sido acusado de estar denunciando favoritismo do governo para com os seus adeptos, o funcionário reclamante defende-se prontamente, alegando não ter falado em favoritismo e que isso era dedução de quem ouvira o seu discurso. A aceitação do pressuposto é o que permite levar à frente o debate. Se o ouvinte disser que os soviéticos não têm intenção nenhuma de atacar o Ocidente, estará negando o pressuposto lançado pelo falante e então a possibilidade de diálogo fica comprometida irreparavelmente. Qualquer argumento entre os citados não teria nenhuma razão de ser. Isso quer dizer que, com pressupostos distintos, não é possível o diálogo ou não tem ele sentido algum. Pode-se contornar esse problema tornando os pressupostos afirmações explícitas, que então podem ser discutidas. Na verdade, ele não falou em favoritismo mas deu a entender, deixou subentendido para não se comprometer com o que disse. Fez a denúncia sem denunciar explicitamente. A frase sugere, mas não diz. A distinção entre pressupostos e subentendidos em certos casos é bastante sutil. Não vamos aqui ocupar-nos dessas sutilezas, mas explorar esses conceitos como instrumentos úteis para uma compreensão mais eficiente do texto. Os pressupostos são marcados, nas frases, por meio de vários indicadores linguísticos, como, por exemplo: a) certos advérbios Os resultados da pesquisa ainda não chegaram até nós. Pressuposto: Os resultados já deviam ter chegado. ou Os resultados vão chegar mais tarde. ARTICULAÇÃO DO TEXTO: PRONOMES E EXPRESSÕES REFERENCIAIS, NEXOS, OPERADORES SEQUENCIAIS. Resenha Critica de Articulação do Texto Amanda Alves Martins Resenha Crítica do livro A Articulação do Texto, da autora Elisa Guimarães b) certos verbos O caso do contrabando tornou-se público. Pressuposto: O caso não era público antes. No livro de Elisa Guimarães, A Articulação do Texto, a autora procura esclarecer as dúvidas referentes à formação e à compreensão de um texto e do seu contexto. c) as orações adjetivas Os candidatos a prefeito, que só querem defender seus interesses, não pensam no povo. Formado por unidades coordenadas, ou seja, interligadas entre si, o texto constitui, portanto, uma unidade comunicativa para os membros de uma comunidade; nele, existe um conjunto de fatores indispensáveis para a sua construção, como “as intenções do falante (emissor), o jogo de imagens conceituais, mentais que o emissor e destinatário executam.”(Manuel P. Ribeiro, 2004, p.397). Somado à isso, um texto não pode existir de forma única e sozinha, pois depende dos outros tanto sintaticamente quanto semanticamente para que haja um entendimento e uma compreensão deste. Dentro de um texto, as partes que o formam se integram e se explicam de forma recíproca. Pressuposto: Todos os candidatos a prefeito têm interesses individuais. Mas a mesma frase poderia ser redigida assim: Os candidatos a prefeito que só querem defender seus interesses não pensam no povo. No caso, o pressuposto seria outro: Nem todos os candidatos a prefeito têm interesses individuais. No primeiro caso, a oração é explicativa; no segundo, é restritiva. As explicativas pressupõem que o que elas expressam refere-se a todos os elementos de um dado conjunto; as restritivas, que o que elas dizem concerne a parte dos elementos de um dado conjunto. Completando o processo de formação de um texto, a autora nos esclarece que a economia de linguagem facilita a compreensão dele, sendo indispensável uma ligação entre as partes, mesmo havendo um corte de trechos considerados não essenciais. d) os adjetivos Os partidos radicais acabarão com a democracia no Brasil. Quando o tema é a “situação comunicativa” (p.7), a autora nos esclarece a relação texto X contexto, onde um é essencial para esclarecermos o outro, utilizando-se de palavras que recebem diferentes significados conforme são inseridas em um determinado contexto; nos levando ao entendimento de que não podemos considerar isoladamente os seus conceitos e sim analisá-los de acordo com o contexto semântico ao qual está inserida. Pressuposto: Existem partidos radicais no Brasil. Os subentendidos Os subentendidos são as insinuações escondidas por trás de uma afirmação. Quando um transeunte com o cigarro na mão pergunta: Você tem fogo?, acharia muito estranho se você dissesse: Tenho e não lhe acendesse o cigarro. Na verdade, por trás da pergunta subentende-se: Acenda-me Segundo Elisa Guimarães, o sentido da palavra texto estende-se a uma enorme vastidão, podendo designar “um enunciado qualquer, oral ou escrito, longo ou breve, antigo ou moderno” (p.14) e ao contrário do que muitos podem pensar, um texto pode ser caracterizado como um fragmento, uma frase, um verbo ect e não apenas na reunião destes com mais algumas outras formas de enunciação; procurando sempre uma objetividade para que a sua compreensão seja feita de forma fácil e clara. o cigarro por favor. O subentendido difere do pressuposto num aspecto importante: o pressuposto é um dado posto como indiscutível para o falante e para o ouvinte, não é para ser contestado; o subentendido é de responsabilidade do ouvinte, pois o falante, ao subentender, esconde-se por trás do sentido literal das palavras e pode dizer que não estava querendo dizer o que o Linguagens e Códigos 22 Esta economia textual facilita no caminho de transmissão entre o enunciador e o receptor do texto que procura condensar as informações recebidas a fim de se deter ao “núcleo informativo” (p.17), este sim, primordial a qualquer informação. relação semântica entre os elementos do discurso, respondendo pelo que chamamos de conectividade textual. “A coerência diz respeito ao nexo entre os conceitos; e a coesão, à expressão desse nexo no plano linguístico” (VAL, Maria das Graças Costa. Redação e textualidade, 1991, p.7) A autora também apresenta diversas formas de classificação do discurso e do texto, porém, detenhamo-nos na divisão de texto informativo e de um texto literário ou ficcional. No capítulo que diz respeito às noções de estrutura, Elisa Guimarães, busca ressaltar o nível sintático representado pelas coordenações e subordinações que fixam relações de “equivalência” ou “hierarquia” respectivamente. Um fato importante dentro do livro A Articulação do Texto, é o valor atribuído às estruturas integrantes do texto, como o título, o parágrafo, as inter e intrapartes, o início e o fim e também, as superestruturas. Analisando um texto, é possível percebermos que a repetição de um nome/lexema, nos induz à lembrar de fatos já abordados, estimula a nossa biblioteca mental e a informa da importância de tal nome, que dentro de um contexto qualquer, ou seja que não fosse de um texto informacional, seria apenas caracterizado como uma redundância desnecessária. Essa repetição é normalmente dada através de sinônimos ou “sinônimos perfeitos” (p.30) que permitem a permutação destes nomes durante o texto sem que o sentido original e desejado seja modificado. O título funciona como estratégica de articulação do texto podendo desempenhar papéis que resumam os seus pontos primordiais, como também, podem ser desvendados no decorrer da leitura do texto. Os parágrafos esquematizam o raciocínio do escritos, como enuncia Othon Moacir Garcia: “O parágrafo facilita ao escritor a tarefa de isolar e depois ajustar convenientemente as ideias principais da sua composição, permitindo ao leitor acompanhar-lhes o desenvolvimento nos seus diferentes estágios”. Esta relação semântica presente nos textos ocorre devido às interpretações feitas da realidade pelo interlocutor, que utiliza a chamada “semântica referencial” (p.31) para causar esta busca mental no receptor através de palavras semanticamente semelhantes à que fora enunciada, porém, existe ainda o que a autora denominou de “inexistência de sinônimo perfeito” (p.30) que são sinônimos porém quando posto em substituição um ao outro não geram uma coerência adequada ao entendimento. É bom relembrar, que dentro do parágrafo encontraremos o chamado tópico frasal, que resumirá a principal ideia do parágrafo no qual esta inserido; e também encontraremos, segundo a autora, dez diferentes tipos de parágrafo, cada qual com um ponto de vista específico. Nesta relação de substituição por sinônimos, devemos ter cautela quando formos usar os “hiperônimos” (p.32), ou até mesmo a “hiponímia” (p.32) onde substitui-se a parte pelo todo, pois neste emaranhado de substituições pode-se causar desajustes e o resultado final não fazer com que a imagem mental do leitor seja ativada de forma corretamente, e outra assimilação, errônea, pode ser utilizada. No que diz respeito ao tópico Inicio e fim, Elisa Guimarães preferiu abordá-los de forma mútua já que um é consequência ou decorrência do outro; ficando a organização da narrativa com uma forma de estrutura clássica e seguindo uma linha sequencial já esperada pelo leitor, onde o início alimenta a esperança de como virá a ser o texto, enquanto que o fim exercer uma função de dar um destaque maior ao fechamento do texto, o que também, alimenta a imaginação tanto do leito, quanto do próprio autor. Seguindo ainda neste linear das substituições, existem ainda as “nominações” e a “elipse”, onde na primeira, o sentido inicialmente expresso por um verbo é substituído por um nome, ou seja, um substantivo; e, enquanto na segunda, ou seja, na elipse, o substituto é nulo e marcado pela flexão verbal; como podemos perceber no seguinte exemplo retirado do livro de Elisa Guimarães: “Louve-se nos mineiros, em primeiro lugar, a sua presença suave. Mil deles não causam o incômodo de dez cearenses. No geral, o que diz respeito ao livro A Articulação do Texto de Elisa Guimarães, ele nos trás um grande número de informações e novos conceitos em relação à produção e compreensão textual, no entanto, essa grande leva de informações muitas vezes se tornam confusas e acabam por desprenderem-se uma das outras, quebrando a linearidade de todo o texto e dificultando o entendimento teórico. __Não grita, ___ não empurram< ___ não seguram o braço da gente, ___ não impõem suas opiniões. Para os importunos inventaram eles uma palavra maravilhosamente definidora e que traduz bem a sua antipatia para essa casta de gente (...)” (Rachel de Queiroz. Mineiros. In: Cem crônicas escolhidas. Rio de Janeiros, José Olympio, 1958, p.82). A REFERENCIAÇÃO / OS REFERENTES / COERÊNCIA E COESÃO A fala e também o texto escrito constituem-se não apenas numa sequência de palavras ou de frases. A sucessão de coisas ditas ou escritas forma uma cadeia que vai muito além da simples sequencialidade: há um entrelaçamento significativo que aproxima as partes formadoras do texto falado ou escrito. Os mecanismos linguísticos que estabelecem a conectividade e a retomada e garantem a coesão são os referentes textuais. Cada uma das coisas ditas estabelece relações de sentido e significado tanto com os elementos que a antecedem como com os que a sucedem, construindo uma cadeia textual significativa. Essa coesão, que dá unidade ao texto, vai sendo construída e se evidencia pelo emprego de diferentes procedimentos, tanto no campo do léxico, como no da gramática. (Não esqueçamos que, num texto, não existem ou não deveriam existir elementos dispensáveis. Os elementos constitutivos vão construindo o texto, e são as articulações entre vocábulos, entre as partes de uma oração, entre as orações e entre os parágrafos que determinam a referenciação, os contatos e conexões e estabelecem sentido ao todo.) Porém é preciso especificar que para que haja a elipse o termo elíptico deve estar perfeitamente claro no contexto. Este conceito e os demais já ditos anteriormente são primordiais para a compreensão e produção textual, uma vez que contribuem para a economia de linguagem, fator de grande valor para tais feitos. Ao abordar os conceitos de coesão e coerência, a autora procura primeiramente retomar a noção de que a construção do texto é feita através de “referentes linguísticos” (p.38) que geram um conjunto de frases que irão constituir uma “microestrutura do texto” (p.38) que se articula com a estrutura semântica geral. Porém, a dificuldade de se separar a coesão da coerência está no fato daquela está inserida nesta, formando uma linha de raciocínio de fácil compreensão, no entanto, quando ocorre uma incoerência textual, decorrente da incompatibilidade e não exatidão do que foi escrito, o leitor também é capaz de entender devido a sua fácil compreensão apesar da má articulação do texto. Atenção especial concentram os procedimentos que garantem ao texto coesão e coerência. São esses procedimentos que desenvolvem a dinâmica articuladora e garantem a progressão textual. A coesão é a manifestação linguística da coerência e se realiza nas relações entre elementos sucessivos (artigos, pronomes adjetivos, adjetivos em relação aos substantivos; formas verbais em relação aos sujeitos; tempos verbais nas relações espaço-temporais constitutivas do texto etc.), na organização de períodos, de parágrafos, das partes do todo, como formadoras de uma cadeia de sentido capaz de apresentar e desenvolver um tema ou as unidades de um texto. Construída com os mecanismos A coerência de um texto não é dada apenas pela boa interligação entre as suas frases, mas também porque entre estas existe a influência da coerência textual, o que nos ajuda a concluir que a coesão, na verdade, é efeito da coerência. Como observamos em Nova Gramática Aplicada da Língua Portuguesa de Manoel P. Ribeiro (2004, 14ed): A coesão e a coerência trazem a característica de promover a inter- Linguagens e Códigos 23 gramaticais e lexicais, confere unidade formal ao texto. 1. Considere-se, inicialmente, a coesão apoiada no léxico. Ela pode dar-se pela reiteração, pela substituição e pela associação. É garantida com o emprego de: enlaces semânticos de frases por meio da repetição. A mensagemtema do texto apoiada na conexão de elementos léxicos sucessivos pode dar-se por simples iteração (repetição). Cabe, nesse caso, fazer-se a diferenciação entre a simples redundância resultado da pobreza de vocabulário e o emprego de repetições como recurso estilístico, com intenção articulatória. Ex.: “As contas do patrão eram diferentes, arranjadas a tinta e contra o vaqueiro, mas Fabiano sabia que elas estavam erradas e o patrão queria enganálo.Enganava.” Vidas secas, p. 143); substituição léxica, que se dá tanto pelo emprego de sinônimos como de palavras quase sinônimas. Considerem-se aqui além das palavras sinônimas, aquelas resultantes de famílias ideológicas e do campo associativo, como, por exemplo, esvoaçar, revoar, voar; hipônimos (relações de um termo específico com um termo de sentido geral, ex.: gato, felino) e hiperônimos (relações de um termo de sentido mais amplo com outros de sentido mais específico, ex.: felino, gato); nominalizações (quando um fato, uma ocorrência, aparece em forma de verbo e, mais adiante, reaparece como substantivo, ex.: consertar, o conserto; viajar, a viagem). É preciso distinguir-se entre nominalização estrita e. generalizações (ex.: o cão < o animal) e especificações (ex.: planta > árvore > palmeira); substitutos universais (ex.: João trabalha muito. Também o faço. O verbo fazer em substituição ao verbo trabalhar); enunciados que estabelecem a recapitulação da ideia global. Ex.: O mamente, recentemente, ontem, há alguns dias, antes de (pretérito); de agora em diante, no próximo ano, depois de (futuro). Todo um enunciado anterior e a ideia global que ele refere são retomados por outro enunciado que os resume e/ou interpreta. Com esse recurso, evitam-se as repetições e faz-se o discurso avançar, mantendo-se sua unidade. 2. A coesão apoiada na gramática dá-se no uso de: certos pronomes (pessoais, adjetivos ou substantivos). Destacam-se aqui os pronomes pessoais de terceira pessoa, empregados como substitutos de elementos anteriormente presentes no texto, diferentemente dos pronomes de 1ª e 2ª pessoa que se referem à pessoa que fala e com quem esta fala. certos advérbios e expressões adverbiais; artigos; conjunções; numerais; elipses. A elipse se justifica quando, ao remeter a um enunciado anterior, a palavra elidida é facilmente identificável (Ex.: O jovem reco- É possível observar que os articuladores relacionam os argumentos diferentemente. Podemos, inclusive, agrupá-los, conforme a relação que estabelecem. Maria da Graça Costa Val lembra que “esses recursos expressam relações não só entre os elementos no interior de uma frase, mas também entre frases e sequências de frases dentro de um texto”. Não só a coesão explícita possibilita a compreensão de um texto. Muitas vezes a comunicação se faz por meio de uma coesão implícita, apoiada no conhecimento mútuo anterior que os participantes do processo comunicativo têm da língua. A ligação lógica das ideias Uma das características do texto é a organização sequencial dos elementos linguísticos que o compõem, isto é, as relações de sentido que se estabelecem entre as frases e os parágrafos que compõem um texto, fazendo com que a interpretação de um elemento linguístico qualquer seja dependente da de outro(s). Os principais fatores que determinam esse encadeamento lógico são: a articulação, a referência, a substituição vocabular e a elipse. ARTICULAÇÃO Os articuladores (também chamados nexos ou conectores) são conjunções, advérbios e preposições responsáveis pela ligação entre si dos fatos denotados num texto, Eles exprimem os diferentes tipos de interdependência de sentido das frases no processo de sequencialização textual. As ideias ou proposições podem se relacionar indicando causa, consequência, finalidade, etc. Ingressei na Faculdade a fim de ascender socialmente. Ingressei na Faculdade porque pretendo ser biólogo. Ingressei na Faculdade depois de ter-me casado. curral deserto, o chiqueiro das cabras arruinado e também deserto, a casa do vaqueiro fechada, tudo anunciava abandono (Vidas Secas, p.11). Esse enunciado é chamado de anáfora conceptual. Relações de: adição: os conectores articula sequencialmente frases cujos conteúdos se adicionam a favor de uma mesma conclusão: e, também, não só...como também, tanto...como, além de, além disso, ainda, nem. Na maioria dos casos, as frases somadas não são permutáveis, isto é, a ordem em que ocorrem os fatos descritos deve ser respeitada. Ele entrou, dirigiu-se à escrivaninha e sentou-se. alternância: os conteúdos alternativos das frases são articulados por conectores como ou, ora...ora, seja...seja. O articulador ou pode expressar inclusão ou exclusão. lheu-se cedo. ... Sabia que ia necessitar de todas as suas forças. O termo o jovem deixa de ser repetido e, assim, estabelece a relação entre as duas orações.). É a própria ausência do termo que marca a inter-relação. A identificação pode dar-se com o próprio enunciado, como no exemplo anterior, ou com elementos extraverbais, exteriores ao enunciado. Vejam-se os avisos em lugares públicos (ex.: Perigo!) e as frases exclamativas, que remetem a uma situação não-verbal. Nesse caso, a articulação se dá entre texto e contexto (extratextual); as concordâncias; a correlação entre os tempos verbais. Ele não sabe se conclui o curso ou abandona a Faculdade. oposição: os conectores articulam sequencialmente frases cujos conteúdos se opõem. São articuladores de oposição: mas, porém, todavia, entretanto, no entanto, não obstante, embora, apesar de (que), ainda que, se bem que, mesmo que, etc. O candidato foi aprovado, mas não fez a matrícula. condicionalidade: essa relação é expressa pela combinação de duas proposições: uma introduzida pelo articulador se ou caso e outra por então (consequente), que pode vir implícito. Estabelece-se uma relação entre o antecedente e o consequente, isto é, sendo o antecedente verdadeiro ou possível, o consequente também o será. Os dêiticos exercem, por excelência, essa função de progressão textual, dada sua característica: são elementos que não significam, apenas indicam, remetem aos componentes da situação comunicativa. Já os componentes concentram em si a significação. Referem os participantes do ato de comunicação, o momento e o lugar da enunciação. Na relação de condicionalidade, estabelece-se, muitas vezes, uma condição hipotética, isto é,, cria-se na proposição introduzida pelo articulador se/caso uma hipótese que condicionará o que será dito na proposição seguinte. Em geral, a proposição situa-se num tempo futuro. Elisa Guimarães ensina a respeito dos dêiticos: Os pronomes pessoais e as desinências verbais indicam os participantes do ato do discurso. Os pronomes demonstrativos, certas locuções prepositivas e adverbiais, bem como os advérbios de tempo, referenciam o momento da enunciação, podendo indicar simultaneidade, anterioridade ou posterioridade. Assim: este, agora, hoje, neste momento (presente); ulti- Linguagens e Códigos Caso tenha férias, (então) viajarei para Buenos Aires. causalidade: é expressa pela combinação de duas proposições, uma das quais encerra a causa que acarreta a consequência expressa na outra. 24 Tal relação pode ser veiculada de diferentes formas: introduzem uma justificativa ou explicação a algo já anteriormente referido. Passei no vestibular porque estudei muito visto que já que uma vez que _________________ _____________________ consequência causa Não se preocupe que As pausas Os articuladores são, muitas vezes, substituídos por “pausas” (marcadas por dois pontos, vírgula, ponto final na escrita). Que podem assinalar tipos de relações diferentes. Estudei tanto que passei no vestibular. Estudei muito por isso passei no vestibular _________________ ____________________ causa consequência Como estudei Por ter estudado muito ___________________ causa Compramos tudo pela manhã: à tarde pretendemos viajar. (causalidade) Não fique triste. As coisas se resolverão. (justificativa) Ela estava bastante tranquila eu tinha os nervos à flor da pele. ( oposição) Não estive presente à cerimônia. Não posso descrevê-la. (conclusão) http://www.seaac.com.br/ passei no vestibular passei no vestibular ___________________ consequência A análise de expressões referenciais é fundamental na interpretação do discurso. A identificação de expressões correferentes é importante em diversas aplicações de Processamento da Linguagem Natural. Expressões referenciais podem ser usadas para introduzir entidades em um discurso ou podem fazer referência a entidades já mencionadas,podendo fazer uso de redução lexical. finalidade: uma das proposições do período explicita o(s) meio(s) para se atingir determinado fim expresso na outra. Os articuladores principais são: para, afim de, para que. Utilizo o automóvel a fim de facilitar minha vida. Interpretar e produzir textos de qualidade são tarefas muito importantes na formação do aluno. Para realizá-las de modo satisfatório, é essencial saber identificar e utilizar os operadores sequenciais e argumentativos do discurso. A linguagem é um ato intencional, o indivíduo faz escolhas quando se pronuncia oralmente ou quando escreve. Para dar suporte a essas escolhas, de modo a fazer com que suas opiniões sejam aceitas ou respeitadas, é fundamental lançar mão dos operadores que estabelecem ligações (espécies de costuras) entre os diferentes elementos do discurso. conformidade: essa relação expressa-se por meio de duas proposições, em que se mostra a conformidade de conteúdo de uma delas em relação a algo afirmado na outra. O aluno realizou a prova conforme o professor solicitara. segundo consoante como de acordo com a solicitação... MODOS DE ORGANIZAÇÃO DO TEXTO temporalidade: é a relação por meio da qual se localizam no tempo ações, eventos ou estados de coisas do mundo real, expressas por meio de duas proposições. Quando Mal Logo que terminei o colégio, matriculei-me aqui. Assim que Depois que No momento em que Nem bem Oliveira, (2003:41) fazendo alusão a Charaudeau (1992) observa: Os modos de organização do discurso ( o narrativo, o descritivo, o argumentativo e o enunciativo) são maneiras de estruturar o texto, visando a uma função típica de cada um: a função do narrativo é contar ou relatar, a do descritivo, descrever; a do argumentativo, argumentar, ou seja, explicar uma verdade numa visão racionalizante para influenciar o interlocutor; e a do enunciativo é gerir os outros três. Este tem pois uma função metadiscursiva – Charaudeau ( 1992:642-646). Oliveira.Helênio (2004), discutindo conceitos básicos em análise do discurso, com base nos dois grandes critérios de classificação de textos ( o intratextual-estrutural, o que se encontra no texto; e o extratextual– sensível a situação comunicativa), propõe a nomenclatura “modos de organização do texto”, acrescentando a listagem de Charaudeau (1992) outros dois modos de organização: o expositivo e o injuntivo. concomitância de fatos: Enquanto todos se divertiam, ele estudava com afinco. Existe aqui uma simultaneidade entre os fatos descritos em cada uma das proposições. b) um tempo progressivo: À proporção que os alunos terminavam a prova, iam se retirando. bar enchia de frequentadores à medida que a noite caía. O modo de organização do texto narrativo é construído pela sucessão, desenvolvimento de ações que formam o arcabouço de uma história (no sentido estrito) – processos, sequências, tempo em andamento. O Modo Descritivo tem como funcionamento identificar, distinguir, qualificar pessoa ou objeto, os ‘seres do mundo’ (a quem Oliveira, Helênio (2004 mimeo) denomina “objeto da descrição” ). Na descrição confeccionamos uma espécie de retrato através de palavras. Tempo estático. Conclusão: um enunciado introduzido por articuladores como portanto, logo, pois, então, por conseguinte, estabelece uma conclusão em relação a algo dito no enunciado anterior: Assistiu a todas as aulas e realizou com êxito todos os exercícios. Portanto tem condições de se sair bem na prova. É importante salientar que os articuladores conclusivos não se limitam a articular frases. Eles podem articular parágrafos, capítulos. Discorrendo sobre o texto descritivo, Oliveira, Helênio (mimeo) destaca importantes fatores que normalmente não são levados em consideração quando se aborda o M.O.D. descritivo: Comparação: é estabelecida por articuladores : tanto (tão)...como, tanto (tal)...como, tão ...quanto, mais ....(do) que, menos ....(do) que, assim como. Ele é tão competente quanto Alberto. · A existência de textos iminentemente descritivos: A descrição de um tipo de rocha, da anatomia de uma espécie animal, do sistema pronominal de dada língua etc. Explicação ou justificativa: os articuladores do tipo pois, que, porque Linguagens e Códigos eu voltarei pois porque 25 deve corresponder a um parágrafo para que essa fala não se confunda com a do narrador ou com a de outro personagem. · O ponto de vista e o ângulo do observador afetando na seleção dos atributos do objeto descrito – limitações físicas, intelectuais etc. Parágrafo Descritivo · O caráter infinito dos possíveis “objetos de descrição”, bem como os diversos sentidos empregados na observação do objeto descrito (+ ou – sensorial) A ideia central do parágrafo descritivo é um quadro, ou seja, um fragmento daquilo que está sendo descrito (uma pessoa, uma paisagem, um ambiente, etc.), visto sob determinada perspectiva, num determinado momento. Alterado esse quadro, teremos novo parágrafo. Progressão temática: é a soma das unidades temática. Toda dissertação bem construída deve expor progressão temática. Eis a inteligente maneira de trazer densidade sobre o tema proposto. O parágrafo descritivo vai apresentar as mesmas características da descrição: predomínio de verbos de ligação, emprego de adjetivos que caracterizam o que está sendo descrito, ocorrência de orações justapostas ou coordenadas. Parágrafo Os textos em prosa, sejam eles narrativos, descritivos ou dissertativos, são estruturados geralmente em unidades menores, os parágrafos, identificados por um ligeiro afastamento de sua primeira linha em relação à margem esquerda da folha. Possuem extensão variada: há parágrafos longos e parágrafos curtos. O que vai determinar sua extensão é a unidade temática, já que cada ideia exposta no texto deve corresponder a um parágrafo. Frase Frase é um conjunto de palavras que têm sentido completo. O tempo está nublado. Socorro! Que calor! "O parágrafo é uma unidade de composição, constituída por um ou mais de um período em que desenvolve determinada ideia central, ou nuclear, a que se agregam outras, secundárias, intimamente relacionadas pelo sentido e logicamente decorrentes dela." [GARCIA, Othon M. Comunicação em prosa moderna. 7.ed. Rio de Janeiro: FGV, 1978, p. 203.] Oração Oração é a frase que apresenta verbo ou locução verbal. Essa definição não se aplica a todo o tipo de parágrafo: trata-se de um modelo - denominado parágrafo-padrão - que, por ser cultivado por bons escritores modernos, o aluno poderá (e até deverá) imitar: A fanfarra desfilou na avenida. As festas juninas estão chegando. Muito comum nos textos de natureza dissertativa, que trabalham com ideias e exigem maior rigor e objetividade na composição, o parágrafopadrão apresente a seguinte estrutura: Período a) introdução - também denominada tópico frasal, é constituída de uma ou duas frases curtas, que expressam, de maneira sintética, a ideia principal do parágrafo, definindo seu objetivo; O período pode ser: Período é a frase estruturada em oração ou orações. - simples - aquele constituído por uma só oração (oração absoluta). Fui à livraria ontem. b) desenvolvimento - corresponde a uma ampliação do tópico frasal, com apresentação de ideias secundárias que o fundamentam ou esclarecem; - composto - quando constituído por mais de uma oração. Fui à livraria ontem e comprei um livro. c) conclusão - nem sempre presente, especialmente nos parágrafos mais curtos e simples, a conclusão retoma a ideia central, levando em consideração os diversos aspectos selecionados no desenvolvimento. REESCRITURA DE FRASES E PARÁGRAFOS DO TEXTO Eder Sabino Carlos Nas dissertações, os parágrafos são estruturados a partir de uma ideia que normalmente é apresentada em sua introdução, desenvolvida e reforçada por uma conclusão. 6 Reescritura de frases e parágrafos do texto. 6.1 Substituição de palavras ou de trechos de texto. Os Parágrafos na Dissertação Escolar 6.2 Retextualização de diferentes gêneros e níveis de formalidade. As dissertações escolares, normalmente, costumam ser estruturadas em quatro ou cinco parágrafos (um parágrafo para a introdução, dois ou três para o desenvolvimento e um para a conclusão). Este ítem será abordado como um tema só, pois a separação deles está meio complicada, pois a substituição de palavras ou de trechos tem tudo a ver com a retextualização É claro que essa divisão não é absoluta. Dependendo do tema proposto e da abordagem que se dê a ele, ela poderá sofrer variações. Mas é fundamental que você perceba o seguinte: a divisão de um texto em parágrafos (cada um correspondendo a uma determinada ideia que nele se desenvolve) tem a função de facilitar, para quem escreve, a estruturação coerente do texto e de possibilitar, a quem lê, uma melhor compreensão do texto em sua totalidade. Reescrituração de textos Figuras de estilo, figuras ou Desvios de linguagem são nomes dados a alguns processos que priorizam a palavra ou o todo para tornar o texto mais rico e expressivo ou buscar um novo significado, possibilitando uma reescritura correta de textos. Podem ser: Parágrafo Narrativo Figuras de palavras Nas narrações, a ideia central do parágrafo é um incidente, isto é, um episódio curto. As figuras de palavra consistem no emprego de um termo com sentido diferente daquele convencionalmente empregado, a fim de se conseguir um efeito mais expressivo na comunicação. Nos parágrafos narrativos, há o predomínio dos verbos de ação que se referem a personagens, além de indicações de circunstâncias relativas ao fato: onde ele ocorreu, quando ocorreu, por que ocorreu, etc. São figuras de palavras: Comparação: O que falamos acima aplica-se ao parágrafo narrativo propriamente dito, ou seja, aquele que relata um fato (lembrando que podemos ter, em um texto narrativo, parágrafos descritivos e dissertativos). Ocorre comparação quando se estabelece aproximação entre dois elementos que se identificam, ligados por conectivos comparativos explícitos – feito, assim como, tal, como, tal qual, tal como, qual, que nem – e alguns verbos – parecer, assemelhar-se e outros. Nas narrações existem também parágrafos que servem para reproduzir as falas dos personagens. No caso do discurso direto (em geral antecedido por dois-pontos e introduzido por travessão), cada fala de um personagem Linguagens e Códigos 26 Exemplos: “Amou daquela vez como se fosse máquina. / Beijou sua mulher como se fosse lógico.” (Chico Buarque); A sinestesia consiste na fusão de sensações diferentes numa mesma expressão. Essas sensações podem ser físicas (gustação, audição, visão, olfato e tato) ou psicológicas (subjetivas). “As solteironas, os longos vestidos negros fechados no pescoço, negros xales nos ombros, pareciam aves noturnas paradas…” (Jorge Amado). Exemplo: “A minha primeira recordação é um muro velho, no quintal de uma casa indefinível. Tinha várias feridas no reboco e veludo de musgo. Milagrosa aquela mancha verde [sensação visual] e úmida, macia [sensações táteis], quase irreal.” (Augusto Meyer) Metáfora: Ocorre metáfora quando um termo substitui outro através de uma relação de semelhança resultante da subjetividade de quem a cria. A metáfora também pode ser entendida como uma comparação abreviada, em que o conectivo não está expresso, mas subentendido. Ocorre antonomásia quando designamos uma pessoa por uma qualidade, característica ou fato que a distingue. Exemplo: “Supondo o espírito humano uma vasta concha, o meu fim, Sr. Soares, é ver se posso extrair pérolas, que é a razão.” (Machado de Assis). Na linguagem coloquial, antonomásia é o mesmo que apelido, alcunha ou cognome, cuja origem é um aposto (descritivo, especificativo etc.) do nome próprio. Antonomásia: Metonímia: Exemplos: “E ao rabi simples (Cristo), que a igualdade prega, / Rasga e enlameia a túnica inconsútil; (Raimundo Correia). / Pelé (= Edson Arantes do Nascimento) / O Cisne de Mântua (= Virgílio) / O poeta dos escravos (= Castro Alves) / O Dante Negro (= Cruz e Souza) / O Corso (= Napoleão) Ocorre metonímia quando há substituição de uma palavra por outra, havendo entre ambas algum grau de semelhança, relação, proximidade de sentido ou implicação mútua. Tal substituição fundamenta-se numa relação objetiva, real, realizando-se de inúmeros modos: Alegoria: - o continente pelo conteúdo e vice-versa: Antes de sair, tomamos um cálice (o conteúdo de um cálice) de licor. A alegoria é uma acumulação de metáforas referindo-se ao mesmo objeto; é uma figura poética que consiste em expressar uma situação global por meio de outra que a evoque e intensifique o seu significado. Na alegoria, todas as palavras estão transladadas para um plano que não lhes é comum e oferecem dois sentidos completos e perfeitos – um referencial e outro metafórico. - a causa pelo efeito e vice-versa: “E assim o operário ia / Com suor e com cimento (com trabalho) / Erguendo uma casa aqui / Adiante um apartamento.” (Vinicius de Moraes). - o lugar de origem ou de produção pelo produto: Comprei uma garrafa do legítimo porto (o vinho da cidade do Porto). Exemplo: “A vida é uma ópera, é uma grande ópera. O tenor e o barítono lutam pelo soprano, em presença do baixo e dos comprimários, quando não são o soprano e o contralto que lutam pelo tenor, em presença do mesmo baixo e dos mesmos comprimários. Há coros numerosos, muitos bailados, e a orquestra é excelente…” (Machado de Assis). - o autor pela obra: Ela parecia ler Jorge Amado (a obra de Jorge Amado). - o abstrato pelo concreto e vice-versa: Não devemos contar com o seu coração (sentimento, sensibilidade). Figuras de sintaxe ou de construção: - o símbolo pela coisa simbolizada: A coroa (o poder) foi disputada pelos revolucionários. As figuras de sintaxe ou de construção dizem respeito a desvios em relação à concordância entre os termos da oração, sua ordem, possíveis repetições ou omissões. - a matéria pelo produto e vice-versa: Lento, o bronze (o sino) soa. Elas podem ser construídas por: - o inventor pelo invento: Edson (a energia elétrica) ilumina o mundo. a) omissão: assíndeto, elipse e zeugma; - a coisa pelo lugar: Vou à Prefeitura (ao edifício da Prefeitura). b) repetição: anáfora, pleonasmo e polissíndeto; - o instrumento pela pessoa que o utiliza: Ele é um bom garfo (guloso, glutão). c) inversão: anástrofe, hipérbato, sínquise e hipálage; Sinédoque: d) ruptura: anacoluto; Ocorre sinédoque quando há substituição de um termo por outro, havendo ampliação ou redução do sentido usual da palavra numa relação quantitativa. Encontramos sinédoque nos seguintes casos: e) concordância ideológica: silepse. - o todo pela parte e vice-versa: “A cidade inteira (o povo) viu assombrada, de queixo caído, o pistoleiro sumir de ladrão, fugindo nos cascos (parte das patas) de seu cavalo.” (J. Cândido de Carvalho) Assíndeto: Portanto, são figuras de construção ou sintaxe: Ocorre assíndeto quando orações ou palavras deveriam vir ligadas por conjunções coordenativas, aparecem justapostas ou separadas por vírgulas. - o singular pelo plural e vice-versa: O paulista (todos os paulistas) é tímido; o carioca (todos os cariocas), atrevido. Exigem do leitor atenção maior no exame de cada fato, por exigência das pausas rítmicas (vírgulas). - o indivíduo pela espécie (nome próprio pelo nome comum): Para os artistas ele foi um mecenas (protetor). Exemplo: “Não nos movemos, as mãos é que se estenderam pouco a pouco, todas quatro, pegando-se, apertando-se, fundindo-se.” (Machado de Assis). Catacrese: A catacrese é um tipo de especial de metáfora, “é uma espécie de metáfora desgastada, em que já não se sente nenhum vestígio de inovação, de criação individual e pitoresca. É a metáfora tornada hábito linguístico, já fora do âmbito estilístico.” (Othon M. Garcia). Elipse: Ocorre elipse quando omitimos um termo ou oração que facilmente podemos identificar ou subentender no contexto. Pode ocorrer na supressão de pronomes, conjunções, preposições ou verbos. É um poderoso recurso de concisão e dinamismo. São exemplos de catacrese: folhas de livro / pele de tomate / dente de alho / montar em burro / céu da boca / cabeça de prego / mão de direção / ventre da terra / asa da xícara / sacar dinheiro no banco. Exemplo: “Veio sem pinturas, em vestido leve, sandálias coloridas.” (elipse do pronome ela (Ela veio) e da preposição de (de sandálias…). Sinestesia: Zeugma: Linguagens e Códigos 27 Ocorre zeugma quando um termo já expresso na frase é suprimido, ficando subentendida sua repetição. Ocorre hipálage quando há inversão da posição do adjetivo: uma qualidade que pertence a um objeto é atribuída a outro, na mesma frase. Exemplo: “Foi saqueada a vida, e assassinados os partidários dos Felipes.” (Zeugma do verbo: “e foram assassinados…”) (Camilo Castelo Branco). Exemplo: “… as lojas loquazes dos barbeiros.” (as lojas dos barbeiros loquazes.) (Eça de Queiros). Anacoluto: Anáfora: Ocorre anacoluto quando há interrupção do plano sintático com que se inicia a frase, alterando-lhe a sequência lógica. A construção do período deixa um ou mais termos – que não apresentam função sintática definida – desprendidos dos demais, geralmente depois de uma pausa sensível. Ocorre anáfora quando há repetição intencional de palavras no início de um período, frase ou verso. Exemplo: “Depois o areal extenso… / Depois o oceano de pó… / Depois no horizonte imenso / Desertos… desertos só…” (Castro Alves). Exemplo: “Essas empregadas de hoje, não se pode confiar nelas.” (Alcântara Machado). Pleonasmo: Silepse: Ocorre pleonasmo quando há repetição da mesma ideia, isto é, redundância de significado. Ocorre silepse quando a concordância não é feita com as palavras, mas com a ideia a elas associada. a) Pleonasmo literário: a) Silepse de gênero: É o uso de palavras redundantes para reforçar uma ideia, tanto do ponto de vista semântico quanto do ponto de vista sintático. Usado como um recurso estilístico, enriquece a expressão, dando ênfase à mensagem. Ocorre quando há discordância entre os gêneros gramaticais (feminino ou masculino). Exemplo: “Iam vinte anos desde aquele dia / Quando com os olhos eu quis ver de perto / Quando em visão com os da saudade via.” (Alberto de Oliveira). Exemplo: “Quando a gente é novo, gosta de fazer bonito.” (Guimarães Rosa). b) Silepse de número: “Morrerás morte vil na mão de um forte.” (Gonçalves Dias) Ocorre quando há discordância envolvendo o número gramatical (singular ou plural). “Ó mar salgado, quando do teu sal / São lágrimas de Portugal” (Fernando Pessoa). Exemplo: Corria gente de todos lados, e gritavam.” (Mário Barreto). b) Pleonasmo vicioso: c) Silepse de pessoa: É o desdobramento de ideias que já estavam implícitas em palavras anteriormente expressas. Pleonasmos viciosos devem ser evitados, pois não têm valor de reforço de uma ideia, sendo apenas fruto do descobrimento do sentido real das palavras. Ocorre quando há discordância entre o sujeito expresso e a pessoa verbal: o sujeito que fala ou escreve se inclui no sujeito enunciado. Exemplo: “Na noite seguinte estávamos reunidas algumas pessoas.” (Machado de Assis). Exemplos: subir para cima / entrar para dentro / repetir de novo / ouvir com os ouvidos / hemorragia de sangue / monopólio exclusivo / breve alocução / principal protagonista. Figuras de pensamento: As figuras de pensamento são recursos de linguagem que se referem ao significado das palavras, ao seu aspecto semântico. Polissíndeto: Ocorre polissíndeto quando há repetição enfática de uma conjunção coordenativa mais vezes do que exige a norma gramatical (geralmente a conjunção e). É um recurso que sugere movimentos ininterruptos ou vertiginosos. São figuras de pensamento: Antítese: Ocorre antítese quando há aproximação de palavras ou expressões de sentidos opostos. Exemplo: “Vão chegando as burguesinhas pobres, / e as criadas das burguesinhas ricas / e as mulheres do povo, e as lavadeiras da redondeza.” (Manuel Bandeira). Exemplo: “Amigos ou inimigos estão, amiúde, em posições trocadas. Uns nos querem mal, e fazem-nos bem. Outros nos almejam o bem, e nos trazem o mal.” (Rui Barbosa). Anástrofe: Ocorre anástrofe quando há uma simples inversão de palavras vizinhas (determinante/determinado). Apóstrofe: Ocorre apóstrofe quando há invocação de uma pessoa ou algo, real ou imaginário, que pode estar presente ou ausente. Corresponde ao vocativo na análise sintática e é utilizada para dar ênfase à expressão. Exemplo: “Tão leve estou (estou tão leve) que nem sombra tenho.” (Mário Quintana). Hipérbato: Exemplo: “Deus! ó Deus! onde estás, que não respondes?” (Castro Alves). Ocorre hipérbato quando há uma inversão completa de membros da frase. Paradoxo: Exemplo: “Passeiam à tarde, as belas na Avenida. ” (As belas passeiam na Avenida à tarde.) (Carlos Drummond de Andrade). Ocorre paradoxo não apenas na aproximação de palavras de sentido oposto, mas também na de ideias que se contradizem referindo-se ao mesmo termo. É uma verdade enunciada com aparência de mentira. Oxímoro (ou oximoron) é outra designação para paradoxo. Sínquise: Ocorre sínquise quando há uma inversão violenta de distantes partes da frase. É um hipérbato exagerado. Exemplo: “Amor é fogo que arde sem se ver; / É ferida que dói e não se sente; / É um contentamento descontente; / É dor que desatina sem doer;” (Camões) Exemplo: “A grita se alevanta ao Céu, da gente. ” (A grita da gente se alevanta ao Céu ) (Camões). Eufemismo: Hipálage: Linguagens e Códigos Ocorre eufemismo quando uma palavra ou expressão é empregada para atenuar uma verdade tida como penosa, desagradável ou chocante. 28 Exemplo: “E pela paz derradeira (morte) que enfim vai nos redimir Deus lhe pague”. (Chico Buarque). Barbarismo Barbarismo, peregrinismo, idiotismo ou estrangeirismo (para os latinos qualquer estrangeiro era bárbaro) é o uso de palavra, expressão ou construção estrangeira no lugar de equivalente vernácula. Gradação: Ocorre gradação quando há uma sequência de palavras que intensificam uma mesma ideia. De acordo com a língua de origem, os estrangeirismos recebem diferentes nomes: Exemplo: “Aqui… além… mais longe por onde eu movo o passo.” (Castro Alves). galicismo ou francesismo, quando provenientes do francês (de Gália, antigo nome da França); Hipérbole: anglicismo, quando do inglês; Ocorre hipérbole quando há exagero de uma ideia, a fim de proporcionar uma imagem emocionante e de impacto. castelhanismo, quando vindos do espanhol; Ex: Exemplo: “Rios te correrão dos olhos, se chorares!” (Olavo Bilac). Mais penso, mais fico inteligente (galicismo; o mais adequado seria “quanto maispenso, (tanto) mais fico inteligente”); Ironia: Ocorre ironia quando, pelo contexto, pela entonação, pela contradição de termos, sugere-se o contrário do que as palavras ou orações parecem exprimir. A intenção é depreciativa ou sarcástica. Comeu um roast-beef (anglicismo; o mais adequado seria “comeu um rosbife“); Havia links para sua página (anglicismo; o mais adequado seria “Havia ligações(ou vínculos) para sua página”. Exemplo: “Moça linda, bem tratada, / três séculos de família, / burra como uma porta: / um amor.” (Mário de Andrade). Eles têm serviço de delivery. (anglicismo; o mais adequado seria “Eles têm serviço de entrega”). Prosopopeia: Ocorre prosopopeia (ou animização ou personificação) quando se atribui movimento, ação, fala, sentimento, enfim, caracteres próprios de seres animados a seres inanimados ou imaginários. Premiê apresenta prioridades da Presidência lusa da UE (galicismo, o mais adequado seria Primeiro-ministro) Nesta receita gastronômica usaremos Blueberries e Grapefruits. (anglicismo, o mais adequado seria Mirtilo e Toranja) Também a atribuição de características humanas a seres animados constitui prosopopeia o que é comum nas fábulas e nos apólogos, como este exemplo de Mário de Quintana: “O peixinho (…) silencioso e levemente melancólico…” Convocamos para a Reunião do Conselho de DA’s (plural da sigla de Diretório Acadêmico). (anglicismo, e mesmo nesta língua não se usa apóstrofo ‘s’ para pluralizar; o mais adequado seria DD.AA. ou DAs.) Exemplos: “… os rios vão carregando as queixas do caminho.” (Raul Bopp) Há quem considere barbarismo também divergências de pronúncia, grafia, morfologia, etc., tais como “adevogado” ou “eu sabo“, pois seriam atitudes típicas de estrangeiros, por eles dificilmente atingirem alta fluência no dialeto padrão da língua. Um frio inteligente (…) percorria o jardim…” (Clarice Lispector) Perífrase: Ocorre perífrase quando se cria um torneio de palavras para expressar algum objeto, acidente geográfico ou situação que não se quer nomear. Em nível pragmático, o barbarismo normalmente é indesejável porque os receptores da mensagem frequentemente conhecem o termo em questão na língua nativa de sua comunidade linguística, mas nem sempre conhecem o termo correspondente na língua ou dialeto estrangeiro à comunidade com a qual ele está familiarizado. Em nível político, um barbarismo também pode ser interpretado como uma ofensa cultural por alguns receptores que se encontram ideologicamente inclinados a repudiar certos tipos de influência sobre suas culturas. Pode-se assim concluir que o conceito de barbarismo é relativo ao receptor da mensagem. Exemplo: “Cidade maravilhosa / Cheia de encantos mil / Cidade maravilhosa / Coração do meu Brasil.” (André Filho). Até este ponto retirei informações do site PCI cursos Vícios de Linguagem Ambiguidade Ambiguidade é a possibilidade de uma mensagem ter dois sentidos. Ela geralmente é provocada pela má organização das palavras na frase. A ambiguidade é um caso especial de polissemia, a possibilidade de uma palavra apresentar vários sentidos em um contexto. Em alguns contextos, até mesmo uma palavra da própria língua do receptor poderia ser considerada como um barbarismo. Tal é o caso de um cultismo (ex: “abdômen”) quando presente em uma mensagem a um receptor que não o entende (por exemplo, um indivíduo não escolarizado, que poderia compreender melhor os sinônimos “barriga”, “pança” ou “bucho”). Ex: “Onde está a vaca da sua avó?” (Que vaca? A avó ou a vaca criada pela avó?) Cacofonia A cacofonia é um som desagradável ou obsceno formado pela união das sílabas de palavras contíguas. Por isso temos que cuidar quando falamos sobre algo para não ofendermos a pessoa que ouve. São exemplos desse fato: “Onde está a cachorra da sua mãe?” (Que cachorra? A mãe ou a cadela criada pela mãe?) “Este líder dirigiu bem sua nação”(“Sua”? Nação da 2ª ou 3ª pessoa (o líder)?). “Ele beijou a boca dela.” Obs 1: O pronome possessivo “seu(ua)(s)” gera muita confusão por ser geralmente associado ao receptor da mensagem. “Bata com um mamão para mim, por favor.” “Deixe ir-me já, pois estou atrasado.” Obs 2: A preposição “como” também gera confusão com o verbo “comer” na 1ª pessoa do singular. “Não tem nada de errado a cerca dela“ A ambiguidade normalmente é indesejável na comunicação unidirecional, em particular na escrita, pois nem sempre é possível contactar o emissor da mensagem para questioná-lo sobre sua intenção comunicativa original e assim obter a interpretação correta da mensagem. Linguagens e Códigos “Vou-me já que está pingando. Vai chover!” “Instrumento para socar alho.” “Daqui vai, se for dai.” 29 Solecismo Não são cacofonia: “Eu amo ela demais !!!” Solecismo é uma inadequação na estrutura sintática da frase com relação à gramática normativa do idioma. Há três tipos de solecismo: “Eu vi ela.” De concordância: “você veja” “Fazem três anos que não vou ao médico.” (Faz três anos que não vou ao médico.) Como cacofonias são muitas vezes cômicas, elas são algumas vezes usadas de propósito em certas piadas, trocadilhos e “pegadinhas”. “Aluga-se salas nesse edifício.” (Alugam-se salas nesse edifício.) Plebeísmo De regência: O plebeísmo normalmente utiliza palavras de baixo calão, gírias e termos considerados informais. “Ontem eu assisti um filme de época.” (Ontem eu assisti a um filme de época.) Exemplos: De colocação: “Ele era um tremendo mané!” “Me empresta um lápis, por favor.” (Empresta-me um lápis, por favor.) “Tô ferrado!” “Me parece que ela ficou contente.” (Parece-me que ela ficou conten- “Tá ligado nas quebradas, meu chapa?” te.) “Esse bagulho é ‘radicaaaal’!!! Tá ligado mano?” “Eu não respondi-lhe nada do que perguntou.” (Eu não lhe respondi nada do que perguntou.) ‘Vô piálá’mais tarde ‘ !!! Se ligou maluko ? Eco Por questões de etiqueta, convém evitar o uso de plebeísmos em contextos sociais que requeiram maior formalismo no tratamento comunicativo. O Eco vem a ser a própria rima que ocorre quando há na frase terminações iguais ou semelhantes, provocando dissonância. Prolixidade “Falar em desenvolvimento é pensar em alimento, saúde e educação.” É a exposição fastidiosa e inútil de palavras ou argumentos e à sua superabundância. É o excesso de palavras para exprimir poucas ideias. Ao texto prolixo falta objetividade, o qual quase sempre compromete a clareza e cansa o leitor. “O aluno repetente mente alegremente.” O presidente tinha dor de dente constantemente. Colisão A prevenção à prolixidade requer que se tenha atenção à concisão e precisão da mensagem. Concisão é a qualidade de dizer o máximo possível com o mínimo de palavras. Precisão é a qualidade de utilizar a palavra certa para dizer exatamente o que se quer. O uso de uma mesma vogal ou consoante em várias palavras é denominado aliteração. Aliterações são preciosos recursos estilísticos quando usados com a intenção de se atingir efeito literário ou para atrair a atenção do receptor. Entretanto, quando seus usos não são intencionais ou quando causam um efeito estilístico ruim ao receptor da mensagem, a aliteração torna-se um vício de linguagem e recebe nesse contexto o nome de colisão. Exemplos: Pleonasmo vicioso O pleonasmo é uma figura de linguagem. Quando consiste numa redundância inútil e desnecessária de significado em uma sentença, é considerado um vício de linguagem. A esse tipo de pleonasmo chamamos pleonasmo vicioso. “Eram comunidades camponesas com cultivos coletivos.” Ex: “O papa Paulo VI pediu a paz.” “Ele vai ser o protagonista principal da peça”. (Um protagonista é, necessariamente, a personagem principal) Uma colisão pode ser remediada com a reestruturação sintática da frase que a contém ou com a substituição de alguns termos ou expressões por outras similares ou sinônimas. “Meninos, entrem já para dentro!” (O verbo “entrar” já exprime ideia de ir para dentro) Intertextualidade “Estou subindo para cima.” (O verbo “subir” já exprime ideia de ir para cima) Grosso modo, pode-se definir a intertextualidade como sendo um "diálogo" entre textos. Esse diálogo pressupõe um universo cultural muito amplo e complexo, pois implica a identificação e o reconhecimento de remissões a obras ou a trechos mais ou menos conhecidos. Dependendo da situação, a intertextualidade tem funções diferentes que dependem dos textos/ contextos em que ela é inserida. “Não deixe de comparecer pessoalmente.” (É impossível comparecer a algum lugar de outra forma que não pessoalmente) “Meio-ambiente” – o meio em que vivemos = o ambiente em que vivemos. Evidentemente, o fenômeno da intertextualidade está ligado ao "conhecimento do mundo", que deve ser compartilhado, ou seja, comum ao produtor e ao receptor de textos. Não é pleonasmo: “As palavras são de baixo calão“. Palavras podem ser de baixo ou de alto calão. O diálogo pode ocorrer em diversas áreas do conhecimento,não se restringindo única e exclusivamente a textos literários. O pleonasmo nem sempre é um vício de linguagem, mesmo para os exemplos supra citados, a depender do contexto. Em certos contextos, ele é um recurso que pode ser útil para se fornecer ênfase a determinado aspecto da mensagem. Na pintura tem-se, por exemplo, o quadro do pintor barroco italiano Caravaggio e a fotografia da americana Cindy Sherman, na qual quem posa é ela mesma. O quadro de Caravaggio foi pintado no final do século XVI, já o trabalho fotográfico de Cindy Sherman foi produzido quase quatrocentos anos mais tarde. Na foto, Sherman cria o mesmo ambiente e a mesma atmosfera sensual da pintura, reunindo um conjunto de elementos: a coroa de flores na cabeça, o contraste entre claro e escuro, a sensualidade do ombro nu etc. A foto de Sherman é uma recriação do quadro de Caravaggio e, portanto, é um tipo de intertextualidade na pintura. Especialmente em contextos literários, musicais e retóricos, um pleonasmo bem colocado pode causar uma reação notável nos receptores (como a geração de uma frase de efeito ou mesmo o humor proposital). A maestria no uso do pleonasmo para que ele atinja o efeito desejado no receptor depende fortemente do desenvolvimento da capacidade de interpretação textual do emissor. Na dúvida, é melhor que seja evitado para não se incorrer acidentalmente em um uso vicioso. Linguagens e Códigos 30 Na publicidade, por exemplo, em um dos anúncios do Bom Bril, o ator se veste e se posiciona como se fosse a Mona Lisa de Leonardo da Vinci e cujo slogan era " Mon Bijou deixa sua roupa uma perfeita obra-prima". Esse enunciado sugere ao leitor que o produto anunciado deixa a roupa bem macia e mais perfumada, ou seja, uma verdadeira obra-prima (se referindo ao quadro de Da Vinci). Nesse caso pode-se dizer que a intertextualidade assume a função de não só persuadir o leitor como também de difundir a cultura, uma vez que se trata de uma relação com a arte (pintura, escultura, literatura etc). não é a tua beleza. A beleza, é em nós que ela existe. A beleza é um conceito. E a beleza é triste. Não é triste em si, mas pelo que há nela de fragilidade e de incerteza. (...) O que eu adoro em tua natureza, não é o profundo instinto maternal em teu flanco aberto como uma ferida. nem a tua pureza. Nem a tua impureza. O que eu adoro em ti – lastima-me e consola-me! O que eu adoro em ti, é a vida. (Manuel Bandeira, Estrela da Vida Inteira, José Olympio, 1980, p.83) Poderia haver formas mais simples de aprender esse conteúdo. Tipos de intertextualidade Pode-se destacar sete tipos de intertextualidade:  Epígrafe - constitui uma escrita introdutória a outra.  Citação - é uma transcrição do texto alheio, marcada por aspas.  Paródia - é uma forma de apropriação que, em lugar de endossar o modelo retomado, rompe com ele, sutil ou abertamente. Ela perverte o texto anterior, visando à ironia,ou à crítica.  Significado Implícito e Explícito Pastiche - uma recorrência a um gênero. Observe a seguinte frase: Fiz faculdade, mas aprendi algumas coisas.  Tradução - a tradução está no campo da intertextualidade porque implica recriação de um texto.  Nela, o falante transmite duas informações de maneira explícita: a) que ele frequentou um curso superior; b) que ele aprendeu algumas coisas. Referência e alusão Exemplo Ao ligar essas duas informações com um “mas” comunica também de modo implícito sua critica ao sistema de ensino superior, pois a frase passa a transmitir a ideia de que nas faculdades não se aprende nada. Para ampliar essa discussão, vale trazer um exemplo de intertextualidade na literatura. Às vezes, a superposição de um texto sobre outro pode provocar uma certa atualização ou modernização do primeiro texto. Nota-se isso no livro Mensagem, de Fernando Pessoa, que retoma, por exemplo, com seu poema “O Monstrengo” o episódio do Gigante Adamastor de Os Lusíadas de Camões. Ocorre como que um diálogo entre os dois textos. Em alguns casos, aproxima-se da paródia (canto paralelo), como o poema “Madrigal Melancólico” de Manuel Bandeira, do livro Ritmo Dissoluto, que seguramente serviu de inspiração e assim se refletiu no seguinte poema: Um dos aspectos mais intrigantes da leitura de um texto é a verificação de que ele pode dizer coisas que parece não estar dizendo: além das informações explicitamente enunciadas, existem outras que ficam subentendidas ou pressupostas. Para realizar uma leitura eficiente, o leitor deve captar tanto os dados explícitos quanto os implícitos. Leitor perspicaz é aquele que consegue ler nas entrelinhas. Caso contrário, ele pode passar por cima de significados importantes e decisivos ou — o que é pior — pode concordar com coisas que rejeitaria se as percebesse. ASSIM COMO BANDEIRA O que amo em ti não são esses olhos doces delicados nem esse riso de anjo adolescente. Não é preciso dizer que alguns tipos de texto exploram, com malícia e com intenções falaciosas, esses aspectos subentendidos e pressupostos. O que amo em ti não é só essa pele acetinada sempre pronta para a carícia renovada nem esse seio róseo e atrevido a desenhar-se sob o tecido. Que são pressupostos? São aquelas ideias não expressas de maneira explícita, mas que o leitor pode perceber a partir de certas palavras ou expressões contidas na frase. Assim, quando se diz “O tempo continua chuvoso”, comunica-se de maneira explícita que no momento da fala o tempo é de chuva, mas, ao mesmo tempo, o verbo “continuar” deixa perceber a informação implícita de que antes o tempo já estava chuvoso. O que amo em ti não é essa pressa louca de viver cada vão momento nem a falta de memória para a dor. Na frase “Pedro deixou de fumar” diz-se explicitamente que, no momento da fala, Pedro não fuma. O verbo “deixar”, todavia, transmite a informação implícita de que Pedro fumava antes. O que amo em ti não é apenas essa voz leve que me envolve e me consome nem o que deseja todo homem flor definida e definitiva a abrir-se como boca ou ferida nem mesmo essa juventude assim perdida. A informação explícita pode ser questionada pelo ouvinte, que pode ou não concordar com ela. Os pressupostos, no entanto, têm que ser verdadeiros ou pelo menos admitidos como verdadeiros, porque é a partir deles que se constróem as informações explícitas. Se o pressuposto é falso, a informação explícita não tem cabimento. No exemplo acima, se Pedro não fumava antes, não tem cabimento afirmar que ele deixou de fumar. O que amo em ti enigmática e solidária: É a Vida! (Geraldo Chacon, Meu Caderno de Poesia, Flâmula, 2004, p.37) Na leitura e interpretação de um texto, é muito importante detectar os pressupostos, pois seu uso é um dos recursos argumentativos utilizados com vistas a levar o ouvinte ou o leitor a aceitar o que está sendo comunicado. Ao introduzir uma ideia sob a forma de pressuposto, o falante transforma o ou vinte em cúmplice, urna vez que essa ideia não é posta em discussão e todos os argumentos subsequentes só contribuem para confirmá -la. MADRIGAL MELANCÓLICO O que eu adoro em ti Linguagens e Códigos 31 Os partidos radicais acabarão com a democracia no Brasil. Pressuposto: Existem partidos radicais no Brasil. Por isso pode-se dizer que o pressuposto aprisiona o ouvinte ao sistema de pensamento montado pelo falante. Os subentendidos Os subentendidos são as insinuações escondidas por trás de uma afirmação. Quando um transeunte com o cigarro na mão pergunta: Você tem fogo?, acharia muito estranho se você dissesse: Tenho e não lhe acendesse o cigarro. Na verdade, por trás da pergunta subentende-se: Acenda-me o cigarro por favor. A demonstração disso pode ser encontrada em muitas dessas “verdades” incontestáveis postas como base de muitas alegações do discurso político. Tomemos como exemplo a seguinte frase: Ë preciso construir mísseis nucleares para defender o Ocidente de um ataque soviético. O subentendido difere do pressuposto num aspecto importante: o pressuposto é um dado posto como indiscutível para o falante e para o ouvinte, não é para ser contestado; o subentendido é de responsabilidade do ouvinte, pois o falante, ao subentender, esconde-se por trás do sentido literal das palavras e pode dizer que não estava querendo dizer o que o ouvinte depreendeu. O conteúdo explícito afirma: — a necessidade da construção de mísseis, — com a finalidade de defesa contra o ataque soviético. O pressuposto, isto é, o dado que não se põe em discussão é: os soviéticos pretendem atacar o Ocidente. O subentendido, muitas vezes, serve para o falante proteger-se diante de uma informação que quer transmitir para o ouvinte sem se comprometer com ela. Os argumentos contra o que foi informado explicitamente nessa frase podem ser: — os mísseis não são eficientes para conter o ataque soviético; — uma guerra de mísseis vai destruir o mundo inteiro e não apenas os soviéticos; — a negociação com os soviéticos é o único meio de dissuadi-los de um ataque ao Ocidente. Para entender esse processo de descomprometimento que ocorre com a manipulação dos subentendidos, imaginemos a seguinte situação: um funcionário público do partido de oposição lamenta, diante dos colegas reunidos em assembleia, que um colega de seção, do partido do governo, além de ter sido agraciado com uma promoção, conseguiu um empréstimo muito favorável do banco estadual, ao passo que ele, com mais tempo de serviço, continuava no mesmo posto e não conseguia o empréstimo solicitado muito antes que o referido colega. Como se pode notar, os argumentos são contrários ao que está dito explicitamente, mas todos eles confirmam o pressuposto, isto é, todos os argumentos aceitam que os soviéticos pretendem atacar o Ocidente. Mais tarde, tendo sido acusado de estar denunciando favoritismo do governo para com os seus adeptos, o funcionário reclamante defende-se prontamente, alegando não ter falado em favoritismo e que isso era dedução de quem ouvira o seu discurso. A aceitação do pressuposto é o que permite levar à frente o debate. Se o ouvinte disser que os soviéticos não têm intenção nenhuma de atacar o Ocidente, estará negando o pressuposto lançado pelo falante e então a possibilidade de diálogo fica comprometida irreparavelmente. Qualquer argumento entre os citados não teria nenhuma razão de ser. Isso quer dizer que, com pressupostos distintos, não é possível o diálogo ou não tem ele sentido algum. Pode-se contornar esse problema tornando os pressupostos afirmações explícitas, que então podem ser discutidas. Na verdade, ele não falou em favoritismo mas deu a entender, deixou subentendido para não se comprometer com o que disse. Fez a denúncia sem denunciar explicitamente. A frase sugere, mas não diz. A distinção entre pressupostos e subentendidos em certos casos é bastante sutil. Não vamos aqui ocupar-nos dessas sutilezas, mas explorar esses conceitos como instrumentos úteis para uma compreensão mais eficiente do texto. Os pressupostos são marcados, nas frases, por meio de vários indicadores linguísticos, como, por exemplo: a) certos advérbios Os resultados da pesquisa ainda não chegaram até nós. Pressuposto: Os resultados já deviam ter chegado. ou Os resultados vão chegar mais tarde. Inferência A inferência é um processo cognitivo relevante nesta abordagem de leitura discursiva, porque o processo inferencial possibilita construir novos conhecimentos, a partir daqueles existentes na memória do leitor, os quais são ativados e relacionados às informações materializadas no texto. b) certos verbos O caso do contrabando tornou-se público. Pressuposto: O caso não era público antes. Assim, na aula de língua estrangeira moderna será possível fazer discussões orais sobre sua compreensão, bem como produzir textos orais, escritos e/ou visuais a partir do texto lido, integrando todas as práticas discursivas neste processo. c) as orações adjetivas Os candidatos a prefeito, que só querem defender seus interesses, não pensam no povo. Significante versus Significado Para entender esse par de conceitos, devemos levar em conta que o signo linguistico é constituído por duas partes distintas, embora uma não exista separada da outra. Pressuposto: Todos os candidatos a prefeito têm interesses individuais. Mas a mesma frase poderia ser redigida assim: Esse signo divide-se numa parte perceptível, constituída de sons, que podem ser representados por letras, e numa parte inteligível, constituída de um conceito. Os candidatos a prefeito que só querem defender seus interesses não pensam no povo. No caso, o pressuposto seria outro: Nem todos os candidatos a prefeito têm interesses individuais. A parte perceptível do signo denomina-se significante ou plano de expressão; a parte inteligível, o conceito, denomina-se significado ou plano de conteúdo. No primeiro caso, a oração é explicativa; no segundo, é restritiva. As explicativas pressupõem que o que elas expressam refere-se a todos os elementos de um dado conjunto; as restritivas, que o que elas dizem concerne a parte dos elementos de um dado conjunto. Quando ouvimos, por exemplo, árvore, percebemos uma combinação de sons (o significante) que associamos imediatamente a um conceito (o significado). d) os adjetivos Linguagens e Códigos 32 sões, valores afetivos, negativos e positivos. Assim, sobre o signo linguístico, dotado de um plano de expressão e um plano de conteúdo, pode-se construir outro plano de conteúdo constituído de valores sociais, de impressões ou reações psíquicas que um signo desperta. Esses valores sobrepostos ao signo constituem aquilo que denominamos de sentido conotativo e esse acréscimo de um novo conteúdo constitui a conotação. Assim, “cair do cavalo” tem um sentido denotativo: “sofrer uma queda de um cavalo”, A essa expressão, acrescenta-se outro conteúdo, e “cair do cavalo” passa a conotar “dar-se mal”, “sofrer uma decepção”. Polissemia Numa língua qualquer, é muito comum ocorrer que um plano de expressão (um significante) seja suporte para mais de um plano de conteúdo (significado), ou seja, que um mesmo termo tenha vários significados. Tomemos, por exemplo, na nossa língua, o signo linha: a esse significante se associam vários significados, que os dicionários registram. Com efeito, linha pode evocar os conceitos de: a) material próprio para costurar ou bordar tecidos; b) os vários atacantes de um time de futebol; c) os trilhos de um trem ou bonde; d) uma certa conduta de um indivíduo, postura; e outros significados. Em síntese, toda palavra possui um significado denotativo, já que em toda palavra se pressupõem reciprocamente dois planos: Plano de conteúdo (significado) Plano de expressão (significante) Sobreposto ao significado denotativo implanta-se o significado conotativo, que consiste num novo plano de conteúdo investido no signo como um todo. Quando um único significante remete a vários significados, dizemos que ocorre a polissemia. Significação contextual Acabamos de dizer que é muito comum um único significante evocar vários significados e que, nesse caso, ocorre a polissemia. Mas isso não chega a constituir problema para a clareza e objetividade da comunicação porque a polissemia, em geral, fica neutralizada pelo contexto. Duas palavras podem ter a mesma denotação e conotação completamente diversa, e essa propriedade pode servir para deixar clara a diferença entre essas duas dimensões do signo linguístico que estamos tentando explicar. Citemos, por exemplo, as palavras docente, professor e instrutor, que denotam praticamente a mesma coisa: alguém que instrui alguém; as três palavras são, entretanto, carregadas de conteúdos conotativos diversos, sobretudo no que diz respeito ao prestígio e ao grau de respeitabilidade que cada um desperta. Assim também policial e meganha têm a mesma denotação e conotações francamente distintas. Por contexto, entendemos uma unidade linguística de âmbito maior, na qual se insere outra unidade de âmbito menor. Dessa forma, a palavra (unidade menor) se insere no contexto da frase (unidade maior); a frase se insere no contexto do período; o período se insere no contexto do parágrafo e assim por diante. O sentido conotativo varia de cultura para cultura, de classe social para classe social, de época para época. A palavra filósofo entre os gregos tinha uma carga conotativa muito mais prestigiosa que entre nós. Saber depreender a força conotativa das palavras em cada tipo de cultura é indispensável para usá-las bem. Imagine-se, num restaurante, o freguês chamar o garçom e devolver a carne alegando que ela está fedendo. Se disser cheirando mal em vez defedendo, mantém a denotação e evita o impacto conotativo grosseiro do verbo feder. Uma vez inserida no contexto, a palavra perde o seu caráter polissêmico, isto é, deixa de admitir vários significados e ganha um significado especifico no contexto. É o significado definido pelo contexto que se denomina significado contextual. Inserindo a palavra linha, de que acabamos de falar, num contexto, ela assumirá um significado apenas e por isso deixará de ser polissêmica. TEXTO COMENTADO Observem-se os exemplos: a) A costureira, de tão velha, não conseguia mais enfiar a linha na agulha (linha = material para costurar). b) O técnico deslocou o jogador da linha para a defesa (linha = conjunto de atacantes de um time de futebol). c) As linhas do bonde foram cobertas pelo asfalto (linha trilho). d) O conferencista, apesar da agressividade da plateia, não perdeu a linha (linha postura). Lição sobre a água Este líquido é água. Quando pura é inodora, insípida e incolor. Reduzida a vapor, 5 sob tensão e a alta temperatura, move os êmbolos das máquinas, que, por isso, se denominam máquinas de vapor. Ë um bom dissolvente. Embora com exceções mas de um modo geral, 10 dissolve tudo bem, ácidos, bases e sais. Congela a zero graus centesimais e ferve a 100, quando a pressão normal. Foi nesse líquido que numa noite cálida de Verão, sob um luar gomoso e branco de camélia, 15 apareceu a boiar o cadáver de Ofélia com um nenúfar na mão, Para a compreensão de um texto, a depreensão do significado contextual é um dado bastante importante, sobretudo quando se trata de um texto de caráter literário. Como se sabe, no discurso literário, é bastante comum explorar as múltiplas possibilidades de significado de uma palavra. Mas, num texto, tudo deve ser amarrado e coerente. A coerência do texto permite que se capte o sentido que as palavras assumem no contexto. Denotação versus Conotação A relação existente entre o plano da expressão e o plano de conteúdo configura aquilo que chamamos de denotação. Desse modo, significado denotativo é aquele conceito que um certo significante evoca no receptor. Em outras palavras, é o conceito ao qual nos remete um certo significante. GEDEÂO, Antônio. Poesias completas (1955-1957). Lisboa. Portugália, 1972. p. 244-5. Os dicionários descrevem geralmente os vários conceitos que as palavras denotam: quando alguém procura no dicionário o significado de uma palavra, está querendo saber o que é que ela denota ou que tipo de significado está investido num certo significante. O dicionário nos diz que: — bocteriose denota doenças causadas por bactérias. — báculo denota um bastão, um cajado que os bispos usam em cerimônias religiosas. — fosco denota insucesso, mau êxito. As duas primeiras estrofes falam das propriedades físicas da água (ausência de cor, cheiro e sabor, em estado de pureza; propriedade de dissolver ácidos, bases e sais, ponto de congelamento e fervura), falam também de sua utilidade (mover máquinas, servir de solvente). À primeira vista, temos a impressão de que a palavra “água” tem um valor denotativo e que o poeta está fazendo uma exposição, que ficaria melhor num compêndio científico, sobre as propriedades e funções de uma substância. No entanto, na terceira estrofe, o tom muda: um ritmo lento e majestoso substitui o ritmo quase prosaico das duas primeiras estrofes; as consoantes nãomomentâneas, que admitem uma pronúncia mais alongada (f/v, s/z, m, n, l, Um termo ou uma palavra, além do seu significado denotativo, pode vir acrescido de outros significados paralelos, pode vir carregado de impres- Linguagens e Códigos 33 r), predominam; os vocábulos selecionados parecem, à primeira vista, mais sugestivos e carregados de uma carga emocional mais intensa. verbos que também sirvam para comparar: “parecer, lembrar, seguir…”. Ex: A velha estava tão fria como um pedaço de mármore. Ex: A cidade, adormecida, parecia um cemitério sem fim. Comecemos a análise por essa estrofe. O termo “cálida” significa quente, ardente, fogosa. Verão, grafado com maiúscula, não denota apenas a estação do ano, mas evoca o calor e, por associação, a vida. Isso sugere o tempo dos jogos do amor. Luar é o clima dos enamorados. E definido como de uma brancura intensa (pureza), pois “de camélia” reforça “branco”. Ao mesmo tempo, um clima arrebatador, pois gomoso significa viscoso, é o que prende, cativa e seduz. Os dois primeiros versos sugerem o amor e, portanto, a vida. O terceiro verso introduz a ideia da morte, da podridão, da frieza. Ofélia, cujo cadáver aparece boiando, evoca Ofélia, personagem da tragédia Hamlet de Shakespeare. Esta amava Hamlet e, enlouquecida de dor porque o próprio amado matara seu pai, morreu afogada. A evocação de uma personagem da tragédia clássica introduz no poema todos os conflitos que perpassam a tragédia, cujos personagens são dilacerados por sentimentos contraditórios. No quarto verso, aparece o termo “nenúfar”, planta aquática da família das ninfáceas. Essa palavra traz à mente as ninfas, divindades gregas dos rios e dos bosques, que eram mulheres bonitas e formosas. É um signo evocador da juventude, da beleza e, também, da vida. No meio de um conjunto de signos que sugerem a vida, introduz-se a morte; no interior da brancura de camélia do luar, insere-se a putrefação (o cadáver). A água é lugar da vida (é onde crescem os nenúfares); é também lugar de seu contraditório, a morte (é onde bóia o cadáver). Estamos no plano do mito, pois todo mito reúne elementos semânticos contrários entre si. A água ganha a dimensão do mito. ENUMERAÇÃO – Consiste em apresentar vários elementos da mesma natureza (género), separadas por vírgulas. Ex: Aquela montra está cheia de doces: pastéis de nata, bolos de arroz, feijão, amêndoa, queques, cornucópias, jesuítas… ADJETIVAÇÃO – Quando utilizamos vários adjectivos para caracterizar alguma coisa ou pessoa. Ex: As nuvens eram escuras, espessas e traiçoeiras. Ex: A rapariga tinha um rosto redondo, belo e simpático. REPETIÇÃO – Quando uma palavra ou palavras são repetidas de forma intencional pelo autor, para lhes atribuir mais força, ou significado, ou por qualquer outra intenção, tendo em atenção os objectivos pretendidos pelo autor no texto. Ex: Ulisses caminhava, caminhava, caminhava… Ex: E a chuva miudinha caía, caía, caía, qual suave canção de embalar. http://storjorge.blogspot.com.br/ O estudo do ritmo, entoação e intensidade de um discurso chamase prosódia. Existe também a prosódia musical, visto que a música também é considerada uma linguagem. Em poesia, o estudo do ritmo chamase métrica. Uma das grandes diferenças, entre a Língua Portuguesa e as demais línguas de matriz latina, está na sonoridade. A nitidez dos recursos poéticos da terceira estrofe obriga-nos a reler as duas primeiras, para perceber o significado global do poema, que, até agora, se apresenta como dois blocos de significação sem aparente relação entre si. A Língua Portuguesa é, das línguas de matriz latina, a mais sonora. A sonoridade da Língua Portuguesa agrada os ouvidos, capazes de apreciála como arte. Há uma leitura denotativa da realidade, que pode ser descrita em suas propriedades e funções. No entanto, as rimas presentes nas duas primeiras estrofes sugerem que a mesma realidade pode ter outra leitura. Há um plano de análise racional que distingue (“Congela a zero graus centesimais/E ferve a 100º) e um plano do entendimento mitico que apreende simultaneamente as contraditoriedades. Há uma visão da realidade sem os cheiros, os gostos e as cores, e outra com cores intensas e sensações táteis muito vivas. Aquela está vinculada ao mundo do trabalho (“move os êmbolos”), e esta, ao dos sentimentos. Aquela dissolve quase tudo, esta não dissolve, mas funde os elementos conservando suas propriedades. O plano do mito invade a realidade. A substituição do ritmo e a predominância das consoante não-momentâneas recriam, no plano da expressão, a ideia de invasão do mito que flui pelo interior da realidade. FONÉTICA E FONOLOGIA Em sentido mais elementar, a Fonética é o estudo dos sons ou dos fonemas, entendendo-se por fonemas os sons emitidos pela voz humana, os quais caracterizam a oposição entre os vocábulos. Ex.: em pato e bato é o som inicial das consoantes p- e b- que opõe entre si as duas palavras. Tal som recebe a denominação de FONEMA. Quando proferimos a palavra aflito, por exemplo, emitimos três sílabas e seis fonemas: a-fli-to. Percebemos que numa sílaba pode haver um ou mais fonemas. No sistema fonética do português do Brasil há, aproximadamente, 33 fonemas. Água tem no poema sentido conotado: significa a realidade que a ciência e os negócios vêem como um espaço em que tudo está separado e catalogado; significa também a dimensão do mito, onde estão os sentimentos contraditórios, que movem o homem. A análise da ciência ou dos interesses econômicos é sempre parcial, sempre incompleta, pois não leva em conta a contraditoriedade humana, expressa pelo mito. Este explica melhor a realidade, pois exprime suas contradições. No mito a morte é a contraface da vida; a podridão, da pureza; o frio, do calor... É importante não confundir letra com fonema. Fonema é som, letra é o sinal gráfico que representa o som. Vejamos alguns exemplos: Manhã – 5 letras e quatro fonemas: m / a / nh / ã Táxi – 4 letras e 5 fonemas: t / a / k / s / i Corre – letras: 5: fonemas: 4 Hora – letras: 4: fonemas: 3 Aquela – letras: 6: fonemas: 5 Guerra – letras: 6: fonemas: 4 Fixo – letras: 4: fonemas: 5 Hoje – 4 letras e 3 fonemas Canto – 5 letras e 4 fonemas Tempo – 5 letras e 4 fonemas Campo – 5 letras e 4 fonemas Chuva – 5 letras e 4 fonemas RECURSOS EXPRESSIVOS O autor de um texto pode recorrer a determinados processos, ou maneiras, para tornar esse texto mais expressivo ou vivo. Assim, os recursos expressivos ou figuras de estilo são maneiras de escrever (ou falar), usadas para dar mais elegância, beleza, expressividade e correcção aos textos. PERSONIFICAÇÃO – Consiste na atribuição de características humanas a animais, coisas ou ideias. Ex: As ondas desenrolaram os seus braços ao longo da praia. Ex: A chuva espreitou lá do céu mas recolheu-se arrependida. LETRA - é a representação gráfica, a representação escrita, de um determinado som. COMPARAÇÃO – Consiste em estabelecer uma relação de semelhança por meio de uma palavra ou de uma expressão comparativa (várias palavras): ”como, mais do que, menos do que, maior que, tão”; ou através de Linguagens e Códigos CLASSIFICAÇÃO DOS FONEMAS 34 Há os seguintes dígrafos: 1) Os terminados em h, representados pelos grupos ch, lh, nh. Exs.: chave, malha, ninho. 2) Os constituídos de letras dobradas, representados pelos grupos rr e ss. Exs. : carro, pássaro. 3) Os grupos gu, qu, sc, sç, xc, xs. Exs.: guerra, quilo, nascer, cresça, exceto, exsurgir. 4) As vogais nasais em que a nasalidade é indicada por m ou n, encerrando a sílaba em uma palavra. Exs.: pom-ba, cam-po, on-de, can-to, man-to. VOGAIS a, e, i, o, u SEMIVOGAIS Só há duas semivogais: i e u, quando se incorporam à vogal numa mesma sílaba da palavra, formando um ditongo ou tritongo. Exs.: cai-ça-ra, te-sou-ro, Pa-ra-guai. CONSOANTES b, c, d, f, g, h, j, l, m, n, p, q, r, s, t, v, x, z NOTAÇÕES LÉXICAS São certos sinais gráficos que se juntam às letras, geralmente para lhes dar um valor fonético especial e permitir a correta pronúncia das palavras. ENCONTROS VOCÁLICOS A sequência de duas ou três vogais em uma palavra, damos o nome de encontro vocálico. Ex.: cooperativa São os seguintes: 1) o acento agudo – indica vogal tônica aberta: pé, avó, lágrimas; 2) o acento circunflexo – indica vogal tônica fechada: avô, mês, âncora; 3) o acento grave – sinal indicador de crase: ir à cidade; 4) o til – indica vogal nasal: lã, ímã; 5) a cedilha – dá ao c o som de ss: moça, laço, açude; 6) o apóstrofo – indica supressão de vogal: mãe-d’água, pau-d’alho; 7) o hífen – une palavras, prefixos, etc.: arcos-íris, peço-lhe, ex-aluno. Três são os encontros vocálicos: ditongo, tritongo, hiato DITONGO É a combinação de uma vogal + uma semivogal ou vice-versa. Dividem-se em: - orais: pai, fui - nasais: mãe, bem, pão - decrescentes: (vogal + semivogal) – meu, riu, dói - crescentes: (semivogal + vogal) – pátria, vácuo Ortoépia e Prosódia A ortoépia trata da pronúncia correta das palavras. Quando as palavras são pronunciadas incorretamente, comete-se cacoépia. É comum encontrarmos erros de ortoépia na linguagem popular, mais descuidada e com tendência natural para a simplificação. TRITONGO (semivogal + vogal + semivogal) Ex.: Pa-ra-guai, U-ru-guai, Ja-ce-guai, sa-guão, quão, iguais, mínguam HIATO Ê o encontro de duas vogais que se pronunciam separadamente, em duas diferentes emissões de voz. Ex.: fa-ís-ca, sa-ú-de, do-er, a-or-ta, po-di-a, ci-ú-me, po-ei-ra, cru-el, ju-ízo Podemos citar como exemplos de cacoépia: - “guspe” em vez de cuspe. - “adevogado” em vez de advogado. - “estrupo” em vez de estupro. - “cardeneta” em vez de caderneta. - “peneu” em vez de pneu. - “abóbra” em vez de abóbora. - “prostar” em vez de prostrar. SÍLABA Dá-se o nome de sílaba ao fonema ou grupo de fonemas pronunciados numa só emissão de voz. Quanto ao número de sílabas, o vocábulo classifica-se em: • Monossílabo - possui uma só sílaba: pá, mel, fé, sol. • Dissílabo - possui duas sílabas: ca-sa, me-sa, pom-bo. • Trissílabo - possui três sílabas: Cam-pi-nas, ci-da-de, a-tle-ta. • Polissílabo - possui mais de três sílabas: es-co-la-ri-da-de, hos-pi-tali-da-de. A prosódia trata da correta acentuação tônica das palavras. Cometer erro de prosódia é transformar uma palavra paroxítona em oxítona, ou uma proparoxítona em paroxítona etc. - “rúbrica” em vez de rubrica. - “sútil” em vez de sutil. - “côndor” em vez de condor. Por Marina Cabral TONICIDADE Nas palavras com mais de uma sílaba, sempre existe uma sílaba que se pronuncia com mais força do que as outras: é a sílaba tônica. Exs.: em lá-gri-ma, a sílaba tônica é lá; em ca-der-no, der; em A-ma-pá, pá. ORTOGRAFIA OFICIAL As dificuldades para a ortografia devem-se ao fato de que há fonemas que podem ser representados por mais de uma letra, o que não é feito de modo arbitrário, mas fundamentado na história da língua. Considerando-se a posição da sílaba tônica, classificam-se as palavras em: • • • Oxítonas - quando a tônica é a última sílaba: Pa-ra-ná, sa-bor, domi-nó. Paroxítonas - quando a tônica é a penúltima sílaba: már-tir, ca-rá-ter, a-má-vel, qua-dro. Proparoxítonas - quando a tônica é a antepenúltima sílaba: ú-mi-do, cá-li-ce, ' sô-fre-go, pês-se-go, lá-gri-ma. Eis algumas observações úteis: DISTINÇÃO ENTRE J E G 1. Escrevem-se com J: a) As palavras de origem árabe, africana ou ameríndia: canjica. cafajeste, canjerê, pajé, etc. b) As palavras derivadas de outras que já têm j: laranjal (laranja), enrijecer, (rijo), anjinho (anjo), granjear (granja), etc. c) As formas dos verbos que têm o infinitivo em JAR. despejar: despejei, despeje; arranjar: arranjei, arranje; viajar: viajei, viajeis. d) O final AJE: laje, traje, ultraje, etc. e) Algumas formas dos verbos terminados em GER e GIR, os quais mudam o G em J antes de A e O: reger: rejo, reja; dirigir: dirijo, dirija. ENCONTROS CONSONANTAIS É a sequência de dois ou mais fonemas consonânticos num vocábulo. Ex.: atleta, brado, creme, digno etc. DÍGRAFOS São duas letras que representam um só fonema, sendo uma grafia composta para um som simples. Linguagens e Códigos 35 • coxo (capenga, imperfeito) 2. Escrevem-se com G: a) O final dos substantivos AGEM, IGEM, UGEM: coragem, vertigem, ferrugem, etc. b) Exceções: pajem, lambujem. Os finais: ÁGIO, ÉGIO, ÓGIO e ÍGIO: estágio, egrégio, relógio refúgio, prodígio, etc. c) Os verbos em GER e GIR: fugir, mugir, fingir. DISTINÇÃO ENTRE S, SS, Ç E C Observe o quadro das correlações: Correlações t-c ter-tenção rg - rs rt - rs pel - puls corr - curs sent - sens ced - cess DISTINÇÃO ENTRE S E Z 1. Escrevem-se com S: a) O sufixo OSO: cremoso (creme + oso), leitoso, vaidoso, etc. b) O sufixo ÊS e a forma feminina ESA, formadores dos adjetivos pátrios ou que indicam profissão, título honorífico, posição social, etc.: português – portuguesa, camponês – camponesa, marquês – marquesa, burguês – burguesa, montês, pedrês, princesa, etc. c) O sufixo ISA. sacerdotisa, poetisa, diaconisa, etc. d) Os finais ASE, ESE, ISE e OSE, na grande maioria se o vocábulo for erudito ou de aplicação científica, não haverá dúvida, hipótese, exegese análise, trombose, etc. e) As palavras nas quais o S aparece depois de ditongos: coisa, Neusa, causa. f) O sufixo ISAR dos verbos referentes a substantivos cujo radical termina em S: pesquisar (pesquisa), analisar (análise), avisar (aviso), etc. g) Quando for possível a correlação ND - NS: escandir: escansão; pretender: pretensão; repreender: repreensão, etc. gred - gress prim - press tir - ssão PALAVRAS COM CERTAS DIFICULDADES ONDE-AONDE Emprega-se AONDE com os verbos que dão ideia de movimento. Equivale sempre a PARA ONDE. AONDE você vai? AONDE nos leva com tal rapidez? 2. Escrevem-se em Z. a) O sufixo IZAR, de origem grega, nos verbos e nas palavras que têm o mesmo radical. Civilizar: civilização, civilizado; organizar: organização, organizado; realizar: realização, realizado, etc. b) Os sufixos EZ e EZA formadores de substantivos abstratos derivados de adjetivos limpidez (limpo), pobreza (pobre), rigidez (rijo), etc. c) Os derivados em -ZAL, -ZEIRO, -ZINHO e –ZITO: cafezal, cinzeiro, chapeuzinho, cãozito, etc. Naturalmente, com os verbos que não dão ideia de “movimento” emprega-se ONDE ONDE estão os livros? Não sei ONDE te encontrar. MAU - MAL MAU é adjetivo (seu antônimo é bom). Escolheu um MAU momento. Era um MAU aluno. DISTINÇÃO ENTRE X E CH: MAL pode ser: a) advérbio de modo (antônimo de bem). Ele se comportou MAL. Seu argumento está MAL estruturado b) conjunção temporal (equivale a assim que). MAL chegou, saiu c) substantivo: O MAL não tem remédio, Ela foi atacada por um MAL incurável. 1. Escrevem-se com X a) Os vocábulos em que o X é o precedido de ditongo: faixa, caixote, feixe, etc. c) Maioria das palavras iniciadas por ME: mexerico, mexer, mexerica, etc. d) EXCEÇÃO: recauchutar (mais seus derivados) e caucho (espécie de árvore que produz o látex). e) Observação: palavras como "enchente, encharcar, enchiqueirar, enchapelar, enchumaçar", embora se iniciem pela sílaba "en", são grafadas com "ch", porque são palavras formadas por prefixação, ou seja, pelo prefixo en + o radical de palavras que tenham o ch (enchente, encher e seus derivados: prefixo en + radical de cheio; encharcar: en + radical de charco; enchiqueirar: en + radical de chiqueiro; enchapelar: en + radical de chapéu; enchumaçar: en + radical de chumaço). CESÃO/SESSÃO/SECÇÃO/SEÇÃO CESSÃO significa o ato de ceder. Ele fez a CESSÃO dos seus direitos autorais. A CESSÃO do terreno para a construção do estádio agradou a todos os torcedores. 2. Escrevem-se com CH: a) charque, chiste, chicória, chimarrão, ficha, cochicho, cochichar, estrebuchar, fantoche, flecha, inchar, pechincha, pechinchar, penacho, salsicha, broche, arrocho, apetrecho, bochecha, brecha, chuchu, cachimbo, comichão, chope, chute, debochar, fachada, fechar, linchar, mochila, piche, pichar, tchau. b) Existem vários casos de palavras homófonas, isto é, palavras que possuem a mesma pronúncia, mas a grafia diferente. Nelas, a grafia se distingue pelo contraste entre o x e o ch. Exemplos: • brocha (pequeno prego) • broxa (pincel para caiação de paredes) • chá (planta para preparo de bebida) • xá (título do antigo soberano do Irã) • chalé (casa campestre de estilo suíço) • xale (cobertura para os ombros) • chácara (propriedade rural) • xácara (narrativa popular em versos) • cheque (ordem de pagamento) • xeque (jogada do xadrez) • cocho (vasilha para alimentar animais) Linguagens e Códigos Exemplos ato - ação; infrator - infração; Marte - marcial abster - abstenção; ater - atenção; conter - contenção, deter detenção; reter - retenção aspergir - aspersão; imergir - imersão; submergir - submersão; inverter - inversão; divertir - diversão impelir - impulsão; expelir - expulsão; repelir - repulsão correr - curso - cursivo - discurso; excursão - incursão sentir - senso, sensível, consenso ceder - cessão - conceder - concessão; interceder - intercessão. exceder - excessivo (exceto exceção) agredir - agressão - agressivo; progredir - progressão - progresso progressivo imprimir - impressão; oprimir - opressão; reprimir - repressão. admitir - admissão; discutir - discussão, permitir - permissão. (re)percutir - (re)percussão SESSÃO é o intervalo de tempo que dura uma reunião: Assistimos a uma SESSÃO de cinema. Reuniram-se em SESSÃO extraordinária. SECÇÃO (ou SEÇÃO) significa parte de um todo, subdivisão: Lemos a noticia na SECÇÃO (ou SEÇÃO) de esportes. Compramos os presentes na SECÇÃO (ou SEÇÃO) de brinquedos. HÁ / A Na indicação de tempo, emprega-se: HÁ para indicar tempo passado (equivale a faz): HÁ dois meses que ele não aparece. Ele chegou da Europa HÁ um ano. A para indicar tempo futuro: Daqui A dois meses ele aparecerá. Ela voltará daqui A um ano. FORMAS VARIANTES Existem palavras que apresentam duas grafias. Nesse caso, qualquer uma delas é considerada correta. Eis alguns exemplos. 36 aluguel ou aluguer alpartaca, alpercata ou alpargata amídala ou amígdala assobiar ou assoviar assobio ou assovio azaléa ou azaleia bêbado ou bêbedo bílis ou bile cãibra ou cãimbra carroçaria ou carroceria chimpanzé ou chipanzé debulhar ou desbulhar fleugma ou fleuma hem? ou hein? imundície ou imundícia infarto ou enfarte laje ou lajem lantejoula ou lentejoula nenê ou nenen nhambu, inhambu ou nambu quatorze ou catorze surripiar ou surrupiar taramela ou tramela relampejar, relampear, relampeguear ou relampar porcentagem ou percentagem As observações a seguir referem-se ao uso do hífen em palavras formadas por prefixos ou por elementos que podem funcionar como prefixos, como: aero, agro, além, ante, anti, aquém, arqui, auto, circum, co, contra, eletro, entre, ex, extra, geo, hidro, hiper, infra, inter, intra, macro, micro, mini, multi, neo, pan, pluri, proto, pós, pré, pró, pseudo, retro, semi, sobre, sub, super, supra, tele, ultra, vice etc. 1. Com prefixos, usa-se sempre o hífen diante de palavra iniciada por h. Exemplos: anti-higiênico anti-histórico co-herdeiro macro-história mini-hotel proto-história sobre-humano super-homem ultra-humano Exceção: subumano (nesse caso, a palavra humano perde o h). EMPREGO DE MAIÚSCULAS E MINÚSCULAS Escrevem-se com letra inicial maiúscula: 1) a primeira palavra de período ou citação. Diz um provérbio árabe: "A agulha veste os outros e vive nua." No início dos versos que não abrem período é facultativo o uso da letra maiúscula. 2) substantivos próprios (antropônimos, alcunhas, topônimos, nomes sagrados, mitológicos, astronômicos): José, Tiradentes, Brasil, Amazônia, Campinas, Deus, Maria Santíssima, Tupã, Minerva, ViaLáctea, Marte, Cruzeiro do Sul, etc. O deus pagão, os deuses pagãos, a deusa Juno. 3) nomes de épocas históricas, datas e fatos importantes, festas religiosas: Idade Média, Renascença, Centenário da Independência do Brasil, a Páscoa, o Natal, o Dia das Mães, etc. 4) nomes de altos cargos e dignidades: Papa, Presidente da República, etc. 5) nomes de altos conceitos religiosos ou políticos: Igreja, Nação, Estado, Pátria, União, República, etc. 6) nomes de ruas, praças, edifícios, estabelecimentos, agremiações, órgãos públicos, etc.: Rua do 0uvidor, Praça da Paz, Academia Brasileira de Letras, Banco do Brasil, Teatro Municipal, Colégio Santista, etc. 7) nomes de artes, ciências, títulos de produções artísticas, literárias e científicas, títulos de jornais e revistas: Medicina, Arquitetura, Os Lusíadas, 0 Guarani, Dicionário Geográfico Brasileiro, Correio da Manhã, Manchete, etc. 8) expressões de tratamento: Vossa Excelência, Sr. Presidente, Excelentíssimo Senhor Ministro, Senhor Diretor, etc. 9) nomes dos pontos cardeais, quando designam regiões: Os povos do Oriente, o falar do Norte. Mas: Corri o país de norte a sul. O Sol nasce a leste. 10) nomes comuns, quando personificados ou individuados: o Amor, o Ódio, a Morte, o Jabuti (nas fábulas), etc. 2. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal diferente da vogal com que se inicia o segundo elemento. Exemplos: aeroespacial agroindustrial anteontem antiaéreo antieducativo autoaprendizagem autoescola autoestrada autoinstrução coautor coedição extraescolar infraestrutura plurianual semiaberto semianalfabeto semiesférico semiopaco Exceção: o prefixo co aglutina-se em geral com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia por o: coobrigar, coobrigação, coordenar, cooperar, cooperação, cooptar, coocupante etc. 3. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por consoante diferente de r ou s. Exemplos: anteprojeto antipedagógico autopeça autoproteção coprodução geopolítica microcomputador pseudoprofessor semicírculo semideus seminovo ultramoderno Atenção: com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen. Exemplos: vicerei, vice-almirante etc. Escrevem-se com letra inicial minúscula: 1) nomes de meses, de festas pagãs ou populares, nomes gentílicos, nomes próprios tornados comuns: maia, bacanais, carnaval, ingleses, ave-maria, um havana, etc. 2) os nomes a que se referem os itens 4 e 5 acima, quando empregados em sentido geral: São Pedro foi o primeiro papa. Todos amam sua pátria. 3) nomes comuns antepostos a nomes próprios geográficos: o rio Amazonas, a baía de Guanabara, o pico da Neblina, etc. 4) palavras, depois de dois pontos, não se tratando de citação direta: "Qual deles: o hortelão ou o advogado?" (Machado de Assis) "Chegam os magos do Oriente, com suas dádivas: ouro, incenso, mirra." (Manuel Bandeira) 4. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por r ou s. Nesse caso, duplicam-se essas letras. Exemplos: antirrábico antirracismo antirreligioso antirrugas antissocial USO DO HÍFEN Algumas regras do uso do hífen foram alteradas pelo novo Acordo. Mas, como se trata ainda de matéria controvertida em muitos aspectos, para facilitar a compreensão dos leitores, apresentamos um resumo das regras que orientam o uso do hífen com os prefixos mais comuns, assim como as novas orientações estabelecidas pelo Acordo. Linguagens e Códigos 37 ex-diretor ex-hospedeiro ex-prefeito ex-presidente pós-graduação pré-história pré-vestibular pró-europeu recém-casado recém-nascido sem-terra biorritmo contrarregra contrassenso cosseno infrassom microssistema minissaia multissecular neorrealismo neossimbolista semirreta ultrarresistente. ultrassom 9. Deve-se usar o hífen com os sufixos de origem tupi-guarani: açu, guaçu e mirim. Exemplos: amoré-guaçu, anajá-mirim, capim-açu. 5. Quando o prefi xo termina por vogal, usa-se o hífen se o segundo elemento começar pela mesma vogal. Exemplos: anti-ibérico anti-imperialista anti-infl acionário anti-infl amatório auto-observação contra-almirante contra-atacar contra-ataque micro-ondas micro-ônibus semi-internato semi-interno 10. Deve-se usar o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente se combinam, formando não propriamente vocábulos, mas encadeamentos vocabulares. Exemplos: ponte Rio-Niterói, eixo Rio-São Paulo. 11. Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam a noção de composição. Exemplos: girassol madressilva mandachuva paraquedas paraquedista pontapé 12. Para clareza gráfica, se no final da linha a partição de uma palavra ou combinação de palavras coincidir com o hífen, ele deve ser repetido na linha seguinte. Exemplos: Na cidade, conta-se que ele foi viajar. O diretor recebeu os ex-alunos. 6. Quando o prefixo termina por consoante, usa-se o hífen se o segundo elemento começar pela mesma consoante. Exemplos: hiper-requintado inter-racial inter-regional sub-bibliotecário super-racista super-reacionário super-resistente super-romântico ACENTUAÇÃO GRÁFICA ORTOGRAFIA OFICIAL Por Paula Perin dos Santos O Novo Acordo Ortográfico visa simplificar as regras ortográficas da Língua Portuguesa e aumentar o prestígio social da língua no cenário internacional. Sua implementação no Brasil segue os seguintes parâmetros: 2009 – vigência ainda não obrigatória, 2010 a 2012 – adaptação completa dos livros didáticos às novas regras; e a partir de 2013 – vigência obrigatória em todo o território nacional. Cabe lembrar que esse “Novo Acordo Ortográfico” já se encontrava assinado desde 1990 por oito países que falam a língua portuguesa, inclusive pelo Brasil, mas só agora é que teve sua implementação. Atenção: • Nos demais casos não se usa o hífen. Exemplos: hipermercado, intermunicipal, superinteressante, superproteção. • Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por r: sub-região, sub-raça etc. • Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por m, n e vogal: circum-navegação, pan-americano etc. 7. Quando o prefixo termina por consoante, não se usa o hífen se o segundo elemento começar por vogal. Exemplos: hiperacidez hiperativo interescolar interestadual interestelar interestudantil superamigo superaquecimento supereconômico superexigente superinteressante superotimismo É equívoco afirmar que este acordo visa uniformizar a língua, já que uma língua não existe apenas em função de sua ortografia. Vale lembrar que a ortografia é apenas um aspecto superficial da escrita da língua, e que as diferenças entre o Português falado nos diversos países lusófonos subsistirão em questões referentes à pronúncia, vocabulário e gramática. Uma língua muda em função de seus falantes e do tempo, não por meio de Leis ou Acordos. 8. Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, usa-se sempre o hífen. Exemplos: além-mar além-túmulo aquém-mar ex-aluno Mostraremos nessa série de artigos o Novo Acordo de uma maneira descomplicada, apontando como é que fica estabelecido de hoje em diante a Ortografia Oficial do Português falado no Brasil. Linguagens e Códigos A queixa de muitos estudantes e usuários da língua escrita é que, depois de internalizada uma regra, é difícil “desaprendê-la”. Então, cabe aqui uma dica: quando se tiver uma dúvida sobre a escrita de alguma palavra, o ideal é consultar o Novo Acordo (tenha um sempre em fácil acesso) ou, na melhor das hipóteses, use um sinônimo para referir-se a tal palavra. 38 Alfabeto A influência do inglês no nosso idioma agora é oficial. Há muito tempo as letras “k”, “w” e “y” faziam parte do nosso idioma, isto não é nenhuma novidade. Elas já apareciam em unidades de medidas, nomes próprios e palavras importadas do idioma inglês, como: km – quilômetro, kg – quilograma Show, Shakespeare, Byron, Newton, dentre outros. Névoa, infância, tênue, calvície, série, polícia, residência, férias, lírio. 3. Todas as proparoxítonas são acentuadas. Ex. México, música, mágico, lâmpada, pálido, pálido, sândalo, crisântemo, público, pároco, proparoxítona. QUANTO À CLASSIFICAÇÃO DOS ENCONTROS VOCÁLICOS 4. Acentuamos as vogais “I” e “U” dos hiatos, quando: Trema Não se usa mais o trema em palavras do português. Quem digita muito textos científicos no computador sabe o quanto dava trabalho escrever linguística, frequência. Ele só vai permanecer em nomes próprios e seus derivados, de origem estrangeira. Por exemplo, Gisele Bundchen não vai deixar de usar o trema em seu nome, pois é de origem alemã. (neste caso, o “u” lê-se “i”)  Ex. Ju-í-zo, Lu-ís, ca-fe-í-na, ra-í-zes, sa-í-da, e-go-ís-ta. IMPORTANTE Por que não acentuamos “ba-i-nha”, “fei-u-ra”, “ru-im”, “ca-ir”, “Ra-ul”, se todos são “i” e “u” tônicas, portanto hiatos? QUANTO À POSIÇÃO DA SÍLABA TÔNICA Porque o “i” tônico de “bainha” vem seguido de NH. O “u” e o “i” tônicos de “ruim”, “cair” e “Raul” formam sílabas com “m”, “r” e “l” respectivamente. Essas consoantes já soam forte por natureza, tornando naturalmente a sílaba “tônica”, sem precisar de acento que reforce isso. 1. Acentuam-se as oxítonas terminadas em “A”, “E”, “O”, seguidas ou não de “S”, inclusive as formas verbais quando seguidas de “LO(s)” ou “LA(s)”. Também recebem acento as oxítonas terminadas em ditongos abertos, como “ÉI”, “ÉU”, “ÓI”, seguidos ou não de “S” 5. Trema Não se usa mais o trema em palavras da língua portuguesa. Ele só vai permanecer em nomes próprios e seus derivados, de origem estrangeira, como Bündchen, Müller, mülleriano (neste caso, o “u” lê-se “i”) Ex. Chá Gás Dará Pará vatapá Aliás dá-lo recuperá-los guardá-la réis (moeda) méis pastéis ninguém Mês Sapé Café Vocês pontapés português vê-lo Conhecê-los Fé Véu céu Chapéus parabéns nós cipó avós compôs só robô avó pô-los compô-los dói mói anzóis Jerusalém 6. Acento Diferencial O acento diferencial permanece nas palavras: pôde (passado), pode (presente) pôr (verbo), por (preposição) Nas formas verbais, cuja finalidade é determinar se a 3ª pessoa do verbo está no singular ou plural: SINGULAR Ele tem Ele vem Só não acentuamos oxítonas terminadas em “I” ou “U”, a não ser que seja um caso de hiato. Por exemplo: as palavras “baú”, “aí”, “Esaú” e “atraílo” são acentuadas porque as semivogais “i” e “u” estão tônicas nestas palavras. Eles vêm Não se separam as letras que formam os dígrafos CH, NH, LH, QU, GU. 1- chave: cha-ve aquele: a-que-le palha: pa-lha manhã: ma-nhã guizo: gui-zo Não se separam as letras dos encontros consonantais que apresentam a seguinte formação: consoante + L ou consoante + R abraço: a-bra-ço 2emblema: em-ble-ma re-cla-mar recrutar: re-cru-tar reclamar: dra-ma flagelo: fla-ge-lo drama: globo: glo-bo fraco: fra-co a-gra-do implicar: im-pli-car agrado: atleta: a-tle-ta atraso: a-tra-so prato: pra-to Separam-se as letras dos dígrafos RR, SS, SC, SÇ, XC. 3- correr: cor-rer desçam: des-çam passar: pas-sar exceto: ex-ce-to Também acentuamos as paroxítonas terminadas em ditongos crescentes (semivogal+vogal): Linguagens e Códigos Eles têm DIVISÃO SILÁBICA 2. Acentuamos as palavras paroxítonas quando terminadas em: L – afável, fácil, cônsul, desejável, ágil, incrível. N – pólen, abdômen, sêmen, abdômen. R – câncer, caráter, néctar, repórter. X – tórax, látex, ônix, fênix. PS – fórceps, Quéops, bíceps. Ã(S) – ímã, órfãs, ímãs, Bálcãs. ÃO(S) – órgão, bênção, sótão, órfão. I(S) – júri, táxi, lápis, grátis, oásis, miosótis. ON(S) – náilon, próton, elétrons, cânon. UM(S) – álbum, fórum, médium, álbuns. US – ânus, bônus, vírus, Vênus. PLURAL Essa regra se aplica a todos os verbos derivados de “ter” e “vir”, como: conter, manter, intervir, deter, sobrevir, reter, etc. Resumindo:            Formarem sílabas sozinhos ou com “S” 39 fascinar: 4- fas-ci-nar Ó jovens! Lutemos! Não se separam as letras que representam um ditongo. mistério: mis-té-rio herdeiro: her-dei-ro cárie: cá-rie VÍRGULA A vírgula deve ser empregada toda vez que houver uma pequena pausa na fala. Emprega-se a vírgula: • Nas datas e nos endereços: São Paulo, 17 de setembro de 1989. Largo do Paissandu, 128. • No vocativo e no aposto: Meninos, prestem atenção! Termópilas, o meu amigo, é escritor. • Nos termos independentes entre si: O cinema, o teatro, a praia e a música são as suas diversões. • Com certas expressões explicativas como: isto é, por exemplo. Neste caso é usado o duplo emprego da vírgula: Ontem teve início a maior festa da minha cidade, isto é, a festa da padroeira. • Após alguns adjuntos adverbiais: No dia seguinte, viajamos para o litoral. • Com certas conjunções. Neste caso também é usado o duplo emprego da vírgula: Isso, entretanto, não foi suficiente para agradar o diretor. • Após a primeira parte de um provérbio. O que os olhos não vêem, o coração não sente. • Em alguns casos de termos oclusos: Eu gostava de maçã, de pêra e de abacate. Separam-se as letras que representam um hiato. 5- saúde: sa-ú-de cruel: cru-el rainha: ra-i-nha enjoo: en-jo-o Não se separam as letras que representam um tritongo. 6- Paraguai: Pa-ra-guai saguão: sa-guão Consoante não seguida de vogal, no interior da palavra, fica na sílaba que a antecede. 7- torna: tor-na núpcias: núp-cias técnica: téc-ni-ca submeter: sub-me-ter absoluto: ab-so-lu-to perspicaz: pers-pi-caz Consoante não seguida de vogal, no início da palavra, junta-se à sílaba que a segue 8pneumático: pneu-má-ti-co gnomo: gno-mo psicologia: psi-co-lo-gia No grupo BL, às vezes cada consoante é pronunciada separadamente, mantendo sua autonomia fonética. Nesse caso, tais consoantes ficam em sílabas separadas. 9- sublingual: sub-lin-gual sublinhar: sub-li-nhar sublocar: sub-lo-car RETICÊNCIAS • • • Preste atenção nas seguintes palavras: trei-no so-cie-da-de gai-o-la ba-lei-a des-mai-a-do im-bui-a ra-diou-vin-te ca-o-lho te-a-tro co-e-lho du-e-lo ví-a-mos a-mné-sia gno-mo co-lhei-ta quei-jo pneu-mo-ni-a fe-é-ri-co dig-no e-nig-ma e-clip-se Is-ra-el mag-nó-lia PONTO E VÍRGULA • • Separar orações coordenadas de certa extensão ou que mantém alguma simetria entre si. "Depois, lracema quebrou a flecha homicida; deu a haste ao desconhecido, guardando consigo a ponta farpada. " Para separar orações coordenadas já marcadas por vírgula ou no seu interior. Eu, apressadamente, queria chamar Socorro; o motorista, porém, mais calmo, resolveu o problema sozinho. DOIS PONTOS SINAIS DE PONTUAÇÃO • Pontuação é o conjunto de sinais gráficos que indica na escrita as pausas da linguagem oral. • PONTO • O ponto é empregado em geral para indicar o final de uma frase declarativa. Ao término de um texto, o ponto é conhecido como final. Nos casos comuns ele é chamado de simples. • Também é usado nas abreviaturas: Sr. (Senhor), d.C. (depois de Cristo), a.C. (antes de Cristo), E.V. (Érico Veríssimo). Enunciar a fala dos personagens: Ele retrucou: Não vês por onde pisas? Para indicar uma citação alheia: Ouvia-se, no meio da confusão, a voz da central de informações de passageiros do voo das nove: “queiram dirigir-se ao portão de embarque". Para explicar ou desenvolver melhor uma palavra ou expressão anterior: Desastre em Roma: dois trens colidiram frontalmente. Enumeração após os apostos: Como três tipos de alimento: vegetais, carnes e amido. TRAVESSÃO Marca, nos diálogos, a mudança de interlocutor, ou serve para isolar palavras ou frases – "Quais são os símbolos da pátria? – Que pátria? – Da nossa pátria, ora bolas!" (P. M Campos). – "Mesmo com o tempo revoltoso - chovia, parava, chovia, parava outra vez. – a claridade devia ser suficiente p'ra mulher ter avistado mais alguma coisa". (M. Palmério). • Usa-se para separar orações do tipo: – Avante!- Gritou o general. PONTO DE INTERROGAÇÃO É usado para indicar pergunta direta. Onde está seu irmão? Às vezes, pode combinar-se com o ponto de exclamação. A mim ?! Que ideia! PONTO DE EXCLAMAÇÃO É usado depois das interjeições, locuções ou frases exclamativas. Céus! Que injustiça! Oh! Meus amores! Que bela vitória! Linguagens e Códigos São usadas para indicar suspensão ou interrupção do pensamento. Não me disseste que era teu pai que ... Para realçar uma palavra ou expressão. Hoje em dia, mulher casa com "pão" e passa fome... Para indicar ironia, malícia ou qualquer outro sentimento. Aqui jaz minha mulher. Agora ela repousa, e eu também... 40 – Fui ontem àquele restaurante. Falamos apenas àquelas pessoas que estavam no salão: Refiro-me àquilo e não a isto. A lua foi alcançada, afinal - cantava o poeta. Usa-se também para ligar palavras ou grupo de palavras que formam uma cadeia de frase: • A estrada de ferro Santos – Jundiaí. • A ponte Rio – Niterói. • A linha aérea São Paulo – Porto Alegre. A CRASE É FACULTATIVA • diante de pronomes possessivos femininos: Entreguei o livro a(à) sua secretária . • diante de substantivos próprios femininos: Dei o livro à(a) Sônia. ASPAS • • • • • São usadas para: Indicar citações textuais de outra autoria. "A bomba não tem endereço certo." (G. Meireles) Para indicar palavras ou expressões alheias ao idioma em que se expressa o autor: estrangeirismo, gírias, arcaismo, formas populares: Há quem goste de “jazz-band”. Não achei nada "legal" aquela aula de inglês. Para enfatizar palavras ou expressões: Apesar de todo esforço, achei-a “irreconhecível" naquela noite. Títulos de obras literárias ou artísticas, jornais, revistas, etc. "Fogo Morto" é uma obra-prima do regionalismo brasileiro. Em casos de ironia: A "inteligência" dela me sensibiliza profundamente. Veja como ele é “educado" - cuspiu no chão. CASOS ESPECIAIS DO USO DA CRASE • • • • PARÊNTESES • • • • Empregamos os parênteses: Nas indicações bibliográficas. "Sede assim qualquer coisa. serena, isenta, fiel". • (Meireles, Cecília, "Flor de Poemas"). Nas indicações cênicas dos textos teatrais: "Mãos ao alto! (João automaticamente levanta as mãos, com os olhos fora das órbitas. Amália se volta)". (G. Figueiredo) Quando se intercala num texto uma ideia ou indicação acessória: "E a jovem (ela tem dezenove anos) poderia mordê-Io, morrendo de fome." (C. Lispector) Para isolar orações intercaladas: "Estou certo que eu (se lhe ponho Minha mão na testa alçada) Sou eu para ela." (M. Bandeira) • • • • • COLCHETES [ ] Os colchetes são muito empregados na linguagem científica. ASTERISCO O asterisco é muito empregado para chamar a atenção do leitor para alguma nota (observação). BARRA A barra é muito empregada nas abreviações das datas e em algumas abreviaturas. CRASE NÃO OCORRE CRASE Crase é a fusão da preposição A com outro A. Fomos a a feira ontem = Fomos à feira ontem. • EMPREGO DA CRASE • • • • • em locuções adverbiais: à vezes, às pressas, à toa... em locuções prepositivas: em frente à, à procura de... em locuções conjuntivas: à medida que, à proporção que... pronomes demonstrativos: aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo, a, as Linguagens e Códigos Antes dos nomes de localidades, quando tais nomes admitirem o artigo A: Viajaremos à Colômbia. (Observe: A Colômbia é bela - Venho da Colômbia) Nem todos os nomes de localidades aceitam o artigo: Curitiba, Brasília, Fortaleza, Goiás, Ilhéus, Pelotas, Porto Alegre, São Paulo, Madri, Veneza, etc. Viajaremos a Curitiba. (Observe: Curitiba é uma bela cidade - Venho de Curitiba). Haverá crase se o substantivo vier acompanhado de adjunto que o modifique. Ela se referiu à saudosa Lisboa. Vou à Curitiba dos meus sonhos. Antes de numeral, seguido da palavra "hora", mesmo subentendida: Às 8 e 15 o despertador soou. Antes de substantivo, quando se puder subentender as palavras “moda” ou "maneira": Aos domingos, trajava-se à inglesa. Cortavam-se os cabelos à Príncipe Danilo. Antes da palavra casa, se estiver determinada: Referia-se à Casa Gebara. Não há crase quando a palavra "casa" se refere ao próprio lar. Não tive tempo de ir a casa apanhar os papéis. (Venho de casa). Antes da palavra "terra", se esta não for antônima de bordo. Voltou à terra onde nascera. Chegamos à terra dos nossos ancestrais. Mas: Os marinheiros vieram a terra. O comandante desceu a terra. Se a preposição ATÉ vier seguida de palavra feminina que aceite o artigo, poderá ou não ocorrer a crase, indiferentemente: Vou até a (á ) chácara. Cheguei até a(à) muralha A QUE - À QUE Se, com antecedente masculino ocorrer AO QUE, com o feminino ocorrerá crase: Houve um palpite anterior ao que você deu. Houve uma sugestão anterior à que você deu. Se, com antecedente masculino, ocorrer A QUE, com o feminino não ocorrerá crase. Não gostei do filme a que você se referia. Não gostei da peça a que você se referia. O mesmo fenômeno de crase (preposição A) - pronome demonstrativo A que ocorre antes do QUE (pronome relativo), pode ocorrer antes do de: Meu palpite é igual ao de todos Minha opinião é igual à de todos. • • 41 antes de nomes masculinos: Andei a pé. Andamos a cavalo. antes de verbos: Ela começa a chorar. Cheguei a escrever um poema. em expressões formadas por palavras repetidas: Estamos cara a cara. antes de pronomes de tratamento, exceto senhora, senhorita e dona: Dirigiu-se a V. Sa com aspereza. Escrevi a Vossa Excelência. • Dirigiu-se gentilmente à senhora. quando um A (sem o S de plural) preceder um nome plural: Não falo a pessoas estranhas. Jamais vamos a festas. seco grosso duro doce grande sober- SINÔNIMOS, ANTÔNIMOS E PARÔNIMOS. SENTIDO PRÓPRIO E FIGURADO DAS PALAVRAS. ba SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS humildade louvar censurar bendimaldizer zer ativo inativo simpáantipático tico proregredir gredir rápido lento sair entrar soziacompanho nhado condiscórdia córdia pesaleve do quente frio preausente sente escuro claro inveja admiração Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Sinônimo Sinônimo é o nome que se dá à palavra que tenha significado idêntico ou muito semelhante à outra. Exemplos: carro e automóvel, cão e cachorro. O conhecimento e o uso dos sinônimos é importante para que se evitem repetições desnecessárias na construção de textos, evitando que se tornem enfadonhos. Eufemismo Alguns sinônimos são também utilizados para minimizar o impacto, normalmente negativo, de algumas palavras (figura de linguagem conhecida como eufemismo). Exemplos:  gordo - obeso  morrer - falecer Sinônimos Perfeitos e Imperfeitos Os sinônimos podem ser perfeitos ou imperfeitos. Sinônimos Perfeitos Se o significado é idêntico. Exemplos:  avaro – avarento,  léxico – vocabulário,  falecer – morrer,  escarradeira – cuspideira,  língua – idioma  catorze - quatorze Homógrafo Homógrafos são palavras iguais ou parecidas na escrita e diferentes na pronúncia. Exemplos  rego (subst.) e rego (verbo);  colher (verbo) e colher (subst.);  jogo (subst.) e jogo (verbo);  Sede: lugar e Sede: avidez;  Seca: pôr a secar e Seca: falta de água. Homófono Palavras homófonas são palavras de pronúncias iguais. Existem dois tipos de palavras homófonas, que são:  Homófonas heterográficas  Homófonas homográficas Homófonas heterográficas Como o nome já diz, são palavras homófonas (iguais na pronúncia), mas heterográficas (diferentes na escrita). Exemplos cozer / coser; cozido / cosido; censo / senso consertar / concertar conselho / concelho paço / passo noz / nós hera / era ouve / houve voz / vós cem / sem acento / assento Homófonas homográficas Como o nome já diz, são palavras homófonas (iguais na pronúncia), e homográficas (iguais na escrita). Exemplos Sinônimos Imperfeitos Se os signIficados são próximos, porém não idênticos. Exemplos: córrego – riacho, belo – formoso Antônimo Antônimo é o nome que se dá à palavra que tenha significado contrário (também oposto ou inverso) à outra. O emprego de antônimos na construção de frases pode ser um recurso estilístico que confere ao trecho empregado uma forma mais erudita ou que chame atenção do leitor ou do ouvinte. PalaAntônimo vra aberto fechado alto baixo bem mal bom mau bonito feio dede menos mais doce salgado forte fraco gordo magro salgainsosso do amor ódio Linguagens e Códigos molhado fino mole amargo pequeno 42 Ele janta (verbo) / A janta está pronta (substantivo); No caso, janta é inexistente na língua portuguesa por enquanto, já que deriva do substantivo jantar, e está classificado como neologismo. Eu passeio pela rua (verbo) / O passeio que fizemos foi bonito (substantivo). A semântica estudo o sentido das palavras, expressões, frases e unidades maiores da comunicação verbal, os significados que lhe são atribuídos. Ao considerarmos o significado de determinada palavra, levamos em conta sua história, sua estrutura (radical, prefixos, sufixos que participam da sua forma) e, por fim, do contexto em que se apresenta. Parônimo Parônimo é uma palavra que apresenta sentido diferente e forma semelhante a outra, que provoca, com alguma frequência, confusão. Essas palavras apresentam grafia e pronúncia parecida, mas com significados diferentes. O parônimos pode ser também palavras homófonas, ou seja, a pronúncia de palavras parônimas pode ser a mesma.Palavras parônimas são aquelas que têm grafia e pronúncia parecida. Exemplos Veja alguns exemplos de palavras parônimas: acender. verbo - ascender. subir acento. inflexão tônica - assento. dispositivo para sentar-se cartola. chapéu alto - quartola. pequena pipa comprimento. extensão - cumprimento. saudação coro (cantores) - couro (pele de animal) deferimento. concessão - diferimento. adiamento delatar. denunciar - dilatar. retardar, estender descrição. representação - discrição. reserva descriminar. inocentar - discriminar. distinguir despensa. compartimento - dispensa. desobriga destratar. insultar - distratar. desfazer(contrato) emergir. vir à tona - imergir. mergulhar eminência. altura, excelência - iminência. proximidade de ocorrência emitir. lançar fora de si - imitir. fazer entrar enfestar. dobrar ao meio - infestar. assolar enformar. meter em fôrma - informar. avisar entender. compreender - intender. exercer vigilância lenimento. suavizante - linimento. medicamento para fricções migrar. mudar de um local para outro - emigrar. deixar um país para morar em outro - imigrar. entrar num país vindo de outro peão. que anda a pé - pião. espécie de brinquedo recrear. divertir - recriar. criar de novo se. pronome átono, conjugação - si. espécie de brinquedo vadear. passar o vau - vadiar. passar vida ociosa venoso. relativo a veias - vinoso. que produz vinho vez. ocasião, momento - vês. verbo ver na 2ª pessoa do singular Quando analisamos o sentido das palavras na redação oficial, ressaltam como fundamentais a história da palavra e, obviamente, os contextos em que elas ocorrem. A história da palavra, em sentido amplo, vem a ser a respectiva origem e as alterações sofridas no correr do tempo, ou seja, a maneira como evoluiu desde um sentido original para um sentido mais abrangente ou mais específico. Em sentido restrito, diz respeito à tradição no uso de determinado vocábulo ou expressão. São esses dois aspectos que devem ser considerados na escolha deste ou daquele vocábulo. Sendo a clareza um dos requisitos fundamentais de todo texto oficial, deve-se atentar para a tradição no emprego de determinada expressão com determinado sentido. O emprego de expressões ditas "de uso consagrado" confere uniformidade e transparência ao sentido do texto. Mas isto não quer dizer que os textos oficiais devam limitar-se à repetição de chavões e clichês. Verifique sempre o contexto em que as palavras estão sendo utilizadas. Certifique-se de que não há repetições desnecessárias ou redundâncias. Procure sinônimos ou termos mais precisos para as palavras repetidas; mas se sua substituição for comprometer o sentido do texto, tornandoo ambíguo ou menos claro, não hesite em deixar o texto como está. É importante lembrar que o idioma está em constante mutação. A própria evolução dos costumes, das ideias, das ciências, da política, enfim da vida social em geral, impõe a criação de novas palavras e formas de dizer. Na definição de Serafim da Silva Neto, a língua: "(...) é um produto social, é uma atividade do espírito humano. Não é, assim, independente da vontade do homem, porque o homem não é uma folha seca ao sabor dos ventos veementes de uma fatalidade desconhecida e cega. Não está obrigada a prosseguir na sua trajetória, de acordo com leis determinadas, porque as línguas seguem o destino dos que as falam, são o que delas fazem as sociedades que as empregam." DENOTAÇAO E CONOTAÇAO Assim, continuamente, novas palavras são criadas (os neologismos) como produto da dinâmica social, e incorporados ao idioma inúmeros vocábulos de origem estrangeira (os estrangeirismos), que vêm para designar ou exprimir realidades não contempladas no repertório anterior da língua portuguesa. A denotação é a propriedade que possui uma palavra de limitar-se a seu próprio conceito, de trazer apenas o seu significado primitivo, original. A conotação é a propriedade que possui uma palavra de ampliar-se no seu campo semântico, dentro de um contexto, podendo causar várias interpretações. A redação oficial não pode alhear-se dessas transformações, nem incorporá-las acriticamente. Quanto às novidades vocabulares, elas devem sempre ser usadas com critério, evitando-se aquelas que podem ser substituídas por vocábulos já de uso consolidado sem prejuízo do sentido que se lhes quer dar. Observe os exemplos Denotação As estrelas do céu. Vesti-me de verde. O fogo do isqueiro. De outro lado, não se concebe que, em nome de suposto purismo, a linguagem das comunicações oficiais fique imune às criações vocabulares ou a empréstimos de outras línguas. A rapidez do desenvolvimento tecnológico, por exemplo, impõe a criação de inúmeros novos conceitos e termos, ditando de certa forma a velocidade com que a língua deve incorporálos. O importante é usar o estrangeirismo de forma consciente, buscar o equivalente português quando houver, ou conformar a palavra estrangeira ao espírito da língua portuguesa. Conotação As estrelas do cinema. O jardim vestiu-se de flores O fogo da paixão SENTIDO PRÓPRIO E SENTIDO FIGURADO As palavras podem ser empregadas no sentido próprio ou no sentido figurado: O problema do abuso de estrangeirismos inúteis ou empregados em contextos em que não cabem, é em geral causado ou pelo desconhecimento da riqueza vocabular de nossa língua, ou pela incorporação acrítica do estrangeirismo. Construí um muro de pedra - sentido próprio Maria tem um coração de pedra – sentido figurado. A água pingava lentamente – sentido próprio. Homônimos e Parônimos Muitas vezes temos dúvidas no uso de vocábulos distintos provocadas SEMÂNTICA (do grego semantiké, i. é, téchne semantiké ‘arte da significação’) Linguagens e Códigos 43  pela semelhança ou mesmo pela igualdade de pronúncia ou de grafia entre eles. É o caso dos fenômenos designados como homonímia e paronímia.  A homonímia é a designação geral para os casos em que palavras de sentidos diferentes têm a mesma grafia (os homônimos homógrafos) ou a mesma pronúncia (os homônimos homófonos).   Os homógrafos podem coincidir ou não na pronúncia, como nos exemplos: quarto (aposento) e quarto (ordinal), manga (fruta) e manga (de camisa), em que temos pronúncia idêntica; e apelo (pedido) e apelo (com e aberto, 1a pess. do sing do pres. do ind. do verbo apelar), consolo (alívio) e consolo (com o aberto, 1a pess. do sing. do pres. do ind. do verbo consolar), com pronúncia diferente.   Os homógrafos de idêntica pronúncia diferenciam-se pelo contexto em que são empregados. Não há dúvida, por exemplo, quanto ao emprego da palavra são nos três sentidos: a) verbo ser, 3a pess. do pl. do pres., b) saudável e c) santo.   Palavras de grafia diferente e de pronúncia igual (homófonos) geram dúvidas ortográficas. Caso, por exemplo, de acento/assento, coser/cozer, dos prefixos ante-/anti-, etc. Aqui o contexto não é suficiente para resolver o problema, pois sabemos o sentido, a dúvida é de letra(s). sempre que houver incerteza, consulte a lista adiante, algum dicionário ou manual de ortografia.     Já o termo paronímia designa o fenômeno que ocorre com palavras semelhantes (mas não idênticas) quanto à grafia ou à pronúncia. É fonte de muitas dúvidas, como entre descrição (‘ato de descrever’) e discrição (‘qualidade do que é discreto’), retificar (‘corrigir’) e ratificar (confirmar).     Como não interessa aqui aprofundar a discussão teórica da matéria, restringimo-nos a uma lista de palavras que costumam suscitar dúvidas de grafia ou sentido. Procuramos incluir palavras que com mais frequência provocam dúvidas na elaboração de textos oficiais, com o cuidado de agregá-las em pares ou pequenos grupos formais.  Absolver: inocentar, relevar da culpa imputada: O júri absolveu o réu.  Absorver: embeber em si, esgotar: O solo absorveu lentamente a água da chuva.  Acender: atear (fogo), inflamar.  Ascender: subir, elevar-se.  Acento: sinal gráfico; inflexão vocal: Vocábulo sem acento.  Assento: banco, cadeira: Tomar assento num cargo.  Acerca de: sobre, a respeito de: No discurso, o Presidente falou acerca de seus planos.  A cerca de: a uma distância aproximada de: O anexo fica a cerca                  de trinta metros do prédio principal. Estamos a cerca de um mês ou (ano) das eleições. Há cerca de: faz aproximadamente (tanto tempo): Há cerca de um ano, tratamos de caso idêntico; existem aproximadamente: Há cerca de mil títulos no catálogo. Acidente: acontecimento casual; desastre: A derrota foi um acidente na sua vida profissional. O súbito temporal provocou terrível acidente no parque. Incidente: episódio; que incide, que ocorre: O incidente da demissão já foi superado.                  Adotar: escolher, preferir; assumir; pôr em prática. Dotar: dar em doação, beneficiar. Afim: que apresenta afinidade, semelhança, relação (de parentesco): Se o assunto era afim, por que não foi tratado no mesmo pa- rágrafo?  A fim de: para, com a finalidade de, com o fito de: O projeto foi en-       Alto: de grande extensão vertical; elevado, grande. Auto: ato público, registro escrito de um ato, peça processual. Aleatório: casual, fortuito, acidental. Alheatório: que alheia, alienante, que desvia ou perturba. Amoral: desprovido de moral, sem senso de moral. Imoral: contrário à moral, aos bons costumes, devasso, indecente. caminhado com quinze dias de antecedência a fim de permitir a necessária reflexão sobre sua pertinência. Linguagens e Códigos  44 Ante (preposição): diante de, perante: Ante tal situação, não teve alternativa. Ante- (prefixo): expressa anterioridade: antepor, antever, antepro- jeto ante-diluviano. Anti- (prefixo): expressa contrariedade; contra: anticientífico, antibiótico, anti-higiênico, anti-Marx. Ao encontro de: para junto de; favorável a: Foi ao encontro dos colegas. O projeto salarial veio ao encontro dos anseios dos trabalhadores. De encontro a: contra; em prejuízo de: O carro foi de encontro a um muro. O governo não apoiou a medida, pois vinha de encontro aos interesses dos menores. Ao invés de: ao contrário de: Ao invés de demitir dez funcionários, a empresa contratou mais vinte. (Inaceitável o cruzamento *ao em vez de.) Em vez de: em lugar de: Em vez de demitir dez funcionário, a empresa demitiu vinte. A par: informado, ao corrente, ciente: O Ministro está a par (var.: ao par) do assunto; ao lado, junto; além de. Ao par: de acordo com a convenção legal: Fez a troca de mil dólares ao par. Aparte: interrupção, comentário à margem: O deputado concedeu ao colega um aparte em seu pronunciamento. À parte: em separado, isoladamente, de lado: O anexo ao projeto foi encaminhado por expediente à parte. Apreçar: avaliar, pôr preço: O perito apreçou irrisoriamente o imóvel. Apressar: dar pressa a, acelerar: Se o andamento das obras não for apressado, não será cumprido o cronograma. Área: superfície delimitada, região. Ária: canto, melodia. Aresto: acórdão, caso jurídico julgado: Neste caso, o aresto é irrecorrível. Arresto: apreensão judicial, embargo: Os bens do traficante preso foram todos arrestados. Arrochar: apertar com arrocho, apertar muito. Arroxar: ou arroxear, roxear: tornar roxo. Ás: exímio em sua atividade; carta do baralho. Az (p. us.): esquadrão, ala do exército. Atuar: agir, pôr em ação; pressionar. Autuar: lavrar um auto; processar. Auferir: obter, receber: Auferir lucros, vantagens. Aferir: avaliar, cotejar, medir, conferir: Aferir valores, resultados. Augurar: prognosticar, prever, auspiciar: O Presidente augurou su- cesso ao seu par americano. Agourar: pressagiar, predizer (geralmente no mau sentido): Os técnicos agouram desastre na colheita. Avocar: atribuir-se, chamar: Avocou a si competências de outrem. Evocar: lembrar, invocar: Evocou no discurso o começo de sua carreira. Invocar: pedir (a ajuda de); chamar; proferir: Ao final do discurso, invocou a ajuda de Deus. Caçar: perseguir, procurar, apanhar (geralmente animais). Cassar: tornar nulo ou sem efeito, suspender, invalidar. Carear: atrair, ganhar, granjear. Cariar: criar cárie. Carrear: conduzir em carro, carregar. Casual: fortuito, aleatório, ocasional. Causal: causativo, relativo a causa. Cavaleiro: que anda a cavalo, cavalariano. Cavalheiro: indivíduo distinto, gentil, nobre. Censo: alistamento, recenseamento, contagem. Senso: entendimento, juízo, tino. Cerrar: fechar, encerrar, unir, juntar. Serrar: cortar com serra, separar, dividir. Cessão: ato de ceder: A cessão do local pelo município tornou possível a realização da obra. Seção: setor, subdivisão de um todo, repartição, divisão: Em qual seção do ministério ele trabalha?            Sessão: espaço de tempo que dura uma reunião, um congresso; reunião; espaço de tempo durante o qual se realiza uma tarefa: A próxima sessão legislativa será iniciada em 1o de agosto. Chá: planta, infusão. Xá: antigo soberano persa. Cheque: ordem de pagamento à vista. Xeque: dirigente árabe; lance de xadrez; (fig.) perigo (pôr em xeque). Círio: vela de cera. Sírio: da Síria. Cível: relativo à jurisdição dos tribunais civis. Civil: relativo ao cidadão; cortês, polido (daí civilidade); não militar nem, eclesiástico. Colidir: trombar, chocar; contrariar: A nova proposta colide fron-  Dissensão: desavença, diferença de opiniões ou interesses: A dis-    Elidir: suprimir, eliminar. Ilidir: contestar, refutar, desmentir. Emenda: correção de falta ou defeito, regeneração, remendo: ao torná-lo mais claro e objetivo, a emenda melhorou o projeto. Ementa: apontamento, súmula de decisão judicial ou do objeto de uma lei. Procuro uma lei cuja ementa é "dispõe sobre a proprieda-  de industrial".       talmente com o entendimento havido.       Emergir: vir à tona, manifestar-se. Imergir: mergulhar, afundar submergir), entrar. Emigrar: deixar o país para residir em outro. Imigrar: entrar em país estrangeiro para nele viver. Eminente (eminência): alto, elevado, sublime. Iminente (iminência): que está prestes a acontecer, pendente, próximo. Emitir (emissão): produzir, expedir, publicar. Imitir (imissão): fazer entrar, introduzir, investir. Empoçar: reter em poço ou poça, formar poça. Empossar: dar posse a, tomar posse, apoderar-se. Encrostar: criar crosta. Incrustar: cobrir de crosta, adornar, revestir, prender-se, arraigarse. Entender: compreender, perceber, deduzir. Intender: (p. us): exercer vigilância, superintender. Enumerar: numerar, enunciar, narrar, arrolar. Inúmero: inumerável, sem conta, sem número. Espectador: aquele que assiste qualquer ato ou espetáculo, testemunha. Expectador: que tem expectativa, que espera. Esperto: inteligente, vivo, ativo. Experto: perito, especialista. Espiar: espreitar, observar secretamente, olhar. Expiar: cumprir pena, pagar, purgar. Estada: ato de estar, permanência: Nossa estada em São Paulo  Estadia: prazo para carga e descarga de navio ancorado em porto:  Coligir: colecionar, reunir, juntar: As leis foram coligidas pelo Ministério da Justiça. Comprimento: medida, tamanho, extensão, altura. Cumprimento: ato de cumprir, execução completa; saudação. Concelho: circunscrição administrativa ou município (em Portugal). Conselho: aviso, parecer, órgão colegiado. Concerto: acerto, combinação, composição, harmonização (cp. concertar): O concerto das nações... O concerto de Guarnieri... Conserto: reparo, remendo, restauração (cp. consertar): Certos        Conje(c)tura: suspeita, hipótese, opinião. Conjuntura: acontecimento, situação, ocasião, circunstância. Contravenção: transgressão ou infração a normas estabelecidas. Contraversão: versão contrária, inversão. Coser: costurar, ligar, unir. Cozer: cozinhar, preparar. Costear: navegar junto à costa, contornar. A fragata costeou inú-       Custear: pagar o custo de, prover, subsidiar. Qual a empresa disposta a custear tal projeto? Custar: valer, necessitar, ser penoso. Quanto custa o projeto? Custa-me crer que funcionará. Deferir: consentir, atender, despachar favoravelmente, conceder. Diferir: ser diferente, discordar; adiar, retardar, dilatar. Degradar: deteriorar, desgastar, diminuir, rebaixar. Degredar: impor pena de degredo, desterrar, banir. Delatar (delação): denunciar, revelar crime ou delito, acusar: Os      Dilatar (dilação): alargar, estender; adiar, diferir: A dilação do pra-         Derrogar: revogar parcialmente (uma lei), anular. Derrocar: destruir, arrasar, desmoronar. Descrição: ato de descrever, representação, definição. Discrição: discernimento, reserva, prudência, recato. Descriminar: absolver de crime, tirar a culpa de. Discriminar: diferençar, separar, discernir. Despensa: local em que se guardam mantimentos, depósito de provisões. Dispensa: licença ou permissão para deixar de fazer algo a que se estava obrigado; demissão. Despercebido: que não se notou, para o que não se atentou: Ape-                                       problemas crônicos aparentemente não têm conserto. meras praias do litoral baiano antes de partir para alto-mar. traficantes foram delatados por membro de quadrilha rival. zo de entrega das declarações depende de decisão do Diretor da Receita Federal. sar de sua importância, o projeto passou despercebido. Desapercebido: desprevenido, desacautelado: Embarcou para a missão na Amazônia totalmente desapercebido dos desafios que lhe aguardavam.   Dessecar: secar bem, enxugar, tornar seco. Dissecar: analisar minuciosamente, dividir anatomicamente. Destratar: insultar, maltratar com palavras. Distratar: desfazer um trato, anular. Distensão: ato ou efeito de distender, torção violenta dos ligamentos de uma articulação. Distinção: elegância, nobreza, boa educação: Todos devem por-      tar-se com distinção. Linguagens e Códigos sensão sobre a matéria impossibilitou o acordo. 45 foi muito agradável. O "Rio de Janeiro" foi autorizado a uma estadia de três dias. Estância: lugar onde se está, morada, recinto. Instância: solicitação, pedido, rogo; foro, jurisdição, juízo. Estrato: cada camada das rochas estratificadas. Extrato: coisa que se extraiu de outra; pagamento, resumo, cópia; perfume. Flagrante: ardente, acalorado; diz-se do ato que a pessoa é surpreendida a praticar (flagrante delito). Fragrante: que tem fragrância ou perfume; cheiroso. Florescente: que floresce, próspero, viçoso. Fluorescente: que tem a propriedade da fluorescência. Folhar: produzir folhas, ornar com folhagem, revestir lâminas. Folhear: percorrer as folhas de um livro, compulsar, consultar. Incerto: não certo, indeterminado, duvidoso, variável. Inserto: introduzido, incluído, inserido. Incipiente: iniciante, principiante. Insipiente: ignorante, insensato. Incontinente: imoderado, que não se contém, descontrolado. Incontinenti: imediatamente, sem demora, logo, sem interrupção. Induzir: causar, sugerir, aconselhar, levar a: O réu declarou que havia sido induzido a cometer o delito. Aduzir: expor, apresentar: A defesa, então, aduziu novas provas. Inflação: ato ou efeito de inflar; emissão exagerada de moeda, aumento persistente de preços. Infração: ato ou efeito de infringir ou violar uma norma. Infligir: cominar, aplicar (pena, castigo, repreensão, derrota): O juiz infligiu pesada pena ao réu. Infringir: transgredir, violar, desrespeitar (lei, regulamento, etc.) (cp. infração): A condenação decorreu de ter ele infringido um sem número de artigos do Código Penal. Inquerir: apertar (a carga de animais), encilhar. Inquirir: procurar informações sobre, indagar, investigar, interrogar.                  Mandato: autorização que alguém confere a outrem para praticar atos em seu nome; procuração; delegação: o mandato de um de-   Mandante: que manda; aquele que outorga um mandato. Mandatário: aquele que recebe um mandato, executor de mandato, representante, procurador. Mandatório: obrigatório. Obcecação: ato ou efeito de obcecar, teimosia, cegueira. Obsessão: impertinência, perseguição, ideia fixa. Ordinal: numeral que indica ordem ou série (primeiro, segundo, milésimo, etc.). Ordinário: comum, frequente, trivial, vulgar. Original: com caráter próprio; inicial, primordial. Originário: que provém de, oriundo; inicial, primitivo. Paço: palácio real ou imperial; a corte. Passo: ato de avançar ou recuar um pé para andar; caminho, etapa. Pleito: questão em juízo, demanda, litígio, discussão: O pleito por                                        diu no erro, o contrato de trabalho foi rescindido. ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS. As palavras, em Língua Portuguesa, podem ser decompostas em vários elementos chamados elementos mórficos ou elementos de estrutura das palavras. creveu há dois meses. Proscrever: abolir, extinguir, proibir, terminar; desterrar. O uso de Exs.: cinzeiro = cinza + eiro endoidecer = en + doido + ecer várias substâncias psicotrópicas foi proscrito por recente portaria do Ministro. Linguagens e Códigos após o texto ter sido retificado em suas passagens ambíguas. Remição: ato de remir, resgate, quitação. Remissão: ato de remitir, intermissão, intervalo; perdão, expiação. Repressão: ato de reprimir, contenção, impedimento, proibição. Repreensão: ato de repreender, enérgica admoestação, censura, advertência. Ruço: grisalho, desbotado. Russo: referente à Rússia, nascido naquele país; língua falada na Rússia. Sanção: confirmação, aprovação; pena imposta pela lei ou por contrato para punir sua infração. Sansão: nome de personagem bíblico; certo tipo de guindaste. Sedento: que tem sede; sequioso (var. p. us.: sedente). Cedente: que cede, que dá. Sobrescritar: endereçar, destinar, dirigir. Subscritar: assinar, subscrever. Sortir: variar, combinar, misturar. Surtir: causar, originar, produzir (efeito). Subentender: perceber o que não estava claramente exposto; supor. Subintender: exercer função de subintendente, dirigir. Subtender: estender por baixo. Sustar: interromper, suspender; parar, interromper-se (sustar-se). Suster: sustentar, manter; fazer parar, deter. Tacha: pequeno prego; mancha, defeito, pecha. Taxa: espécie de tributo, tarifa. Tachar: censurar, qualificar, acoimar: tachar alguém (tachá-lo) de subversivo. Taxar: fixar a taxa de; regular, regrar: taxar mercadorias. Tapar: fechar, cobrir, abafar. Tampar: pôr tampa em. Tenção: intenção, plano (deriv.: tencionar); assunto, tema. Tensão: estado de tenso, rigidez (deriv.: tensionar); diferencial elétrico. Tráfego: trânsito de veículos, percurso, transporte. Tráfico: negócio ilícito, comércio, negociação. Trás: atrás, detrás, em seguida, após (cf. em locuções: de trás, por trás). Traz: 3a pessoa do singular do presente do indicativo do verbo trazer. Vestiário: guarda-roupa; local em que se trocam roupas. Vestuário: as roupas que se vestem, traje. Vultoso: de grande vulto, volumoso. Vultuoso (p. us.): atacado de vultuosidade (congestão da face).        Preceder: ir ou estar adiante de, anteceder, adiantar-se. Proceder: originar-se, derivar, provir; levar a efeito, executar. Pós- (prefixo): posterior a, que sucede, atrás de, após: pósmoderno, pós-operatório. Pré- (prefixo): anterior a, que precede, à frente de, antes de: prémodernista, pré-primário. Pró (advérbio): em favor de, em defesa de. A maioria manifestouse contra, mas dei meu parecer pró. Preeminente: que ocupa lugar elevado, nobre, distinto. Proeminente: alto, saliente, que se alteia acima do que o circunda. Preposição: ato de prepor, preferência; palavra invariável que liga constituintes da frase. Proposição: ato de propor, proposta; máxima, sentença; afirmativa, asserção. Presar: capturar, agarrar, apresar. Prezar: respeitar, estimar muito, acatar. Prescrever: fixar limites, ordenar de modo explícito, determinar; ficar sem efeito, anular-se: O prazo para entrada do processo pres- Prolatar: proferir sentença, promulgar. Protelar: adiar, prorrogar. Ratificar: validar, confirmar, comprovar. Retificar: corrigir, emendar, alterar: A diretoria ratificou a decisão             mais escolas na região foi muito bem formulado. Preito: sujeição, respeito, homenagem: Os alunos renderam preito ao antigo reitor. fe do departamento de pessoal proveu os cargos vacantes. Provir: originar-se, proceder; resultar: A dúvida provém (Os erros provêm) da falta de leitura. Recrear: proporcionar recreio, divertir, alegrar. Recriar: criar de novo. Reincidir: tornar a incidir, recair, repetir. Rescindir: dissolver, invalidar, romper, desfazer: Como ele reinci-  putado, senador, do Presidente. Prever: ver antecipadamente, profetizar; calcular: A assessoria previu acertadamente o desfecho do caso. Prover: providenciar, dotar, abastecer, nomear para cargo: O che-       dado de prisão.       Intercessão: ato de interceder. Interse(c)ção: ação de se(c)cionar, cortar; ponto em que se encontram duas linhas ou superfícies. Inter- (prefixo): entre; preposição latina usada em locuções: inter alia (entre outros), inter pares (entre iguais). Intra- (prefixo): interior, dentro de. Judicial: que tem origem no Poder Judiciário ou que perante ele se realiza. Judiciário: relativo ao direito processual ou à organização da Justiça. Liberação: ato de liberar, quitação de dívida ou obrigação. Libertação: ato de libertar ou libertar-se. Lista: relação, catálogo; var. pop. de listra. Listra: risca de cor diferente num tecido (var. pop. de lista). Locador: que dá de aluguel, senhorio, arrendador. Locatário: alugador, inquilino: O locador reajustou o aluguel sem a concordância do locatário. Lustre: brilho, glória, fama; abajur. Lustro: quinquênio; polimento. Magistrado: juiz, desembargador, ministro. Magistral: relativo a mestre (latim: magister); perfeito, completo; exemplar. Mandado: garantia constitucional para proteger direito individual líquido e certo; ato de mandar; ordem escrita expedida por autoridade judicial ou administrativa: um mandado de segurança, man- 46 predizer = pre + dizer Derivação Imprópria Os principais elementos móficos são : Forma-se quando uma palavra muda de classe gramatical sem que a forma da primitiva seja alterada. Exemplos: O infeliz faltou ao serviço hoje. (adjetivo torna-se substantivo). Não aceito um não como resposta. (advérbio torna-se substantivo, o artigo um substantiva o advérbio). RADICAL É o elemento mórfico em que está a ideia principal da palavra. Exs.: amarelecer = amarelo + ecer enterrar = en + terra + ar pronome = pro + nome Composição O processo de composição forma palavras através da junção de dois ou mais radicais. Exemplos: guarda-roupa, pombo-correio. PREFIXO É o elemento mórfico que vem antes do radical. Exs.: anti - herói in - feliz Há dois tipos de composição: aglutinação e justaposição. SUFIXO É o elemento mórfico que vem depois do radical. Exs.: med - onho cear – ense Composição por Aglutinação Ocorre quando um dos radicais, ao se unirem, sofre alterações. Exemplos: planalto (plano + alto), embora (em + boa + hora). FORMAÇÃO DAS PALAVRAS Composição por Justaposição Palavras primitivas: são palavras que servem como base para a formação de outra e que não foram formadas a partir de outro radical da língua. Exemplos: pedra, flor, casa. Ocorre quando os radicais, ao se unirem, não sofrem alterações. Exemplos: pé-de-galinha, passatempo, cachorro-quente, girassol. Palavras derivadas: são palavras formadas a partir de outros radicais. Exemplos: pedreiro, floricultura, casebre. Outros processos Hibridismo No português, os principais processos para formar palavras novas são dois: derivação ecomposição. Ocorre quando os elementos que formam a palavra são de idiomas diferentes. Exemplos: automóvel (auto= grego, móvel= latim), televisão (tele= grego, visão=latim). Derivação É a formação de palavras a partir da anexação de afixos à palavra primitiva. Exemplos: inútil = prefixo in + radical útil. O processo de derivação pode ser prefixal, sufixal, parassintético, regressivo e impróprio. Onomatopeia Acontece nas palavras que simbolizam a reprodução de determinados sons. Exemplos: tique-taque, zunzum. Derivação Prefixal Redução ou Abreviação Faz-se pela anexação de prefixo à palavra primitiva. Exemplos: desfazer, refazer. Esse processo se manifesta quando uma palavra é muito longa, pois forma novas palavras a partir da redução ou abreviação de palavras já existentes. Exemplos: pornô (pornográfico), moto (motocicleta), pneu (pneumático). Derivação Sufixal Faz-se pela anexação de sufixo à palavra primitiva. Exemplos: alegremente, carinhoso. Os sufixos são divididos em nominais, verbais e adverbiais. Sufixos nominais são os que derivam substantivos e adjetivos; Sufixos verbais são os que derivam verbos; Sufixo adverbial é o que deriva advérbio, esse existe apenas um: -mente Neologismo É a criação de novas palavras para atender às necessidades dos falantes em contextos específicos. Veja os neologismos num trecho do poema Amar, de Carlos Drummond de Andrade: Derivação Parassintética Que pode uma criatura senão, senão entre criaturas, amar? amar e esquecer, amar e malamar, amar, desamar, amar? sempre, e até de olhos vidrados, amar? Faz-se pela anexação simultânea de prefixo e sufixo à palavra primitiva. Exemplos: desalmado, entristecer. A derivação parassintética só acontece quando os dois morfemas (prefixo e sufixo) se unem ao radical simultaneamente. Note que na palavra desalmado houve parassíntese. É fácil perceber, pois não existe a palavra desalma, da qual teria vindo desalmado, da mesma forma não existe a palavra almado, da qual também teria vindo desalmado.Portanto, ocorreu anexação de prefixo e sufixo ao mesmo tempo. Por Marina Cabral EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS: SUBSTANTIVO, ADJETIVO, NUMERAL, PRONOME, VERBO, ADVÉRBIO, PREPOSIÇÃO, CONJUNÇÃO (CLASSIFICAÇÃO E SENTIDO QUE IMPRIMEM ÀS RELAÇÕES ENTRE AS ORAÇÕES). Derivação Regressiva Faz-se pela redução da palavra primitiva. Exemplos: trabalho (trabalhar), choro (chorar). O processo de derivação regressiva produz os substantivos deverbais, esses são substantivos derivados a partir de verbos. Linguagens e Códigos SUBSTANTIVOS Substantivo é a palavra variável em gênero, número e grau, que dá no47 me aos seres em geral. congresso - de parlamentares, de cientistas conselho - de ministros consistório - de cardeais sob a presidência do papa constelação - de estrelas corja - de vadios elenco - de artistas enxame - de abelhas enxoval - de roupas esquadra - de navios de guerra esquadrilha - de aviões falange - de soldados, de anjos farândola - de maltrapilhos fato - de cabras fauna - de animais de uma região feixe - de lenha, de raios luminosos flora - de vegetais de uma região frota - de navios mercantes, de táxis, de ônibus girândola - de fogos de artifício horda - de invasores, de selvagens, de bárbaros junta - de bois, médicos, de examinadores júri - de jurados legião - de anjos, de soldados, de demônios malta - de desordeiros manada - de bois, de elefantes matilha - de cães de caça ninhada - de pintos nuvem - de gafanhotos, de fumaça panapaná - de borboletas pelotão - de soldados penca - de bananas, de chaves pinacoteca - de pinturas plantel - de animais de raça, de atletas quadrilha - de ladrões, de bandidos ramalhete - de flores réstia - de alhos, de cebolas récua - de animais de carga romanceiro - de poesias populares resma - de papel revoada - de pássaros súcia - de pessoas desonestas vara - de porcos vocabulário - de palavras São, portanto, substantivos. a) os nomes de coisas, pessoas, animais e lugares: livro, cadeira, cachorra, Valéria, Talita, Humberto, Paris, Roma, Descalvado. b) os nomes de ações, estados ou qualidades, tomados como seres: trabalho, corrida, tristeza beleza altura. CLASSIFICAÇÃO DOS SUBSTANTIVOS a) COMUM - quando designa genericamente qualquer elemento da espécie: rio, cidade, pais, menino, aluno b) PRÓPRIO - quando designa especificamente um determinado elemento. Os substantivos próprios são sempre grafados com inicial maiúscula: Tocantins, Porto Alegre, Brasil, Martini, Nair. c) CONCRETO - quando designa os seres de existência real ou não, propriamente ditos, tais como: coisas, pessoas, animais, lugares, etc. Verifique que é sempre possível visualizar em nossa mente o substantivo concreto, mesmo que ele não possua existência real: casa, cadeira, caneta, fada, bruxa, saci. d) ABSTRATO - quando designa as coisas que não existem por si, isto é, só existem em nossa consciência, como fruto de uma abstração, sendo, pois, impossível visualizá-lo como um ser. Os substantivos abstratos vão, portanto, designar ações, estados ou qualidades, tomados como seres: trabalho, corrida, estudo, altura, largura, beleza. Os substantivos abstratos, via de regra, são derivados de verbos ou adjetivos trabalhar - trabalho correr - corrida alto - altura belo - beleza FORMAÇÃO DOS SUBSTANTIVOS a) PRIMITIVO: quando não provém de outra palavra existente na língua portuguesa: flor, pedra, ferro, casa, jornal. b) DERIVADO: quando provem de outra palavra da língua portuguesa: florista, pedreiro, ferreiro, casebre, jornaleiro. c) SIMPLES: quando é formado por um só radical: água, pé, couve, ódio, tempo, sol. d) COMPOSTO: quando é formado por mais de um radical: água-decolônia, pé-de-moleque, couve-flor, amor-perfeito, girassol. COLETIVOS Coletivo é o substantivo que, mesmo sendo singular, designa um grupo de seres da mesma espécie. FLEXÃO DOS SUBSTANTIVOS Como já assinalamos, os substantivos variam de gênero, número e grau. Veja alguns coletivos que merecem destaque: alavão - de ovelhas leiteiras alcateia - de lobos álbum - de fotografias, de selos antologia - de trechos literários escolhidos armada - de navios de guerra armento - de gado grande (búfalo, elefantes, etc) arquipélago - de ilhas assembleia - de parlamentares, de membros de associações atilho - de espigas de milho atlas - de cartas geográficas, de mapas banca - de examinadores bandeira - de garimpeiros, de exploradores de minérios bando - de aves, de pessoal em geral cabido - de cônegos cacho - de uvas, de bananas cáfila - de camelos cambada - de ladrões, de caranguejos, de chaves cancioneiro - de poemas, de canções caravana - de viajantes cardume - de peixes clero - de sacerdotes colmeia - de abelhas concílio - de bispos conclave - de cardeais em reunião para eleger o papa congregação - de professores, de religiosos Linguagens e Códigos Gênero Em Português, o substantivo pode ser do gênero masculino ou feminino: o lápis, o caderno, a borracha, a caneta. Podemos classificar os substantivos em: a) SUBSTANTIVOS BIFORMES, são os que apresentam duas formas, uma para o masculino, outra para o feminino: aluno/aluna homem/mulher menino /menina carneiro/ovelha Quando a mudança de gênero não é marcada pela desinência, mas pela alteração do radical, o substantivo denomina-se heterônimo: padrinho/madrinha bode/cabra cavaleiro/amazona pai/mãe b) SUBSTANTIVOS UNIFORMES: são os que apresentam uma única forma, tanto para o masculino como para o feminino. Subdividem-se em: 1. Substantivos epicenos: são substantivos uniformes, que designam animais: onça, jacaré, tigre, borboleta, foca. Caso se queira fazer a distinção entre o masculino e o feminino, devemos acrescentar as palavras macho ou fêmea: onça macho, jacaré fêmea 2. Substantivos comuns de dois gêneros: são substantivos uniformes que designam pessoas. Neste caso, a diferença de gênero é feita pelo arti48 Substantivos só usados no plural go, ou outro determinante qualquer: o artista, a artista, o estudante, a estudante, este dentista. 3. Substantivos sobrecomuns: são substantivos uniformes que designam pessoas. Neste caso, a diferença de gênero não é especificada por artigos ou outros determinantes, que serão invariáveis: a criança, o cônjuge, a pessoa, a criatura. Caso se queira especificar o gênero, procede-se assim: uma criança do sexo masculino / o cônjuge do sexo feminino. afazeres arredores cãs confins férias núpcias olheiras viveres AIguns substantivos que apresentam problema quanto ao Gênero: anais belas-artes condolências exéquias fezes óculos pêsames copas, espadas, ouros e paus (naipes) Plural dos Nomes Compostos São masculinos o anátema o telefonema o teorema o trema o edema o eclipse o lança-perfume o fibroma o estratagema o proclama São femininos o grama (unidade de peso) a abusão o dó (pena, compaixão) a aluvião o ágape a análise o caudal a cal o champanha a cataplasma o alvará a dinamite o formicida a comichão o guaraná a aguardente o plasma o clã a derme a omoplata a usucapião a bacanal a líbido a sentinela a hélice 1. Somente o último elemento varia: a) nos compostos grafados sem hífen: aguardente, aguardentes; claraboia, claraboias; malmequer, malmequeres; vaivém, vaivéns; b) nos compostos com os prefixos grão, grã e bel: grão-mestre, grãomestres; grã-cruz, grã-cruzes; bel-prazer, bel-prazeres; c) nos compostos de verbo ou palavra invariável seguida de substantivo ou adjetivo: beija-flor, beija-flores; quebra-sol, quebra-sóis; guarda-comida, guarda-comidas; vice-reitor, vice-reitores; sempre-viva, sempre-vivas. Nos compostos de palavras repetidas mela-mela, mela-melas; recoreco, recorecos; tique-tique, tique-tiques) Mudança de Gênero com mudança de sentido Alguns substantivos, quando mudam de gênero, mudam de sentido. Veja alguns exemplos: o cabeça (o chefe, o líder) o capital (dinheiro, bens) o rádio (aparelho receptor) o moral (ânimo) o lotação (veículo) o lente (o professor) 2. Somente o primeiro elemento é flexionado: a) nos compostos ligados por preposição: copo-de-leite, copos-de-leite; pinho-de-riga, pinhos-de-riga; pé-de-meia, pés-de-meia; burro-semrabo, burros-sem-rabo; b) nos compostos de dois substantivos, o segundo indicando finalidade ou limitando a significação do primeiro: pombo-correio, pomboscorreio; navio-escola, navios-escola; peixe-espada, peixes-espada; banana-maçã, bananas-maçã. A tendência moderna é de pluralizar os dois elementos: pomboscorreios, homens-rãs, navios-escolas, etc. a cabeça (parte do corpo) a capital (cidade principal) a rádio (estação transmissora) a moral (parte da Filosofia, conclusão) a lotação (capacidade) a lente (vidro de aumento) Plural dos Nomes Simples 1. Aos substantivos terminados em vogal ou ditongo acrescenta-se S: casa, casas; pai, pais; imã, imãs; mãe, mães. 2. Os substantivos terminados em ÃO formam o plural em: a) ÕES (a maioria deles e todos os aumentativos): balcão, balcões; coração, corações; grandalhão, grandalhões. b) ÃES (um pequeno número): cão, cães; capitão, capitães; guardião, guardiães. c) ÃOS (todos os paroxítonos e um pequeno número de oxítonos): cristão, cristãos; irmão, irmãos; órfão, órfãos; sótão, sótãos. 3. Ambos os elementos são flexionados: a) nos compostos de substantivo + substantivo: couve-flor, couvesflores; redator-chefe, redatores-chefes; carta-compromisso, cartascompromissos. b) nos compostos de substantivo + adjetivo (ou vice-versa): amorperfeito, amores-perfeitos; gentil-homem, gentis-homens; carapálida, caras-pálidas. São invariáveis: a) os compostos de verbo + advérbio: o fala-pouco, os fala-pouco; o pisa-mansinho, os pisa-mansinho; o cola-tudo, os cola-tudo; b) as expressões substantivas: o chove-não-molha, os chove-nãomolha; o não-bebe-nem-desocupa-o-copo, os não-bebe-nemdesocupa-o-copo; c) os compostos de verbos antônimos: o leva-e-traz, os leva-e-traz; o perde-ganha, os perde-ganha. Obs: Alguns compostos admitem mais de um plural, como é o caso por exemplo, de: fruta-pão, fruta-pães ou frutas-pães; guardamarinha, guarda-marinhas ou guardas-marinhas; padre-nosso, padres-nossos ou padre-nossos; salvo-conduto, salvos-condutos ou salvo-condutos; xeque-mate, xeques-mates ou xeques-mate. Muitos substantivos com esta terminação apresentam mais de uma forma de plural: aldeão, aldeãos ou aldeães; charlatão, charlatões ou charlatães; ermitão, ermitãos ou ermitães; tabelião, tabeliões ou tabeliães, etc. 3. Os substantivos terminados em M mudam o M para NS. armazém, armazéns; harém, haréns; jejum, jejuns. 4. Aos substantivos terminados em R, Z e N acrescenta-se-lhes ES: lar, lares; xadrez, xadrezes; abdômen, abdomens (ou abdômenes); hífen, hífens (ou hífenes). Obs: caráter, caracteres; Lúcifer, Lúciferes; cânon, cânones. 5. Os substantivos terminados em AL, EL, OL e UL o l por is: animal, animais; papel, papéis; anzol, anzóis; paul, pauis. Obs.: mal, males; real (moeda), reais; cônsul, cônsules. 6. Os substantivos paroxítonos terminados em IL fazem o plural em: fóssil, fósseis; réptil, répteis. Os substantivos oxítonos terminados em IL mudam o l para S: barril, barris; fuzil, fuzis; projétil, projéteis. 7. Os substantivos terminados em S são invariáveis, quando paroxítonos: o pires, os pires; o lápis, os lápis. Quando oxítonas ou monossílabos tônicos, junta-se-lhes ES, retira-se o acento gráfico, português, portugueses; burguês, burgueses; mês, meses; ás, ases. São invariáveis: o cais, os cais; o xis, os xis. São invariáveis, também, os substantivos terminados em X com valor de KS: o tórax, os tórax; o ônix, os ônix. 8. Os diminutivos em ZINHO e ZITO fazem o plural flexionando-se o substantivo primitivo e o sufixo, suprimindo-se, porém, o S do substantivo primitivo: coração, coraçõezinhos; papelzinho, papeizinhos; cãozinho, cãezitos. Linguagens e Códigos Adjetivos Compostos Nos adjetivos compostos, apenas o último elemento se flexiona. Ex.:histórico-geográfico, histórico-geográficos; latino-americanos, latinoamericanos; cívico-militar, cívico-militares. 1) Os adjetivos compostos referentes a cores são invariáveis, quando o segundo elemento é um substantivo: lentes verde-garrafa, tecidos amarelo-ouro, paredes azul-piscina. 2) No adjetivo composto surdo-mudo, os dois elementos variam: surdos-mudos > surdas-mudas. 3) O composto azul-marinho é invariável: gravatas azul-marinho. Graus do substantivo Dois são os graus do substantivo - o aumentativo e o diminutivo, os quais podem ser: sintéticos ou analíticos. 49 homem feliz homens felizes Observação: os substantivos empregados como adjetivos ficam invariáveis: blusa vinho blusas vinho camisa rosa camisas rosa b) Adjetivos compostos Como regra geral, nos adjetivos compostos somente o último elemento varia, tanto em gênero quanto em número: Analítico Utiliza-se um adjetivo que indique o aumento ou a diminuição do tamanho: boca pequena, prédio imenso, livro grande. Sintético Constrói-se com o auxílio de sufixos nominais aqui apresentados. acordos sócio-político-econômico acordos sócio-político-econômicos causa sócio-político-econômica causas sócio-político-econômicas acordo luso-franco-brasileiro acordo luso-franco-brasileiros lente côncavo-convexa lentes côncavo-convexas camisa verde-clara camisas verde-claras sapato marrom-escuro sapatos marrom-escuros Observações: 1) Se o último elemento for substantivo, o adjetivo composto fica invariável: camisa verde-abacate camisas verde-abacate sapato marrom-café sapatos marrom-café blusa amarelo-ouro blusas amarelo-ouro 2) Os adjetivos compostos azul-marinho e azul-celeste ficam invariáveis: blusa azul-marinho blusas azul-marinho camisa azul-celeste camisas azul-celeste 3) No adjetivo composto (como já vimos) surdo-mudo, ambos os elementos variam: menino surdo-mudo meninos surdos-mudos menina surda-muda meninas surdas-mudas Principais sufixos aumentativos AÇA, AÇO, ALHÃO, ANZIL, ÃO, ARÉU, ARRA, ARRÃO, ASTRO, ÁZIO, ORRA, AZ, UÇA. Ex.: A barcaça, ricaço, grandalhão, corpanzil, caldeirão, povaréu, bocarra, homenzarrão, poetastro, copázio, cabeçorra, lobaz, dentuça. Principais Sufixos Diminutivos ACHO, CHULO, EBRE, ECO, EJO, ELA, ETE, ETO, ICO, TIM, ZINHO, ISCO, ITO, OLA, OTE, UCHO, ULO, ÚNCULO, ULA, USCO. Exs.: lobacho, montículo, casebre, livresco, arejo, viela, vagonete, poemeto, burrico, flautim, pratinho, florzinha, chuvisco, rapazito, bandeirola, saiote, papelucho, glóbulo, homúncula, apícula, velhusco. Observações: • Alguns aumentativos e diminutivos, em determinados contextos, adquirem valor pejorativo: medicastro, poetastro, velhusco, mulherzinha, etc. Outros associam o valor aumentativo ao coletivo: povaréu, fogaréu, etc. • É usual o emprego dos sufixos diminutivos dando às palavras valor afetivo: Joãozinho, amorzinho, etc. • Há casos em que o sufixo aumentativo ou diminutivo é meramente formal, pois não dão à palavra nenhum daqueles dois sentidos: cartaz, ferrão, papelão, cartão, folhinha, etc. • Muitos adjetivos flexionam-se para indicar os graus aumentativo e diminutivo, quase sempre de maneira afetiva: bonitinho, grandinho, bonzinho, pequenito. Graus do Adjetivo As variações de intensidade significativa dos adjetivos podem ser expressas em dois graus: - o comparativo - o superlativo Comparativo Apresentamos alguns substantivos heterônimos ou desconexos. Em lugar de indicarem o gênero pela flexão ou pelo artigo, apresentam radicais diferentes para designar o sexo: genro - nora bode - cabra padre - madre burro - besta padrasto - madrasta carneiro - ovelha padrinho - madrinha cão - cadela cavalheiro - dama pai - mãe compadre - comadre veado - cerva zangão - abelha frade - freira etc. frei – soror Ao compararmos a qualidade de um ser com a de outro, ou com uma outra qualidade que o próprio ser possui, podemos concluir que ela é igual, superior ou inferior. Daí os três tipos de comparativo: - Comparativo de igualdade: O espelho é tão valioso como (ou quanto) o vitral. Pedro é tão saudável como (ou quanto) inteligente. - Comparativo de superioridade: O aço é mais resistente que (ou do que) o ferro. Este automóvel é mais confortável que (ou do que) econômico. - Comparativo de inferioridade: A prata é menos valiosa que (ou do que) o ouro. Este automóvel é menos econômico que (ou do que) confortável. ADJETIVOS Ao expressarmos uma qualidade no seu mais elevado grau de intensidade, usamos o superlativo, que pode ser absoluto ou relativo: - Superlativo absoluto Neste caso não comparamos a qualidade com a de outro ser: Esta cidade é poluidíssima. Esta cidade é muito poluída. - Superlativo relativo Consideramos o elevado grau de uma qualidade, relacionando-a a outros seres: Este rio é o mais poluído de todos. Este rio é o menos poluído de todos. FLEXÃO DOS ADJETIVOS Gênero Quanto ao gênero, o adjetivo pode ser: a) Uniforme: quando apresenta uma única forma para os dois gêneros: homem inteligente - mulher inteligente; homem simples - mulher simples; aluno feliz - aluna feliz. b) Biforme: quando apresenta duas formas: uma para o masculino, outra para o feminino: homem simpático / mulher simpática / homem alto / mulher alta / aluno estudioso / aluna estudiosa Observação: no que se refere ao gênero, a flexão dos adjetivos é semelhante a dos substantivos. Observe que o superlativo absoluto pode ser sintético ou analítico: - Analítico: expresso com o auxílio de um advérbio de intensidade muito trabalhador, excessivamente frágil, etc. - Sintético: expresso por uma só palavra (adjetivo + sufixo) – antiquíssimo: cristianíssimo, sapientíssimo, etc. Número a) Adjetivo simples Os adjetivos simples formam o plural da mesma maneira que os substantivos simples: pessoa honesta pessoas honestas regra fácil regras fáceis Linguagens e Códigos Os adjetivos: bom, mau, grande e pequeno possuem, para o comparativo e o superlativo, as seguintes formas especiais: NORMAL COM. SUP. SUPERLATIVO 50 bom melhor mau pior grande maior pequeno menor Maceió - maceioense Madri - madrileno Marajó - marajoara Moçambique - moçambicano Montevidéu - montevideano Normândia - normando Pequim - pequinês Porto - portuense Quito - quitenho Santiago - santiaguense São Paulo (Est.) - paulista São Paulo (cid.) - paulistano Terra do Fogo - fueguino Três Corações - tricordiano Tripoli - tripolitano Veneza - veneziano ABSOLUTO RELATIVO ótimo melhor péssimo pior máximo maior mínimo menor Eis, para consulta, alguns superlativos absolutos sintéticos: ágil - agílimo acre - acérrimo agudo - acutíssimo agradável - agradabilíssimo amável - amabilíssimo amargo - amaríssimo antigo - antiquíssimo amigo - amicíssimo atroz - atrocíssimo áspero - aspérrimo benéfico - beneficentíssimo audaz - audacíssimo benévolo - benevolentíssimo capaz - capacíssimo cristão - cristianíssimo célebre - celebérrimo doce - dulcíssimo cruel - crudelíssimo feroz - ferocíssimo eficaz - eficacíssimo frágil - fragilíssimo fiel - fidelíssimo humilde - humílimo (humildíssimo) frio - frigidíssimo inimigo - inimicíssimo incrível - incredibilíssimo jovem - juveníssimo íntegro - integérrimo magnífico - magnificentíssimo livre - libérrimo maléfico - maleficentíssimo magro - macérrimo miúdo - minutíssimo manso - mansuetíssimo negro - nigérrimo (negríssimo) nobre - nobilíssimo pobre - paupérrimo (pobríssimo) pessoal - personalíssimo preguiçoso - pigérrimo possível - possibilíssimo provável - probabilíssimo próspero - prospérrimo pudico - pudicíssimo público - publicíssimo sagrado - sacratíssimo sábio - sapientíssimo sensível - sensibilíssimo salubre - salubérrimo tenro - tenerissimo simples – simplicíssimo tétrico - tetérrimo terrível - terribilíssimo visível - visibilíssimo velho - vetérrimo vulnerável - vuInerabilíssimo voraz - voracíssimo Adjetivos Gentílicos e Pátrios Argélia – argelino Bizâncio - bizantino Bóston - bostoniano Bragança - bragantino Bucareste - bucarestino, bucarestense Cairo - cairota Canaã - cananeu Catalunha - catalão Chicago - chicaguense Coimbra - coimbrão, conimbricense Córsega - corso Croácia - croata Egito - egípcio Equador - equatoriano Filipinas - filipino Florianópolis - florianopolitano Fortaleza - fortalezense Gabão - gabonês Genebra - genebrino Goiânia - goianense Groenlândia - groenlandês Guiné - guinéu, guineense Himalaia - himalaico Hungria - húngaro, magiar Iraque - iraquiano João Pessoa - pessoense La Paz - pacense, pacenho Macapá - macapaense Locuções Adjetivas As expressões de valor adjetivo, formadas de preposições mais substantivos, chamam-se LOCUÇÕES ADJETIVAS. Estas, geralmente, podem ser substituídas por um adjetivo correspondente. PRONOMES Pronome é a palavra variável em gênero, número e pessoa, que representa ou acompanha o substantivo, indicando-o como pessoa do discurso. Quando o pronome representa o substantivo, dizemos tratar-se de pronome substantivo. • Ele chegou. (ele) • Convidei-o. (o) Quando o pronome vem determinando o substantivo, restringindo a extensão de seu significado, dizemos tratar-se de pronome adjetivo. • Esta casa é antiga. (esta) • Meu livro é antigo. (meu) Classificação dos Pronomes Há, em Português, seis espécies de pronomes: • pessoais: eu, tu, ele/ela, nós, vós, eles/elas e as formas oblíquas de tratamento: • possessivos: meu, teu, seu, nosso, vosso, seu e flexões; • demonstrativos: este, esse, aquele e flexões; isto, isso, aquilo; • relativos: o qual, cujo, quanto e flexões; que, quem, onde; • indefinidos: algum, nenhum, todo, outro, muito, certo, pouco, vários, tanto quanto, qualquer e flexões; alguém, ninguém, tudo, outrem, nada, cada, algo. • interrogativos: que, quem, qual, quanto, empregados em frases interrogativas. Bagdá - bagdali Bogotá - bogotano Braga - bracarense Brasília - brasiliense Buenos Aires - portenho, buenairense Campos - campista Caracas - caraquenho Ceilão - cingalês Chipre - cipriota Córdova - cordovês Creta - cretense Cuiabá - cuiabano EI Salvador - salvadorenho Espírito Santo - espírito-santense, capixaba Évora - eborense Finlândia - finlandês Formosa - formosano Foz do lguaçu - iguaçuense Galiza - galego Gibraltar - gibraltarino Granada - granadino Guatemala - guatemalteco Haiti - haitiano Honduras - hondurenho Ilhéus - ilheense Jerusalém - hierosolimita Juiz de Fora - juiz-forense Lima - limenho Macau - macaense Linguagens e Códigos Madagáscar - malgaxe Manaus - manauense Minho - minhoto Mônaco - monegasco Natal - natalense Nova lguaçu - iguaçuano Pisa - pisano Póvoa do Varzim - poveiro Rio de Janeiro (Est.) - fluminense Rio de Janeiro (cid.) - carioca Rio Grande do Norte - potiguar Salvador – salvadorenho, soteropolitano Toledo - toledano Rio Grande do Sul - gaúcho Varsóvia - varsoviano Vitória - vitoriense PRONOMES PESSOAIS Pronomes pessoais são aqueles que representam as pessoas do discurso: 1ª pessoa: quem fala, o emissor. Eu sai (eu) Nós saímos (nós) Convidaram-me (me) Convidaram-nos (nós) 2ª pessoa: com quem se fala, o receptor. Tu saíste (tu) Vós saístes (vós) Convidaram-te (te) Convidaram-vos (vós) 3ª pessoa: de que ou de quem se fala, o referente. Ele saiu (ele) Eles sairam (eles) Convidei-o (o) Convidei-os (os) Os pronomes pessoais são os seguintes: NÚMERO 51 PESSOA CASO RETO CASO OBLÍQUO singular plural eu tu ele, ela nós vós eles, elas 1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª me, mim, comigo te, ti, contigo se, si, consigo, o, a, lhe nós, conosco vós, convosco se, si, consigo, os, as, lhes Preciso muito falar CONSIGO. Querida, gosto muito de você. Preciso muito falar com você. Observe que nos exemplos que seguem não há erro algum, pois os pronomes SE, SI, CONSIGO, foram empregados como reflexivos: Ele feriu-se Cada um faça por si mesmo a redação O professor trouxe as provas consigo PRONOMES DE TRATAMENTO Na categoria dos pronomes pessoais, incluem-se os pronomes de tratamento. Referem-se à pessoa a quem se fala, embora a concordância deva ser feita com a terceira pessoa. Convém notar que, exceção feita a você, esses pronomes são empregados no tratamento cerimonioso. 6. Os pronomes oblíquos CONOSCO e CONVOSCO são utilizados normalmente em sua forma sintética. Caso haja palavra de reforço, tais pronomes devem ser substituídos pela forma analítica: Queriam falar conosco = Queriam falar com nós dois Queriam conversar convosco = Queriam conversar com vós próprios. Veja, a seguir, alguns desses pronomes: PRONOME Vossa Alteza Vossa Eminência Vossa Excelência Magnificência Vossa Reverendíssima Vossa Santidade Vossa Senhoria Vossa Majestade ABREV. V. A. V .Ema V.Exa V. Mag a V. Revma V.S. V.Sa V.M. (errado) (certo) (certo) EMPREGO príncipes, duques cardeais altas autoridades em geral Vossa reitores de universidades sacerdotes em geral papas funcionários graduados reis, imperadores 7. Os pronomes oblíquos podem aparecer combinados entre si. As combinações possíveis são as seguintes: me+o=mo me + os = mos te+o=to te + os = tos lhe+o=lho lhe + os = lhos nos + o = no-lo nos + os = no-los vos + o = vo-lo vos + os = vo-los lhes + o = lho lhes + os = lhos São também pronomes de tratamento: o senhor, a senhora, você, vocês. A combinação também é possível com os pronomes oblíquos femininos a, as. me+a=ma me + as = mas te+a=ta te + as = tas - Você pagou o livro ao livreiro? - Sim, paguei-LHO. EMPREGO DOS PRONOMES PESSOAIS 1. Os pronomes pessoais do caso reto (EU, TU, ELE/ELA, NÓS, VÓS, ELES/ELAS) devem ser empregados na função sintática de sujeito. Considera-se errado seu emprego como complemento: Convidaram ELE para a festa (errado) Receberam NÓS com atenção (errado) EU cheguei atrasado (certo) ELE compareceu à festa (certo) 2. Na função de complemento, usam-se os pronomes oblíquos e não os pronomes retos: Convidei ELE (errado) Chamaram NÓS (errado) Convidei-o. (certo) Chamaram-NOS. (certo) 3. Os pronomes retos (exceto EU e TU), quando antecipados de preposição, passam a funcionar como oblíquos. Neste caso, considera-se correto seu emprego como complemento: Informaram a ELE os reais motivos. Emprestaram a NÓS os livros. Eles gostam muito de NÓS. 4. As formas EU e TU só podem funcionar como sujeito. Considera-se errado seu emprego como complemento: Nunca houve desentendimento entre eu e tu. (errado) Nunca houve desentendimento entre mim e ti. (certo) Consideram-se erradas construções em que o pronome O (e flexões) aparece como complemento de verbos transitivos indiretos, assim como as construções em que o nome LHE (LHES) aparece como complemento de verbos transitivos diretos: Eu lhe vi ontem. (errado) Nunca o obedeci. (errado) Eu o vi ontem. (certo) Nunca lhe obedeci. (certo) Como regra prática, podemos propor o seguinte: quando precedidas de preposição, não se usam as formas retas EU e TU, mas as formas oblíquas MIM e TI: Ninguém irá sem EU. (errado) Nunca houve discussões entre EU e TU. (errado) Ninguém irá sem MIM. (certo) Nunca houve discussões entre MIM e TI. (certo) 9. Há pouquíssimos casos em que o pronome oblíquo pode funcionar como sujeito. Isto ocorre com os verbos: deixar, fazer, ouvir, mandar, sentir, ver, seguidos de infinitivo. O nome oblíquo será sujeito desse infinitivo: Deixei-o sair. Vi-o chegar. Sofia deixou-se estar à janela. Há, no entanto, um caso em que se empregam as formas retas EU e TU mesmo precedidas por preposição: quando essas formas funcionam como sujeito de um verbo no infinitivo. Deram o livro para EU ler (ler: sujeito) Deram o livro para TU leres (leres: sujeito) É fácil perceber a função do sujeito dos pronomes oblíquos, desenvolvendo as orações reduzidas de infinitivo: Deixei-o sair = Deixei que ele saísse. 10. Não se considera errada a repetição de pronomes oblíquos: A mim, ninguém me engana. A ti tocou-te a máquina mercante. Verifique que a forma combinada LHO resulta da fusão de LHE (que representa o livreiro) com O (que representa o livro). 8. As formas oblíquas O, A, OS, AS são sempre empregadas como complemento de verbos transitivos diretos, ao passo que as formas LHE, LHES são empregadas como complemento de verbos transitivos indiretos: O menino convidou-a. (V.T.D ) O filho obedece-lhe. (V.T. l ) Verifique que, neste caso, o emprego das formas retas EU e TU é obrigatório, na medida em que tais pronomes exercem a função sintática de sujeito. 5. Os pronomes oblíquos SE, SI, CONSIGO devem ser empregados somente como reflexivos. Considera-se errada qualquer construção em que os referidos pronomes não sejam reflexivos: Querida, gosto muito de SI. (errado) Linguagens e Códigos Nesses casos, a repetição do pronome oblíquo não constitui pleonasmo vicioso e sim ênfase. 11. Muitas vezes os pronomes oblíquos equivalem a pronomes possessivo, exercendo função sintática de adjunto adnominal: Roubaram-me o livro = Roubaram meu livro. 52 Bromil era o suco em se tratando de combater a tosse. 4. Com advérbios pronunciados juntamente com o verbo, sem que haja pausa entre eles. Aquela voz sempre lhe comunicava vida nova. Antes, falava-se tão-somente na aguardente da terra. Não escutei-lhe os conselhos = Não escutei os seus conselhos. 12. As formas plurais NÓS e VÓS podem ser empregadas para representar uma única pessoa (singular), adquirindo valor cerimonioso ou de modéstia: Nós - disse o prefeito - procuramos resolver o problema das enchentes. Vós sois minha salvação, meu Deus! Mesóclise Usa-se o pronome no interior das formas verbais do futuro do presente e do futuro do pretérito do indicativo, desde que estes verbos não estejam precedidos de palavras que reclamem a próclise. Lembrar-me-ei de alguns belos dias em Paris. Dir-se-ia vir do oco da terra. 13. Os pronomes de tratamento devem vir precedidos de VOSSA, quando nos dirigimos à pessoa representada pelo pronome, e por SUA, quando falamos dessa pessoa: Ao encontrar o governador, perguntou-lhe: Vossa Excelência já aprovou os projetos? Sua Excelência, o governador, deverá estar presente na inauguração. Mas: Não me lembrarei de alguns belos dias em Paris. Jamais se diria vir do oco da terra. Com essas formas verbais a ênclise é inadmissível: Lembrarei-me (!?) Diria-se (!?) 14. VOCÊ e os demais pronomes de tratamento (VOSSA MAJESTADE, VOSSA ALTEZA) embora se refiram à pessoa com quem falamos (2ª pessoa, portanto), do ponto de vista gramatical, comportam-se como pronomes de terceira pessoa: Você trouxe seus documentos? Vossa Excelência não precisa incomodar-se com seus problemas. O Pronome Átono nas Locuções Verbais 1. Auxiliar + infinitivo ou gerúndio - o pronome pode vir proclítico ou enclítico ao auxiliar, ou depois do verbo principal. Podemos contar-lhe o ocorrido. Podemos-lhe contar o ocorrido. Não lhes podemos contar o ocorrido. O menino foi-se descontraindo. O menino foi descontraindo-se. O menino não se foi descontraindo. 2. Auxiliar + particípio passado - o pronome deve vir enclítico ou proclítico ao auxiliar, mas nunca enclítico ao particípio. "Outro mérito do positivismo em relação a mim foi ter-me levado a Descartes ." Tenho-me levantado cedo. Não me tenho levantado cedo. COLOCAÇÃO DE PRONOMES Em relação ao verbo, os pronomes átonos (ME, TE, SE, LHE, O, A, NÓS, VÓS, LHES, OS, AS) podem ocupar três posições: 1. Antes do verbo - próclise Eu te observo há dias. 2. Depois do verbo - ênclise Observo-te há dias. 3. No interior do verbo - mesóclise Observar-te-ei sempre. Ênclise Na linguagem culta, a colocação que pode ser considerada normal é a ênclise: o pronome depois do verbo, funcionando como seu complemento direto ou indireto. O pai esperava-o na estação agitada. Expliquei-lhe o motivo das férias. O uso do pronome átono solto entre o auxiliar e o infinitivo, ou entre o auxiliar e o gerúndio, já está generalizado, mesmo na linguagem culta. Outro aspecto evidente, sobretudo na linguagem coloquial e popular, é o da colocação do pronome no início da oração, o que se deve evitar na linguagem escrita. Ainda na linguagem culta, em escritos formais e de estilo cuidadoso, a ênclise é a colocação recomendada nos seguintes casos: 1. Quando o verbo iniciar a oração: Voltei-me em seguida para o céu límpido. 2. Quando o verbo iniciar a oração principal precedida de pausa: Como eu achasse muito breve, explicou-se. 3. Com o imperativo afirmativo: Companheiros, escutai-me. 4. Com o infinitivo impessoal: A menina não entendera que engorda-las seria apressar-lhes um destino na mesa. 5. Com o gerúndio, não precedido da preposição EM: E saltou, chamando-me pelo nome, conversou comigo. 6. Com o verbo que inicia a coordenada assindética. A velha amiga trouxe um lenço, pediu-me uma pequena moeda de meio franco. PRONOMES POSSESSIVOS Os pronomes possessivos referem-se às pessoas do discurso, atribuindo-lhes a posse de alguma coisa. Quando digo, por exemplo, “meu livro”, a palavra “meu” informa que o livro pertence a 1ª pessoa (eu) Eis as formas dos pronomes possessivos: 1ª pessoa singular: MEU, MINHA, MEUS, MINHAS. 2ª pessoa singular: TEU, TUA, TEUS, TUAS. 3ª pessoa singular: SEU, SUA, SEUS, SUAS. 1ª pessoa plural: NOSSO, NOSSA, NOSSOS, NOSSAS. 2ª pessoa plural: VOSSO, VOSSA, VOSSOS, VOSSAS. 3ª pessoa plural: SEU, SUA, SEUS, SUAS. Próclise Na linguagem culta, a próclise é recomendada: 1. Quando o verbo estiver precedido de pronomes relativos, indefinidos, interrogativos e conjunções. As crianças que me serviram durante anos eram bichos. Tudo me parecia que ia ser comida de avião. Quem lhe ensinou esses modos? Quem os ouvia, não os amou. Que lhes importa a eles a recompensa? Emília tinha quatorze anos quando a vi pela primeira vez. 2. Nas orações optativas (que exprimem desejo): Papai do céu o abençoe. A terra lhes seja leve. 3. Com o gerúndio precedido da preposição EM: Em se animando, começa a contagiar-nos. Linguagens e Códigos Os possessivos SEU(S), SUA(S) tanto podem referir-se à 3ª pessoa (seu pai = o pai dele), como à 2ª pessoa do discurso (seu pai = o pai de você). Por isso, toda vez que os ditos possessivos derem margem a ambiguidade, devem ser substituídos pelas expressões dele(s), dela(s). Ex.:Você bem sabe que eu não sigo a opinião dele. A opinião dela era que Camilo devia tornar à casa deles. Eles batizaram com o nome delas as águas deste rio. Os possessivos devem ser usados com critério. Substituí-los pelos pronomes oblíquos comunica á frase desenvoltura e elegância. Crispim Soares beijou-lhes as mãos agradecido (em vez de: beijou as suas mãos). 53 2. ESSE (e variações) e ISSO usam-se: a) Para indicar o que está próximo ou junto da 2ª pessoa (aquela com quem se fala): Esse documento que tens na mão é teu? Isso que carregas pesa 5 kg. b) Para indicar o que está na 2ª pessoa ou que a abrange fisicamente: Esse teu coração me traiu. Essa alma traz inúmeros pecados. Quantos vivem nesse pais? c) Para indicar o que se encontra distante de nós, ou aquilo de que desejamos distância: O povo já não confia nesses políticos. Não quero mais pensar nisso. d) Para indicar aquilo que já foi mencionado pela 2ª pessoa: Nessa tua pergunta muita matreirice se esconde. O que você quer dizer com isso? e) Para indicar tempo passado, não muito próximo do momento em que falamos: Um dia desses estive em Porto Alegre. Comi naquele restaurante dia desses. f) Para indicar aquilo que já mencionamos: Fugir aos problemas? Isso não é do meu feitio. Ainda hei de conseguir o que desejo, e esse dia não está muito distante. 3. AQUELE (e variações) e AQUILO usam-se: a) Para indicar o que está longe das duas primeiras pessoas e refere-se á 3ª. Aquele documento que lá está é teu? Aquilo que eles carregam pesa 5 kg. b) Para indicar tempo passado mais ou menos distante. Naquele instante estava preocupado. Daquele instante em diante modifiquei-me. Usamos, ainda, aquela semana, aquele mês, aquele ano, aquele século, para exprimir que o tempo já decorreu. 4. Quando se faz referência a duas pessoas ou coisas já mencionadas, usa-se este (ou variações) para a última pessoa ou coisa e aquele (ou variações) para a primeira: Ao conversar com lsabel e Luís, notei que este se encontrava nervoso e aquela tranquila. 5. Os pronomes demonstrativos, quando regidos pela preposição DE, pospostos a substantivos, usam-se apenas no plural: Você teria coragem de proferir um palavrão desses, Rose? Com um frio destes não se pode sair de casa. Nunca vi uma coisa daquelas. 6. MESMO e PRÓPRIO variam em gênero e número quando têm caráter reforçativo: Zilma mesma (ou própria) costura seus vestidos. Luís e Luísa mesmos (ou próprios) arrumam suas camas. 7. O (e variações) é pronome demonstrativo quando equivale a AQUILO, ISSO ou AQUELE (e variações). Nem tudo (aquilo) que reluz é ouro. O (aquele) que tem muitos vícios tem muitos mestres. Das meninas, Jeni a (aquela) que mais sobressaiu nos exames. A sorte é mulher e bem o (isso) demonstra de fato, ela não ama os homens superiores. 8. NISTO, em início de frase, significa ENTÃO, no mesmo instante: A menina ia cair, nisto, o pai a segurou 9. Tal é pronome demonstrativo quando tomado na acepção DE ESTE, ISTO, ESSE, ISSO, AQUELE, AQUILO. Tal era a situação do país. Não disse tal. Tal não pôde comparecer. Não me respeitava a adolescência. A repulsa estampava-se-lhe nos músculos da face. O vento vindo do mar acariciava-lhe os cabelos. Além da ideia de posse, podem ainda os pronomes exprimir: 1. Cálculo aproximado, estimativa: Ele poderá ter seus quarenta e cinco anos 2. Familiaridade ou ironia, aludindo-se á personagem de uma história O nosso homem não se deu por vencido. Chama-se Falcão o meu homem 3. O mesmo que os indefinidos certo, algum Eu cá tenho minhas dúvidas Cornélio teve suas horas amargas 4. Afetividade, cortesia Como vai, meu menino? Não os culpo, minha boa senhora, não os culpo No plural usam-se os possessivos substantivados no sentido de parentes de família. É assim que um moço deve zelar o nome dos seus? Podem os possessivos ser modificados por um advérbio de intensidade. Levaria a mão ao colar de pérolas, com aquele gesto tão seu, quando não sabia o que dizer. PRONOMES DEMONSTRATIVOS São aqueles que determinam, no tempo ou no espaço, a posição da coisa designada em relação à pessoa gramatical. Quando digo “este livro”, estou afirmando que o livro se encontra perto de mim a pessoa que fala. Por outro lado, “esse livro” indica que o livro está longe da pessoa que fala e próximo da que ouve; “aquele livro” indica que o livro está longe de ambas as pessoas. Os pronomes demonstrativos são estes: ESTE (e variações), isto = 1ª pessoa ESSE (e variações), isso = 2ª pessoa AQUELE (e variações), próprio (e variações) MESMO (e variações), próprio (e variações) SEMELHANTE (e variação), tal (e variação) Emprego dos Demonstrativos 1. ESTE (e variações) e ISTO usam-se: a) Para indicar o que está próximo ou junto da 1ª pessoa (aquela que fala). Este documento que tenho nas mãos não é meu. Isto que carregamos pesa 5 kg. b) Para indicar o que está em nós ou o que nos abrange fisicamente: Este coração não pode me trair. Esta alma não traz pecados. Tudo se fez por este país.. c) Para indicar o momento em que falamos: Neste instante estou tranquilo. Deste minuto em diante vou modificar-me. d) Para indicar tempo vindouro ou mesmo passado, mas próximo do momento em que falamos: Esta noite (= a noite vindoura) vou a um baile. Esta noite (= a noite que passou) não dormi bem. Um dia destes estive em Porto Alegre. e) Para indicar que o período de tempo é mais ou menos extenso e no qual se inclui o momento em que falamos: Nesta semana não choveu. Neste mês a inflação foi maior. Este ano será bom para nós. Este século terminará breve. f) Para indicar aquilo de que estamos tratando: Este assunto já foi discutido ontem. Tudo isto que estou dizendo já é velho. g) Para indicar aquilo que vamos mencionar: Só posso lhe dizer isto: nada somos. Os tipos de artigo são estes: definidos e indefinidos. Linguagens e Códigos Pronome adjetivo quando acompanha substantivo ou pronome (atitudes tais merecem cadeia, esses tais merecem cadeia), quando acompanha QUE, formando a expressão que tal? (? que lhe parece?) em frases como Que tal minha filha? Que tais minhas filhas? e quando correlativo DE QUAL ou OUTRO TAL: Suas manias eram tais quais as minhas. A mãe era tal quais as filhas. Os filhos são tais qual o pai. Tal pai, tal filho. 54 É pronome substantivo em frases como: Não encontrarei tal (= tal coisa). Não creio em tal (= tal coisa) Que dia é hoje? Reagir contra quê? Por que motivo não veio? Quem foi? Qual será? Quantos vêm? Quantas irmãs tens? PRONOMES RELATIVOS Veja este exemplo: Armando comprou a casa QUE lhe convinha. A palavra que representa o nome casa, relacionando-se com o termo casa é um pronome relativo. VERBO CONCEITO PRONOMES RELATIVOS são palavras que representam nomes já referidos, com os quais estão relacionados. Daí denominarem-se relativos. A palavra que o pronome relativo representa chama-se antecedente. No exemplo dado, o antecedente é casa. Outros exemplos de pronomes relativos: Sejamos gratos a Deus, a quem tudo devemos. O lugar onde paramos era deserto. Traga tudo quanto lhe pertence. Leve tantos ingressos quantos quiser. Posso saber o motivo por que (ou pelo qual) desistiu do concurso? “As palavras em destaque no texto abaixo exprimem ações, situandoas no tempo. Queixei-me de baratas. Uma senhora ouviu-me a queixa. Deu-me a receita de como matá-las. Que misturasse em partes iguais açúcar, farinha e gesso. A farinha e o açúcar as atrairiam, o gesso esturricaria dentro elas. Assim fiz. Morreram.” (Clarice Lispector) Essas palavras são verbos. O verbo também pode exprimir: a) Estado: Não sou alegre nem sou triste. Sou poeta. Eis o quadro dos pronomes relativos: VARIÁVEIS Masculino o qual os quais cujo cujos quanto quantos Feminino a qual as quais cuja cujas quanta quantas b) Mudança de estado: INVARIÁVEIS Meu avô foi buscar ouro. Mas o ouro virou terra. quem c) Fenômeno: Chove. O céu dorme. que onde VERBO é a palavra variável que exprime ação, estado, mudança de estado e fenômeno, situando-se no tempo. Observações: 1. O pronome relativo QUEM só se aplica a pessoas, tem antecedente, vem sempre antecedido de preposição, e equivale a O QUAL. O médico de quem falo é meu conterrâneo. 2. Os pronomes CUJO, CUJA significam do qual, da qual, e precedem sempre um substantivo sem artigo. Qual será o animal cujo nome a autora não quis revelar? 3. QUANTO(s) e QUANTA(s) são pronomes relativos quando precedidos de um dos pronomes indefinidos tudo, tanto(s), tanta(s), todos, todas. Tenho tudo quanto quero. Leve tantos quantos precisar. Nenhum ovo, de todos quantos levei, se quebrou. 4. ONDE, como pronome relativo, tem sempre antecedente e equivale a EM QUE. A casa onde (= em que) moro foi de meu avô. FLEXÕES O verbo é a classe de palavras que apresenta o maior número de flexões na língua portuguesa. Graças a isso, uma forma verbal pode trazer em si diversas informações. A forma CANTÁVAMOS, por exemplo, indica: • a ação de cantar. • a pessoa gramatical que pratica essa ação (nós). • o número gramatical (plural). • o tempo em que tal ação ocorreu (pretérito). • o modo como é encarada a ação: um fato realmente acontecido no passado (indicativo). • que o sujeito pratica a ação (voz ativa). Portanto, o verbo flexiona-se em número, pessoa, modo, tempo e voz. 1. NÚMERO: o verbo admite singular e plural: O menino olhou para o animal com olhos alegres. (singular). Os meninos olharam para o animal com olhos alegres. (plural). 2. PESSOA: servem de sujeito ao verbo as três pessoas gramaticais: 1ª pessoa: aquela que fala. Pode ser a) do singular - corresponde ao pronome pessoal EU. Ex.: Eu adormeço. b) do plural - corresponde ao pronome pessoal NÓS. Ex.: Nós adormecemos. 2ª pessoa: aquela que ouve. Pode ser a) do singular - corresponde ao pronome pessoal TU. Ex.:Tu adormeces. b) do plural - corresponde ao pronome pessoal VÓS. Ex.:Vós adormeceis. 3ª pessoa: aquela de quem se fala. Pode ser a) do singular - corresponde aos pronomes pessoais ELE, ELA. Ex.: Ela adormece. b) do plural - corresponde aos pronomes pessoas ELES, ELAS. Ex.: Eles adormecem. 3. MODO: é a propriedade que tem o verbo de indicar a atitude do falante em relação ao fato que comunica. Há três modos em português. a) indicativo: a atitude do falante é de certeza diante do fato. A cachorra Baleia corria na frente. b) subjuntivo: a atitude do falante é de dúvida diante do fato. Talvez a cachorra Baleia corra na frente . c) imperativo: o fato é enunciado como uma ordem, um conselho, um pedido Corra na frente, Baleia. PRONOMES INDEFINIDOS Estes pronomes se referem à 3ª pessoa do discurso, designando-a de modo vago, impreciso, indeterminado. 1. São pronomes indefinidos substantivos: ALGO, ALGUÉM, FULANO, SICRANO, BELTRANO, NADA, NINGUÉM, OUTREM, QUEM, TUDO Exemplos: Algo o incomoda? Acreditam em tudo o que fulano diz ou sicrano escreve. Não faças a outrem o que não queres que te façam. Quem avisa amigo é. Encontrei quem me pode ajudar. Ele gosta de quem o elogia. 2. São pronomes indefinidos adjetivos: CADA, CERTO, CERTOS, CERTA CERTAS. Cada povo tem seus costumes. Certas pessoas exercem várias profissões. Certo dia apareceu em casa um repórter famoso. PRONOMES INTERROGATIVOS Aparecem em frases interrogativas. Como os indefinidos, referem-se de modo impreciso à 3ª pessoa do discurso. Exemplos: Que há? Linguagens e Códigos 55 a) verbos que indicam fenômenos meteorológicos: chover, nevar, ventar, etc. Garoava na madrugada roxa. b) HAVER, no sentido de existir, ocorrer, acontecer: Houve um espetáculo ontem. Há alunos na sala. Havia o céu, havia a terra, muita gente e mais Anica com seus olhos claros. c) FAZER, indicando tempo decorrido ou fenômeno meteorológico. Fazia dois anos que eu estava casado. Faz muito frio nesta região? 4. TEMPO: é a propriedade que tem o verbo de localizar o fato no tempo, em relação ao momento em que se fala. Os três tempos básicos são: a) presente: a ação ocorre no momento em que se fala: Fecho os olhos, agito a cabeça. b) pretérito (passado): a ação transcorreu num momento anterior àquele em que se fala: Fechei os olhos, agitei a cabeça. c) futuro: a ação poderá ocorrer após o momento em que se fala: Fecharei os olhos, agitarei a cabeça. O pretérito e o futuro admitem subdivisões, o que não ocorre com o presente. Veja o esquema dos tempos simples em português: Presente (falo) INDICATIVO Pretérito perfeito ( falei) Imperfeito (falava) Mais- que-perfeito (falara) Futuro do presente (falarei) do pretérito (falaria) Presente (fale) SUBJUNTIVO Pretérito imperfeito (falasse) Futuro (falar) O VERBO HAVER (empregado impessoalmente) O verbo haver é impessoal - sendo, portanto, usado invariavelmente na 3ª pessoa do singular - quando significa: 1) EXISTIR Há pessoas que nos querem bem. Criaturas infalíveis nunca houve nem haverá. Brigavam à toa, sem que houvesse motivos sérios. Livros, havia-os de sobra; o que faltava eram leitores. 2) ACONTECER, SUCEDER Houve casos difíceis na minha profissão de médico. Não haja desavenças entre vós. Naquele presídio havia frequentes rebeliões de presos. 3) DECORRER, FAZER, com referência ao tempo passado: Há meses que não o vejo. Haverá nove dias que ele nos visitou. Havia já duas semanas que Marcos não trabalhava. O fato aconteceu há cerca de oito meses. Quando pode ser substituído por FAZIA, o verbo HAVER concorda no pretérito imperfeito, e não no presente: Havia (e não HÁ) meses que a escola estava fechada. Morávamos ali havia (e não HÁ) dois anos. Ela conseguira emprego havia (e não HÁ) pouco tempo. Havia (e não HÁ) muito tempo que a policia o procurava. 4) REALIZAR-SE Houve festas e jogos. Se não chovesse, teria havido outros espetáculos. Todas as noites havia ensaios das escolas de samba. 5) Ser possível, existir possibilidade ou motivo (em frases negativas e seguido de infinitivo): Em pontos de ciência não há transigir. Não há contê-lo, então, no ímpeto. Não havia descrer na sinceridade de ambos. Mas olha, Tomásia, que não há fiar nestas afeiçõezinhas. E não houve convencê-lo do contrário. Não havia por que ficar ali a recriminar-se. Há ainda três formas que não exprimem exatamente o tempo em que se dá o fato expresso. São as formas nominais, que completam o esquema dos tempos simples. Infinitivo impessoal (falar) Pessoal (falar eu, falares tu, etc.) FORMAS NOMINAIS Gerúndio (falando) Particípio (falado) 5. VOZ: o sujeito do verbo pode ser: a) agente do fato expresso. O carroceiro disse um palavrão. (sujeito agente) O verbo está na voz ativa. b) paciente do fato expresso: Um palavrão foi dito pelo carroceiro. (sujeito paciente) O verbo está na voz passiva. c) agente e paciente do fato expresso: O carroceiro machucou-se. (sujeito agente e paciente) O verbo está na voz reflexiva. 6. FORMAS RIZOTÔNICAS E ARRIZOTÔNICAS: dá-se o nome de rizotônica à forma verbal cujo acento tônico está no radical. Falo - Estudam. Dá-se o nome de arrizotônica à forma verbal cujo acento tônico está fora do radical. Falamos - Estudarei. 7. CLASSIFICACÃO DOS VERBOS: os verbos classificam-se em: a) regulares - são aqueles que possuem as desinências normais de sua conjugação e cuja flexão não provoca alterações no radical: canto cantei - cantarei – cantava - cantasse. b) irregulares - são aqueles cuja flexão provoca alterações no radical ou nas desinências: faço - fiz - farei - fizesse. c) defectivos - são aqueles que não apresentam conjugação completa, como por exemplo, os verbos falir, abolir e os verbos que indicam fenômenos naturais, como CHOVER, TROVEJAR, etc. d) abundantes - são aqueles que possuem mais de uma forma com o mesmo valor. Geralmente, essa característica ocorre no particípio: matado - morto - enxugado - enxuto. e) anômalos - são aqueles que incluem mais de um radical em sua conjugação. verbo ser: sou - fui verbo ir: vou - ia Como impessoal o verbo HAVER forma ainda a locução adverbial de há muito (= desde muito tempo, há muito tempo): De há muito que esta árvore não dá frutos. De há muito não o vejo. O verbo HAVER transmite a sua impessoalidade aos verbos que com ele formam locução, os quais, por isso, permanecem invariáveis na 3ª pessoa do singular: Vai haver eleições em outubro. Começou a haver reclamações. Não pode haver umas sem as outras. Parecia haver mais curiosos do que interessados. Mas haveria outros defeitos, devia haver outros. A expressão correta é HAJA VISTA, e não HAJA VISTO. Pode ser construída de três modos: Hajam vista os livros desse autor. Haja vista os livros desse autor. Haja vista aos livros desse autor. QUANTO À EXISTÊNCIA OU NÃO DO SUJEITO 1. Pessoais: são aqueles que se referem a qualquer sujeito implícito ou explícito. Quase todos os verbos são pessoais. O Nino apareceu na porta. 2. Impessoais: são aqueles que não se referem a qualquer sujeito implícito ou explícito. São utilizados sempre na 3ª pessoa. São impessoais: Linguagens e Códigos CONVERSÃO DA VOZ ATIVA NA PASSIVA Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar substancialmente o sentido da frase. 56 Exemplo: Gutenberg inventou a imprensa. (voz ativa) A imprensa foi inventada por Gutenberg. (voz passiva) Modo Subjuntivo a) Presente Emprega-se o presente do subjuntivo para mostrar: - um fato presente, mas duvidoso, incerto. Talvez eles estudem... não sei. - um desejo, uma vontade: Que eles estudem, este é o desejo dos pais e dos professores. b) Pretérito Imperfeito Emprega-se o pretérito imperfeito do subjuntivo para indicar uma hipótese, uma condição. Se eu estudasse, a história seria outra. Nós combinamos que se chovesse não haveria jogo. e) Pretérito Perfeito Emprega-se o pretérito perfeito composto do subjuntivo para apontar um fato passado, mas incerto, hipotético, duvidoso (que são, afinal, as características do modo subjuntivo). Que tenha estudado bastante é o que espero. d) Pretérito Mais-Que-Perfeito - Emprega-se o pretérito mais-que-perfeito do subjuntivo para indicar um fato passado em relação a outro fato passado, sempre de acordo com as regras típicas do modo subjuntivo: Se não tivéssemos saído da sala, teríamos terminado a prova tranquilamente. e) Futuro Emprega-se o futuro do subjuntivo para indicar um fato futuro já concluído em relação a outro fato futuro. Quando eu voltar, saberei o que fazer. Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva, o sujeito da ativa passará a agente da passiva e o verbo assumirá a forma passiva, conservando o mesmo tempo. Outros exemplos: Os calores intensos provocam as chuvas. As chuvas são provocadas pelos calores intensos. Eu o acompanharei. Ele será acompanhado por mim. Todos te louvariam. Serias louvado por todos. Prejudicaram-me. Fui prejudicado. Condenar-te-iam. Serias condenado. EMPREGO DOS TEMPOS VERBAIS a) Presente Emprega-se o presente do indicativo para assinalar: - um fato que ocorre no momento em que se fala. Eles estudam silenciosamente. Eles estão estudando silenciosamente. - uma ação habitual. Corra todas as manhãs. - uma verdade universal (ou tida como tal): O homem é mortal. A mulher ama ou odeia, não há outra alternativa. - fatos já passados. Usa-se o presente em lugar do pretérito para dar maior realce à narrativa. Em 1748, Montesquieu publica a obra "O Espírito das Leis". É o chamado presente histórico ou narrativo. - fatos futuros não muito distantes, ou mesmo incertos: Amanhã vou à escola. Qualquer dia eu te telefono. b) Pretérito Imperfeito Emprega-se o pretérito imperfeito do indicativo para designar: - um fato passado contínuo, habitual, permanente: Ele andava à toa. Nós vendíamos sempre fiado. - um fato passado, mas de incerta localização no tempo. É o que ocorre por exemplo, no inicio das fábulas, lendas, histórias infantis. Era uma vez... - um fato presente em relação a outro fato passado. Eu lia quando ele chegou. c) Pretérito Perfeito Emprega-se o pretérito perfeito do indicativo para referir um fato já ocorrido, concluído. Estudei a noite inteira. Usa-se a forma composta para indicar uma ação que se prolonga até o momento presente. Tenho estudado todas as noites. d) Pretérito mais-que-perfeito Chama-se mais-que-perfeito porque indica uma ação passada em relação a outro fato passado (ou seja, é o passado do passado): A bola já ultrapassara a linha quando o jogador a alcançou. e) Futuro do Presente Emprega-se o futuro do presente do indicativo para apontar um fato futuro em relação ao momento em que se fala. Irei à escola. f) Futuro do Pretérito Emprega-se o futuro do pretérito do indicativo para assinalar: - um fato futuro, em relação a outro fato passado. - Eu jogaria se não tivesse chovido. - um fato futuro, mas duvidoso, incerto. - Seria realmente agradável ter de sair? Um fato presente: nesse caso, o futuro do pretérito indica polidez e às vezes, ironia. - Daria para fazer silêncio?! Linguagens e Códigos VERBOS AUXILIARES INDICATIVO SER ESTAR TER HAVER PRESENTE sou estou tenho hei és estás tens hás é está tem há somos estamos temos havemos sois estais tendes haveis são estão têm hão PRETÉRITO PERFEITO era estava tinha havia eras estavas tinhas havias era estava tinha havia éramos estávamos tínhamos havíamos éreis estáveis tínheis havíes eram estavam tinham haviam PRETÉRITO PERFEITO SIMPLES fui estive tive houve foste estiveste tiveste houveste foi esteve teve houve fomos estivemos tivemos houvemos fostes estivestes tivestes houvestes foram estiveram tiveram houveram PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO tenho sido tenho estado tenho tido tenho havido tens sido tens estado tens tido tens havido tem sido tem estado tem tido tem havido temos sido temos estado temos tido temos havido tendes sido tendes estado tendes tido tendes havido têm sido têm estado têm tido têm havido PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO SIMPLES fora estivera tivera houvera foras estiveras tiveras houveras fora estivera tivera houvera fôramos estivéramos tivéramos houvéramos fôreis estivéreis tivéreis houvéreis foram estiveram tiveram houveram PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO tinha, tinhas, tinha, tínhamos, tínheis, tinham (+sido, estado, tido , havido) FUTURO DO PRESENTE SIMPLES serei estarei terei haverei serás estarás terás haverá será estará terá haverá seremos estaremos teremos haveremos 57 sereis estareis tereis havereis serão estarão terão haverão FUTURO DO PRESENTE COMPOSTO terei, terás, terá, teremos, tereis, terão, (+sido, estado, tido, havido) FUTURO DO PRETÉRITO SIMPLES seria estaria teria haveria serias estarias terias haverias seria estaria teria haveria seríamos estaríamos teríamos haveríamos serieis estaríeis teríeis haveríeis seriam estariam teriam haveriam FUTURO DO PRETÉRITO COMPOSTO teria, terias, teria, teríamos, teríeis, teriam (+ sido, estado, tido, havido) PRESENTE SUBJUNTIVO seja esteja tenha haja sejas estejas tenhas hajas seja esteja tenha haja sejamos estejamos tenhamos hajamos sejais estejais tenhais hajais sejam estejam tenham hajam PRETÉRITO IMPERFEITO SIMPLES fosse estivesse tivesse houvesse fosses estivesses tivesses houvesses fosse estivesse tivesse houvesse fôssemos estivéssemos tivéssemos houvéssemos fôsseis estivésseis tivésseis houvésseis fossem estivessem tivessem houvessem PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO tenha, tenhas, tenha, tenhamos, tenhais, tenham (+ sido, estado, tido, havido) PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO tivesse, tivesses, tivesses, tivéssemos, tivésseis, tivessem ( + sido, estado, tido, havido) FUTURO SIMPLES se eu for se eu estiver se eu tiver se eu houver se tu fores se tu estiveres se tu tiveres se tu houveres se ele for se ele estiver se ele tiver se ele houver se nós formos se nós estiver- se nós tivermos se nós houvermos mos se vós fordes se vós estiver- se vós tiverdes se vós houverdes des se eles forem se eles estive- se eles tiverem se eles houverem rem FUTURO COMPOSTO tiver, tiveres, tiver, tivermos, tiverdes, tiverem (+sido, estado, tido, havido) AFIRMATIVO IMPERATIVO sê tu está tu tem tu há tu seja você esteja você tenha você haja você sejamos nós estejamos nós tenhamos nós hajamos nós sede vós estai vós tende vós havei vós sejam vocês estejam vocês tenham vocês hajam vocês NEGATIVO não sejas tu não estejas tu não tenhas tu não hajas tu não seja você não esteja você não tenha você não haja você não sejamos nós não estejamos não tenhamos não hajamos nós nós nós não sejais vós não estejais vós não tenhais vós não hajais vós não sejam vocês não estejam não tenham não hajam vocês vocês vocês IMPESSOAL INFINITIVO ser estar ter haver IMPESSOAL COMPOSTO Ter sido ter estado ter tido ter havido PESSOAL ser estar ter haver seres estares teres haveres ser estar ter haver sermos estarmos termos havermos serdes estardes terdes haverdes serem estarem terem haverem SIMPLES GERÚNDIO sendo estando tendo havendo COMPOSTO tendo sido tendo estado tendo tido tendo havido PARTICÍPIO sido estado tido havido Linguagens e Códigos CONJUGAÇÕES VERBAIS INDICATIVO PRESENTE canto vendo parto cantas vendes partes canta vende parte cantamos vendemos partimos cantais vendeis partis cantam vendem partem PRETÉRITO IMPERFEITO cantava vendia partia cantavas vendias partias cantava vendia partia cantávamos vendíamos partíamos cantáveis vendíeis partíeis cantavam vendiam partiam PRETÉRITO PERFEITO SIMPLES cantei vendi parti cantaste vendeste partiste cantou vendeu partiu cantamos vendemos partimos cantastes vendestes partistes cantaram venderam partiram PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO tenho, tens, tem, temos, tendes, têm (+ cantado, vendido, partido) PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO SIMPLES cantara vendera partira cantaras venderas partiras cantara vendera partira cantáramos vendêramos partíramos cantáreis vendêreis partíreis cantaram venderam partiram PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO tinha, tinhas, tinha, tínhamos, tínheis, tinham (+ cantando, vendido, partido) Obs.: Também se conjugam com o auxiliar haver. FUTURO DO PRESENTE SIMPLES cantarei venderei partirei cantarás venderás partirás cantará venderá partirá cantaremos venderemos partiremos cantareis vendereis partireis cantarão venderão partirão FUTURO DO PRESENTE COMPOSTO terei, terás, terá, teremos, tereis, terão (+ cantado, vendido, partido) Obs.: Também se conjugam com o auxiliar haver. FUTURO DO PRETÉRITO SIMPLES cantaria venderia partiria cantarias venderias partirias cantaria venderia partiria cantaríamos venderíamos partiríamos cantaríeis venderíeis partiríeis cantariam venderiam partiriam FUTURO DO PRETÉRITO COMPOSTO teria, terias, teria, teríamos, teríeis, teriam (+ cantado, vendido, partido) FUTURO DO PRETÉRITO COMPOSTO teria, terias, teria, teríamos, teríeis, teriam, (+ cantado, vendido, partido) Obs.: também se conjugam com o auxiliar haver. PRESENTE SUBJUNTIVO cante venda parta cantes vendas partas cante venda parta cantemos vendamos partamos canteis vendais partais cantem vendam partam PRETÉRITO IMPERFEITO cantasse vendesse partisse cantasses vendesses partisses cantasse vendesse partisse cantássemos vendêssemos partíssemos cantásseis vendêsseis partísseis cantassem vendessem partissem PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO 58 tenha, tenhas, tenha, tenhamos, tenhais, tenham (+ cantado, vendido, partido) Obs.: também se conjugam com o auxiliar haver. FUTURO SIMPLES cantar vender partir cantares venderes partires cantar vender partir cantarmos vendermos partimos cantardes venderdes partirdes cantarem venderem partirem FUTURO COMPOSTO tiver, tiveres, tiver, tivermos, tiverdes, tiverem (+ cantado, vendido, partido) AFIRMATIVO IMPERATIVO canta vende parte cante venda parta cantemos vendamos partamos cantai vendei parti cantem vendam partam NEGATIVO não cantes não vendas não partas não cante não venda não parta não cantemos não vendamos não partamos não canteis não vendais não partais não cantem não vendam não partam tínheis cantado tinham cantado tínheis vendido tinham vendido tínheis partido tinham partido 3) FUTURO DO PRESENTE COMPOSTO. Formado do FUTURO DO PRESENTE SIMPLES do verbo ter (ou haver) com o PARTICÍPIO do verbo principal: terei cantado terás cantado terá cantado teremos cantado tereis cantado terão cantado terei vendido terás vendido terá vendido teremos vendido tereis vendido terão vendido terei partido terás, partido terá partido teremos partido tereis , partido terão partido 4) FUTURO DO PRETÉRITO COMPOSTO. Formado do FUTURO DO PRETÉRITO SIMPLES do verbo ter (ou haver) com o PARTICÍPIO do verbo principal: teria cantado terias cantado teria cantado teríamos cantado teríeis cantado teriam cantado teria vendido terias vendido teria vendido teríamos vendido teríeis vendido teriam vendido teria partido terias partido teria partido teríamos partido teríeis partido teriam partido MODO SUBJUNTIVO 1) PRETÉRITO PERFEITO. Formado do PRESENTE DO SUBJUNTIVO do verbo ter (ou haver) com o PARTICÍPIO do verbo principal: INFINITIVO IMPESSOAL SIMPLES tenha cantado tenhas cantado tenha cantado tenhamos cantado tenhais cantado tenham cantado PRESENTE cantar vender partir INFINITIVO PESSOAL SIMPLES - PRESENTE FLEXIONADO cantar vender partir cantares venderes partires cantar vender partir cantarmos vendermos partirmos cantardes venderdes partirdes cantarem venderem partirem INFINITIVO IMPESSOAL COMPOSTO - PRETÉRITO IMPESSOAL ter (ou haver), cantado, vendido, partido INFINITIVO PESSOAL COMPOSTO - PRETÉRITO PESSOAL ter, teres, ter, termos, terdes, terem (+ cantado, vendido, partido) GERÚNDIO SIMPLES - PRESENTE cantando vendendo partindo GERÚNDIO COMPOSTO - PRETÉRITO tendo (ou havendo), cantado, vendido, partido PARTICÍPIO cantado vendido partido tenha vendido tenhas vendido tenha vendido tenhamos vendido tenhais vendido vendido tenha tenhas partido tenha partido tenhamos partido tenhais partido tenham partido 2) PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO. Formado do IMPERFEITO DO SUBJUNTIVO do verbo ter (ou haver) com o PARTICÍPIO do verbo principal: tivesse cantado tivesses cantado tivesse cantado tivéssemos cantado tivésseis cantado tivessem cantado tivesse vendido tivesses vendido tivesse vendido tivéssemos vendido tivésseis vendido tivessem vendido tivesse partido tivesses partido tivesse partido tivéssemos partido tivésseis partido tivessem partido 3) FUTURO COMPOSTO. Formado do FUTURO SIMPLES DO SUBJUNTIVO do verbo ter (ou haver) com o PARTICÍPIO do verbo principal: tiver cantado tiveres cantado tiver cantado tivermos cantado tiverdes cantado tiverem cantado Formação dos tempos compostos Com os verbos ter ou haver Da Página 3 Pedagogia & Comunicação Entre os tempos compostos da voz ativa merecem realce particular aqueles que são constituídos de formas do verbo ter (ou, mais raramente, haver) com o particípio do verbo que se quer conjugar, porque é costume incluí-los nos próprios paradigmas de conjugação: tiver vendido tiveres vendido tiver vendido tivermos vendido tiverdes vendido tiverem vendido tiver partido tiveres partido tiver partido tivermos partido tiverdes partido tiverem partido FORMAS NOMINAIS 1) INFINITIVO IMPESSOAL COMPOSTO (PRETÉRITO IMPESSOAL). Formado do INFINITIVO IMPESSOAL do verbo ter (ou haver) com o PARTICÍPIO do verbo principal: MODO INDICATIVO ter cantado 1) PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO. Formado do PRESENTE DO INDICATIVO do verbo ter com o PARTICÍPIO do verbo principal: 2) INFINITIVO PESSOAL COMPOSTO (OU PRETÉRITO PESSOAL). Formado do INFINITIVO PESSOAL do verbo ter (ou haver) com o PARTICÍPIO do verbo principal: tenho cantado tens cantado tem cantado temos cantado tendes cantado têm cantado tenho vendido tens vendido tem vendido temos vendido tendes vendido têm vendido tenho partido tens partido tem partido temos partido tendes partido têm partido ter cantado teres cantado ter cantado termos cantado terdes cantado terem cantado 2) PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO. Formado do IMPERFEITO DO INDICATIVO do verbo ter. (ou haver) com o PARTICÍPIO do verbo principal: tinha cantado tinhas cantado tinha cantado tínhamos cantado tinha vendido tinhas vendido tinha vendido tínhamos vendido Linguagens e Códigos ter vendido ter vendido teres vendido ter vendido termos vendido terdes vendido terem vendido ter partido ter partido teres partido ter partido termos partido terdes partido terem partido 3) GERÚNDIO COMPOSTO (PRETÉRITO). Formado do GERÚNDIO do verbo ter (ou haver) com o PARTICÍPIO do verbo principal: tendo cantado tinha partido tinhas .partido tinha partido tínhamos partido tendo vendido tendo partido Fonte: Nova Gramática do Português Contemporâneo, Celso Cunha e Lindley Cintra, Editora Nova Fronteira, 2ª edição, 29ª impressão. 59 Imperfeito do subjuntivo coubesse, coubesses, coubesse, coubéssemos, coubésseis, coubessem Futuro do subjuntivo couber, couberes, couber, coubermos, couberdes, couberem O verbo CABER não se apresenta conjugado nem no imperativo afirmativo nem no imperativo negativo VERBOS IRREGULARES DAR Presente do indicativo dou, dás, dá, damos, dais, dão Pretérito perfeito dei, deste, deu, demos, destes, deram Pretérito mais-que-perfeito dera, deras, dera, déramos, déreis, deram Presente do subjuntivo dê, dês, dê, demos, deis, dêem Imperfeito do subjuntivo desse, desses, desse, déssemos, désseis, dessem Futuro do subjuntivo der, deres, der, dermos, derdes, derem CRER Presente do indicativo creio, crês, crê, cremos, credes, crêem Presente do subjuntivo creia, creias, creia, creiamos, creiais, creiam Imperativo afirmativo crê, creia, creiamos, crede, creiam Conjugam-se como crer, ler e descrer MOBILIAR Presente do indicativo mobilio, mobílias, mobília, mobiliamos, mobiliais, mobiliam Presente do subjuntivo mobilie, mobilies, mobílie, mobiliemos, mobilieis, mobiliem Imperativo mobília, mobilie, mobiliemos, mobiliai, mobiliem DIZER Presente do indicativo digo, dizes, diz, dizemos, dizeis, dizem Pretérito perfeito disse, disseste, disse, dissemos, dissestes, disseram Pretérito mais-que-perfeito dissera, disseras, dissera, disséramos, disséreis, disseram Futuro do presente direi, dirás, dirá, diremos, direis, dirão Futuro do pretérito diria, dirias, diria, diríamos, diríeis, diriam Presente do subjuntivo diga, digas, diga, digamos, digais, digam Pretérito imperfeito dissesse, dissesses, dissesse, disséssemos, dissésseis, dissesse Futuro disser, disseres, disser, dissermos, disserdes, disserem Particípio dito Conjugam-se como dizer, bendizer, desdizer, predizer, maldizer AGUAR Presente do indicativo águo, águas, água, aguamos, aguais, águam Pretérito perfeito aguei, aguaste, aguou, aguamos, aguastes, aguaram Presente do subjuntivo águe, agues, ague, aguemos, agueis, águem MAGOAR Presente do indicativo magoo, magoas, magoa, magoamos, magoais, magoam Pretérito perfeito magoei, magoaste, magoou, magoamos, magoastes, magoaram Presente do subjuntivo magoe, magoes, magoe, magoemos, magoeis, magoem Conjugam-se como magoar, abençoar, abotoar, caçoar, voar e perdoar FAZER Presente do indicativo faço, fazes, faz, fazemos, fazeis, fazem Pretérito perfeito fiz, fizeste, fez, fizemos fizestes, fizeram Pretérito mais-que-perfeito fizera, fizeras, fizera, fizéramos, fizéreis, fizeram Futuro do presente farei, farás, fará, faremos, fareis, farão Futuro do pretérito faria, farias, faria, faríamos, faríeis, fariam Imperativo afirmativo faze, faça, façamos, fazei, façam Presente do subjuntivo faça, faças, faça, façamos, façais, façam Imperfeito do subjuntivo fizesse, fizesses, fizesse, fizéssemos, fizésseis, fizessem Futuro do subjuntivo fizer, fizeres, fizer, fizermos, fizerdes, fizerem Conjugam-se como fazer, desfazer, refazer satisfazer APIEDAR-SE Presente do indicativo: apiado-me, apiadas-te, apiada-se, apiedamo-nos, apiedaisvos, apiadam-se Presente do subjuntivo apiade-me, apiades-te, apiade-se, apiedemo-nos, apiedeivos, apiedem-se Nas formas rizotônicas, o E do radical é substituído por A MOSCAR Presente do indicativo musco, muscas, musca, moscamos, moscais, muscam Presente do subjuntivo musque, musques, musque, mosquemos, mosqueis, musquem Nas formas rizotônicas, o O do radical é substituído por U PERDER Presente do indicativo perco, perdes, perde, perdemos, perdeis, perdem Presente do subjuntivo perca, percas, perca, percamos, percais. percam Imperativo afirmativo perde, perca, percamos, perdei, percam RESFOLEGAR Presente do indicativo resfolgo, resfolgas, resfolga, resfolegamos, resfolegais, resfolgam Presente do subjuntivo resfolgue, resfolgues, resfolgue, resfoleguemos, resfolegueis, resfolguem Nas formas rizotônicas, o E do radical desaparece PODER Presente do Indicativo posso, podes, pode, podemos, podeis, podem Pretérito Imperfeito podia, podias, podia, podíamos, podíeis, podiam Pretérito perfeito pude, pudeste, pôde, pudemos, pudestes, puderam Pretérito mais-que-perfeito pudera, puderas, pudera, pudéramos, pudéreis, puderam Presente do subjuntivo possa, possas, possa, possamos, possais, possam Pretérito imperfeito pudesse, pudesses, pudesse, pudéssemos, pudésseis, pudessem Futuro puder, puderes, puder, pudermos, puderdes, puderem Infinitivo pessoal pode, poderes, poder, podermos, poderdes, poderem Gerúndio podendo Particípio podido O verbo PODER não se apresenta conjugado nem no imperativo afirmativo nem no imperativo negativo NOMEAR Presente da indicativo nomeio, nomeias, nomeia, nomeamos, nomeais, nomeiam Pretérito imperfeito nomeava, nomeavas, nomeava, nomeávamos, nomeáveis, nomeavam Pretérito perfeito nomeei, nomeaste, nomeou, nomeamos, nomeastes, nomearam Presente do subjuntivo nomeie, nomeies, nomeie, nomeemos, nomeeis, nomeiem Imperativo afirmativo nomeia, nomeie, nomeemos, nomeai, nomeiem Conjugam-se como nomear, cear, hastear, peritear, recear, passear COPIAR Presente do indicativo copio, copias, copia, copiamos, copiais, copiam Pretérito imperfeito copiei, copiaste, copiou, copiamos, copiastes, copiaram Pretérito mais-que-perfeito copiara, copiaras, copiara, copiáramos, copiáreis, copiaram Presente do subjuntivo copie, copies, copie, copiemos, copieis, copiem Imperativo afirmativo copia, copie, copiemos, copiai, copiem PROVER Presente do indicativo provejo, provês, provê, provemos, provedes, provêem Pretérito imperfeito provia, provias, provia, províamos, províeis, proviam Pretérito perfeito provi, proveste, proveu, provemos, provestes, proveram Pretérito mais-que-perfeito provera, proveras, provera, provêramos, provêreis, proveram Futuro do presente proverei, proverás, proverá, proveremos, provereis, proverão Futuro do pretérito proveria, proverias, proveria, proveríamos, proveríeis, proveriam Imperativo provê, proveja, provejamos, provede, provejam Presente do subjuntivo proveja, provejas, proveja, provejamos, provejais. provejam Pretérito imperfeito provesse, provesses, provesse, provêssemos, provêsseis, provessem Futuro prover, proveres, prover, provermos, proverdes, proverem Gerúndio provendo Particípio provido ODIAR Presente do indicativo odeio, odeias, odeia, odiamos, odiais, odeiam Pretérito imperfeito odiava, odiavas, odiava, odiávamos, odiáveis, odiavam Pretérito perfeito odiei, odiaste, odiou, odiamos, odiastes, odiaram Pretérito mais-que-perfeito odiara, odiaras, odiara, odiáramos, odiáreis, odiaram Presente do subjuntivo odeie, odeies, odeie, odiemos, odieis, odeiem Conjugam-se como odiar, mediar, remediar, incendiar, ansiar CABER Presente do indicativo caibo, cabes, cabe, cabemos, cabeis, cabem Pretérito perfeito coube, coubeste, coube, coubemos, coubestes, couberam Pretérito mais-que-perfeito coubera, couberas, coubera, coubéramos, coubéreis, couberam Presente do subjuntivo caiba, caibas, caiba, caibamos, caibais, caibam Linguagens e Códigos QUERER Presente do indicativo quero, queres, quer, queremos, quereis, querem Pretérito perfeito quis, quiseste, quis, quisemos, quisestes, quiseram 60 Pretérito mais-que-perfeito quisera, quiseras, quisera, quiséramos, quiséreis, quiseram Presente do subjuntivo queira, queiras, queira, queiramos, queirais, queiram Pretérito imperfeito quisesse, quisesses, quisesse, quiséssemos quisésseis, quisessem Futuro quiser, quiseres, quiser, quisermos, quiserdes, quiserem Presente do subjuntivo Pretérito imperfeito Futuro Particípio ABOLIR Presente do indicativo aboles, abole abolimos, abolis, abolem Pretérito imperfeito abolia, abolias, abolia, abolíamos, abolíeis, aboliam Pretérito perfeito aboli, aboliste, aboliu, abolimos, abolistes, aboliram Pretérito mais-que-perfeito abolira, aboliras, abolira, abolíramos, abolíreis, aboliram Futuro do presente abolirei, abolirás, abolirá, aboliremos, abolireis, abolirão Futuro do pretérito aboliria, abolirias, aboliria, aboliríamos, aboliríeis, aboliriam Presente do subjuntivo não há Presente imperfeito abolisse, abolisses, abolisse, abolíssemos, abolísseis, abolissem Futuro abolir, abolires, abolir, abolirmos, abolirdes, abolirem Imperativo afirmativo abole, aboli Imperativo negativo não há Infinitivo pessoal abolir, abolires, abolir, abolirmos, abolirdes, abolirem Infinitivo impessoal abolir Gerúndio abolindo Particípio abolido O verbo ABOLIR é conjugado só nas formas em que depois do L do radical há E ou I. REQUERER Presente do indicativo requeiro, requeres, requer, requeremos, requereis. requerem Pretérito perfeito requeri, requereste, requereu, requeremos, requereste, requereram Pretérito mais-que-perfeito requerera, requereras, requerera, requereramos, requerereis, requereram Futuro do presente requererei, requererás requererá, requereremos, requerereis, requererão Futuro do pretérito requereria, requererias, requereria, requereríamos, requereríeis, requereriam Imperativo requere, requeira, requeiramos, requerer, requeiram Presente do subjuntivo requeira, requeiras, requeira, requeiramos, requeirais, requeiram Pretérito Imperfeito requeresse, requeresses, requeresse, requerêssemos, requerêsseis, requeressem, Futuro requerer, requereres, requerer, requerermos, requererdes, requerem Gerúndio requerendo Particípio requerido O verbo REQUERER não se conjuga como querer. AGREDIR Presente do indicativo agrido, agrides, agride, agredimos, agredis, agridem Presente do subjuntivo agrida, agridas, agrida, agridamos, agridais, agridam Imperativo agride, agrida, agridamos, agredi, agridam Nas formas rizotônicas, o verbo AGREDIR apresenta o E do radical substituído por I. REAVER Presente do indicativo reavemos, reaveis Pretérito perfeito reouve, reouveste, reouve, reouvemos, reouvestes, reouveram Pretérito mais-que-perfeito reouvera, reouveras, reouvera, reouvéramos, reouvéreis, reouveram Pretérito imperf. do subjuntivo reouvesse, reouvesses, reouvesse, reouvéssemos, reouvésseis, reouvessem Futuro reouver, reouveres, reouver, reouvermos, reouverdes, reouverem O verbo REAVER conjuga-se como haver, mas só nas formas em que esse apresenta a letra v COBRIR Presente do indicativo cubro, cobres, cobre, cobrimos, cobris, cobrem Presente do subjuntivo cubra, cubras, cubra, cubramos, cubrais, cubram Imperativo cobre, cubra, cubramos, cobri, cubram Particípio coberto Conjugam-se como COBRIR, dormir, tossir, descobrir, engolir FALIR Presente do indicativo falimos, falis Pretérito imperfeito falia, falias, falia, falíamos, falíeis, faliam Pretérito mais-que-perfeito falira, faliras, falira, falíramos, falireis, faliram Pretérito perfeito fali, faliste, faliu, falimos, falistes, faliram Futuro do presente falirei, falirás, falirá, faliremos, falireis, falirão Futuro do pretérito faliria, falirias, faliria, faliríamos, faliríeis, faliriam Presente do subjuntivo não há Pretérito imperfeito falisse, falisses, falisse, falíssemos, falísseis, falissem Futuro falir, falires, falir, falirmos, falirdes, falirem Imperativo afirmativo fali (vós) Imperativo negativo não há Infinitivo pessoal falir, falires, falir, falirmos, falirdes, falirem Gerúndio falindo Particípio falido SABER Presente do indicativo sei, sabes, sabe, sabemos, sabeis, sabem Pretérito perfeito soube, soubeste, soube, soubemos, soubestes, souberam Pretérito mais-que-perfeito soubera, souberas, soubera, soubéramos, soubéreis, souberam Pretérito imperfeito sabia, sabias, sabia, sabíamos, sabíeis, sabiam Presente do subjuntivo soubesse, soubesses, soubesse, soubéssemos, soubésseis, soubessem Futuro souber, souberes, souber, soubermos, souberdes, souberem VALER Presente do indicativo valho, vales, vale, valemos, valeis, valem Presente do subjuntivo valha, valhas, valha, valhamos, valhais, valham Imperativo afirmativo vale, valha, valhamos, valei, valham FERIR Presente do indicativo firo, feres, fere, ferimos, feris, ferem Presente do subjuntivo fira, firas, fira, firamos, firais, firam Conjugam-se como FERIR: competir, vestir, inserir e seus derivados. TRAZER Presente do indicativo trago, trazes, traz, trazemos, trazeis, trazem Pretérito imperfeito trazia, trazias, trazia, trazíamos, trazíeis, traziam Pretérito perfeito trouxe, trouxeste, trouxe, trouxemos, trouxestes, trouxeram Pretérito mais-que-perfeito trouxera, trouxeras, trouxera, trouxéramos, trouxéreis, trouxeram Futuro do presente trarei, trarás, trará, traremos, trareis, trarão Futuro do pretérito traria, trarias, traria, traríamos, traríeis, trariam Imperativo traze, traga, tragamos, trazei, tragam Presente do subjuntivo traga, tragas, traga, tragamos, tragais, tragam Pretérito imperfeito trouxesse, trouxesses, trouxesse, trouxéssemos, trouxésseis, trouxessem Futuro trouxer, trouxeres, trouxer, trouxermos, trouxerdes, trouxerem Infinitivo pessoal trazer, trazeres, trazer, trazermos, trazerdes, trazerem Gerúndio trazendo Particípio trazido MENTIR Presente do indicativo minto, mentes, mente, mentimos, mentis, mentem Presente do subjuntivo minta, mintas, minta, mintamos, mintais, mintam Imperativo mente, minta, mintamos, menti, mintam Conjugam-se como MENTIR: sentir, cerzir, competir, consentir, pressentir. FUGIR Presente do indicativo fujo, foges, foge, fugimos, fugis, fogem Imperativo foge, fuja, fujamos, fugi, fujam Presente do subjuntivo fuja, fujas, fuja, fujamos, fujais, fujam IR Presente do indicativo vou, vais, vai, vamos, ides, vão Pretérito imperfeito ia, ias, ia, íamos, íeis, iam Pretérito perfeito fui, foste, foi, fomos, fostes, foram Pretérito mais-que-perfeito fora, foras, fora, fôramos, fôreis, foram Futuro do presente irei, irás, irá, iremos, ireis, irão Futuro do pretérito iria, irias, iria, iríamos, iríeis, iriam Imperativo afirmativo vai, vá, vamos, ide, vão Imperativo negativo não vão, não vá, não vamos, não vades, não vão Presente do subjuntivo vá, vás, vá, vamos, vades, vão VER Presente do indicativo vejo, vês, vê, vemos, vedes, vêem Pretérito perfeito vi, viste, viu, vimos, vistes, viram Pretérito mais-que-perfeito vira, viras, vira, viramos, vireis, viram Imperativo afirmativo vê, veja, vejamos, vede vós, vejam vocês Linguagens e Códigos veja, vejas, veja, vejamos, vejais, vejam visse, visses, visse, víssemos, vísseis, vissem vir, vires, vir, virmos, virdes, virem visto 61 Pretérito imperfeito Futuro Infinitivo pessoal Gerúndio Particípio fosse, fosses, fosse, fôssemos, fôsseis, fossem for, fores, for, formos, fordes, forem ir, ires, ir, irmos, irdes, irem indo ido OUVIR Presente do indicativo Presente do subjuntivo Imperativo Particípio ouço, ouves, ouve, ouvimos, ouvis, ouvem ouça, ouças, ouça, ouçamos, ouçais, ouçam ouve, ouça, ouçamos, ouvi, ouçam ouvido melhor, suavemente, tenazmente, comumente, etc. 4) ITENSIDADE: muito, pouco, assaz, mais, menos, tão, bastante, demasiado, meio, completamente, profundamente, quanto, quão, tanto, bem, mal, quase, apenas, etc. 5) AFIRMAÇÃO: sim, deveras, certamente, realmente, efefivamente, etc. 6) NEGAÇÃO: não. 7) DÚVIDA: talvez, acaso, porventura, possivelmente, quiçá, decerto, provavelmente, etc. Há Muitas Locuções Adverbiais 1) DE LUGAR: à esquerda, à direita, à tona, à distância, à frente, à entrada, à saída, ao lado, ao fundo, ao longo, de fora, de lado, etc. 2) TEMPO: em breve, nunca mais, hoje em dia, de tarde, à tarde, à noite, às ave-marias, ao entardecer, de manhã, de noite, por ora, por fim, de repente, de vez em quando, de longe em longe, etc. 3) MODO: à vontade, à toa, ao léu, ao acaso, a contento, a esmo, de bom grado, de cor, de mansinho, de chofre, a rigor, de preferência, em geral, a cada passo, às avessas, ao invés, às claras, a pique, a olhos vistos, de propósito, de súbito, por um triz, etc. 4) MEIO OU INSTRUMENTO: a pau, a pé, a cavalo, a martelo, a máquina, a tinta, a paulada, a mão, a facadas, a picareta, etc. 5) AFIRMAÇÃO: na verdade, de fato, de certo, etc. 6) NEGAÇAO: de modo algum, de modo nenhum, em hipótese alguma, etc. 7) DÚVIDA: por certo, quem sabe, com certeza, etc. PEDIR Presente do indicativo peço, pedes, pede, pedimos, pedis, pedem Pretérito perfeito pedi, pediste, pediu, pedimos, pedistes, pediram Presente do subjuntivo peça, peças, peça, peçamos, peçais, peçam Imperativo pede, peça, peçamos, pedi, peçam Conjugam-se como pedir: medir, despedir, impedir, expedir POLIR Presente do indicativo pulo, pules, pule, polimos, polis, pulem Presente do subjuntivo pula, pulas, pula, pulamos, pulais, pulam Imperativo pule, pula, pulamos, poli, pulam REMIR Presente do indicativo redimo, redimes, redime, redimimos, redimis, redimem Presente do subjuntivo redima, redimas, redima, redimamos, redimais, redimam RIR Presente do indicativo rio, ris, ri, rimos, rides, riem Pretérito imperfeito ria, rias, ria, riamos, ríeis, riam Pretérito perfeito ri, riste, riu, rimos, ristes, riram Pretérito mais-que-perfeito rira, riras, rira, ríramos, rireis, riram Futuro do presente rirei, rirás, rirá, riremos, rireis, rirão Futuro do pretérito riria, ririas, riria, riríamos, riríeis, ririam Imperativo afirmativo ri, ria, riamos, ride, riam Presente do subjuntivo ria, rias, ria, riamos, riais, riam Pretérito imperfeito risse, risses, risse, ríssemos, rísseis, rissem Futuro rir, rires, rir, rirmos, rirdes, rirem Infinitivo pessoal rir, rires, rir, rirmos, rirdes, rirem Gerúndio rindo Particípio rido Conjuga-se como rir: sorrir Advérbios Interrogativos Onde?, aonde?, donde?, quando?, porque?, como? Palavras Denotativas Certas palavras, por não se poderem enquadrar entre os advérbios, terão classificação à parte. São palavras que denotam exclusão, inclusão, situação, designação, realce, retificação, afetividade, etc. 1) DE EXCLUSÃO - só, salvo, apenas, senão, etc. 2) DE INCLUSÃO - também, até, mesmo, inclusive, etc. 3) DE SITUAÇÃO - mas, então, agora, afinal, etc. 4) DE DESIGNAÇÃO - eis. 5) DE RETIFICAÇÃO - aliás, isto é, ou melhor, ou antes, etc. 6) DE REALCE - cá, lá, sã, é que, ainda, mas, etc. Você lá sabe o que está dizendo, homem... Mas que olhos lindos! Veja só que maravilha! VIR Presente do indicativo venho, vens, vem, vimos, vindes, vêm Pretérito imperfeito vinha, vinhas, vinha, vínhamos, vínheis, vinham Pretérito perfeito vim, vieste, veio, viemos, viestes, vieram Pretérito mais-que-perfeito viera, vieras, viera, viéramos, viéreis, vieram Futuro do presente virei, virás, virá, viremos, vireis, virão Futuro do pretérito viria, virias, viria, viríamos, viríeis, viriam Imperativo afirmativo vem, venha, venhamos, vinde, venham Presente do subjuntivo venha, venhas, venha, venhamos, venhais, venham Pretérito imperfeito viesse, viesses, viesse, viéssemos, viésseis, viessem Futuro vier, vieres, vier, viermos, vierdes, vierem Infinitivo pessoal vir, vires, vir, virmos, virdes, virem Gerúndio vindo Particípio vindo Conjugam-se como vir: intervir, advir, convir, provir, sobrevir NUMERAL Numeral é a palavra que indica quantidade, ordem, múltiplo ou fração. O numeral classifica-se em: - cardinal - quando indica quantidade. - ordinal - quando indica ordem. - multiplicativo - quando indica multiplicação. - fracionário - quando indica fracionamento. SUMIR Presente do indicativo sumo, somes, some, sumimos, sumis, somem Presente do subjuntivo suma, sumas, suma, sumamos, sumais, sumam Imperativo some, suma, sumamos, sumi, sumam Conjugam-se como SUMIR: subir, acudir, bulir, escapulir, fugir, consumir, cuspir Exemplos: Silvia comprou dois livros. Antônio marcou o primeiro gol. Na semana seguinte, o anel custará o dobro do preço. O galinheiro ocupava um quarto da quintal. ADVÉRBIO Advérbio é a palavra que modifica a verbo, o adjetivo ou o próprio advérbio, exprimindo uma circunstância. QUADRO BÁSICO DOS NUMERAIS Os advérbios dividem-se em: 1) LUGAR: aqui, cá, lá, acolá, ali, aí, aquém, além, algures, alhures, nenhures, atrás, fora, dentro, perto, longe, adiante, diante, onde, avante, através, defronte, aonde, etc. 2) TEMPO: hoje, amanhã, depois, antes, agora, anteontem, sempre, nunca, já, cedo, logo, tarde, ora, afinal, outrora, então, amiúde, breve, brevemente, entrementes, raramente, imediatamente, etc. 3) MODO: bem, mal, assim, depressa, devagar, como, debalde, pior, Linguagens e Códigos 62 Romanos I II Arábicos 1 2 III 3 Algarismos Cardinais Ordinais um dois primeiro segundo três terceiro Numerais Multiplica- Fracionários tivos simples duplo meio dobro tríplice terço IV V VI VII VIII IX X XI 4 5 6 7 8 9 10 11 quatro cinco seis sete oito nove dez onze XII 12 XIII 13 XIV 14 XV 15 XVI 16 XVII 17 XVIII 18 XIX 19 quarto quádruplo quinto quíntuplo sexto sêxtuplo sétimo sétuplo oitavo óctuplo nono nônuplo décimo décuplo décimo primeiro doze décimo segundo treze décimo terceiro quatorze décimo quarto quinze décimo quinto dezesseis décimo sexto dezessete décimo sétimo dezoito décimo oitavo dezenove décimo nono XX XXX XL 20 30 40 vinte trinta quarenta L 50 cinquenta LX 60 sessenta LXX 70 setenta LXXX XC 80 90 oitenta noventa C CC CCC CD 100 200 300 400 D 500 DC 600 DCC 700 DCCC 800 CM 900 M 1000 vigésimo trigésimo quadragésimo quinquagésimo sexagésimo septuagésimo octogésimo nonagésimo cem centésimo duzentos ducentésimo trezentos trecentésimo quatrocen- quadringentos tésimo quinhenquingentétos simo seiscentos sexcentésimo setecen- septingentétos simo oitocentos octingentésimo novecen- nongentésitos mo mil milésimo lV Bienal do Livro (quarta) XVI capítulo da telenovela (décimo sexto) quarto quinto sexto sétimo oitavo nono décimo onze avos Quando se trata do primeiro dia do mês, deve-se dar preferência ao emprego do ordinal. Hoje é primeiro de setembro Não é aconselhável iniciar período com algarismos 16 anos tinha Patrícia = Dezesseis anos tinha Patrícia A título de brevidade, usamos constantemente os cardinais pelos ordinais. Ex.: casa vinte e um (= a vigésima primeira casa), página trinta e dois (= a trigésima segunda página). Os cardinais um e dois não variam nesse caso porque está subentendida a palavra número. Casa número vinte e um, página número trinta e dois. Por isso, deve-se dizer e escrever também: a folha vinte e um, a folha trinta e dois. Na linguagem forense, vemos o numeral flexionado: a folhas vinte e uma a folhas trinta e duas. doze avos treze avos quatorze avos quinze avos ARTIGO dezesseis avos dezessete avos dezoito avos Artigo é uma palavra que antepomos aos substantivos para determinálos. Indica-lhes, ao mesmo tempo, o gênero e o número. Dividem-se em • definidos: O, A, OS, AS • indefinidos: UM, UMA, UNS, UMAS. Os definidos determinam os substantivos de modo preciso, particular. Viajei com o médico. (Um médico referido, conhecido, determinado). dezenove avos vinte avos trinta avos quarenta avos cinquenta avos sessenta avos setenta avos Os indefinidos determinam os substantivos de modo vago, impreciso, geral. Viajei com um médico. (Um médico não referido, desconhecido, indeterminado). lsoladamente, os artigos são palavras de todo vazias de sentido. oitenta avos noventa avos centésimo ducentésimo trecentésimo quadringentésimo quingentésimo sexcentésimo septingentésimo octingentésimo nongentésimo milésimo CONJUNÇÃO Conjunção é a palavra que une duas ou mais orações. Coniunções Coordenativas ADITIVAS: e, nem, também, mas, também, etc. ADVERSATIVAS: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, senão, no entanto, etc. 3) ALTERNATIVAS: ou, ou.., ou, ora... ora, já... já, quer, quer, etc. 4) CONCLUSIVAS. logo, pois, portanto, por conseguinte, por consequência. 5) EXPLICATIVAS: isto é, por exemplo, a saber, que, porque, pois, etc. 1) 2) 1) 2) 3) 4) 5) Emprego do Numeral Na sucessão de papas, reis, príncipes, anos, séculos, capítulos, etc. empregam-se de 1 a 10 os ordinais. João Paulo I I (segundo) ano lll (ano terceiro) Luis X (décimo) ano I (primeiro) Pio lX (nono) século lV (quarto) 6) 7) 8) 9) De 11 em diante, empregam-se os cardinais: Leão Xlll (treze) ano Xl (onze) Pio Xll (doze) século XVI (dezesseis) Luis XV (quinze) capitulo XX (vinte) 10) VALOR LÓGICO E SINTÁTICO DAS CONJUNÇÕES Se o numeral aparece antes, é lido como ordinal. XX Salão do Automóvel (vigésimo) VI Festival da Canção (sexto) Linguagens e Códigos Conjunções Subordinativas CONDICIONAIS: se, caso, salvo se, contanto que, uma vez que, etc. CAUSAIS: porque, já que, visto que, que, pois, porquanto, etc. COMPARATIVAS: como, assim como, tal qual, tal como, mais que, etc. CONFORMATIVAS: segundo, conforme, consoante, como, etc. CONCESSIVAS: embora, ainda que, mesmo que, posto que, se bem que, etc. INTEGRANTES: que, se, etc. FINAIS: para que, a fim de que, que, etc. CONSECUTIVAS: tal... qual, tão... que, tamanho... que, de sorte que, de forma que, de modo que, etc. PROPORCIONAIS: à proporção que, à medida que, quanto... tanto mais, etc. TEMPORAIS: quando, enquanto, logo que, depois que, etc. Examinemos estes exemplos: 1º) Tristeza e alegria não moram juntas. 2º) Os livros ensinam e divertem. 63 hipótese, conformidade, consequência, finalidade, proporção, tempo). Abrangem as seguintes classes: 1) Causais: porque, que, pois, como, porquanto, visto que, visto como, já que, uma vez que, desde que. O tambor soa porque é oco. (porque é oco: causa; o tambor soa: efeito). Como estivesse de luto, não nos recebeu. Desde que é impossível, não insistirei. 2) Comparativas: como, (tal) qual, tal a qual, assim como, (tal) como, (tão ou tanto) como, (mais) que ou do que, (menos) que ou do que, (tanto) quanto, que nem, feito (= como, do mesmo modo que), o mesmo que (= como). Ele era arrastado pela vida como uma folha pelo vento. O exército avançava pela planície qual uma serpente imensa. "Os cães, tal qual os homens, podem participar das três categorias." (Paulo Mendes Campos) "Sou o mesmo que um cisco em minha própria casa." (Antônio Olavo Pereira) "E pia tal a qual a caça procurada." (Amadeu de Queirós) "Por que ficou me olhando assim feito boba?" (Carlos Drummond de Andrade) Os pedestres se cruzavam pelas ruas que nem formigas apressadas. Nada nos anima tanto como (ou quanto) um elogio sincero. Os governantes realizam menos do que prometem. 3) Concessivas: embora, conquanto, que, ainda que, mesmo que, ainda quando, mesmo quando, posto que, por mais que, por muito que, por menos que, se bem que, em que (pese), nem que, dado que, sem que (= embora não). Célia vestia-se bem, embora fosse pobre. A vida tem um sentido, por mais absurda que possa parecer. Beba, nem que seja um pouco. Dez minutos que fossem, para mim, seria muito tempo. Fez tudo direito, sem que eu lhe ensinasse. Em que pese à autoridade deste cientista, não podemos aceitar suas afirmações. Não sei dirigir, e, dado que soubesse, não dirigiria de noite. 4) Condicionais: se, caso, contanto que, desde que, salvo se, sem que (= se não), a não ser que, a menos que, dado que. Ficaremos sentidos, se você não vier. Comprarei o quadro, desde que não seja caro. Não sairás daqui sem que antes me confesses tudo. "Eleutério decidiu logo dormir repimpadamente sobre a areia, a menos que os mosquitos se opusessem." (Ferreira de Castro) 5) Conformativas: como, conforme, segundo, consoante. As coisas não são como (ou conforme) dizem. "Digo essas coisas por alto, segundo as ouvi narrar." (Machado de Assis) 6) Consecutivas: que (precedido dos termos intensivos tal, tão, tanto, tamanho, às vezes subentendidos), de sorte que, de modo que, de forma que, de maneira que, sem que, que (não). Minha mão tremia tanto que mal podia escrever. Falou com uma calma que todos ficaram atônitos. Ontem estive doente, de sorte que (ou de modo que) não saí. Não podem ver um cachorro na rua sem que o persigam. Não podem ver um brinquedo que não o queiram comprar. 7) Finais: para que, a fim de que, que (= para que). Afastou-se depressa para que não o víssemos. Falei-lhe com bons termos, a fim de que não se ofendesse. Fiz-lhe sinal que se calasse. 8) Proporcionais: à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto mais... (tanto mais), quanto mais... (tanto menos), quanto menos... (tanto mais), quanto mais... (mais), (tanto)... quanto. À medida que se vive, mais se aprende. À proporção que subíamos, o ar ia ficando mais leve. Quanto mais as cidades crescem, mais problemas vão tendo. Os soldados respondiam, à medida que eram chamados. 3º) Saímos de casa quando amanhecia. No primeiro exemplo, a palavra E liga duas palavras da mesma oração: é uma conjunção. No segundo a terceiro exemplos, as palavras E e QUANDO estão ligando orações: são também conjunções. Conjunção é uma palavra invariável que liga orações ou palavras da mesma oração. No 2º exemplo, a conjunção liga as orações sem fazer que uma dependa da outra, sem que a segunda complete o sentido da primeira: por isso, a conjunção E é coordenativa. No 3º exemplo, a conjunção liga duas orações que se completam uma à outra e faz com que a segunda dependa da primeira: por isso, a conjunção QUANDO é subordinativa. As conjunções, portanto, dividem-se em coordenativas e subordinativas. CONJUNÇÕES COORDENATIVAS As conjunções coordenativas podem ser: 1) Aditivas, que dão ideia de adição, acrescentamento: e, nem, mas também, mas ainda, senão também, como também, bem como. O agricultor colheu o trigo e o vendeu. Não aprovo nem permitirei essas coisas. Os livros não só instruem mas também divertem. As abelhas não apenas produzem mel e cera mas ainda polinizam as flores. 2) Adversativas, que exprimem oposição, contraste, ressalva, compensação: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, sendo, ao passo que, antes (= pelo contrário), no entanto, não obstante, apesar disso, em todo caso. Querem ter dinheiro, mas não trabalham. Ela não era bonita, contudo cativava pela simpatia. Não vemos a planta crescer, no entanto, ela cresce. A culpa não a atribuo a vós, senão a ele. O professor não proíbe, antes estimula as perguntas em aula. O exército do rei parecia invencível, não obstante, foi derrotado. Você já sabe bastante, porém deve estudar mais. Eu sou pobre, ao passo que ele é rico. Hoje não atendo, em todo caso, entre. 3) Alternativas, que exprimem alternativa, alternância ou, ou ... ou, ora ... ora, já ... já, quer ... quer, etc. Os sequestradores deviam render-se ou seriam mortos. Ou você estuda ou arruma um emprego. Ora triste, ora alegre, a vida segue o seu ritmo. Quer reagisse, quer se calasse, sempre acabava apanhando. "Já chora, já se ri, já se enfurece." (Luís de Camões) 4) Conclusivas, que iniciam uma conclusão: logo, portanto, por conseguinte, pois (posposto ao verbo), por isso. As árvores balançam, logo está ventando. Você é o proprietário do carro, portanto é o responsável. O mal é irremediável; deves, pois, conformar-te. 5) Explicativas, que precedem uma explicação, um motivo: que, porque, porquanto, pois (anteposto ao verbo). Não solte balões, que (ou porque, ou pois, ou porquanto) podem causar incêndios. Choveu durante a noite, porque as ruas estão molhadas. Observação: A conjunção A pode apresentar-se com sentido adversativo: Sofrem duras privações a [= mas] não se queixam. "Quis dizer mais alguma coisa a não pôde." (Jorge Amado) Conjunções subordinativas As conjunções subordinativas ligam duas orações, subordinando uma à outra. Com exceção das integrantes, essas conjunções iniciam orações que traduzem circunstâncias (causa, comparação, concessão, condição ou Linguagens e Códigos Observação: São incorretas as locuções proporcionais à medida em que, na medida que e na medida em que. A forma correta é à medida que: 64 "À medida que os anos passam, as minhas possibilidades diminuem." (Maria José de Queirós) Fui até a esquina. Casa de Paulo. 9) Temporais: quando, enquanto, logo que, mal (= logo que), sempre que, assim que, desde que, antes que, depois que, até que, agora que, etc. Venha quando você quiser. Não fale enquanto come. Ela me reconheceu, mal lhe dirigi a palavra. Desde que o mundo existe, sempre houve guerras. Agora que o tempo esquentou, podemos ir à praia. "Ninguém o arredava dali, até que eu voltasse." (Carlos Povina Cavalcânti) 10) Integrantes: que, se. Sabemos que a vida é breve. Veja se falta alguma coisa. Preposições Essenciais e Acidentais As preposições essenciais são: A, ANTE, APÓS, ATÉ, COM, CONTRA, DE, DESDE, EM, ENTRE, PARA, PERANTE, POR, SEM, SOB, SOBRE e ATRÁS. Certas palavras ora aparecem como preposições, ora pertencem a outras classes, sendo chamadas, por isso, de preposições acidentais: afora, conforme, consoante, durante, exceto, fora, mediante, não obstante, salvo, segundo, senão, tirante, visto, etc. INTERJEIÇÃO Interjeição é a palavra que comunica emoção. As interjeições podem Observação: Em frases como Sairás sem que te vejam, Morreu sem que ninguém o chorasse, consideramos sem que conjunção subordinativa modal. A NGB, porém, não consigna esta espécie de conjunção. ser: - Locuções conjuntivas: no entanto, visto que, desde que, se bem que, por mais que, ainda quando, à medida que, logo que, a rim de que, etc. Muitas conjunções não têm classificação única, imutável, devendo, portanto, ser classificadas de acordo com o sentido que apresentam no contexto. Assim, a conjunção que pode ser: 1) Aditiva (= e): Esfrega que esfrega, mas a nódoa não sai. A nós que não a eles, compete fazê-lo. 2) Explicativa (= pois, porque): Apressemo-nos, que chove. 3) Integrante: Diga-lhe que não irei. 4) Consecutiva: Tanto se esforçou que conseguiu vencer. Não vão a uma festa que não voltem cansados. Onde estavas, que não te vi? 5) Comparativa (= do que, como): A luz é mais veloz que o som. Ficou vermelho que nem brasa. 6) Concessiva (= embora, ainda que): Alguns minutos que fossem, ainda assim seria muito tempo. Beba, um pouco que seja. 7) Temporal (= depois que, logo que): Chegados que fomos, dirigimo-nos ao hotel. 8) Final (= pare que): Vendo-me à janela, fez sinal que descesse. 9) Causal (= porque, visto que): "Velho que sou, apenas conheço as flores do meu tempo." (Vivaldo Coaraci) A locução conjuntiva sem que, pode ser, conforme a frase: 1) Concessiva: Nós lhe dávamos roupa a comida, sem que ele pedisse. (sem que = embora não) 2) Condicional: Ninguém será bom cientista, sem que estude muito. (sem que = se não,caso não) 3) Consecutiva: Não vão a uma festa sem que voltem cansados. (sem que = que não) 4) Modal: Sairás sem que te vejam. (sem que = de modo que não) LOCUÇÃO INTERJETIVA é a conjunto de palavras que têm o mesmo valor de uma interjeição. Minha Nossa Senhora! Puxa vida! Deus me livre! Raios te partam! Meu Deus! Que maravilha! Ora bolas! Ai de mim! SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO FRASE Frase é um conjunto de palavras que têm sentido completo. O tempo está nublado. Socorro! Que calor! ORAÇÃO Oração é a frase que apresenta verbo ou locução verbal. A fanfarra desfilou na avenida. As festas juninas estão chegando. PERÍODO Período é a frase estruturada em oração ou orações. O período pode ser: • simples - aquele constituído por uma só oração (oração absoluta). • Fui à livraria ontem. composto - quando constituído por mais de uma oração. Fui à livraria ontem e comprei um livro. TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO São dois os termos essenciais da oração: SUJEITO Sujeito é o ser ou termo sobre o qual se diz alguma coisa. Os bandeirantes capturavam os índios. (sujeito = bandeirantes) Conjunção é a palavra que une duas ou mais orações. O sujeito pode ser : - simples: PREPOSIÇÃO Preposições são palavras que estabelecem um vínculo entre dois termos de uma oração. O primeiro, um subordinante ou antecedente, e o segundo, um subordinado ou consequente. - composto: Exemplos: Chegaram a Porto Alegre. Discorda de você. Linguagens e Códigos alegria: ahl oh! oba! eh! animação: coragem! avante! eia! admiração: puxa! ih! oh! nossa! aplauso: bravo! viva! bis! desejo: tomara! oxalá! dor: aí! ui! silêncio: psiu! silêncio! suspensão: alto! basta! - oculto: - indeterminado: 65 quando tem um só núcleo As rosas têm espinhos. (sujeito: as rosas; núcleo: rosas) quando tem mais de um núcleo O burro e o cavalo saíram em disparada. (suj: o burro e o cavalo; núcleo burro, cavalo) ou elíptico ou implícito na desinência verbal Chegaste com certo atraso. (suj.: oculto: tu) quando não se indica o agente da ação verbal - Inexistente: Come-se bem naquele restaurante. A mãe é amada PELO FILHO. O cantor foi aplaudido PELA MULTIDÃO. Os melhores alunos foram premiados PELA DIREÇÃO. quando a oração não tem sujeito Choveu ontem. Há plantas venenosas. TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO PREDICADO TERMOS ACESSÓRIOS são os que desempenham na oração uma função secundária, limitando o sentido dos substantivos ou exprimindo alguma circunstância. Predicado é o termo da oração que declara alguma coisa do sujeito. O predicado classifica-se em: 1. Nominal: é aquele que se constitui de verbo de ligação mais predicativo do sujeito. São termos acessórios da oração: Nosso colega está doente. 1. ADJUNTO ADNOMINAL Principais verbos de ligação: SER, ESTAR, PARECER, PERMANECER, etc. Predicativo do sujeito é o termo que ajuda o verbo de ligação a comunicar estado ou qualidade do sujeito. Adjunto adnominal é o termo que caracteriza ou determina os substantivos. Pode ser expresso: • pelos adjetivos: água fresca, • pelos artigos: o mundo, as ruas • pelos pronomes adjetivos: nosso tio, muitas coisas • pelos numerais : três garotos; sexto ano • pelas locuções adjetivas: casa do rei; homem sem escrúpulos Nosso colega está doente. A moça permaneceu sentada. 2. Predicado verbal é aquele que se constitui de verbo intransitivo ou transitivo. O avião sobrevoou a praia. 2. ADJUNTO ADVERBIAL Verbo intransitivo é aquele que não necessita de complemento. Adjunto adverbial é o termo que exprime uma circunstância (de tempo, lugar, modo etc.), modificando o sentido de um verbo, adjetivo ou advérbio. Cheguei cedo. José reside em São Paulo. O sabiá voou alto. • • • Verbo transitivo é aquele que necessita de complemento. Transitivo direto: é o verbo que necessita de complemento sem auxílio de proposição. Minha equipe venceu a partida. 3. APOSTO Transitivo indireto: é o verbo que necessita de complemento com auxílio de preposição. Aposto é uma palavra ou expressão que explica ou esclarece, desenvolve ou resume outro termo da oração. Dr. João, cirurgião-dentista, Rapaz impulsivo, Mário não se conteve. O rei perdoou aos dois: ao fidalgo e ao criado. Ele precisa de um esparadrapo. Transitivo direto e indireto (bitransitivo) é o verbo que necessita ao mesmo tempo de complemento sem auxílio de preposição e de complemento com auxilio de preposição. 4. VOCATIVO Damos uma simples colaboração a vocês. Vocativo é o termo (nome, título, apelido) usado para chamar ou interpelar alguém ou alguma coisa. Tem compaixão de nós, ó Cristo. Professor, o sinal tocou. Rapazes, a prova é na próxima semana. 3. Predicado verbo nominal: é aquele que se constitui de verbo intransitivo mais predicativo do sujeito ou de verbo transitivo mais predicativo do sujeito. Os rapazes voltaram vitoriosos. • • Predicativo do sujeito: é o termo que, no predicado verbo-nominal, ajuda o verbo intransitivo a comunicar estado ou qualidade do sujeito. Ele morreu rico. PERÍODO COMPOSTO - PERÍODO SIMPLES Predicativo do objeto é o termo que, que no predicado verbo-nominal, ajuda o verbo transitivo a comunicar estado ou qualidade do objeto direto ou indireto. No período simples há apenas uma oração, a qual se diz absoluta. Elegemos o nosso candidato vereador. Fui ao cinema. O pássaro voou. TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO PERÍODO COMPOSTO Chama-se termos integrantes da oração os que completam a significação transitiva dos verbos e dos nomes. São indispensáveis à compreensão do enunciado. No período composto há mais de uma oração. (Não sabem) (que nos calores do verão a terra dorme) (e os homens folgam.) 1. OBJETO DIRETO Período composto por coordenação Objeto direto é o termo da oração que completa o sentido do verbo transitivo direto. Ex.: Mamãe comprou PEIXE. Apresenta orações independentes. (Fui à cidade), (comprei alguns remédios) (e voltei cedo.) 2. OBJETO INDIRETO Período composto por subordinação Objeto indireto é o termo da oração que completa o sentido do verbo transitivo indireto. As crianças precisam de CARINHO. Apresenta orações dependentes. (É bom) (que você estude.) Período composto por coordenação e subordinação 3. COMPLEMENTO NOMINAL Apresenta tanto orações dependentes como independentes. Este período é também conhecido como misto. Complemento nominal é o termo da oração que completa o sentido de um nome com auxílio de preposição. Esse nome pode ser representado por um substantivo, por um adjetivo ou por um advérbio. Toda criança tem amor aos pais. - AMOR (substantivo) O menino estava cheio de vontade. - CHEIO (adjetivo) Nós agíamos favoravelmente às discussões. - FAVORAVELMENTE (advérbio). (Ele disse) (que viria logo,) (mas não pôde.) ORAÇÃO COORDENADA Oração coordenada é aquela que é independente. As orações coordenadas podem ser: - Sindética: 4. AGENTE DA PASSIVA Aquela que é independente e é introduzida por uma conjunção coordenativa. Viajo amanhã, mas volto logo. Agente da passiva é o termo da oração que pratica a ação do verbo na voz passiva. Linguagens e Códigos 66 - Assindética: 1) SUBJETIVA (sujeito) Convém que você estude mais. Importa que saibas isso bem. . É necessário que você colabore. (SUA COLABORAÇÃO) é necessária. Aquela que é independente e aparece separada por uma vírgula ou ponto e vírgula. Chegou, olhou, partiu. A oração coordenada sindética pode ser: 1. ADITIVA: 2) OBJETIVA DIRETA (objeto direto) Desejo QUE VENHAM TODOS. Pergunto QUEM ESTÁ AI. Expressa adição, sequência de pensamento. (e, nem = e não), mas, também: Ele falava E EU FICAVA OUVINDO. Meus atiradores nem fumam NEM BEBEM. 3) OBJETIVA INDIRETA (objeto indireto) Aconselho-o A QUE TRABALHE MAIS. Tudo dependerá DE QUE SEJAS CONSTANTE. Daremos o prêmio A QUEM O MERECER. A doença vem a cavalo E VOLTA A PÉ. 2. ADVERSATIVA: Ligam orações, dando-lhes uma ideia de compensação ou de contraste (mas, porém, contudo, todavia, entretanto, senão, no entanto, etc). 4) COMPLETIVA NOMINAL Complemento nominal. Ser grato A QUEM TE ENSINA. Sou favorável A QUE O PRENDAM. A espada vence MAS NÃO CONVENCE. O tambor faz um grande barulho, MAS É VAZIO POR DENTRO. Apressou-se, CONTUDO NÃO CHEGOU A TEMPO. 5) PREDICATIVA (predicativo) 3. ALTERNATIVAS: Seu receio era QUE CHOVESSE. = Seu receio era (A CHUVA) Minha esperança era QUE ELE DESISTISSE. Não sou QUEM VOCÊ PENSA. Ligam palavras ou orações de sentido separado, uma excluindo a outra (ou, ou...ou, já...já, ora...ora, quer...quer, etc). Mudou o natal OU MUDEI EU? “OU SE CALÇA A LUVA e não se põe o anel, OU SE PÕE O ANEL e não se calça a luva!” 6) APOSITIVAS (servem de aposto) Só desejo uma coisa: QUE VIVAM FELIZES = (A SUA FELICIDADE) Só lhe peço isto: HONRE O NOSSO NOME. (C. Meireles) 4. CONCLUSIVAS: 7) AGENTE DA PASSIVA O quadro foi comprado POR QUEM O FEZ = (PELO SEU AUTOR) Ligam uma oração a outra que exprime conclusão (LOGO, POIS, PORTANTO, POR CONSEGUINTE, POR ISTO, ASSIM, DE MODO QUE, etc). A obra foi apreciada POR QUANTOS A VIRAM. Ele está mal de notas; LOGO, SERÁ REPROVADO. Vives mentindo; LOGO, NÃO MERECES FÉ. ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS Oração subordinada adjetiva é aquela que tem o valor e a função de um adjetivo. Há dois tipos de orações subordinadas adjetivas: 5. EXPLICATIVAS: Ligam a uma oração, geralmente com o verbo no imperativo, outro que a explica, dando um motivo (pois, porque, portanto, que, etc.) 1) EXPLICATIVAS: Alegra-te, POIS A QUI ESTOU. Não mintas, PORQUE É PIOR. Anda depressa, QUE A PROVA É ÀS 8 HORAS. Explicam ou esclarecem, à maneira de aposto, o termo antecedente, atribuindo-lhe uma qualidade que lhe é inerente ou acrescentando-lhe uma informação. Deus, QUE É NOSSO PAI, nos salvará. Ele, QUE NASCEU RICO, acabou na miséria. ORAÇÃO INTERCALADA OU INTERFERENTE É aquela que vem entre os termos de uma outra oração. O réu, DISSERAM OS JORNAIS, foi absolvido. 2) RESTRITIVAS: A oração intercalada ou interferente aparece com os verbos: CONTINUAR, DIZER, EXCLAMAR, FALAR etc. Restringem ou limitam a significação do termo antecedente, sendo indispensáveis ao sentido da frase: Pedra QUE ROLA não cria limo. As pessoas A QUE A GENTE SE DIRIGE sorriem. Ele, QUE SEMPRE NOS INCENTIVOU, não está mais aqui. ORAÇÃO PRINCIPAL Oração principal é a mais importante do período e não é introduzida por um conectivo. ELES DISSERAM que voltarão logo. ELE AFIRMOU que não virá. PEDI que tivessem calma. (= Pedi calma) ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS Oração subordinada adverbial é aquela que tem o valor e a função de um advérbio. ORAÇÃO SUBORDINADA As orações subordinadas adverbiais classificam-se em: 1) CAUSAIS: exprimem causa, motivo, razão: Desprezam-me, POR ISSO QUE SOU POBRE. O tambor soa PORQUE É OCO. Oração subordinada é a oração dependente que normalmente é introduzida por um conectivo subordinativo. Note que a oração principal nem sempre é a primeira do período. Quando ele voltar, eu saio de férias. Oração principal: EU SAIO DE FÉRIAS Oração subordinada: QUANDO ELE VOLTAR 2) COMPARATIVAS: representam o segundo termo de uma comparação. O som é menos veloz QUE A LUZ. Parou perplexo COMO SE ESPERASSE UM GUIA. ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA Oração subordinada substantiva é aquela que tem o valor e a função de um substantivo. Por terem as funções do substantivo, as orações subordinadas substantivas classificam-se em: Linguagens e Códigos 3) CONCESSIVAS: exprimem um fato que se concede, que se admite: POR MAIS QUE GRITASSE, não me ouviram. Os louvores, PEQUENOS QUE SEJAM, são ouvidos com agrado. CHOVESSE OU FIZESSE SOL, o Major não faltava. 67 4) CONDICIONAIS: exprimem condição, hipótese: SE O CONHECESSES, não o condenarias. 6) Que diria o pai SE SOUBESSE DISSO? 7) 5) CONFORMATIVAS: exprimem acordo ou conformidade de um fato com outro: Fiz tudo COMO ME DISSERAM. Vim hoje, CONFORME LHE PROMETI. 8) 6) CONSECUTIVAS: exprimem uma consequência, um resultado: A fumaça era tanta QUE EU MAL PODIA ABRIR OS OLHOS. Bebia QUE ERA UMA LÁSTIMA! Tenho medo disso QUE ME PÉLO! 7) FINAIS: exprimem finalidade, objeto: Fiz-lhe sinal QUE SE CALASSE. Aproximei-me A FIM DE QUE ME OUVISSE MELHOR. 9) • • PREPARADO. Penso QUE 11) As palavras: MESMO, PRÓPRIO e SÓ concordam com o nome a que se referem. 14) 15) conseguirás. • AO SABER DISSO, entristeceu-se = QUANDO SOUBE DISSO, • É interesse ESTUDARES MAIS.= É interessante QUE ESTUDES • SAINDO DAQUI, procure-me. = QUANDO SAIR DAQUI, procure- Quero meio quilo de café. Minha mãe está meio exausta. É meio-dia e meia. (hora) As palavras ANEXO, INCLUSO e JUNTO concordam com o substantivo a que se referem. Trouxe em anexo estas fotos. Os adjetivos ALTO, BARATO, CONFUSO, FALSO, etc, que substituem advérbios em MENTE, permanecem invariáveis. Vocês falaram alto demais. O combustível custava barato. Você leu confuso. Ela jura falso. Dizem TER ESTADO LÁ = Dizem QUE ESTIVERAM LÁ. FAZENDO ASSIM, conseguirás = SE FIZERES ASSIM, É bom FICARMOS ATENTOS. = É bom QUE FIQUEMOS A palavra OBRIGADO concorda com o nome a que se refere. Muito obrigado. (masculino singular) Muito obrigada. (feminino singular). A palavra MEIO concorda com o substantivo quando é adjetivo e fica invariável quando é advérbio. A expressão em anexo é invariável. ESTOU • Já li os capítulos primeiro e segundo do novo livro. Trouxe anexas as fotografias que você me pediu. ORAÇÕES REDUZIDAS Oração reduzida é aquela que tem o verbo numa das formas nominais: gerúndio, infinitivo e particípio. = Já estudei o primeiro e segundo livros. O substantivo anteposto aos numerais vai para o plural. 13) 10) MODAIS: exprimem modo, maneira: Entrou na sala SEM QUE NOS CUMPRIMENTASSE. Aqui viverás em paz, SEM QUE NINGUÉM TE INCOMODE. PREPARADO Meus amigos estão atrapalhados. O pronome de tratamento que funciona como sujeito pede o predicativo no gênero da pessoa a quem se refere. Sua excelência, o Governador, foi compreensivo. Os substantivos acompanhados de numerais precedidos de artigo vão para o singular ou para o plural. Já estudei o primeiro e o segundo livro (livros). Os substantivos acompanhados de numerais em que o primeiro vier precedido de artigo e o segundo não vão para o plural. 10) 12) 9) TEMPORAIS: indicam o tempo em que se realiza o fato expresso na oração principal: ENQUANTO FOI RICO todos o procuravam. QUANDO OS TIRANOS CAEM, os povos se levantam. ESTAR O adjetivo que funciona como predicativo do sujeito concorda com o sujeito. Ela mesma veio até aqui. Eles chegaram sós. Eles próprios escreveram. 8) PROPORCIONAIS: denotam proporcionalidade: À MEDIDA QUE SE VIVE, mais se aprende. QUANTO MAIOR FOR A ALTURA, maior será o tombo. Exemplos: • Penso Dedico esta música à querida tia e sobrinhos. 16) ATENTOS. CARO, BASTANTE, LONGE, se advérbios, não variam, se adjetivos, sofrem variação normalmente. Esses pneus custam caro. Conversei bastante com eles. Conversei com bastantes pessoas. Estas crianças moram longe. Conheci longes terras. entristeceu-se. MAIS. me. CONCORDÂNCIA VERBAL CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL CASOS GERAIS CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL Concordância é o processo sintático no qual uma palavra determinante se adapta a uma palavra determinada, por meio de suas flexões. 1) O verbo concorda com o sujeito em número e pessoa. 2) Sujeito representado por nome coletivo deixa o verbo no singular. 3) Se o núcleo do sujeito é um nome terminado em S, o verbo só irá ao plural se tal núcleo vier acompanhado de artigo no plural. Principais Casos de Concordância Nominal 1) O artigo, o adjetivo, o pronome relativo e o numeral concordam em gênero e número com o substantivo. 2) O adjetivo ligado a substantivos do mesmo gênero e número vão normalmente para o plural. Pai e filho estudiosos ganharam o prêmio. O adjetivo ligado a substantivos de gêneros e número diferentes vai para o masculino plural. 3) 4) 5) As primeiras alunas da classe foram passear no zoológico. O pessoal ainda não chegou. A turma não gostou disso. Um bando de pássaros pousou na árvore. Os Estados Unidos são um grande país. Os Lusíadas imortalizaram Camões. Os Alpes vivem cobertos de neve. Em qualquer outra circunstância, o verbo ficará no singular. Alunos e alunas estudiosos ganharam vários prêmios. O adjetivo posposto concorda em gênero com o substantivo mais próximo: Trouxe livros e revista especializada. O adjetivo anteposto pode concordar com o substantivo mais próximo. Linguagens e Códigos O menino chegou. Os meninos chegaram. 4) 68 Flores já não leva acento. O Amazonas deságua no Atlântico. Campos foi a primeira cidade na América do Sul a ter luz elétrica. Coletivos primitivos (indicam uma parte do todo) seguidos de nome no plural deixam o verbo no singular ou levam-no ao plural, indiferentemente. 5) 6) 7) 8) 9) 10) A maioria das crianças recebeu, (ou receberam) prêmios. A maior parte dos brasileiros votou (ou votaram). Maria era as flores da casa. O homem é cinzas. O verbo transitivo direto ao lado do pronome SE concorda com o sujeito paciente. 6) Quando o sujeito é constituído de verbos no infinitivo, o verbo SER concorda com o predicativo. Vende-se um apartamento. Vendem-se alguns apartamentos. Dançar e cantar é a sua atividade. Estudar e trabalhar são as minhas atividades. O pronome SE como símbolo de indeterminação do sujeito leva o verbo para a 3ª pessoa do singular. Precisa-se de funcionários. A expressão UM E OUTRO pede o substantivo que a acompanha no singular e o verbo no singular ou no plural. Um e outro texto me satisfaz. (ou satisfazem) A expressão UM DOS QUE pede o verbo no singular ou no plural. 7) Quando o sujeito ou o predicativo for pronome pessoal, o verbo SER concorda com o pronome. A ciência, mestres, sois vós. Em minha turma, o líder sou eu. Ele é um dos autores que viajou (viajaram) para o Sul. 8) Quando o verbo PARECER estiver seguido de outro verbo no infinitivo, apenas um deles deve ser flexionado. A expressão MAIS DE UM pede o verbo no singular. Mais de um jurado fez justiça à minha música. Os meninos parecem gostar dos brinquedos. Os meninos parece gostarem dos brinquedos. As palavras: TUDO, NADA, ALGUÉM, ALGO, NINGUÉM, quando empregadas como sujeito e derem ideia de síntese, pedem o verbo no singular. REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL As casas, as fábricas, as ruas, tudo parecia poluição. 11) 12) 13) Os verbos DAR, BATER e SOAR, indicando hora, acompanham o sujeito. Regência é o processo sintático no qual um termo depende gramaticalmente do outro. Deu uma hora. Deram três horas. Bateram cinco horas. Naquele relógio já soaram duas horas. A regência nominal trata dos complementos dos nomes (substantivos e adjetivos). A partícula expletiva ou de realce É QUE é invariável e o verbo da frase em que é empregada concorda normalmente com o sujeito. Exemplos: O verbo concorda com o pronome antecedente quando o sujeito é um pronome relativo. - acesso: A = aproximação - AMOR: A, DE, PARA, PARA COM EM = promoção - aversão: A, EM, PARA, POR PARA = passagem Ela é que faz as bolas. Eu é que escrevo os programas. Ele, que chegou atrasado, fez a melhor prova. Fui eu que fiz a lição A regência verbal trata dos complementos do verbo. Quando a LIÇÃO é pronome relativo, há várias construções possíveis. • que: Fui eu que fiz a lição. • quem: Fui eu quem fez a lição. • o que: Fui eu o que fez a lição. 14) ALGUNS VERBOS E SUA REGÊNCIA CORRETA 1. ASPIRAR - atrair para os pulmões (transitivo direto) • pretender (transitivo indireto) No sítio, aspiro o ar puro da montanha. Nossa equipe aspira ao troféu de campeã. Verbos impessoais - como não possuem sujeito, deixam o verbo na terceira pessoa do singular. Acompanhados de auxiliar, transmitem a este sua impessoalidade. 2. OBEDECER - transitivo indireto Devemos obedecer aos sinais de trânsito. 3. PAGAR - transitivo direto e indireto Chove a cântaros. Ventou muito ontem. Deve haver muitas pessoas na fila. Pode haver brigas e discussões. Já paguei um jantar a você. 4. PERDOAR - transitivo direto e indireto. Já perdoei aos meus inimigos as ofensas. 5. PREFERIR - (= gostar mais de) transitivo direto e indireto CONCORDÂNCIA DOS VERBOS SER E PARECER Prefiro Comunicação à Matemática. 1) Nos predicados nominais, com o sujeito representado por um dos pronomes TUDO, NADA, ISTO, ISSO, AQUILO, os verbos SER e PARECER concordam com o predicativo. 6. INFORMAR - transitivo direto e indireto. Informei-lhe o problema. Tudo são esperanças. Aquilo parecem ilusões. Aquilo é ilusão. 7. ASSISTIR - morar, residir: • 2) Nas orações iniciadas por pronomes interrogativos, o verbo SER concorda sempre com o nome ou pronome que vier depois. • Que são florestas equatoriais? Quem eram aqueles homens? • 3) Nas indicações de horas, datas, distâncias, a concordância se fará com a expressão numérica. amparar, socorrer, objeto direto O médico assistiu o doente. PRESENCIAR, ESTAR PRESENTE - objeto direto Assistimos a um belo espetáculo. SER-LHE PERMITIDO - objeto indireto Assiste-lhe o direito. 8. ATENDER - dar atenção São oito horas. Hoje são 19 de setembro. De Botafogo ao Leblon são oito quilômetros. • Atendi ao pedido do aluno. CONSIDERAR, ACOLHER COM ATENÇÃO - objeto direto Atenderam o freguês com simpatia. 9. QUERER - desejar, querer, possuir - objeto direto 4) Com o predicado nominal indicando suficiência ou falta, o verbo SER fica no singular. A moça queria um vestido novo. Três batalhões é muito pouco. Trinta milhões de dólares é muito dinheiro. • GOSTAR DE, ESTIMAR, PREZAR - objeto indireto O professor queria muito a seus alunos. 10. VISAR - almejar, desejar - objeto indireto 5) Quando o sujeito é pessoa, o verbo SER fica no singular. Linguagens e Códigos Assisto em Porto Alegre. 69 • • Todos visamos a um futuro melhor. Esses pronomes se unem aos verbos porque são “fracos” na pronúncia. O artilheiro visou a meta quando fez o gol. PRÓCLISE pör o sinal de visto - objeto direto Usamos a próclise nos seguintes casos: APONTAR, MIRAR - objeto direto O gerente visou todos os cheques que entraram naquele dia. (1) Com palavras ou expressões negativas: não, nunca, jamais, nada, ninguém, nem, de modo algum. 11. OBEDECER e DESOBEDECER - constrói-se com objeto indireto Devemos obedecer aos superiores. Desobedeceram às leis do trânsito. - Nada me perturba. - Ninguém se mexeu. - De modo algum me afastarei daqui. - Ela nem se importou com meus problemas. 12. MORAR, RESIDIR, SITUAR-SE, ESTABELECER-SE • exigem na sua regência a preposição EM (2) Com conjunções subordinativas: quando, se, porque, que, conforme, embora, logo, que. O armazém está situado na Farrapos. Ele estabeleceu-se na Avenida São João. - Quando se trata de comida, ele é um “expert”. - É necessário que a deixe na escola. - Fazia a lista de convidados, conforme me lembrava dos amigos sinceros. 13. PROCEDER - no sentido de "ter fundamento" é intransitivo. • Essas tuas justificativas não procedem. no sentido de originar-se, descender, derivar, proceder, constrói-se com a preposição DE. (3) Advérbios Algumas palavras da Língua Portuguesa procedem do tupi-guarani • - Aqui se tem paz. - Sempre me dediquei aos estudos. - Talvez o veja na escola. no sentido de dar início, realizar, é construído com a preposição A. O secretário procedeu à leitura da carta. 14. ESQUECER E LEMBRAR • quando não forem pronominais, constrói-se com objeto direto: • 15. • • • • • • • OBS: Se houver vírgula depois do advérbio, este (o advérbio) deixa de atrair o pronome. Esqueci o nome desta aluna. Lembrei o recado, assim que o vi. - Aqui, trabalha-se. (4) Pronomes relativos, demonstrativos e indefinidos. - Alguém me ligou? (indefinido) - A pessoa que me ligou era minha amiga. (relativo) - Isso me traz muita felicidade. (demonstrativo) (5) Em frases interrogativas. - Quanto me cobrará pela tradução? (6) Em frases exclamativas ou optativas (que exprimem desejo). - Deus o abençoe! - Macacos me mordam! - Deus te abençoe, meu filho! (7) Com verbo no gerúndio antecedido de preposição EM. - Em se plantando tudo dá. - Em se tratando de beleza, ele é campeão. (8) Com formas verbais proparoxítonas - Nós o censurávamos. quando forem pronominais, constrói-se com objeto indireto: Esqueceram-se da reunião de hoje. Lembrei-me da sua fisionomia. Verbos que exigem objeto direto para coisa e indireto para pessoa. perdoar - Perdoei as ofensas aos inimigos. pagar - Pago o 13° aos professores. dar - Daremos esmolas ao pobre. emprestar - Emprestei dinheiro ao colega. ensinar - Ensino a tabuada aos alunos. agradecer - Agradeço as graças a Deus. pedir - Pedi um favor ao colega. 16. IMPLICAR - no sentido de acarretar, resultar, exige objeto direto: • • O amor implica renúncia. no sentido de antipatizar, ter má vontade, constrói-se com a preposição COM: MESÓCLISE O professor implicava com os alunos Usada quando o verbo estiver no futuro do presente (vai acontecer – amarei, amarás, …) ou no futuro do pretérito (ia acontecer mas não aconteceu – amaria, amarias, …) no sentido de envolver-se, comprometer-se, constrói-se com a preposição EM: Implicou-se na briga e saiu ferido - Convidar-me-ão para a festa. - Convidar-me-iam para a festa. 17. IR - quando indica tempo definido, determinado, requer a preposição A: Ele foi a São Paulo para resolver negócios. quando indica tempo indefinido, indeterminado, requer PARA: Se houver uma palavra atrativa, a próclise será obrigatória. - Não (palavra atrativa) me convidarão para a festa. Depois de aposentado, irá definitivamente para o Mato Grosso. ÊNCLISE Ênclise de verbo no futuro e particípio está sempre errada. 18. CUSTAR - Empregado com o sentido de ser difícil, não tem pessoa como sujeito: O sujeito será sempre "a coisa difícil", e ele só poderá aparecer na 3ª pessoa do singular, acompanhada do pronome oblíquo. Quem sente dificuldade, será objeto indireto. - Tornarei-me……. (errada) - Tinha entregado-nos……….(errada) Ênclise de verbo no infinitivo está sempre certa. Custou-me confiar nele novamente. Custar-te-á aceitá-la como nora. - Entregar-lhe (correta) - Não posso recebê-lo. (correta) Colocação Pronominal (próclise, mesóclise, ênclise) Outros casos: - Com o verbo no início da frase: Entregaram-me as camisas. - Com o verbo no imperativo afirmativo: Alunos, comportem-se. - Com o verbo no gerúndio: Saiu deixando-nos por instantes. - Com o verbo no infinitivo impessoal: Convém contar-lhe tudo. Por Cristiana Gomes É o estudo da colocação dos pronomes oblíquos átonos (me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes) em relação ao verbo. OBS: se o gerúndio vier precedido de preposição ou de palavra atrativa, ocorrerá a próclise: Os pronomes átonos podem ocupar 3 posições: antes do verbo (próclise), no meio do verbo (mesóclise) e depois do verbo (ênclise). Linguagens e Códigos 70 - Em se tratando de cinema, prefiro o suspense. - Saiu do escritório, não nos revelando os motivos. a) pronome sujeito, gerando sujeito oculto ou implícito: iremos depois, compraríeis a casa? b) substantivo - a catedral, no lugar de a igreja catedral; Maracanã, no ligar de o estádio Maracanã c) preposição - estar bêbado, a camisa rota, as calças rasgadas, no lugar de: estar bêbado, com a camisa rota, com as calças rasgadas. d) conjunção - espero você me entenda, no lugar de: espero que você me entenda. e) verbo - queria mais ao filho que à filha, no lugar de: queria mais o filho que queria à filha. Em especial o verbo dizer em diálogos - E o rapaz: - Não sei de nada !, em vez de E o rapaz disse: COLOCAÇÃO PRONOMINAL NAS LOCUÇÕES VERBAIS Locuções verbais são formadas por um verbo auxiliar + infinitivo, gerúndio ou particípio. AUX + PARTICÍPIO: o pronome deve ficar depois do verbo auxiliar. Se houver palavra atrativa, o pronome deverá ficar antes do verbo auxiliar. - Havia-lhe contado a verdade. - Não (palavra atrativa) lhe havia contado a verdade. Zeugma AUX + GERÚNDIO OU INFINITIVO: se não houver palavra atrativa, o pronome oblíquo virá depois do verbo auxiliar ou do verbo principal. omissão (elipse) de um termo que já apareceu antes. Se for verbo, pode necessitar adaptações de número e pessoa verbais. Utilizada, sobretudo, nas or. comparativas. Ex: Alguns estudam, outros não, por: alguns estudam, outros não estudam. / "O meu pai era paulista / Meu avô, pernambucano / O meu bisavô, mineiro / Meu tataravô, baiano." (Chico Buarque) omissão de era Infinitivo - Quero-lhe dizer o que aconteceu. - Quero dizer-lhe o que aconteceu. Gerúndio - Ia-lhe dizendo o que aconteceu. - Ia dizendo-lhe o que aconteceu. Hipérbato alteração ou inversão da ordem direta dos termos na oração, ou das orações no período. São determinadas por ênfase e podem até gerar anacolutos. Se houver palavra atrativa, o pronome oblíquo virá antes do verbo auxiliar ou depois do verbo principal. Infinitivo Ex: Morreu o presidente, por: O presidente morreu. - Não lhe quero dizer o que aconteceu. - Não quero dizer-lhe o que aconteceu. Obs1.: Bechara denomina esta figura antecipação. Obs2.: Se a inversão for violenta, comprometendo o sentido drasticamente, Rocha Lima e Celso Cunha denominam-na sínquise Obs3.: RL considera anástrofe um tipo de hipérbato Gerúndio - Não lhe ia dizendo a verdade. - Não ia dizendo-lhe a verdade. Anástrofe Figuras de Linguagem anteposição, em expressões nominais, do termo regido de preposição ao termo regente. Figuras sonoras Ex: "Da morte o manto lutuoso vos cobre a todos.", por: O manto lutuoso da morte vos cobre a todos. Aliteração repetição de sons consonantais (consoantes). Obs.: para Rocha Lima é um tipo de hipérbato Cruz e Souza é o melhor exemplo deste recurso. Uma das características marcantes do Simbolismo, assim como a sinestesia. Pleonasmo repetição de um termo já expresso, com objetivo de enfatizar a ideia. Ex: "(...) Vozes veladas, veludosas vozes, / Volúpias dos violões, vozes veladas / Vagam nos velhos vórtices velozes / Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas." (fragmento de Violões que choram. Cruz e Souza) Ex: Vi com meus próprios olhos. "E rir meu riso e derramar meu pranto / Ao seu pesar ou seu contentamento." (Vinicius de Moraes), Ao pobre não lhe devo (OI pleonástico) Assonância Obs.: pleonasmo vicioso ou grosseiro - decorre da ignorância, perdendo o caráter enfático (hemorragia de sangue, descer para baixo) repetição dos mesmos sons vocálicos. Ex: (A, O) - "Sou um mulato nato no sentido lato mulato democrático do litoral." (Caetano Veloso) (E, O) - "O que o vago e incóngnito desejo de ser eu mesmo de meu ser me deu." (Fernando Pessoa) ausência de conectivos de ligação, assim atribui maior rapidez ao texto. Ocorre muito nas or. coordenadas. Paranomásia Ex: "Não sopra o vento; não gemem as vagas; não murmuram os rios." o emprego de palavras parônimas (sons parecidos). Polissíndeto Ex: "Com tais premissas ele sem dúvida leva-nos às primícias" (Padre Antonio Vieira) repetição de conectivos na ligação entre elementos da frase ou do período. Assíndeto Ex: O menino resmunga, e chora, e esperneia, e grita, e maltrata. "E sob as ondas ritmadas / e sob as nuvens e os ventos / e sob as pontes e sob o sarcasmo / e sob a gosma e o vômito (...)" (Carlos Drummond de Andrade) Onomatopeia criação de uma palavra para imitar um som Anacoluto Ex: A língua do nhem "Havia uma velhinha / Que andava aborrecida / Pois dava a sua vida / Para falar com alguém. / E estava sempre em casa / A boa velhinha, / Resmungando sozinha: / Nhem-nhem-nhem-nhem-nhem..." (Cecília Meireles) termo solto na frase, quebrando a estruturação lógica. Normalmente, iniciase uma determinada construção sintática e depois se opta por outra. Eu, parece-me que vou desmaiar. / Minha vida, tudo não passa de alguns anos sem importância (sujeito sem predicado) / Quem ama o feio, bonito lhe parece (alteraram-se as relações entre termos da oração) Linguagem figurada Elipse Anáfora omissão de um termo ou expressão facilmente subentendida. Casos mais comuns: Linguagens e Códigos repetição de uma mesma palavra no início de versos ou frases. 71 Ex: "Olha a voz que me resta / Olha a veia que salta / Olha a gota que falta / Pro desfecho que falta / Por favor." (Chico Buarque) Sinestesia interpenetração sensorial, fundindo-se dois sentidos ou mais (olfato, visão, audição, gustação e tato). Obs.: repetição em final de versos ou frases é epístrofe; repetição no início e no fim será símploce. Classificações propostas por Rocha Lima. Ex.: "Mais claro e fino do que as finas pratas / O som da tua voz deliciava ... / Na dolência velada das sonatas / Como um perfume a tudo perfumava. / Era um som feito luz, eram volatas / Em lânguida espiral que iluminava / Brancas sonoridades de cascatas ... / Tanta harmonia melancolizava." (Cruz e Souza) Silepse é a concordância com a ideia, e não com a palavra escrita. Existem três tipos: a) de gênero (masc x fem): São Paulo continua poluída (= a cidade de São Paulo). V. Sª é lisonjeiro b) de número (sing x pl): Os Sertões contra a Guerra de Canudos (= o livro de Euclides da Cunha). O casal não veio, estavam ocupados. c) de pessoa: Os brasileiros somos otimistas (3ª pess - os brasileiros, mas quem fala ou escreve também participa do processo verbal) Obs.: Para Rocha Lima, representa uma modalidade de metáfora Antecipação Ex: "Todo pranto é um comentário. Um comentário que amargamente condena os motivos dados." Anadiplose é a repetição de palavra ou expressão de fim de um membro de frase no começo de outro membro de frase. antecipação de termo ou expressão, como recurso enfático. Pode gerar anacoluto. Ex.: Joana creio que veio aqui hoje. O tempo parece que vai piorar Obs.: Celso Cunha denomina-a prolepse. Figuras de pensamento Antítese aproximação de termos ou frases que se opõem pelo sentido. Ex: "Neste momento todos os bares estão repletos de homens vazios" (Vinicius de Moraes) Obs.: Paradoxo - ideias contraditórias num só pensamento, proposição de Rocha Lima ("dor que desatina sem doer" Camões) Eufemismo consiste em "suavizar" alguma ideia desagradável Ex: Ele enriqueceu por meios ilícitos. (roubou), Você não foi feliz nos exames. (foi reprovado) Obs.: Rocha Lima propõe uma variação chamada litote - afirma-se algo pela negação do contrário. (Ele não vê, em lugar de Ele é cego; Não sou moço, em vez de Sou velho). Para Bechara, alteração semântica. Figuras de palavras ou tropos (Para Bechara alterações semânticas) Metáfora emprego de palavras fora do seu sentido normal, por analogia. É um tipo de comparação implícita, sem termo comparativo. Ex: A Amazônia é o pulmão do mundo. Encontrei a chave do problema. / "Veja bem, nosso caso / É uma porta entreaberta." (Luís Gonzaga Junior) Obs1.: Rocha Lima define como modalidades de metáfora: personificação (animismo), hipérbole, símbolo e sinestesia. ? Personificação - atribuição de ações, qualidades e sentimentos humanos a seres inanimados. (A lua sorri aos enamorados) ? Símbolo - nome de um ser ou coisa concreta assumindo valor convencional, abstrato. (balança = justiça, D. Quixote = idealismo, cão = fidelidade, além do simbolismo universal das cores) Obs2.: esta figura foi muito utilizada pelos simbolistas Hipérbole exagero de uma ideia com finalidade expressiva Ex: Estou morrendo de sede (com muita sede), Ela é louca pelos filhos (gosta muito dos filhos) Obs.: Para Rocha Lima, é uma das modalidades de metáfora. Catacrese Ironia uso impróprio de uma palavra ou expressão, por esquecimento ou na ausência de termo específico. utilização de termo com sentido oposto ao original, obtendo-se, assim, valor irônico. Ex.: Espalhar dinheiro (espalhar = separar palha) / "Distrai-se um deles a enterrar o dedo no tornozelo inchado." - O verbo enterrar era usado primitivamente para significar apenas colocar na terra. Obs.: Rocha Lima designa como antífrase Obs1.: Modernamente, casos como pé de meia e boca de forno são considerados metáforas viciadas. Perderam valor estilístico e se formaram graças à semelhança de forma existente entre seres. Obs2.: Para Rocha Lima, é um tipo de metáfora Gradação Metonímia Ex: "Nada fazes, nada tramas, nada pensas que eu não saiba, que eu não veja, que eu não conheça perfeitamente." substituição de um nome por outro em virtude de haver entre eles associação de significado. Prosopopeia, personificação, animismo Ex: O ministro foi sutil como uma jamanta. apresentação de ideias em progressão ascendente (clímax) ou descendente (anticlímax) Ex: Ler Jorge Amado (autor pela obra - livro) / Ir ao barbeiro (o possuidor pelo possuído, ou vice-versa - barbearia) / Bebi dois copos de leite (continente pelo conteúdo - leite) / Ser o Cristo da turma. (indivíduo pala classe culpado) / Completou dez primaveras (parte pelo todo - anos) / O brasileiro é malandro (sing. pelo plural - brasileiros) / Brilham os cristais (matéria pela obra - copos). é a atribuição de qualidades e sentimentos humanos a seres irracionais e inanimados. Antonomásia, perífrase DISCURSO DIRETO. DISCURSO INDIRETO. DISCURSO INDIRETO LIVRE Ex: "A lua, (...) Pedia a cada estrela fria / Um brilho de aluguel ..." (Jõao Bosco / Aldir Blanc) Obs.: Para Rocha Lima, é uma modalidade de metáfora. Celso Cunha substituição de um nome de pessoa ou lugar por outro ou por uma expressão que facilmente o identifique. Fusão entre nome e seu aposto. ENUNCIAÇÃO E REPRODUÇÃO DE ENUNCIAÇÕES Comparando as seguintes frases: “A vida é luta constante” “Dizem os homens experientes que a vida é luta constante” Ex: O mestre = Jesus Cristo, A cidade luz = Paris, O rei das selvas = o leão, Escritor Maldito = Lima Barreto Obs.: Rocha Lima considera como uma variação da metonímia Notamos que, em ambas, é emitido um mesmo conceito sobre a vida.. Linguagens e Códigos 72 Discurso indireto 1. Tomemos como exemplo esta frase de Machado de Assis: “Elisiário confessou que estava com sono.” Ao contrário do que observamos nos enunciados em discurso direto, o narrador incorpora aqui, ao seu próprio falar, uma informação do personagem (Elisiário), contentando-se em transmitir ao leitor o seu conteúdo, sem nenhum respeito à forma linguística que teria sido realmente empregada. Este processo de reproduzir enunciados chama-se discurso indireto. 2. Também, neste caso, narrador e personagem podem confundir-se num só: “Engrosso a voz e afirmo que sou estudante.” (Graciliano Ramos) Mas, enquanto o autor da primeira frase enuncia tal conceito como tendo sido por ele próprio formulado, o autor da segunda o reproduz como tendo sido formulado por outrem. Estruturas de reprodução de enunciações Para dar-nos a conhecer os pensamentos e as palavras de personagens reais ou fictícias, os locutores e os escritores dispõiem de três moldes linguísticos diversos, conhecidos pelos nomes de: discurso direto, discurso indireto e discurso indireto livre. Discurso direto Examinando este passo do conto Guaxinim do banhado, de Mário de Andrade: “O Guaxinim está inquieto, mexe dum lado pra outro. Eis que suspira lá na língua dele - “Chente! que vida dura esta de guaxinim do banhado!...” Características do discurso indireto 1. No plano formal verifica-se que, introduzidas também por um verbo declarativo (dizer, afirmar, ponderar, confessar, responder, etc), as falas dos personagens se contêm, no entanto, numa oração subordinada substantiva, de regra desenvolvida: “O padre Lopes confessou que não imaginara a existência de tantos doudos no mundo e menos ainda o inexplicável de alguns casos.” Nestas orações, como vimos, pode ocorrer a elipse da conjunção integrante: “Fora preso pela manhã, logo ao erguer-se da cama, e, pelo cálculo aproximado do tempo, pois estava sem relógio e mesmo se o tivesse não poderia consultá-la à fraca luz da masmorra, imaginava podiam ser onze horas.”(Lima Barreto) A conjunçào integrante falta, naturalmente, quando, numa construção em discurso indireto, a subordinada substantiva assume a forma reduzida.: “Um dos vizinhos disse-lhe serem as autoridades do Cachoeiro.”(Graça Aranha) 2. No plano expressivo assinala-se, em primeiro lugar, que o emprego do discurso indireto pressupõe um tipo de relato de caráter predominantemente informativo e intelectivo, sem a feição teatral e atualizadora do discurso direto. O narrador passa a subordinar a si o personagem, com retirar-lhe a forma própria da expressão. Mas não se conclua daí que o discurso indireto seja uma construção estilística pobre. É, na verdade, do emprego sabiamente dosado de um e de outro tipo de discurso que os bons escritores extraem da narrativa os mais variados efeitos artísticos, em consonância com intenções expressivas que só a análise em profundidade de uma dada obra pode revelar. Verificamos que o narrado, após introduzir o personagem, o guaxinim, deixou-o expressar-se “Lá na língua dele”, reproduzindo-lhe a fala tal como ele a teria organizado e emitido. A essa forma de expressão, em que o personagem é chamado a apresentar as suas próprias palavras, denominamos discurso direto. Observação No exemplo anterior, distinguimos claramente o narrador, do locutor, o guaxinim. Mas o narrador e locutor podem confundir-se em casos como o das narrativas memorialistas feitas na primeira pessoa. Assim, na fala de Riobaldo, o personagem-narrador do romance de Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa. “Assaz o senhor sabe: a gente quer passar um rio a nado, e passa; mas vai dar na outra banda é num ponto muito mais embaixo, bem diverso do que em primeiro se pensou. Viver nem não é muito perigoso?” Ou, também, nestes versos de Augusto Meyer, em que o autor, liricamente identificado com a natureza de sua terra, ouve na voz do Minuano o convite que, na verdade, quem lhe faz é a sua própria alma: “Ouço o meu grito gritar na voz do vento: - Mano Poeta, se enganche na minha garupa!” Características do discurso direto 1. No plano formal, um enunciado em discurso direto é marcado, geralmente, pela presença de verbos do tipo dizer, afirmar, ponderar, sugerir, perguntar, indagar ou expressões sinônimas, que podem introduzi-lo, arrematá-lo ou nele se inserir: “E Alexandre abriu a torneira: - Meu pai, homem de boa família, possuía fortuna grossa, como não ignoram.” (Graciliano Ramos) “Felizmente, ninguém tinha morrido - diziam em redor.” (Cecília Meirelles) “Os que não têm filhos são órfãos às avessas”, escreveu Machado de Assis, creio que no Memorial de Aires. (A.F. Schmidt) Quando falta um desses verbos dicendi, cabe ao contexto e a recursos gráficos - tais como os dois pontos, as aspas, o travessão e a mudança de linha - a função de indicar a fala do personagem. É o que observamos neste passo: “Ao aviso da criada, a família tinha chegado à janela. Não avistaram o menino: - Joãozinho! Nada. Será que ele voou mesmo?” 2. No plano expressivo, a força da narração em discurso direto provém essencialmente de sua capacidade de atualizar o episódio, fazendo emergir da situação o personagem, tornando-o vivo para o ouvinte, à maneira de uma cena teatral, em que o narrador desempenha a mera função de indicador das falas. Transposição do discurso direto para o indireto Do confronto destas duas frases: “- Guardo tudo o que meu neto escreve - dizia ela.” (A.F. Schmidt) “Ela dizia que guardava tudo o que o seu neto escrevia.” Verifica-se que, ao passar-se de um tipo de relato para outro, certos elementos do enunciado se modificam, por acomodação ao novo molde sintático. a) Discurso direto enunciado 1ª ou 2ª pessoa. Exemplo: “-Devia bastar, disse ela; eu não me atrevo a pedir mais.”(M. de Assis) Discurso indireto: enunciado em 3ª pessoa: “Ela disse que deveria bastar, que ela não se atrevia a pedir mais” b) Discurso direto: verbo enunciado no presente: “- O major é um filósofo, disse ele com malícia.” (Lima Barreto) Discurso indireto: verbo enunciado no imperfeito: “Disse ele com malícia que o major era um filósofo.” c) Discurso direto: verbo enunciado no pretérito perfeito: “- Caubi voltou, disse o guerreiro Tabajara.”(José de Alencar) Discurso indireto: verbo enunciado no pretérito mais-que-perfeito: “O guerreiro Tabajara disse que Caubi tinha voltado.” d) Discurso direto: verbo enunciado no futuro do presente: “- Virão buscar V muito cedo? - perguntei.”(A.F. Schmidt) Discurso indireto: verbo enunciado no futuro do pretérito: “Perguntei se viriam buscar V. muito cedo” e) Discurso direto: verbo no modo imperativo: Daí ser esta forma de relatar preferencialmente adotada nos atos diários de comunicação e nos estilos literários narrativos em que os autores pretendem representar diante dos que os lêem “a comédia humana, com a maior naturalidade possível”. (E. Zola) Linguagens e Códigos 73 “- Segue a dança! , gritaram em volta. (A. Azevedo) Discurso indireto: verbo no modo subjuntivo: “Gritaram em volta que seguisse a dança.” f) Discurso direto: enunciado justaposto: “O dia vai ficar triste, disse Caubi.” Discurso indireto: enunciado subordinado, geralmente introduzido pela integrante que: “Disse Caubi que o dia ia ficar triste.” g) Discurso direto:: enunciado em forma interrogativa direta: “Pergunto - É verdade que a Aldinha do Juca está uma moça encantadora?” (Guimarães Rosa) Discurso indireto: enunciado em forma interrogativa indireta: “Pergunto se é verdade que a Aldinha do Juca está uma moça encantadora.” h) Discurso direto: pronome demonstrativo de 1ª pessoa (este, esta, isto) ou de 2ª pessoa (esse, essa, isso). “Isto vai depressa, disse Lopo Alves.”(Machado de Assis) Discurso indireto: pronome demonstrativo de 3ª pessoa (aquele, aquela, aquilo). “Lopo Alves disse que aquilo ia depressa.” i) Discurso direto: advérbio de lugar aqui: “E depois de torcer nas mãos a bolsa, meteu-a de novo na gaveta, concluindo: - Aqui, não está o que procuro.”(Afonso Arinos) Discurso indireto: advérbio de lugar ali: “E depois de torcer nas mãos a bolsa, meteu-a de novo na gaveta, concluindo que ali não estava o que procurava.” 2. a) b) c) (Celso Cunha in Gramática da Língua Portuguesa, 2ª edição, MECFENAME.) FUNÇÕES DA LINGUAGEM As funções da linguagem têm como objetivo essencial apontar o direcionamento da mensagem para um ou mais elementos do circuito da comunicação. O funcionamento da mensagem ocorre tendo em vista a finalidade de transmitir. Apresenta, portanto, funções da linguagem qualquer produção discursiva, linguistica (oral ou escrita) ou extralinguística (propaganda, fotografia. música, pintura, cinema etc.). Discurso indireto livre Na moderna literatura narrativa, tem sido amplamente utilizado um terceiro processo de reprodução de enunciados, resultante da conciliação dos dois anteriormente descritos. É o chamado discurso indireto livre, forma de expressão que, ao invés de apresentar o personagem em sua voz própria (discurso direto), ou de informar objetivamente o leitor sobre o que ele teria dito (discurso indireto), aproxima narrador e personagem, dando-nos a impressão de que passam a falar em uníssono. Quando vamos elaborar uma redação, necessitamos estar conscientes de que estamos escrevendo para alguém. A redação (literária ou escolar] sempre apresenta alguém que escreve, que envia a MENSAGEM, o EMISSOR, para alguém que a lê, o RECEPTOR. O elemento que passa a emissão para a recepção é o CANAL, que é um suporte tísico (no caso da redação é o papel). Qualquer problema com o canal impedirá que a mensagem chegue ao receptor; neste caso, não haverá comunicação, mas um ruído”, um obstáculo a ela. Os fatos, os objetos ou imagens, juízos ou raciocínios que o emissor utiliza (no nosso caso, a língua portuguesa) constitui o CÓDIGO. O papel do código é de suma importância, pois emissor e receptor devem possuir pleno conhecimento do código utilizado para que a comunicação se realize, senão a comunicação será apenas parcial ou nula. Um código comum, uma mensagem deverá abranger um CONTEXTO ou REFERENTE. Comparem-se estes exemplos: “Que vontade de voar lhe veio agora! Correu outra vez com a respiração presa. Já nem podia mais. Estava desanimado. Que pena! Houve um momento em que esteve quase... quase! Retirou as asas e estraçalhou-a. Só tinham beleza. Entretanto, qualquer urubu... que raiva... “ (Ana Maria Machado) “D. Aurora sacudiu a cabeça e afastou o juízo temerário. Para que estar catando defeitos no próximo? Eram todos irmãos. Irmãos.” (Graciliano Ramos) “O matuto sentiu uma frialdade mortuária percorrendo-o ao longo da espinha. Era uma urutu, a terrível urutu do sertão, para a qual a mezinha doméstica nem a dos campos possuíam salvação. Perdido... completamente perdido...” ( H. de C. Ramos) FUNÇÃO REFERENCIAL — a mais usada no dia-a-dia. Ela separa dois níveis de linguagem, denotativo e conotativo. A linguagem conotativa ou “linguagem figurada” empresta sua significação para dois campos diversos, uma espécie de transferência de significado. Por exemplo: pé da cadeira” refere-se à semelhança entre o signo pé (campo orgânico do ser humano] e o traço que compõe a sustentação da cadeira (campo dos objetos]. Assim, a linguagem “figura” o objeto que sustenta a cadeira, com base na similaridade do pé humano e essa relação se dá entre signos. A linguagem denotativa ou “linguagem legível” relaciona e aproxima mais diretamente o termo e o objeto. O pé do ser humano seria signo denotativo. Características do discurso indireto livre Do exame dos enunciados em itálico comprova-se que o discurso indireto livre conserva toda a afetividade e a expressividade próprios do discurso direto, ao mesmo tempo que mantém as transposições de pronomes, verbos e advérbios típicos do discurso indireto. É, por conseguinte, um processo de reprodução de enunciados que combina as características dos dois anteriormente descritos. 1. No plano formal, verifica-se que o emprego do discurso indireto livre “pressupõe duas condições: a absoluta liberdade sintática do escritor (fator gramatical) e a sua completa adesão à vida do personagem (fator estético) “ (Nicola Vita In: Cultura Neolatina). Observe-se que essa absoluta liberdade sintática do escritor pode levar o leitor desatento a confundir as palavras ou manifestações dos locutores com a simples narração. Daí que, para a apreensão da fala do personagem nos trechos em discurso indireto livre, ganhe em importância o papel do contexto, pois que a passagem do que seja relato por parte do narrador a enunciado real do locutor é, muitas vezes, extremamente sutil, tal como nos mostra o seguinte passo de Machado de Assis: Linguagens e Códigos “Quincas Borba calou-se de exausto, e sentou-se ofegante. Rubião acudiu, levando-lhe água e pedindo que se deitasse para descansar; mas o enfermo após alguns minutos, respondeu que não era nada. Perdera o costume de fazer discursos é o que era.” No plano expressivo, devem ser realçados alguns valores desta construção híbrida: Evitando, por um lado, o acúmulo de quês, ocorrente no discurso indireto, e, por outro lado, os cortes das oposições dialogadas peculiares ao discurso direto, o discurso indireto livre permite uma narrativa mais fluente, de ritmo e tom mais artisticamente elaborados; O elo psíquico que se estabelece entre o narrador e personagem neste molde frásico torna-o o preferido dos escritores memorialistas, em suas páginas de monólogo interior; Finalmente, cumpre ressaltar que o discurso indireto livre nem sempre aparece isolado em meio da narração. Sua “riqueza expressiva aumenta quando ele se relaciona, dentro do mesmo parágrafo, com os discursos direto e indireto puro”, pois o emprego conjunto faz que para o enunciado confluam, “numa soma total, as características de três estilos diferentes entre si”. A função referencial evidencia o assunto, o objeto, os fatos. É a linguagem da comunicação. Refere-se a um contexto, ou seja, a uma informação sem se envolver com quem a produziu ou de quem a recebeu. É meramente informativa; não se preocupa com o estilo. É a linguagem das redações escolares, principalmente das dissertações, das narrações não fictícias e das descrições objetivas. Ela é usada também nos manuais técnicos, fichas informativas, instruções para a instalação e funcionamento de aparelhos, explicações a respeito de aparelhos. Caracteriza o discurso científico, o jornalístico e a correspondência comercial. FUNÇÃO EMOTIVA — põe ênfase no emissor. A linguagem e subjetiva e expressa diretamente emoções, atitudes, sensações, reflexões pessoais, a 74 Cada novidade tecnológica há de ser investigada quanto a seus efeitos sobre o homem e o meio em que vive. Cada intervenção na natureza há de adequar-se a um planejamento que considere a qualidade e a extensão dos efeitos. Em suma: já está ocorrendo, há algum tempo, uma avaliação ética e política de todas as formas de progresso que afetam nossa relação com o mundo e, portanto, a qualidade da nossa vida. Não é pouco, mas ainda não é suficiente. Aos cientistas, aos administradores, aos empresários, aos industriais e a todos nós – cidadãos comuns – cabe a tarefa cotidiana de zelarmos por nossas ações que inflectem sobre qualquer aspecto da qualidade de vida. A tarefa começa em nossa casa, em nossa cozinha e banheiro, em nosso quintal e jardim – e se estende à preocupação com a rua, com o bairro, com a cidade. “Meu coração não é maior do que o mundo”, dizia o poeta. Mas um mundo que merece a atenção do nosso coração e da nossa inteligência é, certamente, melhor do que este em que estamos vivendo. Não custa interrogar, a cada vez que alguém diz progresso, o sentido preciso – talvez oculto - da palavra mágica empregada. (Alaor Adauto de carga emocional. Na Literatura, essa função predomina na poesia, prosa poética, depoimentos, autobiografias e memórias, diários íntimos. Linguisticamente é representada por interjeições, adjetivos, exclamações, reticências, agressão verbal (insultos, termos de calão). Pertencem também à função emotiva as canções populares amorosas, as novelas e qualquer expressão artística que deixe transparecer o estado emocional do emissor. FUNÇÃO CONATIVA — é dirigida ao receptor buscando mobilizar sua atenção, produzindo um apelo. A linguagem apresenta caráter persuasivo, sedutor, procura aproximar-se do receptor (ouvinte, espectador, leitor), convencer, mudar seu comportamento. Pode ser volitiva, revelando assim uma vontade ou é imperativa, que é a característica fundamental da propaganda. Exemplos: FUNÇÃO FÁTICA — sua característica principal é a de preparar a comunicação, facilitando-a, dando eficiência no processo comunicativo. Apresenta excesso de reticências, desejo de compreensão. Ela mantém a conexão entre os falantes. Mello) 1. FUNÇÃO POÉTICA — pode ocorrer num texto em prosa ou em verso, ou ainda na fotografia, na música, no cinema, na pintura, enfim em qualquer modalidade discursiva que apresente uma maneira especial de elaborar o código. Ela valoriza a comunicação pela forma da mensagem, ela se preocupa com a estética do texto. A linguagem é criativa, afetiva, recorre a figuras, ornatos, apresenta ritmo, sonoridade. Na Literatura, essa função não se manifesta apenas na poesia, devemos considerar a prosa poética em suas várias manifestações. Exemplo: (A)) (B) (C) (D) FUNÇÃO METALINGUÍSTICA — é centrada no código visando sua tradução. A elaboração do discurso é de suma importância, seja ele linguistico (a escrita ou a oralidade) ou extralinguístico (música, pintura, gestualidades etc.). É a mensagem que fala de sua própria produção discursiva. A linguagem fala sobre a própria linguagem, como nos textos explicativos, nas definições. Ela é encontrada nos dicionários, nas enciclopédias, gramáticas, livros didáticos. (E) 2. I. II. III. PROVA SIMULADA I Nota (A) (B)) (C) (D) (E) As questões aqui transcritas foram extraídas de provas anteriores dos mais variados concursos, obedecendo o programa oficial. Atenção: As questões de números 1 a 10 referem-se ao texto que segue. 3. No coração do progresso Há séculos a civilização ocidental vem correndo atrás de tudo o que classifica como progresso. Essa palavra mágica aplica-se tanto à invenção do aeroplano ou à descoberta do DNA como à promoção do papai no novo emprego. “Estou fazendo progressos”, diz a titia, quando enfim acerta a mão numa velha receita. Mas quero chegar logo ao ponto, e convidar o leitor a refletir sobre o sentido dessa palavra, que sempre pareceu abrir todas as portas para uma vida melhor. Quando, muitos anos atrás, num daqueles documentários de cinema, via-se uma floresta sendo derrubada para dar lugar a algum empreendimento, ninguém tinha dúvida em dizer ou pensar: é o progresso. Uma represa monumental era progresso. Cada novo produto químico era um progresso. As coisas não mudaram tanto: continuamos a usar indiscriminadamente a palavrinha mágica. Mas não deixaram de mudar um pouco: desde que a Ecologia saiu das academias, divulgou-se, popularizou-se e tornou-se, efetivamente, um conjunto de iniciativas em favor da preservação ambiental e da melhoria das condições da vida em nosso pequenino planeta. Para isso, foi preciso determinar muito bem o sentido de progresso. Do ponto de vista material, considera-se ganho humano apenas aquilo que concorre para equilibrar a ação transformadora do homem sobre a natureza e a integridade da vida natural. Desenvolvimento, sim, mas sustentável: o adjetivo exprime uma condição, para cercear as iniciativas predatórias. Linguagens e Códigos (A) (B) (C) (D) (E)) 4. (A) (B) (C) (D) (E) 75 Centraliza-se, no texto, uma concepção de progresso, segundo a qual este deve ser equacionado como uma forma de equilíbrio entre as atividades humanas e o respeito ao mundo natural. identificado como aprimoramento tecnológico que resulte em atividade economicamente viável. caracterizado como uma atividade que redunde em maiores lucros para todos os indivíduos de uma comunidade. definido como um atributo da natureza que induz os homens a aproveitarem apenas o que é oferecido em sua forma natural. aceito como um processo civilizatório que implique melhor distribuição de renda entre todos os agentes dos setores produtivos. Considere as seguintes afirmações: A banalização do uso da palavra progresso é uma consequência do fato de que a Ecologia deixou de ser um assunto acadêmico. A expressão desenvolvimento sustentável pressupõe que haja formas de desenvolvimento nocivas e predatórias. Entende o autor do texto que a magia da palavra progresso advém do uso consciente e responsável que a maioria das pessoas vem fazendo dela. Em relação ao texto está correto APENAS que se afirma em I. II. III. I e II. II e III. Considerando-se o contexto, traduz-se corretamente uma frase do texto em: Mas quero chegar logo ao ponto = devo me antecipar a qualquer conclusão. continuamos a usar indiscriminadamente a palavrinha mágica = seguimos chamando de mágico tudo o que julgamos sem preconceito. para cercear as iniciativas predatórias = para ir ao encontro das ações voluntariosas. ações que inflectem sobre qualquer aspecto da qualidade da vida = práticas alheias ao que diz respeito às condições de vida. há de adequar-se a um planejamento = deve ir ao encontro do que está planificado. Cada intervenção na natureza há de adequar-se a um planejamento pelo qual se garanta que a qualidade da vida seja preservada. Os tempos e os modos verbais da frase acima continuarão corretamente articulados caso se substituam as formas sublinhadas, na ordem em que surgem, por houve - garantiria - é haveria - garantiu - teria sido haveria - garantisse - fosse haverá - garantisse - e havia - garantiu - é 5. (A)) (B) (C) (D) (E) logia, cujas consequências se sente mesmo no âmbito da vida prática. As normas de concordância verbal estão plenamente respeitadas na frase: Já faz muitos séculos que se vêm atribuindo à palavra progresso algumas conotações mágicas. Deve-se ao fato de usamos muitas palavras sem conhecer seu sentido real muitos equívocos ideológicos. Muitas coisas a que associamos o sentido de progresso não chega a representarem, de fato, qualquer avanço significativo. Se muitas novidades tecnológicas houvesse de ser investigadas a fundo, veríamos que são irrelevantes para a melhoria da vida. Começam pelas preocupações com nossa casa, com nossa rua, com nossa cidade a tarefa de zelarmos por uma boa qualidade da vida. 10. (A) (B)) (C) (D) (E) 6. (A) (B) (C) (D) (E)) 7. I. II. III. (A) (B)) (C) (D) (E) 8. (A)) (B) (C) (D) (E) Está correto o emprego de ambas as expressões sublinhadas na frase: De tudo aquilo que classificamos como progresso costumamos atribuir o sentido de um tipo de ganho ao qual não queremos abrir mão. É preferível deixar intacta a mata selvagem do que destruí-la em nome de um benefício em que quase ninguém desfrutará. A titia, cuja a mão enfim acertou numa velha receita, não hesitou em ver como progresso a operação à qual foi bem sucedida. A precisão da qual se pretende identificar o sentido de uma palavra depende muito do valor de contexto a que lhe atribuímos. As inovações tecnológicas de cujo benefício todos se aproveitam representam, efetivamente, o avanço a que se costuma chamar progresso. Leia o texto a seguir para responder às questões de números 11 a 24. De um lado estão os prejuízos e a restrição de direitos causados pelos protestos que param as ruas de São Paulo. De outro está o direito à livre manifestação, assegurado pela Carta de 1988. Como não há fórmula perfeita de arbitrar esse choque entre garantias democráticas fundamentais, cabe lançar mão de medidas pontuais – e sobretudo de bom senso. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) estima em R$ 3 milhões o custo para a população dos protestos ocorridos nos últimos três anos na capital paulista. O cálculo leva em conta o combustível consumido e as horas perdidas de trabalho durante os engarrafamentos causados por protestos. Os carros enfileirados por conta de manifestações nesses três anos praticamente cobririam os 231 km que separam São Paulo de São Carlos. A Justiça é o meio mais promissor, em longo prazo, para desestimular os protestos abusivos que param o trânsito nos horários mais inconvenientes e acarretam variados transtornos a milhões de pessoas. É adequada a atitude da CET de enviar sistematicamente ao Ministério Público relatórios com os prejuízos causados em cada manifestação feita fora de horários e locais sugeridos pela agência ou sem comunicação prévia. Com base num documento da CET, por exemplo, a Procuradoria acionou um líder de sindicato, o qual foi condenado em primeira instância a pagar R$ 3,3 milhões aos cofres públicos, a título de reparação. O direito à livre manifestação está previsto na Constituição. No entanto, tal direito não anula a responsabilização civil e criminal em caso de danos provocados pelos protestos. O poder público deveria definir, de preferência em negociação com as categorias que costumam realizar protestos na capital, horários e locais vedados às passeatas. Práticas corriqueiras, como a paralisia de avenidas essenciais para o tráfego na capital nos horários de maior fluxo, deveriam ser abolidas. (Folha de S.Paulo, 29.09.07. Adaptado) Considere as seguintes afirmações, relativas a aspectos da construção ou da expressividade do texto: No contexto do segundo parágrafo, a forma plural não mudaram tanto atende à concordância com academias. No contexto do terceiro parágrafo, a expressão há de adequar-se exprime um dever imperioso, uma necessidade premente. A expressão Em suma, tal como empregada no quarto parágrafo, anuncia a abertura de uma linha de argumentação ainda inexplorada no texto. Está correto APENAS o que se afirma em I. II. III. I e II. II e III. A palavra progresso frequenta todas as bocas, todas pronunciam a palavra progresso, todas atribuem a essa palavra sentidos mágicos que elevam essa palavra ao patamar dos nomes miraculosos. Evitam-se as repetições viciosas da frase acima substituindo-se os elementos sublinhados, na ordem dada, por: a pronunciam - lhe atribuem - a elevam a pronunciam - atribuem-na - elevam-na lhe pronunciam - lhe atribuem - elevam-lhe a ela pronunciam - a ela atribuem - lhe elevam pronunciam-na - atribuem-na - a elevam 11. (A) (B) (C) 9. (A) Está clara e correta a redação da seguinte frase: Caso não se determine bem o sentido da palavra progresso, pois que é usada indiscriminadamente, ainda assim se faria necessário que reflitamos sobre seu verdadeiro sentido. (B) Ao dizer o poeta que seu coração não é maior do que o mundo, devemos nos inspirar para que se estabeleça entre este e o nosso coração os compromissos que se reflitam numa vida melhor. (C) Nada é desprezível no espaço do mundo, que não mereça nossa atenção quanto ao fato de que sejamos responsáveis por sua melhoria, seja o nosso quintal, nossa rua, enfim, onde se esteja. (D)) Todo desenvolvimento definido como sustentável exige, para fazer jus a esse adjetivo, cuidados especiais com o meio ambiente, para que não venham a ser nocivos seus efeitos imediatos ou futuros. (E) Tem muita ciência que, se saísse das limitações acadêmicas, acabariam por se revelarem mais úteis e mais populares, em vista da Eco- Linguagens e Códigos Está inteiramente correta a pontuação do seguinte período: Toda vez que é pronunciada, a palavra progresso, parece abrir a porta para um mundo, mágico de prosperidade garantida. Por mínimas que pareçam, há providências inadiáveis, ações aparentemente irrisórias, cuja execução cotidiana é, no entanto, importantíssima. O prestígio da palavra progresso, deve-se em grande parte ao modo irrefletido, com que usamos e abusamos, dessa palavrinha mágica. Ainda que traga muitos benefícios, a construção de enormes represas, costuma trazer também uma série de consequências ambientais que, nem sempre, foram avaliadas. Não há dúvida, de que o autor do texto aderiu a teses ambientalistas segundo as quais, o conceito de progresso está sujeito a uma permanente avaliação. (D) (E) 12. (A) (B) (C) (D) (E) 76 De acordo com o texto, é correto afirmar que a Companhia de Engenharia de Tráfego não sabe mensurar o custo dos protestos ocorridos nos últimos anos. os prejuízos da ordem de R$ 3 milhões em razão dos engarrafamentos já foram pagos pelos manifestantes. os protestos de rua fazem parte de uma sociedade democrática e são permitidos pela Carta de 1988. após a multa, os líderes de sindicato resolveram organizar protestos de rua em horários e locais predeterminados. o Ministério Público envia com frequência estudos sobre os custos das manifestações feitas de forma abusiva. No primeiro parágrafo, afirma-se que não há fórmula perfeita para solucionar o conflito entre manifestantes e os prejuízos causados ao restante da população. A saída estaria principalmente na sensatez. Carta de 1998. Justiça. Companhia de Engenharia de Tráfego. na adoção de medidas amplas e profundas. 13. (A) (B) (C) (D) (E) 14. (A) (B) (C) (D) (E) 15. (A) (B) (C) (D) (E) 16. (A) (B) (C) (D) (E) 17. (A) (B) (C) (D) (E) 18. (A) (B) (C) (D) (E) 19. (A) (B) (C) De acordo com o segundo parágrafo do texto, os protestos que param as ruas de São Paulo representam um custo para a população da cidade. O cálculo desses custos é feito a partir das multas aplicadas pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). dos gastos de combustível e das horas de trabalho desperdiçadas em engarrafamentos. da distância a ser percorrida entre as cidades de São Paulo e São Carlos. da quantidade de carros existentes entre a capital de São Paulo e São Carlos. do número de usuários de automóveis particulares da cidade de São Paulo. (D) (E) São adequadas os comportamentos da CET de enviar relatórios. São adequados os comportamentos da CET de enviar relatórios. 20. No trecho – No entanto, tal direito não anula a responsabilização civil e criminal em caso de danos provocados pelos protestos –, a locução conjuntiva no entanto indica uma relação de causa e efeito. oposição. comparação. condição. explicação. A quantidade de carros parados nos engarrafamentos, em razão das manifestações na cidade de São Paulo nos últimos três anos, é equiparada, no texto, a R$ 3,3 milhões. ao total de usuários da cidade de São Carlos. ao total de usuários da cidade de São Paulo. ao total de combustível economizado. a uma distância de 231 km. (A) (B) (C) (D) (E) No terceiro parágrafo, a respeito do poder da Justiça em coibir os protestos abusivos, o texto assume um posicionamento de indiferença, porque diz que a decisão não cabe à Justiça. entusiasmo, porque acredita que o órgão já tem poder para impedir protestos abusivos. decepção, porque não vê nenhum exemplo concreto do órgão para impedir protestos em horários de pico. confiança, porque acredita que, no futuro, será uma forma bemsucedida de desestimular protestos abusivos. satisfação, porque cita casos em que a Justiça já teve êxito em impedir protestos em horários inconvenientes e em avenidas movimentadas. (A) (B) (C) (D) (E) (A) (B) (C) (D) (E) 21. 22. 23. (A) (B) (C) (D) (E) De acordo com o texto, a atitude da Companhia de Engenharia de Tráfego de enviar periodicamente relatórios sobre os prejuízos causados em cada manifestação é pertinente. indiferente. irrelevante. onerosa. inofensiva. 24. (A) (B) (C) (D) (E) No quarto parágrafo, o fato de a Procuradoria condenar um líder sindical é ilegal e fere os preceitos da Carta de 1998. deve ser comemorada, ainda que viole a Constituição. é legal, porque o direito à livre manifestação não isenta o manifestante da responsabilidade pelos danos causados. é nula, porque, segundo o direito à livre manifestação, o acusado poderá entrar com recurso. é inédita, porque, pela primeira vez, apesar dos direitos assegurados, um manifestante será punido. No trecho – A Justiça é o meio mais promissor para desestimular os protestos abusivos – a preposição para estabelece entre os termos uma relação de tempo. posse. causa. origem. finalidade. Na frase – O poder público deveria definir horários e locais –, substituindo-se o verbo definir por obedecer, obtém-se, segundo as regras de regência verbal, a seguinte frase: O poder público deveria obedecer para horários e locais. O poder público deveria obedecer a horários e locais. O poder público deveria obedecer horários e locais. O poder público deveria obedecer com horários e locais. O poder público deveria obedecer os horários e locais. Transpondo para a voz passiva a frase – A Procuradoria acionou um líder de sindicato – obtém-se: Um líder de sindicato foi acionado pela Procuradoria. Acionaram um líder de sindicato pela Procuradoria. Acionaram-se um líder de sindicato pela Procuradoria. Um líder de sindicato será acionado pela Procuradoria. A Procuradoria foi acionada por um líder de sindicato. Leia o texto para responder às questões de números 25 a 34 Diploma e monopólio Faz quase dois séculos que foram fundadas escolas de direito e medicina no Brasil. É embaraçoso verificar que ainda não foram resolvidos os enguiços entre diplomas e carreiras. Falta-nos descobrir que a concorrência (sob um bom marco regulatório) promove o interesse da sociedade e que o monopólio só é bom para quem o detém. Não fora essa ignorância, como explicar a avalanche de leis que protegem monopólios espúrios para o exercício profissional? Dentre as soluções apontadas, no último parágrafo, para resolver o conflito, destaca-se multa a líderes sindicais. fiscalização mais rígida por parte da Companhia de Engenharia de Tráfego. o fim dos protestos em qualquer via pública. fixar horários e locais proibidos para os protestos de rua. negociar com diferentes categorias para que não façam mais manifestações. Desde a criação dos primeiros cursos de direito, os graduados apenas ocasionalmente exercem a profissão. Em sua maioria, sempre ocuparam postos de destaque na política e no mundo dos negócios. Nos dias de hoje, nem 20% advogam. Mas continua havendo boas razões para estudar direito, pois esse é um curso no qual se exercita lógica rigorosa, se lê e se escreve bastante. Torna os graduados mais cultos e socialmente mais produtivos do que se não houvessem feito o curso. Se aprendem pouco, paciência, a culpa é mais da fragilidade do ensino básico do que das faculdades. Diante dessa polivalência do curso de direito, os exames da OAB são uma solução brilhante. Aqueles que defenderão clientes nos tribunais devem demonstrar nessa prova um mínimo de conhecimento. Mas, como os cursos são também úteis para quem não fez o exame da Ordem ou não foi bem suce- No trecho – É adequada a atitude da CET de enviar relatórios –, substituindo-se o termo atitude por comportamentos, obtém-se, de acordo com as regras gramaticais, a seguinte frase: É adequada comportamentos da CET de enviar relatórios. É adequado comportamentos da CET de enviar relatórios. São adequado os comportamentos da CET de enviar relatórios. Linguagens e Códigos “Não há fórmula perfeita de arbitrar esse choque.” Nessa frase, a palavra arbitrar é um sinônimo de julgar. almejar. condenar. corroborar. descriminar. 77 dido na prova, abrir ou fechar cursos de “formação geral” é assunto do MEC, não da OAB. A interferência das corporações não passa de uma prática monopolista e ilegal em outros ramos da economia. Questionamos também se uma corporação profissional deve ter carta-branca para determinar a dificuldade das provas, pois essa é também uma forma de limitar a concorrência – mas trata-se aí de uma questão secundária. (...) (Veja, 07.03.2007. Adaptado) (C) É possível que os novos cursos passam a ter fiscalização mais severa. (D) Se não fosse tanto desconhecimento, o desempenho poderá ser melhor. (E) Seria desejável que os enguiços entre diplomas e carreiras se resolvem brevemente. 30. A substituição das expressões em destaque por um pronome pessoal está correta, nas duas frases, de acordo com a norma culta, em: (A) I. A concorrência promove o interesse da sociedade. / A concorrência promove-o. II. Aqueles que defenderão clientes. / Aqueles que lhes defenderão. (B) I. O governo fundou escolas de direito e de medicina. / O governo fundou elas. II. Os graduados apenas ocasionalmente exercem a profissão. / Os graduados apenas ocasionalmente exercem-la. (C) I. Torna os graduados mais cultos. / Torna-os mais cultos. II. É preciso mencionar os cursos de administração. / É preciso mencionar-lhes. (D) I. Os advogados devem demonstrar muitos conhecimentos. Os advogados devem demonstrá-los. II. As associações mostram à sociedade o seu papel. / As associações mostram-lhe o seu papel. (E) I. As leis protegem os monopólios espúrios. / As leis protegem-os. II. As corporações deviam fiscalizar a prática profissional. / As corporações deviam fiscalizá-la. 25. Assinale a alternativa que reescreve, com correção gramatical, as frases: Faz quase dois séculos que foram fundadas escolas de direito e medicina no Brasil. / É embaraçoso verificar que ainda não foram resolvi- dos os enguiços entre diplomas e carreiras. (A) Faz quase dois séculos que se fundou escolas de direito e medicina no Brasil. / É embaraçoso verificar que ainda não se resolveu os enguiços entre diplomas e carreiras. (B) Faz quase dois séculos que se fundava escolas de direito e medicina no Brasil. / É embaraçoso verificar que ainda não se resolveram os enguiços entre diplomas e carreiras. (C) Faz quase dois séculos que se fundaria escolas de direito e medicina no Brasil. / É embaraçoso verificar que ainda não se resolveu os enguiços entre diplomas e carreiras. (D) Faz quase dois séculos que se fundara escolas de direito e medicina no Brasil. / É embaraçoso verificar que ainda não se resolvera os enguiços entre diplomas e carreiras. (E) Faz quase dois séculos que se fundaram escolas de direito e medicina no Brasil. / É embaraçoso verificar que ainda não se resolveram os enguiços entre diplomas e carreiras. 31. Assinale a alternativa em que as palavras em destaque exercem, respectivamente, a mesma função sintática das expressões assinaladas em: Os graduados apenas ocasionalmente exercem a profissão. (A) Se aprendem pouco, a culpa é da fragilidade do ensino básico. (B) A interferência das corporações não passa de uma prática monopolista. (C) Abrir e fechar cursos de “formação geral” é assunto do MEC. (D) O estudante de direito exercita preferencialmente uma lógica rigorosa. (E) Boas razões existirão sempre para o advogado buscar conhecimento. 26. Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, de acordo com a norma culta, as frases: O monopólio só é bom para aqueles que ____________. / Nos dias de hoje, nem 20% advogam, e apenas 1% ____________. / Em sua maioria, os advogados sempre ____________. (A) o retêem / obtem sucesso / se apropriaram os postos de destaque na política e no mundo dos negócios (B) o retém / obtém sucesso / se apropriaram aos postos de destaque na política e no mundo dos negócios (C) o retém / obtêem sucesso / se apropriaram os postos de destaque na política e no mundo dos negócios (D) o retêm / obtém sucesso / sempre se apropriaram de postos de destaque na política e no mundo dos negócios (E) o retem / obtêem sucesso / se apropriaram de postos de destaque na política e no mundo dos negócios 32. Assinale a alternativa que reescreve a frase de acordo com a norma culta. (A) Os graduados apenas ocasionalmente exercem a profissão. / Os graduados apenas ocasionalmente se dedicam a profissão. (B) Os advogados devem demonstrar nessa prova um mínimo de conhecimento. / Os advogados devem primar nessa prova por um mínimo de conhecimento. (C) Ele não fez o exame da OAB. / Ele não procedeu o exame da OAB. (D) As corporações deviam promover o interesse da sociedade. / As corporações deviam almejar do interesse da sociedade. (E) Essa é uma forma de limitar a concorrência. / Essa é uma forma de restringir à concorrência. 27. Assinale a alternativa em que se repete o tipo de oração introduzida pela conjunção se, empregado na frase – Questionamos também se uma corporação profissional deve ter carta-branca para determinar a dificuldade das provas, ... (A) A sociedade não chega a saber se os advogados são muito corporati- 33. Assinale a alternativa em que o período formado com as frases I, II e III estabelece as relações de condição entre I e II e de adição entre I e III. I. O advogado é aprovado na OAB. II. O advogado raciocina com lógica. III. O advogado defende o cliente no tribunal. (A) Se o advogado raciocinar com lógica, ele será aprovado na OAB e defenderá o cliente no tribunal com sucesso. (B) O advogado defenderá o cliente no tribunal com sucesso, mas terá de raciocinar com lógica e ser aprovado na OAB. (C) Como raciocinou com lógica, o advogado será aprovado na OAB e defenderá o cliente no tribunal com sucesso. (D) O advogado defenderá o cliente no tribunal com sucesso porque raciocinou com lógica e foi aprovado na OAB. (E) Uma vez que o advogado raciocinou com lógica e foi aprovado na OAB, ele poderá defender o cliente no tribunal com sucesso. vos. (B) Se os advogados aprendem pouco, a culpa é da fragilidade do ensino básico. (C) O advogado afirma que se trata de uma questão secundária. (D) É um curso no qual se exercita lógica rigorosa. (E) No curso de direito, lê-se bastante. 28. Assinale a alternativa em que se admite a concordância verbal tanto no singular como no plural como em: A maioria dos advogados ocupam pos- tos de destaque na política e no mundo dos negócios. (A) Como o direito, a medicina é uma carreira estritamente profissional. (B) Os Estados Unidos e a Alemanha não oferecem cursos de administração em nível de bacharelado. (C) Metade dos cursos superiores carecem de boa qualificação. (D) As melhores universidades do país abastecem o mercado de trabalho com bons profissionais. (E) A abertura de novos cursos tem de ser controlada por órgãos oficiais. 34. Na frase – Se aprendem pouco, paciência, a culpa é mais da fragilidade do ensino básico do que das faculdades. – a palavra paciência vem entre vírgulas para, no contexto, (A) garantir a atenção do leitor. (B) separar o sujeito do predicado. (C) intercalar uma reflexão do autor. (D) corrigir uma afirmação indevida. (E) retificar a ordem dos termos. 29. Assinale a alternativa que apresenta correta correlação de tempo verbal entre as orações. (A) Se os advogados demonstrarem um mínimo de conhecimento, poderiam defender bem seus clientes. (B) Embora tivessem cursado uma faculdade, não se desenvolveram intelectualmente. Linguagens e Códigos Atenção: As questões de números 35 a 42 referem-se ao texto abaixo. 78 (E) (...) de um agir, de um comportamento consequencial... (concessivo) Sobre Ética A palavra Ética é empregada nos meios acadêmicos em três acepções. Numa, faz-se referência a teorias que têm como objeto de estudo o comportamento moral, ou seja, como entende Adolfo Sanchez Vasquez, “a teoria que pretende explicar a natureza, fundamentos e condições da moral, relacionando-a com necessidades sociais humanas.” Teríamos, assim, nessa acepção, o entendimento de que o fenômeno moral pode ser estudado racional e cientificamente por uma disciplina que se propõe a descrever as normas morais ou mesmo, com o auxílio de outras ciências, ser capaz de explicar valorações comportamentais. 40. As normas de concordância estão plenamente observadas na frase: (A) Costumam-se especular, nos meios acadêmicos, em torno de três acepções de Ética. (B) As referências que se faz à natureza da ética consideram-na, com muita frequência, associada aos valores morais. (C) Não coubessem aos juristas aproximar-se da ética, as leis deixariam de ter a dignidade humana como balizamento. (D) Não derivam das teorias, mas das práticas humanas, o efetivo valor de que se impregna a conduta dos indivíduos. (E) Convém aos filósofos e juristas, quaisquer que sejam as circunstâncias, atentar para a observância dos valores éticos. Um segundo emprego dessa palavra é considerá-la uma categoria filosófica e mesmo parte da Filosofia, da qual se constituiria em núcleo especulativo e reflexivo sobre a complexa fenomenologia da moral na convivência humana. A Ética, como parte da Filosofia, teria por objeto refletir sobre os fundamentos da moral na busca de explicação dos fatos morais. 41. Está clara, correta e coerente a redação do seguinte comentário sobre o texto: (A) Dentre as três acepções de Ética que se menciona no texto, uma apenas diz respeito à uma área em que conflui com o Direito. (B) O balizamento da conduta humana é uma atividade em que, cada um em seu campo, se empenham o jurista e o filósofo. (C) Costuma ocorrer muitas vezes não ser fácil distinguir Ética ou Moral, haja vista que tanto uma quanto outra pretendem ajuizar à situação do homem. (D) Ainda que se torne por consenso um valor do comportamento humano, a Ética varia conforme a perspectiva de atribuição do mesmo. (E) Os saberes humanos aplicados, do conhecimento da Ética, costumam apresentar divergências de enfoques, em que pese a metodologia usada. Numa terceira acepção, a Ética já não é entendida como objeto descritível de uma Ciência, tampouco como fenômeno especulativo. Trata-se agora da conduta esperada pela aplicação de regras morais no comportamento social, o que se pode resumir como qualificação do comportamento do homem como ser em situação. É esse caráter normativo de Ética que a colocará em íntima conexão com o Direito. Nesta visão, os valores morais dariam o balizamento do agir e a Ética seria assim a moral em realização, pelo reconhecimento do outro como ser de direito, especialmente de dignidade. Como se vê, a compreensão do fenômeno Ética não mais surgiria metodologicamente dos resultados de uma descrição ou reflexão, mas sim, objetivamente, de um agir, de um comportamento consequencial, capaz de tornar possível e correta a convivência. (Adaptado do site Doutrina Jus 42. Transpondo-se para a voz passiva a frase Nesta visão, os valores morais dariam o balizamento do agir, a forma verbal resultante deverá ser: (A) seria dado. (B) teriam dado. (C) seriam dados. (D) teriam sido dados. (E) fora dado. Navigandi) 35. As diferentes acepções de Ética devem-se, conforme se depreende da leitura do texto, (A) aos usos informais que o senso comum faz desse termo. (B) às considerações sobre a etimologia dessa palavra. (C) aos métodos com que as ciências sociais a analisam. (D) às íntimas conexões que ela mantém com o Direito. (E) às perspectivas em que é considerada pelos acadêmicos. Atenção: As questões de números 43 a 48 referem-se ao texto abaixo. O homem moral e o moralizador Depois de um bom século de psicologia e psiquiatria dinâmicas, estamos certos disto: o moralizador e o homem moral são figuras diferentes, se não opostas. O homem moral se impõe padrões de conduta e tenta respeitálos; o moralizador quer impor ferozmente aos outros os padrões que ele não consegue respeitar. A distinção entre ambos tem alguns corolários relevantes. Primeiro, o moralizador é um homem moral falido: se soubesse respeitar o padrão moral que ele impõe, ele não precisaria punir suas imperfeições nos outros. Segundo, é possível e compreensível que um homem moral tenha um espírito missionário: ele pode agir para levar os outros a adotar um padrão parecido com o seu. Mas a imposição forçada de um padrão moral não é nunca o ato de um homem moral, é sempre o ato de um moralizador. Em geral, as sociedades em que as normas morais ganham força de lei (os Estados confessionais, por exemplo) não são regradas por uma moral comum, nem pelas aspirações de poucos e escolhidos homens exemplares,mas por moralizadores que tentam remir suas próprias falhas morais pela brutalidade do controle que eles exercem sobre os outros. A pior barbárie do mundo é isto: um mundo em que todos pagam pelos pecados de hipócritas que não se aguentam. (Contardo Calligaris, Folha de 36. A concepção de ética atribuída a Adolfo Sanchez Vasquez é retomada na seguinte expressão do texto: (A) núcleo especulativo e reflexivo. (B) objeto descritível de uma Ciência. (C) explicação dos fatos morais. (D) parte da Filosofia. (E) comportamento consequencial 37. No texto, a terceira acepção da palavra ética deve ser entendida como aquela em que se considera, sobretudo, (A) o valor desejável da ação humana. (B) o fundamento filosófico da moral. (C) o rigor do método de análise. (D) a lucidez de quem investiga o fato moral. (E) o rigoroso legado da jurisprudência. 38. Dá-se uma íntima conexão entre a Ética e o Direito quando ambos revelam, em relação aos valores morais da conduta, uma preocupação (A) filosófica. (B) descritiva. (C) prescritiva. (D) contestatária. (E) tradicionalista. S. Paulo, 20/03/2008) 43. Atente para as afirmações abaixo. I. Diferentemente do homem moral, o homem moralizador não se preocupa com os padrões morais de conduta. II. Pelo fato de impor a si mesmo um rígido padrão de conduta, o homem moral acaba por impô-lo à conduta alheia. III. O moralizador, hipocritamente, age como se de fato respeitasse os padrões de conduta que ele cobra dos outros. Em relação ao texto, é correto o que se afirma APENAS em (A) I. (B) II. (C) III. 39. Considerando-se o contexto do último parágrafo, o elemento sublinhado pode ser corretamente substituído pelo que está entre parênteses, sem prejuízo para o sentido, no seguinte caso: (A) (...) a colocará em íntima conexão com o Direito. (inclusão) (B) (...) os valores morais dariam o balizamento do agir (...) (arremate) (C) (...) qualificação do comportamento do homem como ser em situação. (provisório) (D) (...) nem tampouco como fenômeno especulativo. (nem, ainda) Linguagens e Códigos 79 Há feirantes que facilitam o trabalho dessas pessoas: oferecem-lhes o que, de qualquer modo, eles iriam jogar fora. Mas outros parecem ciumentos do teimoso aproveitamento dos refugos, e chegam a recolhê-los para não os verem coletados. Agem para salvaguardar não o lucro possível, mas o princípio mesmo do comércio. Parecem temer que a fome seja debelada sem que alguém pague por isso. E não admitem ser acusados de egoístas: somos comerciantes, não assistentes sociais, alegam. (D) I e II. (E) II e III. 44. No contexto do primeiro parágrafo, a afirmação de que já decorreu um bom século de psicologia e psiquiatria dinâmicas indica um fator determinante para que (A) concluamos que o homem moderno já não dispõe de rigorosos padrões morais para avaliar sua conduta. (B) consideremos cada vez mais difícil a discriminação entre o homem moral e o homem moralizador. (C) reconheçamos como bastante remota a possibilidade de se caracterizar um homem moralizador. (D) identifiquemos divergências profundas entre o comportamento de um homem moral e o de um moralizador. (E) divisemos as contradições internas que costumam ocorrer nas atitudes tomadas pelo homem moral. Finda a feira, esvaziada a rua, chega o caminhão da limpeza e os funcionários da prefeitura varrem e lavam tudo, entre risos e gritos. O trânsito é liberado, os carros atravancam a rua e, não fosse o persistente cheiro de peixe, a ninguém ocorreria que ali houve uma feira, frequentada por tão diversas espécies de seres humanos. (Joel Rubinato, inédito) 49. Nas frases parecem ciumentos do teimoso aproveitamento dos refugos e não admitem ser acusados de egoístas, o narrador do texto (A) mostra-se imparcial diante de atitudes opostas dos feirantes. (B) revela uma perspectiva crítica diante da atitude de certos feirantes. (C) demonstra não reconhecer qualquer proveito nesse tipo de coleta. (D) assume-se como um cronista a quem não cabe emitir julgamentos. (E) insinua sua indignação contra o lucro excessivo dos feirantes. 45. O autor do texto refere-se aos Estados confessionais para exemplificar uma sociedade na qual (A) normas morais não têm qualquer peso na conduta dos cidadãos. (B) hipócritas exercem rigoroso controle sobre a conduta de todos. (C) a fé religiosa é decisiva para o respeito aos valores de uma moral comum. (D) a situação de barbárie impede a formulação de qualquer regra moral. (E) eventuais falhas de conduta são atribuídas à fraqueza das leis. 50. Considerando-se o contexto, traduz-se corretamente o sentido de um segmento do texto em: (A) serviu de chamariz (B) alguma suspeita sardinha velmente uma sardinha. (C) teimoso aproveitamento (D) o princípio mesmo do comércio ação comercial. (E) Agem para salvaguardar 46. Na frase A distinção entre ambos tem alguns corolários relevantes, o sentido da expressão sublinhada está corretamente traduzido em: (A) significativos desdobramentos dela. (B) determinados antecedentes dela. (C) reconhecidos fatores que a causam. (D) consequentes aspectos que a relativizam. (E) valores comuns que ela propicia. 51. Atente para as afirmações abaixo. I. Os riscos do consumo de uma sardinha suspeita ou da ponta de um cação que foi desprezada justificam o emprego de se aventuram, no primeiro parágrafo. II. O emprego de alegam, no segundo parágrafo, deixa entrever que o autor não compactua com a justificativa dos feirantes. III. No último parágrafo, o autor faz ver que o fim da feira traz a superação de tudo o que determina a existência de diversas espécies de seres humanos. Em relação ao texto, é correto o que se afirma APENAS em (A) I. (B) II. (C) III. (D) I e II. (E) II e III. 47. Está correta a articulação entre os tempos e os modos verbais na frase: (A) Se o moralizador vier a respeitar o padrão moral que ele impusera, já não podia ser considerado um hipócrita. (B) Os moralizadores sempre haveriam de desrespeitar os valores morais que eles imporão aos outros. (C) A pior barbárie terá sido aquela em que o rigor dos hipócritas servisse de controle dos demais cidadãos. (D) Desde que haja a imposição forçada de um padrão moral, caracterizava-se um ato típico do moralizador. (E) Não é justo que os hipócritas sempre venham a impor padrões morais que eles próprios não respeitam. 48. Está correto o emprego de ambos os elementos sublinhados na frase: (A) O moralizador está carregado de imperfeições de que ele não costuma acusar em si mesmo. (B) Um homem moral empenha-se numa conduta cujo o padrão moral ele não costuma impingir na dos outros. (C) Os pecados aos quais insiste reincidir o moralizador são os mesmos em que ele acusa seus semelhantes. (D) Respeitar um padrão moral das ações é uma qualidade da qual não abrem mão os homens a quem não se pode acusar de hipócritas. (E) Quando um moralizador julga os outros segundo um padrão moral de cujo ele próprio não respeita, demonstra toda a hipocrisia em que é capaz. 52. Está INCORRETA a seguinte afirmação sobre um recurso de construção do texto: no contexto do (A) primeiro parágrafo, a forma ou mesmo nada faz subentender a expressão verbal querem pagar. (B) primeiro parágrafo, a expressão fregueses compradores faz subentender a existência de “fregueses” que não compram nada. (C) segundo parágrafo, a expressão de qualquer modo está empregada com o sentido de de toda maneira. (D) segundo parágrafo, a expressão para salvaguardar está empregada com o sentido de a fim de resguardar. (E) terceiro parágrafo, a expressão não fosse tem sentido equivalente ao de mesmo não sendo. Atenção: As questões de números 49 a 54 referem-se ao texto abaixo. Fim de feira 53. O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se no plural para preencher de modo correto a lacuna da frase: (A) Frutas e verduras, mesmo quando desprezadas, não ...... (deixar) de as recolher quem não pode pagar pelas boas e bonitas. (B) ......-se (dever) aos ruidosos funcionários da limpeza pública a providência que fará esquecer que ali funcionou uma feira. (C) Não ...... (aludir) aos feirantes mais generosos, que oferecem as sobras de seus produtos, a observação do autor sobre o egoísmo humano. (D) A pouca gente ...... (deixar) de sensibilizar os penosos detalhes da coleta, a que o narrador deu ênfase em seu texto. (E) Não ...... (caber) aos leitores, por força do texto, criticar o lucro razoável de alguns feirantes, mas sim, a inaceitável impiedade de outros. Quando os feirantes já se dispõem a desarmar as barracas, começam a chegar os que querem pagar pouco pelo que restou nas bancadas, ou mesmo nada, pelo que ameaça estragar. Chegam com suas sacolas cheias de esperança. Alguns não perdem tempo e passam a recolher o que está pelo chão: um mamãozinho amolecido, umas folhas de couve amarelas, a metade de um abacaxi, que serviu de chamariz para os fregueses compradores. Há uns que se aventuram até mesmo nas cercanias da barraca de pescados, onde pode haver alguma suspeita sardinha oculta entre jornais, ou uma ponta de cação obviamente desprezada. Linguagens e Códigos 80 II. No segmento que também possuem linguagens próprias (parágrafo 3o), a palavra sublinhada assinala que a imprensa dispõe, como outros campos da mídia, de uma linguagem específica. III. Na expressão ao embrenhar-se no intrincado mundo jurídico (parágrafo 3o), os dois termos sublinhados dão ênfase ao risco de desnorteio que oferece uma matéria específica ao jornalista que pretende simplificá-la. Em relação ao texto, está correto SOMENTE o que se afirma em (A) I. (B) II. (C) III. (D) I e II. (E) II e III. 54. A supressão da vírgula altera o sentido da seguinte frase: (A) Fica-se indignado com os feirantes, que não compreendem a carência dos mais pobres. (B) No texto, ocorre uma descrição o mais fiel possível da tradicional coleta de um fim de feira. (C) A todo momento, dá-se o triste espetáculo de pobreza centralizado nessa narrativa. (D) Certamente, o leitor não deixará de observar a preocupação do autor em distinguir os diferentes caracteres humanos. (E) Em qualquer lugar onde ocorra uma feira, ocorrerá também a humilde coleta de que trata a crônica. 57. O trecho citado de Leão Serva ressalta o fato de que (A) a profissão de jornalista leva o homem de imprensa a se familiarizar com paradigmas que norteiam outros campos de atuação. (B) a investigação de assuntos muito específicos faz com que o jornalista descure dos paradigmas de seu próprio campo de atuação. (C) os jornalistas são levados à incompreensão de muitos fatos quando se limitam aos paradigmas próprios do universo desses fatos. (D) a inobservância dos paradigmas da imprensa leva muitos jornalistas a simplificarem excessivamente a complexidade da matéria de que tratam. (E) as características do jornalismo levam muitos profissionais da imprensa a submeter uma matéria específica a paradigmas de outra área. Instruções: Para responder às questões de números 55 a 64, considere o texto a seguir. Jornalismo e universo jurídico É frequente, na grande mídia, a divulgação de informações ligadas a temas jurídicos, muitas vezes essenciais para a conscientização do cidadão a respeito de seus direitos. Para esse gênero de informação alcançar adequadamente o público leitor leigo, não versado nos temas jurídicos, o papel do jornalista se torna indispensável, pois cabe a ele transformar informações originadas de meios especializados em notícia assimilável pelo leitor. Para que consiga atingir o grande público, ao elaborar uma notícia ou reportagem ligada a temas jurídicos, o jornalista precisa buscar conhecimento complementar. Não se trata de uma tarefa fácil, visto que a compreensão do universo jurídico exige conhecimento especializado. A todo instante veem-se nos meios de comunicação informações sobre fatos complexos relacionados ao mundo da Justiça: reforma processual, controle externo do Judiciário, julgamento de crimes de improbidade administrativa, súmula vinculante, entre tantos outros. Ao mesmo tempo que se observa na mídia um grande número de matérias atinentes às Cortes de Justiça, às reformas na legislação e aos direitos legais do cidadão, verifica-se o desconhecimento de muitos jornalistas ao lidar com tais temas. O campo jurídico é tão complexo como alguns outros assuntos enfocados em segmentos especializados, como a economia, a informática ou a medicina, campos que também possuem linguagens próprias. Ao embrenhar-se no intrincado mundo jurídico, o jornalista arrisca-se a cometer uma série de incorreções e imprecisões linguísticas e técnicas na forma como as notícias são veiculadas. Uma das razões para esse risco é lembrada por Leão Serva: 58. Ainda no trecho de Leão Serva, a expressão Por conta desse procedimento pode ser substituída, sem prejuízo para a correção e o sentido da passagem, por: (A) Tendo por alvitre o mesmo procedimento. (B) No influxo de tal procedimento. (C) Em que pese a esse procedimento. (D) Conquanto seja considerado o procedimento. (E) A par deste procedimento. 59. As normas de concordância verbal estão plenamente atendidas na frase: (A) Cabe aos jornalistas transformar informações especializadas em notícias assimiláveis pelo grande público. (B) Restam-lhes traduzir assuntos especializados em palavras que os leigos possam compreender já à primeira leitura. (C) Exigem-se dos jornalistas que mostrem competência e flexibilidade na passagem de uma linguagem para outra. (D) Não são fáceis de traduzir em palavras simples um universo linguístico tão especializado como o de certas áreas técnicas. (E) Sempre haverá de ocorrer deslizes, ao se transpor para a linguagem do dia-a-dia o vocabulário de um campo técnico. Um procedimento essencial ao jornalismo, que necessariamente induz à incompreensão dos fatos que narra, é a redução das notícias a paradigmas que lhes são alheios, mas que permitem um certo nível imediato de compreensão pelo autor ou por aquele que ele supõe ser o seu leitor. Por conta desse procedimento, noticiários confusos aparecerão simplificados para o leitor, reduzindo, consequentemente, sua capacidade real de compreensão da totalidade do significado da notícia. (Adaptado de Tomás Eon Barreiros e Sergio Paulo França de Almeida. http://jus2.uol.com.br.doutrina/texto.asp?id=1006) 60. Ao mesmo tempo que se observa na mídia um grande número de matérias atinentes às Cortes de Justiça, às reformas na legislação (...) NÃO se mantém o emprego de às, no segmento acima, caso se substitua atinentes por (A) alusivas. (B) concernentes. (C) referentes. 55. Uma das razões para a dificuldade de se veicularem notícias atinentes ao campo jurídico está (A) na improbidade de jornalistas que se dispõem a pontificar em assuntos que lhes são inteiramente alheios. (B) na inexistência de técnicas de comunicação adequadas à abordagem de temas que exigem conhecimento especializado. (C) no baixo interesse que os temas desse campo do conhecimento costumam despertar no público leigo. (D) na problemática tradução da linguagem do mundo da Justiça para uma linguagem que o leigo venha a compreender. (E) no frequente equívoco de considerar um assunto eminentemente técnico como questão de interesse público. (D) relativas. (E) pautadas. 61. Traduz-se de modo claro, coerente e correto uma ideia do texto em: (A) A complexidade do universo jurídico é de tal ordem, tendo em vista a alta especialização de seu vocabulário, razão pela qual um jornalista vê-se em apuros ao traduzir-lhe. (B) Não apenas o campo jurídico: também outras áreas, como a economia ou a medicina, onde se dispõem de termos específicos, suscitam sérios desafios à linguagem jornalística. (C) Há matérias especializadas que exigem dos jornalistas uma formação complementar, para que possam traduzir com fidelidade os paradigmas dessas áreas. (D) Sem mais nem porque, alguns jornalistas passam a considerar-se aptos na abordagem de assuntos especializados, daí advindo de que muitas de suas matérias desvirtuam a especificidade original. (E) Em sua citação, Leão Serva propõe que a incompreensibilidade de muitas matérias jurídicas na imprensa deve-se ao procedimento redutor 56. Considere as seguintes afirmações: I. A expressão buscar conhecimento complementar sugere, no contexto do 2o parágrafo, a necessidade de atribuir aos juristas mais eminentes a tarefa de divulgar notícias do mundo jurídico. Linguagens e Códigos 81 que leva um jornalista a incapacitar-se para aprender a totalidade da notícia. 67) Marque o conjunto de palavras que preenche as lacunas do texto, com correção gramatical e adequação à modalidade padrão da língua: "Como profissional de comunicação, com alguma experiência em seu uso na política, tenho dificuldade em compreender o que pretendem os candidatos. Enganar-nos? Creio que é isso. Não ________ basta nada ________. Dizem ________. Uns, ________, de fato, nada têm a propor ou oferecer. Outros, ________ sabem falar." (S. Farhat) a) lhes - terem a dizer - mal - porquê - mal b) lhes - ter a dizer - mal - porque - mal c) nos - termos a dizer - mau - porque - mal d) lhos - ter a dizerem - mau - porquê - mau 62. Transpondo-se para a voz passiva o segmento Para esse gênero de informação alcançar adequadamente o público leitor leigo, a forma verbal resultante será (A) tenha alcançado. (B) fosse alcançado. (C) tenha sido alcançado. (D) ser alcançado. (E) vier a alcançar. 68) A alternativa em que a pontuação está CORRETA é: a) O padrão culto do idioma, além de ser uma espécie de marca de identidade, constitui recurso imprescindível para uma boa argumentação. Ou seja: em situações em que a norma culta se impõe, transgressões podem desqualificar o conteúdo exposto e até mesmo desacreditar o autor. b) O padrão culto do idioma - além de ser uma espécie de marca de identidade -, constitui recurso, imprescindível, para uma boa argumentação. Ou seja: em situações, em que a norma culta se impõe, transgressões podem desqualificar o conteúdo exposto e até mesmo desacreditar o autor. c) O padrão culto do idioma, além de ser uma espécie de marca de identidade, constitui recurso imprescindível para uma boa argumentação, ou seja, em situações em que a norma culta, se impõe transgressões, podem desqualificar o conteúdo exposto e até mesmo desacreditar o autor. d) O padrão culto do idioma, além de ser uma espécie de marca de identidade constitui recurso imprescindível para uma boa argumentação; ou seja: em situações em que a norma culta se impõe, transgressões podem desqualificar o conteúdo exposto e, até mesmo, desacreditar o autor... 63. Atente para as seguintes afirmações: I. Haverá alteração de sentido caso se suprimam as vírgulas do segmento Um procedimento essencial ao jornalismo, que necessariamente induz à incompreensão dos fatos que narra, é a redução das notícias (...). II. Ainda que opcional, seria desejável a colocação de uma vírgula depois da expressão Ao mesmo tempo, na abertura do 3o parágrafo. III. Na frase Não se trata de uma tarefa fácil, visto que a compreensão do universo jurídico exige conhecimento especializado, pode-se, sem prejuízo para o sentido, substituir o segmento sublinhado por fácil: a compreensão. Está correto o que se afirma em (A) I, II e III. (B) I e III, somente. (C) I e II, somente. (D) II e III, somente. (E) I, somente. 64. A flexão dos verbos e a correlação entre seus tempos e modos estão plenamente adequadas em: (A) Seria preciso que certos jornalistas conviessem em aprofundar seus conhecimentos na área jurídica, para que não seguissem incorrendo em equívocos de informação. (B) Se um jornalista decidir pautar-se pela correção das informações e se dispor a buscar conhecimento complementar, terá prestado inestimável serviço ao público leitor. (C) Todo equívoco que sobrevir à precária informação sobre um assunto jurídico constituiria um desserviço aos que desejarem esclarecer-se pelo noticiário da imprensa. (D) As imprecisões técnicas que costumam marcar notícias sobre o mundo jurídico deveriam-se ao fato de que muitos jornalistas não se deteram suficientemente na especificidade da matéria. (E) Leão Serva não hesitou em identificar um procedimento habitual do jornalismo, a “redução das notícias”, como tendo sido o responsável por equívocos que vierem a tolher a compreensão da matéria. 69) Assinale a única alternativa em que a expressão "porque" deve vir separada: a) Em breve compreenderás porque tanta luta por um motivo tão simples. b) Não compareci à reunião porque estava viajando. c) Se o Brasil precisa do trabalho de todos é porque precisamos de um nacionalismo produtivo. d) Ainda não se descobriu o porquê de tantos desentendimentos. 70) Assinale a opção correta quanto à pontuação: a) De tempos em tempos práticas criadas para reduzir a degradação do meio ambiente, ganham notoriedade especial. b) De tempos em tempos, práticas criadas para reduzir a degradação do meio ambiente ganham notoriedade especial. c) De tempos em tempos práticas, criadas para reduzir a degradação do meio ambiente ganham notoriedade especial. 65) Indique o período cuja redação está inteiramente clara e correta. d) De tempos em tempos práticas criadas, para reduzir a degradação do meio a) Resultou frustrada a nossa expectativa de adquirir bons livros, já que, ambiente ganham notoriedade especial na tão decantada liquidação daquela grande livraria, só havia títulos inexConsidere o texto para responder às questões de números 71 a 76. pressivos. O antibafômetro b) Os incentivos fiscais constituem uma questão complicada, pois segundo alguns, a iniciativa privada recebe benefícios onde a contrapartida O Conselho Regional de Farmácia autuou uma drogaria da capital gaúcha que anunciava a venda de um remédio aparentemente em criação de empregos é insuficiente. capaz de mascarar os efeitos do álcool e enganar o bafômetro. Cartazes c) Naquele editorial da revista não ficou claro a posição do mesmo, seja no interior da farmácia faziam a propaganda do medicamento. Originalmenporque o editorialista de fato não o desejasse, ou então porque a redação te destinado a pacientes de alcoolismo crônico, ele não produz os efeitos dele não o permitiu. anunciados. O dono da farmácia deverá responder ainda a um processo d) Com o fim do rodízio no trânsito, espera-se que ele aumente, voltando por incitar os consumidores a beber e dirigir, crime previsto no Código a terem problemas de congestionamento justamente quando todos saem Penal. (Revista Época, 06.10.2008. Adaptado) ou voltam para casa. 71. Em – Cartazes no interior da farmácia faziam a propaganda do medicamento – o verbo em destaque está conjugado no (A) pretérito perfeito, pois apresenta um fato inesperado e incomum, ocorrido uma única vez. (B) pretérito imperfeito, pois se refere a um fato que era habitual no passado. (C) pretérito mais-que-perfeito, pois indica fatos que aconteceram repentinamente num passado remoto. (D) imperfeito do subjuntivo, pois apresenta um fato provável, mas dependente de algumas circunstâncias. (E) futuro do pretérito, pois se refere a um fato de futuro incerto e duvidoso. 66) Indique a sequência que preenche corretamente as lacunas: 1. Ainda _____ pouco exultava, o que agora chora. 2. Conversarei contigo daqui ___ pouco, disse-lhe. 3. Diz-se que os milionários portugueses, ____ muitos residentes no Brasil, sentem saudades de Portugal. 4. O sábio francês Adhémar, que viveu _____ mais de cem anos, formulou a teoria dos Períodos Glaciários. a) há - há - há - há b) há - a - há - há c) a - há - há - há d) há -a - a - há Linguagens e Códigos 82 (E) Estas escadas têm degrais irregulares. Os troféus vem adornados com ouro. 72. Considere os trechos: ... de um remédio aparentemente capaz de mascarar os efeitos do álcool... ... por incitar os consumidores a beber e dirigir, crime previsto no Código Penal. Os termos em destaque expressam, respectivamente, as circunstâncias de (A) afirmação e meio. (B) afirmação e lugar. (C) modo e lugar. (D) modo e meio. (E) intensidade e modo. 79. Assinale a alternativa correta quanto ao emprego do gênero e do número das palavras. (A) Os portas-retratos estavam espalhados sobre o baú. (B) Toalhas laranja deverão recobrir as mesas usadas na próxima convenção. (C) A empresa escolheu os uniformes na cor azul-marinha. (D) Os assaltantes, munidos de pés-de-cabras, invadiram o banco. (E) As folhas de sulfite para a impressão dos convites eram bege. 73. Assinale a alternativa em que os termos em destaque, na frase a seguir, estão corretamente substituídos pelo pronome. O dono da farmácia deverá sofrer um processo por incitar os consumidores a beber. (A) sofrê-lo ... incitá-los (B) sofrê-lo ... incitar-lhes (C) sofrer-lo ... incitar-los (D) sofrer-lhe ... incitá-los (E) sofrer-lhe ... incitar-lhes 80. Indique a alternativa cujas palavras preenchem, correta e respectivamente, as frases a seguir: ............................o motorista chegou, já havia uma série de tarefas para ele realizar. Aquele que .......................... é caráter não progride na carreira profissional. Como ele se saiu ...............................na prova prática, não conseguiu a colocação esperada. (A) Mau ... mau ... mal (B) Mau ... mal ... mau (C) Mal ... mau ... mau (D) Mal ... mau ... mal (E) Mal ... mal ... mau 74. Em – ... um remédio aparentemente capaz de mascarar os efeitos do álcool... – os termos em destaque constituem uma locução adjetiva. Indique a alternativa cuja frase também apresenta uma locução desse tipo. (A) A família viajou de avião à Argentina. (B) A energia produzida pela força dos ventos é chamada de eólica. (C) Ele resolveu de imediato todas as questões pendentes. (D) A secretária gosta de chantili em seu café. (E) No fórum, as salas estavam cheias de gente. 81. Indique a alternativa que completa a frase a seguir, respectivamente, com as circunstâncias de intensidade e de modo. Após o telefonema, o motorista partiu.................. (A) às 18 h com o veículo. (B) rapidamente ao meio-dia. (C) bastante alerta. (D) apressadamente com o caminhão. (E) agora calmamente. 75. No texto, as palavras gaúcha e alcoolismo possuem hiato. Indique a alternativa em que as duas palavras também possuem esse encontro vocálico. (A) Quadrado e caatinga. (B) Guaraná e leopardo. (C) Toalha e saguão. (D) Violeta e teatro. (E) Moeda e guindaste. 82. A alternativa em que o termo em destaque exerce a função de substantivo é: (A) Respondeu à pergunta com um sorriso amarelo. (B) Estava pálida, e seu rosto apresentava tons amarelos. (C) As cortinas amarelas combinavam com o ambiente. (D) Marque com um traço amarelo as ruas do mapa. (E) Os amarelos de Van Gogh tornaram suas telas famosas. 76. Em – ... destinado a pacientes de alcoolismo... – o substantivo em destaque é comum de dois gêneros. Assinale a alternativa que apresenta dois substantivos que também são comuns de dois gêneros. (A) Mártir e monstro. (B) Carrasco e sósia. (C) Xereta e intérprete. (D) Criatura e piloto. (E) Ídolo e cônjuge. 83. Considere as frases e as observações sobre elas: Marcelo, que trabalha em nosso departamento, declara-se um solteirão convicto. O avô disse à neta: Você é minha princesinha! Para dona Salete, todos da vizinhança pertencem à gentalha. I. Nos termos em destaque, o emprego do aumentativo e do diminutivo expressa a ideia de tamanho. II. Você é um pronome pessoal do caso reto. III. Todos classifica-se como pronome indefinido, pois se refere aos seres de maneira vaga e imprecisa. IV. Em – ... que trabalha em nosso departamento... – o pronome em destaque é relativo e se refere a Marcelo. É correto o que se afirma em (A) I e III, apenas. (B) II e III, apenas. (C) III e IV, apenas. (D) I, II e IV, apenas. (E) I, II, III e IV. 77. Assinale a frase correta quanto ao emprego do gênero dos substantivos. (A) A perda das esperanças provocou uma profunda dó na personagem. (B) O advogado não deu o ênfase necessário às milhares de solicitações. (C) Ele vestiu o pijama e sentou-se para beber uma champanha gelada. (D) O omelete e o couve foram acompanhados por doses do melhor aguardente. (E) O beliche não coube na quitinete recém-comprada pelos estudantes. 78. Considere as frases: Esta escada tem degrau irregular. O troféu vem adornado com ouro. Elas estão corretamente escritas no plural na alternativa: (A) Estas escadas têm degraus irregulares. Os troféus vêm adornados com ouro. (B) Estas escadas têm degrais irregulares. Os troféis vêm adornados com ouro. (C) Estas escadas tem degraus irregulares. Os troféus vem adornados com ouro. (D) Estas escadas tem degrais irregulares. Os troféis vem adornados com ouro. Linguagens e Códigos 84. Assinale a alternativa cujos verbos preenchem, correta e respectivamente, as frases a seguir. Se o motor do veículo .................a temperatura alta, leve-o à oficina mecânica. Quando você .......................o motorista, informe-lhe os novos endereços do Tribunal de Justiça. (A) manter ... ver (B) manter ... vir (C) manter ... viu (D) mantiver ... ver (E) mantiver ... vir 83 (E) chegado ... predisporem ... intervirá 85. Considere as frases: I. Recomendou que era para mim esperá-lo à porta do cinema. II. Entre mim e a sua família sempre houve entrosamento. III. Estes relatórios devem ser conferidos por mim e por vocês. O emprego do pronome mim está correto em (A) III, apenas. (B) I e II, apenas. (C) I e III, apenas. (D) II e III, apenas. (E) I, II e III. Um arriscado esporte nacional 01 Os leigos sempre se medicaram por conta própria, já que de 02 médico e louco todos temos um pouco, mas esse problema jamais 03 adquiriu contornos tão preocupantes no Brasil como atualmente. 04 Qualquer farmácia conta hoje com um arsenal de armas de 05 guerra para combater doenças de fazer inveja à própria indústria 06 de material bélico nacional. Cerca de 40% das vendas realizadas 07 pelas farmácias nas metrópoles brasileiras destinam-se a pessoas 08 que se automedicam. A indústria farmacêutica de menor porte e 09 importância retira 80% de seu faturamento da venda ''livre'' de 10 seus produtos, isto é, das vendas realizadas sem receita médica. 11 Diante desse quadro, o médico tem o dever de alertar a 12 população para os perigos ocultos em cada remédio, sem que 13 necessariamente faça junto com essas advertências uma sugestão 14 para que os entusiastas da automedicação passem a gastar mais 15 em consultas médicas. Acredito que a maioria das pessoas se 16 automedica por sugestão de amigos, leitura, fascinação pelo 17 mundo maravilhoso das drogas ''novas'' ou simplesmente para 18 tentar manter a juventude. Qualquer que seja a causa, os 19 resultados podem ser danosos. 20 É comum, por exemplo, que um simples resfriado ou uma 21 gripe banal leve um brasileiro a ingerir doses insuficientes ou 22 inadequadas de antibióticos fortíssimos, reservados para 23 infecções graves e com indicação precisa. Quem age assim está 24 ensinando bactérias a se tornarem resistentes a antibióticos. Um 25 dia, quando realmente precisar de remédio, este não funcionará. 26 E quem não conhece aquele tipo de gripado que chega a uma 27 farmácia e pede ao rapaz do balcão que lhe aplique uma 28 ''bomba'' na veia, para cortar a gripe pela raiz? Com isso, poderá 29 receber na corrente sanguínea soluções de glicose, cálcio, 30 vitamina C, produtos aromáticos - tudo sem saber dos riscos que 31 corre pela entrada súbita destes produtos na sua circulação. Dr. Geraldo Medeiros - Veja - 1995 Leia o texto para responder às questões de números 86 e 87. Nova lei torna airbag frontal obrigatório O projeto de lei que torna o airbag frontal para motorista e passageiro item de segurança obrigatório em carros, camionetes e picapes, aprovado pela Câmara no mês passado, foi sancionado pelo presidente da República e publicado ontem no “Diário Oficial” da União. A estimativa é que hoje de 15% a 25% dos veículos vendidos no país tenham o airbag, índice que é menor entre os populares (5%). (Folha de S.Paulo, 20.03.2009) 86. Entre os termos em destaque no texto, os que exercem a função de adjetivo são (A) frontal, passado e Oficial. (B) frontal, item e passado. (C) Oficial, ontem e índice. (D) Oficial, item e passado. (E) item, ontem e índice. 87. Supondo-se que um cidadão resolva escrever ao presidente da República para elogiá-lo pela sanção desse projeto, esse cidadão deve se dirigir ao presidente tratando-o por (A) Vossa Senhoria. (B) Vossa Excelência. (C) Vossa Magnificência. (D) Vossa Reverendíssima. (E) Vossa Eminência. 91 Sobre o título dado ao texto - um arriscado esporte nacional -, a única afirmação correta é: A) mostra que a automedicação é tratada como um esporte sem riscos; B) indica quais são os riscos enfrentados por aqueles que se automedicam; C) denuncia que a atividade esportiva favorece a automedicação; D) condena a pouca seriedade daqueles que consomem remédio por conta própria; E) assinala que o principal motivo da automedicação é a tentativa de manter-se a juventude. 88. Um dos pronomes de tratamento com que as pessoas devem se dirigir a juízes de direito é Vossa Meritíssima. Em sua composição, o pronome Meritíssima é um (A) adjetivo empregado em seu comparativo de superioridade. (B) adjetivo empregado no superlativo relativo. (C) adjetivo empregado no superlativo absoluto. (D) substantivo empregado no grau aumentativo sintético. (E) substantivo empregado no grau aumentativo analítico. 92 Os leigos sempre se medicaram por conta própria,... Esta frase inicial do texto só NÃO equivale semanticamente a: A) Os leigos, por conta própria, sempre se medicaram; B) Por conta própria os leigos sempre se medicaram; C) Os leigos se medicaram sempre por conta própria; D) Sempre se medicaram os leigos por conta própria; E) Sempre os leigos, por conta própria, se medicaram. 89) Considerando-se o significado com que foi empregada a palavra MESMO no trecho "Mesmo depois de pronto, o barco de esporte e lazer continua a gerar trabalho em marinas", pode-se afirmar que ela foi empregada com idêntico significado na frase: a) Um passeio de barco é agradável, mesmo com tempo chuvoso. b) A Receita Federal mesma é que vetou a diminuição da carga tributária. c) Mesmo que o mar esteja agitado, o esportista não deixa de sair com seu barco. d) Apenas um barco chegou ao mesmo local onde estivera antes. 93 O motivo que levou o Dr. Geraldo Medeiros a abordar o tema da automedicação, segundo o que declara no primeiro parágrafo do texto, foi: A) a tradição que sempre tiveram os brasileiros de automedicar-se; B) os lucros imensos obtidos pela indústria farmacêutica com a venda ''livre'' de remédios; C) a maior gravidade atingida hoje pelo hábito brasileiro da automedicação; D) a preocupação com o elevado número de óbitos decorrente da automedicação; E) aumentar o lucro dos médicos, incentivando as consultas. 90. Assinale a alternativa cujos verbos preenchem, correta e respectivamente, a recomendação a seguir, afixada em seção de determinado fórum. Prezados Senhores Nós temos ...................a situações constrangedoras por conta do uso indevido do celular. Se os senhores não se .....................a agir com educação e respeitar o outro, desligando o aparelho quando necessário, a Direção ....................... tomando medidas drásticas. Contamos com a colaboração de todos! (A) chego ... predispuserem ... interverá (B) chego ... predisporem ... intervirá (C) chegado ... predisporem ... interverá (D) chegado ... predispuserem ... intervirá Linguagens e Códigos 94 Um grupo de vocábulos do texto possui componentes sublinhados cuja significação é indicada a seguir; o único item em que essa indicação está ERRADA é: A) bélico - guerra; B) metrópoles - cidade; 84 C) D) E) antibióticos - vida; glicose - açúcar; cálcio - osso. começando. Num raio de cem quilômetros da capital já existem pelo menos nove sítios e chácaras que trabalham nesse sistema. 101. Considere as seguintes afirmações: I. Muitos consumidores das cercanias de São Paulo passaram a cultivar hortas domésticas, em que podem colher verduras não contaminadas. II. Um hábito da Idade Média inspirou várias famílias que, morando nas cercanias da Serra da Cantareira, resolveram fazer das hortas comunitárias autênticas feiras livres III. A venda de hortaliças diretamente do produtor para o consumidor traz, para aquele, vantagens financeiras e, para este, a garantia de produtos mais saudáveis. 95 O item em que o segmento sublinhado tem forma equivalente corretamente indicada é: A) ...já que de médico e louco todos temos um pouco. - uma vez que; B) ...vendas realizadas pelas farmácias... - entre as; C) ...sem que necessariamente faça junto com essas advertências... embora; D) ...para que os entusiastas da automedicação... - afim; E) Quem age assim está ensinando bactérias... - mal. 96 ...jamais adquiriu contornos tão preocupantes no Brasil como atualmente; ...sem que necessariamente faça junto com essas advertências...; ...quando realmente precisar de remédio...; os advérbios sublinhados indicam, respectivamente: A) tempo, modo, afirmação; B) tempo, modo, tempo; C) tempo, tempo, tempo; D) modo, tempo, modo; E) modo, modo, afirmação. Em relação ao texto, está correto SOMENTE o que se afirma em (A) I. (B) II. (C) III. (D) I e II. (E) II e III. 102. São grandes as vantagens que ....., da compra direta de hortaliças (ou dos ...... , em geral); sabem disso aqueles que já se ...... e pensaram nos males dos agrotóxicos. Completam corretamente as lacunas do período acima: (A) adviriam - hortifrutigranjeiros - detiveram (B) adveriam - hortifrutigranjeiros - detiveram (C) adviriam - hortisfrutisgranjeiros - deteram (D) adveriam - hortisfrutisgranjeiros - deteram (E) adviriam - hortifrutigranjeiros - deteram 97 O item em que o par de palavras NÃO está acentuado em função da mesma regra ortográfica é: A) própria / advertências; B) farmácia / bactérias; C) indústria / cálcio; D) importância / raízes; E) remédio / circunstância. 98 é: A) B) C) D) E) Palavra que NÃO pertence ao mesmo campo semântico das demais arsenal; armas; guerra; combater; inveja. 99 A) B) C) D) E) Termo sublinhado que exerce função diferente dos demais é: ...venda de seus produtos...; ...dever de alertar...; ...sugestão de amigos...; ...fascinação pelo mundo...; ...fazer inveja à indústria..... 103. A frase corretamente construída é: (A) Alface, rúcula, pepino e outros legumes espalham-se, aos dezessete hectares na Chácara do Frade. (B) As pessoas preferem os legumes de cujo risco de agrotóxicos seja evitado. (C) Foi na Idade Média onde começou a surgir a venda direta do plantio ao consumidor. (D) Os agrotóxicos, com que estão contaminados os legumes nos supermercados, são evitados pelo produtor José Frade. (E) Comprar hortaliças do próprio produtor é uma providência de que muitas pessoas já começaram a se habituar. 104. Transpondo para a voz passiva a frase "Estão abrindo suas portas aos visitantes", a forma verbal resultante será ..... . (A) serão abertas (B) são abertas (C) têm sido abertas (D) têm aberto (E) estão sendo abertas 100 Ao indicar as prováveis razões pelas quais os brasileiros se automedicam, o Dr. Geraldo Medeiros utiliza um argumento baseado em opinião e não numa certeza; o segmento que comprova essa afirmação é: A) É comum...(l.20); B) Acredito...(l.15); C) ...por exemplo...(l.20); D) Com isso...(l.28); E) Qualquer que...(l.18). 105. Na Chácara do Frade, as pessoas olham os canteiros e percorrem os canteiros informando-se sobre o que está plantado nos canteiros. Eliminam-se as repetições viciosas da frase acima substituindo-se corretamente os termos sublinhados por: (A) percorrem eles - lhes está plantado (B) os percorrem - neles está plantado (C) percorrem-lhes - neles está plantado (D) os percorrem - está plantado-lhes (E) percorrem-lhes - lhes está plantado As questões de números 101 a 105 referem-se ao texto que segue. Várias famílias percorrem dez ou mais quilômetros com destino à Serra da Cantareira, mais precisamente à Chácara do Frade, com seus dezessete hectares tomados por alface, rúcula, pepino, cenoura e dezenas de outras hortaliças. As pessoas caminham entre os canteiros, trocam informações sobre o plantio, escolhem o que comprar e levam produtos fresquinhos, jamais "batizados" por agrotóxicos. As questões de números 106 e 107 referem-se ao texto que segue. É grave o quadro anual do ensino superior. A greve de professores paralisa boa parte das universidades federais. As universidades públicas estão amargando uma espécie de êxodo de seus melhores profissionais. Têm cada vez menos condições de competir com os salários pagos pelas instituições privadas. Cada vez mais hortas instaladas perto da capital estão abrindo suas portas aos visitantes. O proprietário, José Frade, lucra com a venda direta. O consumidor, por sua vez, garante a qualidade do que está comendo. Na Europa, isso é muito comum. Desde a Idade Média, durante a época da colheita, as plantações dos vilarejos vizinhos às cidades se transformam em verdadeiras feiras livres. Por aqui, a onda está apenas Linguagens e Códigos 106. Indique o período que resume, de forma clara e exata, as informações do texto, e que não apresenta incorreção gramatical alguma. 85 (A) (B) (C) (D) (E) (D) Devido a pagarem mal os professores, estão havendo greves nas universidades federais, em que os melhores profissionais procuram as instituições privadas. Os professores do ensino superior oficial estão fazendo greve, ou mesmo êxodo para as particulares, já que seus salários não são competitivos. Como os salários que pagam estão cada vez mais baixos, as universidades públicas estão sofrendo greves e o êxodo de seus melhores professores. As universidades particulares atraem os professores das oficiais, em virtude dos salários que pagam, e que chegam a provocarem greves. Há êxodo ou greve dos professores das universidades federais para as particulares, onde os salários as tornam muito mais competitivas. (E) 109. Considere as seguintes afirmações: I. Também nas roupas dos velhinhos interioranos as marcas do tempo parecem mais antigas. II. Na cidade grande, a velhice parece indiferente à agitação geral. III. O autor interpreta de modo simbólico o gesto que fazem os velhinhos nos cruzamentos. Em relação ao texto, está carreta o que se afirma SOMENTE em (A) I. (B) II. (C) III. (D) I e III. (E) II e III. 107. Indique o período cuja pontuação está inteiramente correta. (A) Há muito, vêm caindo os salários dos professores das universidades públicas, estes desanimados fazem greve ou, as trocam pelas instituições privadas. (B) Há muito vêm caindo os salários, dos professores das universidades públicas estes desanimados, fazem greve ou as trocam, pelas instituições privadas. (C) Há muito, vêm caindo, os salários dos professores das universidades públicas; estes desanimados fazem greve, ou as trocam pelas instituições privadas. (D) Há muito vêm caindo os salários dos professores das universidades públicas; estes, desanimados, fazem greve ou as trocam pelas instituições privadas. (E) Há muito vêm caindo, os salários dos professores, das universidades públicas; estes, desanimados, fazem greve, ou: as trocam pelas instituições privadas. 110. Indique a afirmação INCORRETA em relação ao texto. (A) Roupas, canivetes, árvores e campanário são aqui utilizados como marcas da velhice. (B) O autor julga que, nas cidadezinhas interioranas, a vida é bem mais longa que nos grandes centros. (C) Hábitos como o de picar fumo de corda denotam relações com o tempo que já não existem nas metrópoles. (D) O que um velhinho da cidade grande parece suplicar é que lhe seja concedido um ritmo de vida compatível com sua idade. (E) O autor sugere que, nas cidadezinhas interioranas, a velhice parece harmonizar-se com a própria natureza. 111. O sentido do último parágrafo do texto deve ser assim entendido. (A) Do jeito que as coisas estão, os velhos parecem não ter qualquer importância. (B) Tudo leva a crer que os velhos serão cada vez mais escassos, dado o atropelo da vida moderna. (C) O prestígio do que é novo é tão grande que já ninguém repara na existência dos velhos. (D) A velhice nas cidadezinhas do interior é tão harmoniosa que um dia ninguém mais sentirá o próprio envelhecimento. (E) No ritmo em que as coisas vão, a própria velhice talvez não venha a ter tempo para tomar consciência de si mesma. As questões de números 108 a 112 referem-se ao texto que segue. Os velhos das cidadezinhas do interior parecem muito mais plenamente velhos que os das metrópoles. Não se trata da idade real de uns e outros, que pode até ser e mesma, mas dos tempos distintos que eles parecem habitar Na agitação dos grandes centros, até mesmo a velhice parece ainda estar integrada na correria, os velhos guardam alguma ansiedade no olhar, nos modos, na lentidão aflita de quem se sente fora do compasso. Na calmaria das cidades pequeninas, é como se a velhice de cada um reafirmasse a que vem das montanhas e dos horizontes, velhice quase eterna, pousada no tempo. 112. Indique a alternativa em que se traduz corretamente o sentido de uma expressão do texto, considerado o contexto (A) "parecem muito mais plenamente velhos" = dão a impressão de se ressentirem mais dos males da velhice. (B) "guardam alguma ansiedade no olhar = seus olhos revelam poucas expectativas. (C) "fora do compasso" = num distinto andamento. (D) "a conversa mole se desenrola" = a explanação é detalhada. (E) "amiúda o que pode o próprio passo" = deve desacelerar suas passadas. Vejam-se as roupas dos velhinhos interioranos: aquele chapéu de feltro manchado, aquelas largas calças de brim cáqui incontavelmente lavadas. aquele puído dos punhos de camisas já sem cor  tudo combina admiravelmente com a enorme jaqueira do quintal, com a generosa figueira da praça, com as teias no campanário da igreja. E os hábitos? Pica-se o fumo de corda, lentamente, com um canivete herdado do século passado, enquanto a conversa mole se desenrola sem pressa e sem destino. Na cidade grande. há um quadro que se repete mil vezes ao dia, e que talvez já diga tudo: o velhinho, no cruzamento perigoso, decide-se, enfim, a atravessar a avenida, e o faz com aflição, um braço estendido em sinal de pare aos motoristas apressados, enquanto amiúda o que pode o próprio passo. Parece suplicar ao tempo que diminua seu ritmo, que lhe dê a oportunidade de contemplar mais demoradamente os ponteiros invisíveis dos dias passados, e de sondar com calma, nas nuvens mais altas, o sentido de sua própria história. As questões de números 113 a 125 referem-se ao texto que segue. No inicio do século XX a afeição pelo campo era uma característica comum a muitos ingleses. Já no final do século XVIII, dera origem ao sentimento de saudade de casa tão característico dos viajantes ingleses no exterior, como William Beckford, no leito de seu quarto de hotel português, em 1787, "assediado a noite toda por ideias rurais da Inglaterra." À medida que as fábricas se multiplicavam, a nostalgia do morador da cidade refletiase em seu pequeno jardim, nos animais de estimação, nas férias passadas na Escócia, ou no Distrito dos Lagos, no gosto pelas flores silvestres e a observação de pássaros, e no sonho com um chalé de fim de semana no campo. Hoje em dia, ela pode ser observada na popularidade que se conserva daqueles autores conscientemente "rurais" que, do século XVII ao XX, sustentaram o mito de uma arcádia campestre. Há, pois, velhices e velhices  até que chegue o dia em que ninguém mais tenha tempo para de fato envelhecer. Celso de Oliveira 108. A frase "Os velhos das cidadezinhas do interior parecem muito mais plenamente velhos que os das metrópoles" constitui uma (A) impressão que o autor sustenta ao longo do texto, por meio de comparações. (B) impressão passageira, que o autor relativiza ao longo do texto. (C) falsa hipótese, que a argumentação do autor demolirá. Linguagens e Códigos previsão feita pelo autor, a partir de observações feitas nas grandes e nas pequenas cidades. opinião do autor, para quem a velhice é mais opressiva nas cidadezinhas que nas metrópoles. 86 116. No último parágrafo do texto, o comentário sobre os ingleses seiscentistas foi feito como (A) denúncia dos falsos argumentos utilizados por aqueles que ocupam territórios indígenas (B) exemplo do caráter pioneiro dos ingleses na tarefa de colonização do território americano. (C) maneira de evidenciar a árdua tarefa dos que acreditavam na força da agricultura para o progresso da civilização. (D) confirmação de que terras incultas são entraves que, há séculos, subtraem ao homem o direito de progredir. (E) comprovação de que, há poucos séculos, o cultivo da terra era entendido como sinônimo de civilização. Em alguns ingleses, no historiador G.M. Trevelyan, por exemplo, o amor pela natureza selvagem foi muito além desses anseios vagamente rurais. Lamentava, em um dos seus textos mais eloquentes, de 1931, a destruição da Inglaterra rural e proclamava a importância do cenário da natureza para a vida espiritual do homem. Sustentava que até o final do século XVIII as obras do homem apenas se somavam às belezas da natureza; depois, dizia, tinha sido rápida a deterioração. A beleza não mais era produzida pelas circunstâncias econômicas comuns e só restava, como esperança, a conservação do que ainda não fora destruído. Defendia que as terras adquiridas pelo Patrimônio Nacional, a maioria completamente inculta, deveriam ser mantidas assim. Há apenas poucos séculos, a mera ideia de resistir à agricultura, ao invés de estimulá-la, pareceria ininteligível. Como teria progredido a civilização sem a limpeza das florestas, o cultivo do solo e a conversão da paisagem agreste em terra colonizada pelo homem? A tarefa do homem, nas palavras do Gênesis, era "encher a terra e submetê-la". A agricultura estava para a terra como o cozimento para a carne crua. Convertia natureza em cultura. Terra não cultivada significava homens incultos. E quando os ingleses seiscentistas mudaram-se para Massachusetts, parte de sua argumentação em defesa da ocupação dos territórios indígenas foi que aqueles que por si mesmos não submetiam e cultivavam a terra não tinham direito de impedir que outros o fizessem. 117. Assinale a afirmação INCORRETA. (A) Infere-se do texto que as palavras do Gênesis foram entendidas por muitos como estímulo a derrubar matas, lavrar o solo, eliminar predadores, matar insetos nocivos, arrancar parasitas, drenar pântanos. (B) O paralelo estabelecido entre o cultivo da terra e o cozimento dos alimentos é feito para se pôr em evidência a ação do homem sobre a natureza. (C) O texto mostra que o amor pela natureza selvagem está na base da relação que se estabelece entre cultivo da terra e civilização. (D) O texto mostra que o amor à natureza selvagem, considerado como barbárie, permitiu que certos povos se dessem o direito de apoderar-se dela. (E) O Gênesis foi citado no texto porque o crédito dado às palavras bíblicas explicaria o desejo humano de transformar a natureza selvagem pensando no bem-estar do homem. 113. Ao mencionar, no primeiro parágrafo do texto, a inclinação dos ingleses pelo espaço rural, o autor (A) busca enfatizar o que ocorre no século XX, em que a afeição pelo campo lhe parece ser realmente mais genuína. (B) a caracteriza em diferentes momentos históricos, tomando como referência distintas situações em que ela se manifesta. (C) cita costumes do povo inglês destruídos pela aceleração do crescimento das fábricas, causa de sua impossibilidade de volta periódica ao campo. (D) refere autores que procuraram conscientemente manter sua popularidade explorando temas "rurais" para mostrar como se criou o mito de um paraíso campestre. (E) particulariza o espaço estrangeiro visitado pelos ingleses Portugal - para esclarecer o que os indivíduos buscavam e não podia ser encontrado na sua pátria. 118. Assinale a alternativa que apresenta ERRO de concordância. (A) Não que os esteja considerando inválido, mas o professor gostaria de conhecer os estudos de que se retirou os dados mencionados no texto. (B) Segundo alguns teóricos, deve ser evitada, o mais possível, a agricultura em regiões de floresta; são áreas tidas como adequadas à preservação de espécies em vias de extinção. (C) Existem com certeza, ainda hoje, pessoas que defendem o cultivo incondicional da terra, assim como deve haver muitos que condenam qualquer alteração da paisagem natural, por menor que seja. (D) Nem sempre são suficientes dados estatisticamente comprovados para que as pessoas se convençam da necessidade de repensarem suas convicções, trate-se de assuntos polêmicos ou não. (E) Faz séculos que filósofos discutem as relações ideais entre os homens e a natureza, questão que nem sempre lhes parece passível de consenso. 114. Leia com atenção as afirmações abaixo sobre o segundo parágrafo do texto. I. Em confronto com o primeiro parágrafo, o autor apresenta um outro matiz da relação do espírito inglês com o espaço rural. II. O autor assinala os pontos mais relevantes referidos por G.M. Trevelyan para comprovar a ideia universalmente aceita de que o contato com a natureza é importante para o espírito. III. O historiador inglês revela pessimismo, a cujos fundamentos ele não faz nenhuma referência no texto. São corretas: (A) I, somente. (B) III, somente. (C) I e III, somente. (D) II e III, somente. (E) I, II e III. 119. Assinale a alternativa que NÃO apresenta erro algum de concordância. (A) Já há muito tempo tinha sido feito por importante estudioso previsões pessimistas quanto ao destino das áreas rurais na Inglaterra, mas muitos não as consideraram. (B) Às vazes não basta alguns comentários sobre a importância do cenário da natureza para a vida espiritual do homem no sentido de que se tentem evitar mais prejuízos ao meio ambiente. (C) Certos argumentos de G.M. Trevelyan tornaram vulnerável certas visões acerca do modo como deveriam ser tratadas terras incultas. (D) Segundo o que se diz no texto, os ingleses havia de terem se preocupado com a legitimação de sua tarefa de ocupação dos territórios indígenas. (E) Quaisquer que sejam os rumos das cidades contemporâneas, sempre haverá os que lamentarão a perda da vida em contato direto com a natureza. 115. As indagações presentes no terceiro parágrafo representam, no texto, (A) pontos relevantes sobre os quais a humanidade ainda não refletiu. (B) perguntas que historiadores faziam, ás pessoas para convence-las da importância do culto a natureza (C) os pontos mais discutidos quando se falava do progresso na Inglaterra, terra da afeição pelo campo. (D) questões possivelmente levantadas pelos que procurassem entender a razão de muitas pessoas não considerarem a agricultura um bem em si. (E) aspectos importantes sobre a relação entre a natureza e o homem, úteis como argumentos a favor da ideia defendida por Trevelyan. Linguagens e Códigos 120. Assinale a alternativa em que há regência INCORRETA. 87 (A) (B) (C) (D) (E) O empenho com que G.M. Trevelyan dedicou-se à sua causa foi reconhecido por outros, principalmente pelo autor do texto. A crise em que passa a civilização contemporânea é visível em muitos aspectos, inclusive na relação do homem com a natureza selvagem. O homem sempre esteve disposto a dialogar com a natureza, mas esse diálogo nem sempre se deu segundo os mesmos interesses ao longo dos séculos. Muitos consideram ofensivo à natureza considerá-la como algo à disposição das necessidades humanas. Acompanhar a relação do ser humano com o campo através dos séculos propicia ao estudioso observar situações de que o homem nem sempre pode orgulhar-se. (A) (B) (C) (D) 121. Assinale a alternativa em que há ERRO de flexão verbal e/ou nominal (A) Receemos pelo futuro, dizem alguns especialistas, pois, afirmam eles, se os cidadãos não detiverem a deterioração ambiental, a humanidade corre sérios riscos. (B) Crêem certos estudiosos que convém estudar profunda e seriamente o progresso da civilização quando ele implica destruir o que a natureza levou milhões de anos para sedimentar. (C) Quando, na década de 30, o historiador inglês interviu na discussão sobre o tratamento dispensado às terras adquiridas pelo Patrimônio Nacional, muitos não contiveram seu desagrado. (D) Dizem alguns observadores que, quando as pessoas virem o que resta da natureza sem as marcas predatórias do homem, elas próprias buscarão frear as atividades consideradas negativas para o meio ambiente. (E) Elementos da natureza são verdadeiros artesãos de obrasprimas; se os homens as desfizerem, estarão cometendo crime contra a humanidade. (E) 125. As frases abaixo, tiradas do texto, apresentam alterações em sua pontuação original. Assinale a alternativa em que a alteração acarretou frase pontuada de maneira INCORRETA. (A) Hoje em dia ela pode ser observada na popularidade, que se conserva daqueles autores conscientemente "rurais" que do século XVII ao XX, sustentaram o mito de uma arcádia campestre. (B) Em alguns ingleses  no historiador G.M. Trevelyan, por exemplo , o amor pela natureza selvagem foi muito além desses anseios vagamente rurais. (C) Sustentava que, até o final do século XVIII, as obras do homem apenas se somavam às belezas da natureza; depois, dizia, tinha sido rápida a deterioração. (D) A beleza não mais era produzida pelas circunstâncias econômicas comuns e só restava como esperança a conservação do que ainda não fora destruído. (E) E quando os ingleses seiscentistas mudaram-se para Massachusetts, parte de sua argumentação em defesa da ocupação dos territórios indígenas foi que aqueles que, por si mesmos, não submetiam e cultivavam a terra não tinham direito de impedir que outros o fizessem. 122. No segundo período do primeiro parágrafo, a forma verbal "dera" pode ser substituída pela forma correspondente (A) haveria dado. (B) havia dado. (C) teria dado. (D) havia sido dado. (E) tinha sido dado. 123. Do século XVII ao XXX circulou na Europa, com bastante intensidade, o mito de uma arcádia campestre. Muitos escritores ingleses sustentaram também esse mito durante séculos; os textos desses autores ingleses são até hoje bastante populares. Reescrevendo-se o segundo período e substituindo-se os termos grifados acima por pronomes correspondentes, obtém-se corretamente: (A) Muitos escritores ingleses, os quais textos são até hoje bastante populares, o sustentaram também durante séculos. (B) Muitos escritores ingleses, cujos textos são até hoje bastante populares, sustentaram-lhe também durante séculos. (C) Muitos escritores ingleses, cujos os textos são até hoje bastante populares, sustentaram-no também durante séculos. (D) Muitos escritores ingleses, cujos textos são até hoje bastante populares, sustentaram-no também durante séculos. (E) Muitos escritores ingleses, que os textos deles são até hoje bastante populares, sustentaram-lhe também durante séculos. 126. A cesta de bens inclui, nesse caso, apenas os alimentos mínimos necessários para que a pessoa permaneça viva, de acordo com os padrões da Organização Mundial da Saúde. A redação desse período do texto deve ser aprimorada, pois I. a expressão nesse caso tem sentido obscuro, já que o contexto do último parágrafo não permite saber de que caso se trata. II. a expressão de acordo com os padrões da Organização Mundial da Saúde tem dupla leitura, pois tanto pode se referir a permaneça viva quanto a alimentos mínimos necessários. III. A proximidade entre termos inclui e apenas gera uma contradição que prejudica o sentido da frase. É correto SOMENTE o que se afirma em (A) I. (B)) II. (C) III. (D) I e II. (E) II e III. 124. Leia com atenção as frases que se seguem. I. Iniciou-se a luta pela conservação da natureza ainda não deteriorada pelo homem. II. Durante séculos a atividade humana complementou as belezas naturais. III. Chegou o tempo em que a atividade humana começou a degradar as belezas naturais. Assinale a alternativa em que as frases acima estão em correta relação lógica, de acordo com o texto. Linguagens e Códigos Chegou o tempo em que a atividade humana começou a degradar as belezas naturais, mesmo tendo acontecido de, antes, complementá-las, logo que se iniciou a luta pela conservação da natureza ainda não deteriorada pelo homem. Iniciou-se a luta pela conservação da natureza ainda não deteriorada pelo homem, quando ocorreu o tempo de a atividade humana começar a degradar as belezas naturais, visto que, durante séculos, a atividade humana complementou as belezas naturais. Assim que chegou o tempo de a atividade humana começar a degradar as belezas naturais, iniciou-se a luta pela conservação da natureza ainda não deteriorada pelo homem, à proporção que, durante séculos, a atividade humana complementou as belezas naturais. Iniciou-se a luta pela conservação da natureza ainda não deteriorada pelo homem, embora a atividade humana tivesse, durante séculos, complementado as belezas naturais, quando chegou o tempo de degradá-las. Apesar de, durante séculos, a atividade humana ter complementado as belezas naturais, chegou o tempo em que ela começou a degradá-las, por isso iniciou-se a luta pela conservação da natureza ainda não deteriorada pelo homem. 127. Estão corretos o emprego e a flexão dos verbos na seguinte frase: (A) Quando eles virem a receber o suficiente para a aquisição desses bens e serviços, situar-se-ão acima da linha de pobreza. (B) Quem se provém apenas do estritamente necessário para não morrer de fome inclui-se na chamada linha de indigência. (C) Se alguém se contrapor a esse método de quantificação dos pobres, os acadêmicos refutarão demonstrando o rigor de seus critérios. (D)) Caso tal metodologia não conviesse aos acadêmicos, eles tê-la-iam abandonado e substituído por outra. 88 (E) Os acadêmicos há muito comporam uma cesta de bens e serviços em cujo valor monetário se baseiam para fixar a linha de pobreza. Para Solange, isso é reflexo direto da ação do governo contra a pirataria e o contrabando. Em 2008, segundo a enquete, foram apreendidos mais de R$ 1 bilhão em mercadorias, recorde na história do país. Além disso, a pesquisa salienta que houve também uma mudança de rumo nos hábitos da população, principalmente de baixa renda, que consumiu menos produtos piratas. 128. Pode-se, corretamente, e sem prejuízo para o sentido do contexto, substituir o elemento sublinhado na frase (A) Para que a discussão possa ser feita em bases mais sólidas por desde que. (B) Embora suficientes para conversas informais sobre o assunto por uma vez. (C) A cesta de bens inclui, nesse caso, apenas os alimentos necessários para que a pessoa permaneça viva por mesmo assim. (D) A maioria diria que os pobres são aqueles que ganham mal por os mesmos. (E)) Ou seja, teoricamente, quem está abaixo da linha de indigência não conseguiria sequer sobreviver por vale dizer. Em termos da demanda, Solange explica que o público não é sensível às perdas de arrecadação, aos prejuízos da indústria ou ao potencial de corrupção existente no sistema de distribuição e vendas de produtos piratas ou contrabandeados. Em contrapartida, os argumentos de que o comércio ilegal pode fomentar a violência e o crime organizado costumam, segundo a enquete, contribuir para que os brasileiros deixem de comprar produtos piratas. (Rafael Rosas, Valor Online, 10.11.2008. Adaptado) 131. De acordo com o texto, (A) estima-se um crescimento do impacto da pirataria sobre a economia brasileira. (B) o governo brasileiro adotou medidas mais eficazes no combate à pirataria em 2008. (C) o aumento da violência em 2008 está diretamente ligado ao aumento da pirataria. (D) o impacto da pirataria na arrecadação de 2007 foi inferior ao que se esperava. (E) o prejuízo da pirataria sobre as finanças públicas excedeu ao impacto no setor privado. 129. Justificam-se inteiramente ambas as ocorrências do sinal de crase em: (A)) Os que têm pleno acesso àquilo que oferece a cesta de bens e serviços devem considerar-se à margem da pobreza. (B) Quem atribui um valor monetário à essa cesta de bens e serviços estáse habilitando à definir uma linha de pobreza. (C) Não falta, à maioria das pessoas, uma definição de pobreza; o que falta à uma boa definição é o rigor de um bom critério. (D) Há quem recrimine à cultura da subsistência, imputando-lhe à responsabilidade pelo mascaramento da real situação de miséria de muitos brasileiros. (E) Os que têm proventos inferiores à quantia necessária para a aquisição dessa cesta deixam de atender à todas as suas necessidades básicas. 132. Conforme o texto, pode-se inferir que os brasileiros tendem a se convencer do caráter negativo da pirataria (A) quando se apela para seu senso de ética e justiça. (B) ao refletirem sobre seu impacto na economia. (C) ao se sentirem ameaçados por suas ramificações. (D) quando se sentem explorados por vendedores corruptos. (E) pois entendem que os danos ao governo afetam a população. 130. Estão corretamente grafadas todas as palavras da frase: (A) Não devem prevalescer nossas intuições ou percepções mais imediatas, mas apenas os critérios mais objetivos, quando se trata de formular alguma precisa definição. (B)) A todos os que apenas subsistem, como é o caso de quem vive da mendicância, negam-se os direitos da cidadania, ao passo que para uns poucos reservam-se todos os privilégios. (C) Não se constitue uma sociedade verdadeiramente democrática enquanto não venham a incluir-se nela aqueles que, já a séculos, vivem mais do sistema de favor que de um trabalho digno. (D) Os que alferem lucros excessivos na exploração do trabalho alheio também devem ser responsabilizados pelo contingente de infelizes que estão abaixo da linha de pobreza. (E) Deve-se à inépsia ou à má fé de sucessivos governos, que descuraram a implementação de medidas de caráter social, o fato de que continua crescendo o número de pobres e indigentes em nosso país. 133. Observe o trecho do segundo parágrafo: – Discutíamos em 2007 R$ 40 bilhões da CPMF. Só essa perda significa metade do que se estimava para a CPMF em 2008. ......................é um número muito grande. – A conjunção adequada para estabelecer a relação entre as ideias das frases é: (A) Contudo (B) Portanto (C) Todavia (D) Conforme (E) Embora 134. No trecho do último parágrafo – Em contrapartida, os argumentos de que o comércio ilegal pode fomentar a violência e o crime organizado costumam, segundo a enquete, contribuir para que os brasileiros deixem de comprar produtos piratas. – o verbo fomentar tem sentido equivalente a (A) aferir. (B) delatar. (C) arrefecer. (D) defraudar. (E) fustigar. Leia o texto e responda às questões de números 131 a 140 As vendas de produtos piratas no Brasil em 2007 significaram uma perda de R$ 18,6 bilhões em impostos nos 12 meses encerrados em setembro de 2008, levando-se em conta apenas sete setores da indústria nacional. As estimativas são da pesquisa “O impacto da pirataria no setor de consumo no Brasil”, divulgada pela Associação Nacional para Garantia dos Direitos Intelectuais (Angardi) e pelo Conselho Empresarial Brasil - Estados Unidos. “Discutíamos em 2007 R$ 40 bilhões da CPMF. Só essa perda significa metade do que se estimava para a CPMF em 2008. É um número muito grande”, frisou Solange Mata Machado, representante no Brasil do Conselho Empresarial Brasil - Estados Unidos. 135. No penúltimo parágrafo – Além disso, a pesquisa salienta que houve também uma mudança de rumo nos hábitos da população, principalmente de baixa renda, que consumiu menos produtos piratas. – a expressão em destaque pode ser substituída, sem alterar o sentido do trecho, por (A) inversão de valores. (B) troca de papéis. (C) retratação pública. (D) nova orientação. (E) revolução dogmática. Além da menor arrecadação de impostos, há também a perda de receita da indústria, que chegou a R$ 62,4 bilhões considerando apenas os setores de tênis, roupas e brinquedos. Quando entram na conta relógios, perfumes e cosméticos, jogos eletrônicos e peças para motos, as perdas podem ter atingido R$ 93,1 bilhões. A despeito da significativa perda de arrecadação e do prejuízo estimado para a indústria, a estimativa é de que em 2008 o consumo de produtos piratas nas três categorias pesquisadas (tênis, roupas e brinquedos) seja de R$ 15,609 bilhões, contra R$ 25,175 bilhões no ano anterior. Linguagens e Códigos 136. Atendo-se apenas às regras de regência verbal e/ou nominal, a expressão em destaque no trecho – Em termos da demanda, Solange explica que o público não é sensível às perdas de arrecadação, aos prejuízos da indústria ou ao potencial de corrupção existente no sistema de distribuição 89 e vendas de produtos piratas ou contrabandeados. – pode ser corretamente substituída, sem alteração do restante da estrutura da frase, por (A) despreza. (B) desconsidera. (C) é alienado. (D) é indiferente. (E) é desinteressado. público por indicação de parentes, políticos ou amigos, e menos da metade por concurso (44%). Bem mais inquietante é a popularidade do nepotismo entre cidadãos comuns. Metade dos ouvidos afirmou que contrataria parentes para um cargo público, se tivessem oportunidade. A população parece inclinar-se por chancelar, na esfera privada, o que condena na vida pública. 137. Assinale a frase correta quanto ao emprego do acento indicador de crase. (A) O título atribuído à esta pesquisa foi “O impacto da pirataria no setor de consumo no Brasil”. (B) As vendas de produtos piratas equivaleram à uma perda de R$ 18,6 bilhões em impostos. (C) A pesquisa vincula-se à Associação Nacional para Garantia dos Direitos Intelectuais (Angardi). (D) As somas se elevam à aproximadamente R$ 93 bilhões se considerarmos outros setores da indústria. (E) Alguns argumentos tendem à funcionar mais que outros para dissuadir os brasileiros da compra de produtos piratas. Essa contradição é uma das marcas da vida nacional – e provavelmente se verifica, em graus variados, em outros países. Cabe à lei o papel de conter as inclinações pessoais. Deixadas à vontade, elas corroem a possibilidade de uma nação percorrer o longo caminho civilizatório. (Folha de S.Paulo, 06.11.2008) 141. De acordo com o autor, os resultados da pesquisa sobre ética não são animadores porque (A) os valores éticos têm atingido os cidadãos comuns e não os servidores públicos. (B) poucos não sabem o que seja ética, e muitos a têm nas suas práticas cotidianas. (C) há uma quantidade significativa de cidadãos que não se atêm aos valores éticos. (D) a quantidade de cidadãos éticos é bem menor do que a de cidadãos não-éticos. (E) o sentido do conceito é muito comum, porque falta a sua devida divulgação. 138. Considerando as regras de concordância na voz passiva, assinale a frase correta. (A) Divulgou-se, recentemente, a análise de alguns números relacionados ao impacto da pirataria no Brasil. (B) Uma perda de R$ 18,6 bilhões em impostos foram causados pelas vendas de produtos piratas no Brasil. (C) Também deve ser levado em conta, além da menor arrecadação de impostos, a perda de receita da indústria. (D) Se for considerado apenas os setores de tênis, roupas e brinquedos, a perda da indústria chega a R$ 62,4 bilhões. (E) Consumiu-se menos produtos piratas em 2008. 142. Entende-se por nepotismo a (A) investidura de cidadãos comuns em cargos públicos por meio de concurso. (B) aprovação de parentes e amigos em concurso público sem favorecimento. (C) eliminação de parentes e amigos de empregos e de concursos públicos. (D) realização de concurso público para os cidadãos tornarem-se servidores. (E) obtenção de emprego público por meio da indicação de parentes. 139. Assinale a frase em que o pronome está posicionado corretamente. (A) Muitos não preocupam-se com a pirataria no Brasil. (B) A verdade é que tornou-se um hábito para muitos. (C) Ainda espera-se reduzir a pirataria no Brasil. (D) O governo tem mostrado-se atento ao problema. (E) Naturalmente, a pirataria tornou-se comum nas classes populares. 143. Quando se trata de nepotismo, a população parece (A) aceitar na vida pessoal o que condena no âmbito da vida pública. (B) rejeitar para a vida pessoal qualquer forma de favorecimento. (C) ser coerente, pois condena para a vida pessoal o que condena para a pública. (D) acreditar que a ajuda pessoal deva ser coibida, mas não na vida pública. (E) aprovar plenamente essa prática, seja na vida pessoal seja na pública. 140. Observe a pontuação nas frases: I. As vendas de produtos piratas no Brasil, em 2007, significaram uma perda de R$ 18,6 bilhões em impostos nos 12 meses encerrados em setembro de 2008. II. A estimativa é de que, em 2008, o consumo de produtos piratas nestas categorias, seja de R$ 15,609 bilhões. III. Além disso, a pesquisa salienta que houve também, uma mudança de rumo nos hábitos da população. A pontuação está correta apenas em (A) I. (B) II. (C) III. (D) I e II. (E) II e III. 144. De acordo com o autor, pode-se até compreender que 32% dos servidores avaliem a prática como permissível. Isso quer dizer que ele (A) acredita que o nepotismo é uma forma legítima nas práticas sociais de um país. (B) entende por que os servidores aceitam o nepotismo, mas não concorda com essa prática. (C) justifica a opção dos servidores pelo nepotismo, declarando-a adequada e honesta. (D) condena os servidores que se valem do nepotismo, embora o utilizasse em seu benefício. (E) define o nepotismo como uma prática necessária à organização de uma sociedade. Vícios tolerados Ficam longe de animadores os resultados de uma pesquisa de opinião sobre ética realizada pela Universidade de Brasília entre cidadãos de todo o país e também com servidores públicos de sete unidades federativas. Só 59% dos entrevistados na população geral disseram ser éticos; 26% declararam que não, e outros 13%, às vezes. Entre servidores públicos, variam as cifras, mas não o panorama: 51% “éticos”, 19% “não-éticos” e 22%, às vezes. Pode-se argumentar, com razão, que o conceito comum sobre ética é vago, quase vazio. Um terço dos que já ouviram falar disso alegam não saber do que se trata. 145. Para o autor, a popularidade do nepotismo entre cidadãos comuns é bem mais inquietante. Portanto, tal situação (A) é apreendida com indiferença por ele. (B) aplaca a sua ansiedade. (C) lhe traz certo desassossego. (D) leva-o à ignorância dos fatos. (E) sublima seu sentimento de impotência. Abstrações à parte, a consulta abrangeu também situações muito presentes, como o nepotismo. No plano sociológico, pode-se até compreender que 32% dos servidores avaliem a prática como permissível. Afinal, são seus maiores beneficiários: 37% obtiveram o emprego Linguagens e Códigos 146. O título – Vícios tolerados – pode ser entendido, quanto à ética, como uma .................... , segundo o ponto de vista expresso pelo autor. 90 Segundo as informações textuais, o espaço da frase deve ser preenchido com (A) necessidade para a civilidade do país (B) rotina moralmente adequada (C) mudança comportamental aceitável (D) transformação social inevitável (E) permissividade social indesejável 155. Marque a alternativa verdadeira: a ( ) o plural de mau-caráter é maus-caráteres; b ( ) chamam-se epicenos os substantivos que têm um só gênero gramatical para designar pessoas de ambos os sexos; c ( ) todos os substantivos terminados em -ão formam o feminino mudando o final em -ã ou -ona; d ( ) os substantivos terminados em -a sempre são femininos; e ( ) são comuns de dois gêneros todos os substantivos ou adjetivos substantivados terminados em -ista. 147. O sinônimo do termo chancelar, em destaque no 3.º parágrafo, é (A) evitar. (B) aprovar. (C) recusar. (D) engrandecer. (E) superar. Para responder às questões de números 148 e 149, considere a informação que inicia o último parágrafo: Essa contradição é uma das marcas da 156. a() b() c() d() e() 148. A expressão Essa contradição diz respeito (A) ao comportamento dos cidadãos comuns. (B) às formas de atuação dos servidores públicos. (C) à falta de lei para inibir as inclinações pessoais. (D) à impossibilidade de uma nação se civilizar. (E) ao descaso da população com a vida pública. 157. Abaixo, há uma frase onde a regência nominal não foi obedecida. Ache-a: a ( ) Éramos assíduos às festas da escola. b ( ) Os diretores estavam ausentes à reunião. c ( ) O jogador deu um empurrão ao árbitro. d ( ) Nossa casa ficava rente do rio. e ( ) A entrega é feita no domicílio. vida nacional... 149. O antônimo de contradição é (A) incoerência. (B) desacordo. (C) contestação. (D) consenso. (E) autenticidade. 158. a() b() c() Marque a afirmativa incorreta sobre o uso da vírgula: usa-se a vírgula para separar o adjunto adverbial anteposto; a vírgula muitas vezes pode substituir a conjunção e; a vírgula é obrigatória quando o objeto pleonástico for representado por pronome oblíquo tônico; d ( ) a presença da vírgula não implica pausa na fala; e ( ) nunca se deve usar a vírgula entre o sujeito e o verbo. 150. O pronome elas, em destaque no último parágrafo do texto, refere-se às (A) pessoas comuns. (B) leis. (C) marcas da vida nacional. (D) inclinações pessoais. (E) nações. 151. Ache o verbo que está erradamente conjugado no presente do subjuntivo: a ( ) requera ; requeras ; requera ; requeiramos ; requeirais ; requeram b ( ) saúde ; saúdes ; saúde ; saudemos ; saudeis ; saúdem c ( ) dê ; dês ; dê ; demos ; deis ; dêem d ( ) pula ; pulas ; pula ; pulamos ; pulais ; pulam e ( ) frija ; frijas ; frija ; frijamos ; frijais ; frijam 152. Assinale a alternativa falsa: a ( ) o presente do subjuntivo, o imperativo afirmativo e o imperativo negativo são tempos derivados do presente do indicativo; b ( ) os verbos progredir e regredir são conjugados pelo modelo agredir; c ( ) o verbo prover segue ver em todos os tempos; d ( ) a 3.ª pessoa do singular do verbo aguar, no presente do subjuntivo é : águe ou agúe; e ( ) os verbos prever e rever seguem o modelo ver. 153. Marque o verbo que na 2ª pessoa do singular, do presente do indicativo, muda para "e" o "i" que apresenta na penúltima sílaba? a ( ) imprimir b ( ) exprimir c ( ) tingir d ( ) frigir e ( ) erigir 154. a() b() c() d() e() 159. a() b() c() d() e() Marque onde há apenas um vocábulo erradamente escrito: abóboda ; idôneo ; mantegueira ; eu quiz viço ; sócio-econômico ; pexote ; hidravião hilariedade ; caçoar ; alforje ; apasiguar alizar ; aterrizar ; óbulo ; teribintina chale ; umedescer ; páteo ; obceno 160. a() b() c() d() e() Identifique onde não ocorre a crase: Não agrade às girafas com comida, diz o cartaz. Isso não atende às exigências da firma. Sempre obedeço à sinalização. Só visamos à alegria. Comuniquei à diretoria a minha decisão. 161. a() b() c() d() e() Assinale onde não ocorre a concordância nominal: As salas ficarão tão cheias quanto possível. Tenho bastante dúvidas. Eles leram o primeiro e segundo volumes. Um e outro candidato virá. Não leu nem um nem outro livro policiais. 162. a() b() c() d() e() Marque onde o termo em destaque está erradamente empregado: Elas ficaram todas machucadas. Fiquei quite com a mensalidade. Os policiais estão alerta. As cartas foram entregues em mãos. Neste ano, não terei férias nenhumas. 163. Analise sintaticamente o termo em destaque: "A marcha alegre se espalhou na avenida..." a ( ) predicado b ( ) agente da passiva c ( ) objeto direto d ( ) adjunto adverbial e ( ) adjunto adnominal Indique onde há erro: os puros-sangues simílimos os navios-escola utílimos os guardas-mores agílimos as águas-vivas aspérrimas as oitavas-de-final antiquíssimas Linguagens e Códigos Identifique onde há erro de regência verbal: Não faça nada que seja contrário dos bons princípios. Esse produto é nocivo à saúde. Este livro é preferível àquele. Ele era suspeito de ter roubado a loja. Ele mostrou-se insensível a meus apelos. 164. Marque onde o termo em destaque não representa a função sintática ao lado: 91 a() b() c() d() e() b() c() d() e() João acordou doente. (predicado verbo-nominal) Mataram os meus dois gatos. (adjuntos adnominais) Eis a encomenda que Maria enviou. (adjunto adverbial) Vendem-se livros velhos. (sujeito) A ideia de José foi exposta por mim a Rosa. (objeto indireto) 173. Indique a classificação incorreta do advérbio ou locução adverbial em destaque: a ( ) Não havia ninguém por perto. (lugar) b ( ) O filme, sem dúvida, será um sucesso. (afirmação) c ( ) Ela caminhou depressa para o quintal. (intensidade) d ( ) Ele chegará mais tarde. (tempo) e ( ) Ela nunca saía aos sábados. (negação) 165. Ache a afirmativa falsa: a ( ) usam-se os parênteses nas indicações bibliográficas; b ( ) usam-se as reticências para marcar, nos diálogos, a mudança de interlocutor; c ( ) usa-se o ponto-e-vírgula para separar orações coordenadas assindéticas de maior extensão; d ( ) usa-se a vírgula para separar uma conjunção colocada no meio da oração; e ( ) usa-se o travessão para isolar palavras ou frases, destacando-as. 166. a() b() c() d() e() 174. Complete a frase com o adjetivo adequado: O que tem a forma de elipse é ________ . a ( ) elipsal b ( ) elipsilar c ( ) elipsilal d ( ) elipérico e ( ) elíptico Identifique o termo acessório da oração: adjunto adverbial objeto indireto sujeito predicado agente da passiva 175. Na frase: "Toda a escola poderá comparecer à festa.", é verdadeiro dizer que: a ( ) o uso ou não do artigo, antes de "escola" é indiferente com relação ao sentido da frase; b ( ) o artigo que aparece na frase é indefinido; c ( ) o artigo que aparece antes de "escola" poderia ser substituído por um outro, indiferentemente; d ( ) a frase só ficará correta quando for iniciada pelo artigo da frase; e ( ) o artigo dá sentido de totalidade à frase. (= A escola inteira poderá comparecer à festa.) 167. Qual a afirmativa falsa sobre orações coordenadas? a ( ) as coordenadas quando separadas por vírgula, se ligam pelo sentido geral do período; b ( ) uma oração coordenada muitas vezes é sujeito ou complemento de outra; c ( ) as coordenadas sindéticas subdividem-se de acordo com o sentido e com as conjunções que as ligam; d ( ) as coordenadas conclusivas encerram a dedução ou conclusão de um raciocínio; e ( ) no período composto por coordenação, as orações são independentes entre si quanto ao relacionamento sintático. 176. Assinale a única alternativa em que a concordância está feita segundo a norma culta: a ( ) Tu e teu irmão devem partir amanhã. b ( ) Um de vocês deverão ficar sem vaga. c ( ) Muito me indignou sua indiferença e pouco caso. d ( ) Qual de nós sabem a direção a tomar? e ( ) Cada uma delas trouxeram sua colaboração. 168. Identifique a afirmativa verdadeira: a ( ) as orações subordinadas ou são adjetivas ou adverbiais; b ( ) a preposição que introduz uma oração subordinada nunca pode ser omitida; c ( ) duas orações subordinadas podem estar coordenadas entre si; d ( ) uma oração se denomina principal porque vem primeiro que as outras; e ( ) o período composto por subordinação só pode ter duas orações. 177. a() b() c() d() e() 169. Enumere a segunda coluna de acordo com a abreviatura da forma de tratamento adequada: ( 1 ) V.Ex.ª Rev.ma ( ) reitor de universidade ( 2 ) V.Mag.ª ( ) papa ( 3 ) V.Em.ª ( ) bispo e arcebispo ( 4 ) V.S. ( ) cardeal a() 1;4;3;2 d()4;2;3;1 b() 2;4;1;3 e()2;4;3;1 c() 3;4;2;1 170. a() b() c() d() e() Indique a alternativa correta quanto ao emprego do pronome: O diretor conversou com nós dois. Vou consigo ao teatro hoje à noite. Esta pesquisa é para mim fazer até o final da semana. Nada de sério houve entre eu e você. Informa a todos que Vossa Santidade está doente. 178. Classifique corretamente os encontros vocálicos das palavras abaixo: irmão ; saúde ; queijo ; Paraguai a ( ) ditongo ; ditongo ; tritongo ; tritongo b ( ) ditongo ; hiato ; ditongo ; tritongo c ( ) hiato ; ditongo ; tritongo ; ditongo d ( ) ditongo ; hiato ; tritongo ; tritongo e ( ) hiato ; hiato ; ditongo ; ditongo Onde o pronome está erradamente empregado? fez + o = fê - lo diríamos = di - lo - íamos pondes + o = ponde - lo tem + o = tem - no diríeis + o = diríei – lo 179. a() b() c() d() e() 171. Que nome se dá ao termo que determina ou indetermina o substantivo a que se refere? a ( ) advérbio b ( ) adjetivo c ( ) substantivo próprio d ( ) artigo e ( ) pronome Ache a afirmativa falsa: num encontro consonantal, cada letra representa um fonema; na palavra "creme" há um encontro consonantal; dígrafo e encontro consonantal são a mesma coisa; os dígrafos podem representar consoantes ou vogais; nem sempre ocorre a separação nos encontros consonantais. 180. Qual a palavra abaixo cuja formação não se deu por derivação prefixal? a ( ) antebraço b ( ) infeliz c ( ) renascer d ( ) somente e ( ) repor 172. Marque a classificação possível dos substantivos abaixo: Europa - ferro - livraria - ramalhete a ( ) concreto - primitivo - derivado - coletivo Linguagens e Códigos abstrato - coletivo - derivado - coletivo comum - próprio - coletivo - primitivo coletivo - abstrato - próprio - concreto primitivo - próprio - comum - abstrato 181. Qual o significado do radical "cefalo" da palavra "cefaleia"? 92 a() b() c() d() e() cavalo cabeça célula sofrimento origem 182. a() b() c() d() e() Encontre o vocábulo erradamente separado em sílabas: pneu - má - ti - co ap - to coi - sas a – ve – ri – guou egíp – cios d ( ) sujeito ; magistral e ( ) obsceno ; mansidão 183. Indique o termo erradamente classificado: O belo viajante saiu rapidamente. a ( ) O = artigo definido, masculino, singular. b ( ) belo = adjetivo uniforme, singular. c ( ) viajante = substantivo simples, comum, derivado, concreto, masculino singular. d ( ) saiu = verbo irregular, na 3.ª pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo. e ( ) rapidamente = advérbio de modo. 184. a() b() c() d() e() Ache onde o modo da forma verbal em destaque está incorreto: Não saia da sala! (imperativo) Espero que ele venha à reunião. (subjuntivo) Quem lhe deu essa notícia? (indicativo) Diga-nos a sua opinião. (subjuntivo) Gostaria que ele ficasse aqui. (indicativo) 185. Marque a alternativa onde o verbo em destaque não se encontra no tempo e modo indicados ao lado: a ( ) Se ele souber a verdade, ficará furioso. (futuro do subjuntivo) b ( ) Não sejamos otimistas. (imperativo negativo) c ( ) Espero que dessa atitude não advenha nenhuma desgraça. (presente do subjuntivo) d ( ) Tenho falado muito desse assunto. (gerúndio) e ( ) Ele já estudara as lições quando os amigos chegaram. (pretérito mais-que-perfeito do indicativo) Indique o erro: enxame é o coletivo de peixes. alma é o substantivo concreto. viuvez é substantivo abstrato. país é substantivo comum. pianista é substantivo sobrecomum. 188. a() b() c() Ache o único substantivo feminino: guaraná d ( ) teorema cal e ( ) trema telefonema 189. a() b() c() d() e() Indique onde há erro no grau dos adjetivos em destaque: Ele revelou-se um ótimo ator. (superlativo absoluto irregular) Ele é tão inseguro quanto o irmão. (comparativo de igualdade). Dizia-se o melhor de todos. (superlativo absoluto regular) Pedro é bastante rápido. (superlativo absoluto analítico) Ela é a menos esperta do grupo. (superlativo relativo de inferioridade) 190. a() b() c() Ache a palavra erradamente grafada: esculpir ; borburinho regresso ; louça ameixa ; agachar Linguagens e Códigos Quem se intromete faz uma ... intromição d ( ) intromissão intromisção e ( ) intromicção intromisão 192. a() b() c() Ache a palavra que foi incorretamente grafada sem hífen: autopeça d ( ) subdiretor contragolpe e ( ) ultramar contrasenso 193. a() b() c() Encontre a palavra que não tem relação com as outras: livreco d ( ) florzinha lugarejo e ( ) mulherona saleta 194. a() b() c() d() e() Marque onde o termo em destaque não é um artigo: Os alunos compraram o livro. Eu li a revista e a deixei sobre a mesa. Ela pegou uns jornais e os entregou ao dono. Nós recebemos o dinheiro que estava no banco. O dono da festa falou calorosamente. 195. a() b() c() d() e() Qual o pronome de tratamento adequado a um sacerdote? Vossa Santidade Vossa Magnificência Vossa Eminência Vossa Reverendíssima Vossa Excelência Reverendíssima A MULTIPLICAÇÃO DOS CELULARES Gabriel Perissé Telefone celular deixou de ser novidade. Deixou de ser luxo. Deixou de ser sonho. Virou objeto corriqueiro, que vive de boca em boca, de orelha em orelha. Tornou-se artigo de primeira necessidade, instrumento de trabalho imprescindível e barato, espaço social concentrado na palma da mão. Normal (talvez apenas comum...) ver todo tipo de gente andando pelas ruas e falando com o além... Ou com alguém. Todos recebendo informações e tomando decisões e trocando ideias e falando, falando. Ou marcando encontros. Ou discutindo seriamente os destinos da nação. Tecnômades do século XXI. Gente pobre e gente rica. Celulares pululando Brasil afora, mundo afora. Mas não se fica por aí, como quem tivesse um relógio de pulso e o fato de saber as horas o satisfizesse. Comunicação é outra história. Há pessoas com dois celulares. Um para os contatos profissionais, outro para falar com a família e os amigos. Conheço chefe de empresa que dá de presente ao funcionário de confiança um celular para contato exclusivo. E o celular, linha direta com o dever, pode tocar música animada em pleno domingo à tarde. E há os que carregam três celulares, pessoas importantíssimas, o dia inteiro procuradas por todos. Um ilustre comentador de TV declarou, faz alguns meses, sem nenhum pudor, que possui três! Três oportunidades de ouvir e ser ouvido. Conversas nacionais, internacionais e siderais. Haverá alguém com quatro celulares? Não duvido. Um celular para falar com os de sempre. Outro para falar com os novos. Outro para falar com os estranhos. Outro para falar com pouquíssimos seletos, seres privilegiados... E cinco? Cinco celulares, um para cada dia da semana laboral. O celular da segunda, para marcar reuniões. O da terça, para cancelá-las. O da quarta, para discussões. O da quinta, para reconciliações. O da sexta, para planejar a semana que vem. Quem dá mais?! No meio da multidão, um homem levanta os braços, grita, alega ter seis celulares. Com um deles, o mais sofisticado, mantém longas conversas com o próprio Deus, ligação caríssima, mas vale a pena. Para que lançar mão da oração gratuita se é possível ter certeza de que o Interlocutor está realmente nos ouvindo e respondendo? Tenho um celular só, modelo simples, instrumento necessário na Idade Mídia. Mas se alguém quiser me dar de presente um segundo bichinho desses... Obrigado, um já é demais. 186. Marque a afirmativa falsa: a ( ) o infinitivo é impessoal quando não se refere a nenhum sujeito; b ( ) os tempos compostos são formados pelos verbos auxiliares e o particípio do verbo principal; c ( ) o verbo pôr e derivados pertencem à segunda conjugação; d ( ) o modo indicativo expressa ordem, advertência ou pedido; e ( ) "entregado" é o particípio regular do verbo "entregar". 187. a() b() c() d() e() 191. a() b() c() 93 196. Um traço característico da crônica lida é: A) temática atual B) prosa poética C) estrofação regular D) método indutivo E) exposição imparcial Os problemas do Nordeste não se resumem à seca, fator tão divulgado e explorado, graças ao interesse de uma minoria preocupada apenas em tirar proveito de uma situação “aparentemente” criada pela natureza. Para entendermos a problemática da região, é preciso que deixemos de lado as aparências e investiguemos as reais causas que produziram e produzem um Nordeste tão pobre, tão maltratado e com tantas injustiças e desigualdades sociais. 197. Pode-se afirmar que o autor do texto: A) almeja ter mais de um celular B) apóia quem opta por ter vários celulares C) acha que pessoas superiores têm mais de um celular D) satiriza os excessos praticados pelos usuários de celular E) compreende que tudo deve ser feito para facilitar a comunicação Ao colocarmos a seca como sua causa principal, estaremos deixando de lado as inegáveis vantagens econômicas e políticas que ela traz para alguns setores e estaremos reduzindo à mera fatalidade climática o subdesenvolvimento e a opressão. A seca apenas acentua uma situação de injustiça historicamente criada. (Yná Andrighetti. Nordeste: mito e realidade. São Paulo: Moderna, 1998, pp. 7-10. Adaptado.) 198. “Tecnômades do século XXI.” “Tecnômades” é um(a): A) palavra inglesa B) neologismo C) galicismo D) termo corrente na informática E) vocábulo latino 201. Considerando as ideias expressas no Texto 1, podemos reconhecer que se trata: A) de uma narrativa em que se conta a história das secas do Nordeste, com seus cenários e personagens. B) de uma descrição das condições climáticas do Nordeste e dos efeitos sociais e econômicos causados pelas secas prolongadas. C) de uma reflexão pela qual se põe em dúvida a explicação que costuma ser dada para os problemas do Nordeste. D) de uma exposição didática, para apresentar as principais medidas que serão tomadas pelo Governo para combater a seca. E) de um texto para orientação dos projetos que serão executados, a médio e longo prazos, em favor do Nordeste. 199. “Telefone celular deixou de ser novidade. Deixou de ser luxo. Deixou de ser sonho.” No trecho acima destacado há: A) duas orações absolutas B) três orações coordenadas sindéticas C) duas orações sem paralelismo semântico D) um período composto por coordenação E) três períodos sintaticamente paralelos 202. Pela compreensão global do texto, pode-se perceber que a argumentação do autor, a certa altura do texto, assume uma direção contrária. Isso fica evidente na alternativa: A) “De modo geral, quase todos os problemas do Nordeste são atribuídos às adversidades climáticas, à ausência ou à escassez das chuvas”. B) “A cada nova catástrofe, a cada nova ‘calamidade pública’ esse procedimento se repete.” C) “Na próxima seca prolongada, tudo será igual ou pior, dependendo da sua intensidade e duração”. D) “A seca existe, sim. A pobreza no Nordeste, também. No entanto, não é possível estabelecer uma relação direta entre seca e pobreza”. E) “Para entendermos a problemática da região, é preciso que deixemos de lado as aparências”. 200. “Um ilustre comentador de TV declarou...” A palavra comentador é formada por: A) prefixação B) composição C) sufixação D) aglutinação E) redução TEXTO 1 Nordeste: mito e realidade De modo geral, quase todos os problemas do Nordeste são atribuídos às adversidades climáticas, à ausência ou à escassez das chuvas. É comum ouvirmos dizer que as secas assolam, maltratam os nordestinos. Mas será que é isso mesmo o que acontece? Ou será que é só isso mesmo? 203. De acordo com o texto, a justificativa maior para os problemas sociais e econômicos do Nordeste encontra-se: A) nas secas que regularmente castigam a região e provocam a morte das lavouras. B) nas muitas adversidades climáticas que acontecem periodicamente. C) nas inegáveis vantagens econômicas e políticas que a seca traz para alguns setores. D) nos meios de comunicação que somente se manifestam durante as calamidades. E) na rede fluvial da região, que é pequena e não atende à demanda da agropecuária. Não se podem negar os graves efeitos sociais e econômicos causados pela seca. Quando ela ocorre, o sertanejo observa, impotente, sua lavoura morrer, seu gado minguar, os pequenos rios secarem, ocasião em que sua “tragédia” é exibida para todo o Brasil e até mesmo para outros países pelos meios de comunicação. Os poderes públicos, então, se manifestam anunciando, nos mesmos órgãos de imprensa, medidas que serão tomadas para combater a seca, projetos que serão executados a médio e longo prazos e a liberação de verbas que serão destinadas à distribuição de alimentos, água, remédios etc. 204. Observe: “A cada nova catástrofe, a cada nova ‘calamidade pública’ esse procedimento se repete”. A repetição do segmento sublinhado expressa uma função textual de: A) correção. B) contraste. C) paráfrase. D) ênfase. E) reformulação. A cada nova catástrofe, a cada nova “calamidade pública” esse procedimento se repete. Mas essas medidas não solucionam o problema. Na próxima seca prolongada, tudo será igual ou pior, dependendo da sua intensidade e duração. Acontece que os fenômenos naturais – que ocorrem independentemente da vontade dos homens – não justificam todo o peso que lhes é atribuído. A seca existe, sim. A pobreza no Nordeste, também. No entanto, não é possível estabelecer uma relação direta entre seca e pobreza. Linguagens e Códigos 205. Os usos formais da língua ditam certas normas para a concordância entre o verbo e o sujeito. Identifique a alternativa que está de acordo com essas normas. A) Qual das grandes secas do Nordeste não deixaram grandes marcas de destruição? 94 B) Cada um dos grandes rios do Nordeste poderiam suprir a escassez de água necessária à lavoura. C) Nenhuma das grandes secas do Nordeste pode ser apontada como a causa principal de suas dificuldades econômicas. D) Além da falta de chuva, foi constatado vários tipos de problemas no Nordeste. E) O resultado das últimas grandes secas deixaram grandes prejuízos sociais e econômicos. Sotaques da resistência A TV e o rádio bem que forçam, o preconceito regional não dá folga, mas a variedade de sotaques no Brasil está longe de correr risco de extinção. Quem garante são os especialistas em linguagem. O falar brasileiro sofre, é verdade, a pressão imposta pelas normas prestigiadas do idioma, de caráter conservador e uniforme. A expansão dos meios de comunicação de massa, sabe-se, atua a favor de uma unidade linguística, com programas de TV (algumas novelas, por exemplo), que suprimem as nuances autênticas dos falantes e compõem “personagens regionais”, com um modo de falar que pretende ser “típico” mas acaba por ser irreal. 206. Leia o trecho seguinte: “O Nordeste, em decorrência das estiagens prolongadas a que tem sido submetido, apresenta grandes problemas econômicos e sociais.” Observe o emprego da preposição antes do pronome relativo – que se deve à regência do verbo. Na mesma perspectiva, analise os enunciados seguintes e assinale aquele que também está correto quanto às normas da regência verbal. A) O Nordeste, apesar das estiagens prolongadas de que têm sido atribuídas, apresenta grandes projetos de superação. B) O Nordeste, apesar das secas – das quais têm resultado grandes problemas econômicos – crê nas possibilidades de superação. C) O Nordeste, por causa das secas – a cujas soluções não se pode abrir mão – ainda sofre sérias discriminações. D) O Nordeste, por causa das secas – as quais a imprensa tem feito referências constantes – espera por melhores soluções. E) O Nordeste, por causa das políticas assistenciais – as quais não podemos confiar – viveu grandes problemas. Os linguistas avaliam, no entanto, que nem a força da mídia nem o prestígio do padrão idiomático têm sido capazes de conter a diversidade do falar brasileiro. Apesar de reforçar preconceitos e distorcer dialetos regionais, a mídia não chega a produzir uma homogeneidade nos falares nacionais. Falar uma única língua num território de dimensões continentais faz parte do imaginário de nossa identidade nacional. Mas até que ponto resiste essa unidade linguística brasileira? É certo que o português falado no Norte seja compreendido no Sudeste, mas a diversidade de sotaques mostra que, se falamos o mesmo idioma, nós o falamos diferentemente. De onde vêm essas diferenças? Historicamente, as variações de pronúncia, entonação e ritmo observadas no Brasil espelham a expansão heterogênea do português desde a colonização do país. Tupi-guarani, iorubá, banto, castelhano, holandês, francês, árabe, italiano, inglês são alguns dos idiomas que influenciaram a variação existente no português daqui. Herdeiros de uma sociedade estratificada, como a portuguesa, teríamos herdado também o juízo de valor sobre a linguagem. Muitas maneiras de falar seriam estigmatizadas ou discriminadas por denunciar procedência social e nível cultural do falante. 207. Observe a colocação pronominal no seguinte fragmento: “Não se pode negar os graves efeitos sociais e econômicos causados pela seca.” O uso do pronome também estaria correto na alternativa: A) Não poderiam-se negar os graves efeitos sociais e econômicos causados pela seca. B) Poderiam-se negar os graves efeitos sociais e econômicos causados pela seca. C) Tinham podido-se negar os graves efeitos sociais e econômicos causados pela seca. D) Ninguém poderia negar-se a reconhecer os efeitos econômicos causados pela seca. E) Os graves efeitos sociais e econômicos causados pela seca, um dia, poderão-se negar. É assim que, muitas vezes, o falar alheio causa estranhamento ou é considerado “inferior”, “feio”, “pior”. Na verdade, muita pesquisa precisa ser feita antes que se possa dizer algo de definitivo sobre os diferentes falares do Brasil. (Isadora Marques. Revista Língua Portuguesa. Junho de 2007, pp. 22-28. Adaptado). 208. O texto fala em: “inegáveis vantagens”. O prefixo que aparece na palavra sublinhada tem o mesmo sentido daqueles que aparecem em: A) inefável; inapto; incremento. B) inábil; injetável; ineficaz. C) inflamável, imberbe, incrustado. D) ímprobo, inalação, inglório. E) indubitável, inepto, incruento. 211. O tema desenvolvido no Texto 2 gira em torno da seguinte questão: A) A língua que se fala no Brasil, dada a sua heterogeneidade, corre risco de extinção. B) O prestígio do padrão idiomático brasileiro tem sido cada vez mais atuante. C) As dimensões continentais de nosso território afetam nossa identidade nacional. D) A diversidade do falar brasileiro é, por muitas razões, uma realidade inabalável. E) A mídia tem um grande papel na manutenção do padrão idiomático de prestígio. 209. O verbo, no seguinte trecho, está na voz passiva: Muitos problemas do Nordeste foram provocados pelos interesses de uma minoria corrupta. Caso o autor tivesse optado pela voz ativa, deveria escrever: A) Os interesses de uma minoria corrupta provocam muitos problemas do Nordeste. B) Os interesses de uma minoria corrupta provocavam muitos problemas do Nordeste. C) Os interesses de uma minoria corrupta provocaram muitos problemas do Nordeste. D) Os interesses de uma minoria corrupta provocariam muitos problemas do Nordeste. E) Os interesses de uma minoria corrupta provocarão muitos problemas do Nordeste. 212. Outro título que confirmaria a totalidade do Texto 2 seria: A) A homogeneidade dos dialetos regionais brasileiros. B) O estranhamento do falar brasileiro considerado “inferior”, “feio”, “pior”. C) Uma única norma linguística num território de dimensões continentais. D) Frustradas as pressões a favor da uniformidade do português falado no Brasil. E) A expansão linguística no período da colonização portuguesa. 213. De acordo com o Texto 2, podemos afirmar que as línguas: A) são autônomas em relação às influências de outras línguas. B) devem objetivar a homogeneidade, para não serem discriminadas. C) estão expostas a fatores históricos que repercutem sobre elas. D) tendem a ser “piores”, ou “mais feias” em decorrência de suas variações. E) se faladas num território de dimensões continentais, sofrem risco de extinção. 210. Pelo título do texto – Nordeste: mito e realidade – já se pode inferir que o tema será tratado numa perspectiva: A) monolítica. B) hipotética. C) unilateral. D) lúdica. E) divergente. 214. Releia o início do texto: “A TV e o rádio bem que forçam, o preconceito regional não dá folga, mas a variedade de sotaques no Brasil está longe TEXTO 2 Linguagens e Códigos 95 de correr risco de extinção. Quem garante são os especialistas em linguagem”. Na verdade, o que é que os especialistas em linguagem garantem? 1) Existem preconceitos regionais em atuação. 2) A TV e o rádio têm sido fortes aliados. 3) A variedade de sotaques não vai acabar. 4) A TV e o rádio reforçam os preconceitos. Está(ão) correta(s): A) 1 apenas B) 3 apenas C) 2 e 3 apenas D) 1, 2 e 4 apenas E) 1, 2, 3 e 4 E) Em algumas comunidades, as diferenças linguísticas haviam sido incorporadas aos padrões gerais. 220. Do ponto de vista da sintaxe do português, está bem formado o seguinte enunciado: A) A variedade de sotaques brasileiros estão longe de correr risco de extinção. B) A força de tantos meios sociais não conseguiu conter a diversidade do falar brasileiro. C) De onde veio tantas diferenças linguísticas? D) A mídia não chega à produzir uma homogeneidade nos falares nacionais. E) As variações de pronúncia e entonação espelha a heterogeneidade do português. 215. Pode-se reconhecer um sentido de causalidade no seguinte fragmento: A) “a variedade de sotaques no Brasil está longe de correr risco de extinção”. B) “Mas até que ponto resiste essa unidade linguística brasileira?” C) “Falar uma única língua num território de dimensões continentais faz parte do imaginário de nossa identidade nacional”. D) “Herdeiros de uma sociedade estratificada, como a portuguesa, teríamos herdado também o juízo de valor sobre a linguagem”. E) “a diversidade de sotaques mostra que, se falamos o mesmo idioma, nós o falamos diferentemente”. RESPOSTAS 216. Observe a pontuação do trecho: “Tupi-guarani, iorubá, banto, castelhano, holandês, francês, árabe, italiano, inglês são alguns dos idiomas que influenciaram a variação existente no português daqui”. As vírgulas desse trecho devem-se ao fato de que se trata: A) de uma explicação. B) de uma paráfrase. C) de uma reformulação. D) de uma enumeração. E) de uma justificativa. 217. No fragmento seguinte: “Apesar de reforçar preconceitos e distorcer dialetos regionais, a mídia não chega a produzir uma homogeneidade nos falares nacionais”, a locução sublinhada expressa um sentido de: A) concessão. B) conclusão. C) causalidade. D) finalidade. E) condição. 218. A propósito da concordância verbo-nominal no seguinte trecho: “Grande parte das diferenças linguísticas do português que conhecemos foi deixada pelos colonizadores”, podemos afirmar que também seria correto dizer: 1) Grande parte das diferenças linguísticas do português que conhecemos foram deixada pelos colonizadores. 2) Grande parte das diferenças linguísticas do português que conhecemos foram deixadas pelos colonizadores. 3) Grande parte das diferenças linguísticas do português que conhecemos foi deixadas pelos colonizador. Está(ão) correta(s): A) 1, 2, 3 B) 1 apenas C) 2 apenas D) 3 apenas E) 1 e 2 apenas 219. Observe a concordância do verbo ‘haver’ em: Há muitas maneiras de falar que são estigmatizadas ou discriminadas. De acordo com as regras da normapadrão, o verbo haver adota uma concordância especial. Identifique, dentre as alternativas abaixo, aquela que está correta, de acordo com tais regras. A) Segundo a história, no período da colonização, haviam muitas línguas em contato. B) Devido à pluralidade linguística da colônia, houveram muitos choques culturais entre os falantes. C) Devem haver choques culturais entre os falantes desde que haja diferenças em contato. D) Se houvessem menos diferenças culturais, o português seria hoje mais homogêneo. Linguagens e Códigos 01. 02. 03. 04. 05. 06. 07. 08. 09. 10. A B E C A E B A D B 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19. 20. C A B E D A C D E B 21. 22. 23. 24. 25. 26. 27. 28. 29. 30. A E B A E D A C B D 31. 32. 33. 34. 35. 36. 37. 38. 39. 40. E B A C E B A C D E 41. 42. 43. 44. 45. 46. 47. 48. 49. 50. B A C D B A E D B C 51. 52. 53. 54. 55. 56. 57. 58. 59. 60. D E D A D C E B A E 61. 62. 63. 64. 65. 66. 67. 68. 69. 70. C D B A A B B A A B 71. 72. 73. 74. 75. 76. 77. 78. 79. 80. B C A B D C E A B D 81. 82. 83. 84. 85. 86. 87. 88. 89. 90. C E C E D A B C A D 91. 92. 93. 94. 95. 96. 97. 98. 99. 100. D D C E A A D E C B 101. 102. 103. 104. 105. 106. 107. 108. 109. 110. C A D E B C D A D B 111. 112. 113. 114. 115. 116. 117. 118. 119. 120. E C B A D E C A E B 121. 122. 123. 124. 125. 126. 127. 128. 129. 130. C B D E A B D E A B 131. 132. 133. 134. 135. 136. 137. 138. 139. 140. B C B E D D C A E A 141. 142. 143. 144. 145. 146. 147. 148. 149. 150. C E A B C E B A D D 151. 152. 153. 154. 155. 156. 157. 158. 159. 160. A C D B E A A C B A 161. 162. 163. 164. 165. 166. 167. 168. 169. 170. B D D C B A B C B E 171. 172. 173. 174. 175. 176. 177. 178. 179. 180. D A C E E C A B C D 181. 182. 183. 184. 185. 186. 187. 188. 189. 190. B E B D D D A B C A 191. 192. 193. 194. 195. 196. 197. 198. 199. 200. D C E B C A D B E C INGLÊS ARTIGOS Tal como em português, em inglês existe o artigo definido (the) e o artigo indefinido (a / an). Usam-se nos seguintes casos: Singular Plural 96 Countable nouns* Mass nouns** Definido The pen The music Indefinido A pen Music Definido The pens -------Indefinido Pens -------- * Countable nouns - Substantivos que se podem contar e que têm plural, por exemplo, bag / bags. ** Mass nouns - Substantivos de grande quantidade ou que não têm plural, por exemplo, homework, butter. Tooth – teech Foot – feet Mouse – mice Louse – lice Ox – oxen, oxes Man – men Child – children Brother-in-law – brothers-in-law A é usado antes de palavras que começam com o som de uma consoante e an antes de palavras que começam com o som de uma vogal. Por exemplo, a telephone, an elephant. Palavras que por seu sentido são “incontáveis”, como líquido, gás, pó, etc. não admitem terminação no plural. Gas sugar cake Water soap toof Coffee hair beer Tea money rain O artigo definido the nunca muda de forma, ou seja, é invariável em gênero e número. Corresponde a o, a, os, as. Singular The boy The girl Plural the boys the girls Omite-se o artigo definido diante de nomes próprio: John is in Rio. Mary speaks Spanish. Com estes substantivos não se empregam os artigos indefinidos, ou números. Usam-se, ao invés, as expressões: Some, a little, a lot, etc. Exceções: The United States. The Soviet Union. The Amazon (o rio e a região) The Argentine (mas: Argentina) GÉNERO Em geral, os substantivos em inglês não identificam géneros. Por exemplo, book não é uma palavra masculina nem feminina. Alguns substantivos definem géneros quando são palavras que se usam para referir especificamente homens e mulheres, ou machos e fêmeas: Não se emprega the com substantivos abstratos, considerados em sentido geral: Honesaty is the best policy. Gold is more valuable than silver. Masculino Actor Monk Hero Boy Dog Omite-se the antes de adjetivos e pronomes possessivos. It is my pen. That pen is mine. O CASO GENITIVO Os artigos indefinidos são: a, an. Diante de palavras iniciadas com som vocálico, usa-se an. O caso genitivo (de posse) é representado por um apóstrofo e s (‘s) ou apenas pelo apóstrofo. O carro de João – John’s car. O livro de Carlos – Charles’ book. Diante de palavras iniciadas com som consonantal, usa-se a. A woman an egg A month an umbrella Nas relações coisa/coisa não se emprega ‘s. Utiliza-se a preposição of. The door of the house. The foot of the bed. SUBSTANTIVOS – FORMAÇÃO DO PLURAL 1) Forma-se o plural da maioria dos substantivos em Inglês, pelo acréscimo de –s ao singular. Singular Plural Pen pens Chair chairs Car cars 2) No entanto, existem grupos de palavras que têm formas irregulares no plural. Às terminadas em s, x, z, ch e sh acrescenta-se es. Mutch – mutches Box – boxes ADJETIVOS Os adjetivos são formados de várias maneiras e não é possível prever, pela sua estrutura, que palavras são adjetivos. No entanto, os seguintes sufixos são, em geral, indicativos de um adjetivo: Sufixo -y -less -ish -ous -able -al -ic -ful Nas palavras terminadas em y precedido de consoante, substitui-se o y por i e acrescenta-se es. Baby – babies Canary – canaries Exemplos Happy Careless Greenish Famous Comfortable Comical Scientific Careful POSIÇÃO Existem três posições principais para adjetivos, embora a regra geral seja o adjetivo preceder o substantivo. Às palavras que terminam em – o - precedido de consoante, acrescenta-se –es. Echo – echoes Tomato – tomatoes Posição Certas palavras terminadas em –f ou –fe, geralmente mudam esta terminação para –ves. Wife – wives Hoof – hooves Alguma palavras têm formas excepcionais no plural. Linguagens e Códigos Feminino Actress Nun Heroine Girl Bitch 97 Descrição Exemplo Antes de um substantivo Atributivo The careful student Como complemento do Predicativo sujeito ou objecto Segue imediatamente o Atributivo colocado substantivo após o substantivo The student is worried I consider him special That is something interesting Relativo Interrogativo Demonstrativo Indefinido - (positivo) Indefinido - (negativo) (post-positive) (1) Muitos adjetivos podem ser colocados em posições atributivas ou predicativas, p. ex: careful. (2) Alguns são só atributivos, p. ex: I felt utter astonishment. (3) Alguns são só predicativos, p. ex: The boys are asleep. (4) Poucos são só atributivos colocados após o substantivo e são usados em situações muito específicas, p. ex: the president elect. PRONOMES PESSOAIS Sujeito 1.ª pessoa Singular Plural 2.ª pessoa Singular Plural 3.ª pessoa Singular masculino Singular feminino Singular neutro Plural COMPARAÇÃO São possíveis três tipos de comparação: ao mesmo grau; a um grau superior; a um grau inferior. Ao mesmo grau - comparativo de igualdade John is as tired as Jill A um grau superior - comparativo de superioJill is more tired than John ridade ou superlativo relativo de superioridaJill is the most tired person de A um grau inferior - comparativo de inferiori- Jill is less tired than John dade ou superlativo relativo de inferioridade Jill is the least tired person As comparações podem ser formadas adicionando -er, -est ao final de um adjetivo, ou utilizando more / less than ou the most / the least. Normal Tall Beautiful Comparativo Taller More beautiful Superlativo Best Worst Farthest Furthest Me Us You You You You He She It They Him Her It Them (1) Existem também as formas arcaicas thy / thine: Thy will be done, Thine is the Kingdom, que não são utilizadas em inglês corrente mas que se encontram no inglês antigo e bíblico. (2) Quando o sexo de uma pessoa não está especificado pode utilizarse his juntamente com her: A student has to maximise his / her chances. Muitas vezes este tipo de frase usa-se no plural para evitar uma estrutura estilisticamente feia: Students must maximise their chances. Número de sílabas Normal Comparativo Superlativo 1 Old Older Oldest 2 Careful More careful Most careful Happier Happiest 2 (acabado em -y) Happy More happy Most happy Narrower Narrowest 2 (acabado em -ow) Narrow More narrow Most narrow Simpler Simplest 2 (acabado em -le) Simple More simple Most simple Cleverer Cleverest 2 (acabado em -er) Clever More clever Most clever Maturer Maturest 2 (acabado em -ure) Mature More mature Most mature 3 Wonderful More wonderful Most wonderful Unhappier Unhappiest 3 (começado em -un) Unhappy More unhappy Most unhappy PRONOMES DETERMINANTES DEMONSTRATIVOS Referência 1.ª, 2.ª pessoas 3.ª pessoa Singular This That Plural These Those PRONOMES INTERROGATIVOS E RELATIVOS Definidos Pessoais ais Sujeito Complemento Genitivo Who, that Whom, that Whose Impessoais Which, that Which, that Não Definidos Pessoais ImpessoWho Whom Which Which O whom é característico do inglês formal e a maior parte dos falantes nativos da língua tende a utilizar o who, excepto em situações muito formais. (1) A maior parte das formas terminadas em -er e -est podem também ser formadas da outra forma, i.e. The more young / younger you are, the more happy / happier you are. No entanto, cada adjetivo tem uma forma que é habitualmente mais usada. Fonte: http://www.universal.pt/dicol/GramIN/GIn65.htm Pronomes interrogativos Estes têm a mesma estrutura de wh- que os pronomes relativos mas são utilizados de forma diferente. PRONOMES Linguagens e Códigos I We Pessoa Pronomes Determinantes Primeira Mine My Segunda Yours Your Singular Terceira masculina His His Terceira feminina Hers Her Terceira neutra -------- Its Primeira Ours Our Plural Segunda Yours Your Terceira Theirs Their GRAUS - REGRAS DE FORMAÇÃO A formação comparativa e superlativa de um adjetivo normalmente dependem do número de sílabas que o adjetivo normal tem. Tipos Pessoal Reflexivo Possessivo Recíproco Objeto / Complemento PRONOMES DETERMINANTES POSSESSIVOS Superlativo Tallest Most beautiful Adjetivos com formas irregulares: Normal Comparativo Good Better Bad Worse Farther Far Further Who, which, that Who, which, that This, these, that, those All, both, every None, neither Definidos: Who is your favourite singer? What is your favourite song? Exemplos I, we Myself, himself My, yours Each other, one another Não Definidos: Which is your favourite singer? (Elvis Presley or Frank Sinatra?) Which is your favourite song? 98 Which é utilizado quando há uma escolha limitada de respostas. PRONOMES INDEFINIDOS Countable nouns* Pessoais Everyone Everybody Someone Somebody Singular Anyone Anybody No one Nobody None All / both Plural Some None 50 Fifty Fiftieth Fiftieth 60 Sixty Sixtieth Sixtieth 70 Seventy Seventieth Seventieth Mass nouns** Impessoais 80 Eighty Eightieth Eightieth Everything All 90 Ninety Ninetieth Ninetieth Something Some 100 A / one hundred A / one hundredth A / one hundredth Anything Any 200 Two hundred Two hundredth Two hundredth 300 Three hundred Three hundredth 400 Four hundred Four hundredth Four hundredth 500 Five hundred Five hundredth Five hundredth 600 Six hundred Six hundredth Six hundredth 700 Seven hundred Seven hundredth Seven hundredth 800 Eight hundred Eight hundredth Eight hundredth 900 Nine hundred Nine hundredth Nine hundredth 1000 A / one thousand A / one thousandth 10.000 Ten thousand Ten thousandth Ten thousandth 100.000 A / one hundred A / one hundred A / one hundred thouthousand thousandth sandth Nothing None None All / both Some None All Some None * Countable nouns - Substantivos (ou pronomes) que se podem contar e que têm plural, por exemplo, Bag / Bags. ** Mass nouns - Substantivos (ou pronomes) de grande quantidade ou que não têm plural, por exemplo, tea, homework, butter. PRONOMES REFLEXOS 1.ª pessoa Singular Plural 2.ª pessoa Singular Plural 3.ª pessoa Singular masculino Singular feminino Singular neutro Plural Myself Ourselves Yourself Yourselves Himself Herself Itself Themselves Cardinal One Two Three Four Five Six Seven Eight Nine Ten Eleven Twelve Thirteen Fourteen Fifteen Sixteen Seventeen Eighteen Nineteen Twenty Twenty-one A / one millionth A / one millionth 1.000.000 A / one billion* .000 A / one billionth A / one billionth PREPOSIÇÕES MONOSSILÁBICAS Ordinal - multiplicativo* First Second / double Third / triple Fourth / quadruple Fifth / quintuple Sixth / sextuple Seventh / septuple Eighth / octuple Ninth Tenth Eleventh Twelfth Thirteenth Fourteenth Fifteenth Sixteenth Seventeenth Eighteenth Nineteenth Twentieth Twenty-first As Down Like On Round With Fracionário A or one half A or one third Fourth Fifth Sixth Seventh Eighth Ninth Tenth Eleventh Twelfth Thirteenth Fourteenth Fifteenth Sixteenth Seventeenth Eighteenth Nineteenth Twentieth Twenty-first Números Cardinal Ordinal - multiFraccionário plicativo 30 Thirty Thirtieth Thirtieth 40 Fourty Fortieth Fortieth At For Near Out Through But From Of Past To By In Off Per Up POLISSILÁBICAS About Against Before Beside Except Opposite Toward(s) Upon Above Along Behind Between Inside Outside Under Within Across Among Below Beyond Into Over Underneath Without After Around Beneath During Onto Throughout Until ADVÉRBIOS Advérbio é uma palavra ou grupo de palavras que descreve ou qualifica um verbo, um adjetivo, um outro advérbio ou uma sentença. Exemplos:  "little" = menos que, não passa de (Advérbio)  Ex: That story is little more than gossip. (Esta história não passa de fofoca.)  "Someday" = algum dia (Advérbio)  Ex: He'll fall in love someday. (Ele irá se apaixonar algum dia.)  "Somehow" = de alguma maneira (Advérbio)  We'll find the solution for this problem somehow. (Nós acharemos * Estas formas só são normalmente utilizadas até octuple. Linguagens e Códigos A / one thousandth 1.000.000 A / one million NUMERAIS Números 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 Three hundredth 99                                         a solução para este problema de alguma maneira.) "Somewhere" = em algum lugar (Advérbio) It's got to be somewhere! (Tem que estar em algum lugar!) "Any" = nenhum (Advérbio) It didn't make any difference. (Não fez diferença nenhuma.) "Anyhow / anyway" = de qualquer maneira (Advérbio) They told them not to do it, but they did it anyhow. (Eles os alertaram para não fazerem aquilo, mas eles o fizeram de qualquer maneira.) "Anywhere" = em qualquer lugar (Advérbio) He can be anywhere. (Ele pode estar em qualquer lugar.) "Nothing" = de nenhuma maneira, nada parecido (Advérbio) His ideas are nothing like mine, but I love him anyway. (As ideias dele não são nem um pouco parecidas com as minhas, porém eu o amo de qualquer maneira.) "Nowdays" = hoje em dia (Advérbio) I'm old and nowadays all I want is peace. (Estou velho e a única coisa que quero hoje em dia é paz.) "Nowhere" = de lugar nenhum (Advérbio) It seemed to come from nowhere, until we discovered its wisdom. (Parecia não ter vindo de lugar nenhum, até conhecermos sua sabedoria.) "All" = tudo (Advérbio) He's got it all! (Ele tem tudo / é demais!) "Most" = mais (Advérbio) Which is the most fascinating, to love or to be loved? (O que é mais fascinante, amar ou ser amado?) "No" = não (Advérbio) Would you like another piece of pie? No, thank you. (Você gostaria de um outro pedaço de torta? Não, obrigado.) "Before" = antes (Advérbio) Haven't we met before? (Nós já não nos encontramos antes?) "After" = depois (Advérbio) I arrived an hour after they did. (Eu cheguei uma hora depois que eles chegaram.) "Too" = muito, além do necessário, conveniente (Advérbio) These shoes are too big for me. (Estes sapatos são muito grandes para mim.) "So" = tão (Advérbio) He was so nervous that he couldn't speak. (Ele estava tão nervoso que não conseguia falar.) "Neither" = nem (Advérbio) I don't speak German. Neither do I. (Eu não falo alemão. Nem eu.) "Enough" = suficiente (Advérbio) Are you confortable enough? (Você está confortável o suficiente?) "Still" = ainda (Advérbio) Are they still here? (Eles ainda estão aqui?) "Yet" = ainda (Advérbio) We haven't done much about it yet, but we will. (Nós não fizemos muito a respeito disso ainda, mas faremos.) "Since" = desde (Advérbio) I saw her last year, but I haven't seen her since. (Eu a vi no ano passado, mas não a vi desde então.) "When" = quando (Advérbio) When are they coming? (Quando eles virão?) I do not like smoking. Do you like smoking? Se vocês estiverem dominando os auxiliares, o restante é fácil. Se necessário, é só ir ao dicionário e procurar qualquer outro verbo existente na língua para construir em cima deles. Todos os tempos verbais nascem deles. TO BE Present form of the verb to be The affirmative I am eu sou, eu estou You are você é, está He is ele é, está. She is ela é, está It is ele é, ela é, está - para objetos We are nós somos, estamos You are vocês são, estão They are eles, elas são, estão The negative I am not - I'm not You are not - you're not, you aren't He is not - he's not, he isn't She is not - she's not, she isn't It is not - it's not, it isn't We are not - we're not, we aren't You are not - you're not, you aren't They are not - they're not they aren't The interrogative Am I? Are you? Is he? Is she? Is it? Are we? Are you? Are they? Past form of the verb to be The affirmative I was - eu estava, eu era You were He was She was It was We were You were They were The negative I was not - I wasn't You were not - you weren't He was not - he wasn't She was not - she wasn't It was not - it wasn't We were not - we weren't You were not - we weren't They were not - they weren't VERBOS Auxiliares O que são os tais dos verbos auxiliares? Eles são a base da língua inglesa. Todos os outros milhares de verbos giram em torno deles. The interrogative Was I? Were you? Was he? Was she? Was it? Were we? Were you? Vocês sabiam que não é possível fazer uma oração negativa ou interrogativa sem usar um deles? Vejam 'do', por exemplo, cuja função é colocar o verbo principal no presente (falar no tempo presente): Eu não gosto de fumar: Linguagens e Códigos 100 Were they? Do 1. 'do' é usado em frases negativas para colocar o verbo principal no presente:  I don't want this - Não quero isto.  I don't think it is important - Não acho que é importante.  I don't go out on Mondays - Não saio nas segundas.  I don't take sugar in my coffee - Não uso açúcar no café.  I don't smoke or drink - Não fumo nem bebo. Obs.: usamos 'do' porque não podemos dizer ' I want not, I think not etc, pois só podemos colocar a partícula 'not' depois de verbos auxiliares. 2. 'do' é usado também em frases interrogativas:  Do you smoke? - Você fuma?  Do you want this?  Do you think it is important?  Do you go out on Mondays?  Do you take sugar in your coffee?  Do you smoke or drink? 3. com 'he', 'she' e 'it' acrescentamos 'es' ao 'do':  She doesn't want this.  Does he think it is important?  'Do' não aparece em frases afirmativas, mas note o seguinte:  They like meat.  He likeS meat  She likeS meat  It likeS meat 2. 3. 4. 5. WOULD Would é o passado de will, e serve-nos da seguinte forma: se no português temos 'gostaria', 'andaria', 'amaria' etc, isto é, sempre que tivermos o sufixo 'ia' depois do 'r', temos 'would' em inglês, assim: I would like to go there = I'd like to  go there - Eu gostar-ia de ir lá.  I wouldn't like to go there.  Would you like to go there? Podemos usar would para fazer pedidos:  Would you give me your address, please?  Você me daria seu endereço, por favor? SHALL CAN Can 'poder' físico e 'poder' mental; ou ainda permissão informal. Poder físico: I can walk - Posso andar; Poder mental: I can speak English - Sei falar inglês; Permissão informal: Can I come in? - Posso entrar? Nas negativas podemos usar can para sugerir proibição: You can not go in there - Você não pode entrar aí. Shall é mais usado no inglês britânico, mas também aparece com certa frequência no americano. Ele é basicamente usado para fazermos sugestões, assim: Shall we stay home tonight? (Que tal ficarmos em casa hoje? - O que você acha?) Yes, let's. (Sim, vamos). Shall I tell him? (Devo dizer a ele? - O que você acha?) ou para oferecermos: Shall I get you a beer? (Aceita uma cerveja?) No, thank you. Repare que, nesses casos, ele é usado somente nas primeiras pessoas. COULD SHOULD Could é geralmente usado como o passado de can:  I couldn't go there - Não pude ir lá.  Could you give me your name? - Poderia me dar seu nome?  I could swim when I was 10 - Eu sabia nadar quando eu tinha 10 anos. DID O passado simples Nas frases afirmativas usamos a segunda coluna da lista de verbos: I went to the cinema last night (Fui ao cinema ontem à noite). você decide fazer algo, então você deve usar will para expressar essa decisão, uma decisão no momento da fala: Ok, ok. I will go with her (Tudo bem, eu irei com ela). Usamos will para falarmos sobre fatos definitivos no futuro: I will turn 39 next June (Farei 39 anos em junho). Will também é usado para fazer ameaças ou enfatizar uma posição: I will not let you use such methods (Não permitirei que você use tais métodos). Usamos will para oferecer: I'll post those letter for you (Colocarei estas cartas no correio para você). Will é usado com if e when: If you study hard, you will pass (Se você estudar bastante, você passará). When I arrive, I will have a cold shower (Quando eu chegar, vou tomar um banho frio). Usamos should como 'deveria', 'deveríamos', etc.  I think you should smoke less - Acho que você deveria fumar menos.  Should I tell her the truth? - Eu deveria (devo) contar a verdade a ela? (O que você acha?) = Shall no Inglês britânico He should not be wearing jeans here - Ele não deveria estar usando jeans aqui. O passado simples é sempre usado com uma referência de tempo: ontem, hoje pela manhã, ano passado etc. May - (Significa 'poder'; negative: may not) 1. Para se pedir permissão, formalmente, usa-se may:  May I come in? - Posso entrar?  No, you may not.  Yes, you may.  Informalmente, deve-se usar can nas situações acima. 2. Quando você quiser falar sobre a possibilidade de que algo venha a acontecer, você também usa may:  It may rain (Pode chover).  I may go there, I am not sure (Talvez eu vá, não tenho certeza).  You may want to know more about can & may. WILL Might - (modal verb negative short form mightn't) Might é o passado de may, e basicamente o usamos da seguinte for- A negativa é formada por didn't + a primeira coluna: I didn't go to the cinema by myself last night (Não fui ao cinema sozinho ontem à noite). A interrogativa: Did you go to the theatre last night? (Você foi ao teatro ontem à noite?) 1. Se você estiver conversando com alguém e durante essa conversa Linguagens e Códigos ma: 101 He said he might come (Ele disse que talvez viesse). Literalmente: Ele disse que poderia vir. Usa-se o presente contínuo para descrever um ato ou evento que está acontecendo NOW, ou agora. Certos verbos não comportam o presente contínuo:  Verbos de emoção: love, want, like, wish, hate, dislike  Verbos de pensamento: feel, realize, understand, know, forget  Verbos de senso: see, hear, smell, taste  Verbos de posse: own, owe, belong, possess  Jack is going to school now.  I’m reading a good book.  They’re coming home right now. Alguns autores citam might como se ele afastasse ainda mais a possibilidade de algo se realizar: I might go, I really don't know (Talvez, talvez eu vá, realmente não sei). Ought to  Ought to é mais forte que should: I do think you ought to speak to your mother about this.  Realmente acho que você deveria falar com sua mãe sobre isso. Must (modal verb neg short form mustn't) 1. Must na afirmativa expressa obrigação, geralmente pessoal: I must finish this work in three days' time (Tenho que terminar este trabalho em três dias). 2. Na negativa must expressa proibição: You mustn't smoke in here (Você não deve fumar aqui - não é permitido). MAS: I want to eat now. Mary sme’lls something burning. As formas interrogativa e negativa são idênticas às do verbo to be. I’m walking Am I walking? I’m not walking. Fonte: http://www.casadoalan.com/Had.html They’re working. Are they working. They aren’t working. ESTUDO ESPECIAL SOBRE VERBOS 1. PRESENTE (Present Tense) He’s sleeping. Is he sleeping? He isn’t sleeping. Presente simples (Simple Present Tense) Forma-se com o infinitivo sem a partícula to. I go I come You go you come We go we come They go they come IMPERATIVO (Imperative) Expressa ordem, comando, súplica, e tem a seguinte forma em inglês: Infinitivo go (sem to) ----------------- Go away! O sujeito you está subentendido. Na 3ª pessoa do singular acrescenta-se –s ao verbo. He goes he comes She goes she comes It goes it comes Forma-se o negativo com o auxiliar do + not. Don’t go away! PASSADO (Past tense) O presente simples expressa ações e eventos que acontecem com certa regularidade ou habitualmente, e é frequentemente acompanhados dos advérbios: Everyday I come to São Paulo Everyday. Always John always comes with me. Usually I usually have lunch aat noon. Often They often goto the movies. Sometimes Frank sometimes goes with them. Rarely I rarely smoke. Never We never eat before six o’clock. Os verbos terminados em ch, sh, s, x, z e y precedido de consoante, seguem as regras de formação do plural dos substantivos. Pass + es Watch + es Push + es Mix + es Buz + es Mas: CARRY = CARRIES PRESENTE CONTÍNUO (Present Continuous Tense) Forma-se com o presente do verbo auxiliar to be e o gerúndio do verbo principal (vero + ing). To be Presente I He She It We You They was was was was were were were He was a student. Jane and I were at school. O negativo e o interrogativo são formados como no presente, colocando-se o verbo antes do sujeito. I was at home yesterday. as I at home yesterday? You were in the car. Were you in the car? John was nor here last night. e were not at movies. Formas contratas: Was not (wasn’t) Were not (weren’t) TO GO I am going You are going He is going She is going It is going We are going You are goling They are going Linguagens e Códigos Passado am is is is are are are PASSADO SIMPLES (Simple Past Tense) 1) Verbos regulares Forma-se o passado da maioria dos verbos em Inglês, pelo acréscimo de –ed ao infinitivo. A mesma forma serve para todas as pessoas. To work – worked 102 I worked You worked He, she, it worked We worked You worked They worked c) nas respostas breves: Is he coming? – Yes, he is. Are you there? – Yes, I am. d) para indicar o tempo: Did John go? Does John go? John has gone. They had left. Tal k – talked Walk – walked Live – lived Watch – watched Os verbos anômalos são: Can – poder – capacidade May – poder – permissãol Must – dever – obrigatório Mightg – poder, poderia (permissão) Could – poderia Should – deveria Would – no condicional Will – no futuro Shall – no futuro para I/we Mas Study – studied Marry – married 2) Porém há um grande número mas devem ser memorizadas: Go Come Eat Drink Have Sit Get Tell See Know Write Give Begin Put Cost Feel Hear Sell de verbos irregulares, cujas forwent came ate drank had sat got told saw knew wrote gave began put cost felt heard sold Estes verbos não mudam de forma e não apresentam a partícula to, com exceção de have to (has to, had to) e ought to. Have to = must Ought to = should O negativo dos verbos auxiliares é formado colocando-se not após o próprio anômalo ou auxiliar. They will go. They will not go. I might leave. I might leave not. O interrogativo dos auxiliares e anômalos é formado pela inversão do sujeito e do verbo. They must come. Must they come? She would do it. Would she do it? Have to forma o interrogativo e o negativo com o auxiliar do/does. He has to go. Does he have to go? Ralph does not have to leave. O interrogativo é formado com o passado do auxiliar do – did, permanecendo o verbo principal no infinitivo. John went home. Did John go home? PASSADO CONTÍNUO (Past Continuous Tense) 1) Assim como o presente contínuo, o passado também é formado com to be e o gerúndio. Observe a conjugação de to be no passado. I was going (gerúndio do verbo to go) You were going He was going She was going It was going We were going You were going They were going Ralph asked me a question. Did Ralph ask me a question? O negativo é formado com did + not (didn’t). I went, but he didn’t go. Mary saw him. He didn’t see her. VERBOS AUXILIARES E ANÔMALOS Os verbos auxiliares são: TO DO PRESENTE To do To be To have PASSADO do Does am Are Is have Has Emprega-se: a) na formação do negativo: I like English. I don’t like English. b) na formação do interrogativo: Fred studies a lot. Does Fred study a lot? Linguagens e Códigos Passado Presente Presente perfeito Passado perfeito did was were had É usado principalmente para indicar ações no passado que continuaram por um tempo indeterminado. A duração precisa destas ações não tem importância. I was walking home. PRESENTE PEFEITO (Present Perfec Tense) O presente perfeito é formado com o presente de to have (has/have), e o particípio passado do verbo principal. To have + to go John has + gone to Europe. Fred has been here before. Emprega-se o presente perfeito para indicar um tempo que se iniciou no passado e que continua até o presente momento. We have lived here for 5 years. (Ainda moramos aqui) É também empregado para indicar uma ação que aconteceu em um tempo indefinido. Ou uma ação indefinida que se repetiu várias vezes no passado. 103 O infinitivo é normalmente precedido de to: I want to go. I asked to leave. I have lost my pen. (não se sabe quando) I have finished reading. I have read that book several times. PRESENTE PERFEITO CONTÍNUO (Present Perfect Continuous Tense) O presente perfeito contínuo é composto do presente perfeito de to be e do gerúndio do verbo principal. He has been working for there hours. I’ve been living since last March. Indica uma ação que começou no passado e continua até agora. Não há diferença de sentido entre esta forma e o presente perfeito. We have lived here for two years. We have been living here for two years. PASSADO PERFEITO (Past Perfect Tense) a) O passada perfeito é composto do passado de to have (= had) e do particípio passado do verbo principal. John had gone before you arrived. b) Interrogativo Had John gone before you arrived? c) O negativo John had not gone before you arrived. O passado perfeito é sempre usado em relação a uma situação ou ação do passado mais recente (às vezes subentendida). Yesterday Mary said that the had seen that movie the dfay before. FUTURE (Future Tense) Normalmente o futuro é formado com o verbo auxiliar will (ou shall nas primeiras pessoas: I/we), seguido do infinitivo do verbo principal sem a partícula to. I will studuy. He will leave. I shall study. He’ll leave. I’ll study. Existe, porém, outro modo de expressar o futuro: empregando-se o presente contínuo de To Go + infinitivo ‘I am going to read. They are going to leave. Esta forma expressa o futuro provável; comunica a intenção ou certeza da pessoa que fala. EXPRESSÕES IDIOMÁTICAS There is/there are Esta expressão é usada para demonstrar a existência de alguma coisa num determinado lugar; corresponde a haver (ou Ter). Há uma mesa no canto. There is a table in the corner. Porém, o infinitivo sem a partícula to é frequentemente usado, principalmente: a) Depois de verbos auxiliares (e anômalos), com exceção de ought, need, have, be. I must go. We ought to call her. He can drive. They have to stay here. b) Depois de make e let. Let me go. c) Depois de verbos de “percepção” I heard her cry. I saw them run. d) Depois de: had better, would rather, but, except. IRREGULAR VERBS Embora os verbos irregulares se constituam numa pequena minoria em relação a todos os verbos existentes na língua, a frequência com que ocorrem é muito alta, o que lhes dá uma importância significativa. São todos de origem anglo-saxônica e se referem predominantemente a ações comuns. Os verbos irregulares do inglês são aqueles verbos que não seguem a regra geral de formação do Passado e do Particípio Passado. A formação do Past e do Past Participle, de acordo com a regra geral, que se aplica a todos os demais verbos, se dá através do sufixo -ed. Portanto, todo verbo que não seguir este padrão, será classificado de irregular. É interessante notar que a irregularidade dos verbos em inglês manifesta-se apenas nas formas do Past e do Past Participle, e não na conjugação dos mesmos, como em português. Os únicos verbos do inglês que têm também uma conjugação irregular são o verbo to be e os verbos auxiliares modais (can, may, might, shall, should, must, etc.). É interessante notar também que, com relação a frequência de ocorrência, o Past é mais importante para o aluno do que o Past Participle. Enquanto que o Past representa uma das estruturas gramaticais básicas, o Past Participle ocorre apenas no Perfect Tense, na formação da Voz Passiva, e na forma adjetivada do verbo. Exemplos: Have you heard the news? - Perfect Tense Toyotas are made in Japan. - Passive Voice English is a widely spoken language. - Adjective Nós aqui classificamos as formas irregulares dos verbos como uma questão de vocabulário, uma vez que as mesmas não interferem na estruturação das frases; e do ponto de vista do aprendizado, o aluno deve assimilar essas formas da mesma maneira que assimila vocabulário. Base Past Past Portuguese Form Tense Participle Translation arise arose arisen surgir, erguer-se awake awoke awoken despertar be was, were been ser, estar bear bore borne suportar, ser portador de beat beat beaten bater become became become tornar-se befall befell befallen acontecer beget begot begotten, begot procriar, gerar begin began begun começar behold beheld beheld contemplar bend bent bent curvar bet bet bet apostar bid bid bid oferecer, fazer uma oferta bind bound bound unir, encadernar, obrigar-se bite bit bitten morder bleed bled bled sangrar, ter hemorragia blow blew blown assoprar, explodir Há dois livros na mesa. There are two books on the table. GERÚNDIO (Gerund) O gerúndio tem forma idêntica à do particípio presente: Gp – going watch – watching Pode ser usado como: 1) Sujeito - Swimming is fun. 2) Objeto - They enjoy watching television. 3) Objeto de preposição - I am tired of working. 4) Complemento de uma frase - Frank’s favorite occupacion is singing. INFINITIVO (Infinitive) To go to work Linguagens e Códigos 104 break broke broken quebrar breed bred bred procriar, reproduzir bring brought brought trazer broadcast broadcast broadcast irradiar, transmitir build built built construir buy bought bought comprar cast cast cast atirar, deitar catch caught caught pegar, capturar choose chose chosen escolher cling clung clung aderir, segurar-se come came come vir cost cost cost custar creep crept crept rastejar cut cut cut cortar deal dealt dealt negociar, tratar dig dug dug cavocar do did done fazer ** draw drew drawn tracionar, desenhar ** drink drank drunk beber drive drove driven dirigir, ir de carro eat ate eaten comer fall fell fallen cair feed fed fed alimentar feel felt felt sentir, sentir-se fight fought fought lutar find found found achar, encontrar flee fled fled fugir, escapar fling flung flung arremessar fly flew flown voar, pilotar forbid forbade forbidden proibir forget forgot forgot, forgotten esquecer forgive forgave forgiven perdoar freeze froze frozen congelar, paralizar get got gotten, got obter ** give gave given dar go went gone ir grind ground ground moer grow grew grown crescer, cultivar have had had ter, beber, comer hear heard heard ouvir hide hid hidden, hid esconder hit hit hit bater hold held held segurar hurt hurt hurt machucar keep kept kept guardar, manter know knew known saber, conhecer lay laid laid colocar em posição horizontal, assentar lead led led liderar leave left left deixar, partir lend lent lent dar emprestado let let let deixar, alugar lie lay lain deitar lose lost lost perder, extraviar make made made fazer, fabricar ** mean meant meant significar, querer dizer meet met met encontrar, conhecer overcome overcame overcome superar overtake overtook overtaken alcançar, surpreender pay paid paid pagar put put put colocar quit quit quit abandonar read read read ler ride rode ridden andar ring rang rung tocar (campainha, etc.) rise rose risen subir, erguer-se run ran run correr, concorrer, dirigir saw sawed sawn serrar say said said dizer see saw seen ver seek sought sought procurar obter, objetivar sell sold sold vender send sent sent mandar Linguagens e Códigos set set set pôr em determinada condição, marcar, ajustar ** shake shook shaken sacudir, tremer shed shed shed soltar, deixar cair ** shine shone shone brilhar, reluzir shoot shot shot atirar, alvejar show showed shown mostrar, exibir shrink shrank shrunk encolher, contrair shut shut shut fechar, cerrar sing sang sung cantar sink sank sunk afundar, submergir sit sat sat sentar slay slew slain matar, assassinar sleep slept slept dormir slide slid slid deslizar, escorregar sling slung slung atirar, arremessar speak spoke spoken falar spend spent spent gastar spin spun spun fiar, rodopiar spit spit, spat spit, spat cuspir spread spread spread espalhar spring sprang sprung fazer saltar stand stood stood parar de pé, aguentar steal stole stolen roubar stick stuck stuck cravar, fincar, enfiar sting stung stung picar (inseto) stink stank stunk cheirar mal strike struck struck golpear, desferir, atacar string strung strung encordoar, amarrar strive strove striven esforçar-se, lutar swear swore sworn jurar, prometer, assegurar sweep swept swept varrer swim swam swum nadar swing swung swung balançar, alternar take took taken tomar ** teach taught taught ensinar, dar aula tear tore torn rasgar, despedaçar tell told told contar think thought thought pensar throw threw thrown atirar, arremessar tread trod trodden pisar, trilhar undergo underwent undergone submeter-se a, suportar understand understood understood entender uphold upheld upheld sustentar, apoiar, defender wear wore worn vestir, usar, gastar win won won vencer, ganhar wind wound wound enrolar, rodar, dar corda write wrote written escrever, redigir DIFERENÇAS IDIOMÁTICAS ENTRE PORTUGUÊS E INGLÊS Ricardo Schutz Atualizado em 12 de junho de 2004 Na linguagem coloquial, nas expressões do linguajar de todos os dias, ocorrem formas peculiares e contrastes acentuados entre os dois idiomas. A dificuldade surge sempre que nos defrontamos com uma expressão idiomática, tanto no inglês quanto no português. São formas que não têm qualquer semelhança com as formas usadas na outra língua para expressar a mesma ideia. Existe correspondência no plano da ideia, mas não da forma. Esta lista de expressões cotidianas e comuns serve como exemplo da necessidade do aprendiz de evitar a todo custo a tendência de fazer traduções mentais. É importante entretanto lembrar que os idiomas não são rígidos como as ciências exatas. Existem normalmente várias maneiras de se expressar uma ideia em qualquer língua; basta ser criativo. Portanto, as formas do inglês aqui usadas não são as únicas possíveis; são apenas as mais comuns e as mais provavelmente usadas por falantes nativos norteamericanos. 105 Os materiais apresentados aqui nesta página não estão na forma de plano de aula; são apenas materiais de referência para consulta, e úteis na elaboração de exercícios e planos de aula. These materials are not lesson plans. They are mainly resource type materials based on contrastive linguistics. "TER" AS TO BE (15) O verbo ter do português é largamente usado, aparecendo muito em expressões do nosso cotidiano e assumindo frequentemente um papel idiomático. O verbo to have, que seria seu correspondente em inglês, tem um uso mais restrito, não aparecendo muito em formas idiomáticas. O verbo to be, por outro lado, cobre em inglês uma grande área de significado, aparecendo em muitas expressões do dia a dia, de forma semelhante ao verbo ter do português. Portanto, muitas vezes ter corresponde a to be, conforme os seguintes exemplos:  Quantos anos você tem? - How old are you?  Você tem certeza? - Are you sure?  Você tem razão. - You are right.  Não tenho medo de cachorro. - I'm not afraid of dogs.  O que é que tem de errado? - What's wrong?  Não tive culpa disso. - It wasn't my fault.  Tivemos sorte. - We were lucky.  Tenha cuidado. - Be careful.  Tenho pena deles (sinto por eles). - I feel sorry for them.  Isto não tem graça. - That's not funny.  Não tenho condições de trabalhar. / Não estou em condições ...     É muito importante o aspecto idiomático quando duas línguas são comparadas em nível de vocabulário. Em português, por exemplo, a saudação matinal mais comum é Bom dia, a qual traduzida ao pé da letra para o inglês, resultaria num insólito Good day, em vez do correto e usual Good morning. Existe uma correspondência perfeita de ideias, mas não nas formas usadas para representar essas ideias. Certas expressões idiomáticas frequentemente citadas não são na verdade muito importantes, porque as ideias que elas representam podem ser facilmente colocadas de outra forma. Outras, entretanto, desempenham um papel de fundamental importância pelo fato de dificilmente poderem ser substituídas, bem como pelo alto grau de cotidianidade e pela frequência com que ocorrem no inglês de native speakers. A maioria das expressões aqui relacionadas são indispensáveis para quem deseja expressar-se de forma adequada em inglês. Quando oportunamente usadas, conferem ao estudante de EFL (English as a Foreign Language) precisão, naturalidade, e uma imagem de quem realmente domina o idioma. Assim como verbos preposicionais, estas expressões devem ser encaradas cada uma como um elemento indivisível; como um novo vocábulo a ser assimilado. Os exemplos abaixo encontram-se agrupados de acordo com os contextos em que ocorrem. CONVENCIONALIDADES EXPRESSIONS OF POLITENESS AND GETTING ACQUAINTED  Prazer em conhecê-lo. - Nice to meet you. / I'm glad to know you. / It's a pleasure to know you. / How do you do.  O prazer é meu. - Nice to meet you too.  Como vai? - How are you? / How are you doing? / How is it going?  Oi, tudo bom? - Hi, how's it going?  E aí, como é que é? - Hey, what's up? (informal greeting)  Há quanto tempo! - It's been a long time.  Quantos anos você tem? - How old are you?  Você tem irmãos? - Do you have any brothers and sisters? I'm not able to work. / I can't work. Ela tem vergonha de falar inglês. - She's too shy to speak Engli- sh. Você tem que ter paciência. - You must be patient. Ele tem facilidade para línguas. / Tem jeito ... - He's good at lan- guages. Este quarto tem 3 metros de largura por 4 de comprimento. - This room is 3 meters wide by 4 meters long. ESTAR DE ... E ESTAR COM ... - PORTUGUESE "ESTAR DE ..." /  A combinação do verbo estar com as preposições de e com é muito comum em português, sendo que os significados que essas combinações representam, podem assumir diferentes formas em inglês, conforme os seguintes exemplos:  Estou com frio. / ... fome. / ... medo. / ... sono. - I'm cold. / ... hun-    "ESTAR COM ..." (19)                   gry. / ... afraid. / ... sleepy.   Estou com vontade de beber uma cerveja. - I feel like drinking a beer. / I'd like to drink ... Estou com pressa. - I'm in a hurry. Estou com dor de cabeça. - I've got a headache. / I have a headache. Está com defeito. - It's out of order. Está com jeito de chuva. - It looks like rain. Ela está com 15 anos. - She is 15 years old. Estou de ressaca. - I've got a hangover. / I have a hangover. / I'm hung over. Ela está de aniversário. - Today is her birthday. / She's celebrating her birthday today. Estou de férias. - I'm on vacation. / ... on holidays. Estou de folga. - It's my day off. Estou de serviço. - I'm on duty. Estou de castigo. - I'm grounded. Estou de saída. / ... de partida. - I'm leaving. Estou só de passagem. / I was just passing by. Estamos de acordo. - We agree. Estou com pouco dinheiro. / Estou mal de dinheiro. - I'm short of money. Está de cabeça para baixo. / Está de pernas para o ar. - It's upside down. Está tudo misturado. - It's all mixed up.                LOCUÇÕES IDIOMÁTICAS COTIDIANAS - IDIOMS Linguagens e Códigos 106 De nada. / Não há de que. / Disponha. / Tudo bem. / Que é isso! / Capaz! - You're welcome. / That's OK. / Not at all. / Don't mention it. / It's my pleasure. Igualmente. - The same to you. / You too. Com licença. / Dá licença. - Excuse me. Como? / O que? (quando não se entende o que o interlocutor disse) - Excuse me? / Pardon? / Beg your pardon? / What? (less polite) Eu já volto. - I'll be right back. Até logo. / Até amanhã. - I'll (I will) see you later (tomorrow). / See you. Como é que foi o fim de semana? - How did you spend the weekend? / How was your weekend? Parece que vai chover. - It looks like it's going to rain. / It looks like rain. Será que vai chover neste fim de semana? - I wonder if it's going to rain this weekend. Tomara que não chova. - I hope it doesn't rain. Faça-os entrar. - Show them in. Fique à vontade. / Esteja à vontade. / Faça de conta que está em casa. / Esteja a gosto. - Make yourself at home. / Make yourself comfortable. Sirva-se. - Help yourself. / Be my guest. / Go ahead. (informal) Você está se divertindo? - Are you having a good time? / Are you enjoying yourself? / Are you having fun? que você achou da festa? - How did you like the party? / What did you think of the party? Não, obrigado; estou satisfeito. / Estou servido. - No, thanks. I'm full. / I've had enough. Saúde! (Quando alguém espirra) - God bless you. / Bless you. Saúde! (Brinde) - Cheers! Pois não? (Que deseja?) - Yes, may I help you? / Can I help you? / What can I do for you? / What can I get for you? Pois não! - Sure! / Of course! (acceding to a request).              Você é que resolve. / Você que sabe. - It's up to you. Por mim, tudo bem. - It's OK with me. Vamos dar uma volta? - Let's go for a walk. / Let's take a walk. / Do you want to go for a walk? / Let's go for a drive. / Would you like to go for a drive? Qualquer um; tanto faz. - Either one. / Whatever. / It doesn't matter. / It doesn't make any difference. / It makes no difference. Pode deixar comigo - I'll take care of it. Me avisa se mudares de ideia. - Let me know if you change your mind. Lembranças. / Abraços. - Regards. / Give my best. Vamos manter contato. - Let's keep in touch. Passe bem. - Have a nice day. Boa viagem! - Have a nice trip! EXPRESSANDO PENSAMENTOS E SENTIMENTOS EXPRESSING THOUGHTS AND FEELINGS  Tenho saudades de ti (você). - I miss you.  Estou com saudades de casa. - I'm homesick. / I miss home.  Tenho muita pena dessa gente. - I'm very sorry for those people.  Acho que sim. - I think so.  Eu acho que não. - I don't think so. / I'm not so sure.  Espero que sim. / Tomara que sim. - I hope so.  Espero que não. / Tomara que não. - I hope not.  Suponho que sim. - I guess so.  Suponho que não. - I guess not.  Claro! Claro que sim! - Sure! / Of course!  Claro que não! - Of course not!  Sem dúvida! / Com certeza! / Certamente! - Definitely! / Without any question!  Isso mesmo. / Exatamente. / É bem assim mesmo. - Exactly.  Pode crer. - You bet.  Por mim, tudo bem. - It's OK with me. CONSOLANDO E TENTANDO AJUDAR COMFORTING AND TRYING TO HELP (13)              Você está bem? / Tudo bem contigo? - Are you OK? Vai ficar tudo bem. / Vai dar tudo certo. - It'll be OK. / It'll be all ri- ght. Veja o lado bom das coisas. - Look on the bright side. Não se preocupe. / Deixa prá lá. / Não importa. - Don't worry. / Never mind.  Não deixe isso te afetar - Don't let it get to you. Te acalma. / Vai com calma. - Take it easy. Felizmente não aconteceu nada. - Fortunately nothing happened. Ainda bem que ... / Graças a Deus … - Thank God … / Good     thing … Não foi tua culpa. - It was not your fault. Pode contar comigo. - You can count on me. / You can lean on    me. Estarei sempre a teu lado. - I'll always be there for you. Coitado. / Coitadinho. - Poor thing. Meus pêsames. - My sympathy.  APROVANDO, FELICITANDO, ELOGIANDO OU CELEBRANDO  APPROVING, PRAISING, CONGRATULATING AND CELEBRATING  Isso mesmo. / Exatamente. / Com certeza. - Exactly. / Absolutely.  Boa ideia! / É uma boa. - Good idea! / Sounds good.  Ótimo! - Great!  Bem lembrado. - Good thinking.          Meus parabéns pelo seu aniversário. / Meus cumprimentos pelo ... - Congratulations on your birthday. Gostei do teu vestido. - I really like your dress. Você está bonita(o). - You look good! / You look great! Consegui! - I got it! / I did it! São e salvo! - Safe and sound! Bom trabalho! - Good job! Ele está se saindo bem. - He's doing all right.          DESCREVENDO PESSOAS DESCRIBING PEOPLE             Ele (ela) é muito simpático(a). / ... é muito legal. - He/she's very nice.     Ela é muito gostosa. - AmE: She's hot. / What a babe! / She's a foxy lady. / She's a looker. / BrE: She's really a nice totty. / She's really stunning. Ela é uma gracinha. / ... bonitinha. - She's cute. Ele é um gostosão. - He's a hunk. / He's hot. Ele está de mau humor hoje. - He is in a bad mood today. Ele está fazendo 30 anos. - He's turning 30. Ele sofre do coração. - He has a heart condition. Ele é uma figura. - He's a real character. Ele é um tremendo cara-de-pau (cara dura). - He's got a lot of gall. / ... a lot of balls. / ... a lot of nerve. Ele é um dedo-duro. - He's a snitch. Ele tem pavio curto. - He hss a short fuse. Ele é um puxa-saco. - He's an ass-kisser. / He's a brownnoser. / He's an apple-polisher. Linguagens e Códigos Ele é um tremendo CDF - He's a nerd. Ele é um chato. - He's a pain. Ele é uma criança muito mimada - He's a spoiled child.     De jeito nenhum! / Não há condições ... / De maneira alguma! - No way! / There's no way ... / By no means. / That's impossible. Deus me livre! - Heaven forbid. / God forbid. Pode parar! / Dá um tempo! - Give me a break! Estou morrendo de fome. - I'm starving. Não aguento mais isto. - I can't stand it. / I can't stand it any longer. / I'm sick and tired of this. / I'm fed up with it. Caí no desespero. - My heart sank. / I sank into despair. Não me sinto à vontade. - I don't feel comfortable. Que vergonha! / Que chato! - What a shame! / How embarrassing! Não adianta. - It doesn't help. / It won't help. / It's no use. / It's no help. Isto não tem lógica; não faz sentido. - It doesn't make any sense. / It's nonsense. Não deixa de aproveitar esta oportunidade. - Don't let this opportunity go by. / Don't let it slip away. Quem não arrisca, não petisca. - Nothing ventured, nothing gained. Não queremos abrir precedente. - We don't want to set a precedent. Nem toca no assunto. - Don't bring it up. Em primeiro lugar, ... - First of all, ... Em último caso, … - As a last resort … Finalmente! / Até que em fim! - At last! Cá entre nós … - Just between you and me, … / Just between the two of us, … Pensando bem… - On second thought … Até certo ponto… - To a certain extent … Na pior das hipóteses, … - If worse comes to worst … / If worst comes to worst … / At worst … Cedo ou tarde… - Sooner or later … Vamos fazer cara ou coroa. - Let's flip a coin. Conto com você. - I'm counting on you. Temos que nos ajudar um ao outro. / ... nos ajudar uns aos outros. - We have to help each other. / We have to help one an- other. Cuidado! - Be careful! / Watch out! Te cuida. / Cuide-se (Numa despedida) - Take care. / Take care of yourself. Opa! (interjeição referente a um pequeno engano ou acidente) - Oops! É a vida… - That's life … PERGUNTANDO OU PEDINDO ASKING  107 Como é que se diz ... em inglês? - What do you call ... in English?           que é que significa ...? - What's the meaning of ...? / What does ...  Tu estás de carro aí? - Are you driving? Me dá uma carona? - Can you give me a ride? / Would you ...? /   Posso te pedir um favor? / Podes me fazer um favor? - May I ask   mean? Will you ...? you a favor? / Can you do me a favor? Me paga uma cerveja? - Will you buy me a beer? Posso te fazer uma pergunta? - May I ask you a question? / Can I ask you something? O que é que está acontecendo por aqui? - What's going on in here?     Como assim? / O que é que você quer dizer com isso? / que é que você está querendo dizer? - What do you mean? / What are you talking about? / What are you trying to say? Como é que se escreve? - How do you spell it?               LAMENTANDO, ARREPENDENDO-SE OU DESCULPANDO-SE DECLINING, REGRETTING AND APOLOGIZING  Que tal numa outra ocasião ...? - Maybe some other time.            Que pena que tu não me contaste isto antes. / É uma pena ...! / É lamentável … - Too bad you didn't tell me this before. / What a pity ...! / What a shame ...! É tarde demais. - It's too late. Foi tudo em vão. - It was all for nothing. Desculpa pelo atraso. - Sorry for being late. / Sorry I'm late. / Sorry to be late. Não faz mal. - That's all right. / No problem. Não é minha culpa, eu fiz o melhor que pude (possível). - It's not my fault, I did my best. / ... , I did the best I could. Não tive a intenção de te magoar. - I didn't mean to hurt you. A culpa foi minha. - It was my fault. Eu estava só brincando. - I was just kidding. / I was joking. Você deve desculpar-se. - You should apologize. Não me arrependo. / Não estou arrependido. - I don't regret it. / I'm not sorry.       INFORMANDO OU COMENTANDO  INFORMING OR MAKING COMMENT  Nasci em 1965. - I was born in 1965.  Nós estávamos passeando. - We were taking a walk. / We were walking around. / We were going for a drive. / We were driving.                  Normalmente vou para a escola a pé, mas às vezes meu pai me leva. - I usually walk to school but sometimes my father drives me. Meu pai vai para o trabalho de carro. - My father drives to work. Não tenho nada para fazer. - I don't have anything to do. / I've got   nothing to do.  Não choveu anteontem mas é capaz de chover depois de amanhã. - It didn't rain the day before yesterday but it might rain     the day after tomorrow Eu pratico inglês, dia sim dia não. - I practice English every other day. Ele não vem hoje. - He isn't coming today. Isto não vale a pena. - It's not worth it. / It isn't worthwhile. Nada mais justo. - Fair enough. Eu continuo tentando, ainda não desisti. - I'm still trying, I haven't  given up yet.  Até agora, tudo bem. - So far, so good. Você tem que pagar até o fim do mês. - You have to pay by the   end of the month. / ... before the end of the month. A secretária está atendendo o telefone. - The secretary is answering the phone. / ... is on the phone ... O vendedor está atendendo um cliente. - The salesman is helping a customer.  O Dr. Bishop não está atendendo pacientes porque está participando de uma conferência. - Dr. Bishop isn't examining patients   because he's attending a conference. / Dr. Bishop isn't seeing patients ... / Dr. Bishop isn't attending to patients ... Estou precisando ir ao médico (dentista). - I need to see a doctor (dentista). Linguagens e Códigos Vou cortar o cabelo. - I'm going to get a haircut. / I'm going to get my hair cut. Aquilo lá são livros. - Those are books. Tem uma pessoa aí que quer falar contigo. - There's somebody (someone) who (that) wants to talk (speak) to (with) you. Agora é a tua vez. - Now it's your turn. Eu trabalho por conta própria. - I work for myself. / I work on my own. / I'm self employed. Eu me machuquei. - I hurt myself. Eu gosto de andar de pés descalços. - I like to walk barefoot. Eu gosto de tomar banho de mar. - I like to go swimming in the ocean. Te deste conta de que o custo de vida está cada dia mais alto? - Did you realize that the cost of living is getting higher every day? Ele está namorando minha irmã. - He's dating my sister. Cá entre nós, … - Just between the two of us, … Extra-oficialmente. - Off the record. Só para lembrar … - Just for the record … / Just as a reminder … Não sobrou nada. - There's nothing left. No mínimo … - At least … / At the least … No máximo … - At most … / At the most … Meio a meio. - Fifty-fifty. / Half and half. É meio caro. - It's kind of expensive. Na maioria das vezes. - Most of the times. Na maior parte do tempo. - Most of the time. No mais tardar. - At the latest. quanto antes. - As soon as possible. Quanto tempo tu levaste daqui a Porto Alegre? - How long did it take you to get from here to Porto Alegre? Levou uma hora e meia para a gente chegar lá. - It took us an hour and a half to get there. Isto não funciona. - It doesn't work. / It's out of order. telefone está ocupado - The line is busy. / The phone is busy. O relógio está atrasado/adiantado. - The watch is slow/fast. O barulho está muito alto. - The noise is too loud. Fiquei conhecendo teu irmão ontem. - I met your brother yesterday. Você conhece o Rio de Janeiro? - Have you ever been to Rio de Janeiro? / Did you ever go to Rio? Eu conheço ele de vista. - He looks familiar to me. Ele deveria estar aqui às 8 horas. - He was supposed to be here 8 o'clock. O cachorro é para ser o melhor amigo do homem. - Dogs are supposed to be man's best friend. Ele tem um carro novo em folha (zerinho). - He has a brand new car. Fiquei preso num engarrafamento de trânsito. - I was caught in a traffic jam. Vamos ficar sem gasolina. - We are going to run out of gas. Estacionamento proibido. - No parking. Furei um pneu. - I got a flat tire. Quanto mais tu estudas, mais aprendes. - The more you study, the more you learn. A gente combina isso amanhã. - Let's talk about it tomorrow. / Let's make all the arrangements tomorrow. / We can settle this tomorrow. Nem eu. / Eu também não. - Me neither. / I don't either. / Neither do I. Melhor não arriscar. - Better not take any chances. Não queremos correr nenhum risco. - We don't want to take any chances. / We don't want to gamble. / ... to take a risk. / ... to run a risk. Você tem que reconhecer a firma deste documento. - You must have this document notarized. Ele foi pego em flagrante. - He was caught red-handed. Não te esquece de puxar a descarga depois de fazer xixi (mijar). - Don't forget to flush the toilet after you pee (take a piss). RECLAMANDO E EXIGINDO, CRITICANDO E REPREENDENDO, 108  INSULTANDO OU PRAGUEJANDO COMPLAINING AND DEMANDING, REPRIMANDING AND CRITICIZING, INSULTING OR CURSING  que há contigo? - What's the matter with you?  De que você está reclamando?! - What are you complaining about?!  O que é que você quer dizer com isso?! - What do you mean (by that)?!  Qual é a lógica? - What's the point?  Isso não faz (nenhum) sentido! - It doesn't make (any) sense!  Seja objetivo. - Get to the point.  Isso não é da tua conta. - This is none of your business. / Mind your own business. / This doesn't concern you.  Não se meta nisso. - Stay out of it.  Não me incomoda! / Não enche o saco! - Don't bother me!  Me deixa fora disso. - Leave me out of this.  Me deixa em paz! - Leave me alone.  Larga do meu pé! / Me larga de mão! - Get off my back!  Deixe-me ir. - Let me go.  Cala a boca! - Shut up!  Para com isso! - Stop that! / Stop it! / Cut it out!  Chega! / Basta! - That's enough!  Cai fora! - Get lost!  Rua! - Out!  Que feio! / Tenha vergonha! - Shame on you! Veja como fala! - Watch your tongue! / Watch your language!  Que decepção! - What a disappointment!  Que nojo! - How disgusting! / That's gross!  Ele furou a fila. - He cut in line.  Isto não fica bem. - That's not nice.  Não acho graça nisso. - I don't think that's funny.  Isso não é justo. - That's not fair.  Está me achando com cara de bobo? - Do I look like a fool?  Eu me sinto prejudicado. - I feel cheated / I feel like life has cheated me.  Não tenho nada para lhe agradecer. - Thanks for nothing.  Fui enganado. / Fui logrado. - I was ripped off.  Fui injustamente acusado. - I was falsely accused.  Que sacanagem! / Que golpe baixo! - What a dirty trick!  Que sacanagem! / Que azar! - What a let down!  Não tire conclusões precipitadas. - Don't jump to conclusions.  Guarda tuas coisas e arruma teu quarto. - Put your things away and clean up your room.  Seu burro! - You, stupid!  Bem feito! - It serves you right. / You asked for it.  Filho da puta! - Son of a bitch! / You bastard!  Essa não cola! - I don't buy that!  Que saco! / Que droga! - That sucks! / What a pain! / What a drag!  Droga! / Merda! - Damn it! / Shit!  Vai à merda! Te fode! - Fuck you! / Fuck yourself!  Porra! - Fuck!  Isto me deixa puto da cara! - It really pisses me off!  Isso me deixa louco! - It drives me crazy!  Não discute! - Don't argue.  Depressa! / Anda logo! - Hurry up! EXPRESSANDO SURPRESA EXPRESSING SURPRISE (12)  Adivinha! - Guess what!  É mesmo!? - Oh, really?! / Is that right?  Não me diga! ... - You don't say! / Don't tell me!  Não acredito! ... - I can't believe it!  Tá brincando! ... - No kidding! / You must be joking!  Fiquei de boca aberta. / Fiquei de queixo caído. - I was shocked. / I was taken aback. / I was left speechless. / My chin dropped.  Levei um susto. - I got scared.  Foi uma grande surpresa. - It came as a complete surprise.  Você está falando sério? - Are you serious? / Do you mean it?  Prá que!? - What for!?  Puxa! / Mas que barbaridade! / Meu Deus! / Minha nossa! - Oh my God! / Jesus Christ! / My goodness! / Holy cow!  Puta merda! - Holy shit! INTERJEIÇÕES (REAÇÕES EXPONTÂNEAS DE LINGUAGEM) INTERJECTIONS (UNCONTROLLED LINGUISTIC REACTIONS THAT EXPRESS EMOTION)  Ah ... bom, aí já é diferente ... - Oh! That's different. (surprise caused by understanding)  Ah, tá, agora eu entendo - Aha, now I understand! (mild surprise caused by a discovery or recognition)  Nossa! Olha só! - Wow! Look at that! (great surprise, admiration and approval caused by something exciting)  Ufa! Que dia...! - Phew, what a day! (expressing relief after a tiring, hard or dangerous experience)  Ai ai ai! Que má notícia! - Oh no! That's really bad news. (dismay, bad surprise)  Iiii, aí vem tua mãe. - Uh-oh, here comes your Mom. (alarm, dismay, concern, or realization of a small difficulty)  Ôpa! Derramei o leite. - Oops! (Whoops!) I've spilled the milk. (mild embarrassment caused by a small accident)  Ai! Machuquei meu pé. - Ouch! I've hurt my foot. (sudden pain)  Ei! O que que você está fazendo?! - Hey! What are you doing? (call for attention)  Eka, que nojo! - Yuck! That's disgusting. (expressing rejection or disgust)  Tá bom, vamos fazer assim. - Okay, let's do it. (acceptance and agreement)  Tudo bem, já vou fazer. - All right, I'll do it. (agreement and obedience)  Mm hmm, também acho. - Uh-huh, I think so too. (affirmative opinion)  Alô, quem fala? - Hello, who's speaking? (on the telephone)  Oi, como vai? - Hi! How are you? (greeting)  Olá, meu amigo. - Hello, my friend. (greeting) MARKETING E VENDAS MARKETING    MENOSPREZANDO OU DESCONSIDERANDO  DESPISING OR DISREGARDING  Sei lá. / Não faço ideia - I have no idea. /I got no idea. / How should I know?       E eu com isso? Não ligo para isso, não estou nem aí! / Não dou a mínima. (indiferença, desprezo) - I don't care. / I don't give a damn.      / What's that to me? E daí? ... (em tom de desafio) - And so what? / Who cares? Não importa; não quer dizer. - It doesn't matter. / No problem. Eu não me importo. (não me ofendo) - I don't mind. Deixa prá lá; não liga para isso; esquece. - Never mind. / Forget   it. Linguagens e Códigos Grande coisa! - Big deal! 109 Correspondência comercial. - Business writing. / Business letters. Os clientes não estão fazendo muitos pedidos. - The customers are not placing many orders. O vendedor está atendendo um cliente. - The salesman is helping a customer. Propaganda é a alma do negócio. - It's all marketing. / It pays to advertise. O cliente vem sempre em primeiro lugar. / O cliente sempre tem razão. - The customer is always right. Encontrar um denominador comum. - Find common ground. Está à venda. / Vende-se. - It's up for sale. / For sale. Em liquidação. / Em promoção. - On sale. / Clearance. Remarcado em 20% - 20% off. É uma barbada. / É uma pechincha. - It's a good deal. / It's a real bargain. Fiz uma boa compra. - I got a good deal. É um roubo. - It's a rip-off.             Fui roubado. - I got ripped off. Cheque sem fundo. - Bad check. / Bounced check. / Rubber   Cheque pré-datado. - Post-dated check. Condições de pagamento - Terms of payment. A prazo / Em prestações / No crediário - In installments. De entrada / Como sinal - As a down payment. restante / O saldo - The remaining balance / The balance. Pagar à vista, em dinheiro. - Pay cash. Pagar adiantado. - Pay in advance. No atacado / A preços de atacado - At wholesale. / At wholesale  STUDYING No varejo / A preços de varejo - At retail / At retail prices. Participação de mercado - Market share.  check.                            Normalmente vou a pé para o trabalho, mas quando chove vou de carro. - I usually walk to work, but when it rains I drive. / ... I Ele ganha 1.000 dólares por mês. - He makes a thousand dollars a month. Hoje é dia de pagamento. - Today's payday. A secretária está atendendo o telefone. - The secretary is anVocê pode deixar um recado na secretária eletrônica. - You can leave a message on the answering machine. ating. Os trabalhadores estão planejando fazer greve. - The workers are planning to go on strike. A/C (aos cuidados de). - C/O (care of). Linguagens e Códigos Estou fazendo um curso de graduação. - I'm going to undergra- duate school. Estou fazendo um pós-graduação. / ... um mestrado. - I'm going to graduate school. Ele está fazendo (estudando) economia. - He's majoring in economics. / He's studying economics. Temos que decorar o diálogo. - We have to memorize the dialog. Fiz um exame e me saí bem. - I took an exam (test) and did well. Eu me saí bem em todas as matérias. - I did well in all subjects. / ... in all my classes. / ... in all my courses. Tirei uma nota boa. - I got a good grade. Vai cair na prova. - It'll be on the test. Ele colou no exame. - He cheated on the test. Ele falta muito às aulas - He misses class a lot. Ele gosta de matar aula. - He likes to skip classes. / ... to cut classes. No final do semestre cada aluno deve fazer um trabalho. - Each student must write a paper (an essay) at the end of the semester. Você já entregou o seu trabalho? - Did you already hand in (turn in) your paper? professor distribuiu a bibliografia a ser usada no semestre. - The professor handed out the bibliography for the semester. Eu me formei na PUC. - I graduated from PUC. Fiz um estágio na ... - I did an internship at ... Fiz um mestrado em ... - I did my master's in ...      swering the phone. / ... is on the phone. Favor informar - Please let me know Ela está encostada no INPS. / ... de licença para tratamento de saúde. - She's on sick leave. sindicato não está cooperando. - The (labor) union is not cooper- this semester.    take my car. Não vou poder assistir à reunião hoje de tarde. - I won't be able to attend the meeting this afternoon. / I'm not going to be able ... / I'm not able ... / I can't ... Proibida a entrada de pessoas estranhas ao serviço. - Personnel only. / Unauthorized entry prohibited. O horário de trabalho (expediente) é das 8 às 12. - Working hours are from 8 to 12. Após o horário de expediente … - After working hours. / After hours. Durante o horário comercial. - During business hours. Tenho que fazer hora extra. - I have to work overtime. O horário de verão nos EUA vai de abril a outubro. - Daylight saving time in the US is from April to October. Faltam dois dias para eu entrar em férias. - I'll go on vacation (holidays) in two days. / There are two days left before I go on vacation. Está faltando alguém? - Is anybody missing? Está faltando dinheiro no mercado. - There is a shortage of money in the market. Faz dois anos que eu trabalho aqui. - I've been working here for two years. Eu trabalhava num banco, antes. - I used to work for a bank. Fiquei sabendo que ele foi demitido. / Ouvi dizer que ... - I heard he was fired. / ... he was dismissed. / I was told that he was ... Um novo gerente será contratado. - A new manager will be hired. Quem manda aqui sou eu! - I'm the boss around here! Preencha a ficha (formulário) de inscrição. - Fill out the application form. Ele está de plantão. / Ele está de serviço. - He's on call. / He's on duty. Ele está aqui a serviço. / ... a negócios. - He's here on business. Vou tirar uma folga amanhã. - I'm going to take a day off. Ele vai se aposentar. - He's going to retire. Ela está de licença. - She's on leave. Estou fazendo um curso de inglês. / Estou tomando aulas de inglês. - I'm taking an English course. / I'm taking English lessons. Estou fazendo faculdade. - I'm going to college. Estou fazendo 4 cadeiras neste semestre. - I'm taking 4 courses   prices.    sistema de previdência social está quebrado. - The social security system is bankrupt.  NO TRABALHO   ers must punch their time cards. NOS ESTUDOS AT WORK  Já foi providenciado. - It's been taken care of. Todos os funcionários devem bater o cartão-ponto. - All the work-       VOCABULÁRIO INGLÊS - PORTUGUÊS LISTA COMPLETA DAS 850 PALAVRAS DO INGLÊS BÁSICO About - Angry – Animal - - Acerca de, sobre, a respeito de. - Conta, relação, cálculo. - Ácido. - Através de, por, de um lado a outro. - Ação, ato, auto, escritura - Adição, aumento, acréscimo. - Adaptação, ajuste, acordo. - Admirável. - Anúncio, aviso, reclame (comercial). - Depois, após, em seguida. - Outra vez, novamente, de novo. - Contra, em oposição a. - Concórdia, ajuste, convênio, pacto. - Ar, aparência, aspecto. - Todo, todos, tudo, completo, perfeito. - Quase, aproximadamente, pouco mais de. - Entre (vários), no meio de. - Quantidade, soma, montante, total. - Divertimento, recreação, passatempo. - E. - Ângulo, esquina, canto, ponto de vista. - Raivoso, irritado, indignado, zangado. - Animal, fera. Answer Ant Any - - Resposta, réplica. - Formiga, - Algum, qualquer, quaisquer, todo, toda; todo Account - Acid - Across - Act - Addition Adjustment – Admirable Advertisement - After - Again Against Agreement Air Ali = Almost Among Amount Amusement And Angle - 110 Apparatus Apple Approval Arch Argument Arm Army Ah As At Attack Attempt Attention Attraction Authority Automatic Awake Baby Back Bad Bag Balance Ball Band Base Basin Basket Bath Be Beautiful Because Bed Bee Before Behaviour Belief Bell Bent Berry - Between Bird Birth Bit Bite Bitter Black Blade Blood Blow Blue Board Boat Body Boiling Bone Book Boot Bottle Box Boy Brain Brake Branch Brass Bread Breath Brick Bridge Bright - e qualquer, - Aparelho, maquinismo, aparato, - Maça - Aprovação, sanção, ratificação. - Arco, abóbada celeste. - Argumento, discussão, raciocínio, razões. - Braço; pata, membro anterior dos mamíferos. - Exército; multidão, hoste, legião. - Arte; perícia, habilidade, destreza. - Como, quanto, qual. - Em, para, junto a, á, ás, ao, aos, até no, na. - Ataque, investida, assalto, agressão, ofensa. - Tentativa, experiência, esforço. - Atenção, cuidado, cortesia, fineza. - Atração; atrativo; simpatia, encontro. - Autoridade; poder, domínio, - Automática, mecânico, maquinal. - Acordado, alerta, vigilante, atento. - Criancinha de peito, bebê, nené, o caçula. - Dorso, atrás, costas, lombo, espáduas, parte traseira. - Mau, ruim; perverso, malvado. - Saco, bolsa, saco de viagem, maleta. - Balanço, equilíbrio, estabilidade. - Bolsa, globo, esfera, projétil. - Cadarço, bando, orquestra. - Base, fundamento, pedestal, alicerce. - Bacia, vasilha, lago artificial. - Cesto, cesta, obra trançada. - Banho; banheira. - Ser, estar, existir, acorrer, acontecer, permanecer, - Belo, lindo, formoso, admirável, magnífico. - Porque, por causa de. - Cama, leito; canteiro. - Abelha. - Antes, diante, á frente, na dianteira. - Procedimento, comportamento, conduta. - Fé, crença, credo, confiança. - Campainha, sino, sineta, guizo. - Curvo, torto, curvatura; inclinação. - Frutinha, baga, grão (de café)- Entre (dois), no meio de (duas pessoas ou coisas). - Pássaro, ave. - Nascimento, estirpe, linhagem - Bocado, pedaço, pouco, pouquinho. - Mordedura, dentada; picada. - Amargo, amargoso. - Preto, negro; escura, tenebroso - Lâmina, gume, folha (de faca), navalha. - Sangue, raça; sumo, laços de sangue. - Golpe, pancada; sopro; murro, sopapo. - Azul, roxo (diz-se da pele) triste, abatido, nervoso, - Prancha, tábua, comissão, cartão, papelão - Lancha, barco, bote, embarcação. - Corpo, sociedade; cadáver; tronco - Fervente, fervura, escaldante, - Osso, ossadas, espinha de peixe. - Livro, tomo; caderno - Bota, botina; caixa, porta-malas. - Garrafa, frasco, vidro. - Caixa, guarita, cabana, boleia, sopapo bofetão, - Menino, garoto, rapaz, moço; filho - Cérebro, juízo, entendimento, inteligência. - Breque, freio, trava. - Ramo, bifurcação, filial, subdivisão, ramal, agência. - Latão, bronze, placa sepulcral de bronze. - Pão, alimento, sustento, hóstia. Linguagens e Códigos Broken Brother Brown Brush Bucket Building Bulb Bum Burst Business But - Butler Button By Cake Camera Canvas Card Care Carriage Cart Cat Cause Certain Chain Chalk Chance Change cheap Cheese Chemical Chest Chief Chin Circle Clean Clear Clock Cloth Cloud Coal Coat Cold Collar Colour Comb Come Comfort Committee Common Company Comparison Competition Complete Complex Condition Connection Conscious Control Cook Copper Copy Cord Cork Cotton Cough Country 111 - Fôlego, respiração, sopro, hálito. -Tijolo, tablete, pastilha, ladrilho. - Ponte, jogo de cartas (bridge) - Brilhante, perspicaz, luminoso, polido. Quebrado, fraturado, despedaçado, acidentado - irmão; amigo intimo, companheiro. - Castanho, pardo, moreno, trigueiro. - Escova, pincel, broxa. - Balde, vaso de metal. - Edifício, construção. - Globo, bulbo. - Queimadura. - Explosão, estouro. - Negócio, ocupação. - Mas, exceto, apenas. - Manteiga. - Botão. - Por, com, em. - Bolo, pastel. - Máquina fotográfica. - Lona, brim encorpado. - Cartão, baralho. - Cuidado, cautela. - Carruagem, transporte. - Carroça, carreta. - Gato. - Motivo, causa. - Cerro, exalo. - Corrente, cadeia. - Giz. - Ocasião, "chance", oportunidade. - Mudança, variação. - Barato, ordinário. - Queijo. - Químico. - Peito, caixão, arca. - Chefe, principal. - Queixo. - Circulo, giro. - Limpo, asseado. - Claro, asseado. - Relógio de parede. - Pano, tecido. - Nuvem, nevoeiro. - Carvão, hulha. - Casaco, camada. - Frio. - Colarinho, gola. - Cor. - Pente, crista. - Vir, chegar. - Conforto. - Comissão, junta. - Comum, público - Companhia, sociedade. - Comparação. - Rivalidade, concurso. - Completo, parteiro. - Complexo, complicado. - Condição, estado. - Ligação, conexão. - Cônscio, convicto. - superintendência, controle. - Cozinheira. - Cobre. - Cópia, exemplar. - Corda. - Rolha, cortiça. - Algodão, tecido. - Tosse. - Província, roça, pais. Cover Cow Crack Credit Crime Cruel Crush Cry Cup Current Curtain Curve Cushion Cut Damage Danger Dark Daughter day Dead Dear Death Debt Decision deep Degree Delicate Dependent Design Desire Destruction Detail Development Different Digestion Direction Dirty Discovery Discussion Disease Disgust Distance Distribution Division Do Dog Door Doubt Down Drain Drawer Dress Drink Driving Drop Dry Dust Ear Early Earth East Edge Education Effect Egg Elastic Electric End Engine Enough Equal Error - - Capa, coberta, tampa, talhar. - Vaca. - Fenda, racha, estalo. - Crédito, reputação. - Crime, delito. - Cruel, terrível. - Esmagamento, choque. - Grito, choro. - xícara, chávena. - Corrente, correnteza - Cortina, bastidor. - Curve, volta. - Almofada, coxim - Golpe, cone, cortado. - Dano, perda, indenização - Perigo, risco. . - Escuro, sombrio. - Filha - Dia. - Mono, inerte. - Querido, caro. - Mona, óbito. - Divida, débito. - Decisão, resolução. - Fundo, profundo. - Grau, classe. - Delicado, esmerado. - Dependente, anexo. - Desenho, modelo, intenção. - Desejo, vontade. - Destruição. - Particularidade, detalhe. - Desenvolvimento. - Diferente, divergente. - Digestão. - Direção, instrução. - Sujo, imundo. - Descobrimento, revelação. - Discussão, altercação. - Doença, enfermidade. - Desgosto, repugnância. - Distância, intervalo. - Distribuição. - Divisão, repartição. - Fazer, efetuar. - Cão, cachorro. - Porta, entrada. - Dúvida, incerteza. - Baixo, embaixo, para baixo. - Escoadouro, drenagem. - Gaveta - vestuário, traje, vestido. - Bebida, gole. - Direção, impulso. - Gota, queda. - Seca, enxuto. - Pó, poeira. - Ouvido, orelha. - Cedo, precoce. - Terra, globo terrestre. - Leste, oriental. - Borda, gume, canto. - Educação, ensino. - Efeito, consequência. - Ovo. - Elástico. - Elétrico. - Fim, conclusão. - Máquina, locomotiva. - Bastante, suficiente. - Igual, proporcionado. - Erro, engano, pecado. Linguagens e Códigos Even Event Ever Every Example Exchange Existence Expansion Experience Expert Eye Face Fact Fall False Family Far Farm Fat Father Fear Feather Feeble Feeling Female Fertile Fiction Field Fight Finger Fire First Fish Fixed Flag Flame Flat Flight Floor Flower Fly Fold Food, Foolish Foot For Force Fork Form Forward Fowl Frame Free Frequent Friend From Front Fruit Full Future Garden General Get Girl Give Glass Glove Go Goat Gold Good Government 112 - Ainda que, pleno, lisa - Acontecimento, desfecho. - Em qualquer tempo, já. - Cada, todos. - Exemplo, por exemplo. - Câmbio, troca, bolsa. - Existência, vida. - Expansão, dilatação - Experiência, prática. - Perito, técnico. - Olho, vista. - Rosto, aspecto. - Fato, acontecimento. - Queda, outono. - Falsa, fingido, postiço. - Família, parentesco. - Longe, ao longe. - Fazenda, roça. - Gordo, corpulento, banha. - Pai, padre. - Medo, susto. - Pena, pluma. - Fraco, débil. - Tato, sensação. - Fêmea, feminino. - Fértil, fecundo. - Ficção, fábula. - Campo, acampamento. - Combate, peleja. - Dedo da mão. - Fogo, incêndio. - Primeiro, primitivo. - Peixe. - Fixo, cerro, determinado. - Bandeira, estandarte. - Chama, labareda. - Canto, plano, moradia. - Vôo, fuga. - Pavimento, Soalho. - Flor. - Mosca. - Dobra, curral. - Alimento, comida. - Tolo, irrisório. - Pé. - Para, par, porque. - Força, vigor, violência. - Garfo, forquilha. - Forma, modelo. - Adiante, para diante. - Ave, galináceo. - Moldura, estruture, aro, - Livre, grátis. - Frequente, assíduo - Amigo, protetor. - De, do, da perto de. - Frente, fachada, testa. - Fruta. - Cheio, repleto. - Futuro, vindouro. - Jardim. - Geral, universal. - Obter, tornar-se, vir. - Moça, menina. - Dar, conceder. - Vidro, copo, óculos. - Luva. - Ir, andar, viajar, mover-». - Cabra, caprino. - Ouro. - Bom, benigno. - Governo, poder. Grain grass Great Green Grey Grip Group Growth Guide Gun - Hair - Hammer Hand - Hanging - happy Harbour Hard Harmony Hat Hate Have He Head Healthy Hearin Heart Heat Help Here High History Hale Hollow Hook Hope Horn Horse Hospital Hour House How Humour IIce Idea lf ill important impulse In Increase Industry Ink Insect insensible instrument Insurance interest Invention Iron island Jelly Jewel Join Joumey Judge Jump Keep Kettle Key Kick Kind - - Grão, semente, bago. - Capim, erva. - Grande, grandioso. - Verde, fresco. - Cinzenta, grisalho. - Garra, abrangimento. - grupo. - Crescimento, aumento. - Guia, condutor. - Espingarda, canhão, revólver. - Cabelo, pêlo, crina. - Martelo, malho. - Mão, talho de letra. - Suspenso, pendurado. - Feliz, propicia. - Porto de mar, praia. - Duro, difícil. - Harmonia - chapéu. - Ódio, aborrecimento - Ter, haver. - Ele, aquele - Cabeça, diretor. - Sadio, são. - Ação de ouvir, audiência. - Coração. - Calor, ardor. - Auxilio, socorro. - Aqui, neste lugar. - Alto, elevado. - História, crônica. - Buraco, orifício. - Oco, côncava. - Gancho, farpa. - Esperança, expectativa. - Chifre, trombeta. - Cavalo. - Hospital. - Hora. - Casa, residência. - Como, quanto. - Humor, gênio - Eu. - Gelo, sorvete. - ideia, pensamento. - Se, ainda que. - Doente, mal. - importante. - Impulso, sugestão. - Em, a, entre. - Aumento, incremento. - Indústria, atividade. - Tinta. - inseto. - insensível - Instrumento, ferramenta, - Seguro, garantia - Interesse, pane, juros. - invenção. - Ferro, ferro de engomar. - ilha. - Geleia. - Jóia, preciosidade. - União, adesão. - Viagem, jornada. - Juiz, árbitro. - Salto, pulo. - Segurar, conservar, guardar, preservar - Chaleira, caldeira. - Chave, tom, clave. - Coice, pontapé. - Amável, amigável. Linguagens e Códigos Kiss Knee Knife Knot Knowledge Land Language Last Late Laugh Law Lead Leaf Leaming Leather Left Leg Let Letter Level Library Lift Light Like Limit Line Linen Lip Liquid List Little Living Lock Long Look Loose Lass Loud Lave Low Machine Make Male Man Manager Map Mark Market Married Mass Match Material May Me Meal Measure Meat Medical Meeting Memory Metal Middle Military Milk Mind Mine Minute Mist Mixed Money Monkey Month 113 - Beijo, ósculo. - Joelho. - Faca. - Nó, nó de madeira, - Conhecimento, ciência, - Terra, terreno, país. - Língua, idioma. - Ultimo, passado. - Tarde, atrasado - Riso, risada. - Lei, regra, jurisprudência. - Chumbo. - Folha (de árvore ou de livro)- Ciência, instrução. - Couro, pele. - Esquerdo. - Perna. - Deixar. - Letra, cana - Nível, altitude, plano. - Biblioteca - Levantamento, elevador. - Luz, lampião. - Semelhante, parecido. - Fronteira, limite. - Linha, risco, fileira. - Linho, roupa branca. - Lábio, beiço - Liquido, umidade - Lista, catálogo, - Pequeno, pouco. - Vivo, vida. - Fechadura. - Longo, comprido, - Aspecto, aparência, olhar - Solto, livre - Perda, desaparecimento. - Alto, estrondoso. - Amor, afeição. - Baixo, degenerado. - Máquina. mecanismo. - Fazer, fabricar, contribuir. - Macho, masculino. - Homem, varão, ser humano. - Diretor, gerente. - Mapa, carta geográfica. - Marca, sinal. - Mercado, praça. - Casado. - Massa, conjunto - Fósforo. - Material, corporal - Poder (verbo auxiliar de possibilidade)- Me. eu - Refeição, farinha. - Medida, regra. metro - Carne. - Medicinal, médico - Reunião, sessão. - Memória, recordação - Metal. - Meio, centro - Militar, militares - Leite - Mente. pensamento. - Mina. caverna. - Minuto. - Neblina, revoa. - Misturado, turvo. - Dinheiro, moeda. - Macaco - Mês. Moon Morning Mother Motion Mountain Mouth Move Much Muscle Music Nail Name Narrow Nation Natural Near Necessary Neck Need Needle Nerve Net New News Night No Noise Normal North Nose Not Note Now Number Nut Observation Of Off Offer Office Oil Old On Only Open Operation Opinion 3pposite Or Orange 3rder Organisation Ornament Other Out Oven Over Owner Page Pain Paint Paper Parallel Parcel Pan Past Pasta Payment Peace Pen Pencil Person - - Lua. - Manhã. - Mãe. - Movimento, moção. - Montanha. - Boca, embocadura. - Mudança, movimento. - Muito, bastante. - Músculo - Música, peça musical. - Unha, prego. - Nome, reputação. - Estreito, apertado - Nação, nacionalidade. - Natural, originário - Próximo, peno. - Necessário, preciso. - Pescoço, gargalo. - Necessidade, falta. - Agulha, ponta - Nervo, coragem - Rede. - Novo, recente. - Novidades, noticias. - Noite - Não, nenhum, nada. - Ruído, barulho. - Normal, regular. - Nona, setentrional. - Nariz, focinho. - Não, nem. - Nota, apontamento, nota musical. - Agora, presentemente. - Número, algarismo. - Noz, porca (de Parafuso). - Observação, atenção. - De. - Longe, distante, livre. - Oferecimento, oferta - Escritório, oficio. - Óleo, azeite. - Velho, antigo. - Sobre, em, em cima. - Somente, único. - Aberto, livre, - Operação, atividade. - Opinião. - Oposto, fronteiro. - Ou. - Laranja, cor de laranja. - Ordem, comando. - Organização, companhia. - Ornato, enfeite. - Outros, outro. - Fora, para fora, - Forno. - Sobre, por cima. - Dono, possuidor - Página. - Dor, sofrimento. - Pintura. - Papel, jornal. - Paralelo. - Pacote, porção - Parte, quinhão - Passado, último. - Massa, grude, pastel, - Pagamento, recompensa. - Paz. - Pena, redil. - Lápis. - Pessoa, personagem. Linguagens e Códigos Physical Picture Pig Pin Pipe Place Plane Plan: Plate Play Please Pleasure Plough Pocket Point Poison Polish Political Poor Porter Position Possible Pot Potato Powder Power Present Price Print Prison Private Probable Process Produce Profit Property Prose Protest Public Pull Pump PunishmentPurpose Push Put Quality Question Quick Quiet Quite Rail Rain Range Rat Rate Ray Reaction Reading Ready Reason - Receipt - Record Red Regret Regular Relation Religion Representative Request Respect Responsible Rest - 114 - Físico, corporal, - Pintura, quadro, filme. - Leitão, parco, - Alfinete, agulha, - Cano, tubo, cachimbo. - Lugar, sitio, colocação - Plaina, plano - Planta, fábrica. - Prato, chapa - Jogo, brinquedo, divertimento - Faça o favor - Prazer, deleite, agrado. - Arado - Bolso, algibeira. - Ponta, ponto, lugar. - Veneno - Graxa, lustre, educação - Político. - Pobre, mísero. - Carregador, porteiro. - Posição, estado, situação - Possível, - Panela, jarra. - Batata. - Pó, pólvora, - Poder, força, - Presente, atual, - Preço, recompensa, - impressão, gravura - Prisão. - Privado, secreto - Provável. - Processo. - Produto, fornecimento. - Ganho, lucro, proveito. - Propriedade, bens. - Prosa, - Protesto, - Público, povo, - Puxão, sacudidela, - Bomba (de água ou ar). - Punição, castigo - Intento, propósito. - Empurrão, soco - Pôr, colocar, empregar. - Qualidade. - Pergunta, problema. - Vivo, ágil, ligeiro. - Quieto, pacifico. - Inteiramente. - Trilho, bitola, corrimão. - Chuva. - Fila, extensão, curso - Rato. - Preço, taxa, razão, velocidade. - Raio. - Reação, oposição. - Leitura, revisão ,interpretação. - Pronto, expedido, disposto. - Razão, causa, motivo. - Recibo, recebimento. - Recorde, registro, disco - Vermelho, encarnado. - Pesar. sentimento, arrependimento - Regular, exalo, pontual. - Relação, ligação, Parentesco. - Religião, culto. - Representante, deputado. - Pedido, solicitação, indagação. - Respeito. - Responsável, encarregado. - Repouso, resto, restante. Reward Rhythm Rice Right Ring River Road Rod Roll - Root Room Root - Rough Round Rub Rule Run Sad - Safe - Sail Salt Same Sand Say Scale School Science Scissors Screw Sea Seat Second Secret Secretary See Seed Seem Selection Self Send Sense Separate Serious Servant Sex Shade Shake Shame Sharp Sheep Shelf Ship Shirt Shock Shoe Short Shut Side Sign Silk Silver Simple Sister Size Skin Skirt Sky Sleep Slip slope 310w Small - - Recompensa, compensação. - Ritmo, compasso - Arroz. - Direito, justa, mão direita. - Anel, circulo, argola. - Rio, correnteza. - Caminho. estrada. - Vara. bastão, bordão. - Rolo, cilindro, pão redondo. - Telhado, abóbada, teto. - Quarto, espaço, lugar. - Raiz, fundamento. - Desigual, áspero, geral. - Redondo, ao redor. - Fricção, esfregadura. - Regra, norma, governo - Corrida, curso, marcha. - Triste, melancólico. - Salvo, livre, seguro. - Vela de navio, navegação. - Sal. - Mesmo, idêntico. - Areia, areal. - Dizer, afirmar, afirmação. - Medida, balança, escala. - Escola, aula, colégio. - Ciência, sabedoria. - Tesoura. - Parafuso. - Mar, oceano. - Assento, cadeira. - Segunda (número dois). - Secreto, misterioso. - Secretário. - Ver, olhar, perceber - Semente, sementeira. - Parecer, aparentar. - Escolha, seleção. - Mesmo, mesma, próprio, Própria. - Mandar, enviar - Razão, significação, sentido. - Separado, apertado. - Sério, grave. - Criado, criada. - Sexo, gênero. - Sombra, obscuridade. - Abalo, sacudidela. - Vergonha, ignominia. - Afiado, atilado, em ponto. - Carneiro, ovelha. - Estante, prateleira. - Navio, embarcação. - Camisa (homem). - Encontro, choque, abalo. - Sapata, calçado - Curto. - Fechado, cerrado. - Lado, flanco. - Sinal, marca, Placa. - Seda, fio de seda. - Prata. - Simples, singelo. - irmã. - Tamanho, calibre - Pele, couro, casca. - Saia, fralda. - Céu, firmamento. - Sono, descansa. - Escorregadela, descuido. - Declive, ladeira. - Vagaroso, lento. - Pequeno, miúdo. Linguagens e Códigos Smash Smell Smile Smoke SmoothSnake Sneeze Snow So soap Society Socks Soft Solid Some Son Song Sort Sound soup South Space Spade Special Sponge Spoon Spring Square Stage Stamp Star Start Statement Station Steam Steel Stem Step Stick Sticky Stiff Still Stitch Stockings Stomach Stone Stop Store Story Straight Strange Street Stretch Strong Structure Substance Such Sudden Sugar Suggestion Summer Sun Support Surprise Sweet Swim - System Table Tail Take Talk Tall - 115 - Choque, falência, despedaçamento. - Cheiro, olfato, fragrância. - Sorriso. - Fumo, fumaça. - Liso, plana. - Cobra, serpente. - Espirro. - Neve. - Assim, portanto, deste modo. - Sabão, sabonete. - Sociedade, comunidade - Meias curtas. - Mole, macio. - Sólido, firme, verdadeiro. - Algum, algumas, um pouco de. - Filho. - Canto, canção. - Qualidade, sorte - Som, ressonância. - Sopa, caldo. - Sul, meridional - Espaço, extensão, área. - Pá, escavadeira. - Especial. - Esponja. - Colher. - Mola, primavera, salto, fonte. - Quadrado, praça, retângulo. - Cena, plataforma, tablado. - Selo, estampilha, carimbo. - Estrela, asterisco, condecoração. - Começo, principio. - Exposição, relatório. - Estação, sitio, paragem. - Vapor, fumo, exalação. - Aço. - Tronco, haste, cabo, cano. - Passo, pegada, rastro. - Pau, vara, bengala. - Viscoso, meloso - Teso, rijo, áspero. - Ainda, todavia. - Ponta, costura. - Meias (compridas) - Estômago. - Pedra, caroço. - Parada, pausa, ponto final. - Loja, armazém, fornecimento. - História, narração, conto. - Direito, rato, em frente, justo. - Estranho, alheio, esquisito. - Rua. - Extensão, alcance. - Forte, robusto - Edifício, construção - Substância, matéria. - Tal, semelhante, igual. - Repentino, súbito. - Açúcar. - Sugestão, proposta - Verão, estio. - Sol. - Sustento, apoio. - Surpresa, admiração - Doce, agradável - Natação. - Sistema, método - Mesa, tábua, tabela. - Cauda, aba, rabo, - Tomar. - Conversação, discurso - Alto, grande, Taste Tax Teaching Tendency Test Than That The Then - Theory - There Thick Thin Thing This Though Thought Thread Throat Through Thumb Thunder Ticket Tight Till - Time - Tin Tired To Toe Together Tomorrow Tongue Tooth Top Touch Town Trade Train Transport Tray Tree Trick Trouble Trousers True Turn Twist Umbrella Under Unit Up Use Value Verse Very Vessel View Violent Voice Waiting Walk Wall War Warm -. Wash Waste Watch Water Wave Wax Way - - Gosto, sabor - imposto, taxa. - Ensino, ensinamento. - Tendência, propensão, - Prova, exame. - Que, do que, - Esse, essa, aquele, que - O, a, os, as. - Então, naquele tempo, pois, - Teoria. - Ai, ali, lá, - Espesso, denso, grosso. - Fino, delgado, magro, - Coisa, abjeto - Este, esta, isto. - Posto que, ainda que. - Pensamento, juízo - Linha, fibra. - Garganta, goela. - Através de, mediante, - Dedo polegar. - Trovão. - Bilhete. - Apertado, firme, - Até, até que. - Tempo, vez, compasso, - Estanho, lata. - Cansado. - Para, para que. - Dedo do pé, artelho. - Junto, juntamente. - Amanhã. - Língua, linguagem - Dente. - Cume, alto, cimo, - Toque, contato. - Cidade. - Comércio, oficio. - Trem, cauda, séquito. - Transporte, condução. - Bandeja, tabuleiro - Árvore. - Truque, manha, fraude. - Perturbação, embaraço. - Calças. - Verdadeiro, exato. - Volta, giro, passeio. - Torcedura, falseamento, o tecer, - Chapéu de chuva, guarda-chuva. - Embaixo, debaixo. - Unidade. - Em cima, acima, para cima. - Uso, utilidade. - Valor, preço - Verso, poesia. - Muito. - Vaso, navio. - Opinião, vista, perspectiva. - Violenta. - Voz, voto. - Esperando, servindo. - Andar, passeio, - Parede, muro - Guerra. - Quente, morno. - Lavagem, limpeza. - Refugo, gasto. - Relógio de bolso. - Água - Onda, oceano. - Cera. - Caminho, modo, maneira. Linguagens e Códigos Weather Week Weight Well - - Tempo, clima. - Semana. - Peso, carga. - Bom, bem, sadio. Cognato Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Cognatos são palavras que têm, etimologicamente, uma origem comum. Como um adjetivo, a palavra cognato não se limita a palavras, e significa, de uma forma geral, de mesma origem. Frequentemente, o termo é utilizado para destacar pares de palavras de duas línguas que têm origem comum, grafias idênticas ou semelhantes, mas que evoluíram de forma diferente, total ou parcialmente, quanto ao significado. Falsos cognatos são palavras de grafias semelhantes mas que tem origem distintas. O conceito falso cognato tem sido difundido erroneamente no Brasil comopalavras semelhantes em duas línguas, mas de sentidos diversos. Essa definição é errada porque duas palavras semelhantes de sentidos diversos podem ser cognatos legítimos, por terem a mesma origem, mesmo que tenham significados distintos. Assim, é preferível significados utilizar os conceitos de heterossemânticos ("com distintos"), cognatos enganosos, falsos amigos ou falsos conhecidos para esse propósito. O conceito de falsos amigos foi estabelecido em 1928 pelos linguistas franceses Maxime Koessler e Jules Derocquigny no livro Les Faux-Amis ou Les trahisons du vocabulaire anglais. O elemento mais importante no processo de modificação é o conteúdo semântico, precisamente a cadeia significante>significado” que “nos permite compreender [...] o conflito entre essas duas facetas da palavra. Existem dois tipos principais de falsos amigos: os estruturais e os lexicais. Os falsos amigos estruturais são estruturas gramaticais, de modo especial sintácticas [...], que apesar de possuírem uma semelhança exterior, essa não se verifica no sentido e ou uso . Os exemplos mais típicos são os tempos verbais cujo uso varia segundo a forma dos verbos: por exemplo, transitivos directos em português em vez de indirectos em outras línguas e vice-versa. Discurso direto e discurso indireto no inglês Discurso direto: Neste discurso repetimos as palavras exatas do locutor: Ex: He said: “I am going to Paris tomorrow.”/Ele disse: “Eu estou indo para Paris amanhã.” Ex2: He said: “I won’t go to the party today.”/ Ele disse: “Eu não irei para festa hoje.” Discurso indireto: Neste discurso são utilizadas nossas próprias palavras. Ex: He said he was going to Paris next day. / Ele disse que estava indo para Paris no próximo dia. Ex2: They saides they would speak with the director of highschool./Eles disseram que falariam com o diretor do colégio. Transformando discurso direto em indireto: Transformar discurto direto em indireto depende muito do verbo indtrodutório (no caso dos exemplos acima eram “He said”). Caso este verbo esteja no presente (S. Present, Present Continuous, S. Future…), não é preciso alterar o verbo principal. Ex: He says: “I am tired.”/ Ele diz: “Eu estou morto.” He says he is tired./ Ele diz que está cansado. Ex2: She says: “You is fat.” / Ela diz: “Você é gordo.” She speaks I am fat./ Ela diz que eu sou gordo. Caso o verbo introdutório estiver no passado (S. Past, Past Continuous, S. Conditional, etc) é preciso fazer alterações no verbo principal. Ex: He said: “I am tired.”/ Ele diz: “Eu estou cansado.” He said he was tired./ Ele disse que ele estava cansado. 116 Ex2: John said: “I love Mary.”/ John disse: “Eu amo Mary”. John said he loved Mary. Confira algumas alterações que ocorrem: No verbo principal:  Direto: S. Present >> Indireto: S. Past (She said: “I am beutiful.”/ She said she was beutiful.”)  Direto: Present continuous >> Indireto: Past Continuous (He said: “I am playing soccer.”/ He said he was playing soccer.)  Direto: Present Perfect >> Indireto: Past Perfect (He asked: “Have you ever been to Lodon?”/ He asked if he has been ever to London.)  Direto: S. Past >> Indireto: Past Perfect (He said: “I bought the book yesterday.”/ He said he has bought the book yesterday.)  Direto: Past Continuous >> Indireto: Past Perfect  Direto: S. Future >> Indireto: S. Conditional  Direto: S. Conditional >> Indireto: Conditional Perfect  Direto: Future >> Indireto: Conditional  Direto: Can >> Indireto: Could  Direto: May>> Indireto: Might INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS TEXTO 1 Water is perhaps man's most important natural resource. He needs it for drinking and home uses, for agriculture, for the power to rum his machines, and even for boating, fishing and relaxation. But usable water is not as abundant as de demand for it has been. For centuries men have fought each other over their rights to use springs, streams, and rivers which are so essential to life. Because the earth's water supply is not distributed evenly, ore area suffers from floods while another is parched and dried up and still another enjoys ideal conditions. Much of man's energy has been spent in diverting rivers and streams and digging wells and canals. Unfortunately, man has not been very successful in his efforts to redistribute his water supply evenly. Man's efforts to control water were not always successful. Although wonderful progress was made in some areas, such as when desert regions became, green and fertile, in other areas great harm was dome. The delicate balance of nature is upset by lowering water levels or by polluting rivers with industrial wastes. Sometimes the whole climate of an area is affected by water changes. In earlier centuries, man satisfied his needs by living only were water was abundant. If the land became damaged, he would go to a better location. Hydrologists have already discovered many possible ways to help the earth's water problems, but a practical application of many of them is not yet possible, mainly because of the expense. Vocabulary resource = recurso century = século to flight = lutar, combater evenly = uniformemente, igualmente flood = inundação parched = ressequido, tostado spring = fonte, primavera, mola espiral although = apesar de, não obstante harm = dano, prejuízo main = principal EXERCÍCIOS DE INTERPRETAÇÃO I. 1) a) b) c) Choose the right translation: For centuries men have fought each other over their rights to use springs, streams and rivers. Durante séculos os homens lutaram sobre seus direitos para usar as fontes, correntes e rios. Por séculos, os homens lutaram pelos seus direitos em usar as fontes, correntes e rios. Durante séculos os homens lutaram pelos seus direitos de usar fontes, correntes e rios. Linguagens e Códigos 2) a) b) c) 3) a) b) c) d) 4) a) b) c) d) IIa) b) c) d) e) f) g) h) i) Unfortunately, man has not been very successful in his efforts to redistribute his water supply evenly. Infelizmente, os homens não foram bem sucedidos em seus esforços para redistribuir seu provisionamento de água com igualdade. Infelizmente, os homens não foram muito bem sucedidos nos seus esforços para redistribuir sua provisão de água uniformemente. Infelizmente, o homem não foi bem sucedido no seu esforço para redistribuir a sua provisão de água igualmente. Although, wonderful progress was made in some areas, in others great harm was done. Apesar de que um maravilhoso progresso foi feito am algumas áreas, em outras foi feito um grande benefício. Apesar de que, em algumas áreas um grande progresso foi feito, em outras foi feito um grande dano. Apesar de que um maravilhoso progresso foi obtido em algumas áreas, em outras um grande dano foi feito. Apesar de que um grande progresso foi feito em determinadas áreas, em outras um grande prejuízo foi feito. If the land became damaged, he would move to a better location. Se a terra fosse danificada, ele se mudaria para um lugar melhor. Se a terra ficasse prejudicada, ele mudaria para uma localidade melhor. Se a terra ficasse arruinada, ele mudaria para uma localidade melhor. Se a terra ficasse estragada, ele mudaria para um lugar melhor. Compreensão - Write "T" (True) or "F" (False) in the parentheses. The text says that: Mans most important resource is water. ( ) Usable water is as abundant as the demand for it has been. ( ) Springs, streams, and rivers are not so emential to life. ( ) Man has been successful in redistributing his water supply evenly. ( ) Man's efforts to control water were not always successful. ( ) The climate of an area is not affected by water changes. ( ) In earlier centuries man lived only where water was abundant. ( ) In earlier centuries man moved to wherever the land was damaged. ( ) Earth's water problems are easily helped by the hydrologist's discoveries. ( ) I- 1) 2) 3) 4) b c c b II- RESPOSTAS a) T b) F c) F d) F e) T f) F g) T h) F i) F TEXTO 2 Jupiter is unlike the Earth in almost every way. Astronomers used to think that it was made of a central rocky core, surrounded by a layer of ice over which lay a deep, dense atmosphere. Nowadays it is thought more probably that the whole globe is made up of gas, though near the middle of the planet this gas is so dense that it starts to behave in a most curious way. At any rate, the surface, which we see through our telescopes, is certainly made up of gas. There is a great deal of hydrogen, some of which has combined with other materials to form unpleasant compounds such as ammonia and marsh gas. It is quite clear that no life can exist there; not only is the atmosphere poisonous, but Jupiter is so far from the Sun that it is always very cold. the surface details are always changing, and indeed Jupiter never looks the same for long a time. the most famous marking on Jupiter, and the only ore that seems to haw lasted for more than a hundred years, is the Great Red Spot, a tremendous patch 30,000 miles long. Nobody knows quite what is it. It may be a semi-solid body floating in Jupiter's atmosphere, but it still remains very much of a mistery. Vocabulary core = núcleo, centro layer = camada to lay = por, colocar 117 to behave = comportar-se at any rate = de qualquer forma great deal = muito, em grande quantidade marsh = pântano, lodaçal quite = bem, bastante, muito poisonous = venenoso indeed = na verdade, claro to last = durar patch = caminho, extensão EXERCÍCIOS DE INTERPRETAÇÃO I1) a) b) c) d) Escolha a tradução correta: Jupiter is unlike Earth in almost every way. Jupiter é diferente da Terra em quase todos os caminhos. Jupiter é igual à Terra em quase todos os modos. Jupiter é diferente da Terra em quase todos os aspectos. Jupiter é igual à Terra em quase todos os aspectos. 2) Nowadays it is thought more probably that the whole globe is made up of gas. Hoje em dia pensa-se que é mais provável ser o globo inteiro feito de gás. Hoje em dia é pensado ser mais provável o globo inteiro feito de gás. Atualmente pensa-se que é mais provável ser todo o globo feito de gás. Atualmente pensa-se ser mais provável ser o globo todo feito de gás. a) b) c) d) 3) a) b) c) d) It is quite clear that no life can exist there. Está bastante claro que nenhuma vida pode existir lá. Está pouco claro que a vida não pode existir lá. É bem claro que nenhuma vida existe lá. Está claro que nenhuma vida pode existir lá. 4) The surface details are always changing, and indeed Jupiter never looks the same for long a time. Os detalhes da superfície estão sempre mudando e na verdade Jupiter nunca parece o mesmo por tempo longo. Os detalhes da superficie nunca estão mudando e na verdade Jupiter parece sempre o mesmo por um tempo longo. Os detalhes da superficie estão sempre mudando e Jupiter na verdade parece sempre o mesmo por um longo tempo. Os detalhes da superficie estão sempre mudando mas nunca Jupiter parece o mesmo por um longo tempo. a) b) c) d) II1) a) b) c) d) 2) a) b) c) d) 3) a) b) c) d) 4) a) b) c) d) I- Jupiter is unlike the earth in many aspects. Jupiter is like the earth in many aspects. Jupiter isn't unlike the earth in many aspects. Jupiter isn't like the earth in my aspects. Nowadays astronomers think that Jupiter has central rock core, surrounded by a layer of ice. Nowadays astronomers think that Jupiter is made up of gas. Nowadays astronomers think that a dense atmosphere surrounds it. Nowadays astronomers think that Jupiter is made up of a dense law of gas. The Great Red Spot is a tremendous patch 30,000 miles large. The Great Red Spot is a semi-solid body floating in earth atmosphere. The Great Red Spot is a tremendous patch 30,000 miles long. Thee Great Red Spot are not a mistery in Jupiter's atmosphere. Linguagens e Códigos c b a a RESPOSTAS II1) 2) 3) 4) e) b a b c T TEXTO 3 "In dealing with people, statistics should be used with care. A group of people is something like a collection of marbles of all sizes and compositions, and all colors of the rainbow. Try to "average" these marbles, and you come out with nonsense. You can "average" their color by mounting them on a circular disk and rotating it rapidly. the color comes back o dirty gray. But there isn't a dirty gray marble in the lot! People are as distinctive as marbles, and when we attempt to average them we come up with dirty gray "man". Averaging when applied in this careless way to people can be vicious, for we are all unique specimens. Marked variations in normal anatomy are found wherever we look for them. Some of the most far-reaching internal differences involve the endocrine glands, which release different hormones into the blood. These, in turn affect our metabolic health, our appetites for food, drink, amusement and sex, our emotions, instincts and psychological well-being. Our nervous system also shows distinctiveness. For example, on human skin there are tiny area sensitives to cold, other areas sensitive to warmth, stilling others sensitive to pain. A simple experiment shows that these spots - nerve endings - are widely unequal in number, and distributed differently in different individuals. Think then of this world as made up of individuals, each with different inborn characteristic which influence every minute of each life. Every facet of human life is altered by such a view." Vocabulary to deal = lidar, trata care = cuidado marble = bolinha de gude to come out = aparecer, ficar ou tornar-se conhecido, deparar-se to rotate = girar, rodar to average = calcular a média skin = pele tiny = pequena, minúscula nonsense = contra-senso, disparate spot = local dirty grey = cinza-escuro (sujo) to come up = deparar-se careless = descuidado far-reaching = de longo alcance inborn = inato, natural Compreensão The text says that: Jupiter has no life there because it is near the sun. Jupiter is so far from the sun that it has no life there. Jupiter has life there because it isn't very cold. Jupiter has no life there because it is very near the sun. 1) 2) 3) 4) EXERCÍCIOS DE INTERPRETAÇÃO I. 1) a) b) c) 2) a) b) c) 3) a) 118 Choose the right translation: In dealing with people, statistics should be used with care. Ao se tratar com pessoas, estatísticas deverão ser usadas com cuidado. Ao se tratar com pessoas, estatísticas devem ser usadas com cuidado Ao se tratar com pessoas, estatísticas deveriam ser usadas com cuidado. Try to average these marbles, and you come out with nonsense. Tente calcular a média dessas bolinhas e você se depara com contra-senso. Tente calcular a média dessas bolinhas e você descobrirá o contrasenso Tente calcular a média dessas bolinhas e você descobre o contrasenso Averaging when applied in this careless way to people can be vicious for we are all unique specimens. O cálculo da média quando aplicado a pessoas neste modo descuidado pode ser imperfeito, pois somos todos espécimes singulares. b) c) 4) a) b) c) O cálculo da média quando aplicado a pessoas descuidadamente pode ser imperfeito, pois somos todos espécimes singulares. O cálculo da média quando aplicado a pessoas cuidadosamente pode ser imperfeito, pois somos todos espécimes singulares. Marked variations in normal anatomy are found wherever we look for them. Variações observadas na anatomia normal são encontradas onde quer que nelas olhemos. Variações observadas na anatomia normal são encontradas onde quer que procuremos por elas. Variações observadas na anatomia normal são encontradas onde quer que pesquisemos. 5) a) b) c) Every facet of human life is altered by such a view. Toda faceta da vida humana é alterada por tal aspecto. Toda face do ser humano é alterada por tal aspecto. Toda faceta da vida humana é alterada por este aspecto. II1) a) De acordo com o texto: b) c) d) 2) a) b) c) d) 3) a) b) c) d) 4) a) b) c) d) 5) a) b) c) d) EXERCÍCIOS DE INTERPRETAÇÃO As pessoas gostam de colecionar bolinhas de todos os tamanhos e cores. Apesar de muitas tentativas, não se conseguiu obter bolinhas cinzas. Dados estatísticos sobre pessoas precisam ser manejados cuidadosamente. Em média, discos circulares e mesas rotativas são pintados com as cores do arco-íris. As pessoas viciam-se com o homem cinza das bolinhas de gude. Sendo distintos, nós todos somos exemplos inigualáveis, não para sermos experimentados irresponsavelmente. Se aplicado descuidadamente, o jogo de bolinhas do gude torna-se um hábito vicioso. O homem de cabelo cinza é dintinguido porque é um homem do espaço. Se olharmos bem, todos têm marcas diferentes no corpo. Diferenças distintas na anatomia normal são encontradas entre nós. A endocrina é um medicamento de hormônios que alcança profundamente o sangue. Uma recente descoberta sobre pesquisa anatômica lida com divertimentos, sexo e emoções. Algumas partes da pele humana não são sensíveis ao frio, calor e dor. Qualquer parte da pele humana é sensível ao frio, calor e dor. Nossos sistemas nervosos são também individualmente diferentes. Terminações nervosos são aquelas manchas onde não sentimos frio, calor ou dor. Quando pensamos que este mundo é composto de indivíduos distintos todo aspecto da vida humana muda em nossa opinião. Indivíduos nascem neste mundo a todo minuto. Cada indivíduo vive sua própria e independente vida neste mundo. Indivíduos com características diferentes são os que modificam vários aspectos da vida humana. I- 1) 2) 3) 4) 5) b a a b a near them the stone figure of a very strange animal, half-human, half-beast. I later discovered that the strange animal was called the Sphinx, and that the three pyramids, which are a few kilometers from Cairo, were huge monuments built by three different Pharaohs, Cheops, Chephren and Mikerinos. As I grew older, the pyramids Increased in number and the original three became 102, and I also learned that the Sphinx, which is 17 metros high, was not actually built but carved out of a rock in the likeness of Pharaoh Chephren but with a lion's body. I had no idea how big the pyramids were, till one day I read that the Pyramid of Cheops, the largest of all, was 138 meters high. Gradually, I was introduced into the mysterious history of the pyramids ... how they were designed and built with astonishing accuracy thousands of years age for the powerful Pharaohs who wanted to provide safe resting places for themselves when they died ... how they were built by thousands upon thousands of slaves who brought the stones from distant quarries ... and how bandits and robbers, through thee centuries, found the secret passages into them and stole the fabulous aches stored in the burial chambers within. Fortunately not all was stolen or destroyed, and there is still a lot to be discovered. RESPOSTAS II1) 2) 3) 4) 5) c b b c a De acordo com o texto: 1. a) Há mais de cem pirâmdes no Egito. b) Há três pirâmides no Egito. c) Um animal estranho vive perto das pirâmides. 2) a) As pirâmides foram construídas por três faraós. b) A maior das pirâmides têm 138 metros de altura. c) As pirâmides não tem o mesmo tamanho. 3. a) b) c) As três pirâmides mais famosas estão bem perto do Cairo. estão no meio do deserto. estão a muitos quilômetros do Cairo. 4) a) b) c) A Esfinge se parece com um leão. tem a cabeça de Quéfren e o como de leão. é um túmulo muito antigo. 5. a) b) c) Os faraós construíram as pirâmides com perfeição vagarosamente. com muita rapidez. 6. a) b) c) As pedras usadas na construção foram trazidas por escravos. vieram de pedreiras das imediações. foram compradas por fenícios. 7. a) b) c) 8. a) b) c) 9. a) b) c) As pirâmides foram construídas para servir de túmulo aos faraós. simbolizar a riqueza do Egito. guardar o tesouro do estado. Nem tudo o que havia dentro das pirâmides foi levado pelos ladrões. O que os ladrões não puderam roubar, eles destruíram. As pirâmides foram saqueadas por ladrões no século passado. I- TEXTO 4 I don't remember when the Egyptian pyramids were first mentioned to me, or when I first saw them. I may have seen them in a book, or magazine, or in a film when I was very young, and people may have told me a thing or two about them. But what 1 remember is that in the days of my childhood they were three in number, placed in the middle of the desert, and having Linguagens e Códigos A Esfinge foi construída por três faraós. A Esfinge é um animal mitológico. A Esfinge foi esculpida na rocha. 1) 2) 3) 4) 5) a b a b a RESPOSTAS 6) a 7) a 8) c 9) a TEXTO 5 119 5) a The world's first jet-powered Grand Prix car, the Lotus 568, will take part in the Race of Champions at Brands Hatch on Sunday. Emerson Fittipaldi, 23, of Brazil, the Lotus team leader and Europe's first Formula One jet jockey, will be driving the jet car in practice sessions at the Kent circuit today. Mr. C. Chapman, the Chairman of Lotus, said in London yesterday that the jet car had proved faster than the Lotus 72 in test nuns. the Lotus 56B is a direct development of the car built for Jim Clark to drive at Indianapolis in 1968. Jim died in a Formula 2 face and had only tested the car in unofficial practice, but he had described it as "fantastic". "We have yet to see how it performs in races. It is very fast down the straight but slower out of comers" Mr. Chapman said. He added that he thought that as soon as the jet Lotus started doing well in races, protests from other manufacturers would follow. A modified Canadian-built turbo-prop gas turbine is the basis for the engine, transmitting its power to a four-wheel-drive system. The jet car uses aviation kerosene, which is far less inflammable than petrol and therefore is very much safer and reduces the fire risk in the event of a crash. However, it uses far more fuel than the equivalent piston engine and Mr. Chapman said yesterday that the car was better suited to 150-mile than 200-mile races. TEXTO 6 When the bus broke down and the conductor told the gem that they had to change to another bus, Mr. Bond got off and dashed to the railway station. He knew that there was a train at 8:25. the station was only 600 yards away, but Mr. Bond was big and fat, and he arrived at the station only to see his train drawing out of platform 2. His heart sank. There was nothing he could do now but wait for the next train. He waited 20 minutes and when the 8:45 come, Mr. Bond saw to his great despair that it was very crowded. He was furious. He generally reads his newspaper on his way to the office, but this time he couldn't. He had to stand all the way and it was not easy to get off when the train arrived at his destination. He was simply mad! He didn't like to be late, so when he came out into the street he ran as fast as he could. When he opened the door of his office, his secretary was calmly sitting by the window reading a magazine and smoking a cigarette. He stood in the doorway for two or three seconds, his hat on, his silk umbrella in one hand, his briefcase in the other. His eyes were wide open and his face was as white as a sheet. Then, suddenly, without a world, he collapsed to the floor. He was only eight and a half minutes late. EXERCÍCIOS DE INTERPRETAÇÃO EXERCÍCIOS DE INTERPRETAÇÃO Assinale a alternativa que está certa em relação ao texto. Assinale a alternativa que está certa em relação ao texto. 1a) b) c) A Lotus 56B é o carro mais rápido do mundo. o primeiro carro de corrida a jato. chamado "carro Grand-Prix". 2. a) b) c) Jim Clark experimentou um carro a jato antes de morrer. dirigiu a Lotus 56B em Indianápolis. encomendou a Lotus 56B. 3. a) b) c) Jim Clark morreu em Indianápolis. num acidente de corrida. quando experimentava a Lotus 56B. 4. a) b) c) A Lotus 56B tem tração dianteira. tem tração nas quatro rodas. foi construída no Canadá. 5. a) b) c) A Lotus 56B gasta mais combustível que os outros carros. gasta menos combustível que os outros carros. usa o mesmo combustível que os outros carros. 6. a) b) c) A Lotus 56B é melhor em corridas curtas. é melhor em corridas longas. é sempre melhor que os carros de motor a pistão. 7. a) b) c) A gasolina é mais inflamável que o querosene de avião. menos inflamável que o querosene de avião. mais utilizada porque é melhor. 8. a) b) c) Em caso de acidente, não há perigo de fogo na Lotus 56B há mais perigo de fogo do que nos outros carros. há menos perigo de fogo do que nos outros carros. l) a) b) c) Quando o ônibus quebrou, Mr. Bond tomou outro ônibus. decidiu tomar um trem. decidiu ir a pé. 2) a) b) c) Mr. Bond chegou antes da secretária. chegou com quase 9 minutos de atraso. nunca havia chegado atrasado antes. 3) a) b) c) 4) a) b)o c) Mr. Bond queria tomar o trem das 8h 25min. queria tomar o trem das 8h 45min. tomou o trem das 8h 25min. b a b c Linguagens e Códigos 6) 7) 8) d) a a c F o trem estava cheio. trem estava com 20 minutos de atraso. o trem era rápido. 5) a) b) c) 6) a) b) c) Mr. Bond era um homem corpulento. Mr. Bond sofria do coração. Mr. Bond não gostava de esperar. 7) a) b) c) Quando Mr. Bond chegou à estação. o trem já havia saído. o trem estava saindo. o trem estava parado junto à plataforma. Quando Mr. Bond chegou estava muito pálido. tirou o chapéu. não viu a secretária. 1) 2) 3) 4) 5) RESPOSTAS 1) 2) 3) 4) e) T b b a a a RESPOSTAS 6) a 7) b TEXTO 7 The 43-years-old man who received the heart and lungs of a 50-year old woman in a multiple transplant operation two days age is making satis120 factory progress. New York Hospital said yesterday. He is awake and shows no signs of rejection but the risks of hemorrhage, shock, rejection and thrombosis are still great. The operation, which lasted just over three hours, was performed by a team of fourteen doctors led by Dr. C. Lillehei, a pioneer in transplant surgery. The patient, Mr. E. W. Lee, of New Jersey, was suffering from heart failure and a lung disease, which would have been fatal without the Operation. The transplant was made possible because of the similarity of the tissues in the organs of the donor and recipient. The name of the donor, a 50year-old woman who died of brain hemorrhage, was not disclosed. The first heart-and-lung transplant was performed on a two-month-old girl at Houston, Texas, in September, 1969. the child died 14 hours later. The donor was a day-old girl. of all the Bank's services. That was my first contact with the world of finance. I shared my room with a student of economics, and my roommate was a very keen fellow, immersed in his subject. Through him, I soon became acquainted with the basic principles of investment, exchange marketing, import and export, shares and so on. I became so interested in banking that I got a part-time job at my bank. It is now two years since I graduated in statistics, and I am on the permanent staff of the same bank, and doing well! Next month, I am getting married, and you will hardly guess who my bride is to be - none other than the Chairman of the Bank's daughter. EXERCÍCIOS DE INTERPRETAÇÃO Assinale a alternativa que está certa em relação ao texto. EXERCÍCIOS DE INTERPRETAÇÃO Assinale a alternativa que está certa em relação ao texto. la) b) c) Mr. Lee tinha um problema de circulação. Mr. Lee tinha uma inflamação pulmonar. Mr. Lee morreria se não fizesse a operação. 2a) b) c) A operação foi relativamente rápida A operação levou pouco mais de três horas. A operação levou muito mais de três horas. la) b) c) 2a) b) c) 3. a) b) 3a) b) c) O nome do doador não foi revelado. O nome do doador só era do conhecimento de sua família. O nome do doador era Lee. 4a) b) c) A semelhança dos tecidos foi a razão do transplante. não influiu na operação. permitiu que a operação fosse feita. 5a) b) c) 6a) b) A primeira operação de transplante duplo foi realizada em Setembro de 1969. do pulmão foi realizada no Texas. de coração e pulmão foi realizada no Texas. c) 7a) b) c) 8. a) b) c) Apesar de Mr. Lee estar consciente, ainda havia perigo de rejeição. Ontem Mr. Lee já estava muito bem e não havia mais perigo de rejeição. O perigo de rejeição é maior do que o de hemorragia. O receptor morreu no dia seguinte. O doador morreu de hemorragia. O receptor morreu de hemorragia. c) 4a) b) c) 5a) b) c) c b a c RESPOSTAS 5) c 6) a 7) b 8) c TEXTO 8 When I went up to Manchester to study statistic, my father advised me to open a bank account there. "Your money will be safer in a bank than in your pocket or in a drawer", he said. As soon as I found a suitable room near the University, I went to see the manager of the nearest branch of the National Westminster Bank. The manager of our local bank had given me a letter of introduction, and in less than 10 minutes I had opened my first bank account, and was in possession of a check book, a booklet containing a lot of useful information about checks and accounts and another giving details Linguagens e Códigos Fui falar com o gerente do banco no mesmo dia em que arranjei quarto. antes de arranjar um quarto. depois que arranjei um quarto. O gerente foi muito amável e eu abri minha conta em menos de 10 minutos. Abri a conta em menos de 10 minutos porque tinha uma carta de apresentação. A carta de apresentação me foi dada antes de minha vinda para Manchester. Meu companheiro de quarto era esquisito. Meu companheiro de quarto era estudioso. Meu companheiro de quarto era econômico. Meus conhecimentos de estatística facilitaram minha entrada no banco. Meu interesse em economia facilitou minha entrada no banco. Meu interesse em economia me levou a arranjar um emprego no banco. 6a) b) c) Vou casar-me com a única filha do presidente do banco. uma das filhas do presidente do banco. a secretária do presidente do banco. 7a) b) c) Formei-me em estatística há 2 anos. há pouco menos de 2 anos. há pouco tempo. No primeiro transplante de coração e pulmão as meninas eram americanas. os médicos eram americanos. a mais velha foi a receptora. 1) 2) 3) 4) Abri minha primeira conta bancária em Manchester. Antes eu guardava meu dinheiro numa gaveta. Meu pai quis que eu fosse estudar em Manchester. 1) 2) 3) 4) a c b b RESPOSTAS 5) c 6) a 7) a PROVA SIMULADA GERAL The Green Fairy Returns In the 20,000 years or so that humans have been getting pissdrunk, no spirit has earned a worse rap than absinthe. Said to turn mild- mannered imbibers into raving maniacs, it was banned in the US and much of Europe in the early 1900s. (Remember Van Gogh’s ear incident? Some scholars blame the green fairy.) The chemical culprit was thujone, a toxic compound found in the crushed ftowers and leaves of absinthe’s key ingredient, wormwood. Or so we thought. 121 Three years ago, WIRED sent me to meet Ted Breaux, a chemist and microbiologist who had reverse engineered the liquor’s recipe and discovered that there was barely any thujone present (November 2005). During harvest and distillation, he explained, its concentration was reduced to a minuscule five parts per million. Breaux’s research-finaIIy published this spring in the Journal of Agricultural and Food Chemistry - and that WIRED story have helped change absinthe’s image from drug to drink. The US has been slowly peeling away its ban, and in March, the Alcohol and Tobacco Tax and Trade Bureau approved the sale of absinthes that were “thujone free” (containing less than 10 parts per million). To date, there are four brands on US shelves: Lucid (Breaux’s formula), Kubler, Green Moon, and, St. George Absinthe Verte. “The US is lucky in that its first absinthes are high-quality products, distilled from whole herbs,” Breaux says. “In the European market, 80 to 90 percent is industrial junk.” Under the Jade label, Breaux is making his own absinthes in France and trying to get them green-lighted for saIe in the US. “Even at this point, gaining that approval seems to involve more luck than anything,” he says. Luck, and a littIe chemistry. (BRIAN ASHCRAFT - Wired / Aug08) 01. O absinto foi praticamente banido no início dos anos 90, pois (A) levava as pessoas a um estado de inconsciência. (B) era considerado de baixa qualidade. (C) acreditava-se que ele possuía um componente tóxico. (D) era difícil de ser encontrado. (E) era caro e de baixa qualidade. 02. Pesquisas realizadas mostraram que o absinto (A) possui alguns ingredientes suspeitos. (B) é uma bebida e não se trata de uma droga. (C) possui corantes com altos teores tóxicos. (D) possui alto teor alcoólico. (E) é colorido artificialmente. 03. Atualmente a bebida tem uma qualidade melhor (A) No mercado europeu. (B) Na França. (C) Nos Estados Unidos e na França. (D) Nos países asiáticos. (E) Nos Estados Unidos. 04. Assinale a alternativa que apresenta o antônimo da palavra “culprit”, localizada no 1º parágrafo do texto. (A) Outrageous (B) Wired (C) Blameless (D) Lucky (E) Banned The Climber John Slattery ─ actor in just about everything ─ finally rises through the ranks in ‘Mad Men’Veteran TV actor John Slattery spent last year dividing his time between two very different shows about the American íd: Mad Men and Desperate Housewives. One pays well, but the other is the revelation. In AMC’s Mad Men, set in a 1960s Madison Avenue ad agency, vodka-and-milk passes for breakfast, secretaries take alt the wrong kinds of dictation, and the happiness-for-sale modern era is forged. Slattery is Roger Sterling, an aloofly confident boss (“My name’s on the building,” he says) with a taste for everything under the sun ─ except family. As Slattery plays him, you’d love to have a drink (or seven) with the guy. Slattery explains how he pulls it all off . • On simultaneous roles in Mad Men and Desperate Housewives: “I had just bought a house. The Housewives producers said, ‘Do you want to do a year on the show?’ The men don’t get as much interesting material as the women, but it’s watched by, what, 20 million people a week? I had a good year.” • On the fate of his Mad Men character, Roger Sterling: “The last time you see Roger in season one, he has his second heart attack. I said to [creator] Linguagens e Códigos Matt Weiner, ‘What the hell?’ He said, ‘Don’t worry. My uncle had six heart attacks.’ I was like, ‘Okay, right. Fantastic.’’’ • On the Mad Men set: “It’s a lot of props: You’re doing dialogue while lighting cigarettes, dealing with the clothes, pouring drinks ... But my sister could roll a joint while driving a Volkswagen Bug, so I thought, Hell, I can do this.” • On playing a politician with a urine fetish on (yes) Sex and the City: “Sex and the City probably has a lot of alumni with erectile dysfunction or latex fetishes or whatever. We should all compare notes.” (WILL WELCH GQConnects Aug08) 05. Um sinônimo da palavra “aloofly”, na frase: “ Slaterry is Roger Sleting, an alloofly confident boss....”. (A) Attractively (B) Closely (C) Angrily (D) Distantly (E) Arrogantly 06. No texto, John Slaterry conta sobre como foi seu último ano, (A) atuando em dois papéis diferentes. (B) dirigindo e atuando na série “Desperate Housewives”. (C) num trabalho que pagou pouco, mas que lhe proporcionou o prêmio revelação. (D) trabalhando como roteirista na série ”Desperate Housewives” e no filme “Mad Men”. (E) dirigindo e atuando em “Mad Men”. Updata: Bad Blood It “doesn’t look like something you’d want dripping into your veins,” wrote Wil McCarthy in the August 2002 issue of Wired. At the time, he had no way of knowing just how right he was about Hemopure, the artificial blood that seemed so promising. It was universally compatible and had a three-year shelf life (unrefrigerated). But a recent meta - analysis of trials on several substitutes - including Hemopure - contains some gory results. Turns out, the fake bloods scavenge nitric oxide, causing vasoconstriction; patients who get them are 2.7 times more likely to have a heart attack and 30 percent more likely to die. A Journal of the American Medical Association editorial has called for a halt to trials. -KATHARINE GAMMON (Wired, Aug/08) 07. “Hemopure” é um tipo de sangue artificial que (A) Tem vida útil de três anos, quando devidamente refrigerado. (B) Pode ser utilizado em qualquer pessoa, sem restrições de idade. (C) Tem vida útil indefinida, quando devidamente refrigerado. (D) Está sendo utilizado por hospitais, com algumas reservas. (E) Tem vida útil de três anos e atende a todos os tipos sanguíneos. 08. Os pacientes que utilizam “Hemopure” podem apresentar (A) Ausência de problemas cardíacos. (B) Uma recuperação demorada. (C) Sintomas de vaso contrição. (D) Baixos índices da substância “óxido nítrico”. (E) Uma recuperação mais rápida. 09. A palavra “gory” pode ser substituída por: (A) Scary. (B) Efficient. (C) Terrific. (D) Promising. (E) Interesting. Twistable Stretchable Computers RESEARCHERS KEEP making computer chips smaller and faster, but John Rogers is trying to make chips that can be “stretched, compressed, folded and twisted in different funny ways”. A team led by Rogers, a professor of materials science at the University of Illinois, demonstrated a few years ago that bonding ultrathin strips of silicon-a brittle and fragile materialto ribbons of rubber could make silicon stretchable. Recently, the team has built working chips that can be folded like a sheet of paper but also stretched like a rubber band. 122 “A different way to structure and package the circuits enables these properties. We are now in a position to build very sophisticated high performance circuits”, says Rogers. His chips, 50 times thinner than a human hair, may come in handy in ultralight and foldable laptops or futuristic “newspapers” made of flexible displays. Rogers’s group is currently focusing on biomedical applications. Along with neurologist Brian Litt of the University of Pennsylvania, they are developing stretchable patches that can monitor the brains of epilepsy patients. “You cannot put a solid computer inside a body”, says Litt, but these bendable circuits are different. “The technology has the potential to revolutionize biological devices”. (Texto Newsweek, Abril 2008 - Ana Elena Azpurua) 10. O texto comenta sobre um trabalho apresentado há alguns anos atrás, na Universidade de Illinois. Esse trabalho demonstrou que A) chips de computadores podem ser amassados. B) tiras de silício superfino, quando ligadas a fitas de borracha, podem fazer o silício esticar. C) tiras de borracha se transformam em tiras de silicone superfino. D) chips de computadores são mais finos que o cabelo humano. E) tiras de silicone podem ser tão finas quanto uma folha de papel. 11. O texto fala que, recentemente, John Rogers e sua equipe construíram A) aparelhos dobráveis superfinos. B) fitas de borracha 50 vezes menores que um fio de cabelo. C) aparelhos biológicos superfinos. D) chips flexíveis que podem ser dobrados e esticados. E) laptops ultrafinos feitos com silicone. 12. De acordo com o texto, atualmente o trabalho da equipe de Rogers A) é antagônico ao trabalho da equipe do neurologista Brian Litt. B) será apresentado para pesquisadores da Universidade da Pensilvânia. C) está voltado para aplicações biomédicas. D) relata experiências sobre o cabelo humano. E trata de materiais flexíveis como borracha e silicone. 13. O texto fala sobre estudos que poderão ajudar pacientes com epilepsia. Esses estudos estão sendo desenvolvidos A) por um grupo de biofísicos da Universidade de Illinois. B) pela equipe de John Rogers e Brian Litt. C) pelo neurologista Brian Litt, da Universidade de Illinois. D) por John Rogers e sua equipe, da Universidade da Pensilvânia. E) por biólogos da Universidade da Pensilvânia. 14. No texto, John Rogers afirma que é possível A) construir circuitos muito sofisticados de alto desempenho. B) colocar tiras de borracha superfinas dentro de seres humanos. C) industrializar a produção de chips dobráveis. D) produzir circuitos flexíveis em larga escala. E) introduzir corpos sólidos em seres humanos. 15. Na frase “Researchers keep making computer chips smaller and faster, but John Rogers is trying to...” (1a linha), as palavras “smaller and faster” podem ser traduzidas por A) pequenos e rápidos. B) maiores e mais lentos. C) maiores e rápidos. D) menores e lentos. E) menores e mais rápidos. You want fries with that, we predict Technology anticipates fast-food customers' orders PITTSBURGH -- Do you want fries with that? Never mind, we already know. A Pittsburgh startup, HyperActive Technologies Inc., is testing technology at area fast-food restaurants designed to give kitchen workers a good indication of what customers want before the hungry souls even get close enough to place an order. The system, known as "HyperActive Bob," is in place in several restaurants around Pittsburgh in a primitive form: It Linguagens e Códigos tells employees when they are about to get busy, even how much food to put on the grill. The system uses rooftop cameras that monitor traffic entering a restaurant's parking lot and drive-thru. Currently, the system is all about volume: If a minivan pulls in, there's apt to be more than one mouth to feed. By this time next year, HyperActive Technologies expects to have in place software that keys on the type of vehicle entering the parking lot to determine whether the customers they bear are inclined to order, say, a burger over a chicken sandwich. As it is, the currently installed technology -- the predictive system is only running simulations for now -- has wowed some seasoned veterans. "I've been a manager for 28 years," said Pat Currie, a manager at a McDonald's in Chippewa Township. "It's the most impressive thing I've ever seen." Hyper ActiveBob is now at seven area McDonald's, a Burger King and a Taco Bell. It was installed at Currie's restaurant two years ago. Since then, waste has been cut in half and wait times at the drive-thru have been reduced by 25 to 40 seconds per consumer, Currie said -- an eternity in the fast-food industry. (Newsweek, September 7, 2004) 16. O texto trata de a) uma tecnologia capaz de prever o que os clientes de um restaurante vão pedir antes de eles fazerem seus pedidos. b) uma tecnologia de controle do volume de vendas estipulado para as franquias de alguns restaurantes. c) um sistema de segurança que usa tecnologia para controlar o estacionamento de restaurantes. d) um sistema de entrega de restaurantes do tipo delivery muito dinâmico devido ao uso de alta tecnologia. e) um software de treinamento usado para tornar os funcionários de restaurantes mais ativos e eficientes. 17. De acordo com o texto, a instalação de "HyperActive Bob" em um restaurante causou a) a redução à metade do tempo do serviço de entrega do tipo delivery. b) a redução do desperdício à metade. c) a redução para 25 a 40 segundos do tempo de espera para o atendimento às mesas. d) a redução à metade da criminalidade no estacionamento. e) um aumento nas vendas de hambúrgueres e sanduíches de frango. 18. Assinale a alternativa em que o trecho "to determine whether the customers they bear are inclined to order", no 4º parágrafo do texto, é reescrito de forma adequada e sem prejuízo de significado. a) to determine when the customers they bear are inclined to order. b) to determine which the customers they bear are inclined to order. c) to determine what the customers they bear are inclined to order. d) to determine if the customers they bear are inclined to order. e) to determine how the customers they bear are inclined to order. Everyone s an Expert Bored with the usual encyclopedias? Then start writing your own Putting information into the hands of the people was among the original, lofty aims of the Internet easy to forget amid the forests of e-boutiques and subscription-only sites. But an online encyclopedia where all entries are written, maintained and vetted by Web surfers themselves is trying to recapture those early democratic ideals. Called Wikipedia.org (wiki means superfast in Hawaiian and is also the name of the collaborative software upon which the site is built), the encyclopedia features more than 700,000 hypertexted articles on everything from Anthrax (band) to Zeppelin. That s more listings than Britannica.com, Encarta.com and Encyclopedia.com combined. My dream has been to put a free comprehensive encyclopedia at everybody s fingertips, says 37-year-old founder Jimmy Wales, who spends up to 12 unpaid hours a day maintaining the site. It s my obsession. It has also become the 123 obsession of thousands of others who contribute entries and programming time for free. The concept is as simple as it is ambitious: anybody can create or edit the articles, and the system relies on masses of users to catch mistakes and thus ensure the information is correct, comprehensive and up-to-date. (TIME, June 24, 2004) 19. Segundo o texto, a) Wiki é o nome de um dos criadores e colaboradores do site. b) o controle de qualidade das enciclopédias virtuais é feito pelas provedoras. c) a enciclopédia Wikipedia.org está equiparada às enciclopédias Britannia.com e Encarta.com . d) Jimmy Wales publicou um artigo interessante sobre o pó químico Anthrax . e) o sonho de Jimmy Wales era lançar uma enciclopédia gratuita e abrangente ao alcance de todos. 20. De acordo com o texto, Jimmy Wales gasta diariamente, com a manutenção do site, a) até 12 horas bem remuneradas. b) mais de 12 horas bem remuneradas. c) mais de 12 horas mal remuneradas. d) até 12 horas não remuneradas. e) mais de 12 horas não remuneradas 21. Assinale a alternativa que apresenta três preposições empregadas no texto. a) from -- to which. b) at -- also for. c) among -- amid upon. d) up -- and for. e) into -- an also. POSTMAN PLAGUED BY JEALOUS PHEASANT A Devon postman is facing a daily assault on his round - from a jealous pheasant. The bird lies in wait for the 59-year-old as he drives his van on his 12-mile daily round in Swimbridge. So far the cock pheasant has injured Mr Patton's hand and leg, and has tried to sneak into his postal van. The postie said: "I think it is the red colour of the van which is triggering the aggression. Pheasants have spurs on their legs, and it flies and tries to get me with them. "I think it sees me as a giant pheasant which it has got to see off. It is totally obsessed by me and the van. I have been attacked by dogs in the past but never by a pheasant." Mr Patton says he now "runs the gauntlet" every day along a fifty-yard lane when he collects or delivers to a farm at one end and a cottage at the other. He says the bird sometimes changes its tactics by hiding or cutting corners to get ahead of him for a confrontation. 22. A pheasant is __________ . A) a bird B) a type of dog C) a criminal D) a type of fish E) a type of red van 23. The postman __________ . I) is 59 years old II) collects and delivers mail in Swimbridge III) drives a red van A) Only number I completes the sentence correctly. B) Only number III completes the sentence correctly. C) Numbers I, II and III complete the sentence correctly. D) Numbers I, II and III do not complete the sentence correctly. E) Numbers I and III complete the sentence correctly. 24. Mark the alternative that is NOT true according to the text. A) The pheasant attacks the postman every day. B) The pheasant has hurt the postman’s hand and leg. C) The pheasant has spurs on its legs. Linguagens e Códigos D) The pheasant tries to get the postman with its spurs. E) The pheasant has secretly gone into the postman’s van. 25. According to the postman, why does the pheasant attack him? A) Because it has spurs. B) Because pheasants like confrontation. C) Because it sees him as a rival. D) Because it is totally obsessed by vans. E) Because he wears a red uniform. 26. See off in “... which it has got to see off …” can be replaced by: A) say goodbye. B) chase away. C) kill. D) injure. E) run the gauntlet. BASTA! In protest against “trash TV” – the game and variety shows featuring scantily clad dancers that make up much of the prime time schedule – a Milan viewers’ association launched a three-day nationwide television strike. To encourage Italians to get up off their sofas, venues including museums, theaters and restaurants offered a discount to anyone turning up with a TV remote control. Organizers were hoping that up to 400,000 people would participate, but conceded that it might be difficult to persuade some – mostly male – viewers away from the weekend’s football matches. (TIME, Dec. 22, 2003; p.22) 27. In line 1 the word trash means: A) poor quality. B) good quality. C) ok quality. D) terrific quality. E) excellent quality. 28. The television strike _____. A) was organized by the Italian government B) had 400,000 participants C) lasted 3 days D) was a protest against variety shows E) wanted to give participants a discount 29. According to the text it is correct to say: I) The protest was against the poor quality of TV programs. II) In order to get a discount in some places people should take with them a TV remote control. III) The organizers thought it would be equally difficult to persuade both men and women. A) F – F – T B) F – T – T C) T – F – T D) T – T – F E) T – T – T WELCOME TO THE JUNGLE Because there is no way to know in advance which forest sample will lead to a cancer drug or AIDS vaccine, most countries treat all research as potentially profitable. In some countries, investigators must negotiate with several levels of government. “The very people who are most able to get out there and discover and describe and quantify biodiversity are being impeded from doing it. Everyone struggles with the paradox of it,” says Columbia University economic botanist Brian M. Boom. (Adapted from SCIENTIFIC AMERICAN, Dec. 2003, p.18) 30. The paradox mentioned in the text is: A) there is no way to know in advance which sample will be good. B) all research is potentially profitable. C) investigators must negotiate with the government. D) cancer drugs and AIDS vaccines. E) people who are qualified are being impeded to work. 124 Read the text below in order to answer questions 31 to 33: Analysis: Brazil’s Lula faces new phase In a speech last week from the capital, Brazil’s president Luiz Inácio Lula da Silva appeared to balloon with pride over his accomplishments and gloated over achieving in months what his predecessor Fernando Henrique Cardoso could not do during his eight years in office. “I am pleased and the Brazilian people are satisfied that we have done something in seven months that has taken other countries years to do,” said Lula on the pension reform amendment. “The last president of Brazil spent eight years trying to get a social security reform bill through Congress.” While the president is riding high over his win with pensions, analysts see a much tougher field to hoe in the coming months. Next on the Lula administration agenda is taxes, a fight that will not only be waged in the capital, but at the state and local levels as well. Governors, who backed Lula’s pension proposal in Congress, want to see additional revenue tickle down to the local levels. The president, however, insists on “tax reform designed to stimulate production, not to boost revenue” for the states, as he put it on Monday. 31- According to the text, Brazil’s president Luiz Inácio Lula da Silva a) pretends to have revoked an amendment proposed by the former Brazilian president. b) might submit a controversial amendment that revamps the nation’s pension policy. c) has postponed a major political battle related to the nation’s pension policy. d) conceals his feeling of pride in relation to his accomplishments. e) did not conceal his elation concerning a political accomplishment. 32- According to the author, analysts a) foresee difficulties. b) predict victories. c) forecast gains. d) praise Lula’s victory. e) triggered political reactions. 33- Brazil’s president intends to a) deregulate production. b) slash the budget. c) increase revenue. d) fight another war. e) state legal requirements. Read the text below in order to answer questions 34 to 36: Tax Strategies for 2003 and Beyond Even the accountants are having a hard time keeping all the phase-ins and phase-outs straight after the last tax law change (the Jobs and Growth Tax Relief Reconciliation Act of 2003, which was signed by President Bush on May 28, 2003). Our Tax Act Timeline can help you take maximum advantage of income, gift, and estate tax laws. Almost everyone will see a decrease in overall tax paid in 2003. The ordinary income tax brackets that were due to decrease gradually over time until 2006 have been accelerated into 2003. The top tax bracket is now 35%. Watch out for how those income tax brackets change over time, however. For example, in 2003-2004 the 10% bracket applies to $0-$7,000 of income for single filers and $0-$14,000 for married filing jointly. But in 2005, the brackets shrink and only $0-$6,000 (single) will quality for the 10% tax and $0-$12,000 for married filing jointly. The brackets change again (back to the higher levels) in 2008. 34- The author refers to the Jobs and Growth Tax Relief Reconciliation Act of 2003 as a) likely to be signed. b) an achievable change. c) officially accepted. d) a changeable tax law. e) having been changed. 35- According to the author, in 2003 almost everybody’s total tax bill will show a) a sharp fall. b) a reduction. c) a steep rise. Linguagens e Códigos d) a balance. e) an increase. 36- The author points out a) the difficulties faced by accountants in setting sensible tax brackets. b) the urgent need to change the last tax law. c) the government’s decision to increase tax brackets in 2005. d) a certain number of changes concerning tax brackets. e) the need to be married so as to qualify for the 10% tax bracket. Read the text below in order to answer questions 37 to 40: EU Law Taxes Overseas Net Firms They’ve survived the bursting of the tech bubble, a global economic downturn and the occasional virus, but now overseas Internet retailers may see their European profit push derailed by one of the oldest drags on business: tax. On July 1, a new EU (European Union) directive goes into effect requiring all Internet firms to account for value-added tax, or VAT, on “digital sales”. The law adds a 15 to 25 percent levy on select Internet transactions such as software and music downloads, monthly subscriptions to an Internet service provider and on any product purchased through an online auction anywhere in the 15-member bloc of nations. The VAT tax is nothing new for some Net firms. European dot-coms have been charging customers VAT since their inception. Their overseas rivals though have been exempt, making foreign firms an obvious choice for the bargainhunting consumer. 37- The opening paragraph of the text a) emphasizes the need to tax digital sales. b) foresees a global economic downturn. c) refers to tax as something annoying. d) defines a future increase in digital sales. e) outlines the profit globally made. 38- According to the text, all Internet firms are required to a) obey a new EU official order. b) prevent taxation in certain cases. c) save in tax payments. d) relocate their headquarters. e) apply for tax exemption. 39- The author states that the VAT (value-added tax) has been a) lowered. b) lifted. c) forbidden. d) reduced. e) charged. 40- Concerning the European profit made by the overseas Internet retailers, it a) may be re-invested. b) may be affected. c) must be spent. d) shall be cut. e) might remain high. Instruções: Para responder às questões de números 41 a 45, considere o texto abaixo. Two California Cities Choose Automated Cashiering Solution from The Active Network Lancaster and Oakland Select Active Payment Manager to Improve Customer Service Delivery and Integrate Payment Transactions City Wide SAN DIEGO – February 20, 2007 – Driving operational efficiency and customer service excellence for citizens, the cities of Lancaster and Oakland have selected The Active Network, Inc., a leading developer of software technology and marketing solutions for municipalities, to provide a cashiering and integration solution for handling daily payment transactions. Active Payment Manager (APM) will provide citizens with access to multiple service channels to make any city bill payment and streamline payment collection processes city wide. “We have experienced a great deal of enthusiasm for APM in California, as the software enables cities to maximize citizen 125 participation in eGovernment services by giving them more online access to a number of re-occurring transaction needs,” says Alex Barnetson, senior vice president, The Active Network, Inc. In an effort to improve customer service, Lancaster and Oakland selected APM to be able to offer citizens additional payment service channels such as Internet, self-serve kiosk and automated telephone in addition to the traditional over the counter payment services. Using Active’s cashiering solution, the cities can reduce long lines and alleviate staff time spent processing payments. Furthermore, cities can answer the growing citizen demand for eGovernment services through an easily integrated payment handling service. (Adapted from (A) so. (B) for. (C) but. (D) and. (E) then. 41. No texto, city wide pode ser traduzido como (A) em cidades de porte médio. (B) em toda a cidade. (C) no centro da cidade. (D) em cidades de grande extensão. (E) em cidades muito populosas. 48. No texto, according to our customers, very user friendly significa que o sistema (A) foi desenvolvido de acordo com sugestões dos clientes. (B) é amigável por estar de acordo com os costumes do seu público alvo. (C) foi avaliado como muito amigável pelos clientes. (D) funciona a partir de abas numa barra de ferramentas. (E) ainda não foi testado com os usuários ideais. 42. O pronome them, sublinhado no texto, refere-se a (A) citizens. (B) cities. (C) e-government services. (D) online access. (E) transaction needs. 43. Furthermore, no texto, pode ser traduzido por: (A) Por causa disso. (B) Entretanto. (C) Além disso. (D) Futuramente. (E) Embora. 44. As cidades de Lancaster e Oakland, na Califórnia, optaram pelo APM porque (A) instala quiosques sem ônus para o cliente. (B) exige pouco conhecimento de informática dos usuários. (C) exige menos funcionários para receber pagamentos no balcão. (D) envia, automaticamente, boletos de pagamento aos clientes. (E) permite a integração de várias transações contábeis. 45. In the above context, which of the folllowing would NOT be considered an e-Government service? (A) a payment made through the Internet. (B) a city bill paid at a self-serve kiosk. (C) online access to various transactions. (D) an over the counter payment. (E) an automated telephone available to clients. Instruções: Para responder às questões de números 46 a 50, considere o texto abaixo. Our Premium Finance Software allows you to track a note from its barest beginnings to the end. We provide you with the tools to quote the note, print a finance agreement, print a rate chart and track the note from the time it arrives in your office until such time as it is paid in full. It is fully integrated with general ledger and the ledger allows you to print balance sheets and income statements at any time during the month. The system is Menu driven and according to our customers, very user friendly. Once your Premium Finance Note has become an active note you need only take a menu selection to access the file, print coupons, do daily processing to mark the notes which need Notice of Intents, Cancellations, Refund letters or Final letters. There are then menu selections to print these notices and letters. The only pre-printed form required is the Premium Finance Agreement. We do have a generic one of these forms …………(I) because of so many different state requirements we recommend that you have this done by your Attorney and approved by your state governing body. Our system is written in a Database Management Program and we provide you with full source code at no additional cost. 47. No texto, track significa (A) traçar. (B) acompanhar. (C) pagar. (D) receber. (E) contabilizar. 49. Segundo o texto, (A) estados dos Estados Unidos têm requisitos próprios para o Premium Finance Agreement. (B) o sistema não oferece nenhum formulário que possa substituir o Premium Finance Agreement. (C) o Premium Finance Agreement só pode ser elaborado por um advogado da Secretaria de Estado. (D) o Premium Finance Agreement deve ser impresso pelo cliente antes de ser preenchido. (E) o sistema oferece instruções gerais para elaborar o Premium Finance Agreement de acordo com a legislação vigente em cada estado. 50. Infere-se, a partir do texto, que (A) o Premium Finance Software imprime balanços automaticamente ao final de cada mês. (B) além de todos os recursos oferecidos, o sistema também imprime notícias e cartas. (C) o sistema pode, opcionalmente, vir com o códigofonte, mas esse tem um custo extra. (D) o sistema não permite que o usuário o adapte às suas necessidades, apesar de vir com o código-fonte. (E) cada nota pode ser marcada de acordo com as providências que devem ser tomadas em relação a ela. A decade after they came to inspire admiration as the world's largest and richest institutions, Japan's banks are in serious trouble. The latest official figure for the banking system's losses with bad loans, 77 trillion yens, may still be lower than the real numbers. This disaster did not arise overnight, but it has taken the Japanese government too many years to realize how serious it is. The reason, of course, is that admitting a big problem requires a search for a big solution, and any big solution will have unpleasant political consequences. Only now, in view of the failure of two big investment banks in November and the increasing reluctance of the credit markets to lend money to Japanese banks, politicians and economists are seriously trying to find a way out. The government says it is ready to spend 30 trillion yens (around 250 billion dollars) to restore the banking system to health. The banking crisis in Japan, far more than the economic collapses in South Korea and South-East Asia, represents a serious threat to the world. Because no important financial institution elsewhere can avoid dealing with banks the size of those in Japan, Japan's weak banks inevitably put the stability of the world financial system at risk. That the government is at least prepared to spend a quarter of a trillion dollars is a good sign. But why spend so much money without fixing the problem? The Economist, January 24th 1998 (with slight adaptations). 51. 46. A palavra que preenche corretamente a lacuna (I), no texto, é: Linguagens e Códigos 126 The words THEY and IT refer respectively to: (A) the world's largest and richest institutions - disaster. (B) Japan's banks - disaster. (C) Japan's - the Japanese government. (D) institutions - government. (E) 52. 53. banks - government. Check the correct pair of synonyms. (A) Serious - grave. (B) Unpleasant - unexpected. (C) Arise - become. (D) Real - apparent. (E) Largest . widest. Check the sentence in which there is a verb in the passive voice. (A) I met the bank's new chairman by accident. (B) Japan's new plan has not been successful. (C) A lot of money will be spent to restore the banks' health. (D) The investment banker stood by himself in the conference room. (E) The government realized that the crisis was serious by December 1997. 54. All the following words could replace AROUND, EXCEPT one. Mark it. (A) Approximately. (B) More or less. (C) Roughly. 10) Exactly. (E) About. 55. Mark the item in which there is NOT a comparative form. (A) The new investors are as rich and powerful as the previous ones. (B) The latest official figure for the banking system's losses is very high. (C) The official figure may be lower than the real numbers. (D) Among the proposed solutions are higher government loans. (E) Japanese banks are weaker now because of the financial crisis. 56. 57. Check the correct statement according to the ideas contained in Paragraph 1. (A) Japanese banks are still the world's largest and wealthiest institutions. (B) Japan's banks inspire admiration because they have lost 77 trillion yens. (C) Ten years ago the largest and richest Japanese banks got into serious trouble. (D) The official numbers for the bank's losses with bad loans may be lower than the real figure, which is 77 trillion yens. (E) It seems that the losses of Japanese banks are greater than the announced numbers. What is the main idea of the second paragraph? (A) The Japanese government is finally ready to help the banking system overcome its great difficulties. (B) The Japanese government will spend thirty trillion yens to solve the problem of two big investment banks. (C) The crisis of the Japanese banking system did not arise all of a sudden. (D) Politicians and economists are reluctant to help Japanese banks because of the political consequences. (E) Every serious problem demands a big solution, which always brings unexpected consequences. 58. Mark the item in which the verb in brackets could NOT replace the underlined expression. (A) Two of the prisoners have managed to get away. (escape) (B) Our next national meeting willtake place in Tokyo. (happen) (C) Henry Kissinger's brother takes after him. (resembles) (D) The money was given back to the investors. (returned) (E) The director decided to put off the meeting. (cancel) 59. Check the correct translation of the phrase "the banking system's losses" (A) O sistema bancário de perdas. Linguagens e Códigos (B) (C) (D) (E) O sistema de prejuízos bancários. Os prejuízos do sistema bancário. Os prejuízos bancários sistemáticos. As perdas bancárias do sistema. 60. The question that concludes the text indicates that the author: (A) believes that the money will fix the problem. (B) feels that a quarter of a trillion dollars is too much. (C) does not think the problem will be solved. (D) does not know why the government is spending its money. (E) fears that the government is not prepared to put in so much money. RESPOSTAS 01. C 11. D 02. B 12. C 03. E 13. B 04. C 14. A 05. D 15. E 06. A 16. A 07. E 17. B 08. C 18. D 09. A 19. E 10. B 20. D 21. C 22. A 23. C 24. E 25. C 26. B 27. A 28. C 29. D 30. E 31. 32. 33. 34. 35. 36. 37. 38. 39. 40. E A D C B D C A E B 41. B 42. A 43. C 44. E 45. D 46. C 47. B 48. C 49. A 50. E 51. 52. 53. 54. 55. 56. 57. 58. 59. 60. B A C D B E A E C C REDAÇÃO 1) Objetivo Elaboração de texto com correção, clareza e objetividade, que contenha no mínimo 20 (vinte) e no máximo 30 (trinta) linhas, com assunto, tema e modalidade específicos, expressos na proposta constante da folha de prova. A produção textual deve respeitar, integralmente, as características da modalidade textual proposta e a linguagem utilizada deve estar de acordo com os padrões da norma culta da língua portuguesa. 2) Conteúdo As modalidades de texto (descrição, narrativa e dissertação); os tipos de descrição; características da descrição; os tipos de narrativa; características da narrativa; o interesse humano; narrativa e descrição; os tipos de discurso (direto, indireto e indireto livre); os tipos de dissertação; a linguagem retórica; figuras de linguagem; narrativa e dissertação. 3) Critérios de correção a) Narrativa: seleção de elementos significativos e sugestivos; coerência; movimento; coesão da linguagem; criatividade. Serão observados, ainda, o respeito integral à modalidade textual proposta, a seleção lexical (linguagem), o atendimento à norma culta da língua, a correção gramatical e a apresentação do texto (caligrafia, margens e limpeza). b) Dissertação: assunto e tema; coerência nos parágrafos (argumentação); criatividade (persuasão); coesão na linguagem. Serão observados, ainda, o respeito integral à modalidade textual proposta, a seleção lexical (linguagem), o atendimento à norma culta da língua, a correção gramatical e a apresentação do texto (caligrafia, margens e limpeza). 4) Correção da redação Não terá a parte discursiva de Português (redação) corrigida, o candidato que apresentar o texto de sua Redação: a) com fuga total ao tema proposto na Parte Discursiva de Português; b) em modalidade textual diferente da pedida na Parte Discursiva de Português; c) ilegível, isto é, que não pode ser lido; d) em linguagem e/ou texto incompreensível, isto é, o vocabulário não pode ser compreendido; e) em forma de poema ou outra que não em prosa; f) em texto com menos de 20 (vinte) ou mais de 30 (trinta) linhas; g) com marcas ou rasuras que possam identificar o candidato na Folha de Redação; e 127 h) redigido sem a utilização de caneta esferográfica de tinta azul ou preta. 2) Conteúdo: As Modalidades De Texto (Descrição, Narrativa E Dissertação); Os Tipos De Descrição; Características Da Descrição; Os Tipos De Narrativa; Características Da Narrativa; O Interesse Humano; Narrativa E Descrição; Os Tipos De Discurso (Direto, Indireto E Indireto Livre); Os Tipos De Dissertação; A Linguagem Retórica; Figuras De Linguagem; Narrativa E Dissertação. Redação A Linguagem Escrita Tem Identidade Própria E Não Pretende Ser Mera Reprodução Da Linguagem Oral. Ao Redigir, O Indivíduo Conta Unicamente Com O Significado E A Sonoridade Das Palavras Para Transmitir Conteúdos Complexos, Estimular A Imaginação Do Leitor, Promover Associação De Ideias E Ativar Registros Lógicos, Sensoriais E Emocionais Da Memória. Redação É O Ato De Exprimir Ideias, Por Escrito, De Forma Clara E Organizada. O Ponto De Partida Para Redigir Bem É O Conhecimento Da Gramática Do Idioma E Do Tema Sobre O Qual Se Escreve. Um Bom Roteiro De Redação Deve Contemplar Os Seguintes Passos: Escolha Da Forma Que Se Pretende Dar À Composição, Organização Das Ideias Sobre O Tema, Escolha Do Vocabulário Adequado E Concatenação Das Ideias Segundo As Regras Linguísticas E Gramaticais. Para Adquirir Um Estilo Próprio E Eficaz É Conveniente Ler E Estudar Os Grandes Mestres Do Idioma, Clássicos E Contemporâneos; Redigir Frequentemente, Para Familiarizar-Se Com O Processo E Adquirir Facilidade De Expressão; E Ser Escrupuloso Na Correção Da Composição, Retificando O Que Não Saiu Bem Na Primeira Tentativa. É Importante Também Realizar Um Exame Atento Da Realidade A Ser Retratada E Dos Eventos A Que O Texto Se Refere, Sejam Eles Concretos, Emocionais Ou Filosóficos. O Romancista, O Cientista, O Burocrata, O Legislador, O Educador, O Jornalista, O Biógrafo, Todos Pretendem Comunicar Por Escrito, A Um Público Real, Um Conteúdo Que Quase Sempre Demanda Pesquisa, Leitura E Observação Minuciosa De Fatos Empíricos. A Capacidade De Observar Os Dados E Apresentá-Los De Maneira Própria E Individual Determina O Grau De Criatividade Do Escritor. Para Que Haja Eficácia Na Transmissão Da Mensagem, É Preciso Ter Em Mente O Perfil Do Leitor A Quem O Texto Se Dirige, Quanto A Faixa Etária, Nível Cultural E Escolar E Interesse Específico Pelo Assunto. Assim, Um Mesmo Tema Deverá Ser Apresentado Diferentemente Ao Público Infantil, Juvenil Ou Adulto; Com Formação Universitária Ou De Nível Técnico; Leigo Ou Especializado. As Diferenças Hão De Determinar O Vocabulário Empregado, A Extensão Do Texto, O Nível De Complexidade Das Informações, O Enfoque E A Condução Do Tema Principal A Assuntos Correlatos. Organização Das Ideias. O Texto Artístico É Em Geral Construído A Partir De Regras E Técnicas Particulares, Definidas De Acordo Com O Gosto E A Habilidade Do Autor. Já O Texto Objetivo, Que Pretende Antes De Mais Nada Transmitir Informação, Deve Fazê-Lo O Mais Claramente Possível, Evitando Palavras E Construções De Sentido Ambíguo. Para Escrever Bem, É Preciso Ter Ideias E Saber Concatená-Las. Entrevistas Com Especialistas Ou A Leitura De Textos A Respeito Do Tema Abordado São Bons Recursos Para Obter Informações E Formar Juízos A Respeito Do Assunto Sobre O Qual Se Pretende Escrever. A Observação Dos Fatos, A Experiência E A Reflexão Sobre Seu Conteúdo Podem Produzir Conhecimento Suficiente Para A Formação De Ideias E Valores A Respeito Do Mundo Circundante. É Importante Evitar, No Entanto, Que A Massa De Informações Se Disperse, O Que Esvaziaria De Conteúdo A Redação. Para Solucionar Esse Problema, Pode-Se Fazer Um Roteiro De Itens Com O Que Se Pretende Escrever Sobre O Tema, Tomando Nota Livremente Das Ideias Que Ele Suscita. O Passo Seguinte Consiste Em Organizar Essas Ideias E EncadeáLas Segundo A Relação Que Se Estabelece Entre Elas. Vocabulário E Estilo. Embora Quase Todas As Palavras Tenham Sinônimos, Dois Termos Quase Nunca Têm Exatamente O Mesmo Significado. Há Sutilezas Que Recomendam O Emprego De Uma Ou Outra Palavra, De Acordo Com O Que Se Pretende Comunicar. Quanto Maior O Vocabulário Linguagens e Códigos Que O Indivíduo Domina Para Redigir Um Texto, Mais Fácil Será A Tarefa De Comunicar A Vasta Gama De Sentimentos E Percepções Que Determinado Tema Ou Objeto Lhe Sugere. Como Regras Gerais, Consagradas Pelo Uso, Deve-Se Evitar Arcaísmos E Neologismos E Dar Preferência Ao Vocabulário Corrente, Além De Evitar Cacofonias (Junção De Vocábulos Que Produz Sentido Estranho À Ideia Original, Como Em "Boca Dela") E Rimas Involuntárias (Como Na Frase, "A Audição E A Compreensão São Fatores Indissociáveis Na Educação Infantil"). O Uso Repetitivo De Palavras E Expressões Empobrece A Escrita E, Para Evitá-Lo, Devem Ser Escolhidos Termos Equivalentes. A Obediência Ao Padrão Culto Da Língua, Regido Por Normas Gramaticais, Linguísticas E De Grafia, Garante A Eficácia Da Comunicação. Uma Frase Gramaticalmente Incorreta, Sintaticamente Mal Estruturada E Grafada Com Erros É, Antes De Tudo, Uma Mensagem Ininteligível, Que Não Atinge O Objetivo De Transmitir As Opiniões E Ideias De Seu Autor. Tipos De Redação. Todas As Formas De Expressão Escrita Podem Ser Classificadas Em Formas Literárias -- Como As Descrições E Narrações, E Nelas O Poema, A Fábula, O Conto E O Romance, Entre Outros -- E NãoLiterárias, Como As Dissertações E Redações Técnicas. Descrição. Descrever É Representar Um Objeto (Cena, Animal, Pessoa, Lugar, Coisa Etc.) Por Meio De Palavras. Para Ser Eficaz, A Apresentação Das Características Do Objeto Descrito Deve Explorar Os Cinco Sentidos Humanos -- Visão, Audição, Tato, Olfato E Paladar --, Já Que É Por Intermédio Deles Que O Ser Humano Toma Contato Com O Ambiente. A Descrição Resulta, Portanto, Da Capacidade Que O Indivíduo Tem De Perceber O Mundo Que O Cerca. Quanto Maior For Sua Sensibilidade, Mais Rica Será A Descrição. Por Meio Da Percepção Sensorial, O Autor Registra Suas Impressões Sobre Os Objetos, Quanto Ao Aroma, Cor, Sabor, Textura Ou Sonoridade, E As Transmite Para O Leitor. Narração. O Relato De Um Fato, Real Ou Imaginário, É Denominado Narração. Pode Seguir O Tempo Cronológico, De Acordo Com A Ordem De Sucessão Dos Acontecimentos, Ou O Tempo Psicológico, Em Que Se Privilegiam Alguns Eventos Para Atrair A Atenção Do Leitor. A Escolha Do Narrador, Ou Ponto De Vista, Pode Recair Sobre O Protagonista Da História, Um Observador Neutro, Alguém Que Participou Do Acontecimento De Forma Secundária Ou Ainda Um Espectador Onisciente, Que Supostamente Esteve Presente Em Todos Os Lugares, Conhece Todos Os Personagens, Suas Ideias E Sentimentos. A Apresentação Dos Personagens Pode Ser Feita Pelo Narrador, Quando É Chamada De Direta, Ou Pelas Próprias Ações E Comportamentos Deste, Quando É Dita Indireta. As Falas Também Podem Ser Apresentadas De Três Formas: (1) Discurso Direto, Em Que O Narrador Transcreve De Forma Exata A Fala Do Personagem; (2) Discurso Indireto, No Qual O Narrador Conta O Que O Personagem Disse, Lançando Mão Dos Verbos Chamados Dicendi Ou De Elocução, Que Indicam Quem Está Com A Palavra, Como Por Exemplo "Disse", "Perguntou", "Afirmou" Etc.; E (3) Discurso Indireto Livre, Em Que Se Misturam Os Dois Tipos Anteriores. O Conjunto Dos Acontecimentos Em Que Os Personagens Se Envolvem Chama-Se Enredo. Pode Ser Linear, Segundo A Sucessão Cronológica Dos Fatos, Ou Não-Linear, Quando Há Cortes Na Sequência Dos Acontecimentos. É Comumente Dividido Em Exposição, Complicação, Clímax E Desfecho. Dissertação. A Exposição De Ideias A Respeito De Um Tema, Com Base Em Raciocínios E Argumentações, É Chamada Dissertação. Nela, O Objetivo Do Autor É Discutir Um Tema E Defender Sua Posição A Respeito Dele. Por Essa Razão, A Coerência Entre As Ideias E A Clareza Na Forma De Expressão São Elementos Fundamentais. A Organização Lógica Da Dissertação Determina Sua Divisão Em Introdução, Parte Em Que Se Apresenta O Tema A Ser Discutido; Desenvolvimento, Em Que Se Expõem Os Argumentos E Ideias Sobre O Assunto, Fundamentando-Se Com Fatos, Exemplos, Testemunhos E Provas O Que Se Quer Demonstrar; E Conclusão, Na Qual Se Faz O Desfecho Da Redação, Com A Finalidade De Reforçar A Ideia Inicial. ©Encyclopaedia Britannica Do Brasil Publicações Ltda. 128 ELEMENTOS DA NARRATIVA Introdução A narração é um relato centrado num fato ou acontecimento; há personagens a atuar e um narrador que relata a ação. O tempo e o ambiente (ou cenário) são outros elementos importantes na estrutura da narração. O Enredo O enredo, ou trama, ou intriga, é, podemos dizer, o esqueleto da narrativa, aquilo que dá sustentação à história, ou seja, é o desenrolar dos acontecimentos. Geralmente, o enredo está centrado num conflito, responsável pelo nível de tensão da narrativa; podemos ter um conflito entre o homem e o meio natural (como ocorre em alguns romances modernistas), entre o homem e o meio social, até chegarmos a narrativas que colocam o homem contra si próprio (como ocorre em romances introspectivos). Em O Ateneu o enredo desenvolve-se a partir da entrada do menino Sérgio, aos onze anos de idade, no colégio interno. Colocado diante de um mundo diferente, sem estar preparado para isso, o menino vivência uma série de experiências e acontecimentos que culminam com o incêndio e a consequente destruição do colégio. O Ambiente O ambiente é o espaço por onde circulam personagens e se desenrola o enredo. Em alguns casos, é de importância tão fundamental que se transforma em personagem, como no caso do colégio interno em O Ateneu, de Raul Pompeia, e da habitação coletiva em O cortiço, de Aluísio Azevedo. O Tempo Observe, no fragmento de O Ateneu, como o tempo é um elemento importante: "Eu tinha onze anos", afirma o personagem-narrador (perceba a expressividade do pronome pessoal e do verbo no pretérito). Fica caracterizada, assim, uma narrativa de caráter memorialista, ou seja, o tempo da ação é anterior ao tempo da narração. O personagem-narrador na sua vida adulta narra fatos acontecidos durante a sua pré-adolescência. As Personagens Os seres que atuam, isto é, que vivem o enredo, são as personagens. Em geral a personagem bem construída representa uma individualidade, apresentando, inclusive, traços psicológicos distintos. Há personagens que não representam individualidades, mas sim tipos humanos, identificados antes pela profissão, pelo comportamento, pela classe social, enfim, por algum traço distintivo comum a todos os indivíduos dessa categoria. E há também personagens cujos traços de personalidade ou padrões de comportamento são extremamente acentuados (às vezes tocando o ridículo); nesses casos, muito comuns em novelas de televisão, por exemplo, temos personagens caricaturais. A personagem Sérgio, do romance O Ateneu, constitui-se numa individualidade, ou seja, numa figura humana complexa que vive conflitos com o mundo exterior e consigo mesmo. Já o diretor do colégio, o Dr. Aristarco, embora não seja uma caricatura, apresenta alguns traços de personagem caricatura. O Nome das Personagens É interessante observar como os bons escritores se preocupam com a relação personagem/nome próprio. Veja Graciliano Ramos, em Vida secas: Vitória é o nome de uma nordestina que alimenta pequenos sonhos, nunca concretizados; Baleia é o nome de uma cachorra que morre em consequência da seca, em pleno sertão nordestino. Machado de Assis é outro exemplo brilhante; em Dom Casmurro, o personagem-narrador chama-se Bento e tem sua vida em grande parte determinada pela carolice da mãe, que queria torná-lo padre. Lima Barreto também trabalha muito bem o nome dos seus personagens: Clara do Anjos é uma rapariga negra que é engravidada e abandonada por um rapaz branco; Isaías Caminha é um escrivão (lembra-se do Pero Vaz ?); Quaresma é um ingênuo nacionalista que morre às mãos de um ditador. Linguagens e Códigos No romance O Ateneu, o diretor autocrático e majestático, responsável por um ensino conservador e ultrapassado, é significativamente batizado de Aristarco (de áristos, "ótimo" + arqué, "governo", ou seja, o bom governo, com toda ironia possível). Conclusão: ao ler bons autores ou mesmo ao criar personagens, preste atenção aos nomes. Em Quincas Borba temos um narrador omnisciente. Veja como o narrador "lê" os sentimentos, os desejos e mesmo o jogo de cena da personagem; sabemos, por exemplo, que Rubião mirava disfarçadamente a bandeja, que amava de coração os metais nobres. O narrador conhece as prováveis opções de Rubião: a preferência pela bandeja de prata aos bustos de bronze. Narração na 3ª Pessoa e narrador omnisciente e omnipresente O narrador omnisciente ou omnipresente é uma espécie de testemunha invisível de tudo o que acontece, em todos os lugares e em todos os momentos; ele não só se preocupa em dizer o que as personagens fazem ou falam, mas também traduz o que pensam e sentem. Portanto, ele tenta passar para o leitor as emoções, os pensamentos e os sentimentos das personagens. Nas narrações em terceira pessoa, o narrador está fora dos acontecimentos; podemos dizer que ele paira acima de tudo e de todos. Esta situação permite ao narrador saber de tudo, do passado e do futuro, das emoções e pensamentos dos personagens. Daí dizer-se omnisciente. Texto Descritivo Vamos abordar o texto descritivo, sob o ponto de vista da sua produção e funcionamento discursivo, com base na ideia de que um texto se define pela sua finalidade situacional - todo o ato de linguagem tem uma intencionalidade e submete-se a condições particulares de produção, o que exige do falante da língua determinadas estratégias de construção textual. Em cada texto, portanto, podem combinar-se diferentes recursos (narrativos, descritivos, dissertativos), em função do tipo de interação que se estabelece entre os interlocutores. Nesse contexto teórico, o texto descritivo identifica-se por ter a descrição como estratégia predominante. Inserindo-se numa abordagem mais geral sobre os mecanismos de elaboração textual, com base nos conceitos de coesão e coerência, o trabalho pedagógico de leitura e produção do texto de base descritiva deve partir dos seguintes pontos: a) O texto de base descritiva tem como objetivo oferecer ao leitor /ouvinte a oportunidade de visualizar o cenário onde uma ação se desenvolve e as personagens que dela participam; b) A descrição está presente no nosso dia-a-dia, tanto na ficção (nos romances, nas novelas, nos contos, nos poemas) como em outros tipos de textos (nas obras técnico-científicas, nas enciclopédias, nas propagandas, nos textos de jornais e revistas); c) A descrição pode ter uma finalidade subsidiária na construção de outros tipos de texto, funcionando como um plano de fundo, o que explica e situa a ação (na narração) ou que comenta e justifica a argumentação; d) Existem características linguísticas próprias do texto de base descritiva, que o diferenciam de outros tipos de textos; e) Os advérbios de lugar são elementos essenciais para a coesão e a coerência do texto de base descritiva, permitindo a localização espacial dos cenários e personagens descritos; f) O texto descritivo detém-se sobre objetos e seres considerados na sua simultaneidade, e os tempos verbais mais frequentes são o presente do indicativo no comentário e o pretérito imperfeito do indicativo no relato. O que é um texto descritivo Segundo Othon M. Garcia (1973), "Descrição é a representação verbal de um objeto sensível (ser, coisa, paisagem), através da indicação dos seus aspectos mais característicos, dos pormenores que o individualizam, que o distinguem." Descrever não é enumerar o maior número possível de detalhes, mas assinalar os traços mais singulares, mais salientes; é fazer ressaltar do conjunto uma impressão dominante e singular. Dependendo da intenção do autor, varia o grau de exatidão e minúcia na descrição. 129 Diferentemente da narração, que faz uma história progredir, a descrição faz interrupções na história, para apresentar melhor um personagem, um lugar, um objeto, enfim, o que o autor julgar necessário para dar mais consistência ao texto. Pode também ter a finalidade de ambientar a história, mostrando primeiro o cenário, como acontece no texto abaixo: "Ao lado do meu prédio construíram um enorme edifício de apartamentos. Onde antes eram cinco românticas casinhas geminadas, hoje instalaram-se mais de 20 andares. Da minha sala vejo a varandas (estilo mediterrâneo) do novo monstro. Devem distar uns 30 metros, não mais. E foi numa dessas varandas que o fato se deu." (Mário Prata. 100 Crônicas. São Paulo, Cartaz Editorial, 1997) A descrição tem sido normalmente considerada como uma expansão da narrativa. Sob esse ponto de vista, uma descrição resulta frequentemente da combinação de um ou vários personagens com um cenário, um meio, uma paisagem, uma coleção de objetos. Esse cenário desencadeia o aparecimento de uma série de subtemas, de unidades constitutivas que estão em relação metonímica de inclusão: a descrição de um jardim (tema principal introdutor) pode desencadear a enumeração das diversas flores, canteiros, árvores, utensílios, etc., que constituem esse jardim. Cada subtema pode igualmente dar lugar a um maior detalhe (os diferentes tipos de flor, as suas cores, a sua beleza, o seu perfume...). Em trabalho recente, Hamon (1981) mostra que o descritivo tem características próprias e não apenas a função de auxiliar a narrativa, chegando a apontar aspectos linguísticos da descrição: frequência de imagens, de analogias, adjetivos, formas adjetivas do verbo, termos técnicos... Além disso, o autor ressalta a função utilitária desempenhada pela descrição face a qualquer tipo de texto do qual faz parte: "descrever para completar, descrever para ensinar, descrever para significar, descrever para arquivar, descrever para classificar, descrever para prestar contas, descrever para explicar." No texto dissertativo, por exemplo, a descrição funciona como uma maneira de comentar ou detalhar os argumentos contra ou a favor de determinada tese defendida pelo autor. Assim, para analisar o problema da evasão escolar, podemos utilizar como estratégia argumentativa a descrição detalhada de salas vazias, corredores vazios, estudantes desmotivados, repetência. Numa descrição, quer literária, quer técnica, o ponto de vista do autor interfere na produção do texto. O ponto de vista consiste não apenas na posição física do observador, mas também na sua atitude, na sua predisposição afetiva em face do objeto a ser descrito. Desta forma, existe o ponto de vista físico e o ponto de vista mental. Ponto de vista físico É a perspectiva que o observador tem do objeto; pode determinar a ordem na enumeração dos pormenores significativos. Enquanto uma fotografia ou uma tela apresentam o objeto de uma só vez, a descrição apresenta-o progressivamente, detalhe por detalhe, levando o leitor a combinar impressões isoladas para formar uma imagem unificada. Por esse motivo, os detalhes não são todos apresentados num único período, mas pouco a pouco, para que o leitor, associando-os, interligando-os, possa compor a imagem que faz do objeto da descrição. Observamos e percebemos com todos os sentidos, não apenas com os olhos. Por isso, informações a respeito de ruídos, cheiros, sensações tácteis são importantes num texto descritivo, dependendo da intenção comunicativa. Outro fator importante diz respeito à ordem de apresentação dos detalhes. Texto - Trecho de conversa informal (entrevista) "Vamos ver. Bom, a sala tem forma de ele, apesar de não ser grande, né, dá dois ambientes perfeitamente separados. O primeiro ambiente da sala de estar tem um sofá forrado de couro, uma forração verde, as almofadas verdes, ladeado com duas mesinhas de mármore, abajur, um quadro, reprodução de Van Gogh. Em frente tem uma mesinha de mármore e em frente a esta mesa e portanto defronte do sofá tem um estrado com almofadas areia, o aparelho de som, um baú preto. À esquerda desse estrado há uma televisão enorme, horrorosa, depois há em frente à televi- Linguagens e Códigos são duas poltroninhas vermelhas de jacarandá e aí termina o primeiro ambiente. Depois então no outro, no alongamento da sala há uma mesa grande com seis cadeiras com um abajur em cima, um abajur vermelho. A sala é toda pintadinha de branco ..." Comentário sobre o texto Neste trecho da entrevista, a informante descreve a sala, nomeando as peças que compõem os dois ambientes, reproduzidos numa sequência bem organizada. A localização da mobília é fornecida por meio de diversas expressões de lugar, como em frente, defronte, à esquerda, em cima, que ajudam a imaginar com clareza a distribuição espacial. Há uma preocupação da informante em fazer o nosso olhar percorrer a sala, dando os detalhes por meio das cores (verde, areia, preto, vermelhas), do tamanho ( televisão enorme, poltroninhas, mesinhas, sala pintadinha). É também interessante observar que essa informante deixa transparecer as suas impressões pessoais, como por exemplo ao usar o adjetivo horrorosa, para falar da televisão e pintadinha, no diminutivo, referindo-se com carinho à sua sala de estar e de jantar. b) ponto de vista mental ou psicológico A descrição pode ser apresentada de modo a manifestar uma impressão pessoal, uma interpretação do objeto. A simpatia ou antipatia do observador pode resultar em imagens bastante diferenciadas do mesmo objeto. Deste ponto de vista, dois tipos de descrição podem ocorrer: a objetiva e a subjetiva. A descrição objetiva, também chamada realista, é a descrição exata, dimensional. Os detalhes não se diluem, pelo contrário, destacam-se nítidos em forma, cor, peso, tamanho, cheiro, etc. Este tipo de descrição pode ser encontrado em textos literários de intenção realista (por exemplo, em Euclides da Cunha, Eça de Queiroz, Flaubert, Zola), enquanto em textos não-Literários (técnicos e científicos), a descrição subjetiva reflete o estado de espírito do observador, as suas preferências. Isto faz com que veja apenas o que quer ou pensa ver e não o que está para ser visto. O resultado dessa descrição é uma imagem vaga, diluída, nebulosa, como os quadros impressionistas do fim do século passado. É uma descrição em que predomina a conotação. "Ao descrever um determinado ser, tendemos sempre a acentuar alguns aspectos, de acordo com a reação que esse ser provoca em nós. Ao enfatizar tais aspectos, corremos o risco de acentuar qualidades negativas ou positivas. Mesmo usando a linguagem científica, que é imparcial, a tarefa de descrever objetivamente é bastante difícil. Apesar dessa dificuldade, podemos atingir um grau satisfatório de imparcialidade se nos tornarmos conscientes dos sentimentos favoráveis ou desfavoráveis que as coisas podem provocar em nós. A consciência disso habilitar-nos-á a confrontar e equilibrar os julgamentos favoráveis ou desfavoráveis. Um bom exercício consiste em fazer dois levantamentos sobre a coisa que queremos descrever: o primeiro, contendo características tendentes a enfatizar aspectos positivos; o segundo, a enfatizar aspectos negativos. Características linguísticas da descrição O enunciado narrativo, por ter a representação de um acontecimento, fazer-transformador, é marcado pela temporalidade, na relação situação inicial e situação final, enquanto que o enunciado descritivo, não tendo transformação, é atemporal. Na dimensão linguística, destacam-se marcas sintático-semânticas encontradas no texto que vão facilitar a compreensão: Predominância de verbos de estado, situação ou indicadores de propriedades, atitudes, qualidades, usados principalmente no presente e no imperfeito do indicativo (ser, estar, haver, situar-se, existir, ficar). Ênfase na adjetivação para melhor caracterizar o que é descrito; Exemplo: "Era alto, magro, vestido todo de preto, com o pescoço entalado num colarinho direito. O rosto aguçado no queixo ia-se alargando até à calva, vasta e polida, um pouco amolgado no alto; tingia os cabelos que de uma 130 Porta-malas - O compartimento de bagagens possui capacidade de 465 litros, que pode ser ampliada para até 1500 litros, com o encosto do banco traseiro rebaixado. Tanque - O tanque de combustível é confeccionado em plástico reciclável e posicionado entre as rodas traseiras, para evitar a deformação em caso de colisão. orelha à outra lhe faziam colar por trás da nuca - e aquele preto lustroso dava, pelo contraste, mais brilho à calva; mas não tingia o bigode; tinhao grisalho, farto, caído aos cantos da boca. Era muito pálido; nunca tirava as lunetas escuras. Tinha uma covinha no queixo, e as orelhas grandes muito despegadas do crânio. "(Eça de Queiroz - O Primo Basílio) Emprego de figuras (metáforas, metonímias, comparações, sinestesias). Exemplos: "Era o Sr. Lemos um velho de pequena estatura, não muito gordo, mas rolho e bojudo como um vaso chinês. Apesar de seu corpo rechonchudo, tinha certa vivacidade buliçosa e saltitante que lhe dava petulância de rapaz e casava perfeitamente com os olhinhos de azougue." (José de Alencar - Senhora) Uso de advérbios de localização espacial. Exemplo: "Até os onze anos, eu morei numa casa, uma casa velha, e essa casa era assim: na frente, uma grade de ferro; depois você entrava tinha um jardinzinho; no final tinha uma escadinha que devia ter uns cinco degraus; aí você entrava na sala da frente; dali tinha um corredor comprido de onde saíam três portas; no final do corredor tinha a cozinha, depois tinha uma escadinha que ia dar no quintal e atrás ainda tinha um galpão, que era o lugar da bagunça ..." (Entrevista gravada para o Projeto NURC/RJ) "A ordem dos detalhes é, pois, muito importante. Não se faz a descrição de uma casa de maneira desordenada; ponha-se o autor na posição de quem dela se aproxima pela primeira vez; comece de fora para dentro à medida que vai caminhando na sua direção e percebendo pouco a pouco os seus traços mais característicos com um simples correr d'olhos: primeiro, a visão do conjunto, depois a fachada, a cor das paredes, as janelas e portas, anotando alguma singularidade expressiva, algo que dê ao leitor uma ideia do seu estilo, da época da construção. Mas não se esqueça de que percebemos ou observamos com todos os sentidos, e não apenas com os olhos. Haverá sons, ruídos, cheiros, sensações de calor, vultos que passam, mil acidentes, enfim, que evitarão que se torne a descrição uma fotografia pálida daquela riqueza de impressões que os sentidos atentos podem colher. Continue o observador: entre na casa, examine a primeira peça, a posição dos móveis, a claridade ou obscuridade do ambiente, destaque o que lhe chame de pronto a atenção (um móvel antigo, uma goteira, um vão de parede, uma massa no reboco, um cão sonolento...). Continue assim gradativamente. Seria absurdo começar pela fachada, passar à cozinha, voltar à sala de visitas, sair para o quintal, regressar a um dos quartos, olhar depois para o telhado, ou notar que as paredes de fora estão descaiadas. Quase sempre a direção em que se caminha, ou se poderia normalmente caminhar rumo ao objeto serve de roteiro, impõe uma ordem natural para a indicação dos seus pormenores." Fica evidente que esse "passeio" pelo cenário, feito como se tivéssemos nas mãos uma câmara cinematográfica, registrando os detalhes e compondo com eles um todo, deve obedecer a um roteiro coerente, evitando idas e vindas desconexas, que certamente perturbam a organização espacial e prejudicam a coerência do texto descritivo. Textos descritivos literários Na descrição literária predomina o aspecto subjetivo, com ênfase no conjunto de associações conotativas que podem ser exploradas a partir de descrições de pessoas; cenários, paisagens, espaço; ambientes; situações e coisas. Vale lembrar que textos descritivos também podem ocorrer tanto em prosa como em verso. Descrição de pessoas A descrição de personagem pode ser feita na primeira ou terceira pessoa. No primeiro caso, fica claro que o personagem faz parte da história; no segundo, a descrição é feita pelo narrador, que, ele próprio, pode fazer ou não parte da história. Texto - Retrato de Mônica Mônica é uma pessoa tão extraordinária que consegue simultaneamente: ser boa mãe de família, ser chiquíssima, ser dirigente da "Liga Internacional das Mulheres Inúteis", ajudar o marido nos negócios, fazer ginástica todas as manhãs, ser pontual, ter imensos amigos, dar muitos jantares, ir a muitos jantares, não fumar, não envelhecer, gostar de toda gente, toda gente gostar dela, colecionar colheres do século XVII, jogar golfe, deitar-se tarde, levantar-se cedo, comer iogurte, fazer ioga, gostar de pintura abstrata, ser sócia de todas as sociedades musicais, estar sempre divertida, ser um belo exemplo de virtudes, ter muito sucesso e ser muito séria. Tenho conhecido na vida muitas pessoas parecidas com a Mônica. Mas são só a sua caricatura. Esquecem-se sempre do ioga ou da pintura abstrata. Por trás de tudo isto há um trabalho severo e sem tréguas e uma disciplina rigorosa e contente. Pode-se dizer que Mônica trabalha de sol a sol. De fato, para conquistar todo o sucesso e todos os gloriosos bens que possui, Mônica teve de renunciar a três coisas: à poesia, ao amor e à santidade. Texto - Calisto Elói Calisto Elói, naquele tempo, orçava por quarenta e quatro anos. Não era desajeitado de sua pessoa. Tinha poucas carnes e compleição, como dizem, afidalgada. A sensível e dissimétrica saliência do abdômen devia-se ao uso destemperado da carne de porcos e outros alimentos intumescentes. Pés e mãos justificavam a raça que as gerações vieram adelgaçando de carnes. Tinha o nariz algum tanto estragado das invasões do rapé e torceduras do lenço de algodão vermelho. A dilatação das ventas e o escarlate das cartilagens não eram assim mesmo coisa de repulsão. (Camilo Castelo Branco, A queda dum anjo) Textos descritivos Conforme o objetivo a alcançar, a descrição pode ser não-literária ou literária. Na descrição não-literária, há maior preocupação com a exatidão dos detalhes e a precisão vocabular. Por ser objetiva, há predominância da denotação. Comentário sobre a descrição de pessoas A descrição de pessoas pode ser feita a partir das características físicas, com predomínio da objetividade, ou das características psicológicas, com predomínio da subjetividade. Muitas vezes, o autor, propositadamente, faz uma caricatura do personagem, acentuando os seus traços físicos ou comportamentais. Textos descritivos não-literários A descrição técnica é um tipo de descrição objetiva: ela recria o objeto usando uma linguagem científica, precisa. Esse tipo de texto é usado para descrever aparelhos, o seu funcionamento, as peças que os compõem, para descrever experiências, processos, etc. Os personagens podem ser apresentados diretamente, isto é, num determinado momento da história, e neste caso a narrativa é momentaneamente interrompida. Podem, por outro lado, ser apresentados indiretamente, por meio de dados, como comportamentos, traços físicos, opiniões, que vão sendo indicados passo a passo, ao longo da narrativa. Exemplo: a) Folheto de propaganda de carro Conforto interno - É impossível falar de conforto sem incluir o espaço interno. Os seus interiores são amplos, acomodando tranquilamente passageiros e bagagens. O Passat e o Passat Variant possuem direção hidráulica e ar condicionado de elevada capacidade, proporcionando a climatização perfeita do ambiente. Texto - Trecho de "A Relíquia" (Eça de Queiroz) "Estávamos sobre a pedra do Calvário. Em torno, a capela que a abriga, resplandecia com um luxo sensual e pagão. No teto azul-ferrete brilhavam sóis de prata, signos do Zodíaco, estrelas, asas de anjos, flores de púrpura; e, dentre este fausto sideral, pendiam de correntes de pérolas os velhos símbolos da fecundidade, os ovos de avestruz, ovos sacros de Astarté e Baco de ouro. [...] Globos Linguagens e Códigos 131 espelhados, pousando sobre peanhas de ébano, refletiam as jóias dos retábulos, a refulgência das paredes revestidas de jaspe, de nácar e de ágata. E no chão, no meio deste clarão, precioso de pedraria e luz, emergindo dentre as lajes de mármore branco, destacava um bocado de rocha bruta e brava, com uma fenda alargada e polida por longos séculos de beijos e afagos beatos." Considerações Finais Um enunciado descritivo, portanto, é um enunciado de ser. A descrição não é um objeto literário por princípio, embora esteja sempre presente nos textos de ficção, ela encontra-se nos dicionários, na publicidade, nos textos científicos. Há autores que apresentam a definição como um tipo de texto descritivo. Para Othon M.Garcia (1973), "a definição é uma fórmula verbal através da qual se exprime a essência de uma coisa (ser, objeto, ideia)", enquanto "a descrição consiste na enumeração de caracteres próprios dos seres (animados e inanimados), coisas, cenários, ambientes e costumes sociais; de ruídos, odores, sabores e impressões tácteis." Enquanto a definição generaliza, a descrição individualiza, isto porque, quando definimos, estamos a tratar de classes, de espécies e, quando descrevemos, estamos a detalhar indivíduos de uma espécie. Definições de futebol Texto extraído de uma publicidade - encontramos aqui uma interessante definição do futebol, feita de uma maneira bastante diferente daquela que está nos dicionários. Dissertação É o tipo de composição na qual expomos ideias gerais, seguidas da apresentação de argumentos que as comprovem. Exemplo: Tem havido muitos debates sobre a eficiência do sistema educacional. Argumentam alguns que ele deve ter por objetivo despertar no estudante a capacidade de absorver informações dos mais diferentes tipos e relacionálas com a realidade circundante. Um sistema de ensino voltado para a compreensão dos problemas socio-econômicos e que despertasse no aluno a curiosidade científica seria por demais desejável. Não há como confundir estes três tipos de redação. Enquanto a descrição aponta os elementos que caracterizam os seres, objetos, ambientes e paisagens, a narração implica uma ideia de ação, movimento empreendido pelos personagens da história. Já a dissertação assume um caráter totalmente diferenciado, na medida em que não fala de pessoas ou fatos específicos, mas analisa certos assuntos que são abordados de modo impessoal. A NARRAÇÃO Tipos de narrador Narrar é contar um ou mais fatos que ocorreram com determinadas personagens, em local e tempo definidos. Por outras palavras, é contar uma história, que pode ser real ou imaginária. Futebol é bola na rede. Festa. Grito de golo. Não só. Não mais. No Brasil de hoje, futebol é a reunião da família, a redenção da Pátria, a união dos povos. Futebol é saúde, amizade, solidariedade, saber vencer. Futebol é arte, cultura, educação. Futebol é balé, samba, capoeira. Futebol é fonte de riqueza. Futebol é competição leal. Esta é a profissão de fé da ***. Porque a *** tem o compromisso de estar ao lado do torcedor e do cidadão brasileiro. Sempre. Enciclopédia e Dicionário Koogan/Houaiss Quando vai redigir uma história, a primeira decisão que deve tomar é se você vai ou não fazer parte da narrativa. Tanto é possível contar uma história que ocorreu com outras pessoas como narrar fatos acontecidos consigo. Essa decisão determinará o tipo de narrador a ser utilizado na sua composição. Este pode ser, basicamente, de dois tipos: 1. Narrador de 1ª pessoa: é aquele que participa da ação, ou seja, que se inclui na narrativa. Trata-se do narrador-personagem. 1. Narrador de 1ª pessoa: é aquele que participa da ação, ou seja, que se inclui na narrativa. Trata-se do narrador-personagem. Desporto no qual 22 jogadores, divididos em dois conjuntos, se esforçam por fazer entrar uma bola de couro na baliza do conjunto contrário, sem intervenção das mãos. (As primeiras regras foram elaboradas em 1860). Exemplo: Andava pela rua quando de repente tropecei num pacote embrulhado em jornais. Agarrei-o vagarosamente, abri-o e vi, surpreso, que lá havia uma grande quantia em dinheiro. A diferença entre descrição, narração e dissertação Esquema da narração Tipos de redação ou composição Tudo o que se escreve recebe o nome genérico de redação (ou composição). Existem três tipos de redação: descrição, narração e dissertação. É importante que perceba a diferença entre elas. Leia, primeiramente, as seguintes definições: 2. Narrador de 3ª pessoa: é aquele que não participa da ação, ou seja, não se inclui na narrativa. Temos então o narrador-observador. 2. Narrador de 3ª pessoa: é aquele que não participa da ação, ou seja, não se inclui na narrativa. Temos então o narrador-observador. Descrição É o tipo de redação na qual se apontam as características que compõem um determinado objeto, pessoa, ambiente ou paisagem. Exemplo: A sua estatura era alta e seu corpo, esbelto. A pele morena refletia o sol dos trópicos. Os olhos negros e amendoados espalhavam a luz interior de sua alegria de viver e jovialidade. Os traços bem desenhados compunham uma fisionomia calma, que mais parecia uma pintura. Narração É a modalidade de redação na qual contamos um ou mais fatos que ocorreram em determinado tempo e lugar, envolvendo certas personagens. Exemplo: Numa noite chuvosa do mês de Agosto, Paulo e o irmão caminhavam pela rua mal-iluminada que conduzia à sua residência. Subitamente foram abordados por um homem estranho. Pararam, atemorizados, e tentaram saber o que o homem queria, receosos de que se tratasse de um assalto. Era, entretanto, somente um bêbado que tentava encontrar, com dificuldade, o caminho de sua casa. Exemplo: João andava pela rua quando de repente tropeçou num pacote embrulhado em jornais. Agarrou-o vagarosamente, abriu-o e viu, surpreso, que lá havia uma grande quantia em dinheiro. OBSERVAÇÃO: Em textos que apresentam o narrador de 1.ª pessoa, ele não precisa ser necessariamente a personagem principal; pode ser somente alguém que, estando no local dos acontecimentos, os presenciou. Exemplo: Estava parado na paragem do autocarro, quando vi, a meu lado, um rapaz que caminhava lentamente pela rua. Ele tropeçou num pacote embrulhado em jornais. Observei que ele o agarrou com todo o cuidado, abriuo e viu, surpreso, que lá havia uma grande quantia em dinheiro. Elementos da narração Depois de escolher o tipo de narrador que vai utilizar, é necessário ainda conhecer os elementos básicos de qualquer narração. Todo o texto narrativo conta um FATO que se passa em determinado TEMPO e LUGAR. A narração só existe na medida em que há ação; esta ação é praticada pelos PERSONAGENS. Um fato, em geral, acontece por uma determinada CAUSA e desenro- Linguagens e Códigos 132 la-se envolvendo certas circunstâncias que o caracterizam. É necessário, portanto, mencionar o MODO como tudo aconteceu detalhadamente, isto é, de que maneira o fato ocorreu. Um acontecimento pode provocar CONSEQUÊNCIAS, as quais devem ser observadas. Assim, os elementos básicos do texto narrativo são: 1. FATO (o que se vai narrar); 2. TEMPO (quando o fato ocorreu); 3. LUGAR (onde o fato se deu); 4. PERSONAGENS (quem participou do ocorrido ou o observou); 5. CAUSA (motivo que determinou a ocorrência); 6. MODO (como se deu o fato); 7. CONSEQUÊNCIAS. Uma vez conhecidos esses elementos, resta saber como organizá-los para elaborar uma narração. Dependendo do fato a ser narrado, há inúmeras formas de dispô-los. Todavia, apresentaremos um esquema de narração que pode ser utilizado para contar qualquer fato. Ele propõe-se situar os elementos da narração em diferentes parágrafos, de modo a orientá-lo sobre como organizar adequadamente a sua composição. Esquema de narração 1º Parágrafo: Explicar que fato será narrado. Determinar o tempo e o lugar INTRODUÇÃO 2º Parágrafo: Causa do fato e apresentação das personagens. DESENVOLVIMENTO 3º Parágrafo: Modo como tudo aconteceu (detalhadamente). 4º Parágrafo: Consequências do fato. CONCLUSÃO OBSERVAÇÕES: 1. É bom lembrar que, embora o elemento Personagens tenha sido citado somente no 2º parágrafo (onde são apresentados com mais detalhes), eles aparecem no decorrer de toda a narração, uma vez que são os desencadeadores da sequência narrativa. 2. O elemento Causa pode ou não existir na sua narração. Há fatos que decorrem de causa específica (por exemplo, um atropelamento pode ter como causa o descuido de um peão ao atravessar a rua sem olhar). Existe, em contrapartida, um número ilimitado de fatos dos quais não precisamos explicar as causas, por serem evidentes (por exemplo, uma viagem de férias, um assalto a um banco, etc.). 3. três elementos mencionados na Introdução, ou seja, fato, tempo e lugar, não precisam necessariamente aparecer nesta ordem. Podemos especificar, no início, o tempo e o local, para depois enunciar o fato que será narrado. Utilizando esse recurso, pode narrar qualquer fato, desde os incidentes que são noticiados nos jornais com o título de ocorrências policiais (assaltos, atropelamentos, raptos, incêndios, colisões e outros) até fatos corriqueiros, como viagens de férias, festas de adeptos de futebol, comemorações de aniversário, quedas e acontecimentos inesperados ou fora do comum, bem como quaisquer outros. É importante ressaltar que o esquema apresentado é apenas uma sugestão de como se pode organizar uma narração. Temos inteira liberdade para nos basearmos nele ou não. Mostra-se apenas uma das várias possibilidades existentes de se estruturarem textos narrativos. Caso se deseje, poderá inverter-se a ordem de todos os elementos e fazer qualquer outra modificação que se ache conveniente, sem prejuízo do entendimento do que se quer transmitir. O fundamental é conseguir-se contar uma história de modo satisfatório. A narração objetiva Observe-se agora um exemplo de narração sobre um incêndio, criado com o auxílio do esquema estudado. Lembre-se de que, antes de começar a escrever, é preciso escolher o tipo de narrador. Optamos pelo narrador de 3ª pessoa. O incêndio Ocorreu um pequeno incêndio na noite de ontem, num apartamento de propriedade do Sr. António Pedro. Linguagens e Códigos No local habitavam o proprietário, a sua esposa e os seus dois filhos. Todos eles, na hora em que o fogo começou, tinham saído de casa e estavam a jantar num restaurante situado em frente ao edifício. A causa do incêndio foi um curto circuito ocorrido no sistema elétrico do velho apartamento. O fogo começou num dos quartos que, por sorte, ficava na frente do prédio. O porteiro do restaurante, conhecido da família, avistou-o e imediatamente foi chamar o Sr. António. Ele, rapidamente, ligou para os Bombeiros. Embora não tivessem demorado a chegar, os bombeiros não conseguiram impedir que o quarto e a sala ao lado fossem inteiramente destruídos pelas chamas. Não obstante o prejuízo, a família consolou-se com o fato de aquele incidente não ter tomado maiores proporções, atingindo os apartamentos vizinhos. Vamos observar as características desta narração. O narrador está na 3ª pessoa, pois não toma parte na história; não é nem membro da família, nem o porteiro do restaurante, nem um dos bombeiros e muito menos alguém que passava pela rua na qual se situava o prédio. Outra característica que deve ser destacada é o fato de a história ter sido narrada com objetividade: o narrador limitou-se a contar os fatos sem deixar que os seus sentimentos, as suas emoções transparecessem no decorrer da narrativa. Este tipo de composição denomina-se narração objetiva. É o que costuma aparecer nas "ocorrências policiais" dos jornais, nas quais os redatores apenas dão conta dos fatos, sem se deixar envolver emocionalmente com o que estão a noticiar. Este tipo de narração apresenta um cunho impessoal e direto. A narração subjetiva Existe também um outro tipo de composição chamado narração subjetiva. Nela os fatos são apresentados levando-se em conta as emoções, os sentimentos envolvidos na história. Nota-se claramente a posição sensível e emocional do narrador ao relatar os acontecimentos. O fato não é narrado de modo frio e impessoal, pelo contrário, são ressaltados os efeitos psicológicos que os acontecimentos desencadeiam nas personagens. É, portanto, o oposto da narração objetiva. Daremos agora um exemplo de narração subjetiva, elaborada também com o auxílio do esquema de narração. Escolhemos o narrador de 1.ª pessoa. Esta escolha é perfeitamente justificável, visto que, participando da ação, ele envolve-se emocionalmente com maior facilidade na história. Isso não significa, porém, que uma narração subjetiva requeira sempre um narrador em 1. Com a fúria de um vendaval Numa certa manhã acordei entediada. Estava nas minhas férias escolares do mês de Agosto. Não pudera viajar. Fui ao portão e avistei, três quarteirões ao longe, a movimentação de uma feira livre. Não tinha nada para fazer, e isso estava a matar-me de aborrecimento. Embora soubesse que uma feira livre não constitui exatamente o melhor divertimento do qual um ser humano pode dispor, fui andando, a passos lentos, em direção daquelas barracas. Não esperava ver nada de original, ou mesmo interessante. Como é triste o tédio! Logo que me aproximei, vi uma senhora alta, extremamente gorda, discutindo com um feirante. O homem, dono da barraca de tomates, tentava em vão acalmar a nervosa senhora. Não sei por que brigavam, mas sei o que vi: a mulher, imensamente gorda, mais do que gorda (monstruosa), erguia os seus enormes braços e, com os punhos cerrados, gritava contra o feirante. Comecei a assustar-me, com medo de que ela destruísse a barraca (e talvez o próprio homem) devido à sua fúria incontrolável. Ela ia gritando empolgando-se com a sua raiva crescente e ficando cada vez mais vermelha, como os tomates, ou até mais. De repente, no auge de sua ira, avançou contra o homem já atemorizado e, tropeçando em alguns tomates podres que estavam no chão, caiu, tombou, mergulhou, esborrachou-se no asfalto, para o divertimento do pequeno público que, assim como eu, assistiu àquela cena incomum. 133 OBSERVAÇÃO: A narração pode ter a extensão que convier. Pode aumentá-la ou diminuí-la, suprimindo detalhes menos importantes. Lembre-se: quando um determinado parágrafo ficar muito extenso, pode dividi-lo em dois. Destacamos, mais uma vez, que o esquema dado é uma orientação geral e não precisa ser necessariamente seguido; ele pode sofrer variações referentes ao número de parágrafos ou à ordem de disposição dos elementos narrativos. Fonte: http://lportuguesa.malha.net/content/view/27/1/ Retórica Existe uma retórica natural, assimilada empiricamente junto com a linguagem. É um patrimônio coletivo, embora não inteiramente consciente, de todos os membros de uma sociedade falante. Essa retórica natural vem a ser a base desenvolvida e sistematizada pela retórica escolar. Retórica é a arte de exprimir-se bem pela palavra, ou seja, de utilizar todos os recursos da linguagem com o objetivo de provocar determinado efeito no ouvinte. A premissa básica da retórica é que todo discurso é feito com a intenção de alterar uma situação determinada. A retórica escolar tem sentido mais restrito: é a arte do discurso partidário, exercida principalmente nos tribunais. Como disciplina ensinada e aprendida, a retórica apresenta um sistema de formas de pensamento e de linguagem, que devem ser conscientemente utilizadas. Evolução histórica. A arte da retórica nasceu na Sicília, em meados do século V a.C., quando a política dos tiranos deu lugar à democracia. No mundo grego, a oratória veio a ser uma necessidade fundamental do cidadão, que teria de defender seus direitos nas assembleias. Pouco a pouco, começaram a surgir profissionais da retórica -- os primeiros advogados -- que ainda não representavam seus clientes na tribuna, mas orientavam seus discursos, quando não os escreviam totalmente, obrigando os clientes a decorá-los, para realizar uma exposição correta e obter o ganho da causa. Os primeiros profissionais retores de que há notícia são dois sicilianos de Siracusa, Córax e Tísias, que, no ano de 460 a.C., definiram-na como a arte da persuasão e começaram a sistematizar as regras do discurso forense, para o qual prescreveram três seções: provímion, "proêmio", agones, "pleito" e epílogos, "epílogo". No mesmo século, os sofistas foram responsáveis por um grande impulso na evolução da retórica. Consideravam que, sendo a verdade relativa, poderia depender da forma do discurso no qual fosse apresentada. Criaram então escolas de retórica, que passaram a ser frequentadas pelas pessoas que tinham necessidade de falar em público. Platão não compartilhava das ideias dos sofistas e postulava a existência de uma verdade absoluta, inquestionável. Portanto, a linguagem seria fundamentalmente um meio de expressão dessa verdade e das leis da moral. Aristóteles é o autor do mais importante tratado da antiguidade sobre o tema. Em sua Retórica, estabeleceu como qualidades máximas para o estilo a clareza e a adequação dos meios de expressão ao assunto e ao momento do discurso. Relacionou os métodos de persuasão do júri e da assembleia e classificou-os em três categorias: os que induzem atitude favorável à pessoa do orador, os que produzem emoção e os argumentos lógicos e exemplos. Concordou com Platão quanto aos aspectos morais da retórica e distinguiu três tipos de discurso: deliberativo, para ser pronunciado nas assembleias políticas; forense, para ser ouvido no tribunal; e epidíctico, ou demonstrativo, tais como panegíricos, homenagens fúnebres etc. Cada tipo de discurso se estruturava segundo regras próprias para efetuar a persuasão. A Roma republicana adotou a teoria aristotélica e em seu sistema legislativo e judicial atribuía grande importância à oratória, disciplina básica em seu sistema de educação. A prática da retórica decaiu no período imperial, em consequência da perda das liberdades civis. Os maiores oradores romanos foram Cícero, no século I a.C., e Quintiliano, um século depois. A retórica romana elaborou as práticas gregas e desenvolveu um processo de composição do discurso em cinco fases: a invenção, escolha das ideias apropriadas; a disposição, maneira de ordená-las; a elocução, Linguagens e Códigos que se referia ao uso de um estilo apropriado; a memorização; e, finalmente, a pronunciação. A retórica se estruturava assim como uma técnica mecanicista de construção do discurso. O declínio do Império Romano levou ao desaparecimento dos foros públicos e a retórica civil praticamente se restringiu à elaboração dos panegíricos dos imperadores. A retórica foi também praticada pelos teólogos cristãos, que, quanto ao conteúdo, seguiam com fidelidade as doutrinas ditadas pela igreja, embora imitassem o estilo dos autores clássicos. Por volta do século XVI, era aplicada à redação de cartas. Sob a influência do humanista francês Petrus Ramus foi reduzida principalmente a questões de estilo e se tornou uma coleção de figuras de linguagem. A partir de então ganhou a fama de ser mera ornamentação formal, sem conteúdo. Foi relegada às escolas para ensino do latim e permaneceu por três séculos sem maiores alterações. Retórica moderna. As transformações registradas na teoria do conhecimento, iniciadas após o Renascimento com René Descartes e John Locke, superaram algumas das ideias da retórica clássica. Nietzsche e filósofos contemporâneos como Thomas Kuhn já não consideram a linguagem como simples espelho da realidade e expressão da verdade absoluta, mas, pelo contrário, acreditam que atua como um filtro que condiciona a percepção. Devido a essas mudanças na epistemologia, a retórica clássica fornece um modelo capcioso para os estudiosos da linguagem enquanto comunicação ou transmissão de conhecimento. A verdade não é mais definida como ideia prefixada que a linguagem apresenta de forma atraente, mas como ideia relativa a uma perspectiva que é intrínseca à própria linguagem. Pensadores do pós-estruturalismo, que vêem a linguagem como estrutura cultural preexistente, que condiciona o indivíduo, pretendem fazer o exame retórico inclusive de outras formas de discurso relacionadas à linguagem. Tornam-se objeto desse estudo o cinema, a televisão, a publicidade, o mercado financeiro, os partidos políticos e os sistemas educacionais, estruturas produtoras de discurso e intrinsecamente retóricas, já que instituídas para persuadir e provocar resultados específicos. Outros retóricos modernos compreendem toda comunicação linguística como argumentação e advogam que a análise e a interpretação do discurso sejam baseadas em um entendimento da reação e da situação social da audiência. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda. Figuras De Linguagem Consideradas Pelos Autores Clássicos Gregos E Romanos Como Integrantes Da Arte Da Retórica, De Grande Importância Literária, As Figuras De Linguagem Contribuem Também Para A Evolução Da Língua. Figuras De Linguagem São Maneiras De Falar Diferentes Do Cotidiano Comum, Com O Fim De Chamar A Atenção Por Meio De Expressões Mais Vivas. Visa Também Dar Relevo Ao Valor Autônomo Do Signo Linguístico, O Que É Característica Própria Da Linguagem Literária. As Figuras Podem Ser De Dicção (Ou Metaplasmos), Quando Dizem Respeito À Própria Articulação Dos Vocábulos; De Palavra (Ou Tropos), Quando Envolvem A Significação Dos Termos Empregados; De Pensamento, Que Ocorre Todas As Vezes Que Se Apresenta Caprichosamente A Linguagem Espiritual; Ou De Construção, Quando É Conseguida Por Meios Sintáticos. Metaplasmos. Todas As Figuras Que Acrescentam, Suprimem, Permutam Ou Transpõem Fonemas Nas Palavras São Metaplasmos. Assim, Por Exemplo, Mui Em Vez De Muito; Enamorado, Em Vez De Namorado; Cuidoso, Em Vez De Cuidadoso; Desvario, Em Vez De Desvairo. Figuras De Palavras. As Principais Figuras De Palavras São A Metáfora, A Metonímia E O Eufemismo. Recurso Essencial Na Poesia, A Metáfora É A Transferência De Um Termo Para Outro Campo Semântico, Por Uma Comparação Subentendida (Como Por Exemplo Quando Se Chama Uma Pessoa Astuta De "Águia"). A Metonímia Consiste Em Designar Um Objeto Por Meio De Um Termo Designativo De Outro Objeto, Que Tem Com O Primeiro Uma Dentre Várias Relações: (1) De Causa E Efeito (Trabalho, Por Obra); (2) De Continente E Conteúdo (Garrafa, Por Bebida); (3) Lugar E Produto (Porto, Por Vinho Do Porto); (4) Matéria E Objeto (Cobre, Por Moeda De Cobre); (5) Concreto E Abstrato (Bandeira, Por Pátria); (6) Autor E Obra (Um Portinari, Por Um Quadro Pintado Por Portinari); (7) A Parte Pelo Todo (Vela, Por 134 Embarcação). O Eufemismo É A Expressão Que Suaviza O Significado Inconveniente De Outra, Como Chamar Uma Pessoa Estúpida De "Pouco Inteligente", Ou "Descuidado", Ao Invés De "Grosseiro". Figuras De Construção E De Pensamento. Tanto As Figuras De Construção Quanto As De Pensamento São Às Vezes Englobadas Como "Figuras Literárias". As Primeiras São: Assindetismo (Falta De Conectivos), Sindetismo (Abuso De Conectivos), Redundância (Ou Pleonasmo), Reticência (Ou Interrupção), Transposição (Ou Anástrofe, Isto É, A Subversão Da Ordem Habitual Dos Termos). As Principais Figuras De Pensamento São A Comparação (Ou Imagem), A Antítese (Ou Realce De Pensamentos Contraditórios), A Gradação, A Hipérbole (Ou Exagero, Como Na Frase: "Já Lhe Disse Milhares De Vezes"), A Lítotes (Ou Diminuição, Por Humildade Ou Escárnio, Como Quando Se Diz Que Alguém "Não É Nada Tolo", Para Indicar Que É Esperto). Figuras De Sintaxe. Quando Se Busca Maior Expressividade, Muitas Vezes Usam-Se Lacunas, Superabundâncias E Desvios Nas Estruturas Da Frase. Nesse Caso, A Coesão Gramatical Dá Lugar À Coesão Significativa. Os Processos Que Ocorrem Nessas Particularidades De Construção Da Frase Chamam-Se Figuras De Sintaxe. As Mais Empregadas São A Elipse, O Zeugma, O Anacoluto, O Pleonasmo E O Hipérbato. Na Elipse Ocorre A Omissão De Termos, Facilmente Depreendidos Do Contexto Geral Ou Da Situação ("Sei Que [Tu] Me Compreendes."). Zeugma É Uma Forma De Elipse Que Consiste Em Fazer Participar De Dois Ou Mais Enunciados Um Termo Expresso Em Apenas Um Deles ("Eu Vou De Carro, Você [Vai] De Bicicleta."). O Anacoluto Consiste Na Quebra Da Estrutura Regular Da Frase, Interrompida Por Outra Estrutura, Geralmente Depois De Uma Pausa ("Quem O Feio Ama, Bonito Lhe Parece."). O Pleonasmo É A Repetição Do Conteúdo Significativo De Um Termo, Para Realçar A Ideia Ou Evitar Ambiguidade ("Vi Com Estes Olhos!"). Hipérbato É A Inversão Da Ordem Normal Das Palavras Na Oração, Ou Das Orações No Período, Com Finalidade Expressiva, Como Na Abertura Do Hino Nacional Brasileiro: "Ouviram Do Ipiranga As Margens Plácidas / De Um Povo Heróico O Brado Retumbante. ("As Margens Plácidas Do Ipiranga Ouviram O Brado Retumbante De Um Povo Heróico.") ©Encyclopaedia Britannica Do Brasil Publicações Ltda. Metaplasmo As Palavras, Tanto No Tempo Quanto No Espaço, Estão Sujeitas A Alterações Fonéticas, Que Chegam Por Vezes A Desfigurá-Las. Só Se Admite Que A Palavra "Cheio" Era, Em Sua Origem Latina, O Vocábulo Plenus, Porque Leis Fonéticas E Documentos Provam Essa Identidade. Metaplasmo É A Alteração Fonética Que Ocorre Na Evolução Dos Fonemas, Dos Vocábulos E Até Das Frases. Os Metaplasmos Que Dizem Respeito Aos Fonemas São Vários. Na Transformação Do Latim Em Português Alguns Foram Frequentíssimos, Como O Abrandamento, A Queda, A Simplificação E A Vocalização. No Caso Do Abrandamento, As Consoantes Fortes (Proferidas Sem Voz) Tendem A Ser Proferidas Com Voz, Quando Intervocálicas (Lupus > Lobo, Defensa > Defesa). Na Queda, As Consoantes Brandas Tendem A Desaparer Na Mesma Posição (Luna > Lua, Gelare > Gear). Excetuam-Se M, R, E Por Vezes G (Amare > Amar, Legere > Ler, Regere > Reger). O B, Excetuando-Se Também, Muda-Se Em V (Debere > Dever). Ocorre A Simplificação Quando As Consoantes Geminadas ReduzemSe A Singelas (Bucca > Boca, Caballus > Cavalo). O Atual Digrama Ss Não Constitui Exceção, Porque Pronunciado Simplesmente Como Ç (Passus > Passo). Quanto Ao Rr, Para Muitos Conserva A Geminação, Na Pronúncia Trilada, Como No Castelhano (Terra > Terra); Para Outros Os Dois Erres Se Simplificam Num R Uvular, Muito Próximo Do R Grasseyé Francês. Consiste A Vocalização Na Troca Das Consoantes Finais De Sílabas Interiores Em I, Ou U: (Acceptus > Aceito, Absente > Ausente). Muitos Brasileiros Estendem Isso Ao L, Como Em "Sol", Que Proferem "Çóu", Criando Um Ditongo Que Não Existe Em Português. Os Vocábulos Revelam, Em Sua Evolução, Metaplasmos Que Se Classificam Como De Aumento, De Diminuição, E De Troca. Como Exemplos De Acréscimos Anotam-Se Os Fonemas Que Se Agregam Às Antigas Formas. Linguagens e Códigos Em "Estrela" Há Um E Inicial, E Mais Um R, Que Não Havia No Originário Stella. Observem-Se Essas Evoluções: Foresta > Floresta, Ante > Antes. "Brata", Oriundo De Blatta, Diz-Se Atualmente "Barata". Decréscimos São Supressões Como As Observadas Na Transformação De Episcopus Em "Bispo". Ou Em Amat > Ama, Polypus > Polvo, Enamorar > Namorar. Apontam-Se Trocas Em Certas Transformações. Note-Se A Posição Do R Em: Pigritia > Preguiça, Crepare > Quebrar, Rabia > Raiva. Os Acentos Também Se Deslocam Às Vezes, Deslizando Para A Frente (Produção), Como Em Júdice > Juiz, Ou Antecipando-Se (Correpção), Como Em Amassémus > Amássemos. A Crase (Ou Fusão) É Um Caso Particular De Diminuição, Característico Aliás Da Língua Portuguesa, E Consiste Em Se Reduzirem Duas Ou Três Vogais Consecutivas A Uma Só: Avoo > Avô, Avoa > Avó, Aa > À, Maior > Mor, Põer > Pôr. A Crase É Também Normal Em Casos Como "Casa Amarela" (Káz Ãmáréla). Os Metaplasmos São, Em Literatura, Principalmente Na Poesia, Figuras De Dicção. Os Poetas Apelam Para As Supressões, Para As Crases, Para Os Hiatos, Como Para Recursos De Valor Estilístico. A Um Poeta É Lícito Dizer No Brasil: "E O Rosto Of'rece A Ósculos Vendidos" (Gonçalves Dias). Quando Bilac Versifica: "Brenha Rude, O Luar Beija À Noite Uma Ossada" Dá Ao Encontro U-A Um Tratamento Diferente Daquele Que Lhe Notamos Adiante Em: "Contra Esse Adarve Bruto Em Vão Rodavam "No Ar". No Ar Reduzido A Um Ditongo Constitui Uma Sinérese. ©Encyclopaedia Britannica Do Brasil Publicações Ltda. FIGURAS DE ESTILO METÁFORA = significa transposição. Consiste no uso de uma palavra ou expressão em outro sentido que não o próprio, fundamentando-se na íntima relação de semelhança entre coisas e fatos. A metáfora é sempre uma imagem, isto é, representação mental de uma realidade sensível. É uma espécie de comparação latente ou abreviada. Por exemplo: Paulo é um touro. COMPARAÇÃO = consiste em comparar dois termos, em que vêm expressos termos comparativos, constituindo-se em intermediário entre o sentido próprio e o figurado. Por exemplo: Paulo é forte como um touro. METONÍMIA = significa mudança de nome. Consiste na troca de um nome por outro com o qual esteja em íntima relação por uma circunstância, de modo que um implique o outro. Há metonímia quando se emprega: o efeito pela causa = Sócrates tomou a morte(= o veneno). a causa pelo efeito = Vivo do meu trabalho(= do produto de meu trabalho). o autor pela obra = Eu li Castro Alves(= a obra de Castro Alves). o continente pelo conteúdo = Traga-me um copo d’água(= a água do copo). a marca pelo produto = Comprei um gol(= carro). o conteúdo pelo continente = As ondas fustigavam a areia(= a praia). o instrumento pela pessoa = Ele é um bom garfo(= comilão). o sinal pela coisa significada = A cruz dominará o Oriente(= Cristianismo). o lugar pelo produto = Ele só fuma Havana(= cigarro da cidade de Havana). SINÉDOQUE = consiste em alcançar ou restringir a significação própria de uma palavra. É o emprego do mais pelo menos ou vice-versa, isto é, a troca de um nome pelo outro de modo que um contenha o outro. a parte pelo todo = No horizonte surgia uma vela(= um navio). o todo pela parte = O mundo é egoísta(= os homens). o singular pelo plural = O homem é mortal(= os homens). a espécie pelo gênero = Ganhei o pão com o suor do rosto(= alimento). o indivíduo pela classe = Ele é um Atenas(= cidade culta). a espécie pelo indivíduo = No entender do Apóstolo…(São Paulo). a matéria pelo instrumento = Ela possui lindos bronzes(= objetos). o abstrato pelo concreto = A audácia vencerá(= os audaciosos). CATACRESE = é o desvio da significação de uma palavra por outra, ante a inexistência de vocábulo apropriado. Origina-se da semelhança formal entre dois objetos, dois seres. É uma metáfora estereotipada. Por exemplo: Dente de alho; pernas da mesa. 135 ELIPSE = é a omissão de um termo da frase facilmente subentendido. Por exemplo: "Na terra tanta guerra, tanto engano, tanta necessidade aborrecida, no mar tanta tormenta e tanto engano"(Camões). Os casos mais comuns são de verbos(ser e haver), a conjunção integrante(que), a preposição(de) das orações subordinadas substantivas indiretas e completivas nominais, sujeito oculto. ZEUGMA = é a omissão de um termo já expresso anteriormente na frase. Por exemplo: Nem ele entende a nós, nem nós a ele. PLEONASMO = consiste na repetição de uma mesma ideia por meio de vocábulos ou expressões diferentes. Por exemplo: Resta-me a mim somente uma esperança. simples vestido roxo, que a vestia como se a despisse(Raul Pompeia). APÓSTROFE = é uma invocação, um chamado emotivo. Por exemplo: Deuses impassíveis… Por que é que nos criastes?(Antero de Quental). GRADAÇÃO = é a disposição das ideias numa ordem gradativa. Por exemplo: Homens simples, fortes, bravos… hoje míseros escravos sem ar, sem luz, sem razão…(Castro Alves). ASSÍNDETO = é a ausência de conectivos numa sequência de frases. Por exemplo: Destrançou os cabelos, soltou-os, trançou-os de novo(Pedro Rabelo). POLISSÍNDETO = é a repetição de uma conjunção. Por exemplo: E rola, e rebola, como uma bola. HIPÉRBATO = é uma inversão dos termos da frase, uma alteração na ordem direta. Por exemplo: Já da morte o palor me cobre o rosto (Álvares de Azevedo). ANACOLUTO = consiste na interrupção do esquema sintático inicial da frase, que termina por outro esquema sintático. Por exemplo: Este, o rei que têm não foi nascido príncipe(Camões). ANÁFORA = é a repetição de um termo no início das frases ou versos. Por exemplo: Tem mais sombra no encontro que na espera. Tem mais samba a maldade que a ferida (Chico Buarque de Holanda). ONOMATOPEIA = consiste no uso de palavras que imitam o som ou a voz natural dos seres. Graças a seu valor descritivo, é também excelente subsídio da linguagem afetiva. Por exemplo: Os sinos bimbalhavam ruidosamente. ALITERAÇÃO = é a repetição de sons consonantais iguais ou semelhantes. Por exemplo: E as cantilenas de serenos sons amenos fogem fluidas, fluindo à fina flor dos fenos(Eugênio de Castro). RETICÊNCIA = consiste na proposital suspensão do pensamento, quando se julga o silêncio mais expressivo que as palavras. Por exemplo: Nós dois … e, entre nós dois, implacável e forte. SILEPSE = concordância ideológica. A concordância não é feita com o elemento gramatical expresso, mas sim com a ideia, com o sentido real. ASSONÂNCIA = é a repetição de sons vocálicos iguais ou semelhantes. Por exemplo: Até amanhã, sou Ana da cama, da cana, fulana, sacana(Chico Buarque de Holanda). PARANOMÁSIA = é o encontro de duas palavras muito semelhantes quanto à forma. Por exemplo: Ser capaz, como um rio, (…) de lavar do límpido a mágoa da mancha(Thiago de Mello). FONTE: Http://Www.Micropic.Com.Br/Noronha/Grama_Fig.Htm A silepse pode ser: de gênero = Vossa Majestade mostrou-se generoso. (V.Majestade = feminino e generoso = masculino); de número = O povo lhe pediram que ficasse. (o povo = singular e pediram = plural); de pessoa = Os brasileiros somos nós.(os brasileiros = 3ª pessoa e somos = 1ª pessoa). ANTÍTESE = consiste na exposição de uma ideia através de conceitos ou pensamentos opostos, quer fazendo confrontos, quer associando-os. Por exemplo: Buscas a vida, e eu a morte; procuras a luz, e eu as trevas. IRONIA = consiste no uso de uma expressão, pela qual dizemos o contrário do que pensamos com intenção sarcástica e entonação apropriada. Por exemplo: A excelente D. Celeste era mestra na arte de judiar dos alunos. EUFEMISMO = consiste no uso de uma expressão em sentido figurado para suavizar, atenuar uma expressão rude ou desagradável. Por exemplo: Ficou rico por meios ilícitos(= roubou). HIPÉRBOLE = consiste em exagerar a realidade, a fim de impressionar o espírito de quem ouve. Por exemplo: Ele se afogava num dilúvio de cartas. PROSOPOPEIA = consiste na personificação de coisas e evocação de deuses ou de mortos. Por exemplo: As estrelas disseram-me: aqui estamos. ANTONOMÁSIA = substituição de um nome próprio por um nome comum, por uma apelido ou por um título que tornou a pessoa conhecida. Por exemplo: O Mártir da Inconfidência (para Tiradentes). PERÍFRASE = rodeio de palavras, circunlóquio: por exemplo: A mais antiga das profissões (a prostituição). SINESTESIA = figura que se baseia na soma de sensações percebidas por diferentes órgãos dos sentidos. Por exemplo: A ondulação sonora e táctil entrava pelos meus ouvidos. PARADOXO = expressão contraditória. Por exemplo: Ia divina, num Linguagens e Códigos EXEMPLOS DE REDAÇÃO Exemplo de Descrição Este é o técnico da seleção: Um homem de cabelos esbranquecidos pela vida de futebol e por demais atacado pela calvície e possuidor de um temperamento contestador mas audaz em sua decisão de levar o Brasil ao título do Pentacampeonato tão almejado por um Povo de autenticidade futebolística e técnicos de coração verde e amarelo que bradam e vivem a vitória e a derrota de cada etapa num grito eufórico de gol ! Exemplo de Narração Vai iniciar mais uma partida de mais um clássico de futebol. E parece que o dia está claro para um jogo jamais visto em todo este campeonato. É o Brasil buscando o nosso Pentacampeonato contra a Jamaica. Vai ser dado o chute inicial e o jogo vai começar... Vai, Brasil ! Exemplo de Dissertação O que nos interessa é a dissertação que não foge a estrutura redacional da introdução, do desenvolvimento e finalmente a conclusão das duas partes da estrutura. Assim temos sempre que ter um plano de estrutura que determine o tema projetando suas limitações, inicie um tópico frasal definindo a ideia geral que deve ser desenvolvida, manifeste a opinião e argumentação da ideia geral e desenvolve a redação até chegar ao final da ideia geral proposta e das ideias desenvolvidas. Analise esta dissertação e veja se ela realmente seguiu as etapas que estruturam uma boa redação e não se esqueça de verificar a ortografia. A melhor dica é escrever sempre e ler bastante acompanhando as técnicas redacionais apresentadas a cada semana para desenvolver ordenadamente sua dissertação e até conhecer algumas formas de fazer um núcleo ou tópico frasal bem definido com o tema. Exemplo: Páscoa é a festa espiritual da libertação, simbolizada por objetos incorporados em nossas vidas como o ovo de páscoa, que está ligado a um ritual egípcio e, por conveniências comerciais, ganhou seu lugar nas festi136 vidades do Domingo de Páscoa assim como outra tradições que surgiram do anseio popular (a malhação do Judas em Sábado de Aleluia). Mas, a verdadeira Páscoa está narrada em Exodus e depois a Nova Páscoa está descrita no Evangelho de Jesus Cristo como a vitória do Filho do Homem. A primeira Páscoa da História foi celebrada pelos hebreus no século 13 a.C. para que todos lembrassem que Moisés, com a ajuda do Senhor, salvou o seu povo das mãos do Faraó. Assim, o cordeiro foi o sinal de aliança e o anjo podia saber quem estava com Javé ou Jeová. E com a ceia vieram os pães ázimos sem fermento e as ervas amargas comidas com o cordeiro pelos hebreus com os cinturões cingidos aos rins, prontos para ir embora do Egito, ao amanhecer. Depois temos o anúncio do Cordeiro de Deus por João Batista e a revelação do Filho do Homem até a sua crucificação e a Ressurreição. Somente a partir deste período, os cristãos das catacumbas começam a usar o Ovo como símbolo de vida nova, além do que depois do jejum da Quaresma e da Semana Santa era o alimento para a preparação da festa, entre 22 de março a 25 de abril, variando de ano para ano. A origem das tradições pascais variam de civilização a civilização e de tudo que pode ser incorporado como os ovos egípicios ganhou afeição dos teutônicos e na China, na Festa da Primavera, distribuíam ovos coloridos. Os missionários trouxeram o costume que se ocidentalizou-se e a Igreja concordou e oficializou no século XVIII. No mundo todo, a cerimônia religiosa da Páscoa varia conforme as tradições e costumes, mas seus significados de Libertação e Vida Nova ainda são traduzidos nas festividades pascais e nas suas formas de comemorações até mesmo com a malhação do Judas no Sábado de Aleluia e a Missa de Páscoa de Domingo, tudo faz parte da civilização cristã ocidental e da história da vida, morte, paixão e ressurreição de Cristo narrada no Antigo e Novo Testamento. Fonte: http://www.mundovestibular.com.br/articles/1266/1/EXEMPLOS-DEREDACAO/Paacutegina1.html FICHA MAIS LIMPA (Fonte: Jornal Zero Hora) Mais uma vez, a Justiça acabou se revelando mais rigorosa em relação às exigências de moralidade na política do que o próprio Congresso. Na última semana, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu que a chamada Lei da Ficha Limpa valerá para todos os candidatos condenados por crimes graves em órgãos colegiados, incluindo casos nos quais a condenação seja anterior à sanção da lei, em 4 de junho. Prevaleceu, portanto, a tese de que o Direito Eleitoral deve proteger a moralidade, e evitou-se assim o risco de o novo instrumento se tornar inócuo. Com essa manifestação da Justiça, perdem alguns políticos que, a partir da ampliação do alcance da lei, ficarão impedidos de concorrer em outubro e deverão, por isso, tentar derrubar a norma. Em compensação, ganham os eleitores, pois assim correrão menos riscos de eleger quem tem contas a acertar com a Justiça. Mesmo levado a agir de alguma forma por um projeto de iniciativa popular apresentado em setembro do ano passado com o respaldo de 1,3 milhão de assinaturas, o Congresso vinha desde então hesitando em atender ao clamor popular. A aprovação só ocorreu depois do abrandamento do texto, que limitou o impedimento do registro de candidatura apenas para condenados em última instância. Mesmo assim, o Senado ainda tentou um recurso semântico para abrandar as exigências, mudando o tempo verbal “os que tenham sido”, como saiu da Câmara, para “os que forem” condenados. Felizmente, na interpretação do TSE, prevaleceu a tese do relator da consulta sobre o projeto Ficha Limpa, ministro Cláudio Versiani, de que a causa da inelegibilidade incide sobre a situação do candidato no momento do registro, com prazo até 5 de julho. Não se trata, como argumentou o relator, de perda de direito político, de punição, pois inelegibilidade não constitui pena. A condenação é que, por si só, sob esse ponto de vista, impede alguém de sair em busca de voto. Só o corporativismo dos políticos é capaz de justificar a necessidade de a Justiça Eleitoral se pronunciar, impedindo o registro de candidaturas Linguagens e Códigos que os próprios partidos deveriam vetar, em respeito aos eleitores. Confrontada com a exposição de sucessivos descalabros na política e na administração pública de maneira geral, a sociedade brasileira tem razões de sobra para se mostrar cada vez menos tolerante com práticas do gênero. Esse é o tipo de deformação que só se mantinha pelo fato de ter sido associada a políticos a ideia de impunidade e pela insistência de muitos deles em buscar votos para garantir imunidade ou tratamento privilegiado. O projeto que o TSE se encarregou de tornar um pouco mais rigoroso pode não ser abrangente o suficiente para as necessidades do país e não confere 100% de garantia ao eleitor de estar optando por um candidato ético. Mas, diante da falta de disposição dos parlamentares em se mostrarem mais rigorosos, constitui um alento na luta pela moralização. MEDO DE INADIMPLÊNCIA NOS CARTÕES DE CRÉDITO TEM BASE (Fonte: Jornal O Estado de S. Paulo) Os bancos brasileiros começam a se preocupar com o uso de cartões de crédito pela nova classe média, considerando que um afrouxamento do crescimento pode desencadear uma onda de inadimplência. A preocupação é largamente justificada, porém as instituições financeiras deveriam reconhecer que, em grande parte, são responsáveis por essa eventualidade. Durante muito tempo os bancos procuraram difundir o uso de cartões de crédito levando em conta que os ganhos que auferiam das empresas comerciais que aceitavam o pagamento com cartão permitiam assumir o risco da inadimplência dos portadores de cartão. A oferta foi realizada sem levar em conta a capacidade financeira dos clientes, e nem todos tinham conta no banco emissor do cartão. Felizmente, houve um acordo entre os bancos para que emitissem cartão só quando fossem realmente pedidos. No entanto, com o alargamento das classes C e D, os bancos foram solicitados a emitir novos cartões sem verificar a capacidade financeira dos seus titulares. E mais: utilizaram não apenas o atrativo do "pagamento mínimo", como inventaram o crédito rotativo para estimular os titulares dos cartões a recorrer a empréstimos vinculados aos cartões, chegando, em caso de atrasos, a cobrar juros de 238,30%, taxa muito maior do que a do cheque especial (181,30%), que já era muito elevada diante do crédito pessoal, com taxa de 42,9%. E não esqueçamos de que esse aumento da emissão de cartões de crédito ocorreu quando o crédito consignado se ampliava e que a política de casa própria baixada pelo governo se traduz por um endividamento de prazo muito longo, em que o mutuário fará tudo para não perder o imóvel adquirido, que é a garantia para a instituição financeira. Além disso, os bancos aceitaram que as lojas oferecessem pagamentos a prazo longo, muitas vezes com a garantia dos cartões de crédito. Neste contexto, pode-se entender a preocupação dos bancos com a possibilidade futura de uma explosão de inadimplência, quando se considera que só no mês de abril se registraram 224,4 milhões de operações com cartões de crédito. Caberia aos bancos mostrarem-se mais cautelosos na distribuição de cartões, fixando um limite de financiamento para eles. Seria bom, também, que estudassem a possibilidade de eliminar o "pagamento mínimo", que é um convite ao endividamento, e recusassem operações com prazos de pagamentos de mais de três meses. FORMAÇÃO DEFICITÁRIA (Fonte: Diário Catarinense) Mesmo acima das metas definidas pelo Ministério da Educação (MEC), as conclusões da segunda edição do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) revelam que o país vem avançando no Ensino Fundamental, mas estagnou no nível médio. E, em ambos os casos, os resultados seguem muito distantes dos padrões internacionais. Por isso, precisam ser devidamente avaliados pelo poder público e enfrentados a partir de suas causas, para evitar prejuízos ainda maiores para o país. Além de contribuir para um distanciamento maior nas duas etapas do ensino básico, um avanço mais discreto no nível médio tem implicações importantes na formação dos brasileiros de maneira geral e na própria atividade econômica. São motivos consistentes para que o MEC se disponha a enfrentar de imediato essas diferenças. 137 A avaliação demonstra que, depois de ter universalizado o acesso ao Ensino Fundamental, levando praticamente todas as crianças em idade escolar para a sala de aula, o país já vem conseguindo acelerar o aumento da qualidade nesta etapa. Nas séries iniciais, isso significa problemas no domínio de habilidades como, por exemplo, o reconhecimento de diferenças no tratamento dado ao mesmo tema em textos distintos. Já nos últimos anos, persistem problemas, por exemplo, para cálculos envolvendo soma e subtração com o uso de parênteses e colchetes ou até mesmo para identificar a intenção do autor de uma história em quadrinhos. Ao mesmo tempo, os resultados referentes ao Ensino Médio demonstram dificuldades ainda maiores diante de desafios como o de diferenciar a parte principal das secundárias em um texto informativo. É difícil imaginar que alunos com falhas desta ordem possam se dar bem no mercado profissional e contribuir para enriquecê-lo. O Brasil precisa de mão de obra qualificada para fazer sua economia avançar, o que implica antes de mais nada um desempenho do ensino básico superior ao verificado agora. Deficiências no aprendizado nos níveis registrados na segunda pesquisa do Ideb têm reflexos diretos na produtividade e nas chances reais de competição, fazendo com que o Brasil fique em desvantagem em relação a outros países nos quais o ensino é mais forte. Os resultados, mesmo superando os objetivos oficiais, são frustrantes e preocupam, devendo ser analisados a partir de suas causas reais. A particularidade de os avanços ficarem mais difíceis nas séries nas quais o aprendizado fica mais complexo reforça a necessidade de mais treinamento e melhor remuneração para os professores. Ao mesmo tempo, é preciso que o poder público possa conter os elevados níveis de evasão no Ensino Médio, com a aprovação de medidas que estimulem a presença dos alunos por mais tempo em sala de aula. O CUSTO DA MÁQUINA (Fonte: Zero Hora) A revelação é surpreendente: embora os servidores públicos representem uma parcela relativamente pequena das vagas de trabalho no país, entre 11% e 12% do total de emprego, a mão de obra governamental é cara, tem um custo acima do que gastam países desenvolvidos. Estas conclusões integram o relatório Avaliação da Gestão de Recursos Humanos no Governo, feita pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), organismo multilateral integrado por 31 nações consideradas desenvolvidas ou com alta renda média. Pelo diagnóstico apresentado no estudo, atualmente 28% dos custos salariais da economia brasileira são pagos aos servidores públicos. Os dados revelam, primeiro, a importância que os estamentos de servidores públicos conquistaram no Brasil, a ponto de adquirirem salarialmente um peso que representa mais que o dobro de sua percentagem no conjunto dos trabalhadores. Há várias questões em causa nessas informações. A primeira é saber se os gastos com as folhas de servidores, que eram de R$ 71 bilhões anuais em 2002 e que em 2010 chegarão a R$ 168 bilhões, correspondem a uma qualificação nos serviços ou na ampliação quantitativa equivalente. A segunda é saber se esse esforço do contribuinte se traduz numa diminuição das desigualdades no âmbito do próprio funcionalismo. E a terceira, suscitada pelo relatório da OCDE, é a de ver se a realidade brasileira comporta uma distorção tão evidente em relação à prática salarial de países como os europeus ou da América do Norte, comparando-se gastos públicos e qualidade dos serviços. Os cidadãos brasileiros, que conhecem a precariedade das ações governamentais, têm o direito de esperar que se concretize a conclusão feita por um alto servidor do Ministério do Planejamento ao interpretar o relatório da OCDE: o governo passou a pagar bem e, por isso, poderá exigir que o retorno seja na forma de serviços de melhor qualidade. A VISÃO OTIMISTA DO COPOM SOBRE O FUTURO DA INFLAÇÃO (Fonte: O Estado de S. Paulo) Na sua reunião de junho, o Comitê de Política Monetária (Copom) avaliou mal a evolução da conjuntura econômica brasileira, anunciando uma consolidação da política monetária restritiva. Na de julho voltou atrás, limitando em 0,50 ponto porcentual (p.p.) o aumento da taxa Selic, recuo Linguagens e Códigos que um significativo número de economistas tinha previsto da divulgação de alguns índices de preços. Essa interpretação quase generalizada da decisão das autoridades monetárias faz esquecer que, de qualquer maneira, o Copom realizou um novo aumento da taxa Selic, recorrendo à tática do "bode na sala", em homenagem às entidades de classe, apavoradas com um aumento quase certo de 0,75 p.p. da Selic. Já tivemos oportunidade de dizer que, qualquer que fosse o aumento, seria preciso respeitar a decisão do Banco Central. Na ata da reunião de junho podia-se ler que "a demanda doméstica se apresenta robusta em grande parte devido aos efeitos de fatores de estímulo, como o crescimento da renda e a expansão de crédito". No mês de julho não se registrou um forte aumento da renda, embora no mês anterior, segundo os dados divulgados ontem pelo IBGE, a população ocupada cresceu e sua massa de rendimento médio real aumentou 0,5%, o que deveria se traduzir por um aumento da demanda. O recuo da inflação pode ser atribuído a uma redução das compras nas lojas em razão das férias e, mais provavelmente, dos empréstimos imobiliários, que levam a uma redução da compra de outros bens, uma vez que o preço dos imóveis está subindo. O Copom costuma dizer que sua política visa aos acontecimentos futuros, e não apenas à situação presente. A questão é saber se o seu otimismo (medido, já que aumentou menos a Selic) é justificado. Os estímulos à renda acabaram com o fim das isenções fiscais, mas foram substituídos por uma elevação da remuneração do funcionalismo e dos aposentados. O Copom seguramente não se esqueceu dos enormes gastos que o governo está prometendo e que representam um forte aumento da distribuição de renda, a menos que esteja consciente de que tais promessas visam apenas a seduzir os eleitores. Ontem a Fundação Getúlio Vargas divulgou a sua sondagem sobre as intenções dos consumidores, nitidamente otimista, e o Índice Antecedente de Vendas (IAV), apurado pelo Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), mostra um bom desempenho em julho e considera que as vendas atingirão o pico da alta em setembro. O Copom poderá ainda atuar... SINAL VERMELHO NAS SCS (Fonte: Diário Catarinense, 15/02/2011) Levantamento efetuado pela Polícia Rodoviária Militar de Santa Catarina identificou as rodovias mais perigosas sob sua jurisdição, com base na Unidade Padrão de Severidade (UPS), que foi definida pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) para tal aferição em toda a malha rodoviária do país sejam estradas federais, estaduais ou municipais. A UPS é calculada de acordo com o número e tipo de acidentes (com mortos, feridos ou só com danos materiais) e o tamanho da rodovia. Não chega a causar surpresa o fato de a SC-401, que liga às praias do Norte da Ilha de Santa Catarina em Florianópolis, liderar o ranking do perigo, apesar de ter apenas 26,7 quilômetros de extensão. No ano passado, em acidentes registrados no trajeto, morreram 15 pessoas e outras 336 ficaram feridas. Quem costuma utilizar esta rodovia sabe o porquê. O trecho ainda não duplicado é o cenário da maioria dos acidentes — na próxima semana, será entregue a ordem de serviço para duplicar esses seis quilômetros. Também a precária manutenção do pavimento e da sinalização, tanto na SC-401 quanto nas demais estradas estaduais avaliadas, entre as quais a SC-438 (Lages-Tubarão), SC-411 (Gaspar-Tijucas) e SC-474 (Blumenau), que ocupam os postos seguintes no ranking da periculosidade, colaboram para tanto. Convém não esquecer, no entanto, que mais de 94% dos acidentes de trânsito, em quaisquer rodovias e vias urbanas no Brasil, são devido ao fator humano, ou seja, à imprudência e irresponsabilidade dos condutores de veículos. Na SC-401, por exemplo, as ultrapassagens forçadas são corriqueiras, conforme o chefe de Operação do Batalhão da Polícia Militar Rodoviária. A violência no trânsito se incorporou ao cotidiano dos catarinenses. E isso é inaceitável. O levantamento das estradas estaduais mais perigosas acende um sinal vermelho. Fonte: http://www.mundotexto.com.br/redacao/redacaodissertativa275.html 138 LITERATURA Condicionada pela tradição cultural e pelo devir histórico, a literatura tem, no entanto, uma dimensão que não se define somente pelas circunstâncias em que se produz. Nela, o talento individual do artista e a sensibilidade para os problemas de seu tempo são determinantes para mostrar, discutir ou criticar os principais aspectos de uma cultura. Literatura é o conjunto de todas as manifestações verbais (orais ou escritas), e de intenção estética, seja do espírito humano em geral, seja de uma dada cultura ou sociedade. Na origem, a literatura de todos os povos foi oral, caráter que manteve mesmo após a invenção e difusão da escrita. As primeiras obras literárias conhecidas são registros escritos de composições oriundas de remota tradição oral. Todas as literaturas do Ocidente têm em comum, fundamentalmente, a herança grega e latina. Preservadas, transformadas e difundidas pelo cristianismo, as obras da Grécia antiga e de Roma foram transmitidas para as línguas vernáculas da Europa e das regiões colonizadas pelos europeus. Literatura antiga. O fato indiscutível sobre a literatura ocidental antiga é que a maior parte dela se perdeu. O fogo, as guerras e a destruição pela passagem do tempo subtraíram suas obras à posteridade, e são poucas as peças que os paleontólogos resgatam de tempos em tempos. Cada uma das cinco civilizações mais antigas que se conhecem -- Babilônia e Assíria, Egito, Grécia, Roma e a cultura dos israelitas na Palestina -- entrou em contato com uma ou mais dentre as outras. Nas duas mais antigas, a assírio-babilônica, com suas tábulas de argila quebradas, e a egípcia, com seus rolos de papiro, não se encontra relação direta com a idade moderna. Na Babilônia, porém, se produziu o primeiro código completo de leis e dois épicos de mitos arquetípicos -- o Gilgamesh e o Enuma elish que vieram a ecoar e ter desdobramentos em terras bem distantes. O Egito, que detinha a intuição mística de um mundo sobrenatural, atiçou a imaginação dos gregos e romanos. Da cultura hebraica, a principal herança literária para o Ocidente veio de seus primeiros manuscritos, como o Antigo Testamento da Bíblia. Essa literatura veio a influenciar profundamente a consciência ocidental por meio de traduções para as línguas vernáculas e para o latim. Até então, a ensimesmada espiritualidade do judaísmo mantivera-a afastada dos gregos e romanos. Europa era varrida por godos, vândalos, francos e, mais tarde, escandinavos. Os autores clássicos romanos assim preservados e as obras que continuavam a ser escritas em latim predominaram sobre as obras vernáculas durante quase toda a Idade Média. A Cidade de Deus, de santo Agostinho; a História eclesiástica, do venerável Beda; e a crônica dinamarquesa de Saxo Grammaticus, por exemplo, foram todas escritas em latim, como a maioria das principais obras sobre filosofia, teologia, história e ciência. A literatura europeia pré-cristã tinha uma tradição oral que foi resgatada na Edda poética e nas sagas, ou épicos heróicos, da Islândia, no Beowulf anglo-saxônico e na Hildebrandslied (Canção de Hildebrando) alemã. Todas essas obras pertenciam a uma tradição comum alemã, mas foram registradas por escribas cristãos muito depois do evento histórico que relatam. Seus elementos pagãos se fundiram com o pensamento e sentimento cristãos. Numerosas baladas, em países diversos, também revelam uma antiga tradição nativa de declamação oral. Entre os mais conhecidos dos muitos gêneros que surgiram nas literaturas vernáculas medievais estão o romance e a lírica amorosa, que combinavam elementos das tradições orais populares com as da literatura refinada. O romance usou fontes clássicas e arturianas numa narrativa poética que substituiu os épicos heróicos da sociedade feudal, como a Canção de Rolando, lenda sobre o heroísmo dos cavaleiros. No romance, temas complexos como amor, lealdade e integridade pessoal se juntaram na busca da verdade espiritual, amálgama encontrado em todas as literaturas ocidentais europeias da época. A lírica amorosa teve antecedentes heterogêneos. As origens do amor cortês são discutíveis, como o é a influência de uma tradição de poesia popular amorosa. Fica claro, porém, que os poetas do sul e norte da França, que cantavam a mulher idealizada, foram imitados ou reinterpretados em toda a Europa: na escola siciliana da Itália, nos Minnesingers (trovadores) da Alemanha, nos versos latinos da Carmina Burana e nos cancioneiros portugueses, espanhóis e galegos do século XIII ao XVI. Grande parte da literatura medieval, no entanto, é anônima e dificilmente datável. Autores como Dante, Chaucer, Petrarca e Boccaccio, que surgiram no fim do período, foram os mais abalizados comentaristas da cena medieval, ao mesmo tempo que anunciavam os grandes temas e formas da literatura renascentista. Embora influenciada pelos mitos religiosos da Mesopotâmia, da Anatólia e do Egito, a literatura grega não tem antecedentes diretos e aparentemente se originou em si mesma. Nos gregos, os escritores romanos buscaram inspiração para seus temas, tratamento e escolha de verso e métrica, valores que transmitiu para os primeiros tempos da Idade Média, quando a cultura da Grécia já fora absorvida pela tradição latina, para só no Renascimento ser redescoberta. Renascimento. O despertar de um novo espírito de curiosidade intelectual e artística foi a característica dominante do Renascimento. Esse fenômeno político, religioso e filosófico postulou o ressurgimento do espírito da Grécia antiga e de Roma. Na literatura, isso significou um interesse renovado e a releitura dos grandes escritores clássicos. Acadêmicos buscaram e traduziram textos antigos "perdidos", cuja disseminação foi possível graças aos progressos da imprensa na Europa, a partir de 1450. Todos os gêneros importantes de literatura -- épica, lírica, tragédia, comédia, sátira, história, biografia e prosa narrativa -- foram criados pelos gregos e romanos, e as evoluções posteriores são, na maioria, extensões secundárias. O épico grego de Homero foi o modelo do épico latino de Virgílio; os fragmentos líricos de Alceu e Safo encontraram continuidade na obra de Catulo e Ovídio; e à história de Tucídides seguiu-se a de Tito Lívio e a de Tácito. A arte e a literatura atingiram no Renascimento uma estatura nunca vista em períodos anteriores. A época foi marcada por três situações históricas principais: primeiramente, o novo interesse pelo saber, representado pelos acadêmicos clássicos conhecidos como humanistas, que forneceram modelos clássicos de grande interesse para os novos escritores; segundo, a nova forma do cristianismo, iniciada pela Reforma protestante liderada por Lutero, que chamou a atenção dos homens para o indivíduo e sua vida interior, a ponto de gerar nos países católicos a réplica da ContraReforma; em terceiro lugar, as grandes navegações, que culminaram com a descoberta da América em 1492 por Colombo, com repercussão nos países que fundaram impérios ultramarinos, assim como na imaginação e consciência da maior parte dos escritores da época. O ideal humano que transparece nas literaturas grega e latina, formado após a civilização ter emergido dos séculos iniciais de barbárie, ainda seria transformado, antes do fim do mundo antigo, no ideal do espiritualismo judaico-cristão, cujos escritores prenunciaram a literatura medieval. Literatura medieval. O surgimento do cristianismo nos territórios que haviam formado o Império Romano incutiu na Europa a atitude geral para com a vida, a literatura e a religião dos primeiros doutores da igreja. No Ocidente, a fusão das filosofias cristã e clássica formou a base do hábito medieval de interpretar simbolicamente a vida. Por intermédio de santo Agostinho, os pensamentos platônico e cristão reconciliaram-se. A organização permanente e uniforme do universo grego recebeu forma cristã e a natureza tornou-se um sacramento, revelação simbólica da verdade espiritual. A igreja não apenas estabeleceu o objetivo da literatura, como cuidou de preservá-la. Ao longo dos tempos, os mosteiros criados nos séculos VI e VII conseguiram preservar a literatura clássica do Ocidente, enquanto a Linguagens e Códigos A esses devem adicionar-se muitos outros fatores, como o progresso da ciência e da astronomia, e a situação política da Itália no fim do século XV. A nova liberdade e o espírito inquiridor nas cidades-estados italianas favoreceram o aparecimento dos grandes precursores do Renascimento: Dante, Petrarca e Boccaccio. Na França, o Renascimento manifestou-se na poesia dos componentes do grupo conhecido como Pléiade e nos ensaios de Michel de Montaigne, enquanto em Portugal o grande poeta épico Camões marcava a fundo o século XVI e, na Espanha de meio século depois, revelava-se Cervantes. No século XVI, o acadêmico holandês Erasmo sintetizou a evolução do humanismo, que incorporava o espírito da curiosidade crítica, o interesse 139 pelo saber clássico, a intolerância para com a superstição e um profundo respeito pelo homem como a mais complexa das criações de Deus. Um aspecto da influência da Reforma protestante na literatura foi a grande quantidade, nesse período, de traduções da Bíblia em línguas vernáculas, o que estabeleceu novos modelos para a prosa. O ímpeto renascentista manteve-se vigoroso até o século XVII, quando John Milton sintetizou o espírito do humanismo cristão. Século XVII. Na política e na sociedade, tanto quanto na literatura, o século XVII foi um período de grandes turbulências. O Renascimento preparara o ambiente receptivo essencial para a disseminação das ideias da nova ciência e da filosofia. Uma retrospectiva autêntica dessa fase também precisa levar em conta o efeito das convulsões sociais e políticas ocorridas do início aos meados do século. Na Inglaterra, houve a guerra civil (1642-1651) e a restauração da monarquia (1660); na França, as insurreições da Fronde (1648-1653), nas quais estava envolvido La Fontaine; na Alemanha, os conflitos religiosos e políticos da guerra dos trinta anos (1618-1648); e, nos Países Baixos, a luta pela independência da Espanha (1568-1648). As lutas civis, políticas e religiosas que dominaram a primeira metade do século eram também uma resposta à Contra-Reforma. Referências ao conflito religioso se infiltraram nas formas e temas da literatura. Uma reação a isso -- particularmente na Itália, na Alemanha e na Espanha, mas também na França e na Inglaterra -- foi o desenvolvimento de um estilo em arte e literatura conhecido como barroco, mais peculiar à obra de Giambattista Marino, na Itália, Luis de Góngora na Espanha e Martin Opitz von Bobenfeld na Alemanha. Na Inglaterra, a poesia metafísica era a principal tendência do verso inglês da primeira metade do século. Essa denominação, primeiramente aplicada por Dryden à obra de John Donne, é hoje utilizada para designar um grupo de poetas diferençados por seus estilos individuais, altamente intelectualizados, que tinham afinidades com a literatura barroca, especialmente no caso de Richard Crashaw. Possivelmente, o traço mais vivo do século XVII tenha sido o conflito entre a tendência a continuar imitando os clássicos do Renascimento e a aspiração à novidade trazida pelos cientistas e pensadores, bem como pelas novas experiências com novas formas literárias. Em todos os países, delineou-se o conflito entre antigos e modernos, estes a exigir um estilo de prosa mais adequado aos novos tempos de ciência e exploração. Os modernos, na França, eram seguidores de Descartes. Na Inglaterra, encontrava-se uma tendência similar no trabalho da Royal Society, que incentivava o uso de uma linguagem mais simples, uma maneira de falar mais transparente e natural, adequada ao discurso racional, comparável às grandes realizações da prosa de Milton e Dryden. Século XVIII. Sobre o século XVIII pesaram, quase nas mesmas proporções, dois impulsos básicos: razão e paixão. O respeito à razão se revelava na busca da ordem, da simetria, do decoro e do conhecimento científico; o cultivo dos sentimentos estimulou a filantropia, a exaltação das relações pessoais, o fervor religioso e o culto da sensibilidade. Na literatura, o impulso racional favoreceu a sátira, o debate, a inteligência e a prosa simples; a paixão inspirou o romance psicológico e a poesia do sublime. O culto da inteligência, da sátira e do debate fez-se evidente, na Inglaterra, nas obras de Alexander Pope, Jonathan Swift e Samuel Johnson, em conformidade com a tradição de Dryden, do século XVII. O romance tornou-se uma forma de arte maior na literatura inglesa, em parte pelo realismo racionalista das obras de Henry Fielding, Daniel Defoe e Tobias Smollett e, em parte, pela perquirição psicológica dos romances de Samuel Richardson e do Tristram Shandy, de Laurence Sterne. Na França, as obras mais representativas do período são os textos filosóficos e políticos do Iluminismo, sobretudo os de Voltaire e de Rousseau, de profunda influência em toda a Europa e prenúncios teóricos da revolução que se avizinhava. Na Alemanha, que por algum tempo seguiu os modelos francês e inglês, a grande época da literatura veio no fim do século, quando o cultivo dos sentimentos e da grandeza emocional encontrou sua mais poderosa expressão no movimento conhecido como Sturm und Drang (Tempestade e Tensão). Dois grandes nomes da literatura alemã e universal, Goethe e Schiller, autores de teatro e poesia, avançaram muito além da turbulência do Sturm und Drang. Linguagens e Códigos Século XIX. Um dos períodos mais interessantes e vitais de toda a história das literaturas foi o século XIX, de especial interesse por ser a época de formação de muitas tendências literárias modernas. Nesse período, nasceram ou começaram a se formar o romantismo, o simbolismo e o realismo, assim como algumas das vertentes do modernismo do século XX. Romantismo. O movimento literário dominante no início do século XIX foi o romantismo que, na literatura, teve origem na fase do Sturm und Drang na Alemanha. Essa afirmativa é uma importante correção da noção habitual que se tem da literatura romântica como se tivesse começado com a poesia inglesa de Wordsworth e Coleridge, e a publicação, em 1798, das Lyrical Ballads de ambos. Além disso, embora seja verdade que a revolução francesa e a revolução industrial foram dois dos principais fatores políticos e sociais a influenciar os poetas românticos da Inglaterra do início do século XIX, muitos traços do romantismo na literatura surgiram a partir de fontes literárias e filosóficas. Os antecedentes filosóficos foram fornecidos no século XVIII principalmente por Jean-Jacques Rousseau, cuja ênfase no indivíduo e no poder da inspiração influenciou Wordsworth e também escritores românticos da primeira fase: Hölderlin e Ludwig Tieck, na Alemanha; e o francês JacquesHenri Bernardin de Saint-Pierre, cujo Paul et Virginie (1787) antecipou alguns dos excessos sentimentais do romantismo do século XIX. Os românticos acreditavam que a verdade das coisas poderia ser explicada somente por meio do exame de suas próprias emoções no contexto da natureza e das condições primitivas. Por causa da ênfase na inspiração, o poeta assumiu o papel central -- como profeta e visionário. Ao mesmo tempo, rejeitava-se a imitação dos clássicos. Duas posições típicas do poeta romântico eram a mística visionária de Keats e o super-homem de Lord Byron. A corrente romântica atravessou toda a Europa e chegou à Rússia. Em poesia, o estilo se manifesta em Musset, Lamartine e Victor Hugo, na França; José de Espronceda y Delgado, na Espanha; Niccoló Ugo Foscolo e Giacomo Leopardi, na Itália, onde se identificou com os sentimentos nacionalistas; Aleksandr Puchkin, na Rússia; e Adam Mickiewicz, na Polônia. O sentimento nacionalista também se acha na obra do português Almeida Garrett e, nos Estados Unidos, nas histórias de James Fenimore Cooper, na poesia de Walt Whitman e na obra de Henry Wadsworth Longfellow. O ímpeto da poesia romântica começou a esgotar-se aproximadamente após 1830 e abriu caminho para estilos mais objetivos, porém muitos de seus temas e artifícios, tais como o do artista incompreendido ou do amante infeliz, continuaram a ser empregados. Pós-romantismo. O primeiro poeta pós-romântico foi possivelmente um alemão, Heinrich Heine, mas a poesia alemã de meados do século XIX em sua maior parte seguiu Wordsworth, embora novas tendências fossem encontradas em Karl August von Platen-Hallermunde e no austríaco Nikolaus Lenau. A principal corrente pós-romântica apareceria na França, onde ganhou força um movimento conhecido como parnasianismo. Originado com Théophile Gautier, o parnasianismo, mais que uma reação ao romantismo, foi de certa maneira um seu desdobramento. Ao concentrar-se nos elementos puramente formais da poesia, na estética e na "arte pela arte", mudou a direção da poesia francesa e teve muita influência em outros países. Um de seus mais ilustres representantes, Charles Baudelaire, capaz de acreditar que "tudo que não fosse arte era feio e inútil", processou ao mesmo tempo uma ruptura profunda com o movimento e anunciou os caminhos da poesia moderna. Outro precursor dos modernos foi o americano Edgar Allan Poe, traduzido para o francês pelo próprio Baudelaire. Difundiram-se, pouco depois, os movimentos impressionista e simbolista, tomados de empréstimo à pintura, à escultura e à música. Paul Verlaine, o primeiro dos impressionistas, usava a sugestão e ritmos fugazes para conseguir seus efeitos. O simbolismo -- uso seletivo das palavras e imagens para evocar atmosferas e significados sutis -- aparece ainda nas obras de Mallarmé e Rimbaud. A democratização da educação aumentou a procura do romance. No começo do século XIX, Jane Austen já satirizara os excessos do romance gótico, precursor do romantismo medievalizante do fim do século XVIII. Na França, o conflito entre inteligência e emoção apareceu nas obras de 140 Benjamin Constant (Adolphe, 1816), mais notavelmente em Le Rouge et le noir (1830; O vermelho e o negro) de Stendhal e, posteriormente, em Madame Bovary (1857) de Gustave Flaubert. O realismo da obra de Flaubert e de Honoré de Balzac foi levado adiante por Guy de Maupassant na França, Giovanni Verga na Itália e Eça de Queirós em Portugal. Culminou no naturalismo de Émile Zola, que classificou sua prosa, em romances como Thérèse Raquin (1867), de "autópsia literária". Realismo e nacionalismo, contudo, parecem menos relevantes na visão de outros grandes escritores que se seguiram, como George Eliot, Charles Dickens e Thomas Hardy na Inglaterra e especialmente os russos Nikolai Gogol, Lev Tolstoi, Anton Tchekhov e Fiodor Dostoievski. Em tais escritores, observa-se uma aguda opção pela literatura de inquirição psicológica e social, estimulada pelas forças do liberalismo, do humanismo e do socialismo de muitos países ocidentais. Século XX. Quando o século XX começou, as condições sociais e culturais que predominavam na Europa e na América não eram muito diferentes daquelas de meados e fim do século XIX. Pouco depois, porém, Joseph Conrad, Henry James e D. H. Lawrence anunciavam em sua obra literária a transição de um mundo relativamente estável para uma época turbulenta, que começou com a primeira guerra mundial, em que se dava o despertar de uma nova consciência moral na literatura e nas artes. É o que se encontra sobretudo na ficção de A la recherche du temps perdu (Em busca do tempo perdido), de Marcel Proust -- cujo primeiro volume, Du côté de chez Swann (No caminho de Swann), é de 1913; em Les Caves du Vatican (1914; Os subterrâneos do Vaticano), de André Gide; no Ulysses (1922), de James Joyce; em Der Prozess (O processo, publicado postumamente em 1925), de Franz Kafka; e em Der Zauberberg (1924; A montanha mágica), de Thomas Mann. Várias influências que marcaram grande parte da literatura posterior a 1920 já estavam em evolução na obra desses escritores. Seu trabalho, como o de alguns outros da mesma época, mostrava interesse pelo inconsciente e o irracional. Duas importantes fontes dessa literatura foram Friedrich Nietzsche, filósofo alemão a quem tanto Gide quanto Mann, por exemplo, muito deviam, e Freud, cujos estudos psicanalíticos, por volta da década de 1920, exerceram poderosa influência sobre os intelectuais do Ocidente. O abandono das tendências e estilos do século XIX não se limitou aos escritores de ficção. O primeiro Manifeste du surréalisme (1924), de André Breton, foi a afirmação inicial de um movimento que pedia espontaneidade e ruptura total com a tradição. No surrealismo, a influência de Freud transparecia pela importância atribuída aos sonhos, na escrita automática e em outros métodos não lógicos e, embora tenha durado pouco como movimento formal, teve efeito duradouro na arte e na poesia do século XX. As incertezas da nova época e a diversidade de tentativas de lidar com ela ou lhe conferir coerência artística também pode ser observada em Duineser Elegien (1922; Elegias de Duíno) e Sonette an Orpheus (1923; Sonetos a Orfeu), de Rainer Maria Rilke; em Waste Land (1922; A terra inútil) de T. S. Eliot; e na obra de Fernando Pessoa. O período internacionalista e experimental da literatura do Ocidente nas décadas de 1910 e 1920 foi importante não apenas pelas grandes obras então produzidas, mas também porque estabeleceu um padrão para o futuro. Nas maiores obras da fase, revelou-se bem o senso progressivo de crise e de urgência, além das dúvidas com relação à estabilidade psicológica da personalidade individual e do questionamento profundo de todas as soluções filosóficas e religiosas para os problemas humanos. Na década de 1930, essas características do pensamento próprias do século XX persistiram e se expandiram para o domínio da política, na medida que os escritores se dividiam entre os que apoiavam o engajamento político em seus textos e aqueles que reagiam conservadoramente contra a dominação da arte pela política. Nem a segunda guerra mundial solucionou esse impasse. Questões semelhantes a essa ainda permaneciam em discussão no final do século. Literatura após 1945. Seria tentador explicar a aparente escassez de grandes escritores no período imediatamente posterior à segunda guerra mundial como resultado inevitável da pressão acumulada pelo impacto dos progressos sociais e tecnológicos que se aceleraram em virtude do conflito. Sob tais circunstâncias instáveis e incertas, não pareceria totalmente Linguagens e Códigos estranho que os atos de escrever e ler, tal como são tradicionalmente entendidos, sofressem interrupção. De fato, em certos países de alto desenvolvimento tecnológico, como os Estados Unidos, a palavra impressa, em si, pareceu a alguns críticos ter perdido sua posição central, deslocada na mente popular para uma cultura eletrônica e visual que não exige a participação intelectual da audiência. Assim, os meios de comunicação criaram uma cultura popular internacional em vários países ocidentais, mas em nada contribuíram para responder às questões sobre a importância contemporânea da literatura. Dadas as condições extraordinárias em que trabalha o escritor moderno, não é surpreendente que seja difícil julgar a qualidade de sua produção, nem que a experimentação radical tenha seduzido grande número de autores. As formas tradicionais da escrita perdem suas características essenciais e se dissolvem umas nas outras, como os romances cuja linguagem adquire características de poesia, ou os que são transformados numa espécie de reportagem, enquanto a experimentação gráfico-visual deu aos poemas a aparência de pinturas verbais. A experimentação formal, no entanto, é apenas um aspecto da questão literária contemporânea, e afirmar que a literatura moderna desde a segunda guerra mundial foi essencialmente experimental seria ignorar outras tendências que se manifestaram no início do século e que ainda continuam a ser discutidas. Na opinião da maior parte dos bons críticos, apesar da escassez de grandes nomes e da natureza possivelmente transitória de muito do que se escreve nesta época de temas e estilos tão variados, é muito provável que uma boa literatura esteja sendo produzida. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda. Literatura Portuguesa Não obstante as variadas influências que recebeu ao longo dos séculos, a literatura portuguesa mantém uma individualidade nítida que contrasta notavelmente com a da vizinha Espanha, não somente na natureza do seu desenvolvimento, mas ainda nos gêneros divergentes em que repousam suas maiores realizações. A literatura portuguesa caracteriza-se desde os primórdios pela riqueza e variedade na poesia lírica, pela qualidade literária dos escritos históricos e pela relativa pobreza no teatro, na biografia e no ensaio. É precisamente a veia lírica amorosa uma constante da literatura portuguesa: cantam suas "coitas" de amor e saudade, com o mesmo vigor e sentimento, reis e plebeus, poetas anônimos. A lírica medieval, as crônicas de Fernão Lopes, as peças de Gil Vicente, a História trágico-marítima, os versos e a prosa bucólicos do século XVI e, acima de tudo, as Rimas e Os lusíadas, de Camões, são expressões diferentes de um temperamento claramente definido que cedo talhou sua expressão original. Primeiros passos. Os cancioneiros primitivos atestam a existência, já no século XI, de uma escola de poesia amorosa que se expandiu, com a língua, através da Espanha. Quando Afonso VI de Leão constituiu o Condado Portucalense em 1097, a literatura oral em galego-português já existia ali há cerca de dois séculos, como em outras regiões da península. As primeiras composições escritas só surgiram, porém, no final do século XII. Eram poesias em torno de motivos amorosos, compostas por pessoas de diversos estados sociais e apresentadas por jograis e trovadores em espetáculos que incluíam música e dança. Os poetas galego-portugueses estavam presentes no século XIII tanto na corte portuguesa de D. Afonso III como na do rei de Castela. O próprio Afonso X o Sábio foi autor de cantigas em galego-português. Os três gêneros praticados eram: a cantiga de amor, na qual o poeta se dirige a uma mulher; a cantiga de amigo, em que uma mulher, no texto, se dirige a seu amado; e a cantiga de escárnio e maldizer, na qual o poeta, no primeiro caso, satiriza uma pessoa sem identificá-la e, no segundo, a ataca diretamente. A cantiga de amor era, em geral, de caráter mais culto, de âmbito palaciano, e sua tradição remontava às raízes provençais. Na cantiga de amigo percebem-se com clareza os tons de fundo popular, a liberdade bucólica, aldeã, as circunstâncias do dia-a-dia e a paroquial, em referências a lugares onde se marcavam encontros ou que sinalizavam as expectativas e pretensões da mensagem sentimental, como as igrejas, os bosques e os lagos. Bem diferentes de ambas eram as cantigas de escárnio e maldizer, as quais chegavam com frequência ao obsceno ou à invectiva 141 política já que assumiam sentido pessoal, de crítica e ironia. A alusão, quando não a referência declarada, a fatos reais, muitas vezes com pormenores grosseiros e até obscenos, explica-se talvez pelo fato de serem obra de jograis, homens de condição social inferior; já a poesia idealizada das cantigas de amor e de amigo é obra de trovadores, quase sempre fidalgos. Uma boa mostra desses poemas foi preservada nos cancioneiros, manuscritos preciosos tanto pela grafia como pelos ornamentos e iluminuras, os quais refletem as relações humanas e os costumes de seu tempo. Há três coleções destes cancioneiros, talvez versões de uma única coletânea ampliada aos poucos: Cancioneiro da Vaticana, Cancioneiro da Biblioteca Nacional de Lisboa (ou de Colocci-Brancuti) e o Cancioneiro da Ajuda, editados pela primeira vez respectivamente em 1875, 1880 e 1904. O primeiro é o códice 4803, uma compilação de manuscritos da biblioteca Vaticana descoberta por Fernando Wolf por volta de 1840. O segundo reúne obras de poetas anteriores e contemporâneos a D. Afonso III, de D. Dinis, sexto rei de Portugal, e de seus filhos. O da Ajuda, mais limitado, não chega a D. Dinis, no século XIV. O conde de Barcelos, que morreu em 1354, cronologicamente foi o último dos trovadores apresentados nos cancioneiros. Prosa em ascensão. Ainda nesse período inicial, os livros de linhagem, em que se levantava a genealogia de famílias nobres, chamam a atenção pelas descrições de façanhas e batalhas de certos reis, embora a prosa literária tenha levado mais tempo para se firmar. Há, nessa fase, em Portugal e outros países europeus, interesse pela "matéria da Bretanha", que envolve as lendas do rei Artur e dos Cavaleiros da Távola Redonda. A principal tradução portuguesa de uma parte do ciclo, Demanda do Santo Graal, é do final do século XIII e anterior à versão castelhana. É provável que se tenha baseado, como outras traduções peninsulares, em adaptação realizada para a leitura pública dos jograis. Já no caso do Amadis de Gaula, a novela de cavalaria mais famosa, cujo primeiro texto subsistente de 1508 é em castelhano, foi atribuída ao português Vasco de Lobeira. Perto da severa moral religiosa da obra anterior, a sensualidade existente no Amadis anuncia os valores do Renascimento. No início do século XV, Portugal entrava em sua idade de ouro preocupado com a náutica e com a ciência, com a observação objetiva e com o relato histórico, após ter reconquistado o território, unificado o poder real e resolvido as crises internas na opção por D. João I, primeiro monarca da casa de Avis. Sob essa dinastia, paralelamente à ascensão da história e a certo declínio da produção e apresentação de poesia lírica, difundem-se tratados de intenção moral e pedagógica, escritos para leitores palacianos e com o fim de fortalecer os hábitos, a segurança e a unidade da corte. São representativos O livro da montaria (c. 1415), de D. João I, A ensinança de bem cavalgar toda sela e O leal conselheiro, de D. Duarte, e A virtuosa benfeitoria, do infante D. Pedro. A ênfase na cavalaria significou um esforço para retemperar a disciplina cortesã, afrouxada pela infiltração burguesa. Nesse contexto apareceu Fernão Lopes, autor das crônicas dos dez primeiros reis portugueses, das quais se conservam apenas três, as de D. Pedro, D. João I e D. Fernando. Fernão Lopes influenciou outros cronistas, como Gomes Eanes de Zurara e Rui de Pina, mediante seu estilo vigoroso e os avançados critérios historiográficos. Em contrapartida, ainda no século XV, destacam-se em português os livros de caráter místico como os Laudes e cantigas espirituais, de André Dias, o Boosco deleitoso, impresso em 1515, e o Horto do esposo, de autores desconhecidos e demarcados pelo tema teológico. No princípio do século XVI, um dos primeiros livros portugueses produzidos em tipografia foi o Cancioneiro geral (1516), em português e castelhano, de Garcia de Resende, o qual compilou a poesia palaciana dos reinados de Afonso V, D. João II e D. Manuel. O acervo traz obras do próprio Garcia de Resende, de Nuno Pereira, de Diogo Brandão, do conde de Vimioso, de João Rodrigues de Castelo Branco. Renascimento. Com os primeiros sinais do humanismo, o mundo ocidental despertou para uma era em que o espírito de inquirição e o sentido do real deram a máxima amplitude àquilo que já na baixa Idade Média fermentava, e sobretudo à luta contra o domínio cultural da igreja. Literalmente, o Renascimento não pode ser caracterizado apenas como renovação formal, seja no sentido de "ressuscitar" a antiguidade, seja no de criar novas formas; o mais importante é a nova visão do homem a que tais novidades correspondem. A renovação, aliás, sofreu em certos países, Linguagens e Códigos como Portugal, limitações diversas; acabou por realçar os aspectos formais do classicismo, em prejuízo de posições humanísticas, sendo travadas pelo espírito reacionário da Contra-Reforma. Em Portugal, o crescimento econômico decorrente dos descobrimentos e da intensificação do comércio favoreceu a burguesia e enriqueceu também a vida intelectual, mas não proporcionou livre acesso aos ideais do renascimento e do humanismo. Estes ideais, na península ibérica, foram obscurecidos pela Inquisição e pela Companhia de Jesus. Apesar dessas forças repressoras, ergueram-se vultos como Sá de Miranda, que tornou definitivo o influxo renascentista ao incorporar o lirismo português a versos e formas aprendidas em viagem à Itália; Antônio Ferreira, o autor de Castro, a primeira grande tragédia da dramaturgia ibérica; Gil Vicente e Camões, os quais apostavam no homem e na razão, na liberdade e na arte. Em Gil Vicente, a poesia lírica e o teatro exprimem sentimentos e situações vividas em toda a realidade peninsular. O dramaturgo levou para o palco representantes das diversas classes sociais da região. Numa linguagem de cunho popular, as obras de Gil Vicente mostram ainda características medievais e revelam domínio da sátira e da comicidade, como em Comédia do viúvo (1524). O idioma português atingiu a maturidade estética com Camões. Em Os lusíadas (1572), o poeta exalta a história de Portugal, desde as suas origens orientada à missão da expansão da fé. A nação inteira é a protagonista, sem que os deuses do Olimpo, que estruturam a ação, possam evitar que se cumpra seu destino. Na obra lírica, como na épica, o gênio de Camões foi reconhecido como dos mais completos realizadores da literatura renascentista. Camões ainda contribuiu para mostrar que o realismo histórico, apontado em sua obra por Voltaire, é compatível com a invenção poética e a fantasia. Nessa óptica, Camões constitui a primeira lição de engajamento do artista. Apesar do Santo Ofício e dos jesuítas, a prosa do século XVI em Portugal não desconsiderou os padrões e conquistas do Renascimento. A literatura de viagens tornou-se abundante. Em Peregrinação (1614), publicada postumamente, Fernão Mendes Pinto conta suas aventuras fantásticas na Ásia, porém sem idealizar o empreendimento português. Seguemse, no gênero, narrativas como a Verdadeira informação das terras do Preste João das Índias, de Francisco Álvares, Itinerário da Terra Santa, de frei Pantaleão de Aveiro, Tratado das coisas da China e de Ormuz, de frei Gaspar da Cruz, a Relação do novo caminho pela Arábia e pela Síria, do padre Manuel Godinho. Inserem-se nesse ponto os títulos da literatura referentes ao Brasil, com destaque para a carta do achamento, de Pero Vaz de Caminha, o Tratado da Terra do Brasil e História da Província de Santa Cruz, de Pero de Magalhães Gândavo, e o Tratado descritivo do Brasil em 1587, de Gabriel Soares de Sousa. Alguns autores de roteiros, escritos em linguagem menos literária merecem lembrança aqui, como o navegador João de Castro, do Roteiro de Lisboa a Goa, do Roteiro do mar Roxo e outros. A renovação da lírica portuguesa ocorreu paralelamente à renovação do teatro nacional, no qual se destacou Sá de Miranda, o introdutor do teatro clássico em Portugal, com Os estrangeiros (1527), comédia em prosa no estilo de Plauto e Terêncio. Antônio Ferreira aplicou com êxito as regras da tragédia clássica em Castro (de aproximadamente 1557), onde tratou o tema nacional dos amores e morte de Inês de Castro. Jorge Ferreira de Vasconcelos, influenciado pela comédia clássica e autos de Gil Vicente, compôs um retrato realista da sociedade de sua época em obras como Eufrosina (1540), Aulegrafia (1555) e Ulissipo (anterior a 1561). A novela medieval de cavalaria ressurgiu em Portugal com João de Barros, autor de Crônica do imperador Clarimundo (1520), ao qual se seguiu Memorial das proezas da segunda távola redonda (1567) de Jorge Ferreira de Vasconcelos. A prosa de ficção nessa época foi acrescida pelo poeta Bernardim Ribeiro, introdutor da poesia e do romance pastoril. Neste último gênero, Bernardim escreveu o Livro das saudades (1554-1557), mais conhecido como Menina e moça, no qual a primeira parte da narrativa adquire tom elegíaco mediante uma psicologia da emoção amorosa que se contrapõe à moral ascética da Idade Média. Para muitos, a atmosfera do texto é uma antecipação de quase três séculos dos principais componentes do romantismo. 142 Na historiografia distingue-se o cronista João de Barros, com Décadas da Ásia (1552), em que descreve a conquista da Ásia com rigor documental e zelo nacionalista. Diogo do Couto, continuador do trabalho de João de Barros, aperfeiçoou a objetividade em Soldado prático, a ponto de registrar mazelas da administração portuguesa na Índia, com observações sobre as causas da decadência portuguesa no Oriente. Tal liberdade reflete o exemplo de um mestre humanista um pouco anterior, Damião de Góis, figura cosmopolita, autor da Crônica do rei D. Manuel (1556-1557), que foi mutilada pela censura inquisitorial. Outros cronistas ou historiadores representativos foram Antônio Galvão, do Tratado dos descobrimentos; Duarte Galvão, da Crônica de D. Afonso Henriques, latinistas como o bispo Jerônimo Osório, que homenageou em livro os vastos empreendimentos de D. Manuel; Gaspar Correia, das Lendas da Índia; Fernão Lopes de Castanheda, da História do descobrimento e conquista da Índia (1551-1561), cuja veracidade e isenção lhe valeram repressão e proibições por parte da nobreza. Maneirismo e barroco. Na segunda metade do século XVI e primeiras décadas do XVII, a literatura portuguesa passou por uma crise de transição caracterizada pelo maior domínio da língua literária em detrimento da capacidade criadora e a consequente subserviência aos modelos, como o de Camões. São tendências que coincidem com a ascensão ainda tumultuosa da burguesia, com o esmorecimento político e a perda da nacionalidade em decorrência de mais de sessenta anos de dominação da coroa espanhola, a partir de 1580. Apesar das marcas deixadas pela repressão da Contra-Reforma, da Inquisição e do jesuitismo, é de ressaltar-se que em Portugal, ao contrário do que houve na Espanha, foram raros os autores que se devotaram à elaboração de uma obra mística ou religiosa. As influências estrangeiras, que haviam tido importância como fator de renovação no início do Renascimento, constituíram elemento de asfixia quando, com a vitória da Contra-Reforma, todas as expressões estéticas tornaram-se sujeitas a uma concepção imobilista do mundo, em oposição à evolução das ideias na Europa culta. Tanto na lírica como na épica, a influência de Camões é predominante em toda essa época. Entre 1580 e 1650 foram escritos mais de cinquenta arremedos de Os lusíadas, como o Segundo cerco de Dio, de Jerônimo Corte Real, a Elegíada, de Luís Pereira Brandão, a Crônica de D. João III, um relato histórico em oitavas-rimas de Francisco de Andrade, o Condestabre de Portugal (1610), de Francisco Rodrigues Lobo, e Malaca conquistada, de Sá de Meneses. Ainda no século XVI, essa influência está patente em André Falcão de Resende e em Rodrigues Lobo Soropita. Este, a figura mais característica desse período, influenciou, tanto pelo exemplo como pela teorização, o espírito barroco. No século seguinte aparece na poesia de D. Francisco de Portugal, autor de uma Arte de galanteria, obra de certo modo afim à Corte na aldeia de Rodrigues Lobo, e de Divinos e humanos versos. A perda da nacionalidade entre 1580 e 1640, decorrente da União Ibérica, juntamente com outros fatores, foram responsáveis pela pífia historiografia conventual, que fez os estudos históricos regredirem. Na Monarquia lusitana de frei Bernardo de Brito, que teria como continuador frei Antônio Brandão e, já na Restauração, frei Francisco Brandão, o espírito fantasioso é característico nas partes em que não se limita a refazer a obra dos historiadores quinhentistas. Com exceção do Auto do fidalgo aprendiz, de Francisco Manuel de Melo, primeiro escritor que adota expressamente o ideário do barroco em Portugal, o teatro seiscentista teve apenas uma obra importante, a de Antônio José da Silva, o qual, embora escritor brasileiro, não pode deixar de ser referido. A perda da independência teve direta influência nessa crise, pois com a ausência da corte o teatro ficou sem seu principal estímulo e, ao mesmo tempo, sem garantia de liberdade. Para a decadência do gênero contribuíram ainda os jesuítas, com representações em latim, de finalidade pedagógica e proselitista. Embora a literatura panfletária fosse clandestina na maior parte, obtém realce na época do barroco. Esse tipo de literatura apresenta-se sob as mais diversas formas, desde o ataque ao opressor estrangeiro, durante o domínio filipino, aos escritos de caráter messiânico. A literatura panfletária teve início com as Trovas do Bandarra, na primeira metade do século XVI, e foi, portanto, anterior ao desastre de Alcácer-Quibir e à consequente crença no regresso de D. Sebastião, origem da lenda do Encoberto. No Linguagens e Códigos entanto, as mais importantes produções panfletárias são as que atacam a Inquisição, a nobreza, o fisco, o arbítrio e todas as espécies de corrupção. A mais conhecida é sem dúvida a Arte de furtar (Da arte de furtar, espelho de enganos, teatro das verdades, mostrador de horas minguadas, gazua geral dos reinos de Portugal), durante muito tempo atribuída ao padre Antônio Vieira e cujo autor se crê tenha sido Antônio de Sousa Macedo. De gênero difícil de classificar são As Monstruosidades do tempo e da fortuna. Supostamente de frei Alexandre da Paixão, a obra é uma espécie de diário dos acontecimentos entre 1662 e 1680. Mais significativa ainda é a Fastigímia, de Tomé Pinheiro da Veiga, relato da estada do autor na corte de Espanha, em 1605, com impiedosa crítica à sociedade da época e com observações pessoais, nas quais o autor se revela sutil analista do comportamento humano. O escritor por excelência do conceptismo e do barroco em Portugal é o padre Antônio Vieira. Seus Sermões e suas Cartas atestam uma lucidez e independência rara entre os religiosos da época, quase sempre imbuídas de princípios progressistas. Caso menos difícil, mas ainda incerto, é o do depoimento autobiográfico Monstruosidades do tempo e da fortuna, sobre fatos que vão de 1662 a 1680, com autoria atribuída a frei Alexandre da Paixão. Iluminismo. Esse período, também designado como Século das Luzes, corresponde de fato à segunda metade do século XVIII e aos primeiros anos do XIX. Mais importante no campo geral da cultura do que pelas suas criações literárias, é marcado em Portugal sobretudo pela imitação francesa, e por certas antecipações do Romantismo. Sobretudo nestas, surgem expressões literárias que permitem dar por finda a crise que durante quase dois séculos abafara a capacidade criadora sob o peso duma tradição sem vitalidade. As tensões de classe são mais agudas no século XVIII, pois a aristocracia se mantém semifeudal e a burguesia busca mudanças de fora para dentro, daí se chamarem "estrangeirados" os que preconizavam reformas. A estes Portugal deve em grande parte o ter saído das trevas; são quase sempre foragidos da Inquisição que, em ambiente fecundado por novas ideias, forjam as armas da libertação da cultura nacional. Com os "estrangeirados", a crítica, a renovação do panorama mental do país, as novas ideias sobre economia, sobre o ensaio, a filosofia, a moral, a religião -graças sobretudo ao espírito de livre análise -- abrem novos caminhos que só com o Romantismo mostrarão toda a sua fecundidade. Personalidades como Ribeiro Sanches, Francisco Xavier Leitão, Jacob de Castro Sarmento, o abade Antônio da Costa, Francisco Xavier Oliveira, Luís Antônio Verney, quando não se exilaram para salvar a vida, fizeramno para salvar a liberdade de pensar e escrever; ou então, como D. Luís da Cunha, Alexandre de Gusmão e José da Cunha Brochado, ministros que puderam e souberam contribuir para que a renovação da cultura fosse pouco a pouco introduzida na vida nacional. Dentre todos eles se destaca a figura de Verney, o qual, em o Verdadeiro método de estudar, combateu o formalismo do ensino jesuítico mediante uma proposta de reforma inspirada em Newton e Locke. Em contraste à primeira vista incompreensível, a escola dominante na literatura propõe a imitação dos poetas gregos e latinos; mas com isso pretendia reagir contra o conceptismo e o cultismo barrocos, em luta por uma expressão clara, nítida e objetiva. Ao mesmo tempo absolutista e estrangeirado, o marquês de Pombal, ministro de José I, instituiu uma reforma educacional que, junto a outras atitudes progressistas, contribuiu para a fundação da Arcádia Lusitana ou Ulissiponense, fundada em 1756 por Antônio Dinis da Cruz e Silva e outros. Essa associação teve entre seus membros de maior projeção Antônio Correia Garção e Domingos dos Reis Quita. As doutrinas adotadas pelo grupo têm o seu código na Arte poética de Cândido Lusitano, criptônimo de Francisco José Freire. Os princípios democráticos usados nas eleições da sociedade são indício da nova mentalidade expressa no acesso da burguesia à "dignidade" intelectual, embora nada houvesse de revolucionário nos princípios desses árcades, puramente teóricos. A contradição entre uma teoria literária formalista e aspirações iluministas é patente nas suas obras, entre as quais, além de Cantata de Dido e outras, de Correia Garção, a mais notável é Hissope (1802), de Cruz e Silva. Mas a todos esses 143 poetas faltava o poder criador que faria de Manuel Maria du Bocage o grande poeta do século. escritor, na poesia em que se opõe o lirismo confessional e a poesia social ou, em alguns casos, parnasiana. O espírito do arcadismo prolonga-se ainda nos chamados "Dissidentes da Arcádia", Paulino Antônio Cabral, abade de Jazente, João Xavier de Matos, Curvo Semedo. Destacaram-se, entre eles, Nicolau Tolentino, poeta satírico que soube rir de si próprio e de todos os ridículos da vida lisboeta, e o panfletário José Agostinho de Macedo. Surgem ainda os precursores do romantismo, José Anastácio da Cunha, autor de Composições poéticas, e Leonor de Almeida, marquesa de Alorna, figura inseparável da introdução da literatura romântica em Portugal e cuja produção foi reunida nas Obras poéticas. Geração de 70, realismo. O espírito contemporâneo nas letras portuguesas teve seu ingresso mediante uma polêmica que resumiu antagonismos ideológicos e literários: a Questão Coimbrã, surgida em 1865. Em nome do status quo, o academicista Antonio Feliciano de Castilho atacou, em carta, a temática de poetas publicados por um editor de Coimbra e, na ocasião, fez referências depreciativas a Teófilo Braga e Antero de Quental. Este último, em carta aberta a Castilho, sob o título Bom senso e bom gosto, taxou a poesia de Castilho de imobilista e provinciana e defendeu as ideias e ideais do fim do século, a ciência, o realismo e as consequentes mudanças na literatura. Com outro texto, A dignidade das letras e as literaturas oficiais, Antero aprofundou a questão e, por sua agressividade, dividiu a opinião dos intelectuais. Camilo Castelo Branco e Ramalho Ortigão intervieram a favor de Castilho, enquanto Eça de Queirós apoiou Antero de Quental. Romantismo. Na evolução da literatura portuguesa não se encontra movimento mais complexo do que o romantismo. Esse movimento religa-se às revoluções sociais pelas quais a burguesia se impôs às monarquias europeias e dominou o processo político. Entre as ideias da burguesia, é decisivo o liberalismo, o qual subentende o triunfo de outra ideia determinante para o desenvolvimento das artes e para o movimento romântico: o individualismo. Em Portugal, o romantismo apresenta as mesmas características gerais que teve no resto da Europa: individualismo, sentimento da natureza, inquietação religiosa, espírito nacionalista, ideias revolucionárias, identificação com a causa liberal na luta contra o absolutismo. O romantismo, em suas diversas etapas e modalidades, é a primeira arrancada do individualismo na produção intelectual. As duas grandes figuras românticas, Almeida Garrett e Alexandre Herculano, foram ambos emigrados liberais durante o governo de D. Miguel e voltaram à pátria como soldados do exército libertador. Garrett destacou-se como autor de teatro e como poeta, com Camões (1825) e Dona Branca (1826). Herculano escreveu em prosa, principalmente novelas históricas, como O monge de Cister (1841), O bobo (1843) e Eurico o presbítero (1844). O romantismo, preso ainda a influências arcádicas, só manifesta em parte, em Portugal, esse espírito de identificação da literatura com o homem que constitui um dos seus elementos essenciais. O caminho iniciado por Garrett e Herculano é a via da sua evolução. O romance histórico é a forma privilegiada da ficção romântica e nele sobressaem Rebelo da Silva, com A mocidade de D. João V e Contos e lendas, João de Andrade Corvo, Antônio da Silva Gaio e Arnaldo Gama. Ao lado de um romantismo muito de aparência ou maviosamente vazio, lírico ou narrativo, o de Antônio Feliciano de Castilho, de João de Lemos ou de Bulhão Pato, projeta-se Tomás Ribeiro com seu D. Jaime e Antônio Augusto Soares de Passos, com o célebre poema O firmamento. As preocupações políticas e sociais surgem na poesia de Faustino Xavier de Novais, de Alexandre da Conceição, e dos irmãos Alexandre e Guilherme Braga. Em todo o período romântico duas tendências se defrontam e se prolongam até o fim do século, já em pleno naturalismo: o lirismo pessoal, confessional, e o de inspiração universalista -- seja religiosa, social ou científica. Essa contradição ainda será encontrada em Guerra Junqueiro, embora este pertença cronologicamente à Geração de 70. Da mesma forma, pode-se classificar como romântica a poesia de Antero de Quental. De fato, só com Cesário Verde (O livro de Cesário Verde, póstumo), contemporâneo de ambos, o Romantismo foi ultrapassado. Ambivalência semelhante encontra-se no romance com Camilo Castelo Branco, autor de, entre outros, Amor de perdição, Onde está a felicidade?, Queda de um anjo, Coração cabeça, estômago, Novelas do Minho, A Brasileira de Prazins. Fenômeno característico de reação às vertentes mais verdadeiras do romantismo é o que, em Portugal, se denominou academismo romântico, com reminiscências arcádicas, linguagem preciosista e convencional. Seu representante mais conhecido foi Castilho. Críticos desse comportamento e de todo o período respectivo foram seus contemporâneos Latino Coelho e Lopes de Mendonça. À medida que se entra na segunda fase do movimento ocorrem manifestações bem distintas, como a do ultra-romântico Soares de Passos, mórbido e convincente, ou a do romantismo social e satírico de Xavier de Novais e a agressiva passagem dos poetas panfletários. Na verdade, aos poucos se chega ao terreno indeterminado em que a opção romântica dá lugar à vigência das escolas realista e naturalista. Na segunda metade do século XIX, esta transição pode ser observada na obra de um mesmo Linguagens e Códigos No meio de intensas atividades político-partidárias e às voltas com problemas para manter e administrar seus domínios na África, Portugal vivia na década de 1870 uma enorme movimentação intelectual, que se traduzia numa profusão de debates e publicações. A afirmação conjunta mais poderosa do século é a da chamada Geração de 70, uma das mais fecundas e brilhantes da literatura portuguesa -- a que reuniu Antero de Quental, Eça de Queirós, Ramalho Ortigão, Oliveira Martins, Teófilo Braga, Guerra Junqueiro. A Geração de 70 propunha-se discutir as grandes transformações da Europa, em particular na França, na Alemanha e na Inglaterra, e incorporá-las na base de seu trabalho. O romantismo sobrevivia a duras penas, enquanto se debatia Jules Michelet, Ernest Renan, Proudhon, Schelling, Hegel, Feuerbach, Darwin. Importavam-se livros em quantidade, traduzia-se; a igreja tornava-se objeto de invectivas virulentas, como em A velhice do Padre Eterno, de Guerra Junqueiro. Sucediam-se os romances de Eça de Queirós, O crime do padre Amaro, O primo Basílio, A ilustre casa de Ramires, Os Maias, A relíquia, A cidade e as serras, os sonetos alegóricos e autobiográficos de Antero de Quental, a poesia política de Gomes Leal, a crítica de Teófilo Braga em Contos tradicionais do povo português, assim como em As modernas ideias na literatura portuguesa, a historiografia de Oliveira Martins, a poesia isolada de João de Deus. Também a definição de poeta simbolista está sujeita a discussão, uma vez que o introdutor desse movimento em Portugal, Eugênio de Castro, revelou-se mais superficialmente simbolista do que um poeta como Antônio Nobre, ou o Guerra Junqueiro de Os simples, ou Camilo Pessanha. O fim do século XIX testemunhou o choque das influências naturalistas com um nacionalismo do culto da terra e das virtudes do passado, o qual em geral se confunde com o simbolismo, como em Alberto d'Oliveira, que pretendeu fazer do Só de Antônio Nobre a bandeira dessa corrente, representada posteriormente por Antônio Sardinha, Afonso Lopes Vieira e outros, cuja manifestação no romance é a obra de Malheiro Dias. Em meio às discussões e tendências, uma renovação mais profunda foi tentada por Teixeira de Pascoais e seus companheiros da revista A Águia, ao mesmo tempo que a obra de Aquilino Ribeiro privilegiava o naturalismo e a de Raul Brandão parecia prolongar as tendências simbolistas. O naturalismo, na virada para o século XX, chegou à expressividade decadentista de Fialho de Almeida. Antes disso, o conde de Ficalho, autor de contos alentejanos, reuniu-se aos Vencidos da Vida, grupo "inter amicos" liderado por Ramalho Ortigão e Guerra Junqueiro que visava o convívio de mentalidades afins. Entre ressentimentos e mudanças fundas, a fase parecia chegar ao fim, pelo menos no que tinha de mais autêntico. O domínio das tendências naturalistas e realistas estendeu-se pelo século XX, embora as influências de outras tendências tornem frequentemente difícil a exata definição dos autores, como é o caso de Antônio Patrício e Manuel Teixeira Gomes. O parnasianismo não teve expressões muito caracterizadas, e só se podem chamar parnasianos a Gonçalves Crespo (Miniaturas, Noturnos) e, mais modernamente, a Antônio Feijó, autor de Transfigurações, Líricas e Bucólicas. Menos significativos foram outros poetas da mesma tendência, como Cristóvão Aires, Antônio Fogaça, Macedo Poupança, o conde de Monsarás, Paulino de Oliveira e Cândido Guerreiro. 144 Modernismo e tendências atuais. A literatura portuguesa recebeu um espírito especificamente novo com o modernismo de Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro e José de Almada-Negreiros. Com estes, Luís de Montalvor, Raul Leal, Mário Sá e Armando Cortes Rodrigues constituíram uma geração que se exprimiu quase exclusivamente pela poesia. O modernismo na literatura portuguesa surgiu em Lisboa, influenciado e associado às artes plásticas. Esse movimento estético questionou as relações tradicionais entre autor e obra, lançou uma nova concepção da literatura como linguagem e suscitou um aprofundamento dos poderes e limitações dos homens, quando confrontados com um mundo em crise. Marco da introdução do modernismo em Portugal, a revista Orfeu, de 1915, teve apenas dois números, sendo o segundo dirigido pelas figuras mais representativas da poesia portuguesa moderna, Fernando Pessoa e Mário de Sá-Carneiro. Com os seus heterônimos, Pessoa contribuiu com quatro poetas extraordinários: ele mesmo, que vai do ocultismo e do nacionalismo messiânico à aguda reflexão psicológica e metafísica; Alberto Caeiro, naturista desmitificador e encantatório; Ricardo Reis, pagão estóico de odes horacianas e perfeitas; e Álvaro de Campos, cantor da técnica e da vida modernas e triturador niilista das ilusões e fantasias humanas. Por sua vez, Mário de Sá-Carneiro parece ter vivido em sua própria autodestruição as dissociações dos heterônimos pessoanos, mas em seus poemas encarnou todos os dramas da pátria. Uma das facetas do modernismo em Portugal, a vertente futurista compreendeu poetas como Almada-Negreiros e Santa Rita Pintor. Com a proposta de romper com o o passado e de exprimir na arte o dinamismo da vida moderna aparece o único número da revista Portugal Futurista, sendo nesta que Álvaro de Campos publicou seu "Ultimatum" (1917), um dos manifestos literários mais demolidores de todos os tempos. Depois, a partir de 1927, é na revista Presença, que se encontram outros modernos do reconhecido valor na poesia, na ficção ou na crítica literária, como João Gaspar Simões, Adolfo Casais Monteiro, José Régio e Branquinho da Fonseca, Afonso Duarte, Antônio de Navarro, Carlos Queirós, Antônio Boto -- o poeta das Canções (1920) --, o contista e poeta Adolfo Rocha -- mais tarde conhecido pelo pseudônimo Miguel Torga --, Luís de Montalvor, Vitorino Nemésio, Alberto de Serpa, Fernando Namora. Os colaboradores dessa revista literária combatiam o academismo e defendiam, entre outras coisas, a crítica livre. Dos "presencistas" saíram tentativas de renovação do romance, sobretudo com Jogo da cabra-cega, de José Régio. Outros, como João Gaspar Simões e, sobretudo, Branquinho da Fonseca, tentariam, por caminhos diversos, tanto no romance como no conto, ultrapassar o realismo, cuja influência ainda é determinante na obra de Ferreira de Castro. A revolução estética em curso só alcançou o grande público depois que a geração da revista Presença exerceu parte do seu esforço crítico no sentido de tornar conhecida a obra de Pessoa e as novas tendências. Uma importante corrente neo-realista afirmava-se com os livros de Ferreira de Castro -- como A selva (1930) --, de Agustina Bessa-Luís, de Urbano Tavares Rodrigues, José Rodrigues Miguéis, Cardoso Pires, ou com o teatro de Bernardo Santareno. Na poesia, há a geração do Novo Cancioneiro, com Carlos de Oliveira e José Gomes Ferreira. O neorealismo abriu outro caminho, em que o predomínio das preocupações sociais fez do romance e da poesia um instrumento de luta, ao mesmo tempo que os continuadores do modernismo procuravam preservar a literatura de uma sujeição que poderia desvirtuar-lhe os fins e invalidar a necessária estrutura estética. Nessa diversidade e, muitas vezes, oposição de tendências, a poesia revela, além de José Régio e Miguel Torga, um José Gomes Ferreira, um Vitorino Nemésio, também romancista e contista, um Carlos Queirós, um Antônio Navarro e outros. A obra de José Rodrigues Miguéis, principalmente contista, é afim às tendências neo-realistas, cuja melhor expressão se acha nos romances de Soeiro Pereira Gomes e Virgílio Ferreira. A retórica ainda subsistente nas gerações da Presença e do neorealismo foi abandonada por quase todos os poetas surgidos na década de 1940, em cuja linguagem, pouco discursiva, houve o predomínio de imagens, donde a denominação atribuída a essa corrente literária: imagismo. Nos Cadernos de Poesia, o imagismo tem o apoio da obra de Jorge de Sena, cuja contribuição ao mesmo tempo clássica e barroca, tradicional e revolucionária abrange poesia, ficção, ensaio, história literária. Linguagens e Códigos Como movimento, o surrealismo chegou tardiamente a Portugal, por volta de 1947, por intermédio da atuação de um grupo de escritores, encabeçados por Antônio Pedro, o qual se limitaria a promover a edição de alguns poucos cadernos e a realizar exposições, debates e conferências. Sobressaiu-se então Mário Cesariny de Vasconcelos. Entretanto, a tradição de um lirismo alheio tanto ao modernismo como ao neo-realismo é representada, no segundo quartel do século XX, por poetas como Guilherme de Faria, Florbela Espanca, Antônio Boto, José Duro, Fausto Guedes Teixeira, João Lúcio, Cabral do Nascimento e muitos outros. Poesia experimental. À fase de relativa estagnação entre 1950 e 1960, em que há apenas a registrar o aparecimento de revistas literárias como Távola Redonda, Cadernos de Poesia, Serpente e Árvore, entre outras, seguiu-se, na literatura portuguesa de vanguarda, a abertura de novos caminhos, que levariam à denominada poesia experimental. Dessa fase em diante, em grande diversidade de caminhos, destacam-se o íntimo registro do cotidiano na poesia de Sofia de Melo Breyner Andresen, as obras poéticas de Natércia Freire, particularmente as perspectivas da Poesia Experimental onde começou a se apresentar a poética de Herberto Helder. Este, mais tarde, subverteria a ordem do discurso literário em Vox e Photomaton ao cruzar as fronteiras que dividem o consciente e o inconsciente. Distinguiram-se, nesse movimento, entre outros, Ernesto M. de Melo e Castro, Ana Hatherley, Maria Alberta Meneses, Pedro Tamen e Salette Tavares. Um segundo neo-realismo surgiria, em seguida, com Alexandre Pinheiro Torres, Papiniano Carlos, Vasco Miranda e Luís Veiga Leitão, este último enfatizando o regresso ao imediato da experiência comum. Prosa. No romance e no conto prevaleceram nas últimas décadas do século XX tendências neo-realistas, conjugadas, em alguns casos, a processos experimentais em busca de uma nova ética e estética, numa tentativa de superar o tradicional moralismo burguês. São nomes a citar Augusto Abelaira e Luís de Sttau Monteiro, dramaturgo e romancista cuja obra denuncia preconceitos e ilusões dominantes na sociedade portuguesa. José Cardoso Pires, este um prosador que assimilou a técnica da short story americana e reagiu contra a sentimentalidade ainda persistente no neo-realismo tradicional, e Agustina Bessa-Luís figuram entre as romancistas que lograram obter sucesso de crítica. Quanto ao noveau roman, representam-no Alfredo Margarido, Artur Portela Filho e Almeida Faria. Crítico e teorizador da poesia experimental, Gastão Cruz usa o corpo como metáfora, para expressar a angústia de um mundo doentio, em Poesia 1961-1981, coletânea de seus trabalhos. Já Natália Correia retoma os temas tradicionais do amor, da morte e da passagem do tempo em Sonetos românticos. Outro nome de relevo é o de Davi Mourão-Ferreira, ligado a uma corrente da poesia dedicada à revalorização do mito, à apologia da imaginação, da aventura existencial e da ambiguidade, com base numa doutrina sobre a especificidade poética segundo a qual a função representativa da linguagem, a de objetificação das coisas, seria distinta da sua função expressiva, relacionada à criação de valores. Na poesia de Fernando Guedes há reação a um cético passadismo mediante o tratamento de temas líricos religiosos. Antônio Ramos Rosa afastou-se teoreticamente do realismo social, mas a ele serve através de tangências e ambiguidades metafísicas. A busca de novo estilo e nova linguagem adaptados às mudanças que ocorreram em Portugal depois da revolução dos cravos de 1974, inclui a fábula política e o romance regional, assim como a literatura experimental. Nessa procura insere-se a originalidade da obra de José Saramago, que rompe com as fórmulas e códigos narrativos do neo-realismo numa descrição não-linear, em dois planos, o da realidade e o da fantasia. Com o mesmo sentido, Américo Guerreiro de Sousa, em Os cornos de Cronos, usa os artifícios da narrativa tradicional, para em seguida desacreditá-los mediante a combinação do ridículo e do absurdo. O tema da recuperação da memória está presente em Para sempre, do existencialista Virgílio Ferreira, cujo trabalho exemplifica a constante busca de novos meios de expressão, e em Amadeu, de Mário Cláudio. Paulo de Castilho explora, no romance Fora de horas, as tensões e conflitos de uma geração perdida entre as agitações estudantis de maio de 1968 e a revolução dos cravos. 145 Numa alegoria do estado do Portugal contemporâneo inscreve-se o romance O cais das merendas, de Lídia Jorge. Olga Gonçalves, faz o relato da experiência vivida pelos homens e mulheres de Portugal, em todos os níveis sociais, desde a revolução de abril, em Ora esquerdas, obra de estrutura fragmentária. Agustina Bessa-Luís escreve uma fábula política em O mosteiro, com analogias sutis entre os homens e mulheres de uma família decadente e a casa real portuguesa. Almeida Faria, em Conquistador, elabora uma fábula sobre a descoberta do eu e a percepção da condição humana através do erotismo. Joaquim Manuel Magalhães descreveu os anos que antecedem o fim do século XX, um tempo de devastação e vazio moral, em A poeira levantada pelo vento (1993). Literatura Brasileira Ao analisarem a origem da literatura brasileira, a crítica e história literária têm adotado duas orientações básicas. Uma, de pressupostos historicistas, tende a vê-la como uma expressão da cultura que foi gerada no seio da tradição portuguesa. Sendo muito pequena, nos primórdios, as diferenças entre a literatura lusitana e a praticada no Brasil, essa corrente salienta o processo da formação literária brasileira a partir de uma multiplicidade de coincidências formais e temáticas. O ponto de vista historicista encontra apoio no fato de ser a literatura considerada, por seu aspecto orgânico, como um conjunto de obras ligadas em sistema enquanto expressão do complexo histórico, social, geográfico e racial. A outra corrente crítica, cujos critérios se inclinam à aferição predominantemente estética, assinala as divergências que se acumularam na psique do homem americano, desde o início, e influíram na composição das obras. Aqui, considerando-se que a situação do colono tinha de engendrar uma nova concepção da vida e das relações humanas, com uma correspondente visão dessa realidade, pretende-se valorizar o esforço pelo desenvolvimento das formas literárias no Brasil, em busca de uma expressão própria e, tanto quanto possível, original. Estabelecer a autonomia literária é descobrir, portanto, os momentos em que as formas e artifícios da escrita serviram para fixar a nova visão estética dessa realidade nova. De tal modo, ao invés de conter-se em períodos cronológicos, a literatura deverá ser dividida de acordo com os estilos correspondentes às suas diversas fases: barroco, arcadismo, neoclassicismo, romantismo, realismo, naturalismo, parnasianismo, simbolismo, modernismo e concretismo. Dos primórdios ao fim do século XVIII Primeiros textos. Os primeiros documentos escritos produzidos no Brasil não pertencem à literatura, mas à história e à sociologia. São obras "sobre" o país, de conhecimento e valorização da terra, escritas para os europeus. Algumas se enquadram no "ciclo dos descobrimentos" da literatura portuguesa, dedicando-se ao relato da expansão pelos mares e suas consequências morais e políticas, ora com fins de catequese, ora com um fundo econômico (caça ao escravo, conquista e desbravamento de novas terras, mercados e fontes de riqueza). Desses motivos saíram as "primeiras letras" escritas na colônia acerca de fatos, coisas e homens: a obra dos jesuítas, com uma parte tipicamente literária, lírica ou dramática, outra composta pelo acervo de cartas e informes em torno das condições da colônia; a literatura dos viajantes e descobridores, os roteiros náuticos, os relatos de naufrágios, as observações geográficas, as descrições da natureza e do selvagem; e as tentativas de epopeias com assunto local __ tudo marcado por uma tendência à exaltação lírica da terra ou da paisagem, espécie de crença num eldorado ou paraíso terrestre. Pero Vaz de Caminha, Bento Teixeira, Gândavo, Gabriel Soares de Sousa, Fernandes Brandão, Rocha Pita, Vicente do Salvador, Botelho de Oliveira, Itaparica, Nuno Marques Pereira são manifestações da série de cânticos genetlíacos, da "cultura e opulência" ou "diálogo das grandezas", ou roteiros de viagens, que constituem essa literatura de catalogação, exaltação e conhecimento da terra, expressões do espírito nativista em ascensão. Não tendo um cunho de invenção, essas obras, em sua maioria, não pertencem à literatura no sentido estrito. Correspondem à ânsia do brasilei- Linguagens e Códigos ro do século XVII de conhecer e revelar a terra brasílica. Mas delas proveio o conhecimento dos fatores geográficos, econômicos e sociais sobre os quais se erigiu a civilização brasileira. E delas derivou a produção de um vasto campo de trabalho, o dos estudos brasileiros, que iria adquirir com o tempo extraordinária importância. Os textos dos primeiros tempos, contudo, não se livraram da impregnação do estilo artístico em vigor, o barroquismo, nem de expressar o mito ufanista. Justifica-se por isso o estudo dos principais autores que tiveram, nessa fase, sentido estético, alguns dos quais são bastante representativos do barroco literário, a que não escaparam nem mesmo os historiadores e pensadores, como Vicente do Salvador e Rocha Pita, ou os escritores políticos, os oradores, os autores de panegíricos ou de trabalhos jurídicos ou militares. Os gêneros literários mais cultivados foram o diálogo, a poesia lírica e a epopeia, ao lado da historiografia e da meditação pedagógica. De todos o barroco tirou o melhor partido, misturando o mitológico ao descritivo, o alegórico ao realista, o narrativo ao psicológico, o guerreiro ao pastoral, o solene ao burlesco, o patético ao satírico, o idílico ao dramático, sem falar no mestiçamento da linguagem, necessário à própria evangelização e resultante da nova sensibilidade linguística de que decorrerá a diferenciação de um estilo brasileiro. Sob o signo do barroco. A literatura brasileira nasceu sob o signo do barroco, definido não só como um estilo de arte senão também como um complexo cultural e um estilo de vida. Mais precisamente, foi pela voz barroca dos jesuítas que ela teve início. Descontada a literatura de conhecimento da terra, a primeira manifestação de sentido estético foi a literatura jesuítica, de missão e catequese, produzida sobretudo por Anchieta, o fundador da literatura brasileira. Na obra de padre Antônio Vieira e em Gregório de Matos encontram-se as expressões máximas, respectivamente, da prosa e da poesia barroca no Brasil. A importância da vida social, já existente na cidade de Salvador, com os primeiros sintomas de organização literária que irá dar no movimento das academias, levou alguns historiadores a falar em "escola baiana", denominação imprópria para arrolar os homens que se dedicavam à cultura no século XVII e tinham a poesia como atividade central. Formaram o grupo: Bernardo Vieira Ravasco, Eusébio de Matos, Domingos Barbosa, Gonçalo Soares da França, Gregório de Matos, Manuel Botelho de Oliveira, José Borges de Barros, Gonçalo Ravasco e João de Brito e Lima. Com raras exceções, em especial a de Gregório, cultivaram um barroco inferior, de imitação, que se prolongou pelas academias setecentistas. A literatura barroca estendeu-se, no Brasil, do final do século XVI ao final do século XVIII, quando se misturou com o arcadismo e o neoclassicismo. O espírito nacionalista. O espírito do barroco, dominante no século XVII, deteve a marcha da corrente inaugurada com o Renascimento na Itália e que, na literatura, atingiu seu ponto culminante na França das últimas décadas do século XVII, com o chamado classicismo francês da época de Luís XIV. Mas essa tendência classicista penetrou pelo século XVIII, criando focos de neoclassicismo nas literaturas ocidentais. Ao gosto barroco do grandioso e da ostentação sucedeu a procura das qualidades clássicas da medida, conveniência, disciplina, simplicidade e delicadeza, que desaguaram no arcadismo. No final do século também entraram em cena correntes que reivindicavam o sentimento, a sensibilidade, o irracionalismo, ao lado de pontos de vista racionalistas e "ilustrados" que produziriam o iluminismo da revolução francesa de 1789. O Brasil, no século XVIII, atingiu um momento decisivo de sua história. Foi a época de criação da consciência histórica no brasileiro. A descoberta e posse da terra, as façanhas dos bandeirantes e a defesa contra os invasores deram margem a uma consciência comum, a um sentimento da figura do "brasileiro", mestiço de sangue e alma, já falando uma língua bastante diversa daquela da metrópole. Os recursos econômicos e as riquezas aumentaram, a população cresceu, a vida das cidades melhorou, a cultura se difundiu. O espírito nacionalista desabrochou por toda parte. Combate ao barroquismo. As academias, embora exprimindo uma literatura encomiástica e um barroco decadente, testemunharam um arremedo de movimento cultural organizado, com letrados e salões. O espírito neoclássico, que se infiltrou nas mentes luso-brasileiras de então, procurou combater o barroquismo em nome dos ideais de precisão, lógica e medida, com a restauração das normas clássicas, codificadas em tratados de 146 preceptística, verdadeiros códigos mecanizados e rígidos, baseados na lei da imitação ou no espírito didático, a governar a criação. Esse ideal neoclassicista dominou o final do século XVIII e princípios do século XIX, aparecendo em alguns escritores tingido de cores "ilustradas" e de liberalismo ideológico, ou então de elementos pré-românticos, como o sentimentalismo e o nacionalismo. De todas as manifestações neoclássicas, foi a corrente arcádica de procedência italiana a que maior importância assumiu no Brasil, com o chamado grupo, plêiade ou "escola mineira" (denominação aliás imprópria, pela inexistência de escola no sentido literário estrito): Cláudio Manuel da Costa, Basílio da Gama, Santa Rita Durão, Alvarenga Peixoto, Tomás Antônio Gonzaga e Silva Alvarenga. Seu início é assinalado pela publicação das Obras poéticas (1768) de Cláudio Manuel da Costa. Parece fora de dúvida que não houve uma Arcádia brasileira e que os brasileiros foram "árcades sem Arcádia", como disse Alberto Faria, pois nenhum documento idôneo comprova a existência da Árcadia Ultramarina, de que falam alguns historiadores. De todos os árcades, o único que pertenceu a uma corporação dessa natureza foi Basílio da Gama, filiado à Arcádia Romana. A reação clássica relativa ao arcadismo significava uma volta à simplicidade e pureza dos antigos, segundo os modelos anacreôntico e pindárico. Realizava-se sobretudo através do verso solto, em odes e elegias, numa identificação com a natureza, onde residiriam o bem e o belo. Daí a valorização da vida pastoril, simples, pura e pacífica. O século XVIII, com as descobertas e exploração das minas, transferiu o eixo econômico, no Brasil, para a província de Minas Gerais, onde se desenvolveu uma sociedade dada ao fausto e à cultura, principalmente na capital da província, a antiga Vila Rica. Aí a fermentação econômica e cultural permitiu que se reunisse um grupo de intelectuais e artistas, entre os quais se destacaram os referidos acima. Constituem eles o início do lirismo brasileiro, pela transformação do veio nativista e da exaltação da natureza, pela adaptação da temática clássica ao ambiente e ao homem, com sentimentos e emoções peculiares. Ocorreu em suma, nesse processo, a fusão do individualismo com o sentimento da natureza e o ideal clássico. Até o desabrochar do romantismo, foi justamente graças ao espírito arcádico que se manteve o ideal nativista, contrabalançando a tendência passadista do neoclassicismo, cuja marca exterior mais forte foi o gosto da linguagem arcaizante, quinhentista, dita "clássica". E isso se deve também ao fato de, pela primeira vez, se reunir um grupo de artistas conscientes de seu ofício e superiormente dotados de valor. O arcadismo confunde-se com o que hoje se chama o rococó literário: culto sensual da beleza, afetação, refinamento, frivolidade, elegância, linguagem melodiosa e graciosa, sentimentalismo, lascívia, gosto da natureza, intimismo. Passa-se com ele da época cortês para o subjetivismo da era da classe média. Gonzaga, o vate de Marília, é o modelo brasileiro da literatura arcádica e rococó. Uma literatura autônoma Romantismo. O espírito autonômico e nativista desde cedo conduziu a literatura brasileira para uma diferenciação cada vez maior, num processo de adaptação ao meio físico, à nova situação histórica, ao homem novo que havia surgido e se achava em desenvolvimento. De Bento Teixeira a Gregório de Matos, a Botelho de Oliveira, ao movimento academicista do século XVIII, ao rococó arcádico, o processo nativista foi-se estruturando para se consolidar, no século XIX, com o romantismo. Foi então que a literatura brasileira, tendo lançado suas bases no século XVI, tornou-se realmente autônoma. Daí a importância extraordinária do movimento romântico no Brasil, pois entre 1800 e 1850 a literatura brasileira saiu da fase incaracterística do neoclassicismo, do barroco e do Iluminismo para a integração artística, com formas novas e temas nacionais, além de consciência técnica e crítica dessa situação. Herdado em grande parte da Europa, através da influência de autores como Chateaubriand, Victor Hugo, Lamartine, Musset e Byron, e também graças à transferência para Paris do foco de irradiação situado antes em Lisboa, o romantismo assumiu no Brasil um feitio peculiar, devido às condições locais. Na prosa, José de Alencar lhe serviu de centro. Estimulou a renovação, pondo em relevo os interesses brasileiros, os temas e motivos locais, a linguagem do país, a paisagem física e social, distanciou-se dos Linguagens e Códigos gêneros neoclássicos e criou uma ficção autônoma, no mesmo instante em que o lirismo se fixava com Gonçalves Dias e os poetas surgidos nos rumos por ele desbravados, de Álvares de Azevedo a Castro Alves. As condições políticas e sociais, decorrentes da permanência da corte portuguesa no Brasil (1808-1821) e, logo a seguir, da independência (1822), favoreceram a fermentação intelectual, com a inauguração de estudos superiores e a instalação da imprensa. Anunciado pelo pré-romantismo (1808-1836), o romantismo no Brasil divide-se em quatro fases distintas: a de iniciação (1836-1840); a indianista (1840-1850); a do individualismo e subjetivismo (1850-1860); e a liberal e social (1860-1870). O apogeu se situa entre 1846 e 1856. Essas fases correspondem às chamadas gerações românticas, cada qual caracterizada menos por uma doutrina homogênea do que por um corpo de tendências visíveis nas personalidades que as representam. O pré-romantismo, no qual estão englobados os antecessores ou precursores, fundiu algumas qualidades tipicamente românticas a recursos formais do passado. O jornalismo político e literário, a oratória sacra e profana, a poesia lírica e a história foram gêneros cultivados pelos préromânticos, dentre os quais se destacaram José Bonifácio de Andrada e Silva e frei Francisco de Mont'Alverne. A fase de iniciação se deve ao grupo fluminense, que lançou o manifesto romântico de 1836, com a revista Niterói. No mesmo ano saiu o livro Suspiros poéticos e saudades, de Domingos José Gonçalves de Magalhães, a principal figura dessa fase, ao lado de Manuel de Araújo Porto Alegre, ambos cultores da poesia lírica. O indianismo da segunda fase, na busca da temática nacional, elevou o selvagem a símbolo da civilização nova. Praticando a poesia lírica e narrativa, o teatro e a ficção, Gonçalves Dias, José de Alencar, Joaquim Manuel de Macedo e Bernardo Guimarães são autores bem representativos da tendência. É sobretudo pela poesia que se caracteriza a terceira fase, em que o lirismo individualista do "mal do século", influenciado por europeus como Musset, Byron, Leopardi, Espronceda e Lamartine, manifesta-se nas obras de Álvares de Azevedo, Junqueira Freire, Fagundes Varela e Casimiro de Abreu. A quarta fase, a do romantismo liberal, de cunho político e nacionalista, liga-se às lutas pelo abolicionismo e à guerra do Paraguai (18641870). Na poesia, ora prevaleceu o lirismo intimista e amoroso, ora o condoreiro, assim chamado pelo uso frequente de metáforas arrebatadas, por influência do francês Victor Hugo. Castro Alves foi o grande poeta a incorporar essa prática. O romantismo foi uma revolução literária que deu ênfase à tendência brasileira ao sentimentalismo lírico, à exaltação da individualidade, à inspiração. Daí sua popularidade e a repercussão que o levou a adentrar-se, em manifestações tardias, pelas primeiras décadas do século XX. Imbuído de espírito contemplativo, o romantismo antecipou certos enfoques ecológicos ao destacar a natureza tropical e a paisagem americana. Aos gêneros, deu autonomia estética. Além disso, valorizou a linguagem brasileira, dignificou a profissão de escritor e ampliou as faixas de público, consolidando a literatura brasileira, em suma, como entidade própria com diferente visão do mundo e formas peculiares de expressão. Um capítulo à parte é constituído pela poesia satírica entendida como arma de combate às convenções sociais, na qual se distinguiu Luís Gama; e pelos textos e fragmentos circunstanciais nos quais os poetas românticos, todos bem jovens, revelam sua condição de dissidentes da sociedade burguesa em formação. Naturalismo-realismo. De 1870 em diante desencadeou-se forte reação anti-romântica. Os gêneros adquiriram maior autonomia estética, libertando-se da política e do jornalismo. Uma mentalidade objetivista, realista, positiva e científica combateu o romantismo já exangue. A ficção, superando os métodos anteriores, encaminhou-se para assumir as formas ditadas pela observação do mundo externo, fosse à maneira urbana, regionalista ou naturalista. Por volta de 1880 surgiram os primeiros rebentos importantes do novo complexo estilístico que se desenvolveu contra o subjetivismo anterior para concretizar-se, na prosa e na poesia, sob as rubricas de realismo, naturalismo e parnasianismo. O materialismo e o cientificismo biológico e sociológico serviram de base ao sistema de ideias condicionantes, expressas no darwinismo, doutrina da evolução, culto do progresso, teoria da seleção natural, espírito 147 de observação, crença em leis mecânicas, determinismo biológico, geográfico e racial, negação dos valores espirituais e sobrenaturais. Essa foi a concepção de mundo que orientou a chamada geração do materialismo, que entrou em cena a partir de 1870 para realizar o novo período estético e histórico. Tanto a prosa realista e naturalista quanto a poesia parnasiana obedeceram às mesmas regras de objetividade, exatidão, minúcia, fidelidade ao fato, economia de linguagem e amor à forma. O realismo prestou grande serviço à ficção brasileira. Procurando ser o retrato fiel da realidade, no ambiente e nos personagens, e mais independente da ideologia materialista do que o naturalismo, já havia começado de fato antes de 1870, por intermédio do costumbrismo de Manuel Antônio de Almeida e Martins Pena, do realismo de transição do visconde de Taunay e Franklin Távora ou do coloquialismo e da pintura da vida cotidiana de Joaquim Manuel de Macedo. A partir de 1880, o realismo passou a produzir algumas das mais altas expressões da ficção brasileira, com Machado de Assis e Raul Pompéia, prolongando-se enquanto tradição nas obras de caráter regionalista do final do século XIX e do século XX. O naturalismo, como escola, existiu somente na própria década de 1880. Iniciou-se com O mulato (1881), de Aluísio Azevedo, a que se seguiram outros livros do autor, de Adolfo Caminha, Inglês de Sousa e Domingos Olímpio, sob forma regional ou urbano-social. O parnasianismo, caracterizado pela ânsia de uma forma perfeita, classicizante, impassível, pela tendência às descrições nítidas, pelas concepções tradicionalistas sobre metro, ritmo e rima, pela manutenção de gêneros fixos como o soneto e a preferência pelo verso alexandrino, surgiu no Brasil pela mesma época, contido no mesmo clima filosófico-científico, realista e materialista. O nome da escola veio de Paris e se referia a antologias francesas publicadas a partir de 1866, sob o título de Parnasse contemporain, que incluíam poemas de Gautier, Banville e Lecomte de Lisle. Depois de Teófilo Dias, cujas Fanfarras (1882) são vistas como o primeiro livro do parnasianismo brasileiro, a escola teve mestres seguros em Olavo Bilac, Raimundo Correia, Alberto de Oliveira e Francisca Júlia. Renovada pelo lirismo de Vicente de Carvalho, perdurou até as duas primeiras décadas do século XX com as produções amaneiradas e cada vez menos interessantes dos chamados neoparnasianos, como Goulart de Andrade e Hermes Fontes. Na esteira de Cruz e Sousa e Alphonsus de Guimaraens, que foram as matrizes diretas do simbolismo brasileiro, surgiram em diferentes estados poetas de dicção bem própria, como os paranaenses Emiliano Perneta e Dario Veloso, os gaúchos Felipe d'Oliveira e Alceu Wamosy, o baiano Pedro Kilkerry e o piauiense Da Costa e Silva, um isolado precursor do concretismo com o poema "Madrigal de um louco", do livro Sangue (1908). A revista Fon-Fon, editada no Rio de Janeiro, foi a mais influente das muitas então fundadas para difundir a produção simbolista. Seus animadores, tendo à frente o poeta Mário Pederneiras, diluíram o verso e usaramno frequentemente para a expressão de conteúdos intimistas. Sob rótulos como penumbrismo, que serviram para caracterizar seus prolongamentos, o simbolismo se manteve ainda atuante, se bem que exposto não raro a hibridações e metamorfoses, até a fase modernista. A seus preceitos fundamentais se ligaram, de uma forma ou de outra, autores cuja adesão ao modernismo nunca foi radical, como Ribeiro Couto, Murilo Araújo, Olegário Mariano, Guilherme de Almeida ou Onestaldo de Pennafort. A estética do século XX Transição eclética. Uma fase de absoluto ecletismo estende-se do alvorecer do século XX a 1922, ano em que dois eventos -- a Semana de Arte Moderna e o centenário da independência -- tiveram reflexos profundos sobre a evolução literária. A Semana rompeu com todo o passado e abriu caminho para a criação de um estilo, o modernista, que em meio a variações momentâneas seria a marca do século. A independência, ao fazer cem anos, aguçou o espírito nacionalista e, como no tempo dos românticos, fez a literatura embevecer-se com a exaltação do Brasil. Tornaram-se comuns, por um lado, os estudos sobre o país e suas tradições em gestação recente. Por outro, com o furacão iconoclasta do modernismo, essas mesmas tradições foram contestadas no que traziam de mais óbvio como acomodação e mesmice. Foi aproximando-se já desses limites que as duas primeiras décadas do século XX foram marcadas por poetas de posição singular, como Augusto dos Anjos ou Raul de Leoni, ou por prosadores da estirpe de Euclides da Cunha, Graça Aranha ou Adelino Magalhães. A ausência de um estilo unificador nessa fase seria preenchida por mesclas de maneiras passadas, com vestígios românticos, parnasianos e simbolistas agregandose em obras de aparência nova. O grosso da produção eclética, é verdade, perderia todo o interesse com a estética do modernismo, mas muitos autores isolados chegaram a uma dicção convincente na criação de seus textos. Simbolismo. Como reação ao sistema de ideias e normas estéticas implantado pela geração materialista de 1870, surgiu um movimento em nome da subjetividade contra o objetivismo realista, do indivíduo contra a sociedade, da interiorização contra a exteriorização. Essas ideias novas, mas que continham, sem dúvida, fortes resíduos da postura romântica, começaram a circular no Brasil a partir de 1890, também por influência francesa, e concretizaram-se no simbolismo, que desde então teve existência paralela à do parnasianismo e seus prolongamentos. Em linha derivada da prosa realista, autores como Lima Barreto, Monteiro Lobato, Antônio Torres ou Gilberto Amado caracterizaram claramente um espírito pré-modernista, seja pela desenvoltura dos textos, seja por suas posições ostensivas contra a escrita empolada que lembrava com insistência os movimentos passados. No outro extremo, o da adesão às velhas formas, triunfou na mesma época a prosa preciosa de Coelho Neto. Embora diferisse do parnasianismo na linguagem, no estilo, na atitude espiritual e na postura ante o mundo, o simbolismo mesclou-se não poucas vezes com ele na obra de muitos escritores, como B. Lopes. Com nitidez, sua autonomia se afirmou com nomes de primeira grandeza que lhe deram impulso, como Cruz e Sousa e Alphonsus de Guimaraens. O teatro evoluiu e, na senda aberta por Martins Fontes e Artur Azevedo, abrasileirou-se a passos largos. A ficção regionalista, que, após submeter-se à revisão modernista, seria um dos filões mais explorados durante o século XX, lançou marcos de significação expressiva com o baiano Afrânio Peixoto, o mineiro Afonso Arinos ou o gaúcho Simões Lopes Neto. Rotuladas de decadentistas, as ideias simbolistas entraram em voga desde 1887, mas foi em 1891, no jornal Folha Popular, do Rio de Janeiro, que se constituiu o primeiro grupo simbolista. No Ceará, em 1892, sob as mesmas inspirações, fundou-se a sociedade literária Padaria Espiritual. Em 1893, Cruz e Sousa publicou Broquéis e ainda um livro de poemas em prosa, Missal, nos quais indicou com força e originalidade os rumos que seriam seguidos. Ainda na fase de transição eclética para o modernismo, a imprensa assumiu grande influência sobre o destino das letras. Foi em parte graças a uma ativa presença nos jornais da belle époque que autores tão diversos como Humberto de Campos, Emílio de Meneses, Álvaro Moreira ou João do Rio (Paulo Barreto) conquistaram público e fama. Com laivos de revivescência do espírito romântico, o simbolismo foi uma revolta contra o positivismo e o objetivismo, revolta que através de uma linguagem ornada, altamente metafórica e muitas vezes exótica iria dar grande relevo às preocupações espirituais. Nos termos da evolução europeia, que continuava a se refletir no Brasil, o simbolismo reagiu às correntes analíticas de meados do século XIX, assim como o romantismo reagira ao Iluminismo que havia triunfado no fim do século XVIII. Ambos os movimentos exprimiram a desilusão em face das vias racionalistas e mecânicas que se vinculavam na prática à ascensão da burguesia. Linguagens e Códigos Modernismo. A apoteose do novo, com toda a carga de agressividade que costuma envolvê-la, foi o vetor que sustentou a implantação do modernismo no Brasil, como aliás ocorreu com o futurismo na Itália, o cubismo e o surrealismo na França, o expressionismo na Alemanha. E a expressão mais vistosa desse estado de espírito, a Semana de Arte Moderna, realizada em São Paulo, em fevereiro de 1922, ficaria lembrada como uma espécie de mise-en-scène, cheia de humor e provocação, de um programa único: o da modernidade como ruptura. A mudança dos meios expressivos, quer na literatura, quer, em plano paralelo, nas artes plásticas, correspondia à maturação de uma crise mais geral, que envolvia toda a estrutura sócio-econômica de um país que ia deixando de ser uma vasta fazenda exportadora de matérias-primas para 148 assumir uma feição diversa, especialmente em São Paulo. A primeira obra poética modernista chamou-se Pauliceia desvairada, de Mário de Andrade, e em estilo urbano-internacional foram vazados os romances auto-satíricos de Oswald de Andrade, as Memórias sentimentais de João Miramar e Serafim Ponte Grande. O período heróico do movimento, o tempo que vai da Semana de 1922 à revolução de 1930, foi pontilhado de intenções nacionalistas que atuaram de vários modos. É fundamental apontar: a pesquisa folclórica sistemática de Mário de Andrade, voltada para a elaboração de uma práxis linguística e melódica brasileira; a proposta de um ideal de vida e de cultura primitivista e "antropofágico", explícito no roteiro de Oswald de Andrade e implícito na poesia mítica de Raul Bopp; e o apelo às matrizes da raça tupi e cabocla difuso em obras de Guilherme de Almeida, Cassiano Ricardo e Plínio Salgado. Entre 1922 e 1930 houve grupos e revistas cujos nomes valiam por si sós como manifestos nativistas: Terra Roxa e Outras Terras, PauBrasil, Bandeira, Revista de Antropofagia, Verde e Anta. No mesmo período, obras de Antônio de Alcântara Machado, Manuel Bandeira, Menotti del Picchia e Ronald de Carvalho contribuíram para ampliar o campo de expressão modernista. Na trilha aberta por Klaxon, mensário de arte moderna que circulou em maio de 1922, surgiu em 1924 a revista Estética, lançada no Rio de Janeiro por Sérgio Buarque de Holanda e Prudente de Morais Neto. Como contracorrente, dentro do modernismo, é necessário lembrar o grupo e a revista Festa, fundada em 1927, por Tasso da Silveira, com um programa espiritualista ainda próximo das fontes simbolistas. O grupo da Anta, importante pelo peso de suas conotações políticas, encarregou-se de difundir um verde-amarelismo de tendências direitistas. De São Paulo e Rio de Janeiro o processo de atualização literária caminhou para os estados, revelando nomes já em perfeita sintonia com a modernidade, como os gaúchos Augusto Meyer e Mário Quintana. No Nordeste surgiu um poeta regionalista como Ascenso Ferreira. Em um segundo tempo, operou-se uma absorção das liberdades modernistas na prosa social de José Américo de Almeida em diante, até Raquel de Queirós. A partir de 1930, um momento de recomposição de valores, em busca de novas sínteses, parece ter sucedido ao individualismo extremado e à inventividade quase anárquica dos anos heróicos do modernismo. Tentativas de compreensão dos problemas do país e de uma criação mais elaborada manifestaram-se então com romancistas como Graciliano Ramos e José Lins do Rego, poetas como Carlos Drummond de Andrade, Murilo Mendes, Dante Milano e Joaquim Cardozo, ensaístas sociais como Caio Prado Jr., Gilberto Freire, Sérgio Buarque de Holanda e Alceu Amoroso Lima. Para todos eles, o modernismo fora uma porta aberta. Mesmo a lírica antipitoresca e antiprosaica de Cecília Meireles, Augusto Frederico Schmidt, Vinícius de Morais e Henriqueta Lisboa, próxima do neo-simbolismo europeu, só foi possível porque tinha havido uma abertura a todas as experiências modernas no Brasil pós-1922. A morte de Mário de Andrade, em 1945, pode ser tomada como o marco final do modernismo propriamente dito. No mesmo ano operou-se na poesia um decidido retorno à tradição. Com a chamada geração de 45, integrada por Ledo Ivo, José Paulo Moreira da Fonseca, Domingos Carvalho da Silva, Afonso Félix de Sousa, Bueno de Rivera, Tiago de Melo e Marcos Konder Reis, entre muitos outros, a poesia voltou a ser composta sem transgressões à forma, reativando o uso de seus antigos recursos, como a rima e a métrica. João Cabral de Melo Neto, cronologicamente incluído na mesma geração, dela se distinguiu no entanto por escrever com rigor sem incidir no já visto. Sua obra se tornaria, após a de Carlos Drummond de Andrade, a mais elogiada e influente desde meados do século. Caminhos da ficção. Contrapondo-se à ficção regionalista, que deitara fundas raízes, o romance introspectivo ou psicológico definiu-se em contornos nítidos, graças a nomes como Cornélio Pena, Lúcio Cardoso, José Geraldo Vieira e Otávio de Faria. Com Clarice Lispector, essa linha de ficção intimista deu um salto do psicológico ao existencial, da notação individual à meditação sobre o ser. Os enredos e cenários urbanos, herdados da tradição realista, nutriram obras marcantes como os romances de Marques Rebelo e os contos de João Antônio. Linguagens e Códigos Tal qual a desses e muitos outros autores, a prosa de Jorge Amado, José Lins do Rego e Érico Veríssimo, tríade da mais alta expressão, beneficiou-se amplamente da descida à linguagem oral, aos brasileirismos e regionalismos léxicos e sintáticos que o típico estilo modernista havia preparado. O filão dos temas regionais levou a uma vasta produção de romances onde o aspecto documentário sobressai com frequência, como os escritos por Dalcídio Jurandir, Herberto Sales, Adonias Filho, Amando Fontes, Mário Palmério, Josué Montelo, Bernardo Élis e José Cândido de Carvalho. Com Guimarães Rosa, a costumeira oposição entre romance regionalista e romance psicológico resolveu-se em termos puramente estéticos, no plano das estruturas narrativas e, sobretudo, no plano da criatividade linguística. Uma acentuada preocupação com a originalidade da forma e as invenções estilísticas surgiu por outro lado como traço em comum entre ficcionistas de orientações bem distintas, como Osman Lins, Campos de Carvalho, Dalton Trevisan, Sérgio Santana, Ivan Ângelo, Raduan Nassar e Hilda Hilst. Nas últimas décadas do século XX, criada frequentemente em sintonia com as grandes correntes internacionais, a ficção brasileira projetou-se no mundo, sendo extensa a lista de traduções então feitas para diversas línguas. Além dos nomes citados, convém lembrar, pela repercussão de suas obras, autores como Rubem Fonseca, Antônio Calado, Autran Dourado, Inácio de Loiola Brandão, Ana Miranda, Nélida Piñon, Lígia Fagundes Teles, Márcio de Sousa e Moacir Scliar, já publicados também no exterior. Do concretismo à poesia marginal. A partir da década de 1950, o tema e a ideologia do desenvolvimento assumiram grande relevo no Brasil, à medida que a industrialização se processava em ritmo cada vez mais intenso. Nesse contexto foi formulado o concretismo, que se propunha como vanguarda para os novos tempos e abolia a escrita discursiva, instaurando em seu lugar uma expressão consubstanciada em signos e representações gráficas que pretendiam dizer mais que as palavras. Aos paulistas Décio Pignatari e Augusto e Haroldo de Campos uniramse poetas radicados no Rio de Janeiro como Ferreira Gullar, Vlademir Dias Pino e Ronaldo Azeredo, para o lançamento oficial do movimento, feito em São Paulo, em 1956, com a I Exposição Nacional de Arte Concreta. Nos anos seguintes, enquanto os irmãos Campos se orientavam para especializar-se em obras de erudição e tradução de poesia, o grupo carioca, com Ferreira Gullar à frente, distanciou-se das origens comuns para lançar no Rio de Janeiro o movimento neoconcreto. Na década de 1960, alguns poetas antes comprometidos com a linguagem visual do concretismo voltaram a escrever versos, que tinham porém agora um ostensivo sabor de panfletagem política. Renovou-se simultaneamente o gosto da arte regional e popular, fenômeno paralelo a certas ideias motrizes dos românticos e dos modernistas, os quais, no afã de redescobrirem o Brasil, haviam também se dado à pesquisa e ao tratamento histórico do folclore. Mas dessa vez, graças ao novo contexto sócio-político, toda a atenção foi reservada ao potencial revolucionário da cultura popular. Na década de 1970, a da chamada poesia marginal, que se inseriu no movimento internacional da contracultura, a expressão dos primeiros modernistas voltou à ordem do dia. Escrever versos de qualquer maneira e, se possível, com forte entonação satírica passou a ser a nova moda numa época em que o inimigo comum, sob todas as suas formas, era a repressão. Daí para a frente, a herança do concretismo ora mesclou-se ao coloquialismo em produções híbridas, ora inspirou uma poesia sucinta, de versos curtos, que se requintava ao tentar dizer o máximo com o uso de muito poucas palavras. Os avanços da crítica. A consciência histórica e crítica do modernismo foi expressa de início pelos próprios criadores da época mais dotados de espírito analítico, como Mário de Andrade. Fora do grupo, mas voltada para a inteligência da arte nova, avultou a obra de Tristão de Ataíde, pseudônimo de Alceu Amoroso Lima, que acompanhou com simpatia a melhor literatura publicada após a década de 1920. Álvaro Lins foi, em seguida, um dos críticos mais ativos e percucientes, muito próximo do estilo dos franceses pelo gosto da análise psicológica e moral. A Afrânio Coutinho coube o mérito de divulgar no Brasil os princípios 149 do New Criticism anglo-americano e sistematizar algumas ideias e informações sobre o barroco. A tarefa de repensar a literatura brasileira à luz de critérios novos, atentos à gênese e à estrutura interna, foi superiormente cumprida nas várias obras de Antônio Cândido. Com Augusto Meyer o ensaísmo brasileiro recebeu um estilo pessoal, reflexivo e irônico. Os estudos comparatistas devem a Eugênio Gomes alguns achados de valor: foi ele o primeiro a detectar com precisão fontes inglesas em escritores brasileiros, rastreandoas sobretudo na obra de Machado de Assis. Este, pelo lugar central que ocupa, foi objeto de minuciosos estudos por críticos de formação bem diversa, como Astrojildo Pereira, José Aderaldo Castelo e Miécio Tati. Cumpre lembrar que a erudição de tipo universitário, relativamente nova no Brasil, deu frutos consideráveis no trato da historiografia literária. Graças a trabalhos monográficos sobre períodos, gêneros e autores, já se pode acompanhar com relativa segurança o desenvolvimento de toda a literatura nacional. Destaquem-se ainda, na evolução da crítica, os nomes de importantes pesquisadores como Andrade Murici, Fábio Lucas, Mário da Silva Brito, Cavalcanti Proença, Franklin de Oliveira, Francisco de Assis Barbosa, Antônio Houaiss, Brito Broca, Wilson Martins, José Guilherme Merquior, Eduardo Portela, Péricles Eugênio da Silva Ramos e Fausto Cunha. Entre os críticos nacionalizados, é indispensável citar Otto Maria Carpeaux, Paulo Rónai e Anatol Rosenfeld. Menção à parte merece o trabalho de crítica historiográfica desenvolvido pelos irmãos Augusto e Haroldo de Campos, que levou à redescoberta de valores como Sousândrade, Pedro Kilkerry e Patrícia Galvão. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda. LITERATURA Estilos e época BARROCO A arte barroca originou-se na Itália (séc. XVII) mas não tardou a irradiar-se por outros países da Europa e a chegar também ao continente americano, trazida pelos colonizadores portugueses e espanhóis. As obras barrocas romperam o equilíbrio entre o sentimento e a razão ou entre a arte e a ciência, que os artistas renascentistas procuram realizar de forma muito consciente; na arte barroca predominam as emoções e não o racionalismo da arte renascentista. É uma época de conflitos espirituais e religiosos. O estilo barroco traduz a tentativa angustiante de conciliar forças antagônicas: bem e mal; Deus e Diabo; céu e terra; pureza e pecado; alegria e tristeza; paganismo e cristianismo; espírito e matéria. Suas características gerais são: - emocional sobre o racional; seu propósito é impressionar os sentidos do observador, baseando-se no princípio segundo o qual a fé deveria ser atingida através dos sentidos e da emoção e não apenas pelo raciocínio. - busca de efeitos decorativos e visuais, através de curvas, contracurvas, colunas retorcidas; - entrelaçamento entre a arquitetura e escultura; - violentos contrastes de luz e sombra; - pintura com efeitos ilusionistas, dando-nos às vezes a impressão de ver o céu, tal a aparência de profundidade conseguida. http://www.historiadaarte.com.br/barroco.html Minas Gerais é o berço da mais forte e mais bela expressão de uma arte barroca genuinamente brasileira. Um mais alto poder aquisitivo -proporcionado pelo ouro, cuja exploração acabaria por destruir a rigidez social, colocando juntos, na mesma atividade mineratória, senhores e escravos -- e uma aguda sensibilidade artística foram os principais fatores que animaram a produção de arte em Minas Gerais, propiciando o aparecimento de figuras exponenciais como o Aleijadinho, Manuel da Costa Ataíde, Bernardo Pires, João Batista Figueiredo, o guarda-mor José Soares de Araújo e tantos outros. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda. ARCADISMO O Arcadismo é uma escola literária surgida na Europa no século XVIII. O nome dessa escola é uma referência à Arcádia, região bucólica do Peloponeso, na Grécia, tida como ideal de inspiração poética. No Brasil, o movimento árcade toma forma a partir da segunda metade do século XVIII. A principal característica desta escola é a exaltação da natureza e de tudo que lhe diz respeito. É por isto que muitos poetas ligados ao Linguagens e Códigos arcadismo adotaram pseudônimos de pastores gregos ou latinos (pois o ideal de vida válido era o de uma vida bucólica). Características Predomínio da razão Adoção de lemas latinos: fugere urbem (fuga da cidade), locus amoenus (lugar aprazível), carpe diem (aproveita o dia) Pastoralismo Imitação de modelos artísticos greco-romanos Arcadismo no Brasil. O arcadismo, no Brasil, apareceu quase ao mesmo tempo que em Portugal, propiciado pelo ciclo do ouro e seu embrião de classe média urbana, letrada e inconfidente. Seus representantes estudaram com os jesuítas e quase todos em Coimbra. Há duas fases e atitudes distintas, a épica e neoclássica, representada pelas contribuições de Santa Rita Durão, Cláudio Manuel da Costa e José Basílio da Gama, e a ilustrada e préromântica, com Tomás Antônio Gonzaga, Alvarenga Peixoto e Silva Alvarenga. Santa Rita Durão foi o autor do épico Caramuru (1781), primeiro poema a tratar dos indígenas brasileiros e seus costumes, embora a partir da ideologia do catequista e colonizador. Mais propriamente árcade, Cláudio Manuel da Costa oferece nos sonetos neoclássicos de Obras (1768) o melhor lirismo do movimento em terras brasileiras. José Basílio da Gama, que em viagens pela Europa chegou a se filiar à Arcadia de Roma, mostrase um épico de liberdade às vezes surpreendente em seu Uraguai (1769), que antecipa o indigenismo. Nascido em Portugal, Tomás Antônio Gonzaga foi o mais famoso dos árcades brasileiros, por sua Marília de Dirceu (1792). Mereceu essa distinção, quer pelas cores locais da lírica desse livro, quer pela virulência das Cartas chilenas, que lhe são atribuídas, pois apresenta em uma e outra obra indícios claros de seu pré-romantismo. Inácio José de Alvarenga Peixoto, carioca, o mais envolvido na Inconfidência, e destroçado por ela, teve suas obras publicadas mais de setenta anos depois da morte, mostrando-se um pré-romântico de traços nativistas. O nativismo impõe-se com sabor popular nos rondós e madrigais de Glaura (1799), de Silva Alvarenga, ainda mais pré-romântico que seus pares. Na entrada do século XIX, com o final sombrio da Inconfidência e do ciclo do ouro, a vinda da corte portuguesa e tantos motivos de mudança ou de perplexidade, os ideais arcádicos e a poesia de um modo geral empobreceram. Ainda assim, enquanto o romantismo arregimentava suas forças, a influência arcádica deu alguns epígonos fiéis, que mereceram de Manuel Bandeira a inclusão em sua antologia Poesia do Brasil (1963). Foram eles o padre Antônio Pereira de Sousa Caldas e José Bonifácio de Andrada e Silva, o Patriarca da Independência, que ainda nos antigos moldes da escola adotou o nome arcádico de Américo Elísio. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda. ROMANTISMO Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. O Romantismo foi um movimento artístico e filosófico surgido nas últimas décadas do século XVIII na Europa que perdurou por grande parte do século XIX. Caracterizou-se como uma visão de mundo contrária ao racionalismo que marcou o período neoclássico e buscou um nacionalismo que viria a consolidar os estados nacionais na Europa. Inicialmente apenas uma atitude, um estado de espírito, o Romantismo toma mais tarde a forma de um movimento e o espírito romântico passa a designar toda uma visão de mundo centrada no indivíduo. Os autores românticos voltaram-se cada vez mais para si mesmos, retratando o drama humano, amores trágicos, ideais utópicos e desejos de escapismo. Se o século XVIII foi marcado pela objetividade, pelo Iluminismo e pela razão, o início do século XIX seria marcado pelo lirismo, pela subjetividade, pela emoção e pelo eu. O termo romântico refere-se, assim, ao movimento estético ou, num sentido mais lato, à tendência idealista ou poética de alguém que carece de sentido objectivo. Romantismo no Brasil De acordo com o tema principal, os romances românticos no Brasil podem ser classificados como indianistas, urbanos ou regionalistas. 150 Romance indianista O índio era o foco da literatura, pois era considerado uma autêntica expressão da nacionalidade, e era altamente idealizado. Como um símbolo da pureza e da inocência, representava o homem não corrompido pela sociedade, o não capitalista, além de assemelhar-se aos heróis medievais, fortes e éticos. Junto com tudo isso, o indianismo expressava os costumes e a linguagem indígenas, cujo retrato fez de certos romances excelentes documentos históricos. Romance urbano Os temas desenvolvidos tratam da vida na capital e relatam as particularidades da vida cotidiana da burguesia, cujos membros se identificavam com os personagens. Os romances faziam sempre uma crítica à sociedade através de situações corriqueiras, como o casamento por interesse ou a ascensão social a qualquer preço. Romance regionalista Propunha uma construção de texto que valorizasse as diferenças étnicas, linguísticas, sociais e culturais que afastavam o povo brasileiro da Europa, e caracterizava-os como uma nação. Os romances regionalistas criavam um vasto panorama do Brasil, representando a forma de vida e individualidade da população de cada parte do país. A preferência dos autores era por regiões afastadas de centros urbanos, pois estes estavam sempre em contato com a Europa, além de o espaço físico afetar suas condições de vida. 1º Geração ( Nacionalista- indianista ) Gonçalves de Magalhães foi o introdutor do Romantismo no Brasil. Obras: Suspiros Poéticos e Saudades. Gonçalves Dias foi o mais significativo poeta romântico brasileiro e o primeiro dos grandes poetas. Obras: Canção do Exilio, I Juca Pirama. Araújo Porto Alegre - fundou com os outros dois, a Revista NiteróiBrasiliense 2º Geração ( Mal do Século ), também conhecida como Byroniana ou Ultra-Romantismo Álvares de Azevedo fazia parte da sociedade epicureia destinada a repetir no Brasil a existência boêmia de Byron. Obras: Soneto, Lembranças de Morrer, Noites na Taverna Casimiro de Abreu. Obras: As Primaveras. Poemas: Pálida á Luz,Poesia e amor, etc. Fagundes Varela: Embora byroniano, a poesia dele já apresentava algumas características da 3º geração do romantismo. Junqueira Freire - Com estilo dividido entre a homossexualidade e a heterossexualidade, demonstrava as idiossincrasias da religião católica do século XIX. 3º Geração (Condoreira) Conhecida também como Condoreira, simbolizado pelo Condor, uma ave que costuma construir seu ninho em lugares muito altos, ou Hugoniana, referente ao escritor francês Victor Hugo, cujo foi grande pensador do social. Apresenta linguagem declamatória e vem carregada de figuras de linguagem. Sentimento Social Liberal e Abolicionista. Apresenta como pricipais autores Castro Alves, Sousândrade e Tobias Barreto. Castro Alves: Negro, denominado "Poeta dos Escravos", o mais expressivo representante dessa geração. Obras: Espumas Flutuantes, Navio Negreiro. Principais romancistas românticos brasileiros Joaquim Manuel de Macedo, romancista urbano escreveu A Moreninha e também O Moço Loiro. José de Alencar, principal romancista romântico. Romances urbanos: Luciola; A Viuvinha; Cinco Minutos; Senhora. Romances regionalistas: O Gaúcho, O Sertanejo, O Tronco do Ipê. Romances históricos: A Guerra dos Mascates; As Minas de Prata. Romances indianistas: O Guarani, Iracema e o Ubirajara. Manuel Antônio de Almeida: romancista urbano, precursor do Realismo. Obras: Memórias de um Sargento de Milícias. Bernardo Guimarães: considerado fundador do regionalismo. Obras: A Escrava Isaura; "O Seminarista" Franklin Távora: regionalista. Obra mais importante: O Cabeleira. Visconde de Taunay: regionalista. Obra mais importante: Inocência. No país, entretanto, o romantismo perdurará até à década de 1880. Com a publicação de Memórias Póstumas de Brás Cubas, por Machado de Assis, em 1881, ocorre formalmente a passagem para o período realista. SIMBOLISMO Linguagens e Códigos O Simbolismo, movimento literário que antecedeu a Primeira Guerra Mundial (1913-1918), surge como reação às correntes materialistas e cientificistas da sociedade industrial do início do século XX. A palavra simbolismo é originária do grego, e significa colocar junto. Os simbolistas, negando os parnasianos, aboliram o culto à forma de suas composições. Resgatando um ideal romântico, os poetas desse período mergulharam no inconsciente, na introspecção do eu; entretanto o fizeram de maneira bem mais profunda que Garret, Camilo Castelo Branco e outros românticos. Origem: Em 1857, na França, Charles Baudelaire (1821-1867) publicou As Flores do Mal e em 1866 saiu o primeiro número da antologia Le Parnasse Contemporain. Nesta, foram expostas tanto composições simbolistas quanto produções parnasianas. A poesia simbolista está ligada à ideia de decadência, daí seu primeiro nome ter sido Decadentismo; só mais tarde essa nova estética passou a chamar-se Simbolismo. Jean Moréas, teórico do grupo, em 1886 publicou um artigo chamado O século XX, que definia o movimento como "não tanto em seu tom decadente quanto em seu caráter simbólico"; essa publicação colocou um ponto final na nomeação da nova estética, que passou a chamar-se Simbolismo. Tendo por base as ideias de Moréas, Eugênio de Castro lançou o movimento em Portugal com Oaristo; o nome dessa obra, em grego, significa "Diálogo intímo". No Brasil, o movimento chegou, sem influências portuguesas, com a publicação de Missal e de Broqueis, ambas de Cruz e Souza. Características: O Simbolismo representa uma espécie de volta ao Romantismo, especificamente ao "mal do século", que marcou a segunda fase romântica. Mas o mergulho simbolista no universo metafísico foi mais profundo que a imersão no movimento anterior. Os simbolistas buscavam integrar a poesia na vida cósmica, usando uma linguagem indireta e figurada. Cabe ainda ressaltar que a diferença entre o Simbolismo e o Parnasianismo não está primeiramente na forma, já que ambos empregam certos formalismos (uso do soneto, da métrica tradicional, das rimas ricas e raras e de vocabulário rico), mas no conteúdo e na visão de mundo do artista. Apesar de seguir alguns efeitos estéticos do Parnaso, esse movimento desrespeitou a gramática tradicional com o intuito de não limitar a arte ao objeto, trabalhando conteúdos místicos e sentimentais, usando para tanto a sinestesia (mistura de sensações: tato, visão, olfato...). Essa corrente literária deu atenção exclusiva à matéria submersa do"eu", explorando-a por meio de uma linguagem pessimista e musical, na qual a carga emotiva das palavras é ressaltada; a poesia aproxima-se da música usando aliterações. O SIMBOLISMO NO BRASIL O Simbolismo no Brasil é um movimento que ocorre à margem do sistema cultural dominante. Seu próprio desdobramento aponta para províncias de escassa ressonância: Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. É como se o gosto dos poetas da escola por neve e névoas, outonos e longos crepúsculos exigisse regiões frias e nebulosas. Há quase um fatalismo geográfico: Alphonsus de Guimaraens produz seus textos nas cidades montanhosas e fantasmagóricas de Minas Gerais. No Rio de Janeiro, de grandes sóis e clima tropical, o agrupamento simbolista, mesmo com o reforço de Cruz e Sousa - que emigrara da antiga cidade do Desterro (hoje Florianópolis) - acaba sufocado pela luz, pelo calor e pela onda parnasiana. Os adeptos da nova estética tornam-se alvo de zombarias, quando não de desprezo. A maioria dos críticos não os compreende e o público leitor mostra-se indiferente ou hostil frente aquela poética aristocrática, complicada, pretensiosa. Somente depois do triunfo modernista, alguns desses poetas seriam revalorizados. Não se pense contudo que a marginalidade simbolista implica numa mudança das relações de dependência entre os letrados brasileiros e os valores europeus. A exemplo dos parnasianos - e às vezes é difícil identificar diferenças poéticas entre ambos - os simbolistas transplantam uma cultura que pouco tem a ver com a realidade local. Daí resulta uma poesia frequentemente distanciada tanto do espaço social quanto do jeito íntimo de ser brasileiro. Um pastiche dos "padrões sublimes da civilização". Outra vez estamos diante do velho sonho colonizado: reproduzir aqui os modelos recentes da arte europeia. A grande exceção neste contexto 151 parece ser a obra de Cruz e Sousa, embora outros poetas do período tenham deixado criações isoladas de relativo interesse e qualidade. As primeiras experiências de acordo com os novos preceitos são realizadas por Medeiros e Albuquerque, a partir de 1890. Porém, os textos que verdadeiramente inauguram o Simbolismo pertencem a Cruz e Souza que, em 1893, lança duas obras renovadoras: Broquéis e Missal. A primeira compõe-se de poemas em versos e a segunda de poemas em prosa. http://educaterra.terra.com.br/literatura/simbolismo/simbolismo_7.htm PARNASIANISMO Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. O parnasianismo é uma escola literária ou estilo de época que se desenvolve na poesia a partir de 1850. Origens Movimento literário de origem francesa, que representou na poesia o espírito positivista e científico da época, surgindo no século XIX em oposição ao romantismo. Nasceu com a publicação de uma série de poesias, precedendo de algumas décadas o simbolismo. O seu nome vem do Monte Parnaso, a montanha que, na mitologia grega era consagrada a Apolo e às musas, uma vez que os seus autores procuravam recuperar os valores estéticos da Antiguidade clássica. Caracteriza-se pela sacralidade da forma, pelo respeito às regras de versificação, pelo preciosismo rítmico e vocabular, pela rima rica e pela preferência por estruturas fixas, como os sonetos. O emprego da linguagem figurada é reduzido, com a valorização do exotismo e da mitologia. Os temas preferidos são os fatos históricos, objetos e paisagens. A descrição visual é o forte da poesia parnasiana, assim como para os românticos são a sonoridade das palavras e dos versos. Os autores parnasianos faziam uma "arte pela arte", pois acreditavam que a arte devia existir por si só, e não por subterfúgios, como o amor, por exemplo. O primeiro grupo de parnasianos de língua francesa reúne poetas de diversas tendências, mas com um denominador comum: a rejeição ao lirismo como credo. Os principais expoentes são Théophile Gautier (18111872), Leconte de Lisle (1818-1894), Théodore de Banville (1823-1891) e José Maria de Heredia (1842-1905), de origem cubana, Sully Prudhomme (1839-1907). Gautier fica famoso ao aplicar a frase “arte pela arte” ao movimento. Características gerais Objetividade e impessoalidade Arte Pela Arte: A poesia vale por si mesma, não tem nenhum tipo de compromisso, e justifica por sua beleza. Faz referencias ao prosáico, e o texto mostra interesse a coisas pertinentes a todos. Estética/Culto à forma - Como os poemas não assumem nenhum tipo de compromisso, a estética é muito valorizada. O poeta parnasiano busca a perfeição formal a todo custo, e por vezes, se mostra incapaz para tal. Aspectos importantes para essa estética perfeita são: Rimas Ricas: São evitadas palavras da mesma classe gramatical. Há uma ênfase das rimas do tipo ABAB para estrofes de quatro versos, porém também muito usada as rimas ABBA. Valorização dos Sonetos: É dada preferência para os sonetos, composição dividida em duas estrofes de quatro versos, e duas estrofes de três versos. Revelando, no entanto, a "chave" do texto no ultimo verso. Metrificação Rigorosa: O número de sílabas poéticas deve ser o mesmo em cada verso, preferencialmente com dez (decassílabos) ou doze sílabas(versos alexandrinos), os mais utilizados no período. Ou apresentar uma simetria constante, exemplo: primeiro verso de dez sílabas, segundo de seis sílabas, terceiro de dez sílabas, quarto com seis sílabas, etc. Descritivismo: Grande parte da poesia parnasiana é baseada em objetos, objetos inertes, sempre optando pelos que exigem uma descrição bem detalhada como "A Estátua" e "Vaso Chinês" de Alberto de Oliveira. Temática Greco-Romana - A estética é muito valorizada no Parnasianismo, mas mesmo assim, o texto precisa de um conteúdo. A temática abordada pelos parnasianos recupera temas da Antiguidade Clássica, características de sua história e sua mitologia. É bem comum os textos descreverem deuses, heróis, fatos lendários, personagens marcados na história e até mesmo objetos. Cavalgamento ou encadeamento sintático - Ocorre quando o verso termina quanto à métrica (pois chegou na décima sílaba), mas não Linguagens e Códigos terminou quanto à ideia, quanto ao conteúdo, que se encerra no verso de baixo. O verso depende do contexto para ser entendido. Tática para priorizar a métrica e o conjunto de rimas.Exemplo: "Cheguei, chegaste. Vinhas fatigada e triste e triste e fatigado eu vinha." No Brasil No Brasil, o parnasianismo dominou a poesia até a chegada do Modernismo brasileiro. A importância deste movimento no país deve-se não só ao elevado número de poetas, mas também à extensão de sua influência, uma vez que seus princípios estéticos dominaram por muito tempo a vida literária do país, praticamente até o advento do Modernismo em 1922. Na década de 1870, a poesia romântica deu mostras de cansaço, e mesmo em Castro Alves é possível apontar elementos precursores de uma poesia realista. Assim, entre 1870 e 1880 assistiu-se no Brasil à liquidação do Romantismo, submetido a uma crítica severa por parte das gerações emergentes, insatisfeitas com sua estética e em busca de novas formas de arte, inspiradas nos ideais positivistas e realistas do momento. Dessa maneira, a década de 1880 abriu-se para a poesia científica, a socialista e a realista, primeiras manifestações da reforma que acabou por se canalizar para o Parnasianismo. As influências iniciais foram Gonçalves Crespo e Artur de Oliveira, este o principal propagandista do movimento a partir de 1877, quando chegou de uma estada em Paris. O Parnasianismo surgiu timidamente no Brasil nos versos de Luís Guimarães Júnior (Sonetos e rimas. 1880) e Teófilo Dias (Fanfarras. 1882), e firmou-se definitivamente com Raimundo Correia (Sinfonias. 1883), Alberto de Oliveira (Meridionais. 1884) e Olavo Bilac (Relicário. 1888). O parnasianismo brasileiro, a despeito da grande influência que recebeu do Parnasianismo francês, não é uma exata reprodução dele, pois não obedece à mesma preocupação de objetividade, de cientificismo e de descrições realistas. Foge do sentimentalismo romântico, mas não exclui o subjetivismo. Sua preferência dominante é pelo verso alexandrino de tipo francês, com rimas ricas, e pelas formas fixas, em especial o soneto. Quanto ao assunto, caracteriza-se pela objetividade, o universalismo e o esteticismo. Este último exige uma forma perfeita (formalismo) quanto à construção e à sintaxe. Os poetas parnasianos vêem o homem preso à matéria, sem possibilidade de libertar-se do determinismo, e tendem então para o pessimismo ou para o sensualismo. Além de Alberto de Oliveira, Raimundo Correia e Olavo Bilac, que configuraram a chamada tríade parnasiana, o movimento teve outros grandes poetas no Brasil, como Vicente de Carvalho, Machado de Assis, Luís Delfino, Bernardino da Costa Lopes, Francisca Júlia, Guimarães Passos, Carlos Magalhães de Azeredo, Goulart de Andrade, Artur Azevedo, Adelino Fontoura, Emílio de Meneses, Antônio Augusto de Lima, Luís Murat e Mário de Lima. A partir de 1890, o Simbolismo começou a superar o Parnasianismo. O realismo classicizante do Parnasianismo teve grande aceitação no Brasil, graças certamente à facilidade oferecida por sua poética, mais de técnica e forma que de inspiração e essência. Assim, ele foi muito além de seus limites cronológicos e se manteve paralelo ao Simbolismo e mesmo ao Modernismo em sua primeira fase. O prestígio dos poetas parnasianos, ao final do século XIX, fez de seu movimento a escola oficial das letras no país durante muito tempo. Os próprios poetas simbolistas foram excluídos da Academia Brasileira de Letras, quando esta se constituiu, em 1896. Em contato com o Simbolismo, o Parnasianismo deu lugar, nas duas primeiras décadas do século XX, a uma poesia sincretista e de transição. Olavo Bilac Alberto de Oliveira Raimundo Correia Vicente de Carvalho Luís Delfino Mário de Lima REALISMO Movimento artístico que se manifesta na segunda metade do século XIX. Caracteriza-se pela intenção de uma abordagem objetiva da realidade 152 e pelo interesse por temas sociais. O engajamento ideológico faz com que muitas vezes a forma e as situações descritas sejam exageradas para reforçar a denúncia social. O realismo representa uma reação ao subjetivismo do romantismo. Sua radicalização rumo à objetividade sem conteúdo ideológico leva ao naturalismo. Muitas vezes realismo e naturalismo se confundem. No Brasil A partir da extinção do tráfico negreiro, em 1850, acelera-se a decadência da economia açucareira no Brasil e o país experimenta sua primeira crise depois da Independência. O contexto social que daí se origina, aliado a leitura de grandes mestres realistas europeus como Stendhal, Balzac, Dickens e Vitor Hugo, propiciarão o surgimento do Realismo no Brasil. Assim, em 1881 Aluísio Azevedo publica O Mulato (primeiro romance naturalista brasileiro) e Machado de Assis publica Memórias Póstumas de Brás Cubas (primeiro romance realista do Brasil). Machado de Assis Raul Pompéia Aluízio Azevedo NATURALISMO O Naturalismo é um incremento do Realismo, e existe contemporaneamente a ele, como já dito anteriormente. Em Portugal, tendências realistas e naturalistas são encontradas em uma mesma obra, como ocorre em O Primo Basílio, de Eça de Queirós. No Brasil, apesar de haver algumas divergências e, por exemplo, aspectos naturalistas nas obras realistas de Machado de Assis e Raul Pompéia, o processo ocorre mais separadamente. Os autores classificados didaticamente realistas são Machado de Assis - principalmente - e Raul Pompéia, enquanto os classificados naturalistas são Aluísio Azevedo - o principal, Inglês de Sousa e Adolfo Caminha. Os romances naturalistas são chamados experimentais, seus fatos são usados como experiências científicas, e assim é apresentada uma conclusão, enquanto nos romances realistas, ditos documentais, os fatos são analisados e observados, e o leitor que dá sua conclusão. O Naturalismo defende a exposição do ser humano através de seus instintos naturais, sendo estes os responsáveis pelos seus atos. Percebemos isto, por exemplo, em O Cortiço, de Aluízio de Azevedo, no qual, muitas vezes ao descrever as pessoas, tratavam-nas como animais. http://www.temploxv.pro.br/literatura.aspx?IDItem=9&IDPai=9 NATURALISMO NO BRASIL – No país, a tendência manifesta-se nas artes plásticas e na literatura. Não há produção de textos para teatro, que se limita a encenar peças francesas. Nas artes plásticas está presente na produção dos artistas paisagistas do chamado Grupo Grimm. Seu líder é o alemão George Grimm (18461887), professor da Academia Imperial de Belas-Artes. Em 1884, ele rompe com a instituição, que segue as regras das academias de arte e rejeita a prática de pintar a natureza ao ar livre, sem seguir modelos europeus. Funda, então, o Grupo Grimm em Niterói (RJ). Entre seus alunos se destaca Antonio Parreiras (1860-1945). Outro naturalista importante é João Batista da Costa (1865-1926), que tenta captar com objetividade a luz e as cores da paisagem brasileira. Na literatura, em geral não há fronteiras nítidas entre textos naturalistas e realistas. No entanto, o romance O Mulato (1881), de Aluísio Azevedo (1857-1913), é considerado o marco inicial do naturalismo no país. Tratase da história de um homem culto, mulato, que vive o preconceito racial ao se envolver com uma mulher branca. Outras obras classificadas como naturalistas são O Ateneu, de Raul Pompéia (1863-1895), e A Carne, de Júlio Ribeiro (1845-1890). A tendência está na base do regionalismo, que, nascido no romantismo, se consolida na literatura brasileira no fim do século XIX e existe até hoje. Pré-Modernismo O que se convencionou chamar de Pré-Modernismo, no Brasil, não constitui uma "escola literária", ou seja, não temos um grupo de autores afinados em torno de um mesmo ideário, seguindo determinadas características. Na realidade, Pré-Modernismo é um termo genérico que designa uma vasta produção literária que abrangeria os primeiros 20 anos deste século. Aí vamos encontrar as mais variadas tendências e estilos literários, desde os poetas parnasianos e simbolistas, que continuavam a produzir, até os escritores que começavam a desenvolver um novo regionalismo, Linguagens e Códigos além de outros mais preocupados com uma literatura política e outros, ainda, com propostas realmente inovadoras. Por apresentarem uma obra significativa para uma nova interpretação da realidade brasileira e por seu valor estilístico, limitaremos o PréModernismo ao estudo de Euclides da Cunha, Lima Barreto, Graça Aranha, Monteiro Lobato e Augusto dos Anjos. Assim, abordaremos o período que se inicia em 1902 com a publicação de dois importantes livros - Os sertões, de Euclides da Cunha, e Canaã, de Graça Aranha - e se estende até o ano de 1922, com a realização da Semana de Arte Moderna. A literatura brasileira atravessa um período de transição nas primeiras décadas do século XX. De um lado, ainda há a influência das tendências artísticas da segunda metade do século XIX; de outro, já começa a ser preparada a grande renovação modernista, que se inicia em 1922, com a Semana de Arte Moderna. A esse período de transição, que não chegou a constituir um movimento literário, chamou-se Pré-Modernismo. Nas duas primeiras décadas do século, nosso país passou por várias transformações que apontavam para uma modernização de nossa vida política, social e cultural. Politicamente, vivia-se o período de estabilização do regime republicano e a chamada "política do café-com-leite", com a hegemonia de dois Estados da federação: São Paulo, em razão de seu poder econômico, e Minas Gerais, por possuir o maior colégio eleitoral do país. Embora não tivesse absorvido toda a mão-de-obra negra disponível desde a Abolição, o país recebeu nesse período um grande contingente de imigrantes para trabalhar na lavoura do café e na indústria. Os imigrantes italianos, que se concentraram na indústria paulista, trouxeram consigo ideias anarquistas e socialistas, que ocasionaram o aparecimento de greves, de crises políticas e a formação de sindicatos. Do ponto de vista cultural, o período foi marcado pela convivência entre várias tendências artísticas ainda não totalmente superadas e algumas novidades de linguagem e de ideologia. Esse período, que representou um verdadeiro cruzamento de ideias e formas literárias, é chamado de PréModernismo. As novidades Embora os autores pré-modernistas ainda estivessem presos aos modelos do romance realista-naturalista e da poesia simbolista, ao menos duas novidades essenciais podem ser observadas em suas obras: interesse pela realidade brasileira: os modelos literários realistasnaturalistas eram essencialmente universalizantes. Tanto na prosa de Machado de Assis e Aluísio Azevedo quanto na poesia dos parnasianos e simbolistas, não havia interesse em analisar a realidade brasileira. A preocupação central desses autores era abordar o homem universal, sua condição e seus anseios. Aos escritores pré-modernistas, ao contrário, interessavam assuntos do dia-a-dia dos brasileiros, originando-se, assim, obras de nítido caráter social. Graça Aranha, por exemplo, retrata em seu romance Canaã a imigração alemã no Espírito Santo; Euclides da Cunha, em Os sertões, aborda o tema da guerra e do fanatismo religioso em Canudos, no sertão da Bahia; Lima Barreto detém-se na análise das populações suburbanas do Rio de Janeiro; e Monteiro Lobato descreve a miséria do caboclo na região decadente do Vale do Paraíba, no Estado de São Paulo. A exceção está na poesia de Augusto dos Anjos, que foge a esse interesse social. a busca de uma linguagem mais simples e coloquial. embora não se verifique essa preocupação na obra de todos os pré-modernistas, ela é explícita na prosa de Lima Barreto e representa um importante passo para a renovação modernista de 1922. Lima Barreto procurou "escrever brasileiro", com simplicidade. Para isso, teve de ignorar muitas vezes as normas gramaticais e de estilo, provocando a ira dos meios acadêmicos conservadores e parnasianos. Contexto histórico Enquanto a Europa se prepara para a Primeira Guerra Mundial, o Brasil começa a viver, a partir de 1894, um novo período de sua história republicana. Os dois primeiros presidentes do Brasil, após a proclamação da República, eram militares: o marechal Deodoro da Fonseca e o marechal Floriano Peixoto. O primeiro presidente civil, o paulista Prudente de Morais, tomou posse em 1894. Com ele, teve início uma alternância de poder conhecida como "café-com-leite", que se manteve durante as três primeiras décadas do século XX. A expressão designa a política estabelecida, mediante acordo tácito, pelos estados de São Paulo e Minas Gerais. A econo153 mia do primeiro baseava-se na cultura e exportação do café; a de Minas Gerais, na produção de café e de laticínios. O advento da República acentuou ainda mais os contrastes da sociedade brasileira: os negros, recém-libertados, marginalizaram-se; os imigrantes chegavam em razoável quantidade para substituir a mão-de-obra escrava,- surgia uma nova classe social: o proletariado, camada social formada pelos assalariados. Resumindo: de um lado, ex-escravos, imigrantes e proletariado nascente; de outro, uma classe conservadora, detentora do dinheiro e do poder. Mas toda essa prosperidade vem acentuar cada vez mais os fortes contrastes da realidade brasileira Da tensão entre esses dois pólos sociais resultou, direta ou indiretamente, um panorama nada tranquilo, época de agitações sociais. Do abandonado Nordeste partem os primeiros gritos de revolta: no final do século XIX, na Bahia, ocorre a Revolta de Canudos, tema de Os sertões, de Euclides da Cunha; nos primeiros anos do século XX, o Ceará é palco de conflitos, tendo como figura central o padre Cícero, o famoso "Padim Ciço"; o sertão vive o tempo do cangaço, com a figura lendária de Lampião. Em 1904, o Rio de Janeiro assiste a uma rápida mas intensa revolta popular, sob o pretexto aparente de lutar contra a vacinação obrigatória idealizada por Oswaldo Cruz; na realidade, trata-se de uma revolta contra o alto custo de vida, o desemprego e os rumos da República. Em 1910, há outra importante rebelião, dessa vez dos marinheiros, liderados por João Cândido, o "almirante negro", conhecida corno Revolta da Chibata, contra o castigo corporal. Ao mesmo tempo, em São Paulo, as classes trabalhadoras, sob orientação anarquista, iniciam os movimentos grevistas por melhores condições de trabalho. Embora as tensões sociais explodissem em focos diversos, a riqueza do país aumentava cada vez mais: a economia cafeeira no Sudeste atingia seu período áureo, assim como a cultura e a comercialização da borracha na Amazônia. A rápida urbanização de São Paulo é um índice da riqueza do país, concentrada na mão dos poucos indivíduos que compunham a elite. Foi nesse contexto, aqui rapidamente delineado, que surgiram mudanças na arte brasileira. Essas agitações são sintomas da crise na "Republicado café-com-leite", que se tornaria mais evidente na década de 1920, servindo de cenário ideal para os questionamentos da Semana de Arte Moderna. Características Apesar de o Pré-Modernismo não constituir uma "escola literária", apresentando individualidades muito fortes, com estilos — às vezes antagônicos — como é o caso, por exemplo, de Euclides da Cunha e de Lima Barreto, podemos perceber alguns pontos comuns às principais obras prémodernistas: Apesar de alguns conservadorismos, o caráter inovador de algumas obras, que representa uma ruptura com o passado, com o academismo; a linguagem de Augusto dos Anjos, ponteada de palavras "não-poéticas", como cuspe, vômito, escarro, vermes, era uma afronta a. poesia parnasiana ainda em vigor. Lima Barreto ironiza tanto os escritores "importantes" que utilizavam uma linguagem pomposa quanto os leitores que se deixavam impressionar: "Quanto mais incompreensível é ela (a linguagem), mais admirado é o escritor que a escreve, por todos que não lhe entenderam o escrito" (Os bruzundangas). A denúncia da realidade brasileira, negando o Brasil literário herdado do Romantismo e do Parnasianismo; o Brasil não-oficial do sertão nordestino, dos caboclos interioranos, dos subúrbios, é o grande tema do PréModernismo. - o Norte e o Nordeste com Euclides da Cunha; o vale do Paraíba e o interior paulista com Monteiro Lobato; o Espírito Santo com Graça Aranha; o subúrbio carioca com Lima Barreto. Os tipos humanos marginalizados: o sertanejo nordestino, o caipira, os funcionários públicos, os mulatos. Uma ligação com fatos políticos, econômicos o sociais contemporâneos, diminuindo a distância entre a realidade e a ficção. São exemplos: Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto (retrata o governo de Floriano e a Revolta da Armada), Os sertões, de Euclides da Cunha (um relato da Guerra de Canudos), Cidades mortas, de Monteiro Lobato (mostra a passagem do café pelo vale do Paraíba paulista), e Canaã, de Graça Aranha (um documento sobre a imigração alemã no Espírito Santo). Linguagens e Códigos Como se observa, essa "descoberta do Brasil" é a principal herança desses autores para o movimento modernista, iniciado em 1922. O Pré-Modernismo é uma fase de transição e, por isso, registra : Um traço conservador A permanência de características realistas/naturalistas, na prosa, e a permanência de um poesia de caráter ainda parnasiano ou simbolista. Um traço renovador Esse traço renovador — como ocorreu na música — revela-se no interesse com que os novos escritores analisaram a realidade brasileira de sua época: a literatura incorpora as tensões sociais do período. O regionalismo — nascido do Romantismo — persiste nesse momento literário, mas com características diversas daquelas que o animaram durante o Romantismo. Agora o escritor não deseja mais idealizar uma realidade, mas denunciar os desequilíbrios dessa realidade. Esse tom de denúncia é a inovação nessa tentativa de "pintar" um retrato do Brasil. Além disso, dois dos mais importantes escritores da época — Lima Barreto e Monteiro Lobato — deixaram claro sua intenção de escrever numa linguagem mais simples, que se aproximasse do coloquial. Na maior parte da obras pré-modernistas é imediata a relação entre o assunto e a realidade contemporânea ao escritor: Em Triste fim de Policarpo Quaresma, romance mais importante de Lima Barreto, o escritor denunciou a burocracia no processo político brasileiro, o preconceito de cor e de classe e incorporou fatos ocorridos durante o governo do Marechal Floriano. Em Os Sertões, Euclides da Cunha fez a narrativa quase documental da Guerra de Canudos. Em Canaã, Graça Aranha analisa minuciosamente os problemas da fixação dos imigrantes em terras brasileiras. Em Urupês e Cidades mortas, Monteiro Lobato destaca a decadência econômica dos vilarejos e da população cabocla do Vale do Paraíba, durante a crise do café. Na poesia, o único poeta importante a romper com o bem-comportado vocabulário parnasiano foi Augusto dos Anjos. Fonte:http://www.brasilescola.com/literatura/pre-modernismo.htm MODERNISMO Modernismo (1922-1960) http://www.graudez.com.br/literatura/modernismo.html "Todo este sangue de mil raças / corre em minhas veias / sou brasileiro / mas do Brasil sem colarinho / do Brasil negro / do Brasil índio." --Sérgio Milliet Iniciou-se no Brasil com a SAM de 1922. Mas nem todos os participantes da Semana eram modernistas: o pré-modernista Graça Aranha foi um dos oradores. Apesar de não ter sido dominante no começo, como atestam as vaias da platéia da época, este estilo, com o tempo, suplantou os anteriores. Era marcado por uma liberdade de estilo e aproximação da linguagem com a linguagem falada; os de primeira fase eram especialmente radicais quanto a isto. Didaticamente, divide-se o Modernismo em três fases: a primeira fase, mais radical e fortemente oposta a tudo que foi anterior, cheia de irreverência e escândalo; uma segunda mais amena, que formou grandes romancistas e poetas; e uma terceira, também chamada Pós-Modernismo por vários autores, que se opunha de certo modo a primeira e era por isso ridicularizada com o apelido de neoparnasianismo. Referências históricas Início do século XX: apogeu da Belle Époque. O burguês comportado, tranquilo, contando seu lucro. Capitalismo monetário. Industrialização e Neocolonialismo. Reivindicações de massa. Greves e turbulências sociais. Socialismo ameaça. Progresso científico: eletricidade. Motor a combustão: automóvel e avião. Concreto armado: “arranha-céu”. Telefone, telégrafo. Mundo da máquina, da informação, da velocidade. Primeira Guerra Mundial e Revolução Russa. Abolir todas as regras. O passado é responsável. O passado, sem perfil, impessoal. Eliminar o passado. 154 Arte Moderna. Inquietação. Nada de modelos a seguir. Recomeçar. Rever. Reeducar. Chocar. Buscar o novo: multiplicidade e velocidade, originalidade e incompreensão, autenticidade e novidade. Vanguarda - estar à frente, repudiar o passado e sua arte. Abaixo o padrão cultural vigente. Primeira fase Modernista no Brasil (1922-1930) Caracteriza-se por ser uma tentativa de definir e marcar posições. Período rico em manifestos e revistas de vida efêmera. Um mês depois da SAM, a política vive dois momentos importantes: eleições para Presidência da República e congresso (RJ) para fundação do Partido Comunista do Brasil. Ainda no campo da política, surge em 1926 o Partido Democrático que teve entre seus fundadores Mário de Andrade. É a fase mais radical justamente em consequência da necessidade de definições e do rompimento de todas as estruturas do passado. Caráter anárquico e forte sentido destruidor. Principais autores desta fase: Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Manuel Bandeira, Antônio de Alcântara Machado, Menotti del Picchia, Cassiano Ricardo, Guilherme de Almeida e Plínio Salgado. Características busca do moderno, original e polêmico nacionalismo em suas múltiplas facetas volta às origens e valorização do índio verdadeiramente brasileiro “língua brasileira” - falada pelo povo nas ruas paródias - tentativa de repensar a história e a literatura brasileiras A postura nacionalista apresenta-se em duas vertentes: nacionalismo crítico, consciente, de denúncia da realidade, identificado politicamente com as esquerdas. nacionalismo ufanista, utópico, exagerado, identificado com as correntes de extrema direita. Manifestos e Revistas Revista Klaxon — Mensário de Arte Moderna (1922-1923) Recebe este nome, pois klaxon era o termo usado para designar a buzina externa dos automóveis. Primeiro periódico modernista, é consequência das agitações em torno da SAM. Inovadora em todos os sentidos: gráfico, existência de publicidade, oposição entre o velho e o novo. “— Klaxon sabe que o progresso existe. Por isso, sem renegar o passado, caminha para diante, sempre, sempre.” Manifesto da Poesia Pau-Brasil (1924-1925) Escrito por Oswald e publicado inicialmente no Correioda Manhã. Em 1925, é publicado como abertura do livro de poesias Pau-Brasil de Oswald. Apresenta uma proposta de literatura vinculada à realidade brasileira, a partir de uma redescoberta do Brasil. “— A poesia existe nos fatos. Os casebres de açafrão e de ocre nos verdes da Favela sob o azul cabralino, são fatos estéticos.” “— A língua sem arcaísmos, sem erudição. Natural e neológica. A contribuição milionária de todos os erros. Como falamos. Como somos.” A Revista (1925-1926) Responsável pela divulgação dos ideais modernistas em MG. Teve apenas três números e contava com Drummond como um de seus redatores. Verde-Amarelismo (1926-1929) É uma resposta ao nacionalismo do Pau-Brasil. Grupo formado por Plínio Salgado, Menotti del Picchia, Guilherme de Almeida e Cassiano Ricardo. Criticavam o “nacionalismo afrancesado” de Oswald. Sua proposta era de um nacionalismo primitivista, ufanista, identificado com o fascismo, evoluindo para o Integralismo de Plínio Salgado (década de 30). Idolatria do tupi e a anta é eleita símbolo nacional. Em maio de 1929, o grupo verde-amarelista publica o manifesto “Nhengaçu Verde-Amarelo — Manifesto do Verde-Amarelismo ou da Escola da Anta”. Manifesto Regionalista de 1926 1925 e 1930 é um período marcado pela difusão do Modernismo pelos estados brasileiros. Nesse sentido, o Centro Regionalista do Nordeste (Recife) busca desenvolver o sentimento de unidade do Nordeste nos novos moldes modernistas. Propõem trabalhar em favor dos interesses da região, além de promover conferências, exposições de arte, congressos etc. Para tanto, editaram uma revista. Vale ressaltar que o regionalismo Linguagens e Códigos nordestino conta com Graciliano Ramos, José Lins do Rego, José Américo de Almeida, Rachel de Queiroz, Jorge Amado e João Cabral - na 2ª fase modernista. Revista Antropofagia (1928-1929) Contou com duas fases (dentições): a primeira com 10 números (1928 e 1929) direção Antônio Alcântara Machado e gerência de Raul Bopp; a segunda foi publicada semanalmente em 16 números no jornal Diário de São Paulo (1929) e seu “açougueiro” (secretário) era Geraldo Ferraz. É uma nova etapa do nacionalismo Pau-Brasil e resposta ao grupo Verdeamarelismo. A origem do nome movimento esta na tela “Abaporu” de Tarsila do Amaral. 1ª fase - inicia-se com o polêmico manifesto de Oswald e conta com Alcântara Machado, Mário de Andrade (2º número publicou um capítulo de Macunaíma), Carlos Drummons (3º número publicou a poesia “No meio do vaminho”); além de desenhos de Tarsila, artigos em favor da língua tupi de Plínio Salgado e poesias de Guilherme de Almeida. 2ª fase - mais definida ideologicamente, com ruptura de Oswald e Mário de Andrade. Estão nessa segunda fase Oswald, Bopp, Geraldo Ferraz, Oswaldo Costa, Tarsila, Patrícia Galvão (Pagu). Os alvos das críticas (mordidas) são Mário de Andrade, Alcântara Machado, Graça Aranha, Guilherme de Almeida, Menotti del Picchia e Plínio Salgado. “SÓ A ANTROPOFAGIA nos une, Socialmente. Economicamente. Filosoficamente. / Única lei do mundo. Expressão mascarada de todos os individualismos, de todos os coletivismos. De todas as religiões. / De todos os tratados de paz. / Tupi or not tupi, that is the question.” (Manifesto Antropófago) “A nossa independência ainda não fo proclamada. Frase típica de D. João VI: — Meu filho, põe essa coroa na tua cabeça, antes que algum aventureiro o faça! Expulsamos a dinastia. É preciso expulsar o espírito bragantino, as ordenações e o rapé de Maria da Fonte.” (Revista de Antropofagia, nº 1) Outras Revistas Revista Verde de Cataguazes (MG - 1927-1928) revista Estética (RJ - 1924) revista Terra Roxa e outras Terras (SP - 1926, colaborador Mário de Andrade) revista Festa (RJ - 1927, Cecília Meireles como colaboradora) Autores Alcântara Machado (1901-1935) Foi um importante escritor modernista da primeira fase, apesar de não ter participado da SAM, integrando o grupo somente em 25. Produziu prosa ficcional, renovando sua estrutura para construir histórias curtas e do cotidiano. Privilegia o imigrante, principalmente o itali