Voluntários russos pró-Ucrânia atacam e dizem controlar cidade no leste da Rússia

Voluntários russos pró-Ucrânia atacam e dizem controlar cidade no leste da Rússia

Voluntários russos que lutam pela Ucrânia disseram na terça-feira (12) que atacaram e assumiram o controle de Tiotkino, uma cidade russa perto da fronteira com a Ucrânia. A Rússia confirmou os ataques e fechou as escolas da região de Kursk.

"Atravessamos a fronteira", disse pela manhã a unidade chamada Legião da Liberdade Russa no Telegram, publicando um vídeo no qual são vistos três veículos blindados circulando no escuro num caminho rural. Pouco depois, a unidade afirmou ter "destruído" um veículo blindado russo na pequena cidade de Tiotkino, de pouco mais de 5 mil habitantes, na região de Kursk, localizada a leste da Ucrânia. Um representante desta unidade russa pró-Kiev disse à AFP que os combates ainda continuavam nas regiões de Belgorod e Kursk no meio da manhã.

Kiev ataca regularmente regiões russas usando drones, mas as incursões são muito raras. O ataque à Tiotkino acontece poucos dias antes das eleições presidenciais russas.

"Como prometido, estamos trazendo liberdade e justiça à nossa terra russa", declarou no Telegram uma unidade chamada batalhão Sibir. "Fortes combates estão ocorrendo em território russo", acrescentou. Esta unidade também fez um apelo aos russos "para ignorarem as eleições presidenciais" de 15, 16 e 17 de março. "Só podemos mudar as coisas para melhor com as armas nas mãos", disse ela, descrevendo a votação como ficção.

O Exército russo declarou ter repelido vários ataques da Ucrânia durante a noite e a manhã, garantindo que tinha evitado qualquer avanço em território russo. As Forças Armadas "falharam na tentativa do regime de Kiev de invadir o território da Rússia nas regiões de Belgorod e Kursk", disse o Ministério da Defesa. O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, garantiu que os militares russos estavam fazendo "o que era necessário" para lutar contra todos os ataques ucranianos.

Rússia confirmou ataque

As autoridades ordenaram na terça-feira o fechamento de escolas na cidade russa de Kursk, capital da região homônima que faz fronteira com a Ucrânia, após os ataques provenientes de território ucraniano.

"Devido aos acontecimentos recentes, decidi que os alunos estudarão remotamente" até sexta-feira (15), escreveu Igor Koutsak, prefeito de Kursk, no Telegram.

O governador russo da região de Kursk confirmou o ataque em curso à aldeia e relatou que uma pessoa ficou levemente ferida, mas negou qualquer "avanço" por parte dos agressores. "Um grupo de sabotagem e inteligência tentou chegar" à cidade de Tiotkino, "ocorreram tiroteios, mas não houve avanço", assegurou. "No momento, o tiroteio em Tiotkino acontece do lado ucraniano", acrescentou o oficial, no final da manhã.

Continua após a publicidade

Um porta-voz da inteligência militar ucraniana disse que os grupos de voluntários russos não agiam sob ordens de Kiev. "No território da Federação Russa, eles agem de forma absolutamente autônoma, por conta própria", disse Andrii Yusov, citado pela mídia ucraniana.

Antes deste ataque, várias regiões da Rússia foram alvo de ataques de drones ucranianos. Duas instalações de distribuição de energia foram atingidos e pegaram fogo.

De acordo com as autoridades russas, os drones ucranianos visaram especialmente Orel e Kstovo, duas cidades russas localizadas a aproximadamente 160 km e 800 km, respetivamente, da fronteira ucraniana, incendiando depósitos de energia. O Ministério da Defesa russo afirmou ter abatido 25 aeronaves ucranianas nas regiões de Moscou e Leningrado, bem como em Belgorod, Kursk e Bryansk, todas as três regiões fazem fronteira com a Ucrânia.

Um drone ucraniano caiu na prefeitura de Belgorod ferindo duas pessoas, disse o governador local Vyacheslav Gladkov. Este é um dos maiores ataques de drones contra o território russo desde o início da ofensiva na Ucrânia, em fevereiro de 2022.

Leia tambémMacron volta a gerar polêmica ao dizer que "não há limites" no apoio da França à Ucrânia

Cidade da Ucrânia tomada pela Rússia

Além disso, a Rússia alegou ter tomado um assentamento de 283 habitantes, no leste da Ucrânia, perto da cidade de Donetsk, já sob seu controle, um dia depois de um anúncio do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que afirmou ter "parado" o avanço russo. "Na direção de Donetsk, unidades do agrupamento de forças do Sul libertaram o assentamento de Nevelske e ocuparam linhas e posições mais favoráveis", afirmou o Ministério da Defesa russo em seu relatório diário.

Continua após a publicidade

O anúncio da captura do assentamento surge um dia depois de uma entrevista nos meios de comunicação franceses do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, na qual este assegurou que "o avanço da Rússia foi travado" no leste e que a situação está atualmente "muito melhor" no território, em comparação com há três meses.

A Ucrânia iniciou a construção de centenas de quilômetros de fortificações defensivas para impedir o avanço russo, mas surgiram críticas de que elas são fracas ou mesmo ausentes em algumas áreas.

(RFI e AFP)

Deixe seu comentário

Só para assinantes