Pinto da Costa celebra este sábado 40 anos como presidente do FC Porto e para comemorar a data deu uma entrevista à revista Dragões, na qual fez uma ou outra revelação curiosa. Garantiu, por exemplo, que chegou a ter contrato assinado com Arsène Wenger e com Mircea Lucescu, acabando no entanto por não conseguir contratá-los.

«Consegui contratar todos os treinadores que quis, exceto dois. Um deles foi o Arsène Wenger, estava então no Monaco e eu acreditava que ele viria a ser um grande treinador. Por intermédio do Luciano D'Onofrio veio ao Porto, almoçámos no hotel, hoje Porto Palácio, na altura Sheraton, e ele aceitou vir para o FC Porto», contou Pinto da Costa.

«Firmámos, inclusive, condições, porque ele estava convencido de que o Monaco o libertaria e que ele poderia vir, apesar de ter contrato por mais um ano. Mas, contrariamente ao que ele dizia, e nós chegámos a fazer o contrato nesse pressuposto, o Monaco não autorizou, nem quis negociar. No ano a seguir surgiu o Arsenal e já não valia a pena estar a fazê-lo vir cá.»

A última temporada de Wenger no Mónaco foi 93/94, pelo que esta história se terá passado em 1993, quando Carlos Alberto Silva saiu após ser campeão e o FC Porto contratou Ivic, que haveria de ser despedido a meio da época.

Refira-se, no entanto, que Wenger não saiu diretamente do Mónaco para o Arsenal, tendo passado dois anos no Japão, no Nagoya Grampus Eight, sendo contrato pela formação inglesa apenas em 1996.

«O outro, o Mircea Lucescu, também esteve cá no Porto e toda essa história foi muito engraçada, porque ele ficou em casa de uma irmã do falecido e querido Reinaldo Teles, onde esteve escondido da comunicação social durante dois dias. A irmã do Reinaldo levava-lhe a comida, ele não saía para ninguém o ver, e fechámos contrato», adiantou Pinto da Costa.

«Ele estava no Dínamo de Bucareste e dizia também que o clube o deixava sair, mas o Dínamo não só não permitiu a sua saída, como exigiu um dinheirão. Depois surgiu um clube italiano (Pisa) que pagou o que o Dínamo queria, e ele foi.»

Tudo se terá passado, portanto, no final da década de 80, provavelmente na época 88/89 quando Quinito começa a época e sai a meio, sendo mais tarde substituído por Artur Jorge.

«Ainda hoje me fala nesse episódio, porque quando cá esteve dei-lhe um emblema do FC Porto de brilhantes, que ele usa por vezes. Há tempos veio de férias a Portugal e trazia na lapela o emblema que lhe ofereci. Tive pena, porque, como veio a verificar-se, era um treinador com qualidade e em que eu acreditava. Os dois chegaram a assinar contrato na condição de ser libertados pelos seus clubes.»