Almada-Negreiros, Vivo, Hoje

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Almada Negreiros: Vivo, Hoje
Almada-Negreiros Today
Portugal Portugal
1969 •  cor •  24 min 
Género arte, biografia
Direção António de Macedo
Produção executiva Francisco de Castro
Narração António de Macedo
Elenco José de Almada Negreiros
Natália Correia
Cinematografia Elso Roque
Edição António de Macedo
Lançamento 24 de outubro de 1969 (Portugal)
Idioma português

Almada Negreiros: Vivo, Hoje é uma curta-metragem documental portuguesa de 1969, realizada por António de Macedo e produzida por Francisco de Castro a partir de um argumento de David Mourão-Ferreira e Macedo.[1] O filme assume um registo biográfico, recorrendo a segmentos de entrevista para explorar a figura, a obra, o pensamento crítico e a ação poliédrica do artista Almada Negreiros (1893-1970).[2] Almada Negreiros: Vivo, Hoje estreou a 24 de outubro de 1969 no Cinema Império (Lisboa).[3]

Sinopse[editar | editar código-fonte]

Aos 77 anos, Almada Negreiros revela o seu espírito aberto e subversivo associado à imensa criatividade. É retratado num passeio no campo. O realizador, Natália Correia e David Mourão-Ferreira entrevistam o artista no seu atelier e junto de algumas das suas obras, discutindo a sua relação com as suas anteriores obras poéticas e filosóficas.[4] O artista afirma "Não há senão arte total" na sua interpretação da arte não-mimética da Vanguarda como modo mimético superior.[5] Macedo filma os vitrais da Igreja de Nossa Senhora de Fátima, os painéis da Fundação Calouste Gulbenkian e da Gare Marítima da autoria de Almada.[6]

O filme é dividido em 7 secções intituladas:

  1. Conhecer;
  2. "... poeta d'Orpheu, Futurista e Tudo";
  3. Os trabalhos e os números;
  4. Linha, movimento e cor;
  5. Do ódio e do amor;[7]
  6. Almada-Negreiros, vivo, hoje;
  7. "... poeta d'Orpheu, Futurista e Tudo".[8]

Ficha artística[editar | editar código-fonte]

Entrevistadores[editar | editar código-fonte]


Equipa técnica[editar | editar código-fonte]

Produção[editar | editar código-fonte]

Almada Negreiros: Vivo, Hoje é uma produção de Portugal, rodada em 35mm.[10] A curta-metragem mistura influências do cinema experimental, de ensaio e biográfico.[11]

O filme foi realizado um ano antes da morte de Almada Negreiros, aos 77 anos que, através do recurso à entrevista.[6] Com esta obra, António de Macedo pretendia contrariar as práticas nacionais de ocultação daqueles que se destacam. O realizador considerava comum em Portugal não só o não-reconhecimento do talento, mas uma tentativa constante de tornar os artistas invisíveis.[12] Assim, com a curta-metragem, Macedo procura demonstrar o vasto espectro da arte de Almada, que além da literatura e da pintura a óleo, desenvolveu composições coreográficas para ballet, trabalhou em tapeçaria, gravura, muralismo, caricatura, mosaico, azulejo e vitral.[10]

Distribuição[editar | editar código-fonte]

Almada Negreiros: Vivo, Hoje estreou a 24 de outubro de 1969 no Cinema Império (Lisboa).[3] Foi exibido em 1970 na mostra da Semana Internacional de Cine de Valladolid.[13] A 14 de novembro de 2013, a curta-metragem foi projetada numa sessão seguida de debate organizada pela Cinemateca Portuguesa, alusiva ao 120º aniversário de Almada Negreiros.[14][15]

Premiações[editar | editar código-fonte]

Em 1970, a curta-metragem recebeu o Prémio do Cinema Nacional "Aurélio da Paz dos Reis", uma premiação anual atribuída pelo Secretariado Nacional da Informação que António de Macedo recusou em oposição ao regime de propaganda política do Estado Novo.[16] No mesmo ano, Almada Negreiros: Vivo, Hoje foi laureado com o Prémio Espiga de Oro de melhor curta-metragem no Festival Internacional de Cine de Valladolid.[13]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. «José de Almada Negreiros Vivo, Hoje - Rodrigues - Arquivo». sites.google.com. Consultado em 1 de março de 2021 
  2. Almada Negreiros, Vivo Hoje (em inglês), consultado em 1 de março de 2021 
  3. a b Nascimento, Frederico Lopes / Marco Oliveira / Guilherme. «Almada Negreiros Vivo, Hoje». CinePT-Cinema Portugues. Consultado em 1 de março de 2021 
  4. «Almada-Negreiros: Vivo, Hoje (豆瓣)». movie.douban.com. Consultado em 1 de março de 2021 
  5. «Um filme-ensaio de Almada Negreiros Fernando Cabral Martins Artigo publicado na revista Colóquio/Letras, n.º 185, Jan-Abr 2014» (PDF). webcache.googleusercontent.com. Consultado em 1 de março de 2021 
  6. a b Público. «Almada Negreiros, Vivo, Hoje, por António de Macedo + Entrevista Ao Zip Zi». Cinecartaz. Consultado em 1 de março de 2021 
  7. «Verbo e cor: relações intermidiáticas na obra de Almada Negreiros» (PDF). webcache.googleusercontent.com. Consultado em 1 de março de 2021 
  8. largodoscorreios (7 de abril de 2018). «ALMADA NEGREIROS». largodoscorreios. Consultado em 1 de março de 2021 
  9. «Almada Negreiros, Vivo Hoje – Elenco e Equipe no MUBI». mubi.com. Consultado em 1 de março de 2021 
  10. a b Nascimento, Frederico Lopes / Marco Oliveira / Guilherme. «Almada Negreiros Vivo, Hoje». CinePT-Cinema Portugues. Consultado em 1 de março de 2021 
  11. «ALMADA NEGREIROS, VIVO, HOJE (1969)». BFI (em inglês). Consultado em 1 de março de 2021 
  12. «IPA NUMA MANHÃ DE SÁBADO - MOUSELAND». mouseland.blogs.ua.sapo.pt. Consultado em 1 de março de 2021 
  13. a b «Premiações e festivais com Almada Negreiros, Vivo Hoje (1969) no MUBI». mubi.com. Consultado em 1 de março de 2021 
  14. «Almada Negreiros Vivo Hoje | Umbigo». Consultado em 1 de março de 2021 
  15. Artes, Palco das (18 de abril de 2017). «Cinemateca explora relação de Almada Negreiros com o Cinema». Palco das Artes. Consultado em 1 de março de 2021 
  16. «A censura e o novo cinema Português Autor(es): Cunha, Paulo Publicado por: Imprensa da Universidade de Coimbra URL persistente:». webcache.googleusercontent.com. Consultado em 1 de março de 2021