Caso Vitória Gabrielly: último réu vai a júri seis anos após assassinato da adolescente em Araçariguama; relembre | Sorocaba e Jundiaí | G1

Por Gabriela Almeida, Eduardo Ribeiro Jr., Victor Cardoso, g1 Sorocaba e Jundiaí e TV TEM


Caso Vitória Gabrielly: réu Odilan Alves é julgado no Fórum de São Roque (SP) — Foto: Gabriela Almeida/g1/Arquivo Pessoal

O júri popular de Odilan Alves, investigado por comandar o tráfico de drogas em Araçariguama (SP) e acusado de ser o mandante de cobrança de dívida que causou a morte da adolescente Vitória Gabrielly Vaz, em 2018, é realizado no Fórum de São Roque (SP). O julgamento ocorre seis anos após o homicídio.

Julgamento do caso Vitória Gabrielly, morta em 2019, começa nesta quarta-feira (20)

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Odilan é o quarto e último réu indiciado a ser julgado por envolvimento no crime. Outras três pessoas foram condenadas por participação no assassinato da adolescente. Vitória Gabrielly foi encontrada morta em uma área de mata após sair para andar de patins e ficar oito dias desaparecida.

De acordo com o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), oito testemunhas foram convocadas para depor, sendo cinco de acusação e três de defesa. Antes do início do julgamento, presidido pelo juiz Flávio Roberto de Carvalho, sete pessoas foram sorteadas para compor o júri.

Último réu do caso Vitória Gabrielly vai a júri em São Roque

Último réu do caso Vitória Gabrielly vai a júri em São Roque

Odilan chegou por volta de 9h30 ao fórum de São Roque (SP), cidade vizinha de Araçariguama, onde ocorreu o crime. Ele foi preso em 2019, quando era investigado por comandar o tráfico na região.

Segundo a Polícia Civil, na época, Odilan havia confessado o comando da venda de entorpecentes nos pontos do Jardim Brasil, mas negou o crime.

Caso Vitória Gabrielly: réu Odilan Alves chega ao fórum de São Roque (SP) — Foto: Gabriela Almeida/g1

O advogado dele, Airton Bicudo, falou com o g1 antes do início do júri e disse que vai usar o argumento de que faltam provas no processo para incriminar seu cliente.

"O crime, evidentemente, é gravíssimo. Imperdoável. Nós não podemos admitir um crime dessa natureza, mas ele aconteceu numa cidade pequena, num colégio perto, num ginásio de esportes, onde uma criança tranquilamente andava e onde nem o colégio, nem o ginásio, nem a estrutura da cidade pôde com muita, digamos, com uma certa proficuidade, com uma certa certeza, captar tudo. Não se capta, por exemplo, o momento em que a criança é raptada. Não se capta, por exemplo, a figura desses matadores naquele local", comenta Bicudo.

Caso Vitória Gabrielly: advogado do réu Odilon Alves, Airton Bicudo, disse antes do júri em São Roque (SP) que não há evidências da participação de seu cliente no crime — Foto: Gabriela Almeida/g1

O réu já cumpre 25 anos de prisão por penas somadas das comarcas de Itapevi, na grande SP, e São Roque, por tráfico de drogas, associação criminosa, posse de arma e munição.

Último réu do caso Vitória Gabrielly vai ser julgado no Fórum de São Roque (SP) — Foto: Gabriela Almeida/g1

Vitória Gabrielly tinha 12 anos quando desapareceu, em 2018, após sair de casa para andar de patins, em Araçariguama. O corpo dela foi encontrado oito dias depois, no meio de um matagal.

Três pessoas foram presas e condenadas por homicídio doloso por envolvimento no crime. Odilan foi preso quase um ano depois do crime e reconhecido por duas testemunhas por meio de fotos.

Jovem foi vista pela última vez andando de patins no bairro Vila Nova em Araçariguama (SP) — Foto: Arquivo Pessoal

Réus condenados

Além de Odilan, que vai a júri nesta quarta-feira, o casal Bruno Oliveira e Mayara Abrantes e o servente de pedreiro Júlio César Lima Ergesse já foram condenados por participarem do crime.

Caso Vitória: acusado de ser mandante do assassinato irá a júri nesta quarta-feira

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O primeiro a ser jugado foi Júlio César, em 2019. Com as qualificadoras de motivo torpe, meio cruel, recurso que impossibilitou a defesa e crime cometido para ocultar, a primeira condenação de Júlio chegou a 34 anos. O material genético da menina foi encontrado nas unhas dele.

A defesa do servente de pedreiro entrou com recurso no Superior Tribunal de Justiça para tentar anular o júri de 21 de outubro de 2019. Em segunda instância, o Tribunal de Justiça diminuiu a pena dele para 23 anos e quatro meses de detenção, sendo quase dez anos a menos.

Júlio Ergesse foi o primeiro a ser condenado no Caso Vitória Gabrielly — Foto: Carlos Henrique Dias/g1

Em 2021, o casal Bruno Oliveira e Mayara Abrantes também foi condenado. Segundo a sentença do juiz Flávio Roberto de Carvalho, Bruno foi condenado a 36 anos e três meses. Já Mayara foi sentenciada a 36 anos pelo homicídio, sequestro e ocultação de cadáver com qualificadoras.

O casal teria cumprido as ordens de Odilan ao sequestrar e matar a menina.

Relembre o caso

Menina de 12 anos sai para andar de patins e desaparece em Araçariguama (SP)

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A adolescente foi encontrada morta oito dias depois, em 16 de junho, em uma mata às margens de uma estrada de terra, no bairro Caxambu.

Corpo de menina desaparecida em Araçariguama é encontrado ao lado de patins — Foto: Divulgação/PM/Arquivo

Segundo a polícia, a garota estava com os pés e as mãos atados e o corpo amarrado a uma árvore. Vitória usava a mesma roupa que vestia no dia em que sumiu e os patins foram encontrados perto do corpo.

Patins da menina Vitória foram levados pela perícia à delegacia de Araçariguama — Foto: Witter Veloso/TV TEM/Arquivo

Mayara, Bruno e Júlio foram presos acusados de participação direta na morte da menina. Os três foram levados para a penitenciária de Tremembé, no Vale do Paraíba (SP). Eles negaram os crimes desde o início.

A polícia apurou que Vitória foi raptada por engano para que uma dívida de drogas fosse quitada. A menina teria sido morta depois que os criminosos perceberam que estavam com a pessoa errada.

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