Unitins - Pela 3ª vez, acadêmicos e professores da Unitins prestam consultorias para agricultores de Caseara

Pela 3ª vez, acadêmicos e professores da Unitins prestam consultorias para agricultores de Caseara

Ao todo, 45 acadêmicos de Tecnologia em Gestão do Agronegócio visitaram três propriedades do Assentamento Analice

Natália Rezende Câmpus Paraíso 22/04/2024 08:00

Acadêmicos e docentes do curso de Tecnologia em Gestão do Agronegócio foram recebidos pela gestão da Associação Antônio Francisco Brasil, localizada em Caseara (Fotos: Natália Rezende Dicom Unitins)


 

Cerca de 45 alunos estiveram presentes na visita técnica do curso de Tecnologia em Gestão do Agronegócio do Câmpus Paraíso da Universidade Estadual do Tocantins (Unitins) neste sábado, 20, em Caseara. Ao todo, três propriedades rurais receberam consultorias dos professores e acadêmicos. As propriedades rurais pertencem à Associação Antônio Francisco Brasil, que atua há 19 anos promovendo soluções inteligentes para melhoria de vida das 130 famílias que são assistidas e vivem na localidade. A associação está localizada no Assentamento Analice, subsidiado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST),

 
A visita técnica contou com a presença de quatro professores do curso, que ministram as disciplinas “Fundamentos de Produção Animal”, “Cadeia Produtiva da Carne Leite e Derivados”, “Desenvolvimento Regional do Cerrado e Agronegócio”, “Manejo de Conservação do Solo e da água” e “Fitossanidade aplicada ao agronegócio”. Na oportunidade, os docentes Denilda Caetano de Faria, Diony Alves Reis, Eliane Regina Archangelo e Joaquim Morivaldo dos Reis Junior abordaram de forma prática os conhecimentos teóricos aplicados em sala de aula.
 
A presidente da Associação, Ana Lucia Rodrigues dos Santos, acompanhou do início ao fim a visita. "Novamente, os acadêmicos e professores trocam conhecimento conosco. É uma honra apresentar os produtores.”
 
 
Presidente Ana Lucia Rodrigues apresentando a diretoria da Associação 

 
Presente pela primeira vez em visita técnica do curso, o acadêmico João Kedson Gomes Bezerra, do 1° período, revelou que aprendeu como prestar consultorias. "Podemos aprender porque existiu a perda de lavouras nas propriedades rurais. Além disso, os professores prestaram consultorias sobre técnicas agrícolas para o desenvolvimento da produção de alimentos. O intuito deles foi que os proprietários não tivessem mais que sofrer com essas problemáticas”, arrematou.
 
A aluna do 5° período Révila Ciriaco destacou que “nós repassamos as orientações para os produtores rurais, os conhecimentos que temos sobre o solo e o plantio. Nós os preparamos para aprimorar o solo e as suas culturas. Além de indicar que eles continuem produzindo, já que são culturas importantes para o Tocantins."
 
A acadêmica Vanessa dos Santos, cursante do 6° período, também analisou a visita técnica. "É ótimo notar a diferença no assentamento e verificar o que está sendo aplicado pelos produtores. São os conhecimentos que aprendemos na sala de aula, utilizados para mudar a realidade e a vida das pessoas e famílias dessa região. É excelente fazer parte disso!".
 
Professora Eliane Regina ensinando os alunos como a Balança Hidrostática funciona e que ela facilita a vida dos produtores rurais que realizam o plantio de mandioca

 
Balança Hidrostática
 
Na primeira parte da visita, os alunos ficaram cientes da diferença da mandioca de indústria e de mesa e conheceram as funcionalidades da Balança Hidrostática. "O melhor pesquisador da sua propriedade para a mandioca é o próprio produtor. Apenas oferecemos o suporte enquanto técnicos do Agronegócio. As mandiocas de indústria são mais produtivas. Quando fazemos essa verificação, sabemos qual será o maior rendimento de amido. O material de mesa tem mais amido. O produtor familiar ganha com essa diferenciação. As grandes empresas só fazem o pagamento,” explicou a professora Eliane Regina Archangelo.
 
Ainda segundo a docente, a Balança Hidrostática é importante para os produtores rurais e para quem adquire as raízes das mandiocas. “Quando o produtor leva a raiz para a indústria, ele não tem o conhecimento de quanto o seu produto produz de matéria seca para a produção de farinha. Muito menos, sobre a produção de fécula. Então, por meio da balança é pesada uma amostra do material. Depois, através de uma tabela, todos ganham conhecimento sobre quanto deve ser pago de matéria seca ou pelo amido,” finalizou Eliane Regina.
 
 
Propriedades
Da porteira para dentro, os agricultores familiares buscavam apresentar as culturas de suas propriedades e os desafios que enfrentam diariamente no campo. Depois, eles todos ouviam atentamente as consultorias dadas pelos docentes e acadêmicos. A visita técnica serviu para verificar que a Universidade, literalmente, planta e colhe melhorias para as famílias do Assentamento Analice, que necessitam do conhecimento da Unitins para que mesmo em meio aos enfrentamentos possam continuar a garantir o sustento e a produção de alimentos ricos para o Tocantins.
 
Docentes Denilda Caetano, Eliane Regina, Joaquim Junior e Diony Alves que prestaram consultorias aos proprietários, incuindo o João Manoel Pinheiro

 
Na primeira propriedade, os alunos conheceram as culturas de mandioca e melancia do Cantinho do Sossego, cujo proprietário é João Manoel Pinheiro. O produtor descreveu os desafios enfrentados para desenvolver o plantio no solo, e que escolheu a mandioca pela facilidade e necessidade desse tipo de cultura no estado. "Nós precisamos de profissionais aptos que auxiliem nessa assistência para a gente. Se pararmos de produzir nós não vamos mais abastecer o mercado. São poucas as pessoas que sabem fazer, e tem que ter o segredo,” mencionou o agricultor aos 70 anos.
 
O docente do curso Diony Alves teve a possibilidade de ensinar para ele e os alunos que as culturas agrícolas sofrem com a acidez, e que o solo dele é rico em alumínio, que é tóxico. “Os alunos puderam vivenciar a realidade do que é a aplicação do conhecimento adquirido na Universidade. De fato, é a Extensão da Unitins ao realizar a troca de saberes com os produtores. Desta forma, como são os produtores rurais os principais ouvintes, os alunos abordam temas conhecidos para eles, sendo que o assunto foge da linguagem acadêmica e o ensino teórico se torna mais palpável para os acadêmicos.”
 
 
O técnico em agropecuária e emprendedor rural Pedro Rômulo Ribeiro apresentando sua propiedade aos alunos da Unitins

 
Empreendedorismo rural
 
Na segunda propriedade, os acadêmicos conheceram um jovem agricultor que leva informação do meio acadêmico para o campo. O empreendedor nato começou a sua produção agrícola ao atuar na venda de doces de leite aos 14 anos. Dez anos depois, aos 24, Pedro Rômulo Ribeiro Faro apresentou a Chácara Esmeralda com a horta e granja familiar, e dividiu com os alunos as práticas agrícolas e de avicultura que já estão dando certo, e garante para a propriedade bons resultados.
 
O técnico em agropecuária cursa atualmente o 8° período de Agronomia em outra instituição. No local, moram quatro familiares, sendo a família composta pela mãe e avós de Pedro. Dona Elizângela Ribeiro Simões, de 42 anos, é a mãe do proprietário e contou orgulhosa que também é aluna da Unitins no curso de Gestão Pública. “E é na primeira turma que abriu aqui em Caseara pelo TO Graduado.”
 
“A abordagem dos professores sobre a relação entre carbono e nitrogênio foi de muito valor para os meus canteiros, principalmente para obter uma grande produção no futuro. Os alunos também souberam como alguns experimentos meus não deram certo, e eles me indicaram caminhos para isso. Isso foi de grande valia, ter eles na propriedade avaliando tudo", endossou Pedro Rômulo.
 
No momento de orações para o almoço feito pela família e servido para todos debaixo das árvores do quintal da Chácara Esmeralda, o produtor rural agradeceu a presença de todos, e se emocionou ao dizer que “foi uma honra receber a Unitins para conhecer as práticas que exerço na minha propriedade.”
 
 
 
Cooperativismo
 
Os alunos conheceram a granja familiar da propriedade após o almoço, com uma produção de 120 frangos por mês. Pedro explicou também os aspectos de parcerias e o espírito de cooperação com os demais produtores rurais do Assentamento.
 
Nesta parte da visita, a docente do curso Denilda Caetano de Faria explicou a importância do produtor abraçar o trabalho exercido pelas cooperativas. “A Universidade proporciona uma troca de saberes para os acadêmicos, professores, produtores rurais e a comunidade externa. É o momento de abordarmos o que estamos ensinando e apresentando na disciplina. No meu caso, podemos apontar diversos segmentos, principalmente sobre marketing, comercialização e cooperativismo. Aspectos que auxiliam ao gerar uma melhoria e desenvolvimento da produção para o mercado, além de conquistar novos consumidores. Juntos, eles estão demonstrando o que os produtores estão desenvolvendo nas suas propriedades. Tudo isso, claramente, fortalece o desenvolvimento regional do Tocantins.”
 
Ao finalizar a troca de experiências, os alunos ainda aprenderam na propriedade as técnicas de drenagem para soluções de alagamento das áreas de pastagem.
 
Professor Diony Alves ensinando particularidades do solo de uma área de pastagem na segunda propriedade

 
Ausência de Chuva
 
Na terceira e última propriedade, na Chácara da Prosperidade, o assunto foi garantir o retorno do conhecimento aplicado na região pela Universidade. O produtor rural Gilberto da Costa, de 50 anos, aproveitou a consultoria gratuita ofertada pelos docentes e alunos da Unitins, para descrever um problema que ocorreu depois da última visita técnica. "Infelizmente, não choveu. A chuva foi bem abaixo do esperado. Plantamos em novembro, mas teve agricultores do Assentamento que perderam 100% do plantio. O solo no local não é dos melhores e não encharca. Passava uma hora e já está seco”, contou o produtor apontando para a lavoura de mandioca na área produtiva de propriedade. Por fim, os professores e acadêmicos deram orientações técnicas para que o produtor rural prosseguir na produção de mandioca, entretanto sem a perda completa da lavoura mesmo com ausência de chuva.
 
Na ocasião, o professor Joaquim Morivaldo dos Reis Junior explicou que a terceira visita técnica ao assentamento consolida e valida o sistema extensionista de aprendizagem da Unitins. “Nossa função é gerar novos conhecimentos para alunos e comunidade, que é muito carente de assistência técnica. Além desses apontamentos que realizamos revelando o que pode ser melhorado nas produções, mediante consultorias gratuitas, também ofertamos a possibilidade de uma participação da empresa Júnior da Unitins, a Pato. É uma oferta de consultoria técnica em aspectos de orientação continuada”, explicou.
 
O produtor Gilberto da Costa explicando sobre a ausência das chuvas

Confira mais fotos da visita:

 

 

 

 

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