O bitcoin (BTC) e o ether (ETH) operam em queda nesta quarta-feira (31) acompanhando o desempenho negativo registrado pelas bolsas de valores nos Estados Unidos. Com o recuo, o bitcoin termina maio com seu primeiro desempenho mensal negativo em 2023, acumulando uma baixa de 7,93%, ao passo que o ether cai 1,06% em maio.
Os investidores esperam com nervosismo a votação na Câmara de Representantes do acordo para elevar o teto da dívida dos Estados Unidos, enquanto a presidente do Federal Reserve de Cleveland, Loretta Mester, fez declarações desanimadoras para quem espera que as taxas de juros dos EUA parem de subir.
Ao “Financial Times”, Loretta disse que não vê “nenhum motivo convincente” para o banco central americano encerrar o ciclo de aperto monetário no patamar atual, com os juros na faixa entre 5% e 5,25% ao ano. “Eu veria um caso mais convincente para elevar as taxas e aí esperar um pouco até que você tenha menos incerteza sobre para onde a economia está indo”, afirmou a dirigente regional do Fed.
Perto das 17h25 (horário de Brasília) o bitcoin cai 2,8% em 24 horas, cotado a US$ 27.034 e o ether, moeda digital da rede ethereum, tem queda de 2,1% a US$ 1.865, conforme dados do CoinGecko. O valor de mercado somado de todas as criptomoedas do mundo é de US$ 1,18 trilhão. Em reais, o bitcoin opera com perdas de 2,18% a R$ 137.799, enquanto o ether tem desvalorização de 1,44% a R$ 9.504, de acordo com valores fornecidos pelo MB.
Em Wall Street, o índice Dow Jones teve queda de 0,41% a 32.908 pontos, o S&P 500 registrou baixa de 0,61% a 4.180 pontos e o Nasdaq, focado em empresas de tecnologia, recuou 0,63% a 12.935 pontos.
Segundo Luiz Pedro Andrade, analista de criptoativos da Nord Research, o mercado hoje devolveu a alta que vem desde domingo por uma série de fatos ligados ao ambiente macro. “Não tem se sentido muito interesse em ativos de risco a nível global por conta dos receios no campo macroeconômico. A proposta para elevar o teto da dívida dos EUA será votada hoje e a expectativa acerca disso junto com a falta de fluxo e os riscos macro estão dificultando que o bitcoin ultrapasse a barreira dos US$ 29 mil”, argumenta.
Andrade lembra que o mês de maio como um todo foi fraco para criptoativos, sendo o primeiro no ano em que o bitcoin registrou baixa. “Foi um mês fraco, sem muitas notícias, fluxo ou volatilidade, de modo que o mercado fica à espera de um driver mais forte seja para queda ou para alta para os criptoativos como um todo”, analisa.