Bahia de Ceni chega em baixa a um Brasileiro no qual é obrigado a ir bem
Brasileirão Série A

Bahia de Ceni chega em baixa a um Brasileiro no qual é obrigado a ir bem

Everton Ribeiro, Cauly, Caio Alexandre e outros elevaram nível do Bahia, que vem de estadual ruim

O Bahia chegará para estreia no Campeonato Brasileiro 2024 com incríveis 24 jogos disputados entre janeiro e 13 de abril, quando visitará o Internacional, no Beira-Rio. Ninguém na Série A jogou tanto até aqui. Isso que a equipe treinada por Rogério Ceni ainda fez pré-temporada em Manchester para, pela primeira vez, iniciar um ano sob gestão do Grupo City, que comprou a SAF do clube no meio do ano passado.

Em 2024, o Tricolor perdeu a decisão do Campeonato Baiano para o maior rival, o Vitória, com direito a virada inacreditável após estar vencendo a ida por 2 a 0, causando muita pressão para o início do Brasileirão. Ao menos nas outras competições segue vivo: está na 3ª fase da Copa do Brasil e nas semifinais da Copa do Nordeste, onde enfrentará o CRB, em 24 de abril, na Arena Fonte Nova.

Como o Bahia foi no Brasileiro de 2023?

Nem ao mesmo os primeiros investimentos do Grupo City impediram que o Bahia lutasse contra o rebaixamento em 2023. Inicialmente comandado pelo português Renato Paiva, o time, com um elenco inchado de jogadores, não engrenava e o técnico, irritado com a pressão que sofria, pediu demissão. Rogério Ceni assumiu a partir de setembro com o Tricolor em 16º, um ponto na frente da zona de rebaixamento, e terminou a competição na mesma situação.

Desde o início, o técnico de 51 anos montou um time que, mesmo vulnerável, buscava resultados improváveis. Teve 5 a 1 em cima do Corinthians em plena Neo Química Arena, um incrível 6 a 4 no Goiás e o decisivo 4 a 0 no Atlético-MG, na última rodada, que confirmou a permanência do clube baiano na primeira divisão. Isso que eles chegaram dentro do Z4 para a última partida, mas uma combinação de resultados rebaixou o Santos.

O Bahia vai lutar para se classificar para Sul-Americana

Talvez apenas o Inter tenha feito uma janela de transferências tão interessante que o Bahia. O meio-campo é um dos melhores do país pela presença de Everton Ribeiro, Cauly, Caio Alexandre e Jean Lucas, além dos reforços pontuais de Victor Cuesta e Santiago Arias. No entanto, apesar de tudo isso, há ainda muitas lacunas no elenco, que já carrega nas pernas muitos jogos na temporada, e isso pesa no calendário pesado do Brasil. Ceni tem implementado um padrão ofensivo e de posse de bola, mas ainda peca na execução nos aspectos defensivos e na leitura de jogo durante as partidas, resultando em substituições questionáveis em momentos decisivos. Por tudo isso, é improvável imaginar que o Bahia já dê o próximo passo e vá para Libertadores. A Copa Sul-Americana parece algo mais natural para o estágio atual do trabalho.

Principais destaques do Bahia

Everton Ribeiro

Se um time tem Everton Ribeiro, ele será o principal destaque e referência técnica do elenco. O camisa 10, que chegou ao recusar outros gigantes do futebol brasileiro, tem entregado tudo que se espera dele. Aos 34 anos, atua como “falso ponta” pela direita, com liberdade para flutuar e ser um meia ao lado de Cauly. Toda a técnica do jogador o deu quatro gols e duas assistências em 14 partidas em 2024.

Cauly

O Bahia deve muito a Cauly, o principal responsável pelo clube estar na primeira divisão nesse ano. Mesmo em um time irregular, o meia ambidestro foi o motorzinho do meio-campo tricolor, capaz de criar chances de gols, superar a marcação com dribles curtos e ter qualidade para chegar na área. No Brasileirão 2023, terminou com sete assistência e quatro gols, além de média de 2.4 passes decisivos por jogo, terceiro no quesito, segundo o SofaScore. Por esse desempenho, conviveu com o assédio do Palmeiras, mas continua no clube baiano. Em 2024, já soma sete participações em gols.

Caio Alexandre

A contratação do Everton Ribeiro, obviamente, traz muito mais mídia, mas a chegada de Caio Alexandre foi tão importante quanto. O jogador chegou como o mais caro da história do time, por R$ 24,3 milhões, e mostra valer cada real investido. Primeiro volante de saída de bola de qualidade, faz uma dupla bem completa ao lado de Jean Lucas e tem apenas 25 anos. Deve render por muito tempo com a camisa azul, branca e vermelha.

Qual estilo de jogo do Bahia com Rogério Ceni

Como citado, o time de Ceni aposta em uma postura ofensiva em seus jogos. Isso obviamente tem a ver com os adversários inferiores nesse início de 2024, mas também com um elenco bem mais técnico. Nesse momento com a posse de bola, a formação é bem para frente e moderna. A saída de bola é feita com os dois zagueiros e Rezende, volante improvisado de lateral-esquerdo. Mais adiante ficam Caio Alexandre e Jean Lucas. Normalmente, o ponta pela esquerda, seja ele Luciano Juba ou Biel, dão amplitude, função exercida por Arias na direita. Com isso, há muita qualidade por dentro pela presença de Cauly, Everton Ribeiro e Thaciano — este, como um centroavante de muita mobilidade —, potencializando curtas trocas de passes entre os jogadores técnicos. No entanto, por vezes falta profundidade pela ausência de um jogador veloz, o que é compensado quando os reservas Biel, Ademir ou Rafael Ratão. Vale citar que o centroavante Everaldo tem sido reserva.

Obviamente, essa postura ofensiva não será a tônica de todo Brasileirão porque times como Flamengo, Atlético-MG, São Paulo e outros não deixarão o Tricolor Baiano ter tanto a bola. A ver como a equipe lidará com isso, por ter lacunas defensivas. Uma das questões são os contra-ataques que sofre e a dificuldade de alguns jogadores na recomposição, vendo o adversário criar muito.

Onde assistir aos jogos do Bahia no Brasileirão?

Os jogos do Campeonato Brasileiro de 2024 serão transmitidos pela Rede Globo na TV aberta, SporTV na TV fechada e Premiere no pay-per-view. Em caso de partidas nas quais o Athletico Paranaense for o mandante, a transmissão acontecerá na TNT ou CazéTV.

Foto de Carlos Vinicius Amorim

Carlos Vinicius Amorim

Carlos Vinicius é nascido e criado em São Paulo e jornalista formado pela Universidade Paulista (UNIP). Escreveu sobre futebol nacional e internacional no Yahoo e na Premier League Brasil, além de eSports no The Clutch. Além disso, atuou como assessor de imprensa no setor público e privado.
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