Richard Wellesley, 1.º Marquês Wellesley

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O Mais Honorável
Marquês Wellesley
KG KP PC
Richard Wellesley, 1.º Marquês Wellesley
Richard Colley Wellesley, Marquess Wellesley, por John Philip Davis ('Pope' Davis).
Governador-Geral da Presidência do Fort William
Período 18 de maio de 1798
a 30 de julho de 1805
Monarca Jorge III
Antecessor(a) Alured Clarke
Sucessor(a) O Marquês Cornwallis
Secretário de Estado para Assuntos Estrangeiros
Período 6 de dezembro de 1809
a 4 de março de 1812
Monarca Jorge III
Antecessor(a) O Conde Bathurst
Sucessor(a) Visconde Castlereagh
Lorde Tenente da Irlanda
Período 8 de dezembro de 1821
a 27 de fevereiro de 1828
Monarca Jorge IV
Antecessor(a) O Conde Talbot
Sucessor(a) O Marquês de Anglesey
Lorde Tenente da Irlanda
Período 12 de setembro de 1833
a novembro de 1834
Monarca Guilherme IV
Antecessor(a) O Marquês de Anglesey
Sucessor(a) O Conde de Haddington
Dados pessoais
Nome completo Richard Colley Wesley
Nascimento 20 de junho de 1760
Castelo de Dangan,
 Irlanda
Morte 26 de setembro de 1842 (82 anos)
Knightsbridge,
 Inglaterra
Progenitores Mãe: Anne Hill-Trevor
Pai: Garret Wesley
Alma mater Christ Church (Oxford)
Esposa Hyacinthe Gabrielle Roland
Marianne Caton
Partido Tory
Títulos nobiliárquicos
Reino Unido Marquês Wellesley 1799

Richard Colley Wesley (posteriormente Wellesley), Marquês Wellesley KG KP PC (20 de junho de 1760 - 26 de setembro de 1842), foi o primeiro filho de Garret Wesley, 1.º Conde de Mornington, da Nobreza da Irlanda, e irmão de Arthur Wellesley, 1.º Duque de Wellington. Ele foi o primeiro nomeado como governador-geral da Índia britânica entre 1798 e 1805 e mais tarde serviu como ministro das Relações Exteriores no gabinete britânico e como Lorde Tenente da Irlanda.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Educação e primeiros anos na política[editar | editar código-fonte]

Nativo do Castelo de Dangan, no Condado de Meath (Irlanda) foi educado em Eton College e em Christ Church da Universidade de Oxford. Na morte de seu pai em 1781 tornou-se o 2.º Conde de Mornington, ocupando seu assento na Câmara dos Lordes da Irlanda. Em 1784 entrou na Câmara dos Comuns do Parlamento Britânico. Pouco depois foi nomeado Lorde do Tesouro por William Pitt, o Novo. Em 1793 tornou-se membro da Junta de Controle sobre assuntos da Índia e, ainda que fosse conhecido por seus discursos na defesa da política exterior de Pitt, foi ganhando conhecimento dos assuntos da região, o que o ajudou a partir de 1797, quando aceitou o cargo de Governador-Geral da Índia.

Trabalho na Índia[editar | editar código-fonte]

Depois da perda de suas colônias na América do Norte, a política de Lord Mornington se encaminhou para a criação de um grande império na Índia. A rivalidade existente com a França, com quem mantinha uma contínua luta pela hegemonia na Europa, fez que o mandato de Mornington se caracterizasse por uma enorme e rápida expansão do poder britânico. Robert Clive e Warren Hastings conseguiram conquistar e consolidar a hegemonia britânica na Índia, mas Mornington conseguiu estendê-la até o nível de um império.[1] Durante sua viagem até a Índia, desenhou um plano para aniquilar a influência francesa no Decão.

Pouco depois de sua chegada, em abril de 1798, teve notícias de uma aliança negociada entre o Sultão Fateh Ali Tipu e a República Francesa. Mornington decidiu antecipar-se aos movimentos de seus inimigos e ordenou a preparação para a guerra. Seu primeiro passo foi provocar a debandada das tropas francesas organizadas pelo Nizam de Hyderabad.[2]

Na continuação, seguiu com a invasão de Mysore em fevereiro de 1799 e finalmente a conquista de Seringapatam em 4 de maio de 1799 e a morte do Sultão Tippu. Em 1803, a restauração dos Peshwa foram o prelúdio para a Segunda Guerra Anglo-Marata contra os Sind e o raja de Berar, na qual seu irmão Arthur teve um importante papel. Como resultado dessa guerra e dos tratados firmados ao seu final, a França perdeu toda sua influência na Índia, passando todos seus domínios para mãos britânicas e os poderes dos Marata e todos os príncipes se viram reduzidos até ficar sob a autoridade dominante britânica.

Foi um grande administrador e teve dois de seus irmãos como ajudantes: Arthur foi seu conselheiro militar e Henry foi seu secretário pessoal. Fundou Forte William, um centro destinado às tarefas de governo do território, criando o escritório do Governador Geral. Também tentou retirar algumas das restrições ao comércio existentes entre Inglaterra e a Índia.[3] Essas medidas não agradaram a junta de diretores da Companhia e o obrigaram a demitir do seu cargo no outono de 1805.

Em 1799 tinha sido nomeado Marquês Wellesley.[4]

Guerras Napoleônicas[editar | editar código-fonte]

Com a queda da coalizão governamental em 1807 Wellesley foi convidado pelo Rei Jorge III a unir-se ao gabinete de Duque de Portland, mas declinou do convite devido à polêmica existente nesses momentos no Parlamento com respeito a sua administração na Índia. Tanto a Câmara dos Comuns como a dos Lordes estavam estudando nessa época resoluções o acusando de abuso de poder, mas todas foram derrotadas por ampla maioria.

Em 1809 Wellesley foi nomeado embaixador na Espanha. Chegou a Cádiz justo depois da Batalha de Talavera e tentou sem êxito estabelecer uma cooperação entre o governo britânico e seu irmão, que foi obrigado a retirar-se a Portugal. Poucos meses mais tarde, depois do duelo entre George Canning e Robert Stewart e a renúncia de ambos, Wellesley aceitou o cargo de Secretário de Estado de Assuntos Exteriores no gabinete de Spencer Perceval.

Ocupou esse cargo até fevereiro de 1812, quando se retirou, em parte pelo inadequado apoio outorgado a Wellington pelo ministro, mas também por sua convicção de que a questão da Emancipação Católica não poderia ser mantida em segundo plano.

Irlanda e seus últimos anos[editar | editar código-fonte]

Em 1821 foi nomeado Lorde Tenente da Irlanda, ou máximo representante da Coroa Britânica em terras irlandesas. Esteve no cargo até 1828 e voltou a ocupá-lo entre 1833 e 1835.

Com a sua morte em 1842, não tinha sucessor no Marquesado, passando o resto de títulos a seu irmão William, Lord Maryborough.

Wellesley viveu durante muitos anos junto a Hyacinthe-Gabrielle Roland, uma atriz do Palais Royal. Casaram-se em 29 de novembro de 1794], quando já tinham cinco filhos:

  • Richard Wellesley (1787–1831)
  • Anne Wellesley (1788–1875)
  • Hyacinthe Mary Wellesley (1789–1849)
  • Gerald Wellesley (1792–1833)
  • O Rev. Henry Wellesley (1794–1866)

Depois da morte de sua mulher em 1816, Wellesley voltou a se casar em 29 de outubro de 1825 com a viúva Marianne (Caton) Patterson, com quem não teve filhos.

Wellesley é um dos ascendentes da Rainha Isabel II.

Referências

  1. Veja, e.g., William McCullagh Torrens, The Marquess Wellesley: Architect of Empire (London: Chatto and Windus, 1880); P.E. Roberts, India Under Wellesley (London: G. Bell and Sons, 1929); M.S. Renick, Lord Wellesley and the Indian States (Agra: Arvind Vivek Prakashan, 1987).
  2. "Hyderabad Treaty (Appendix F)," The Despatches, Minutes & Correspondence of the Marquess Wellesley During His Administration in India, ed. Robert Montgomery Martin, 5 vols (London: 1836–37), 1:672–675; Roberts, India Under Wellesley, chap. 4, “The Subsidiary Alliance System.”
  3. C.H. Phillips, The East India Company, 1784–1834, 2nd. ed., (Manchester: Manchester UP, 1961), 107–108; "Notice of the Board of Trade, 5 October 1798 (Appendix M)," Wellesley Despatches, 2:736–738.
  4. Mornington to Pitt, April 1800, The Wellesley Papers: The Life and Correspondence of Richard Colley Wellesley, 2 vols (London: Herbert Jenkins, 1914), 121.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Elizabeth Longford (novembro de 1972). Wellington: Pillar of state. [S.l.]: Weidenfeld & Nicolson. ISBN 978-0-297-00250-5 
  • Butler, Iris. The Eldest Brother. London: Hodder and Stoughton, 1973.
  • Ingram, Edward, ed. Two Views of British India: The Private Correspondence of Mr. Dundas and Lord Wellesley, 1798–1801. Bath: Adams and Dart, 1970.
  • Harrington, Jack (2010), Sir John Malcolm and the Creation of British India, ISBN 978-0-230-10885-1, New York: Palgrave Macmillan. 
  • Martin, Robert Montgomery, ed. The Despatches, Minutes & Correspondence of the Marquess Wellesley During His Administration in India. 5 vols. London: 1836–37.
  • Pearce, Robert Rouiere. Memoirs and Correspondence of the Most Noble Richard Marquess Wellesley. 3 vols. London: 1846.
  • Renick, M.S. Lord Wellesley and the Indian States. Agra: Arvind Vivek Prakashan, 1987.
  • Roberts, P.E. India Under Wellesley. London: George Bell & Sons, 1929.
  • The Wellesley Papers: The Life and Correspondence of Richard Colley Wellesley. 2 vols. London: Herbert Jenkins, 1914.
  • Torrens, William McCullagh. The Marquess Wellesley: Architect of Empire. London: Chatto and Windus, 1880.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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Precedido por
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