O ator Rock Hudson (1925-1985) entrou no imaginário da cultura pop como uma das grandes figuras LGBTQIA+ da história de Hollywood mesmo sem nunca ter saído do armário. Segundo o cineasta e biógrafo do artista, Stephen Kijak, o astro de produções de faroeste nunca cogitou tornar pública sua orientação sexual.
Kijak dirigiu ‘Rock Hudson: All That Heaven Allowed’ (2023), produção sobre a vida e a carreira do astro de produções como ‘Tudo Que o Céu Permite’ (1955) e ‘Assim Caminha a Humanidade’ (1956).
“Ele era um cara forte, malhado, alto, branco, astro de cinema e cheio de dinheiro. Por que ele ia querer sair do armário?”, disse o cineasta em entrevista ao site Page Six.
O diretor depois expôs seu incômodo com a decisão de Hudson em jamais revelar sua orientação sexual ao mundo: “É o lado negativo de um gay privilegiado sem posicionamento dentro do sistema. Ao invés de usar sua posição de privilégio para mudanças sociais, eles se perguntam: ‘qual o sentido disso?’. Se for fazer uma crítica a ele, está em não compreender a importância disso”.
Hudson foi indicado ao Oscar de melhor ator em 1957, por seu trabalho contracenando com Elizabeth Taylor (1932-2011) e James Dean (1931-1955) em ‘Assim Caminha a Humanidade’.
Quando os boatos em torno da orientação sexual de Hudson tiveram início nos anos 1950, ele se casou com Phyllis Gates (1925-2006), secretária do empresário do ator. O casamento durou três anos.
Hudson morreu em 1985, semanas antes de seu aniversário de 60 anos, em decorrência de uma doença derivada de seu contágio de AIDS. Pouco depois de sua morte, um amante do ator conseguiu um acordo na Justiça dos EUA repassando a ele parte da fortuna deixada por Hudson como indenização por seu contágio de AIDS.