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Os demônios eBook Kindle
- IdiomaPortuguês
- EditoraMartin Claret
- Data da publicação20 novembro 2020
- Tamanho do arquivo1888 KB
Descrição do produto
Sobre o Autor
Fiódor Mikháilovitch Dostoiévski nasceu em Moscou em 1821, e estreou na literatura com o romance Gente pobre, em 1846, ao qual se seguiram O duplo (1846) e Noites brancas (1847), entre outros. Após ser preso e condenado à morte pelo regime tsarista em 1849, teve sua pena comutada para quatro anos de trabalhos forçados na Sibéria, experiência retratada em Escritos da casa morta, livro que começou a ser publicado em 1860, um ano antes de Humilhados e ofendidos. Após esse período, escreve Memórias do subsolo (1864), Um jogador (1867), O eterno marido (1870) e uma sequência de grandes romances, Crime e castigo (1866), O idiota (1869), Os demônios (1872) e O adolescente (1875), culminando com a publicação de Os irmãos Karamázov em 1880. De 1873 até o ano de sua morte publicou ainda o Diário de um escritor, reunindo peças jornalísticas e de ficção. Reconhecido como um dos maiores autores de todos os tempos, Dostoiévski morreu em São Petersburgo, em 1881.
Detalhes do produto
- ASIN : B08LLF3L69
- Editora : Martin Claret; 1ª edição (20 novembro 2020)
- Idioma : Português
- Tamanho do arquivo : 1888 KB
- Leitura de texto : Habilitado
- Leitor de tela : Compatível
- Configuração de fonte : Habilitado
- Dicas de vocabulário : Não habilitado
- Ranking dos mais vendidos: Nº 26,706 em Loja Kindle (Conheça o Top 100 na categoria Loja Kindle)
- Nº 5,359 em Literatura e ficção
- Nº 12,957 em Literatura e Ficção (Livros)
- Avaliações dos clientes:
Sobre o autor
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Avaliações de clientes
5 estrelas | 92% | |
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3 estrelas | 2% | |
2 estrelas | 0% | |
1 estrela | 1% |
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O livro tem um inicio meio distante, meio intocável, o modo da tradução parece seguir à risca o que o autor quis passar, tanto é que às vezes sentia um certo desconforto pela maneira como os personagens conversavam entre si, uma mistura de formalidade excessiva com pontas soltas de entendimento, mas com o decorrer do livro a gente consegue pegar o ritmo das conversações. A história é longa e, em alguns momentos, confesso que me senti cansado, meio exausto por não conseguir entender para onde tudo aquilo se seguia, as reais motivações, as conexões, os porquês; também o livro é composto de ''dezenas de dezenas'' de personagens, em vários momentos a gente se perde, ali nas primeiras 200 páginas e no inicio tudo é apenas uma grande barca de conhecimento inicial para o que se segue, é um longo preâmbulo de iniciação ao background de personagens. Alguns, em minha visão, ainda ficaram pouco explicados e olha que o livro é grande hein! já outros aparecem mais do que gostaria e em algumas cenas que achei supérfluas.
Piotr Stiepánovitch e Nikolai Stavróguin trazem ao centro da trama muita obscuridade, muitos devaneios e mais perguntas do que respostas durante o livro inteiro! Pelas suas personalidades, que são horrendas, é esperado que o leitor os odeie, mas muito pelo contrário, eu amei rs, Dostoievski consegue trazer tudo de uma forma muito lenta, todo valor intrínseco desses dois personagens, que a gente começa a se apaixonar ainda mais pela história e quer saber mais, saber mais desses personagens. Todo o livro é composto por um enigma, aliás vários enigmas, leve obscurantismo e niilismo que a gente sente até na alma, e apesar de trazer uma trama política em seu enredo, todo o conjunto da obra se desbanca num verdadeiro thriller político-psicológico de dar nos nervos, que prende o leitor como se fosse um filme. Muitas outras obras vieram a minha mente ao ler esse livro, que pra mim definitivamente traz reminiscências de Fargo, The Sopranos, Goodfellas e Onde os fracos não tem vez. Até golpes militares, como o que ocorreu aqui no Brasil, lembra um pouco, é incrível o grau de amplitude que o tema do livro toma.
Os diálogos tomam bastante parte do livro, eu diria que 90% do livro é composto de diálogos, que para minha surpresa são enormes! alguns até tomam páginas e páginas, e por VÁRIOS momentos possui um tom bastante filosófico, em outros, muito obscuros, extremamente implícitos, muito nas entrelinhas, bem onipresente para os interlocutores, mas absolutamente escusos para o leitor, que sempre fica com uma pulga atrás da orelha, a gente tem que supor tal coisa e muitas das vezes apenas dando um tiro no escuro, sem o menor fio de certeza, pois não tem como saber de forma alguma. No geral, ninguém assume nada, ninguém fala explicitamente, é como se já soubessem tudo, como se estivessem com medo de alguém estar ouvindo.
Com o passar das páginas, no decorrer, nos momentos de ápice, os diálogos, parece que por momentos de pura inspiração do autor, vão se tornando ainda mais ricos e originais, demonstrando uma criatividade alucinante, eu fiquei embasbacado pelo nível de coerência e aplicabilidade de carisma e apego que o autor dá, mesmo aos personagens odiáveis.
Em minha visão, Fédor Dostoievski, em momento algum, flerta com um fator ideológico, ele apenas usa de ambos os vieses políticos-ideológicos pra construir sua história sem pender pra um lado ou para outro, agindo de uma forma bastante imparcial, em minha visão, e que me fez ter mais estima ainda pelo autor e pela obra, afinal ele está apenas contando uma história, sem se apegar a lados.
O livro abarca uma série de temas mais esparsos, como críticas ao conservadorismo russo, criticas ao socialismo, ao movimento niilista russo. Também abarca pensamentos filosóficos, espionagem, existencialismo, suicídio, doenças crônicas. Possui momentos leves, mais engraçados, os personagens são bastante carismáticos, tem momentos mais dark e momentos mais de tensão, que faz a gente sentir fortes emoções. Um livro maravilhoso, uma obra de arte.
Em relação ao livro em si, independentemente do tema e da problemática abordada, sua leitura foi uma das mais difíceis do autor. (Ainda não li Irmãos Karamazov). O que salva a narrativa é o final absurdamente bom na minha opinião. O problema é a gigantesca contextualização do ambiente feita por Dostoiévski, o que é um ponto comum de suas obras, mas aqui é elevado a enésima potência.
Arrisco dizer que 70% do livro é basicamente a apresentação dos personagens e do contexto que se cria para o grande final. Realmente no final do livro cada linha das intermináveis descrições acaba fazendo sentido, mas acredito que poderia ser reduzido um bom trecho se determinados fatos e diálogos pudessem ser mais condensados...mas daí também não seria Dostoiévski sendo Dostoiévski. É uma questão irreconciliável.
Quanto a edição da Martin Claret é simplesmente espetacular fisicamente. Muito bem encadernado, folhas de primeira qualidade. Possui prefácio do tradutor e notas ao longo do livro. Tradução direta do russo por Oleg Almeida. Uma edição de luxo pra quem gosta de belos livros também.
De qualquer forma recomendo a leitura devagar e sem nenhuma pressa. Levei quase 2 meses pra ler as 777 páginas, mas não me arrependo.
Avaliado no Brasil em 19 de março de 2022
Em relação ao livro em si, independentemente do tema e da problemática abordada, sua leitura foi uma das mais difíceis do autor. (Ainda não li Irmãos Karamazov). O que salva a narrativa é o final absurdamente bom na minha opinião. O problema é a gigantesca contextualização do ambiente feita por Dostoiévski, o que é um ponto comum de suas obras, mas aqui é elevado a enésima potência.
Arrisco dizer que 70% do livro é basicamente a apresentação dos personagens e do contexto que se cria para o grande final. Realmente no final do livro cada linha das intermináveis descrições acaba fazendo sentido, mas acredito que poderia ser reduzido um bom trecho se determinados fatos e diálogos pudessem ser mais condensados...mas daí também não seria Dostoiévski sendo Dostoiévski. É uma questão irreconciliável.
Quanto a edição da Martin Claret é simplesmente espetacular fisicamente. Muito bem encadernado, folhas de primeira qualidade. Possui prefácio do tradutor e notas ao longo do livro. Tradução direta do russo por Oleg Almeida. Uma edição de luxo pra quem gosta de belos livros também.
De qualquer forma recomendo a leitura devagar e sem nenhuma pressa. Levei quase 2 meses pra ler as 777 páginas, mas não me arrependo.
O personagem Stepan Trofímovitch é um homem extremamente supérfluo, bon vivant e encostado na Várvara que o sustenta, ele é praticamente um gigolô. Este personagem, Stepan Trofímovitch é um intelectual de gabinete, ele apenas idealiza, não age. Ele tenta fazer algo na área da literatura, mas não produz nada. Ele teve a incumbência de criar Stavróguin (filho da Várvara) e Piotr Verkhovenski (filho do próprio Stepan) e ao fracassar na educação de ambos, ele gera simplesmente dois demônios, dois niilistas, as piores influências da obra. A paranoia na Rússia daquela época era muito grande, paranoia de ser delatado por qualquer pessoa próxima a você, a Rússia daquela época era uma atmosfera extremamente perturbadora.
Claro que eu poderia ficar falando durante um ano inteiro aqui sobre o livro Os Demônios. Só adianto que essa obra é para ser lida em no mínimo 2 ou 3 anos e estudada trecho a trecho.
E não tente colocar o Dostoiévski em algum rótulo, como esquerdista ou direitista ou qualquer coisa do tipo. Dostoiévski levava a razão as últimas consequências e suas ideias sempre estão falando em polifonia.