Família real britânica: hoje, nomes, curiosidades - Brasil Escola
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Família real britânica

A família real britânica é a família que ocupa o trono britânico, sendo parte da monarquia britânica. Essa monarquia se estabeleceu no século IX, sofrendo muitas modificações.

Família real britânica reunida
A atual família real britânica faz parte da dinastia Windsor.
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A família real britânica é aquela quem ocupa o trono britânico, sendo vinculada atualmente à dinastia Windsor, surgida em 1917. Essa dinastia foi fundada para substituir a dinastia Saxe-Coburgo-Gota. Até o presente, a Casa de Windsor teve cinco monarcas no trono britânico.

A família real britânica pertence à monarquia britânica, que começou a surgir, ainda na Idade Média, com base no reino de Wessex. A monarquia constitucional inglesa se consolidou por meio da Revolução Gloriosa e de um documento chamado Bill of Rights, que limitou os poderes reais.

Confira no nosso podcast: Os reis mais malucos da história

Tópicos deste artigo

Resumo sobre a família real britânica

  • A família real britânica é composta pelos membros da Casa de Windsor, a dinastia que ocupa o trono britânico.

  • A Casa de Windsor surgiu em 1917, substituindo a dinastia Saxe-Coburgo-Gota.

  • Até o momento, cinco monarcas dessa dinastia ocuparam o trono britânico.

  • A monarquia britânica iniciou sua formação em meados do século IX, com base no reino de Wessex.

  • A Revolução Gloriosa, em 1688, estabeleceu a monarquia constitucional que é o modelo britânico atual.

O que é a família real britânica?

A família real britânica são os membros da Casa de Windsor, cuja dinastia ocupa o trono britânico desde o começo do século XX. Essas pessoas são parentes próximos do rei britânico Charles III. Os membros da família real são referidos como Sua Majestade ou Sua Alteza Real.

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Dinastia Windsor

A consolidação da monarquia constitucional no Reino Unido (tornou-se Reino Unido com a anexação da Irlanda) levou ao início da dinastia Windsor, séculos depois. A Revolução Gloriosa deu início à dinastia Stuart, a partir de Maria II; o Act of Settlement iniciou a dinastia Hanover; e a coroação de Eduardo VII, a dinastia Saxe-Coburgo-Gota.

Esta existiu até o ano de 1917, quando, por causa da Primeira Guerra Mundial, seu nome foi alterado para Windsor, em referência ao Castelo de Windsor, propriedade da família real britânica. A mudança aconteceu porque a monarquia britânica desejava se livrar da origem germânica do nome anterior, considerando que os ingleses lutaram contra os alemães naquele conflito.

Os cinco monarcas da Casa de Windsor, até o ano de 2022, foram:

  1. Jorge V (1910-1917, como Saxe-Coburgo-Gota, e 1917-1936, como Windsor);

  2. Eduardo VIII (1936);

  3. Jorge VI (1936-1952);

  4. Elizabeth II (1952-2022);

  5. Charles III (2022-).

O atual herdeiro do trono britânico é o filho mais velho do rei Charles III, o príncipe William.

  • Quem são os membros da família real britânica?

Vimos, portanto, que a família real britânica é parte da Casa de Windsor, a dinastia que surgiu em 1917. O atual rei é Charles III, sendo, portanto, o centro da família. A partir dele, montaremos uma lista com os principais nomes dela.

Charles III é filho de Elizabeth II, rainha da Inglaterra entre os anos de 1952 e 2022, assumindo o trono depois que ela faleceu. Ele é o filho mais velho e possui três irmãos, que são:

  • Príncipe Andrew (nascido em 1960): atualmente é o 8º na linha de sucessão.

  • Príncipe Edward (nascido em 1964): atualmente é o 13º na linha de sucessão.

  • Princesa Anne (nascida em 1950): atualmente é a 16ª na linha de sucessão.

O primeiro casamento de Charles foi com Diana, e juntos tiveram dois filhos, os quais também estão na linha de sucessão, são eles:

  • William (nascido em 1982): filho mais velho do rei e o 1º na linha de sucessão.

  • Harry (nascido em 1984): atualmente é o 5º na linha de sucessão.

Os filhos de William e Harry também são parte da linha de sucessão do trono britânico. Os príncipes são casados e têm filhos. William é casado com Catherine Middleton desde 2011, gerando com ela (até o momento) três filhos:

  • Príncipe George (nascido em 2013): atualmente é o 2º na linha de sucessão.

  • Princesa Charlotte (nascida em 2015): atualmente é a 3ª na linha de sucessão.

  • Príncipe Louis (nascido em 2018): atualmente é o 4º na linha de sucessão.

Harry é casado com Meghan Markle desde 2018, gerando com ela (até o momento) dois filhos:

  • Archie Mountbatten-Windsor (nascido em 2019): atualmente o 6º na linha de sucessão.

  • Lilibet Mountbatten-Windsor (nascida em 2021): atualmente a 7ª na linha de sucessão.

Charles III casou-se, pela segunda vez, com Camilla Shand, atual rainha consorte britânica. O casal não teve herdeiros.

Infográfico com a linha de sucessão do trono britânico

Leia mais: Maria Stuart — foi rainha da Escócia e disputou, com Elizabeth I, o trono da Inglaterra

Formação da monarquia inglesa

A história da família real britânica passa pela formação da monarquia inglesa, consolidada por meio da criação e do exercício do Parlamento inglês e após conflitos como a Revolução Puritana e a Revolução Gloriosa. A monarquia era a forma tradicional de governo na Europa durante a Idade Média, e, no caso britânico, sua formação se iniciou pelo reino de Wessex e sua luta contra os invasores vikings, que ameaçaram dominar toda a Bretanha entre os séculos IX e X.

A monarquia que se desenvolveu em Wessex tinha origem saxônica, e os saxões eram um povo germânico que invadiu aquelas ilhas durante os séculos finais do Império Romano. O surgimento da monarquia britânica passou também por uma intensa queda de braço entre monarcas e nobres (chamados de barões).

Essa disputa entre monarcas e a nobreza inglesa levou à elaboração de um importante texto na história desse país: a Magna Carta. Esse documento foi assinado, em 1215, pelo rei inglês João Sem-Terra e limitou os poderes do rei diante da nobreza inglesa. Isso porque essa nobreza não concordava com algumas práticas do rei nem com os aumentos de impostos, resultado de sucessivas guerras com as quais a Inglaterra se envolveu naquele período.

  • Surgimento do Parlamento

Existia uma importante instituição política na Inglaterra que era o Grande Conselho, uma assembleia formada por nobres e por representantes da Igreja que se reuniam para debater assuntos importantes para a manutenção da ordem. Esse modelo foi estabelecido pelos saxões e foi chamado originalmente de witan.

O witan transformou-se no Grande Conselho por volta do século XI e nele o rei poderia consultar conselheiros. Foi principalmente os membros do Conselho que se indispuseram com o rei pela questão dos impostos. O fortalecimento dessa assembleia sobre os monarcas ingleses levou ao surgimento do Parlamento.

Fotografia do Parlamento britânico com a bandeira da Inglaterra em primeiro plano
O Parlamento britânico surgiu no século XIII.

O surgimento do Parlamento se deu no século XIII, quando a palavra parliament passou a ser utilizada para se referir às reuniões do Grande Conselho. No Parlamento, questões de relevância para o reino são debatidas, leis são criadas, assim como os impostos e uma série de outros debates políticos acontecem.

Com o tempo, esse Parlamento passou por uma separação, e duas câmaras surgiram no seu interior, a Câmara dos Comuns, formada, originalmente, pela burguesia, e a Câmara dos Lordes, formada pela nobreza.

  • Revolução Gloriosa

O crescimento e o fortalecimento do Parlamento levaram a intensas disputas entre os reis ingleses e essa instituição política. No século XVII, o choque de interesses entre monarcas e parlamentares, além da questão religiosa (com o Parlamento sendo protestante), também contribuiu para agravar as relações entre os dois lados.

Em 1640, uma guerra civil foi iniciada entre o Parlamento e as tropas de Carlos I, rei da Inglaterra. Essa guerra resultou na Revolução Puritana, e os parlamentares venceram esse conflito, decapitaram Carlos I, e Oliver Cromwell, membro do Parlamento, tornou-se governante do país.

Década depois aconteceu a Revolução Gloriosa, quando o Parlamento derrubou o rei Jaime II do trono inglês. Isso porque esse monarca também manteve atrito constante com o Parlamento por não aceitar ter os seus poderes limitados. A questão religiosa também influenciou o destino de Jaime II (ele era católico secretamente), e ele foi deposto.

Sua deposição concretizou a Revolução Gloriosa, e assim o Parlamento inglês coroou Maria Stuart (Maria II), filha de Jaime II, e seu marido, Guilherme de Orange, como reis da Inglaterra. O favorecimento a eles se deu porque eram calvinistas e porque aceitaram a Bill of Rights. Por meio dessa lei, de 1689, os monarcas ingleses aceitaram se submeter ao Parlamento, tendo os seus poderes limitados por essa instituição.

  • Bill of Rights

A Bill of Rights consolidou a monarquia constitucional na Inglaterra. Em 1701, o Parlamento inglês anunciou uma modificação nos critérios de sucessão e determinou que o trono britânico seria ocupado pelos descendentes de Sófia de Hanôver, neta de Jaime I e sobrinha de Carlos I, reis ingleses da dinastia Stuart, mas anteriores à guerra civil que levou à Revolução Puritana.

Essa modificação aconteceu porque Maria II, Guilherme de Orange e Ana I não deixaram herdeiros para o trono britânico. Temendo que o trono fosse ocupado por católicos, o Parlamento anunciou a mudança por meio do Act of Settlement, determinando que somente protestantes poderiam assumir o trono inglês. O Act of Settlement ainda tem validade na sucessão do trono britânico.

Curiosidades sobre a família real britânica

  • Elizabeth II só pôde assumir o trono britânico porque, anos antes de ser coroada, seu tio Eduardo VIII abdicou do cargo. Com isso, seu pai tornou-se rei, e ela, tempos depois, rainha.

  • Elizabeth II teve o reinado mais longo da história da monarquia britânica, durando 70 anos.

  • Charles III é o monarca mais idoso a ser coroado rei britânico na história.

  • Desde 1066, a Abadia de Westminster, em Londres, é usada na coroação dos monarcas britânicos.

  • Estima-se que a fortuna da coroa britânica esteja em torno de 88 bilhões de dólares.

  • Os seis primeiros na linha de sucessão só podem se casar com o consentimento do rei.

Créditos da imagem

[1] Lorna Roberts e Shutterstock

 

Por Daniel Neves
Professor de História

Escritor do artigo
Escrito por: Daniel Neves Silva Formado em História pela Universidade Estadual de Goiás (UEG) e especialista em História e Narrativas Audiovisuais pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Atua como professor de História desde 2010.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SILVA, Daniel Neves. "Família real britânica"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/familia-real-britanica.htm. Acesso em 26 de abril de 2024.

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