Antes de sair do forno, a primeira tiragem de MANSFIELD PARK j� causa alvoro�o. H� anos fora de cat�logo no Brasil, a obra publicada em 1814 pela escritora inglesa Jane Austen (16 de dezembro de 1775 - 18 de julho de 1817) retorna ao mercado traduzida por Adriana Zardini, mestre em educa��o, especialista em l�ngua inglesa e presidente do Jane Austen Sociedade do Brasil.
Fruto da fase mais madura da autora, o romance traz a hist�ria de uma jovem �rf� que � adotada por seus parentes ricos, apresentando conflitos que envolvem amor e contratos sociais, escravid�o e civilidade, riqueza e autopercep��o � sempre com o toque ir�nico de Austen, sua marca registrada.
O lan�amento de �MANSFIELD PARK� apresenta esta importante obra de Jane Austen em uma edi��o bil�ngue, resgatando toda a magnific�ncia e toda a preocupa��o social de uma das maiores escritoras inglesas.
Ainda que o livro aborde v�rios temas, a principal quest�o � a busca da identidade e do verdadeiro amor. Por mais de dois s�culos o livro divide os leitores: por um lado, �MANSFIELD PARK� � o trabalho mais autobiogr�fico de Jane Austen, refletindo o mundo de pretendentes religiosos e propriet�rios de terra, das ca�adoras de maridos, dos esnobes e dos tolos do interior � no qual a escritora viveu e procurou o amor. Entretanto, o texto parece entrar em conflito com as tradicionais hero�nas de Austen, uma vez que Fanny Price � surpreendentemente contida e passiva, fato que tem aturdido por d�cadas os cr�ticos e os f�s da autora.
As quest�es sociais tamb�m s�o discutidas na obra, sugere-se pela cr�tica especializada que o t�tulo se refere ao julgamento de Mansfield, a decis�o inglesa legal e hist�rica tomada pelo chefe da Justi�a Lorde Mansfield, segundo a qual foram estabelecidos os primeiros limites quando � escravid�o na Inglaterra. No romance, Fanny surpreende sua fam�lia adotiva ao levantar a quest�o sobre o envolvimento deles com a escravid�o. As cartas de Jane Austen escritas na �poca nos informam de uma paix�o por Thomas Clarkson, um popular abolicionista, o que justificaria o envolvimento da autora com estas quest�es sociais.
Jane Austen, como os seus personagens, cresceu em uma zona rural na Inglaterra entre a classe abastada e religiosos, cujos h�bitos e neg�cios ela observava com perfei��o e, �s vezes, com uma honestidade brutal e reveladora. A sua memor�vel linguagem, a sua sagacidade sat�rica, o seu delicado senso de humor e as complexas caracteriza��es de luta moral no cora��o das fam�lias, al�m das alian�as rom�nticas, contribuem para o estilo atemporal da autora.
O tema prevalecente na obra continua relevante: a necessidade de homens e mulheres encontrarem a sua identidade e fazerem as suas pr�prias escolhas - ainda que a sociedade, por sua natureza, tente os fazer seres dependentes, sem for�a e preconceituosos. Este foi o romance mais lucrativo de Austen, garantindo � autora 350 libras, uma fortuna na �poca.
A hist�ria j� foi adaptada algumas vezes para o cinema e televis�o, as mais conhecidas s�o as vers�es de 1983 pela BBC e as hom�nimas norte- americanas de 1999 e 2007.
Literatura Estrangeira / Romance