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Conheça a biografia da cantora Liniker, revelação da música brasileira

Biografias · Por Érika Freire

19 de Fevereiro de 2022, às 12:00

Mulher preta, trans e que transborda autenticidade e talento: assim é a cantora Liniker, uma das maiores revelações da música brasileira atual. Sem dúvida, ela é um dos artistas LGBTQIA+ brasileiros para ouvir com orgulho! 

Liniker
Créditos: Divulgação

Além de cantar, Liniker é compositora, artista visual e atriz, protagonista da série Manhãs de Setembro, exibida pela Amazon Prime. Em 2015 o Brasil conheceu a sua voz poderosa com a música Zero, através de um clipe no YouTube. A cantora estava ao lado de sua banda, Liniker e os Caramelows, que haviam se unido em uma casa para gravar três faixas.

Não demorou para Zero atrair as primeiras visualizações, chamando a atenção de ouvintes mais exigentes e apaixonados por música brasileira de qualidade. Ficou curioso para saber mais? Vamos conhecer a seguir a história da cantora Liniker! 

Quem é a cantora Liniker

Liniker de Barros Ferreira Campos nasceu em Araraquara, em julho de 1995. Aos 26 anos, ela é reconhecida como uma das maiores vozes da música nacional. 

Essa canceriana empoderada cresceu em meio a uma família de músicos em que se ouvia muito samba, samba-rock e soul. Com pai ausente, a cantora foi criada pela mãe, que encarou sozinha cuidar de Liniker e seu irmão. 

Durante uma apresentação na escola, em homenagem ao Dia das Mães, soltou a voz e notou que podia se desenvolver na música. Porém, havia uma grande barreira: a timidez.

Cantora Liniker
Créditos: Divulgação

Para tentar contornar a situação, ela decidiu fazer aulas de teatro em 2014, na Escola Livre de Teatro, em Santo André. O teatro ajudou a artista não apenas a se soltar mais, como também desenvolver a sua identidade visual.

Turbante, saia, vestidos, batom, brincos de argola, maquiagem e bigode. Foi através dessa personalidade autêntica que Liniker se apresentou ao Brasil, no clipe da música Zero

Primeiros passos na música

A cantora começou a sua trajetória na música com a banda Liniker e os Caramelows, formada por amigos do teatro. Eles decidiram juntar alguns trocados que tinham na época, foram para uma casa em Araraquara e gravaram três faixas para o EP Cru.

Zero, Louise du Brésil e Caeu logo viralizaram na internet, atingindo em uma semana 5 milhões de visualizações.

Era uma nova geração de artistas que aparecia para renovar a música brasileira. Alguns comentários no primeiro single lançado, Zero, eram de surpresa com a qualidade, diziam ser poesia pura e desejavam que a banda conquistasse o reconhecimento merecido.

Depois da repercussão positiva do EP na internet, Liniker aproveitou para lançar o primeiro disco, Remonta, em setembro de 2016. Feito de forma independente, os integrantes conseguiram gravar por conta de um financiamento coletivo. O trabalho teve uma ótima repercussão na imprensa internacional. 

Capa do álbum Remonta, de Liniker
Créditos: Divulgação

Com o talento da banda somado às boas energias emanadas pelos primeiros ouvintes, as primeiras turnês foram acontecendo e elas ultrapassaram fronteiras. Chegaram na Europa, Angola, Estados Unidos e muito mais.

Segundo disco com Liniker e os Caramelows

Em 2019, a cantora lançou o segundo álbum ainda ao lado da banda Liniker e os Caramelows. Intitulado Goela Abaixo, o disco misturou reggae, funk, R&B, MPB e soul e teve uma ótima recepção na mídia especializada.

Capa do álbum Goela Abaixo, de Liniker
Créditos: Divulgação

Tanto que chegou a ser indicado ao Grammy Latino de Melhor Álbum Pop Contemporâneo em Língua Portuguesa, em 2019.

Fim da banda e início da carreira solo 

Com o objetivo dos integrantes de se dedicarem a projetos paralelos, a banda Liniker e os Caramelows anunciou a separação no início de 2020. 

Com isso, a cantora Liniker seguiu carreira solo e lançou seu primeiro trabalho em setembro de 2021, Indigo Borboleta Anil, que trouxe faixas como Baby 95, Psiu, Antes de Tudo, Diz Quanto Custa e Lalange, com a participação de Milton Nascimento.

Primeira artista trans indicada ao Grammy 

A 20ª edição do Grammy Latino foi pra lá de especial, uma vez que ficou marcado com a indicação de Liniker como uma das primeiras artistas trans indicadas da história da premiação.

Ela concorreu com o álbum Goela Abaixo à categoria de Melhor Álbum Pop Contemporâneo em Língua Portuguesa, ao lado do grupo As Baías, também formado por trans.

Liniker
Créditos: Divulgação

Mesmo que o disco de Liniker não tenha conquistado a estatueta, que ficou com o álbum O Tempo é Agora, de Anavitória, a indicação de uma mulher trans foi um marco para abrir portas para outras artistas.  

Na ocasião, Liniker escreveu em seu Instagram, celebrando a indicação dela e do grupo As Baías:

Três travestis, três mulheres negras, indicadas numa categoria de destaque do Grammy Latino. Cantando em português, produzindo suas próprias histórias e sendo donas dos seus destinos, alimentando a arte, produzindo música nesse Brasil.

Apresentação histórica no Tiny Desk

Em 2018, Liniker teve outra importante conquista em sua carreira musical: ela se apresentou ao lado dos Caramelows na session do Tiny Desk Concerts.

O programa da rádio National Public Radio ganhou notoriedade pelas apresentações descontraídas que realiza desde 2008. No YouTube, o canal da rádio americana NPR MUSIC passa dos 2 bilhões de visualizações. 

Além de Liniker e os Caramelows, o Tiny Desk Concerts recebeu Seu Jorge e Rodrigo Amarante.    

Estreia como atriz 

Depois de muitas conquistas na carreira musical, Liniker deu mais um importante passo em 2021 e estreou como atriz na série Manhãs de Setembro.

Cena da série Manhãs de Setembro
Cena da série Manhãs de Setembro / Créditos: Divulgação

Exibida pela Amazon Prime, a série conta a história de Cassandra, uma mulher trans interpretada por Liniker, que precisa se dividir entre a maternidade, o trabalho como motogirl e as apresentações covers nas noites. Isso sem contar a força que precisa ter para lidar com o preconceito. 

Importante voz para o movimento LGBTQIA+

No início da carreira, Liniker tinha uma identidade visual andrógina e preferia não se identificar com o gênero masculino ou feminino. Tanto que alguns ainda ficam em dúvida sobre qual é o gênero de Liniker, mas agora já sabemos que devemos nos referir a ela no feminino.

Liniker
Créditos: Divulgação

Porém, tudo foi um processo, como ela mesma revelou durante entrevista para a revista Glamour. Tudo mudou quando certa vez ela leu em uma matéria que a identificava como “o cantor”. Isso lhe causou um incômodo e Liniker compreendeu que preferia ser mencionada no feminino, ela. 

Hoje, é uma importante representante da causa trans, uma das porta-vozes de maior destaque. Para ela, falta escuta e espaço para que mais profissionais trans consigam se destacar no mercado

15 artistas LGBTQ+ para ouvir com orgulho

Não é de hoje que artistas LGBTQ+ contribuem para a evolução da música, seja nas composições ou na mistura de estilos. 

Eles já provaram seus talentos e sensibilidade para criar coisas incríveis e, por isso, selecionamos para você conhecer e ouvir 15 artistas LGBTQ+.  

Artistas LGBT

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