Larry Fink, da BlackRock, tem corte de 30% na remuneração após queda do lucro

Maior gestora do mundo reduziu a compensação total ao CEO em razão dos resultados mais fracos em 2022

Empresa diz que corte na remuneração visa reduzir o impacto sobre o total dos funcionários da queda do lucro
Por Silla Brush
14 de Abril, 2023 | 07:58 PM

Bloomberg — A BlackRock, maior gestora de ativos do mundo, reduziu a remuneração total do CEO Larry Fink para US$ 25,2 milhões em 2022, uma queda de 30% em relação ao ano anterior, de acordo com um documento regulatório.

Fink, de 70 anos, recebeu um salário-base de US$ 1,5 milhão, US$ 7,25 milhões em incentivos em dinheiro, US$ 12,7 milhões em prêmios de incentivo de longo prazo e patrimônio diferido de US$ 3,75 milhões, disse a companhia, com sede em Nova York, na sexta-feira em seu relatório de referência anual.

“Com relação à remuneração de 2022, a administração determinou reduzir o impacto do declínio da lucratividade da empresa aos funcionários da BlackRock, concentrando os ajustes para baixo nos prêmios totais de incentivo para a alta administração”, disse a empresa no documento.

A derrocada do mercado americano e os temores de recessão em meio ao aumento das taxas de juros no ano passado afetaram a maior gestora de ativos do mundo.

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O total de ativos sob gestão da BlackRock caiu 14%, para US$ 8,6 trilhões em 31 de dezembro, depois de ter atingido um recorde acima de US$ 10 trilhões no ano anterior.

Ainda assim, a BlackRock continuou a atrair dinheiro novo em 2022, com entradas líquidas em todos os produtos totalizando mais de US$ 300 bilhões.

No primeiro trimestre deste ano, os clientes adicionaram US$ 110 bilhões líquidos aos produtos da BlackRock, incluindo seus ETFs de títulos e estratégias de gestão de caixa, informou a empresa na sexta-feira.

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Seus ativos sob gestão aumentaram para US$ 9,09 trilhões no final do período, após semanas de volatilidade do mercado após o colapso de três bancos americanos.

Cinco executivos no topo da liderança da BlackRock tiveram suas remunerações reduzidas em pelo menos 27% no ano passado, de acordo com o documento.

Três propostas de acionistas marcadas para votação na próxima reunião anual da empresa envolvem questões ambientais, sociais e de governança, ou ESG – um tópico que transformou o gestor de recursos em um saco de pancadas político.

O conselho de administração da BlackRock recomendou que os acionistas votassem contra as três proposta.

Em uma delas, um acionista pediu à BlackRock que produzisse um relatório sobre sua capacidade de “projetar a descarbonização na economia real”. Já em outra solicitação, um acionista propôs um relatório de impacto sobre os “riscos humanos relacionados ao clima” de um ETF vinculado ao setor aeroespacial e de defesa.

A terceira proposta, do Centro Nacional de Pesquisa de Políticas Públicas dos EUA, sugere uma auditoria das políticas de diversidade, equidade e inclusão da empresa e seu potencial para levar à discriminação.

O conselho se opôs à proposta, que disse conter “alegações infundadas”, dizendo que a BlackRock não tolera discriminação ou assédio ilegal.

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