Única a receber um funeral digno: Há 483 anos, morria Joana Seymour, esposa de Henrique VIII
Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Matérias / Personagem

Única a receber um funeral digno: Há 483 anos, morria Joana Seymour, esposa de Henrique VIII

Após dar um herdeiro homem ao monarca, a jovem morreu diante do complicado parto

Fabio Previdelli Publicado em 24/10/2020, às 00h00

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Joana Seymour durante o parto - Wikimedia Commons
Joana Seymour durante o parto - Wikimedia Commons

O nascimento de Eduardo VI, em 1537, foi um momento de extrema alegria para seu pai, o rei Henrique VIII. Afinal, Eduardo era tudo aquilo que o monarca sempre desejou: um herdeiro homem. Mas o êxtase logo foi ofuscado pela trágica morte de sua progenitora, Joana Seymour.

A gravidez de Joana foi anunciada em fevereiro daquele ano. A Rainha Consorte do Reino da Inglaterra e terceira esposa de Henrique VIII teve uma gestação tranquila e sem muitos problemas, situação contrastante com o trabalho de parto que ela teve que passar.

O torturoso trabalho de parto

Eduardo veio ao mundo às duas horas da manhã do dia 12 de outubro, após incríveis e cansativos dois dias e três noites de parto. Como era véspera do dia da festa de São Eduardo, o Confessor, a criança recebeu o mesmo nome do santo.

Joana aparentava estar recuperada, e consegui até se sentar e cumprimentar os convidados antes do batismo, no dia 15 de outubro, em Hampton Court. No entanto, dois dias depois, sua saúde se deteriorou seriamente e em menos de duas semanas ela estava morta — era dia 24 de outubro.

É provável que as complicações que levaram à sua morte tenham sido causadas pelo difícil e torturoso trabalho de parto, especialmente pelas diversas horas que ela levou até dar à luz.

Imagem de Eduardo VI / Crédito: Wikimedia Commons

O parto prolongado foi causado por Eduardo não estar bem posicionado dentro do útero  — como esse musculo é responsável por empurrar o bebê, provavelmente o útero tenha ficado esgotado e, por consequência, não expulsou completamente a placenta que fica em volta do bebê.

O menor resquício de placenta retida dentro do útero pode causar uma infecção que logo começaria a se deteriorar. Além do mais, Joana havia perdido muito sangue e estaria física e mentalmente exausta, o que a deixaria mais imune às infecções e, uma vez infectada, seu corpo seria menos efetivo em combatê-lo.

O funeral

Joana foi enterrada em 12 de novembro de 1537 na capela de São Jorge, no Castelo de Windsor. Após a cerimônia, sua enteada, Maria I, demonstrou sinais de tristeza e seguiu uma procissão de 29 pessoas — uma para cada ano de vida da rainha. Joana foi a única entre as esposas de Henrique VIII que recebeu um funeral digno de uma rainha.

Eduardo, Henrique e Joana / Crédito: Reprodução

Após sua morte, o rei vestiu preto pelos próximos três meses. Doi anos após a morte de Joana, Henrique se casou com Ana de Cleves — entretanto, as negociações para o matrimônio começaram após o funeral.

Durante seu período de luto, o monarca tornou-se obeso e desenvolveu diabetes e gota. Os historiadores especulam que Joana era sua esposa favorita porque foi responsável por gerar um herdeiro homem. Quando Henrique morreu, em 1547, ele foi enterrado ao lado dela — conforme desejava — no túmulo que ele havia feito para sua amada.