Ducados Unidos de Jülich-Cleves-Berg

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Vereinigte Herzogtümer Jülich-Kleve-Berg (de)
Verenigde Hertogdommen Gulik-Kleef-Berg (nl)

Ducados Unidos de Jülich-Cleves-Berg

Estados soberanos
(Sacro Império Romano-Germânico)

1521 – 1614
 

Brasão de Jülich-Cleves-Berg

Brasão



Localização de Jülich-Cleves-Berg
Localização de Jülich-Cleves-Berg
Mapa do Círculo do Reno Inferior-Vestfália (ca. 1560)
com os Ducados Unidos de Jülich-Cleves-Berg assinalados (vermelho)
Continente Europa
Região Europa Central
País Alemanha e Países Baixos
Capital Dusseldórfia
Governo Ducado
Duque
 • 1521–1539 João, o Pacífico
 • 1539–1592 Guilherme, o Rico
 • 1592–1609 João Guilherme de Jülich-Cleves-Berg
Período histórico Renascimento
 • 1521 Cleves-Mark
herdados pelo
Duque de Jülich-Berg
 • 12 de novembro de 1614 Partilha dos estados (Tratado de Xanten)
Precedido por
Sucedido por
Ducado de Berg
Ducado de Cleves
Ducado de Jülich
Condado de Mark
Condado de Ravensberg
Marca de Brandemburgo
Ducado do Palatinado-Neuburgo

Os Ducados Unidos de Jülich-Cleves-Berg (em alemão: Vereinigte Herzogtümer Jülich-Kleve-Berg) eram dois grupos de territórios situado no moderno estado da Renânia do Norte-Vestefália, na Alemanha e na moderna província de Guéldria, nos Países Baixos. Entre 1521 e 1666, o território foi uma combinação de estados em união pessoal, todos territórios reichsfrei [1] do Sacro-Império.

O nome foi ressuscitado após o Congresso de Viena para a Província de Jülich-Cleves-Berg, uma província de curta duração do Reino da Prússia, entre 1815 e 1822.

História[editar | editar código-fonte]

Os Ducados Unidos de Jülich-Cleves-Berg foi uma combinação de estados do Sacro Império Romano-Germânico, em união pessoal. Esses estados incluíam:

Os ducados de Jülich e de Berg tinham sido unidos em 1423. Um século depois, em 1521, a linha de duques que os governava, juntamente com o Condado de Ravensberg, extinguiu-se em linha masculina, e a filha (e herdeira) do último duque, Maria de Jülich-Berg, no âmbito da lei sálica, só poderia deter os estados do pai desde que o marido fosse seu guardião.

O seu marido — e primo distante — era João III, Duque de Cleves, Conde de Mark e Senhor de Ravenstein, que se casara com Maria, fazendo um casamento estratégico, em 1509.

Assim, os territórios destes Ducados Unidos[2] correspondia ao território do atual estado alemão da Renânia do Norte-Vestfália, excetuando os principados eclesiásticos do Eleitorado de Colónia e do Principado-Bispado de Münster.

Contudo, apenas um século após o estratégico casamento de João III, a linha de duques dos ducados unidos também se extinguiu, em 1609, com a morte, sem descendência, de João Guilherme de Jülich-Cleves-Berg (neto de João III).

Estes duques, inspirados pelo humanismo de Desiderius Erasmus, haviam conseguido implementar uma "em latim: via media" entre as disputas confessionais da época que haviam surgido com a Reforma Protestante e com a posterior Contra Reforma católica.

Os dois herdeiros dos ducados unidos, sobrinhos do último duque, encontravam-se em campos opostos (um sobrinho era católico e outra sobrinha protestante). A situação complicou-se ainda mais pela vontade de aquisição manifestada quer pelo imperador Rodolfo II (soberano formal dos ducados), quer pelos Duques da Saxónia (este últimos partilhavam as preocupações de Henrique IV de França e da República das Províncias Unidas, que temiam qualquer fortalecimento dos Países Baixos dos Habsburgo).

Os dois sobrinhos do último duque eram:

Como resultado, estalou a denominada Guerra de Sucessão de Jülich (precursora da Guerra dos Trinta Anos), solucionada pelo Tratado de Xanten (1614), que determinava que os 3 estados Protestantes (Cleves, Mark e Ravensburg) passavam para o Brandemburgo-Prússia, e os 3 estados Católicos (Jülich, Berg e Ravenstein) seriam alocados ao Palatinado-Neuburgo.

No decurso da guerra, os territórios foram afetados por várias ações militares, tendo perdido muita da riqueza e bem estar por que eram conhecidos no tempo do Duque Guilherme, o Rico.

O filho de Wolfgang Guilherme, Filipe Guilherme, herdou o Eleitorado do Palatinado em 1685, ficando a cidade de Dusseldórfia (capital de Berg), como sede do Eleitorado, até que esta linha herdou a Baviera em 1777.

Quanto aos Eleitores do Brandeburgo, estes tornaram-se, em 1701, Reis na Prússia; com Cleves-Mark como sua primeira possessão no ocidente da Alemanha, foi a origem da futura Prússia Renana.

Mapa de Jülich-Cleves-Berg incluindo a província de Guéldria (cerca de 1540)

Duques de Jülich-Cleves-Berg (Casa de Mark)[editar | editar código-fonte]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. termo alemão que designava estados com dependência direta apenas do Sacro-Imperador
  2. de facto tratava-se de 3 ducados, 2 condados e um senhorio

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Christian Schulte: Versuchte konfessionelle Neutralität im Reformationszeitalter. Die Herzogtümer Jülich-Kleve-Berg unter Johann III. und Wilhelm V. und das Fürstbistum Münster unter Wilhelm von Ketteler. Lit Verlag, Münster 1995, ISBN 3-8258-2684-8 (Geschichte. Bd. 9), (Zugleich: Münster (Westfalen), Univ., Diss., 1995).
  • Kurtzer Gegründter und Summarischer Bericht/ Von der Succession an den Gülischen Clevischen und Bergischen/ auch andern dazu gehörigen Landen/ Fürstenthumben/ Graff: unnd Herrschafften/ [et]c. 1610 (Edição digitalizada – Universidade e Biblioteca Estadual de Düsseldorf)
  • Heribert Smolinsky: Jülich-Kleve-Berg. pdf-Datei, Sonderdrucke aus der Albert-Ludwigs-Universität Freiburg; Originalbeitrag erschienen in: Anton Schindling (Hrsg.): Die Territorien des Reichs im Zeitalter der Reformation und Konfessionalisierung: Land und Konfession 1500–1600, Vol.3: Der Nordwesten. Editora Aschendorff, Münster 1991, Pág. 86–106