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    Quem foi James Baldwin, ativista dos direitos civis homenageado pelo Google

    O importante escritor do século 20 estampa o Doodle da página inicial do Google, nesta quinta-feira (01)

    James Baldwin foi um romancista e ativista norte-americano
    James Baldwin foi um romancista e ativista norte-americano Foto de Mario Jorrin/Pix/Michael Ochs Archives/Getty Images

    Ana Beatriz Diasda CNN

    São Paulo

    Nesta quinta-feira (01), o escritor e ativista dos direitos civis americanos, James Baldwin recebeu uma homenagem com uma ilustração na página inicial do Google. O desenho realizado no logotipo do pesquisador é chamado de Doodle, e é realizado como uma alteração especial e temporária com o objetivo de comemorar feriados, eventos, conquistas e figuras históricas notáveis.

    James Baldwin é prestigiado por suas inúmeras obras literárias, que não abordam só romances, como também temas relacionados à justiça social.

    Google presta homenagem à James Baldwin com Doodle
    Google presta homenagem à James Baldwin com Doodle / Reprodução/Google

    De acordo com o portal da Companhia das Letras, o escritor nasceu em Nova York em 1924 e se tornou um dos nomes mais destacados da literatura americana do século 20. Entre seus principais temas, sobressaem a luta racial e as questões de sexualidade e identidade.

    Irmão mais velho de oito irmãos, Baldwin desempenhou desde cedo o papel de figura paterna, já que ele não conheceu seu pai e perdeu o seu padrasto ainda na adolescência. Com a grande responsabilidade, ele nem sonhava com a faculdade e por isso, trabalhava em empregos braçais durante o dia e à noite tocava violão em cafés, onde também escrevia por longas horas, tentando realizar o sonho de se tornar escritor.

    De acordo com informações do National Museum of African American History and Culture, Baldwin deixou os Estados Unidos para viver em Paris em 1948, porque ele não tolerava a discriminação racial e sexual que sofria diariamente. Lá, ele se reconectou com Richard Wright, que foi o seu mentor no início da carreira e conheceu Maya Angelou.

    Baldwin passaria os quarenta anos seguintes no exterior, onde escreveu e publicou a maior parte de suas obras.

    “Eu Não Sou Negro” indicado ao Oscar de Melhor Documentário em 2017 e narrado por Samuel L. Jackson foi baseado em um dos livros do ator, que infelizmente, ficou inacabado. Nele, Baldwin se empenhou em retratar a realidade social norte-americana através da vida e morte de três grandes ativistas pelos direitos raciais que foram assassinados: Medgar Evers, Malcolm X e Martin Luther King Jr., mas não conseguiu terminar a história antes de sua morte.

    Outro grande sucesso do escritor é “O Quarto de Giovanni”, que por sua vez, é um clássico da literatura LGBTQIA+. Lançado em 1956, embarcamos na história de David, um jovem americano que está em Paris esperando a chegada de sua namorada, que se pondera se deveria ou não se casar com ele.

    Em meio aos bares de Paris, David conhece Giovanni, um garçom italiano pelo qual se vê apaixonado e com quem logo estabelece um relacionamento. Além do romance, o livro ainda faz refletir como os personagens LGBTQIA+ não são isentos de serem machistas ou de reproduzirem outros preconceitos em sua própria vida.

    Outras obras notáveis do escritor são: “Se o disseres na montanha”, de 1953; “Notas de um filho nativo”, de 1955; “Terra Estranha”, de 1962 e “Se a Rua Beale Falasse”, de 1974. Este último, também inspirou na confecção de um filme, que estreou com o mesmo título da obra literária, em 2018.

    Baldwin faleceu em 1987 em sua casa em St. Paul de Vence, aos 63 anos, após uma curta batalha contra o câncer de estômago.