Taxa de inflação no espaço europeu desceu em maio para 6,1%. Mas para a presidente do BCE ainda é "demasiado alta".
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Inflação na zona euro a descer
Christine Lagarde, presidente do BCE Getty images

A política monetária mais restritiva do Banco Central Europeu (BCE) parece estar a voltar a ter efeitos na inflação. Depois de ter subido ligeiramente em abril para 7,0%, a inflação na Zona Euro voltou a descer em maio para 6,1%, apontam os dados provisórios do Eurostat. Mas, mesmo assim, a presidente do Banco Central Europeu (BCE) considera que a "inflação é demasiado alta" e, por isso, deverá continuar a subir as taxas de juro diretoras nas próximas reuniões.

A taxa de inflação anual da Zona Euro subiu em abril para 7,0%, após cinco meses de recuos consecutivos. Mas agora há novamente boas notícias: a inflação na Zona Euro voltou a recuar em maio para 6,1%, segundo aponta a estimativa rápida do Eurostat. Recorde-se que há um ano, a inflação na Zona Euro estava nos 8,1%.

Entre os 20 países da Zona Euro com dados disponíveis até à data, foi na Eslováquia, na Letónia (12,3% cada) e na Estónia (11,2%) onde se observaram as taxas de inflação mais elevadas, medidas pelo Índice Harmonizado dos Preços no Consumidor (IHPC). Destes países, 11 Estados apresentaram uma taxa de inflação acima da média da Zona Euro.

Abaixo da média encontra-se Portugal, onde taxa de inflação medida pelo IHPC (que permite comparações entre países do espaço europeu) foi de 5,4% em maio. Já as taxas de inflação mais baixas foram registadas no Luxemburgo (2,0%), na Bélgica (2,7%) e em Espanha (2,9%), segundo a estimativa do Eurostat.

"Estamos determinados a reduzir a inflação atempadamente para o nosso objetivo de médio prazo de 2%",  Christine Lagarde, presidente do BCE

Apesar de a inflação estar a recuar na Zona Euro, bem como na maioria dos países, Christine Lagarde insiste em restringir ainda mais política monetária europeia, porque "a inflação é demasiado alta hoje e continuará a sê-lo durante muito tempo", afirmou esta quinta-feira, dia 1 de junho. 

"Precisamos de continuar o nosso ciclo ascendente até estarmos confiantes de que a inflação está no bom caminho para regressar ao nosso objetivo a tempo", reforçou a presidente do BCE, dando nota que o objetivo passa por reduzir a inflação no médio prazo até aos 2%, nível onde é assegurada a estabilidade dos preços. 

Na perspetiva de Lagarde, "ainda é necessário um aperto considerável" das taxas de juro para baixar a inflação, apesar de admitir que os recentes aumentos dos juros diretores estejam a repercutir-se "fortemente nas condições de crédito bancário" em vários países, como em Portugal.

Portanto, é esperado um novo aumento das taxas de juro diretoras na próxima reunião de política monetária agendada para 15 de junho - resta saber é qual será a dimensão do novo aumento.

Porque desceu a inflação na Zona Euro em maio?

A taxa de inflação da Zona Euro desceu em maio, sobretudo, devido ao abrandamento do aumento de preços na componente da alimentação e pela deflação na energia, segundo revela a estimativa rápida do serviço estatístico europeu. Assim evoluíram as diferentes componentes da inflação:

  • alimentação, álcool e tabaco apresentou, em maio, uma taxa de 12,5%, a maior de todas (em abril foi de 13,5%);
  • energia passou de uma subida de preços de 2,5% em abril para uma descida de 1,7% em maio.
  • bens industriais não energéticos: a inflação desceu para os 5,8% (6,2% em abril);
  • serviços: inflação passou para os 5,0% em maio (5,2% em abril).

A taxa de inflação da Zona Euro acelerou desde junho de 2021, principalmente devido à subida dos preços da energia, e atingiu valores recorde desde novembro de 2021, com o primeiro recuo a ser registado em novembro de 2022.

*Com Lusa

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