Advogado vê homofobia em caso de psicóloga que ofendeu funcionários de restaurante no Museu do Amanhã: 'Está claro'; vídeo
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Por O Globo — Rio de Janeiro

Após ver o vídeo em que a chef Isabela Duarte e o auxiliar de cozinha Henrique Lixa são alvos de ofensas por parte da psicóloga Juliana de Almeida Cezar Machado — os dois são chamados de "sapatão" e "viado", entre outros xingamentos —, o advogado criminalista e professor de Direito Penal Carlos Maggiolo afirmou, nesta terça-feira, que fica claro ali a prática do crime de homofobia.

Para o especialista, o caso não deveria ser registrado como lesão corporal — informação publicada pelo portal g1, que afirma ainda que Isabela e Lixa foram agredidos fisicamente:

— Tem até falsidade ideológica ali (num determinado momento Juliana se apresenta como desembargadora). O delegado foi muito camarada registrando como lesão corporal.

Psicóloga ofende funcionários de restaurante no Museu do Amanhã

Psicóloga ofende funcionários de restaurante no Museu do Amanhã

De acordo com ele, lesão corporal tem pena de até um ano de prisão, enquanto a de homofobia é de um a três anos e a de falsidade ideológica, de um a cinco anos.

O também criminalista Patrick Berriel aponta um possível crime de homofobia, por causa do uso dos termos "viado" e "sapatão".

— A pessoa que sofreu ofensas homofóbicas é importante fazer o registro, já que a homofobia, de acordo com a decisão do STF, se iguala ao crime de racismo, da lei 7716/89. É importante que faça a devida ocorrência juntando o vídeo bem como possíveis testemunhas do fato — disse ele.

'Sapatão' e 'viado'

O vídeo mostra Juliana, bastante alterada e com uma taça nas mãos, falando bem próximo ao rosto de Isabela Duarte: "Eu vou denunciar essa p*. Sou desembargadora sua filha da p*. Eu vou trazer a polícia aqui, eu vou fechar essa p*". A cena ocorreu no último sábado.

Ela continua as ofensas: "Você tá f*". Então se volta para Henrique Lixa: "Seu viado, filho da p". E, novamente, volta a atacar Isabela: "Você é sapatão". Em seguida dispara para a pessoa que está gravando: "Grava, grava porque eu vou trazer as coisas aqui e vão ver como vocês me trataram. Vocês me trataram muito mal".

Na manhã desta terça-feira, após a repercussão do caso, a Polícia Civil informou que a 4ª DP (Presidente Vargas) instaurou inquérito para apurar, além de lesão corporal, os crimes de injúria homofóbica e ameaça. Segundo a assessoria de imprensa da corporação, "envolvidos e testemunhas estão sendo ouvidos e agentes realizam outras diligências para esclarecer os fatos".

Museu e restaurante se pronunciam

Em sua rede social, a Casa de Saulo, restaurante onde as agressões aconteceram, repudiou o episódio: "Nosso compromisso vai além de servir pratos deliciosos, sustentabilidade e biodiversidade. Aqui, a inclusão e a diversidade são os temperos que dão sabor à nossa essência. Queremos que todos se sintam acolhidos, valorizados e respeitados em nossos restaurantes. Cada pessoa traz consigo uma história única, e é essa diversidade que torna nossa comunidade ainda mais especial. Vamos juntos construir um ambiente onde todos têm voz e espaço para serem autênticos. Nossa mesa está sempre posta para a inclusão, o respeito e o amor. Dizemos não à homofobia, ao racismo, à xenofobia e a qualquer tipo de preconceito!"

O Museu do Amanhã também se pronunciou: "Nesse último sábado, infelizmente, acompanhamos um caso lastimável de homofobia e agressão no restaurante dentro do Museu. O fato foi informado à equipe do Museu, que apoiou e acompanhou as vítimas até a delegacia para a realização do Registro de Ocorrência".

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