Derretimento do gelo polar está alterando a rotação da Terra e mundo pode perder um segundo do tempo; entenda
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Por O Globo e agências internacionais

Um estudo publicado na revista Nature na quarta-feira revelou que o derretimento das calotas de gelo polares provocado pelo aquecimento global está alterando a rotação da Terra, fortemente afetadas pelo atrito das marés no fundo do oceano. De acordo com a pesquisa, o deslocamento do grande volume de água derretida nos polos do planeta em direção ao Equador está desacelerando a velocidade de rotação, o que, somado a alterações no núcleo terrestre, fará com que todo mundo perca um segundo do seu tempo nos próximos anos. A solução? Retirá-lo efetivamente dos relógios.

— O derretimento do gelo polar tem sido grande o suficiente para afetar visivelmente a rotação de toda a Terra de uma forma sem precedentes — disse Duncan Agnew, professor de geofísica da Universidade da Califórnia e autor do estudo, em entrevista à rede CNN americana. — Para mim, o fato de os seres humanos terem provocado a mudança na rotação da Terra é algo surpreendente.

Segundo a pesquisa, embora a nossa noção de tempo seja determinada pela rotação terrestre, esse movimento está longe de ser constante e pode sofrer alterações dependendo do estado da superfície e do núcleo do planeta.

Ao longo dos anos, muitos segundos foram adicionados, seguindo uma tendência de desaceleração do movimento terrestre. Pela primeira vez, as mudanças no núcleo estão acelerando a rotação a um ponto que será necessário retirar um segundo.

"Um segundo bissexto negativo (retirada de um segundo dos relógios para mantê-lo em sincronia com a rotação terrestre) nunca foi testado, portanto, os problemas que ele poderia criar não têm precedentes", escreveu Patrizia Tavella, membro do Departamento de Tempo do Escritório Internacional de Pesos e Medidas na França, em um artigo que acompanha o estudo.

Há muitos mistérios sobre o que ocorre no núcleo líquido do planeta, em especial sobre os motivos para a mudança da sua velocidade. De acordo com o autor do estudo, o núcleo se move independentemente da superfície, mas, quando ele desacelera, a superfície tende a fazer o movimento oposto para manter seu impulso.

A pesquisa destaca que, mesmo com a influência exercida pelo derretimento das calotas polares para a desaceleração da rotação terrestre, o fenômeno "imprevisível", segundo Agnew, que ocorre dentro do núcleo está acelerando seu ritmo, por isso, será preciso subtrair um segundo do tempo pela primeira vez. O momento exato em que isso acontecerá ainda está em aberto e dependerá do nível de alteração provocada pelos seres humanos na natureza até lá.

Ainda que pareça imperceptível, há algumas consequências causadas por alterações no tempo. Por exemplo, sistema de computação envolvidos em transações de bolsas de valores precisarão ser reprogramados e ficarão mais propensos a erros.

— Ninguém realmente previu que a Terra aceleraria a ponto de precisarmos remover um segundo bissexto — disse Agnew à rede americana. — Ser capaz de dizer que tanto gelo derreteu que de fato mudou a rotação da Terra em uma quantidade mensurável, acho que nos dá a sensação de que isso é importante.

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