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Para este crítico, a cobertura televisiva ao funeral de Isabel II em Portugal é excessiva: “As pessoas ou não ligam nenhuma ou estão fartas”

Para este crítico, a cobertura televisiva ao funeral de Isabel II em Portugal é excessiva: “As pessoas ou não ligam nenhuma ou estão fartas”

Eduardo Cintra Torres diz compreender o tempo que as televisões inglesas têm dado ao acontecimento, mas desconfia das opções das estações portuguesas

Para este crítico, a cobertura televisiva ao funeral de Isabel II em Portugal é excessiva: “As pessoas ou não ligam nenhuma ou estão fartas”

Isabel Paulo

Jornalista

Passados 10 dias sobre a morte da monarca que reinou durante sete décadas, o “The Guardian” antecipava, este sábado, que a cobertura televisiva do funeral de Isabel II se irá revelar o evento mediático do século.
Em Londres, além dos canais britânicos, estarão presentes nas exéquias fúnebres estações televisivas, públicas e privadas, dos quatro cantos do mundo, muitas das quais a acompanhar em direto os rituais de luto e a proclamação de Carlos III como rei do Reino Unido.
Apesar de considerar que a cobertura das cerimónias fúnebres “não é exagerada” na Grã-Bretanha, não só devido ao longo reinado de Isabel II, mas sobretudo pela “relação fortíssima entre o povo e a rainha”, Eduardo Cintra Torres refere que 11 dias de transmissões, mesmo para os ingleses, será tempo demais. “Estamos perante dois acontecimentos em simultâneo - a morte da rainha e a consagração do novo rei”, lembra o crítico televisivo, que, na sua habitual crónica 'Imagens da Semana', no Correio da Manhã, escreveu: "O momento crucial da passagem de Isabel II a Carlos III foi a sua chegada a Buckingham: saiu do carro e foi cumprimentar pessoas ali reunidas. Um ato simples transforma-se em amor do povo e pelo povo. Simbolicamente foi coroado pelo povo”.
Cintra Torres desconfia, contudo, de previsões como as do jornal britânico sobre a dimensão do impacto mediático do funeral, desde logo por que ainda “nem sequer se passou um quarto de século”. “Afirmações deste género (será o evento de maior cobertura televisiva do século) têm de ser falsas ou no mínimo exageradas”, afirma o especialista em comunicação, sublinhando que ninguém sabe o que se passará nos próximos 78 anos ou até se haverá televisão no final do século XXI.
O crítico aponta como momento de espetáculo mais extraordinário o da transladação do corpo da rainha do Palácio de Buckingham, residência oficial da monarca em Londres, até ao Palácio de Westminster, onde permanece em câmara-ardente até ao funeral de Estado na Abadia de Westminster, antes de ser enterrada ao lado do marido, o príncipe Filipe e duque de Edimburgo, em Windsor, cerimónia reservada à família.
Em relação à transmissão televisiva em Portugal, Eduardo Cintra Torres afirma ter sido excessiva, estimando que as pessoas, após os primeiros dias que se seguiram ao anúncio da morte, ou “não ligam nenhuma ou estão fartas”.

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