Tim Burton e a sua tocante história sobre Edward Mãos de Tesoura

Emanuelle Gomes

Talvez a geração que tem mais de 30 anos pode se sentir representado pelo que vou escrever agora: o filme Edward Mãos de Tesoura, do diretor Tim Burton, é um mix de sentimentos. Desde o começo do longa até os créditos finais, passamos por todos os estágios possíveis: expectativa, curiosidade, medo, compaixão, raiva e tristeza, são alguns dos principais.

O quarto filme de sua carreira foi lançado em 1990 define totalmente quem é o diretor. O protagonista ― Edward ― é a imagem onírica de Tim Burton. Apesar do roteiro não ser seu, a construção estética da personagem advém de seus livros de desenhos e a montagem da história possui simbologias que estão totalmente entrelaçadas com a sua visão de mundo, além de todo o aparato referencial construído desde sua infância e adolescência.

Johnny Depp e Tim Burton, no set de filmagem de Edward Mãos de Tesoura/20th Century Fox

Por toda a sua carreira cinematográfica podemos destacar o quão preponderante são as referências que fazem de seus trabalhos tão peculiares. E todas elas se encontram nesse filme que pode ser basilar para quem se interessa em discutir suas obras cinematográficas. A saber:

  • A abordagem estética provenientes dos filmes expressionistas alemães como Nosferatu (1922) e O Gabinete do Dr. Caligari (1920);
  • Os moldes de filmes de terror da década de 1970 e a adaptações dos contos de Edgar Allan Poe;
  • O apreço por narrativas que funcionam como contos de fadas modernos ou góticos;
  • Personagens centrais desajustados, degenerados, transformados em figuras boas-praças.

Paradoxalmente, Burton é “cria” da Disney, sendo que foi lá o seu primeiro emprego para ganhar experiência em direção durante alguns anos da década de 1980. O jeito peculiar de enxergar animações acabou afastando Tim dos estúdios do Mickey Mouse, mas também abriu portas em Hollywood. Os seus primeiros longas constituem interessantes degraus de como ele formou a sua identidade entre os grandes nomes da época.

As ideias de animações, o apreço por maquetes, a técnica de stop-motion, e o característico senso estético um tanto macabro, apareceram pela primeira vez de forma completa no despretensioso Beetlejuice (ou como no título brasileiro, Os Fantasmas se Divertem) de 1988, onde ele se utilizou das ferramentas do terror gótico para uma narrativa levemente sinistra ao mesmo tempo que cômica, transformando um zumbi degenerado e lendário em um estranhamente simpático protagonista.

Beetlejuice acabou tendo um notado sucesso e garantiu o interesse dos grandes estúdios pelo diretor. O gótico retornaria, um pouco depois, com a adaptação do icônico personagem das HQs da DC Comics. Batman (1989) (e Batman – O Retorno em 1992) trazia, especificamente ao personagem, à Gotham City e aos seus arqui-inimigos, toda uma faceta soturna, misteriosa e, ao mesmo tempo, cativante e leve, sendo um divisor de águas na representação do outro lado de Bruce Wayne nos cinemas.

Em sua juventude, arquétipos de monstros universais como a criatura de Dr. Frankenstein, o Conde Drácula e o Lobisomem eram todos solitários extremos e não assassinos em série, sobrenaturais e destrutivos, sobretudo nos filmes de terror lançados na década de 1970. Além disso, Vincent Price, grande ícone do terror gótico cinematográfico americano, era uma figura admirada por Burton. Não obstante, o ator era conhecido por ter imortalizado as obras de Edgar Allan Poe adaptadas à telona, como é o caso do famoso O Corvo de1963.

Tim ainda é muito criticado por dar ideias para seus filmes, mas de nunca escrever roteiros. Ao longo da sua carreira, as obras foram acusadas de não focarem no conteúdo narrativo e de serem supérfluas. No entanto, ele investiria um talento artístico sincero em um material central e supostamente fútil de modo a dar densidade para as histórias. A suspensão das descrenças infantis é a ordem: “Na tela, nos identificamos com simpáticas aberrações, monstros ou demônios, homens-morcegos. O Batman de Burton é o mais desajustado de todas as adaptações audiovisuais do personagem, tão mais até que seus grotescos inimigos. Ele [Burton] se atrai por personagens com solidão e tristeza inerentes à sua constituição” (WOODS, 2015, p. 13).

Burton aceita as analogias para si mesmo, apesar de certa relutância e de apresentar sempre um alívio cômico, um senso de humor que equilibra sua melancolia em boa parte dos seus filmes. O sombrio e o frívolo são dois lados de uma mesma moeda; caminham de mãos dadas e se completam. As personagens “esquisitas” inspiram uma “catarse adolescente”, que faz com o espectador fique do lado deles, torça por eles e os considere heróis.

Colocados nesses termos, não parece que o segundo filme de Edward Mãos de Tesoura seja um tipo de conto de fadas. Não pelo menos, da forma com que estamos acostumados a pensar animações cinematográficas do gênero. Originário não só da cultura americana de monstros, mas do imaginário do diretor, Edward é a metáfora do garoto desajustado com o coração de criança e alma antiquada. Com o enlace de circunstâncias comuns e modernas, temos uma história que abrange um sentido de moral e que conversa, de algum modo, com diversas nuances sobre o tema, isto é, o desajuste consigo mesmo e com os outros.

Nesse longa, Burton faz uma espécie de inserção de sua estética com um material supostamente fútil transformado em encantamento. Os protagonistas de todos os seus filmes ― e Edward não é diferente, ademais é o principal destaque, nesse sentido, para pensarmos a sua filmografia ― são simpáticas aberrações e suas histórias possuem flertes com a solidão e a melancolia de forma real e equilibrada, sem deixar de lado, a leveza e o bom humor. É possível identificá-lo como um conto de fadas moderno em várias camadas da narrativa.

Como um “monstro de Frankenstein angelical ou puro”, Edward permanece com o coração angustiado e inocente até ser a representação da moral inerente no romance de Mary Shelley: “Trate mal uma pessoa e ela se tornará má” (WOODS, 2015, p. 13). É diante desse processo, que um lado obscuro do protagonista sobressai e torna a sua resolução final, por um julgamento desmedido da sociedade que não o compreende. Com uma mistura de bem e mal, sombra e luz, alegria e tristeza, o diretor diria que a dolorosa trajetória de Edward em sociedade engloba o que ele sentia em relação à vida. Através de sua sensibilidade, Tim transmitiu uma emoção genuína que encontramos em diversos contos maravilhosos, mas também há um adicional, digamos, mais realista com o toque do trágico (e injusto) destino.  

Essa sensibilidade ou sentimentalidade fica mais explícita no filme logo no começo: uma senhora idosa observa uma mansão de torres cinza no alto de uma montanha, através de uma janela. A paisagem (gótica) recebe um adendo: está nevando e assim que se abre o enquadro da câmera, temos o vislumbre de um cenário típico da ocasião do Natal no Hemisfério Norte. A senhora pede a sua netinha que se aconchegue para dormir, pois está frio. A menina então pergunta: “Por que neva? De onde vem a neve?”, ao passo que a senhora responde ser uma longa história e não o momento para contá-la. Sob insistência da menininha, a avó cede aos pedidos, suspirando e dizendo: “Acho que devemos começar pelas tesouras. Tesouras, de todos os tipos, mas especificamente uma vez, houve um homem que tinha mãos de tesoura”.

Edward Mãos de Tesoura/20th Century Fox

Assim começa a história, como se fosse um “era uma vez”: um tempo atrás, naquela mansão no topo da montanha ― que a garotinha diz ser “mal-assombrada” ― vivia um grande inventor que criou muitas coisas, conta a senhora. Como uma história para fazer dormir, com uma finalidade moral, somos apresentados a uma das criações deste senhor: um rapaz que foi deixado pelo Inventor (em inglês, “The Inventor”), incompleto e sozinho, em pleno isolamento na mansão. Alguns detalhes sobre a “criação” de Edward nos é apresentada em forma de “flashbacks”. Somos levados então, ao momento em que ele “surge” naquele subúrbio, por acaso, e transforma a vida de todos com quem convive até o momento catártico de seu retorno à mansão, justamente em ocasião do Natal.

Do dia em que Edward é retirado do isolamento pela vendedora de cosméticos, Peg Boggs, até o convívio com a família dela ― seu marido Bill, e seus filhos, Kim e Kevin ― e os curiosos e oportunistas vizinhos, um aprendizado sobre a sua verdadeira essência se faz como fio condutor da narrativa. O recorte da sua trajetória “em civilização”, suscita diversas reações nos espectadores. A primeira delas é o temor por sua aparência incomum que causa desconforto. Sua palidez e as mãos de tesoura denotam uma reação de inumanidade e perigo, por ser esteticamente diferente de um homem comum.

De forma figurada, o protagonista do filme de Tim Burton abarca os dois sentidos em um só ser: bem e mal, aspecto positivo e negativo. Um estudo sobre o Duplo seria crucial para entendermos essa nuance: a polaridade simbólica benéfica e maléfica depende da ótica adotada. Esteticamente, podemos confirmar que ele é ameaçador, incomum, “infamiliar” ― este último nos guia ao termo usado por Sigmund Freud, “Das Unheimliche” ― isto é, o estranho visualmente que desencadeia sentimentos inquietantes: medo pelas ameaçadoras tesouras, a repulsa e a aflição pelo aspecto pálido e as cicatrizes.

A perspectiva Das Unheimliche ― o infamiliar ― da qual o psicanalista desenvolve como conceito clínico à luz do que é ou esteve presente no passado e que retorna desencadeado como trauma ou inquietação nas pessoas, pode nos dar algumas ideias sobre Edward. Ele se assemelha a um ser humano comum, no entanto, com algumas peculiaridades.  Apesar das tesouras serem instrumentos cortantes, elas não estão colocadas em tom de ameaça na personagem, como poderia ser em um filme de suspense/terror, mas sim como metáfora da “incompletude” do protagonista. Esse parece ser a grande “sacada” do roteiro desenvolvido a um modo muito específico com Burton na direção.

O incômodo inicial sobre a aparência de Edward deixa de ser, aos poucos, um ponto chave nas suas relações com os outros, logo após a saída do isolamento. “Conhecido”, ele exala propensão à amizade e conquista alguns dos moradores daquele subúrbio. A característica que lhe é dada como “diferente” desencadeia dois sentidos primordiais: a curiosidade e o interesse, para depois ser a justificativa para o banimento do convívio.

Com uma mistura de bem e mal, Burton conduz a dolorosa trajetória da personagem como um conto de fadas, mas que também flerta com narrativas góticas: o protagonista vive isolado, é complexo, sombrio, apesar de conter luz.  Algumas características são fixadas: Edward é incapaz de se socializar e de tocar, passou muito tempo de vida em reclusão, e possui uma inocência infantil e sua jornada contém uma finalidade moral.

O autor italiano Remo Ceserani (2006) diz, em seus estudos sobre narrativas fantásticas, que os romances góticos e o modo fantástico da escrita, se completam, no sentido de que ambas desencadeiam mais Imaginação e Fantasia, ampliando o alcance do texto em relação à psicanálise, a natureza humana e a metafísica tanto religiosa quanto espiritual. Nesse sentido, ele cita o filósofo Arthur Schopenhauer para discutir a relação da vida com a morte na filosofia bem como a mudança cultural de um século para outro.

Nesse último argumento, temos algo imprescindível quando olhamos com uma lente de aumento para Edward: antes da Revolução Industrial, havia um senso coletivo, de cooperação e comunidade. Com industrialização, uma mudança nos paradigmas ocorre: o pensamento se volta para o indivíduo, ou seja, as ações passam a ser mais individualistas. O senso de comunidade, então, dá lugar ao senso do consumo. Com isso também, surge a necessidade latente do controle dos impulsos e dos instintos ― justamente pontos das quais Edward é mais deficiente em termos de coexistência em sociedade.

E onde que aparece Edward? Justamente num subúrbio! De algum modo, Tim Burton retrata o lado extremo e louco desse ambiente típico americano, e explora também o lado grotesco e cruel dos habitantes (aparentemente triviais e inofensivos) através da presença de Edward. Ele rompe com a rotina dos viventes inconscientemente quebra as aparências da ordem social. O senso de coletivo (re)torna quando Peg aparece com uma pessoa diferente no carona do carro. A individualidade burguesa é incutida no misterioso rapaz, aos poucos, como força central de sua vida biológica e social de primeiro impacto para o protagonista: apesar de sua “deformidade”, ele é habilidoso com a poda de arbustos, a tosa de cães e logo, os cortes de cabelo. Por um breve instante, ele deixa de ser o monstro para ser o herói. De que modo?

A princípio, é por conta das tesouras que ele é o diferente que ninguém sabe definir. No decorrer da história, essas tesouras deixam de causar inquietude para serem fontes de admiração: ele é habilidoso com elas. A distração dele na mansão solitária se transforma numa adequação quase imediata de Edward no subúrbio. Dos jardins aos cortes de cabelos das mulheres do bairro, aparece até a possibilidade de ter o seu negócio próprio, gerenciando um salão de beleza. Ele não é mais “o deslocado” moço que a Peg tirou da mansão, mas um homem útil em termos de trabalho. É aí que ele se torna “indivíduo”.

Edward Mãos de Tesoura/20th Century Fox

A falta de masculinidade (no sentido de ser personagem inocente como uma criança) passa a significar que Edward é presa fácil para as armadilhas nessa sociedade de consumo. A invasão na casa de Jim ― o namorado rico e popular de Kim, a filha da Peg, por quem Ed é apaixonado ― é traduzida por todos como um ato de inveja por tudo que a família do rapaz possui. Edward não revela para ninguém, nem mesmo depois de preso, que tudo foi armado pelo namorado da sua paixão. Ele é tão devotado à Kim, que não é capaz de negar um pedido seu, mas é exatamente Jim que exala o pior lado do protagonista.

Não há outra perspectiva senão considerar Jim como a personagem completamente má dessa história; o oposto de Edward em alguns sentidos. A começar pelo aspecto, sendo loiro, alto e forte, Jim é o capitão do time de futebol americano, típica figura popular e valentona nas escolas americanas, e que namora a animadora de torcida, também popular e rodeada de atenção. Tudo isso orbita como contraste em relação rapaz pálido, de cabelos bagunçados e negros, com andar robótico e gostos engraçados.

Apesar de toda a popularidade, Kim também se apaixona pelo lado puro e devoto de Edward. Quando o conhece, ela se assusta e repele o estranho rapaz. Todavia, com o tempo, a ligação entre eles denota o quanto são profundamente parecidos, e mais que isso: ela sente afeto por ele, sobretudo ela percebe que ele a protegerá de qualquer mal. A personagem encarnada de modo intenso pelo ator Johnny Depp (mais tarde, o alter ego de Tim em outros filmes do diretor) vê a família Boggs com olhos coloridos. Eles são perfeitos, representando a família que ele idealizou desde que se lembra.

Edward e Kim/20th Century Fox

A catarse da história se inicia quando ele acaba ferindo Kim, sem querer, na cena da escultura de gelo. Ele está esculpindo uma imagem de um anjo com o rosto de Kim no quintal da casa e os flocos de gelo caem do alto como se fossem neve. Kim fica maravilhada, dançando com os braços no alto numa cena em que mostra o encanto de uma pessoa ao ver neve pela primeira vez. Ao descer das escadas, Edward esbarra as tesouras na mão dela, ferindo-a. Ela se assusta mais por impulso, já que ouve o chamado de Jim. Nervoso, ele acusa Edward de ter atacado a namorada, afugentando-o. Assustado e com raiva, Edward sai em disparada, desaparecendo pelo bairro.

Nesse ponto, Edward não é mais bem-quisto pelos vizinhos. Um deles, até chama a polícia. Ao retornar a casa, por medo de ser preso novamente, Ed tem a revelação de que Kim corresponde o seu amor. É no momento do abraço que ele se lembra do Inventor ― interpretado por Vincent Price em um dos seus últimos filmes antes de falecer. Nesse importante flashback, Edward se lembra de quando esteve prestes a receber mãos humanas, e o seu criador é acometido por um mal súbito e morre. A imagem do fim de sua criação é metaforizada com o primeiro contato do protagonista com a morte, fadando-lhe à incompletude. Ele foi idealizado por um homem que desejava ter um filho, como na premissa de Geppetto e Pinóquio no conto de Carlo Collidi (escrito em 1883). No entanto, e mesmo com boas intenções, o Inventor presenteia Edward com a vida, ao mesmo tempo em que o condena à eterna vida de solidão e tristeza.

Logo após a essa cena, o desfecho trágico de Edward se inicia: ele vê pela janela, a van do amigo de Jim vindo em disparada pela rua e Kevin, o irmão mais novo de Kim, na iminência de atropelado. No afã de proteger Kevin de um acidente, Edward corre, empurra Kevin para a calçada e cai sobre o garoto, cortando-o no rosto, desesperado para saber se ele está bem. Os vizinhos rodeiam os dois em acusação, e Jim sai em fúria do veículo dizendo que Edward atacou o garoto. Peg resgata o filho da confusão e chama Edward para casa, ao passo que Kim pede para que ele corra. Ele volta para sua mansão, sendo perseguido pela polícia e os vizinhos curiosos de Peg.  Caçado como se fosse um monstro na aldeia, as tesouras voltam a ser o empecilho que faz de sua vida miserável: impedem o toque, impedem que ele se conecte com as pessoas que ama, faz dele uma aberração que deve ser eliminada.

Acreditando que ele invadiu a casa de Jim e atacou deliberadamente Kevin, o final trágico do personagem se desenha como um retrato macabro de uma sociedade curiosa, vil, que julga o que não conhece, deficiente em demonstrar compaixão e senso de comunidade, além de serem escravos das aparências. Na mansão de onde não devia ter saído, Edward sela o seu destino trágico (com a ajuda de Kim forjando a sua morte) e tem uma possível redenção. Nós, como espectadores, passamos por todos os estágios de sentimentos: medo, expectativa, alegria, até a raiva pela injustiça sofrida, culminando na tristeza pelo seu retorno à solidão. A moral está dada: a aparência conta no julgamento e a inocência e o amor, não é mais enaltecido.

O fim do filme retoma a avó que contava essa história a neta, nos tempos atuais. Ela diz que desde que Edward apareceu naquela região, todo Natal passou a nevar. A garotinha pergunta mais sobre a história e a senhora comenta que ela estava lá quando isso aconteceu, por isso sabe de tudo. É nesse momento que nos é revelado que a senhora que conta a história é na verdade Kim, com a idade avançada. A garotinha curiosa quer saber se Edward ainda está vivo, e ela diz que acredita que sim, mas que nunca mais foi até o casarão da montanha. A câmera nos leva para a mansão, nesse mesmo instante, e Edward está fazendo esculturas de gelo com cenas do cotidiano daquele subúrbio. A “neve” nada mais é que uma tocante celebração daquele momento que ele conheceu os Boggs e conheceu a sua eterna amada Kim.


Texto formulado a partir do estudo “A estética da personagem dúbia Edward Scissorhands de Tim Burton: de ‘monstro’ à ‘herói’” apresentada na I Jornada de Estudos Mitopoéticos: Monstros e Heróis: Tolkien, Mito e Fantasia, no dia 25 de junho de 2021.

Confira a playlist da Jornada no canal Tolkienista aqui.


Referências:

CESERANI, Remo. O Fantástico. Trad. Nilton Cezar Tridapalli. Curitiba: Ed. UFPR, 2006.

FREUD, Sigmund. O inquietante. In: História de uma neurose infantil (O homem dos lobos): além do princípio do prazer e outros textos. Trad. Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2010, p. 328-376.

WOODS, Paul. O Estranho Mundo de Tim Burton. Trad. Cassius Medauar. 2. ed. São Paulo: LeYa Editora, 2015.

Edward Mãos de Tesoura. Direção: Tim Burton. Produção: Denise Di Novi e Tim Burton. Intérpretes: Johnny Depp, Winona Ryder, Diane West, Anthony Michael Hall, Kathy Baker, Vincent Price, entre outros. Roteiro: Caroline Thompson. Estúdio: 20th Century Fox. Estados Unidos, 1990.


Emanuelle Gomes é mestre e doutoranda em literatura tolkieniana pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU-MG).

Deixe um comentário