Donald Trump é acusado criminalmente pela quarta vez em quatro meses
A Justiça americana acusou formalmente o ex-presidente americano Donald Trump de participar de uma organização criminosa para fraudar o resultado da eleição de 2020 no estado da Geórgia. Foi a quarta acusação criminal contra Trump em quatro meses.
O processo foi o resultado de dois anos e meio de investigação. Um júri popular analisou as provas e concluiu que o ex-presidente e outras 18 pessoas devem ir a julgamento. São, ao todo, 41 acusações contra o grupo. Trump é denunciado diretamente por 13 crimes, incluindo associação criminosa e conspiração. Todos os acusados têm até o dia 25 de agosto para se apresentar ao juiz.
Este é o quarto processo criminal contra Donald Trump e se destaca pela maneira como os promotores encaminharam as acusações.
Elas foram enquadradas na lei estadual da Geórgia de combate ao crime organizado. Foi a primeira vez que essa lei foi usada para sinalizar crimes cometidos em um processo eleitoral.
O professor de Direito John Banzhaf, da Universidade George Washington, destaca outra peculiaridade deste caso: por se tratar de uma acusação da esfera estadual, não é possível que haja interferência federal. Portanto, se Trump ou algum aliado dele for condenado, não há possibilidade de contar com perdão presidencial, por exemplo.
A Geórgia era um dos estados mais decisivos na eleição em 2020. Os votos foram recontados três vezes e, em todas, a vitória de Joe Biden foi confirmada.
Os promotores investigaram dezenas de ações de Trump e aliados, como o telefonema em que ele pressionou o secretário de Estado da Geórgia, Brad Raffensperger.
“Você deveria querer uma eleição precisa. Você é um republicano”, disse o então presidente.
“Nós acreditamos que realmente tivemos uma eleição precisa”, respondeu o secretário.
“Só quero encontrar 11.780 votos, um a mais do que nós temos, porque nós ganhamos a eleição no estado”, insistiu Trump.
O ex-presidente e aliados também são acusados de tentar fraudar a decisão da Geórgia do colégio eleitoral. Como a eleição americana é indireta, o voto do eleitor precisa ser confirmado por delegados. A equipe de Trump recrutou delegados falsos para votar a favor dele.
O ex-presidente diz que é inocente e vítima de perseguição política. A promotora do caso, Fani Willis, declarou que toma decisões com base nos fatos e na lei, e que a lei é apartidária.
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