Mohamed Al Fayed, magnata cujo filho namorou Diana, morre aos 94 anos

Al Fayed e a esposa Heini com roupas de luto, em pé
Legenda da foto, Al Fayed e a esposa Heini no funeral de Diana, em 1997

O empresário Mohamed Al Fayed, cujo filho Dodi morreu ao lado da princesa Diana em um acidente de carro em 1997, faleceu aos 94 anos.

A família divulgou nesta sexta-feira (01/09) que Al Fayed morreu "de forma tranquila" na quarta (30/08).

"Ele aproveitou uma aposentadoria longa e plena, rodeado pelas pessoas amadas. A família pede que sua privacidade seja respeitada nesse momento", disse um comunicado.

Nascido no Egito, ele construiu um império empresarial no Oriente Médio antes de se mudar para o Reino Unido na década de 1970. Entretanto, ele nunca conseguiu conquistar seu desejo de ter passaporte e nacionalidade britânica.

Al Fayed também passou anos questionando as circunstâncias das mortes de Dodi e Diana, então namorados - uma alegação rejeitada pelos investigadores franceses e britânicos e por um inquérito específico anos depois.

Na última década, ele ficou distante dos holofotes, vivendo uma vida mais reservada em sua mansão no condado de Surrey com a esposa Heini.

Al Fayed foi proprietário da famosa loja de departamentos Harrods e do time de futebol Fulham Football Club. A equipe subiu da terceira divisão para a Premier League sob sua gestão.

Al Fayed sorrindo

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Fullham divulgou nota declarando sua 'gratidão' a Al Fayed
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O clube divulgou em uma nota que ficou "incrivelmente triste ao saber" da morte do empresário: "Devemos gratidão a Mohamed pelo que ele fez pelo nosso clube. Nossos pensamentos agora estão com sua família e amigos neste momento difícil".

Quando jovem, morando na cidade egípcia de Alexandria, Al Fayed teve uma guinada quando conheceu sua primeira esposa, Samira Khashoggi. Ela era irmã do milionário comerciante de armas saudita Adnan Khashoggi — que empregou Al Fayed em seu negócio com a Arábia Saudita.

A função ajudou-o a criar conexões no Egito e, embora o casamento tenha durado pouco mais de dois anos, Al Fayed lançou depois o seu próprio negócio de transporte marítimo.

Em 1966, tornou-se conselheiro de um dos homens mais ricos do mundo, o sultão de Brunei.

Tendo acumulado riqueza e experiência consideráveis, mudou-se para o Reino Unido em 1974.

Um pouco mais de dez anos depois, Al Fayed e o irmão comprariam a Harrods, em 1985, por 615 milhões de libras, após uma violenta disputa de ofertas com o conglomerado de mineração do grupo Lonrho. A loja foi vendida para o fundo soberano do Catar em 2010.

Ansioso por garantir uma posição de prestígio nos escalões mais elevados da sociedade britânica, o egípcio havia comprado ainda no final dos anos 70 o icônico hotel Ritz, em Paris, com o seu irmão Ali, por 20 milhões de libras.

Foi do hotel que Dodi, um produtor de filmes, e Diana partiram antes de sofrerem o acidente de carro em 1997.

Ainda amargurado com a morte do filho, Al Fayed financiou em 2011 um documentário intitulado Unlawful Killing (assassinato ilegal, e, tradução livre), que reiterava as suas teorias da conspiração sobre o acidente de Paris.

Apesar de ter sido exibido no festival de Cannes, problemas legais impediram a distribuição ampla da produção.

Al Fayed nunca perdoou seu país de adoção por ter lhe recusado a cidadania que tanto desejava. As acusações sobre a morte de Dodi e Diana foram vistas por muitos como uma vingança contra um sistema que nunca o aceitou como um dos seus.