Diogo Ribeiro afina para os Jogos no Algarve | Abola.pt
Diogo Ribeiro afina para os Jogos no Algarve

Diogo Ribeiro afina para os Jogos no Algarve

NATAÇÃO13.04.202410:13

Três dos quatro qualificados para Paris-2024 cumprem estágio em Vila Real de Santo António. João Costa recupera tempo de baixa devido à operação ao ombro. Campeão mundial tem trabalhado os 15m iniciais de prova

«Para esta época, que tem como principal objetivo os Jogos de Paris, a ideia é fazer coisas simples, que não alterem muito a rotina dos nadadores. Essa foi uma das exigência ao vir para Vila Real de Santo António. Que os horários habituais dos treinos — nado e ginásio de manhã, descanso e novo treino na piscina à tarde — não se alterassem. Ao início houve alguns problemas, mas depois conseguiu-se ajustar tudo», contou o selecionador Alberto Silva que, desde o início da semana e até dia 20, dirige um estágio no Algarve.

Concentração que conta com Diogo Ribeiro, Miguel Nascimento (Benfica) e João Costa (V. Guimarães). Três dos quatro qualificados para os Jogos de Paris-2024, a par de Camila Rebelo (Louzan), e tendo em conta que, em junho (10-23), haverá Europeu em Belgrado.

Campeonato para o qual Portugal tem seis nadadores com mínimos alcançados nos prazos e critérios estipulados. Mas, nos casos de Gabriel Lopes (Louzan), Ana Rodrigues (Desp. Viana) e Francisca Martins (Foca), será a derradeira oportunidade de carimbar o visto para França. Costa não tem tempo para ir ao Euro porque, esta temporada, ainda não nadou dentro do mínimo devido a, em janeiro, ter sido operado ao ombro direito.

«O tempo tem estado quente e isso permite-nos sair e conviver mais. Na última época cada um ficou demasiado no seu microcosmos, com os seus problemas na sua casa. Inclusive eu. Aqui conseguimos que esses problemas fiquem postos mais de lado e o foco seja maior na convivência e objetivos. Estamos cá há poucos dias, mas acredito que será um estágio fundamental», justificou ainda a A BOLA Albertinho que, além da equipa técnica da federação, tem a companhia de Rui Costa, treinador e irmão de João.

APURADOS PARA O EUROPEU

Diogo Ribeiro (Benfica), 50 e 100 livres, 50 e 100 mariposa
Miguel Nascimento (Benfica), 50 livres
Gabriel Lopes (Louzan), 200 estilos
Camila Rebelo (Louzan), 100 e 200 costas
Ana Rodrigues (Desp. Viana), 50 bruços
Francisca Martins (Foca), 200 e 400 livres

«Assim também podemos ajudar um pouco o João na recuperação. Ele ficou um pouco abalado por ter sido operado após ter conseguido um resultado importante que o leva ao Jogos. Parecia que tudo iria desabar. Não é fácil. Teve de trabalhar muito a parte emocional para passar pela cirurgia e fisioterapia. É um bom momento para se renovar. Acho que este estágio será um marco importante para o João nesta temporada», considera.

Depois de, em fevereiro, Diogo se ter sagrado campeão mundial de 50 e 100 mariposa em Doha, Aberto Silva havia considerado que a parte de nado do português fizera a diferença porque desde o salto, passando pelo percurso subaquático e saída de água [breakout], Ribeiro estiveram em desvantagem. Havia que trabalhar esses aspetos nos 100 mariposa.

Têm-no feito ? «Tem sido trabalhado desde que cheguei a Portugal», responde de imediato. «Tem sido bastante trabalhado e existe uma evolução grande. Falamos do tempo nos primeiros 15 metros. Envolve desde a posição no bloco, o movimento após a reação à partida, a fase aérea, correção do corpo face ao ângulo de entrada na água, tempo da primeira pernada submersa e a direção do breakout para o nado à superfície», especifica.

«O melhor do Diogo nesses 15m são 5,3s. No Mundial fez 5,4s na final. É apenas 1 décimo. Estamos satisfeitos? Não! Treinamos para que faça menos pois ao lado terá sprinters mais fortes e experientes, como eram Cameron McEvoy [Aus] e Michael Andrews [EUA].

«Mas o Diogo não é mau a partir», garante. «Está num processo de evolução. Têm sido um trabalho duro nos últimos dois anos, quer na técnica do movimento, como no ginásio para ganhar resistência e explosão. Voltámos a melhorar isso, mas existe uma fase de adaptação para absorver um novo mecanismo técnico com força e velocidade. Espero que no Jogos faça os melhores 15m dele de sempre, mas sem que perca o que tem tido de bom em todos os outros aspetos. É encontrar o equilíbrio», finalizou.