geografia vontade 8 by Editora FTD - Issuu

geografia vontade 8

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VONTADE de

SABER

GEOGRAFIA Ensino Fundamental – Anos Finais Componente curricular: Geografia

MANUAL DO PROFESSOR

8

Neiva Camargo Torrezani • • • •

Licenciada e bacharela em Geografia pela Universidade Estadual de Londrina (UEL-PR). Especialista em Análise e Educação Ambiental em Ciências da Terra pela UEL-PR. Mestra em Geografia pela UEL-PR. Atuou como professora de Geografia em escolas da rede particular de ensino.

1a edição

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São Paulo

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Copyright © Neiva Camargo Torrezani, 2018. Diretor editorial Diretora editorial adjunta Gerente editorial Editor Gerente de produção editorial Coordenador de produção editorial Gerente de arte Coordenadora de arte Projeto de capa Foto de capa Supervisor de arte Coordenadora de preparação e revisão Supervisora de preparação e revisão Supervisora de iconografia e licenciamento de textos Supervisora de arquivos de segurança Diretor de operações e produção gráfica Projeto e produção editorial Edição Assistência editorial Revisão e preparação Projeto gráfico Edição de arte Iconografia Tratamento de imagens Diagramação Editoração eletrônica

Antonio Luiz da Silva Rios Silvana Rossi Júlio Roberto Henrique Lopes da Silva João Paulo Bortoluci Mariana Milani Marcelo Henrique Ferreira Fontes Ricardo Borges Daniela Máximo Sergio Cândido StockStudio/Shutterstock.com Vinicius Fernandes Lilian Semenichin Adriana Soares Elaine Bueno Silvia Regina E. Almeida Reginaldo Soares Damasceno Scriba Soluções Editoriais Karolyna Aparecida Lima dos Santos Raffael Garcia da Silva Amanda de Camargo Mendes, Moisés Manzano da Silva Laís Garbelini Barbara Sarzi Soraya Pires Momi Equipe Scriba Leda Teodorico Renan de Oliveira

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Torrezani, Neiva Camargo Vontade de saber : geografia : 8o ano : ensino fundamental : anos finais / Neiva Camargo Torrezani. — 1. ed. — São Paulo : Quinteto Editorial, 2018. “Componente curricular: Geografia.” ISBN 978-85-8392-159-2 (aluno) ISBN 978-85-8392-160-8 (professor) 1. Geografia (Ensino fundamental) I. Título. 18-20789

CDD-372.891 Índices para catálogo sistemático:

1. Geografia : Ensino fundamental 372.891 Maria Alice Ferreira - Bibliotecária - CRB-8/7964

Reprodução proibida: Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Todos os direitos reservados à

QUINTETO EDITORIAL Rua Rui Barbosa, 156 – Bela Vista – São Paulo – SP CEP 01326-010 – Tel. 0800 772 2300 Caixa Postal 65149 – CEP da Caixa Postal 01390-970

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Em respeito ao meio ambiente, as folhas deste livro foram produzidas com fibras obtidas de árvores de florestas plantadas, com origem certificada.

Impresso no Parque Gráfico da Editora FTD CNPJ 61.186.490/0016-33 Avenida Antonio Bardella, 300 Guarulhos-SP – CEP 07220-020 Tel. (11) 3545-8600 e Fax (11) 2412-5375

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Apresentação As transformações que estão ocorrendo no mundo globalizado têm exigido, cada vez mais, mudanças na educação. É preciso formar cidadãos capazes de analisar e interpretar criticamente a grande quantidade de informações transmitidas a eles diariamente. Nesse sentido, esta coleção foi elaborada e organizada para o ensino de conceitos e temas geográficos, mas também para colaborar com esse objetivo. A fim de contribuir ainda mais com esse trabalho, este Manual do professor apresenta-se como um guia prático com comentários e sugestões que cooperam com o trabalho docente, tornando as aulas mais atraentes e agradáveis. Inicialmente, este manual apresenta textos que discorrem sobre a importância do ensino de Geografia, destacando também os principais objetivos que norteiam o processo de ensino-aprendizagem dessa disciplina na presente coleção. Ainda nessas orientações iniciais, você pode encontrar informações sobre a estrutura da obra, ou seja, a maneira como os capítulos do volume estão organizados, além de mapa de conteúdos do ano letivo com os principais conceitos e noções, objetos de conhecimento, habilidades, competências e temas contemporâneos presentes na obra. Já as laterais e os rodapés das orientações específicas apresentam sugestões para o desenvolvimento dos capítulos e para o trabalho em sala de aula. São apresentados comentários a respeito de algumas atividades, sugestões de como trabalhar alguns conceitos, atividades complementares, entre outros. Há, também, textos adicionais, extraídos de fontes variadas, que contemplam diferentes assuntos tratados nos capítulos e que apresentam informações úteis para o professor e, em muitos casos, para os alunos. Esses textos permitem ao professor aprofundar seus conhecimentos e podem ser úteis na preparação das aulas. Espero, sinceramente, que você, professor, realize um bom trabalho! A autora.

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Sumário A estrutura da obra ...........................................V Livro do aluno ................................................................................................ V Manual do professor ..................................................................................XI Material digital ..........................................................................................XIV

A Base Nacional Comum Curricular ...............XV As competências da BNCC ...................................................................XVI Os temas contemporâneos e a formação cidadã ................. XVIII

O papel do professor .......................................XX Práticas pedagógicas ..................................... XXI A avaliação ...................................................................................................XXI A defasagem em sala de aula ..........................................................XXIII O ensino interdisciplinar ...................................................................XXIV A competência leitora .........................................................................XXVI Recursos didáticos .............................................................................. XXVII

Proposta teórico-metodológica da coleção ...................................................... XXX O ensino de Geografia .......................................................................... XXX Importantes estratégias para o ensino de Geografia ........XXXIV Principais conceitos/categorias da Geografia ................... XXXVII

Habilidades do 8o ano de Geografia na BNCC ..................................................... XLI Quadro de conteúdos Geografia 8o ano ...... XLII Referências bibliográficas .......................... XLVII

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A estrutura da obra Livro do aluno A presente coleção é composta de quatro volumes, correspondentes aos anos finais do Ensino Fundamental: 6o, 7o, 8o e 9o anos. Cada volume apresenta oito capítulos, organizados internamente em temas e subtemas. Os capítulos têm início em páginas de abertura duplas, que apresentam recursos deflagradores dos assuntos a serem estudados. As páginas de conteúdos são organizadas em textos principais intercalados com diferentes seções e boxes, que complementam, ampliam e dinamizam o trabalho teórico. Em alguns momentos, em meio à teoria, algumas questões são sugeridas com o pro-

pósito de investigar o conhecimento prévio dos alunos, incentivando sua colaboração no estudo do tema abordado. De modo geral, cada capítulo é composto de dois blocos de atividades. Antes do último bloco, constará uma seção cuja intenção é, além da leitura e interpretação de textos e imagens, contextualizar o que foi estudado com situações e/ou acontecimentos locais ou globais. Os capítulos são encerrados com uma seção que visa recapitular o que foi estudado. Veja, a seguir, informações mais detalhadas sobre a estrutura dos capítulos.

Página de abertura Tem como principais objetivos explorar o conhecimento prévio e despertar o interesse dos alunos em relação aos temas que serão abordados. Por meio de imagens e textos nas aberturas, o professor vai encontrar alguns questionamentos para análise dos recursos apresentados. Esses questionamentos propiciam a exploração de habilidades fundamentais para o estudante, como observação, comparação, investigação, reflexão e descrição. Além disso, com a mediação do professor, o leque de interpretações pode ser aberto e enriquecido. Há questões específicas de exploração do conhecimento prévio que propiciam um importante momento de interação e troca de ideias entre professor e alunos, assim como dos alunos entre si. As questões propostas nessa

página de abertura podem ser muito úteis, também, como forma de comparar os conhecimentos dos alunos antes e depois do trabalho com os assuntos do capítulo. O papel do professor como mediador é fundamental para que os objetivos propostos nas aberturas e, consequentemente, o ensino

da disciplina, sejam alcançados. No processo de ensino-aprendizagem, o professor trabalha como mediador para que o aluno supere o senso comum e construa um conhecimento mais sistematizado. O aluno deve perceber que o conteúdo estudado no decorrer dos capítulos está relacionado à realidade de onde vive.

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Geografia em foco Essa seção terá por finalidade ampliar e/ou aprofundar o assunto estudado, visto que a complexidade de alguns deles exige um trabalho diferenciado. Por meio dessa seção serão apresentados aos alunos conceitos e temas importantes para a construção do conhecimento geográfico, relacionados à teoria apresentada. Em alguns momentos, essa seção poderá desempenhar uma função menos teórica, na qual será possível desenvolver trabalhos que envolvam acontecimentos factuais, com novas leituras de textos e imagens interessantes que contribuirão para o enriquecimento do assunto estudado. Além disso, a seção permitirá desenvolver conteúdos procedimentais, muito importantes para o ensino de Geografia.

Momento da Cartografia A Cartografia é uma ferramenta muito importante para o ensino de Geografia, uma vez que, por meio dela, é possível representar diferentes aspectos do espaço geográfico. Essa seção terá como principal objetivo desenvolver, cada vez mais, as noções cartográficas dos educandos, seja ampliando as que eles já possuem, seja criando situações em que possam se apropriar de novos conhecimentos. Além disso, nessa seção, por meio do trabalho com a Cartografia Escolar, será possível desenvolver conteúdos procedimentais que envolvam produção, leitura e interpretação de representações gráficas. Desse modo, o aluno será fundamentado na compreensão do espaço geográfico, por meio da elaboração das competências e habilidades que deve desenvolver. Os temas cartográficos são trabalhados com graus de complexidade que respeitam o nível cognitivo dos alunos.

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Investigando na prática Essa seção tem por finalidade desenvolver atividades investigativas de um dos temas apresentados no capítulo. As atividades propostas podem ser realizadas em sala de aula, em casa, no pátio da escola ou em um trabalho de campo. Com elas, os alunos podem desenvolver habilidades práticas de análise das características naturais e sociais do espaço geográfico que os cerca. Outro objetivo dessa seção é fazer a aproximação entre as teorias e as práticas geográficas, incentivando assim o levantamento de hipóteses por meio de questionamentos e conduzindo o assunto de modo a desenvolver os conhecimentos geográficos.

Explorando o tema Seção apresentada em todos os capítulos. Diferentes recursos são utilizados, como textos teóricos, literários, jornalísticos ou textos elaborados pela autora que, acrescidos de imagens diversas, como mapas, gráficos, fotografias e ilustrações, levarão o aluno a refletir sobre temas contemporâneos, indicados pela BNCC. Em geral acompanhada de questionamentos, debates e sugestões de pesquisa, essa seção contribui para o aprimoramento da aprendizagem dos alunos, estimulando-os à reflexão e à tomada de atitudes em situações que envolvem essas temáticas.

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Encontro com... Os diversos assuntos nos quais os conhecimentos geográficos estão integrados aos saberes de outras ciências são abordados nessa seção. Nela, você pode realizar trabalhos em conjunto com professores de outras disciplinas, a fim de contribuir para o enriquecimento do tema estudado, propiciando a compreensão dos alunos de modo abrangente.

Atividades As atividades apresentam respostas para o professor, porém é fundamental que os alunos sejam estimulados a elaborar respostas com suas próprias palavras, baseadas na interpretação dos assuntos trabalhados, e não produzir uma simples cópia. Os debates, quando apresentados, têm como principal objetivo estimular atitudes voltadas à socialização, à colaboração, ao respeito às opiniões dos colegas e, sobretudo, à tomada de decisões.

Essas atividades têm como objetivo principal desenvolver habilidades fundamentais para a compreensão dos assuntos trabalhados, além de verificar e revisar o que foi estudado. Os questionamentos sugeridos contribuem com a formação da competência leitora, visto que, para respondê-los de maneira satisfatória, os alunos precisam retomar o que foi estudado.

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Bloco de atividades com questões não consumíveis sugeridas para serem realizadas em sala de aula. Essa seção está organizada em três subseções:

Atividades • Exercícios de compreensão Composta de questões de verificação de conteúdo.

Atividades • Geografia no contexto Composta de atividades mais contextualizadas, com a exploração de diferentes recursos, como imagens, reportagens, charges etc.

Atividades • Pesquisando Composta de atividades que necessitam de pesquisa para serem concluídas.

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Os boxes Os boxes são utilizados nesta coleção com o objetivo de complementar os assuntos estudados e torná-los mais interessantes para os alunos.

Boxe complementar Ampliar o conhecimento dos educandos, com novas leituras de textos e imagens interessantes, que tragam assuntos relacionados ao tema em estudo, também está entre os objetivos de ensino desta coleção. Desse modo, apresentamos algumas sugestões nesses boxes, com o intuito de complementar o assunto estudado, aprimorar a competência leitora e auxiliar na elaboração do saber geográfico dos alunos.

Sugestão de livros

Sugestão de filmes

Apresenta a sinopse de livros que tratam de temas relacionados ao assunto estudado.

Apresenta a sinopse do filme que contextualiza e enriquece o tema abordado. visite

Sugestão de sites

Visita

Apresenta a descrição resumida e o endereço do site que contextualiza e enriquece o tema abordado.

Sugestão de visita a lugares como museus feiras-livres, praças etc., com o intuito de complementar o estudo dos temas abordados em sala de aula.

Os ícones Para ajudar a organizar o estudo dos alunos e o andamento das aulas, a coleção conta com ícones que indicam o momento dos questionamentos ao longo do livro. Veja a seguir explicações sobre cada um deles.

Ícone oral

Ícone no caderno

Ícone proporção

Ícone cor

Este ícone indica que a resposta da atividade deve ser apresentada oralmente.

Este ícone indica que a resposta da atividade deve ser realizada no caderno.

Este ícone indica que o elemento representado está fora de proporção em relação à realidade.

Este ícone indica que as cores dos elementos representados se assemelham à realidade.

Refletindo sobre o capítulo Seção localizada no final de todos os capítulos. Essa seção trará afirmações relacionadas aos principais assuntos estudados no capítulo. Com base nelas, o aluno será orientado a refletir e a realizar uma autoavaliação, estabelecendo relações com o que aprendeu.

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Manual do professor O Manual do professor apresentado nesta coleção é organizado em duas partes. Na primeira, que está localizada no início de cada volume, estão presentes as informações gerais sobre a coleção, as relações estabelecidas com a BNCC e a fundamentação teórico-metodológica adotada. A se-

gunda parte do manual, por sua vez, é composta de orientações nas laterais e nos rodapés, que buscam subsidiar e complementar o trabalho em sala de aula. A seguir, veja as características das seções presentes neste manual.

Integrando saberes Esse boxe apresenta as relações de determinados conteúdos com outros componentes curriculares, possibilitando uma articulação entre as diferentes áreas do conhecimento.

Indicações de outras fontes

Material digital

As Orientações gerais também apresentam indicações de livros, sites e filmes para ampliar seus conhecimentos.

Esse quadro apresenta sugestões ao longo do conteúdo para a utilização do material digital (sequências didáticas, projetos integradores e avaliações).

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BNCC Objetivos do capítulo No início de cada capítulo, são apresentados os objetivos a serem desenvolvidos pelos alunos. Você pode utilizar essa seção como modo de orientar suas aulas e também para acompanhar o aprendizado dos alunos.

Orientações gerais A fim de orientar o trabalho com os conteúdos (proposto em páginas de teoria e em seções, como Momento da Cartografia e Explorando o tema), serão apresentadas instruções, informações complementares, sugestões e outras orientações que vão auxiliá-lo na condução da aula.

Nessa seção são indicadas as relações entre os conteúdos da coleção e a BNCC. Assim, são elencados os temas contemporâneos, as competências gerais, as competências específicas para a área de Ciências Humanas e para o componente curricular Geografia, bem como as habilidades.

Respostas Esse boxe é utilizado sempre que houver necessidade de apresentar resposta às questões nas laterais ou nos rodapés.

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Textos complementares Nas Orientações gerais também serão apresentados textos que poderão contribuir com a sua formação ou ser utilizados no trabalho com os alunos.

Sugestão de atividade Serão indicadas sugestões de atividades a serem abordadas pelo professor com a turma, para aprofundar os conteúdos quando oportuno.

Refletindo sobre o capítulo Ao final de cada capítulo são apresentadas orientações para o professor explorar essa seção com os alunos, auxiliando-os na autoavaliação e verificando o desenvolvimento das habilidades da BNCC.

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Material digital Esta coleção oferece um Material digital que foi elaborado para contribuir com a organização do trabalho do professor em sala de aula. Assim como este manual, o Material digital apresenta recursos que propiciam o desenvolvimento de objetos de conhecimento e habilidades em consonância com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Esses recursos são organizados em: planos de desenvolvimento, projetos integradores, sequências didáticas, propostas de acompanhamento das aprendizagens e material audiovisual. Cada um dos elementos que compõem o Material digital está estruturado em bimestres e alinhado a esta coleção. Neste Manual do professor, são identificadas oportunidades para aplicação deles junto aos alunos. Vale salientar que essas oportunidades configuram um complemento ao trabalho em sala de aula, portanto não devem ser consideradas como as únicas ferramentas de ensino. A seguir, são descritos mais detalhes sobre os elementos que compõem esse material.

Plano de desenvolvimento Cada bimestre apresenta um plano de desenvolvimento. O plano de desenvolvimento apresenta um panorama da distribuição dos objetos de conhecimento e suas respectivas habilidades na BNCC em cada bimestre do livro do aluno. Além disso, esse elemento reúne orientações que podem auxiliar o trabalho do professor em diversos momentos. Seguem algumas delas. • Práticas didático-pedagógicas relacionadas às habilidades desenvolvidas em cada bimestre. • Práticas recorrentes na sala de aula que favorecem o desenvolvimento de habilidades vinculadas aos conteúdos do bimestre. • Objetivos de aprendizagem e habilidades essenciais para os alunos avançarem nos estudos. • Indicações de livros, filmes, sites, entre outras fontes de pesquisa e consulta que se relacionam aos conteúdos do bimestre.

• Projeto integrador que articula objetos de conhecimento e habilidades de diferentes componentes curriculares.

Projeto integrador Cada plano de desenvolvimento apresenta um projeto integrador. Além de viabilizar o trabalho com componentes curriculares integrados, esse recurso é organizado em etapas conduzidas de modo a auxiliar na gestão da sala de aula e no acompanhamento das aprendizagens dos alunos. Cada etapa desenvolve atividades direcionadas à elaboração de um produto final a ser apresentado pelos alunos aos seus familiares, a toda a comunidade escolar ou à comunidade em geral.

Sequências didáticas Para cada bimestre são apresentadas três sequências didáticas. As sequências didáticas são atividades complementares, independentes do livro do aluno, conduzidas de modo a auxiliar na gestão da sala de aula e com orientações a respeito do acompanhamento das aprendizagens dos alunos. Esses recursos se organizam com base em objetivos de aprendizagens relacionados aos objetos de conhecimento e às habilidades propostos no plano de desenvolvimento para cada bimestre.

Proposta de acompanhamento da aprendizagem O Material digital oferece ferramentas bimestrais para contribuir no processo de acompanhamento da aprendizagem dos objetos de conhecimento e habilidades desenvolvidos a cada bimestre. Cada proposta de acompanhamento da aprendizagem é composta de uma avaliação e uma ficha de acompanhamento das aprendizagens.

Avaliação Cada avaliação apresenta dez questões em uma estrutura pronta para ser entregue aos alunos. Essas avaliações são acompanhadas de gabaritos que contemplam as respostas

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corretas, possíveis interpretações das respostas dos alunos e sugestões de reorientação de planejamento, de modo a contribuir com o acompanhamento das aprendizagens dos alunos. Além disso, as avaliações apresentam uma grade de correção com o objetivo de facilitar a aferição das habilidades avaliadas.

Ficha de acompanhamento das aprendizagens As fichas de acompanhamento das aprendizagens são instrumentos que possibilitam uma aferição de aprendizagem objetiva em relação aos objetivos de aprendizagem do bimestre. Essas fichas são in-

dividuais e podem auxiliar o trabalho do professor, principalmente, nas reuniões do conselho de classe e no atendimento dos pais ou responsáveis pelos alunos.

Material digital audiovisual O material digital audiovisual é direcionado aos alunos e composto de áudios e vídeos que podem ser utilizados para sintetizar os assuntos estudados, aprofundar conceitos ou contribuir para a compreensão de determinados conteúdos. Esse material é direcionado ao estudante e tanto o livro do aluno quanto este manual identificam oportunidades em que os áudios e vídeos sugeridos podem ser trabalhados.

A Base Nacional Comum Curricular A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) tem como objetivo definir as aprendizagens essenciais que os alunos desenvolverão de modo progressivo ao longo das etapas da educação básica. Em consonância com as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica, esse documento normativo apresenta uma concepção de educação baseada em princípios éticos, políticos e estéticos que favorecem a formação integral dos estudantes. Nesse sentido, a BNCC valoriza a formação cognitiva dos alunos, mas também reconhece a necessidade de trabalhar com aspectos socioemocionais, buscando combater problemas como o preconceito e valorizar a diversidade. Além disso, a BNCC apresenta orientações para a construção de uma sociedade justa, democrática, inclusiva e preocupada com os problemas contemporâneos. Independentemente da duração da jornada escolar, o conceito de educação integral com o qual a BNCC está comprometida se refere à construção intencional de processos educativos que promovam aprendizagens sintonizadas com as

necessidades, as possibilidades e os interesses dos estudantes e, também, com os desafios da sociedade contemporânea. Isso supõe considerar as diferentes infâncias e juventudes, as diversas culturas juvenis e seu potencial de criar novas formas de existir. BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. 2017. p. 14. Disponível em: <http://basenacionalcomum. mec.gov.br>. Acesso em: 5 set. 2018.

Na etapa do Ensino Fundamental (Anos Finais), a BNCC sugere que seja feito um trabalho de retomada e aprofundamento do que foi desenvolvido na etapa dos Anos Iniciais, principalmente por causa da maior especialização assumida pelos componentes curriculares. Nos Anos Finais, os alunos devem fortalecer também sua autonomia ao refletir de modo crítico, realizando argumentações coerentes, análises embasadas criteriosamente e buscando sempre valorizar o diálogo e os princípios dos direitos humanos. Nesse período da vida escolar, os estudantes vivenciam uma etapa de transição à adolescência, o que impõe muitos desafios em relação à formação de sua personalidade, por exemplo. Eles também estão inseri-

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dos em uma cultura digital em ascensão, que deve ser pouco a pouco incorporada pela escola de modo crítico e responsável. Considerando esse contexto, a BNCC pre-

tende contribuir para evitar análises superficiais, fragmentadas e imediatistas, buscando fornecer subsídios para o desenvolvimento pleno, social e pessoal dos alunos.

As competências da BNCC A organização da BNCC foi estabelecida por meio da definição de competências gerais, competências específicas de área e competências específicas dos componentes curriculares. Nesta coleção, as competências gerais serão trabalhadas ao longo dos conteúdos,

nas atividades e nas propostas disponibilizadas nas orientações ao professor. Nesses momentos, os alunos serão incentivados a realizar reflexões que os levem a desenvolver seu senso crítico e sua capacidade de mobilização social diante dos desafios contemporâneos.

Competências gerais da BNCC 1 Valorizar e utilizar os conhecimentos historica-

mente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

2 Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à

abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.

3 Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.

4 Utilizar diferentes linguagens ‒ verbal (oral ou

visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital ‒, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.

5 Compreender, utilizar e criar tecnologias digi-

tais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.

6 Valorizar a diversidade de saberes e vivências

culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.

7 Argumentar com base em fatos, dados e infor-

mações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.

8 Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde

física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas.

9 Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de

conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.

10 Agir pessoal e coletivamente com autonomia,

responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.

Fonte: BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. 2017. p. 9-10. Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br>. Acesso em: 5 set. 2018.

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O trabalho com desenvolvimento das competências gerais auxilia os alunos a estabelecer relações com sua vida cotidiana, resolver problemas e atuar de modo consciente no mundo. Algumas iniciativas em sala de aula podem favorecer o trabalho com as compePesquisa

tências gerais, auxiliando os alunos a mobilizar seus conhecimentos para se tornarem pessoas atuantes na sociedade. Leia a seguir algumas estratégias didáticas que podem ser desenvolvidas para que as competências gerais sejam contempladas no trabalho com esta coleção.

Diálogo

Produção de textos escritos

CG 1, 2, 5

CG 4, 7, 8, 9

CG 1, 4, 7

Em atividades que permitem desenvolver essas competências, os alunos são orientados a usar de modo responsável os meios digitais, além de exercitar sua curiosidade intelectual.

Diferentes abordagens de diálogo são propostas ao longo da coleção, nas quais os alunos são levados a utilizar diversas linguagens para se expressar, desenvolvendo também a capacidade de argumentação.

Durante a coleção, os alunos poderão utilizar os conhecimentos construídos ao longo dos capítulos para expressar-se por meio da linguagem escrita para argumentar, formular reflexões, registrar informações etc.

Contexto local

Interpretação

Análise de imagens

CG 6, 8, 10

CG 1, 4, 7

CG 1, 2, 3

Em alguns momentos da coleção, serão estabelecidas relações entre os conteúdos e o contexto de vivência dos alunos. Desse modo, eles poderão refletir sobre a realidade em que vivem para que possam propor possíveis intervenções.

Para compreender de modo crítico os conteúdos apresentados no material, é necessário trabalhar a capacidade de interpretação. Desse modo, os alunos terão fundamentação para explicar a realidade e reconhecer a diversidade.

As análises de imagens permitem que os alunos desenvolvam seu senso estético, valorizando diferentes manifestações culturais.

Esta coleção também contempla as competências específicas de área e as competências específicas dos componentes curriculares, propostas pela BNCC. Competências específicas de Ciências Humanas 1 Compreender a si e ao outro como identidades

diferentes, de forma a exercitar o respeito à diferença em uma sociedade plural e promover os direitos humanos.

2 Analisar o mundo social, cultural e digital e o meio técnico-científico-informacional com base nos conhecimentos das Ciências Humanas, considerando suas variações de significado no tempo e no espaço, para intervir em situações do cotidiano e se posicionar diante de problemas do mundo contemporâneo.

3 Identificar, comparar e explicar a intervenção do ser humano na natureza e na sociedade, exercitando a curiosidade e propondo ideias e ações que contribuam para a transformação espacial, social e cultural, de modo a participar efetivamente das dinâmicas da vida social.

4 Interpretar e expressar sentimentos, crenças e

dúvidas com relação a si mesmo, aos outros e às diferentes culturas, com base nos instrumentos de investigação das Ciências Humanas, promovendo o acolhimento e a valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.

5 Comparar eventos ocorridos simultaneamente

no mesmo espaço e em espaços variados, e eventos ocorridos em tempos diferentes no mesmo espaço e em espaços variados.

6 Construir argumentos, com base nos conheci-

mentos das Ciências Humanas, para negociar e defender ideias e opiniões que respeitem e promovam os direitos humanos e a consciência socioambiental, exercitando a responsabili-

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dade e o protagonismo voltados para o bem comum e a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

tecnologias digitais de informação e comunicação no desenvolvimento do raciocínio espaço-temporal relacionado a localização, distância, direção, duração, simultaneidade, sucessão, ritmo e conexão.

7 Utilizar as linguagens cartográfica, gráfica e iconográfica e diferentes gêneros textuais e

Fonte: BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. 2017. p. 355. Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br>. Acesso em: 5 set. 2018.

Competências específicas de Geografia 1 Utilizar os conhecimentos geográficos para en-

tender a interação sociedade/natureza e exercitar o interesse e o espírito de investigação e de resolução de problemas.

2 Estabelecer conexões entre diferentes temas do

conhecimento geográfico, reconhecendo a importância dos objetos técnicos para a compreensão das formas como os seres humanos fazem uso dos recursos da natureza ao longo da história.

3 Desenvolver autonomia e senso crítico para

compreensão e aplicação do raciocínio geográfico na análise da ocupação humana e produção do espaço, envolvendo os princípios de analogia, conexão, diferenciação, distribuição, extensão, localização e ordem.

4 Desenvolver o pensamento espacial, fazendo uso das linguagens cartográficas e iconográficas, de diferentes gêneros textuais e das geotecnologias para a resolução de problemas que envolvam informações geográficas.

5 Desenvolver e utilizar processos, práticas e pro-

cedimentos de investigação para compreender o mundo natural, social, econômico, político e o meio técnico-científico e informacional, avaliar ações e propor perguntas e soluções (inclusive tecnológicas) para questões que requerem conhecimentos científicos da Geografia.

6 Construir argumentos com base em informa-

ções geográficas, debater e defender ideias e pontos de vista que respeitem e promovam a consciência socioambiental e o respeito à biodiversidade e ao outro, sem preconceitos de qualquer natureza.

7 Agir pessoal e coletivamente com respeito,

autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, propondo ações sobre as questões socioambientais, com base em princípios éticos, democráticos, sustentáveis e solidários.

Fonte: BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. 2017. p. 364. Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br>. Acesso em: 5 set. 2018.

Os temas contemporâneos e a formação cidadã No decorrer desta coleção, procuramos estimular os alunos à participação social, política e cidadã. Para isso, nesta obra, os alunos encontrarão auxílio para compreender a cidadania como a efetivação de seus direitos básicos, de modo a combater as diversas formas de segregação. É muito importante entender bem o que é cidadania. Trata-se de uma palavra usada todos os dias, com vários sentidos. Mas hoje significa, em essência, o direito de viver decentemente. Cidadania é o direito de ter uma ideia e poder expressá-la. É poder votar em quem quiser sem constrangimento, processar um médico que tenha agido com negligência. É devolver um produto estragado e receber o dinheiro de volta. É o

direito de ser negro, índio, homossexual, mulher, sem ser discriminado. De praticar uma religião sem ser perseguido. Há detalhes que parecem insignificantes, mas revelam estágios da cidadania: respeitar o sinal vermelho no trânsito, não jogar papel na rua, não destruir telefones públicos. Por trás desse comportamento está o respeito à coisa pública. O direito de ter direitos é uma conquista da humanidade. [...] DIMENSTEIN, Gilberto. O cidadão de papel: a infância, a adolescência e os direitos humanos no Brasil. São Paulo: Ática, 2005. p. 12-13.

Ao longo da coleção, a noção de cidadania será trabalhada de modo integrado aos temas contemporâneos apontados pela BNCC. Conheça mais sobre esses temas no quadro abaixo.

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O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), aprovado no Brasil em 1990, trata da necessidade de conceder proteção integral à criança e ao adolescente, atribuindo prioridade a essa parcela da sociedade em diversos setores públicos e na destinação de recursos. Essa nova concepção acerca das crianças e dos adolescentes passou a compreendê-los como pessoas em estágio de desenvolvimento e que requerem atenção e proteção da sociedade como um todo. Nesse sentido, prima-se por uma educação que destaque elementos como a prevenção do trabalho e a exploração infantil, a promoção da convivência familiar saudável, a prevenção da violência intrafamiliar, além do incentivo e apoio à ampliação do universo cultural das crianças e adolescentes. Problemas relacionados à convivência no trânsito se impõem como um dos grandes desafios atuais, principalmente em um mundo cada vez mais urbanizado e com escassos investimentos em planejamento de infraestrutura. Nesse sentido, a educação para o trânsito tem como objetivo contribuir para reflexões sobre posturas responsáveis e sustentáveis de pedestres, ciclistas e motoristas. Considerando as perspectivas alarmantes divulgadas nos últimos anos sobre a situação do planeta, discutir a educação ambiental na escola tornou-se algo essencial. Essa formação visa preparar cidadãos que sejam preocupados, conscientes e que consigam tomar atitudes adequadas em relação ao consumo de recursos, à poluição, ao despejo indevido de resíduos, à implantação de energias alternativas, entre outras questões. Nesse sentido, assuntos como o desenvolvimento sustentável e o consumo consciente devem fazer parte do cotidiano dos alunos. A preocupação com a alimentação e com o aprimoramento nutricional também é muito importante no contexto atual. Com os altos níveis de industrialização vivenciados nos últimos anos e com a aceleração do ritmo de vida imposta pelo sistema capitalista, nos submetemos a uma alimentação muitas vezes de má qualidade e sem critérios adequados para saúde. Assim, a educação nutricional se faz necessária, para que possamos identificar e seguir melhores hábitos. O Estatuto do Idoso foi aprovado no Brasil em 2003, visando garantir o bem-estar das pessoas com idade igual ou superior a 60 anos. Nesse documento, uma série de leis busca promover o respeito, a autonomia, a integração e a participação efetiva dos idosos na sociedade brasileira. A educação tem um papel relevante a cumprir na efetivação dessas leis, atuando na conscientização dos alunos sobre a importância das pessoas idosas em nossa sociedade, buscando promover a sociabilização e o compartilhamento de experiências entre pessoas idosas e alunos. A noção de direitos humanos foi construída historicamente, ao longo de anos de lutas e mobilizações. Tratar o outro com dignidade, considerando sua condição humana fundamental, é um dever de todos. A escola se apresenta então como um espaço ideal para que essas noções sejam discutidas. Desse modo, busca-se combater concepções e atitudes que tenham como base perspectivas discriminatórias. A aprovação de leis afirmativas, como a lei no 10.639, de 2003, que determinou a introdução do ensino de história da África e da cultura afro-brasileira, e a lei no 11.645 de 2008, que estabeleceu a obrigatoriedade da inclusão de história e cultura dos povos indígenas aos alunos dos níveis fundamental e médio, colabora para a desconstrução de preconceitos e estereótipos sobre africanos e indígenas, fortemente impregnados no conteúdo escolar. No caso da inserção da história da África e da cultura afro-brasileira e da história e cultura indígenas nos currículos dos ensinos fundamental e médio, vemos a expansão dos direitos de grupos tradicionalmente marginalizados, os quais têm agora sua cultura e sua contribuição para a construção da sociedade brasileira reconhecidas, ao mesmo tempo que as especificidades desses grupos devem ser valorizadas como responsáveis por contribuições originais na formação de nosso povo.

Direitos da criança e do adolescente

Educação para o trânsito

Educação ambiental

Educação alimentar e nutricional

Processo de envelhecimento, respeito e valorização do idoso

Educação em direitos humanos

Educação das relações étnico-raciais e ensino de história e cultura afro-brasileira, africana e indígena

Saúde A escola apresenta um papel importante nas reflexões dos estudantes sobre sua saúde. Os conhecimentos apreendidos com base nos componentes curriculares e na convivência diária no ambiente escolar devem sempre contribuir para a formação de hábitos saudáveis como a prática de exercícios físicos e a higiene, além de promover o cuidado com o bem-estar físico, mental e emocional. Conceber a convivência familiar e social como um tema significativo de ser abordado com os estudantes faz parte da proposta de educação integral. Assim, é necessário que se tenha na escola reflexões sobre: diferentes constituições familiares, conceito de concepções patriarcais e matrilineares, papel dos membros familiares, regras de convivência com diferentes grupos, importância do diálogo e do respeito, entre outras discussões.

Vida familiar e social

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Educação para o consumo

Educação financeira e fiscal

Nos últimos anos, o estabelecimento de políticas responsáveis de consumo tem sido um grande desafio, levando em conta a repercussão dos meios de comunicação em incentivar o consumo de bens e serviços de modo desenfreado. Com isso, a educação para o consumo visa contribuir para que os estudantes analisem criticamente o contexto atual, identificando assim atitudes consumistas e possíveis alternativas sustentáveis em seu dia a dia. É papel do cidadão compreender as dinâmicas que envolvem a aplicação de investimentos tributários pelo poder público e também saber lidar com aspectos da economia. Assim, a escola pode contribuir para a formação inicial dos estudantes em relação à educação financeira, apresentando reflexões que envolvam noções de planejamento financeiro, aplicação, investimentos, consumo consciente, tomada de decisões etc.

Trabalho

Ciência e tecnologia

Diversidade cultural

Reflexões sobre as relações de trabalho são importantes para os alunos compreenderem de modo crítico o mundo em que vivemos. Temas como trabalho infantil, desemprego, direitos trabalhistas, importância dos sindicatos e trabalho escravo devem ser abordados em sala de aula para auxiliar os alunos a perceber as dinâmicas do sistema capitalista nas quais estão inseridos. A partir de discussões como essas, é possível auxiliar os alunos a analisarem as condições adversas que podem estar presentes em seu dia a dia, como é o caso da desigualdade social. Refletir criticamente sobre as aplicações do desenvolvimento científico, analisando as tecnologias sob diferentes perspectivas e olhares, torna-se essencial no contexto contemporâneo. O espaço escolar deve estar aberto às transformações e às modernizações, aplicando-as com responsabilidade e capacitando os alunos a desenvolver o uso consciente desses recursos. Entrar em contato com povos e culturas variados permite aos estudantes desenvolverem a ideia de diversidade, reconhecendo, portanto, que o mundo é formado por diferentes modos de vida e tradições. Uma educação escolar voltada à valorização da diversidade favorece a desconstrução de ideias etnocêntricas. Nesse sentido, o Brasil surge como país privilegiado para discutir tais questões, vista a grande diversidade de etnias que contribuíram para a formação do povo brasileiro.

O papel do professor O professor vem desempenhando cada vez mais um papel de mediador entre os conteúdos específicos de cada componente curricular e os conhecimentos adquiridos pelos alunos. Assim, o professor deve desenvolver de maneira constante a reflexão para demonstrar que o ato de estudar não é apenas fundamental, mas também prazeroso, despertando, assim, o interesse dos alunos. A união entre teoria e prática geralmente ocorre quando o professor propicia aos alunos momentos em que eles possam debater, refletir e emitir opiniões sobre acontecimentos ocorridos em contextos locais e mundiais. Dessa forma, a prática reflexiva sobre os conteúdos estudados é essencial para o ensino contextualizado. É fundamental que o professor tenha sensibilidade para perceber as singularida-

des do relacionamento professor-aluno e aluno-aluno, intervindo em casos de possíveis dificuldades de aprendizagem e conduzindo suas aulas de modo a promover a construção do conhecimento pautada em respeito e empatia. Para isso, o docente deve ter autonomia, tanto perante seus alunos quanto perante os colegas. Essa autonomia refere-se à capacidade de fazer escolhas e de posicionar-se, participando de maneira cooperativa diante de percalços e desafios. É importante que, ao adotar essa postura, o professor se esquive de atitudes impositivas, alheias ao interesse coletivo, e se dispa de conceitos preestabelecidos. Além disso, faz parte do papel do professor estimular a autonomia do estudante, a fim de que ele assuma um papel proativo em sala de aula – e, também, fora dela –, encorajando e sendo encorajado ao questio-

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namento e à argumentação em suas tomadas de decisões. Para isso, o professor deve assumir a responsabilidade no processo ensino-aprendizagem, preservando a consciência de que suas ações refletem diretamente no desenvolvimento dos alunos.

Para adotar a postura mediadora, a formação do professor deve ser constante, extrapolando a sua formação inicial e firmando-se em uma carreira docente construída por meio da observação dos alunos e da atualização de práticas e conteúdos.

Práticas pedagógicas A avaliação A importância da avaliação A avaliação é um instrumento que o professor possui para diagnosticar, analisar, sistematizar e orientar suas ações pedagógicas. Entende-se a avaliação como um diálogo contínuo entre professor e aluno, uma vez que, quando elaborada em concordância com o conteúdo ensinado, serve como resposta concreta à prática do professor e ao processo de ensino-aprendizagem. No contexto em que atua, deve estar claro para o professor que além de a avaliação ser importante, seu processo deve ser contínuo e não se restringir a resultados ou a momentos definidos e estanques, pois ela diagnostica os reais problemas e defasagens na aprendizagem dos alunos e colabora para a evolução de seu conhecimento. Segundo Bonesi e Souza, a avaliação é definida como: [...] o ato por meio do qual A e B avaliam juntos a prática implementada, as aprendizagens efetivadas, as conquistas erigidas, o desenvolvimento conquistado, os obstáculos encontrados ou os erros e equívocos porventura cometidos. Daí seu caráter dialógico. BONESI, Patrícia Góis; SOUZA, Nadia Aparecida de. Fatores que dificultam a transformação da avaliação na escola. Estudos em avaliação educacional, v. 17, n. 34, maio/ago. 2006. p. 134.

Assim, professores e alunos participam da avaliação, que só acontece efetivamente se as dificuldades, os erros e os acertos fizerem sentido para ambos, como uma via de mão dupla para o ensino e a aprendizagem.

O professor pode desenvolver, dentro de sua atuação em sala de aula, três tipos de avaliação: diagnóstica, formativa e somativa (também conhecida como classificatória). A avaliação diagnóstica deve ser realizada a cada início de um ciclo de estudos, já que se constitui uma sondagem do que os alunos conhecem, ao mesmo tempo que é uma projeção do que o professor deverá planejar para seu trabalho com os próximos conteúdos. Segundo Santos e Varela (2007, p. 4), “É uma etapa do processo educacional que tem por objetivo verificar em que medida os conhecimentos anteriores ocorreram e o que se faz necessário planejar para selecionar dificuldades encontradas.”. Já a avaliação formativa é importante que seja utilizada durante todo o processo de ensino-aprendizagem, pois está relacionada aos aspectos que proporcionam a formação dos alunos e considera o processo de aprendizagem tão importante quanto aquilo que se aprende. A avaliação formativa privilegia a observação do processo ensino-aprendizagem por meio de diversos instrumentos que podem ser utilizados para verificar o alcance dos objetivos almejados, o domínio do conhecimento, os avanços, as dificuldades em que o aluno necessita de uma nova abordagem. O erro é visto como parte integrante de uma caminhada e revela a necessidade interventiva em determinado conteúdo ou em dado momento. GAVASSI, Susana Lisboa. Avaliação formativa: um desafio aos professores das séries finais do ensino fundamental. Medianeira: UTFPR, 2012. p. 21.

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A avaliação somativa pretende ajuizar o progresso realizado pelo aluno no final de uma unidade de aprendizagem, no sentido de aferir resultados já colhidos por avaliações do tipo formativa e obter indicadores que permitam aperfeiçoar o processo de ensino. Corresponde a um balanço final, a uma visão de conjunto relativo a um todo sobre o qual, até então, só haviam sido feitos juízos parcelares. É fato que a avaliação somativa é a mais utilizada nas escolas e que, em muitos casos, representa um caráter classificatório. Cabe ao professor pensar na avaliação como um processo que vai além de sua mera realização, que precisa ser cuidadosamente elaborado. O resultado dessa avaliação, por sua vez, deve ser devolvido e revisado com os alunos, para perceberem o ensino como um processo, o que implica rever os motivos de seus erros a fim de avançar na aprendizagem. O planejamento do processo de avaliação deve incluir conteúdos trabalhados em sala de aula de maneira contextualizada e reflexiva, levando em consideração o processo de aprendizagem do aluno. Deve, ainda, na medida do possível, conter atividades que valorizem diferentes formas de expressão do conhecimento do aluno, como exercícios objetivos, dissertativos, trabalhos em grupo, debates, e assim por diante. Para que a avaliação não se torne uma forma de seleção e exclusão, focada apenas em princípios de eficiência e competitividade, é importante haver um canal de comunicação entre alunos e professor. Desse modo, os critérios da avaliação, seja ela formativa ou somativa, precisam ser apresentados e discutidos antes de sua realização, para que o aluno saiba como e sob quais aspectos será avaliado. Quando elaborada, aplicada e revisada corretamente, a avaliação perde seu caráter punitivo e excludente e passa a avaliar o aluno de maneira formativa e continuada, além de possibilitar que o professor reveja sua prática pedagógica.

A autoavaliação A autoavaliação tem papel fundamental na democratização da avaliação. A utilização dessa ferramenta possibilita tanto a alunos quanto a professores avaliarem seu desempenho em sala de aula. [...] Para o aluno autoavaliar-se é altamente favorável o desafio do professor, provocando-o a refletir sobre o que está fazendo, retomar passo a passo seus processos, tomar consciência das estratégias de pensamento utilizadas. Mas não é tarefa simples. Para tal, ele precisará ajustar suas perguntas e desafios às possibilidades de cada um, às etapas do processo em que se encontra, priorizando uns e outros aspectos, decidindo sobre o quê, como e quando falar, refletindo sobre o seu papel frente à possível vulnerabilidade do aprendiz. [...] HOFFMANN, Jussara. Avaliar para promover: as setas do caminho. Porto Alegre: Mediação, 2001. p. 54.

Portanto, ao desafiar os alunos, o professor também passa a refletir sobre a sua atuação nos processos didáticos, adequando-se às necessidades do dia a dia em sala de aula e tomando consciência de seu papel diante dos desafios do processo de ensino-aprendizagem. Veja a seguir sugestões de questionamentos autoavaliativos que podem ser apresentados aos alunos.

• O que estou aprendendo? • O que eu já aprendi? • De que forma poderia aprender melhor? • Como poderia agir/participar para aprender mais?

• Que tarefas e atividades foram realizadas?

• O que aprendi com elas? O que mais poderia aprender?

• O que eu aprendi, com meus colegas e professores, a ser e a fazer?

• De que forma contribuí para que todos aprendessem mais?

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A defasagem em sala de aula Cada aluno aprende de um jeito. Dentro de uma mesma sala de aula temos uma diversidade de alunos quando pensamos em características comportamentais e cognitivas. Cada um tem uma história, que é única, e decorre das particularidades de sua estrutura biológica, psicológica, familiar e sociocultural, resultando em diferenças que interferem diretamente na maneira como eles se apropriam do conhecimento na escola, ou seja, eles aprendem de formas diversas. Como salienta Bencini (2003), “As crianças [e os adolescentes] são o resultado de suas experiências. Para compreender seu desenvolvimento é preciso considerar o espaço em que elas vivem, a maneira como constroem significados, as práticas culturais etc.”. A questão norteadora do trabalho docente deve ser: como enfrentar a heterogeneidade das turmas? Tendo em vista essas condições, é importante estarmos conscientes de que os níveis de aprendizagem em uma sala de aula serão distintos, e devemos estar preparados para lidar com esse aspecto do trabalho docente, de modo que o desenvolvimento dos alunos não seja prejudicado. É função da escola “[...] detectar a diversidade presente nas salas de aula e criar condições para que os conteúdos trabalhados, quando não são bem compreendidos, sejam retomados em classe com novas atividades e estratégias de ensino” (FRAIDENRAICH, 2010). Antes mesmo de refletirmos sobre rendimento e defasagem escolar, salientamos que, para um bom desempenho dos alunos em sala de aula, é fundamental que eles compreendam a importância dos estudos e abandonem a visão pessimista que muitos têm de que “estudar é chato”. Atividades instigantes, desafiadoras e que saiam da rotina contribuem para atrair a atenção do aluno e para o desenvolvimento de competências que favoreçam tanto a aprendizagem quanto a sua formação socioemocional. O envolvimento da família nesse processo é de suma importância para criar uma relação de confiança com a escola.

O rendimento escolar dos alunos e a possível defasagem em sala de aula podem ser influenciados por aspectos cognitivos (crianças com necessidades especiais relacionadas à linguagem, à percepção ou ao raciocínio, por exemplo, ou outros problemas de saúde), socioculturais (ambiente familiar, lugar onde mora, convívio social, oportunidade de desenvolvimento de atividades extracurriculares, tempo e lugar para se dedicar aos estudos em casa, relação da família com a escola e participação no processo de educação, entre outros) e político-institucionais (legislação educacional, trabalhista e de saúde em seus diversos níveis, metodologia de ensino adotada pela escola, corpo diretivo escolar, qualificação e motivação dos professores, infraestrutura da escola etc.). Desse modo, é necessário refletirmos a respeito das situações de ensino e aprendizagem que podem detectar os tipos de defasagens dos alunos. Para conhecer os níveis de aprendizagem dos alunos e detectar uma possível defasagem, as ferramentas de avaliação e o trabalho do professor em conjunto com a coordenação pedagógica da escola são fundamentais. “O diagnóstico inicial, as provas, a observação de sala de aula, as atividades de sondagem, as tarefas de casa e a análise de cadernos e portfólios são alguns dos instrumentos que ajudam a ter um panorama da turma.” (FRAIDENRAICH, 2010). Geralmente, o que se faz em sala de aula é desenvolver o mesmo tipo de atividade para todos os alunos. Em vários casos, alguns alunos terminam mais rápido, outros precisam de mais tempo e outros nem conseguem realizar a atividade, de maneira que o objetivo de ensino-aprendizagem nem sempre é atingido. Essa situação acaba desestimulando aqueles que têm resultados e ritmos diferentes da maioria da classe. Uma possibilidade de auxiliar todos a atingirem os objetivos de aprendizagem de maneira satisfatória e eficiente é diversificar as estratégias de ensino, respeitando

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essa diversidade de modo a potencializar as habilidades de cada aluno. E quais são as estratégias de ensino que podem contribuir para corrigir as defasagens dos alunos? São muitas e devem variar de acordo com a realidade de cada comunidade escolar. No entanto, podem começar pelo espaço da sala de aula: em vez de trabalhar permanentemente com as carteiras enfileiradas, é possível alterar a organização delas em círculo ou em grupos, para que a interação entre os alunos flua. O importante é que a sala de aula seja um ambiente flexível. Também devem fazer parte da rotina os trabalhos em grupo, em dupla e individuais. Para cada um deles, é possível desenvolver diferentes habilidades. Ao propor trabalhos em dupla ou em grupo, é importante misturar alunos que possuam diferentes níveis de aprendizagem, pois dessa forma um ajuda o outro e desenvolvem diferentes competências, como trabalho em equipe, organização, liderança e empatia. Em outros momentos, concentrar nos grupos os alunos com níveis de aprendizagem semelhantes é relevante para dar a atenção necessária, e de maneira integrada, para o grupo. Já os trabalhos individuais permitem ao aluno momentos de autonomia e criatividade. Do mesmo modo, é importante utilizar outros espaços, além da sala de aula, para atividades de ensino e aprendizagem, como o pátio da escola, o laboratório, o bairro, uma praça, um parque municipal, um museu etc. Tais espaços possibilitam, muitas vezes, a aprendizagem de forma lúdica, informal, permanecendo o objetivo educativo. Outro ponto importante é alternar o uso de materiais pedagógicos – revistas, mapas, jogos didáticos, histórias em quadrinhos,

músicas, filmes – que desafiam o aluno a refletir e a diversificar as formas de aprendizagem e expressão do conhecimento formulado. Isso porque há alunos que são mais visuais, outros que são mais auditivos e outros, cinestésicos. A avaliação diagnóstica inicial, com atividades variadas de escrita, leitura e interpretação de diferentes linguagens, auxilia a detectar as principais características dos alunos, pois alguns podem ter dificuldades em interpretar uma música (estímulo auditivo), por exemplo, enquanto outros podem ter bom desempenho em analisar uma imagem (estímulo visual). Utilizar ferramentas digitais também é um ótimo recurso, quando corretamente empregado e mediado pelo professor. No caso das escolas que tenham sala de tecnologia, o professor pode usar as ferramentas como sites e aplicativos para corrigir as defasagens. Em alguns casos, quando se detecta que a defasagem de determinado aluno está muito aquém do desempenho da turma, é importante desenvolver atividades educativas separadas dos demais, para avançar com ele na compreensão de certos conteúdos. Para isso, sempre que possível, reserve momentos, ainda que semanais, para acompanhar individualmente as atividades realizadas por alguns alunos. Em outros casos, atividades extras em sala separada, com auxílio de outro professor e da coordenação pedagógica, são conduções relevantes para a progressão do aluno. Em todas essas situações, o professor deve planejar seu cotidiano, “Por isso, é papel de todo professor ter muito claros os objetivos e resultados que pretende alcançar com uma atividade, para não exigir mais nem menos da turma.” (BENCINI, 2003).

O ensino interdisciplinar O conceito norteador de um trabalho educacional feito em parceria, fruto de uma

pedagogia integradora, é o de interdisciplina, definido a seguir.

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[...] Interdisciplina — Interação existente entre duas ou mais disciplinas. Essa interação pode ir da simples comunicação de ideias à integração mútua dos conceitos diretores da epistemologia, da terminologia, da metodologia, dos procedimentos, dos dados e da organização referentes ao ensino e à pesquisa. Um grupo interdisciplinar compõe-se de pessoas que receberam sua formação em diferentes domínios do conhecimento (disciplinas) com seus métodos, conceitos, dados e termos próprios. [...] FAZENDA, Ivani Catarina Arantes. Integração e interdisciplinaridade no ensino brasileiro: efetividade ou ideologia. 6. ed. São Paulo: Loyola, 2011. p. 54.

Em sala de aula, essa interação pode ocorrer, por exemplo, por meio de projetos investigativos ou de pesquisa. Por apresentarem etapas, como planejamento, levantamento de hipóteses, coletas de dados, análises, deduções e conclusões, essas atividades possibilitam maior integração entre os componentes curriculares. Além disso, elas podem criar situações de aprendizagem de forma dinâmica, por meio da reflexão, do questionamento e da argumentação dos alunos. Dentro dessa perspectiva, um trabalho interdisciplinar preocupa-se em relacionar os conceitos de maneira articulada, levando em conta os objetivos gerais e específicos de cada componente curricular envolvido, com o propósito de evitar a fragmentação do conhecimento e instigar o interesse dos alunos para envolvê-los diretamente no processo de aprendizagem. Cabe enfatizar que o trabalho interdisciplinar deve estar ligado à vida dos alunos e às suas motivações, de modo que os envolva e se torne, além de útil, prazeroso. Nessas atividades, os alunos aprendem a trabalhar coletivamente, privilegiando a interação com os colegas e favorecendo o desenvolvimento da capacidade de argumentar e organizar as informações. O en-

volvimento dos alunos motiva o fortalecimento das relações entre professores de diferentes componentes curriculares. [...] O estilo de educação que prioriza o trabalho em equipe, que busca a interdisciplinaridade e o compromisso com a integralidade das ações e que procura respeitar as especificidades de cada profissão, está pautado nas concepções teóricas das metodologias ativas de ensino-aprendizagem. [...] BASSIT, Ana Zahira (Org.). O interdisciplinar: olhares contemporâneos. São Paulo: Factash Editora, 2010. p. 118.

Na escola, uma postura interdisciplinar traz contribuições quando os alunos começam a estabelecer um relacionamento de parceria e colaboração com a equipe escolar, bem como com a comunidade onde a escola está inserida. Propostas como essas abrangem estratégias mais dinâmicas, interativas e colaborativas em relação à gestão do ensino e da aprendizagem; possibilita a formulação de um saber crítico-reflexivo com base no diálogo entre os conteúdos de diferentes componentes curriculares; e permite uma nova postura de professores e alunos diante do conhecimento, deixando de concebê-lo como algo estanque. [...] “Interdisciplinaridade” é um termo utilizado para caracterizar a colaboração existente entre disciplinas diversas ou entre setores heterogêneos de uma mesma ciência [...]. Caracteriza-se por uma intensa reciprocidade nas trocas, visando a um enriquecimento mútuo. [...] FAZENDA, Ivani Catarina Arantes. Integração e interdisciplinaridade no ensino brasileiro: efetividade ou ideologia. 6. ed. São Paulo: Loyola, 2011. p. 73.

A fim de promover a superação da fragmentação disciplinar, em sintonia com a BNCC, esta coleção propõe em diversos momentos uma articulação entre os componentes curriculares e seus respectivos objetos de conhecimento com base em temas,

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conteúdos, recursos e seções que favoreçam tal abordagem. A seção Encontro com..., por exemplo, apresenta essa proposta de maneira clara e fácil de ser reconhecida pelo professor. Em outros momentos, são apre-

sentadas orientações de desenvolvimento específicas para compreender quais componentes podem ser desenvolvidos com base na leitura de um texto ou na resolução de uma determinada atividade.

A competência leitora De acordo com pesquisas recentes, uma parcela significativa dos brasileiros, apesar de saber ler e escrever, não consegue compreender textos mais extensos ou complexos, ou seja, não tem competência leitora de qualidade. Sabendo que a capacidade de apreender aquilo que se lê e observa é imprescindível para participar efetivamente da vida em sociedade, é importante que a escola possibilite ao aluno desenvolver estratégias de leitura contínua e atenta que o auxiliem a compreender e explorar mensagens, verbais ou não verbais, em diversos níveis de cognição. O fato de um aluno ser considerado alfabetizado não significa que ele consiga utilizar a leitura e a escrita como maneiras de se expressar. Nesse sentido, a noção de competência leitora, especificamente, está ligada à prática de estratégias de leitura que possibilitem ao aluno explorar as mensagens (estejam elas em textos, imagens, gráficos, formulários ou tabelas, por exemplo) em diversos níveis de cognição, o que viabiliza a interpretação e a compreensão para uma leitura mais crítica e autônoma, além da construção de novos saberes. A prática da leitura é importante para ampliar o vocabulário dos alunos e, consequentemente, torná-los mais seguros para desenvolver suas habilidades de comunicação oral e escrita. Ao desenvolver a competência leitora, o aluno estabelece mais facilmente relações entre os diversos assuntos que fazem parte do seu repertório cultural. Nesse sentido, é importante a criação de estratégias de leitura que permitirão ao aluno:

Extrair o significado do texto, de maneira global, ou dos diferentes itens incluídos nele. Saber reconduzir sua leitura, avançando ou retrocedendo no texto, para se adequar ao ritmo e às capacidades necessárias para ler de forma correta. Conectar novos conceitos com os conceitos prévios que lhe permitirão incorporá-los a seu conhecimento. SERRA, Joan; OLLER, Carles. Estratégias de leitura e compreensão de texto no ensino fundamental e médio. In: TEBEROSKY, Ana et al. Compreensão de leitura: a língua como procedimento. Tradução: Fátima Murad. Porto Alegre: Artmed, 2003. p. 36-37.

Além da leitura, a escrita também deve ser constantemente estimulada. A produção de textos incentiva os alunos a pensarem criticamente e a refletirem sobre aquilo que estão escrevendo. [...] Num mundo como o atual, em que os textos estão por toda parte, entender o que se lê é uma necessidade para poder participar plenamente da vida social. Professores como você têm um papel fundamental nessa tarefa [...]. Independentemente de seu campo de atuação, você pode ajudar os alunos a ler e compreender diferentes tipos de texto, incentivando-os a explorar cada um deles. Pode ensiná-los a fazer anotações, resumos, comentários, facilitando a tarefa da interpretação. Pode, enfim, encaminhá-los para a escrita, enriquecida pelos conhecimentos adquiridos na exploração de livros, revistas, jornais, filmes, obras de arte e manifestações culturais e esportivas. [...] RATIER, Rodrigo. O desafio de ler e compreender em todas as disciplinas. Nova Escola. São Paulo: Abril, 10 jan. 2010. Disponível em: <https://novaescola.org.br/conteudo/1535/o-desafio-de-ler-ecompreender-em-todas-as-disciplinas>. Acesso em: 6 set. 2018.

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Se o objetivo principal é formar leitores autônomos com base na leitura de textos e imagens, é preciso favorecer esse processo escolhendo temas relevantes e interessantes à sua faixa etária; selecionando textos verbais com vocabulário e extensão adequados; apresentando ao aluno o objetivo das leituras, a fim de que ele perceba que em alguns momentos lemos para buscar informações e, em outros, a leitura consiste em diversão, por exemplo; orientando como a leitura deverá ocorrer: silenciosamente, guiada, em grupo etc. Ao longo desta coleção, o desenvolvimento da competência leitora é constantemente estimulado por meio da utilização de recursos textuais e imagéticos diversifi-

cados, aumentando a autonomia dos alunos e tornando-os sujeitos mais ativos no próprio aprendizado. Para favorecer a análise desses recursos, são propostas questões de interpretação no livro do aluno, além de sugestões de questões de análise nas orientações ao professor. Promover atividades em que os alunos tenham que perguntar, prever, recapitular para os colegas, opinar, resumir, comparar suas opiniões com relação ao que leram, tudo isso fomenta uma leitura inteligente e crítica, na qual o leitor vê a si mesmo como protagonista do processo de construção de significados. [...] SOLÉ, Isabel. Estratégias de leitura. Tradução: Cláudia Schilling. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 1988. p. 173.

Recursos didáticos O uso de diferentes recursos didáticos propicia maior dinâmica em sala de aula, além de possibilitar que o aluno tenha acesso à informação por meio de diferentes linguagens, desenvolvendo assim estratégias de aprendizagem diversas, afinal, realizar uma pesquisa em um livro é diferente de realizar a mesma pesquisa em uma revista ou na internet, ainda que seja sobre o mesmo assunto, ler uma imagem é diferente de ler um texto verbal, e assim por diante. Dessa maneira, é importante compreender quais recursos podem ser utilizados em sala de aula e como esse uso pode efetivamente auxiliar o aluno a ser protagonista de seu aprendizado.

Tecnologia A tecnologia faz parte da evolução do ser humano e da história da humanidade. Atualmente, temos as tecnologias de informação e comunicação (TICs), que modificam as noções de tempo e espaço e influenciam diretamente as relações humanas. Elas permitem o processamento de qualquer tipo de informação, e a comunica-

ção ocorre em tempo real mesmo entre pessoas distantes geograficamente. A presença das TICs ampliou a gama de elementos disponíveis para enriquecer o trabalho em sala de aula, que há muito tempo já contava com recursos tecnológicos como televisão, filmes, músicas e projeções. O uso de tecnologias em sala de aula potencializa o processo de aprendizagem, favorecendo a interação entre professor, aluno e conhecimento. Além disso, por meio da internet, os recursos e as ferramentas tecnológicas transformam a escola em um espaço aberto, conectado com o mundo, capaz de promover trocas de experiências entre professores e alunos de outras localidades. É importante ressaltar, porém, que o uso de TICs é um instrumento para o processo de ensino-aprendizagem, e não o foco. A lousa, o giz e o professor compartilham espaço na sala de aula com televisores, CDs, DVDs, computadores, softwares, lousas digitais e projetores multimídia e não reduzem o papel da escola ou do professor na educação.

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[...] Os recursos semióticos que encontramos nas telas dos computadores são basicamente os mesmos que podemos encontrar em uma sala de aula convencional: letras e textos escritos, imagens estáticas ou em movimento, linguagem oral, sons, dados numéricos, gráficos, etc. A novidade, em resumo, está realmente no fato de que as TIC digitais permitem criar ambientes que integram os sistemas semióticos conhecidos e ampliam até limites inimagináveis à capacidade humana de (re)apresentar, processar, transmitir e compartilhar grandes quantidades de informação com cada vez menos limitações de espaço e de tempo, de forma quase instantânea e com um custo econômico cada vez menor (COLL e MARTÍ, 2001). [...] COLL, César; MAURI, Teresa; ONRUBIA, Javier. A incorporação das tecnologias da informação e da comunicação na educação: do projeto técnico-pedagógico às práticas de uso. In: COLL, César; MONEREO, Carles. Psicologia da educação virtual: aprender e ensinar com as tecnologias da informação e da comunicação. Porto Alegre: Artmed, 2010. p. 76.

Ao longo da coleção, é possível encontrar sugestões de como aproveitar as novas ferramentas e recursos tecnológicos multimidiáticos e multimodais, presentes no dia a dia dos alunos, para ampliar o campo da educação e torná-la mais significativa e prazerosa, um desafio para a formação das novas e futuras gerações. É inegável que a educação seja influenciada pela tecnologia e pelas diferentes formas de comunicação, assim como não é possível desvincular o ensino da comunicação em massa, seja ela impressa ou digital. Por isso, propomos também a utilização de outros recursos no ensino, como programas de televisão, filmes, pinturas, esculturas, histórias em quadrinhos, literatura variada, jornais, revistas ou trechos de livros paradidáticos, recursos que permitem ao professor avançar na prática pedagógica.

Televisão e cinema A televisão e o cinema podem ser utilizados para mostrar fatos históricos, a cons-

trução de conceitos científicos e os conceitos errôneos presentes em muitas ideias de senso comum. Os filmes e a televisão têm em comum o aspecto motivador e, dependendo da ação do professor, podem ser contextualizados com os conceitos científicos do currículo escolar. Ao longo da coleção são encontradas orientações de trabalho com essas ferramentas.

Artes gráficas e literatura O trabalho com leitura de imagens é extremamente importante e pode ser utilizado em diferentes momentos. O próprio material didático apresenta fotografias, pinturas, murais, entre outras imagens que podem ser exploradas em sala de aula, considerando sempre que possível o contexto em que a imagem foi produzida, a técnica utilizada, o artista que a produziu (quando for o caso) e o objetivo da imagem (apresentar uma crítica social, expressar um sentimento, retratar um momento etc.). Outra possibilidade é o trabalho com literatura, que, além de estimular a leitura, permite aos alunos o desenvolvimento da criatividade e da imaginação. É importante que o professor conheça o contexto da obra (autor, época, público) para que, dessa forma, o conteúdo se torne mais instigante. Algumas atividades podem ser realizadas de modo a desenvolver nos alunos a competência leitora e a habilidade de interpretar textos literários.

Jornais e revistas A leitura de jornal traz diversos benefícios ao trabalho em sala de aula, pois, além de contribuir para o desenvolvimento da competência leitora, ele é uma importante fonte de informação. Nele estão registradas informações, opiniões, fatos históricos, descobertas científicas e conflitos políticos e econômicos. Trata-se de um veículo de comunicação capaz de auxiliar na formação de cidadãos críticos. O trabalho com jornais na escola desenvolve nos alunos habilidades como: identi-

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ficar, relacionar, combinar, comparar, selecionar, classificar e ordenar, codificar, esquematizar, reproduzir, transformar, memorizar, conceituar, criar e reaplicar conhecimentos. Esse trabalho também promove a capacidade de indução, dedução, levantamento e verificação de hipóteses. Além de se depararem com textos reproduzidos de importantes jornais brasileiros, ao aluno e ao professor são feitas indicações de diferentes veículos de comunicação que podem contribuir com o processo de ensino e aprendizagem. As revistas especializadas (História, Ciências, Linguística) geralmente têm uma preocupação com o caráter didático de suas reportagens, o que facilita a compreensão e aumenta o comprometimento com o assunto estudado. Elas são indicadas tanto para a sua leitura quanto para a do aluno, sempre que o momento for propício.

Sala de aula invertida A sala de aula invertida é, atualmente, um recurso que promove o protagonismo do aluno, incentivando a participação mais ativa dele no processo de aprendizagem. Consiste em o professor sugerir ao aluno projetos ou pesquisas como atividade inicial. O docente lança um tema ou assunto a ser pesquisado de acordo com o perfil e a autonomia do aluno, que se empenha na busca pelas informações por meio das tecnologias da informação e da comunicação, somadas aos recursos físicos, como livros, enciclopédias, dicionários e combinadas com seus conhecimentos prévios e estratégias particulares de estudo. Posteriormente ele compartilha suas descobertas, impressões, conclusões e dúvidas com a turma sob a monitoração do professor. A sala de aula invertida é um ambiente de interação resultante da participação, da troca, da síntese e da discussão entre colegas com a supervisão do professor, que

passa a assumir o papel de orientador e tutor. Ao aluno cabe a responsabilidade pela busca do conhecimento básico, e os estágios mais avançados são norteados pelo docente e pelo grupo, o que torna o processo mais criativo e empreendedor. Nesta coleção, o professor encontra sugestões metodológicas que dialogam com essa prática, por exemplo, quando solicita ao aluno uma pesquisa prévia sobre determinado conteúdo que venha a ser trabalhado. [...] O importante para inverter a sala de aula é engajar os alunos em questionamentos e resolução de problemas, revendo, ampliando e aplicando o que foi aprendido on-line com atividades bem planejadas e fornecendo-lhes feedback imediatamente. Há muitas formas de inverter o processo de aprendizagem. Pode-se começar por projetos, pesquisa, leituras prévias e produções dos alunos e depois promover aprofundamentos em classe com a orientação do professor. [...] MORAN, José. Metodologias ativas para uma aprendizagem mais profunda. In: BACICH, Lilian; MORAN, José (Orgs.). Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma abordagem teórico-prática. Porto Alegre: Penso, 2018. p. 14.

Pesquisa O ato de pesquisar é fundamental para o processo de aprendizagem e está diretamente ligado à proposta da sala de aula invertida. Nesta coleção, em vários momentos, os alunos são instruídos a realizar pesquisas, tanto individuais quanto coletivas. Para que a pesquisa escolar obtenha resultados satisfatórios, existem algumas etapas importantes que devem ser seguidas sempre que possível: definição do tema, planejamento, coleta de dados, análise e interpretação dos dados, produção do texto, revisão, socialização.

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Proposta teórico-metodológica da coleção O trabalho com o ensino de Geografia, sempre que possível, deve partir da reflexão do espaço vivido pelos alunos, ou seja, de situações em que os educandos relacionem sua vivência com a de outros lugares do mundo. Essas situações são importantes à medida que estimulam os alunos a refletirem sobre diferentes aspectos do mundo atual, levando-os, assim, a construir conhecimentos cada vez mais complexos sobre a relação sociedade e natureza. É necessário compreender que nossos alunos chegam à escola repletos de conhecimentos, os quais necessitam ser sistematizados e enriquecidos no decorrer do processo de ensino-aprendizagem. Por essa razão, em vários momentos desta coleção, os alunos são estimulados a expor o que sabem sobre os conteúdos estudados. Uma vez que o aluno interage diuturnamente com o universo no qual ele vive, torna-se inerente ao procedimento didático do professor inteirar-se desse universo. O aluno na escola, o aluno na aula de Geografia não é um fragmento de pessoa, ele é esta pessoa como um todo, ele é um feixe de modos de ser no qual se inclui também o ser cognitivo a quem se pretende disponibilizar algumas formas de compreender geograficamente o mundo. [...] KIMURA, Shoko. Geografia no ensino básico: questões e propostas. São Paulo: Contexto, 2008. p. 118-119.

Com vistas a atingir tais objetivos, ressaltamos a importância do trabalho do pro-

fessor na investigação dos conhecimentos prévios dos alunos. A utilização de recursos didáticos variados, como textos literários, entrevistas, poemas, obras de arte e histórias em quadrinhos, também contribui para que os alunos reflitam sobre o espaço vivido e realizem analogias com outros espaços. Além de serem úteis para a investigação dos conhecimentos prévios, os recursos didáticos constituem importantes deflagradores para o trabalho com os temas propostos, tornando assim o estudo mais dinâmico e interessante aos alunos. Por meio desses recursos, os alunos reconhecem as informações geográficas explícitas ou implícitas nesses diferentes meios, de modo que o professor, por sua vez, encontre formas diversificadas de dinamizar e estimular a aprendizagem em sala de aula. Veja no quadro a seguir alguns dos recursos utilizados no decorrer das páginas desta coleção. Textos

• Jornalísticos (livros, revistas e internet). • Literários (poemas, crônicas etc.). • Entrevistas. • Histórias em quadrinhos e charges. Imagens

• Mapas, gráficos e tabelas. • Fotografias. • Ilustrações e esquemas. • Obras de arte. • Imagens de satélite.

O ensino de Geografia O mundo atual é marcado por uma intensa rede de relações econômicas, sociais e culturais, sendo denominada, em muitos estudos, de globalização. Diante dessa realida-

de nos perguntamos: Como fica o ensino de Geografia, que busca refletir sobre a relação entre sociedade e natureza nessa atual organização do espaço geográfico mundial?

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Em razão desse e de outros questionamentos, muito se tem discutido sobre os caminhos a serem seguidos no ensino de Geografia. Um dos consensos dessas discussões é o de que os materiais didáticos atuais necessitam ser muito mais que apenas um elenco de conteúdos descritivos de fenômenos geográficos, sejam eles naturais ou sociais. Na atualidade, tornou-se imprescindível que esses materiais sejam instrumentos competentes, úteis e interessantes aos olhos daqueles que se encontram envolvidos no processo de ensino-aprendizagem, principalmente os professores e os alunos. Pensando nisso, apresentamos esta coleção voltada para o ensino da ciência geográfica, que tem como foco os alunos dos anos finais do Ensino Fundamental. A proposta de trabalho desta coleção foi estruturada de acordo com as mais recentes discussões sobre o ensino de Geografia, nas quais os objetivos de estudo dessa ciência na escola voltam-se, principalmente, para a compreensão da produção e da organização do espaço geográfico de maneira integrada às variáveis que determinam essa produção e organização. De acordo com Lana de Souza Cavalcanti: [...] A finalidade de ensinar Geografia para crianças e jovens deve ser justamente a de os ajudar a formar raciocínios e concepções mais articulados e aprofundados a respeito do espaço. Trata-se de possibilitar aos alunos a prática de pensar os fatos e acontecimentos enquanto constituídos de múltiplos determinantes; de pensar os fatos e acontecimentos mediante várias explicações, dependendo da conjugação desses determinantes, entre os quais se encontra o espacial. A participação de crianças e jovens na vida adulta, seja no trabalho, no bairro em que moram, no lazer, nos espaços de prática política explícita, certamente será de melhor qualidade se estes conseguirem pensar sobre seu espaço de forma mais abrangente e crítica. [...] CAVALCANTI, Lana de Souza. Geografia, escola e construção de conhecimentos. 4. ed. Campinas: Papirus, 2003. p. 24.

A abordagem integrada entre aspectos físicos e humanos possibilita aos alunos perceberem a relação de interdependência entre tais elementos, além de compreenderem que essa interdependência figura como a principal responsável pela transformação constante das paisagens e da construção do espaço geográfico. A proposta desta coleção está baseada no trabalho com conteúdos que possibilitem aos alunos compreenderem de que maneira as sociedades humanas se relacionaram, entre si e com a natureza, ao longo do tempo, e como essas relações se apresentam na atualidade. Esse estudo serve de base para a compreensão do espaço geográfico, vislumbrado nas paisagens. Entendemos que, com base nesse estudo, os alunos têm condições de identificar as particularidades do lugar em que vivem, assim como as diferentes relações que esse lugar estabelece com outros lugares do planeta. A presente coleção também prima pelo desenvolvimento de valores éticos e de preservação ambiental. Os trabalhos com esses valores estão diretamente relacionados à elaboração do saber geográfico, à medida que incentivam os alunos a assumirem posturas críticas diante de diferentes situações, com o intuito de atuar por um mundo cada vez melhor. Os temas apresentados abordam, sempre que possível, os aspectos físicos e humanos de maneira integrada, visto que no processo de ensino da Geografia é necessário promover situações por meio das quais os alunos possam refletir a respeito das relações sociais, culturais, econômicas e naturais em conjunto, reconhecendo tanto suas particularidades em escala local, a exemplo do espaço vivido por eles, quanto as características dessas relações em escala global.

Os objetivos que norteiam o ensino de Geografia Como sabemos, os objetivos são os principais norteadores do processo de ensino-aprendizagem. Ao estabelecê-los, estamos direcionando a prática docente e de-

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terminando bases conscientes de trabalho, com as quais podemos dialogar e vislumbrar a finalidade de contribuir com a construção do conhecimento feita pelos alunos. Para o ensino de Geografia nos anos finais do Ensino Fundamental, consideramos pertinente que cada aluno atinja objetivos como:

• Reconhecer que a sociedade e a natu-

reza possuem princípios e leis próprios e que o espaço geográfico resulta das interações entre elas, historicamente definidas; [...] • Reconhecer a importância da cartografia como uma forma de linguagem para trabalhar em diferentes escalas espaciais as representações locais e globais do espaço geográfico; [...] • Compreender que os conhecimentos geográficos que adquiriram ao longo da escolaridade são parte da construção da sua cidadania, pois os homens constroem, se apropriam e interagem com o espaço geográfico nem sempre de forma igual; • Perceber, na paisagem local e no lugar em que vivem, as diferentes manifestações da natureza, sua apropriação e transformação pela ação da coletividade de seu grupo social; • Reconhecer e comparar a presença da natureza, expressa na paisagem local, com as manifestações da natureza presentes em outras paisagens; • Reconhecer semelhanças e diferenças nos modos que diferentes grupos sociais se apropriam da natureza e a transformam, identificando suas determinações nas relações de trabalho, nos hábitos cotidianos, nas formas de se expressar e no lazer; • Conhecer e começar a utilizar fontes de informação escritas e imagéticas utilizando, para tanto, alguns procedimentos básicos; [...] • Reconhecer, no seu cotidiano, os referenciais espaciais de localização, orien-

tação e distância, de modo que se desloque com autonomia e represente os lugares onde vive e se relaciona; • Reconhecer a importância de uma atitude responsável de cuidado com o meio em que vive, evitando o desperdício e percebendo os cuidados que se devem ter na preservação e na conservação da natureza; [...] • Compreender que as melhorias nas condições de vida, os direitos políticos, os avanços técnicos e tecnológicos e as transformações socioculturais são conquistas decorrentes de conflitos e acordos que ainda não são usufruídas por todos os seres humanos e, dentro de suas possibilidades, empenhe-se em democratizá-las; [...] • Fazer leituras de imagens, de dados e de documentos de diferentes fontes de informação, de modo que interprete, analise e relacione informações sobre o território e os lugares e as diferentes paisagens; • Utilizar a linguagem gráfica para obter informações e representar a espacialidade dos fenômenos geográficos; [...] • Fortalecer o significado da cartografia como uma forma de linguagem que dá identidade à Geografia, mostrando que ela se apresenta como uma forma de leitura e de registro da espacialidade dos fatos, do seu cotidiano e do mundo; • Criar condições para que o aluno possa começar, a partir de sua localidade e do cotidiano do lugar, a construir sua ideia do mundo, valorizando inclusive o imaginário que tem dele. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: Geografia. Brasília, 1998. p. 53-100.

A BNCC e o ensino de Geografia O estudo da ciência geográfica é fundamental para que os alunos compreendam o mundo atual, marcado por uma comple-

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xa rede de relações econômicas, sociais e culturais, que são, ao mesmo tempo, globais e locais. É importante que os alunos consigam compreender a relação entre os conteúdos do currículo e possam agir com base nos conhecimentos elaborados ao longo de sua vida escolar e social, reconhecendo-se como protagonistas na busca por soluções para os problemas da vida cotidiana, individual ou coletiva. De acordo com a BNCC: [...] No Ensino Fundamental – Anos Finais, espera-se que os alunos compreendam os processos que resultaram na desigualdade social, assumindo a responsabilidade de transformação da atual realidade, fundamentando suas ações em princípios democráticos, solidários e de justiça. Dessa maneira, possibilita-se o entendimento do que é Geografia, com base nas práticas espaciais, que dizem respeito às ações espacialmente localizadas de cada indivíduo, considerado como agente social concreto. [...] BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Versão final. Brasília: MEC, 2017. Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br>. Acesso em: 1o out. 2018.

O objetivo é levar os alunos a se apropriar de conhecimentos e desenvolver habilidades com as quais possam fazer uma

leitura cada vez mais realista e crítica do mundo, apoiados por um pensamento espacial, por meio do raciocínio geográfico. [...] Essa é a grande contribuição da Geografia aos alunos da Educação Básica: desenvolver o pensamento espacial, estimulando o raciocínio geográfico para representar e interpretar o mundo em permanente transformação e relacionando componentes da sociedade e da natureza. Para tanto, é necessário assegurar a apropriação de conceitos para o domínio do conhecimento fatual (com destaque para os acontecimentos que podem ser observados e localizados no tempo e no espaço) e para o exercício da cidadania. [...] BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Básica. Base Nacional Comum Curricular, 2017. p. 358.

Desenvolver nos alunos o senso crítico e as habilidades que permitam o uso de ferramentas para analisar e interpretar a realidade é uma das grandes contribuições da Geografia para a Educação Básica. O raciocínio geográfico tem como base alguns princípios norteadores para que os alunos consigam desenvolver, exercitar ou aperfeiçoar o pensamento espacial. Observe o quadro a seguir.

Princípio

Descrição

Analogia

Um fenômeno geográfico sempre é comparável a outros. A identificação das semelhanças entre fenômenos geográficos é o início da compreensão da unidade terrestre.

Conexão

Um fenômeno geográfico nunca acontece isoladamente, mas sempre em interação com outros fenômenos próximos ou distantes.

Diferenciação

É a variação dos fenômenos de interesse da Geografia pela superfície terrestre (por exemplo, o clima), resultando na diferença entre áreas.

Distribuição Extensão

Localização

Ordem

Exprime como os objetos se repartem pelo espaço. Espaço finito e contínuo delimitado pela ocorrência do fenômeno geográfico. Posição particular de um objeto na superfície terrestre. A localização pode ser absoluta (definida por um sistema de coordenadas geográficas) ou relativa (expressa por meio de relações espaciais topológicas ou por interações espaciais). Ordem ou arranjo espacial é o princípio geográfico de maior complexidade.

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Importantes estratégias para o ensino de Geografia O ensino de Geografia pode valer-se de alguns instrumentos ou técnicas que se transformam verdadeiramente em estratégias de ação para o processo de ensino-aprendizagem. Essas estratégias podem ser utilizadas pelo professor de Geografia a qualquer momento que julgar pertinente, além de poder adotar sugestões que estão presentes em toda a coleção.

Planejamento O planejamento se torna uma estratégia fundamental para a reflexão do professor sobre como, onde, quando e o que trabalhar para desenvolver diferentes habilidades nos alunos ou para abordar diferentes conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais. Cabe ressaltar que o ato de planejar não pode ser um impulso alheio aos objetivos finais, nem ser totalmente destituído de visões políticas e sociais, como mostra o texto a seguir. O planejamento não será nem exclusivamente um ato político-filosófico, nem exclusivamente um ato técnico; será, sim, um ato ao mesmo tempo político-social, científico e técnico: político-social, na medida em que está comprometido com as finalidades sociais e políticas; científico, na medida em que não se pode planejar sem um conhecimento da realidade; técnico, na medida em que o planejamento exige uma definição de meios eficientes para se obter os resultados. LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. São Paulo: Cortez, 1999. p. 108.

Contudo, ao focar no objetivo a ser alcançado para a aprendizagem de cada assunto, o planejamento permite, ao professor, adequar-se ao tempo disponível e estabelecer o tempo necessário para cada atividade. O texto a seguir fala sobre a importância do planejamento para alcançar resultados.

O ser humano age em função de construir resultados. Para tanto, pode agir aleatoriamente ou de modo planejado. Agir aleatoriamente significa “ir fazendo as coisas”, sem ter clareza de onde se quer chegar; agir de modo planejado significa estabelecer fins e construí-los por meio de uma ação intencional. [...] LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. São Paulo: Cortez, 1999. p. 102.

Portanto, o planejamento deve contemplar desde a delimitação do tema e o levantamento de hipóteses, passando pela investigação do problema e a sistematização dos conceitos, até a avaliação dos conteúdos.

Trabalho em grupo O trabalho em grupo se torna uma ferramenta fundamental para o incentivo à ação coletiva. Trabalhar coletivamente, organizar ideias e realizá-las em grupo são ações extremamente importantes para desenvolver a socialização dos alunos, como explica Celso Antunes no texto a seguir. Colocar os alunos em grupos não os faz necessariamente aprender a “trabalhar juntos”; portanto, torna-se essencial ensiná-los a cooperar, somar, dividir responsabilidades, interagir. Ensinar os alunos a trabalhar em equipes, despertar-lhes a sensibilidade para o relacionamento interpessoal, para a descoberta de si mesmo através da descoberta do outro [...] ANTUNES, Celso. Novas maneiras de ensinar, novas formas de aprender. Porto Alegre: Artmed, 2002. p. 102.

O trabalho em grupo desenvolve a autonomia individual, o poder de tomar decisões, de concordar ou não com o que o colega propõe e de ponderar a compreensão do outro sobre determinado assunto. Além disso, quando se proporciona um trabalho em grupo no qual a cooperação é verdadeiramente necessária, seu objetivo principal, que é o enriquecimento da aprendizagem, é facilmente alcançado.

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Trabalho de campo O trabalho de campo é uma ferramenta fundamental para a compreensão do espaço geográfico. Ele se torna o elo entre o conteúdo trabalhado em sala de aula e a realidade externa. É durante o trabalho de campo que o aluno pode vislumbrar e vivenciar os conceitos fundamentais dessa ciência, além de perceber o espaço geográfico como aquele próximo a si e não apenas aquele teorizado pelos professores durante as aulas. É a oportunidade que a Geografia proporciona ao seu estudante de aproximar-se do foco de estudo, seja ele ambiental, populacional, econômico etc., de acordo com o objetivo estabelecido para o trabalho de campo. O trabalho de campo ainda favorece momentos de socialização, permitindo maior convívio entre os alunos, e até mesmo entre alunos e professores, além de proporcionar momentos incomuns, como a pesquisa, a observação fora do ambiente escolar e o trabalho em conjunto com outras disciplinas. No entanto, para os trabalhos de campo, são necessários alguns cuidados que devem ser observados pela escola e pelo professor.

Preparando o trabalho de campo Inicie o planejamento da atividade selecionando previamente o local a ser estudado durante o trabalho de campo. Em seguida, verifique com a direção da escola a melhor data, a disponibilidade do transporte para os alunos e a possibilidade de contar com a participação de outros professores e funcionários.

Providencie termos de autorização a serem encaminhados aos pais ou responsáveis pelos alunos, solicitando possíveis materiais necessários, assim como trajes e calçados adequados. Em sala de aula, estabeleça com os alunos e os demais professores o objetivo do trabalho de campo a ser realizado, assim como os elementos e conteúdos que devem ser observados durante o trabalho.

Durante o trabalho de campo Incentive a observação e o registro das informações por meio de anotações, desenhos, croquis, fotografias, filmagens ou até mesmo gravações de áudios. Esteja atento à participação, assegurando que as informações possam ser alcançadas ou acessadas por todos os alunos. Lembre-se de mostrar os pontos, as situações ou os elementos que devem ser considerados, de acordo com os conteúdos que dizem respeito à aula.

Após o trabalho de campo De volta à sala de aula, promova um diálogo entre os alunos, para que a experiência seja compartilhada, considerando que a percepção de cada indivíduo sobre o mesmo elemento pode ser sempre diferenciada. Certifique-se da participação de todos, valorizando o convívio e o respeito às opiniões diversas.

Visite o local previamente, estabeleça o tempo necessário para a realização do trabalho e verifique questões como acessibilidade e infraestrutura de apoio, como locais de paradas para descanso e/ou explicações teóricas sobre o que pode ser observado.

Oriente-os na produção do trabalho que deve resultar dessa experiência. Estimule a criatividade dos alunos, solicitando a apresentação desse trabalho de diferentes maneiras, como textos, cartazes, paródias, peças teatrais, entre outras, apontando os principais elementos que devem ser relatados.

Organize regras de comportamento a serem estabelecidas previamente para os alunos. Essas regras podem, inclusive, ser organizadas com a participação dos alunos e dos outros professores.

Avalie os resultados do trabalho de campo de maneira integral. Não considere apenas um ou outro momento, mas observe o quanto ele foi enriquecedor para a elaboração do conhecimento geográfico de cada aluno.

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Tempestade cerebral A técnica da tempestade cerebral é uma estratégia de ensino geralmente muito utilizada pelo professor de Geografia, principalmente para investigar os conhecimentos que os alunos trazem para a sala de aula. Essa técnica ainda favorece a socialização deles, estimulando a criatividade individual e o respeito ao outro. Aplique essa dinâmica como estratégia didática sempre que julgar pertinente, especialmente para iniciar um novo capítulo. O texto a seguir trata a tempestade cerebral de maneira sistematizada.

Tempestade cerebral A “tempestade cerebral” constitui um modo de estimular a geração de novas ideias. Fundamenta-se no plano de captar as ideias em estado nascente, antes de serem submetidas aos esquemas fechados e rígidos dos processos de pensamento lógico. Ao mesmo tempo que nos comprometemos a nos considerar como uma equipe durante a sessão, estabelecemos a regra de que cada um é capaz de produzir ideias. Em lugar de proceder à análise crítica dos elementos que possuímos, solicita-se ao grupo que deixe funcionar sua imaginação, evitando o controle, seja a respeito dos critérios de coerência interna da série de ideias produzidas, seja a respeito de critérios exteriores à atividade presente. Sem pretender opor-se ou sobrepor-se às técnicas clássicas de reflexão, a tempestade cerebral trata de preservar a parte de imaginação criadora. Apoiada na educação ativa, a tempestade cerebral tem sido usada em muitas universidades e empresas de publicidade, que organizam ciclos regulares de exercício para a criatividade. Exemplos de Tempestade cerebral 1. O professor descreve aos alunos as condições ecológicas da Ama-

zônia, o padrão de dispersão da população e outras características. Logo anuncia aos alunos que, empregando a técnica de Tempestade cerebral, gostaria de solicitar-lhes ideias – as mais originais e inovadoras possíveis – para conseguir a alfabetização sólida e rápida de toda a população amazônica. [...] Como gerar as ideias 1. Os participantes devem expressar, em frases ou palavras curtas, todas as ideias sugeridas pela questão proposta, com toda liberdade e conforme surjam em seu espírito. 2. Devem eliminar toda atitude crítica que levaria a emitir um juízo e selecionar as ideias próprias ou as dos outros. 3. Como exercício de imaginação podem-se emitir ideias originais ainda que inspiradas nas ideias emitidas por outros. Cada ideia pode ser desenvolvida, transformada ou achar outra que se oponha a ela. Devemos observar a regra geral da Tempestade cerebral: Os participantes não devem rodear-se de garantias, verificando hipóteses, antes de emitir suas ideias. O animador estabelecerá a duração da sessão de 10 minutos a uma hora. [...] BORDENAVE, Juan Díaz; PEREIRA, Adair Martins. Estratégias de ensino-aprendizagem. Petrópolis: Vozes, 1994. p. 157-158.

Para explorar essa técnica em sala de aula, anote no quadro as palavras ou frases levantadas pelos alunos e, ao final do tempo determinado, leia as anotações para eles, de modo a elaborar uma linha de partida para o trabalho. Se julgar necessário, solicite aos alunos que também anotem as palavras no caderno. Em seguida, ao refletir sobre o assunto tratado no capítulo, retome as ideias iniciais, construindo um paralelo com os conhecimentos adquiridos.

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Principais conceitos/categorias da Geografia O trabalho e o entendimento de determinados conceitos e categorias da ciência geográfica, como lugar, paisagem, região, território e espaço geográfico, são essenciais no processo de ensino-aprendizagem. Pela compreensão desses conceitos, os alunos passam a realizar uma efetiva transposição do senso comum para os conhecimentos científicos. Nossa proposta nesta coleção é desenvolver um estudo em espiral, que envolva, em cada um dos volumes, os conteúdos com um nível maior de complexidade sobre os conceitos e os temas próprios dessa ciência, respeitando o nível cognitivo dos alunos. Essa proposta de trabalho visa promover um estudo integrado entre cada um dos volumes e, sobretudo, possibilitar que os educandos compreendam cada vez mais a dinâmica do espaço onde vivem e atuam.

Lugar O lugar corresponde à porção do espaço vivido, onde as pessoas estabelecem suas relações mais diretas, sobretudo as afetivas. Os lugares, apesar de terem características mundiais manifestas, também são únicos, carregados de características próprias que os diferem dos demais lugares, como aspectos físicos, sociais, econômicos, culturais e políticos. O texto abaixo complementa a definição de lugar. O lugar é a porção do espaço apropriável para a vida — apropriada através do corpo — dos sentidos — dos passos de seus moradores, é o bairro, é a praça, é a rua, e nesse sentido poderíamos afirmar que não seria jamais a metrópole ou mesmo a cidade lato sensu a menos que seja a pequena vila ou cidade – vivida/conhecida/reconhecida em todos os cantos. CARLOS, Ana Fani Alessandri. O lugar no/do mundo. São Paulo: Hucitec, 1996. p. 20-21.

Veja o texto a seguir, que apresenta o conceito de lugar visto por diferentes perspectivas.

Na Geografia Humanística, lugar é o espaço que se torna familiar ao indivíduo, é o espaço do vivido, do experienciado. [...] Na concepção histórico-dialética, lugar pode ser considerado no contexto do processo de globalização. A globalização indica uma tensão contraditória entre a homogeneização das várias esferas da vida social e fragmentação, diferenciação e antagonismos sociais. Por ser assim, a compreensão da globalização requer a análise das particularidades dos lugares, que permanecem, mas que não podem ser entendidas nelas mesmas. O que há de específico nas particularidades deve ser encarado na mundialidade, ou seja, o problema local deve ser analisado como problema global, pois há na atualidade um “deslocamento” (no sentido de deslocar) das relações sociais. [...] CAVALCANTI, Lana de Souza. Geografia, escola e construção de conhecimentos. 4. ed. Campinas: Papirus, 2003. p. 89-90.

Região A noção de região está ligada à noção de diferenciação de áreas. Neste sentido, uma região é delimitada por apresentar um conjunto de características distintas em relação a outras áreas. O texto a seguir aborda o conceito de região. É possível, então, compreender a região, na atualidade, como uma área formada por articulações particulares no quadro de uma sociedade globalizada. Essa região é definida a partir de recortes múltiplos, complexos e mutáveis, mas destacando-se, nesses recortes, elementos fundamentais, como a relação de pertencimento e identidade entre os homens e seu território, o jogo político no estabelecimento de regiões autônomas ante um poder central, a questão do controle e da gestão de um território (Gomes 1995). CAVALCANTI, Lana de Souza. Geografia, escola e construção de conhecimentos. 4. ed. Campinas: Papirus, 2003. p. 104.

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Território Territórios são delimitados por relações de poder e, na maioria das vezes, são associados à figura do Estado, como território nacional. Veja o texto a seguir. [...] Territórios existem e são construídos (e desconstruídos) nas mais diversas escalas, da mais acanhada (p. ex., uma rua) à internacional (p. ex., a área formada pelo conjunto dos territórios dos países-membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte – OTAN); territórios são construídos (e desconstruídos) dentro de escalas temporais as mais diferentes: séculos, décadas, anos, meses ou dias; territórios podem ter um caráter permanente, mas também podem ter uma existência periódica, cíclica. [...] SOUZA, Marcelo José Lopes. O território: sobre espaço e poder, autonomia e desenvolvimento. In: CASTRO, Iná Elias de (Org.). Geografia: conceitos e temas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1995. p. 81.

Os territórios podem ser destituídos na medida em que as relações de poder cessam. Em escala nacional, o Estado é o gestor do território e, quando finda seu poder, acaba também sua soberania sobre o território.

Paisagem A paisagem é aquilo que se apreende pela visão. Essa categoria não é estática, nela estão presentes elementos como cores, sons, odores e movimentos. Ela exprime as relações entre o homem e a natureza, ocorridas em momentos e lugares específicos. O geógrafo Milton Santos diferencia paisagem artificial ou cultural de paisagem natural, sendo a primeira aquela transformada pelo homem, e a segunda, aquela que ainda não sofreu nenhuma interferência da ação humana. A paisagem é um conjunto heterogêneo de formas naturais e artificiais; é formada por frações de ambas, seja quanto ao tamanho, volume, cor, utilidade, ou por qualquer outro critério. A paisagem é sempre heterogênea. [...] SANTOS, Milton. Metamorfoses do espaço habitado. 5. ed. São Paulo: Hucitec, 1997. p. 65.

Espaço geográfico O espaço geográfico é a materialização da relação dinâmica entre sociedade e natureza no decorrer do tempo. Um dos principais objetivos da ciência geográfica é compreender o dinamismo da transformação e da construção do espaço geográfico. Para essa ciência, o espaço é um conjunto de relações entre os objetos sociais e naturais, animados pelo movimento da sociedade. O espaço é resultado de um conjunto inseparável de sistemas de objetos (casas, ruas, lavouras, indústrias) e sistemas de ações (trabalho, comércio, relações sociais e familiares). O espaço é resultado da ação dos homens sobre o próprio espaço, intermediados pelos objetos, naturais e artificiais. [...] SANTOS, Milton. Metamorfoses do espaço habitado. 5. ed. São Paulo: Hucitec, 1997. p. 71.

O espaço é formado por um conjunto indissociável, solidário e também contraditório, de sistemas de objetos e sistemas de ações, não considerados isoladamente, mas como o quadro único no qual a história se dá. [...] O espaço é hoje um sistema de objetos cada vez mais artificiais, povoado por sistemas de ações igualmente imbuídos de artificialidade, e cada vez mais tendentes a fins estranhos ao lugar e a seus habitantes. SANTOS, Milton. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. 4. ed. São Paulo: Edusp, 2004. p. 63.

Cartografia e o ensino de Geografia No ensino de Geografia, a aquisição de noções cartográficas pelos alunos é essencial para sua interpretação e intervenção na realidade. Assim, um dos objetivos da Geografia, como disciplina escolar, é preparar alunos leitores e produtores de mapas. Esse processo possibilita a eles uma maior consciência de sua prática social, pois, de certa maneira, todo produtor de mapas tem aprimoradas suas habilidades de observação, interpretação, análise, síntese, entre outras.

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[...] O aluno precisa ser preparado para “ler” representações cartográficas. Só lê mapas quem aprendeu a construí-los. [...] O fundamental no ensino da Geografia é que o aluno/cidadão aprenda a fazer uma leitura crítica da representação cartográfica, isto é, decodificá-la, transpondo suas informações para uso do cotidiano. [...] CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos. Apreensão e compreensão do espaço geográfico. In: CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos (Org.). Ensino de Geografia: práticas e textualizações no cotidiano. Porto Alegre: Mediação, 2000. p. 39.

A consulta a mapas e a globos terrestres precisa fazer parte do cotidiano escolar no decorrer das aulas, sobretudo nas aulas de Geografia. Esses instrumentos não podem ser utilizados em eventuais situações e como algo incomum, e sim regularmente, a fim de incentivar os alunos a consultarem mapas, atlas e globos, com o intuito de extrair informações desses recursos. Nesse sentido, ressaltamos a importância da presença constante desses materiais em sala, como fundamentado pelo texto a seguir. A formação dos alunos para entender os fatos geográficos em sua espacialidade necessita de mapas e globos como acervos permanentes nas salas de aula, sem que haja necessidade de transporte a cada aula. Paralelamente à necessidade de o professor de Geografia possibilitar a visualização do espaço geográfico em estudo, os mapas e globos são um convite para os alunos pensarem o espaço. [...] Como sabemos, todo fato ocorre em um lugar e em um determinado tempo, portanto não há necessidade de se planejar uma aula específica para trabalhar com mapas, pois estes devem fazer parte do material de todo estudante — como a carteira, o dicionário, o caderno, os estojos etc. [...] PASSINI, Elza Yasuko. Alfabetização cartográfica. In: PASSINI, Elza Yasuko; ALMEIDA Rosângela D. de (Org.). Prática de ensino de Geografia e estágio supervisionado. São Paulo: Contexto, 2007. p. 143.

Embora saibamos que a Cartografia tenha significativa importância no processo de ensino-aprendizagem, é preciso ter alguns cuidados muito claros no ensino das linguagens e noções cartográficas na escola. De acordo com Ângela Massumi Katuta, existem dois pressupostos para o ensino da Cartografia. [...] Primeiro pressuposto: a apropriação e o uso da linguagem cartográfica devem ser entendidos no contexto da construção dos conhecimentos geográficos, o que significa dizer que não se pode usá-la per se, mas como instrumental primordial, porém não único, para a elaboração de saberes sobre territórios, regiões, lugares e outros. Se a supervalorizarmos, em detrimento do saber geográfico, corremos o sério risco de defender a linguagem por ela mesma, o que, a nosso ver, a esvazia em importância e significado tanto no ensino superior quanto no básico. É preciso que ocorra a aprendizagem e o uso da linguagem cartográfica para, sobretudo, entendermos a lógica da (re)produção dos territórios; caso contrário, ela perde seu sentido ou razão de ser no ensino geográfico superior e básico. Segundo pressuposto: a apropriação e [a] utilização da linguagem cartográfica depende não só, mas em grande parte, das concepções de Geografia e do ensino dessa disciplina que os professores e seus alunos possuem. Por exemplo: se entendermos que ela é uma ciência e/ou disciplina que tem como objetivo apenas localizar e descrever lugares, o uso que se fará da linguagem cartográfica e de seus produtos, tais como mapas, cartodiagramas, gráficos, quadros, plantas e outros, será o de mera localização e descrição de fenômenos. [...] KATUTA, Ângela Massumi. A linguagem cartográfica no ensino superior e básico. In: PONTUSCHKA, Nídia Nacib; OLIVEIRA, Ariovaldo Umbelino de (Org.). Geografia em perspectiva: ensino e pesquisa. São Paulo: Contexto, 2002. p. 133-134.

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Os conteúdos a serem considerados em Geografia Os conteúdos desta coleção estão organizados e apresentados com o objetivo de estabelecer relação entre a educação escolar e a realidade dos alunos, tendo em vista suas relações sociais e, posteriormente, o mundo do trabalho. Desse modo, essa proposta possibilita ao professor trabalhar com os conteúdos conceituais, atitudinais e procedimentais, permeados por oportunidades de desenvolver com os alunos valores, habilidades e competências que lhes permitam tornarem-se indivíduos atentos ao que ocorre à sua volta, autônomos na obtenção e análise de informações e críticos ao perceberem o importante papel que desempenham no mundo em que vivem. Assim, as atividades propostas, como análises de imagens, pesquisas, debates, produções de textos e até mesmo as perguntas orais sugeridas ao professor para verificar conhecimentos prévios dos alunos, tornam-se momentos muito importantes de aprendizagem, considerando que o aprendizado é um movimento constante entre o pensar e o fazer consciente. Sendo assim, os conteúdos conceituais permitem que o aluno entre em contato com noções e conceitos importantes que envolvem cada disciplina escolar. Esses conceitos são a base para a compreensão e organização dos fatos na realidade. Desse modo, a fim de que esses conceitos estejam contextualizados à realidade vivida pelo aluno, e façam sentido em seus estudos, torna-se imprescindível que a sondagem da vivência e da realidade próxima do aluno seja a base para o planejamento do professor, para que ele possa organizar seu trabalho de maneira eficaz.

Os conteúdos procedimentais envolvem propostas que possibilitam ao aluno buscar cada vez mais autonomia visando compreender as informações e a formação do conhecimento. Esses conteúdos instrumentalizam os alunos, capacitando-os intelectualmente a buscar novos conhecimentos. Sendo assim, as atividades envolvidas por conteúdos procedimentais, nesta coleção, incentivam o aluno a observar, ler, descrever, comparar, analisar, refletir, interpretar, inferir, levantar hipóteses, registrar, produzir textos, entre outras ações, a respeito de conceitos e situações presentes em seu cotidiano. Já os conteúdos atitudinais estão relacionados ao conhecimento escolar em um contexto socializador e de formação cidadã. Esses conteúdos privilegiam a formação de valores e atitudes que visam à convivência social, seja na escola ou em outras comunidades de vivência do aluno. Portanto, as atividades que envolvem o trabalho com conteúdos atitudinais propiciam o diálogo, a expressão de opiniões, o respeito mútuo, o repúdio ao preconceito, entre outras propostas. Cabe ressaltar a importância do papel da escola para o desenvolvimento de cada tipo de conteúdo relacionado anteriormente, assim como é de responsabilidade de cada área do conhecimento e do professor a reflexão sobre esses conteúdos, com vistas a viabilizar e desenvolver cada um deles de acordo com a realidade que os rodeia. Em Geografia esses conteúdos são trabalhados por meio da espacialização, possibilitando aos alunos compreender o espaço geográfico com base no próprio cotidiano e estabelecer relações sociais em seu dia a dia.

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Habilidades do 8o ano de Geografia na BNCC EF08GE01 Descrever as rotas de dispersão da população humana pelo planeta e os principais fluxos migratórios em diferentes períodos da história, discutindo os fatores históricos e condicionantes físico-naturais associados à distribuição da população humana pelos continentes. EF08GE02 Relacionar fatos e situações representativas da história das famílias do Município em que se localiza a escola, considerando a diversidade e os fluxos migratórios da população mundial.

EF08GE13 Analisar a influência do desenvolvimento científico e tecnológico na caracterização dos tipos de trabalho e na economia dos espaços urbanos e rurais da América e da África. EF08GE14 Analisar os processos de desconcentração, descentralização e recentralização das atividades econômicas a partir do capital estadunidense e chinês em diferentes regiões no mundo, com destaque para o Brasil.

EF08GE03 Analisar aspectos representativos da dinâmica demográfica, considerando características da população (perfil etário, crescimento vegetativo e mobilidade espacial).

EF08GE15 Analisar a importância dos principais recursos hídricos da America Latina (Aquífero Guarani, Bacias do rio da Prata, do Amazonas e do Orinoco, sistemas de nuvens na Amazônia e nos Andes, entre outros) e discutir os desafios relacionados à gestão e comercialização da água.

EF08GE04 Compreender os fluxos de migração na América Latina (movimentos voluntários e forçados, assim como fatores e áreas de expulsão e atração) e as principais políticas migratórias da região.

EF08GE16 Analisar as principais problemáticas comuns às grandes cidades latino-americanas, particularmente aquelas relacionadas à distribuição, estrutura e dinâmica da população e às condições de vida e trabalho.

EF08GE05 Aplicar os conceitos de Estado, nação, território, governo e país para o entendimento de conflitos e tensões na contemporaneidade, com destaque para as situações geopolíticas na América e na África e suas múltiplas regionalizações a partir do pós-guerra.

EF08GE17 Analisar a segregação socioespacial em ambientes urbanos da América Latina, com atenção especial ao estudo de favelas, alagados e zona de riscos.

EF08GE06 Analisar a atuação das organizações mundiais nos processos de integração cultural e econômica nos contextos americano e africano, reconhecendo, em seus lugares de vivência, marcas desses processos. EF08GE07 Analisar os impactos geoeconômicos, geoestratégicos e geopolíticos da ascensão dos Estados Unidos da América no cenário internacional em sua posição de liderança global e na relação com a China e o Brasil. EF08GE08 Analisar a situação do Brasil e de outros países da América Latina e da África, assim como da potência estadunidense na ordem mundial do pós-guerra. EF08GE09 Analisar os padrões econômicos mundiais de produção, distribuição e intercâmbio dos produtos agrícolas e industrializados, tendo como referência os Estados Unidos da América e os países denominados de Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). EF08GE10 Distinguir e analisar conflitos e ações dos movimentos sociais brasileiros, no campo e na cidade, comparando com outros movimentos sociais existentes nos países latino-americanos. EF08GE11 Analisar áreas de conflito e tensões nas regiões de fronteira do continente latino-americano e o papel de organismos internacionais e regionais de cooperação nesses cenários. EF08GE12 Compreender os objetivos e analisar a importância dos organismos de integração do território americano (Mercosul, OEA, OEI, Nafta, Unasul, Alba, Comunidade Andina, Aladi, entre outros).

EF08GE18 Elaborar mapas ou outras formas de representação cartográfica para analisar as redes e as dinâmicas urbanas e rurais, ordenamento territorial, contextos culturais, modo de vida e usos e ocupação de solos da África e América. EF08GE19 Interpretar cartogramas, mapas esquemáticos (croquis) e anamorfoses geográficas com informações geográficas acerca da África e América. EF08GE20 Analisar características de países e grupos de países da América e da África no que se refere aos aspectos populacionais, urbanos, políticos e econômicos, e discutir as desigualdades sociais e econômicas e as pressões sobre a natureza e suas riquezas (sua apropriação e valoração na produção e circulação), o que resulta na espoliação desses povos. EF08GE21 Analisar o papel ambiental e territorial da Antártica no contexto geopolítico, sua relevância para os países da América do Sul e seu valor como área destinada à pesquisa e à compreensão do ambiente global. EF08GE22 Identificar os principais recursos naturais dos países da América Latina, analisando seu uso para a produção de matéria-prima e energia e sua relevância para a cooperação entre os países do Mercosul. EF08GE23 Identificar paisagens da América Latina e associá-las, por meio da cartografia, aos diferentes povos da região, com base em aspectos da geomorfologia, da biogeografia e da climatologia. EF08GE24 Analisar as principais características produtivas dos países latino-americanos (como exploração mineral na Venezuela; agricultura de alta especialização e exploração mineira no Chile; circuito da carne nos pampas argentinos e no Brasil; circuito da cana-deaçúcar em Cuba; polígono industrial do sudeste brasileiro e plantações de soja no centro-oeste; maquiladoras mexicanas, entre outros).

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Básica. Base Nacional Comum Curricular, 2017. p. 386-389.

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Territórios e nações do mundo

ítulo Cap

A dinâmica da população mundial

ítulo Cap

do mundo. • Diferentes representações cartográficas.

• Principais disputas de fronteiras

nacionais.

• O espaço terrestre. • Diferentes povos e culturas. • Território, soberania e minorias

crescimento. • Dispersão da população humana ao longo da história. • Distribuição atual da população mundial. • Densidade demográfica. • Aumento do processo de urbanização no mundo. • Os fluxos migratórios atuais no Brasil e no mundo. • As dificuldades encontradas pelos imigrantes. • Características etárias da população mundial.

• A população mundial e seu

Principais conceitos e noções

9o ano • A hegemonia europeia na economia, na política e na cultura. • As manifestações culturais na formação populacional. • Intercâmbios históricos e culturais entre Europa, Ásia e Oceania. • Leitura e elaboração de mapas temáticos, croquis e outras formas de representação para analisar informações geográficas.

7o ano • Formação territorial do Brasil. • Características da população brasileira. • Mapas temáticos do Brasil.

deslocamentos populacionais. • Corporações e organismos internacionais e do Brasil na ordem econômica mundial.

• Distribuição da população mundial e

9o ano • As manifestações culturais na formação populacional. • Intercâmbios históricos e culturais entre Europa, Ásia e Oceania.

7o ano • Formação territorial do Brasil. • Características da população brasileira. • Mapas temáticos do Brasil.

deslocamentos populacionais. • Diversidade e dinâmica da população mundial e local. • Cartografia: anamorfose, croquis e mapas temáticos da América e África.

• Distribuição da população mundial e

Objetos de conhecimento

• CG4 • CG9 • CG10 • CECH4 • CECH7 • CEG 3 • CEG4 • CEG4

Competências

tecnologia.

cultural.

direitos humanos.

• Educação em

• Diversidade

cultural. • Educação em direitos humanos. • Processo de envelhecimento, respeito e valorização do idoso. • Saúde. • Trabalho. • Vida familiar e social.

• Diversidade

• Ciência e

Temas contemporâneos

CG: Competência geral CECH: Competência específica de Ciências Humanas CEG: Competência específica de Geografia

• EF08GE01 • CG1 • EF08GE05 • CG2 • EF08GE06 • CG3 • CG4 • CG6 • CG7 • CEG1 • CEG3 • CEG4 • CEG5 • CEG7

• EF08GE01 • EF08GE02 • EF08GE03 • EF08GE04 • EF08GE18

Habilidades

Veja a seguir o quadro detalhado de conteúdos do 8o ano. Nele, você também vai encontrar as relações entre os objetos de conhecimento do 7o e do 9o ano da BNCC, que indicam as progressões de conteúdos ao longo da coleção.

Quadro de conteúdos Geografia • 8o ano


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Continente americano: América Anglo-Saxônica

ítulo Cap

Panorama da economia e da geopolítica mundial

ítulo Cap

• Distribuição da população mundial e

9o ano • A hegemonia europeia na economia, na política e na cultura. • Corporações e organismos internacionais. • As manifestações culturais na formação populacional. • Intercâmbios históricos e culturais entre Europa, Ásia e Oceania. • Leitura e elaboração de mapas temáticos, croquis e outras formas de representação para analisar informações geográficas.

7o ano • Formação territorial do Brasil. • Características da população brasileira. • Produção, circulação e consumo de mercadorias. • Desigualdade social e o trabalho. • Mapas temáticos do Brasil.

Brasil na ordem econômica mundial. • Os diferentes contextos e os meios técnico e tecnológico na produção. • Cartografia: anamorfose, croquis e mapas temáticos da América e África. • Identidades e interculturalidades regionais: Estados Unidos da América, América espanhola e portuguesa e África.

mundo atual. • Nafta. • O setor industrial e as multinacionais dos Estados Unidos.

• A supremacia estadunidense no

7o ano • Ideias e concepções sobre a formação territorial do Brasil. • Formação territorial do Brasil. • Produção, circulação e consumo de mercadorias. • Biodiversidade brasileira.

deslocamentos populacionais. América Latina. • Diversidade e dinâmica da população mundial e local. • América do Norte, Central e do Sul. • Corporações e organismos internacionais e do Brasil na ordem econômica mundial. • Povoamento do continente americano. • Os diferentes contextos e os meios técnico e tecnológico na produção. • Principais características naturais da América Anglo-Saxônica. • Identidades e interculturalidades regionais: Estados Unidos da América, América espanhola e • População dos Estados Unidos e portuguesa e África. Canadá.

• O continente americano. • América Anglo-Saxônica e

do trabalho. • O sistema político-econômico capitalista. • A Primeira, a Segunda e a Terceira Revolução Industrial. • O sistema político-econômico socialista. • Guerra Fria e a bipolaridade mundial. • A multipolaridade mundial e a nova ordem internacional. • Países desenvolvidos e subdesenvolvidos. • Países emergentes. • Os blocos econômicos.

• Evolução das técnicas humanas e • Corporações e organismos internacionais e do

• EF08GE01 • EF08GE03 • EF08GE06 • EF08GE07 • EF08GE08 • EF08GE09 • EF08GE12 • EF08GE13 • EF08GE14 • EF08GE20

• EF08GE07 • EF08GE08 • EF08GE09 • EF08GE12 • EF08GE13 • EF08GE18 • EF08GE20

• CG2 • CG4 • CG7 • CG10 • CEG1 • CEG2 • CEG3 • CEG5 • CEG6 • CEG7

• CG1 • CG2 • CG3 • CG4 • CG6 • CG7 • CG8 • CG9 • CG 10 • CECH7 • CEG1 • CEG2 • CEG3 • CEG4 • CEG5 • CEG6 • CEG7 tecnologia.

tecnologia.

cultural. • Trabalho.

• Diversidade

• Ciência e

social.

• Saúde. • Trabalho. • Vida familiar e

consumo.

• Educação para o

financeira e fiscal.

• Educação

• Ciência e


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América Latina: território e população

ítulo Cap

Continente americano: América Anglo-Saxônica

ítulo Cap

Latina. • As principais características naturais da América Latina. • A colonização da América Latina. • As disputas territoriais na América Latina. • A população atual da América Latina. • Distribuição e crescimento da população latino-americana. • Processo de urbanização dos países latino-americanos.

• Aspectos territoriais da América

estadunidense no mundo. • A descentralização industrial dos Estados Unidos. • Recursos minerais e a agropecuária nos Estados Unidos. • A economia do Canadá. • Recursos minerais e a agropecuária do Canadá.

• A disseminação da cultura

Principais conceitos e noções

9o ano • A hegemonia europeia na economia, na política e na cultura. • Corporações e organismos internacionais. • Integração mundial e suas interpretações: globalização e mundialização. • Leitura e elaboração de mapas temáticos, croquis e outras formas de representação para analisar informações geográficas.

7 ano • Ideias e concepções sobre a formação territorial do Brasil. • Formação territorial do Brasil. • Características da população brasileira. • Mapas temáticos do Brasil. • Biodiversidade brasileira.

Habilidades

• Diversidade e dinâmica da população mundial e local. • EF08GE03 • Corporações e organismos internacionais e do • EF08GE04 Brasil na ordem econômica mundial. • EF08GE05 • Transformações do espaço na sociedade urbano- • EF08GE08 -industrial na América Latina. • EF08GE10 • Cartografia: anamorfose, croquis e mapas • EF08GE11 temáticos da América e África. • EF08GE15 • Identidades e interculturalidades regionais: • EF08GE16 Estados Unidos da América, América espanhola e • EF08GE17 portuguesa e África. • EF08GE18 • Diversidade ambiental e as transformações nas • EF08GE20 paisagens na América Latina. • EF08GE23 o

9o ano • A hegemonia europeia na economia, na política e na cultura. • Corporações e organismos internacionais. • As manifestações culturais na formação populacional. • Integração mundial e suas interpretações: globalização e mundialização. • Intercâmbios históricos e culturais entre Europa, Ásia e Oceania. • Transformações do espaço na sociedade urbano-industrial. • Cadeias industriais e inovação no uso dos recursos naturais e matérias-primas.

Objetos de conhecimento

• CG1 • CG2 • CG3 • CG4 • CG6 • CG7 • CG9 • CG10 • CECH1 • CECH2 • CECH3 • CECH7 • CEG1 • CEG2 • CEG3 • CEG4 • CEG5 • CEG6 • CEG7

Competências

cultural.

relações étnico-raciais e ensino de história e cultura afro-brasileira, africana e indígena. • Educação em direitos humanos. • Processo de envelhecimento, respeito e valorização do idoso. • Trabalho. • Vida familiar e social.

• Educação das

ambiental.

• Educação

• Diversidade

Temas contemporâneos


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A África e suas diversidades

ítulo Cap

América Latina: aspectos econômicos

ítulo Cap

africano. • Principais características naturais da África. • A colonização, a descolonização e o neocolonialismo na África. • O apartheid na África do Sul. • Os conflitos na África. • Aspectos populacionais da África. • A pobreza e a fome na África. • A Aids no continente africano. • Os fluxos migratórios da África. • Cartografia: anamorfose.

• O território africano. • Regionalizações do continente

(indústria, agropecuária, recursos minerais). • Os blocos econômicos da América Latina. • Aspectos da dívida externa da América Latina. • O socialismo em Cuba. • A ocupação da Antártida e as pesquisas científicas.

• A economia da América Latina

• CG8 • CG10 • CECH1 • CECH5 • CEG1 • CEG3 • CEG5

• Diversidade e dinâmica da população mundial e local. • EF08GE03 • Corporações e organismos internacionais e do Brasil • EF08GE05 na ordem econômica mundial. • EF08GE06 • Cartografia: anamorfose, croquis e mapas temáticos • EF08GE18 da América e África. • EF08GE19 • Identidades e interculturalidades regionais: • EF08GE20 7o ano • Ideias e concepções sobre a formação territorial do Brasil. • Formação territorial do Brasil. • Características da população brasileira. • Mapas temáticos do Brasil.

Estados Unidos da América, América espanhola e portuguesa e África.

9o ano • A hegemonia europeia na economia, na política e na cultura. • Corporações e organismos internacionais. • Transformações do espaço na sociedade urbano-industrial. • Cadeias industriais e inovação no uso dos recursos naturais e matérias-primas.

7o ano • Produção, circulação e consumo de mercadorias. • Desigualdade social e o trabalho.

• CG1 • CG2 • CG3 • CG7 • CECH2 • CECH3 • CECH4 • CECH5 • CECH6 • CECH7 • CEG1 • CEG2 • CEG3 • CEG4 • CEG5 • CEG7

• EF08GE05 • EF08GE06 • EF08GE07 • EF08GE08 • EF08GE09 • EF08GE10 • EF08GE12 • EF08GE13 • EF08GE18 • EF08GE20 • EF08GE21 • EF08GE22 • EF08GE24

Brasil na ordem econômica mundial. • Os diferentes contextos e os meios técnico e tecnológico na produção. • Cartografia: anamorfose, croquis e mapas temáticos da América e África. • Identidades e interculturalidades regionais: Estados Unidos da América, América espanhola e portuguesa e África. • Diversidade ambiental e as transformações nas paisagens na América Latina.

• Corporações e organismos internacionais e do

direitos humanos.

alimentar e nutricional. • Educação ambiental. • Educação das relações étnico-raciais e ensino de história e cultura afro-brasileira, africana e indígena. • Saúde.

• Educação

cultural.

• Diversidade

• Educação em

financeira e fiscal. • Educação ambiental. • Ciência e tecnologia. • Diversidade cultural.

• Trabalho. • Educação


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África: a economia de um continente subdesenvolvido

ítulo Cap

A África e suas diversidades

ítulo Cap

9o ano • A hegemonia europeia na economia, na política e na cultura. • Corporações e organismos internacionais. • Integração mundial e suas interpretações: globalização e mundialização. • A divisão do mundo em Ocidente e Oriente. • Transformações do espaço na sociedade urbano-industrial. • Cadeias industriais e inovação no uso dos recursos naturais e matérias-primas.

7o ano • Produção, circulação e consumo de mercadorias. • Desigualdade social e o trabalho. • Mapas temáticos do Brasil.

Estados Unidos da América, América espanhola e portuguesa e África.

9o ano • A hegemonia europeia na economia, na política e na cultura. • Corporações e organismos internacionais. • Integração mundial e suas interpretações: globalização e mundialização. • A divisão do mundo em Ocidente e Oriente. • Leitura e elaboração de mapas temáticos, croquis e outras formas de representação para analisar informações geográficas.

Objetos de conhecimento

• O subdesenvolvimento africano. • Corporações e organismos internacionais e do • As transformações econômicas e a Brasil na ordem econômica mundial. urbanização na África. • Os diferentes contextos e os meios técnico e tecnológico na produção. • A dívida externa e a dependência econômica da África. • Cartografia: anamorfose, croquis e mapas temáticos da América e África. • A economia agrária, os recursos naturais e a atividade industrial na • Identidades e interculturalidades regionais: África. • Os blocos econômicos do continente africano. • O desenvolvimento econômico da África. • Questões ambientais e os recursos hídricos na África. • A presença chinesa na África.

Principais conceitos e noções

• EF08GE06 • EF08GE13 • EF08GE18 • EF08GE19 • EF08GE20

Habilidades

• CECH3 • CECH6 • CECH7 • CEG2 • CEG6

Competências

direitos humanos. • Educação ambiental. • Saúde.

• Trabalho. • Educação em

Temas contemporâneos


Referências bibliográficas ALVAREZ MÉNDEZ, Juan Manuel. Avaliar para conhecer: examinar para excluir. Porto Alegre: Artmed, 2002. ANTUNES, Celso. Novas maneiras de ensinar, novas formas de aprender. Porto Alegre: Artmed, 2002. ARAÚJO, Ulisses F.; AQUINO, Julio Groppa. Os direitos humanos na sala de aula: a ética como tema transversal. São Paulo: Moderna, 2001. (Educação em pauta: temas transversais). ASSEMBLEIA GERAL DAS NAÇÕES UNIDAS. Declaração universal dos direitos humanos. Disponível em: <http://www.onu.org.br/img/2014/09/DUDH.pdf>. Acesso em: 23 ago. 2018. BARBOSA, Alexandre F. Pesquisa sobre o uso das tecnologias da informação e da comunicação no Brasil: TIC Domicílios e TIC Empresas 2009/Cetic. São Paulo: Comitê Gestor da internet no Brasil, 2010. Disponível em: <www.cgi.br/publicacao/habilidade-e-inclusao-digital-o-papel-das-escolas>. Acesso em: 23 ago. 2018. BASSIT, Ana Zahira (Org.). O interdisciplinar: olhares contemporâneos. São Paulo: Factash Editora, 2010. BENCINI, Roberta. Cada um aprende de um jeito. Nova Escola, 1o jan. 2003. Disponível em: <https:// novaescola.org.br/conteudo/1444/cada-um-aprende-de-um-jeito>. Acesso em: 6 set. 2018. BONESI, Patrícia Góis; SOUZA, Nádia Aparecida de. Fatores que dificultam a transformação da avaliação na escola. Estudos em avaliação educacional, v. 17, n. 34, maio/ago. 2006. Disponível em: <https://www.fcc.org.br/pesquisa/publicacoes/eae/arquivos/1288/1288.pdf>. Acesso em: 22 set. 2018. BORDENAVE, Juan Díaz; PEREIRA, Adair Martins. Estratégias de ensino-aprendizagem. 32. ed. Petrópolis: Vozes, 2011. BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. LEI No 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm>. Acesso em: 23 ago. 2018. BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Versão final. Brasília: MEC, 2017. Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec. gov.br>. Acesso em: 10 mar. 2018. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: apresentação dos temas transversais, ética. Brasília: MEC/SEF, 1997. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: Geografia. Brasília, 1998. BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos do Ensino Fundamental: introdução aos parâmetros curriculares nacionais. Brasília, 1998. BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: Geografia. Brasília, 1998. BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Brasília, 10 mar. 2004. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/cnecp_003.pdf>. Acesso em: 23 ago. 2018.

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VONTADE de

SABER

GEOGRAFIA Ensino Fundamental – Anos Finais Componente curricular: Geografia

8 Neiva Camargo Torrezani • • • •

Licenciada e bacharela em Geografia pela Universidade Estadual de Londrina (UEL-PR). Especialista em Análise e Educação Ambiental em Ciências da Terra pela UEL-PR. Mestra em Geografia pela UEL-PR. Atuou como professora de Geografia em escolas da rede particular de ensino.

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Copyright © Neiva Camargo Torrezani, 2018. Diretor editorial Diretora editorial adjunta Gerente editorial Editor Gerente de produção editorial Coordenador de produção editorial Gerente de arte Coordenadora de arte Projeto de capa Foto de capa Supervisor de arte Coordenadora de preparação e revisão Supervisora de preparação e revisão Supervisora de iconografia e licenciamento de textos Supervisora de arquivos de segurança Diretor de operações e produção gráfica Projeto e produção editorial Edição Assistência editorial Revisão e preparação Projeto gráfico Edição de arte Iconografia Tratamento de imagens Diagramação Editoração eletrônica

Antonio Luiz da Silva Rios Silvana Rossi Júlio Roberto Henrique Lopes da Silva João Paulo Bortoluci Mariana Milani Marcelo Henrique Ferreira Fontes Ricardo Borges Daniela Máximo Sergio Cândido Artpartner-images/Getty Images Vinicius Fernandes Lilian Semenichin Adriana Soares Elaine Bueno Silvia Regina E. Almeida Reginaldo Soares Damasceno Scriba Soluções Editoriais Karolyna Aparecida Lima dos Santos Raffael Garcia da Silva Amanda de Camargo Mendes, Moisés Manzano da Silva Laís Garbelini Barbara Sarzi Soraya Pires Momi Equipe Scriba Leda Teodorico Renan de Oliveira

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Torrezani, Neiva Camargo Vontade de saber : geografia : 8o ano : ensino fundamental : anos finais / Neiva Camargo Torrezani. — 1. ed. — São Paulo : Quinteto Editorial, 2018. “Componente curricular: Geografia.” ISBN 978-85-8392-159-2 (aluno) ISBN 978-85-8392-160-8 (professor) 1. Geografia (Ensino fundamental) I. Título. 18-20789

CDD-372.891 Índices para catálogo sistemático:

1. Geografia : Ensino fundamental 372.891 Maria Alice Ferreira - Bibliotecária - CRB-8/7964

Reprodução proibida: Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Todos os direitos reservados à

QUINTETO EDITORIAL Rua Rui Barbosa, 156 – Bela Vista – São Paulo – SP CEP 01326-010 – Tel. 0800 772 2300 Caixa Postal 65149 – CEP da Caixa Postal 01390-970

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Em respeito ao meio ambiente, as folhas deste livro foram produzidas com fibras obtidas de árvores de florestas plantadas, com origem certificada.

Impresso no Parque Gráfico da Editora FTD CNPJ 61.186.490/0016-33 Avenida Antonio Bardella, 300 Guarulhos-SP – CEP 07220-020 Tel. (11) 3545-8600 e Fax (11) 2412-5375

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Apresentação Estudar Geografia é uma oportunidade de ficarmos cada vez mais atentos ao mundo em que vivemos, não apenas como simples observadores, mas como indivíduos atuantes e críticos em relação a tudo o que está a nossa volta. Além desses benefícios, o estudo da Geografia nos leva a conhecer o modo de vida de diferentes povos e a compreender os motivos pelos quais o ser humano utilizou os recursos da natureza, transformando as paisagens terrestres, descobrindo e criando novos espaços geográficos. O conhecimento geográfico também contribui para pensarmos e agirmos de modo a estabelecer relações entre o lugar em que vivemos e outros lugares, conscientes de fazermos parte de um mundo conectado. Considerando tudo isso, esta coleção foi elaborada com o intuito de tornar seu estudo ainda mais agradável e de auxiliar você a se preparar para os desafios tanto do presente quanto do futuro.

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Os autores.

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Abertura de capítulo Nestas páginas, você verá imagens e questionamentos que nortearão o estudo do capítulo.

Geografia em foco

Boxe complementar

Nesta seção, algumas informações referentes ao assunto estudado serão acrescentadas. É um momento em que você desenvolverá trabalhos relacionados a acontecimentos reais, enriquecendo o conteúdo.

Aqui você encontrará informações complementares, como textos e imagens, que vão enriquecer seu aprendizado.

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Explorando o tema Nesta seção, serão apresentados textos e imagens que o levarão a refletir sobre temas contemporâneos relevantes para sua formação como cidadão.

Investigando na prática Nesta seção, você encontrará atividades que podem ser realizadas tanto na escola quanto em casa ou em um trabalho de campo. Nesse momento, você também conhecerá, na prática, as características naturais e sociais do espaço geográfico que o cerca.

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Este ícone indica sugestões de leituras que tratam de temas relacionados ao assunto estudado.

Este ícone indica sugestões de filmes relacionados ao assunto que você está estudando.

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Este ícone indica sugestões de sites relacionados ao assunto que você está estudando.

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Sempre que você encontrar este ícone, significa que as atividades podem ser respondidas oralmente.

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Sempre que você encontrar este ícone, significa que as atividades devem ser respondidas no caderno.

Momento da Cartografia Nesta seção, você conhecerá diferentes representações para contemplar os aspectos do espaço geográfico.

Encontro com... Nesta seção, são apresentados conteúdos que podem ser trabalhados em conjunto com outros componentes curriculares e que contribuirão para seus estudos em Geografia.

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Sempre que você encontrar este ícone, significa que as cores das imagens não correspondem às reais.

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Atividades Nesta seção, você realizará atividades que o auxiliarão a desenvolver habilidades fundamentais para a compreensão dos assuntos trabalhados, além de conferir e revisar o que foi estudado.

Refletindo sobre o capítulo Neste momento, você poderá retomar os conteúdos abordados no capítulo, além de promover a reflexão e o diálogo com os colegas. Você também poderá fazer uma autoavaliação sobre o conteúdo aprendido.

Glossário Os significados de algumas palavras pouco mencionadas em nosso dia a dia ou que podem gerar dúvidas em relação ao sentido utilizado no texto serão destacados nas páginas para auxiliar sua compreensão.

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Sumário Cap

ítulo

A dinâmica da população mundial 12 A população mundial e seu crescimento 14 Distribuição da população mundial 16

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A dispersão da espécie humana 16

Momento da Cartografia 17 Mapa de fluxos: a dispersão da população humana na Terra Distribuição atual da população mundial 18 Distribuição desigual da população 20

Geografia em foco 21 Aumento da urbanização no mundo

Atividades 22 Dinâmicas migratórias da população mundial 23 Os fluxos migratórios mundiais na atualidade 24

Cap

Geografia em foco 26 O Brasil e as migrações internacionais

Investigando na prática 27 Conhecendo o município por meio da entrevista

Explorando o tema 28 A dura realidade dos imigrantes

Panorama atual da população mundial 30 Características etárias da população mundial 31 Diferentes formatos de pirâmides etárias 32

Geografia em foco 35 Controle de natalidade: o caso da China

Atividades 36

ítulo

Territórios e nações do mundo 38 O espaço terrestre: continentes e oceanos 40

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Povos e culturas 42

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Territórios e soberania 44 Territórios e minorias nacionais 46

Geografia em foco 47 Uma nação em busca de soberania Minorias nacionais e conflitos 48

Atividades 51 As fronteiras da discórdia 52

Investigando na prática 54 Telejornal das questões territoriais

Momento da Cartografia 56 Projeções cartográficas: diferentes maneiras de representar a superfície terrestre

Explorando o tema 60 Os muros e as fronteiras no mundo atual

Atividades 62

Geografia em foco 53 Conflitos na Caxemira

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Panorama da economia e da geopolítica mundial 64

O sistema político-econômico capitalista 69

Países desenvolvidos e subdesenvolvidos 84

Medindo o desenvolvimento socioeconômico de um país 86 Renda per capita 86

O capitalismo comercial 70 O capitalismo industrial 71

Mortalidade infantil 87

O capitalismo financeiro 72

Taxa de alfabetização 88

Geografia em foco 72 O capitalismo financeiro e o imperialismo europeu O capitalismo técnico-científico-informacional 73

Explorando o tema 74 A Primeira, a Segunda e a Terceira Revolução Industrial

Atividades 76 O sistema político-econômico socialista 77 O apogeu e o declínio do sistema socialista 78

A geopolítica global: a bipolaridade e a multipolaridade 79 Geografia em foco 80 A Guerra Fria A multipolaridade mundial e a nova ordem internacional 81

Atividades 82 As desigualdades no mundo atual: o desenvolvimento e o subdesenvolvimento 83

Expectativa de vida 87 IDH: um índice que combina vários indicadores 88

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O trabalho e as técnicas 68

ítulo

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O ser humano, as técnicas e o trabalho 66

Cap

Geografia em foco 90 As aparências enganam

Atividades 92 Países desenvolvidos 93 Geografia em foco 95 O desemprego e a pobreza no mundo desenvolvido

A economia dos países desenvolvidos 95 Países subdesenvolvidos 97 As diferenças entre os países subdesenvolvidos 99 Dívida externa 99 Países emergentes 100

Encontro com... História 101 As raízes do subdesenvolvimento

Os blocos econômicos 102 Atividades 104 Cap

ítulo

Continente americano: América Anglo-Saxônica 106 América Anglo-Saxônica e América Latina 108 América do Norte, Central e do Sul 110

Encontro com... História 112 O povoamento do continente americano

O território da América Anglo-Saxônica 113 Principais características naturais da América Anglo-Saxônica 114 O relevo e a hidrografia 114

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Geografia em foco 116 A região dos Grandes Lagos O clima e as formações vegetais 117

Geografia em foco 119 A agricultura irrigada no Deserto da Califórnia

Os Estados Unidos e sua população 120 A população atual dos Estados Unidos 122

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O continente americano 108

População urbana 124 Elevada qualidade de vida 125

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Geografia em foco 126 A fronteira entre Estados Unidos e México

O Canadá e sua população 127 Atividades 128 A supremacia estadunidense no mundo atual 130 Os Estados Unidos: uma grande potência econômica mundial 131 A economia regional: o Nafta 134 O setor industrial dos Estados Unidos 135 As multinacionais dos Estados Unidos 137

Explorando o tema 138 A cultura estadunidense no mundo

Geografia em foco 140 A descentralização industrial dos Estados Unidos A economia agrária dos Estados Unidos 141 Os Estados Unidos e seus recursos minerais 143

A economia do Canadá 144 A indústria canadense 144 A economia agrária do Canadá 145 Os recursos naturais no Canadá 145

Geografia em foco 146 A geopolítica vista pelos Estados Unidos

Atividades 148 Cap

ítulo

América Latina: território e população 150 O território da América Latina 152 Principais características naturais da América Latina 153 Uma rica hidrografia 153

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Formas do relevo diversas 156

Geografia em foco 157 O Canal do Panamá e a ligação interoceânica O clima e as formações vegetais 158

A colonização da América Latina 160

Atividades 166 A população atual da América Latina 167 Distribuição da população 168

Geografia em foco 170 O crescimento populacional não é homogêneo na América Latina Processo de urbanização dos países latino-americanos 172

Atividades 174

Explorando o tema 164 Cap

ítulo

As marcas do passado nas paisagens da América Latina

América Latina: aspectos econômicos 176 A economia da América Latina 178

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A atividade industrial da América Latina 179

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A economia agrária da América Latina 182 A economia agrária e o contraste tecnológico 185 Os recursos minerais da América Latina 186

Atividades 188

A dívida externa da América Latina 196 Geografia em foco 198 Cuba: país socialista na América

Ocupação da Antártida e as pesquisas científicas 200 Antártida: potencialidades ou oportunidades? 202

Encontro com... História 203 Desbravadores da Antártida

A economia regional: os blocos econômicos da América Latina 190

Explorando o tema 204

O protecionismo comercial: uma barreira ao desenvolvimento 194

Atividades 206

A riqueza ambiental da Antártida

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10

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:27 PM

A África e suas diversidades 208 A regionalização do continente africano

Principais características naturais da África 212 O relevo e a hidrografia 212 O clima e as formações vegetais 214

Geografia em foco 216 Os oásis

A conquista territorial da África pelos europeus 217 O século XIX e a partilha da África 217

A descolonização e o neocolonialismo na África 219 O apartheid na África do Sul 220

Aspectos populacionais da África 221 A população atual da África 221

Investigando na prática 223

Os conflitos na África 224 O que explica os intensos conflitos na África 224

Atividades 226 Momento da Cartografia 228 Representações gráficas no estudo da pobreza

A pobreza na África 229 A fome na África 231 Encontro com... Ciências 232

erstock.com Lek/Shutt

Geografia em foco 211

ítulo

Nok

O território africano 210

Cap

A questão da aids no continente africano

Geografia em foco 233 O Brasil em missões de paz

Os fluxos migratórios da África 234 Explorando o tema 236 O vírus Ebola na África

Atividades 238

O Brasil africano Cap

ítulo

África: a economia de um continente subdesenvolvido 240 Geografia em foco 246 As transformações econômicas e a urbanização na África

Os blocos econômicos do continente africano 259 Geografia em foco 260 O desenvolvimento econômico da África

A dívida externa e a dependência econômica da África 247

Questões ambientais na África 262

Geografia em foco 249

A África e a China 264

Ajuda ao desenvolvimento

A economia agrária da África 250 Os recursos minerais da África 253

Geografia em foco 255

on/Shutterstock.com Wats Jen

O subdesenvolvimento africano 242

Explorando o tema 266 A questão da água na África

Atividades 268

A exploração de diamantes na África

Atividades 256 A atividade industrial da África 258

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Mapas 269 Bibliografia 271

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Objetivos do capítulo

• Identificar

os fatores que contribuíram para o rápido crescimento populacional a partir do século XIX.

pít Ca

u lo

A dinâmica da população mundial

• Compreender a dispersão da espécie humana na Terra por meio de mapa de fluxos.

• Compreender a distriTahir Ansari/Alamy/ Fotoarena

buição atual da população mundial por meio do mapa de densidade demográfica.

• Diferenciar

um país ou região densamente povoados de um país ou região pouco habitados.

• Refletir sobre a distribuição desigual da população pela superfície terrestre.

• Verificar

que a maior parte da população mundial se concentra em áreas urbanas.

• Diferenciar movimentos populacionais, forçados, temporários ou permanentes.

• Conhecer e analisar os diferentes fluxos migratórios da atualidade.

• Refletir

sobre as influências culturais advindas dos fluxos migratórios internacionais para o Brasil ao longo do tempo.

• Analisar as características etárias da população mundial por meio da pirâmide etária.

• Verificar

que existem diferentes formatos de pirâmides etárias, considerando-se as particularidades de cada país.

Na fotografia, pessoas durante celebração religiosa no rio Ganges, na cidade de Haridwar, Índia, 2017. A Índia é o segundo país mais populoso do mundo, com cerca de 1,4 bilhão de habitantes.

12

Orientações gerais

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• Outra estratégia para iniciar o estudo é ava-

liar o conhecimento prévio dos alunos sobre o tema, realizando uma roda de conversa a partir de questões como as apresentadas a seguir.

> Quais são os países mais populosos do

mundo?

> Onde se concentra a maior parte da popu-

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> Qual a relação entre os fluxos populacionais

ano 100 mil a.C. até os dias atuais, criada pelo Museu de História Natural dos Estados Unidos. O vídeo está disponível no site:

e a diversidade cultural brasileira? • Sugerimos que apresente aos alunos o vídeo a seguir, que mostra uma linha do tempo com a evolução da população mundial desde o

dial desde 100 mil a.C. Curiosamente. Disponível em: <http://livro.pro/ifnn4b>. Acesso em: 15 out. 2018.

lação: no espaço urbano ou no espaço rural?

> Vídeo mostra evolução da população mun-

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:11 PM

A população mundial é estimada atualmente em cerca de 7,6 bilhões de habitantes, um número expressivo, resultante do rápido crescimento populacional verificado no século XX. Compreender os fatores que influenciaram o crescimento da população mundial e a distribuição dessa população pelas terras emersas do planeta é parte importante dos estudos da Geografia. Neste capítulo, você vai estudar os principais aspectos históricos desse processo, assim como as questões demográficas mais relevantes da atualidade. Veja as respostas das questões nas orientações ao professor.

A A população mundial no ano de 1900 era estimada em cerca de 1,5 bilhão de habitantes, um número consideravelmente menor do que o verificado nos dias atuais. Em sua opinião, por que a população mundial cresceu tanto ao longo do último século? B Quais fatores determinaram que diferentes regiões sejam mais ou menos populosas? C Converse com seus colegas e indique por qual motivo é importante para um país, estado ou município conhecer os dados referentes à sua população.

Respostas

A Resposta pessoal. Espera-se que os alunos respondam que as melhorias nas condições sanitárias fizeram que a taxa de mortalidade diminuísse e a de natalidade de alguns países continuasse a crescer. B Resposta pessoal. Espera-se que os alu-

ticas da população mundial, como a dispersão humana, os fluxos migratórios e a dinâmica demográfica, constitui as habilidades EF08GE01, EF08GE02, EF08GE03 e EF08GE04.

• Ao

longo do capítulo, o aluno é estimulado a desenvolver o senso crítico para compreender e aplicar o raciocínio geográfico na análise da ocupação humana e na produção do espaço, por meio da análise de mapas, gráficos, imagens e outros recursos, conforme orientam as competências específicas de Geografia 3 e 4. Orientações gerais

• Explique

aos alunos que demografia é uma área da ciência geográfica que estuda a dinâmica populacional por meio de dados quantitativos ou estatísticos da população e seus aspectos de desenvolvimento. O texto a seguir aborda a importância da demografia na análise geográfica da população.

13

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BNCC

• O estudo das caracterís-

Na análise geográfica da população, a demografia, além de contribuir nos procedimentos de quantificação dos dados brutos de população, definiu material estatístico de cunho mais qualitativo, que teria auxiliado a geografia na caracterização econômica, e no esclarecimento de tensões decorrentes das questões econômicas, no interior de marcos espaciais específicos. [...] DAMIANI, Amélia. População e geografia. 7. ed. São Paulo: Contexto, 2002. p. 57.

11/9/18 2:11 PM

nos identifiquem que algumas regiões são mais populosas que outras devido, principalmente, a fatores naturais, como condições climáticas, disponibilidade de recursos hídricos e de outros recursos naturais que garantam o desenvolvimento de atividades econômicas.

C Resposta pessoal. Verifique se os alunos estão respondendo às questões de acordo com o tema abordado. Incentive a participação de todos.

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A população mundial e seu crescimento

Orientações gerais

• Para

aprofundar seus conhecimentos sobre o estudo da população, sugerimos a leitura a seguir.

Durante a maior parte da história da humanidade, a população mundial cresceu em ritmo lento. Esse cenário é explicado pelo fato de que, embora as taxas de natalidade fossem elevadas, também eram elevadas as taxas de mortalidade, resultando em baixas taxas de crescimento natural. Como você pode observar no gráfico apresentado abaixo, a marca de 1 bilhão de habitantes foi atingida somente no século XIX. Desde então, a população mundial tem mantido um acelerado ritmo de crescimento e já ultrapassou a marca dos 7 bilhões de habitantes no início do século XXI. Para compreender o motivo desse vertiginoso crescimento populacional, é necessário analisar as mudanças que ocorreram entre os diferentes grupos humanos ao longo do tempo.

• Leia o texto a seguir e converse com os colegas e com o professor. Indique o motivo principal em razão do qual a população mundial passou a crescer rapidamenO motivo, citado no texto, é a queda na taxa de mortalidade. Essa queda, acompanhada te após 1700. de taxas de natalidade que permaneceram elevadas, resultou em mais altas taxas de crescimento natural.

Do ano 1 ao ano 1700, a população mundial cresceu gradualmente, em média 12% a cada século. Mas a expansão não foi contínua; houve períodos de queda, quando o número de pessoas era superior às reservas alimentícias ou as doenças dizimavam a sociedade, como já observado. Após 1700, a taxa de mortalidade começou a cair, e a população mundial cresceu de 30% a 50% no século XVIII, 80% no XIX e 280% no XX. [...]

3 2050 9,7 bilhões

BROWN, Cynthia Stokes. A grande história: do Big Bang aos dias de hoje. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2010. p. 309.

2017 7,5 bilhões

Mundo: crescimento da população

1999 6 bilhões

Crescimento natural: diferença entre a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade. Taxa de mortalidade: proporção de pessoas que morrem, em cada grupo de cem ou de mil pessoas de uma população, em um determinado período. Taxa de natalidade: proporção de pessoas que nascem em cada grupo de cem ou de mil pessoas de uma população, em um determinado período.

1

E. Cavalcante

[...] Uma população cresce pela diferença entre a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade, expressas por mil habitantes (40% , 15% etc.). Destes resultados deduz-se ou acrescenta-se o fluxo migratório de saída ou de entrada. Entretanto, as taxas de natalidade, mortalidade e fecundidade crescem, mantêm-se ou diminuem de acordo com uma série de fatores que vão desde a escolha consciente da família até as condições sociais gerais que determinam os padrões de reprodução [...] A estrutura: é fator fundamental para se entender tanto o crescimento quanto as migrações e, ao mesmo tempo, é afetada tanto por um como pelo outro. Quando uma população (uma classe social, um determinado grupo de pessoas) apresenta uma alta taxa de natalidade, ocorre um predomínio de população jovem (muitas vezes 50% ou mais têm menos de 20 anos). Se há uma baixa natalidade e a esperança de vida ao nascer é alta, passa a haver um predomínio de população adulta e velha, o que reduz as taxas de natalidade. [...] Se uma área perde população por emigração, perde grande parte de seu contingente masculino jovem, [...] (isto nas formas tradicionais de migração). Nessas áreas de partida, a relação numérica entre os sexos se altera e passa a haver mais mulheres do que homens. As taxas de natalidade diminuem. A população torna-se mais velha. [...]. Estes exemplos servem para mostrar como a estrutura afeta e é afetada pelo crescimento da população e pelas migrações.

1

1500

1600

1700

1984 5 bilhões 1975 4 bilhões

2

1960 3 bilhões 1930

2 bilhões

1800

1 bilhão

1800

1900

2000

2050*

*Projeção

Anos

Fontes: United Nations. World Population Prospects. Disponível em: <https://esa.un.org/unpd/wpp/DVD/Files/1_ Indicators%20(Standard)/EXCEL_FILES/1_Population/WPP2017_POP_F01_1_TOTAL_POPULATION_BOTH_SEXES.xlsx>. World population history. World Population. Disponível em: <http://worldpopulationhistory.org/map/1/mercator/1/0/25/>. Acessos em: 3 out. 2018.

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11/9/18 2:11 PM

RUA, João et al. Para ensinar geografia: contribuição para o trabalho com 1º e 2º graus. Rio de Janeiro: Access, 1993. p. 150-152.

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:11 PM

Entre o século I e o século XVIII: o crescimento populacional apresentou ritmo lento em função das altas taxas de mortalidade. As principais causas eram as doenças, epidemias, fome e guerras, que faziam que a expectativa de vida da população mundial fosse inferior a 40 anos.

2

De 1800 a 1960: o ritmo das descobertas e dos avanços tecnológicos aumentou gradualmente após a Revolução Industrial. Melhorias no saneamento básico e nos serviços de saúde públicos, a preocupação com a esterilização nos ambientes de cirurgia, a invenção da anestesia e o desenvolvimento de antibióticos e vacinas, entre outros fatores, reduziram as taxas de mortalidade e elevaram a expectativa de vida da população mundial, possibilitando seu crescimento.

Desde 1960: melhoras sanitárias e nos serviços de saúde em países pouco desenvolvidos, avanços no diagnóstico e tratamento de doenças e emprego de tecnologias modernas na produção de alimentos, entre outros fatores, contribuíram para reduzir as taxas de mortalidade infantil e possibilitaram o rápido processo de urbanização da população mundial verificado nesse período. Como as taxas de natalidade permaneceram elevadas na maioria dos países, o crescimento populacional verificado fez que a marca de 4 bilhões de habitantes fosse ultrapassada na década de 1970.

Daniel Reiner/Alamy/Fotoarena

3

Capítulo 1

1

• Oriente

os alunos na leitura do gráfico em conjunto com as legendas explicativas sobre cada etapa do crescimento da população mundial ao longo da história. Essa leitura é orientada pelos números dispostos no gráfico, na página 14, e nas legendas na página 15.

• Chame a atenção dos

Expectativa de vida: indica quantos anos, em média, as pessoas esperam viver. Mortalidade infantil: número de crianças que morrem antes de completar um ano (a cada mil crianças nascidas).

alunos para o dado da atualidade, representado pelo ano de 2017, e para o crescimento da população previsto para 2050 (cerca de 33 anos à frente). Nessa data futura, estima-se um crescimento de cerca de 2 bilhões de pessoas. Comente sobre a expressividade desse número em comparação com outros períodos (intervalos entre diferentes anos mostrados no gráfico) e o acréscimo populacional registrado em cada um deles.

Sistema de irrigação moderno em Israel, 2018. Durante a década de 1970, a chamada “Revolução Verde”envolveu a modernização da produção agrícola em muitos países, levando a um aumento da produtividade por área.

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Distribuição da população mundial

Integrando saberes

•O

estudo deste conteúdo permite um trabalho em conjunto com o componente curricular de História e Ciências. Solicite aos professores destes componentes que aprofundem com os alunos o tema sobre os estudos arqueológicos e as análises de DNA humano que comprovam o surgimento dos seres humanos na Terra.

A população mundial se encontra distribuída, ainda que de maneira desigual, por todos os continentes da Terra com exceção da Antártida. Esse cenário é resultado de inúmeras migrações que ocorreram em diferentes momentos históricos.

A dispersão da espécie humana Entre o século XIX e o início do século XX, hipóteses de que os seres humanos surgiram na África existiam, mas eram negadas por muitos cientistas. Atualmente, estudos arqueológicos e análises de DNA humano comprovam que os seres humanos modernos surgiram na África há cerca de 200 mil anos. Nessa época, as pessoas já construíam ferramentas utilizando materiais extraídos do ambiente, como galhos, pedaços de rocha e restos de animais (como peles e ossos). As pessoas viviam de maneira nômade, deslocando-se de tempos em tempos em busca de novas áreas para praticar a caça e a coleta. A agricultura e a criação de animais ainda não faziam parte da vida dos grupos humanos e não existiam cidades.

• Para ampliar seus co-

nhecimentos sobre o tema, sugerimos a leitura da reportagem a seguir.

> Arqueólogos encon-

De acordo com as hipóteses consideradas mais prováveis, os primeiros indivíduos da espécie humana deixaram a África há cerca de 130 mil anos. Os cientistas supõem que, nessa época, a população humana era de apenas alguns milhares de pessoas e apenas um pequeno grupo deixou o continente pelo Estreito de Tiran, que liga a África ao Oriente Médio.

tram o desenho mais antigo do mundo em caverna africana. Galileu. 12 set. 2018. Disponível em: <http://livro.pro/ z26xqf>. Acesso em: 15 out. 2018.

No decorrer do tempo, novos movimentos migratórios povoaram a Eurásia e parte da Oceania. Esses deslocamentos foram lentos e graduais, realizados por pequenos grupos no decorrer de um longo período de tempo.

John Reader/SPL/Fotoarena

O último dos continentes a ser povoado foi a América. Acredita-se que o povoamento do continente tenha se iniciado durante o último período glacial, quando o nível dos oceanos era mais baixo do que atualmente. Nessa época, entre a região asiática da Sibéria, na Ásia e o Alasca, na América do Norte, havia uma extensão de terra que teria permitido a passagem de grupos humanos. Quando a temperatura média do planeta subiu novamente, o gelo derreteu e o nível dos oceanos se elevou, cobrindo a ponte terrestre que ligava a Ásia às Américas. Quando isso ocorreu, porém, a América do Norte já abrigava uma pequena população que, pelos próximos milênios, seria separada da população do resto do mundo e, aos poucos, povoaria o continente. Sítio arqueológico na caverna Blombos, África do Sul, 2014. Cientistas encontraram ferramentas produzidas de pedras e osso bastante afiadas, usadas, provavelmente, como pontas de machados e lanças, e datadas entre 70 mil e 100 mil anos atrás.

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Momento da Cartografia

Orientações gerais

Mapa de fluxos: a dispersão da população humana na Terra

Podemos representar diferentes tipos de fluxos, como informações, mercadorias e pessoas, por meio de mapas.

fluxos, mostrando a teoria da dispersão humana a partir da África, auxilia no desenvolvimento da habilidade EF08GE18.

E. Cavalcante

Mundo: hipótese de dispersão da espécie humana C de

3000 000 a.C.

OCEANO PACÍFICO

3500 a.C.

33000 000 a.C.

Linh

T

co pi ró

a in te de D rnacio ata nal

0° Eq ua do r

Tróp ic

od

eC ap ric órn i

o

180°

os alunos na leitura e interpretação do mapa de fluxos apresentado nesta página. Caso considere pertinente, o professor de História também poderá colaborar com o estudo deste tema.

• O estudo do mapa de

O mapa abaixo, por exemplo, mostra uma das hipóteses de dispersão dos seres humanos na superfície terrestre mais aceita entre as pesquisas científicas.

cer ân

• Auxilie

OCEANIA

15000 000 a.C. 50000 50 000 a.C.

4 500 a.C.

30000 000 a.C.

000 a.C. Polo 3000 Norte

45000 45 000 a.C.

Ár ti

9000 000 a.C.

ÁSIA

c

o

4000 a.C.

35000 a.C. 35 50000 50 000 a.C.

15000 000 a.C.

4 500 a.C. OCEANO GLACIAL ÁRTICO

Círculo Polar

AMÉRICA DO SUL

AMÉRICA DO NORTE

70000 70 000 a.C.

50000 50 000 a.C.

EUROPA

40000 40 000 a.C.

100000 100 000 a.C.

130000 130 000 a.C.

OCEANO ÍNDICO

ÁFRICA

idia

Provável ponto de partida

Mer

Rotas de expansão do homem moderno

no d

eG

reen

wic

h

OCEANO ATLÂNTICO

0

2 340

4 680 km

Escala aproximada na linha do equador

Fonte: VICENTINO, Cláudio. Atlas histórico: geral e Brasil. São Paulo: Scipione, 2011. p. 20-21.

Veja as respostas das questões nas orientações ao professor.

a ) Partindo da África, quais as direções das rotas de expansão para cada um dos continentes da Terra? b) Identifique o período em que o homem chegou ao continente americano. Os restos humanos mais antigos encontrados nas Américas datam de aproximadamente 13 mil anos, e a hipótese mais aceita é a de que os primeiros seres humanos chegaram às Américas há 15 mil anos. Há cerca de 3 mil anos, povos polinésios colonizaram os últimos conjuntos de ilhas isoladas no oceano Pacífico e, alguns séculos mais tarde, povos indonésios colonizaram a ilha de Madagascar, próximo da costa leste africana. Apenas a Antártida permaneceu desabitada e inexplorada, e sua descoberta ocorreu somente no final do século XIX.

17

Respostas

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7/4/19 3:30 PM

a ) Verifique se todos os alunos perceberam que as rotas se direcionavam para os demais continentes da Terra. b) O homem chegou ao continente americano há cerca de 4 500 a.C.

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7/4/19 6:16 PM


Distribuição atual da população mundial

Material digital

• A sequência didática 1, disponível no material digital, propõe um trabalho sobre a distribuição da população mundial e os aspectos populacionais dos continentes.

Atualmente, os mais de 7 bilhões de habitantes do nosso planeta encontram-se distribuídos por quase todas as regiões da Terra. Observe o gráfico.

Gilberto Alicio

Mundo: distribuição da população por continentes – 2015

População (em milhões)

5

Orientações gerais

4 504

• É fundamental a utili-

4

zação de gráficos como recurso para a compreensão de informações geográficas utilizando-se a linguagem matemática. Oriente os alunos na leitura deste e de outros gráficos apresentados ao longo do capítulo, com o intuito de exercitar a competência geral 4, a competência específica de Ciências Humanas 7 e a competência específica de Geografia 4 da BNCC.

3 2 1 256

1 0

1 007 742 41

Ásia

África

América

Europa

Oceania Continentes

• Como forma de exerci-

tar o cálculo de densidade demográfica, apresente a tabela abaixo aos alunos e solicite a eles que realizem o cálculo da densidade demográfica de alguns países.

Fonte: United Nations. World Population Prospects. Disponível em: <https://esa.un.org/-Dnpd/wpp/ DVD/Files/1_Indicators%20(Standard)/EXCEL_FILES/1_Population/WPP2017_POP_F01_1_TOTAL_ POPULATION_BOTH_SEXES.xlsx>. Acesso em: 3 out. 2018.

Na atualidade, o continente asiático é o que apresenta maior população, com mais de 4,5 bilhões de habitantes. Apenas dois países, a China e a Índia, respondem por grande parte desse total. Em 2018, a população da China foi estimada em aproximadamente 1,4 bilhão de habitantes, enquanto a população indiana foi estimada em 1,3 bilhão. A Índia deve, porém, ultrapassar a China e se tornar o país mais populoso do mundo nas próximas décadas. A população total de um país ou região varia ao longo do tempo em função da flutuação das taxas de natalidade e mortalidade e pode ser influenciada também por movimentos migratórios. Entretanto, a população total ou absoluta não é o único dado importante quando se necessita conhecer aspectos demográficos de um território, pois essa população pode estar espalhada por um área mais ou menos extensa. Por causa disso, devemos sempre considerar a densidade demográfica, isto é, a relação entre uma população e a superfície do território. Para sabermos qual a densidade demográfica de uma área, basta dividir o número total de habitantes de um país ou região pela área de seu território. Em geral, é estabelecido um valor que expressa o número médio de habitantes por quilômetro quadrado (hab./km2).

18

País

População absoluta

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Área do território (em km2)

Densidade demográfica (hab./km2)

China

1 415 045 928

9 600 001

147

Índia

1 354 051 854

3 287 260

412

Brasil

208 949 900

8 515 759

25

Canadá

36 953 765

9 984 670

4

11/9/18 2:11 PM

Fonte: United Nations. World Population Prospects. Disponível em: <https://population.un.org/wpp/DataQuery/>. IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Disponível em: <https://sidra.ibge.gov.br/tabela/6579> . Acesso em: 19 out. 2018.

18

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:11 PM

Capítulo 1

• Observe o mapa e localize regiões ou países que apresentam maior densidade populacional, indicando em quais continentes eles estão situados. Converse com os colegas. Possível resposta: o leste da China e a Índia, na Ásia, e a Alemanha, na Europa. Mundo: densidade demográfica – 2015 OCEANO GLACIAL ÁRTICO Círculo Polar Ártico

RÚSSIA FRANÇA ESTADOS UNIDOS

JAPÃO CHINA

Trópico de Câncer

Equador

ÍNDIA NIGÉRIA

OCEANO ATLÂNTICO

OCEANO PACÍFICO

Meridiano de Greenwich

INDONÉSIA BRASIL

Habitantes por km2 Menos de 1 De 1 a 10

Trópico de Capricórnio

ARGENTINA

De 10 a 50 De 50 a 100 Mais de 100

Círculo Polar Antártico

OCEANO ÍNDICO

E. Cavalcante

MÉXICO OCEANO PACÍFICO

0

2 500

5 000 km

Fonte: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2016. p. 180.

Além de apresentar a maior população, a Ásia é o continente que possui a maior densidade demográfica do mundo. Índia, Bangladesh, China e Japão, por exemplo, figuram entre os países mais densamente povoados do planeta.

> Capital de Bangladesh

A diferença entre populoso e densamente povoado

tem maior densidade demográfica do mundo. Fantástico. Disponível em: <http://livro.pro/u6tpoy>. Acesso em: 15 out. 2018.

Um país ou região pode apresentar uma população numerosa e, nesse caso, podemos dizer que esse país ou região é populoso. Se essa população estiver distribuída por um território muito extenso, porém, tal condição pode levar a uma densidade demográfica média ou baixa. Nesse caso, não podemos dizer que todo país é densamente povoado.

zakir hossain chowdhury zakir/Alamy/Fotoarena

Por outro lado, em países ou regiões nos quais uma numerosa população se encontra concentrada em um território pouco extenso, a densidade demográfica é mais alta. Nesse caso, podemos dizer que o território em questão é densamente povoado.

Bangladesh, na Ásia, tem uma população aproximada de 166 milhões de habitantes, que está concentrada em um território cuja extensão é semelhante ao estado do Acre. Consequentemente, o país é populoso e densamente povoado. Na fotografia, é possível perceber o intenso aglomerado populacional com pedestres e engarrafamento no centro de Dhaka, Bangladesh, 2018.

os alunos na interpretação do mapa de densidade demográfica, relembrando que as cores mais escuras representam as áreas densamente povoadas, e as mais claras representam as áreas com menores densidades demográficas. Assim como outros, esse é um mapa temático; portanto, é preciso ler atentamente a legenda para ser bem interpretado. vídeo a seguir, que mostra uma reportagem sobre Dhaka, em Bangladesh, cidade com a maior densidade demográfica do mundo. Promova uma roda de conversa com os alunos sobre as condições de vida da população em países densamente povoados como esse.

OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO

Essa disparidade pode ocorrer em diferentes escalas. Em um município, a área urbana, geralmente, é mais densamente habitada do que a área rural. Em um país, algumas regiões são mais densamente povoadas do que outras. Contrastes também existem entre diferentes países e continentes.

• Auxilie

• Apresente aos alunos o

ÁFRICA DO SUL

Orientações gerais

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Orientações gerais

Distribuição desigual da população

• Comente com os alu-

Ao longo do tempo, o aperfeiçoamento de diferentes técnicas e os avanços tecnológicos tornaram possível a adaptação dos seres humanos aos mais diversificados tipos de ambiente. No entanto, fatores naturais continuam a influenciar a distribuição da população pela superfície terrestre. De modo geral, áreas que oferecem disponibilidade de recursos hídricos e possibilidade para a prática da agricultura, como planícies às margens de rios, tendem a ser mais povoadas. As concentrações populacionais verificadas ao longo das planícies do rio Nilo, na África, e do rio Ganges, na Índia, são exemplos de aglomerações populacionais com origens bastante antigas.

eFesenko/Shutterstock.com

nos que existem diversos povos que buscam adaptar os ambientes para construir suas moradias e extrair recursos da natureza para sua sobrevivência, por meio do uso de diferentes técnicas: comunidades ribeirinhas na Amazônia constroem suas casas sobre palafitas, devido à variação dos níveis dos rios; moradores de Matmata, povoado localizado no deserto da Tunísia, constroem suas casas esculpidas em rochas devido à amplitude térmica; na região de Coquimbo, no deserto do Atacama, no Chile, a população criou uma técnica para captar água das nuvens. Solicite aos alunos que façam uma pesquisa sobre técnicas aplicadas para adaptação humana em ambientes como regiões desérticas, polares, alagadas, entre outras.

Vista da cidade do Cairo, Egito, 2017. A cidade é atravessada pelo rio Nilo, considerado um dos mais importantes para o país, que é marcado por um clima árido.

Áreas de maior densidade demográfica também tendem a se formar em regiões litorâneas, úmidas e com climas tropical, subtropical ou temperado. Em contrapartida, regiões com clima frio, desértico ou polar, de relevo acidentado ou que apresentam altitudes elevadas e densa vegetação tendem a ser menos povoadas. Nesse caso, os motivos envolvidos são, de modo geral, a disponibilidade limitada de recursos hídricos, as médias de temperatura muito baixas ou muito elevadas, além de maior dificuldade de acesso, distância das áreas mais habitadas, entre outros fatores.

• Esse trabalho é complementar e auxilia no desenvolvimento da habilidade EF08GE03.

Jonas Tufvesson/ Shutterstock.com

Na Groenlândia, território na América do Norte pertencente à Dinamarca, a densidade populacional é muito baixa em razão das rigorosas condições impostas pelo clima polar. Na fotografia abaixo, conjunto de casas em Kulusuk, Groenlândia, 2017.

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Capítulo 1

Geografia

Aumento da urbanização no mundo

em foco

Observe o gráfico a seguir. Mundo: urbanização da população – 1970-2018

63,5

60

40 Renan Fonseca

30

1970

nos outros exemplos de contrastes em relação à população rural e urbana, conforme quadro abaixo.

39,3

1980

exemplos com base nos dados do município em que vivem ou de municípios vizinhos.

População Urbana Rural

60,7

50 36,5

• Comente com os alu-

• Faça comentários e dê

Crescimento (em %) 80 70

Orientações gerais

57,1

53,5

51,5

46,5

42,9

48,5

1990

2000

2010

55

45 2018 Ano

Fontes: United Nations. World Urbanization Prospects. Disponível em: <https://population.un.org/ wup/Download/>. The World Bank. Disponível em: <https://data. worldbank.org>. Acessos em: 3 out. 2018.

Resposta

• A partir do final da dé-

cada de 2000 e início da década de 2010.

• De acordo com o gráfico, a partir de qual década a maior parte da população

mundial passou a viver nas áreas urbanas? Veja a resposta da questão nas orientações ao professor.

De acordo com o gráfico, a população urbana mundial já ultrapassou a população rural, por isso, podemos considerar que a população mundial é, em sua maioria, urbana. As primeiras cidades surgiram no Oriente Médio, há cerca de 7 mil anos, quando as pessoas já praticavam a agricultura e passaram a se fixar em assentamentos ao redor dos campos cultivados. No entanto, por milhares de anos, apenas uma pequena parcela da população mundial viveu em cidades. Após a Revolução Industrial e, de maneira mais intensa, ao longo do século XX, a proporção da população urbana no conjunto da população mundial aumentou rapidamente, como observamos no gráfico acima.

pisaphotography/Shutterstock.com

GRANT ROONEY PREMIUM/Alamy/Fotoarena

No entanto, entre diferentes países, verificam-se ainda expressivos contrastes em relação ao nível de urbanização da população. Observe.

Área rural na Etiópia, África, 2018. Cerca de oito em cada dez etíopes vivem no campo, mas o país vem se urbanizando rapidamente.

Vista da cidade de Tóquio, Japão, 2017. O Japão é um país cuja população é altamente urbanizada, cerca de nove em cada dez japoneses vivem em cidades.

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País

População rural (em %)

População urbana (em %)

Catar

1

99

Bélgica

2

98

Sri Lanka

82

18

Níger

84

16

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Fonte: United Nations. World Urbanization Prospects. Disponível em: <https://esa.un.org/unpd/wup/Download/>. Acesso em: 30 jun. 2018.

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Atividades

Integrando saberes Para realizar a atividade 7, caso julgue pertinente, convide o professor de História para aprofundar os conhecimentos sobre os vestígios arqueológicos encontrados no Parque Nacional da Serra da Capivara. Comente com os alunos que no Brasil existem outros lugares que também apresentam esses tipos de vestígios, como Parque Nacional de Sete Cidades, também no Piauí; Parque Nacional do Catimbau, em Pernambuco; entre outros.

• Busque nos sites des-

3. Verifique se os alunos nas taxas de mortalidade da popu1. Leia a afirmação a seguir. perceberam que essa queda lação mundial desde 1800? As taxas de mortalidade da populaesteve relacionada à ção mundial se mantiveram eleva4. Observe novamente o mapa apreindustrialização das e a expectativa de vida baixa e urbanização sentado na página 17 e descreva as das sociedades durante a maior parte da história. principais rotas de dispersão da humanas nesse período, avanços população humana pelo planeta. De acordo com o que você estudou, verificados na assistência explique essa afirmação. 5. A população mundial se encontra médica, hospitalar e distribuída de maneira uniforme pe2. O que ocorreu com as taxas de sanitária, entre los continentes da Terra? Justifique. crescimento natural da população outros exemplos. 4. Auxilie os mundial a partir de 1800? Explique 6. Qual a relação entre o crescimento alunos a realizar as causas dessa mudança. novamente a da população mundial e o aumento observação do 3. Quais foram as causas da queda das áreas urbanas no mundo? mapa, dessa vez O crescimento da população mundial tem se com o objetivo de refletido na expansão das áreas urbanas no mundo, descrever as rotas Geografia no contexto pois a população urbana será cada vez maior. de maneira resumida, 7. a) O texto apresenta a informação de que alguns arqueólogos afirmam que o 7. Leia o texto a seguir. ser humano pode ter chegado ao continente americano antes da última informando o ponto de partida, glaciação. Esses arqueólogos acreditam que o ser humano pode ter chegado na a origem e as América do Norte pelo menos há 24 mil anos. datas. Seres humanos nas Américas 5. Não. Verifique Alguns arqueólogos acreditam que os seres humanos já habitavam as Américas há mais se os alunos reconhecem que tempo do que as hipóteses mais aceitas sugerem. Estudos genéticos em populações nativas da alguns países, América do Norte e ossos de animais com marcas que seriam de ferramentas humanas continentes e encontradas no Canadá indicam que, possivelmente, as pessoas já habitavam a América do Norte regiões são mais há pelo menos 24 mil anos. populosos e densamente No Brasil, a arqueóloga Niède Guidon pesquisa, desde a década de 1970, vestígios de seres povoados do que humanos pré-históricos no Parque Nacional da Serra da Capivara, no Piauí. Gravuras rupestres outros. Ricardo Azoury/Pulsar Imagens

ses parques ou peça que os próprios alunos pesquisem mais informações sobre vestígios arqueológicos, inclusive na região onde vivem.

Exercícios de

1. Verifique se os alunos são capazes de mencionar fatores como doenças, epidemias, guerras, piores condições sanitárias e ausência de serviços de saúde pública etc. 2. As taxas de crescimento natural da população aumentaram. Os alunos deverão mencionar que as mudanças aconteceram por causa da queda compreensão nas taxas de mortalidade e aumento da expectativa de vida da população mundial nesse período.

datadas entre 6 e 12 mil anos encontradas em cavernas atestam a importância arqueológica da região, onde vestígios que seriam de restos de fogueiras feitas por seres humanos de até 40 mil anos já foram encontrados. A cientista brasileira acredita que a data de entrada dos primeiros humanos nas Américas possa ser ainda mais antiga e que esse movimento migratório pode ter ocorrido por meio de rotas ainda desconhecidas.

Texto da autora.

Pintura rupestre no Parque Nacional da Serra da Capivara, em São Raimundo Nonato (PI), 2015. Essas pinturas foram feitas por seres humanos que viveram na região entre 6 mil e 12 mil anos atrás.

7. b) De acordo com os vestígios encontrados a ) nas pesquisas de Niède Guidon, os seres b) humanos teriam chegado ao continente americano até 40 mil c ) anos atrás.

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Qual a principal informação apresentada no texto? De acordo com vestígios encontrados na pesquisa de Niède Guidon, quando os seres humanos teriam chegado ao continente americano? Qual a data das pinturas rupestres da Serra da Capivara? Entre 6 mil e 12 mil anos atrás.

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Capítulo 1

Dinâmicas migratórias da população mundial Todos os anos, milhares de pessoas migram de um país para outro pelas mais diversas razões, como busca de trabalho, para assim alcançar melhores condições de vida, questões que envolvem conflitos e guerras, entre outros. Em 2017, de acordo com a ONU, cerca de 258 milhões de pessoas em todo o mundo viviam fora do país em que nasceram por diferentes motivos.

Orientações gerais

• Sugerimos o acesso ao

site da revista Travessia, que há 30 anos apresenta publicações sobre processos migratórios de diferentes grupos humanos.

> Travessia. Disponível

em: <http://livro.pro/ fh37qc>. Acesso em: 16 out. 2018.

Chamamos de emigrantes as pessoas que deixam o lugar de origem para ir viver em outro país ou região. Denominamos de imigrantes aqueles que entram em um país ou região que não representa seu país ou região de origem, com a intenção de se estabelecer nele.

• Solicite aos alunos que

pesquisem na internet sobre casos reais de cada tipo de migração: voluntária, forçada, temporária e permanente e anotem no caderno. Com a pesquisa pronta, eles devem expor aos colegas em sala de aula. Esse é um momento oportuno para abordar o tema contemporâneo Trabalho e Educação em direitos humanos, pois, principalmente no caso das migrações forçadas, existem situações de conflitos com a população do país para o qual essa população está imigrando. Para ampliar seus conhecimentos sobre o tema, sugerimos a leitura do texto a seguir.

Em comum, pessoas que emigram compartilham o desejo de uma vida melhor. Podemos classificar as migrações entre migrações voluntárias, isto é, deslocamentos espontâneos por iniciativa do próprio migrante, e migrações forçadas, motivadas por guerras, desastres naturais e outros fatores. Quando o motivo de deslocamento é comprovadamente a ocorrência de guerras, conflitos étnicos e perseguições política e religiosa, o migrante é considerado um refugiado.

Nebojsa Markovic/Shutterstock.com

As migrações também podem ser classificadas entre migrações temporárias, em que a pessoa reside durante algum tempo, como meses ou anos, no lugar para o qual se deslocou e posteriormente retorna ao seu lugar de origem, e migrações permanentes, em que o indivíduo se estabelece definitivamente no lugar para o qual se deslocou.

> Relatores da ONU pe-

dem pacto global de migração focado em direitos humanos. ONU (Organização das Nações Unidas). 4 dez. 2017. Disponível em: <http://livro. pro/yu77q4>. Acesso em: 16 out. 2018.

Milhares de migrantes requerentes de asilo, a maioria sírios fugindo da guerra civil em seu país, são escoltados para campo de refugiados. Na fotografia, refugiados sírios em Belgrado, Sérvia, 2017, durante processo de migração para países da União Europeia.

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Orientações gerais

• Auxilie

Os fluxos migratórios mundiais na atualidade

• Explique

Tanto as migrações internas, verificadas dentro de um mesmo país, como as migrações internacionais, realizadas entre diferentes países, ocorrem entre áreas de repulsão (de onde as pessoas tendem a sair) em direção a áreas de atração (para onde muitas pessoas tendem a migrar). Observe o mapa.

os alunos na leitura e interpretação do mapa de fluxos apresentado nesta página.

OCEANO GLACIAL ÁRTICO

N L

O

Círculo Polar Ártico RÚSSIA CANADÁ

S

POLÔNIA CASAQUISTÃO

ESTADOS UNIDOS

Para o Estados Unidos

JAPÃO CHINA

OCEANO ATLÂNTICO

SUDÃO CINGAPURA

Equador Para o Japão

BRASIL

Trópico de Capricórnio

OCEANO PACÍFICO 0

PAQUISTÃO ARÁBIA SAUDITA ÍNDIA

Norte da África

Trópico de Câncer MÉXICO

1 980

3 960 km

E. Cavalcante

Mundo: principais fluxos migratórios

ARGENTINA

Meridiano de Greenwich

aos alunos que, além dos já mencionados nesta página, um dos fluxos populacionais de trabalhadores é conhecido como “Fuga de cérebros”, ou seja, profissionais formados, com alto conhecimento em sua área de atuação, que não encontram boas oportunidades de trabalho em seu país de origem e migram para outro com tradição de investimentos em ciência, tecnologia e inovação. Esse é o caso de muitos brasileiros que buscam países da Europa e os Estados Unidos. O mesmo acontece com cientistas de países como Cabo Verde, Haiti e Portugal, que buscam outros países que incentivem e financiem suas pesquisas. É possível relacionar essa informação com os temas contemporâneos Trabalho e Ciência e tecnologia.

REP. DEM. DO CONGO

Fonte: GRESH, Alain; RADVANYI, Jean; REKACEWICZ, Philippe. Le Monde diplomatique: el atlas geopolítico. Valencia: Akal/ Fundaciõn Mondiplo, 2010. p. 17.

OCEANO PACÍFICO 0º

OCEANO ÍNDICO

AUSTRÁLIA

Países de imigração mais intensa Países de emigração mais intensa Movimento migratório equilibrado Direção do fluxo migratório

1. De acordo com o mapa, identifique algumas áreas que mais recebem imigrantes. Estados Unidos, Canadá, Europa, África do Sul, Austrália, Arábia Saudita e Japão.

2. Identifique algumas áreas onde existem mais emigrantes.

Norte da África, alguns países da América Latina, República Dem. do Congo, Oriente Médio, China e Índia.

De modo geral, a maioria das pessoas que emigra voluntariamente em busca de melhores condições de vida se desloca em direção a países com maior nível de desenvolvimento socioeconômico do que seu país de origem. As nações desenvolvidas, como Estados Unidos, Alemanha, Austrália, Canadá, França, Japão e Reino Unido, entre outras, representam as principais áreas de atração de imigrantes de todo o mundo. No entanto, países com economias emergentes, como Brasil e África do Sul, entre outros, também atraem muitos imigrantes, principalmente, provenientes de países vizinhos mais pobres. Trabalhadores imigrantes, de modo geral, oferecem mão de obra não especializada e acabam empregados em atividades de baixa remuneração, que exigem pouca qualificação. Desse modo, atendem a uma parcela importante das necessidades de mão de obra, principalmente, dos países desenvolvidos.

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Capítulo 1

A maior parte dos fluxos migratórios atuais ocorre tendo como área de origem, ou seja, área de expulsão, países mais pobres. Nesses países, parte significativa da população passa por dificuldades econômicas em razão de alguns problemas, como altos índices de desemprego e inflação. Portanto, buscam uma melhora na qualidade de vida ao deixar seu país. Áreas de expulsão também ocorrem em regiões que vivenciam guerras e conflitos étnicos ou religiosos, assim como em áreas onde são verificados problemas ambientais, como escassez de recursos hídricos e desertificação do solo. Há, ainda, áreas afetadas por fenômenos naturais, como erupções vulcânicas, terremotos, inundações e secas prolongadas, de onde partem muitos habitantes. As principais áreas de repulsão, atualmente, estão localizadas no Oriente Médio (em função da guerra civil na Síria) e em áreas do continente africano que vivenciam conflitos e problemas econômicos.

Orientações gerais

• Para obter mais infor-

mações sobre as migrações forçadas, sugerimos o acesso ao site da Acnur (Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados), agência da ONU para refugiados, que busca protegê-los e promover soluções para seus problemas.

> Acnur. Disponível em:

<http://livro.pro/bv6ph9>. Acesso em: 16 out. 2018.

Vários países latino-americanos que registram baixos índices de desenvolvimento socioeconômico também se caracterizam como áreas de repulsão, levando muitas pessoas a migrar em direção a outros países da região ou para outros continentes. Os principais países nessa condição atualmente são El Salvador, Guatemala, Honduras, Haiti e Venezuela.

Westend61 GmbH/Alamy/Fotoarena

Enquanto algumas nações desenvolvidas vêm impondo barreiras cada vez maiores à entrada de imigrantes em seu território, países latino-americanos que tendem a oferecer maiores oportunidades, como Brasil, Chile e México, são escolhidos por uma parcela significativa desses imigrantes. Apesar de alguns exemplos positivos, políticas restritivas quanto à entrada de imigrantes existem nesses países e dificultam tais movimentos, e questões de segurança são, muitas vezes, colocadas acima dos direitos humanos.

Vista de área carente de Porto Príncipe, Haiti, 2017. O país é um dos mais pobres do continente africano e, após o terremoto que assolou o país em 2010, os fluxos migratórios aumentaram ainda mais.

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Material digital

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• A sequência didática 2, disponível no material digital,

apresenta uma proposta de trabalho sobre os movimentos migratórios. Aproveite a oportunidade para avaliar os conhecimentos dos alunos sobre o tema.

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Sugestão de atividade

Geografia

Painel Cultural

em foco

Objetivos

• Reconhecer

a importância das migrações internacionais no Brasil.

O Brasil e as migrações internacionais

O Brasil foi o destino de muitos movimentos migratórios ao longo do tempo. Durante o período colonial, por exemplo, europeus colonizadores e africanos (ainda que forçadamente) representaram os principais fluxos.

• Compreender

que os diversos povos contribuem para a diversidade cultural das paisagens brasileiras.

Já nos séculos XIX e XX, houve intenso movimento migratório proveniente de países como Alemanha, Itália, Japão, Espanha, entre outros. No século XXI, foram imigrantes vindos de países da América Latina, como bolivianos, haitianos e venezuelanos, que passaram a ingressar em território brasileiro em grande número. A estes se somaram imigrantes de países da África, Ásia e Oriente Médio.

Materiais

• Recortes de revista ou

fotos impressas da internet

Consequentemente, muitos brasileiros são descendentes de imigrantes, e comunidades formadas por diferentes povos são expressivas em muitos estados e municípios de nosso país.

• Papel kraft ou cartolina • Tubo de cola • Tesoura com pontas

A presença de imigrantes de diversas etnias e seus descendentes, por sua vez, imprime diferentes características culturais às paisagens de cidades brasileiras.

arredondadas

• Canetinhas hidrocor

Em razão disso, em muitos municípios brasileiros podemos encontrar construções históricas que registram heranças culturais de povos imigrantes que viveram ou ainda vivem naquele lugar. Veja a fotografia a seguir.

Procedimentos

• Esta atividade permite

Ernesto Reghran/Pulsar Imagens

abordar o tema contemporâneo Diversidade cultural.

• Divida

os alunos em grupos de, no máximo, quatro integrantes.

• Assim

como a fotografia apresentada nesta página, os alunos deverão pesquisar outras construções históricas existentes no Brasil que apareçam nas paisagens de diferentes lugares e expressem a diversidade cultural brasileira. Para ampliar a pesquisa, eles também poderão pesquisar outros elementos culturais, como culinária, vestimentas etc.

Mesquita Omar Ibn Al-Khattab em Foz do Iguaçu (PR), 2015. Nesse município, vive a maior comunidade de praticantes do Islamismo, principalmente árabes, do país.

• O título do painel pode

ser “Diversidade cultural” ou outro de escolha dos alunos. Abaixo de cada fotografia, os alunos deverão escrever uma legenda para identificação, pois o painel deverá ser apresentado nos corredores da escola ou em outro local permitido pela direção, de modo que muitas pessoas possam apreciar a pesquisa realizada pelos alunos.

• Muitas vezes, no município onde moramos, existe alguma herança cultural dos povos migrantes que vivem nele atualmente ou, então, que viveram no passado, durante sua formação. Converse com seus colegas e procurem identificar se existe alguma herança cultural desse tipo no município onde vocês moram. Veja a resposta da questão nas orientações ao professor.

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• Resposta pessoal. Auxilie os alunos a identificar a pre-

sença de restaurantes ou estabelecimentos comerciais cujos proprietários sejam imigrantes ou descendentes de imigrantes, festas populares típicas de algum povo imigrante, praça ou local que homenageia algum grupo imigrante etc.

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Capítulo 1

Investigando na prática

Conhecendo o município por meio da entrevista

Na página anterior, vimos que o Brasil recebeu diversos fluxos migratórios ao longo do tempo. Por isso, em muitos municípios brasileiros, podemos encontrar paisagens e também hábitos e costumes em meio à população que retratam a presença de povos migrantes de diferentes lugares do mundo, que passaram a viver em nosso país.

• lápis; • borracha;

esta atividade, reforce com os alunos a importância de valorizar os saberes e as diferenças culturais existentes no lugar em que vivemos, promovendo o respeito e a valorização da diversidade, conforme orienta a competência específica de Ciências Humanas 4. para perguntar aos alunos se em sua família existe alguma pessoa descendente dos povos mencionados na página 26. Permita que os alunos contem sua história de vida ou a de algum familiar. Neste momento pode ser trabalhado o tema contemporâneo Vida familiar e social, assim como desenvolve-se a habilidade EF08GE02.

O que você vai precisar questionário;

• Para

• Aproveite

Agora, vamos conhecer um pouco a história do município onde você mora. Para isso, vamos fazer uma entrevista com um morador que viva há muito tempo no município.

• Cópias do

BNCC

• caderno.

Como fazer Convidem o morador para visitar a escola em um dia de aula. Antecipadamente, preparem o questionário com perguntas semelhantes às propostas a seguir. Escrevam as respostas no caderno. A Qual o seu nome e a sua idade? B Você mora no município há quanto tempo? C Quais são os bairros mais antigos de nossa cidade? D De que maneira começou a formação do município onde moramos? E Qual a origem dos moradores que vieram para o município durante sua formação? F Havia imigrantes de outros países entre os moradores naquele período? Qual era

a origem deles? G Atualmente, existe alguma construção, festa popular ou comércio típico que registre

alguma herança cultural dos povos imigrantes que vieram ao município durante sua formação? Converse sobre suas observações Veja a seguir algumas análises que vocês podem fazer após a aplicação do questionário.

• Na formação ou em outro momento histórico do município houve a participação de povos imigrantes?

• Existem heranças culturais que demostram a presença de imigrantes no município onde vivem? Veja as respostas das questões nas orientações ao professor.

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Resposta

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• Resposta pessoal. Verifique se as observações dos alunos estão de acordo com o tema desta seção. Caso os alunos tenham dúvidas, auxilie-os a interpretar as informações dadas pelo entrevistado.

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Explorando o tema

Orientações gerais

•O

estudo proposto nesta seção, ao discutir a situação de travessia e de imigrantes ilegais em diferentes fronteiras no mundo, permite que os alunos entrem em contato com as dificuldades pelas quais esses grupos passam. Essa análise e reflexão permite trabalhar os temas contemporâneos Direitos humanos e Vida familiar e social.

Quase todos os dias, recebemos notícias sobre migrações que ocorrem entre diversos países. Numerosos grupos de pessoas se deslocam para outros territórios em busca de melhores condições de vida, muitas vezes, por não encontrar uma alternativa de vida digna em seu lugar de origem. Veja a seguir alguns dados sobre fluxos migratórios recentes e importantes no mundo.

auxilia no desenvolvimento da habilidade EF08GE04 da BNCC.

Embarcação repleta de imigrantes africanos fazia a travessia do mar Mediterrâneo ilegalmente quando foi abordada por membros de uma ONG alemã em operação de resgate, na costa da Líbia, 2016.

• Se

Milhares de pessoas encaram longos trajetos em busca de refúgio. Na fotografia, observamos refugiados sírios a caminho da Alemanha, em Gyékényes, Hungria, 2015.

Nos Estados Unidos, a travessia de imigrantes ilegais ocorre no deserto, na fronteira entre esse país e o México. Muitos não suportam a travessia por conta do calor, falta de água e alimentos, entre outras dificuldades.

> Em 2015, o Ministé-

rio da Justiça do Brasil divulgou os dados de uma pesquisa intitulada “Migrantes, apátridas e refugiados”, realizada com imigrantes que vivem em solo brasileiro, a fim de identificar os principais problemas encontrados por essa população. Os dados apontaram que a maior dificuldade dos imigrantes no país está relacionada a idioma, moradia e trabalho. O idioma, porém, é a maior preocupação indicada pelos entrevistados, uma vez que, sem o domínio da língua, os imigrantes encontram dificuldades em conseguir trabalho digno, estudar etc.

Bob Daemmrich/ Alamy/Fotoarena

o Brasil tenha 1 milhão de estrangeiros. Apesar de parecer um número alto, os imigrantes no Brasil são somente 0,5% de toda a população do país, enquanto a média mundial é de 3%.

No recente fluxo migratório de pessoas do Oriente Médio e da África rumo ao continente europeu, muitas pessoas estavam fugindo de guerras e conflitos étnicos em seu país de origem.

Istvan Csak/Shutterstock.com

> Estima-se que, ao todo,

Zohra Bensemra/Reuters/Fotoarena

Na tentativa de fugir de guerras e da miséria em seus países, pessoas atravessam ilegalmente o mar Mediterrâneo rumo ao continente europeu. Em muitos casos, utilizam embarcações precárias e superlotadas, o que muitas vezes resulta em naufrágios e em um grande número de mortes.

• Este trabalho também

considerar pertinente, apresente outras informações a respeito de migrações no mundo, conforme a seguir:

A dura realidade dos imigrantes

Loren Elliott/ Reuters/Fotoarena

Policial abordando imigrantes que tentaram ingressar ilegalmente nos Estados Unidos pelo deserto, próximo a McAllen, Texas, 2018.

Em alguns locais no deserto da Califórnia, nos Estados Unidos, há placas sinalizando os riscos existentes na travessia (altas temperaturas, relevo íngreme, cobras peçonhentas, ausência de água e o risco de afogamento na travessia de um rio).

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Capítulo 1

Você já imaginou as dificuldades enfrentadas por essas pessoas desde que deixam seu país até chegar ao seu destino? E quando realizam essa imigração ilegalmente, muitos outros problemas se acumulam. Veja.

Grande risco na travessia, há muitas mortes durante a entrada ilegal (uso de embarcações precárias, travessias despreparadas em desertos ou rios).

Adoção de rígidas políticas de prisão, deportação de imigrantes ilegais.

Principais dificuldades dos imigrantes

Dificuldade em regularizar sua situação no país e permanecer em situação legal.

Dificuldade com o idioma do país de destino.

Dificuldade com alimentação diferente do país de origem.

Dificuldade em conseguir dinheiro para retornar ao país de origem.

Preconceito e xenofobia.

Nik Merkulov/Shutterstock.com

Motivos da migração: problemas sociais, conflitos, guerras ou falta de oportunidades no país de origem.

Não consegue emprego formal e digno.

Dificuldade em ter moradia e vida digna no país de destino.

• Recentemente, muitos

estudiosos têm indicado que a melhor política a ser adotada por países que não querem receber grandes fluxos de imigrantes seria a realização de investimentos que garantam emprego, trabalho e ausência de guerras e conflitos étnicos em países que passam por esses problemas. Proponha um debate com os alunos sobre a opinião deles a respeito dessa possibilidade. Estimule-os a refletir sobre o fato de que essas ajudas podem fazer com que as pessoas permaneçam morando em seu local de origem. Porém, para que isso ocorra, é necessária a realização de grandes investimentos e colaboração, principalmente, de autoridades e de grupos que estejam envolvidos em conflitos ou que administrem recursos financeiros, para que sejam realmente destinados à melhoria das condições de vida da população. Respostas

O grande fluxo de imigrantes fez que os países europeus endurecessem políticas relacionadas ao controle de entrada de imigrantes. Desse modo, muitos imigrantes ilegais foram presos, deportados ou foram separados de suas famílias, ou seja, passam por situações extremamente difíceis. A ONU, por sua vez, tem destacado a importância e a necessidade de os países que recebem imigrantes se empenharem na adoção de políticas não discriminatórias, inclusivas e de respeito aos direitos humanos. a ) Em sua opinião, qual o maior problema enfrentado pelos imigrantes ilegais? b) O Brasil tem recebido grandes grupos de imigrantes, vindos de vários países do mundo, principalmente da América Latina. Converse com os colegas sobre como os imigrantes devem ser recebidos em nosso país, como devem ser tratados e auxiliados em suas dificuldades até que tenham condições de usufruírem de uma vida digna. Veja as respostas das questões nas orientações ao professor.

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Orientações gerais

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a ) Resposta pessoal. Espera-se que o aluno indique situações como o risco encontrado no trajeto, prisão, idioma, xenofobia etc. b) Resposta pessoal. Espera-se que os alunos citem e debatam a necessidade de respeito aos imigrantes, que passam por dificuldades pessoais, profissionais, muitas vezes deixando suas famílias para tentar uma condição de vida melhor do que a oferecida em seu país de origem. Essas pessoas precisam de auxílio em algumas necessidades básicas como moradia, emprego e ajuda com a comunicação. Comente com eles que tanto os imigrantes podem trazer riquezas culturais, as quais podemos conhecer e valorizar, como nossas expressões culturais podem ser transmitidas a eles também.

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Panorama atual da população mundial

Integrando saberes

• Ao

comentar com os alunos sobre os principais motivos do crescimento da população mundial, como queda nas taxas de mortalidade, elevadas taxas de fecundidade, falta de planejamento familiar e baixo uso contraceptivo, converse com o professor do componente curricular de Ciências para que ele aprofunde o assunto, relacionando com o tema contemporâneo Saúde.

•É

importante que os alunos compreendam que o grande número de filhos, ao mesmo tempo que representa mais mão de obra para o trabalho e sustento da família (pois não há controle rígido do trabalho infantil), também significa aumento da precariedade das condições de vida de cada um, devido ao aumento das despesas.

As taxas de natalidade vêm diminuindo desde o final do século XIX e o início do século XX nos países de economia mais desenvolvida. Isso se deve, sobretudo, ao processo de êxodo rural e à urbanização, que transformaram o modo de vida de grande parte das populações que passaram a viver nas cidades. Taxa de fecundidade em alguns países do mundo – 2015-2020 Países desenvolvidos

Filhos por mulher

Japão

1,5

Suíça

1,6

Alemanha

1,5

Estados Unidos

1,9

Países subdesenvolvidos Filhos industrializados por mulher Brasil

1,7

Índia

2,3

México

2,1

África do Sul

2,4

Países subdesenvolvidos

Filhos por mulher

Mali

5,9

Afeganistão

4,4

Colômbia

1,8

Uganda

5,5

Esse cenário também é verificado em vários países subdesenvolvidos, chamados economias emergentes, como Brasil, Argentina e México. No entanto, na maior parte dos países subdesenvolvidos, as elevadas taxas de fecundidade refletem no maior crescimento da população. Nesses países, a falta de planejamento familiar e o baixo uso de métodos contraceptivos são alguns dos fatores que explicam as elevadas taxas de natalidade, sobretudo entre as populações mais pobres. Veja as tabelas ao lado. Planejamento familiar: conjunto de medidas que auxiliam pessoas a planejar a chegada de filhos ou a adiar o crescimento familiar. Taxa de fecundidade: número médio de filhos por mulher. Em alguns países da África, como a Etiópia, as mulheres chegam a ter em média quatro filhos. Na fotografia, crianças na Etiópia, África, 2018.

lkpro/ Shutterstock.com

Fonte: United Nations. World Population Prospects. Disponível em: <https://population.un.org/wpp/DataQuery/>. Acesso em: 1º out. 2018.

A ampliação dos gastos familiares com moradia, educação, saúde, lazer, vestuário e transporte, associado ao uso de métodos contraceptivos e à maior participação da mulher no mercado de trabalho contribuíram para que ocorresse uma importante diminuição das taxas de natalidade em muitos países desenvolvidos.

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:34 PM

Capítulo 1

Características etárias da população mundial Para melhor estudarmos a estrutura etária da população, podemos utilizar um gráfico chamado pirâmide etária ou pirâmide de idades, no qual é possível observar as características da população por idade (estrutura etária) e sexo (feminino e masculino). Observe, a seguir, a pirâmide etária da população mundial em 2018.

Homens

Idade

Keithy Mostachi

Mundo: pirâmide etária – 2018 Mulheres

80 ou mais 74 - 79

65 - 69

• Comente com os alunos

55 - 59

que o censo demográfico é feito a cada dez anos e que o último foi realizado em 2010. Para mais informações sobre o censo demográfico, acesse o site a seguir. Nele você pode acessar o censo atual, o penúltimo (2000), e também a série histórica com dados da evolução da população brasileira.

50 - 54 45 - 49 40 - 44

B

35 - 39 30 - 34 25 - 29 20 - 24 15 - 19 10 - 14

A

5-9 0-4

300 250 200

150

100

50

0

0

50

100

150

200 250 300 350 400

Milhões de habitantes

A

Base: representa a população de crianças e jovens na faixa etária de 0 a 19 anos. Compõe a base da pirâmide.

B

e interpretação da pirâmide etária da população mundial, apresente aos alunos a pirâmide etária do Brasil em comparação com o estado em que vivem e que também comparem com a pirâmide apresentada nesta página. Para isso, acesse o site a seguir. tituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Disponível em: <http:// li v r o . p r o /d m 7w 5 w >. Acesso em: 16 out. 2018.

60 - 64

400 350

• Para auxiliar na leitura

> População. IBGE (Ins-

C

70 - 74

Orientações gerais

Corpo: representa a população de adultos na faixa etária de 20 a 59 anos. Forma a parte intermediária da pirâmide.

C

> O que é. IBGE (Institu-

Ápice: representa a população idosa, ou seja, com idade superior a 60 anos. Constitui o topo da pirâmide.

to Brasileiro de Geografia e Estatística). Disponível em: <http://livro. pro/58snkm>. Acesso em: 16 out. 2018.

Fonte: United Nations. World Population Prospects. Disponível em: <https:// population.un.org/wpp/DataQuery/>. Acesso em: 3 out. 2018.

Conhecendo a população de um país É denominado censo demográfico o conjunto de procedimentos voltados à pesquisa para determinar o número total de habitantes de um país e outros aspectos demográficos importantes, como a distribuição da população por sexo e faixa etária, as condições socioeconômicas, características culturais e outros dados que permitem compreender a estrutura de uma população. Dessa forma, um dos principais benefícios do censo demográfico é possibilitar a realização de estimativas para o futuro, isto é, prever o ritmo de crescimento de uma população a fim de orientar políticas públicas de desenvolvimento. No Brasil, o censo demográfico é feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e a grande maioria dos países realiza procedimentos semelhantes.

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Orientações gerais

Diferentes formatos de pirâmides etárias

• Aproveitando as pirâ-

Quando observamos a forma de uma pirâmide etária, podemos compreender algumas características demográficas da população, como a natalidade, a mortalidade e a expectativa de vida. A seguir, vamos estudar o que revelam diferentes formatos de pirâmides etárias. Pelas pirâmides, pode-se reconhecer países com populações predominantemente jovens, outros em processo de envelhecimento e outros, ainda, com populações já envelhecidas.

mides etárias desta página e das páginas seguintes, peça aos alunos que façam uma comparação com a pirâmide da população mundial, da página 31, e apontem quais as diferenças entre elas em relação à forma de cada uma. É importante que os alunos reforcem a leitura e a interpretação delas, para o desenvolvimento da linguagem gráfica atrelada aos conhecimentos geográficos.

Países de população jovem Se observarmos a pirâmide etária de um país com população predominantemente jovem no gráfico abaixo, podemos notar que esta apresenta um aspecto que lembra a forma geométrica de um triângulo. A base larga e o topo estreito caracterizam uma elevada proporção de crianças e jovens e uma baixa proporção de idosos no conjunto da população.

necessário, relembre aos alunos as partes que compõem a pirâmide: base (pessoas de 0 a 19 anos), corpo (pessoas entre 20 e 59 anos) e ápice (pessoas com 60 anos ou mais). Essas noções facilitarão a análise e a comparação entre as pirâmides.

Homens

Idade

Renan Fonseca

Nigéria: pirâmide etária – 2018

• Se

Mulheres

80 ou mais 75 - 79 70 - 74 65 - 69 60 - 64 55 - 59 50 - 54 45 - 49 40 - 44 35 - 39 30 - 34 25 - 29 20 - 24 15 - 19 10 - 14 5-9 0-4 2 500

2 000

1 500

1 000

500

0

0

500

1 000

1 500

2 000

2 500

Mil habitantes

Fonte: United Nations. World Population Prospects. Disponível em: <https://population. un.org/wpp/ DataQuery/>. Acesso em: 3 out. 2018.

Tal condição está associada às elevadas taxas de fecundidade e natalidade e indicam uma alta proporção de jovens no conjunto da população. O estreitamento do corpo da pirâmide revela elevadas taxas de mortalidade, e o topo afunilado indica uma reduzida expectativa de vida para a população do país. Muitas vezes, essas características demográficas são típicas de países mais pobres, que não oferecem boa qualidade de vida para a maior parte de sua população. Além disso, o elevado número de jovens e adultos no país indica uma necessidade de oferta de empregos. Caso contrário, o que acontece são taxas de desemprego elevadas, que refletem até mesmo em migrações de jovens para outros países e regiões. De modo geral, embora existam nações da Ásia e da América Latina que apresentam cenários semelhantes aos descritos acima, são os países da África que possuem, em média, as mais altas taxas de fecundidade e natalidade do mundo, assim como as populações mais jovens.

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Capítulo 1

Países com população em processo de envelhecimento A redução das taxas de natalidade e o aumento da expectativa de vida, gradualmente, levam ao envelhecimento da população e, consequentemente, transformam o formato de pirâmide demográfica de um país. Canadá: pirâmide etária - 2018 Homens

Idade

Keithy Mostachi

Observe, no gráfico ao lado, como tal cenário se reflete na proporção entre indivíduos de diferentes grupos de idade: o ápice da pirâmide etária do Canadá vai se tornando maior em razão da ampliada proporção de idosos no conjunto da população.

Mulheres

80 ou mais 75 - 79 70 - 74 65 - 69 60 - 64 55 - 59 50 - 54

Esse formato de pirâmide etária é típico de países desenvolvidos, como Estados Unidos e Alemanha.

45 - 49 40 - 44 35 - 39 30 - 34 25 - 29 20 - 24

Fonte: United Nations. World Population Prospects. Disponível em: <https:// population.un.org/wpp/ DataQuery/>. Acesso em: 3 out. 2018.

15 - 19 10 - 14 5-9

900

600

300

0

• Ao abordar o conteúdo envelhecimento da população, promova uma roda de conversa com os alunos sobre a importância do respeito aos idosos e questione-os quanto às ações que existem no município onde moram para que os direitos dos idosos, como condições de saúde dignas com atendimento prioritário, acesso a hospitais, médicos, exames e medicamentos adequados, atividades de lazer e socialização, entre outros, sejam respeitados.

• Aproveite

0-4

1 500 1 200

Orientações gerais

0

300

600

900

1 200 1 500

Mil habitantes

No entanto, essas transformações também estão acontecendo, porém em um ritmo mais lento, em países subdesenvolvidos industrializados, como Brasil e México. Além de avanços na condição socioeconômica desses países, políticas públicas voltadas ao planejamento familiar, adoção de métodos contraceptivos e até mesmo programas de controle de natalidade vêm contribuindo para mudanças na estrutura etária da população desses países.

e reforce que o respeito começa com a valorização das pessoas idosas da família e do bairro. Este momento permite um trabalho com o tema contemporâneo Processo de envelhecimento, respeito e valorização do idoso.

Rodolfo Buhrer/La Imagem/Fotoarena

O aumento do número de idosos no total da população se reflete na necessidade da ampliação de investimento na área da saúde pública e também no sistema de previdência social, que procuram oferecer uma boa qualidade de vida a essas pessoas. Previdência social: instituições desenvolvidas pelo governo para dar assistência aos assalariados e suas famílias, por meio de benefícios, como: aposentadorias, pensões e auxílio-maternidade.

Idoso sendo vacinado em Curitiba (PR), 2016. Quanto maior o percentual de idosos no conjunto da população, maiores os gastos públicos com saúde e previdência social.

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Orientações gerais

Países de população envelhecida

as manchetes a seguir para os alunos e promova um debate relacionando o tema das manchetes, o perfil da pirâmide etária de países com população envelhecida e a população economicamente ativa.

Contra baixa natalidade, Itália estuda dobrar ‘bolsa bebê’ Veja, 17 maio 2016. Disponível em: <https://veja.abril.com.br/mundo/ contra-baixa-natalidade-italiaestuda-dobrar-bolsa-bebe/>. Acesso em: 16 out. 2018.

Keithy Mostachi

• Leia

Gradativamente, ao passo que o processo de envelhecimento se torna mais intenso, a pirâmide etária de um país passa a apresentar a base mais estreita e o topo mais largo, refletindo a menor quantidade de crianças e jovens em relação aos adultos e idosos no conjunto da população. Uma população envelhecida é Portugal: pirâmide etária – 2018 uma característica compartilhada pela maioria dos países desenHomens Idade Mulheres volvidos, como as nações da Eu80 ou mais ropa, do Japão, o Uruguai, entre 75 - 79 70 - 74 outros, refletindo as baixas taxas 65 - 69 de natalidade, maior expectativa de 60 - 64 vida e condição socioeconômica 55 - 59 50 - 54 elevada de suas populações. 45 - 49 40 - 44 35 - 39 30 - 34 25 - 29 20 - 24

‘Bolsa bebê’ em Portugal paga até R$ 15 mil para incentivar natalidade G1, 26 jan. 2015. Disponível em: <http://g1.globo.com/jornalnacional/noticia/2015/01/bolsabebe-em-portugal-paga-ate-r-15mil-para-incentivar-natalidade. html>. Acesso em: 16 out. 2018.

15 - 19 10 - 14 5-9 0-4

500

400

300

200

100

0

0

100

200

300

400

500

Mil habitantes Fonte: United Nations. World Population Prospects. Disponível em: <https://population.un.org/wpp/DataQuery/>. Acesso em: 3 out. 2018.

O envelhecimento da população pode ser percebido na diminuição da PEA, em função da saída das pessoas do mercado de trabalho por causa da idade avançada. Em alguns países, a falta de trabalhadores é equilibrada pela entrada de imigrantes, mas muitos chegam a enfrentar escassez de mão de obra.

• Esta

Andres Stapff/Reuters/Fotoarena

atividade complementa e auxilia o trabalho com a habilidade EF08GE03.

PEA (População economicamente ativa): grupo de pessoas no conjunto da população em idade apta para o trabalho.

Crianças lendo livros na praça da Independência de Montevidéu, Uruguai, 2015, durante atividade de leitura.

Em alguns casos, gastos com o pagamento de aposentadorias e benefícios à população idosa se tornam tão elevados que os países são obrigados a alterar sua legislação trabalhista, elevando a idade mínima para a concessão das aposentadorias. Para contornar os desafios de uma população envelhecida, alguns governos incentivam a vinda de imigrantes e estimulam os casais a terem mais bebês, concedendo benefícios, como extensão da licença-maternidade, construção de creches públicas e auxílio financeiro para as despesas com os filhos.

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em foco

Capítulo 1

Geografia

Controle de natalidade: o caso da China

Para tentar conter o crescimento rápido de suas populações, China e Índia se destacaram por implantar programas de controle de natalidade com objetivos semelhantes, porém com resultados diferentes.

Integrando saberes

• O conteúdo desta se-

ção permite um trabalho em conjunto com o componente curricular de Ciências e aborda o tema contemporâneo Saúde.

• Comente com os alu-

Na China, o governo instituiu, na década de 1970, um programa de controle de natalidade que se tornaria conhecido como “política do filho único”. Esse programa envolvia diversas medidas que intencionavam limitar o número de filhos dos casais chineses para um único filho, incluindo incentivos financeiros às famílias com apenas um filho e penalidades às famílias que violassem a regra. Os resultados foram gradativos, mas bastante expressivos, reduzindo as taxas de natalidade e contendo o crescimento da população chinesa. Barry Lewis/Alamy/Fotoarena

nos que, no Brasil, mesmo não existindo uma política de controle de natalidade rígida como na China, o Ministério da Saúde e outros órgãos incentivam o uso de métodos contraceptivos por meio de campanhas sobre planejamento familiar, gravidez na adolescência e prevenção contra infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) . Para mais informações, acesse o site a seguir. > Campanhas. Ministério

da Saúde. Disponível em: <http://livro.pro/gzzfot>. Acesso em: 16 out. 2018.

Propaganda para orientação de planejamento familiar na China, nos anos 1980, dentro dos objetivos da política do filho único.

TonyV3112/Shutterstock.com

Recentemente, o envelhecimento acelerado da população e a possibilidade de uma escassez futura de mão de obra levaram o governo chinês a rever a política do filho único e permitir que casais tivessem dois filhos. Atualmente, vislumbra-se até mesmo o fim do controle de natalidade no país para os próximos anos.

• Em sua opinião, a interferência do governo ao controlar as taxas de natalidade é uma prática justificável frente aos problemas gerados por uma população numerosa e seus impactos econômicos, sociais e ama resposta da questão nas orientações bientais? Veja ao professor.

Atualmente, o governo chinês alterou o programa conhecido como“política do filho único”. Na fotografia, observamos família chinesa composta por dois filhos em Beijing, China, 2015.

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Resposta

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• Resposta pessoal. Oriente os alunos de modo que re-

flitam sobre a ética envolvida nos programas de controle de natalidade e em relação aos problemas que um país com grande população pode enfrentar, como abastecimento (alimentos, água), infraestrutura (moradia, transporte), emprego etc.

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Atividades

1. Uma migração voluntária é realizada por iniciativa e desejo do próprio migrante, em geral por razões econômicas, como no caso de pessoas que migram em busca de empregos e uma fonte de renda fixa em outro país para enviar dinheiro às suas famílias. Já uma migração forçada ocorre quando a pessoa é obrigada a migrar em razão de alguns fatores, como guerras, perseguições políticas e religiosas, compreensão desastres naturais e outros exemplos.

Orientações gerais

• Na atividade 7, comen-

te com os alunos que os haitianos ainda sofrem com os estragos causados pelo terremoto de 2010. Além disso, em 2016, um furacão também atingiu o país e hoje muitas pessoas encontram-se desabrigadas e em condições precárias de saúde.

2. As áreas de Exercícios de atração, de modo geral, são representadas 1. Qual a diferença entre uma migrapor países ção voluntária e uma migração fordesenvolvidos ou çada? Dê um exemplo para cada emergentes que oferecem mais tipo de migração. oportunidades. As áreas de 2. Dentro do contexto das migrações repulsão são países com baixo internacionais, aponte os principais nível de desenvolvimento fatores que caracterizam áreas de socioeconômico atração e repulsão. e que apresentam problemas, como 3. De que maneira o grau de desenalto desemprego volvimento econômico de um país e inflação, que está relacionado ao ritmo de crescivivenciam guerras ou mento de sua população? escassez de recursos hídricos, entre outros Geografia no contexto exemplos.

4. Quais tipos de informações, referentes a uma população, o estudo do formato de uma pirâmide etária pode oferecer?

5. Como se caracteriza a estrutura etária de uma população em que o formato de sua pirâmide etária tem a base larga, o corpo afunilado e o ápice estreito?

4. Ao estudarmos o formato de uma pirâmide etária, podemos compreender algumas características demográficas da população, como a natalidade, a mortalidade e a expectativa de vida. 5. A base larga e o topo estreito caracterizam uma elevada proporção de crianças e jovens e uma baixa proporção de idosos no conjunto da população. Já o estreitamento do corpo da pirâmide revela elevadas taxas de mortalidade, e o topo afunilado indica uma reduzida expectativa de vida para a população do país.

3. De modo geral, 6. Leia a manchete de jornal a seguir. países menos desenvolvidos economicamente tendem a apresentar altas taxas de natalidade, proporcionando maior crescimento populacional e Agência Brasil, 29 out. 2016. Disponível em: <http://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/ uma maior noticia/2016-10/italia-pode-conceder-bonus-de-800-euros-casais-que-tiverem-filho>. Acesso proporção de em: 12 out. 2018. jovens entre a população total. a ) Qual informação é transmitida na manchete acima? Já países com A Itália vai distribuir um valor de 800 euros para os casais que tiverem filhos. maior desenvolvimento b ) De acordo com o que você estudou, essa ação é adotada por países que econômico suem qual característica de estrutura etária da população? tendem a reduzir as taxas de natalidade e o 7. Leia o texto a seguir e depois realize a atividade solicitada. ritmo de crescimento de sua população.

Itália pode conceder bônus de 800 euros a casais que tiverem filho

6. b) Essa ação é adotada por países que apresentam um envelhecimento da população, em que a taxa de natalidade é reduzida. Assim, o governo concede benefícios, como o mencionado na manchete, para incentivar casais a terem filhos.

pos-

O dramático vai e vem dos haitianos

A imigração haitiana no Brasil passou por vários momentos desde sua intensificação a partir de 2010, ano do terremoto que destruiu o Haiti. Nesses sete anos, mais de 90 000 haitianos entraram e se espalharam pelo país, enfrentando uma difícil trajetória, na condição de trabalhador imigrante, para sua inserção no mercado. [...] SUGIMOTO, Luiz. O dramático vai e vem dos haitianos. Jornal da Unicamp, 16 ago. 2017. Disponível em: <https://www.unicamp.br/unicamp/index.php/ju/ noticias/2017/08/16/o-dramatico-vai-e-vem-dos-haitianos>. Acesso em: 13 set. 2018.

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tadas pelos imigrantes em seu país de destino.

O terremoto de 2010 provocou uma intensificação no fluxo de haitianos para o Brasil. Eles vieram em busca de melhores condições de vida, mas passam por dificuldades para encontrar emprego por serem imigrantes, por falarem outra língua.

Pesquisando

8. Faça uma pesquisa, em casa, para descobrir se entre seus antepassados existem pessoas que chegaram ao Brasil como imigrantes. Durante a pesquisa, procure saber os motivos que levaram a pessoa a migrar do país de origem e o que atraiu o migrante para a região de destino. Registre sua pesquisa no caderno. Oriente os alunos de modo que realizem a pesquisa em casa e registrem os resultados no caderno.

9. Escolha um grupo de imigrantes (haitianos, venezuelanos, bolivianos, chineses, entre outros exemplos) e pesquise na internet a situação desses imigrantes em seu estado ou município. Produza um resumo explicando quem são esses imigrantes, por quais motivos vieram ao Brasil, se conseguem se inserir no mercado de trabalho, se existe preconceito etc.

Capítulo 1

• Com base nesse texto e no que você estudou, descreva as dificuldades enfren-

9. Oriente os alunos de maneira que identifiquem grupos de imigrantes no município ou estado onde moram. Se não for possível, amplie a escala para a região. As informações solicitadas devem ser pesquisadas na internet ou em fontes impressas pré-selecionadas.

• Com base nos resultados produzidos, converse com os colegas e o professor e

escreva um texto sobre a influência das migrações ocorridas em diferentes momentos históricos na caracterização da cultura e das paisagens de seu municíOriente os alunos de maneira que realizem uma conversa tendo como ponto de partida os resultados pio ou estado. da pesquisa sobre as diferentes origens dos alunos da classe e os grupos de imigrantes que existem

Orientações gerais

• Durante

a realização da atividade 8, reforce com os alunos a importância do respeito às particularidades de cada família.

• Durante

a realização da atividade 9, estimule nos alunos a empatia e o respeito às diferenças culturais, incluindo a valorização dos direitos humanos, evitando comentários desrespeitosos e preconceituosos, conforme orientam as competências gerais 9 e 10 da BNCC.

atualmente no município ou estado. Na sequência, explore algum exemplo da influência de diferentes povos sobre a cultura e a paisagem de seu município ou estado, como construções típicas, festas e tradições culinárias, entre outros exemplos.

Refletindo sobre o capítulo

Agora que você concluiu o estudo deste capítulo, reflita sobre os temas nele apresentados. Faça uma autoavaliação do seu aprendizado com base nas afirmações a seguir.

• O crescimento de uma população varia em função das taxas de natalidade e mortalidade.

Desde 1800, a população mundial cresceu rapidamente, mas, a partir no século XX, o ritmo desse crescimento tem diminuído.

• A população mundial não se encontra distribuída de maneira igual pelos continentes e países, sendo algumas áreas mais densamente povoadas do que outras.

• Os seres humanos modernos surgiram na África há cerca de 200 mil anos e gradualmente se espalharam por todos os continentes da Terra, com exceção da Antártica.

• As migrações ocorrem, em geral, de áreas de repulsão em países menos desenvolvidos,

que passam por guerras e outros problemas, em direção a áreas de atração, representadas por países desenvolvidos ou emergentes, que oferecem oportunidades para uma melhor condição de vida.

• Em geral, quanto maior o grau de desenvolvimento socioeconômico de um país, menores são suas taxas de natalidade e crescimento natural. A expectativa de vida é maior, assim como o percentual de idosos no conjunto da população.

• Em geral, quanto menor o grau de desenvolvimento socioeconômico de um país, maiores são suas taxas de natalidade e crescimento natural. A expectativa de vida tende a ser mais baixa e o percentual de crianças e jovens no conjunto da população elevado.

• Conhecer a população de um país é importante porque as características etárias e o ritmo

de crescimento da população podem nortear políticas de desenvolvimento, de modo a explorar ou contornar os benefícios e desafios de uma população jovem ou envelhecida.

37

Refletindo sobre o capítulo • Esta seção tem o intuito de propor uma reflexão tanto por parte dos alunos quanto do professor. Leia com os alunos as informações e promova uma conversa sobre os temas. Esse é um bom momento para identificar as dúvidas, verificar o desenvolvimento das habilidades e se os objetivos do capítulo foram alcançados.

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• Reforce com os alunos que a autoavaliação

é importante para refletirem sobre seu processo de aprendizagem. Questões como as apresentadas abaixo podem colaborar para este momento.

> Compreendi todos os conteúdos deste ca-

11/9/18 2:34 PM

> Me esforcei o suficiente para a realização

das atividades? > Estudei os conteúdos em casa? > Participei dos debates e atividades solicita-

das pelo professor?

pítulo?

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Objetivos do capítulo

• Reconhecer que cada

povo tem crenças, tradições, costumes, hábitos alimentares e vestuário próprios que caracterizam sua cultura. • Compreender que a identidade cultural é formada pelo compartilhamento de crenças e hábitos pertencentes à mesma cultura. • Reconhecer que as pessoas que compartilham a mesma identidade territorial constituem uma nação. • Diferenciar limite de fronteira. • Reconhecer que o território nacional pode ser formado por uma área continental ou insular, organizada por um Estado, com leis e instituições próprias. • Compreender o que são minorias nacionais. • Verificar que manifestações nacionalistas separatistas, que reivindicam um território próprio, podem gerar conflitos. • Identificar os principais grupos separatistas existentes atualmente. • Perceber que as mudanças na configuração dos territórios nacionais acarretam alterações nos mapas políticos. • Relacionar o fim da União Soviética com a independência de países do Leste Europeu. • Reconhecer que grande parte dos conflitos territoriais está relacionada a questões étnicas ou religiosas e a movimentos separatistas. • Compreender e diferenciar as projeções cartográficas mais utilizadas e suas distorções. • Refletir sobre os muros que impõem limites, sua trajetória histórica e os conflitos envolvidos.

ítulo Cap

Territórios e nações do mundo

Na fotografia, centenas de pessoas, incluindo tibetanos, participam de manifestação pela liberdade do Tibete, em Londres, Inglaterra, 2018.

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Orientações gerais g20_ftd_lt_8vsg_c2_p038a045.indd

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• Faça observações juntamente com os alunos a respeito

da fotografia e do quadro de Picasso. Proponha as questões a seguir para investigar seus conhecimentos prévios. > O que os tibetanos na fotografia estão reivindicando? > O que explica eles fazerem essa reivindicação de outro país, no caso, Londres? > O que você sabe a respeito de outras regiões do mundo

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que foram ocupadas militarmente por países vizinhos? > A manifestação observada na fotografia ocorre de maneira pacífica. Você acha que manifestações como essas ocorrem sempre dessa maneira? • Incentive os alunos a analisar que nem sempre os conflitos entre diferentes povos em um mesmo território acontecem pacificamente.

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:35 PM

Coleção particular/4X5 Collection / SuperStock/Glow Images

BNCC

A imagem mostra a tela Pomba da Paz, de 1949, do pintor espanhol Pablo Picasso (1881-1973).

O mundo em que vivemos é formado por uma imensa quantidade de povos com suas respectivas culturas. Diariamente, observamos nos noticiários dos telejornais que em alguns países ou regiões do mundo a convivência entre os povos ocorre de maneira conflituosa, embora na maioria das vezes seja pacífica. Na fotografia ao lado, vemos pessoas realizando um protesto pela libertação do Tibete, ocorrido em Londres. Os tibetanos tiveram seu território ocupado militarmente pela China desde a década de 1950 e até os dias atuais reivindicam sua libertação usando a mensagem “Tibete livre”.

• Neste capítulo são abordadas as relações de poder estabelecidas no espaço. Para tanto, destacam-se os conceitos de território e identidade cultural. Verificam-se também as relações de conflitos econômicos e culturais em diversos territórios.

• Os temas abordados favorecem as competências gerais 1, 3, 6 e 7 da BNCC, as quais são complementadas pelas competências específicas de Geografia 3, 4, 5 e 7, a partir dos temas contemporâneos Educação em direitos humanos e Diversidade cultural.

• Esses estudos abrangem, principalmente, as habilidades EF08GE01, EF08GE05 e EF08GE06.

Neste capítulo, vamos conhecer um pouco mais sobre diferentes povos e nações de várias partes do mundo. Veja as respostas das questões nas orientações ao professor.

Peter Marshall/ImagesLive/ ZUMA Wire/Fotoarena

A Conte para os colegas o que você sabe sobre o domínio do Tibete pela China. B Em 1949, Pablo Picasso produziu a tela Pomba da Paz. Caso você desejasse criar um símbolo para representar a paz no mundo, qual seria? Faça um desenho e mostre para seus colegas. C Você sabe o que são grupos separatistas? Já soube de notícias a respeito das ações praticadas por esses grupos e o que eles reivindicam? Comente.

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Respostas

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A Resposta pessoal. Promova uma roda de conversa com os alunos a fim de trocarem ideias. Para nortear esse debate, se possível, leve para a sala de aula notícias de jornais e internet que retratem esse conflito. Incentive a participação de todos.

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B Resposta pessoal. Verifique se o desenho elaborado pelos alunos está coerente com a atividade proposta. C Resposta pessoal. Verifique se a opinião dos alunos está coerente com a atividade proposta. Estimule a participação de todos.

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O espaço terrestre: continentes e oceanos

Orientações gerais

• O conceito de território

é essencial para a abordagem do capítulo que se inicia. Dessa forma, o texto a seguir pode ser utilizado como base para trabalhar o conceito em questão com os alunos ou para seus estudos complementares.

Atualmente, as áreas emersas ocupam menos de um terço de toda a superfície do planeta, sendo divididas em seis grandes continentes. Já as áreas submersas ocupam a maior parte da superfície terrestre e são divididas em cinco grandes oceanos. Observe o mapa a seguir e o gráfico da página seguinte para obter algumas informações sobre os continentes e oceanos existentes no planeta Terra. Distribuição dos continentes na superfície terrestre

OCEANO GLACIAL ÁRTICO OCEANO GLACIAL Círculo Polar ÁrticoCírculo Polar Ártico

E U R O PA

OCEANO ATLÂNTICO

Trópico de Câncer Trópico de Câncer

AMÉRICA

E U R O PA

OCEANO ATLÂNTICO

AMÉRICA ÁFR IC A

ÁFR IC A

Equador OCEANO PACÍFICO OCEANO PACÍFICO

Trópico de Capricórnio Trópico de Capricórnio

Círculo Polar Antártico Círculo Polar Antártico

OC

Meridiano de Greenwich

Equador

Meridiano de Greenwich

Fomos habituados a pensar e sentir o mundo como se fosse natural a existência de uma determinada geografia com países, fronteiras e relações. Entretanto, essa forma de organização do espaço geográfico em Estados, com suas fronteiras territoriais nítidas e reconhecidas, está longe de ser um produto “natural”. Ao contrário, trata-se de uma invenção histórica europeia que, depois, se generalizou para o mundo como parte do colonialismo e do imperialismo, enfim, como parte da constituição de um grande sistema estatal, o “sistema-mundo moderno-colonial”. [...] Sublinhemos que nenhuma sociedade escapa da dimensão territorial. O território é, sempre, também abrigo e proteção. No caso da espécie humana, o território é abrigo e proteção em duplo sentido: simbólico e material. Fernando Pessoa disse certa vez: “minha pátria é minha língua”. De fato, por meio de nossa língua, as coisas materiais ganham sentido, tornam-se, em mais de um sentido, próprias. Nomear cada coisa, cada lugar, é um modo de nos apropriarmos do espaço, de nos territorializarmos. Assim é que o território que habitamos nos parece algo natural. Entretanto, todo território é uma criação e, em especial no caso de nossa espécie, uma criação histórica que, como tal, traz dentro de si os processos e sujeitos que protagonizaram sua instituição.

A superfície terrestre é formada por áreas emersas, compostas pelos continentes e ilhas, e por áreas submersas, recobertas por mares e oceanos.

OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO

AN TÁRTI

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HAESBAERT, Rogério; PORTO-GONÇALVES, Carlos Walter. A nova des-ordem mundial. São Paulo: Unesp, 2006. p. 13- 14.

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Oceania 6%

Continentes e ilhas 29%

Antártida 9%

Ásia 30%

África 20%

Ártico 3%

Antártico 7%

Índico 20%

Oceanos e mares 71% América 28%

E. Cavalcante

Europa 7%

Capítulo 2

Distribuição de continentes e oceanos na superfície terrestre

Pacífico 46%

Atlântico 24%

Fonte: Atlas National Geographic: a Terra em números. São Paulo: Abril, 2008. v. 19. p. 78.

1. Qual o maior oceano da Terra?

ÁRTICO EANO GLACIAL

2. Qual é o maior continente da Terra? Ásia, com 45 milhões de km . 2

Europa

E U R O PA

Área ‒ 10 milhões de km2

ÁSIA

População ‒ 743 milhões de habitantes

ÁSIA

Antártida

• Conduza-os para que compreendam que a composição populacional de cada país é feita de vários povos, com diferentes culturas.

Área ‒ 14 milhões de km2

OCEANO PACÍFICO

OCEANO ÍNDICOOCEANO ÍNDICO

:35 PM

Área ‒ 45 milhões de km2

• Estimule a análise de como as fronteiras são formadas, as quais, em alguns casos, implicam conflitos e tensões.

População ‒ 4 545 milhões de habitantes

África Área ‒ 30 milhões de km2

OCE A NI A

População ‒ 1 288 milhões de habitantes

O CEANIA

• Complemente o estudo usando um mapa de densidade demográfica mundial disponível na escola ou traga para a sala de aula em formato digital para projeção.

Oceania Área ‒ 8,5 milhões de km2 População ‒ 41 milhões de habitantes

América Área ‒ 43 milhões de km2

L ANTÁRTICO

Ásia E. Cavalcante

ÁF RICA

População ‒ Poucos habitantes

OCEANO PACÍFICO

População ‒ 1 015 milhões de habitantes N

AN TÁRTI D A

A N T Á RTI DA

0

1 260

2 520 km

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 34.

N L

O

0

S

L

O

1 260

2 520 km

S

• Ao explicar a composição física do globo terrestre, traga para a sala de aula um mapa político em tamanho grande ou em formato digital e incentive os alunos a perceberem a diferença entre o planisfério da Distribuição dos continentes na superfície terrestre e um mapa político com as fronteiras já delimitadas.

• Explique que os limites e fronteiras são estabelecidos pelas relações humanas de poder e domínio com a formação dos territórios. Portanto, como produção humana, são representados por meio de linhas imaginárias nas representações,

Oceano Pacífico.

ÁRTICO

Orientações gerais

Fontes: Goode’s World Atlas. 23. ed. Estados Unidos: Rand McNally, 2017. p. 135-139. United Nations. World Population Prospects. Disponível em: <https://population.un.org/wpp/DataQuery/>. Acesso em: 1º out. 2018.

• Incite os alunos a perceberem que a população não está distribuída uniformemente no globo, analisando os gráficos apresentados na página que exemplificam a proporção populacional em cada continente.

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Orientações gerais

O planisfério das páginas 40 e 41 apresenta o mundo sem as divisões políticas construídas ao longo do tempo em que o ser humano veio ocupando e dominando os espaços terrestres.

• Este conteúdo permite trabalhar o tema contemporâneo Diversidade Cultural. Incentive atitudes de valorização às religiões apresentadas nestas páginas, frisando a importância do respeito às diversidades culturais.

CLAVAL, Paul Charles Christophe. Geografia cultural: um balanço. Geografia, Londrina, UEL, v. 20, n. 3, set./dez 2011. p. 16. Disponível em: <http://www.uel.br/revistas/ uel/index.php/geografia/article/ view/14160/11911>. Acesso em: 23 out. 2018.

Veja no mapa a seguir a distribuição das religiões predominantes no mundo. Mundo: religiões predominantes OCEANO GLACIAL ÁRTICO Círculo Polar Ártico

SUÉCIA

RÚSSIA

ALEMANHA ESTADOS UNIDOS

JAPÃO

ARGÉLIA

Trópico de Câncer

ARÁBIA SAUDITA

ÍNDIA

OCEANO PACÍFICO

OCEANO ATLÂNTICO

Equador

0° OCEANO PACÍFICO

BRASIL

Trópico de Capricórnio

ARGENTINA

Meridiano de Greenwich

[...] A cultura é o conjunto de práticas, conhecimentos, atitudes e crenças que não é inato: eles são adquiridos. Daí o papel central dos processos de transmissão, de ensino, de aprendizagem, de comunicação na geografia cultural: a natureza e o conteúdo de cultura de cada indivíduo refletem os meios através dos quais ele adquiriu suas práticas e os seus conhecimentos [...].

Quando falamos em cultura, imediatamente pensamos em livros, obras de arte, músicas, teatro e cinema. Cultura é isso e muito mais. Envolve tudo o que é criado e praticado pelo ser humano, por exemplo, a língua falada, os objetos fabricados, o tipo da escrita etc. Desse modo, a cultura é um dos principais aspectos que dão identidade aos grupos humanos, que os une como um povo. Povos são grupos de pessoas que têm em comum a ancestralidade e o passado histórico, assim como sua expressão cultural desenvolvida ao longo do tempo, como crenças, tradições e hábitos. A religião, por exemplo, consiste em uma importante manifestação cultural dos povos. A maneira como cada povo professa sua fé, compreende e explica a realidade do mundo em que vive, torna essas crenças bem diferentes umas das outras. A existência de grande quantidade de O Carnaval é uma das festas mais populares religiões praticadas retrata parcialmente a diversidade do Brasil. A fotografia mostra foliões cultural do mundo. festejando o Carnaval em Olinda (PE), 2016.

E. Cavalcante

• O texto a seguir pode servir de base teórica ao abordar o tema Cultura. Caso julgue interessante, pode-se apresentá-lo aos alunos para iniciar as discussões acerca de Povos e cultura.

Povos e culturas

Veetmano Prem/Fotoarena

• Busque relacionar as manifestações da cultura dando exemplos de como sua materialização constrói o espaço geográfico e como é importante valorizá-las, conforme orienta a competência geral 3 da BNCC. É interessante mostrar que existe uma variedade cultural e que cada povo apresenta uma cultura diversa e constrói o espaço ao seu redor de maneiras diferentes, criando territorialidades.

Vamos estudar um pouco a organização dos grupos humanos sobre a superfície terrestre e a organização do espaço geográfico que esses grupos construíram ao longo do tempo.

OCEANO ÍNDICO

ÁFRICA DO SUL N L

O S

Círculo Polar Antártico OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO

0

2 500

5 000 km

Fonte: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2011. p. 141.

Religião predominante (praticada por 50% ou mais da população) Budismo Crenças tradicionais ou populares Cristianismo (nenhuma vertente é praticada por mais de 50% da população)

Cristianismo católico Cristianismo ortodoxo Cristianismo protestante

Islamismo Judaísmo Não há predomínio de nenhuma religião

Hinduísmo

Sem religião

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Davi Correa/Shutterstock.com

Capítulo 2

Observe nas fotografias a seguir alguns exemplos de diferentes manifestações religiosas pelo mundo.

O Brasil está entre os países do mundo com maior quantidade de católicos, com cerca de 124 milhões de praticantes. Na fotografia, milhares de católicos em missa na Basílica de Nossa Senhora Aparecida, no município de Aparecida (SP), 2018.

Orientações gerais

• Utilize o quadro a seguir, que apresenta as principais características de algumas religiões representadas no planisfério da página. Apresente-a aos alunos e sugira que anotem no caderno algumas informações sobre as religiões retratadas nas fotografias da página.

Sony Herdiana/Shutterstock.com

• Aproveite a oportunidade e comente com os alunos a importância do respeito às diversas religiões existentes no mundo, bem como o direito à liberdade de escolha de cada individuo, sem qualquer discriminação baseada em diferenças culturais.

Thoai/Shutterstock.com

O Islamismo é a religião oficial de 27 países do mundo. Na fotografia ao lado, muçulmanos no pátio de uma mesquita (templo muçulmano) na cidade de Meca, Arábia Saudita, 2018.

O Budismo é praticado por milhões de pessoas em todo o mundo, especialmente na Ásia. Na fotografia, observamos monges budistas participando de uma cerimônia na cidade de Ho Chi Minh, Vietnã, 2018.

O atlas das religiões: o mapeamento completo de todas as crenças Joanne O’brien; Martin Palmer. Tradução: Mário Vilela. São Paulo: Publifolha, 2008. O livro faz o mapeamento completo das principais crenças em 192 países e discute o impacto, as divisões e os desafios contemporâneos das grandes religiões mundiais.

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Principais religiões do mundo

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Religião

Origem

Cristianismo Jerusalém

Principal Profeta Jesus Cristo

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Principais características A Bíblia traz os ensinamentos de Deus e os exemplos de Jesus quando viveu na Terra.

Islamismo

Oriente Médio Maomé

Os muçulmanos seguem o livro sagrado do Alcorão, que reúne as revelações de Alá aos profetas.

Hinduísmo

Índia

Não possui profeta

O hinduísmo aceita a existência de outros deuses e reúne diversas tradições religiosas ligadas às leis espirituais. Para os hinduístas, o espírito é eterno.

Budismo

Leste da Índia

Buda

Os ensinamentos de Buda são compartilhados para auxiliar os seres a alcançar o nirvana (o céu para os hinduístas).

Judaísmo

Região da Palestina

Ainda está por vir

A Torá traz as promessas de Jeová ao povo judeu, que deve ser obediente aos seus mandamentos.

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Orientações gerais

Território e soberania

• Aproveite

a roda de conversa proposta acerca das manifestações culturais regionais e pesquise características que possam remeter à construção e ao processo histórico dessas manifestações.

rox77/Shutterstock.com

Quando um grupo de pessoas compartilha crenças e hábitos pertencentes a uma mesma cultura, dizemos que possuem uma identidade cultural. Os povos que possuem uma identidade cultural formam uma nação.

• Caso

seja possível, apresente aos alunos algumas imagens ou um esquema na lousa que possam ilustrar a diferença e a relação entre os conceitos de nação, território, país e Estado.

O hábito de alimentar-se cotidianamente de arroz acompanhado de feijão faz parte da cultura alimentar brasileira. Embora o conhecimento de utilizar essas duas plantas como alimento seja proveniente da cultura dos povos que compõem a população brasileira, como portugueses e indígenas, essa combinação é típica do Brasil, parte de sua identidade cultural. Ao lado, fotografia de um prato composto de arroz e feijão e outros alimentos, em geral, presentes na alimentação dos brasileiros.

• Comente com os alu-

nos que os Estados controlam suas fronteiras através de postos de controle, muros ou cercas nos limites entre os territórios nacionais e patrulhamento constante, de modo a exercer territorialidade e também coibir fluxos ilegais de pessoas e mercadorias, entre outros motivos.

• Há alguma expressão cultural típica do lugar onde você vive? Cite algumas e

Resposta pessoal. Verifique se a opinião dos alunos está coerente com a atividade

suas características. proposta. Promova uma roda de conversa com eles e estimule-os a falar sobre as manifestações culturais do município onde moram. Incentive a participação de todos.

Para a Geografia, território representa uma área sobre a qual se exerce domínio, isto é, relações de poder, propriedade e influência. Os países são territórios que correspondem a uma área continental ou insular da superfície terrestre, dominada e organizada politicamente, por um sistema de governo, leis e instituições próprias. O Estado é a autoridade máxima em um país que exerce controle sobre o território nacional.

• Na África, por exem-

plo, a maioria dos países apresenta dentro de seus territórios inúmeras nações e muitas dessas nações também estão espalhadas por mais de um país, cenário que é explicado pelo fato de que, quando os países do continente conquistaram sua independência, os limites territoriais artificiais estabelecidos durante o período colonial foram mantidos.

Alexandros Michailidis/Shutterstock.com

De um Estado fazem parte diferentes instituições políticas e administrativas responsáveis por organizar o país e estabelecer relações com outros países, dentre elas o governo. Existem diferentes sistemas de governos e o papel de principal representante público cabe ao chefe de governo, presidente ou outro, dependendo do sistema político do país.

A chanceler Angela Merkel, chefe de governo da Alemanha, durante conferência de imprensa na cúpula do conselho europeu em Bruxelas, Bélgica, 2017.

• Nas

Américas, várias nações indígenas existem em vários países, algumas delas espalhadas por mais de um território nacional. A posse de seus territórios tradicionais, por sua vez, pode ou não ser reconhecida pelos Estados.

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g20_ftd_lt_8vsg_c2_p038a045.indd Orientações gerais

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• A seguir, sugerimos duas referências para leituras complementares acerca do tema Identidade cultural.

> HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-moderni-

dade. Rio de Janeiro: DP&A, 2006.

> ORTIZ, Renato. Cultura brasileira e identidade nacio-

nal. São Paulo: Brasiliense, 2006.

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Capítulo 2

Em um planisfério político, por exemplo, podemos identificar o território de diversos países, definidos por limites que o separam do território de outros países. Observe. Mundo: planisfério político OCEANO GLACIAL ÁRTICO

Círculo Polar Ártico SUÉCIA

RÚSSIA

ALEMANHA ESTADOS UNIDOS

JAPÃO

ARGÉLIA

ARÁBIA SAUDITA

ÍNDIA

OCEANO ATLÂNTICO

OCEANO PACÍFICO

Equador

0° OCEANO PACÍFICO

BRASIL

Trópico de Capricórnio ARGENTINA

Meridiano de Greenwich

E. Cavalcante

Trópico de Câncer

OCEANO ÍNDICO

ÁFRICA DO SUL

L

O

0

2 340

• Ao abordar os temas Limites e Fronteiras, comente com os alunos que é comum verificarmos que algumas pessoas utilizam tais termos como sinônimos. No entanto, essas palavras têm significados diferentes. Limite é uma convenção criada pelo ser humano para marcar onde termina ou inicia um território. Já fronteira corresponde à faixa ou área que se estende ao longo da linha marcada pelo limite.

N

OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO

Círculo Polar Antártico

Orientações gerais

4 680 km

S

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 32.

Os limites entre os países são estabelecidos por meio de tratados e acordos diplomáticos internacionais, muitos deles coincidindo com marcos naturais, como rios, lagos, cadeias montanhosas, ou artificiais, como placas, pontes etc.

Alguns países não possuem autonomia reconhecida perante a comunidade internacional, ou seja, não possuem soberania sob seu território. É o caso da Guiana Francesa, cuja política é controlada pela França. Em geral, esses territórios possuem parte da política e da economia controladas por um determinado Estado.

Helissa Grundemann/Shutterstock.com

A fronteira é a área que se estende ao longo dos limites nacionais, considerada uma região estratégica para um país, tanto do ponto de vista econômico, político e de segurança nacional. Nessa faixa territorial são intensos os fluxos comerciais e deslocamento de pessoas entre os países.

Controle em faixa de fronteira entre o Brasil e a Argentina, no município de Uruguaiana (RS), 2018.

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Orientações gerais

Territórios e minorias nacionais

• Comente com os alu-

Atualmente, em muitos países, existem nações cuja população se encontra sob a autoridade de governos de outras nações. Essas populações são denominadas minorias nacionais ou minorias étnicas.

nos que as minorias nem sempre são de fato minorias numéricas, mas sim nações reprimidas.

Em várias regiões do mundo, as minorias nacionais são perseguidas e oprimidas pelo governo do país onde vivem. Essa perseguição, na maior parte das vezes, acontece com os objetivos de inibir um povo, suas tradições linguísticas, religiosas e históricas, e de constituir uma nação própria, com política e economia autênticas.

• Oriente os alunos a ob-

servar a fotografia de Israel e comente que, desde a criação desse país, em 1948, ocorre um intenso conflito entre palestinos e israelenses. Os dois povos, com identidades culturais bem distintas, reivindicam o controle e a soberania sobre o mesmo território.

Em alguns casos, há rivalidades entre grupos nacionalistas, levando-os a uma série de conflitos. Em outros casos, minorias nacionais reivindicam de maneira pacífica a independência e a criação de seu Estado soberano, como acontece com os catalães na região da Catalunha, entre a Espanha e o sul da França. Em muitas dessas situações, a soberania é conquistada por meio de plebiscitos acompanhados de tratados e acordos internacionais.

• Comente ainda que, no

•É

importante compreender que para uma nação existir não é necessário um país ou Estado. Atualmente, em muitos países, existem nações cuja população se encontra sob a autoridade de governos de outras nações. Essas populações são denominadas minorias nacionais ou minorias étnicas.

meunierd/ Shutterstock.com

Brasil, dezenas de nações indígenas encontram-se em situação de minoria nacional, como os Ianomâmi, os Caiapó e os Xavante, que vivem subordinados ao governo federal.

Existem nações que levam muitos anos para conquistar sua soberania. A nação judaica, por exemplo, viveu durante centenas de anos espalhada por vários países, e em 1948 pôde ocupar um território na região da Palestina e nele criar o Estado de Israel, graças à intervenção da ONU e de alguns países. No entanto, o povo árabe palestino ainda não possui um Estado próprio, o que há décadas tem ocasionado conflitos entre palestinos e israelenses pela autonomia dos territórios palestinos.

Mundo: Geografia e Política Internacional No site Mundo: Geografia e Política Internacional, você vai encontrar textos que abordam acontecimentos políticos, econômicos e geográficos do Brasil e do mundo. Esse site pode ser acessado pelo endereço eletrônico: <http://livro.pro/ h9cugs>. Acesso em: 1º set. 2018.

Paisagem de Jerusalém, Israel, 2016.

• Existem ainda diversos

exemplos de nações que reivindicam maior autonomia, ou mesmo soberania sobre o território que habitam ao redor do mundo. Entre eles podemos citar o caso da nação curda, representado por aproximadamente 26 milhões de pessoas que constituem minorias nacionais em cinco países do Oriente Médio (Azerbaijão, Iraque, Irã, Síria e Turquia).

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Capítulo 2

Geografia

Uma nação em busca de soberania

em foco

O Tibete é um território situado na porção oeste da Ásia, em meio à cordilheira do Himalaia. As investidas militares da China, desde a década de 1950, com objetivo de expansão territorial promovido pelo imperador Mao Tsé-Tung, transformaram drasticamente a vida dos habitantes do Tibete, que no presente vivem subjugados pelo domínio chinês. Atualmente, o Tibete é reconhecido pelos chineses como uma província de seu país. Nadezda Murmakova/Shutterstock.com

Desde o início do domínio chinês, a identidade cultural tibetana foi subjugada. Vários templos religiosos foram demolidos ou incendiados e milhares de tibetanos morreram durante embates contra os chineses. Durante a década de 1950, o líder político e religioso Dalai Lama buscou uma solução pacífica para a independência do Tibete. Sem sucesso, em 1959, o Dalai Lama e outros milhares de tibetanos viram-se obrigados a exilarem-se em uma cidade situada na porção norte da Índia, chamada Dharamsala. Atualmente, Dharamsala é conhecida como a maior comunidade tibetana fora do Tibete.

36° N

PAQUISTÃO CHINA

Dharamsala

Limite do Tibete histórico

ÍNDIA

HIM NEPAL

Lhasa IA

L

O

320 km

ALA

BUTÃO

N

0

Tenzin Gyatso é o atual Dalai Lama. Ele reivindica, junto à comunidade internacional, a liberdade do Tibete e a volta da soberania do povo tibetano em sua terra natal. Na fotografia, o líder religioso Dalai-Lama, 2016.

S

Fonte: Le Monde Diplomatique. Disponível em: <www.mondediplomatique.fr/cartes/ chineethnies>. Acesso em: 24 out. 2018.

90° L

Alexander Mazurkevich/Shutterstock.com

Fotomontagem de E. Cavalcante. Foto: NASA

Tibete

Orientações gerais

• Comente com os alunos que existem outros territórios que ainda não possuem autonomia nacional, tais como: Bermudas, Ceuta, Groenlândia, Guam, Guiana Francesa, Ilhas Cayman, Malvinas, Polinésia Francesa. Ao citar esses territórios, utilize como apoio um globo terrestre ou um mapa-múndi em tamanho grande ou em formato digital para localizá-los.

• Comente com os alunos que o termo Dalai-Lama é uma expressão que significa “oceano de sabedoria”. Comente também que a palavra dalai-lama se refere ao posto que o líder religioso ocupa no budismo, portanto, escreve-se com letra minúscula. Já a palavra Dalai-Lama com letra maiúscula refere-se a Tenzin Gyatso, uma vez que ele não é chamado pelo seu nome de registro. • Explique aos alunos que o Tibete histórico se refere ao limite desse território antes de ser dominado pelos chineses.

Dharamsala é uma cidade indiana localizada no estado de Himachal Pradesh, onde o Dalai Lama vive atualmente. Na fotografia, vemos a parte alta, denominada McLeod Ganj, em Dharamsala, 2017.

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BNCC

Minorias nacionais e conflitos

• As orientações a seguir

Atualmente, enquanto alguns governos estabelecem tratados que unificam seus mercados econômicos, outros vivenciam o processo de fragmentação de seus territórios e a definição de novas fronteiras.

possibilitam abordar os temas contemporâneos Diversidade cultural e Educação em direitos humanos, contemplando também as competências gerais 1 e 6 da BNCC, bem como as competências específicas de Geografia 3 e 7.

Entre as principais causas responsáveis pelo desencadeamento de conflitos territoriais estão as questões étnicas e os movimentos separatistas, ou seja, que intencionam a soberania de um povo sobre um território, às vezes, criando uma nova fronteira e um novo país. Em algumas situações, o nacionalismo está associado a interesses econômicos e políticos de países que almejam expandir seus domínios territoriais. Entre os principais interesses econômicos estão as áreas ricas em recursos minerais, por exemplo, as que possuem significativas jazidas de petróleo.

Orientações gerais

• Uma

forma de abordar e complementar o tema Minorias nacionais e conflitos é a partir da intolerância por alguns grupos que geram conflitos. Abra um diálogo e incentive-os a discutir a temática.

Atlas dos conflitos mundiais Dan Smith. Tradução: Carmen Olivieri; Regina Aparecida de Melo Garcia. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2007. O livro apresenta um panorama dos conflitos no mundo, problemas étnicos da humanidade e a dinâmica de promoção da paz.

Além disso, do mesmo modo, em várias regiões do planeta, grupos separatistas reivindicam, por meio de conflitos armados, a criação de um Estado soberano. Veja no mapa abaixo a localização dos principais conflitos separatistas na atualidade. Conflitos separatistas no mundo Círculo Polar Ártico

SUÉCIA

E. Cavalcante

OCEANO GLACIAL ÁRTICO

RÚSSIA

ALEMANHA

ESTADOS UNIDOS

JAPÃO

ARGÉLIA

Trópico de Câncer

ARÁBIA SAUDITA

ÍNDIA

OCEANO ATLÂNTICO

OCEANO PACÍFICO

Equador Meridiano de Greenwich

0° OCEANO PACÍFICO

BRASIL

Trópico de Capricórnio ARGENTINA

Círculo Polar Antártico

OCEANO ÍNDICO

ÁFRICA DO SUL

Conflitos separatistas N

OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO

0

2 200

4 400 km

L

O S

Fonte: FERREIRA, Graça Maria Lemos. Atlas geográfico: espaço mundial. 4. ed. São Paulo: Moderna, 2013. p. 59.

• Você já viu ou ouviu notícias sobre manifestações de minorias nacionais que

buscam autonomia territorial? Sobre qual povo e em qual região do planeta era essa notícia? Converse com os colegas sobre esse fato.

Conheça nas páginas seguintes um pouco mais sobre alguns movimentos separatistas no mundo que foram mostrados no mapa.

48

Resposta pessoal. Verifique se a resposta elaborada pelos alunos está coerente com a atividade proposta. Promova uma discussão com as informações que trouxeram e incentive-os a dar opiniões a respeito dos grupos separatistas citados.

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• O projeto integrador 1, disponível no material digital, sobre fronteiras em conflitos, permite um trabalho para aprofundar este conteúdo e reforçar a habilidade EF08GE05.

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Área do país basco

Os bascos possuem uma identidade cultural particular. Um exemplo é a existência de um dialeto próprio, o euskara, que por muito tempo foi proibido de ser falado na região. Há muitos anos, o povo basco vem reivindicando a conquista de sua autonomia sobre o território onde vive e a criação de um país basco. No ano de 1959, foi criado o Euskadi Ta Askatasuma (ETA), que significa Pátria Basca e Liberdade. O ETA, grupo separatista que busca alcançar a soberania do território basco, praticou diversos atentados que vitimaram centenas de pessoas na Espanha, durante as décadas de 1980 e 1990. Recentemente, o grupo anunciou seu desarmamento e rendição, tornando-se uma organização exclusivamente política.

FRANÇA

OCEANO ATLÂNTICO

43° N

PAÍS BASCO ESPANHA

N O

L S

30 km

0

2° L

E. Cavalcante

O povo basco vive há milhares de anos em uma região que se estende do norte da Espanha até o sudoeste da França.

Capítulo 2

País basco

Fonte: KINDER, Hermann et al. Atlas histórico mundial (II): de la revolución francesa a nuestros días. 20. ed. Tradução: Antón Dieterich Arenas e Alfredo Brotons Muñoz. Madri: Edições Akal, 2006. p. 326.

• Também junto com o professor de História, dialoguem com os alunos sobre os motivos pelos quais os territórios citados nas páginas 48, 49 e 50 buscam a separação e quais são os motivos dos conflitos.

Dialeto: variedade linguística, em geral, falada por um povo de uma mesma nacionalidade e muitas vezes, restrita a um determinado local.

Nos últimos anos, ocorreram uma série de ataques violentos de autoria de grupos separatistas chechenos contra o governo russo.

Chechênia

• Ao final, sugerimos que apresentem aos alunos o filme indicado a seguir. A história se passa na Alemanha nazista, onde um menino alemão, que tem o pai trabalhando em um campo de concentração, faz amizade com um garoto judeu que vive do outro lado da cerca e usa um pijama listrado.

RÚSSIA

Mar Cáspio

CHECHÊNIA 43° N

> O menino do pijama

N

GEÓRGIA

L

O

E. Cavalcante

Com o fim da União Soviética, em 1991, a República da Chechênia declarou-se independente da Rússia. Como resposta a essa declaração, o governo russo enviou para a Chechênia tropas militares com o objetivo de restabelecer o domínio e combater grupos separatistas chechenos. Além disso, os conflitos têm se intensificado pelo fato de a maioria da população chechena ser praticante da religião islâmica, ao contrário da Rússia, onde predomina o Catolicismo ortodoxo.

S

0

• Com o intuito de complementar o estudo, converse com o professor do componente curricular de História para verificar a possibilidade de uma aula interdisciplinar acerca do conflito que envolveu os judeus na Segunda Guerra Mundial, os quais eram minorias étnicas. As questões de intolerância e respeito aos grupos étnicos podem ser retomadas, assim como a diversidade religiosa. Busque incentivar o diálogo e a participação dos alunos. Integrando saberes

Chechênia A Chechênia está localizada entre o sudeste da Europa e o sudoeste da Ásia, na região do Cáucaso.

Orientações gerais

55 km

46° L

listrado. Direção de Mark Herman, 2008. (94 min).

Fonte: SMITH, Dan. Atlas dos conflitos mundiais. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2007. p. 58.

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BNCC

Irlanda do Norte

Irlanda do Norte

• Os

temas abordados na atividade a seguir favorecem as competências gerais 1, 2, 4 e 7 da BNCC, as quais são complementadas pelas competências específicas de Geografia 1, 5 e 7. Os conteúdos abordados nesta atividade também favorecem o trabalho com os temas contemporâneos Diversidade cultural e Educação em direitos humanos.

Os conflitos na Irlanda do Norte se devem basicamente em razão da rivalidade existente entre protestantes e católicos. Grande parte da população da Irlanda do Norte é praticante da religião protestante e apoia a permanência do domínio britânico na região. Já a minoria católica nacionalista reivindica o fim do domínio britânico e a integração da Irlanda do Norte à República da Irlanda.

IRLANDA DO NORTE IRLANDA

INGLATERRA

Sugestão de atividade 53° N

Painel sobre os conflitos mundiais

ATLÂNTICO N

E. Cavalcante

• A atividade proposta a seguir possibilita diálogo com o componente curricular de História. Objetivos

OCEANO

• Identificar

os principais conflitos étnicos e movimentos separatistas no mundo atual.

L

O

95 km

0

S

Fonte: SMITH, Dan. Atlas dos conflitos mundiais. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2007. p. 51.

5° O

Curdistão

Área do Curdistão RÚSSIA Mar Negro

GEÓRGIA

• Estimular a socialização entre os alunos. Materiais

ARMÊNIA

TURQUIA

AZERBAIDJÃO 40° N

•2

folhas de cartolina por equipe

• • Tesoura

TERRITÓRIO OCUPADO PELO POVO CURDO

com pontas arredondadas

IRÃ

O projeto para a criação do Curdistão, ou seja, de um Estado autônomo curdo, ganhou força em meados do século XX, principalmente na Turquia e no Iraque, países onde o movimento é violentamente reprimido.

• Caneta colorida Procedimento

SÍRIA

• Divida a sala em gru-

0

190 km

43° L

Fonte: SCIENCES PO. Population kurde au moyen-orient. Disponível em: <http://cartotheque. sciences-po.fr/media/Population_kurde_au_ Moyen-Orient/2805/>. Acesso em: 2 out. 2018.

os alunos a pesquisarem em jornais, revistas e na internet informações e imagens sobre a temática proposta. sem informações como a área onde se localiza o conflito, os motivos que o desencadearam, os principais países ou grupos étnicos envolvidos, os embates mais recentes, as negociações de paz etc.

L

O S

• Oriente

• Peça-lhes que pesqui-

IRAQUE N

E. Cavalcante

pos e, por sorteio, defina sobre qual conflito atual cada equipe deverá produzir o painel.

O povo curdo é considerado a maior nação do mundo sem território autônomo. Na atualidade, aproximadamente 26 milhões de curdos vivem distribuídos em vários países, como Turquia, Irã, Síria, Armênia, Iraque e Azerbaidjão, como mostra o mapa. Os curdos falam o idioma curdo e, em sua maioria, são mulçumanos sunitas.

Lago Van

Tubo de cola branca

O Irish Republican Army (IRA), que significa Exército Republicano Irlandês, grupo separatista comandado por radicais católicos, durante cerca de 30 anos lutou violentamente pela autonomia da Irlanda do Norte. Em 2005, o IRA anunciou o fim da luta armada na Irlanda do Norte e acabou se transformando em um movimento político.

O grupo separatista Partiya Karkerên Kurdistan (PKK), que significa Partido dos Trabalhadores do Curdistão, já foi responsável por uma série de atentados vinculados a manifestações separatistas curdas.

Sunita: seguidores dos fundamentos de Maomé, profeta que fundou o Islamismo no século XII.

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• Oriente-os a incluir no painel um texto explicando as g20_ftd_lt_8vsg_c2_p046a055.indd 50

causas do conflito retratado, além de um planisfério político com a localização da área do conflito e, se possível, imagens que ilustrem o tema.

• Peça-lhes que insiram no painel as referências utiliza-

• Marque uma data para a apresentação do painel. Nesse

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dia, solicite ao grupo que apresente aos demais alunos o tema de seu trabalho.

• Exponha na escola os painéis produzidos, para que outros alunos possam observá-los.

das para a produção do texto e o crédito das imagens.

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1. Possível resposta: cada povo possui um costume diferente, proveniente da cultura que acumula. A maneira de vestir-se, de alimentar-se, de comunicar-se, de ensinar, de cultivar a terra ou de fabricar alguns objetos é diferente entre os diversos povos e culturas do mundo. 2. Nação corresponde a um grupo de pessoas que possuem vínculos culturais em comum, falam a mesma língua, possuem os mesmos costumes, as mesmas Exercícios de compreensão tradições que adquiriram no decorrer do tempo e também laços históricos semelhantes, ou seja, que mantém uma identidade cultural. 3. Resposta 1. Explique a afirmação abaixo no ca4. Podemos utilizar os termos nação, esperada: não, pois atualmente derno. Estado e país como sinônimos? Con- existem nações verse com os colegas da sala sobre cuja população “A cultura não é manifestada da sob o essa possibilidade e registre a con- está domínio de mesma maneira por todos os povos outras nações clusão dessa conversa. do mundo.” dentro de um 5. De acordo com o que você estudou, mesmo país, ou 2. O que é nação? seja, não diferencie limite e fronteira. possuem 3. Podemos afirmar que atualmente tosoberania sobre 6. Explique o que são grupos separatis- o território da nação é soberana sobre o territóonde vivem. É o tas, exemplificando-os. rio onde vive? Explique sua resposta caso, por 7. Qual é o motivo dos ataques cheche- exemplo, do com exemplos. povo curdo. Veja as respostas das questões 6 e 7 nos na Rússia? nas orientações ao professor. 4. Resposta esperada: não, pois uma nação se forma por pessoas que compartilham de mesma identidade cultural; o Estado é composto de uma ou mais nações, um Geografia no contexto uma sistema de governo, leis e instituições próprias; e o país é o território onde o Estado exerce seu poder político e pode ser ou não reconhecido pela comunidade internacional.

Capítulo 2

Atividades

8. Observe o mapa. Em seguida, responda às questões abaixo no caderno.

OCEANO GLACIAL ÁRTICO Círculo Polar Ártico

SUÉCIA

RÚSSIA

ALEMANHA ESTADOS UNIDOS

JAPÃO ARGÉLIA

Trópico de Câncer OCEANO ATLÂNTICO OCEANO PACÍFICO Trópico de Capricórnio

ARGENTINA

Círculo Polar Antártico

OCEANO PACÍFICO

ÍNDIA

BRASIL

Meridiano de Greenwich

Equador

ARÁBIA SAUDITA

OCEANO ÍNDICO

ÁFRICA DO SUL N

OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO 0°

0

2 885

L

O

5 770 km

S

Fonte: RUBENSTEIN, James M. The cultural landscape an introduction to human geography. 8. ed. Nova Jersey: Pearson Education, 2005. 5. O limite é uma p. 164-165.

a ) Quais são as línguas mais faladas na América do Sul? E no Brasil? Português, espanhol e línguas nativas. No Brasil, é o português.

b ) Qual a relação entre o mapa acima e a diversidade cultural existente no mundo? A língua constitui uma importante manifestação cultural dos povos, e a variedade linguística apresentada nesse mapa revela a grande diversidade cultural existente no mundo.

Pesquisando

9. Pesquise em revistas, jornais e na internet alguma notícia recente sobre os grupos separatistas estudados nas páginas 49 e 50. Nessa pesquisa, procure saber quais foram as últimas manifestações desses grupos e se eles estão alcançando seu principal objetivo, ou seja, a soberania nacional. Amplie sua pesquisa para a ação de outros grupos separatistas além daqueles estudados. Leve para a sala as informações coletadas e converse com seus colegas sobre o resultado de sua pesquisa. Resposta pessoal. Verifique se a pesquisa elaborada pelos alunos está coerente com a atividade proposta. Estimule a participação de todos.

Material digital

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• Caso considere pertinente, durante a realização da atividade 8, solicite aos alunos que façam uma pesquisa sobre uma das línguas mencionadas na atividade e, em sala de aula, exponham o resultado da pesquisa aos colegas.

• Outra estratégia para realizar a atividade 9 é solicitar aos alunos que, depois da pesquisa, façam uma apresentação (divulgação dos resultados), na forma de um jornal, para informar aos demais alunos sobre os conflitos pesquisados. Respostas

E. Cavalcante

Principais línguas faladas no mundo

Árabe Alemão Chinês Espanhol Italiano Persa, Tadjique Português Romeno Línguas nativas Outras línguas Espaços desabitados Francês Híndi, Urdu Indonésio, Malaio Inglês Russo Sérvio, Croata Suaíli Esquimó-Aleutiana

Orientações gerais

linha imaginária estabelecida por meio de tratados e acordos diplomáticos internacionais e marca onde terminam ou iniciam os territórios nacionais. A fronteira é a área que se estende ao longo dos limites nacionais e considerada uma região estratégica para um país, tanto do ponto de vista econômico, político e de segurança 51 nacional.

6 . Separatistas são um grupo de pessoas que reivindicam, por meios pacíficos ou por conflitos armados, a criação de um Estado soberano para sua nação. O PKK (Partido dos Trabalhadores do Curdistão) reivindica a criação do Curdistão; o ETA (Pátria Basca e Liberdade) reivindica a criação do País Basco; e os chechenos, na Rússia, reivindicam a criação do Estado da Chechênia. 7 . Em 1991, a Chechênia declarou independência da Rússia e, desde então, o governo russo busca restabelecer sua autoridade sobre o território declarado independente. Em contrapartida, os chechenos lutam pela soberania nacional de seu território, desencadeando diversos conflitos na região. Além disso, há uma forte divergência religiosa entre russos e chechenos.

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• A sequência didática 3, disponível no material digital, pode complementar o conteúdo sobre território e territorialidade, reforçando a habilidade EF08GE05.

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Orientações gerais

As fronteiras da discórdia

• Auxilie os alunos a in-

Atualmente, muitas áreas de fronteiras nacionais são consideradas focos de conflitos envolvendo disputas territoriais. Em algumas situações, o uso de armamentos bélicos vem tornando esses conflitos cada vez mais violentos, resultando em uma grande quantidade de vítimas.

terpretarem o planisfério, destacando a localização das principais fronteiras onde ocorrem conflitos. Pergunte a eles qual continente possui maior número de fronteiras em conflito, de acordo com o mapa. Verifique se percebem que a África abriga a maior quantidade de conflitos.

Veja no mapa abaixo as principais áreas de conflitos territoriais no mundo atual. Mundo: principais conflitos territoriais na atualidade – 2015 Eritreia/Etiópia

Colômbia/Venezuela

• Realize a leitura do tex-

to a seguir, que trata de guerras por territórios e recursos naturais. Ele pode enriquecer seus conhecimentos sobre o assunto.

Coreia do Norte/Coreia do Sul

Israel/Palestina

OCEANO GLACIAL ÁRTICO Círculo Polar Ártico

Por que as guerras? [...]

OCEANO ATLÂNTICO

Trópico de Câncer

OCEANO PACÍFICO Equador

Meridiano de Greenwich

OCEANO ÍNDICO

Trópico de Capricórnio

Áreas de fronteiras contestadas Círculo Polar Antártico

E. Cavalcante

OCEANO PACÍFICO

Conquistar territórios

N L

O S

OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO 0

2 680

5 360 km

Peru/Equador

Angola/Rep. Dem. do Congo

Etiópia/Somália

Fonte: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2016. p. 178.

• Escolha um dos conflitos representados no

Mussa Qawasma/Reuters/Fotoarena

Historicamente, o desejo de expandir um território é uma das causas mais frequentes para a guerra. As fronteiras da maioria dos países da Europa, por exemplo, foram estabelecidas por meio de conflitos armados. Na Antiguidade, Alexandre o Grande construiu um império, no século IV a.C., tomando territórios estrangeiros: ele saiu da sua Macedônia natal e foi com suas tropas até a Índia! O general romano Júlio César conquistou a Gália para estender o Império Romano, e a força de Roma se consolidou graças a sucessivas guerras territoriais: na Europa, na África, na Ásia. Na Idade Média, Carlos Magno, na Europa, e Gengis Khan, na Ásia Central, conquistaram vastos territórios com suas tropas. E foi por meio da força armada que os turcos constituíram o Império Otomano. A colonização da América, da Ásia e da África pelos europeus, entre os séculos XVI e XX, se deu a golpe de guerras devastadoras. Dirigentes como Napoleão, Bismarck e Hitler dilaceraram países inteiros para dominá-los.

Armamento bélico: armas produzidas para fins de guerra.

mapa acima e pesquise informações sobre ele em jornais, revistas ou na internet. Anote no caderno as principais informações encontradas. Depois, apresente para os colegas as informações que você pesquisou.

Resposta pessoal. Auxilie os alunos durante a realização da pesquisa e, posteriormente, organize as apresentações de modo que todos opinem sobre os acontecimentos pesquisados. Na fotografia, momento de tensão entre palestinos e soldados israelenses, na Cisjordânia, 2018.

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Apropriar-se dos recursos

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Quando um país declara guerra a outro, é geralmente no intuito de se apropriar de suas riquezas. No passado, as tropas saqueavam os países vencidos para constituir para si próprias um “patrimônio”. Nos dias de hoje, muitos conflitos podem ser explicados, ao menos em parte, pelo anseio de dispor dos recursos existentes: recursos minerais, petróleo, água ou acesso ao mar (uma grande facilidade

para o comércio internacional). Esse desejo é até mesmo11/9/18 uma motivação maior que o anseio de ampliar o território. Assim, em 2003, os Estados Unidos não atacaram o Iraque com vistas a acrescentar um novo Estado ao território norte-americano, mas para assegurar o controle sobre as fontes de petróleo da região. [...]

2:36 PM

GANDON, Odile. Para entender o mundo: os grandes desafios de hoje e de amanhã. São Paulo: SM, 2007. p. 74-75.

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em foco

Capítulo 2

Geografia

Conflitos na Caxemira

Um dos conflitos desenvolvidos em regiões fronteiriças e que vem causando sérias preocupações entre as nações mundiais é a disputa pela Caxemira, região localizada em meio à cordilheira do Himalaia.

Os conflitos na região da Caxemira tornaram-se ainda mais tensos quando, em 1962, a China tomou parte dessa região da Índia e, posteriormente, anexou outra área, concedida pelo Paquistão. Em resposta, a Índia passou a reivindicar esse território junto à China. Outro aspecto que torna a questão ainda mais complexa é que, além da luta pela incorporação da área hindu da Caxemira pelo Paquistão, tem ganhado força um movimento pela independência total da Caxemira, transformando-a em um Estado soberano. Ações de protestos e de repressões ao movimento de autonomia têm sido constantes na região. Em razão das fortes desavenças, um consenso entre os países envolvidos na disputa pela Caxemira parece estar longe, porque nenhum deles está disposto a abrir mão da região ou conceder a ela independência total. Observe no mapa abaixo a região da Caxemira. Note neste mapa que existe uma linha de controle que divide a região. O Paquistão administra o Norte da região e a Índia controla o Sul. Região da Caxemira: disputa territorial

Zona controlada pela Índia Zona controlada pelo Paquistão Zona controlada pela China Campos minados Área da Caxemira

CHINA

PAQUISTÃO Nova Délhi Tróp ic

o de

Cânc e

ÍNDIA

r

OCEANO ÍNDICO E. Cavalcante

30° N

NEPAL

N L

O S

70° L

0

250 km

• Leia o texto a seguir e conheça um pouco mais sobre o conflito entre Índia e Paquistão. Se julgar pertinente, apresente-o aos alunos. Quando a Índia se tornou independente, em 1947, o território indiano foi dividido em dois países — um hindu, a Índia, o outro muçulmano, o Paquistão. E nesses sessenta anos desde a independência e a divisão, a Índia e Paquistão estão mergulhados em guerra. [...] O grande nó é o estado da Caxemira, de maioria muçulmana, que faz parte da Índia, mas é reivindicado pelo Paquistão. Logo depois da independência, o exército paquistanês invadiu a Caxemira e conquistou um terço de seu território. Hoje em dia, uma “linha de controle” divide a região – o Norte é administrado pelo Paquistão, enquanto a Índia controla o Sul. Na parte controlada pela Índia há rebeliões constantes, que já causaram milhares de mortes. Segundo observadores, a força policial indiana estaria reprimindo a população da Caxemira, enquanto o Paquistão estaria fornecendo armas aos insurgentes. Desde 1947, a Índia teve três guerras contra o Paquistão. Duas foram por causa da Caxemira e uma resultou na independência de Bangladesh. [...]

Essa região vem sendo disputada por Paquistão, Índia e China. Essa disputa não envolve apenas questões territoriais, mas também questões religiosas. Isso ocorre porque o Paquistão, de população predominantemente muçulmana, não permite que a região da Caxemira seja dominada por hinduístas de origem indiana.

Islamabad

Orientações gerais

Fonte: CARLOS, Newton. Guerra na Caxemira testa equilíbrio regional. Mundo: geografia e política internacional, ano 7, n. 4, ago. 1999. Disponível em: <http://www.clubemundo. com.br/web/pdf/1999/ mundo0499.pdf>. Acesso em: 2 out. 2018.

MELLO, Patrícia Toledo de Campos. Índia. São Paulo: Planeta do Brasil, 2008. p. 108-110.

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Orientações gerais

• Para a realização desta atividade, certifique-se de que os alunos estão pesquisando em fontes diferentes, para que a atividade seja mais rica.

Investigando na prática

Telejornal das questões territoriais

Vamos fazer uma atividade em que você vai apresentar um telejornal com notícias relacionadas às questões que envolvem conflitos territoriais entre países. Para isso, pesquise em jornais, revistas e em sites jornalísticos notícias relacionadas a esse tema. Nessa pesquisa, você poderá perceber contrastes relacionados, por exemplo, às razões que levam às disputas e as resoluções dadas entre os diferentes países.

• Programe a atividade

com antecedência para que os alunos tenham condições de realizar as pesquisas, elaborar os resumos, ensaiar as apresentações etc.

O que você vai precisar

• Este

é um momento oportuno para exercitar as competências gerais 2 e 4 da BNCC, ao incentivar os alunos a investigar e a usar diferentes linguagens e gêneros textuais para se comunicar.

• computador com acesso à internet; • revistas; • jornais; • cartolina;

• caderno; • lápis; • borracha; • fita adesiva.

Como fazer A Em grupos, pesquisem reportagens em revistas, jornais ou na internet que men-

Flaper

cionem situações de conflitos territoriais entre países. Entre as reportagens pesquisadas, selecionem três que mais se destacaram.

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Capítulo 2

B No caderno, façam um resumo de cada

uma das reportagens escolhidas. Depois, dividam o resumo entre os integrantes do grupo, de modo que cada um fique responsável por apresentar uma reportagem ou partes dela.

C Escolham um nome para o telejornal que vão apresentar e escrevam na cartolina.

No momento da apresentação do grupo, fixem a cartolina na frente das carteiras reservadas pelo professor para a apresentação do telejornal.

Grande parte das questões territoriais envolvem conflitos.

Há países que buscam soluções pacíficas para disputas territoriais.

Ilustrações: Flaper

Cresce a quantidade de vítimas em conflitos por fronteiras.

D Durante a apresentação do telejornal, cada integrante do grupo deve relatar uma

parte do resumo de cada reportagem para os demais alunos da turma. Converse sobre suas observações

Veja as respostas das questões nas orientações ao professor.

• Quais conflitos foram mencionados nas reportagens do telejornal? • Qual das reportagens mais chamou sua atenção? Justifique sua resposta. • Algum encaminhamento pacífico a essas questões foi mencionado no telejornal?

• Em sua opinião, o que poderia ser feito para diminuir os conflitos provocados por disputas territoriais?

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Respostas

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• Possível resposta: os alunos podem mencionar reportagens relacionadas aos conflitos recentemente ocorridos, que tenham sido noticiados e inseridos nas pesquisas, tratando de questões territoriais, embates entre diferentes grupos etc.

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• Resposta pessoal. Verifique se a justificati-

va elaborada pelos alunos está coerente com a atividade proposta.

• Resposta pessoal. Verifique se as anotações

elaboradas pelos alunos estão coerentes com a atividade proposta.

• Resposta pessoal. No final das apresenta-

ções, caso considere interessante, promova uma roda de conversa com os alunos sobre possíveis encaminhamentos pacíficos para os conflitos sugeridos e debatidos por eles.

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Orientações gerais

• O conteúdo desta se-

ção reforça a competência específica de Geografia 4 da BNCC, ao trabalhar com as diferentes projeções cartográficas como forma de exercitar o raciocínio geográfico.

Momento da Cartografia

Projeções cartográficas: diferentes maneiras de representar a superfície terrestre

É possível representar as características da superfície terrestre em um mapa por meio das projeções cartográficas. Os continentes e oceanos, assim como os limites entre os países, podem ser representados de diferentes maneiras.

• Apresente

aos alunos alguns mapas com diferentes projeções cartográficas. Caso seja possível, apresente os mapas em formato físico e estenda-os no chão da sala de aula ou em outro ambiente. Questione os alunos sobre qual mapa estaria correto para representar os países no mundo.

As projeções resultam de cálculos matemáticos, feitos pelos cartógrafos a fim de projetar a superfície curva da Terra em uma superfície plana, que é o mapa. Existem diferentes projeções cartográficas que resultam em mapas que representam a Terra em sua totalidade, como o planisfério ou mapa-múndi, ou que representam parcialmente sua superfície. Cada uma dessas projeções possui um determinado tipo de distorção, ou seja, de deformidade. Veja a seguir um exemplo de como ocorrem distorções nas representações cartográficas. Distorções

• Deixe

Renan Fonseca

que se expressem e, em seguida, solicite que, em grandes grupos, entrem em acordo escolhendo um mapa que possa representar melhor os países no mundo e justifiquem a escolha.

• Na sequência, solicite

aos grupos que argumentem as ideias levantadas e que iniciem as discussões acerca do que representam as projeções cartográficas, bem como o enfoque dado em cada uma delas. And ré L. Sil va /A

Para representarmos uma superfície esférica, como a de nosso planeta, sobre uma superfície plana, como a de um mapa, certamente vão ocorrer algumas deformações.

SC

a Im

As deformações decorrem das correções que são necessárias para que se possa ajustar a forma da superfície representada. De modo geral, a porção central dessas representações apresenta-se menos distorcida do que suas extremidades. Fonte: Orientação e mapas. São Paulo: Escala Educacional, 2007. p. 10-11. (Guia de Campo).

s ge n

O globo terrestre, também chamado globo geográfico, é a representação mais fiel do nosso planeta. Isso porque a Terra possui a forma de um geoide, ou seja, não é uma esfera perfeita, mas possui formato esférico, o que torna esse globo a representação que, guardadas as devidas proporções, apresenta a menor distorção em relação à Terra.

Globo terrestre.

Geoide: pode ser descrito como uma esfera achatada nos polos.

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Capítulo 2

Cada projeção cartográfica tem como produto final um mapa diferente que, a seu modo, representa a superfície terrestre. Vamos estudar um pouco sobre algumas projeções cartográficas.

Projeção cilíndrica

Paula Diazzi

Na projeção cilíndrica, a superfície terrestre é projetada sobre uma figura geométrica de formato cilíndrico. Nessa representação cartográfica, as áreas com maiores distorções estão localizadas próximo das regiões polares e aquelas com menores deformações encontram-se nas proximidades da linha do equador.

Entre as projeções cilíndricas mais conhecidas, podemos destacar a projeção de Mercator, criada em 1569 por Gerhard Kremer. Observe-a.

E. Cavalcante

Projeção de Mercator

Círculo Polar Ártico

• Com os dois pedaços da casca da tangerina (um côncavo e outro pressionado), ilustre aos alunos as distorções realizadas, o conteúdo das projeções cartográficas sugeridas.

RÚSSIA CANADÁ ALEMANHA ESTADOS UNIDOS

ITÁLIA

OCEANO ATLÂNTICO

TURQUIA IRÃ

JAPÃO

CHINA

OCEANO PACÍFICO

Trópico de Câncer

REP. DEMOCRÁTICA DO CONGO

Equador

BRASIL

OCEANO PACÍFICO

Círculo Polar Antártico

ARGENTINA

Meridiano de Greenwich

Trópico de Capricórnio

• Ao trabalhar os diversos tipos de projeções cartográficas é necessário trabalhar com os alunos a noção de distorção existente entre a realidade e a representação. Para isso, sugerimos que utilize uma tangerina, uma vez que é uma fruta fácil de retirar a casca. Para a representação da distorção desejada, corte a casca ao meio superficialmente de modo que resulte em duas partes côncavas de casca, apenas. • Em um pedaço de madeira simples ou superfície plana, pressione uma das partes da tangerina de modo que deixe o formato côncavo e seja estendido no plano. Peça aos alunos que notem a necessidade de rasgar parte da casca para que seja estendida. Essas porções rasgadas podem ser comparadas às partes da representação em que ocorrerão as maiores distorções.

Fonte: Orientação e mapas. São Paulo: Escala Educacional, 2007. p. 10-11. (Guia de Campo).

OCEANO GLACIAL ÁRTICO

Orientações gerais

AUSTRÁLIA

ÁFRICA DO SUL

OCEANO ÍNDICO

OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO N

0

2 885

5 770 km

L

O S

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 23.

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Orientações gerais

• Como forma de com-

Projeção cônica Neste tipo de projeção, a superfície terrestre é representada por uma figura geométrica cônica. As áreas de maiores distorções ficam próximo da linha do equador e das regiões polares. Já as áreas localizadas perto dos trópicos de Câncer e de Capricórnio apresentam poucas deformações.

Paula Diazzi

Fonte: Orientação e mapas. São Paulo: Escala Educacional, 2007. p. 10. (Guia de Campo).

Projeção de Albers O planisfério produzido por Albers, mostrado a seguir, é um exemplo de projeção cônica. Veja.

C

írc ulo P

4 660 km

Escala aproximada na linha do equador

do r

PERU

nce r

OCEANO ATLÂNTICO

OCEANO PACÍFICO

BRASIL Tró pic o

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 21.

de

Cap ric ó r n io

E. Cavalcante

2 330

ua Eq

0

de

REINO UNIDO FRANÇA TURQUIA

ÍNDIA 0°

i óp Tr

co

RÚSSIA

olar Ártico

OCEANO ÍNDICO

Meridiano de Greenwich

plementação ao conteúdo, peça aos alunos que escolham um dos países em conflito trabalhados até o momento. Eles devem procurar em cada projeção cartográfica o referido país e analisar as distorções apresentadas em cada uma das projeções. Ao final, promova uma discussão entre os alunos.

REP. DEMOCRÁTICA DO CONGO ÁFRICA DO SUL

Projeção plana ou azimutal A projeção plana ou azimutal é elaborada sobre um plano tendo como área central um ponto qualquer da superfície terrestre. As regiões de maiores distorções estão localizadas nas extremidades da representação. O planisfério elaborado por Fuller é um exemplo de projeção plana ou azimutal. Veja.

CANADÁ

OCEANO GLACIAL ÁRTICO

olar Ártico

BRASIL

OCEANO PACÍFICO

ESTADOS UNIDOS

ARGENTINA

180°

ncer e Câ od

Linh a In te da d rnacio ata nal

pic Tró

Polo Norte

oP ul

Equ ad or

Paula Diazzi

Trópico de

Cap ric órn io

Projeção de Fuller

JAPÃO

AUSTRÁLIA

RÚSSIA CHINA

Cír c

ALEMANHA

reen wic h

TURQUIA IRÃ ARGÉLIA

ÁFRICA DO SUL

0

4 460

8 920 km

Escala aproximada na linha do Equador

E. Cavalcante

dian od Meri

Fonte: Orientação e mapas. São Paulo: Escala Educacional, 2007. p. 11. (Guia de Campo).

OCEANO ÍNDICO

eG

OCEANO ATLÂNTICO

Fonte: DENISART, Claus et al. Histoire/Géographie. Paris: Hachette, 1995. p. 61.

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Capítulo 2

Diferentes maneiras de ver o mesmo mundo As projeções cartográficas representam a superfície terrestre de acordo com o objetivo do cartógrafo que as produz. Na projeção de Mercator, por exemplo, Gerhard Kremer tinha como principal objetivo produzir um planisfério que fosse utilizado como eficiente instrumento de navegação marítima. Isso porque em meados do século XVI, quando esse cartógrafo belga elaborou sua projeção, ocorriam as Grandes Navegações. Nesse período, muitas nações europeias faziam longas viagens marítimas em busca de riquezas e conquistas territoriais em outros continentes. Durante esse processo, algumas potências europeias conquistaram posição de destaque no cenário político-econômico mundial. Para transmitir essa ideia, Mercator criou uma projeção apresentando o continente europeu como centro do mundo, ou seja, na parte superior do mapa e com um tamanho bem maior do que o real. Isso porque, em sua projeção, Mercator privilegiou a forma dos continentes e países e não conservou com fidelidade a proporção de suas áreas. A projeção de Mercator é utilizada ainda na atualidade como orientação para a navegação marítima. Outro exemplo de projeção cilíndrica, porém com características bem distintas que a de Mercator, é a criada por Arno Peters, no início da década de 1970. Nessa projeção, a área dos continentes e países é representada com maior fidelidade, o que ocasiona distorção maior em suas formas. Desse modo, o continente europeu aparece proporcionalmente menor do que os demais continentes do mundo, o que corresponde à realidade de sua extensão. Observe que, na projeção de Peters, as áreas representadas perto das regiões polares possuem uma deformação na direção leste-oeste. Já próximo à linha do equador, a deformação ocorre, principalmente, na direção norte-sul. Projeção de Peters OCEANO GLACIAL ÁRTICO

RÚSSIA

REINO UNIDO

CANADÁ

ESPANHA

ESTADOS UNIDOS

TURQUIA JAPÃO

CHINA OCEANO ATLÂNTICO

Trópico de Câncer

ARGÉLIA

MÉXICO

ÍNDIA OCEANO PACÍFICO

OCEANO PACÍFICO

Equador

REP. DEMOCRÁTICA DO CONGO

Trópico de Capricórnio

ARGENTINA

E. Cavalcante

OCEANO ÍNDICO

BRASIL

Meridiano de Greenwich

PERU

0° INDONÉSIA

AUSTRÁLIA ÁFRICA DO SUL N

0

2 150

4 300 km

NOVA ZELÂNDIA L

O S

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 21.

• Compare a projeção de Peters, mostrada acima, com a de Mercator, apresentada na página 57, e descreva, no caderno, algumas diferenças entre elas. Veja a reposta da questão nas orientações ao professor.

Resposta

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• Resposta pessoal. Espera-se que o aluno perceba que

na projeção de Mercator, o Canadá e a Rússia aparecem em tamanhos bem maiores do que na projeção de Peters. Também na projeção de Mercator, a América do Sul, a África e

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a Austrália aparecem menores em relação à projeção de Peters. Na projeção de Peters, próximo à linha do equador, a forma dos continentes e países parece mais alongada no sentido norte-sul em relação à representação de Mercator.

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Explorando o tema

Orientações gerais

• Apresente fotografias

de pessoas sobre o muro de Berlim ou do fato histórico no momento de sua derrubada e solicite uma pesquisa em livros, revistas e na internet sobre as mudanças que ocorreram na Alemanha após a queda do muro. Os resultados podem ser apresentados em forma de redação.

Nos últimos anos, em várias regiões ao redor do mundo, as fronteiras vêm despertando interesses contraditórios. Isso porque, embora presenciemos a “abertura das fronteiras”, quando se observa, por exemplo, a livre circulação de mercadorias entre países da Europa ou então entre os Estados Unidos, Canadá e México, ao mesmo tempo, vemos surgir cercas e muros demarcando os limites entre territórios e proibindo a passagem de pessoas. Essa contradição é tão marcante que, em algumas fronteiras do mundo, os processos de abertura econômica das fronteiras (para mercadorias e capitais) não são acompanhados por um processo de abertura política (para pessoas). Nesses locais, a construção de muros controla os fluxos humanos, porém não impedem a passagem de fluxos econômicos. Os muros se difundem e marcam muitas fronteiras no mundo contemporâneo.

• Se considerar oportuno, convide o professor do componente curricular de História para participar desta atividade.

Esses muros podem ter diversas funções, mas todos se destinam, basicamente, à separação e ao controle de diferentes territórios bem como às relações de poder existentes no interior de cada um deles. Veja alguns exemplos a seguir. Edwin Reichert/AP Photo/Glow Images

• Oriente

os alunos a realizarem uma pesquisa sobre os conflitos que envolvem a construção dos muros representados nas páginas 60 e 61. Os resultados podem ser apresentados aos colegas.

Os muros e as fronteiras no mundo atual

Um dos mais famosos muros foi o de Berlim. Com a divisão da Alemanha em Oriental e Ocidental, após a Segunda Guerra Mundial, a capital também foi dividida entre área de domínio soviético e área de domínio inglês, francês e estadunidense, o que levou à construção do muro para impedir a movimentação do lado oriental para o ocidental.

Wojtek Chmielewski/ Shutterstock.com

O muro de Berlim, em fotografia de 1967, foi derrubado em 1989, ato que abriu as portas para a reunificação alemã e simbolizou o fim da Guerra Fria.

Guerra Fria: termo utilizado, após o final da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), para denominar o conflito ideológico e as disputas políticas e econômicas existentes entre União Soviética (bloco socialista) e Estados Unidos (bloco capitalista) durante cerca de 40 anos, período que essa hostilidade perdurou sem que ocorressem confrontos armados diretos entre essas duas potências mundiais.

Alguns muros ainda existentes nos dias atuais são resquícios materiais de outros tempos, simbolizando um contexto histórico que não existe mais. Um exemplo deles é a famosa Muralha da China, que procurava proteger o território chinês contra possíveis invasões de povos vindos do Norte, como os mongóis.

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Capítulo 2

Dpa picture alliance/Alamy/Fotoarena

Esta é a barreira construída pelos Estados Unidos em parte da sua fronteira com o México, visando impedir a entrada de mexicanos e demais latino-americanos ilegais que, em geral, migram em busca de melhores salários e condições de vida. A cerca localiza-se entre as cidades de Tijuana (México) e San Diego (Estados Unidos) e inclui outras seções nos estados do Arizona, Texas e Novo México.

A fotografia mostra a cerca que demarca a fronteira entre os Estados Unidos e o México, nas cidades de San Diego e Tijuana respectivamente, 2017.

Daniel Berehulak/The New York Times/Fotoarena

O Estado de Israel está construindo um muro que passa em torno e por dentro dos territórios palestinos ocupados (Cisjordânia e Jerusalém Oriental). Ele segrega judeus e palestinos, povos com diferenças étnicas e religiosas que reivindicam o mesmo território.

Na fotografia, muro que separa a Cisjordânia de Jerusalém Oriental, 2016.

Respostas a ) Porque ao mesmo tempo em que são abertas fronteiras econômicas (por exemplo, a livre circulação de europeus entre os países da União Europeia ou a livre circulação de mercadorias entre EUA, Canadá e México), também são estabelecidas diversas cercas e muros para demarcar limites entre territórios, fortalecendo novamente o papel regulador das fronteiras. b) Resposta pessoal. Verifique se os alunos reconhecem que a criação de barreiras em áreas de fronteiras é considerada uma medida que pode despertar ódio e consequentemente gerar conflitos entre povos e nações. Apresente outros exemplos de muros pelo mundo que demarcam fronteiras entre países.

Na fotografia, Muralha da China, 2016.

Veja as respostas das questões nas orientações ao professor.

a ) Por que as fronteiras do mundo contemporâneo têm despertado interesses tão contraditórios? b) Em sua opinião, medidas tomadas por alguns países como a construção de muros e cercas em suas fronteiras podem gerar conflitos entre os povos envolvidos? Justifique sua resposta.

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Atividades

Material digital

• No material digital es-

tá disponível uma ficha de acompanhamento da aprendizagem dos alunos referente ao 1 o bimestre. Por meio desta avaliação, é possível abarcar os conteúdos deste capítulo.

2. Principais áreas de conflitos territoriais no mundo: Israel e Palestina; Coreia do Norte e Coreia do Sul; Peru e Equador; Colômbia e Venezuela; Eritreia e Etiópia; Angola e República Democrática do Congo; Etiópia e Somália. Slogan: mensagem curta e de fácil memorização utilizada em campanha publicitária.

Exercícios de compreensão

1. O uso de armamentos bélicos tem tornado os conflitos mais violentos, o que resulta em uma grande quantidade de vítimas.

1. Diversas áreas de fronteiras nacionais têm sido consideradas focos de conflitos. O que tem agravado esses conflitos e quais suas consequências? 2. Cite as principais áreas de conflitos territoriais no mundo mostrado no mapa da página 52. 3. Atualmente, várias disputas territoriais estão associadas a guerras e a violentos atentados armados. No entanto, grande parte dessas reivindicações pela autonomia territorial poderia ser resolvida de maneira pacífica, por meio de acordos e tratados internacionais. No caderno, crie um slogan de campanha publicitária que transmita essa mensagem. Resposta pessoal. Verifique se o slogan criado pelos alunos está coerente com a atividade proposta.

Geografia no contexto

4. Observe a seguir como a Groenlândia é representada nas projeções de Mercator e de Peters. Verifique também a área dessa porção da Terra, apresentada no quadro abaixo. Território

Área em km2

Groenlândia

2 166 086

Projeção de Mercator

Groenlândia Projeção de Peters

Groenlândia GROENLÂNDIA 75° N

GROENLÂNDIA

75° N

Círculo Polar Ártico N

Círculo Polar Ártico

L

Ilustrações: E. Cavalcante

O

45° O N

0

45° O

800 km

L

O

0

830 km S

Fonte dos mapas: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 21-23.

S

a ) Observe atentamente as duas projeções, comparando-as. Oriente os alunos nesta observação e comparação.

b ) Explique, em seu caderno, qual a principal distorção provocada pela projeção de Mercator na representação do território da Groenlândia.

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A projeção de Mercator conserva mais as formas dos continentes e países e distorce suas áreas. Além disso, por ser uma projeção cilíndrica, possui maiores distorções nas áreas mais afastadas da linha do equador. Como a Groenlândia está localizada próximo dos polos, seu território é muito distorcido nessa projeção.

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estão entre as principais diferenças que se pode perceber entre as projeções. Na projeção de Mercator, a representação do território da Groenlândia é apresentada de forma mais alongada e com tamanho maior quando comparada à sua representação na projeção de Peters.

5. Leia a manchete abaixo.

Combates na Caxemira, disputada por Índia e Paquistão, deixam 20 mortos

Capítulo 2

c ) Compare as projeções de Mercator com a projeção de Peters e escreva, em Possível resposta: a forma e seu caderno, as principais diferenças que você observa entre elas. o tamanho dos territórios

7. a) Está sendo abordado o conflito entre Índia e Paquistão.

G1, 1º abr. 2018. Disponível em: <https://g1.globo.com/mundo/noticia/combates-em-caxemiradisputada-por-india-e-paquistao-deixam-20-mortos.ghtml>. Acesso em: 2 out. 2018.

a ) Que conflito está sendo abordado na manchete acima? b ) De acordo com o que você estudou, escreva resumidamente em seu caderno as causas do conflito tratado nessa manchete. Possível resposta: a região da Caxemira, de maioria mulçumana, que faz parte da Índia, é reivindicada pelo Paquistão. Essa disputa pelo território vem gerando muitos conflitos na região, sobretudo após a entrada da China na disputa, em 1962. Além disso, existe o movimento pela independência total da Caxemira.

Refletindo sobre o capítulo

• Agora que você concluiu o estudo deste capítulo, reflita sobre os temas nele apresentados. Faça uma autoavaliação do seu aprendizado com base nas afirmações a seguir.

• Cada povo desenvolveu, no decorrer da sua história, diferentes crenças, tradições, costu-

mes, tipos de alimentação e de vestuário que caracterizam sua própria cultura. Como a cultura não se manifesta da mesma forma por todos os povos, existem diferentes identidades culturais.

• As pessoas que compartilham de uma mesma identidade cultural são reconhecidas como uma nação.

• Um país corresponde à área continental ou insular da superfície terrestre dominada e organizada por um Estado, por meio de um sistema de governo, leis e instituições próprias.

• As pessoas que fazem parte de uma mesma nação desenvolvem um sentimento de na-

cionalidade ou nacionalista, ou seja, sentem-se unidas aos outros indivíduos por compartilhar a mesma identidade cultural.

• Existem diversas maneiras de se representar a superfície da Terra em uma superfície plana, ou seja, em um planisfério. Essas representações podem ser elaboradas de acordo com diferentes projeções, por exemplo cilíndrica, cônica e plana ou azimutal.

• Toda representação cartográfica, ao representar as características da superfície curva da Terra em uma superfície plana de um mapa, apresenta distorções ou deformidades.

• A busca pela independência política e autonomia territorial, por parte das minorias nacionais, nem sempre ocorre de maneira pacífica.

• O século XX apresentou muitas mudanças na configuração dos territórios e fronteiras nacionais.

• Atualmente, o mundo tem vivido dois cenários distintos: enquanto alguns governos esta-

belecem tratados que unificam seus mercados, outros vivenciam o processo de fragmentação de seus territórios e a redefinição de novas fronteiras nacionais.

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Refletindo sobre o capítulo • Esta seção tem o intuito de propor uma reflexão. Leia com os alunos as informações e promova uma conversa sobre os temas. Esse é um bom momento para identificar dúvidas dos alunos.

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• Auxilie os alunos que apresentarem mais

dificuldades no trabalho com o capítulo, verifi-

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que o desenvolvimento das habilidades e se os objetivos do capítulo foram alcançados.

• Caso julgue pertinente, você poderá desenvolver uma atividade com os alunos a partir de charges, tanto para analisá-las quanto para confeccioná-las, assim será possível avaliar

a construção do conhecimento do aluno, bem como sua criticidade acerca das temáticas abordadas. Para a análise das charges, selecione-as previamente e solicite que o aluno a analise por meio de um texto. Para sua confecção, solicite desenho a punho ou digital.

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Objetivos do capítulo

• Compreender a relação

ítulo Cap

Panorama da economia e da geopolítica mundial

entre trabalho e técnica na transformação do espaço geográfico.

• Refletir sobre o aperfeiçoamento das técnicas ao longo da História.

• Verificar a coexistência de níveis tecnológicos diferentes na sociedade atual.

• Reconhecer o capitalis-

mo e o socialismo como sistemas econômicos e identificar as principais características desses sistemas.

• Reconhecer os perío-

dos do sistema capitalista: comercial, industrial, financeiro e informacional.

• Compreender o que é a

DIT (Divisão Internacional do Trabalho).

• Reconhecer a fase atual

do sistema capitalista como período técnico-científico-informacional.

• Identificar

os principais fatores que contribuíram para o declínio do sistema socialista.

• Identificar as áreas de influência geopolítica estabelecidas durante o período da Guerra Fria.

o surgimento de novos polos de influência econômica e política após a dissolução do bloco socialista.

• Analisar as principais

características da ordem mundial bipolar e da ordem mundial multipolar atual.

• Reconhecer a Primeira,

a Segunda e a Terceira Revoluções Industriais como períodos de desenvolvimento do capitalismo.

Andriy Blokhin/ Shutterstock.com

• Reconhecer

A Charging Bull é uma famosa escultura construída por Arturo Di Modica, em 1989. Ela representa a prosperidade de uma das mais importantes bolsas de valores do mundo, localizada em Nova York, Estados Unidos, 2016.

64 Orientações gerais

• Ao iniciar os estudos

deste tema, avalie o conhecimento prévio dos alunos. Para isso, sugerimos que as questões a seguir sejam propostas oralmente.

> Como o ser humano transforma o espaço geográfico? g20_ftd_lt_8vsg_c3_p064a073.indd 64 > O que vocês entendem por técnica? > Como a técnica está relacionada com o trabalho? > De que maneira os sistemas econômicos podem orien-

tar as relações da sociedade com a natureza?

• Comente com os alunos que o touro da fotografia apre-

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sentada nestas páginas foi um presente do artista Arturo Di Modica para a cidade de Nova York, após o colapso financeiro sofrido pela Bolsa de Valores de Nova York em 1987, que repercutiu em uma crise financeira em todo o mundo. O touro representa a força que o país teve para se recuperar financeiramente.

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BNCC

• Neste

Neste capítulo, você vai estudar como, por meio do trabalho, das técnicas e dos avanços tecnológicos, o ser humano pôde explorar cada vez mais intensamente os recursos do meio natural e transformar de forma expressiva o espaço geográfico.

capítulo abordam-se as transformações no espaço geográfico a partir do avanço e aperfeiçoamento de técnicas e das relações econômicas envolvidas nesse processo. Nesse sentido, valoriza-se o estudo da temática por meio da compreensão da evolução das técnicas e das relações socioeconômicas estabelecidas desde a Primeira Revolução Industrial.

Além disso, você verá que diferentes sistemas político-econômicos orientam, cada qual à sua maneira, as relações do ser humano em sociedade e com a natureza.

Kamira/Shutterstock.com

A fotografia representa a supremacia do sistema capitalista, adotado pela maioria dos países do mundo. Já a fotografia abaixo mostra uma paisagem de Cuba, um dos poucos países do mundo que adota o sistema político e econômico socialista.

• Os temas abordados favorecem, principalmente, as competências gerais 1, 2, 6, 7, 9 e 10 da BNCC, as quais são complementadas pelas competências específicas de Geografia 1, 2, 3, 6 e 7 e priorizam os temas contemporâneos Educação financeira e fiscal, Educação para o consumo, Trabalho e Ciência e tecnologia.

Fotografia retratando uma importante avenida da cidade de Havana, Cuba, 2018. Cuba é um dos países que adota o socialismo como sistema político-econômico.

Veja as respostas das questões nas orientações ao professor.

A Qual a relação existente entre transformação das paisagens, trabalho e técnica? Converse com seus colegas sobre isso. B O que você sabe sobre as bolsas de valores? C Converse com seus colegas sobre o que vocês sabem sobre o socialismo e o capitalismo. D Se alguém lhe perguntasse uma característica marcante do capitalismo e uma do socialismo, o que você responderia?

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Respostas

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A Resposta pessoal. Verifique se os alunos identificaram que por meio do trabalho e do emprego das técnicas as pessoas transformam as paisagens. B Resposta pessoal. Verifique se os alunos identifica-

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C Resposta pessoal. Verifique se a opinião dos alunos está coerente com a atividade proposta. D Resposta pessoal. Verifique se o exemplo relatado pelo aluno está coerente com a atividade proposta.

ram que as bolsas de valores são instituições onde são negociadas ações de determinadas empresas.

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O ser humano, as técnicas e o trabalho

BNCC

• As discussões e a ati-

vidade propostas nesta seção favorecem as competências gerais 1 e 7 da BNCC, as quais são complementadas pelas competências específicas de Geografia 1 e 5 e estão relacionadas aos temas contemporâneos Trabalho e Ciência e Tecnologia.

Ao longo da história, o ser humano ocupou diversas regiões da superfície do planeta, inclusive áreas em elevadas altitudes ou em meio a densas florestas. Durante esse processo de ocupação, foi necessário o desenvolvimento de conhecimentos, instrumentos e habilidades que permitissem sua sobrevivência em diferentes ambientes terrestres. Esses conhecimentos e habilidades que possibilitam ao ser humano produzir os instrumentos e os meios necessários para sua sobrevivência são chamados técnicas. O aprimoramento das técnicas As imagens a seguir mostram a técnica agrícola de arar a terra em diferentes momentos históricos. Todas as técnicas transformam gradativamente o espaço geográfico, com menor ou maior intensidade.

Integrando saberes

•O

tema desta página permite um trabalho em conjunto com o componente curricular de História. Convide o professor dessa disciplina para auxiliar os alunos na interpretação da linha do tempo apresentada nestas páginas.

Com o aprimoramento das técnicas, as sociedades passaram a ocupar espaços maiores da superfície do planeta e a desenvolver atividades com mais eficiência e rapidez. Século XVI

• A linha do tempo po-

derá ser discutida com os alunos de forma interdisciplinar com base na da abrangência de informações de cada processo histórico apresentado, tal como uma retomada de conteúdo de cada sistema. Coloque em discussão as características dos sistemas feudalista e capitalista e suas principais características e a queda do sistema feudalista, abordando em conjunto o desenvolvimento e a evolução das técnicas.

Pintura feita pelos irmãos Limbourg representando agricultor arando a terra no século XV.

Biblioteca Marciana, Veneza, Itália/Bridgeman Images/Easypix

Museu Condé, Chantilly, França

Século XV

Iluminura representando camponês arando a terra, 1515.

• Os alunos poderão, ao

final, pesquisar em livros e na internet importantes artefatos e objetos que foram frutos do desenvolvimento das técnicas e do trabalho do ser humano, bem como algumas novas profissões ou ofícios que foram alterados ao longo dos anos tomando-se por base a evolução das técnicas.

• As pesquisas poderão ser apresentadas em formato de linha do tempo com imagens e/ou textos, seguindo a lógica apresentada no livro.

1400

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1600

Gerson Gerloff/ Pulsar Imagens

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• Aproveite a oportunidade e comente com os alunos g20_ftd_lt_8vsg_c3_p064a073.indd 66

que, com as novas tecnologias e formas de gerenciamento na produção capitalista, as divisões do trabalho se alteraram e surgiram novos campos de trabalho, criando o desemprego conjuntural e o de exclusão.

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Capítulo 3

Com o passar do tempo, as técnicas utilizadas em diferentes tipos de trabalho, algumas vezes rudimentares e outras mais elaboradas, constituíram a principal maneira de o ser humano se relacionar com o espaço onde vive. O conhecimento técnico criou condições para que o ser humano ocupasse diferentes espaços, transformasse suas paisagens, e assim, lentamente, construísse o espaço geográfico. Por espaço geográfico consideramos toda a porção da superfície terrestre onde os seres humanos, organizados em sociedade, relacionam-se entre si e com a natureza, transformando-a.

Conforme pode ser observado nas imagens abaixo, o conhecimento técnico é alterado e aperfeiçoado ao longo do tempo. A fim de tornar o trabalho cada vez mais ágil e eficiente, o ser humano aprimorou suas técnicas e, consequentemente, modificou sua forma de trabalho. Esse aprimoramento, também denominado avanço tecnológico, permitiu às sociedades que transformassem com mais intensidade o espaço geográfico.

os alunos a perceber como as técnicas e o aperfeiçoamento delas ao longo da história contribuíram e ainda contribuem para as relações do homem em sociedade e com a natureza, transformando o espaço geográfico.

1800

AC Rider/Shutterstock.com

Universal History Archive/UIG/Bridgeman Images/Easypix

1700

• Oriente

Século XXI

Agricultora arando a terra com tração animal em propriedade rural, 1917.

• Comente com os alunos como a evolução das técnicas ao longo da história melhorou algumas atividades do dia a dia, como o transporte, a comunicação e a própria agricultura.

• Informe, por exemplo, sobre a melhoria nos meios de comunicação (telefonia, televisão), no transporte (aeronaves e trens modernos) e na agricultura (colheitadeiras modernas etc.).

Os fatores citados anteriormente possibilitaram, por exemplo, que grupos humanos expandissem suas áreas de lavouras e delas adquirissem colheitas de melhor qualidade.

Século XX

Orientações gerais

Trator arando a terra na Inglaterra, 2016.

1900

2000 Lavoura de soja no município de São Martinho da Serra (RS), 2016.

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Material digital

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• A sequência didática 4, disponível no material digital,

aborda o conteúdo sobre a evolução das técnicas de produção e a relação com o desenvolvimento do capitalismo a partir da análise dos Brics. Esta proposta sugere o de-

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senvolvimento das habilidades EF08GE09 e EF08GE13, além de permitir a abordagem dos temas contemporâneos Ciência e tecnologia e Trabalho.

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Orientações gerais

O trabalho e as técnicas

• O texto a seguir é um

O trabalho é toda atividade realizada pelo ser humano com a finalidade de suprir suas necessidades. Por meio dele, as sociedades executam seus conhecimentos técnicos e extraem da natureza os materiais empregados no dia a dia.

complemento ao tema O contraste tecnológico, assim como uma possibilidade de texto a ser utilizado para introdução de O sistema político-econômico capitalista, da página 69.

Em sociedade, a organização do trabalho, com o desenvolvimento e acumulação de técnicas, aperfeiçoou a capacidade humana de transformação. Observe as imagens a seguir, que retratam diferentes transformações no espaço geográfico. Christof Stache/AFP

Wang Gang/Xinhua/ZUMA Wire/Fotoarena

As sociedades em que vive a maioria dos habitantes da Terra estão organizadas segundo a lógica do sistema capitalista. Mesmo aquelas que não têm o capitalismo como modelo não deixam de ser influenciadas de modo determinante por esse sistema. O que significa que o mundo vai se tornando, cada vez mais, uma “aldeia global”, pelo menos para boa parte dos seus habitantes. Aldeia global, porque há mais elementos a ser partilhados por essas sociedades do que características que as afastam umas das outras. Isso não significa que o capitalismo seja o modelo ideal de sociedade, mas que ele se espalhou pelos quatro cantos da Terra não há como negar. No entanto, a formação de um mundo global não é um fenômeno recente. Esse processo se iniciou com a expansão comercial e colonial europeia, no século XVI. [...] Se fôssemos classificar de forma geral o mundo criado pelo capitalismo, diríamos que ele é composto, basicamente, de duas partes: uma, formada pelos países desenvolvidos e ricos, centro do sistema capitalista; e uma outra parte, subdesenvolvida e pobre [...] Essa diferenciação é necessária ao capitalismo, tendo se originado do seu próprio processo de desenvolvimento. Um historiador inglês considerou o século XIX o momento decisivo para essa diferenciação. Ele chamou de “perdedores” aqueles que foram vítimas da superioridade econômica, tecnológica e militar dos poucos países que ele denominou de “vencedores”.

O trabalho associado às técnicas permite às sociedades que extraiam do meio natural os recursos materiais necessários para sua sobrevivência, como produzir alimentos, confeccionar vestimentas, construir moradias, entre outros.

Na fotografia, barragem da hidrelétrica de Três Gargantas, em Yichang, China, 2018.

Nesta fotografia, observamos um trem de alta velocidade percorrendo trecho ferroviário em uma ponte na Alemanha, 2018.

1. A construção de usina hidrelétrica no curso do rio para a geração de energia elétrica e a ponte sobre a qual foi construída a ferrovia para fins de deslocamento.

1. Quais transformações no espaço geográfico as imagens retratam?

2. Conte para os colegas exemplos de transformações no espaço geográfico que estão ocorrendo em lugares que você costuma frequentar. Resposta pessoal. Verifique se os exemplos relatados estão coerentes com a atividade.

O contraste tecnológico Uma das características marcantes da nossa época é a velocidade com que as invenções tecnológicas são desenvolvidas e a rapidez com que elas são difundidas pelo mundo. Muitas atividades econômicas, como as relacionadas a produtos químicos, eletroeletrônicos e de robótica, atualmente empregam tecnologias sofisticadas em seus sistemas de produção. Embora esse elevado nível tecnológico esteja presente em diversas regiões do planeta, muitas sociedades ainda empregam técnicas rudimentares em diversas atividades cotidianas, como coletar e caçar seus alimentos na natureza e fabricar os objetos do dia a dia com o uso de poucos instrumentos. Um dos mais expressivos avanços tecnológicos promovidos pelo ser humano ocorreu no século XVIII. Naquele momento histórico, uma combinação de fatores políticos, econômicos e sociais possibilitou à Inglaterra que fosse a pioneira na criação de indústrias. Esse processo fortaleceu o capitalismo e revolucionou as técnicas empregadas nos meios de produção das mercadorias, acelerando significativamente o ritmo das transformações do espaço geográfico mundial. Meios de produção: conjunto de elementos utilizados durante o processo produtivo, como máquinas, ferramentas, matérias-primas e local de trabalho.

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ESPINDOLA, Haruf Salmen. Ciência, capitalismo e globalização. São Paulo: FTD, 1998. p. 6-9.

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Capítulo 3

O sistema político-econômico capitalista Todo país possui um sistema político-econômico que organiza as relações sociais, o modo de produção de suas atividades econômicas e, em especial, a distribuição das riquezas geradas por essas atividades. Atualmente, a maior parte dos países do mundo é capitalista, porém nem sempre foi assim. Nas décadas que se seguiram à Segunda Guerra Mundial (1939-1945) até 1989, o sistema socialista, cujas características principais serão estudadas a partir da página 77, foi adotado por várias nações do planeta. Tanto o capitalismo quanto o socialismo passaram a organizar as sociedades, suas atividades econômicas e, assim, o espaço geográfico mundial, de maneiras distintas. Uma das principais características do capitalismo é a divisão da sociedade em duas classes essenciais: trabalhadores livres, que vendem sua força de trabalho em troca de um salário; e empregador, também denominado capitalista, proprietário dos meios de produção, que contrata os trabalhadores para a prestação de serviços e também para a fabricação de produtos, visando ao lucro e ao abastecimento do mercado consumidor. Veja a seguir alguns importantes aspectos da sociedade capitalista. Lucro: ganho obtido durante uma atividade econômica, como o comércio.

Sociedade capitalista

Trabalho assalariado: o trabalho também é transformado em mercadoria e é vendido pelo valor do salário.

Propriedade privada dos meios de produção: as fábricas, os bancos e os estabelecimentos comerciais, em geral, são propriedades privadas.

Divisão da sociedade em classes: são duas as principais classes sociais: os que detêm a propriedade privada dos meios de produção, os capitalistas (ou burguesia), e aqueles que vendem sua força de trabalho, os trabalhadores.

Divisão do trabalho: o processo de produção, em geral, ocorre por meio de trabalhos divididos e isolados uns dos outros.

OIR

ÁC N

AB OC N

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Desigualdade social: A concentração dos lucros obtidos nos meios de produção por uma minoria.

• O tema O sistema político-econômico capitalista permite tratar os temas contemporâneos Trabalho e Educação para o consumo da BNCC a partir das habilidades EF08GE08 e EF08GE09.

• Incentive os alunos a refletir sobre as questões de oferta e procura de produtos dentro do sistema capitalista e como isso influencia os hábitos relacionados ao consumo e às práticas de trabalho. Busque exemplos no cotidiano dos alunos, como produtos que eles consomem diariamente. Verifique se algum produto da região sofreu recentemente alteração de preço em função da lei de oferta e procura, para que possa ser mais significativo ao aluno.

• Ao abordar alguns dos importantes aspectos da sociedade capitalista, ressalte a questão da desigualdade social. Comente com os alunos que essa é uma característica menos evidente em alguns países desenvolvidos, como a Nova Zelândia e a Noruega, e são mais reconhecíveis em países subdesenvolvidos, como o Brasil.

Ilustrações: Estúdio Meraki

Produção para o mercado: na economia capitalista, a produção é destinada, sobretudo, ao comércio visando ao lucro.

Orientações gerais

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Sugestão de atividade

• Ressalte

aos alunos que, nesse período do capitalismo, a principal fonte de lucros era o comércio, por isso ele ficou conhecido como capitalismo comercial.

Nas páginas seguintes, vamos conhecer um pouco sobre a história do capitalismo. Em geral, costumamos dividi-la em quatro períodos: capitalismo comercial, capitalismo industrial, capitalismo financeiro e capitalismo informacional.

O capitalismo comercial A Europa sofreu grandes transformações econômicas entre os séculos XIV e XVI. O comércio intensificou-se, o que possibilitou o fortalecimento de uma classe social composta principalmente de comerciantes e banqueiros, denominada burguesia. O fortalecimento das atividades comerciais resultou no crescimento de manufaturas. Nos centros urbanos, também chamados burgos, eram produzidos e comercializados produtos da Europa e de vários lugares do mundo. As rotas comerciais, terrestres ou marítimas (pelo mar Mediterrâneo), levavam até as cidades europeias mercadorias, como metais preciosos, açúcar e especiarias, a fim de abastecer o crescente mercado consumidor. A necessidade de novas rotas de comércio, especialmente para as Índias, um dos maiores fornecedores de produtos da época, impulsionou a expansão marítima europeia, conhecida como Grandes Navegações (no início, realizadas por Portugal e Espanha e, em seguida, também por França, Inglaterra e Holanda). Esses países expandiram seus domínios territoriais fundando colônias, sobretudo na América e na África, visando à acumulação de capital.

Biblioteca Nacional da França, Paris/Photo © AISA/Bridgeman Images/Easypix

• O trabalho com o expansionismo europeu e o capitalismo comercial permite tratar os temas contemporâneos Trabalho e Educação para o consumo da BNCC. É possível também relacionar o tema com as competências gerais 1, 4 e 7, sendo complementado pelas competências específicas de Geografia 1, 3, 4 e 5. • Com o auxílio de mapas das rotas comerciais, comente e retome com os alunos que as Grandes Navegações foram de suma importância para o desenvolvimento do capitalismo na Europa, uma vez que foi por meio da busca dessa troca de mercadorias que alguns países europeus puderam conquistar novas terras, que viriam a ser suas colônias posteriormente.

A partir desse período, passou a ser estabelecida a função de cada uma das regiões ou países do mundo nas trocas comerciais internacionais. Mais tarde, essa troca comercial internacional passou a ser chamada Divisão Internacional do Trabalho (DIT).

• Forneça

a cada aluno um mapa-múndi em preto e branco. Por meio de pesquisa, solicite aos alunos que identifiquem a Divisão Internacional do Trabalho (DIT) do capitalismo comercial, representando no mapa as colônias e os países-metrópoles, bem como os principais produtos comercializados nesse período. Solicite que deem destaque ao Brasil e lembre-os dos elementos necessários para a construção de um mapa temático, como título, legenda e orientação.

• Avalie a atividade rea-

lizada pelos alunos e solicite a eles que colem o mapa no caderno.

Durante o capitalismo comercial, as cidades concentravam grande parte das populações artesãs e mercantis da Europa. A imagem retrata comerciantes na França, no século XV.

Capital: dinheiro e bens materiais utilizados na produção de outros bens, os quais podem gerar lucros para os donos dos meios de produção. Especiaria: parte de plantas e ervas, como canela, cravo, gengibre e pimenta-do-reino, utilizada em várias atividades, sobretudo na culinária, como tempero, por possuir propriedades aromáticas e gostos acentuados. Manufatura: estabelecimento onde se fabrica produtos por meio do trabalho artesanal. Produto manufaturado: artigo fabricado sem o emprego de máquinas, ou seja, por meio da técnica de produção artesanal, apesar de empregar várias pessoas, sendo cada uma responsável por determinada etapa da produção. Produto primário: produto originado pelo setor primário da economia, ou seja, a agropecuária e o extrativismo.

As trocas comerciais internacionais durante o capitalismo comercial se caracterizavam da seguinte forma: cabiam às regiões coloniais a venda de produtos primários e o fornecimento de mão de obra escrava. Já as metrópoles eram responsáveis pelo comércio de produtos manufaturados. Veja no esquema a seguir.

Às colônias coube o envio de matérias-primas (metais preciosos, especiarias, entre outros) para as metrópoles.

COLÔNIAS

METRÓPOLES

Às metrópoles coube abastecer suas colônias com mercadorias manufaturadas (louças, tecidos, ferramentas, entre outras).

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Capítulo 3

O capitalismo industrial O período que se estende da segunda metade do século XVIII até meados do século XIX foi marcado pela Revolução Industrial, processo que realizou a transição da produção manufatureira para a industrial. Coleção particular/De Agostini Picture Library/Glow Images

A Revolução Industrial provocou intensas transformações no modo de produção de diversos materiais, em razão, entre outros fatores, da inserção de novas tecnologias nas atividades industriais, sendo uma delas a máquina a vapor. A introdução da maquinofatura nas indústrias substituiu parte da mão de obra humana, ampliou a produção e trouxe um aumento no lucro dos empresários. A Revolução Industrial teve início na Inglaterra e depois foi difundida para outros países. A imagem ao lado mostra o interior de uma fábrica na Inglaterra, no século XVIII.

COLÔNIAS

METRÓPOLES

Cabia às metrópoles o envio de produtos industrializados para as colônias.

Nos centros urbanos da Europa, a industrialização ocorreu associada ao processo de urbanização. O expressivo êxodo rural naquele período gerou um elevado aumento do número de habitantes das cidades, bem como o crescimento desordenado de núcleos urbanos. Veja no gráfico a seguir o crescimento populacional de alguns centros urbanos da Europa entre os séculos XVIII e XX. Entre as razões que explicam o êxodo rural Europa: crescimento populacional de do século XVIII, está a transformação na estrutualgumas cidades – séculos XVIII-XX ra agrária provocada pela Revolução Industrial. População Com o avanço das relações capitalistas no cam(em milhões-hab.) 10 po, a terra passou a ter um preço muito elevado, 9 o que provocou a expulsão dos camponeses que 8 não tinham condições de adquiri-las. 7

Êxodo rural: migração de grande contingente populacional desempregado do campo em direção aos núcleos urbanos em busca de trabalho e moradia. Maquinofatura: produção industrial que utiliza máquinas na atividade produtiva.

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• Ao abordar as transformações nas paisagens urbanas no tema O capitalismo industrial, apresente aos alunos o texto abaixo. Ele descreve a degradação do ambiente urbano entre os séculos XVIII e XIX em decorrência do aumento das fábricas e do crescimento desordenado das cidades.

• Após a leitura do texto, apresente aos alunos algumas imagens aos representem como era a vida dos trabalhadores na Europa nesse período. Numa depressão bastante profunda, circundada por altas fábricas, por altas margens cobertas de construções e de aterros, se juntam em dois grupos cerca de 200 casas em sua maioria com a parede posterior comum duas a duas, onde moram, no total, cerca de 4 000 pessoas, quase todas irlandesas. As casas são velhas, sujas e do tipo menor, as ruas são desiguais, cheias de buracos e em parte não calçadas e destituídas de canalização. Lixo, refugos e lodo nauseante são esparsos por toda parte em enormes quantidades, no meio de poças permanentes, a atmosfera está empestada por suas exalações e turvada e poluída por uma dúzia de chaminés. [...]

A Divisão Internacional do Trabalho concretizou-se no capitalismo industrial e foi consolidada da seguinte maneira: Às colônias coube o abastecimento das metrópoles com produtos primários.

Orientações gerais

Londres (Inglaterra) Paris (França) Birmingham (Inglaterra) Manchester (Inglaterra) Lyon (França)

BENEVOLO, Leonardo. História da cidade. São Paulo: Perspectiva, 2003. p. 566.

3 2 1 0

1700 1750 1800 1850 1900 1950 2000 Anos

E. Cavalcante

Fontes: SPOSITO, Maria Encarnação Beltrão. Capitalismo e urbanização. São Paulo: Contexto, 1997. p. 52. United Nations. World Urbanization Prospects. Disponível em: <http://esa.un.org/unpd/wup/CD-ROM/WUP2014_XLS_CD_FILES/ WUP2014-F12-Cities_Over_300K.xls>. Acesso em: 3 out. 2018.

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Orientações gerais

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• Comente com os alunos que, durante esse período, as indústrias passaram a determinar a organização das atividades rurais, ou seja, a exigir uma maior produção de matérias-primas para o abastecimento do sistema fabril e de alimentos para o consumo da crescente população urbana.

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• Comente que a produção de aço oriundo do ferro-gusa repercutiu diretamente na transformação das indústrias pesadas. Além de possibilitar a produção em grande quantidade de um tipo de aço mais resistente, essa técnica permitiu que as indústrias de transporte passassem a produzir navios e trens capazes de

transportar cargas maiores de produtos.

• Explique que o ferro-gusa consiste em um

metal que resulta da fundição do minério de ferro, o qual concentra grande proporção de carbono e impurezas.

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Orientações gerais

O capitalismo financeiro

• Enfatize que entre os

A partir de meados do século XIX, o mundo foi marcado pelo grande desenvolvimento das técnicas industriais e pelas descobertas de novas fontes de energia, sobretudo da eletricidade produzida por meio da energia hidrelétrica. Nesse período, o capital acumulado pela burguesia industrial financiou o desenvolvimento tecnológico e teve como um de seus principais resultados o uso industrial dos combustíveis derivados do refino do petróleo, como o diesel.

principais tipos de associações empresariais estão os cartéis e os trustes.

• Os cartéis correspon-

dem a uma associação entre empresas autônomas, de um mesmo ramo de atividade econômica, com o objetivo de determinar preços e limitar a concorrência do mercado.

Um marco do capitalismo financeiro foi a integração entre ciência e produção, ou seja, entre centros de pesquisas científicas e fábricas. Tal fato aproximou a tecnologia e os meios de produção, contribuindo para que o período ficasse conhecido como a Segunda Revolução Industrial. Durante essa fase do capitalismo, houve um crescimento do número de empresas formadas por ações e seus respectivos sócios acionistas, denominadas sociedades anônimas. O aumento do número de sociedades anônimas elevou de forma considerável a quantidade de movimentações financeiras realizadas nas bolsas de valores, instituições em que são negociadas essas ações.

• Os trustes são forma-

Ação: documento que indica a propriedade de determinada parcela de uma empresa. Quem possui a maior quantidade desses títulos de propriedade controla a empresa. Sociedade anônima: empresa de qualquer ramo de atividade econômica, entre elas, comercial, industrial ou agrícola, composta de sócios. As ações pertencentes a cada um dos sócios são proporcionais à quantidade de capital investido.

• Explique

que, atualmente, a legislação de grande parte dos países do mundo proíbe a formação de monopólios empresariais, como cartéis e trustes, tornando-se mais comum a prática dos oligopólios. Além disso, muitas fusões empresariais ocorrem na forma de holding: quando empresas de diferentes ramos econômicos, como o alimentício, o eletrônico e o bancário, passam a ser comandadas por uma única empresa.

Bruno Rocha/Fotoarena

dos por empresas, em geral envolvidas no mesmo ramo de atividade, que se unem perdendo sua autonomia empresarial e passando a ser comandadas por um único conselho administrativo. Os trustes, na maioria das vezes, estabelecem preços elevados aos bens comercializados, a fim de obter maior margem de lucro.

Na fotografia, área de operações da BM&FBovespa (Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo), na cidade de São Paulo (SP), 2017.

Geografia em foco

O capitalismo financeiro e o imperialismo europeu

A criação de novos mercados consumidores e a necessidade de novas regiões fornecedoras de matérias-primas para alimentar as indústrias resultou, a partir de meados do século XIX, em uma “corrida colonial” dos países europeus para a África, Ásia e América Latina. Esse processo ficou conhecido como imperialismo europeu ou neocolonialismo. O imperialismo europeu ampliou as riquezas de muitos países colonialistas pela exploração de recursos naturais e pelos investimentos financeiros nos territórios colonizados. Desse modo, a DIT passou a se configurar da seguinte maneira: além de produtos industrializados, as metrópoles enviaram capitais para as colônias, sobretudo, na forma de investimentos financeiros. Já as colônias enviavam para a metrópole matérias-primas e capitais para pagamento de dívidas contraídas pelos investimentos financeiros das metrópoles.

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Capítulo 3

O capitalismo técnico-científico-informacional Esse período tem início em meados do século XX, sobretudo após a Segunda Guerra Mundial, estendendo-se até os dias atuais. Entre suas principais características está a forte interdependência entre o conhecimento científico e o meio industrial. Por isso, ele é denominado Terceira Revolução Industrial. Além de preservar parte das características do capitalismo financeiro, o capitalismo informacional passou a considerar a pesquisa científica a “peça-chave” para o desenvolvimento das indústrias de alta tecnologia, entre elas a eletrônica, a robótica, a de biotecnologia e a aeroespacial. O capitalismo informacional criou novos ramos industriais, como a informática (computadores e softwares), a telecomunicação (rede de cabos e satélites), a mecatrônica (robôs industriais e comandos digitais) e a biotecnologia (cultura de células animais). Atualmente, o capitalismo é o sistema predominante na maioria dos países. O processo de expansão e predomínio do sistema capitalista é decorrente da ampliação da produção industrial e, em especial, do crescimento do comércio mundial que foi intensificado após a Segunda Guerra Mundial. O expressivo aumento do comércio global se deve, sobretudo, à queda gradativa das tarifas alfandegárias e à consequente inserção de várias economias nacionais no mercado internacional. Além disso, a disseminação de empresas multinacionais por vários países do mundo contribuiu para que, a partir do capitalismo informacional, as transações comerciais em nível mundial ultrapassassem todos os volumes e valores antes registrados. O comércio em escala planetária proporciona uma grande interdependência do espaço geográfico mundial. Para muitos estudiosos, essa interdependência tem raízes nas Grandes Navegações europeias do século XVI, ou seja, há alguns séculos teve início um processo que atualmente resulta na internacionalização ou mundialização da produção industrial, do capital, das mercadorias, das técnicas, do trabalho e até mesmo do consumo e da cultura. Segundo esses estudos, vivemos atualmente a era da globalização. Biotecnologia: indústria que utiliza recursos da Biologia e da Engenharia Genética para a produção de plantas e animais geneticamente modificados, com o intuito de criar espécies mais resistentes a condições adversas, como doenças e mudanças climáticas. Empresa multinacional: grande empresa que por meio de filiais desenvolve atividades em vários países do mundo. As multinacionais possuem uma única matriz instalada, geralmente, em seu país de origem. Tarifa alfandegária: imposto cobrado pelos governos sobre produtos importados ou exportados.

Integrando saberes

• Este tema permite um trabalho em conjunto com o componente curricular de História.

• Este conteúdo permite tratar o tema contemporâneo Trabalho a partir da habilidade EF08GE09. Permite também relacionar o tema com as competências gerais 1, 4 e 7, sendo complementado pelas competências específicas de Geografia 2, 3 e 4 da BNCC.

• Busque desenvolver junto com o professor de História uma atividade na qual os alunos percebam a relação entre a DIT e o imperialismo europeu. • Explique aos alunos que o termo neocolonialismo é outra denominação para o imperialismo que teve início com os ingleses, sendo mais tarde realizado pela França, Alemanha, Bélgica, Holanda, entre outros países que também empreenderam forças na constituição de novos domínios territoriais.

Master Video/Shutterstock.com

• Interdisciplinarmente, comente com os alunos algumas das consequências do imperialismo europeu, principalmente na África, que, a partir do emprego da cultura de plantation e da divisão político-administrativa sem levar em consideração os aspectos culturais, resultou hoje em grande miséria, conflitos, fome e doenças em vários países africanos.

Os robôs são o resultado de avanços tecnológicos e já fazem parte de muitos processos produtivos. Eles podem substituir o trabalho humano em atividades como: auxílio em cirurgias hospitalares, exploração espacial e no fundo dos oceanos ou aspirar o pó dos móveis e cortar a grama do jardim. Na fotografia, cirurgia realizada com a utilização de robôs em Istambul, Turquia, 2016. Nesse tipo de cirurgia, o médico controla os braços robóticos por meio de um painel eletrônico.

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Orientações gerais

• Realize a leitura do tex-

to a seguir, que apresenta informações interessantes sobre a rapidez com que as técnicas são disseminadas pelo mundo nos dias atuais.

Explorando o tema

A Primeira, a Segunda e a Terceira Revolução Industrial

Os períodos de desenvolvimento do capitalismo e, consequentemente, das atividades industriais podem ser divididos em três etapas históricas. Veja quais são elas.

[...] É por demais sabido que a principal forma de relação entre o homem e a natureza, ou melhor, entre o homem e o meio, é dada pela técnica. As técnicas são um conjunto de meios instrumentais e sociais, com os quais o homem realiza sua vida, produz e, ao mesmo tempo, cria espaço. Essa forma de ver a técnica não é, todavia, completamente explorada. [...] Uma das características marcantes do sistema atual, comparado com os anteriores, é a rapidez de sua difusão. As inovações técnicas introduzidas nos vinte anos após a Segunda Guerra Mundial se espalharam duas vezes mais rapidamente do que aquelas introduzidas depois da Primeira Guerra Mundial e três vezes mais do que as introduzidas entre 1890 e 1919. [...] No começo do século XX, o período de desenvolvimento de uma tecnologia era, em média, de 37 anos, prazo que baixa para 24 anos no período entre as duas guerras mundiais, para reduzir-se a 14 anos após a Segunda Grande Guerra. A velocidade de adoção neste último período é duas vezes maior que no segundo e três vezes maior que no primeiro. Será temerário indicar qual é, hoje, o período de desenvolvimento...

Primeira Revolução Industrial Período marcado pela utilização do carvão como principal fonte de energia e da inserção de novas tecnologias no sistema produtivo fabril, como a máquina a vapor e o tear mecânico. Esse período se estende do século XVIII ao século XIX.

Segunda Revolução Industrial Período marcado pela substituição do carvão por petróleo e energia elétrica como principais fontes de energia. É um período de significativo desenvolvimento tecnológico dos meios de comunicação e transporte. Tem início no século XIX e estende-se até meados do século XX.

Terceira Revolução Industrial Período caracterizado pela intensa presença do conhecimento científico que acabou refletindo na alta tecnologia empregada nos meios de produção. Tem início em meados do século XX e se desenvolve até os dias atuais. Veja a seguir alguns exemplos de inovações tecnológicas incorporadas em nosso cotidiano decorrentes da atual fase do capitalismo. Tear: instrumento utilizado para fabricação de tecidos.

Tablet

Câmera digital

Dispositivo portátil de uso semelhante ao computador. Pode ser utilizado tanto no meio profissional quanto para o entretenimento. Apresenta formato semelhante a uma prancheta, tamanho pequeno, espessura fina e uma tela sensível ao toque ‒ touchscreen.

As máquinas fotográficas digitais produzem fotografias eletrônicas pelo registro de pixels.

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Vivemos a era da inovação galopante [...]. A rapidez com g20_ftd_lt_8vsg_c3_p074a085.indd 74 que geograficamente se difundem as tecnologias do presente período mostra-se ainda maior quando a comparamos com o que o mundo conheceu na fase anterior. Era, então, um processo gradual de difusão, enquanto em nossos dias esse processo é brutal. Paralelamente, as novas tecnologias envolvem muito mais gente e colonizam muito mais áreas. [...]

• Comente com os alunos que as altas tecnologias ofe-

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recem inúmeras facilidades para a vida das sociedades, como acesso à internet, fotografias de alta resolução e telefones digitais.

SANTOS, Milton. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. 4. ed. São Paulo: Edusp, 2006. p. 16, 116-117.

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Capítulo 3

As tecnologias mais avançadas demoram a se popularizar por causa dos altos custos. Contudo, com o tempo, os custos caem, tornando essas tecnologias acessíveis à maior parte da população mundial. Os avanços científicos ocorridos durante o período da Terceira Revolução Industrial possibilitaram melhor qualidade de vida das populações ao desenvolver setores como saúde, comunicação, transporte e lazer. No entanto, alguns desses avanços vêm acarretando uma série de preocupações quanto ao futuro da espécie humana e até mesmo do planeta. Entre essas preocupações, podemos citar a criação de tecnologias que ampliam a degradação da natureza e a criação de armamentos de alta tecnologia, como bombas atômicas, armas bioquímicas e armas biológicas, como o supervírus.

Orientações gerais > Este tema permite tra-

balhar os temas contemporâneos Educação para o consumo, Trabalho e Ciência e tecnologia da BNCC.

• Incentive os alunos a perceber como as tecnologias permitem o fluxo mais acelerado de informações. Verifique se eles percebem a relação entre a produção tecnológica a partir da Terceira Revolução Industrial e o estabelecimento do capitalismo técnico-científico-informacional.

• Em sua opinião, quais avanços técnico-científicos vêm causando sérias preocupações para a sociedade? Converse com os colegas sobre o assunto abordado no texto. Veja a resposta da questão nas orientações ao professor.

• Comente com os alunos que a mundialização da produção configura a globalização.

Internet

Comunicação feita mediante tecnologias, como fibras óticas, satélites artificiais e cabos de transmissões intercontinentais, que possibilitam o acesso à internet em quase todos os lugares do planeta.

• Promova, a partir das questões abaixo, um debate para avaliar a compreensão dos alunos sobre o assunto e verificar se percebem que, assim como ocorre com os produtos materiais, a cultura de diferentes nações e os interesses em consumo participam desse fluxo internacional.

Cartão magnético

Cartão de plástico com uma tarja magnética ou um chip que permite o pagamento eletrônico de transações comerciais.

Laptop ou notebook

> Quais palavras do nos-

Computador portátil de fácil transporte e manuseio.

so vocabulário são de origem estrangeira? > Quais hábitos alimen-

tares do nosso dia a dia foram inseridos na cultura brasileira? > Quais produtos es-

Flaper

trangeiros se tornaram objetos de consumo de muitos brasileiros?

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• Sugerimos a leitura complementar do livro a seguir, o qual aborda os principais acontecimentos políticos e econômicos do século XX, analisando o cenário mundial desde antes da Primeira Guerra Mundial até o colapso da URSS.

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> HOBSBAWM, Eric J. Era dos extremos: o breve século

XX: 1914-1991. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

Resposta

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• Resposta pessoal. Verifique se as considerações dos

alunos estão coerentes com a atividade proposta. Estimule a participação de todos. Oriente-os no decorrer da conversa, adequando manifestação de cada um no assunto discutido.

• Com a globalização, os fluxos globais de mercadorias, pessoas, capitais e informações passaram a exercer forte impacto sobre as culturas nacionais. Muitas delas estão perdendo sua essência, ou seja, inúmeras práticas e costumes tradicionais estão se desvalorizando e, em alguns casos, sendo descaracterizados por influência de outras culturas hegemônicas.

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Atividades

Sugestão de atividade Trabalho de campo

• Para complementar a

Objetivo

• Identificar características do capitalismo no cotidiano e ao redor da escola. Materiais

• Caderno • Lápis • Borracha • Ficha de

autorização dos pais • Mapa da área a ser visitada Procedimentos • Providencie a ficha de autorização para a realização da atividade e distribua-as entre os alunos. Esteja à disposição para tirar possíveis dúvidas dos pais. Oriente já na ficha de autorização sobre o tipo de roupa adequado para um trabalho de campo e sobre a necessidade de levarem água, lanche, protetor solar e chapéu ou boné. • Antes do trabalho de campo, informe aos alunos sobre os principais pontos a serem observados durante o percurso. • No campo, esclareça aos alunos quais elementos relacionados aos conteúdos devem ser observados. Apresente um mapa da região para que localizem a área visitada. • Ao retornar à sala de aula, converse com eles sobre a experiência vivida.

Orientações gerais

Exercícios de compreensão 2. As técnicas utilizadas em diferentes tipos de trabalhos, ao longo do tempo, constituíram a principal maneira de o ser humano transformar as paisagens e assim, lentamente, construir e transformar o espaço geográfico.

1. De acordo com o que você estudou, explique o que é técnica. 2. Descreva, no caderno, a relação existente entre técnica, trabalho e construção do espaço geográfico. 3. No caderno, explique o que significa DIT. 4. Cada uma das frases a seguir se refere às características de um dos quatro períodos do desenvolvimento do sistema capitalista. Organize-as em seu caderno, de acordo com o período correspondente. a ) Integração mais intensa entre ciência e produção, ou seja, entre centros de pesquisa e fábricas, ocorrendo a chamada Segunda Revolução Industrial. Capitalismo financeiro.

b ) A partir desse período, passou a ser estabelecida a função de cada uma das regiões ou países do mundo nas trocas comerciais internacionais. Mais tarde, essa troca comercial internacional passou a ser chamada Divisão Internacional Capitalismo comercial. do Trabalho (DIT).

3. A DIT, ou seja, a Divisão Internacional c ) Destaque para os setores da eletrônica, robótica, biotecnologia e aeroespacial. do Trabalho, Capitalismo técnico-científico-informacional. corresponde à d ) Ocorrência da Primeira Revolução Industrial, que provocou intensas transformafunção ou ao papel exercido ções no modo de produção dos bens de consumo. Capitalismo industrial. globalmente por todos os e ) Forte interdependência entre o conhecimento científico e o meio industrial, países do período que tem início em meados do século XX. Capitalismo mundo na técnico-científico-informacional. produção e no comércio de Geografia no contexto mercadorias. 5. a) Resposta 5. Observe esperada: a fotografia retrata a concentração de riquezas por uma pequena parcela da população, que se reflete na acentuada disparidade socioeconômica entre ricos e pobres, evidenciada pelo contraste dos condomínios, no primeiro plano da fotografia, e pela ocupação das encostas do morro, no segundo plano.

a fotografia abaixo e, em seguida, responda às questões no caderno.

Ricardo Azoury/Pulsar Imagens

questão b da atividade 5, sugerimos a realização de um trabalho de campo ao redor da escola para que os alunos identifiquem características da sociedade capitalista estudada neste capítulo.

1. Técnica é o conjunto de conhecimentos e habilidades que o ser humano desenvolveu no decorrer de sua história e que possibilitou à espécie humana produzir os meios necessários para sua sobrevivência.

Edifícios na praia de Copacabana e ao fundo comunidade Pavão Pavãozinho, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), 2016.

a ) Essa fotografia retrata uma das características do sistema econômico capitalista. Explique qual característica é essa. b ) Identifique na região onde você mora alguma situação do cotidiano que exemplifique uma das características do capitalismo estudadas na página 69. Escreva uma observação sua a respeito da situação relatada. Resposta pessoal. Verifique se o exemplo relatado está coerente com a atividade proposta.

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• Para a explicação do que é um trabalho de

campo, bem como orientações de como organizar essa atividade, sugerimos as referências a seguir.

> FRANÇA, Eliane Teixeira. O trabalho de

campo no Ensino Fundamental. In: ARCHELA, Rosely Sampaio; CALVENTE, Maria Del Carmen M. H. (Org.). Ensino de geografia: tecnologias digitais e outras técnicas passo a passo. Londrina: Eduel, 2008. p. 147-150.

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> NEVES, Karina Fernanda Travagim Vituri-

no. Os trabalhos de campo no ensino de geografia: reflexões sobre a prática docente na educação básica. Ilhéus: Editus, 2015. Disponível em: <http://livro.pro/y5tyh9>. Acesso em: 11 out. 2018.

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Capítulo 3

O sistema político-econômico socialista Como vimos, o modo de produção capitalista é hegemônico na atualidade. Mas outro importante sistema econômico, o socialismo, foi adotado durante décadas por alguns países do mundo. Os socialistas defendem a construção de uma sociedade em que, entre outras particularidades, os meios de produção não estejam separados da força de trabalho, abolindo, assim, as classes sociais. Segundo os socialistas, a propriedade privada dos meios de produção (terras, indústrias, bancos, entre outros) gera desigualdades sociais, criando classes distintas: os que detêm as propriedades dos meios de produção e os trabalhadores que trabalham nesses meios. Karl Marx e Friedrich Engels foram os principais críticos da sociedade capitalista e divulgadores das ideias socialistas durante o século XIX. Grande parte de seus pensamentos foi a base teórica que estruturou, em 1917, a Revolução Russa.

• Explique aos alunos que a economia planificada, também denominada economia centralizada, caracteriza-se pela propriedade estatal dos meios de produção. Nesse sistema, o Estado administra todos os processos envolvidos na produção, como meios empregados, controle de custos, preço dos produtos, distribuição no mercado e controle do consumo. • Caso seja possível e viável, o conteúdo pode ser explorado em conjunto com o professor do componente curricular de História. Comunique-o do conteúdo e busque conversar acerca das possibilidades de uma aula interdisciplinar.

Acervo da editora

Biblioteca Nacional da França, Paris/Bettmann/Getty Images

Integrando saberes

Na bandeira da ex-União Soviética, os símbolos de uma foice e um martelo representam a união da força dos trabalhadores do campo (foice) e dos trabalhadores da indústria (martelo).

O quadro Lênin proclama o poder soviético, de Vladimir Aleksandrovich Serov, mostra Lênin em um discurso aos populares que participaram da Revolução Russa.

A criação da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), em 1922, constituiu um marco na busca por uma sociedade mais igualitária. Embora, após a Segunda Guerra Mundial, vários países como China, Cuba, Hungria, Polônia, Romênia e países da África e da Ásia tenham adotado o socialismo, de maneira alguma ele foi como o modelo idealizado por Marx e Engels. No socialismo adotado por esses países, conhecido como socialismo real, os trabalhadores não estavam no poder; pelo contrário, havia uma elite burocrática que controlava o Estado, separada do resto da sociedade. A pretendida socialização dos meios de produção tampouco ocorreu, pois a apropriação e o controle desses meios era exclusividade do Estado – isto é, do Partido Comunista –, sem a participação da sociedade civil. Veja no quadro da próxima página algumas características do socialismo real implantado na ex-URSS.

Partido Comunista: partido político que visa uma sociedade igualitária, em que as pessoas tenham acesso às mesmas oportunidades, sem classes sociais e distribuição de riqueza. Revolução Russa: revolução socialista ocorrida na Rússia em outubro de 1917 e liderada por Vladimir Ilich Ulianov, conhecido como Lênin. A Revolução Russa implantou o socialismo na Rússia.

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Orientações gerais

Sociedade socialista real

nos que com a queda do regime socialista a Rússia continuou exercendo pressão sobre os outros países da CEI para a manutenção do sistema, porém mantendo a independência de cada um. A Rússia propunha a união militar dos países da CEI em troca do apoio econômico e político. Essa pressão era aceita por alguns países que precisavam do apoio russo, devido à forte recessão em que se encontravam no início dos anos 1990.

Ilustracões: Estúdio Meraki

• Comente com os alu-

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200g 200g

Planificação da economia: o Estado controla todos os meios de produção (terras, bancos, lojas, farmácias etc.).

Consumo sem estímulo: o governo não estimula o consumo de produtos voltados à obtenção de lucro.

Centralização política: o poder político é exercido por um partido único (Partido Comunista da União Soviética ‒ PCUS), que, por sua vez, não admite oposição.

Adeus, Lênin! Direção de Wolfgang Becker, 2003. (118 min).

• Se considerar interes-

Esse filme relata a crise do mundo socialista por meio da história de Alexandre e sua mãe, a Sra. Kemer, que vivem juntos na extinta Berlim Oriental.

sante, apresente aos alunos informações complementares sobre a queda do muro de Berlim. Sugerimos a reportagem a seguir.

Igualdade social: a sociedade é formada sem classes sociais, ou seja, sem patrões e trabalhadores. No entanto, o que de fato acontecia, era que a classe política se beneficiava de determinados privilégios inacessíveis aos demais cidadãos.

O apogeu e o declínio do sistema socialista No início do século XX, o socialismo possibilitou à União Soviética que alcançasse uma importante posição política e militar no cenário mundial, uma vez que a economia planificada propiciou a ampla modernização da atividade industrial, sobretudo nas áreas bélica, siderúrgica e petroquímica.

> CAI o Muro de Ber-

lim. Acervo O Globo. 5 set. 2017. Disponível em: <http://livro.pro/xjpc8v>. Acesso em: 27 out. 2018.

No entanto, a partir da década de 1970, começou a apresentar sinais de decadência econômica, política e social. Foram vários os fatores responsáveis pelo declínio do socialismo. Veja a seguir os principais deles. • Baixo nível tecnológico, sobretudo das indústrias de bens de consumo se comparado com os países capitalistas. • Baixa produtividade agrícola, obrigando o governo a investir em subsídios agrícolas e a importar alimentos do exterior. • Grandes investimentos na área militar durante a Guerra Fria, o que prejudicou os investimentos em outros setores da economia. Tal fato gerou perda de competitividade e descontentamento da população. A combinação de todos esses fatores e os crescentes conflitos e revoltas nacionais levaram à queda da superpotência soviética, que arrastou consigo vários outros países socialistas. A queda do muro de Berlim, em 1989, foi considerada o marco ideológico da queda do regime socialista. No início da década de 1990, o fim do regime provocou a desintegração da União Soviética em 15 outros países. Esses países, com exceção da Estônia, da Letônia e da Lituânia, formaram a CEI (Comunidade dos Estados Independentes), tendo a Rússia como principal líder político, econômico e militar. Atualmente restam alguns remanescentes socialistas, como Coreia do Norte, China, Vietnã e Cuba.

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Capítulo 3

A geopolítica global: a bipolaridade e a multipolaridade

Geopolítica: o mundo em conflito

Após a Segunda Guerra Mundial, a economia e a geopolítica mundial estiveram sob forte comando de dois países, os Estados Unidos e a União Soviética. O poder de influência política e econômica desses países, além de seu potencial de destruição militar em massa, não tinha paralelo em nenhum outro lugar do mundo. Observe o mapa a seguir.

Igor Fuser. São Paulo: Salesiana, 2006. (Radar). O livro discute questões sociais, políticas e geográficas. Império norte-americano, migração, terrorismo, conflito entre israelenses e palestinos e globalização são alguns dos temas explorados nesse livro.

E. Cavalcante

Mapa-múndi: geopolítica mundial - 1945-1990 OCEANO GLACIAL ÁRTICO

Círculo Polar Ártico UNIÃO SOVIÉTICA CANADÁ

FRANÇA ESTADOS UNIDOS

OCEANO ATLÂNTICO

Trópico de Câncer

ESPANHA

CHINA

IRÃ

JAPÃO

OCEANO PACÍFICO

EGITO

ARGÉLIA

ÍNDIA

BRASIL

Trópico de Capricórnio CHILE

OCEANO PACÍFICO N

0

2 500

5 000 km

L

O S

Meridiano de Greenwich

Equador

REP. DEMOCRÁTICA DO CONGO

Fontes: ROSS, Jurandyr L. S. Geografia do Brasil. São Paulo: Edusp, 1995. p. 243. GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2016. p. 175.

Países capitalistas Países socialistas Principal polo ou centro político-militar e econômico capitalista Principal polo ou centro político-militar e econômico socialista

O grupo de países que se encontrava sob a influência do capitalismo foi denominado bloco capitalista e o grupo constituído por Estados sob influência socialista foi denominado bloco socialista. 1. Cite o nome de três países que faziam parte do bloco capitalista. Possível resposta: Estados Unidos, Canadá, Brasil.

2. Cite o nome de três países que faziam parte do bloco socialista. 3. A maior parte dos países socialistas se situava no Hemisfério Oriental ou no Hemisfério Ocidental da Terra? No Hemisfério Oriental. Verifique se os alunos identificaram corretamente os nomes dos países de acordo com o bloco do qual faziam parte.

Material digital

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• A sequência didática 5, disponível no material digital, tem como tema principal o mundo bipolar e multipolar e propõe desenvolver as habilidades EF08GE07 e EF08GE08.

• Comente que nesse período os países do mundo estavam divididos em dois posicionamentos geopolíticos: países capitalistas e países socialistas. Essa divisão ficou conhecida como uma organização geopolítica bipolar, representada pelos poderes dos Estados Unidos da América (EUA) e pela antiga União Soviética (URSS). • Para avaliar o conteúdo, proponha aos alunos a construção de uma paródia acerca do tema Guerra Fria.

OCEANO ÍNDICO

Este mapa representa a ordem geopolítica mundial predominante no período conhecido como Guerra Fria, que, entre o fim da Segunda Guerra Mundial (1945) e a desintegração da União Soviética (1991), comandou, direta ou indiretamente, praticamente todos os grandes conflitos e tensões mundiais. Essa antiga ordem mundial, como se pode perceber no mapa, é caracterizada pela existência de dois grandes polos mundiais de poder, motivo pelo qual podemos assim chamá-la de ordem bipolar.

• Como complemento às questões apresentadas, mostre aos alunos imagens e charges que possam representar o período que ficou conhecido como a Guerra Fria. A partir das imagens, busque construir com os alunos o que foi tal guerra, os países envolvidos e o que representavam no cenário mundial.

Integrando saberes

AUSTRÁLIA

ÁFRICA DO SUL

Orientações gerais

2. Possível resposta: China, Polônia, União Soviética. Além dos nomes dos países citados nas respostas das questões, os alunos podem escrever qualquer outro que pertença ao respectivo bloco econômico mostrado no mapa.

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• O tema Guerra Fria permite o desenvolvimento de atividades envolvendo também o componente curricular de História, e a atividade proposta favorece a colaboração do professor do componente curricular de Língua Portuguesa em função do gênero textual. Portanto, converse com os professores acerca das possibilidades de trabalharem em conjunto. • Para o andamento da atividade, divida os alunos em grupos de aproximadamente cinco pessoas e oriente-os na construção da paródia. Ao final, apresentem à turma grupo a grupo. Avalie a associação com o conteúdo e a criatividade.

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Orientações gerais

Geografia

• Complemente o estu-

OS SINOS que dobram do Vietnã. Grandes guerras, grandes conflitos, São Paulo, Escala, n. 10, [200?]. p. 40 e 41.

Durante o período da ordem bipolar, ou seja, do pós-Segunda Guerra Mundial até 1991, a rivalidade declarada entre as duas potências bélicas criou um clima de tensão permanente entre os dois países. No entanto, eles nunca empreenderam uma guerra aberta entre si ou uma luta armada propriamente dita, e, por isso, esse período é denominado Guerra Fria. Durante a Guerra Fria, duas grandes áreas de influência geopolítica se formaram: uma capitalista (controlada pelos Estados Unidos) e outra socialista (chefiada pela União Soviética). A linha que separava essas duas grandes áreas ficou conhecida como Cortina de Ferro e ela dividia politicamente o continente europeu ao meio: a Europa Ocidental, capitalista, e a Europa Oriental, socialista. As disputas ideológicas, militares, políticas e econômicas entre as duas potências mundiais deram-se em diversos domínios. Veja alguns deles. • Corrida armamentista e nuclear: Estados Unidos e União Soviética fabricavam e exibiam armas de destruição em massa cada vez mais potentes, ao mesmo tempo em que formavam alianças militares com os países dos blocos para garantir proteção mútua dos membros em caso de conflitos. Assim surgiram a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), entre os países capitalistas, e o Pacto de Varsóvia, entre os socialistas. • Corrida espacial: tratava-se de tentar desenvolver tecnologias, como satélites e foguetes, para alcançar feitos grandiosos no espaço sideral. • Conflitos locais: participação na Guerra do Vietnã (1959-1975) e na Guerra da Coreia (1950-1953), entretanto sem embates diretos entre os dois países. Durante a Guerra do Vietnã, os Estados Unidos apoiaram o Vietnã do Sul contra o Vietnã do Norte, que estava sendo apoiado pela União Soviética. A fotografia acima, de 1968, mostra soldados estadunidenses que participaram do combate contra os vietcongues, soldados norte-vietnamitas.

Europa Oriental e Europa Ocidental Cír cu lo ISLÂNDIA

OCEANO GLACIAL ÁRTICO Po lar

S

OCEANO ATLÂNTICO FINLÂNDIA NORUEGA SUÉCIA

UNIÃO SOVIÉTICA (parte europeia)

DINAMARCA

IRLANDA

REINO UNIDO BÉLGICA LUXEMBURGO

FRANÇA

ALEMANHA ORIENTAL

50°

POLÔNIA ALEMANHA OCIDENTAL TCHECOSLOVÁQUIA SUÍÇA

ÁUSTRIA

N

Mar Cáspio

HUNGRIA ROMÊNIA

IUGOSLÁVIA

Merid

iano d

e Gre enwic

h

PORTUGAL ESPANHA

Fonte: SCALZARETTO, Reinaldo; MAGNOLI, Demétrio. Atlas geopolítica. São Paulo: Scipione, 1996. p. 22.

L

O

HOLANDA

Estados da Otan e aliados ocidentais Estados do Pacto de Varsóvia Estados neutros de economia capitalista Estados neutros de economia socialista Cortina de Ferro

N

Árti co

E. Cavalcante

Terry Fincher/Express/Getty Images

Um dos mais traumáticos conflitos de nossa época, a Guerra do Vietnã opôs o Vietnã do Sul e os Estados Unidos, de um lado, ao Vietnã do Norte, de outro. A guerra começou em 1959, quando a guerrilha comunista do sul (Vietcong), unida às tropas do norte, retornou ao Vietnã do Sul, na tentativa de derrubar o regime pró-Ocidente e reunificar o país. Em 1961, os EUA começaram a se envolver no conflito, apoiando o regime anticomunista do Sul. O apoio se amplia até a completa intervenção militar, a partir de 1965. A participação dos EUA fez parte da disputa entre o capitalismo norte-americano e o socialismo soviético pela hegemonia mundial. Em 1976, o Vietnã é reunificado, e os norte-americanos contabilizam a maior derrota de sua história. [...] Os EUA perderam exatos 45 941 soldados, de acordo com números oficiais, e tiveram 800 635 feridos e 1 811 desaparecidos em ação. Não há dados seguros sobre as baixas vietnamitas, mas se sabe que ultrapassaram os 180 mil. Com a retirada dos norte-americanos, o confronto se transformou em guerra civil entre Vietcongs e forças sulistas. Em 1976, após três décadas de guerra e arruinados economicamente, os países se reunificam sob o nome de República Socialista do Vietnã, com capital em Hanói.

A Guerra Fria

em foco

do do tema lendo para os alunos os textos abaixo, sobre a Guerra do Vietnã e a Guerra da Coreia.

BULGÁRIA

ITÁLIA ALBÂNIA

Mar Mediterrâneo

Mar Negro

TURQUIA (parte asiática)

GRÉCIA

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330 km

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Capítulo 3

A multipolaridade mundial e a nova ordem internacional Após a dissolução do antigo bloco socialista em 1991, que marcou o fim da ordem bipolar, houve o enfraquecimento do socialismo e a expansão do capitalismo entre os países do mundo. Essa mudança geopolítica mundial estabeleceu uma nova ordem internacional de poderes e influências pelo mundo a partir da década de 1990. Nos antigos espaços sob o alcance da zona de influência soviética, surgiram novos polos de poder, enquanto aqueles que se encontravam sob a influência dos Estados Unidos adquiriram maior autonomia formando, ou recuperando, assim, suas próprias zonas de influência, como foi o caso da Europa e do Japão.

Europa Há também a zona de influência liderada pelas grandes potências europeias, como Inglaterra e Alemanha, projetada principalmente sobre o território africano e parte do asiático.

Ao oeste se sobressai a zona de influência dos Estados Unidos, cujo poder se estende por todo o continente americano, abrangendo até mesmo o Brasil e seus vizinhos.

RÚSSIA EUROPA

ESTADOS UNIDOS

CEI CHINA

JAPÃO

Débora Ferreira

ORIENTE MÉDIO

N L

O S

0

000 km

Japão Ao leste temos a predominância do Japão, que aplica seu poder de influência sobre toda a região do Sudeste Asiático e do oceano Pacífico.

• O texto a seguir apresenta um exemplo de desdobramento geopolítico relacionado à dissolução do antigo regimesocialista. Conquistada pelo Japão em 1910, a Coreia se manteve sob seu domínio até 1945. Nesse ano, após a rendição japonesa na Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos e a União Soviética ocuparam a região. As duas superpotências se comprometeram, porém, a respeitar a soberania coreana. E foi assim que, após a Segunda Guerra, a Coreia acabou dividida entre norte-americanos e soviéticos. Desse modo, surgiram dois estados coreanos, sob ocupação de cada uma das duas potências: ao sul, a República da Coreia, sob o domínio norte-americano; ao norte, a República Popular Democrática da Coreia do Norte, sob ocupação soviética. Não demorou para que os dois Estados entrassem em conflito. Razões para isso não faltavam: a divisão do país, as divergências político-ideológicas e a tensão gerada pela Guerra Fria. [...] O sangrento conflito, que quase resultou numa nova guerra mundial, estendeu-se até dezembro de 1953, quando, sob o patrocínio das Nações Unidas, foi firmada a paz. A Coreia continuou dividida: o Norte sob o socialismo e o Sul sob o capitalismo. [...]

Desse modo, três grandes polos de poder formaram-se no mundo, o que deu origem à chamada nova ordem multipolar, representada no mapa a seguir. Estados Unidos

Orientações gerais

Fonte: ROSS, Jurandyr L. S. Geografia do Brasil. São Paulo: Edusp, 1995. p. 243.

Atualmente, outras pequenas zonas de influência com menor força vêm se formando ao redor de países em crescimento, os quais muitas vezes chegam a se opor ou competir com as grandes zonas representadas no mapa acima. É o caso da China e, com peso bem menor, da Índia, que emergem como polos de influência na região da Ásia continental. Além desses países, há o caso dos países do Oriente Médio, que historicamente buscam constituir um bloco fundamentado na religião islâmica, e o da Rússia que, ao norte, busca reconquistar sua influência sobre a área da CEI e da Ásia central, especialmente a região dos Bálcãs. Nos últimos tempos, a China tem se destacado como o mais novo protagonista da nova ordem mundial e já é considerada uma das maiores potências do mundo contemporâneo. Além de sua importância entre os países asiáticos, ela tem aumentado sua zona de influência mundo afora com destaque para as atuações na África e América Latina. Isso se deve a uma série de investimentos que a China tem feito em países estrangeiros, sobretudo nos setores de exploração mineral e de infraestrutura, além da crescente participação no comércio internacional.

O AVANÇO pela Coréia. Grandes guerras, grandes conflitos. São Paulo: Escala, n. 10, [200?]. p. 34-35.

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Atividades

Sugestão de atividade Objetivos

• Avaliar o conhecimento sobre os sistemas socialista e capitalista.

• Desenvolver a capacidade argumentativa.

• Respeitar a opinião dos colegas e do professor. Materiais

• Textos ou manchetes de apoio

Procedimentos

• Separe os alunos em

dois grupos. O grupo 1 deve debater os motivos pelos quais adotaria o sistema socialista caso um dia chegasse a governar o país. O grupo 2 deve fazer o mesmo debate interno, porém defendendo o sistema capitalista.

• Os dois grupos devem

3. Possível Exercícios de resposta: de acordo com os 1. Qual é o papel do Estado no sistema político-econômico socialista? idealizadores do socialismo, 2. De acordo com o socialismo, como deveria ser organizada a sociedade? a sociedade não deveria 3. O socialismo adotado pela União Soviética e por países como Cuba e China não apresentar divisão de correspondeu ao socialismo proposto por seus idealizadores. Explique essa afirclasses, e o mação no caderno. povo, por meio de uma 4. O que marcou o fim da ordem bipolar no mundo? revolução popular, A dissolução do antigo bloco socialista em 1991 marcou o fim da ordem bipolar. deveria Geografia no contexto controlar o Estado. No socialismo 5. Observe atentamente a charge abaixo e responda no caderno às questões proadotado por postas. 5. b) Esse período se caracterizava pela divisão do mundo em dois sistemas político-econômicos: o países como socialista, liderado pela ex-União Soviética, e o capitalista, liderado pelos Estados Unidos. União Soviética, Cuba e China, denominado socialismo real, os trabalhadores não estavam no poder, mas sim uma elite que controlava o Estado.

Art Capri

1. O Estado controla todos os meios de produção, o que deve ser produzido, onde será produzido, os preços dos produtos, o consumo da sociedade e ainda o salário pago aos trabalhadores. 2. A sociedade deveria ser organizada sem classes sociais, os meios produção não seriam propriedade privada e a riqueza seria compreensão de distribuída entre todos.

Debate

levantar argumentos favoráveis aos sistemas que defendem e desfavoráveis ao sistema oposto, e um dos alunos de cada grupo deve tomar nota. Determine um tempo para essa fase, que pode ser de 10 a 20 minutos.

• Em seguida, disponha

os grupos em um círculo e dê início ao debate, permitindo que cada um, na sua vez, defenda seu ponto de vista.

• Faça o papel de media-

dor. Determine também um tempo para essa fase da atividade, que pode ser de 20 a 30 minutos.

5. d) Possível 5. c) Resposta esperada: corrida armamentista e nuclear; corrida espacial; e conflitos locais, como a resposta: atualmente participação em guerras, entretanto sem embates diretos entre os dois países. o cenário geopolítico mundial, a ) A charge retrata qual período da geopolítica mundial? denominado A charge retrata o período da Guerra Fria. multipolar ou nova b ) Descreva como se caracterizava esse período. ordem internacional, apresenta mais de c ) Cite algumas das disputas entre as duas potências mundiais nesse período. dois polos de influência global. d ) Descreva a diferença entre o atual cenário geopolítico mundial, ou seja, a noNos espaços da va ordem internacional, e o cenário do período a que a charge se refere. antiga zona de influência soviética atualmente existem novos polos de poder. Já os espaços que se encontravam sob a influência dos Estados Unidos adquiriram maior autonomia, formando, ou recuperando, suas próprias zonas de influência, como é o caso da Europa e do Japão. Pesquisando

6. Faça uma pesquisa em jornais, revistas e internet sobre notícias relacionadas a Cuba, como a qualidade de vida da população, produção industrial, as relações comerciais, entre outras características do país. Escreva uma síntese sobre sua Resposta pessoal. Verifique se a pesquisa elaborada pelos pesquisa e apresente-a aos colegas. alunos está coerente com a atividade proposta. Estimule a

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participação de todos.

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Capítulo 3

As desigualdades no mundo atual: o desenvolvimento e o subdesenvolvimento Atualmente, o espaço geográfico mundial é marcado por grandes desigualdades socioeconômicas. Segundo cálculos realizados pelo Pnud, em 2015, cerca de 60% da população vivia em países com renda per capita menor do que a média mundial, que era de 14 600 dólares.

PIB (em bilhões de US$) – 2016

Renda per capita (em US$) – 2016

Estados Unidos

18 624

57 638

Japão

4 940

38 901

Alemanha

3 478

42 161

Brasil

1 796

8 650

África do Sul

295

5 275

Moçambique

11

382

Libéria

2

455

1,8

1 405

Timor Leste

• Para iniciar as discussões acerca do tema, sugerimos a referência a seguir como leitura complementar.

> HAESBAERT, Rogério;

PORTO-GONÇALVES, Carlos Walter. A nova des-ordem mundial. São Paulo: Editora Unesp, 2006.

Uma das principais causas dessa desigualdade socioeconômica é a má distribuição da riqueza entre as nações do mundo, que ocasiona disparidade da produção e da divisão de rendimentos entre alguns países. Observe os dados da tabela. País

Orientações gerais

• Esse livro apresenta uma proposta de regionalização do espaço mundial contemporâneo a partir da divisão dos países desenvolvidos e dos subdesenvolvidos, abordando suas várias dimensões.

Pnud: o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento consiste em uma das agências da Organização das Nações Unidas (ONU) e está presente em aproximadamente 166 países do mundo.

• Aproveite a oportunidade e comente com os alunos que a taxa de mortalidade infantil e a expectativa de vida são importantes indicadores de como se encontra a qualidade de vida e consequentemente a saúde da população.

Atlas da situação mundial Dan Smith. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2007. O livro discute questões como os sistemas políticos, as organizações internacionais, direitos humanos, saúde, entre outros temas relacionados à população mundial.

• Comente com os alunos que o Brasil apresenta características tanto de países pertencentes ao Primeiro Mundo como de países do Terceiro Mundo, em razão das grandes desigualdades existentes. Ou seja, um país que produz riquezas e desenvolve tecnologias avançadas, como a produção de aviões, ao mesmo tempo apresenta problemas como a epidemia de dengue e tuberculose, fato comum em países do Terceiro Mundo.

Fonte: The World Bank. Disponível em: <www. worldbank.org>. Acesso em: 1º out. 2018.

*Verifique se os alunos concluíram que o Brasil apresenta renda per capita inferior aos países desenvolvidos e superior aos países subdesenvolvidos apresentados na tabela.

• Identifique os países com maior renda per capita e os países com menor renda per capita da tabela. Verifique qual é a posição do Brasil em relação a esses países. *

Em 2017, a soma da riqueza produzida pelos países do mundo era de aproximadamente 81 trilhões de dólares. Entretanto, apenas 17% da população mundial concentrava 49 trilhões de dólares. Nas últimas décadas, essa má distribuição da renda vem se agravando ainda mais não apenas entre os países, mas também dentro de cada nação. No Brasil, por exemplo, segundo o IBGE, pouco mais da metade da população tem rendimento igual ou inferior a dois salários mínimos, enquanto menos de 1% da população recebe mais de 20 salários mínimos. Produto Interno Bruto Denomina-se Produto Interno Bruto (PIB) todo valor de bens e serviços, ou seja, toda a riqueza produzida pela indústria, pelo extrativismo, pela agropecuária, pelo comércio e por serviços, como transportes e comunicação, dentro do território de um país, de um estado e de um município.

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Orientações gerais

As desigualdades socioeconômicas podem ser percebidas nas paisagens de diversos países. Analisando a questão habitacional, por exemplo, verifica-se que existem regiões do mundo onde a população vive em moradias de luxo, já em outras, sofrem com a falta de moradias ou com moradias precárias. Na maioria das vezes, isso acontece porque os recursos para investir em infraestrutura satisfatória a seus habitantes são escassos.

• Ao trabalhar a regiona-

lização do espaço mundial por meio dos países desenvolvidos e subdesenvolvidos, relembre com os alunos o conceito de região.

• Caso os alunos tenham

dificuldade para compreender o conceito de regionalização, faça uma dinâmica dividindo os alunos em sala de aula, baseando-se em determinados critérios, por exemplo, mês de nascimento, cor do cabelo, gênero masculino ou feminino, dentre outros. Enfatize que no espaço geográfico esse agrupamento é feito por meio das semelhanças, muitas vezes sem nenhuma precisão.

Karthikeyan Gnanaprakasam/Shutterstock.com

neira geral, as regiões agrupam porções da superfície terrestre delimitadas com base em um critério selecionado. Por exemplo: áreas que apresentam mesmo clima, população, atividades econômicas etc. Assim, uma região apresenta características semelhantes as quais se diferenciam das áreas vizinhas.

Felix Mizioznikov/Shutterstock.com

• Explique que, de ma-

Veja exemplo desse contraste nas paisagens das fotografias a seguir.

Bairro com moradias de luxo, na Flórida, Estados Unidos, 2017.

Bairro com moradias precárias em Chennai, Índia, 2018.

Países desenvolvidos e subdesenvolvidos Conforme vimos, atualmente há uma grande disparidade socioeconômica entre os países do mundo, de modo que podemos regionalizá-los em países desenvolvidos e países subdesenvolvidos, tendo como critério o nível de desenvolvimento econômico e social, medido por indicadores como Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), renda per capita, PIB, taxa de mortalidade, entre outros. Banco Mundial O Banco Mundial é uma instituição financeira que disponibiliza em seu site dados econômicos dos países, como PIB, renda per capita, dívida externa etc. Visite a página: <http://livro.pro/waoeev>. Acesso em: 28 set. 2018.

Países desenvolvidos

Países subdesenvolvidos

Países ricos que alcançaram elevado nível de desenvolvimento econômico e oferecem boa qualidade de vida à sua população, como elevada renda per capita, baixo índice de analfabetismo, elevada expectativa de vida e baixa mortalidade infantil. Esses países concentram grande parte das riquezas mundiais e em geral possuem um diversificado parque industrial.

Países geralmente pobres que possuem baixo nível de desenvolvimento econômico e apresentam problemas, como elevada mortalidade infantil, baixa expectativa de vida, elevado índice de analfabetismo e baixa renda per capita. Grande parte desses países possui limitada participação na concentração das riquezas mundiais e forte dependência econômica internacional.

O mapa da próxima página mostra a divisão do espaço geográfico mundial entre países desenvolvidos e subdesenvolvidos.

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Capítulo 3

E. Cavalcante

Países desenvolvidos e países subdesenvolvidos – 2015 OCEANO GLACIAL ÁRTICO

Círculo Polar Ártico

RÚSSIA CANADÁ

REINO UNIDO FRANÇA

ESTADOS UNIDOS Trópico de Câncer

MÉXICO

ARÁBIA SAUDITA

OCEANO ATLÂNTICO

ÍNDIA OCEANO PACÍFICO

NIGÉRIA

BRASIL

Trópico de Capricórnio

ARGENTINA

Países desenvolvidos

Meridiano de Greenwich

Equador OCEANO PACÍFICO

JAPÃO

CHINA

IRÃ

IN

DON

OCEANO ÍNDICO

ÉSIA

Orientações gerais

• Ao analisar o Produto Interno Bruto (PIB) de alguns países subdesenvolvidos e desenvolvidos, mostrado nas tabelas, comente que é uma medida do valor dos bens e serviços que o país produz num período, na agropecuária, na indústria e nos serviços. • Peça aos alunos que observem com atenção o mapa desta página e o relacionem com os dados da tabela apresentada.

AUSTRÁLIA

ÁFRICA DO SUL N

Países subdesenvolvidos Linha Norte-Sul

L

O

0

2 340

4 680 km S

Fontes: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2016. p. 175. Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento). Relatório de Desenvolvimento Humano 2016. Disponível em: <http://www.br.undp.org/content/dam/brazil/docs/RelatoriosDesenvolvimento/ undp-br-2016-human-development-report-2017.pdf>. Acesso em: 2 out. 2018.

Na década de 1980, as nações desenvolvidas passaram a ser chamadas países do Norte e as nações subdesenvolvidas, países do Sul. Esse tipo de regionalização levava em conta a posição geográfica das nações na superfície do planeta. Porém, a regionalização Norte e Sul não considerava as exceções. Desse modo, devemos sempre estar atentos, pois atualmente a regionalização do espaço mundial em países do Norte e do Sul não retrata a situação socioeconômica dos países do mundo. Países como Turcomenistão e Uzbequistão, que no passado pertenciam aos países do Norte, atualmente possuem indicadores socioeconômicos muito próximos aos de países subdesenvolvidos. O mesmo acontece com Portugal e Grécia, que embora estejam ao norte da linha, não se encontram em igual situação econômica e social de países como os Estados Unidos. Da mesma maneira ocorre com países localizados ao sul dessa linha, como a China, que tem PIB maior do que Brasil e Moçambique. Compare as tabelas abaixo. Países do Sul (subdesenvolvidos) – 2016

Países do Norte (desenvolvidos) – 2016

PIB (em bilhões de dólares)

País

PIB (em bilhões de dólares)

China

11 199

Estados Unidos

18 624

Brasil

1 796

Japão

4 940

País

Turcomenistão

36

Alemanha

3 478

Moçambique

20

França

2 465

Camboja

11

Portugal

205

Haiti

8

Grécia

193

Fonte dos dados: The World Bank. Disponível em: <http:// databank. worldbank.org>. Acesso em: 1º out. 2018.*

*Nesta tabela, foram utilizados do Banco Mundial apenas os dados do PIB dos países, não a classificação exemplificada.

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Material digital

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• O projeto integrador 2, disponível no material digital, propõe um trabalho sobre as diferenças tecnológicas existentes entre os países desenvolvidos e subdesenvolvidos, ao trabalhar com a habilidade EF08GE20 e com o tema contemporâneo Ciência e tecnologia. 85

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Medindo o desenvolvimento socioeconômico de um país

Sugestão de atividade Telejornal socioeconômico Objetivos

Para medir o nível de desenvolvimento socioeconômico de um país ou identificar a realidade socioeconômica e as desigualdades entre as nações, é necessário, primeiro, sabermos o que significa desenvolvimento.

• Organizar um telejornal sobre dados socioeconômicos de alguns países do mundo.

Desenvolvimento é o processo em que se verifica o crescimento econômico de um país, acompanhado por melhorias na qualidade de vida oferecida à população. De maneira geral, quando um país apresenta desenvolvimento econômico, passa a registrar um aumento de seu PIB, expansão e fortalecimento das atividades industriais, investimentos científicos e tecnológicos, diminuição da importação de produtos industrializados. Essas melhorias podem se refletir nos aspectos sociais, com mudanças positivas nos indicadores sociais, como aumento de expectativa de vida e redução nas taxas de mortalidade e analfabetismo.

• Exercitar os conhecimentos sobre os indicadores socioeconômicos. Procedimentos

• As discussões e a ati-

vidade a ser desenvolvida permitem tratar os temas contemporâneos Saúde, Vida familiar e social, Educação financeira e fiscal e Trabalho da BNCC. Contribuem também para relacionar o tema com as competências gerais 2, 3, 4, 7, 9 e 10, sendo complementado pelas competências específicas de Geografia 1, 2, 3, 5, 6 e 7.

A maior parte dos países e das organizações internacionais utiliza, atualmente, os dados socioeconômicos divulgados pela ONU por intermédio do Pnud, para medir o nível de desenvolvimento de um país. Esses dados envolvem a renda per capita, a taxa de mortalidade, a expectativa de vida, a taxa de alfabetização e o IDH de uma população.

Renda per capita A renda per capita significa renda por pessoa, ou seja, é o valor do PIB de determinado local (estado, país etc.), obtido ao longo de um ano, dividido pelo número de seus habitantes. Veja, a seguir, o mapa da renda per capita dos países. Renda per capita – 2016

• Proponha

ESTADOS UNIDOS

> Pnud (Programa das

Nações Unidas para o Desenvolvimento). Disponível em: <http:// livro.pro/jz526g>. Acesso em: 12 out. 2018.

ISRAEL

CHINA

IRÃ

JAPÃO

ÍNDIA MIANMAR

OCEANO PACÍFICO

BRASIL

Renda per capita (em dólares) Acima de 25 000 De 15 000 a 25 000 De 5 000 a 15 000 De 1 000 a 5 000 Abaixo de 1 000 Dados não disponíveis

ARGENTINA

Círculo Polar Antártico

Meridiano de Greenwich

Equador

Trópico de Capricórnio

OCEANO PACÍFICO

REP. DEMOCRÁTICA DO CONGO

OCEANO ÍNDICO AUSTRÁLIA ÁFRICA DO SUL

OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO

0

2 680

5 360 km

A renda per capita consiste em um valor médio, podendo, em algumas situações, mascarar as diferenças na distribuição de renda da população. O Brasil, por exemplo, possui renda per capita de 8 650 dólares, no entanto 27% da população economicamente ativa do país, que corresponde a aproximadamente 44 milhões de pessoas, vive com apenas um salário mínimo.

• Os alunos podem pes-

(Organização das Nações Unidas). Disponível em: <http:// livro.pro/ije3pn>. Acesso em: 12 out. 2018.

S

ESPANHA OCEANO ATLÂNTICO

Trópico de Câncer

no máximo, quatro integrantes.

> ONU

RÚSSIA

CANADÁ

• Organize grupos com,

quisar informações sobre a desigualdade socioeconômica nos sites sugeridos abaixo.

L

O

Círculo Polar Ártico

• Converse com os pro-

fessores e organizem momentos para a elaboração de roteiros, seleção e organização dos dados, seleção do figurino, auxílio nas gravações e edições de vídeo.

N

OCEANO GLACIAL ÁRTICO

E. Cavalcante

aos alunos a elaboração de um telejornal que possa indicar os principais dados econômicos de alguns países do mundo. Essa atividade permite um trabalho em conjunto com os componentes curriculares de Arte e Língua Portuguesa.

Fonte: The World Bank. Disponível em: <http:// databank.worldbank.org/data reportsaspx?source=worldde velopment-indicators#advan cedDownloadOptions>. Acesso em: 24 set. 2018.

• Identifique países de renda per capita mais elevada ou mais baixa que o Brasil.

Espera-se que os alunos respondam que os países com renda per capita mais elevada são: Estados Unidos, Espanha, Austrália etc. Países 86 com renda per capita mais baixa são: República Democrática do Congo, Afeganistão etc. Informe aos alunos o valor atual do salário mínimo.

> Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância). g20_ftd_lt_8vsg_c3_p086a095.indd 86

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Disponível em: <http://livro.pro/wqw9az>. Acesso em: 12 out. 2018.

• Ao final, apresente vídeos ou uma peça de teatro para a comunidade escolar.

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Capítulo 3

Mortalidade infantil A taxa de mortalidade infantil indica, em um grupo de mil crianças nascidas vivas, quantas delas não sobrevivem antes de completar 1 ano de idade. O mapa abaixo indica a taxa de mortalidade infantil entre os países. Mortalidade infantil – 2016 N

OCEANO GLACIAL ÁRTICO L

O

Círculo Polar Ártico CANADÁ

S

ESTADOS UNIDOS Trópico de Câncer

Equador

NORUEGA

ESPANHA

OCEANO ATLÂNTICO

ISRAEL IRÃ

SERRA LEOA

OCEANO PACÍFICO

Círculo Polar Antártico

REP. DEMOCRÁTICA DO CONGO

Meridiano de Greenwich

E. Cavalcante

Trópico Mortalidade infantil de Capricórnio (por mil nascimentos) Mais de 100 ARGENTINA De 51 a 100 De 15 a 50 Menos de 15 Dados não disponíveis 3 410

CHINA

JAPÃO

ÍNDIA

BRASIL

0

RÚSSIA

OCEANO PACÍFICO 0°

OCEANO ÍNDICO

• Aproveite

a oportunidade para comentar com os alunos sobre os cuidados de higiene e alimentação que as pessoas devem ter consigo mesmas, contribuindo com o desenvolvimento da Competência geral 8. Incentive-os a refletir sobre como esses hábitos influenciam nas taxas de mortalidade infantil e de expectativa de vida. Verifique se os alunos percebem que as condições precárias de higiene e os maus hábitos alimentares das populações fazem com que essas taxas se elevem.

Fonte: The World Bank. Mortality rate, infant. Disponível em: <https:// data.worldbank.org/indicator/SP. DYN.IMRT.IN?view=map>. Acesso em: 24 set. 2018.

OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO

6 820 km

1. Compare o mapa acima com o mapa da página 85. A que conclusões se pode chegar sobre as taxas de mortalidade infantil no mundo e a localização dos países desenvolvidos e subdesenvolvidos? Possível resposta: os países subdesenvolvidos, sobretudo os localizados na África, apresentam as maiores taxas de mortalidade infantil.

Expectativa de vida

infantil e Expectativa de vida permitem trabalhar o tema contemporâneo Saúde da BNCC.

• Ao analisar aspectos sociais e econômicos de países, assim como as desigualdades sociais, pode-se trabalhar com a habilidade EF08GE20.

As elevadas taxas de mortalidade infantil revelam a precariedade das condições médico-sanitárias e a ineficiência dos planos de assistência às gestantes e aos recém-nascidos em muitas regiões do planeta. Essa situação faz parte da realidade de muitos países subdesenvolvidos.

AUSTRÁLIA ÁFRICA DO SUL

BNCC

• Os temas Mortalidade

A expectativa de vida é um indicador que mede o número estimado de anos que os indivíduos de uma população possivelmente viverão a partir de seu nascimento. Os resultados obtidos por meio desse indicador são diretamente influenciados pela qualidade de vida da população do país em questão, como as condições de nutrição, assistência à saúde, saneamento e abastecimento de água. O mapa abaixo mostra a diferença de expectativa de vida entre os países.

2. Em qual continente predomina a baixa expectativa de vida? No continente africano.

Fonte: Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento). Relatório de Desenvolvimento Humano 2016. Disponível em: <http://hdr.undp.org/sites/default/ files/2016_human_development_report.pdf>. Acesso em: 24 set. 2018.

E. Cavalcante

Expectativa de vida – 2015 OCEANO GLACIAL ÁRTICO

Círculo Polar Ártico

ESTADOS UNIDOS Trópico de Câncer

Equador

Acima de 75 De 60 a 75 De 50 a 60 Menos de 50 Dados não disponíveis

OCEANO ATLÂNTICO

ESPANHA

JAPÃO

CHINA

ISRAEL IRÃ

ÍNDIA SERRA LEOA

OCEANO PACÍFICO

Expectativa de vida (em anos) Trópico

RÚSSIA

NORUEGA

CANADÁ

BRASIL

de Capricórnio

ARGENTINA

Meridiano de Greenwich

Os países que apresentam uma elevada expectativa de vida geralmente destinam uma parte considerável de seu PIB para investimentos em saúde, lazer, saneamento e planos de assistência aos idosos, contribuindo, assim, para que seus habitantes tenham uma boa qualidade de vida.

OCEANO PACÍFICO

REP. DEMOCRÁTICA DO CONGO OCEANO ÍNDICO

AUSTRÁLIA N L

O

0

3 125

6 250 km

S

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Orientações gerais

Taxa de alfabetização

• Comente com os alu-

A taxa de alfabetização revela o percentual da população alfabetizada de um país, com idade igual ou superior a 15 anos. Em geral, a taxa de alfabetização, além de estar relacionada a programas públicos de educação, está diretamente ligada à renda familiar; portanto, países que apresentam renda menor consequentemente registram taxas de alfabetização reduzida. Veja no planisfério abaixo as taxas de alfabetização do mundo.

nos que além dos dados apresentados existe ainda o Índice de Progresso Social (IPS), que é um indicador que avalia o progresso social de um grupo, levando em consideração quesitos que compõem a qualidade de vida dos cidadãos.

E. Cavalcante

População alfabetizada – 2015 OCEANO GLACIAL ÁRTICO

Círculo Polar Ártico

•O

IPS é dividido em três eixos: necessidades básicas humanas, fundamentos para o bem-estar e oportunidades.

RÚSSIA

NORUEGA

CANADÁ ESTADOS UNIDOS

OCEANO ATLÂNTICO

Trópico de Câncer

ESPANHA

JORDÂNIA

IRÃ

JAPÃO

CHINA

• Incentive os alunos a analisar os planisférios apresentados, verificando os países com menores e maiores taxas de mortalidade infantil, expectativa de vida, alfabetização e IDH.

SERRA LEOA

OCEANO PACÍFICO

População BRASIL alfabetizada (em %) Trópico Acima de 95% de Capricórnio De 75% a 95% De 45% a 75%

ARGENTINA

Menos de 45% Dados não disponíveis

Meridiano de Greenwich

ÍNDIA Equador

OCEANO PACÍFICO 0°

OCEANO ÍNDICO AUSTRÁLIA ÁFRICA DO SUL

0

N L

O

3 410

6 820 km

S

Fonte: Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento). Relatório de Desenvolvimento Humano 2016. Disponível em: <http:// hdr.undp.org/sites/default/ files/2016_human_ development_report.pdf>. Acesso em: 24 set. 2018.

1. A que grupo (desenvolvidos ou subdesenvolvidos) pertencem os países que possuem as maiores taxas de alfabetização do mundo? Ao grupo de países

• Posteriormente, retome com eles o conteúdo discutido no início do capítulo, relembrando-os principalmente do imperialismo europeu e da DIT (Divisão Internacional do Trabalho). Traga para o debate os reflexos em dados e índices sociais de um desenvolvimento tardio que algumas colônias carregam até hoje, como é o caso, principalmente, da América Latina e da África.

desenvolvidos.

IDH: um índice que combina vários indicadores O IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) é um indicador desenvolvido pela ONU com o objetivo de mensurar o nível de desenvolvimento econômico e social de um país. Observe a seguir o planisfério que representa o IDH dos países. E. Cavalcante

IDH – 2015 OCEANO GLACIAL ÁRTICO

Círculo Polar Ártico

Equador OCEANO PACÍFICO Trópico de Capricórnio IDH dos países do mundo De 0,800 a 1 De 0,700 a 0,799 De 0,500 a 0,699 Até 0,499 Dados não disponíveis

OCEANO ATLÂNTICO OCEANO PACÍFICO Meridiano de Greenwich

Trópico de Câncer

0° OCEANO ÍNDICO

N L

O

0

3 410

6 820 km

S

Fonte: Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento). Relatório de Desenvolvimento Humano 2016. Disponível em: <http:// hdr.undp.org/sites/default/ files/2016_human_ development_report.pdf>. Acesso em: 24 set. 2018.

2. Observe os países com os piores IDHs. Compare com os mapas das páginas 86 e 87. Qual é a relação entre eles? Espera-se que os alunos percebam que há países onde os

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piores IDHs coincidem com os piores índices de mortalidade infantil, analfabetismo e renda per capita, isso porque o IDH utiliza essas variáveis para estabelecer um índice final.

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Capítulo 3

Segundo o Pnud, programa da ONU responsável pela elaboração e publicação desse índice, para saber o nível de desenvolvimento de um país é preciso muito mais que apenas o PIB: o cálculo do IDH também envolve aspectos sociais e culturais de uma população, como a expectativa de vida e a educação. Desse modo, para obter o IDH de um país, devem ser avaliados três aspectos:

IDH Renda per capita Ilustração: Estúdio Meraki

Expectativa de vida

Educação

• Ao final, peça a eles que façam uma análise do mapa temático construído e produzam um texto crítico acerca do que foi analisado.

Indica o nível de renda obtido pela população de um país e seu poder aquisitivo.

• Esta dinâmica contribui para o desenvolvimento da habilidade EF08GE18.

Mede a escolaridade da população por meio de indicadores de educação.

O valor do IDH O valor do IDH deve oscilar entre o valor mínimo (zero) e o máximo (1). O nível de desenvolvimento humano varia conforme o valor do IDH. Países que possuem IDH muito elevado, em geral, têm maior nível de desenvolvimento econômico e, por isso, conseguem oferecer melhor distribuição de renda, além de acesso à educação e à assistência médica de qualidade à sua população, atendendo com isso aos critérios necessários para alcançar melhores índices de desenvolvimento humano. Países que possuem IDH baixo costumam ser subdesenvolvidos e enfrentam inúmeras dificuldades decorrentes dos baixos investimentos nas áreas da saúde, do saneamento básico, da educação e da previdência social, entre outras. Parte da população desses países vive em precárias condições.

Classificação do IDH – 2015 1 0,9

Noruega (0,944) Alemanha (0,911)

0,8 Brasil (0,744) 0,7 Bolívia (0,650) 0,6 0,5

Índia (0,549) Paquistão (0,537)

0,4

Etiópia (0,408)

0,3

Nigéria (0,291)

0,2

Fonte: Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento). Relatório de Desenvolvimento Humano 2016. Disponível em: <http://www.br.undp.org/content/dam/ brazil/docs/RelatoriosDesenvolvimento/undp-br-2016-humandevelopment-report-2017.pdf>. Acesso em: 3 out. 2018.

• Para avaliar o conhecimento dos alunos sobre este tema, entregue a eles um mapa-múndi em preto e branco. Oriente-os a fazer uma classificação do IDH no mundo com base em pesquisa. Para isso, estabeleça previamente as variáveis: países com IDH alto (superior a 0,800) pintar da cor verde; países com IDH médio (0,500 a 0,799) pintar de amarelo, e países com baixo IDH (abaixo de 0,499) pintar de vermelho.

E. Cavalcante

Indica o número médio de anos vivido pela população de um país, o que revela a qualidade de vida e as condições de saúde dessa população.

Orientações gerais

0,1 0

Classificação do desenvolvimento humano Muito elevado de 0,800 a 1 Elevado de 0,700 a 0,799 Médio de 0,500 a 0,699 Baixo até 0,499

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Orientações gerais

Geografia

• Apresente

a tabela abaixo aos alunos para que eles reflitam sobre as distorções da realidade que o IDH pode apresentar. A tabela mostra os países com IDH elevado e alta porcentagem de pessoas com 25 anos ou mais com escolaridade inferior ao ensino secundário. Verifique se os alunos percebem que o alto IDH não é suficiente para que esses países tenham um grande número de pessoas com alto nível de escolaridade.

As aparências enganam

em foco

Embora o IDH seja um indicador importante para a análise do nível de desenvolvimento socioeconômico de um país, às vezes ele pode mascarar a realidade vivida por parte da população. Um exemplo disso é o IDH brasileiro que, em 2013, apresentou valor consideravelmente elevado em relação a 1980. As condições socioeconômicas do Brasil não condizem com o valor desse IDH.

IDH

Resposta

• Resposta pessoal. Es-

pera-se que os alunos respondam que não, pois muitas cidades brasileiras sofrem com problemas de falta de segurança, assim como não possuem saneamento básico.

• Explique também que o

O IDH no Brasil apresentou um aumento significativo, passando de 0,549 em 1980 para 0,754 em 2015.

Em 2015, a cada 1000 crianças nascidas no país, cerca de 15 delas morreram antes de completar um ano de vida. Nesse mesmo ano, a mortalidade infantil na Islândia foi de 2 crianças.

IDH trabalha com médias e esse tipo de informação numérica acaba mascarando dados extremos, como os piores e os melhores indicadores.

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 90.

Segundo o IBGE, em 2015 havia cerca de 18 milhões de pessoas não alfabetizadas. De acordo com a Unesco, o Brasil está entre os dez países do mundo com maior número de adultos analfabetos. Com essa colocação, o Brasil perde para países como Indonésia e Congo.

• Em sua opinião, se para o cálculo do IDH fossem levados em consideração as-

pectos como segurança e saneamento, o Brasil apresentaria um IDH elevado? Justifique sua resposta. Veja a resposta da questão nas orientações ao professor.

90

Fonte: Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento). Relatório de desenvolvimento humano 2016. Disponível em: <http://hdr.undp.org/ sites/default/files/2016_ human_development_ report.pdf>. Acesso em: 19 out. 2018.

País

Localização

IDH - 2015

Porcentagem da população com 25 anos ou mais, com escolaridade 11/12/18 inferior ao ensino secundário completo – 2015

Arábia Saudita

Oriente Médio

0,847

66

Kuwait

Oriente Médio

0,800

58

México

América do Norte

0,762

57

Brasil

América do Sul

0,754

58

9:56 AM

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Capítulo 3

Ainda que esse indicador revele uma boa qualidade de vida da população brasileira, é importante lembrarmos que o IDH é determinado com base em valores médios de apenas alguns indicadores, ou seja, a renda per capita, a educação e a expectativa de vida. O cálculo do IDH não utiliza, por exemplo, a criminalidade, a desigualdade na distribuição de renda e o saneamento básico, deixando, assim, de representar as reais condições de vida da população do país. Veja.

Orientações gerais

• Comente com os alunos que os municípios também utilizam o IDH como indicador econômico e social, o qual é denominado IDH-M. • Caso seja possível, encaminhe os alunos até o laboratório de informática e solicite que acessem o site do IBGE, disponível no link abaixo:

> IBGE Cidades. Dispo-

nível em: <http://livro. pro/f492h3>. Acesso em: 12 out. 2018.

• Em grupos, peça que façam uma análise dos dados econômicos e sociais do estado em que moram. Oriente-os a registrar as análises no caderno.

De acordo com o Índice de Progresso Social, que mede os níveis de segurança pessoal, o Brasil está indicado como o 46o país mais inseguro, de um total de 132 países analisados em 2014.

• Em seguida, oriente-os a analisar os demais estados e classificar quais deles apresentam melhores índices.

• Ao final, realize uma roda de conversa com os alunos para que possam expor suas análises. Incentive a participação de todos eles.

No Brasil, 22% da população não possui condições mínimas de saneamento, ao passo que no Chile esse problema atinge 4% dos habitantes.

Ilustração: Estúdio Meraki

Em 2015, cerca de 3% da população brasileira vivia com menos de 1,25 dólares por dia, enquanto no Uruguai esse índice é de apenas 0,1%.

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Atividades

Orientações gerais

• Associe, com os alunos, os conteúdos abordados até o momento, relacionando a Primeira, a Segunda e a Terceira Revoluções Industriais ao desenvolvimento econômico de alguns países. Questione a relação das inovações tecnológicas representadas com o assunto tratado neste capítulo. A seguir, sugerimos algumas questões que podem incentivar os alunos a refletir.

2. O IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) é um indicador desenvolvido pela ONU com o objetivo de mensurar o nível de desenvolvimento socioeconômico de um país. Para o cálculo do IDH são utilizados os seguintes dados: expectativa de vida, taxa de analfabetismo e renda per capita.

Exercícios de compreensão

1. De acordo com o que foi apresentado, como se caracteriza a distribuição da ri17% da população concentra 49 trilhões de dólares, ou seja, mais da metade do queza mundial? Apenas rendimento da economia mundial, que está em 81 trilhões de dólares. 2. Explique o que é IDH e que indicadores são utilizados para o cálculo desse índice. 3. De acordo com o que você estudou até aqui, é possível afirmar que, por meio dos valores do IDH, podemos identificar algumas características socioeconômicas de um país? Explique sua resposta. 4. Crie uma charge, ilustração ou símbolo que retrate a desigualdade socioeconômica do mundo atual. Resposta pessoal. Verifique se o que foi elaborado pelos alunos está coerente com

> Por que o uso de cartões

magnéticos pode acelerar o fluxo de capitais?

OCEANO GLACIAL ÁRTICO

> Como as imagens di-

gitais podem facilitar alguns tipos de trabalho?

E. Cavalcante

a atividade proposta. Estimule a participação de todos. Monte um painel com as atividades dos alunos. 3. Sim. Países que possuem IDH baixo, em geral, são os que enfrentam inúmeras dificuldades decorrentes dos baixos Geografia no contexto investimentos, por exemplo, na área de saúde, saneamento básico, educação e previdência social. Já os países que possuem IDH muito elevado geralmente atingiram níveis superiores de desenvolvimento econômico e oferecem, 5. Observe o mapa a seguir. já para a sua população, acesso à educação e à assistência médica de qualidade.

Círculo Polar Ártico

> Além das ligações, co-

RÚSSIA

mo os celulares podem facilitar a comunicação entre as pessoas?

FRANÇA ESTADOS UNIDOS

• Para trabalhar com o

> Tecnologia. Exame.

Disponível em: <http:// livro.pro/j6vhra>. Acesso em: 12 out. 2018. > Superinteressante.

Disponível em: <http:// livro.pro/v3bcxp>. Acesso em: 12 out. 2018.

OCEANO ATLÂNTICO

CHINA ARÁBIA SAUDITA

MÉXICO

OCEANO PACÍFICO IN

Trópico de Capricórnio N L

OCEANO PACÍFICO

S

2 680

5 360 km

ARGENTINA

DO

OCEANO ÍNDICO

BRASIL

0

ÍNDIA

NIGÉRIA

Equador

O

JAPÃO

IRÃ

Trópico de Câncer

Meridiano de Greenwich

tema contemporâneo Ciência e tecnologia, solicite que realizem uma pesquisa na internet sobre as novidades tecnológicas que estão sendo lançadas e que em breve se tornarão comuns no dia a dia das pessoas. Se preferir, divida os alunos em pares, determinando que cada dupla busque informações sobre uma inovação em específico. Organize um painel de exposição com os resultados obtidos. Sugira aos alunos que busquem informações em sites de revistas como os apresentados a seguir.

REINO UNIDO

CANADÁ

NÉSIA

AUSTRÁLIA

ÁFRICA DO SUL

A B

Fonte: ROSS, Jurandyr L. S. (Org.). Geografia do Brasil. São Paulo: Edusp, 1995. p. 285.

5. b) A letra A representa os países desenvolvidos ou ricos, e a letra B representa os países subdesenvolvidos ou pobres. O título deve envolver regionalização dos países do mundo em desenvolvidos e subdesenvolvidos ou ricos e pobres.

a ) Qual regionalização o mapa acima representa?

O mapa apresenta a regionalização de países desenvolvidos e subdesenvolvidos, de países ricos e pobres.

b ) No caderno, produza uma legenda e um título para o mapa acima, escrevendo o que significam a letra A e a letra B. c ) De qual região representada no mapa o Brasil faz parte? O Brasil faz parte dos países subdesenvolvidos e pobres.

d ) Explique por que a regionalização Norte e Sul não pode classificar os países como desenvolvidos e subdesenvolvidos. Porque não leva em conta a situação socioeconômica dos países do mundo.

6. Quais características um país deve apresentar para ser considerado desenvolvido?

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Para ser considerado desenvolvido, um país deve possuir um elevado nível de desenvolvimento econômico e oferecer boa qualidade de vida à sua população, como elevada renda per capita e baixa mortalidade infantil, além de ser gerador de riquezas e, em geral, possuir um diversificado parque industrial.

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Capítulo 3

Países desenvolvidos

A concentração de riquezas em países desenvolvidos ocorre porque, de maneira geral, são esses que dominam o sistema produtivo global, ou seja, controlam os fluxos internacionais de mercadorias e capitais, comandam os principais polos de poder e ainda estão à frente das principais discussões geopolíticas mundiais, envolvendo não somente questões políticas e econômicas, mas também ambientais e militares.

• Comente com os alunos que, na era do capitalismo científico-informacional, o mundo é movido por um conjunto de redes que articulam e organizam os territórios em fluxos, que são representados pelo movimento constante de mercadorias, pessoas, informações, capitais e energia.

36% 64%

Nos países desenvolvidos, uma parte significativa do PIB é investida em serviços públicos que beneficiam a qualidade de vida da população. Entre esses serviços, o acesso ao saneamento básico de qualidade, à água tratada, à iluminação pública e à rede de transportes eficiente.

Riqueza gerada pelos países desenvolvidos Riqueza gerada pelos países subdesenvolvidos Fonte: The World Bank. Gross domestic product 2016. Disponível em: <http://databank.worldbank.org>. Acesso em: 24 set. 2018.

emasali stock/Shutterstock.com

A elevada renda per capita dos países desenvolvidos permite a sua população ter um elevado nível de consumo de produtos e serviços, além da aquisição de moradias adequadas e de educação de qualidade, entre outros benefícios.

Keithy Mostachi

A maior parte dos países desenvolvidos corresponde às nações mais ricas e industrializadas do mundo, ou seja, são países que possuem renda elevada e, na maioria das vezes, contam com um complexo parque industrial. Além disso, caracterizam-se como sociedades de consumo, em que a população conta com amplo e diversificado mercado de bens e serviços. Embora nos países desenvolvidos vivam apenas cerca de 17% Riqueza mundial – 2016 da população mundial, são esses países que detêm mais da metade de toda a riqueza gerada no mundo. Veja o gráfico ao lado.

Orientações gerais

Mulher fazendo compras em um supermercado na cidade de Kehl, Alemanha, 2018.

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Orientações gerais

Os investimentos na área social também têm contribuído para prolongar os anos de vida da população dos países desenvolvidos. Geralmente, nessas nações, as pessoas vivem mais e com melhor qualidade de vida, diferente do que ocorre com a população dos países subdesenvolvidos. A expectativa de vida da população de países ricos, como a Inglaterra, pode ultrapassar 80 anos, enquanto em alguns países subdesenvolvidos, como Moçambique, não ultrapassa os 55 anos.

• Em continuação ao trabalho com o tema Países desenvolvidos, iniciado na página anterior, apresente um trecho da manchete destacada abaixo, a qual menciona como a grande potência japonesa investe em educação.

A longevidade verificada no mundo desenvolvido é muitas vezes promovida pela qualidade dos serviços médico-hospitalares e, sobretudo, pelos eficientes planos de assistência aos idosos, com elevadas aposentadorias e projetos sociais integradores. Howard Lipin/San Diego Union-Tribune/ZUMA Wire/Fotoarena

Como o Japão conseguiu dar educação de qualidade a ricos e pobres De acordo com dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Japão é o país com o maior nível de igualdade na educação, quando comparado a outros países com índices de desenvolvimento similar. No país asiático, a grande maioria dos estudantes das classes sociais mais baixas tem acesso a educação de qualidade equivalente àqueles de classes sociais mais altas – segundo dados da própria OCDE, apenas 9% da variação de desempenho entre os alunos é ocasionada por diferenças socioeconômicas. [...]

A fotografia apresenta uma pessoa idosa sendo vacinada na Califórnia, Estados Unidos, 2017.

A tabela abaixo traz os dados socioeconômicos de alguns países desenvolvidos.

BASSO, Murilo. Como o Japão conseguiu dar educação de qualidade a ricos e pobres. Gazeta do Povo, 20 nov. 2017. Disponível em: <www.gazetadopovo.com. br/educacao/como-o-japaoconseguiu-dar-educacao-dequalidade-a-ricos-e-pobres5gpf9jejr8vevt1cbf31h80nf>. Acesso em: 12 out. 2018.

País

IDH – 2015

Renda per capita (em US$) – 2016

PIB (em bilhões de US$) – 2016

Expectativa de vida (em anos) – 2015

Mortalidade infantil (por mil nascidos vivos) – 2015-2020

Estados Unidos

0,920

57 638

18 624

79

5

Alemanha

0,926

42 161

3 478

81

2

Reino Unido

0,909

40 367

2 648

81

3

Japão

0,903

38 901

4 940

84

2

França

0,897

36 857

2 465

82

3

Itália

0,887

30 661

1 859

83

2

Fontes: Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento). Relatório de Desenvolvimento Humano 2016. Disponível em: <http://hdr.undp.org/sites/default/files/2016_human_development_report.pdf>. The World Bank. Disponível em: <http://databank.worldbank.org>. United Nations. World Population Prospects. Disponível em: <https://population.un.org/wpp/DataQuery/>. Acessos em: 2 out. 2018.

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em foco

Capítulo 3

Geografia

O desemprego e a pobreza no mundo desenvolvido

Vários países desenvolvidos, como Estados Unidos, Japão, Alemanha e Inglaterra, também apresentam problemas sociais e econômicos — fome, pobreza e desemprego —, entretanto em menores proporções que os países subdesenvolvidos. Parte da população pobre desses países, que não possui recursos financeiros suficientes para adquirir moradia, alimentação e saúde adequadas, vive em péssimas condições em bairros da periferia ou nas ruas das áreas urbanas.

• Para complementar o estudo a respeito da desigualdade social nos países desenvolvidos, acesse a reportagem sugerida a seguir. Aproveite para ampliar seus conhecimentos e debater as informações com os alunos. > Desigualdade subiu nos países desenvolvidos e cortou crescimento. O Globo. 8 dez. 2014. Disponível em: <http://livro. pro/xg3vjc>. Acesso em: 27 out. 2018.

Philip Pilosian/Shutterstock.com

A partir da década de 1990, em razão do fortalecimento da política neoliberal nos países desenvolvidos, houve uma gradativa diminuição da intervenção do Estado nas áreas sociais e econômicas. Esse fato contribuiu para o aumento do desemprego e da pobreza em várias dessas nações. Apesar disso, os índices de desemprego desses países são considerados baixos quando comparados com países que apresentam baixos índices de desenvolvimento socioeconômico.

Orientações gerais

Na fotografia, homem em situação de rua na cidade de Los Angeles, Estados Unidos, 2018.

A supremacia econômica das nações desenvolvidas está atrelada ao expressivo desenvolvimento industrial. As modernas indústrias presentes atualmente nesses países são frutos da Revolução Industrial iniciada na Inglaterra no século XVIII e, posteriormente, seguida por outros países, como Alemanha, Bélgica, França, Holanda e Estados Unidos. O processo de industrialização ocorrido nesses países promoveu a criação de diversos parques industriais, que, no decorrer do tempo, passaram a incorporar gradativamente técnicas de produção cada vez mais sofisticadas. Um fator que, sem dúvida alguma, contribuiu para o crescimento e para a diversificação do parque industrial do mundo desenvolvido foram os grandes investimentos feitos em pesquisas científicas e tecnologias de última geração, como a robótica, a biotecnologia e a microeletrônica, áreas que posicionam esses países na vanguarda dos processos industriais. Política neoliberal: política adotada em vários países, na qual há liberdade de mercado e limitada intervenção do Estado, sobretudo nas relações econômicas.

Alexander Tolstykh/Shutterstock.com

A economia dos países desenvolvidos

Na fotografia, unidade industrial responsável pela produção de componentes eletrônicos em Hannover, Alemanha, 2018.

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Orientações gerais

Em razão do elevado nível industrial e tecnológico, os países desenvolvidos exercem um tipo de domínio sobre os países subdesenvolvidos. Por não possuírem uma expressiva produção industrial de elevada tecnologia capaz de abastecer o consumo interno, grande parte dos países subdesenvolvidos se vê obrigada a importar produtos industrializados dos países desenvolvidos, como equipamentos eletrônicos, medicamentos (remédios e vacinas), ferramentas e máquinas, além Exportações mundiais de alguns tipos de insumos agrícolas. Note no gráfico ao lado que de mercadorias – 2016 mais da metade do comércio mundial é dominada pelas nações desenvolvidas.

• Chame a atenção dos

alunos para o fato de que entre as nações desenvolvidas o Japão e os Estados Unidos se destacam nas exportações mundiais.

• Comente que os bens

44% 56%

Exportações (em %)

Keithy Mostachi

de produção são um dos principais tipos de indústrias de bens de capital e bens de produção, em que a primeira transforma o que é produzido pelas indústrias de base em máquinas ou outras ferramentas, e a segunda é a base do setor industrial por meio da extração de matérias-primas.

Países desenvolvidos Países subdesenvolvidos

O expressivo crescimento das atividades industriais e a variedade de tipos de indústrias encontradas nos países desenvolvidos têm propiciado a formação dos mais sofisticados e complexos parques industriais do mundo moderno. Atualmente, esses parques industriais abrigam extensas áreas especializadas em tecnologia avançada e em centros de pesquisa e desenvolvimento, os quais produzem, principalmente, equipamentos de alta tecnologia, produtos farmacêuticos e bens de produção. Fonte: United Nations Conference on trade and Development. Disponível em: <http://unctadstat.unctad.org/wds/ReportFolders/reportFolders.aspx>. Acesso em: 25 set. 2018.

Os países desenvolvidos não são iguais Devemos sempre estar atentos ao fato de que o conjunto de países desenvolvidos não é composto por países que possuem o mesmo desenvolvimento econômico. Embora certas características, como o elevado padrão de vida, sejam comuns ao grupo de países, o nível de desenvolvimento industrial é muito diferente entre eles. Portugal e Espanha, por exemplo, mesmo pertencendo ao grupo de países desenvolvidos, apresentam atividade industrial menos desenvolvida se comparada aos níveis de desenvolvimento tecnológico do setor secundário de outros países, como Japão, Alemanha e Estados Unidos. Observe o gráfico e compare a diferença do valor da riqueza gerada pela atividade industrial em 2016 (em bilhões de US$) entre os países.

Estúdio Meraki

Riqueza industrial dos países desenvolvidos – 2016 Espanha 264 França (4%) 433 (6%)

Alemanha 955 (14%) Japão 1 450 (22%)

Portugal 40 (1%)

Bem de produção: bem que servirá de base para fabricar produtos por outras indústrias.

Estados Unidos 3 516 (53%) Fonte : The World Bank. Disponível em: <http://databank. worldbank.org/data/reports. aspx?source=worlddevelopment-indicators#>. Acesso em: 10 out. 2018.

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Capítulo 3

Países subdesenvolvidos Historicamente, esses países foram submetidos a uma condição de subordinação tecnológica, política, financeira e até mesmo militar em relação aos países desenvolvidos. As más gestões do governo, a corrupção, assim como a falta de investimentos em setores de tecnologia, educação, infraestrutura e saúde também são entraves ao crescimento e ao desenvolvimento desses países. Essas condições vêm contribuindo para que, cada vez mais, o mundo subdesenvolvido se encontre à margem das principais decisões políticas e econômicas internacionais. Dessa forma, a economia do mundo subdesenvolvido apresenta baixo nível de desenvolvimento industrial e tecnológico e está voltada, sobretudo, às atividades primárias, ou seja, à produção de gêneros agropecuários e minerais, que no mercado Na fotografia, pessoas aguardam em fila por internacional não adquirem elevado valor atendimento médico em Fortaleza (CE), 2018. como os produtos industrializados.

Delfim Martins/Pulsar Imagens

O mundo subdesenvolvido corresponde à maior parte dos países e da população do mundo, no entanto, apropriam-se da menor parte das riquezas mundiais.

• A fim de complementar o estudo a respeito do desenvolvimento e do subdesenvolvimento de alguns países, leia o texto sugerido a seguir. Ele pode ampliar seus conhecimentos, análises e reflexões sobre o nível de desenvolvimento dos países e a trajetória histórica desse índice assim como mencionar projeções futuras. Se considerar pertinente, apresente trechos ou dados desse texto para serem debatidos com os alunos. > Pnud Brasil. Desenvolvimento humano – passado, presente e futuro. Disponível em: <http:// livro.pro/h3y8fu>. Acesso em: 27 out. 2018.

Os baixos investimentos no desenvolvimento industrial refletem-se diretamente na forte dependência tecnológica que os países subdesenvolvidos têm em relação aos produtos industrializados de alta tecnologia produzidos no mundo desenvolvido. Evolução da dívida externa dos países subdesenvolvidos – 1970-2016 Keithy Mostachi

Por causa das constantes necessidades de empréstimos de capital internacional, os países subdesenvolvidos vêm acumulando, ao longo do tempo, um volumoso saldo devedor com os países desenvolvidos e as instituições financeiras internacionais, como o Banco Mundial e o FMI (Fundo Monetário Internacional). Esse saldo devedor é expresso na dívida externa contraída por grande parte dos países subdesenvolvidos. Observe o gráfico ao lado.

Orientações gerais

Dívida (em bilhões - US$) 6 500 6 000 5 500 5 000 4 500 4 000 3 500 3 000 2 500 2 000 1 500 1 000 500 0 1970

1980

1990

2000

2010

2016 Anos

Fonte: The World Bank. Disponível em: <http:// databank.worldbank.org/data/ views/reports/tableview.aspx>. Acesso em: 26 out. 2018.

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Orientações gerais

A falta de maiores investimentos em áreas sociais reflete-se na baixa qualidade de vida de grande parte da população do mundo subdesenvolvido. É possível verificar esse fato observando os indicadores presentes na tabela a seguir.

• O texto a seguir pode

complementar as discussões acerca do tema.

Países subdesenvolvidos industrializados

IDH – 2015

Renda per capita (em US$) – 2016

Expectativa de vida (em anos) – 2015

Mortalidade infantil (por mil nascidos vivos) – 2015-2020

Timor Leste

0,605

1 405

69

34

Senegal

0,494

953

67

34

Togo

0,487

579

60

50

Libéria

0,427

455

61

47

Guiné-Bissau

0,424

642

56

70

Chade

0,396

664

52

81

Fontes: Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento). Relatório de Desenvolvimento Humano 2016. Disponível em: <http://hdr.undp.org/sites/default/files/2016_human_development_report.pdf>. The World Bank. Disponível em: <http://databank.worldbank.org>. United Nations. World Population Prospects. Disponível em: <https://population.un.org/wpp/DataQuery/>. Acessos em: 2 out. 2018.

Os indicadores nos revelam, por exemplo, a falta de investimentos significativos nas áreas de saúde, sobretudo em medidas médico-sanitárias e campanhas de vacinação. Esse problema reflete-se nas elevadas taxas de mortalidade infantil e também a baixa expectativa de vida. Além disso, a baixa renda per capita de grande parte da população desses países não é suficiente para suprir as necessidades básicas de alimentação, ou seja, a ingestão mínima de calorias diárias.

dave stamboulis/Alamy/Fotoarena

[...] não é a maior ou menor quantidade de indústrias que define o subdesenvolvimento, e sim esses dois elementos tão interligados: a dependência econômica e as grandes desigualdades sociais. Existem atualmente alguns países do Terceiro Mundo, como a África do Sul, Formosa, Coreia do Sul, o México e o Brasil (além de outros), onde a atividade industrial assumiu maior importância que as atividades agrícolas e as extrativas. São países onde a maioria da população vive nas cidades e não mais no campo e onde a classe dominante – a que possui maior poderio econômico e maior influência sobre o governo – é composta principalmente pelo empresariado urbano (banqueiros, industriais, diretores de empresas estrangeiras e de grandes empresas estatais) e não mais pelos fazendeiros e comerciantes exportadores, como ocorria no passado. Mas o fato de serem nações industrializadas não significa que estes países superaram a situação de subdesenvolvimento. Pelo contrário: as empresas mais lucrativas na economia desses países são, normalmente, filiais de empresas estrangeiras e remetem boa parte dos lucros ao exterior. Seus melhores solos agrícolas destinam-se não ao cultivo de alimentos para sua população, mas à produção de gêneros de exportação – pois estão quase todos endividados e necessitam multiplicar suas exportações para tentarem pagar suas dívidas. As desigualdades sociais nesses países são bem acentuadas, tendo geralmente se agravado mais ainda com a industrialização: grande parte de suas indústrias são

País

A baixa qualidade de vida da população a torna mais suscetível a contrair doenças relacionadas à precariedade de serviços, especialmente no que se refere a tratamento de água e esgoto. Portanto, nos países pobres está registrada a maior ocorrência de doenças endêmicas do mundo, como a cólera, a esquistossomose, a hepatite viral, a leptospirose, entre outras. Outro fator agravante do quadro social é a elevada concentração de renda. Nesses países, uma parcela reduzida da população detém a maior parte da riqueza gerada, enquanto uma multidão de pessoas divide a menor parte dessa riqueza. A má distribuição de renda gera alto índice de pobreza, criminalidade, falta de moradias, entre outros problemas. Mulher em situação de rua pede ajuda em Katmandu, capital do Nepal, 2017.

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multinacionais e lá se instalam em razão da mão de obra g20_ftd_lt_8vsg_c3_p096a105.indd 98 barata (baixos salários) e outras facilidades (remessa de lucros, terrenos baratos, empréstimos facilitados, impostos reduzidos, ausência de um controle rigoroso da poluição etc.). Portanto, a expressão “país subdesenvolvido

industrializado” não é absurda; pelo contrário, é correta,11/9/18 pois industrialização não deve ser confundida com desenvolvimento. [...]

2:39 PM

RUA, João et al. Para ensinar geografia: contribuição para o trabalho com 1o e 2o graus. Rio de Janeiro: Access, 1993. p. 65-66.

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Capítulo 3

As diferenças entre os países subdesenvolvidos Quando falamos de países subdesenvolvidos, não podemos esquecer que as características econômicas, demográficas e sociais variam muito de um país para outro. Isso quer dizer que, tanto no que se refere aos indicadores econômicos quanto no que se refere à qualidade de vida da população, existem grandes diferenças. Observe na tabela abaixo os indicadores socioeconômicos de alguns países subdesenvolvidos. PIB (em bilhões de US$) – 2016

Renda per capita (em US$) – 2016

Brasil

1 796

8 650

Índia

2 264

1 710

México

País

Taxa de analfabetismo (em %) – 2015

IDH – 2015

7

0,754

28

0,624 0,648

1 047

8 209

6

Bangladesh

221

1 359

38

0,579

Serra Leoa

4

505

52

0,420

Fontes: Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento). Relatório de Desenvolvimento Humano 2016. Disponível em: <http://hdr.undp.org/sites/default/files/2016_human_development_report. pdf>. The World Bank Disponível em: <www.worldbank.org>. Acessos em: 2 out. 2018.

1. Os países subdesenvolvidos apresentados na tabela têm os mesmos indicadores socioeconômicos? Converse com os colegas sobre essas diferenças.

Orientações gerais

• Ao abordar o tema Dívida externa, comente com os alunos que países desenvolvidos também possuem dívida externa. A Grécia, por exemplo, em 2015, tinha uma dívida de 320 bilhões de euros. Já Portugal tem uma dívida de 410 milhões de euros.

Aproveite o contexto desta questão para promover uma roda de conversa com os alunos sobre as diferenças entre os indicadores socioeconômicos dos países grupo (subde- subdesenvolvidos.

Embora os países apresentados na tabela façam parte do mesmo senvolvido), todos eles apresentam realidades bem distintas entre si. O Brasil, a Índia e o México, por exemplo, são países subdesenvolvidos, porém com o maior desenvolvimento econômico, sobretudo, no setor industrial e, por isso, com maior geração de riqueza. Já Bangladesh e Serra Leoa apresentam como principal produto de exportação a produção agrária e expõem indicadores socioeconômicos inferiores aos de outros países subdesenvolvidos. Em comum, os países citados na tabela acima apresentam intensa concentração de renda nas mãos de uma minoria, deficiência de investimentos em áreas sociais e condições precárias onde vive parte significativa de sua população.

Dívida externa A dívida externa, além de causar a dependência econômico-financeira dos países mais pobres em relação aos países mais ricos, constitui uma barreira para o desenvolvimento. Isso porque a parcela do PIB destinada ao pagamento dos juros e das parcelas da dívida poderia ser investida em programas de melhoria da qualidade de vida da população, como educação, saúde, moradia ou ainda no desenvolvimento tecnológico do parque industrial. Veja na tabela abaixo informações da dívida externa de alguns países subdesenvolvidos. % do PIB destinado Dívida externa PIB (em milhões ao pagamento dos (em milhões de dólares) – juros da dívida de dólares) – 2016 externa 2016

País Guiné-Bissau

1 295

1 165

Indonésia

316 431

932 259

1,2

Marrocos

46 265

103 606

11,2

16 323

27 424

1,5

Paraguai

0,1

Fonte: The World Bank. Disponível em: <www.worldbank.org>. Acesso em: 26 nov. 2014.

2. Verifique na tabela quanto cada país destina do seu PIB para o pagamento da dívida externa. A que conclusão você chegou?

Resposta pessoal. Verifique se a conclusão dos alunos está de acordo com a atividade proposta.

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Orientações gerais

Países emergentes

• Para

avaliar o conteúdo acerca dos países desenvolvidos, subdesenvolvidos e emergentes, proponha algumas atividades aos alunos. Sugerimos dividi-los em grupos de aproximadamente quatro integrantes e propor a cada grupo que realize um produto final diferente com a mesma temática, tais como: mapa conceitual, charge, poema crítico, uma história em quadrinhos (HQ), um jogo, entre outros. Dessa forma, pode-se trabalhar com diferentes gêneros textuais, que abrangem a competência específica de Ciências Humanas 7.

Nas últimas décadas, o mundo tem presenciado a ascensão econômica e política de um grupo de países que, historicamente, apresentaram características bem diferentes das nações que, até então, exerceram a supremacia econômica no cenário mundial. Denominados países emergentes, essas nações, embora apresentem traços marcantes de subdesenvolvimento, como graves problemas sociais e concentração de renda, nas últimas décadas, vêm apresentando características de economias industrializadas. O crescimento econômico dos países emergentes e a relativa estabilidade econômica deles vêm atraindo cada vez mais fluxos internacionais de investimentos para seus territórios. Um dos principais grupos de países emergentes atualmente é denominado Brics, acrônimo que corresponde às letras iniciais de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (South Africa). O status obtido por esses países, em parte, deve-se ao elevado crescimento econômico e à melhora significativa nas condições de vida de sua população. Ao adquirir maior capacidade de compra, esse contingente populacional impulsionou o crescimento de vários setores da economia. Assim, a maioria dos países emergentes, nos últimos anos, passou a buscar sua autossuficiência, investindo não somente no mercado interno, mas também na promoção de uma política de exportação. PIB dos países do Brics – 2016 Atualmente, o Brics responde por aproximadamente 23% do PIB mundial. No início da década de 1990, esses países correspondiam a apenas 8% da riqueza do mundo.

PIB (em bilhões - US$)

• Ao

final, reserve um tempo para que todos os grupos possam apresentar as atividades. Caso julgue necessário, a atividade poderá ser realizada em conjunto com os professores de Arte e Língua Portuguesa.

12 000

11 199

10 000 8 000 6 000 4 000 2 263

PIB/Alamy/Fotoarena

Renan Fonseca

2 000 0

China

Índia

1 796 Brasil

1 283

295

Rússia África do Sul Países

Fonte: The World Bank. Disponível em: <http://databank.worldbank.org>. Acesso em: 26 set. 2018.

Associado a esses fatores, muitos países emergentes estimularam a entrada de novos investidores externos na economia nacional. Para isso, dispõem de matéria-prima para as indústrias e também de recursos energéticos existentes em seu território. A China, em especial, tem criado estratégias para atrair investimentos estrangeiros diretos, dispondo de mão de obra barata e abundante para esse fim. Nesse sentido, os países emergentes assumem um novo papel na DIT (Divisão Internacional do Trabalho), deixando de ser países à margem do comércio internacional para se tornarem importantes países industrializados, criadores de novos produtos e tendências. Na fotografia, líderes políticos dos países que compõem o Brics, em reunião ocorrida em Goa, Índia, 2016.

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Encontro com... História

Integrando saberes

• Converse com o professor de História para desenvolverem uma atividade em que os alunos percebam que o subdesenvolvimento é resultado de um longo processo de exploração.

As raízes do subdesenvolvimento O subdesenvolvimento não constitui um fato novo; ao contrário, ele é decorrente das relações de exploração, sobretudo por meio de trocas comerciais desiguais entre as metrópoles e suas colônias. Com as Grandes Navegações, várias metrópoles europeias, como Portugal e Espanha, passaram a dominar colônias localizadas na América, na África e na Ásia.

• Peça a eles que aprofundem um pouco mais a discussão sobre o que eram as metrópoles e como elas foram substituídas pelas oligarquias.

Essa exploração aconteceu por meio de um comércio mundial, pois cabia às colônias o fornecimento de recursos naturais, ou seja, matérias-primas, como prata, ouro e madeira, além de diversos outros tipos de produtos vegetais. Já às metrópoles cabia a obtenção de elevados lucros com o fornecimento de produtos manufaturados de maior valor, como louças, armas, ferramentas e tecidos. Esse tipo de relação comercial impossibilitou muitas colônias de desenvolverem sua economia interna, forçando-as, com isso, a criar vínculos de dependência com suas antigas metrópoles europeias. Sabendo disso, é possível perceber que atualmente grande parte dos países subdesenvolvidos constituiu, no passado, antigas colônias exploradas por suas metrópoles.

• Retomem a explicação sobre colônias de exploração e colônias de povoamento e promovam um debate entre os alunos, incentivando-os a refletir sobre as consequências dos diferentes modelos de colonização praticados pelos países europeus a partir do século XVI.

Biblioteca Municipal Mário de Andrade, São Paulo

No entanto, algumas metrópoles promoveram o desenvolvimento interno de suas colônias e esses territórios acabaram por constituir países desenvolvidos, como é o caso dos Estados Unidos, Austrália e Canadá.

Além de explorar os recursos naturais da colônia, as metrópoles exploraram e dominaram vários povos nativos. Esse domínio exercido pelos colonizadores, em parte, foi responsável pela escravidão que dizimou muitos desses povos. No Brasil, diversos povos indígenas foram sacrificados durante o período colonial. A imagem ao lado, do artista Jean-Baptiste Debret, produzida no ano de 1834, mostra a captura de indígenas no século XVI no Brasil.

• Para estimular o debate, questione os alunos se o subdesenvolvimento atual do Brasil pode ser considerado decorrente apenas da situação de exploração do passado ou se existem outras causas para essa situação.

Além do desigual comércio mundial, a formação de uma elite nas colônias, que, para manter seu enriquecimento, aliava-se às potências colonizadoras, contribuiu para o crescimento das condições de subdesenvolvimento. Sob a orientação das metrópoles, as elites, também denominadas oligarquias, organizavam e comandavam a exploração dos territórios colonizados e, em troca, recebiam privilégios, como a posse de terras e minas e, ainda, o domínio de grande parte da renda que permanecia em poder das colônias.

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Os blocos econômicos

Orientações gerais

• Solicite aos alunos que

Além da regionalização do mundo em países desenvolvidos e subdesenvolvidos, a definição de grandes blocos econômicos constitui uma outra maneira de regionalizar o espaço geográfico mundial.

observem a localização dos blocos econômicos no mapa desta página e que leiam na página 103 algumas das principais informações sobre esses blocos.

A expansão do sistema econômico capitalista pelo mundo ampliou o comércio mundial e, consequentemente, aumentou os fluxos de mercadorias, pessoas e capitais entre as diferentes regiões do planeta. A fim de conquistar cada vez mais espaço no comércio internacional, muitos países passaram a se unir e a formar grandes blocos econômicos.

• Se

considerar interessante, organize uma tabela dos blocos econ ô mi co s d o m u n d o, com os nomes de seus participantes, contendo algumas características socioeconômicas que fazem parte de cada bloco, e apresente aos alunos. Em seguida, realize uma discussão com base nos dados apresentados e, posteriormente, apresente a atividade proposta a seguir.

A formação dos blocos econômicos ocorre mediante acordos comerciais que preveem a queda de algumas barreiras alfandegárias internas, isto é, os produtos passam a circular entre as fronteiras nacionais dos países-membros sem pagar impostos ou pagando uma taxa mínima. Dessa maneira, os artigos importados dos países-membros de um mesmo bloco chegam aos consumidores a um preço mais barato, favorecendo o comércio entre as empresas do interior do bloco. Os blocos econômicos procuram se beneficiar economicamente no cenário internacional por meio da ampliação das relações comerciais entre seus membros e deles com outras regiões do mundo. Além disso, visam à integração econômica para o desenvolvimento conjunto dos países-membros, bem como à redução da influência das economias externas sobre eles. A partir do final do século XX, vários blocos se difundiram por todo o planeta. Veja no mapa abaixo a localização e a distribuição dos principais blocos econômicos do mundo.

> Entre os blocos, qual

tem maior geração de riquezas?

Principais blocos econômicos do mundo – 2013

> É possível afirmar que

OCEANO GLACIAL ÁRTICO

os países-membros de cada bloco econômico possuem as mesmas características econômicas? Justifique sua resposta.

Círculo Polar Ártico RÚSSIA ALEMANHA FRANÇA

ESTADOS UNIDOS

> Identifique em cada

Trópico de Câncer

um dos blocos econômicos qual país apresenta o menor IDH e qual apresenta o maior IDH.

JAPÃO

CHINA

OCEANO ATLÂNTICO

LÍBIA

ARÁBIA SAUDITA

Equador

VENEZUELA 0º

OCEANO PACÍFICO

BRASIL

OCEANO ÍNDICO

CHILE

N L

O

Círculo Polar Antártico

S

0

2 345

Meridiano de Greenwich

BOLÍVIA Trópico de Capricórnio

E. Cavalcante

OCEANO PACÍFICO COSTA RICA

AUSTRÁLIA ÁFRICA DO SUL

OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO

4 690 km

UE - União Europeia CEI - Comunidade dos Estados Independentes Nafta - Acordo de Livre Comércio da América do Norte Mercosul - Mercado Comum do Sul CAN - Comunidade Andina das Nações

SADC - Comunidade para o Desenvolvimento da África do Sul Cedeao - Comunidade Econômica dos Estados do Oeste Africano MCA - Mercado Comum Árabe MCCA - Mercado Comum Centro-Americano Apec - Comunidade Econômica da Ásia e do Pacífico

Fonte: SIMIELLI, Maria Elena Ramos. Geoatlas. 34. ed. São Paulo: Ática, 2013. p. 21.

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NAFTA

Capítulo 3

Atualmente, a maior parte dos países faz parte de algum bloco econômico e se relaciona com outros países por meio desses acordos, conforme os diferentes níveis de integração. Veja a seguir algumas características dos principais blocos econômicos do mundo e conheça os diferentes níveis de integração dos blocos econômicos mundiais.

bânia, Macedônia, Islândia, Montenegro, Sérvia e Turquia são considerados países candidatos à adesão na União Europeia.

Nafta

Criação: 1989.

Criação: 1994.

Características: a Apec é o bloco econômico que promove a integração econômica regional da Ásia-Pacífico. Visando facilitar o comércio entre os países-membros, o bloco estabeleceu rápidos procedimentos aduaneiros nas fronteiras, ou seja, um produto pode ser mais facilmente exportado com apenas um conjunto de normas comuns em todos os países-membros, constituindo uma zona preferencial de comércio.

• Explique aos alunos que no Mercosul todos os países da América do Sul são participantes, seja como Estado Parte, seja como Estado Associado. Os Estados considerados associados são: Chile, Peru, Colômbia, Equador, Guiana e Suriname. Comente que a Bolívia está como Estado Parte em Processo de Adesão, desde 2012.

Países-membros: Canadá, Estados Unidos e México. Características: o Acordo de Livre Comércio da América do Norte, cujo acrônimo em Inglês é Nafta, constitui uma zona de livre-comércio, na qual há a eliminação da maioria das barreiras tarifárias e não tarifárias ao comércio e aos investimentos entre os países-membros, criando tarifas próprias para países externos ao bloco.

União Europeia

Países-membros: Austrália, Nova Zelândia, Papua-Nova Guiné, Timor Leste, Indonésia, Cingapura, Malásia, Brunei, Filipinas, Tailândia, Vietnã, Taiwan, Japão, Coreia do Sul, China, Rússia, Canadá, Estados Unidos, México, Peru e Chile.

• Reforce com os alunos a importância de organismos como Mercosul, Nafta e Apec para a integração do território americano como forma de trabalhar com a habilidade EF08GE12.

• Explique ainda que Al-

APEC

Apec

Orientações gerais

• Para obter mais informações sobre a União Europeia, sugerimos o acesso ao site. > União Europeia. Dis-

ponível em: <http://livro. pro/i85qka>. Acesso em: 15 out. 2018.

MERCOSUL

União Europeia

Mercosul Criação: 1991. Países-membros: Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela. Características: o Mercado Comum do Sul visa à integração política, econômica e social entre os países que o integram, para isso estabeleceu a livre circulação de bens, serviços e fatores de produção entre os países-membros, bem como um imposto único cobrado por todos os países do bloco para os produtos vindos de fora, caracterizando-se uma união aduaneira.

Criação: 1951. Países-membros: Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Chipre, Croácia, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Irlanda, Itália, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Países Baixos, Polônia, Portugal, Reino Unido, República Checa, Romênia e Suécia. Características: a União Europeia atingiu o nível mais alto de unificação conhecido atualmente, caracterizando-se por uma grande integração econômica e política entre seus membros. Atualmente, além da livre circulação de serviços, mercadorias, investimentos e pessoas, a União Europeia tornou-se uma união econômica e monetária, que consiste num mercado comum acrescido de uma moeda única, o euro.

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Atividades

Sugestão de atividade Quiz Objetivos

• Avaliar

os conhecimentos dos alunos sobre os temas estudados neste capítulo.

• Estimular

o trabalho

em equipe. Materiais

• Cartolina • Canetinhas hidrocor • Tesoura com pontas arredondadas

Procedimentos

• Selecione

questões pertinentes à temática e que possam avaliar a construção do conhecimento dos alunos.

• Corte

a cartolina em vários retângulos de medidas aproximadas de 15 cm x 5 cm.

• Escreva

as questões nos cartões junto com as respostas esperadas.

Exercícios de compreensão 2. Resposta esperada: os 1. Explique a afirmação a seguir no caderno. países subdesenvolvidos apresentam Os países subdesenvolvidos possuem uma forte dependência tecnológica realidades bem distintas entre si, em relação aos países desenvolvidos. por isso não são homogêneos. O Brasil, a Índia e o 2. Os países subdesenvolvidos são homogêneos entre si? Responda com base no México, por que você estudou neste capítulo. exemplo, são países subdesenvolvidos, 3. Escreva no caderno o que caracteriza um país emergente. porém com maior 4. Quais países emergentes compõem o grupo denominado Brics? desenvolvimento Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. econômico, sobretudo, no Geografia no contexto setor industrial e, por isso, com 5. O texto a seguir explica os diferentes níveis de integração dos blocos econômimaior geração de cos. Os espaços incompletos do texto estão preenchidos com um número, e cada riqueza. número se refere a uma das informações do quadro abaixo. Relacione, em seu 3. Os países emergentes ou em caderno, cada um desses números com as informações do quadro, de forma que desenvolvimento 1 = Apec; 2 = zona de livre-comércio; 3 = Nafta; 4 = união aduaneira; o texto fique correto. são aqueles que, 5 = Mercosul; 6 = União Europeia. embora sejam subdesenvolvidos, nos últimos anos zona de livre-comércio união aduaneira passaram a União Europeia Apec Mercosul Nafta apresentar elevado crescimento econômico.

Os blocos econômicos não são homogêneos, sendo o nível de integração um dos aspectos que os tornam diferentes entre si. A eliminação parcial de algumas tarifas alfandegárias constitui uma zona preferencial de comércio, como a 1. Já a eliminação de todas, ou quase todas, as tarifas entre os países-membros, mas mantendo tarifas próprias em relação aos países externos ao bloco, caracteriza uma 2, como é o caso do 3. Se, além disso, houver também o estabelecimento de uma tarifa comum para os produtos importados de fora do bloco, trata-se de uma 4, como é o caso do 5. Quando, além das facilidades para a circulação de mercadoria e empresas, há a livre circulação de pessoas e a criação de uma moeda única, como é o caso da 6, temos a formação de uma união econômica e monetária.

• No

dia da realização do Quiz, divida a turma em dois grupos, de modo que possa haver uma competição saudável entre eles.

• Cada grupo terá o direito a responder a uma questão por vez, por isso a necessidade de haver um número par de questões. Não sabendo responder, o grupo perde o direito na rodada para o grupo adversário; este também, não sabendo também não recebe pontuação.

Juan Ci/Shutterstock.com

6. Observe a fotografia abaixo. a ) Que problema social está sendo mostrado na fotografia? b ) Esse problema ocorre somente em países subdesenvolvidos? Explique sua resposta no caderno. Não. Vários países desenvolvidos, inclusive a Espanha, retratada na fotografia, também apresentam problemas sociais e econômicos, como fome, pobreza, desemprego e moradias precárias. Contudo, em menores proporções que os países subdesenvolvidos.

• Atribua

um determinado valor por questão para que, em caso de acerto, os pontos sejam somados. Ao final, quem obtiver o maior número de pontos vence.

1. Possível resposta: por causa da baixa produção industrial de produtos de alta tecnologia, os países subdesenvolvidos tornamse dependentes das importações desses produtos produzidos pelos países desenvolvidos, como equipamentos eletrônicos, medicamentos (remédios e vacinas), ferramentas e máquinas industriais, além de alguns tipos de insumos agrícolas.

Área com moradias precárias em Barcelona, Espanha, 2018.

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6. a) Possível resposta: a fotografia mostra a pobreza que se reflete nas moradias precárias.

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Veja as respostas das questões 7, 8 e 9 nas orientações ao professor.

País

% do PIB PIB (em IDH – investido em bilhões de 2015 educação – US$) – 2016 2014

Estados Unidos

Taxa de analfabetismo – 2015 (em %)

% do PIB investido em saúde em 2014

Expectativa de vida (em anos) – 2015

8

79

18 624

0,920

5

Pouco significativo

Alemanha

3 478

0,926

5

Pouco significativo

9

81

Brasil

1 796

0,754

6

7

4

74

Equador

99

0,739

4

5

5

76

Chade

10

0,396

3

60

2

52

Capítulo 3

7. Observe atentamente a tabela e responda no caderno às questões propostas.

Fontes: Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento). Relatório de Desenvolvimento Humano 2016. Disponível em: <http://hdr.undp.org/sites/default/files/2016_human_development_report.pdf>. World Bank. Disponível em: <http://databank.worldbank.org /data/reports.aspx?source=2&series=NY.GDP.MKTP.CD&country=>. Acessos em: 25 out. 2018.

a ) Compare o percentual que Brasil e Estados Unidos investem em educação e responda: qual desses países investe o maior valor nessa área? b ) Em relação aos demais países que aparecem na tabela, descreva como se comporta o Brasil no que se refere a investimentos em saúde. c ) Analisando a tabela, classifique os países em desenvolvidos e subdesenvolvidos. Justifique sua resposta com base nos dados contidos nela. 8. De que maneira podemos caracterizar os chamados países emergentes?

Pesquisando

Refletindo sobre o capítulo Agora que você concluiu o estudo deste capítulo, reflita sobre os temas nele apresentados. Faça uma autoavaliação do seu aprendizado com base nas afirmações a seguir. • As técnicas colocadas em prática por meio do trabalho humano permitiram às sociedades que produzissem alimentos, confeccionassem vestimentas e também construíssem moradias. • O capitalismo e o socialismo são sistemas político-econômicos que organizam as relações sociais e o modo de produção das atividades econômicas. • A história do desenvolvimento do sistema capitalista pode ser dividida em quatro períodos: comercial, industrial, financeiro e informacional. • O socialismo adotado em vários países do mundo, denominado socialismo real, não foi compatível com os ideais compartilhados por seus idealizadores. • A ordem bipolar do mundo perdurou durante a Guerra Fria. A ordem multipolar, caracterizada por vários polos internacionais de poder, foi estabelecida com a dissolução do bloco socialista. • Uma das formas de regionalização que considera as desigualdades socioeconômicas mundiais é a que divide os países em desenvolvidos e subdesenvolvidos. • Os países emergentes são países subdesenvolvidos que, nos últimos anos, vêm apresentando um elevado crescimento econômico. • Os blocos econômicos estão diretamente relacionados ao sistema capitalista global.

105

Refletindo sobre o capítulo

• Esta seção tem o intuito de propor uma reflexão. Leia

com os alunos as informações e promova uma conversa sobre os temas. Esse é um bom momento para identificar as dúvidas dos alunos e verificar o desenvolvimento das habilidades e se os objetivos do capítulo foram alcançados. • Caso julgue necessário, selecione uma atividade que possa retomar o conteúdo com o aluno. Imagens, charges e

7. a ) Os Estados Unidos, pois, embora não apresente a maior porcentagem de investimento em educação, tem o maior valor do PIB. 7. b ) Comparando com os Estados Unidos e a Alemanha, os investimentos do Brasil em saúde são baixos. Isso porque, além de a porcentagem investida pelo Brasil na área da saúde ser inferior à desses países, o PIB dos países desenvolvidos é maior que o nosso e, assim, o investimento do Brasil torna-se menor. Já em relação ao Equador e ao Chade, os investimentos do Brasil nessas áreas são maiores. 7. c ) Desenvolvidos: Estados Unidos e Alemanha. Subdesenvolvidos: Brasil, Equador e Chade. Resposta esperada: os países desenvolvidos correspondem às nações que investem parte significativa do PIB em áreas que beneficiam a qualidade de vida da população, como saúde e educação. Já os países subdesenvolvidos, com exceção do Brasil, apresentam PIB reduzido e condições precárias de vida de parte da população. Os indicadores nos revelam, por exemplo, a falta de grandes investimentos nas áreas de saúde e educação.

9. Faça uma pesquisa em revistas, jornais ou na internet sobre as últimas reuniões envolvendo os países do Brics. Anote, em seu caderno, onde elas foram realizadas, quais foram os principais assuntos discutidos nessas reuniões e verifique também a posição adotada pelo Brasil diante dos principais temas de discussão. Depois de pesquisar, apresente o resultado aos seus colegas.

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Respostas

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esquemas podem ser selecionados para revisar o conteúdo com o aluno. Retome os processos históricos para garantir que o aluno tenha acompanhado as etapas percorridas. Ao final, proponha aos alunos que construam em folha A3 um mapa conceitual por meio do uso de textos e imagens retiradas de revistas, ilustrando os sistemas capitalista e socialista, a Velha e a Nova Ordem Mundial, entre outros.

8. Os países emergentes são caracterizados tanto por graves problemas sociais e concentração de renda como por características de economias industrializadas. 9. Resposta pessoal. Verifique se a pesquisa elaborada pelos alunos está coerente com a atividade proposta. Estimule a participação de todos.

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Objetivos do capítulo

• Identificar

os países que compõem as diferentes regiões da América.

ít u l o Cap

Continente americano: América Anglo-Saxônica

• Reconhecer os princi-

pais aspectos naturais da América Anglo-Saxônica.

• Compreender

o processo histórico de colonização do território dos Estados Unidos, a ocupação e a exploração do território e a dizimação de povos indígenas que habitavam essas áreas.

• Verificar que, na atualidade, os Estados Unidos recebem milhares de imigrantes, muitas vezes ilegalmente.

• Analisar

a qualidade de vida da população dos Estados Unidos.

• Reconhecer a diversidade étnica da população do Canadá.

• Refletir sobre a supremacia política, econômica e militar dos Estados Unidos diante de outros países do mundo.

• Verificar o papel dos

elevados investimentos em pesquisas científicas e em desenvolvimento tecnológico no desempenho industrial dos Estados Unidos.

• Reconhecer

a importância da participação dos Estados Unidos no Nafta.

• Relacionar o proces-

so de colonização com o processo de expansão do parque industrial estadunidense em sua região Nordeste.

• Analisar a expansão da

cultura dos Estados Unidos no mundo.

• Caracterizar a ativida-

de agropecuária desenvolvida nos Estados Unidos, sua organização e sua importância mundial.

• Identificar

as principais características das atividades econômicas industriais, agrárias e extrativas do Canadá.

Paisagem da cidade de Los Angeles, Estados Unidos, 2018.

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Orientações gerais g20_ftd_lt_8vsg_c4_p106a115.indd

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• Oriente os alunos a observar, na imagem destas páginas, os aspectos que caracterizam essa região como de intensa movimentação de pessoas, mercadorias e capital. Aponte as grandes estradas e edifícios. Verifique se os alunos percebem ainda algumas características naturais, como as formas do relevo. Faça perguntas a eles com o objetivo de avaliar seus conhecimentos prévios. Veja al-

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gumas sugestões: > Como podemos regionalizar o continente americano? > Os países do continente americano possuem o mesmo nível de desenvolvimento econômico? > A economia dos países que compõem a América Anglo-Saxônica pode ser caracterizada como desenvolvida ou subdesenvolvida?

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Uma das características do continente americano é o desenvolvimento econômico desigual dos países que o formam. Nele, estão localizados países desenvolvidos de economia industrializada, países subdesenvolvidos industrializados e ainda um grupo de países subdesenvolvidos, cuja economia é essencialmente agrícola. O continente americano pode ser regionalizado de duas maneiras, sendo uma delas em América do Norte, América Central e América do Sul, e outra em América Anglo-Saxônica e América Latina. Em razão das diferenças econômicas, estudaremos o continente americano em dois capítulos: no capítulo 4, veremos a América Anglo-Saxônica; no capítulo 5, a América Latina.

BNCC

• Neste capítulo, verifi-

cam-se as características naturais, sociais, econômicas e culturais relacionadas à América Anglo-Saxônica.

• Os conteúdos abordados favorecem os temas contemporâneos Trabalho, Ciência e tecnologia e Diversidade cultural. • Abrangem principalmente as habilidades EF08GE01, EF08GE03, EF08GE06, EF08GE07, EF08GE08, EF08GE09, EF08GE12, EF08GE13 e EF08GE20.

Neste capítulo, conheceremos melhor os Estados Unidos e o Canadá, países que formam a América Anglo-Saxônica. Uma das principais características dessa porção da América é o elevado desenvolvimento econômico dos países que a constituem. Veja as respostas das questões nas orientações ao professor.

A De quais maneiras o continente americano é regionalizado? Cite o nome de um país localizado em cada uma dessas regiões. B Converse com seus colegas sobre atividades econômicas desenvolvidas nos Estados Unidos e no Canadá que vocês conhecem.

trekandshoot/ Shutterstock.com

C O que você sabe sobre a qualidade de vida da população da América Anglo-Saxônica? Conte para seus colegas.

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Respostas

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A América do Norte, América Central e América do Sul ou América Anglo-Saxônica e América Latina. Exemplos de países: Canadá e Estados Unidos na América do Norte e América Anglo-Saxônica, Brasil e Chile na América do Sul e América Latina, México na América do Norte e América Latina, Cuba e Haiti na América Central e América Latina.

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B Resposta pessoal. Incentive todos a participar. C Resposta pessoal. Certifique-se de que a discussão esteja coerente com a temática.

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O continente americano

Orientações gerais

• Traga

para a sala de aula um mapa-múndi, coloque-o no chão e peça aos alunos que se posicionem ao redor dele. Retome com os alunos os continentes, solicitando que os reconheçam. Dê ênfase ao continente americano.

A América representa o segundo continente com maior extensão territorial e aquele com maior extensão latitudinal, apresentando grande variedade de paisagens, culturas e tipos de clima e vegetação. Embora já fosse habitado quando nele chegaram os primeiros colonizadores europeus, no final do século XV, cada região do continente americano passou por diferentes processos de colonização. Os contrastes culturais e socioeconômicos existentes no continente americano, por sua vez, se encontram na base das regionalizações apresentadas a seguir.

• Comente

que o continente americano é o maior em extensão latitudinal, ou seja, que tem maior porção de terras em direção aos polos.

América Anglo-Saxônica e América Latina

Continente americano: América Anglo-Saxônica e América Latina OCEANO GLACIAL ÁRTICO

• Incentive os alunos a participar da interação questionando se todos os continentes são iguais, o que muda de um continente a outro, de um país a outro em um mesmo continente etc. Busque comparar o Brasil com outros países do continente americano.

O mapa ao lado representa o continente americano e os países que o compõem. Note que o continente está dividido em duas regiões distintas: América Anglo-Saxônica e América Latina.

Círculo Polar Ártico

Alasca (ESTADOS UNIDOS) CANADÁ

ESTADOS UNIDOS

Essa divisão regional do continente americano considera, além da colonização e do idioma, os diferentes níveis de desenvolvimento econômico dos países.

BAHAMAS

Trópico de Câncer

MÉXICO BELIZE

CUBA JAMAICA

HONDURAS

GUATEMALA EL SALVADOR

REPÚBLICA DOMINICANA

NICARÁGUA

COSTA RICA

OCEANO ATLÂNTICO

HAITI

VENEZUELA

GUIANA

PANAMÁ COLÔMBIA

Equador

SURINAME Guiana Francesa (FRANÇA) 0°

EQUADOR PERU

BRASIL

OCEANO PACÍFICO

2. Em que região do continente americano o Brasil está localizado?

BOLÍVIA PARAGUAI

Trópico de Capricórnio

1. Cite algumas diferenças existentes entre essas regiões.

Na América Latina.

CHILE URUGUAI

América Anglo-Saxônica

ARGENTINA

América Latina

N L

E. Cavalcante

O S

0

1 140 km

75° O

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2012. p. 32.

1. Resposta esperada: a América Anglo-Saxônica é formada por países desenvolvidos e colonizados principalmente por imigrantes de origem anglo-saxã. Já a América Latina é formada por países subdesenvolvidos e colonizada, principalmente, por povos de origem latina.

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Capítulo 4

A América Anglo-Saxônica é a região que fica mais ao norte do continente, formada por Estados Unidos e Canadá. Apesar das marcas e da influência da colonização francesa no leste do Canadá e espanhola no sul dos Estados Unidos, a região recebeu esse nome em razão de sua colonização ter sido predominantemente inglesa, de língua anglo-saxã. Na América Anglo-Saxônica, a ocupação europeia foi voltada à formação de colônias de povoamento. Essas colônias tinham como objetivo praticar atividades econômicas, como a agropecuária e o artesanato, organizadas por meio de pequenas propriedades e dedicadas, sobretudo, ao desenvolvimento do mercado interno.

Língua anglo-saxã: língua da qual o inglês se derivou, falada pelos anglo-saxões, povos de origem inglesa e alemã.

Na fotografia, pessoas em parque ao lado de modernas construções na cidade de Houston, Estados Unidos, 2018. O país apresenta alto índice de desenvolvimento econômico e suas principais cidades produzem riquezas equivalentes às produzidas nos demais países da América do Norte.

Mark Taylor Cunningham/Shutterstock.com

Atualmente, os países dessa região apresentam maior nível de desenvolvimento em relação às demais nações do continente.

Orientações gerais

• Como forma de avaliar a compreensão dos alunos sobre a ocupação da América Anglo-Saxônica e da América Latina, oriente-os a produzir um texto comparativo dos dois tipos de colonização apresentados nesta página. • No mesmo texto, os alunos devem levantar hipóteses de quais as possíveis consequências do tipo de colonização dessas regionalizações, principalmente nos dias atuais. • Ao final, abra um debate para a turma e busque sistematizar o tipo de colonização nas duas Américas.

A América Latina é formada pelos demais países do continente americano. Embora em alguns desses países a população conserve as línguas de origem indígena e em outros as de origem inglesa, seus habitantes falam, em sua maioria, línguas latinas, como o português (no caso do Brasil) e o espanhol.

Hoje, os países da América Latina apresentam menor nível de desenvolvimento socioeconômico em relação aos países da América Anglo-Saxônica.

Cultura/ZUMA Press/Fotoarena

As nações da região também carregam em comum os traços da colonização voltada à formação de colônias de exploração. Esse modelo de colonização tinha o interesse de enriquecer as metrópoles europeias com base na exploração de recursos naturais das colônias, como ouro, prata e também de cultivos tropicais, por exemplo, da cana-de-açúcar.

Língua latina: língua derivada do latim. Vista de mercado popular El Alto em La Paz, Bolívia, 2017. O país possui fronteira com o Brasil, sendo grande parcela de sua população de etnia indígena e sua língua predominante o espanhol.

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Orientações gerais

América do Norte, Central e do Sul

• Para

introduzir este assunto, retome o conceito de região e regionalização. Enfatize que as regionalizações são maleáveis e variam conforme os critérios que as definem. Desse modo, as regionalizações da América Anglo-Saxônica e da América Latina, em comparação com as Américas do Norte, Central e do Sul, são distintas e utilizam diferentes critérios para regionalizar um mesmo espaço.

O continente americano também pode ser regionalizado com base em suas características físicas. Essa divisão regional desconsidera fatores culturais e históricos e é baseada na localização geográfica. Uma estreita porção do continente, o istmo do Panamá, separa duas porções maiores de terras, localizadas uma ao norte e outra ao sul, dividindo o continente em América do Norte, América Central e América do Sul. Veja o mapa.

E. Cavalcante

Continente americano: América do Norte, Central e do Sul OCEANO GLACIAL ÁRTICO

Círculo Polar Ártico

AMÉRICA DO NORTE

Trópico de Câncer

AMÉRICA CENTRAL

OCEANO ATLÂNTICO

Equador

OCEANO PACÍFICO

Atlas national geographic: América do Norte e Central

AMÉRICA DO SUL

Trópico de Capricórnio

São Paulo: Abril, 2008. v. 6. Esse atlas retrata, por meio de mapas, tabelas, gráficos e fotografias, um panorama da geografia física, política e socioeconômica de cada um dos países da América do Norte e da América Central.

N L

O S

0

1 030 km

75° O

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2012. p. 32.

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Capítulo 4

Localizada no Hemisfério Norte, a América do Norte é composta de Estados Unidos, Canadá e México e também dos territórios da Groenlândia, pertencente à Dinamarca, de Saint-Pierre e Miquelon, possessão da França, e da ilha de Bermudas, de domínio Britânico. A América do Norte é a região mais extensa do continente, representando aproximadamente 52% de sua área total de acordo com essa regionalização. Também é a região mais urbanizada do continente americano, com aproximadamente 82% da população vivendo em áreas urbanas.

Orientações gerais

• Para reconhecer as principais diferenças nas paisagens das três regiões mencionadas nesta página, solicite aos alunos que pesquisem imagens que retratem aspectos físicos, populacionais e econômicos de cada uma dessas regiões.

• Oriente a leitura do mapa em conjunto com as respectivas legendas.

Também localizada no Hemisfério Norte, a América Central corresponde a um conjunto de ilhas e um estreito de terras contínuas entre a América do Norte e a América do Sul. Nela, localiza-se a única nação socialista do continente, Cuba, e também o Canal do Panamá, que faz a ligação entre os oceanos Atlântico e Pacífico e que possui importância geopolítica global. Menor região do continente, sua área corresponde à apenas 2% da extensão total e engloba o território de 20 países e Porto Rico, que representa um território não incorporado dos Estados Unidos.

Cortada pela linha do equador, a América do Sul possui uma pequena porção de terras localizada no Hemisfério Norte e todo o restante, que constitui a maior parte, no Hemisfério Sul. Essa região é formada por 12 países, dentre eles o Brasil e mais uma possessão europeia, a Guiana Francesa, que é administrada pela França. Nessa região estão localizadas a cordilheira dos Andes e a Floresta Amazônica, dois importantes marcos naturais da América do Sul.

• Qual a diferença entre o critério que regionaliza a América em do Norte, Central e do Sul, e a regionalização apresentada na página 108?

O critério utilizado na regionalização mostrada nas páginas anteriores leva em conta fatores culturais e socioeconômicos, já nesse caso, o critério utilizado é a localização geográfica. O México, por exemplo, faz parte da América Latina, mas integra a América do Norte ao lado dos Estados Unidos e do Canadá.

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Encontro com... História

BNCC As discussões e a atividade propostas nesta seção favorecem as competências gerais 7 e 10 da BNCC, as quais são complementadas pelas competências específicas de Geografia 3, 5, 6 e 7. Favorecem também as habilidades EF08GE01 e EF08GE20.

O povoamento do continente americano Várias teorias explicam como ocorreu a chegada dos primeiros habitantes à América e, em seguida, seu povoamento. A data precisa do povoamento do continente americano ainda é muito discutida. De acordo com alguns estudos, o ser humano teria chegado à América há cerca de 15 mil anos. No entanto, alguns cientistas, baseados em vestígios humanos encontrados no continente, afirmam que essa data seria aproximadamente 50 mil anos atrás. Veja no mapa a seguir a representação de duas dessas teorias.

Integrando saberes

Continente americano: povoamento

• Convide

o professor do componente curricular de História para desenvolverem uma atividade na qual os alunos possam refletir sobre as teorias possíveis para o povoamento do continente americano.

• Divida os alunos em grupos de três ou quatro integrantes e solicite que levantem hipóteses sobre como foi o processo de povoamento do continente americano com base na discussão e na pesquisa entre os membros do grupo. As hipóteses devem ser anotadas no caderno.

Natanaele Bilmaia

• Ao finalizarem, solicite

aos alunos que formem um círculo para uma roda de conversa acerca das hipóteses levantadas.

0

• Faça comentários a fim

de sistematizar o conhecimento acerca do conteúdo proposto.

Fonte: PARTIF, Michael. O enigma dos primeiros americanos. National Geographic, São Paulo, Abril, n. 8, dez. 2000. p. 82-83.

• O professor de Histó-

ria pode apresentar outras hipóteses para esse povoamento, além das citadas nesta página, como a teoria da migração atlântica, segundo a qual os primeiros habitantes do continente americano vieram da Europa, atravessando o oceano Atlântico até a costa da América do Norte.

1 840 km

Povoamento pelo Estreito de Bering: povos nômades provenientes da Ásia teriam atravessado o Estreito de Bering em direção à América do Norte. A travessia pelo estreito só era possível por causa do congelamento de parte das águas do mar. Povoamento pelo oceano: povos provenientes da Oceania teriam navegado pelo oceano Pacífico até atingir a América do Sul.

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Capítulo 4

O território da América Anglo-Saxônica Como vimos, a América Anglo-Saxônica é formada por dois países: Estados Unidos e Canadá. Os Estados Unidos são um dos países mais extensos do planeta. Ele contêm terras contínuas, onde se encontram 48 dos 50 estados da Federação, e ainda porções descontínuas, como os estados do Alasca (que se situa próximo à região norte do Canadá) e o Havaí, um arquipélago vulcânico que se localiza no oceano Pacífico a aproximadamente 8 mil km de distância de Washington, capital dos Estados Unidos. O Canadá, mesmo tendo vasta extensão territorial, apresenta baixa densidade demográfica. Essa característica pode ser explicada pelo fato de que boa parte de sua área localiza-se nas proximidades e até mesmo dentro do Círculo Polar Ártico, o que resulta em condições climáticas extremamente rigorosas, dificultando, assim, a ocupação do território. Veja o mapa a seguir. m .co ock Felix Lipov/Shutterst

Canadá Capital: Ottawa. População em 2018: 36 953 765. Área territorial: 9 984 670 km2. Densidade demográfica: 3,6 hab./km2.

América Anglo-Saxônica

Círculo Polar Ártico

CANADÁ

45° N

Paisagem de Washington, Estados Unidos, 2017.

Washington

ESTADOS UNIDOS

E. Cavalcante

Ottawa

OCEANO ATLÂNTICO

N L

O

0

675 km

Dav

hu idNNP/S tterstock.co

m

S

90° O

Estados Unidos

Fontes: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Disponível em: <www.ibge.gov. br/paisesat/print.php>. United Nations. World Population Prospects. Disponível em: <http://esa.un.org/unpd/wpp/unpp/p2k0data. asp>. Acessos em: 15 out. 2018. IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 32.

Capital: Washington. População em 2018: 326 766 748. Área territorial: 9 831 510 km2. Densidade demográfica: 33 hab./km2.

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• Como complemento às porções descontínuas dos Estados Unidos, apresente aos alunos o texto a seguir acerca do vulcão Kilauea, no Havaí, um dos vulcões responsáveis pela formação física desse território. Junto com a leitura, explique como a ilha é formada a partir do vulcanismo.

Durante mais de dois meses, ele não parou de expelir lava nem de sacudir a Terra. Em maio passado, o vulcão Kilauea, no Havaí, EUA, entrou em atividade e, desde então, rios de pedra derretida, fumaça e cinzas correm pela encosta no sudeste da Grande Ilha até as águas do Pacífico. Mais de 10 mil pessoas foram evacuadas e dezenas de casas destruídas. A magnitude da erupção fez surgir novas ilhas com a lava jogada no mar. Quase três meses depois, o Kilauea ainda está acordado e os cientistas não veem sinais de que a atividade diminuirá a curto prazo. [...]

Alasca (EUA)

OCEANO PACÍFICO

• Utilize como apoio o mapa de regionalização desta página para que os alunos possam identificar a localização dos países envolvidos. Caso seja possível, estenda o mapa no chão da sala ou em outro ambiente escolar.

Por que o vulcão Kilauea continua em erupção no Havaí

Paisagem de Ottawa, Canadá, 2016.

OCEANO GLACIAL ÁRTICO

Orientações gerais

POR QUE o vulcão Kilauea continua em erupção no Havaí. Folha de S.Paulo, 19 jun. 2018. Disponível em: <www1.folha.uol. com.br/ciencia/2018/07/por-queo-vulcao-kilauea-continua-emerupcao-no-havai.shtml>. Acesso em: 21 out. 2018.

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Principais características naturais da América Anglo-Saxônica

Sugestão de atividade Moldando o relevo da América Anglo-Saxônica

Os Estados Unidos e o Canadá apresentam grande diversidade de paisagens, resultado da interação entre suas formas de relevo, seus tipos climáticos e suas formações vegetais. Veja algumas dessas diversidades a seguir.

O relevo e a hidrografia Os territórios do Canadá e dos Estados Unidos apresentam, em sua maior parte, baixas altitudes. Veja o mapa a seguir.

OCEANO GLACIAL ÁRTICO

le

Rio ut

as

I. Groenlândia

n Es

MCKINLEY (6 195M) kenzi Rio Mac

Materiais

Golfo do Alasca

I. Vitória

TE

Grande Lago do Urso

RR

A

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DE

de

BA

FF

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C

e

IN

Grande Lago do Escravo Baía de Hudson

ad

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L. Ontário

L. Eire io Oh

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e

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OCEANO ATLÂNTICO

i TEIRA IE PLANÍC COS

lfo da Ca lifó rni

Pico

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3 000 ou mais De 2 000 a 3 000 De 1 000 a 2 000 De 200 a 1 000 De 0 a 200

en

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Altitudes em metros

TERRA NOVA

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L. Huron L. Michigan

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PLANALTO LAURENCIANO

L. Winnipeg

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I. Vancouver

PEN. DO LABRADOR

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OCEANO PACÍFICO

Procedimentos

a

• Divida os alunos em grupos de, no máximo, quatro integrantes. Distribua entre os grupos as formações apresentadas na página 115, assim como suas imagens impressas correspondentes.

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pais aspectos naturais da América Anglo-Saxônica.

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60

I. Ellesmere

• Reconhecer os princi-

Po lar Árt ico

Estr. de Bering

Objetivo

• Imagens impressas dos variados tipos de relevo da América Anglo-Saxônica • Folhas de isopor (mais de uma para cada grupo, dependendo do tipo de relevo selecionado) • Jornais e papéis recicláveis • Bacias plásticas • Água • Colher de cozinha • Massa corrida • Tesoura com pontas arredondadas • Estilete ou pirógrafo • Tintas de variadas cores • Pincéis • Lixa fina

E. Cavalcante

América Anglo-Saxônica: relevo e hidrografia

MO

• A atividade proposta favorece as competências gerais 7 e 10 da BNCC, as quais são complementadas pelas competências específicas de Geografia 3, 5, 6 e 7. A atividade possibilita ainda a interação com o componente curricular de Arte. Converse com o professor responsável para avaliar as possibilidades de integração entre os componentes curriculares.

PEN. DA FLÓRIDA Golfo do México 90° O

N L

O S

0

500 km

Groenlândia pertence à Dinamarca.

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 36.

114

• A partir das imagens

e de pesquisas paralelas, os alunos devem identificar as características do tipo de relevo selecionado. Neste momento, auxilie os grupos a identificar as características presentes na paisagem.

• Após a identificação do relevo e de seus elementos, eles g20_ftd_lt_8vsg_c4_p106a115.indd 114

devem ser esculpidos em folhas de isopor. Utilize as folhas de isopor para compor as “camadas” mais altas do relevo, deixando uma folha como base. Para esculpir no isopor, sugere-se que o professor auxilie mais diretamente em função da necessidade de utilização de objetos cortantes que podem causar risco aos alunos (estilete ou pirógrafo).

• Após esculpir o relevo de acordo com a característica

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selecionada, os alunos devem revesti-lo com massa corrida e aguardar que seque. Para isso, recomenda-se utilizar uma colher, facilitando o revestimento. • Para finalizar, os alunos devem pintar a maquete expondo-a à comunidade escolar.

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Paisagem dos montes Apalaches em Virgínia, Estados Unidos, 2017.

outdoorimages/Shutterstock.com

Essa área da América Anglo-Saxônica abrange o planalto Laurenciano e os montes Apalaches, um conjunto de montanhas e planaltos muito antigos e desgastados, apresentando, por isso, altitudes moderadas.

Capítulo 4

Montanhas e planaltos antigos do leste

Estão situadas em uma extensa área de contato entre a placa tectônica do Pacífico e a Norte-Americana. Nessa região, no período terciário da Era Cenozoica (entre 65 e 2 milhões de anos atrás), formou-se uma ampla cadeia de montanhas denominada Rochosas. Paisagem com montanhas jovens do oeste em Wyoming, Estados Unidos, 2017.

• Oriente

a leitura em conjunto do mapa da página 114 com as imagens e legendas desta página. Localize no mapa as formações dos Montes Apalaches, das Montanhas Rochosas, do Rio Colorado, onde se localiza o Grand Canyon e as Planícies Centrais, mostradas nas fotografias.

Dan Giveon/Shutterstock.com

Montanhas jovens do oeste

Orientações gerais

Também na porção oeste dos Estados Unidos encontramos o Grand Canyon, formado em áreas de rochas sedimentares, que, no decorrer de milhões de anos, vêm sendo desgastadas pelas águas do Rio Colorado, que percorre a região. Os processos erosivos desenham longos e profundos vales em forma de canyons. Paisagem do Grand Canyon no Arizona, Estados Unidos, 2015.

Jay Yuan/Shutterstock.com

Canyons

No centro da América Anglo-Saxônica estão localizadas extensas áreas de planície. O Rio Mississippi atravessa as planícies centrais nos Estados Unidos e forma uma densa rede hidrográfica, com seus afluentes vindos dos montes Apalaches a leste e das montanhas Rochosas a oeste. Esse rio exerce um papel muito importante para a economia regional. Paisagem de planície do Rio Mississippi nos Estados Unidos, 2016.

Marek Uliasz/Alamy/Fotoarena

Planícies centrais

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Orientações gerais

Geografia

• Sugerimos

o texto a seguir, que complementa o conteúdo abordado, o qual pode ser lido junto com os alunos.

em foco

Os lagos existentes na fronteira entre os Estados Unidos e Canadá compõem a região denominada Grandes Lagos. Esses lagos surgiram com o recuo das geleiras que, há mais de 10 mil anos, cobriam o Canadá e o norte dos Estados Unidos. A região dos Grandes Lagos tem grande importância histórica, cultural e econômica para os Estados Unidos e o Canadá, que, não por acaso, apresentam perto das suas margens as mais tradicionais zonas de povoamento e industrialização. Os Grandes Lagos, além de desempenhar, há mais de um século, o papel de zona de trânsito e transporte entre polos industriais, passaram a servir, a partir de 1959, à navegação e ao comércio transoceânico em razão da abertura da via marítima do Rio São Lourenço. Essa via permite aos navios de regiões distantes que cheguem a importantes cidades, como Detroit, Chicago e Cleveland, nos Estados Unidos, ou Toronto e Hamilton, nas margens canadenses, todas situadas longe das costas mais acessíveis. Atualmente, além de facilitar a navegação, o transporte, a geração de energia elétrica e o desenvolvimento industrial local, os Grandes Lagos também têm atraído atividades turísticas, impulsionadas por paisagens naturais, como as Cataratas do Niágara e de Horseshoe. A intensa presença humana vem gerando sérios impactos ambientais e alterações nas paisagens dessa porção da América do Norte, e a poluição das águas representa, nos dias atuais, uma das mais sérias ameaças à biodiversidade do local.

Christian Heinz/Shutterstock.com

Nordeste-Grandes Lagos: o centro do poder

Na fotografia, Cataratas do Niágara, em Ontário, Canadá, 2018.

Transoceânico: que está além-mar, que percorre ou transpõe um oceano.

A imagem de satélite capturada em 2014 mostra a região dos Grandes Lagos.

NASA

A região mais industrializada e urbanizada dos Estados Unidos abrange o sul dos Grandes Lagos e o nordeste do país, e pode ser chamada de Nordeste-Grandes Lagos. Seu “coração” são duas grandes linhas de cidades chamadas megalópoles — ou áreas superurbanizadas. Uma delas vai da aglomeração urbana de Boston, ao norte, até a aglomeração de Washington, ao sul, tendo Nova York como centro. Outra vai da aglomeração de Chicago até a aglomeração de Pitsburgo, ao sul dos Grandes Lagos. É nessa região que está o comando político, financeiro, industrial e comercial, tanto dos Estados Unidos como de grande parte do mundo capitalista. Aí se encontram as sedes dos organismos mundiais — como a ONU, por exemplo — e de grandes empresas multinacionais. Toda a área do sul dos Grandes Lagos até Pitsburgo se tornou uma extensa zona siderúrgica e de indústrias de base, graças aos depósitos de carvão dos Apalaches e da abundância de ferro nos Grandes Lagos. Além disso, essa região abriga também a capital da indústria automobilística dos EUA, Detroit, que sofre com a acirrada concorrência japonesa. [...] [...] A região NordesteGrandes Lagos nasceu da Europa e esteve orientada para os mercados europeus até finais do século XVIII, quando, pelos Grandes Lagos, voltou-se para o interior do continente. Esse desenvolvimento foi financiado pelos capitais acumulados com o grande comércio marítimo e também gra-

A região dos Grandes Lagos

116 ças às relações privilegiadas que a região mantinha com os g20_ftd_lt_8vsg_c4_p116a125.indd investidores europeus,116 sobretudo ingleses. [...] O destino dos EUA e de sua organização regional foram aí traçados quando, com o fim da Guerra Civil, se impôs um sistema regional com base no modelo centro-periferia — modelo que seguiu prevalecendo, pelo menos, até meados do século XX, e no qual a região Nordeste-Grandes

Lagos atuava como centro. Ainda hoje, o papel dirigente das grandes metrópoles11/9/18 dali permanece dominante, apesar da emergência recente na periferia de alguns centros de comando, como Los Angeles. [...]

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PORTELA, Fernando; RUA, João. Estados Unidos. São Paulo: Ática, 2005. p. 61. (Viagem pela Geografia).

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Capítulo 4

A inter-relação entre fatores naturais na América Anglo-Saxônica propicia a formação de uma grande variedade de climas e formações vegetais nativas. A cadeia montanhosa, localizada a oeste do território, representa uma barreira para as massas de ar que vêm do oceano Pacífico em direção ao interior do continente. Essa barreira bloqueia a umidade das chuvas e contribui para a formação de áreas de desertos. Nos territórios localizados na porção norte do continente, registra-se a presença de climas mais frios, visto que há menor incidência direta de radiação solar nas áreas de elevada latitude. A corrente marítima quente do Golfo, por sua vez, propicia a entrada de ventos úmidos e a formação de climas mais chuvosos na porção leste dos Estados Unidos. Já as correntes frias, como a da Califórnia, que atingem a porção oeste do território estadunidense, diminuem a evaporação, favorecendo a existência de climas mais frios e secos.

Orientações gerais

• Comente que essa região é constantemente atingida por furacões em períodos de verão. Explique que esse fenômeno se deve a uma combinação de fatores atmosféricos com base na temperatura superficial das águas oceânicas, que ficam mais aquecidas nesse período do ano.

• Oriente a leitura dos mapas de maneira comparativa, de modo que os alunos compreendam a inter-relação do clima com a vegetação na região.

Observe nos mapas a seguir os tipos de clima e vegetação presentes na América Anglo-Saxônica. América Anglo-Saxônica: correntes marítimas e clima OCEANO GLACIAL ÁRTICO

Groenlândia

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Círculo Polar Ártico Iqaluit

Alasca (EUA)

Corrente do Labrador

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ESTADOS UNIDOS

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O clima e as formações vegetais

N

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6 9 0 km

OCEANO ATLÂNTICO

S

Frio

Desértico

Polar

Corrente quente

Corrente fria

Groenlândia pertence à Dinamarca.

120° O

Temperado

Semiárido

Fonte: Reference atlas of the world. 9. ed. London: Dorling Kindersley, 2013. p. XX.

América Anglo-Saxônica: vegetação OCEANO GLACIAL ÁRTICO

Groenlândia

Círculo Polar Ártico Alasca (EUA) CANADÁ OCEANO ATLÂNTICO

Ilustrações: E. Cavalcante

45° N

ESTADOS UNIDOS N

OCEANO PACÍFICO

L

O

0 120° O

690 km

Floresta temperada e subtropical Floresta Boreal (Taiga) Savana Estepe e pradaria Vegetação mediterrânea Vegetação de altitude Tundra Deserto Deserto gelado polar

S

Groenlândia faz parte da Dinamarca.

Fonte: SIMIELLI, Maria Elena Ramos. Geoatlas. 33. ed. São Paulo: Ática, 2010. p. 24.

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Orientações gerais

Veja a seguir as principais formações vegetais presentes na América Anglo-Saxônica.

antecedência, elabore 30 questões com respostas curtas, referentes aos conteúdos sobre o clima e as formações vegetais da América Anglo-Saxônica. Imprima essa lista com questões e respostas.

• Entregue a cada aluno uma tabela em branco que contenha quatro linhas e quatro colunas.

• Na sequência, coloque as 30 respostas na lousa e solicite aos alunos que escolham 20 para copiar nas cartelas. Oriente-os a fazer esta atividade em grupos de quatro a cinco alunos. É importante que a cartela seja preenchida à caneta, de forma a evitar alterações durante o jogo.

• Feito isso, inicie o jogo.

Leia em voz alta a pergunta e o aluno que tiver a resposta em sua cartela assinala com um “X”. Ganha o aluno que completar a tabela primeiro.

No extremo norte do continente predomina a vegetação de Tundra, que se adapta ao clima polar. Nos curtos períodos de verão, quando o gelo derrete, a vegetação floresce e se reproduz. Logo depois, quando reinicia o longo inverno, a Tundra volta a desaparecer sob o gelo.

Floresta Boreal (Taiga) Desenvolve-se em regiões de clima frio que apresentam apenas duas estações: um inverno longo e um verão curto. Nessas áreas, destacam-se as coníferas, que, de maneira geral, permanecem com suas copas esverdeadas mesmo durante os períodos mais frios. Paisagem com Floresta Boreal no Parque Nacional Banff em Alberta, Canadá, 2017.

• A atividade proposta

Floresta Temperada Vegetação típica das áreas onde as quatro estações do ano são bem definidas. A vegetação predominante é a caducifólia, isto é, que perde suas folhas nas estações frias (outono e inverno) e floresce novamente nas estações quentes (primavera e verão). É típica do litoral chuvoso da porção noroeste da América Anglo-Saxônica, assim como ocorre na porção centro-leste. Atualmente, essa vegetação se encontra fortemente alterada pela ação humana. Vegetação de Floresta Temperada em Quebec, Canadá, 2017.

Andriy Blokhin/Shutterstock.com

favorece as competências gerais 2, 4 e 10 da BNCC, as quais são complementadas pelas competências específicas de Geografia 1, 2, 3 e 5. A atividade possibilita ainda a interação com o componente curricular de Ciências.

Tundra

Paisagem com vegetação de Tundra em Yukon, Canadá, 2015. Rosanne Tackaberry/Alamy/Fotoarena

• Com

Vadim Illarionov/Shutterstock.com

pos de vegetação da região, proponha aos alunos um bingo acerca do conteúdo estudado para sistematizá-lo.

DeAgostini/Getty Images

• Após o estudo dos ti-

Vegetação de Estepes e Pradarias Na região central dos Estados Unidos, encontram-se as áreas de clima semiárido, cuja vegetação predominante são gramíneas e herbáceas. Paisagem com Pradaria em Dakota do Sul, Estados Unidos, 2016.

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Capítulo 4

Deserto

Kate Mur/Shutterstock.com

Ocorre nas regiões onde atua o clima desértico, muito seco ao longo do ano. Nessas áreas, encontram-se plantas adaptadas a escassez de água, as xerófilas. Paisagem com vegetação desértica no Arizona, Estados Unidos, 2018.

O litoral sudoeste dos Estados Unidos apresenta uma vegetação densamente arborizada, caracterizada por árvores de pequeno e médio porte adaptadas a períodos secos. Essa região, normalmente, recebe ventos úmidos e chuva durante o inverno, apresentando, portanto, verões quentes e secos e invernos úmidos e frios.

Vegetação de alta montanha Localizada nas áreas de altas montanhas, trata-se de uma vegetação bastante variável conforme a altitude do relevo. Predominantemente campestre, é composta de gramíneas e arbustos nas partes mais baixas do relevo e musgos e liquens nas porções mais altas.

em foco

• Em relação ao tema A agricultura irrigada no Deserto da Califórnia, faça um comparativo com o Sertão nordestino e ressalte a importância do investimento em tecnologia, como técnicas de irrigação, por exemplo.

• Comente a transposição do rio São Francisco e a polêmica que envolve a demora em levar água para as regiões mais necessitadas. Este conteúdo permite uma abordagem do tema contemporâneo Ciência e tecnologia.

Vegetação mediterrânea

Geografia

Orientações gerais

A agricultura irrigada no Deserto da Califórnia

No interior do estado da Califórnia, onde fica uma das regiões mais secas dos Estados Unidos, observa-se uma produção agrícola que, em razão das modernas técnicas de irrigação, apresenta surpreendentes índices de produtividade. Conhecida como Vale Imperial, nessa região se cultiva boa parte das frutas e verduras comercializadas no país. A agricultura nessa área é possível por causa das águas desviadas dos rios da região que ali chegam após passarem por uma extensa rede de canais e tubos. Esse empreendimento exemplifica como os avanços técnicos possibili- Salinização: tam cada vez mais a transformação do espaço geográfico. Mas as ameaças aumento da ambientais no Vale Imperial já estão presentes, e são comuns às áreas de concentração de sais no solo que irrigação. Ao irrigar uma área para cultivo, a quantidade de sais dissolvidos pode torná-lo na água é incorporada ao solo. Em razão disso, o mau uso da técnica pode pouco fértil. ocasionar a salinização do solo. KK Stock/Shutterstock.com

Lavouras irrigadas em área de deserto no estado da Califórnia, Estados Unidos, 2018.

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Os Estados Unidos e sua população

Integrando saberes

• Para aprofundar a dis-

cussão sobre a Marcha para o Oeste, converse com o professor de História para que aborde outros aspectos históricos importantes desse movimento e suas consequências para a ocupação do interior do território estadunidense.

Biblioteca Newberry, Chicago, EUA/Bridgeman Images/Easypix

A história da colonização inglesa dos Estados Unidos teve início no século XVII, quando imigrantes ingleses chegaram ao nordeste do território estadunidense e estabeleceram as primeiras colônias. Um intenso êxodo rural registrado na Inglaterra resultou em uma elevada quantidade de pessoas vivendo nas cidades em condições precárias de moradia, saúde e alimentação. Diante de tantas dificuldades, muitos europeus deixaram a Inglaterra e partiram em direção às terras descobertas do outro lado do oceano Atlântico, mais especificamente ao norte do continente americano. Esses imigrantes procuravam oportunidade de trabalho para conquistar melhores condições de vida. Em terras americanas, na costa do Atlântico Norte, instituiu-se o núcleo original dos Estados Unidos que, em um período curto de tempo, já formava 13 colônias. As colônias americanas apresentavam estruturas econômicas diferentes. Enquanto no norte e na região central desenvolveram-se colônias de povoamento, em que a economia era baseada, sobretudo, em pequenas propriedades agrícolas, no artesanato e na manufatura, no sul criaram-se colônias de exploração, onde a economia era voltada para as grandes propriedades monocultoras destinadas ao cultivo de gêneros agrícolas tropicais. Em determinado momento, as colônias se uniram e se tornaram livres da metrópole inglesa, alcançando a independência em 4 de julho de 1776. Após a independência, entre os séculos XVIII e XIX, o território estadunidense voltou a receber uma quantidade expressiva de imigrantes europeus. Esse fato desencadeou a ocupação do interior do território, uma vez que a escassez de terras disponíveis no litoral forçou muitos imigrantes a buscar novos espaços em locais mais afastados. Esse fenômeno ficou conhecido como Marcha para o Oeste.

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Capítulo 4

A segunda onda de imigração aconteceu rumo ao oeste dos Estados Unidos, favorecida por alguns empreendimentos de infraestrutura, como a construção de estradas de ferro a partir de 1840. Essas ferrovias favoreceram, sobretudo, a região nordeste do país, que dava seus primeiros passos rumo à industrialização. Além da crescente migração, o aumento natural da população também contribuiu para esse fato. Por volta de 1700, havia 250 mil pessoas vivendo no território estadunidense e, no período da independência, ou seja, 76 anos depois, esse número já havia atingido 2,5 milhões de habitantes. Os indígenas norte-americanos

John C. H. Grabill. 1891. Biblioteca do Congresso, Washington D.C., EUA

O pior dos confrontos entre as tropas do exército americano e os indígenas ocorreu no ano de 1890 em Wounded Knee, no estado de Dakota do Sul, e foi considerado um dos mais tristes episódios da história dos Estados Unidos. Na fotografia ao lado, de 1891, grupo de indígenas em Dakota do Sul, Estados Unidos. Atualmente, a população indígena compreende menos de 0,8% do total da população americana.

• Proponha aos alunos que façam um poema acerca do tema Os indígenas norte-americanos. A atividade poderá ser realizada em conjunto com o professor do componente curricular de Língua Portuguesa. • O poema deverá tratar da dizimação desses povos com o processo de povoamento dos Estados Unidos e ser acompanhado de uma ilustração que o elucide. Como sugestão, o poema e a ilustração podem ser realizados em duplas e em papel A4 e, após a sua realização, ser recitado para a turma e exposto nas paredes da sala de aula. Esse trabalho contempla o tema contemporâneo Diversidade cultural.

Os colonos ingleses não foram os primeiros a povoar os Estados Unidos. No território, já viviam diferentes grupos indígenas, como os Apache, os Cherokee, os Sioux e os Iroqueses. O primeiro contato entre europeus e indígenas aconteceu, de certo modo, pacificamente. No entanto, com a descoberta de ouro na Califórnia, a ocupação do oeste pelos imigrantes e a expansão da malha ferroviária, a relação entre europeus e indígenas desestabilizou. A busca pelo ouro e por novos espaços impactou o modo de vida dos indígenas. Assim, desencadeou-se uma série de episódios violentos, que culminou no extermínio de grande parte dos grupos indígenas existentes nos Estados Unidos.

Orientações gerais

Em 1883, a malha ferroviária dos Estados Unidos tinha aproximadamente 140 mil km de trilhos, e foi possível, por meio deles, maior integração entre as principais áreas agrícolas do país. Esta imagem, de 1868, denominada Através do continente, da pintora Frances Flora Bond Palmer, retrata um trecho de estrada de ferro nos Estados Unidos.

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Orientações gerais

Estados Unidos: origem dos imigrantes – século XX

• Ao

tratar da população atual dos Estados Unidos, pode-se trabalhar com as habilidades EF08GE03 e EF08GE20.

Oceania 4%

• Este conteúdo permite

O racismo é um dos mais antigos e intensos problemas sociais norte-americanos. Apesar de atingir também a população indígena e os hispânicos, entre outros, quem mais sofre com o racismo nos Estados Unidos são os negros. Além de apresentarem uma maior taxa de desemprego que os brancos e de terem, em geral, menores rendas, os negros ainda sofrem uma espécie de discriminação profissional, na medida em que para eles sobram os serviços menos valorizados, que são, por isso, chamados de blackjobs . As leis contra o racismo existem desde a década de 1960 e resultaram de intensos movimentos de pessoas como Martin Luther King, Malcolm X e outros. A aplicação dessas leis encontra alguns obstáculos locais, principalmente nos Estados do sul do país, onde a tradição racista é maior. [...] [...] No entanto, as autoridades federais têm se empenhado em fazer cumprir tais leis, e muitas condenações por crimes contra negros já aconteceram. PORTELA, Fernando; RUA, João. Estados Unidos. São Paulo: Ática, 2005. p. 57. (Viagem pela Geologia).

América Latina e Caribe 32%

Ásia 20% Europa 28% Gilberto Alicio

O racismo nos Estados Unidos

Entre todos os países do mundo, os Estados Unidos receberam a maior quantidade de imigrantes ao longo da história. A pluralidade cultural que caracteriza a nação estadunidense revela o perfil de uma população constituída de pessoas provenientes de praticamente todas as regiões do mundo.

África 3%

América do Norte 13%

Fonte: Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento). Relatório de Desenvolvimento Humano 2009. Ultrapassar barreiras: mobilidade e desenvolvimento humano. Nova York, 2009. p. 150.

O gráfico ao lado mostra a quantidade de imigrantes provenientes de diferentes lugares que chegaram aos Estados Unidos ao longo do século XX. Durante as primeiras décadas do século XX, os europeus representavam a maioria dos imigrantes que se dirigiam para os Estados Unidos. Entretanto, nas décadas seguintes, o que se registrou foi a entrada de mais asiáticos e latino-americanos nesse país. No final do século XIX, havia cerca de 120 mil asiáticos vivendo nos Estados Unidos. Já no ano de 2017, os asiáticos somavam 14 milhões de pessoas, compostos principalmente de chineses, coreanos, filipinos e vietnamitas.

Muitos imigrantes que vivem nos Estados Unidos enviam aos seus familiares, que estão em seu país de origem, grande parte do dinheiro que ganham. O Brasil, por exemplo, recebeu cerca de 2,5 bilhões de dólares em remessas vindas de diferentes partes do mundo no ano de 2015. Hoje, os imigrantes considerados legais nos Estados Unidos correspondem a, aproximadamente, 50 milhões de pessoas, e, segundo estimativas oficiais, os clandestinos podem estar em torno de 11 milhões de pessoas. O intenso fluxo migratório registrado nos Estados Unidos gera muitas discussões que envolvem significativa parcela da população desse país. Para muitos sindicatos de trabalhadores estadunidenses, a elevada quantidade de estrangeiros trabalhando e vivendo no país acirra a concorrência por vagas de empregos.

Jim West/Alamy/Fotoarena

abordar o tema contemporâneo Diversidade cultural. Desta forma, incentive a valorização e o respeito às diversidades culturais dos povos que compõem a população dos Estados Unidos. Leia o texto a seguir para os alunos e realize a atividade proposta.

A população atual dos Estados Unidos

O racismo é uma questão social muito forte nos Estados Unidos. Embora os indígenas e os latino-americanos também sejam alvos de preconceito racial, a população negra é a que mais sofre com o racismo no país. Os negros não ocupam muitos cargos de chefia e estão sujeitos a menores salários. Desde a década de 1960, existem leis contra o racismo no país, no entanto, em algumas regiões dos Estados Unidos, principalmente no sul, elas não são totalmente respeitadas.

A fotografia retrata imigrante latina trabalhando no Texas, Estados Unidos, 2017.

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• Explore o texto, solicitando aos alunos que respondam

> De acordo com o texto, o que são os blackjobs?

> Por que o racismo é um antigo problema social dos

a partir de 1960?

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às questões a seguir no caderno.

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> Por que as leis contra o racismo só começaram a existir

Estados Unidos?

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Capítulo 4

Dentre os imigrantes ilegais que atualmente vivem nos Estados Unidos, a maioria é proveniente de nações da América Latina. O México, que faz fronteira com os Estados Unidos, responde pela maior parte desses imigrantes. A grande quantidade de imigrantes que tenta ingressar nos Estados Unidos pelo México, por sua vez, configura um problema na faixa de fronteira entre os dois países. A lei migratória dos Estados Unidos é rígida e os que tentam entrar no país sem os documentos necessários sofrem deportação. Jose Luis Gonzalez/Reuters/Fotoarena

A situação é agravada pela atuação de “coiotes”, traficantes de pessoas que transportam indivíduos por meios de túneis subterrâneos e rotas escondidas, na tentativa de se esquivar dos oficiais da Polícia de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos (ICE). Deportação: devolução de estrangeiro ao seu país de origem por motivo de permanência ilegal ou outra infração em relação às leis do país. Polícia de imigração dos Estados Unidos realizando patrulha em área que marca a fronteira do país com o México, no Novo México, Estados Unidos, 2018.

As políticas migratórias dos Estados Unidos no século XXI Diferentes governos estadunidenses têm adotado posturas distintas em relação à questão dos imigrantes ilegais no país. O ex-presidente Barack Obama, eleito em 2009, alterou as regras para a deportação de imigrantes durante seu mandato e concedeu permissão de trabalho para imigrantes ilegais que adentraram no país quando crianças. Ao mesmo tempo, o governo Obama ampliou o muro erguido na fronteira com o México e intensificou o combate aos “coiotes” promovendo uma campanha de informação visando alertar os imigrantes dos riscos envolvidos. A iniciativa, apelidada de Know the Facts (do inglês “entenda os fatos”), buscou desestimular imigrantes em suas tentativas de ingressar ilegalmente nos Estados Unidos.

Orientações gerais

• Explique aos alunos que Martin Luther King foi um pastor negro que viveu nos Estados Unidos, liderando muitos movimentos contra o racismo no país e defendendo pacificamente a liberdade civil dos negros. Martin Luther King morreu assassinado em 1968. • Comente com os alunos que outro ativista, Malcolm Little, conhecido como Malcolm X, também negro, teve uma vida cheia de percalços em razão do preconceito que sofreu, tornando-se um importante líder do movimento contra o racismo nos Estados Unidos. Malcolm possuía ideais diferentes dos de Martin Luther King. Ele defendia a criação de um Estado autônomo para os negros americanos. Malcolm Little morreu em 1965, assassinado durante um discurso. • Oriente os alunos a realizarem uma pesquisa na internet sobre a música “Tributo a Martin Luther King”, de Wilson Simonal, gravada em 1967. Em seguida, peça-lhes que anotem no caderno uma interpretação sobre o contexto ao qual a música se refere. Na sequência, promova uma roda de discussões para que os alunos possam expor suas interpretações.

Sheila Fitzgerald/ Shutterstock.com

Donald Trump, o presidente eleito em 2016, defende a deportação de imigrantes ilegais e tem empregado medidas mais duras contra a entrada de imigrantes no país. Desde então, as normas de imigração foram reforçadas, aumentando a quantidade de imigrantes deportados.

Pessoas protestando contra a separação de famílias imigrantes que ocorre em razão da política imigratória dos Estados Unidos, em São Francisco, Califórnia, 2018.

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Orientações gerais

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• Ao abordar o racismo ainda muito presente nos Estados Unidos, sugerimos o filme a seguir, que ilustra como era a divisão entre brancos e negros antes das leis contra o racismo nesse país.

> Histórias cruzadas. Direção de Tate Taylor, 2011

(146 min).

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• Após os alunos terem assistido ao filme, realize uma discussão acerca do que é retratado. Peça aos alunos que destaquem os pontos que mais chamaram atenção e por qual motivo, questionando-os:

> Se comparássemos o racismo daquela épo-

ca com o de hoje, quais considerações fariam? > Por que existiria hoje tanto racismo? > O racismo seria uma herança histórica? Por quê?

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Orientações gerais

População urbana

• Relembre aos alunos o

U.S. Census No site U. S. Census Bureau, constam informações sobre os Estados Unidos: população, economia, geografia etc. Ele pode ser acessado pelo endereço eletrônico: <http://livro.pro/u9wxxx>. Acesso em: 15 out. 2018.

A expansão das áreas metropolitanas dos Estados Unidos, por sua vez, deu origem a importantes megalópoles. Entre as principais, destacam-se a Bos-Wash (Boston-Washington), a Chi-Pitts (Chicago-Pittsburg) e a San-San (San Francisco-San Diego). Observe no mapa a seguir que a maior concentração populacional dos Estados Unidos está localizada no nordeste do país, onde se localizam duas megalópoles. Nessas áreas, a densidade demográfica é superior a 100 habitantes por km2. Estados Unidos: densidade demográfica – 2015

Principais cidades Nova York Los Angeles

População (em mil habitantes) – 2018

Chicago

8 796

Houston

5 972

Fonte: United Nations. World Population Prospects. Disponível em: <https://esa. un.org/unpd/wup/CD-ROM/WUP2014_XLS_ CD_FILES/WUP2014-F22-Cities_Over_300K_ Annual.xls>. Acesso em: 15 out. 2018.

Nova York é a cidade mais populosa dos Estados Unidos e também está entre as mais populosas do mundo. Na fotografia, paisagem da cidade de Nova York, Estados Unidos, 2018.

CANADÁ Seattle

45° N

18 666 12 362

E. Cavalcante

• Lembre-os também de que essas áreas mais urbanizadas apresentam a maior concentração e variedade de funções urbanas, sendo um importante fator de atração populacional, seja em busca de emprego ou moradia, seja para comercialização de variados produtos e de serviços.

A população dos Estados Unidos é essencialmente urbana; atualmente, 82% dela vive no espaço urbano. O processo de urbanização do país ganhou força a partir de 1940, quando algumas cidades começaram a crescer em ritmo acelerado e a formar grandes áreas metropolitanas.

Chicago

Los Angeles

Washington

ESTADOS UNIDOS

San Francisco

Detroit Pittsburgh

Habitantes por km2

Phoenix

Atlanta

San Diego OCEANO PACÍFICO

Boston

Nova York Filadélfia

Houston

MÉXICO

OCEANO ATLÂNTICO

L

O

0 105° O

Tampa

N

420 km S

Miami

Fonte: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2016. p. 180.

Menos de 1 De 1 a 25 De 50 a 100 Mais de 100 Limite das megalópoles Capital do país Cidade principal

Francois Roux/Shutterstock.com

conceito urbano de megalópole, a qual consiste numa área com intensa urbanização, englobando grandes metrópoles e regiões metropolitanas que exercem influência regional importante.

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Capítulo 4

Elevada qualidade de vida Os cidadãos estadunidenses apresentam um alto padrão de consumo, promovido principalmente pelo grande poder aquisitivo de parte significativa da população. O acesso a serviços em áreas como saúde, educação, comunicação, ciência e tecnologia tem proporcionado à população estadunidense um elevado padrão de vida. Cassiohabib/Shutterstock.com

Esse padrão de vida não impediu que problemas sociais surgissem. Um deles refere-se ao empobrecimento da população, decorrente, sobretudo, da concentração de renda cada vez mais expressiva no país.

BrandonKleinVideo/Shutterstock.com

Embora essa concentração não apresente as mesmas proporções verificadas na maior parte dos países subdesenvolvidos, ela é responsável por deixar aproximadamente 12% da população norte-americana vivendo em relativa condição de pobreza, ou seja, de baixa renda e com privações em saúde e educação. Além dessa situação, muitos cidadãos estadunidenses enfrentam o problema do desemprego, que, em 2017, estava em torno de 4%.

Política neoliberal: política que procura reduzir a participação do Estado em áreas sociais e econômicas. Na fotografia, pessoa em situação de rua pede ajuda na cidade de Nova York, Estados Unidos, 2016.

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• Sugerimos o texto a seguir para complementar o estudo deste tema, que poderá ser utilizado como reflexão com os alunos em sala de aula. Mais de 140 milhões de pessoas são pobres nos EUA, denuncia ONG

Vista aérea de bairro residencial em Cameron Park, Califórnia, Estados Unidos, 2018.

Grande parte dos problemas socioeconômicos dos Estados Unidos se deve, principalmente, ao fortalecimento de políticas neoliberais e ao enfraquecimento da política de welfare state, isto é, a política do bem-estar social instituída pelo governo dos Estados Unidos na primeira metade do século XX. Isso significou a diminuição da participação do Estado na área social, reduzindo os benefícios trabalhistas, por exemplo, o que provocou a queda do nível de consumo e, algumas vezes, até mesmo da qualidade de vida de muitos cidadãos.

Orientações gerais

[...] Mais de 140 milhões de pessoas são pobres ou vivem com renda insuficiente para pagar suas contas nos Estados Unidos, o que representa 43% da população do total do país, considerado um dos mais ricos do mundo. Os dados foram revelados nesta quarta-feira pela organização Poor People’s Campaign em uma audiência realizada no Congresso do país. “Temos que mudar a narrativa. Quase a metade de nossa população é pobre e 73 milhões de mulheres e crianças vivem em condições de pobreza. É obrigatório focar nossos esforços em erradicá-la”, disse o reverendo William Barber II, copresidente da organização. [...] Várias famílias que vivem em condições de pobreza em diferentes estados do país foram levadas pela ONG à audiência no Congresso. Nicole Hill, que cuida sozinha dos sete filhos em Detroit, disse temer que o Serviço Social coloque as crianças para adoção devido aos cortes de água na casa em que vivem por falta de pagamento. [...] MAIS de 140 milhões de pessoas são pobres nos EUA, denuncia ONG. Exame, 1o out. 2018. Disponível em: <https://exame. abril.com.br/mundo/mais-de-140milhoes-de-pessoas-sao-pobresnos-estados-unidos-denunciaong>. Acesso em: 21 out. 2018.

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Orientações gerais

O Estado de bem-estar social ou welfare state

• Comente com os alu-

• Comente com os alu-

nos sobre a figura dos coiotes: pessoas que negociam a migração ilegal na fronteira entre o México e os Estados Unidos. Explique que os coiotes são assim denominados porque conhecem os melhores caminhos e meios para driblar a fiscalização estadunidense e atravessar o deserto. Todos os anos, milhares de pessoas pagam em média 10 mil dólares para que os coiotes as auxiliem na travessia da fronteira.

O Estado de bem-estar social foi um conjunto de medidas econômicas implantadas por determinados governos, como o dos Estados Unidos, após a grande crise econômica de 1929. Tinha como princípios básicos a livre atividade empresarial (a economia de mercado) e a forte participação do Estado na área social. Com essas diretrizes, promovia-se o bem-estar geral da população mediante benefícios sociais decorrentes de investimentos do Estado em serviços públicos, tais como moradia, saúde, educação, previdência social e seguro-desemprego, ou seja, uma política estatal que garantia o pleno emprego e uma avançada legislação trabalhista. O welfare state prevaleceu até os anos 1970. Contudo, essa política entrou em declínio na maior parte dos países desenvolvidos, em razão das crises econômicas dessa década e dos elevados custos que os investimentos sociais geravam aos cofres públicos, além do crescente aumento generalizado de preços e da queda do poder aquisitivo da população.

Geografia

A fronteira entre Estados Unidos e México

em foco

30° N

Fonte: Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento). Disponível em: <http://hdr.undp.org/en/media/HDR_2009_ PT_Complete.pdf>. Acesso em: 15 out. 2018.

MÉXICO

IDH (2000) OCEANO PACÍFICO

De 0,896 a 0,950 De 0,831 a 0,895 De 0,766 a 0,830 De 0,701 a 0,765 De 0,636 a 0,700

N

0

L

O 220 km S

105° O

As cidades estadunidenses que possuem fronteira com o México apresentam IDH elevado se comparado às cidades mexicanas. Esse fato revela o motivo de muitas pessoas optarem por migrar para os Estados Unidos em busca de melhores oportunidades de vida e trabalho. A fotografia, de 2018, mostra duas cidades com o mesmo nome. À direita Nogales, México, e à esquerda Nogales, Estados Unidos. Ambas estão localizadas em área de fronteira entre esses países, delimitada de maneira artificial pelo governo estadunidense.

John Moore/Getty Images

A elevada qualidade de vida nos Estados Unidos atrai para o país muitos imigrantes. Grande parte deles procura entrar no território estadunidense atravessando a fronteira entre os Estados Unidos e o México. Essa fronteira, com mais de 3 000 km de extensão, tornouEstados Unidos e México: Índice de Desenvolvimento Humano nas cidades de fronteira se um caminho clandestino muito procurado por várias pessoas, incluindo brasileiros. ESTADOS Observe o mapa ao lado. UNIDOS

E. Cavalcante

nos que os mexicanos compõem o maior grupo de imigrantes nos Estados Unidos. Estima-se que cerca de 12 milhões de mexicanos vivam atualmente nesse país. Contudo, grande parte dos que tentam realizar essa travessia, de forma ilegal, não consegue chegar ao destino, pelo fato de existir uma forte vigilância na fronteira dos Estados Unidos. Muitos permanecem no norte do México esperando uma nova oportunidade para atravessar a fronteira. Esse fator, em parte, vem causando um aumento populacional na região, onde atualmente se concentram grandes áreas de pobreza. Ainda que México e Estados Unidos sejam membros do mesmo bloco econômico, o Nafta, a relação entre esses dois países é apenas política e comercial, ocorrendo, portanto, restrição à livre circulação de pessoas.

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• Ainda sobre esse assunto, comente outra maneira que g20_ftd_lt_8vsg_c4_p126a137.indd 126

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os imigrantes, sobretudo os cubanos, utilizam para entrar nos Estados Unidos, e que frequentemente é noticiada nos meios de comunicação: a utilização de barcos clandestinos para atravessar a faixa de mar que separa os Estados Unidos de Cuba.

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Capítulo 4

O Canadá e sua população A colonização do Canadá teve início no século XVI, quando imigrantes ingleses e franceses chegaram ao território e construíram vários povoados. Os franceses ficavam, em sua maioria, às margens do Rio São Lourenço, dos Grandes Lagos e do Rio Mississippi, e os ingleses ficavam em torno da Baía de Hudson e na costa atlântica. Uma característica marcante do Canadá é sua diversidade étnica, formada pela miscigenação de indígenas e descendentes de ingleses e franceses e, em menor proporção, por outros grupos de europeus e asiáticos que chegaram ao território canadense a partir do século XVII.

Toronto

6 254

Montreal

4 085

Vancouver

2 597

Calgary

1 417

Ottawa

1 385

Fonte: United Nations. World Population Prospects. Disponível em: <https://esa. un.org/unpd/wup/CD-ROM/WUP2014_ XLS_CD_FILES/WUP2014-F22-Cities_ Over_300K_Annual.xls>. Acesso em: 15 out. 2018.

E. Cavalcante

Canadá: densidade demográfica – 2015 Principais cidades

OCEANO GLACIAL ÁRTICO

Círculo Polar Ártico

CANADÁ

Whitehorse

60° N

Baía de Hudson

Calgary OCEANO PACÍFICO

Winnipeg N

120° O

Toronto

L

O S

Ottawa Montreal

0

Inglês

Escocês

2o

Francês

3o

Irlandês

4o

Alemão

5o

Chinês

6o

Italiano

7o

Indígenas norte-americanos

8o

Fonte: Statistics Canada. Disponível em: <https:// www12.statcan.gc.ca/censusrecensement/2016/as-sa/98200-x/2016016/98-200x2016016-eng.cfm>. Acesso em: 27 out. 2018.

OCEANO ATLÂNTICO

Thompson

Vancouver

• Apresente aos alunos a tabela abaixo sobre a composição dos grupos étnicos que formam a população do país. Principais grupos étnicos da população canadense – 2016

Atualmente, a população canadense encontra-se irregularmente distribuída pelo território. As maiores densidades demográficas, como podemos observar no mapa abaixo, são encontradas ao sul, na fronteira com os Estados Unidos, onde as condições climáticas mais amenas que as do norte possibilitaram uma intensa ocupação dessa porção do território.

População – 2018 (em mil habitantes)

Orientações gerais

Habitantes por km2

Menos de 1 de 1 a 10 de 10 a 25 Mais de 25

490 km

Fonte: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2016. p. 180.

Assim como a população estadunidense, a canadense é essencialmente urbana: cerca de 81% vivem nas cidades. Historicamente, o Canadá apresenta altos valores de IDH: em 2015, por exemplo, foi 0,920, isto é, o décimo lugar entre os países do mundo. Esse fato revela a elevada qualidade de vida da população canadense.

Os inuits são povos nativos do Canadá, descendentes de caçadores e pescadores, que hoje representam apenas 0,2% da população canadense. Em geral, habitam Nunavut, um território criado em 1999. Muitos inuits perderam seu modo tradicional de vida. A maioria deles não mora mais em iglus, ou seja, casas tradicionais construídas com blocos de gelo. Preferem viver em casas de madeira com energia elétrica e sistema de aquecimento.

missydee/Stockimo/Alamy/Fotoarena

Povos nativos do Canadá

Na fotografia, vilarejo inuit em Nunavut, Canadá, 2017.

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Atividades

Material digital

Exercícios de

1. O início da colonização inglesa nos Estados Unidos foi marcado pela chegada dos imigrantes ingleses ao território estadunidense. 2. O intenso êxodo rural registrado na Inglaterra no século XVII. Esse fenômeno migratório gerou um excedente populacional nas cidades inglesas, o que significou uma grande quantidade de pessoas vivendo em condições precárias de moradia, saúde e alimentação. Diante de tantas dificuldades, compreensão muitos europeus deixaram a Inglaterra e partiram em direção, principalmente, ao norte do continente americano.

3. Não. Nas regiões norte e 1. O que marcou o início da colonização inglesa nos Estados Unidos no século XVII? central, desenvolveram-se as colônias de 2. Quais os principais motivos da imigração inglesa para os Estados Unidos? povoamento, no 3. O processo de colonização foi igual em todo o território dos Estados Unidos? sul, criaram-se colônias de Justifique sua resposta. exploração, ou seja, a economia 4. No caderno, caracterize a qualidade de vida da população da América Anglodas colônias população anglo-saxônica, em geral, apresenta uma elevada qualidade de vida, inglesas, da -Saxônica. Aproporcionada, principalmente, pelo alto poder aquisitivo de seus habitantes e também pelo porção norte e amplo acesso a serviços públicos de qualidade. central, era Geografia no contexto baseada, sobretudo, em 5. Observe os mapas do clima e da vegetação e releia o texto da página 117. Obserpequenas propriedades ve também o climograma abaixo. Em seguida, responda às questões no caderno. agrícolas, no artesanato e na manufatura. Já Climograma nas colônias do sul, havia a economia voltada Precipitação (mm) Temperatura (°C) para as grandes 80 30 propriedades monocultoras destinadas ao cultivo de gêneros agrícolas 15 60 tropicais. 5. a) Essa cidade está localizada próximo ao Círculo Polar Ártico, ou 40 0 seja, em uma área de elevada latitude, onde, em razão da menor 20 – 15 incidência direta de radiação solar, ocorre o clima polar, com baixas temperaturas ao – 30 0 longo do ano, J F M A M J J A S O N D como podemos Meses observar no climograma. E. Cavalcante

• A sequência didática 6, disponível no material digital, pode complementar o trabalho com o conteúdo abordado até o momento, a partir da importância da regionalização do espaço geográfico e da atuação de organismos internacionais, buscando reforçar as habilidades EF08GE06 e EF08GE20.

5. b) Na cidade predomina a Tundra, por causa de sua localização próximo ao Círculo Polar Ártico e das baixas temperaturas registradas no climograma, o que favorece o desenvolvimento desse tipo de vegetação.

Fonte: WMO (World Meteorological Organization). Disponível em: <http://wmo. meteo.pt/cityForecast.jsp?cityID=613>. Acesso em: 15 out. 2018.

a ) O climograma acima representa as características climáticas de Iqaluit, no Canadá. Descreva as caratcterísticas desse clima, relacionando o fator da elevada latitude. b ) Que formação vegetal nativa predomina na cidade representada no climograma? Por quê? c ) De acordo com os mapas, localize as cidades de Winnipeg e Whitehorse, identifique o clima atuante e a formação vegetal que se desenvolve em cada uma delas. Em Winnipeg, o clima predominante é temperado e a formação vegetal da

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região é composta, sobretudo, de Florestas Temperadas. Em Whitehorse, o clima predominante é frio e a vegetação é de Floresta Boreal.

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Capítulo 4

6. Caracterize como se deu o contato entre colonizadores e populações indígenas na América Anglo-Saxônica. 7. Observe a imagem a seguir e responda no caderno às questões propostas.

Attílio

6. De início, ocorreu pacificamente, mas quando o território passou a ser ocupado durante o período colonial, ocorreu um grande extermínio da população indígena norte-americana.

Orientações gerais

• Comente com os alunos que na década de 1980 houve uma grande quantidade de brasileiros emigrando para os Estados Unidos em busca de melhores condições de vida. Na cidade de Governador Valadares e municípios próximos, localizados em Minas Gerais, houve uma grande evasão de pessoas buscando esse país. A partir de 2008, muitas pessoas retornaram ao Brasil, após a crise econômica que atingiu os Estados Unidos.

• Sugerimos a leitura do texto a seguir sobre o tema da emigração e que, em seguida, organize uma roda de conversa com os alunos para reforçar o trabalho com a pesquisa da atividade 8. > SIQUEIRA, Sueli; SANTOS, Mauro Augusto. Emigração, crise econômica e retorno: o caso da microrregião de Governador Valadares. Disponível em: <http://livro.pro/ kbdq2x>. Acesso em: 23 out. 2018.

7. b) O fato de os países desenvolvidos oferecerem ATÍLIO. In: PORTELA, Fernando; RUA, João. Estados Unidos. melhores oportunidades de trabalho e, assim, 13. ed. São Paulo: Ática, 2005. p. 5. proporcionarem uma boa qualidade de vida a grande parte de seus habitantes. esperada: a entrada clandestina de a ) Que situação a charge retrata? Resposta imigrantes pela fronteira dos Estados Unidos.

b ) Que motivos levam milhares de pessoas a buscar todos os anos países de economia desenvolvida, como os Estados Unidos, para viver? c ) O que ocorre com imigrantes ilegais que são pegos tentando adentrar nos Estados Unidos? São detidos e, posteriormente, deportados. d ) Em sua opinião, o que deveria ser feito para diminuir o fluxo de migrações clandestinas em direção a países como os Estados Unidos? Possível resposta: uma das medidas

Pesquisando

que poderiam ser tomadas para diminuir o fluxo de migração clandestina seria o investimento, por parte dos países em que a emigração é elevada, em áreas que promovam melhores condições de vida à sua população e criação de condições para que possam ser oferecidas mais oportunidades de trabalho.

8. Pesquise, em jornais, revistas e na internet, reportagens sobre a migração clandestina para os Estados Unidos. Traga para a sala de aula as informações que você encontrar. Depois, converse com os colegas e com o professor sobre as questões que elas tratam. Resposta pessoal. Promova uma discussão com os alunos sobre as informações que trouxerem e incentive-os a dar opiniões a respeito das migrações clandestinas para os Estados Unidos.

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A supremacia estadunidense no mundo atual

BNCC O conteúdo desta e das próximas páginas permite trabalhar com as habilidades EF07GE06, EF07GE07, EF07GE08 e EF07GE09.

O elevado nível de desenvolvimento econômico conquistado pelos Estados Unidos fez o país se tornar uma das potências mais ricas e poderosas do mundo atual. Esse expressivo crescimento garantiu à nação estadunidense as condições necessárias para expandir sua influência política, econômica e militar pelo planeta.

Orientações gerais

A hegemonia econômica, política e militar dos Estados Unidos foi consolidada após a Segunda Guerra Mundial, que ocorreu em grande parte em território europeu, prejudicando a infraestrutura industrial dos países desse continente. Os Estados Unidos, bem menos atingidos pelos danos causados pela guerra, respondiam, em 1953, por cerca de 45% da produção industrial mundial, passando assim a financiar programas para reconstruir países enfraquecidos pelos conflitos mundiais. Entre esses programas estava o Plano Marshall, de ajuda econômica à Europa. Além da ajuda financeira, os Estados Unidos passaram a ser o principal exportador de produtos industrializados e agrícolas para as nações que se recompunham economicamente.

• Solicite aos alunos que

realizem uma pesquisa sobre notícias que reportem ações recentes do Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird) e do Fundo Monetário Internacional (FMI) e, em seguida, apresentem-na aos colegas.

No entanto, por trás da intenção diplomática de ajuda internacional, existia também o interesse em criar uma dependência econômica dos outros países em relação aos Estados Unidos. Esse endividamento tinha como principal objetivo impulsionar, a médio e longo prazo, o crescimento da economia estadunidense. Estados Unidos: evolução do PIB – 1960-2016 PIB (em bilhões - US$) 20 000

18 624

16 000

14 964

12 000

Plano Marshall: visava fortalecer o capitalismo na Europa ocidental, evitando uma possível expansão do socialismo no continente, em decorrência da crise econômica que se instalou na Europa no pós-guerra. Esses investimentos, portanto, fortaleceram a posição de liderança estadunidense durante a ordem bipolar.

9 899 O gráfico ao lado mostra o crescimento da economia estadunidense desde a segunda metade do século XX até o ano de 2016.

8 000 5 751

Keithy Mostachi

4 000

2 769 521

1 025

0 1960

1970

1980

1990

2000

2010

2016 Anos

Fonte: The World Bank. Disponível em: <http://databank.worldbank. org>. Acesso em: 16 out. 2018.

A conferência de Bretton Woods A conferência de Bretton Woods, realizada nos Estados Unidos, em 1944, contribuiu para promover a influência econômica e política dos Estados Unidos no mundo e estabelecer as bases para a reestruturação econômica dos países no pós-guerra. O dólar foi instituído como moeda-padrão internacional. Isso significava que o dólar deveria ser referência internacional no comércio mundial. Fa tJ ack ey/S hu

com tterstock.

O Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird) e o Fundo Monetário Internacional (FMI), instituições financeiras internacionais estruturadas no dólar, foram criados na conferência de Bretton Woods. Essas instituições tinham como principal objetivo promover empréstimos a países subdesenvolvidos e também aos que haviam sido arrasados pelas guerras.

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Capítulo 4

Os Estados Unidos: uma grande potência econômica mundial A partir do século XX, os Estados Unidos ganharam força e destaque no cenário internacional e passaram a exercer a liderança das principais negociações relacionadas à economia e à geopolítica mundial.

A participação dos Estados Unidos na geração de riquezas mundiais é extremamente elevada, e equivale a aproximadamente 25% do PIB mundial. Estados Unidos: PIB em relação ao restante do mundo – 2016

Renan Fonseca

Estados Unidos 25%

No gráfico ao lado, podemos perceber o que esse PIB representa em relação aos do restante do mundo.

Mundo 75%

O mapa a seguir representa os principais fluxos internacionais de mercadorias e os parceiros comerciais dos Estados Unidos.

• Oriente os alunos na interpretação do mapa, auxiliando-os a identificar os principais parceiros comerciais dos Estados Unidos. • Explique que o mapa apresenta apenas os principais países que estabelecem parcerias comerciais com os Estados Unidos. No entanto, este também comercializa com muitos outros países.

Atualmente, esse país controla os principais fluxos internacionais de mercadorias e serviços. Além disso, exercem grande influência diante das principais instituições internacionais do planeta, como o FMI e a ONU. Por essas e outras razões, os Estados Unidos constituem um dos principais agentes na dinâmica e na organização do espaço geográfico mundial.

Atualmente, o PIB estadunidense está em torno de 18,6 trilhões de dólares. Esse valor é cerca de seis vezes maior do que o da França, um dos países mais desenvolvidos da Europa.

Orientações gerais

Fonte: The World Bank. Disponível em: <http:// siteresources. worldbank.org>. Acesso em: 16 out. 2018.

• Oriente-os nessa leitura explicando que devem ter os Estados Unidos como referência. Desse modo, as setas verdes representam as importações realizadas pelos Estados Unidos, ou seja, a aquisição de produtos que vêm de outros países. As setas vermelhas representam as exportações: produtos que vão dos Estados Unidos para outros países.

OCEANO GLACIAL ÁRTICO

E. Cavalcante

Estados Unidos: principais fluxos comerciais internacionais – 2017 N L

O S

Círculo Polar Ártico CANADÁ

6 4 CHINA

JAPÃO

Trópico de Câncer

21

13

UNIÃO EUROPEIA

19

18

ESTADOS UNIDOS

19

16 13

8

MÉXICO

OCEANO ATLÂNTICO

OCEANO PACÍFICO Equador

OCEANO ÍNDICO

Importações (em %) 0 - 10 11 - 20

Exportações (em %) 0 - 10 11 - 20

75° O

0

1 115

2 230 km

Fonte: WTO (World Trade Organization). Disponível em: <http://stat.wto.org/CountryProfile/WSDBCountryPFView. aspx?Language=E&Country=US>. Acesso em: 10 out. 2018.

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Orientações gerais

Em razão dos elevados investimentos em ciência e tecnologia, feitos sobretudo pelas universidades e empresas privadas, o país possui um parque industrial moderno e diversificado. Atualmente, os produtos industrializados representam a maior parte de suas exportações e quase metade refere-se a produtos com elevada tecnologia.

• Caso considere perti-

nente, solicite aos alunos que pesquisem quais são as principais indústrias estadunidenses, quais os principais importadores e quais os principais fornecedores de produtos minerais e energéticos.

Por outro lado, para manter o funcionamento de suas atividades industriais e de sua produção em larga escala, os Estados Unidos precisam importar grande quantidade de produtos minerais e energéticos, como o petróleo. Em 2016, os combustíveis fósseis representaram 9% do total de suas importações. Veja no gráfico a seguir a porcentagem entre os tipos de produtos exportados pelos Estados Unidos. Estados Unidos: exportações – 2016

Apollo 13 – do desastre ao triunfo Direção de Ron Howard. 1995. (140 min).

Estúdio Meraki

O filme conta a história real de três astronautas americanos, tripulantes da aeronave Apollo 13, que, em viagem à Lua, enfrentam diversos problemas com a nave espacial. Além disso, o filme retrata o avanço tecnológico e científico desempenhado pelos Estados Unidos.

11% 75%Produtos 75%Produtos industrializados industrializados 9%

CombustíveisCombustíveis e e produtos minerais produtos minerais

9%

5%

11%

Produtos agrícolas

5%

Outros

Produtos agrícolas Outros

Fonte: WTO (World Trade Organization). Disponível em: <http://stat.wto.org/CountryProfile/ WSDBCountryPFView.aspx?Language=E&Country=US>. Acesso em: 27 set. 2018.

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Capítulo 4

Os Estados Unidos figuram como a mais importante potência econômica e militar do mundo e possuem grande influência global. Após o fim da Guerra Fria nos anos 1990, o país despontou como principal superpotência global em uma nova ordem mundial, com a maioria dos países do continente americano e do mundo sob sua influência. No século XXI, no entanto, o país perdeu parte de seu espaço de influência no cenário internacional, em razão do crescimento econômico da China e de outros paEstados Unidos e China: crescimento do PIB – 1975-2016

Atualmente, a importância dos Estados Unidos para a economia global é exemplificada pelo fato de estar entre os principais parceiros comerciais da maioria das nações do mundo. O Brasil, por exemplo, tem ele como o segundo maior parceiro comercial e o maior investidor externo direto no país.

Crescimento econômico (em %) 15

Além disso, importantes empresas transnacionais estadunidenses atuam em muitos países do mundo, inclusive na China. Apesar da rivalidade geopolítica e econômica entre China e Estados Unidos, esses países são importantes parceiros comerciais.

0

12 China

9 6

Estados Unidos

3

–3 1975

1985

1995

E. Cavalcante

íses emergentes, assim como em função da crise econômica de 2008 e suas repercussões.

2005 2010 2016

Anos

Fonte: The World Bank. Disponível em: <http://databank.worldbank. org/data/reports.aspx?source=world-development-indicators>. Acesso em: 17 out. 2018.

As relações econômicas entre Estados Unidos e China Enquanto a economia chinesa cresce rapidamente e a China busca ampliar sua influência geopolítica no cenário global, a política externa dos Estados Unidos no século XXI tem voltado cada vez mais suas atenções ao continente asiático.

Entretanto, o protecionismo comercial se intensificou com o atual governo de Donald Trump, levando a uma batalha de tarifas comerciais entre os governos estadunidense e chinês, que tem prejudicado a relação das maiores economias do mundo.

Aly Song/Reuters/Fotoarena

Economicamente, as relações entre China e Estados Unidos são intensas. Diversas empresas estadunidenses atuam na China e produtos chineses são extremamente comuns no mercado estadunidense. Existe transferência de tecnologia e investimento direto entre os dois países, sendo a China portadora de uma grande quantidade de títulos do tesouro estadunidense.

Fábrica de automóveis da empresa estadunidense General Motors, localizada em Liuzhou, China, 2017. A China possui a maior frota de automóveis do mundo e as empresas automobilísticas estadunidenses dominam o mercado chinês.

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Orientações gerais

• O texto a seguir é um complemento ao tema As relações econômicas entre Estados Unidos e China, o qual poderá ser lido com os alunos para auxiliar na compreensão das relações entre essas duas grandes potências mundiais. [...] Essa maior presença da China no cenário internacional baseia-se num crescente adensamento de vínculos comerciais, financeiros, culturais e políticos com os EUA e com outras regiões do globo impulsionados pelo dinamismo da sua economia. Simultaneamente, esse complexo relacionamento tem criado, e continuará a criar, novas fontes de conflito e de cooperação, e novas estratégias para lidar com as novas mudanças, na qual estão envolvidos não só atores estatais, mas também importantes atores não estatais, como as corporações transnacionais e as organizações internacionais. [...] Não há indícios claros que indiquem que a China se apresente como um poder contra-hegemônico no sistema econômico mundial, tampouco como uma potência revisionista, se olharmos com a lente do realismo. O gigante asiático pretende acelerar a integração da economia global, mas ao seu modo e a seu ritmo. [...] [...] Isso implica desenvolver e aumentar as relações comerciais e financeiras com outras regiões, o que, por sua vez, está conformando uma outra geografia da economia política global. Isso significa que, nessa nova configuração, o papel da RPC será o centro – não da

economia global, onde a preeminência dos EUA, 11/9/18embora 2:42 PM diminuída, permanece – de uma rede global de conexões comerciais e financeiras que abrange diversas regiões, entre as quais podemos destacar o Sudeste Asiático, a América do Sul e a África. Em outros termos, o eixo econômico do Pacífico se configura como o polo dinâmico da acumulação capitalista do século XXI. VADELL, Javier. Rumo ao século chinês? A relação Estados Unidos-China pós 11/09. Carta Internacional, v. 6, n. 2, jul./dez. 2011. p. 97-111.

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Orientações gerais

A economia regional: o Nafta

• O conteúdo desta pági-

Representado pelos países da América do Norte (Estados Unidos, Canadá e México), o Acordo de Livre-Comércio da América do Norte (Nafta) configura-se como um acordo comercial adotado por seus membros para dinamizar o fluxo de mercadorias e capitais entre os países que o compõem e entre eles e o resto do mundo.

na permite trabalhar com a habilidade EF08GE12, ao abordar os objetivos e a importância de organismos de integração do território, como o caso do Nafta. Aproveite para avaliar o conhecimento prévio dos alunos sobre outras instituições que atuam no continente americano, como Mercosul, OEA, OEI, Unasul, Alba, Comunidade Andina etc. Elas serão estudadas nas próximas unidades.

Esse bloco econômico foi oficializado em 1994, quando os países-membros concordaram em extinguir gradualmente as tarifas alfandegárias de quase todos os produtos comercializados entre eles. Portanto, o Nafta instituiu-se como uma zona de livre-comércio. Atualmente, esse bloco se abriu para um nível maior de integração denominado união aduaneira. Assim, os países-membros do Nafta devem estabelecer uma tarifa externa comum no comércio com outros países do mundo. No que se refere às trocas comerciais internas do bloco, os Estados Unidos são o país que possui o maior mercado consumidor e, ao mesmo tempo, o principal responsável pela maior parte da riqueza gerada pelo bloco. Enquanto o Canadá e o México, em conjunto, respondem por 12% do PIB gerado pelo Nafta, os Estados Unidos são responsáveis por aproximadamente 88%. Com isso, fica nítida a dependência do Canadá e do México em relação à economia dos Estados Unidos no interior do bloco. O mapa a seguir representa os fluxos de comércio no Nafta.

• Em sua opinião, o Nafta favorece os países que o compõem de maneira igualitáResposta esperada: não. Os Estados Unidos são responsáveis pela

ria? Justifique sua resposta. maior parte da riqueza gerada no bloco econômico e também possui o maior mercado consumidor. Dessa maneira, México e Canadá apresentam uma dependência econômica em relação aos Estados Unidos.

E. Cavalcante

Nafta: fluxo de importação e exportação – 2017 Círc

ulo

OCEANO GLACIAL ÁRTICO Pola

r Árt

ico

Alasca (EUA)

Importações (em %) 0 - 30 31 - 50 Acima de 50

CANADÁ

51

13

76 Exportações (em %) 0 - 30 31 - 50 Acima de 50

18 ESTADOS UNIDOS

40° N

80

OCEANO 16 PACÍFICO

46

13 3 6

Trópico de Câ

ncer

1

OCEANO ATLÂNTICO

MÉXICO N L

O

90° O

S

0

950 km

Fonte: WTO (World Trade Organization). Disponível em: <https://www.wto.org/ english/res_e/booksp_e/ trade_profiles18_e.pdf>. Acesso em: 27 set. 2018.

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Capítulo 4

O setor industrial dos Estados Unidos O processo de industrialização nos Estados Unidos teve início nas primeiras décadas do século XIX. A expansão da atividade industrial foi impulsionada, principalmente, pela maneira com que as colônias do norte organizaram a produção naquele período. Em vez de estabelecerem relações comerciais de exportação com a metrópole inglesa, como as colônias do sul, as colônias do norte passaram a realizar seu trabalho para atender às necessidades e ao desenvolvimento econômico da própria colônia. Em geral, as propriedades foram divididas em pequenos lotes e neles os camponeses passaram a desempenhar uma atividade agrícola familiar na qual predominava a policultura. Além disso, ao mesmo tempo em que cultivavam a terra, os colonos, por serem em grande parte profissionais artesãos na Europa, começaram a fabricar diversos produtos manufaturados e artesanais.

Integrando saberes

• Aproveite o conteúdo desta página e, junto com o professor do componente curricular de História, conversem com os alunos sobre os sistemas de produção fordista, muito importante para o avanço industrial dos Estados Unidos. • Caso considere pertinente, exiba o filme a seguir, que apresenta a história de um operário de linha de montagem de uma fábrica e os percalços da vida de um trabalhador da década de 1930 nos Estados Unidos.

A particularidade com que as atividades econômicas agrícolas e artesanais foram estruturadas contribuiu de maneira significativa para a expansão do mercado interno consumidor, sobretudo no nordeste do território. Com isso, o número de manufaturas foi aumentando gradativamente, as trocas comerciais cresceram e surgiram vários estabelecimentos bancários.

• Tempos modernos. Direção de Charles Chaplin, 1936. (87 min.).

Como consequência desse processo, houve uma intensa acumulação de capital, o que permitiu à nascente burguesia industrial e comercial investir nas primeiras indústrias, as quais serviram de base, mais tarde, para impulsionar o crescimento econômico e industrial das demais regiões dos Estados Unidos. A consolidação da industrialização no país ocorreu definitivamente na segunda metade do século XIX. Nesse período, tanto a produção industrial quanto a economia cresciam em ritmos surpreendentes. A partir do século XX, o parque industrial dos Estados Unidos passou a ser visto como grande detentor de vários setores industriais, entre eles a indústria automobilística.

Autor desconhecido. séc. XX. Coleção particular

Veja a fotografia abaixo. A imagem contida nesta ou em outras páginas do livro foi utilizada com objetivo exclusivamente didático, sem finalidade de promover marcas ou produtos.

Na fotografia, vemos a linha de produção da Ford Motors Company, empresa localizada em Ohio, nos Estados Unidos, no início do século XX.

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Orientações gerais

Elevado nível tecnológico

• Para trabalhar com a

Uma característica marcante da atividade industrial dos Estados Unidos é o elevado nível tecnológico presente no processo produtivo. O investimento em modernas tecnologias favoreceu a expansão de indústrias, como a de informática, microeletrônica, robótica e biotecnologia. Entre as razões que promoveram o crescimento dessas indústrias está a presença de grandes centros de pesquisa e desenvolvimento conhecidos por tecnopolos.

habilidade EF08GE13 e com o tema contemporâneo Ciência e tecnologia, utilize o texto abaixo como complemento em sala de aula, o qual versa sobre o desempenho e as atitudes utilizadas pelos Estados Unidos para manter seu alto nível tecnológico.

Estados Unidos mantêm liderança mundial em ciência e tecnologia

ESTADOS Unidos mantêm liderança mundial em ciência e tecnologia. Terra, 12 jun. 2008. Disponível em: <http:// noticias.terra.com.br/ciencia/ interna/0,,OI2944152-EI238, 00.html>. Acesso em: 21 out. 2018.

A fotografia mostra uma visão panorâmica do MIT na cidade de Cambridge, Massachusetts, Estados Unidos, 2018.

Veja no mapa abaixo a distribuição espacial das indústrias nos Estados Unidos. Note que, atualmente, o parque industrial do país é composto de indústrias siderúrgicas, metalúrgicas, automobilísticas, químicas, eletrônicas, de aeronáutica, entre outras.

E. Cavalcante

Estados Unidos: atividade industrial Indústrias Aeronáutica Automobilística Química Eletrônica Alimentícia Têxtil Pesquisa e desenvolvimento Alta tecnologia Engenharia Siderúrgica Metalúrgica Petroquímica Construção naval Processamento de madeira Cinematográfica Farmacêutica Militar Principais áreas industriais

OCEANO PACÍFICO

Os Estados Unidos continuam sendo líderes nos campos de ciência e tecnologia no mundo todo, revelou um relatório divulgado hoje pela Corporação Rand. No entanto, a organização sem fins lucrativos adverte que outros países poderiam ameaçar essa liderança, e estão aumentando os investimentos na capacitação de seus habitantes em matérias relacionadas aos setores de ciência e tecnologia. Entre eles cita os países da União Europeia e a China, que estão graduando em suas universidades cientistas e engenheiros em número maior que os Estados Unidos. [...] O relatório indica que os Estados Unidos são responsáveis por 40% de toda a despesa mundial em pesquisa e desenvolvimento científico, empregam 70% dos ganhadores dos prêmios Nobel e abrigam 30 das 40 universidades mais prestigiosas do planeta. [...]

O MIT, isto é, o Massachusetts Institute of Technology, localizado no estado de Massachusetts, no nordeste dos Estados Unidos, é um dos mais importantes tecnopolos do mundo. Nele, são desenvolvidas pesquisas tecnológicas voltadas para as áreas de saúde, economia e meio ambiente.

Susan Pease/Alamy/Fotoarena

Tecnopolo: área onde se concentram várias empresas de alta tecnologia e também centros de pesquisas.

CANADÁ Seattle Portland

Boston

Minneapolis

Nova York

Cleveland San Francisco

ESTADOS UNIDOS Denver

Chicago

Baltimore

40° N

Kansas City

San Diego

Los Angeles

Charlotte Atlanta

OCEANO ATLÂNTICO

Dallas

Phoenix

Nova Orleans

Houston MÉXICO

Filadélfia Washington

Golfo do México O

0

Miami

N L

300 km

S 100° O Fonte: Reference atlas of the world. 9. ed. London: Dorling Kindersley, 2013. p. 6.

• De acordo com o mapa, descreva como estão distribuídas as indústrias pelo território estadunidense.

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Pode-se observar que a maior concentração industrial estadunidense ocorre na região nordeste do país.

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Capítulo 4

As multinacionais dos Estados Unidos Muitos produtos industrializados consumidos no mundo são produzidos por multinacionais dos Estados Unidos. Isso ocorre porque, com o intuito de conquistar novos mercados consumidores, sobretudo a partir da segunda metade do século XX, grandes empresas desse país passaram a abrir filiais em vários países do mundo. A expansão das multinacionais estadunidenses contribuiu para fortalecer a hegemonia econômica dos Estados Unidos, já que favoreceu o aumento da quantidade de suas mercadorias no comércio internacional.

• Solicite aos alunos uma pesquisa sobre a presença das empresas multinacionais no Brasil. Veja a seguir algumas sugestões de empresas que poderão ser pesquisadas e seu tipo de produção. • Indique aos alunos o texto a seguir, como exemplo de pesquisa.

Atualmente, os Estados Unidos são responsáveis por cerca de 9% das exportações de produtos industrializados no mundo e constituem o país com maior número de multinacionais.

> MELO, Luísa. As 10 m u lt i n a c i o n a i s c o m melhor reputação no Brasil em 2015. Exame, 13 set. 2016. Disponível em: <http://livro.pro/ ebbg7h>. Acesso em: 27 out. 2018.

Muitas empresas dos Estados Unidos passaram a desenvolver suas atividades em países subdesenvolvidos que apresentam leis ambientais e trabalhistas menos rígidas, mercado consumidor em expansão, mão de obra barata e nos quais é possível explorar recursos minerais. Todos esses fatores são atrativos para empresas multinacionais que, para obterem mais lucro, migram para países subdesenvolvidos.

testing/Shutterstock.com

A abertura de multinacionais intensificou o processo de industrialização de alguns países subdesenvolvidos, como Brasil, África do Sul, Índia e Coreia do Sul. A multinacional Walmart é considerada uma das maiores empresas privadas do ramo do comércio. Em 2018, essa empresa estadunidense apresentou uma receita de aproximadamente 500 bilhões de dólares, valor superior ao PIB de países como Áustria (391 bilhões de dólares), Egito (333 bilhões de dólares), Cingapura (297 bilhões de dólares) e Colômbia (282 bilhões de dólares). Na fotografia, filial localizada em Beijing, China, 2017.

Orientações gerais

A imagem contida nesta ou em outras páginas do livro foi utilizada com objetivo exclusivamente didático, sem finalidade de promover marcas ou produtos.

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Orientações gerais

• Esta seção promove o

tema contemporâneo Diversidade cultural.

Explorando o tema

• Ao refletir sobre a in-

Nas últimas décadas, a cultura estadunidense vem se inserindo cada vez mais no modo de vida de grande parte da população mundial. Atualmente, vários hábitos do nosso cotidiano foram influenciados pelo american way of life, ou seja, o estilo de vida americano, que é fortemente difundido no Brasil e no mundo. É muito comum, por exemplo, nos depararmos com outdoors ou campanhas publicitárias em rádio ou em televisão promovendo produtos dos Estados Unidos.

Ned Snowman/Shutterstock.com

fluência cultural dos Estados Unidos em hábitos do nosso cotidiano, peça aos alunos que citem costumes do nosso dia a dia que caracterizam a identidade cultural brasileira, como comer arroz e feijão, consumir alimentos ou manter hábitos herdados dos povos que formaram inicialmente o povo brasileiro (indígenas, europeus portugueses e africanos). Destaque, entre esses, os hábitos culturais locais.

A cultura estadunidense no mundo

Talvez o maior exemplo da expansão cultural dos Estados Unidos seja a presença da língua inglesa no cinema, na internet e nas músicas. O inglês é um idioma muito presente no Brasil e em muitos outros países. Além disso, grande parte das negociações comerciais internacionais é feita nessa língua. Essa expansão cultural intensificou-se a partir da segunda metade do século XX, em consequência do forte crescimento econômico dos Estados Unidos e também da ampliação do acesso aos meios de comunicação de massa.

As imagens contidas nesta ou em outras páginas do livro foram utilizadas com objetivo exclusivamente didático, sem finalidade de promover marcas ou produtos.

Na fotografia, cartaz publicitário de um filme produzido nos Estados Unidos em exibição na cidade de Chiba, Japão, 2017.

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Capítulo 4 Luciana Whitaker/Pulsar Imagens

Também podemos identificar hábitos ou expressões norte-americanos que se tornaram usuais em nosso dia a dia, assim como o uso de palavras em inglês. Vamos observar alguns exemplos. Um dos locais mais frequentados pelos brasileiros ao fazer compras é chamado shopping center.

Marcelo Bittencourt/Futura Press

Shopping center em Ipatinga (MG), 2018.

Já é praticamente um hábito assimilado no comércio brasileiro que, na última sexta-feira do mês de novembro, muitos estabelecimentos comerciais fazem a Black Friday, dia em que os produtos são vendidos com maiores descontos. Loja divulgando as promoções da Black Friday, em São José (SC), 2017.

Respostas a ) Resposta pessoal. Espera-se que os alunos valorizem toda forma de expressão cultural proveniente de outros países e etnias, respeitando-as. b) Resposta pessoal. Espera-se que os alunos valorizem e citem atitudes como consumir produtos típicos ou praticar hábitos de outras culturas sem que se percam hábitos culturais locais. Promover festas que valorizem os hábitos locais é uma maneira de divulgá-los e mantê-los. Comemorações que promovam a integração e a convivência de expressões culturais diversas, como feira das nações, em coexistência à cultura local, também podem ser citadas.

Optar por um lanche rápido ou comprar uma comida pronta em um supermercado tem nos levado ao hábito de consumir fast-foods.

As imagens contidas nesta ou em outras páginas do livro foram utilizadas com objetivo exclusivamente didático, sem finalidade de promover marcas ou produtos.

VanderWolf Images/ Shutterstock.com

O consumo de seus produtos, como a Coca-Cola e os alimentos da rede McDonald’s, são modelos de consumo estadunidenses presentes em quase todo o mundo. Hambúrguer, outro símbolo estadunidense.

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u /Sh nor

Ta

Refrigerante de origem norte-americana, comercializado em país de idioma árabe.

a ) Você considera importante respeitar os hábitos culturais originários de outras nações e etnias que chegam ao nosso cotidiano? b ) Muitas vezes, ao incorporar hábitos de outros países, acabamos por reforçá-los, deixando de prestigiar ou manter hábitos e produtos nacionais e até mesmo locais. Reflita com os colegas sobre exemplos como esses. Pensem em atitudes que devem ser tomadas para que a cultura local não seja distorcida ou eliminada totalmente, e sim conservada e difundida, de modo que possa coexistir junto à pluralidade cultural vinda de outros nações e etnias. Veja as respostas das questões nas orientações ao professor.

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Orientações gerais

Geografia

• Este conteúdo permite

em foco

desenvolver a habilidade EF08GE14, ao permitir ao aluno analisar os processos de desconcentração e descentralização das atividades econômicas dos Estados Unidos, buscando outras regiões do país.

A descentralização industrial dos Estados Unidos

Atualmente, a região nordeste dos Estados Unidos, que abrange a porção dos Grandes Lagos, é denominada Manufacturing Belt, ou seja, Cinturão das Manufaturas, sendo considerada uma das mais industrializadas do mundo. Seus polos industriais reúnem diferentes tipos de indústrias, que vão desde as tradicionais siderúrgicas, metalúrgicas e indústrias automobilísticas — as chamadas indústrias pesadas — até as de microeletrônica, biotecnologia e robótica — consideradas indústrias de alta tecnologia. No entanto, nas últimas décadas, a região nordeste vem fazendo parte de um novo processo que interfere diretamente na organização do espaço geográfico dos Estados Unidos. Nessa região, vem ocorrendo uma forte tendência à descentralização industrial. Tradicionais ramos industriais, como o siderúrgico e o automobilístico, estão retirando sua matriz da região nordeste e transferindo-a para outras partes do território, como as regiões sul e oeste. Detroit, por exemplo, é uma cidade que, ao longo dos anos, se tornou um dos polos mais importantes da indústria automobilística. No entanto, com o processo de descentralização industrial, a cidade vem passando por um momento de crise em sua estrutura econômica e social, já que vem perdendo grande contingente de trabalhadores e indústrias para outras regiões dos Estados Unidos. As regiões que passaram a atrair tais indústrias foram denominadas Sun Belt, ou seja, Cinturão do Sol. Entre os fatores que estão ocasionando essa descentralização estão os altos impostos, as elevadas despesas com mão de obra e as leis de antipoluição.

Justin Kaneps/The New York Times/Fotoarena

Aliado à descentralização do nordeste, o Sun Belt vem atraindo também indústrias de alta tecnologia, dando origem a novos parques industriais em outras regiões do país, como no estado da Califórnia, localizado no oeste do território.

Indústria automobilística instalada na Califórnia, região oeste dos Estados Unidos, 2018.

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Capítulo 4

A economia agrária dos Estados Unidos A produção agropecuária dos Estados Unidos está entre as maiores do mundo. A elevada produtividade agropecuária do país está atrelada ao emprego de modernas técnicas de produção, como inseminação artificial, uso intensivo de fertilizantes, agrotóxicos e sementes selecionadas. A agropecuária estadunidense ocupa quase metade de seu território e encontra-se organizada em regiões denominadas belts, que em português significa cinturões. Os belts correspondem a áreas especializadas em determinado tipo de cultivo ou criação. A criação de um belt leva em consideração as condições climáticas, o tipo de relevo e o mercado consumidor das regiões onde será instalado. Embora os belts apresentem elevada produtividade depois de estabelecidos, em várias regiões, eles estão associados à ocorrência de problemas de desgaste do solo em razão, sobretudo, do desenvolvimento das monoculturas.

Orientações gerais

• O uso intensivo do solo pela atividade agropecuária pode causar diversos impactos ambientais, principalmente no solo e nas águas. Questione os alunos sobre o que pode acarretar aos recursos naturais das regiões mencionadas nos Estados Unidos que têm na agropecuária sua principal fonte de renda.

Veja no mapa como está organizado o espaço agrário dos Estados Unidos.

E. Cavalcante

Estados Unidos: produção agropecuária CANADÁ

ESTADOS UNIDOS

OCEANO ATLÂNTICO

40° N

OCEANO PACÍFICO

N L

O 0

320 km

S

Golfo do México

MÉXICO 100° O

Ranching belt Pecuária extensiva Wheat belt Lavouras de trigo Cotton belt Lavouras de algodão Dairy belt Pecuária leiteira e policultura Corn belt Lavouras de milho Culturas tropicais Lavouras de arroz, frutas cítricas e cana-de-açúcar Policultura Vários cultivos, como tabaco, milho e amendoim

Principais cultivos e criações Tabaco Cereais Soja Milho Cana-de-açúcar Arroz Algodão Uva Amendoim Beterraba açucareira Madeira

Aves Bovinos Suínos

Fonte: Atlas National Geographic: América do Norte e Central. São Paulo: Abril, 2008. v. 6. p. 37.

A fotografia mostra uma lavoura de milho na cidade de North Collins, Estados Unidos, 2018.

Pierre Williot/ Shutterstock.com

Conforme podemos observar no mapa, a região central, conhecida como celeiro agrícola, é dominada principalmente pelos cultivos de milho e trigo. Nessa região também se destaca a pecuária extensiva. A região nordeste é voltada, sobretudo, para a pecuária leiteira e o cultivo de hortaliças. Já na porção sul, influenciada pelo clima quente, cultiva-se produtos tropicais, como cana-de-açúcar, arroz e frutas.

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Orientações gerais

A atividade agropecuária nos Estados Unidos é responsável pelo abastecimento de parte do mercado mundial de alimentos. Os produtos agropecuários representaram cerca de 11% das exportações feitas pelo país em 2016.

• Para aprofundar seus

conhecimentos sobre a política de subsídio agrícola dos Estados Unidos, sugerimos a leitura do texto a seguir.

Observe a tabela a seguir. Pecuária – 2016

> FIGUEIREDO, Adelson

Martins et al. Impactos dos subsídios agrícolas dos Estados Unidos na expansão do agronegócio brasileiro. Disponível em: <http://livro. pro/2bghwf>. Acesso em: 23 out. 2018.

Criação

Agricultura – 2016

Participação Posição Rebanho em na produção nacional Cultivo nível mundial (em número mundial (em %) de cabeças)

Produção Participação Posição em nacional na produção nível mundial (em mundial (em %) toneladas)

Bovinos

91 918 000

6

3

Milho

384 777 890

36

1

Suínos

71 500 400

7

2

Soja

177 208 380

35

1

Frangos

1 971 947 000

9

3

Trigo

62 859 050

8

4

Equinos

10 525 766

18

1

Laranja

5 160 000

12

4

Fonte: FAO (Food and Agriculture Organization). Disponível em: <http://faostat.fao.org/>. Acesso em: 16 out. 2018.

Subsídios agrícolas As práticas protecionistas executadas por países desenvolvidos, como os Estados Unidos, tornaram-se um assunto muito discutido na atualidade. Essas práticas obrigam muitos países, sobretudo os subdesenvolvidos, a participarem em situação de desvantagem no comércio mundial. Uma das práticas de protecionismo se refere aos subsídios agrícolas que vários países desenvolvidos concedem a seus agricultores. Esses subsídios consistem no pagamento, por parte do governo, de uma parte do preço final dos produtos agropecuários aos produtores. Esses produtos passam, então, a Subsídios agrícolas entre alguns ser negociados no mercado internacional a um preço países desenvolvidos – 2017 menor do que o custo de sua Valor total dos subsídios agrícolas produção, e, dessa maneira, (em bilhões - US$) concorrem com grande vantagem sobre os produtos 120 de países subdesenvolvidos. Veja no gráfico os valores gastos com subsídios agrícolas pela União Europeia e por outros países desenvolvidos.

100

80

60

40

Keithy Mostachi

20

0

União Europeia

Estados Unidos

Japão

Canadá

Suíça Países

Fonte: OECD (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico). Disponível em: <http://stats.oecd.org/>. Acesso em: 25 out. 2018.

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Capítulo 4

Os Estados Unidos e seus recursos minerais O subsolo dos Estados Unidos é muito rico em recursos minerais, com importantes reservas de carvão, urânio, cobre, zinco, ferro e prata. Mas o consumo desses minerais é bastante elevado, e por isso o país precisa importar vários desses recursos. Os Estados Unidos também contam com uma grande concentração de petróleo e gás natural na região do Golfo do México, na Califórnia e no Alasca. Atualmente, esse país é o terceiro maior produtor mundial desses produtos, atrás da Arábia Saudita e da Rússia. Entretanto, para suprir a demanda nacional, assim como ocorre com suas demais riquezas minerais e matérias-primas, o governo estadunidense passou a importar grandes quantidades desses recursos energéticos de outros países, sobretudo daqueles onde os preços são menores. Em 2017, por exemplo, os Estados Unidos importaram cerca de 13 milhões de barris de petróleo por dia. Veja, a seguir, um gráfico que mostra a produção e a importação dos principais minerais utilizados pelos Estados Unidos. Estados Unidos: produção mineral e seus principais fornecedores – 2017

39

61

Prata 38

62

Cobre

67

33

Zinco

15

85

Chumbo 60

40

Ferro 50

50

0

20

40

60

80

100 Valores (em%)

Fonte: U.S. GEOLOGICAL SURVEY. Mineral Commodity Summaries 2017. Disponível em: <http:// minerals.usgs.gov/minerals/pubs/ mcs/2018/mcs2018.pdf>. Acesso em: 25 out. 2018.

• Comente com os alu-

nos que a formação e a transformação do espaço geográfico são intensamente influenciadas pela existência de recursos minerais. No caso dos Estados Unidos, isso é bem nítido em algumas regiões, como é o caso do Vale do Silício, em que há grande quantidade desse mineral, atraindo uma grande quantidade de empresas de alta tecnologia. Ou então o Cinturão da Ferrugem, onde há uma grande quantidade de ferro, o que leva empresas automobilísticas para a região. Essas empresas são atraídas para ficar mais próximas das matérias-primas.

Paisagem de exploração de cobre no Arizona, Estados Unidos, 2018.

Paul R. Jones/Shutterstock.com

Alumínio

Importação

Keithy Mostachi

Produção

Mineral

Orientações gerais

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A economia do Canadá

Orientações gerais

• Complemente o tema

A economia canadense destaca-se por sua atividade industrial moderna e por seu setor agropecuário altamente produtivo. O gráfico a seguir apresenta a importância do setor industrial nas exportações canadenses. O comércio exterior canadense ocupa um espaço cada vez maior na economia nacional. Os principais produtos exportados são: veículos e peças automotivas, máquinas industriais, produtos de alta tecnologia, como aeronaves, eletroeletrônicos, equipamentos médicos, ópticos e de telecomunicações, carvão, óleo, petróleo, gás natural, madeira e celulose, metais e produtos agrícolas.

Canadá: exportações – 2016 Produtos Outros industrializados Produtos 9% 53% agrícolas 16% Combustíveis e produtos minerais 22%

Renan Fonseca

A indústria canadense citando que o Canadá é o maior exportador de alumínio do mundo, e tem uma indústria forte em produção de bordo para xarope (maple syrup), folha símbolo da bandeira canadense. Solicite aos alunos que pesquisem esse produto e apresentem os resultados em sala de aula.

A pauta de exportação canadense está intensamente atrelada às relações comerciais com os Estados Unidos, seu maior parceiro comercial, tanto nas importações, respondendo com 51%, como nas exportações, com 76%.

Fonte: WTO (World Trade Organization). Disponível em: <www.wto.org/english/res_e/booksp_e/trade_ profiles14_e.pdf>. Acesso em: 27 set. 2018.

Por esse motivo, o Canadá, nos últimos anos, tem procurado estreitar seus laços comerciais com países da América Latina, como Brasil, Argentina, Chile e, sobretudo, México (por este também pertencer ao Nafta).

A indústria canadense A indústria canadense apresenta grande variedade de itens produzidos em diversos setores, dos mais tradicionais, como siderúrgico, de papel e celulose, de alimentos e têxtil, aos de tecnologia mais sofisticada, como a indústria aeroespacial, de telecomunicações, de biotecnologia e de microeletrônica. No mapa abaixo, observe a distribuição espacial das indústrias canadenses. Canadá: atividade industrial N L

O

Groenlândia (DINAMARCA)

OCEANO GLACIAL ÁRTICO

S

Indústrias o ul rc Cí

Aeronáutica Automobilística Química Mecânica Alimentícia Eletrônica e telecomunicações

Po la r

Alasca Ártic o (EUA) Whitehorse Yellowknife Baía de Hudson

Edmonton

Saskatoon

Winnipeg

St.John’s Quebec

E. Cavalcante

144

ESTADOS UNIDOS 105° O

Principais áreas industriais Rodovia principal Ferrovia principal

Fontes: Reference atlas of the world. 9. ed. London: Dorling Kindersley, 2013. p. 6. Atlas National Geographic: América do Norte e Central. São Paulo: Abril, 2008. v. 6. p. 28.

°N

45

Montreal

• De acordo com o mapa,

Victoria Vancouver Calgary

Têxtil Mineração Siderúrgica Petroquímica Madeireira Papel

Lago Regina Superior Lago Huron Thunder Bay Lago Michigan

OCEANO ATLÂNTICO

Ottawa Toronto

0

445 km

descreva como as indústrias estão distribuídas pelo território canadense.

Nota-se uma grande concentração industrial na região de Ottawa, Toronto, Montreal e Quebec, especialmente nos arredores dos Grandes Lagos, na região sudeste. Também estão espalhadas, em menor concentração, por outras regiões do país.

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Capítulo 4

A economia agrária do Canadá

ic o

O setor agropecuário canadense é marcado pela alta produtividade, resultado de elevados investimentos em tecnologias de produção, maquinários eficientes, pesquisas e programas que buscam beneficiar esse setor da economia. Com isso, a agropecuária rende boas safras de grãos, oleCanadá: produção agropecuária aginosas, verduras, legumes, OCEANO além de elevada produção de GLACIAL ÁRTICO Alasca t Ár carne e leite. Apesar da imensa (EUA) lar o P lo extensão territorial, apenas 7% cu Cír das terras canadenses apresenYellowknife tam condições climáticas e solos Whitehorse férteis para atividades agrícolas. Observe no mapa ao lado as principais áreas de cultivo no Canadá.

Fonte: Atlas National Geographic: América do Norte e Central. São Paulo: Abril, 2008. v. 6. p. 27.

Cevada

St. John´s Edmonton Calgary

Vancouver Victoria

°N

Saskatoon

Regina

45

Thunder Bay N

ESTADOS UNIDOS

L

O S

0

440 km

105° O

A porção centro-sul do país, onde predominam as planícies com Pradarias, é certamente a mais significativa no que se refere à produção agrícola: mais de 70% das áreas de cultivo canadenses se encontram nessa região. Embora o trigo seja o principal produto cultivado e o mais exportado do país, existem extensas plantações de milho, aveia, cevada, centeio, canola e linhaça, além da criação de gado leiteiro e de corte.

Os recursos naturais no Canadá

Quebec

Winnipeg Ottawa

Montreal

Toronto

OCEANO ATLÂNTICO

E. Cavalcante

Uso do solo Florestas Pastos Agricultura Improdutivo

• Para complementar o estudo do tema A economia agrária do Canadá, apresente a tabela a seguir aos alunos. Nela constam os principais produtos agropecuários produzidos nesse país. Produto

Baía de Hudson

CANADÁ

Orientações gerais

Criações Ovinos Bovinos Suínos Agricultura Cereais (trigo, aveia, cevada, centeio, canola, linhaça) Milho Beterraba açucareira Batata Tabaco Soja Árvores frutíferas

Produção do Canadá (em toneladas) – 2016 8 704 300

Milho

12 349 400

Aveia

3 018 100

Ervilha

4 611 100

Soja

5 827 100

Produção do Canadá (em Produto número de cabeças) – 2016 Bovinos

12 035 000

Suínos

12 770 461

Ovinos

826 400

Equinos

398 802

Caprinos

30 074

Fonte: FAO (Food and Agriculture Organization). Disponível em: <http://faostat.fao.org>. Acesso em: 27 out. 2018.

Tal riqueza natural proporciona ao país um amplo quadro de exportações, o que fortalece sua balança comercial. O petróleo bruto e o gás natural são os principais produtos de exportação do Canadá no setor energético, sendo os Estados Unidos seu único comprador. A produção de carvão também tem crescido e atingido altos níveis, sendo mais da metade de sua produção industrial destinada à exportação, especialmente ao Japão, mas também a outros mercados, como Brasil, México e China.

Laurie MacBride/Alamy/Fotoarena

Com seu extenso território, o Canadá é rico em recursos naturais. O setor energético do país é impulsionado pelas reservas de gás natural, petróleo, carvão, além de abundantes fontes de urânio, zinco, cobre, ferro e madeira.

Vegetação em área de reflorestamento no Canadá, 2018. Nesse país, a madeira é uma importante fonte de matéria-prima para a indústria de celulose.

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• Encaminhe os alunos para o laboratório de informática, caso seja possível, e solicite a eles que façam uma pesquisa acerca das técnicas utilizadas na produção agrícola.

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• Compare-as com as tecnologias utilizadas no Brasil e 11/9/18 2:43 PM

faça um fôlder comparativo. Compare também os tipos de produções dos dois países e se estão relacionados à produção expansiva e exportadora.

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Orientações gerais

Geografia

• Ao trabalhar o tema A geopolítica vista pelos Estados Unidos, auxilie os alunos na realização da pesquisa proposta nesta página. Veja a seguir algumas sugestões de sites.

em foco

Atualmente, o mundo conta com várias áreas de influência geopolítica. No entanto, por mais diversificada que seja, seu polo mais forte e mais influente encontra-se na América do Norte, mais precisamente nos Estados Unidos. Isso porque esse país é uma incomparável potência militar, não existindo concorrentes à sua altura no campo bélico mesmo nas potências militares mais notáveis, como França, Inglaterra, Rússia e China.

> Le Monde Diploma-

tique Brasil. Disponível em: <http://livro.pro/3 maidf>. Acesso em: 21 out. 2018.

Em 2017, de aproximadamente 1,7 trilhão de dólares gastos no mundo inteiro com despesas militares, cerca de 36% foram gastos apenas pelos Estados Unidos.

> BBC Brasil. Disponível

em: <http://livro.pro/ 8f589m>. Acesso em: 21 out. 2018.

• Pesquise em revistas, jornais e na internet

Quantidade de soldados estadunidenses – 2017

notícias recentes sobre as estratégias militares dos Estados Unidos em diferentes regiões do mundo.

• Para

Estados Unidos: 1 080 410 Afeganistão: 13 326 Japão: 44 545 Alemanha: 34 505 Coreia do Sul: 23 634 Ana Elisa

Reino Unido: 8 299

Fonte: Defense Manpower Data Center. Disponível em: <https://www.dmdc.osd.mil/appj/ dwp/dwp_reports.jsp>. Acesso em: 18 out. 2018.

Fotomontagem de José Vitor Elorza. Fotos: Digital Media Pro e kasha_malasha/Shutterstock.com

a realização da pesquisa, organize os alunos em duplas. Caso seja possível, encaminhe-os para o laboratório de informática e peça a eles que realizem uma pesquisa, nos sites indicados, acerca da atuação dos Estados Unidos na geopolítica mundial. Solicite que selecionem algumas matérias que possam chamar atenção e que realizem a leitura e escrevam no caderno o resumo da matéria. • Caso não seja possível encaminhar os alunos ao laboratório de informática, solicite que realizem a pesquisa em casa. • Em sala de aula, proporcione uma discussão entre os alunos para que possam expor as matérias que acharam mais interessantes. Incentive-os a participar da discussão questionando-os sobre o motivo pelo qual a matéria chamou atenção, qual o título, quais países envolvidos, qual o assunto etc. • Após as discussões iniciais, peça a eles que interpretem o mapa da imagem, chamando a atenção para a legenda e ressaltando que alguns países foram apontados por possuírem grandes tropas com contingente maior que 430 mil soldados. No entanto, outros países coloridos com tons diferenciados também têm tropas do

A geopolítica vista pelos Estados Unidos

146

exército estadunidense com g20_ftd_lt_8vsg_c4_p138a149.indd 146 número menor de soldados.

• Explique que em alguns países as tropas militares

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não estão presentes somente por questões de guerra ou conflitos e que, em alguns casos, como na África, os soldados levam também ajuda humanitária, atendimento médico e alimentos.

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Capítulo 4

A disparidade militar entre os Estados Unidos e os outros países do mundo ficou mais evidente após o fim da Guerra Fria e, particularmente, após os ataques terroristas às torres gêmeas do World Trade Center e ao Pentágono, em setembro de 2001. Esse evento marcou o início da política de combate às ameaças contra os Estados Unidos, conhecida como Guerra ao Terror.

Orientações gerais

• Relembre com os alunos os principais fatos ocorridos no dia 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos e quais as consequências para a geopolítica mundial.

• A seguir, apresentamos uma relação de filmes com diferentes pontos de vista dos atentados de 11 de setembro.

Na prática, a Guerra ao Terror significa legitimar qualquer ação militar, política e econômica adotada pelo governo estadunidense contra qualquer país considerado uma ameaça à segurança dos Estados Unidos, mesmo que essas ações envolvam o uso de seu poder bélico e militar.

> Os heróis. Direção de Jim Simpson, 2002. (95 min.).

Dessa forma, a partir da Guerra ao Terror, os gastos cresceram e as bases militares norte-americanas se espalharam pelo mundo de tal modo que, atualmente, existem dezenas de bases americanas em diversos países.

> Fahrenheit 09/11. Direção de Michael Moore, 2004. (116 min).

Observe no planisfério a distribuição das forças militares desse país ao redor do globo.

> As torres gêmeas. Direção de Oliver Stone, 2005. (125 min).

Pentágono: edifício onde está localizada a sede do poder central das Forças Armadas dos Estados Unidos.

> Voo United 93. Direção de Paul Greengrass, 2006. (90 min).

Principais forças militares estadunidenses no mundo – 2017 OCEANO GLACIAL ÁRTICO

> A hora mais escura. Direção de Kathryn Bigelow, 2012. (157 min).

N L

O

Círculo Polar Ártico

S

RÚSSIA

ESPANHA

ESTADOS UNIDOS

CHINA

ARGÉLIA

Trópico de Câncer

OCEANO PACÍFICO

OCEANO ATLÂNTICO Equador

E. Cavalcante

Trópico de Capricórnio

Quantidade de soldados (em mil) 431 ou mais De 291 a 430 De 151 a 290 De 11 a 150 Até 10 Dados não disponíveis

OCEANO ÍNDICO BRASIL Meridiano de Greenwich

OCEANO PACÍFICO

AUSTRÁLIA

ÁFRICA DO SUL

0

2 060

4 120 km

Fonte: DMDC (Defense Manpower Data Center). Disponível em: <https://www.dmdc.osd.mil/appj/ dwp/dwp_reports.jsp>. Acesso em: 17 out. 2018.

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Atividades

Material digital

• 1.

Possível resposta: Verifique se, na redação, os alunos comentam que a expansão industrial foi impulsionada, principalmente pela maneira que as colônias do norte organizaram seu modo de produção. Essas colônias desenvolviam um trabalho voltado às necessidades e ao desenvolvimento econômico da própria colônia, e não em benefício da metrópole. Essa forma de organizar as atividades econômicas foi fundamental para a expansão do mercado interno consumidor da região, fazendo que o número de manufaturas e de estabelecimentos bancários, gradativamente, se elevasse. Como consequência desse processo, houve uma intensa acumulação de capital, que possibilitou o investimento das burguesias industrial e comercial nas primeiras indústrias localizadas no nordeste do país, as quais serviram de base, mais tarde, para impulsionar o crescimento econômico e industrial dos Estados Unidos.

3. Sim. Embora apresente alto Exercícios de compreensão nível de 3. Podemos afirmar que a economia do desenvolvimento 1. Escreva um texto no seu caderno econômico, o explicando qual é a relação entre o Canadá é relativamente dependente Canadá não deixa modelo de colonização que deu oridos Estados Unidos? Justifique sua de ser um país dependente, pois gem aos Estados Unidos e o procesresposta. mantém fortes so de industrialização desse país. Veja a laços comerciais 4. Qual é a importância da região resposta da questão 1 nas orientações ao professor. com os Estados 2. Explique como se caracteriza a atual centro-sul do Canadá para a proUnidos, seu maior parceiro produção industrial dos Estados dução agrícola do país? Essa região comercial. utiliza tecnologias e implementos agrícolas e Unidos. 5. b) Possível apresenta alta produtividade na atividade resposta: os agropecuária. Mais de 70% das áreas de cultivo Estados UnidosGeografia no contexto canadense se encontram nessa região. controlam os principais fluxos 5. Observe a charge ao lado e responda no caderno às internacionais de questões seguintes. mercadorias e serviços. Além a ) Qual é a principal ideia que essa charge transmite? disso, exercem importante b ) Escreva as principais características que tornam os papel diante das principais Estados Unidos uma potência econômica mundial. instituições c ) É possível evidenciar a supremacia estadunidense financeiras e militares do em suas relações no interior do Nafta? Explique planeta. Por sua resposta. essas e outras razões, os ARIONAURO. Globalização. Arionauro Cartuns, 2018. Estados Unidos Disponível em: <www.arionaurocartuns.com.br/ regem grande search?q=globaliza%C3%A7%C3%A3o>. Acesso em: 19 out. 2018. parte da dinâmica e da 6. Observe a fotografia a seguir. 5. a) A charge transmite a ideia de que os Estados Unidos organização do é um país rico e que os países pobres dependem economicamente dele. espaço A imagem contida geográfico nesta ou em outras páginas do mundial. livro foi utilizada 5. c) Sim. A com objetivo supremacia exclusivamente didático, sem estadunidense é finalidade de evidenciada nas promover marcas trocas comerciais ou produtos. internas do bloco, sendo o país que possui o maior mercado consumidor e, ao mesmo tempo, o principal responsável pela maior parte da Restaurante riqueza gerada fast-food de pelo Nafta. empresa 6. a) O restaurante estadunidense estadunidense na na Arábia Arábia Saudita comprova que a Saudita, 2017. cultura dos Estados Unidos está cada vez mais inserida no a ) Como o restaurante mostrado na fotografia revela a expansão da cultura dos modo de vida de Estados Unidos no mundo? grande parte da população mundial, b ) No caderno, escreva exemplos da presença da cultura estadunidense em seu a exemplo de dia a dia. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos escrevam sobre o contato frequente que hábitos alimentares. eles têm com a cultura estadunidense em filmes, em músicas, em propagandas etc. Arionauro

Resposta

2. Possível resposta: a atual produção industrial desse país se caracteriza por apresentar um grande avanço tecnológico no processo produtivo. Os investimentos em modernas tecnologias favoreceram a expansão de indústrias, como a de informática, microeletrônica, robótica e biotecnologia.

Tasnem Alsultan/The New York Times/Fotoarena

• Para acompanhamento da aprendizagem dos alunos, está disponível no material digital uma proposta de avaliação do 2o bimestre, referente aos conteúdos trabalhados nos capítulos 3 e 4.

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Capítulo 4

7. Observe a manchete de jornal a seguir e depois responda, no caderno, às questões.

Agricultores dos EUA recebem US$ 19 bi de subsídios por 32 anos seguidos Gazeta do Povo, 7 jun. 2018. Disponível em: <https://www.gazetadopovo.com.br/ agronegocio/agricultura/agricultores-dos-eua-recebem-us-19-bi-de-subsidios-por-32anos-seguidos-7a9cols67bdqhtvtwui4xyw2h/>. Acesso em: 26 out. 2018.

a ) Qual é o principal tema apresentado nessa manchete? A manchete trata do protecionismo econômico na forma de subsídios agrícolas adotados pelos Estados Unidos.

b ) Por que o protecionismo agrícola é intensamente praticado pelos EUA? Quais vantagens levam à adoção desse tipo de política por parte desse país?

Refletindo sobre o capítulo

• Esta seção tem o intuito de propor uma reflexão. Esse é um bom momento para identificar dúvidas dos alunos. Aproveite e verifique o desenvolvimento das habilidades e se os objetivos do capítulo foram alcançados.

• Leia com os alunos as afirmações presentes nesta seção como uma forma de retomada de conteúdo. Caso julgue pertinente, você poderá desenvolver uma atividade com os alunos a partir da construção de uma linha do tempo que possa representar o trajeto dos Estados Unidos até sua hegemonia no cenário geopolítico mundial, buscando avaliar a construção do conhecimento do aluno. Sugerimos que os alunos construam suas linhas do tempo em papel kraft, a partir da técnica de colagem de figuras (revistas, jornais, imagens, fotografias etc.). Incentive a criatividade e a articulação com o conteúdo.

c ) Explique de que maneira a prática do protecionismo adotada pelos países desenvolvidos influencia negativamente o desenvolvimento econômico dos países produtos subsidiados de países desenvolvidos são negociados no mercado subdesenvolvidos. Os internacional a um preço menor do que o custo de sua produção e, assim, concorrem com grande vantagem com os gêneros produzidos nos países subdesenvolvidos.

Refletindo sobre o capítulo Agora que você concluiu o estudo deste capítulo, reflita sobre os temas apresentados. Faça uma autoavaliação do seu aprendizado com base nas afirmações a seguir.

• A divisão do continente americano em América Anglo-Saxônica e América Latina consi-

dera aspectos histórico-culturais para a regionalização. Já a divisão do continente em América do Norte, América Central e América do Sul considera aspectos físicos.

• A colonização inglesa dos Estados Unidos teve início no século XVII. A Marcha para o Oeste corresponde à ocupação do interior do território estadunidense entre os séculos XVIII e XIX.

• Atualmente, além de europeus, existe também um grande número de asiáticos e latino-americanos vivendo nos Estados Unidos.

• Grande parte da população estadunidense possui boa qualidade de vida, o que reflete na elevada expectativa de vida de sua população.

• A população canadense possui uma grande diversidade étnica. Por causa do clima rigoroso ao norte, a população desse país distribui-se irregularmente sobre o território, concentrando-se, principalmente, na região sul do país.

• Os Estados Unidos representam, hoje, uma das maiores potências mundiais. Isso se deve ao elevado nível de desenvolvimento econômico conquistado ao longo de sua história.

• A industrialização dos Estados Unidos consolidou-se na segunda metade do século XIX. Atualmente, o parque industrial desse país possui um elevado nível tecnológico.

• A produção agropecuária dos Estados Unidos ocorre, principalmente, por meio dos belts.

Além dos produtos agropecuários, o país possui recursos minerais, como carvão, urânio, cobre, zinco, ferro e prata.

• A economia do Canadá possui um diversificado parque industrial, uma agropecuária com alta produtividade e ainda importantes recursos naturais, como gás natural, petróleo, carvão, urânio, entre outros. 7. b) O pagamento de uma parte do preço final dos produtos agropecuários aos

produtores, por parte do governo estadunidense, possibilita que esses produtos sejam negociados no mercado internacional a um preço menor do que o custo de sua produção, favorecendo a concorrência com os demais países, além de servir como 149 ajuda e incentivo aos produtores rurais desse país.

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Objetivos do capítulo

Capítulo

América Latina: território e população

• Identificar

os países que compõem a América Latina e sua herança histórico-cultural comum.

• Identificar as principais

características do relevo e da hidrografia da América Latina.

• Conhecer os tipos de

vegetação verificados na América Latina e suas características principais.

• Compreender

de que maneira ocorreu a colonização da América Latina e as principais consequências desse processo.

• Identificar

disputas territoriais existentes na América Latina e suas causas principais.

• Reconhecer e valorizar a diversidade cultural e étnica das nações latino-americanas. • Identificar aspectos demográficos da América Latina, como a distribuição da população pelo território e os principais fluxos migratórios.

• Analisar

os contrastes socioeconômicos na América Latina, suas causas e consequências.

• Compreender

que o crescimento populacional na América Latina não é homogêneo e identificar os principais contrastes existentes.

• Reconhecer o acelera-

do processo de urbanização da América Latina e suas consequências.

Pessoas com trajes tradicionais do festival do Dia dos Mortos, na Cidade do México, capital do México, 2017. Esse festival ocorre todos os anos e mistura tradições europeias (católicas) e indígenas.

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Orientações gerais

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• Oriente os alunos a observar a fotografia re-

tratada nesta página e a ler a legenda para a realização da atividade de abertura.

• Avalie os conhecimentos prévios dos alunos

sobre a América Latina, explorando as questões apresentadas na página seguinte, com

ênfase sobre aspectos culturais e naturais.

• Para que os alunos conheçam algumas ca-

racterísticas culturais do festival do Dia dos Mortos, sugerimos que eles assistam ao filme de animação indicado a seguir, que conta a história de Miguel, um menino que deseja ser mú-

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sico, mas precisa conhecer seus antepassados que estão mortos para poder ter a aprovação familiar e realizar seu sonho. A aventura se passa durante as comemorações do Dia dos Mortos. > Viva – a vida é uma festa. Direção de Lee

Unkrich e Adrian Molina, 2017. (105 min).

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BNCC

Ao longo deste capítulo, estudaremos as principais características do território e da população latino-americana, compreendendo aspectos relacionados à sua formação, demografia e a rápida urbanização verificada na maioria de seus países.

Veja as respostas das questões nas orientações ao professor.

A A fotografia apresenta um aspecto da cultura mexicana, influenciada tanto por povos europeus quanto por indígenas, base de sua população. Você poderia citar aspectos dos povos formadores da população brasileira em expressões culturais do nosso país, ou mesmo no lugar onde você vive?

Quetzalcoatl1/Shutterstock.com

A América Latina é uma região que abriga inúmeras riquezas naturais, grandes cidades em crescimento e uma população culturalmente diversa, marcada por influências indígenas, europeias e africanas.

• Neste capítulo, é pri-

B Converse com seus colegas sobre aspectos naturais e culturais da América Latina. Cite exemplos que vocês conhecem.

vilegiado o estudo dos aspectos naturais e populacionais da América Latina, contemplando plena ou parcialmente as habilidades EF08GE03, EF08GE04, EF08GE05, EF08GE08, EF08GE10, EF08GE11, EF08GE15, EF08GE16, EF08GE17, EF08GE18, EF08GE20 e EF08GE23 da BNCC.

• Também contempla as competências gerais 1, 2, 3, 7 e 10 e as competências específicas de Geografia 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7.

151

Respostas

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A Resposta pessoal. Estimule-os a comentar sobre elementos culturais presentes em seus lugares de vivência que podem ser classificados como manifestações multiculturais, como festas que misturam elementos católicos com elementos indígenas ou africanos, entre outros.

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B Resposta pessoal. Estimule-os a comentar aspectos sobre a região que conheçam ou que podem ter sido veiculados na mídia, ou que viram em filmes, séries ou livros. Incentive-os a relatar aspectos da cultura da América Latina relacionados a música, dança, datas comemorativas, comidas típicas etc.

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O território da América Latina

Orientações gerais

•O

uso da linguagem cartográfica contribui para o desenvolvimento do pensamento espacial, conforme orientam a competência específica de Ciências Humanas 7 e a competência específica de Geografia 4.

América Latina é a porção do continente americano que se estende do norte do México, na fronteira com os Estado Unidos, até o extremo sul da Argentina e do Chile. A denominação América Latina se deve, entre outros fatores, à herança histórico-cultural da colonização. Observe essa região no mapa abaixo. Ilhas Turks e Caicos (RU)

América Latina

• Oriente os alunos a ob-

EUA

servar o mapa, com atenção à legenda.

ncer

• Peça

San Salvador

EL SALVADOR

Tegucigalpa Manágua

N

NICARÁGUA

San José COSTA RICA

Caracas

PANAMÁ

Cidade do Panamá

Santa Fé de Bogotá

Equador

L

O

VENEZUELA

COLÔMBIA

nente, comente com os alunos acerca de particularidades de cada uma das sub-regiões mencionadas ou peça que identifiquem os principais países, prestando atenção aos contrastes no que diz respeito a suas extensões territoriais e às capitais nacionais. Espera-se que os alunos possam identificar o Brasil como o país com maior extensão territorial da região.

Georgetown Paramaribo GUIANA Caiena SURINAME

S

Aruba (HOL)

Curaçao SÃO VICENTE (HOL) Bonaire E GRANADINAS (HOL)

Port of Spain 0

280 km

DOMINICA Martinica (FRA) SANTA LÚCIA BARBADOS GRANADA TRINIDAD E TOBAGO

Guiana Francesa (FRA)

Quito

EQUADOR

PERU

Diários de motocicleta

BRASIL

Lima

Direção de Walter Salles, 2004. (128 min).

Brasília

BOLÍVIA

La Paz

OCEANO PACÍFICO PARAGUAI

pricórnio

Trópico de Ca

Assunção

CHILE

Santiago

OCEANO ATLÂNTICO

ARGENTINA URUGUAI

Montevidéu Buenos Aires

América Latina

• Ao final, avalie os alu-

O filme relata a história de Che Guevara, um jovem estudante de Medicina que, em 1952, decide viajar pela América do Sul de moto com seu amigo Alberto Granado. Depois que a motocicleta quebra, eles passam a seguir viagem por meio de caronas e caminhadas, sempre conhecendo novas pessoas e lugares.

N L

E. Cavalcante

O S

0

Fonte: Reference atlas of the world. 9. ed. Londres: Dorling Kindersley, 2013. p. 42-45, 51.

920 km

80° O

A América Latina costuma ser dividida em três sub-regiões: América do Sul, América Central e México, como vimos no mapa da página 110. A América Central pode ser dividida em:

Sugestão de atividade

Países do istmo ou continentais

Antilhas ou Caribe

As capitais latino-americanas

Ilhas (incluindo Cuba), de variados tamanhos, que separam o Mar do Caribe do oceano Atlântico.

Objetivo

• Reconhecer particularidades de capitais latino-americanas.

HONDURAS JAMAICA

as

GUATEMALA

Saint Eustatius (HOL) SÃO CRISTÓVÃO E NÉVIS Montserrat (RU)

A

Kingston

ANTÍGUA E BARBUDA Guadalupe (FRA)

Santo PORTO RICO Saba (EUA) Domingo (HOL)

ilh

Cidade da Guatemala

Belmopan

Porto Príncipe

BAHAMAS

CUBA

BELIZE

Cidade do México

• Caso considere perti-

nos em relação à capacidade de interpretação de mapas políticos e realize questionamentos que busquem explorar a capacidade de interpretação de mapas e localização.

Ilhas Cayman (RU) Havana

MÉXICO

nt

aos alunos que localizem, na representação, o México (que faz parte da América do Norte), a América Central e a América do Sul.

REPÚBLICA DOMINICANA

HAITI

Trópico de Câ

Ilhas Virgens Anguilla Britânicas (RU) (RU) Saint Martin (FRA e HOL) San Juan

Ilhas Virgens Americanas (EUA)

Panamá, Costa Rica, Nicarágua, Honduras, El Salvador, Guatemala e Belize.

Fonte: OLIC, Nelson Bacic. Geopolítica da América Latina. São Paulo: Moderna, 1992. p. 5.

152

Procedimentos

• Em grupos de, no má-

ximo, quatro integrantes, solicite uma pesquisa na internet sobre uma capital de um país latino-americano à escolha. As informações coletadas devem ser referentes a

história, cultura, economia, turismo, dados populaciog20_ftd_lt_8vsg_c5_p150a157.indd 152 nais, entre outros exemplos.

• Certifique-se de que a maior parte das capitais foi contemplada, para que os resultados das pesquisas sejam mais ricos.

• Peça aos alunos que produzam um quadro informativo

indicando as principais características da capital escolhida.11/9/18

• Caso julgue pertinente, solicite aos alunos que pesqui-

2:44 PM

sem imagens que simbolizem as características culturais dessa capital para apresentar aos colegas.

• Por meio desta atividade, pode-se trabalhar com o tema contemporâneo Diversidade cultural.

152

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Capítulo 5

A América Latina apresenta grande diversidade de paisagens que se deve, sobretudo, à sua longa extensão longitudinal, a qual possibilita a existência de diferentes zonas térmicas e, consequentemente, variadas formas de vida. A seguir, vamos conhecer melhor suas características naturais.

Trópico de Câncer

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900 km

75° O

E. Cavalcante

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Rios

Gennady Stetsenko/ Shutterstock.com

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7 ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 40.

A presença de lagos, como o Titicaca na fronteira entre Bolívia e Peru, é marcante nas áreas montanhosas dos Andes. Alimentados sobretudo pelo derretimento da neve, recebem as águas de vários rios da região, os quais apresentam grande importância no abastecimento, na irrigação e na geração de energia das cidades. Fotografia do lago Titicaca visto do Peru, 2018.

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OCEANO PACÍFICO

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Lago Titicaca

153

Orientações gerais

g20_ftd_lt_8vsg_c5_p150a157.indd 153

• Oriente os alunos a observar o mapa, com atenção à le-

genda, e peça que localizem onde estão as principais elevações da América Latina e as principais áreas de planície.

• Avalie se os alunos têm a capacidade de leitura de

mapas e se conseguem identificar a Cordilheira dos Andes e as principais áreas de planícies, como a planície formada pelo Rio Amazonas.

• O uso da linguagem cartográfica favorece o desenvolvimento do pensamento espacial, e o entendimento do espaço latino-americano permite contemplar a competência específica de Ciências Humanas 7 e a competência específica de Geografia 4, contribuindo também para que se formem bases necessárias ao trabalho com a competência específica de Geografia 3.

• Auxilie os alunos a localizar, no mapa, cada uma das três principais bacias hidrográficas da América Latina, todas elas localizadas na América do Sul, assim como seus rios formadores.

sc

Trópico de Capricórnio

Acima de 4 000 De 3 000 a 4 000 De 2 000 a 3 000 De 1 000 a 2 000 De 600 a 1 000 De 400 a 600 De 100 a 400 De 0 a 100

as

PLANÍCIE AMAZÔNICA

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Altitudes em metros

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Orientações gerais

• Este conteúdo aborda a habilidade EF08GE15 ao tratar da importância dos principais recursos hídricos da América Latina.

OCEANO ATLÂNTICO

o

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Equador

C TA OOR LA D. MA NC A

Rio Ur

DE

A CO RDILHEIR

A América do Sul abriga uma vasta rede hidrográfica (observe o mapa) em virtude de seus rios extensos e volumosos. Há grandes bacias hidrográficas nessa região, que banham boa parte da superfície continental. As principais são: • Bacia do Orinoco: drena parte dos terrenos da Floresta Amazônica, na porção venezuelana. O rio principal, Orinoco, tem suas nascentes no planalto das Guianas. • Bacia Platina: compreende a área formada pelos rios Paraná, Paraguai e Uruguai. Desemboca no oceano Atlântico, no litoral argentino e uruguaio. Suas nascentes localizam-se nos planaltos brasileiros da porção central do continente, por um lado, e nas montanhas andinas, por outro. • Bacia Amazônica: o rio principal é o Amazonas. Tem sua nascente, e de alguns de seus afluentes, em meio às montanhas nevadas andinas, de onde corre em direção ao oceano Atlântico.

América Latina: relevo e hidrografia

PLANÍC

Uma rica hidrografia

SIERRA

:44 PM

Principais características naturais da América Latina

11/9/18 2:44 PM

• Comente com os alunos que o lago Titicaca é um dos

maiores lagos da América Latina e o lago navegável mais alto do mundo, pois se encontra em uma altitude de aproximadamente 3.800 metros acima do nível do mar. Nesse lago há mais de 40 ilhas, onde moram muitas famílias.

• Resgate conhecimentos prévios sobre o assunto e avalie a capacidade de leitura de mapas e os conhecimentos dos alunos acerca das características hidrográficas da região em seu potencial de aproveitamento para as nações da região.

• Comente com os alunos que, em razão da reduzida área da América Central, sua rede hidrográfica é composta de rios de pequena extensão.

• Pergunte aos alunos se eles já souberam de notícias sobre algum desses rios mencionados. Peça que indiquem os benefícios de uma nação abrangida em seu território por uma bacia hidrográfica de grande porte como as mencionadas.

• Espera-se que eles reconheçam o potencial como via de navegação, fonte de água e alimento, potencial hidrelétrico, entre outros exemplos. 153

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BNCC

A Bacia Amazônica e sua importância para a América do Sul

• O conteúdo desta pági-

na permite desenvolver a habilidade EF08GE23 ao propor a valorização as comunidades ribeirinhas que vivem nos rios da Bacia Amazônica.

A Bacia Amazônica, por onde circula mais de 20% de toda a água doce superficial que flui nos rios do planeta, confere às nações que a compartilham um imenso privilégio hídrico. Esse gigantesco volume de água, transportada pelo Rio Amazonas e seus afluentes, tem grande parte de sua origem nas características climáticas da região, que apresenta altos índices de precipitação. Massas de ar provenientes do oceano Atlântico provocam chuvas na região amazônica e ganham mais umidade ao se deslocarem em direção oeste, pois recebem a água que evapora de rios, do solo e da densa vegetação da floresta. Caso a floresta não existisse, parte significativa dessa umidade também não existiria.

• Debater a importância

da conservação da Floresta Amazônica para os climas da América do Sul permite contemplar o tema contemporâneo Educação ambiental. Recomendamos para tanto a realização de um debate sobre o desmatamento e o que acham que ocorreria, do ponto de vista climático, se a floresta fosse desmatada.

O caminho dessas massas de ar em direção oeste é barrado pela cordilheira dos Andes, segunda maior cadeia de montanhas do planeta, causando intensas precipitações onde se encontram as nascentes do Rio Amazonas e muitos outros.

Nowaczyk/Shutterstock.com

Os rios da Bacia Amazônica são vitais para as populações ribeirinhas, servindo como vias de transporte, fonte de água e alimentos. Além disso, o regime de cheias e vazantes dos rios fertiliza os solos das várzeas, sustentando o desenvolvimento de cultivos agrícolas.

Orientações gerais

• Apresente aos alunos

um mapa ou uma animação que ajude a compreender de que modo as massas de ar que ganham umidade sobre a Floresta Amazônica se deslocam pela América do Sul. Para isso, acesse o site a seguir.

> Projeto Rios Voadores.

Disponível em: <http:// livro.pro/vfyha6>. Acesso em: 23 set. 2018.

• Avalie

se os alunos compreenderam a importância da Floresta Amazônica e de sua conservação para os climas na América do Sul, já que a evapotranspiração responde por uma parte significativa da umidade do ar sobre a floresta.

O Rio Amazonas tem sua nascente nas montanhas dos Andes e percorre aproximadamente sete mil quilômetros até sua foz no oceano Atlântico. Acima, Rio Amazonas visto do Peru, 2016.

A existência de algumas das principais bacias hidrográficas do planeta na América Latina faz dela uma das regiões mais privilegiadas do mundo em relação à disponibilidade de recursos hídricos, ainda que a distribuição desse recurso não seja uniforme e algumas áreas sofram com o estresse hídrico. Nesse sentido, destaca-se a necessidade de cooperação entre os países que compartilham dessas bacias hidrográficas e reservatórios de águas subterrâneas, pois impactos ambientais em determinado território causam consequências para além das fronteiras de cada país.

154

Integrando saberes

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• Este tema possibilita a articulação com o

componente curricular de Língua Portuguesa por meio de um trabalho com o texto literário a seguir, que ajuda na compreensão da importância do ciclo das cheias e vazantes na Bacia Amazônica para as populações ribeiri-

nhas, explorando a habilidade EF08GE23 da BNCC: O gado tem que ser levado para as alturas da terra firme ou então é reunido às pressas na maromba, exíguo curral erguido sobre os esteios acima das águas, as sucuris enormes espreitando; o soalha das casas fica submerso,

11/9/18 2:44 PM

as cobras se aproximam no faro de animais domésticos e crianças também. O homem fica à mercê do rio. Mas não desanima: espera pela vazante e alteia o soalho, e aproveita depois a terra enriquecida pela enchente. MELLO, Thiago de. Amazonas, pátria das águas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2002. p. 27.

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:44 PM

Em 2010, dentro do contexto da responsabilidade conjunta dos países em relação à conservação do Aquífero Guarani, foi firmado um acordo no qual cada nação possui soberania sobre o uso do aquífero, mas também a responsabilidade pelos impactos ambientais que nele causar. Em relação ao potencial hidrelétrico, a Aquífero Guarani América Latina destaca-se como uma das GO N DF MT regiões que mais explora seus cursos de Cuiabá Brasília L O água com a construção de usinas hidrelétriGoiânia S cas. Vários países da região aproveitam a existência de rios com potencial para geraBOLÍVIA ção de energia elétrica em seus territórios. MS

Carlos Garcia Rawlins/Reuters/ Fotoarena

Os países que mais se beneficiam são os que compartilham as maiores bacias hidrográficas do continente. Dentre eles, o Brasil se destaca como o que mais produz e consome energia elétrica gerada em usinas hidrelétricas, sendo as principais localizadas no Rio Madeira (Bacia Amazônica), no Rio Paraná (Bacia Platina) e no Rio São Francisco. A Venezuela é o segundo país latino-americano que mais gera energia por meio dessa fonte, sendo as principais usinas no país localizadas em rios da Bacia do Orinoco.

E. Cavalcante

Capítulo 5

No caso da Bacia Amazônica, por exemplo, são sete as nações (Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru e Venezuela) que compartilham seus recursos hídricos. Já o Aquífero Guarani, um grande reservatório de águas subterrâneas localizado na América do Sul, abrange partes das regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil e também do Paraguai, do Uruguai e da Argentina.

MG

Campo Grande

PARAGUAI

BACIA DO PARANÁ

SP

São Paulo

Trópico de Capricórnio

PR

ARGENTINA

Fonte: OEA (Organização dos Estados Americanos). Aquífero Guarani: programa estratégico de ação 2009. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/publicacoes/agua/category/42recursos-hidricos.html?download=883:programa-estrategicode-acao>. Acesso em: 20 ago. 2018.

Curitiba 26º S

SC

BACIA CHACO-PARANAENSE

RS

Porto Alegre

Florianópolis OCEANO ATLÂNTICO

0

URUGUAI

220 km

Área do Aquífero Guarani Capital federal

55° O

Capital estadual

Vista da barragem e reservatório de Guri, na Venezuela, 2016.

155

Orientações gerais

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• Utilize a chamada da notícia como ponto de partida para a discussão e resgate conhecimentos prévios dos alunos em relação à geração de energia elétrica por meio da energia potencial gravitacional da água em usinas hidrelétricas com reservatório.

• Ressalte que a hidroeletricidade representa uma fonte

11/9/18 2:44 PM

de energia renovável e limpa, mas a construção de grandes reservatórios em áreas de planície, como ocorre na Bacia Amazônica, causa o alagamento de áreas extensas, resultando em alterações no modo de vida das populações locais, remoção de trechos de floresta e perda de biodiversidade.

BNCC

• Por

meio do estudo destas páginas os alunos poderão analisar o modo como a sociedade depende dos ciclos da natureza, mas nele interferem por meio de suas atividades. Um debate sobre o tema permite contemplar a competência geral 7 da BNCC, assim como a competência específica de Ciências Humanas 3 e a competência específica de Geografia 1. • O trabalho com a seção contempla as competências gerais 2, 4 e 6 da BNCC, assim como a competência específica de Geografia 2, ao buscar compreender as formas como os seres humanos fazem uso da água doce presente nos rios e lagos, um dos recursos naturais dos quais dependem as sociedades humanas. Orientações gerais

• Realize a leitura da página e a observação da fotografia, seguida de uma avaliação sobre os conhecimentos prévios dos alunos sobre o Aquífero Guarani e também sobre o potencial hidrelétrico do Brasil. • Comente que o Aquífero Guarani abastece áreas urbanas das regiões Sul e Sudeste do Brasil e serve também à irrigação agrícola, no entanto encontra-se ameaçado pela poluição de suas águas por insumos agrícolas e resíduos industriais. • Apresente a manchete a seguir e promova um debate sobre os benefícios e impactos socioambientais envolvidos na construção de usinas hidrelétricas na Amazônia. Novas hidrelétricas na Amazônia podem prejudicar clima e ecossistema Folha de S.Paulo, 14 jun. 2017. Disponível em: <www1.folha.uol.com.br/ ambiente/2017/06/1892979novas-hidreletricas-naamazonia-podem-prejudicarclima-e-ecossistemas. shtml?utm_source=folha>. Acesso em: 22 set. 2018.

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Formas do relevo diversas

BNCC

• O conteúdo desta pági-

Na América Latina, predominam três principais formas de relevo: as cadeias de montanhas do oeste, as planícies das áreas centrais e os planaltos do leste. Migel/Shutterstock.com

na permite desenvolver a competência específica de Geografia 5. Ao conhecerem as formas de relevo predominantes na América Latina, os alunos obterão bases necessárias para compreender a ocupação humana e produção do espaço geográfico na região.

• Proponha uma pesqui-

sa complementar na internet sobre os povos andinos, que vivem na região da cordilheira dos Andes. Dessa forma os alunos poderão desenvolver a habilidade EF08GE23.

aos alunos que observem novamente o mapa da página 153 e, em seguida, dê sequência ao desenvolvimento do conteúdo pedindo aos alunos que localizem novamente no mapa a Cordilheira dos Andes, os planaltos do leste e as planícies centrais mencionadas no texto.

• Destaque

as quatro principais formas de relevo apresentadas. Avalie os conhecimentos dos alunos sobre o assunto e relacione o conteúdo desta página ao de bacias hidrográficas latino-americanas abordados anteriormente.

• Comente com os alunos que a Cordilheira dos Andes é um exemplo de como o movimento convergente de placas tectônicas gera resultados dramáticos para o relevo. Aproveite para resgatar conhecimentos prévios sobre placas tectônicas e avalie se eles têm entendimento básico sobre o assunto. Explique que o termo cordilheira é utilizado para indicar um conjunto de cadeias de montanhas.

Andrew Hasson/Alamy/Fotoarena

• Peça

A fotografia retrata uma porção da cordilheira dos Andes, localizada na Argentina, 2017.

Planícies centrais Na região central da América Latina, encontramos terrenos de planície, como a Planície Platina, a do Pantanal, a dos Pampas, a do Chaco, além da Planície Amazônica.

Paisagem da área dos Pampas, em Sierra de la Ventana, Argentina, 2017.

Rubens Chaves/Pulsar Imagens

Orientações gerais

Cadeias de montanhas do oeste Na porção oeste do continente, estendem-se por praticamente toda a América Latina áreas de relevo montanhoso de origem geológica recente, ou seja, da Era Cenozoica (cerca de 65 milhões de anos). No México, as cadeias de montanhas do oeste são denominadas cordilheiras Serra Madre; na América Central, Talamanca; e, na América do Sul, Andes.

Planaltos do leste A porção centro-leste do continente é formada por áreas de planaltos originados no Pré-Cambriano (aproximadamente 2 bilhões de anos atrás). Por serem áreas de origem geológica antiga, com o passar do tempo, os planaltos do leste foram desgastados pelos processos erosivos e, por isso, atualmente apresentam altitudes modestas. Nessas áreas, destacam-se o planalto brasileiro e o planalto das Guianas.

A Serra da Bocaina faz parte de uma porção do planalto brasileiro. Na fotografia, observamos a Serra da Bocaina, em Cunha (SP), 2018.

156

• Traga para a sala de aula algumas imagens dos Andes g20_ftd_lt_8vsg_c5_p150a157.indd 156

e explicações sobre sua formação. O vídeo indicado a seguir pode estimular a curiosidade dos alunos e também servir como material auxiliar ao professor.

• Como os Andes foram formados? E no Brasil, existe

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montanha? Terra Negra. Disponível em: <http://livro. pro/2gdjnz>. Acesso em: 22 set. 2018.

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:44 PM

em foco

Capítulo 5

Geografia

O Canal do Panamá e a ligação interoceânica

O Canal do Panamá é uma ligação aquática artificial entre os oceanos Atlântico e Pacífico, localizado no Panamá, país da América Central. Foi inaugurado em 1914, estando sob o governo estadunidense até 1999, quando foi entregue ao governo panamenho. A construção desse canal favoreceu o comércio marítimo mundial, pois por ele trafegam navios de diversos países e cerca de 6% do comércio de mercadorias do mundo. O texto a seguir apresenta mais informações sobre esse canal.

Canal do Panamá Atalho para a Ásia, o Canal do Panamá foi a materialização de um antigo sonho da navegação do mundo ocidental. Ligou os oceanos Atlântico e Pacífico e encurtou distâncias entre o Ocidente e o Extremo Oriente.

Até a construção do canal, para se navegar da costa leste para a oeste dos EUA era preciso enfrentar mais 15 mil quilômetros, contornando toda a América do Sul e se aventurando pelas águas gélidas do temido Estreito de Magalhães, na Patagônia, extremo sul das Américas. O Canal do Panamá foi uma obra de engenharia que virou realidade em 1914, após dez anos de trabalho pesado em meio a uma selva fechada, e que custou 20 mil vidas para a febre amarela.

Orientações gerais

A construção acabou por financiar a independência deste pequeno país centro-americano da Colômbia, que desde então viveu na órbita dos norte-americanos. [...]

hanohiki/Shutterstock.com

SCIARRETTA, Toni. Panamá – Canal do Panamá. Folha Online. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/folha/turismo/americacentral/panama-canal.shtml>. Acesso em: 5 out. 2018.

Na fotografia, embarcações no Canal do Panamá, no Panamá, 2018.

157

Orientações gerais

• Explique que, em função de sua importância econômica e estratégica, o caso do canal do Panamá serve para exemplificar a força geopolítica dos Estados Unidos na América Latina. A independência do Panamá, conquistada em 1903 (o território era parte da Colômbia), deu-se com a ajuda do

plorado na seção para propor uma reflexão sobre a intervenção do ser humano na natureza e na sociedade, a desenvolvendo a competência específica de Ciências Humanas 3. Ao desenvolver o senso crítico para a compreensão da realidade, baseando-se nos conhecimentos geográficos, esse tema permite também um trabalho com a competência específica de Geografia 3.

• O estudo da relação dos Estados Unidos com o Canal do Panamá ao longo do tempo permite explorar o contexto geopolítico latino-americano na ordem mundial do pós-guerra, abrangendo a habilidade EF08GE08 da BNCC.

O canal tem 80 quilômetros de extensão e é percorrido aproximadamente em oito horas, dependendo do tráfego. Por ele passam [...] cargueiros e também luxuosos transatlânticos, com turistas de todo o mundo. Em suas extremidades ficam a Cidade do Panamá, no Pacífico, e Colón, no Atlântico (Mar do Caribe).

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BNCC

• Aproveite o tema ex-

11/9/18 2:44 PM

• Analise junto aos alunos o mapa da página 153 e oriente-os a localizar o Istmo do Panamá. Explique, com o auxílio do mapa, como a passagem entre os oceanos Atlântico e Pacífico pelo canal permite economizar um longo percurso que, do contrário, levaria as embarcações comerciais a contornar o continente americano.

• Comente que o Canal do Panamá é um grande sistema de canais artificiais e eclusas com diversas sessões. As obras, iniciadas pela França em 1878, envolveram a morte de milhares de operários em função das dificuldades impostas pelo clima e pelo relevo, sobretudo por causa dos surtos de malária.

governo estadunidense. Em troca, os Estados Unidos ganharam a concessão da área na qual está localizado o canal. Sob pressão internacional, porém, os Estados Unidos devolveram a Zona do Canal ao Panamá em 1999, e esta passou a ser uma zona neutra internacional.

157

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11/10/18 11:26 AM


O clima e as formações vegetais

BNCC

• Os tipos climáticos e

•O

uso da linguagem cartográfica contribui para o desenvolvimento do pensamento espacial, contemplando a competência específica de Ciências Humanas 7 e também a competência específica de Geografia 4.

Observe os mapas abaixo que apresentam os climas e as principais formações vegetais na América Latina. América Latina: climas

Trópico de Câncer

Trópico de Câncer MÉXICO

MÉXICO

CUBA

OCEANO PACÍFICO

CUBA

OCEANO PACÍFICO

VENEZUELA

Quito

Equador

VENEZUELA

Equador

EQUADOR

EQUADOR

BRASIL

BRASIL BOLÍVIA

Santa Cruz de la Sierra Trópico de Capricórnio

BOLÍVIA

Rio de Janeiro

Trópico de Capricórnio CHILE

CHILE

Equatorial Tropical Subtropical Semiárido Desértico Temperado Mediterrâneo Frio de montanha

Orientações gerais

• Oriente os alunos du-

rante a observação dos mapas, pedindo atenção às legendas. Peça que identifiquem os tipos de vegetação predominantes em áreas de ocorrência dos principais tipos climáticos, de modo que relacionem as representações. Avalie a capacidade de leitura de mapas e resgate conhecimentos prévios sobre o assunto.

Floresta Tropical

Buenos Aires URUGUAI

Floresta Temperada

ARGENTINA

Savana

N

Estepe e Pradaria

N

0

1 110 km

S

Deserto

0

1 110 km

75° O

75° O

Líquen: associação ecológica existente entre algas e fungos, na qual uma depende da outra para sobreviver.

L

O

Vegetação de Altitude L

S

OCEANO ATLÂNTICO

ARGENTINA

e Subtropical

OCEANO ATLÂNTICO

O

URUGUAI

e Equatorial

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 58.

Fontes: SIMIELLI, Maria Elena Ramos. Geoatlas. 34. ed. São Paulo: Ática, 2013. p. 26. FERREIRA, Graça Maria Lemos. Atlas geográfico: espaço mundial. 4. ed. São Paulo: Moderna, 2013. p. 24.

Vegetação de Altitude Vegetação variada encontrada na faixa de altas montanhas a oeste, onde está localizada a cordilheira dos Andes. Nas porções mais baixas do relevo, onde o clima é relativamente mais quente e úmido, encontramos principalmente arbustos e gramíneas. Já nas porções mais elevadas, onde o clima torna-se mais frio e seco, predominam os liquens.

• Volte

a comparar os mapas evidenciados nesta página com o mapa da página 153 e trabalhe as relações existentes entre os três mapas. Destaque a predominância de Florestas Tropicais e Savanas nas áreas de ocorrência de clima equatorial e clima tropical, Floresta Subtropical e Temperada abaixo do Trópico de Capricórnio, em áreas de clima subtropical, assim como desertos em áreas de clima desértico e vegetação de altitude ao longo das grandes elevações dos Andes.

América Latina: formações vegetais Ilustrações: E. Cavalcante

de vegetação existentes na região relacionam-se com as atividades econômicas, a ocupação do solo e a produção do espaço geográfico, e seu entendimento cria as bases necessárias para o desenvolvimento da habilidade EF08GE18 da BNCC, assim como da competência específica de Geografia 5.

Estepes e Pradarias Localizadas em áreas de clima semiárido, as Estepes são formadas por plantas geralmente rasteiras adaptadas aos baixos níveis de pluviosidade. Na América Latina, essa formação vegetal é encontrada no México, na Argentina e no nordeste brasileiro, onde recebe a denominação regional de Caatinga. As Pradarias são compostas por gramíneas e arbustos. Na América Latina, essa formação vegetal se desenvolve em áreas de clima subtropical, onde as temperaturas são mais amenas. No Brasil e na Argentina, as Pradarias são denominadas Pampas.

158

• Avalie se os alunos conseguem relacionar as condig20_ftd_lt_8vsg_c5_p158a165.indd 158

ções climáticas, em especial os níveis de precipitação verificados, com as características das formações vegetais que são mostradas nas fotografias.

• Ressalte que o clima frio de montanha e a vegetação de altitude se caracterizam pela influência da altitude. Consequentemente, esses tipos de clima e vegetação não

estão restritos a apenas uma zona climática, ocorrendo11/9/18 em altas, baixas e médias altitudes.

2:45 PM

• Comente que as Pradarias apresentam característi-

cas propícias à realização da atividade pecuária, como predominância de gramíneas e relevo suave, formando pastos naturais.

158

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Capítulo 5

Floresta Temperada Composta por uma vegetação menos densa do que as Florestas Tropicais, a Floresta Temperada apresenta, principalmente, plantas caducifólias. Nas áreas ao sul do continente americano, estão presentes, em especial, na porção sul do Chile e no sudoeste da Argentina, onde predomina o clima temperado. Zig Koch/Pulsar Imagens

Savanas Vegetação formada, sobretudo, por gramíneas e capins, além de árvores e arbustos dispersos. Na região do México, onde predomina o clima tropical, desenvolve-se a vegetação de Savana. Já no sul da América Latina, as Savanas estendem-se pelas porções norte e central do território brasileiro, recebendo a denominação regional de Cerrado. Essa formação vegetal também ocorre no litoral venezuelano e em áreas de alguns países, como Bolívia, Paraguai e Argentina. Paisagem com Savana, localmente denominada Cerrado, localizada no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, em Alto Paraíso de Goiás (GO), 2017.

Andre Dib/Pulsar Imagens

Florestas Tropical e Equatorial

• Comente com os alunos que as Florestas Tropicais estão localizadas nas regiões intertropicais da Terra. Já quando se localizam nas áreas próximos à linha do Equador, são chamadas Florestas Equatoriais.

• Uma reflexão sobre a necessidade de conservar a biodiversidade permite contemplar a competência geral 10 da BNCC e a competência específica de Geografia 6.

• Este tema pode ser relacionado ao componente curricular de Ciências e ao tema contemporâneo Educação ambiental, sobretudo por meio de um debate e de uma atividade de pesquisa sobre a Floresta Tropical e a Equatorial e sua imensa biodiversidade.

Paisagem da Floresta Amazônica, no município de Cruzeiro do Sul (AC), 2017.

Desertos

• Explique que, no Brasil, as savanas são também chamadas de cerrado. O cerrado brasileiro é um hotspot global de biodiversidade, uma vegetação cuja conservação é uma prioridade.

Integrando saberes

Caracteriza-se pela vegetação densa e rica em biodiversidade. Nas áreas mais baixas da cordilheira andina, e em sua porção mais ao norte, onde predomina o clima equatorial, marcado por temperaturas mais elevadas e intensa precipitação, localiza-se a maior Floresta Equatorial do mundo, a Floresta Amazônica. No litoral atlântico, especialmente na costa brasileira, desenvolve-se a Mata Atlântica, formação vegetal tropical.

Paisagem do deserto do Atacama, no Chile, 2017.

• Caso julgue pertinente, solicite ao professor de Ciências que identifique espécies características da fauna de cada uma delas e também de espécies ameaçadas.

jittykerd/ Shutterstock. com

A escassa vegetação desértica se desenvolve em áreas caracterizadas pelo clima árido, com grande escassez de água. Além do deserto frio da Patagônia, localizado no território argentino, essa vegetação também pode ser encontrada no extremo oeste do continente americano.

Orientações gerais

159

Sugestão de atividade A biodiversidade das florestas ameaçada

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Objetivo • Valorizar a biodiversidade das Florestas Tropicais e Equatoriais, assim como sua conservação. Procedimentos • Proponha aos alunos uma atividade de pesquisa em livros e na internet sobre o combate ao desmatamento nas Florestas Tropicais e Equatoriais.

7/5/19 2:13 PM

• Os alunos deverão escrever um texto argumentativo explicando por que é necessário conservar essas florestas e sobre a importância de conscientizar as pessoas sobre o tema.

• Converse com o professor de Ciências para que sejam

escolhidos os melhores textos, que ficarão expostos em um painel nos corredores da escola ou em outro local adequado.

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A colonização da América Latina

Orientações gerais

• Ressalte os resultados

Embora existam contrastes entre as populações dos países da América Latina, na maior parte deles podemos verificar a influência de culturas europeias, indígenas e em determinados países, africanas.

devastadores do contato com povos europeus para as populações indígenas da América Latina após o início do processo de colonização.

Quando os colonizadores europeus chegaram à América Latina, no final do século XV, encontraram centenas de povos indígenas com características culturais, sociais e econômicas bem distintas entre si.

América Latina: povos pré-colombianos

• Comente que, enquan-

to os povos evidenciados no mapa constituíam civilizações baseadas em impérios e organizadas em grandes cidades, muitos povos viviam modos de vida tradicionais e praticavam o nomadismo ou eram seminômades.

Trópico de Câncer

OCEANO ATLÂNTICO

Aruaque Equador

• Você

pode encontrar relatos sobre o encontro dos navegadores europeus com os povos nativos da América, da Ásia e da África em:

Tupi

Tupi OCEANO PACÍFICO

Civilização Inca Civilização Maia Civilização Asteca

Os espanhóis foram os primeiros europeus a se estabelecerem no continente americano. Comandados pelo navegador italiano Cristóvão Colombo, eles desembarcaram em terras americanas em 1492. Depois deles, chegaram os portugueses, holandeses, franceses e ingleses.

Jê Guarani

Trópico de Capricórnio

> AMADO, Janaína; GAR-

Tupi

Araucano

N L

O S

E. Cavalcante

CIA, Ledonias Franco. Navegar é preciso: grandes descobrimentos marítimos europeus. 19. ed. São Paulo: Atual, 1998.

Caraíba

Parte desses povos era nômade e sobrevivia da coleta e da caça provenientes do meio natural. Já outros povos, como os Incas, os Maias e os Astecas formaram grandes civilizações com economia, política e cultura altamente organizadas e desenvolvidas. Veja o mapa ao lado.

0

1 070 km

75° O

Coleção particular/Bridgeman Images/Easypix

Fonte: PEREGALLI, Enrique. A América que os europeus encontraram. São Paulo: Atual, 2003. p. 16.

A colonização da América Latina foi marcada pelo enriquecimento das metrópoles e pela destruição da estrutura social, cultural, política e econômica de várias sociedades indígenas americanas. Diversas riquezas naturais foram extraídas do território e vendidas a preços baixos pelos colonizadores, com o objetivo de ampliar os lucros das metrópoles. Tal processo ocorreu, na maioria das vezes, associado à exploração forçada do trabalho e ao genocídio. Quando os portugueses chegaram ao Brasil, em 1500, a exploração das riquezas naturais desse território não ocorreu de maneira menos violenta, e muitos grupos nativos também foram dizimados.

Não existe um consenso sobre a quantidade absoluta de indígenas que habitavam a América quando Colombo chegou. A imagem retrata o contato entre os nativos americanos e Colombo, no final do século XV e início do século XVI.

Genocídio: extermínio parcial ou total de um povo ou comunidade. Indígena: termo utilizado para se referir à população nativa de um território que nele vivia antes do estabelecimento do colonizador. Pré-colombiano: termo utilizado para se referir aos povos que habitavam o continente americano antes da chegada de Cristóvão Colombo na América em 1492.

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g20_ftd_lt_8vsg_c5_p158a165.indd Integrando saberes

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• Junto aos professores de História e de Artes, trabalhe

o tema com discussões baseadas na obra representada nesta página e também em trabalhos artísticos pré-selecionados, como, por exemplo:

> Descobrimento, de Candido Portinari. Óleo sobre tela,

199 cm x 169 cm, 1956. Banco Central do Brasil. Brasília,

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DF. Disponível em: <http://livro.pro/8mtnc2>. Acesso em: 19 out. 2018. > Desembarque de Cabral em Porto Seguro, de Oscar

Pereira da Silva. Óleo sobre tela. 190 cm x 333 cm, 1922. Museu Paulista. São Paulo. Disponível em: <http://livro. pro/9yahyj>. Acesso em: 19 out. 2018.

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Capítulo 5

Embora nações europeias, como Holanda, França e Inglaterra, tenham fundado e mantido colônias na América Latina, o processo de colonização da região, que se iniciou no século XVI, foi principalmente dominado pelas coroas de Portugal e Espanha. A América Espanhola, como foi chamada a porção da América colonizada pela Espanha, possuía maior extensão do que a América Portuguesa. Para fins administrativos, a Coroa espanhola dividiu seu território em vice-reinos e capitanias. Já a colônia portuguesa, que se expandiu com o tempo, foi dividida em capitanias, regiões administrativas que respondiam ao Governo-Geral da colônia. Diferentemente das colônias da América Anglo-Saxônica, as colônias da América Latina eram de exploração e as atividades econômicas, como o extrativismo e a agricultura, eram realizadas com o objetivo principal de proporcionar lucros às coroas da Espanha e Portugal. Durante o período colonial, tanto os territórios espanhóis como portugueses receberam indivíduos escravizados provenientes de diferentes regiões da África. A grande maioria desses escravizados foram embarcados em navios em portos do oeste da África e dirigidos à América Central e ao Brasil. A influência de elementos culturais dos povos colonizadores é atualmente percebida pela predominância do idioma espanhol na região, seguido pelo idioma português, assim como da religião católica. A influência de elementos de culturas indígenas e africanas é igualmente significativa, assim como são comuns na maioria dos países latino-americanos as manifestações marcadas pelo sincretismo cultural. Essas manifestações possuem uma identidade própria e, muitas vezes, elementos católicos misturados a elementos de povos indígenas e africanos.

Orientações gerais

Coleção particular/Granger/Bridgeman Images/Easypix

Inicialmente, as colônias espanholas desenvolveram-se de forma rápida em razão da existência de ricas reservas de prata. A mina de Potosí foi a maior produtora de prata do mundo ao longo de todo século XVII. Em 1825, quase toda prata já havia se esgotado. Ao lado, tela retratando a exploração de prata em Potosí (localizada no atual território da Bolívia), em 1590, por indígenas escravizados.

161

Orientações gerais

volvidos nestas páginas podem ser relacionados aos temas contemporâneos Educação das relações étnico-raciais e ensino de história e cultura afro-brasileira, africana e indígena e Diversidade cultural.

• Aproveite este momento e reforce com os alunos que devemos respeitar as diferentes características religiosas e promover a valorização da identidade cultural de nações latino-americanas, que devem muito aos indígenas e aos afro-descendentes. Assim contempla-se a competência específica de Ciências Humanas 1.

Sincretismo: fusão de diferentes elementos culturais ou religiosos, havendo uma reinterpretação desses elementos.

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BNCC

• Os conteúdos desen-

• Verifique se os alunos compreenderam que as colônias da América Latina foram colônias de exploração e quais as principais características desse modelo de colonização. • Inicie uma discussão sobre a colonização da América Latina após o término da leitura do texto, tendo atenção à valorização das populações indígenas e afrodescendentes da região.

• Ressalte que, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), indivíduos hoje considerados indígenas são descendentes das populações anteriores às invasões europeias e, apesar do genocídio durante o período colonial, mantiveram uma continuidade histórica e hoje são culturalmente distintos de outros setores das sociedades.

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• Comente que o Brasil e algumas nações da América

Central receberam a maioria dos escravizados transportados da África para as Américas. Consequentemente, essas nações têm maior influência de elementos africanos em suas culturas e um contingente maior de afrodescendentes no conjunto de suas populações.

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Orientações gerais

As disputas territoriais na América Latina

• Estimule os alunos a

O processo de independência na América Latina teve início no século XIX. Na América Espanhola, a descolonização gradual dos vice-reinos existentes resultou na fragmentação do território em vários países. A unidade territorial das possessões portuguesas, contudo, foi mantida após a independência do Brasil.

relacionar as disputas territoriais com uma busca por soberania sobre o território, explorando o desenvolvimento da habilidade EF08GE05. Aproveite para avaliar os conhecimentos prévios dos alunos sobre disputas territoriais, assim como acerca dos conceitos de nação e território, limite e fronteira.

Desde então, a região já vivenciou alguns conflitos entre suas nações, proporcionados por disputas territoriais. No entanto, a maioria das disputas existentes entre as nações latino-americanas podem ser caracterizadas como embates essencialmente diplomáticos, alguns dos quais estão em processo de análise ou julgamento pela Corte Internacional de Justiça (CIJ), em Haia, na Holanda. Observe no infográfico abaixo alguns exemplos de disputas territoriais que seguem sem ser resolvidas na América Latina. América Latina: principais disputas territoriais E. Cavalcante

• Ressalte que, com ex-

ceção da disputa pelas Ilhas Malvinas (Ilhas Falkland), localizadas a cerca de 500 quilômetros da costa argentina, no Oceano Atlântico, e que envolve uma reivindicação da Argentina sobre o território pertencente à Grã-Bretanha, as disputas territoriais mais relevantes ocorrem entre os países da região que compartilham fronteiras, como no caso do Chile e da Bolívia.

Trópico de C

âncer

VENEZUELA

COSTA RICA

• Enfatize

que a dupla reivindicação de territórios em zonas de fronteira é uma questão diplomática relevante, principalmente quando se trata de disputas por territórios de interesse estratégico, como áreas que abrigam jazidas minerais valiosas, no centro de várias das disputas existentes.

OCEANO ATLÂNTICO

NICARÁGUA

1

COLÔMBIA 5

Equador

3

GUIANA

PERU

OCEANO PACÍFICO

BOLÍVIA 2

apricórnio

Trópico de C

CHILE

4 ARGENTINA

N L

O S

0

830 km

80° O Fonte: El país. Disponível em: <https://brasil.elpais.com/brasil/2014/01/24/ internacional/1390589834_173330.html>. Acesso em: 25 out. 2018.

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g20_ftd_lt_8vsg_c5_p158a165.indd Material digital

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• A proposta de sequência didática 7, localizada no ma-

terial digital, pode complementar o trabalho com o tema conflitos fronteiriços na América Latina, abarcando as habilidades EF08GE05 e EF08GE11.

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Nicarágua e Costa Rica

Capítulo 5

1

As nações disputam a soberania da foz do Rio San Juan e a Ilha Calero, entre o norte da Costa Rica e o sul da Nicarágua. Ambas já apelaram à Corte Internacional de Justiça (CIJ) em Haia, mas o embate diplomático segue em curso.

2 Chile e Bolívia Disputa que remonta ao término da Guerra do Pacífico (1879-1883), após a qual seriam negociados termos de paz que cederam parte do território boliviano ao Chile e cortando o acesso boliviano ao oceano Pacífico, que o país reivindica atualmente. Em 2015, a Corte Internacional de Justiça (CIJ) aceitou ouvir o argumento da Bolívia de que suas fronteiras com o Chile deveriam ser renegociadas. O Chile, porém, recusa-se a negociar o acesso ao mar para o país vizinho. Em 2018, o processo de julgamento na Corte Internacional de Justiça (CIJ) se encontrava em sua fase final.

3 Guiana e Venezuela A disputa entre as duas nações se dá em função de áreas do território da Guiana, na região de Essequibo, reivindicadas pela Venezuela, que apela à Corte Internacional de Justiça (CIJ). A zona reivindicada abriga amplas jazidas de petróleo.

4 Argentina e Grã-Bretanha

BNCC

• O tema estudado nas

páginas 161 e 162, juntamente da observação do mapa e uma discussão sobre as disputas territoriais exploradas, permite contemplar as habilidades EF08GE05 e EF08GE11 da BNCC, assim como abordar a competência específica de Ciências Humanas 7 e a competência específica de Geografia 3, uma vez que utiliza a linguagem cartográfica e desenvolve o raciocínio geográfico, analisando a produção do espaço e a sobreposição de interesses em zonas de fronteira.

A Argentina reivindica, até os dias atuais, os territórios perdidos com a vitória britânica na guerra de 1982 pela disputa do arquipélago formado pelas ilhas Malvinas, Geórgia do Sul e Sandwich do Sul.

Orientações gerais

• Comente com os alu-

5 Colômbia e Venezuela Os dois países, que integravam uma mesma unidade administrativa durante o período colonial e tem histórico de conflitos, disputam um território marítimo no Golfo da Venezuela.

Diego O. Galeano/Shutterstock.com

Luis Hidalgo/Reuters/Fotoarena

Na fotografia de 2007, o presidente boliviano Evo Morales segura camiseta com inscrição“Mar para Bolívia”em apoio à alteração dos limites do território boliviano. Evo Morales, eleito presidente da Bolívia em 2006, passou a enfatizar a necessidade de um acesso ao oceano Pacífico para a Bolívia ao longo de seu mandato.

O conflito que opôs a Argentina à Grã-Bretanha terminou em vitória dos britânicos, que tomaram posse das Ilhas Malvinas e as renomearam como Ilhas Falkland. Ao lado, observamos um monumento na Província de Ushuaia, Argentina, 2017, representando as Ilhas Malvinas e dedicado às vítimas da Guerra das Malvinas.

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Orientações gerais

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• Um conflito que pode ser explorado é a anexação do

Acre, que era parte do território da Bolívia. Colonos brasileiros, em sua maioria seringueiros e suas famílias, ocupavam a região desde antes da anexação e se recusaram a reconhecer o território como parte da Bolívia, realizando uma série de revoltas contra o governo boliviano. Essas

nos que parte significativa das trocas comerciais entre países envolve rotas marítimas, portanto não ter acesso ao oceano dificulta as importações e exportações para uma nação. Por esse motivo, a Bolívia vê no acesso ao mar um objetivo estratégico relevante ao desenvolvimento de sua economia. Integrando saberes

• Este tema pode ser relacionado ao componente curricular de História por meio de uma discussão ou pesquisa sobre conflitos territoriais que envolveram a formação do território brasileiro. Solicite a participação do professor de História, se achar necessário, ou selecione fontes bibliográficas ou digitais pertinentes.

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revoltas se encerraram após, em 1903, ter sido firmado o Tratado de Petrópolis, acordo proposto pelo diplomata Barão do Rio Branco. Na ocasião, a Bolívia abriu mão do território do Acre em troca de compensação financeira e de territórios próximo à foz do rio Abunã e na bacia do rio Paraguai que pertenciam ao Brasil.

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Orientações gerais

• O conteúdo desta pá-

gina e da seguinte se aproxima da competência específica de Geografia 2 ao permitir que o aluno reflita sobre as transformações na paisagem decorrentes da ocupação do espaço e uso dos recursos da natureza ao longo da história. Também contempla o tema contemporâneo Diversidade cultural ao tratar de um patrimônio histórico e fruto da cultura do povo inca.

Explorando o tema

As marcas do passado nas paisagens da América Latina

A América Latina ainda preserva elementos culturais construídos por povos pré-colombianos há centenas de anos. Por meio da observação das paisagens remanescentes, podemos descobrir aspectos que caracterizavam o modo de vida desses povos e, principalmente, identificar parte das técnicas que utilizavam na transformação e organização do espaço geográfico. As construções feitas pelos Incas, quando comparadas às de outros povos pré-colombianos, revelam o avançado nível tecnológico que possuíam, sobretudo no campo da engenharia e da mecânica. As técnicas sofisticadas desenvolvidas por essa civilização possibilitaram que as paisagens fossem transformadas de maneira muito intensa e com maior precisão.

• Inicie o trabalho com o tema após a leitura, enfatizando que, tanto no passado como nos dias atuais, os Andes têm profunda influência na cultura e no modo de vida daqueles que vivem nas montanhas ou ao redor delas.

Entre as técnicas utilizadas, destacam-se a agricultura em terraços, a irrigação por meio de canais e as construções de aquedutos, além de outras complexas construções arquitetônicas feitas com rochas. Vista panorâmica da cidade de Machu Picchu, Peru, 2017.

• Leve os alunos a perceber que a cidade histórica de Machu Picchu foi construída com blocos de rocha de diferentes tamanhos, encaixados com perfeição de modo a dar sustentação às estruturas.

• Para que os alunos per-

cebam a beleza de Machu Picchu, assim como os desafios superados pelos incas, que construíram essa cidade sagrada em meio às montanhas dos Andes, sugerimos a apresentação do site a seguir que possibilita um passeio virtual pela cidade histórica e um aprofundamento sobre sua história.

> Machu Picchu 360.

Disponível em: <http:// l i v r o . p r o /4 m q g v q > . Acesso em: 22 set. 2018.

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Capítulo 5

Uma das mais expressivas heranças culturais representadas por meio de edificações nas paisagens latino-americanas é a cidade de Machu Picchu, construída na região dos Andes peruanos pelos Incas. Veja a imagem a seguir e conheça algumas informações interessantes sobre esse lugar e sua importância cultural. a ) O que mais chamou sua atenção sobre a construção da cidade de Machu Picchu? b ) Em nosso país, existem construções que expressam aspectos da cultura brasileira? E no lugar onde você vive? c ) Você considera importante preservar edificações e outros tipos de expressões culturais dos diferentes povos? Por que? Veja as repostas das questões nas orientações ao professor.

Orientações gerais

• Ressalte aos alunos que os incas tinham alto grau de organização social e cidades significativas, como Cuzco, que à época da chegada dos espanhóis possuía mais de 100 mil habitantes, de acordo com estimativas. Já Machu Picchu era uma cidade sagrada, com função religiosa, e abrigava uma população consideravelmente menor. • Na sequência, no intuito de avaliar a aprendizagem, coloque as questões a seguir para que os alunos as discutam.

Aqueduto: construção destinada ao escoamento de água de um local para outro.

> Como os incas prati-

cavam a agricultura em cidades construídas nas montanhas dos Andes? > Quais as dificuldades

superadas pelos incas para construir uma cidade em um ambiente como esse? > De que forma nações

canyalcin/Shutterstock.com

como a Bolívia e o Peru, que dividem o legado da civilização inca, podem ser beneficiar, hoje, com a manutenção e a conservação desse patrimônio histórico?

• Espera-se que os alunos reconheçam a prática da agricultura em terraços, a dificuldade em superar os obstáculos do relevo e o valor turístico da cidade sagrada de Machu Picchu atualmente.

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Respostas

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a ) Resposta pessoal. Verifique se as respostas estão de acordo com o tema proposto. b) Resposta pessoal. Incentive os alunos a se expressarem e verifique se todos participam. Os alunos podem citar prédios ou monumentos que são símbolos do nosso país, como algumas construções históricas em Salvador

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e Ouro Preto, estádios de futebol, o Cristo Redentor na cidade do Rio de Janeiro etc. c ) Resposta pessoal. Incentive os alunos a se expressar e verifique se todos participam. Reafirme a importância da preservação de monumentos e edificações como patrimônios da humanidade.

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Atividades

Orientações gerais

• Oriente

• Inicie um debate questionando-os qual a importância do privilégio hídrico da América Latina para suas nações, reforçando o tema.

• Na sequência, incentive-os a citar formas por meio das quais os países podem compensar o histórico genocídio de suas populações indígenas durante o período colonial dando amparo às populações indígenas de hoje. No caso, o mais relevante é garantir que possam perpetuar suas culturas e tenham direito às suas terras originais para a prática da subsistência.

• Utilize o tema do Méxi-

co indicado na atividade 3 para estimular a curiosidade dos alunos sobre esse país, para reforçar o tema contemporâneo Diversidade cultural.

Exercícios de compreensão

1. b) À Bacia Amazônica. É de grande importância regional, principalmente para os povos ribeirinhos que dela dependem para abastecimento, alimentação e renda.

1. Leias as descrições dos seguintes marcos naturais da América Latina:

1. d) À cordilheira dos Andes. As grandes elevações dos Andes representam uma barreira às massas de ar úmidas que se deslocam do leste em direção a oeste da América do Sul, causando intensas precipitações a leste da cordilheira.

I Floresta Equatorial, de alta biodiversidade, é a mais extensa do mundo, cuja

área de abrangência se estende por vários países. II Formada pelo Rio Amazonas, é a maior bacia hidrográfica do mundo e abran-

ge partes do território de sete nações latino-americanas. III Formada pelo Rio Paraná, é de fundamental importância para os países da

porção sul da América Latina, incluindo o Brasil. IV Cadeia montanhosa que inclui a maior elevação do Hemisfério Ocidental, o

monte Aconcágua, com 6 962 metros de altura. a ) A afirmação I se refere a qual marco natural latino-americano? A existência desse tipo de vegetação está relacionada a qual característica climática? À região da Floresta Amazônica. Clima quente e chuvoso.

b ) A afirmação II se refere a qual bacia hidrográfica latino-americana? Qual a importância dessa bacia? c ) A afirmação III se refere a qual bacia hidrográfica? Cite um aproveitamento dessa bacia hidrográfica que beneficia os países que a compartilham, em especial Brasil e Paraguai. Refere-se à Bacia Platina. O aproveitamento dessa bacia que beneficia vários países é a produção de energia hidrelétrica.

d ) A afirmação IV se refere a qual marco do relevo latino-americano? De que forma influencia o clima na região da Floresta Amazônica?

2. Um canal artificial que liga o oceano 2. O que é o Canal do Panamá, onde ele Atlântico ao tratégica e comercial? Justifique. oceano Pacífico, localizado no istmo do Panamá, no Geografia no contexto país homônimo, na América 3. Os astecas, que habitavam o território Central. É muito que atualmente representa o México, importante para o comércio constituíam uma grande nação à épomarítimo e por ca da chegada dos espanhóis nas ele passa parte significativa das Américas. Recentemente, o governo importações e mexicano tem se esforçado para assuexportações dos países latinomir e reconhecer o legado asteca co-americanos e mo fundamental à identidade cultural de nações de outras regiões, do país. Descreva, no caderno, como possuindo ocorreu o contato entre populações relevância global. indígenas e colonizadores.

está localizado e qual sua importância esLeonardo Design/Shutterstock.com

os alunos a realizar as atividades buscando sempre avaliar o que eles aprenderam sobre o tema.

3. Os povos nativos foram subjugados pelos povos europeus colonizadores. Na maioria dos casos, os povos indígenas foram dizimados ou escravizados, o que possibilitou a fácil extração das riquezas naturais da América Latina, levando a um maior desenvolvimento econômico e enriquecimento das coroas europeias. Monumento erguido em homenagem ao governante asteca Cuauhtémoc no Paseo de la Reforma, Cidade do México, México, 2017.

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Capítulo 5

A população atual da América Latina Após o século XV, a convivência entre europeus, indígenas e também africanos trazidos para o trabalho escravo na América resultou na formação de uma grande diversidade étnica e cultural na população latino-americana, conforme quadro abaixo. Observe a seguir a composição étnica de alguns países. Euro-ameríndios

Descendentes da miscigenação entre europeus e ameríndios.

Composição étnica da Guatemala Fotos593/Shutterstock.com

Outros 3%

População indígena do continente americano.

Ameríndios Euro-africanos

Descendentes da miscigenação entre europeus e africanos.

Ameríndios 41%

Euro-ameríndios 56%

População descendente de africanos no continente americano.

Afro-americanos

BNCC temática abordada favorece o desenvolvimento da competência específica de Ciências Humanas 1, da competência específica de Geografia 6 e os temas contemporâneos Educação das relações étnico-raciais e ensino de história e cultura afro-brasileira, africana e indígena e Diversidade cultural.

•A

• Ressalte aos alunos a importância de respeitar e valorizar a pluralidade cultural existente entre os diferentes povos do mundo. Orientações gerais

Euro-africanos e Afro-americanos 96%

Europeus 15%

Composição étnica do México Goran Bogicevic/Shutterstock.com

Gráficos: Renan Fonseca

8%

Ameríndios 55%

Euro-ameríndios 15%

Composição étnica da Argentina Euro-ameríndios 7% Outros

Outros 15%

Goran Bogicevic/Shutterstock.com

Outros 1%

Europeus 85%

Europeus 9%

Outros 1%

Ameríndios 30%

Euro-ameríndios 60%

RachelKolokoffHopper/Shutterstock.com

Europeus 3%

Composição étnica da Bolívia arindambanerjee/Shutterstock.com

Composição étnica do Haiti

Fonte dos gráficos: ALMANAQUE Abril. São Paulo: Abril, 2012. p. 391, 407, 478, 482.

167

Orientações gerais

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• Para complementar o trabalho, se achar oportuno, apresente um panorama da diversidade étnica da população brasileira. Dados podem ser obtidos na página a seguir:

• Oriente os alunos a realizar a leitura da página e a observação dos gráficos e fotografias, avaliando a capacidade de interpretação de representações gráficas. Ressalte os contrastes evidenciados. Eles são decorrentes de um maior contingente indígena, afrodescendente ou de indivíduos de origem europeia na composição da população.

• Comente que em países andinos, como a Bolívia e o Peru, a população de ascendência indígena é predominante. Reforce ainda a importância de múltiplas influências culturais. A religião que predomina, por exemplo, é o catolicismo. • Explique que o Haiti representava colônias de exploração voltadas à produção agrícola e recebeu um grande número de escravizados. Hoje, os afrodescendentes compõem a maioria da população.

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> IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

População. Disponível em: <http://livro.pro/ohujkv>. Acesso em: 22 set. 2018.

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Distribuição da população

BNCC

• O tema explorado nes-

O mapa da densidade populacional na América Latina apresentado abaixo nos permite perceber que a distribuição da população pelo território da América Latina não é uniforme.

tas páginas, juntamente da observação do mapa e uma discussão sobre a distribuição da população latino-americana pelo território, permite contemplar as habilidades EF08GE03, EF08GE04, EF08GE18, EF08GE20 e EF08GE23 da BNCC.

Determinadas áreas apresentam maior grau de urbanização e suportam maior densidade populacional do que outras, em função, sobretudo, de fatores naturais e históricos. Observe:

E. Cavalcante

América Latina: densidade populacional – 2015

• Sendo

o estudo das páginas mencionadas referente à ocupação humana e à produção do espaço geográfico, exigindo igualmente a interpretação de mapas, contemplam-se a competência específica de Ciências Humanas 7 e as competências específicas de Geografia 3 e 5.

MÉXICO

Trópico de Câncer

León HAITI GUATEMALA

San Fernando

Equador

Boa Vista

Neiva

Quito

BRASIL

PERU

Orientações gerais

• Incentive os alunos a

BOLÍVIA

observar o mapa com atenção. Se achar oportuno, peça que comparem o mapa evidenciado nesta página aos mapas das páginas 153 e 158, de modo que relacionem a ocupação humana às características naturais da região.

Trópico de Capricórnio

São Paulo Assunção Valparaíso

2

Habitantes por km Menos de 1 De 1 a 10 De 10 a 25 De 25 a 50 De 50 a 100 Mais de 100

• Estimule os alunos a

comentar sobre os diferentes elementos naturais que influem nessa distribuição, como clima e relevo.

Capital do país Cidade

Rosário

OCEANO PACÍFICO

URUGUAI

ARGENTINA

OCEANO ATLÂNTICO N L

O S

0

830 km

60° O

Fonte: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2016. p. 180.

• Chame a atenção para

Entre as características marcantes da distribuição da população da América Latina, podemos citar a maior concentração ao longo do litoral, tanto do oceano Pacífico como do oceano Atlântico, com exceção de determinados trechos no extremo sul da região. Esse cenário é parcialmente explicado pelo fato de que a colonização teve início na porção litorânea, onde foram fundadas a maioria das cidades latino-americanas.

a concentração da população no litoral e para o vazio demográfico da Floresta Amazônica. Ressalte que fatores históricos também são relevantes para a distribuição da população.

Extensos vazios populacionais ocorrem em áreas onde está localizada a Floresta Amazônica e em áreas de clima desértico ou semiárido, como a região da Patagônia, no sul de Argentina e Chile e norte do México.

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Capítulo 5

Dinâmica populacional na América Latina Os fluxos migratórios internos na região costumam ocorrer em função de fatores econômicos e do contraste socioeconômico entre os países.

Marianna Ianovska/Shutterstock.com

As áreas de atração, por sua vez, são representadas pelos países com melhores índices de desenvolvimento socioeconômico e que tendem a apresentar maiores oportunidades de estudo e trabalho. As cidades, que concentram maiores oportunidades, são os destinos dos imigrantes. Argentina, Brasil, Colômbia, Chile, Costa Rica, Equador, México, Panamá e Peru têm sido os principais polos de atração e alguns contam com comunidades de imigrantes de outros países latino-americanos vivendo em seus territórios.

• Inicie

uma discussão sobre o tema das dinâmicas populacionais da região após a leitura do texto, avaliando o entendimento sobre o assunto e resgatando conhecimentos prévios. de repulsão são os países com baixos índices d e d e s e nvo lv i m e nto socioeconômico e que apresentam, na maior parte dos casos, altos índices de desemprego.

País com alto nível de desenvolvimento socioeconômico, o Chile é um polo de atração, mas vem buscando dificultar a entrada de imigrantes ilegais venezuelanos e haitianos. Na fotografia, vista de parte da cidade de Santiago, Chile, 2016.

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Integrando saberes

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professor de História sobre o Haiti. Informe aos alunos que o Haiti foi o segundo país das Américas a conquistar sua independência, em função de uma revolta organizada por ex-escravos contra a metrópole francesa em 1804. A maioria da população haitiana é composta

Orientações gerais

• Ressalte que as áreas

A grave crise econômica na Venezuela ocasionou desemprego em massa e inflação muito elevada. Desse modo, a pobreza e até a miséria no país têm levado muitos venezuelanos a migrar em direção aos países vizinhos, em busca de melhores condições de vida. Países que receberam um intenso fluxo de venezuelanos em seu território, como Brasil e Equador, têm enfrentado crises nas faixas de fronteiras e acabam adotando políticas restritivas em relação à entrada desses imigrantes. Na fotografia, imigrantes venezuelanos na fronteira do Brasil com a Venezuela, 2018.

• Realize um trabalho em conjunto com o

guido de uma discussão sobre as migrações internacionais na América Latina, permite contemplar as competências gerais 1 e 9 da BNCC, assim como as competências específicas de Ciências Humanas 1, 2 e 4 e a competência específica de Geografia 7. Além disso, relaciona-se com as habilidades EF08GE03, EF08GE04 e EF08GE20.

• É possível também abordar o tema contemporâneo Trabalho.

Assim como o Haiti e a Venezuela, a Nicarágua passa por dificuldades econômicas e se caracteriza como polo de repulsão de imigrantes. Acima, vemos parte da cidade de Manágua, capital da Nicarágua, 2017.

Fabio Gonçalves/Fotoarena

Grande parte dos imigrantes ilegais na América Latina, por exemplo, provém de países que vivenciam problemas econômicos e crises sociais, como Haiti, Venezuela, El Salvador, Guatemala, Honduras e Nicarágua, que se tornaram áreas de repulsão na região.

PixieMe/Shutterstock.com

Esses fluxos podem ser caracterizados por migrações legais, realizadas por indivíduos que vão estudar e trabalhar em outros países, de acordo com as leis vigentes, e por migrações ilegais, realizadas por indivíduos que não possuem documentação para permanecer no país de destino.

BNCC

• O tema abordado, se-

• Enfatize a necessidade de tratar imigrantes com respeito e evitar qualquer tipo de discriminação, isto é, uma atitude diferenciada direcionada a indivíduos em função da raça, origem, religião, orientação sexual etc. no sentido negativo, de forma que os prejudique ou os exclua da sociedade. Ressalte que em 1989 foi sancionada no Brasil a lei nº 7.716, que torna crime qualquer discriminação ou preconceito em função de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.

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de negros descendentes de africanos escravizados, e o francês é a língua predominante. Para aprofundar o estudo, sugerimos a leitura a seguir: > FERREIRA, Anna Rachel. O Haiti é aqui. Nova Escola. Disponível em: <http://livro.pro/ wjf42v>. Acesso em: 22 set. 2018.

• Proponha uma pesquisa sobre os fluxos mi-

gratórios de haitianos ao território brasileiro e peça aos alunos que escrevam um texto sobre as condições de vida e de trabalho desses indivíduos no país.

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Orientações gerais

Geografia

• Oriente os alunos a ob-

O crescimento populacional não é homogêneo na América Latina

em foco

servar o gráfico da pirâmide etária com atenção à distribuição da população por idade e sexo. Relembre conceitos demográficos relacionados, como, por exemplo, crescimento natural vegetativo, população total ou absoluta, taxas de natalidade e mortalidade, entre outros, aproveitando para avaliar o entendimento desses conceitos.

A América Latina presenciou a partir da segunda metade do século XX um intenso crescimento populacional. O aumento das taxas de natalidade e a redução das taxas de mortalidade decorrentes, principalmente, das melhorias nas condições de saneamento básico, como tratamento de água e coleta de lixo, além de melhorias médico-sanitárias, favoreceram o crescimento natural acelerado da população. Países como a Guatemala e o Paraguai apresentam taxa de crescimento de aproximadamente 1,9% e 1,3% ao ano, respectivamente. No entanto, é importante ressaltar que nem todos os países latino-americanos possuem ritmo elevado de crescimento populacional. Países como o Brasil e o Uruguai, por exemplo, vêm registrando nas últimas décadas taxas de crescimento de cerca de 0,8% e 0,4% ao ano, respectivamente. Isso acontece porque, nas últimas décadas do século XX, vários países dessa região promoveram políticas de controle de natalidade para frear a explosão demográfica. No Brasil, entre as principais medidas adotadas está a difusão de métodos contraceptivos, como anticoncepcionais e medidas de esterilização, além de campanhas de planejamento familiar.

• Explique

que o percentual de jovens tende a ser maior em países com as piores condições socioeconômicas da região, onde as taxas de fecundidade são mais altas e alguns grupos populacionais enfrentam dificuldades de acesso a métodos anticonceptivos e serviços de planejamento familiar.

Agora, observe a pirâmide etária da Bolívia. Ela apresenta características comuns de muitos países latino-americanos. Bolívia: pirâmide etária – 2018 Homens

Idade

Keithy Mostachi

Contraceptivo: método físico ou medicamento utilizado para evitar a fecundação.

Mulheres

80 ou mais

• Comente que o cresci-

75 - 79

mento rápido da população, como ocorreu na maioria dos países latino-americanos no século XX, não ocorre mais em várias nações da região.

70 - 74 65 - 69 60 - 64 55 - 59 50 - 54 45 - 49 40 - 44

• Ressalte que a mudança do papel social da mulher, que passa a ingressar em maior número no mercado de trabalho e tem acesso a métodos contraceptivos, está atrelada ao desenvolvimento socioeconômico de um país, constituindo-se em um dos principais fatores nas quedas de taxas de natalidade e de crescimento natural.

35 - 39 30 - 34 25 - 29 20 - 24 15 - 19 10 - 14 5-9 0-4 800

700

600

500

400

300

200

100

0

0

100

200

300

400

500

600

700

800

Mil habitantes

Fonte: United Nations. World Populations Prospects. Disponível em: <https://population. un.org/wpp/ DataQuery/>. Acesso em: 8 out. 2018.

A base larga da pirâmide retrata taxas elevadas de natalidade e, consequentemente, maior quantidade de jovens no total da população. Já o ápice estreito é um retrato de que as taxas de mortalidade são elevadas, provocando menor expectativa de vida e, assim, menor participação de idosos no total da população.

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Sugestão de atividade Entendendo o planejamento familiar g20_ftd_lt_8vsg_c5_p166a175.indd 170

Objetivos • Compreender o que é planejamento familiar e sua importância. • Entender como o planejamento familiar influi nas características demográficas de um país. Procedimentos • Para contemplar o tema contemporâneo

Vida familiar e social e a competência geral 6 da BNCC, sugerimos um trabalho de pesquisa em grupos por meio do acesso ao material a seguir: > BRASIL. Planejamento familiar. Disponí-

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• Os grupos devem escrever uma lista com

pelo menos três itens sobre a importância do planejamento familiar e explicar por qual motivo interessa ao governo de um país instruir sua população sobre o planejamento familiar.

vel em: <http://livro.pro/rc7uzh>. Acesso em: 22 set. 2018.

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Capítulo 5

Os principais contrastes Países como Bolívia, Guatemala, Haiti e Honduras, que apresentam as mais altas taxas de crescimento vegetativo e um maior percentual de jovens no conjunto de suas populações são, de modo geral, os que exibem os piores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) da América Latina. Já os países que apresentam Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) mais elevados, como Argentina, Chile e Uruguai, representam os que se caracterizam por exibir as mais baixas taxas de crescimento vegetativo e um maior percentual de idosos na composição da população total. Entre esses extremos, encontram-se nações como o Brasil e o México, as mais populosas da região e que vêm mostrando queda constante nas taxas de crescimento vegetativo e se caracterizando por apresentar populações em processo de envelhecimento. Observe e compare, por meio dos gráficos abaixo, a composição etária do Brasil e do Chile.

Idade

Homens

Chile: pirâmide etária – 2018

Mulheres

Homens

80 ou mais

Idade

8

6

4

2

0

Mulheres

80 ou mais

75 - 79

10

Gráficos: Keithy Mostachi

Brasil: pirâmide etária – 2018

75 - 79

70 - 74

70 - 74

65 - 69

65 - 69

60 - 64

60 - 64

55 - 59

55 - 59

50 - 54

50 - 54

45 - 49

45 - 49

40 - 44

40 - 44

35 - 39

35 - 39

30 - 34

30 - 34

25 - 29

25 - 29

20 - 24

20 - 24

15 - 19

15 - 19

10 - 14

10 - 14

5-9

5-9

0-4

0-4

0

2

4

6

8

10

800 700 600 500 400 300 200 100

Milhões de habitantes

Fonte: United Nations. World Populations Prospects. Disponível em: <https://population.un.org/wpp/DataQuery/>. Acesso em: 8 out. 2018.

0

0

100 200 300 400 500 600 700 800

Sergi Reboredo/Alamy/Fotoarena

O maior percentual de idosos na população, como é o caso do Chile e Uruguai, leva ao aumento no gasto com os sistemas de previdência social e saúde pública e a uma redução no porcentual da População Economicamente Ativa (PEA).

O Uruguai é o país latino-americano que apresenta maior percentual de idosos no conjunto de sua população. Na fotografia, idosos dançando em Montevidéu, Uruguai, 2017.

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Orientações gerais

Envelhecimento na América Latina preocupa Banco Mundial G1, 23 nov. 2013. Disponível em: <http://g1.globo.com/bemestar/ noticia/2013/11/envelhecimento-na-america-latina-preocupa-banco-mundial. html>. Acesso em: 22 set. 2018.

• Resgate os conhecimentos prévios sobre o assunto e

• Uma discussão sobre o tema favorece também um trabalho complementar com as competências gerais 1 e 9, com as competências específicas de Ciências Humanas 2 e 4 e com a competência específica de Geografia 5.

• Verifique se os alunos compreenderam que alguns países da região, como é o caso do Brasil, encontram-se em uma fase da transição demográfica, a qual, com a redução da taxa de natalidade e o aumento da expectativa de vida, causa o envelhecimento da população.

Fonte: United Nations. World Populations Prospects. Disponível em: <https://population.un.org/wpp/DataQuery/>. Acesso em: 8 out. 2018.

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teúdo destas páginas permite contemplar o tema contemporâneo Processo de envelhecimento, respeito e valorização do idoso, assim como as habilidades EF08GE03 e EF08GE20, ao traçar um panorama acerca do envelhecimento gradual da população da América Latina.

Orientações gerais

Mil habitantes

Consequentemente, esses países realizam ações para estimular as taxas de natalidade, e nações com populações em processo de envelhecimento, como o Brasil, têm como uma de suas preocupações a necessidade de lidar com os desafios impostos pelo cenário descrito no parágrafo anterior.

BNCC

• O trabalho com o con-

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peça aos alunos que expliquem a manchete, apontando por quais motivos o envelhecimento da população é preocupante. Avalie se eles compreenderam os desafios impostos pelo processo de envelhecimento ao sistema previdenciário e ao serviço de saúde, por exemplo.

• Realize perguntas que avaliem se os alunos compreenderam os motivos pelos quais esse envelhecimento é significativo para um país.

• Comente com os alunos que a expectativa de vida da população na América Latina e no Caribe aumentou em 22 anos desde 1980 e, de acordo com previsões, seguirá crescendo até 2050. Isso pode ser considerado positivo, reflexo de desenvolvimento. No entanto, configura desafios a uma nação. Apresente a manchete a seguir para complementar o estudo.

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BNCC trabalho com esta página permite contemplar as habilidades EF08GE16, EF08GE17 e EF08GE20 e as competências gerais 1 e 9, assim como as competências específicas de Ciências Humanas 1, 2 e 3 e as competências específicas de Geografia 1 e 3.

Processo de urbanização dos países latino-americanos

ral n. 10.257 de 2001, o Estatuto da Cidade, tem como objetivo principal dar diretrizes ao planejamento urbano no Brasil, buscando amenizar os problemas sociais e ambientais oriundos da urbanização acelerada e da ocupação desordenada dos espaços nas cidades brasileiras. Uma discussão sobre o tema contempla os temas contemporâneos Educação ambiental e Educação em Direitos Humanos.

Essa urbanização foi marcada pelo fenômeno da metropolização, que se caracteriza pela formação de metrópoles, cidades densamente urbanizadas cujo espaço urbano se amplia e se aproxima, a ponto de unir-se em um processo de conurbação, resultando em regiões metropolitanas com milhões de habitantes. Atualmente, existem vários aglomerados urbanos na América Latina com população superior a 1 milhão de habitantes.

•O

O intenso ritmo da urbanização dos países latino-americanos foi influenciado, sobretudo, por três principais fatores: a industrialização, a concentração de terras e a mecanização do campo. O crescimento da atividade industrial ocorrido em países como México, Brasil e Argentina atraiu muitas pessoas em direção às cidades em busca de trabalho nas indústrias. Além disso, o aumento das migrações do campo em direção às cidades, resultado, entre outros fatores, da concentração de terras nas mãos de poucas pessoas e da inserção da mecanização nas lavouras, intensificou o processo de urbanização.

Paulo Vilela/Shutterstock.com

• No Brasil, a lei fede-

Orientações gerais

• Comente com os alu-

nos que o elevado crescimento natural da população também contribuiu para o processo de urbanização dos países latino-americanos.

• Ressalte que a urbani-

zação não é positiva nem negativa. Pode estar associada tanto ao desenvolvimento econômico e ao aumento na qualidade de vida como ao processo de exclusão social da população do campo e ao crescimento da miséria e da pobreza nas áreas urbanas.

A cidade de São Paulo engloba uma das maiores regiões metropolitanas do mundo, consequência do processo de urbanização rápido e intenso verificado no Brasil e no restante da América Latina na segunda metade do século XX. Atualmente, aproximadamente 85% dos brasileiros vivem em áreas urbanas. Acima, paisagem do espaço urbano da cidade de São Paulo (SP), 2017.

A urbanização continua sendo uma tendência na América Latina, no entanto as grandes regiões metropolitanas já não apresentam a mesma atração de outrora. Atualmente, verifica-se em muitos países o fenômeno da desmetropolização, marcado pela desaceleração no crescimento das metrópoles associado ao rápido crescimento de cidades médias, com população entre 100 mil e 500 mil habitantes.

172

g20_ftd_lt_8vsg_c5_p166a175.indd Orientações gerais

172

• Explique aos alunos que os benefícios da urbanização

dependem do planejamento urbano e de investimento público para melhorar a infraestrutura existente, os serviços e a distribuição de renda. O estudo das páginas 172 e 173 permite uma reflexão sobre o planejamento urbano e a segregação espacial nas cidades brasileiras e latino-

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-americanas. Estimule os alunos a comentar sobre as fotografias apresentando as seguintes questões: > Qual fotografia remete ao processo de verticalização? > Qual fotografia remete ao processo de segregação social? > Quais fotografias evidenciam pobreza e desigualdade

social?

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Capítulo 5

Os problemas urbanos na América Latina O intenso processo de urbanização na América Latina não ocorreu associado a programas de planejamento urbano que visavam à boa qualidade de vida da população, incluindo acesso a emprego, moradias adequadas, sistema de saneamento básico, saúde e alimentação. O resultado, atualmente, é a expansão desordenada do espaço urbano e a intensificação da pobreza, em especial nas periferias urbanas. O inchaço populacional e a consequente falta de postos de trabalho têm levado muitas pessoas a sobreviver de trabalhos temporários de baixa remuneração ou a se inserir cada vez mais em atividades informais. O acelerado processo de urbanização verificado nos países da América Latina, associado à distribuição injusta de renda nessas nações, resultou na formação de grandes aglomerados urbanos nos quais a segregação, isto é, a concentração de populações de diferentes classes sociais em espaços distintos é evidente.

marktucan/Shutterstock.com

Frédéric Soltan/Corbis/Getty Images

Sobretudo no caso das regiões metropolitanas, a população de baixa renda se concentra nas periferias, em bairros ou municípios adjacentes às regiões centrais ou no espaço dos morros e encostas, convivendo com infraestrutura inadequada e falta de serviços públicos de educação, saúde e saneamento básico.

Vista aérea de casas precárias da Rocinha, em contraste com prédios de classe média e alta no bairro de São Conrado, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), 2015.

Área urbana com infraestrutura precária na periferia da Cidade do México, México, 2016.

Além de problemas associados à mobilidade urbana, como transportes públicos superlotados e trânsito congestionado, as regiões metropolitanas sofrem com a violência urbana. Esse cenário resulta da desigualdade social, da falta de oportunidades de trabalho e de educação de qualidade. Diversos impactos ambientais também são verificados nas grandes cidades latino-americanas, sobretudo aqueles associados à intensa geração e ao descarte inadequado de resíduos (lixo) líquidos e sólidos, poluição de fontes de água, enchentes e alagamentos, entre outros. Atividade informal: compreende as atividades econômicas desenvolvidas na produção de bens e serviços, cujos trabalhadores não são registrados e não têm garantidos seus direitos trabalhistas, como férias remuneradas e 13o salário.

173

Orientações gerais

• Inicie uma discussão sobre a segregação social e a desigualdade entre ricos e pobres nas grandes cidades da América Latina. Suscite experiências pessoais dos alunos sobre o tema e resgate conhecimentos prévios, avaliando o entendimento sobre o assunto. • Apresente aos alunos exemplos de movimentos sociais urbanos que nasceram em cidades latino-americanas de modo que contemple o trabalho com a habilidade EF08GE10, utilizando como ponto de partida o filme sugerido a seguir, sobre o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) na região metropolitana de São Paulo. > À margem do concre-

to. Direção de Evaldo Mocarzel, 2006. (85 min).

• O seguinte texto serve de material complementar sobre o tema.

Hoje é absolutamente impossível pensar na produção do espaço urbano metropolitano em São Paulo, por exemplo, sem levar em conta o papel dos movimentos sociais urbanos. Os movimentos de bairro são, para Paul Singer, parte da dinâmica social do mundo urbano capitalista. Eles constituem ao mesmo tempo formas de solidariedade, coesão comunal e de luta por melhores condições de vida da população pobre. Os que carecem de recursos econômicos e de poder dependem, muito mais do que as classes mais privilegiadas, do contato social com seus iguais e da ajuda mútua que dele pode resultar [...]. CARLOS, Ana Fani Alessandri. A cidade. São Paulo: Contexto, 1992. p. 87.

Orientações gerais

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• Ressalte que os espaços ocupados pela população de baixa renda apresentam moradias simples, adensadas e às vezes construídas com materiais improvisados, sendo a zona urbana em questão quase sempre desprovida dos mesmos equipamentos e da infraestrutura encontrados nos espaços ocupados pela população de média e alta renda.

Material digital

• A sequência didática 8, disponível no

material digital, permite trabalhar com o crescimento desordenado das cidades latino-americanas, reforçando as habilidades EF08GE17 e EF08GE18.

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• A sequência didática 9, disponível no

material digital, contempla um trabalho sobre os movimentos sociais, reforçando a habilidade EF08GE10.

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Atividades

Orientações gerais

• A realização das ativi-

dades favorece o trabalho com a competência específica de Geografia 3 ao desenvolver autonomia e senso crítico para compreensão e aplicação do raciocínio geográfico na análise da ocupação humana e produção do espaço.

• Oriente

os alunos de modo que realizem as atividades propostas. Avalie se compreenderam os contrastes socioeconômicos da América Latina e como isso influencia as dinâmicas populacionais e os espaços urbanos existentes.

• Apresente aos alunos o

mapa da população residente em área urbana por país em 2010 (em %), que pode ser encontrado no seguinte material.

> IBGE (Instituto Brasi-

leiro de Geografia e Estatística). Atlas geográfico escolar. Rio de Janeiro, 2012. p. 69. Disponível em: <http://livro.pro/ jka2v7>. Acesso em: 23 set. 2018.

• Identifique e reforce os

contrastes entre os países da América Latina, assim como entre países latino-americanos e aqueles de outras regiões, com o auxílio do mapa sugerido acima, e aproveite para trabalhar a capacidade de leitura de mapas temáticos, de modo a desenvolver nos alunos a competência específica de Ciências Humanas 7.

2.Resposta Exercícios de compreensão pessoal. Espera-se que 1. Os termos abaixo são exemplos da diversidade étnica da América Latina. Desos alunos observem, creva, no caderno, o significado de cada um deles. Euro-ameríndios: miscigenação entre investiguem e povos de origem europeia e indígenas americanos. Afro-americanos: descendentes de povos de origem concluam africana no continente sobre a americano. influência da Euro-ameríndios Afro-americanos imigração na formação da população do 2. No município onde você vive, ou em sua história familiar, é possível reconhecer município ou influência de processos migratórios na composição étnica da população? Dê da origem familiar. exemplos. Incentive-os a investigar 3. Podemos afirmar que a distribuição da população latino-americana é homogêesses nea? Explique sua resposta. processos, sejam eles muito antigos, 4. Cite e descreva uma área de repulsão e uma área de atração na dinâmica migrasejam eles tória da América Latina. mais recentes. 3. Não. A 5. Anote no caderno dois problemas urbanos enfrentados pelos principais centros população latinourbanos latino-americanos. Esse tipo de problema é observado no município on-americana é de você vive? Explique. Resposta pessoal. Verifique se os alunos responderam de acordo com a desigualmente proposta. distribuída, sendo concentrada Geografia no contexto nas áreas 6. Observe a tabela. Em seguida, responda às questões abaixo no caderno. litorâneas e menos concentrada nas 4.Possíveis respostas: área porções interiores População urbana População rural de repulsão: Haiti, e nas áreas em que País Venezuela, Nicarágua em (em %) – 2018 (em %) – 2018 a presença da razão de crises Floresta Amazônica econômicas ou sociais; ou as cadeias Brasil 87 13 área de atração: Argentina, montanhosas dos Uruguai, Chile em razão de Andes dificultam a melhores índices de ocupação humana. Argentina 92 8 desenvolvimento 6. c) O processo de socioeconômico e com urbanização não mais oportunidades de ocorreu associado a Chile 88 12 estudo e trabalho. programas de planejamento Uruguai 95 5 urbano que buscassem uma boa qualidade de vida à Fonte: United Nations. Venezuela 88 12 população, como o World Urbanization acesso a emprego, Prospects. Disponível em: moradias <https://population.un.org/ México 80 20 adequadas, sistema wup/Download/>. Acesso de saneamento em: 8 out. 2018. básico, saúde e alimentação. Desse modo, foram a ) Que característica dos países da América Latina é retratada na tabela acima? intensificadas as A tabela mostra que grande parte da população dos países latino-americanos é urbana. condições de b ) Cite os fatores que se destacaram por exercer influência no processo de urbapobreza da população, em nização dos países da América Latina. especial nas A industrialização, a concentração de terras e a mecanização do campo. periferias. O inchaço c ) De acordo com o que você estudou, explique por que o processo de urbanizapopulacional e a consequente falta de ção dos países latino-americanos ocasionou a intensificação da pobreza nas postos de trabalho cidades. têm levado muitas pessoas a sobreviver de trabalhos temporários de baixa remuneração ou, então, a se inserir cada vez mais em atividades econômicas informais.

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g20_ftd_lt_8vsg_c5_p166a175.indd Material digital

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• A proposta de projeto integrador 3, disponível no ma-

terial digital, serve como complemento ao estudo da temática da urbanização e dos problemas socioambientais das cidades latino-americanas, trabalhando com as habilidades EF08GE16 e EF08GE17.

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Um terço do lixo tem destinação inadequada na América Latina e Caribe Agência Brasil. 20 out. 2018. Disponível em: <http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2018-10/ um-terco-do-lixo-tem-destinacao-inadequada-na-america-latina-e-caribe>. Acesso em: 29 out. 2018.

a ) Qual o tema principal da manchete?

A manchete trata do destino inadequado do lixo na América Latina e Caribe.

7. b) O intenso processo de urbanização na América Latina não foi acompanhado de planejamento urbano, acesso a emprego, moradias adequadas, sistema de saneamento básico, saúde e alimentação para a população.

Capítulo 5

7. Leia o texto a seguir e responda às questões.

b ) A que fatores podemos atribuir a ocorrência desses e outros problemas nas grandes cidades da América Latina?

Orientações gerais

• Verifique se os alunos compreenderam de que forma o processo de urbanização ocorreu nos países da América Latina e aproveite para realizar um debate sobre a importância da inclusão social e da sustentabilidade ambiental nas cidades brasileiras e da América Latina. • Para contemplar o tema contemporâneo Educação ambiental, realize uma conversa sobre problemas ambientais das grandes cidades e suas soluções. Recomendamos o material a seguir, que apresenta diversas informações sobre o assunto.

c ) A manchete trata de um problema ambiental. Que outros problemas ambientais têm sido identificados nas grandes cidades da América Latina? Diversos impactos ambientais são verificados nas grandes cidades latino-americanas, além do descarte inadequado de resíduos (lixo) líquidos e sólidos, poluição de fontes de água, enchentes e alagamentos, entre outros.

Refletindo sobre o capítulo Agora que você concluiu o estudo deste capítulo, reflita sobre os temas nele apresentados. Faça uma autoavaliação do seu aprendizado com base nas afirmações a seguir.

• A América Latina é uma região do continente americano, assim denominada em função

de seu passado colonial e influência cultural de nações europeias de origem latina (Espanha e Portugal).

> Cidades sustentáveis.

Disponível em: <http:// livro.pro/mfg8oy>. Acesso em: 22 set. 2018.

• A América Latina possui extensas redes hidrográficas e algumas das principais bacias hidrográficas do mundo, como a Bacia Amazônia, a Bacia do Orinoco e a Bacia Platina.

• O relevo da América Latina é formado por planícies, planaltos e cadeias montanhosas como os Andes, segunda maior cadeia de montanhas do planeta.

• Dentre os muitos tipos de vegetação verificados na América Latina, destaca-se a Floresta Amazônica, a maior Floresta Equatorial do planeta e sua elevada biodiversidade.

• A colonização da América Latina por potências europeias no século XVI resultou na subjugação e pelo extermínio de populações indígenas que viviam na região.

• A formação da população latino-americana é caracterizada pela miscigenação de povos indígenas, europeus e africanos.

• A população da América Latina não se encontra distribuída de maneira uniforme pela

região, existindo contraste entre áreas densamente habitadas e outras pouco povoadas em função de características naturais e históricas.

• A população da América Latina passou por um rápido processo de urbanização verificado ao longo do século XX, resultando na formação de grandes regiões metropolitanas.

• O crescimento populacional não é uniforme entre os países da América Latina e podem ser verificados contrastes na estrutura etária da população de diferentes países.

• A intensa urbanização na América Latina se reflete em problemas urbanos, como falta de moradia adequada, emprego, congestionamentos, violência e impactos ambientais, por exemplo produção excessiva de resíduos (lixo), poluição, enchentes e alagamentos.

175

Refletindo sobre o capítulo

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• Avalie se os alunos desenvolveram as habilidades indicadas no decorrer deste capítulo. Se necessário, verifique a necessidade de utilizar outras estratégias de aprendizagem para que as habilidades e os objetivos sejam alcançados.

11/9/18 2:46 PM

• É fundamental que os alunos percebam a importância de realizar a autoavaliação com seriedade para que reconheçam o que aprenderam e se precisam do auxílio do professor para rever algum conteúdo.

175

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contrastes socioeconômicos entre países da América Latina.

pí tu

• Identificar

lo

América Latina: aspectos econômicos

Ca

Objetivos do capítulo

• Conhecer as características do espaço agropecuário da América Latina.

• Analisar

a estrutura fundiária dos países latino-americanos e as questões sociais decorrentes desse cenário.

• Compreender

as origens e características principais do processo de industrialização nos países latino-americanos.

• Conhecer particulari-

dades do espaço industrial latino-americano.

• Identificar

a riqueza de recursos naturais da América Latina e a importância do extrativismo para as nações da região.

• Refletir

sobre as origens do subdesenvolvimento das nações latino-americanas.

• Identificar

os principais blocos econômicos e regionais da América Latina e seus objetivos.

• Identificar Cuba como

único país das Américas de economia socialista e suas relações com as demais nações da região.

• Conhecer as principais

características da Antártida e das atividades humanas na região.

• Analisar o Tratado da Antártida e sua função.

Mina de exploração de ouro no departamento de Cajamarca, Peru, 2015.

176

g20_ftd_lt_8vsg_c6_p176a183.indd Orientações gerais

176

• Incentive os alunos a observar a paisagem retratada nestas páginas. Peça aos alunos que leiam a legenda e verifique se eles perceberam que se trata de uma mina de extração de ouro. Estimule-os a comentar sobre a atividade econômica realizada.

11/9/18 2:47 PM

• Reforce o papel das nações que têm na base de sua

economia o extrativismo e a agricultura dentro do contexto da Divisão Internacional do Trabalho (DIT). • Resgate e avalie os conhecimentos prévios dos alunos sobre o assunto por meio das questões apresentadas na página seguinte.

176

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11/10/18 11:42 AM

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:47 PM

BNCC

• Neste

Grande parte dos países da América Latina participa da Divisão Internacional do Trabalho (DIT) como fornecedores de matérias-primas. No entanto, conforme veremos ao longo deste capítulo, alguns países dessa porção da América, além dos gêneros primários, produz e comercializa produtos industrializados.

Africa Studio/Shutterstock.com

Neste capítulo, estudaremos alguns aspectos importantes dos países da América Latina, verificando os contrastes sociais e econômicos existentes entre eles.

Pepitas de ouro.

Veja as respostas das questões nas orientações ao professor.

A A fotografia ao lado retrata uma atividade econômica desenvolvida tanto no Peru quanto em vários outros países latino-americanos. Que atividade é essa?

capítulo é importante refletir criticamente sobre as relações internas e externas das nações da América Latina e sua posição no cenário geopolítico e econômico mundial, sobretudo em relação às nações desenvolvidas da América Anglo-Saxônica e da Europa. As temáticas abordadas favorecem o desenvolvimento de diversas habilidades da BNCC: EF08GE05, EF08GE06, EF08GE08, EF08GE09, EF08GE10, EF08GE12, EF08GE13, EF08GE18, EF08GE20, EF08GE21, EF08GE22 e EF08GE24.

• O trabalho com o conteúdo deste capítulo também contempla as competências gerais 1, 2 e 7 da BNCC, as quais são complementadas pelas competências específicas de Ciências Humanas 2, 3, 5 e 7 e as competências específicas de Geografia 1, 2, 3, 4, 5 e 7.

• Os temas contemporâneos que abrangem o capítulo estão relacionados ao Trabalho, à Educação financeira e fiscal, à Educação ambiental e à Ciência e tecnologia.

Dado Galdieri/ Bloomberg/ Getty Images

B Converse com seus colegas sobre outros aspectos econômicos que vocês conheçam sobre a América Latina.

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Respostas

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11/9/18 2:47 PM

A Mineração de ouro. B Resposta pessoal. Verifique o que os alunos conhecem sobre a economia latino-americana e favoreça um momento de troca de informações entre eles.

177

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A economia da América Latina

• Este

texto pode ser complementar ao estudo do tema: [...]. Nossa comarca no mundo, que hoje chamamos de América Latina, foi precoce: especializou-se em perder desde os remotos tempos em que os europeus do Renascimento se abalançaram pelo mar e fincaram os dentes em sua garganta. Passaram os séculos, e a América Latina aperfeiçoou suas funções. Este já não é o reino das maravilhas, onde a realidade derrotava a fábula e a imaginação era humilhada pelos troféus das conquistas, as jazidas de ouro e as montanhas de prata. Mas a região continua trabalhando como um serviçal. Continua existindo a serviço das necessidades alheias, como fonte e reserva de petróleo e ferro, cobre e carne, frutas e café, matérias-primas e alimentos, destinados aos países ricos que ganham, consumindo-os, muito mais do que a América Latina ganha produzindo-os. [...] GALEANO, Eduardo. As veias abertas da América Latina. Tradução: Galeno de Freitas. 2. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978. p. 13.

O Brasil, o México e a Argentina são importantes para a geração de riqueza na América Latina. Os três países juntos são responsáveis pela produção de aproximadamente 65% do PIB latino-americano. O gráfico abaixo mostra a participação desses três países no total do PIB gerado na América Latina em 2016. Embora existam diferenças quanto ao América Latina: participação do Brasil, nível de desenvolvimento econômico entre Argentina e México no PIB – 2016 os países latino-americanos, alguns aspectos atribuem certa identidade a eles: todos Participação no são subdesenvolvidos e foram explorados e PIB (em%) subjugados por outros países em processos 35% Brasil, México e Argentina de colonização. Restante dos países da América Latina

65%

Fonte: The World Bank. Disponível em: <http://databank.worldbank. org/data/download/GDP.pdf>. Acesso em: 10 out. 2018.

Esses países apresentam uma economia instável, suscetível a crises econômicas periódicas, o que aumenta a dependência econômica e tecnológica em relação aos países desenvolvidos.

Outro aspecto marcante em grande parte dos países latino-americanos é a presença de salários baixos para a maioria da população e a informalidade no mercado de trabalho. Segundo estudo sobre o trabalho informal de jovens na América Latina, divulgado pela International Labour Organization (ILO) – Organização Internacional do Trabalho – em 2015, a cada quatro jovens entre 19 e 24 anos, três estavam ocupados em atividades informais. Karol Moraes/Shutterstock.com

Orientações gerais

A América Latina é formada por países com diferentes níveis de desenvolvimento econômico. Enquanto existem países como o Brasil, o México e a Argentina, que são a 9a, 15a e 21a economia do mundo, respectivamente, e que possuem um relativo desenvolvimento industrial, existem outros países latino-americanos, como o Haiti e a Nicarágua, onde a economia está entre as menos expressivas do mundo.

Keithy Mostachi

BNCC estudo das páginas 178 e 179 possibilita o desenvolvimento das habilidades EF08GE09 e EF08GE13, fornecendo ainda as bases necessárias para o desenvolvimento das habilidades EF08GE20, EF08GE22 e EF08GE24 ao analisar os aspectos centrais da economia latino-americana e o papel das nações da região na Divisão Internacional do Trabalho (DIT).

•O

Vendedora ambulante de ervas aromáticas, um tipo de trabalho informal, em Cidade do Leste, Paraguai, 2018.

178

• Realize uma leitura conjunta do texto de Eduardo g20_ftd_lt_8vsg_c6_p176a183.indd 178

Galeano, visando trabalhar a interpretação de texto e ampliar o vocabulário dos alunos, ao mesmo tempo reforçando o tema estudado.

• Se necessário, reforce os conteúdos antes de prosse-

11/9/18 2:47 PM

guir ao estudo das páginas seguintes, que buscam apresentar o papel da América Latina na Divisão Internacional do Trabalho (DIT).

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:47 PM

Capítulo 6

A atividade industrial da América Latina Os gráficos a seguir mostram que, atualmente, o nível de industrialização dos países da América Latina não é o mesmo. Somente um pequeno grupo, formado por Brasil, Argentina e México, tem atividade industrial diversificada e desenvolvida. Grande parte dos países latino-americanos possui sua exportação baseada na atividade agropecuária e na exploração mineral, ou seja, na produção de produtos primários. América Latina: participação dos produtos primários e industrializados no total das exportações – 2016 Bolívia

Equador

5%

7%

Nicarágua

84%

Argentina

Produtos primários Produtos industrializados

27%

39% 50% 61%

73%

Keithy Mostachi

50%

Orientações gerais

16%

Brasil

ma propicia possibilitam a aproximação com as competências gerais 1 e 7 da BNCC, as competências específicas de Ciências Humanas 2 e 5, as competências específicas de Geografia 2 e 3, e com o tema contemporâneo Trabalho.

México

93%

95%

BNCC

• As reflexões que o te-

• Comente que os contrastes socioeconômicos verificados decorrem de fatores históricos, naturais e sociais. Avalie se os alunos compreenderam que a industrialização dos países latino-americanos ocorreu de forma tardia e se caracterizou pela Industrialização por Substituição das Importações (ISI), estimulada por duas guerras mundiais e com papel direto do Estado.

• Ressalte que a crise econômica global que se iniciou em 1929 nos Estados Unidos também teve influência nesse processo que estimulou a industrialização dos países latino-americanos. Resgate conhecimentos prévios sobre o assunto.

Fonte: WTO (World Trade Organization). Disponível em: <http://stat.wto.org/StatisticalProgram/WSDBStatProgramHome. aspx?Language=E>. Acesso em: 12 out. 2018.

A força do Estado no processo de industrialização da América Latina O processo de industrialização do Brasil, do México e da Argentina ocorreu ao longo do século XX, ganhando força após as duas guerras mundiais. Naquele período, havia um processo de industrialização denominado Industrialização por Substituição das Importações (ISI), ou seja, os produtos que anteriormente eram importados passaram a ser produzidos internamente. No início, a produção industrial dos países subdesenvolvidos foi baseada em bens de consumo, como calçados, tecidos e alimentos enlatados.

• Auxilie os alunos a in-

terpretar os gráficos e compará-los. Explique que, de modo geral, os países mais pobres são aqueles que apresentam menor nível de industrialização.

Tanto a industrialização brasileira como a argentina e a mexicana tiveram a intervenção direta do Estado. Essa participação envolveu incentivos ao desenvolvimento de indústrias nacionais e financiamentos da infraestrutura necessária à expansão industrial, como estradas para escoamento de matérias-primas e produtos industrializados e de hidrelétricas para a produção da energia necessária ao funcionamento das fábricas. Além de promover o desenvolvimento da indústria nacional, cada Estado também incentivou a entrada de multinacionais em seus respectivos países. As multinacionais viam na industrialização das nações subdesenvolvidas duas importantes vantagens:

179

Orientações gerais

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• Apresente as seguintes questões para trabalhar a capa-

cidade de leitura e interpretação de gráficos, assim como para resgatar conhecimentos prévios sobre o assunto.

11/9/18 2:47 PM

> Quais países apresentam, respectivamente, a maior

e a menor participação de produtos industrializados nas exportações? > Que atividades são responsáveis pelas exportações de

produtos do setor primário?

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• a possibilidade de produzir bens de consumo em maior quantidade e com custos

BNCC

• O estudo conjunto das

mais baixos. Essa vantagem foi decorrente da existência, nas nações subdesenvolvidas, de um promissor mercado consumidor, de impostos reduzidos, de mão de obra farta e barata, de leis ambientais frágeis e, principalmente, da possibilidade do envio de grande parte dos lucros às matrizes;

páginas 180 e 181 possibilita desenvolver as habilidades EF08GE08, EF08GE09 e EF08GE24 da BNCC, as quais são complementadas pelas competências específicas de Ciências Humanas 2, 3 e 5 e as competências específicas de Geografia 2 e 5.

• a liberação do parque industrial dos países desenvolvidos para a fabricação de

As principais atuações do governo brasileiro no processo de industrialização foi no financiamento, por meio de empréstimos internacionais, e na instalação de indústrias petroquímicas, metalúrgicas e siderúrgicas. A fotografia mostra uma plataforma de petróleo pertencente à Petrobras, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), 2018.

Orientações gerais

• Reforce

o papel dos países da América Latina na Divisão Internacional do Trabalho (DIT) ressaltando a dependência de importações e tecnologias em relação aos países desenvolvidos.

• Avalie

se os alunos compreenderam que o processo de industrialização no Brasil e em outros países da América Latina envolveu o Estado de diferentes maneiras, por meio de investimentos em infraestrutura, criação de medidas protecionistas, aumento da taxação sobre produtos importados e inúmeros subsídios à produção de indústrias nacionais.

Atualmente, apesar de alguns países da América Latina participarem da Divisão Internacional do Trabalho (DIT) com a exportação de produtos industrializados, ainda é grande a importação de gêneros de elevada tecnologia fabricados nos países desenvolvidos. Contudo, apesar de possuírem um diversificado parque industrial, não conseguiram atingir o nível econômico dos países desenvolvidos. Grande parte das empresas responsáveis pela geração de divisas ao país é formada de multinacionais, as quais remetem à matriz uma porção significativa de seus lucros, não fazendo investimentos voltados ao desenvolvimento econômico do país onde se encontram instaladas.

• Comente que a trans-

formação mais relevante no espaço industrial brasileiro desde a década de 1990 tem sido a desconcentração, isto é, a diminuição da concentração de indústrias no Sul e Sudeste, e o aumento do número de indústrias em outras regiões brasileiras.

• Resgate conhecimen-

tos prévios dos alunos sobre o processo de urbanização dos países da América Latina tratado no capítulo 5 e avalie se eles compreenderam as relações entre esse processo e a industrialização desses países.

Antonio Scorza/Shutterstock.com

produtos com elevada tecnologia, como computadores, máquinas e aviões, produtos mais caros e muito procurados no mercado internacional.

Divisas: as moedas estrangeiras em poder do governo ou do Banco Central de um país, constituindo parte das reservas que ele possui.

O Brasil é um dos países mais industrializados da América Latina. No entanto, no século XXI, vem apresentando um declínio na participação da indústria no Produto Interno Bruto (PIB) nacional, em razão, sobretudo, do crescimento do setor terciário, atualmente responsável por gerar 63% do PIB brasileiro. Essa crise no setor industrial se deve a inúmeros fatores, desde a falta de investimentos e juros elevados até a alta carga tributária e custo excessivo com o transporte. A região Sudeste, e principalmente o estado de São Paulo, respondem pela maior parte da produção industrial brasileira, contando com indústrias de bens de produção e bens de consumo, além de indústrias de alta tecnologia nos municípios de São Carlos, Campinas e São José dos Campos, no estado de São Paulo. Podemos destacar ainda o polo siderúrgico de Volta Redonda, os complexos petroquímicos de Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, e Cubatão, também em São Paulo; além do parque industrial mineiro, que se destaca pela indústria metalúrgica e automobilística.

180

g20_ftd_lt_8vsg_c6_p176a183.indd Orientações gerais

180

• Explore a imagem apresentada da plataforma de ex-

ploração petrolífera. Comente que a Petrobras, empresa estatal, foi criada em 1953 pelo presidente da República Getúlio Vargas.

11/9/18 2:47 PM

• Na América Latina, empresas estatais como a Petro-

bras foram criadas para explorar diversos setores da indústria. Algumas foram privatizadas desde então, total ou parcialmente.

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11/10/18 11:42 AM

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:47 PM

Hans Von Manteuffel/Pulsar Imagens

Capítulo 6

A região Sul é a segunda mais industrializada do Brasil e o setor industrial tem crescido mais intensamente no século XXI, beneficiada pela proximidade de territórios de outros países que integram o Mercosul, facilitando as exportações para Argentina, Paraguai e Uruguai. Na região Norte do Brasil, por sua vez, podemos destacar ainda o polo produtor da Zona franca de Manaus (ZFM), localizado em Manaus (AM), que representa uma área de livre comércio na qual existe isenção de impostos sobre produtos industrializados (importações e exportações). Vista aérea de parte do Complexo Industrial Portuário Governador Eraldo Gueiros, em Ipojuca (PE), 2015.

Orientações gerais

• Inicie uma discussão sobre o tema abordado nas páginas 178, 179, 180 e 181 tendo como objetivo principal avaliar se os alunos compreenderam os aspectos em comum e os contrastes econômicos entre países da região, assim como o papel de fornecedor de matérias-primas da América Latina no cenário internacional e seu espaço econômico industrial. • Explique que as maquilladoras alavancaram as exportações do México, no entanto os lucros para o governo mexicano são pequenos e a população mexicana não foi, de modo geral, beneficiada por esse sistema.

As empresas maquilladoras no México Em decorrência do baixo custo da mão de obra e de reduzidos encargos sociais existentes no México, várias empresas multinacionais passaram a se instalar no território mexicano, em cidades próximo à fronteira com os Estados Unidos. Denominadas empresas maquilladoras, grande parte delas corresponde a filiais de multinacionais responsáveis pela montagem de produtos, como rádios, televisores e automóveis, que são depois comercializados, principalmente, no mercado norte-americano.

• Peça aos alunos observarem a fotografia do complexo industrial em Ipojuca, chamando a atenção para a presença de redes de transporte para o escoamento da produção.

Rodrigo Abd/AP Photo/Glow Images

Atualmente, cerca de 70% das exportações de produtos manufaturados do México são provenientes das maquilladoras, empregando parte significativa da mão de obra que trabalha em indústrias nesse país.

• Para avaliar se os alunos compreenderam o tema abordado nas páginas 178, 179, 180 e 181, apresente as seguintes questões para a resolução individual ou em duplas. > Qual o principal aspec-

to em comum da economia das nações que constituem a América Latina? > Cite contrastes evi-

dentes entre a economia dessas nações. > Após a descolonização, A fotografia mostra o interior de uma indústria maquilladora em fábrica de montagem de televisores, em Reynosa, México, 2017.

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o papel da América Latina na Divisão Internacional do Trabalho se modificou de maneira significativa? > Identifique as causas

que estimularam o processo de industrialização nas nações latino-americanas e o papel do Estado nesse processo.

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A economia agrária da América Latina

BNCC

• O estudo das páginas

182 e 183 contempla as habilidadesEF08GE09, EF08GE20 e EF08GE22, complementadas pelo desenvolvimento da competência geral 2 da BNCC, as competências específicas de Ciências Humanas 2 e 3 e as competência específicas de Geografia 2 e 3, assim como o tema contemporâneo Trabalho.

• Realize a leitura com-

partilhada do texto da página e a observação das imagens. Resgate conhecimentos prévios sobre o assunto.

A partir do século XVI, as atividades agrícolas desenvolvidas em várias colônias da América Latina, incluindo o Brasil, ocorreram sob a forma de plantation, ou seja, extensas áreas monocultoras cultivadas mediante a utilização de mão de obra escravizada e tendo seus produtos direcionados ao abastecimento do mercado consumidor europeu.

MST: Vinicius Bacarin/Shutterstock.com

Orientações gerais

A organização atual do espaço agrário da América Latina possui raízes em seu passado colonial. Naquele período, o interesse dos colonizadores era formar colônias de exploração que fornecessem riquezas necessárias ao desenvolvimento econômico de suas metrópoles, como gêneros agrícolas (cana-de-açúcar, fumo, algodão etc.), matérias-primas vegetais (madeira etc.) e minerais (ouro, prata, diamante etc.)

No Brasil, as plantations de cana-de-açúcar, localizadas nas áreas próximos ao litoral, foram, em parte, a base da estrutura econômica da colônia, já que o açúcar se tornou um dos produtos mais concorridos no mercado europeu. A expansão da atividade pecuária em direção ao Sertão nordestino foi promovida, especialmente, para abastecer as regiões canavieiras do litoral com couro e animais de trabalho.

• Avalie

se os alunos compreendem a relação entre o espaço agrário latino-americano e o papel da América Latina na Divisão Internacional do Trabalho (DIT), dando sequência ao tema desenvolvido nas páginas anteriores.

A imagem, produzida por Benedito Calixto de Jesus, mostra negros na condição de escravos realizando a moagem da cana-de-açúcar em engenho, no Brasil, há cerca de 150 anos. A fotografia mostra a colheita de uma lavoura de cana-de-açúcar no interior do estado de São Paulo, 1915.

• Chame a atenção para

imagem Acervo Iconographia/ Reminiscências

a diferença no nível de tecnologia empregado na produção em ambas as ilustrações, com emprego de animais na primeira e uma locomotiva a vapor na segunda.

182

Integrando saberes

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• Para aprofundar o tema, sugerimos integrar o conteúdo abordado com o componente curricular de História, abordando o desenvolvimento de plantations nas colônias da América Latina e as consequências desse sistema para as nações envolvidas.

• Realize uma breve discussão sobre a questão

do uso de mão de obra escrava e a presença de afrodescendentes nas populações de países nos quais esse sistema foi desenvolvido, sobretudo o Brasil e os países da América Central.

11/9/18 2:47 PM

• Realize uma discussão sobre o assunto soli-

citando ao professor de História sugestões de abordagem e de materiais que possam enriquecer o estudo do tema.

182

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:47 PM

Capítulo 6

Atualmente, mesmo após a independência política, grande parte dos países latino-americanos ainda se encontra subordinada aos interesses econômicos dos países desenvolvidos, principalmente como exportadores de gêneros agropecuários e minerais. Assim, essas nações participam da DIT como países fornecedores de produtos primários. A tabela a seguir mostra o destaque da produção agrícola em alguns países da América Latina, no ano de 2016. Produção agrícola de alguns países da América Latina – 2016 Brasil Cana-de-açúcar

Produção (ton) 768 678 382

Produção (ton)

Costa Rica

Produção (ton)

México

Produção (ton)

Cana-de-açúcar

6 910 805

Cana-de-açúcar

4 158 370

Cana-de-açúcar

56 446 821 28 250 783

Bolívia

Soja

96 296 714

Soja

3 204 639

Abacaxi

2 930 661

Milho

Milho

64 143 414

Leite

529 624

Banana

2 409 543

Pimenta

2 737 028

Leite

33 624 653

Sorgo

834 803

Mandioca

Limão

2 429 839

17 251 291

Semente de girassol

130 740

Dendê

Abacate

1 889 354

Laranja

163 118 1 089 448

Fonte: FAO (Food and Agriculture Organization). Disponível em: <http://www.fao.org/faostat/en/#data/QC>. Acesso em: 3 nov. 2018.

A estrutura fundiária não sofreu grandes transformações em relação ao modelo agrário desenvolvido durante o período colonial. Nesse modelo, os trabalhadores rurais perdem a propriedade da terra e abandonam o campo em razão, sobretudo, da falta de financiamentos e de infraestrutura oferecidos pelos governos.

Vinicius Bacarin/Shutterstock.com

Assentamento: área de povoamento formado por trabalhadores rurais. Reforma agrária: reorganização da estrutura fundiária com o objetivo de promover a distribuição de terras a trabalhadores rurais sem terra.

183

• Para aprofundar o estudo, oriente uma pesquisa na

internet sobre assentamentos rurais, suas finalidades e o cotidiano de pessoas que neles vivem. Para realizar a pesquisa e aprofundar os seus conhecimentos sobre o tema, sugerimos o material a seguir.

• Peça aos alunos que observem a fotografia e descrevam como são as habitações do assentamento, chamando a atenção para os materiais improvisados. Resgate conhecimentos dos alunos sobre o conceito de reforma agrária e peça que identifiquem, em seus lugares de vivência, a possível presença de assentamentos rurais.

• Explique que, de modo geral, quanto maior é a participação da agricultura familiar na economia agrícola de uma nação, menores tendem a ser os problemas relacionados à injusta distribuição de terras e aos problemas sociais do campo.

Acampamento rural no estado do Mato Grosso do Sul, 2017.

Orientações gerais

• Oriente os alunos a ler o texto, a tabela e as imagens observando se identificam a significância do Brasil como principal potência agropecuária da região e explique que o Brasil se tornou uma potência global do agronegócio, sendo exportador de produtos agrícolas.

• Avalie se os alunos compreenderam a estrutura fundiária da América Latina, em muitos países marcada pelo predomínio de grandes propriedades e privilégio ao agronegócio, com má distribuição de terras.

A concentração de terras nas mãos de uma minoria de proprietários está na origem de diversos movimentos sociais que atuam contra a exclusão social e a favor da reforma agrária, reivindicando a desapropriação de terras improdutivas e a implantação de assentamentos nos quais as famílias recebem pequenos lotes para praticar agricultura.

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Orientações gerais

• Comente que a realização de políticas públicas voltadas à reforma agrária é tarefa do Estado, mas encontra obstáculos políticos e econômicos além de forte oposição dos grandes proprietários de terra, que possuem influência política e econômica nos países.

11/9/18 2:47 PM

> Assentamentos. INCRA (Instituto Nacional de Co-

lonização e Reforma Agrária). Disponível em: <http:// livro.pro/z8nsuc>. Acesso em: 22 out. 2018.

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BNCC

Entre os diversos movimentos rurais que batalham pela reforma agrária na América Latina, um dos principais é o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), criado na década de 1980 no Brasil. Desde a década de 1990, aumentou consideravelmente a quantidade de assentamentos no país, mas em função do elevado número de famílias que não possuem terra para cultivar, as ocupações de áreas improdutivas para posterior negociação da legalização dos assentamentos também se intensificaram, assim como os conflitos no campo.

posto permite desenvolver a habilidade EF08GE10 e as competências gerais 1 e 7 da BNCC. Uma discussão sobre movimentos sociais do campo e reforma agrária permite também contemplar as competências específicas de Ciências Humanas 2, 3, 5 e 6 e as competência específicas de Geografia 3, 5 e 7, assim como o tema contemporâneo Trabalho.

Davi Magalhães/Futura Press

• O estudo do tema pro-

Nas últimas décadas, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) se tornou o principal movimento na luta pela reforma agrária no país. Na fotografia, protesto feito por esse grupo em Porto Alegre (RS), 2017.

Brasil: conflitos no campo – 2016

Orientações gerais

• Explique que, no Brasil,

RR

AM

AC

85

RO

2

27

MG

MS

ES

116

60

23

SP 62

OCEANO ATLÂNTICO

RJ 6

PR 21

Número de conflitos

SC 21 RS

N

E. Cavalcante

19

L

O

0

50° O

520 km

S

Daniel Duarte/AFP

Fonte: CANUTO, Antônio; LUZ, Cássia Regina da Silva; ANDRADE, Thiago Valentim Pinto. Conflitos no campo Brasil 2016. Goiânia: CPT Nacional, 232. p. 32 a 74. Disponível em: <https://cptnacional.org.br/component/ jdownloads/send/41-conflitos-no-campo-brasil-publicacao/14061conflitos-no-campo-brasil-2016?Itemid=0>. Acesso em: 12 out. 2018.

> O sonho de Rose – 10

seguida de uma redação argumentativa, sobre a atuação do MST na atualidade e a questão da reforma agrária no Brasil. Os alunos podem argumentar contra o movimento ou a favor dele e apresentar sua posição sobre a reforma agrária no país.

DF

GO

rnio Trópico de Capricó

6

164

83

ção de Tetê Moraes. Brasil, 1988. (84 min).

• Sugira uma pesquisa,

BA

MT

OCEANO PACÍFICO

14

PB 50 PE AL 12 SE

40

105

172

RN 3

9

PI

TO

CE

MA 196

143

> Terra para Rose. Dire-

anos depois. Direção de Tetê Moraes. Brasil, 2000. (91 min).

Equador

51

PA

34

• Explique que o Movi-

mento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) surgiu oficialmente em 1984, no Paraná. Apesar de o número de assentamentos ter crescido significativamente desde então, o número de famílias sem-terra ainda é bastante elevado. Comente que a prática da ocupação de terras é um dos pontos mais polêmicos que envolvem o MST e outros movimentos sociais do campo na América Latina. Para complementar o estudo do tema, sugerimos os seguintes filmes.

AP

12

a partir da Constituição de 1988, a questão da reforma agrária foi incluída, mas com resultados limitados.

Veja no mapa ao lado os principais conflitos no campo brasileiro em 2016. A região Norte do país, sobretudo entre o sul do Pará e os estados do Maranhão, Piauí e norte do Tocantins, é a que mais apresenta conflitos no campo. A violência contra populações indígenas praticada por fazendeiros e também originada em função de disputas pela terra é outro problema alarmante. Esses conflitos pela terra envolvem ainda a ação de “grileiros”, como são conhecidas as pessoas que tomam posse de terras devolutas ou de terceiros por meio da falsificação de escrituras de propriedade. Na atualidade, os conflitos no campo em países latino-americanos não têm sido exclusividade do Brasil. O Paraguai, cuja estrutura fundiária é marcada pelos latifúndios, apresenta um modelo de desenvolvimento agrário que privilegia o agronegócio, mas causa extrema pobreza no campo. Em razão disso, aumentou no país a violência entre fazendeiros e integrantes de movimentos camponeses, em busca de redistribuição de terras. Embora a maioria das manifestações de camponeses no Paraguai seja pacífica, recentemente, o grupo denominado Exército do Povo Paraguaio vem praticando atos extremos no norte do país. A fotografia mostra uma manifestação de trabalhadores rurais paraguaios, em Assunção, Paraguai, 2017.

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:47 PM

Capítulo 6

A economia agrária e o contraste tecnológico Veja no mapa a seguir a distribuição das áreas de cultivo e criações na América Latina.

Angelo D'Amico/Shutterstock.com

América Latina: produção agropecuária e pesqueira

Trópico de Câncer MÉXICO

CUBA

REP. DOMINICANA

HAITI

Porto Rico (EUA)

VENEZUELA

OCEANO PACÍFICO

COLÔMBIA

Equador

BRASIL PERU

COSTA RICA

PANAMÁ

BOLÍVIA

PARAGUAI

Trópico de Capricórnio N L

O

0

880 km

OCEANO ATLÂNTICO

CHILE

S

E. Cavalcante

URUGUAI

ARGENTINA

Agricultor realizando colheita com o auxílio de maquinário, no estado do Mato Grosso do Sul, 2017.

Principais produtos Algodão Arroz Cacau Café Cana-de-açúcar Borracha Fruticultura Madeira

Mandioca Milho Soja Trigo Bovinos Ovinos Suínos Pesca

Agricultura comercial Agropecuária de subsistência Pecuária extensiva Atividade extrativa Deserto

A soja vem ocupando nos últimos anos a posição de primeiro produto de exportação do agronegócio no Brasil. É também o cultivo que ocupa no País a maior área plantada. Sua produção, em maior escala, teve início no Brasil nos anos 1950, no estado do Rio Grande do Sul. Da década de 1970 em diante, expandiu-se por todas as regiões do Brasil. Nos dias de hoje, seu crescimento se dá de forma acelerada nas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste. [...]

As fotografias acima retratam o contraste tecnológico existente na América Latina. De maneira geral, nas propriedades voltadas especialmente à subsistência, as atividades costumam ser realizadas por meio de técnicas tradicionais, como arado com tração animal, técnicas rudimentares de plantio, o que resulta em baixa produtividade. Nas áreas onde a produção agropecuária é destinada à exportação, são empregadas tecnologias modernas, como melhoramento genético, maquinários específicos e sementes selecionadas, onde se obtém elevada produtividade. Tal contraste pode ser verificado entre diferentes países e também no espaço rural de um mesmo país. De modo geral, porém, o espaço rural latino-americano é marcado pelo crescimento do agronegócio e dos grandes latifúndios para exportação, que se caracterizam pelo uso cada vez mais intenso de tecnologia. Os países que apresentam maior grau de modernização, consequentemente, são os principais exportadores de produtos agrícolas, como Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.

185

Orientações gerais

• Oriente os alunos a observar o mapa prestando atenção às legendas. Avalie a capacidade de interpretação do mapa temático. • Auxilie-os a identificar, nas fotografias, o contraste tecnológico evidenciado. Peça que relacionem cada uma aos diferentes modos de produção agrícola sobre os quais eles aprenderam, aproveitando para resgatar conheci-

• Ressalte que, no século XXI, o Brasil se consolidou como principal fornecedor de produtos agrícolas para a União Europeia, China e os Estados Unidos, e a modernização hoje é uma característica dos complexos agroindustriais nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país. • O seguinte texto pode ser utilizado para ampliar os conhecimentos sobre o assunto.

75° O Fontes: Reference atlas of the world. 9. ed. London: Dorling Kindersley, 2013. p. 53. Atlas national geographic: América do Norte e Central. São Paulo: Abril, 2008. v. 6. Atlas national geographic: América do Sul. São Paulo: Abril, 2008. v. 1.

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interpretação do mapa temático permitem contemplar as habilidades EF08GE13, EF08GE18 e EF08GE24, as competências específicas de Ciências Humanas 2 e 7, além das competências específicas de Geografia 2, 3 e 4, e os temas contemporâneos Trabalho e Ciência e tecnologia. Orientações gerais

EQUADOR

NICARÁGUA

EL SALVADOR

Agricultor fazendo plantio por meio do arado movido a força animal, em Vinãles, Cuba, 2017. Vinicius Bacarin/Shutterstock.com

GUATEMALA BELIZE HONDURAS

GUIANA SURINAME Guiana Francesa (FRA)

BNCC

• O estudo do tema e a

SCHLESINGER, Sergio; NUNES, Sidemar Presotto; CARNEIRO, Marcelo Sampaio. Agricultura familiar da soja na região sul e o monocultivo no Maranhão: duas faces do cultivo da soja no Brasil. Rio de Janeiro: Fase, 2008. p. 148.

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mentos prévios sobre o agronegócio e a agricultura familiar ou em pequena escala. • Comente que a América Platina (Argentina, Paraguai e Uruguai) se beneficia pela existência de planícies e solos férteis, se destacando na produção de grãos e também de carne bovina, entre outros exemplos.

185

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BNCC estudo das páginas 186 e 187 favorece a abordagem das habilidades EF08GE22 e EF08GE24 da BNCC ao aprofundar o estudo dos recursos minerais da América Latina.

Os recursos minerais da América Latina

•O

trabalho com esta página permite ainda contemplar a competência específica de Ciências Humanas 7, além das competências específicas de Geografia 2, 3 e 4.

No Brasil, a partir do final do século XVII, sobretudo a região do Quadrilátero Ferrífero, no estado de Minas Gerais, passou a se destacar principalmente pela elevada produção de minérios de ferro e de ouro. No século XVIII, Minas Gerais era responsável por 50% da produção mundial de ouro. Atualmente, o Brasil é o terceiro produtor mundial de ferro. O país se destaca ainda na produção de bauxita (com que se produz alumínio) manganês e petróleo. Os países da América Latina são grandes fornecedores de recursos minerais ao mundo e muitos desses países possuem a economia estruturada na mineração. Veja a tabela.

Biblioteca do Senado, Brasília

•O

Na América Latina, a exploração de recursos minerais remete ao período da colonização, em que as metrópoles europeias extraíam minerais das colônias, como ouro e prata, para enviar às metrópoles na Europa.

Orientações gerais

• Ressalte a relação entre

A imagem, produzida por Johann Moritz Rugendas, no século XIX, mostra o trabalho de negros africanos escravizados nas minas de ouro na região de Ouro Preto (MG).

o extrativismo na América Latina e o papel da região na Divisão Internacional do Trabalho (DIT).

América Latina: recursos minerais e energéticos

• Comente que a produ-

ção de minério de ferro no Brasil é feita principalmente pela companhia transnacional brasileira VALE, e as principais áreas de exploração são o Complexo de Carajás, no Pará, o Quadrilátero Ferrífero, em Minais Gerais, e o Complexo do Urucum, em Mato Grosso. A China, o Japão e a Coreia do Sul figuram entre os principais importadores.

MÉXICO

BAHAMAS Trópico de Câncer REPÚBLICA CUBA DOMINICANA JAMAICA BELIZE HAITI Porto Rico (EUA)

GUATEMALA

HONDURAS

NICARÁGUA EL SALVADOR COSTA RICA PANAMÁ

VENEZUELA GUIANA SURINAME COLÔMBIA Guiana Francesa (FRA)

Equador

PERU BRASIL

• Auxilie

• Oriente os alunos a observar o mapa, prestando atenção às legendas.

• Avalie a capacidade de

interpretação do mapa temático exibido apresentando questões de modo que os alunos identifiquem áreas de produção de determinados recursos na América Latina. Esse questionamento deve ser feito conjuntamente com a atividade proposta.

BOLÍVIA

OCEANO PACÍFICO

Petróleo Bauxita Carvão Cobre Chumbo Estanho

Gás Ferro Ouro Manganês Diamante Prata

Países

% no total das exportações

Bolívia

64%

Colômbia

48%

Equador

33%

Peru

48%

Venezuela

97%

Fonte: WTO (World Trade Organization). Disponível em: <http://stat.wto.org/CountryProfile/WSDBCountryPFView. aspx?Language=E&Country=BO%2cCO% 2cEC%2cPE%2cVE>. Acesso em: 13 out. 2018.

• Observe o mapa e responda quais são os principais recursos minerais e energéticos extraídos nos países apresentados na tabela.

PARAGUAI

Trópico de Capricórnio

E. Cavalcante

os alunos a identificar consequências da atividade extrativista mineral para o ambiente e resgate os conhecimentos prévios sobre o assunto. Chame a atenção para a ilustração e a paisagem retratada, pedindo que identifiquem alterações na paisagem provocadas pela atividade econômica.

EQUADOR

América Latina: exportação de produtos minerais e combustíveis fósseis – 2017

URUGUAI ARGENTINA

OCEANO ATLÂNTICO

CHILE

0

60° O

940 km

Bolívia: estanho. Colômbia: petróleo. Equador: petróleo e gás. Peru: chumbo e prata. Venezuela: petróleo e ferro.

Fontes: Reference atlas of the world. 9. ed. London: Dorling Kindersley, 2013. p. 7; 45, 53. GIRARDI, Gisele; ROSA Jussara Vaz. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2016. p. 170.

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:47 PM

Federico Parra/AFP

A Venezuela integra a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP). Na fotografia, campo petrolífero no Golfo de Maracaibo, na Venezuela, 2018.

Capítulo 6

Assim como o Brasil, outros países latino-americanos possuem significativas fontes de recursos minerais e energéticos. A Venezuela, por exemplo, se destaca por abrigar as mais extensas jazidas de petróleo da região, sendo considerada uma economia petrolífera, isto é, uma economia cujo Produto Interno Bruto (PIB) depende de receitas oriundas das exportações de petróleo.

A integração de mercados sul-americanos por meio de gasodutos tem possibilitado à Bolívia exportar gás natural para o Brasil, Argentina e Peru. Na fotografia, sistema de gasoduto que interliga Bolívia e Brasil em Araucária (PR), 2015.

Daniel Derevecki/Fotoarena

A Bolívia é outro país latino-americano que tem, entre as bases de sua receita, as exportações de recursos energéticos e se destaca na exploração de petróleo e, sobretudo, gás natural.

Outras nações, como Suriname e Peru (onde é relevante a produção de ouro e outros minérios), o México (atualmente entre os principais exportadores de chumbo, enxofre, prata e zinco) e o Chile (maior produtor mundial de cobre, entre outros recursos explorados no país) também se destacam em suas atividades extrativistas minerais.

• Realize a leitura compartilhada do texto e chame a atenção para as fotografias. Avalie se os alunos compreendem a importância da relação entre áreas produtoras e redes de distribuição enfatizando a importância de infraestrutura, como no caso da integração por gasoduto para os países que exploram e exportam recursos minerais. • Ressalte a riqueza mineral do Chile, que figura entre os principais produtores de carvão, chumbo, manganês, minério de ferro, ouro, molibdênio, zinco e chumbo. • Por meio de um debate, aproveite para realizar uma avaliação dentro do contexto do trabalho com o tema contemporâneo Educação ambiental, verificando se os alunos reconhecem os impactos ambientais causados pela atividade mineradora nas regiões em que ela é desenvolvida.

Cristobal Olivares/ Bloomberg/Getty Images

Vista aérea de mina de cobre a céu aberto, próximo a Calama, Chile, 2018.

Orientações gerais

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Atividades

Integrando saberes

• Para

• Se

achar oportuno, solicite ao professor de História que fale sobre o assunto, ou selecione fontes bibliográficas ou digitais direcionadas a jovens estudantes para que os alunos pesquisem sobre o assunto.

• Explique que, no início

do século XX, um levante popular em prol da reforma agrária ocorreu no México, levando à Revolução Mexicana de 1910. Orientações gerais

• Peça

aos alunos que realizem as atividades de forma individual ou em duplas.

• Realize uma conversa

sobre o espaço econômico da América Latina e seus principais aspectos caso considere oportuno que os alunos retomem alguns conceitos e informações antes da realização das atividades.

Exercícios de compreensão

3. Sim. Houve a 1. De acordo com o que você estudou sobre a economia da América Latina, expliparticipação que a afirmação a seguir no seu caderno. direta do Estado com incentivos ao A América Latina não é composta por países que apresentam o mesmo desenvolvimento nível de desenvolvimento econômico. de indústrias nacionais – e também com o financiamento 2. Por que o processo de industrialização ocorrido no Brasil e em alguns outros da infraestrutura países da América Latina era denominado Industrialização por Substituição das necessária à expansão Importações? Porque esse processo significou produzir dentro do país produtos industrializados que industrial, como antes eram importados de outros países. estradas para o 3. De acordo com o que você estudou, podemos afirmar que o processo de indusescoamento de trialização do México, do Brasil e da Argentina teve a participação ativa do Estamatérias-primas e equipamentos do? Por quê? industrializados –, e de 4. De início, qual setor da indústria se desenvolveu? Qual foi a participação do Eshidrelétricas para a produção tado na industrialização dos países latino-americanos e na diversificação do sede energia tor industrial? necessária ao funcionamento 5. O Paraguai é um dos países mais pobres da América Latina e altamente dependas fábricas. Além disso, o dente do setor agrícola. Caracterize as razões dos crescentes conflitos no campo Estado Paraguai, cuja estrutura fundiária é marcada pelos latifúndios, apresenta um modelo de desse país. Odesenvolvimento incentivou a agrário que privilegia o agronegócio, mas causa extrema pobreza no campo. vinda de Em razão disso, aumentou no país a violência entre fazendeiros e integrantes de movimentos multinacionais camponeses em busca de redistribuição da terra. Geografia no contexto para esses países. 4. A indústria de bens de consumo. O Estado teve participação fundamental financiando obras de infraestrutura necessárias e por meio de outras formas de incentivo voltadas a tornar as indústrias competitivas e atrair investimentos.

6. Observe a fotografia para responder às questões:

Vinicius Bacarin/Shutterstock.com

dar prosseguimento ao trabalho com a habilidade EF08GE10 e aprofundar o conhecimento dos alunos sobre a história de movimentos sociais do campo na América Latina, sugerimos um trabalho integrado com o componente curricular de História sobre a Revolução Mexicana.

1. Resposta esperada: a afirmativa está correta, pois a América Latina é composta por países como o Brasil, México e Argentina, que são a 9a, 15a e 21a economia do mundo, respectivamente, e que possuem um relativo desenvolvimento industrial, e por países como o Haiti e a Nicarágua, onde a economia está entre as menos expressivas do mundo. A riqueza gerada pelo Brasil, México e Argentina corresponde a mais da metade do PIB da América Latina.

• Chame a atenção para

a interferência humana na paisagem das fotografias e lembre dos impactos ambientais causados, sempre dentro do contexto do desenvolvimento do tema contemporâneo Educação ambiental.

Colheita mecanizada de soja no estado do Mato Grosso do Sul, Brasil, 2017.

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b ) Que outra realidade pode ser encontrada no espaço rural de um mesmo país ou de diferentes países da América Latina? 7. O quadro abaixo traz informações sobre a América Latina no período colonial. Considerando os mesmos aspectos mostrados, monte outro quadro, no caderno, completando-o com as informações correspondentes ao período atual.

América Latina colonial Fornecia basicamente produtos primários, como ouro, prata, cana-de-açúcar, tabaco, entre outros. O objetivo principal da produção era o exterior, basicamente a Europa. A estrutura fundiária era marcada por grande concentração de terras. A mão de obra era escravizada e servil.

De acordo com as respostas do quadro montado no caderno, a que conclusão você e seus colegas chegaram sobre o desenvolvimento econômico da América Latina e sua posição na economia mundial da atualidade? 8. Leia o texto abaixo, retirado do site do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), criado no Brasil na década de 1980. A luta pela Reforma Agrária consiste na distribuição massiva de terras a camponeses, democratizando a propriedade da terra na sociedade e garantindo o seu acesso, distribuindo-a a todos que a quiserem fazer produzir e dela usufruir. [...] MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). Quem somos. 2014. Disponível em: <www.mst.org.br/quem-somos/>.Acesso em: 1º out. 2018.

a ) Qual a razão pela qual se verificam reivindicações de reforma agrária feitas por movimentos camponeses em países da América Latina?

6. a) O agronegócio, modelo baseado na grande propriedade (latifúndio), alto uso de tecnologia.

Capítulo 6

a ) Qual modelo de produção típico do espaço rural dos países latino-americanos está sendo evidenciado na fotografia? Aponte algumas de suas características.

6. b) Nas propriedades voltadas especialmente à subsistência, as atividades costumam ser realizadas por meio de técnicas tradicionais, como arado com tração animal, técnicas rudimentares de plantio, o que resulta em baixa produtividade. 7. Resposta esperada: O desenvolvimento econômico da América Latina continua atrelado aos interesses dos países desenvolvidos, com intensa concentração fundiária e utilização de mão de obra de baixa remuneração. Os países latino-americanos permanecem como fornecedores de produtos primários. 8. a) A estrutura fundiária vigente é desigual, baseada nas grandes propriedades, em que há parte das populações camponesas sem acesso à terra.

Orientações gerais

• Realize as atividades desta página e avalie se os conceitos abordados no capítulo até o momento foram assimilados pelos alunos.

• Reforce os conceitos que julgar necessário antes de dar prosseguimento ao estudo.

• Aprofundar o estudo dos conflitos do campo no Brasil e trabalhar leitura e interpretação de mapas é uma forma de dar sequência ao desenvolvimento da EF08GE10 e da competência específica de Ciências Humanas 4. Oriente os alunos a observar novamente o mapa da página 184 e apresente as seguintes questões para avaliação. > Qual é o número de

conflitos pela terra no estado onde você vive? > Ele está entre os esta-

dos que possuem maior ou menor número de conflitos?

• Verifique se os alunos identificaram os ícones e a quantidade de conflitos presentes no estado em que moram e se a resposta dos alunos está coerente com a atividade proposta.

b ) Pesquise notícias recentes a respeito do MST no Brasil e de ações públicas voltadas para as questões que envolvem a distribuição de terras em nosso país. Com base no que você estudou e em suas pesquisas, converse com seus colegas e apresente sua opinião sobre a realização de uma reforma agrária no Brasil. Depois, escute a opinião deles. Resposta pessoal. Estimule a participação de todos durante a conversa. Peça aos alunos que justifiquem a opinião apresentada. Sempre que pertinente, oriente para que todos tenham respeito pela opinião dos colegas.

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A economia regional: os blocos econômicos da América Latina

BNCC

• O estudo conjunto das

páginas 190 e 191 permite que sejam contempladas as habilidades EF08GE06 e EF08GE12 da BNCC.

Orientações gerais

• Resgate conhecimen-

tos prévios sobre o assunto antes de dar início à leitura compartilhada da página.

• Explique que uma das

consequências do fenômeno da globalização é a interdependência das economias mundiais. As relações comerciais entre os países e a atual Divisão Internacional do Trabalho (DIT) podem ser compreendidas quando analisamos o funcionamento e a importância dos blocos econômicos regionais.

• Pergunte

aos alunos se eles já escutaram ou viram notícias em jornais ou revistas sobre alguns dos blocos econômicos evidenciados, em especial o Mercosul.

BOLÍVIA*

OCEANO PACÍFICO Trópico de Capricórnio

PARAGUAI

Mercado Comum do Sul (Mercosul) Membros associados do Mercosul Associação Latino-Americana de Integração (Aladi) Mercado Comum Centro-Americano (MCCA) Mercado Comum Caribenho (Caricom) Comunidade Andina * Membro associado em processo de adesão.

CHILE

ARGENTINA URUGUAI

OCEANO ATLÂNTICO 0

920 km

75° O

Fontes: Atlas da mundialização: compreender o espaço mundial contemporâneo. Tradução: Carlos Roberto Sanchez Milani. São Paulo: Saraiva, 2009. p. 57. Mercosul. Disponível em: <www.mercosul. gov.br/>. Ministério das Relações Exteriores. Disponível em: <http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/ politica-externa/integracaoregional/690-associacaolatinoamericana-de-integracaoaladi>. Caricom. Disponível em: <https://caricom.org/about-caricom/who-we-are/>. Comunidad Andina. Disponível em: <http://www.comunidadandina.org/>. Acessos em: 2 ago. 2018.

• Avalie

se os alunos compreenderam o que é um bloco econômico ou regional e que estes podem ter diferentes finalidades.

Encontro oficial dos chefes de Estado do Mercosul em Luque, Paraguai, 2018.

A integração regional entre esses países iniciou-se sob a liderança do Brasil e da Argentina ainda nos anos 1980. No início de 1991, foi assinado o Tratado de Assunção, quando o Paraguai e o Uruguai aderiram à iniciativa dando início ao Mercosul. Além dos quatro membros originais, o Mercosul conta, atualmente, com a Venezuela, como novo país-membro, e também com cinco membros associados: Chile, Bolívia, Peru, Equador e Colômbia, os quais possuem o direito a participar das reuniões do bloco, mas sem poder de voto. Mario Valdez/Reuters/Fotoarena

uso da linguagem cartográfica também contribui para o desenvolvimento do pensamento espacial, conforme orienta a competência específica de Ciências Humanas 7 e a competência específica de Geografia 4.

E. Cavalcante

•O

Seguindo uma tendência mundial de integração econômica entre mercados, a América Latina apresenta desde o século XX a formação de blocos econômicos regionais. Veja o mapa. Entre os blocos econômicos laAmérica Latina: blocos econômicos tino-americanos, o Mercado CoN mum do Sul (Mercosul) é um dos L O mais importantes. Formado da BAHAMAS S Trópico de Câncer união entre Brasil, Argentina, UruCUBA REPÚBLICA MÉXICO guai e Paraguai, o Mercosul, além JAMAICA DOMINICANA Porto Rico (EUA) BELIZE HAITI de anular as tarifas internas para HONDURAS GUATEMALA produtos importados entre os paíNICARÁGUA EL SALVADOR ses-membros, adotou, em 1995, VENEZUELA COSTA RICA SURINAME PANAMÁ GUIANA uma tarifa externa comum, isto é, Guiana Francesa COLÔMBIA uma taxa ou imposto único cobra(FRA) Equador 0° EQUADOR do por todos os países sobre os produtos vindos de fora do bloco. PERU Por essa razão, caracteriza-se uma BRASIL união aduaneira.

190

g20_ftd_lt_8vsg_c6_p190a195.indd Orientações gerais

190

• Comente que as trocas comerciais entre os países po-

dem ocorrer por meio de relações bilaterais, multilaterais, ou por blocos econômicos.

11/9/18 2:48 PM

• Explique que essas organizações visam diminuir barreiras alfandegárias entre os países-membros, ou até mesmo eliminá-las. Isso intensifica a relação comercial entre os países, mas nem todos são igualmente beneficiados.

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:48 PM

Capítulo 6

Um acordo para incluir o Suriname e a Guiana como membros associados já foi assinado, e podemos citar, ainda, a presença do México, considerado Estado observador. A sede da organização é situada em Montevidéu, no Uruguai, e, em 2002, foi assinado o Tratado de Livre Trânsito e Residência, permitindo o livre trânsito de cidadãos dos membros do bloco entre os países signatários. O Brasil no Mercosul Ao observar a tabela a seguir, podemos notar que o Brasil destaca-se no bloco, com PIB bem maior do que o dos demais países. Por apresentar uma economia consideravelmente maior, necessita expandir seus parceiros comerciais para além das fronteiras regionais, ou seja, em direção a outros países e blocos econômicos do mundo.

Composição do PIB Renda per PIB (em (em %) capita População milhões de (em dólares) dólares) Produtos Indústria Serviços primários

Argentina

43 417 765

12 440

545

6

22

56

Brasil

208 494 900*

8 650

1 796

5

18

63

Paraguai

6 639 119

4 078

27

18

27

45

Uruguai

3 431 552

15 221

52

6

25

60

• Comente que o Mercosul engloba aproximadamente 89% da população da América do Sul e se destaca no setor agropecuário como um dos maiores produtores e exportadores de produtos oriundos desse setor no mercado internacional.

• Explique que o Mercosul não é considerado um mercado comum, apesar do nome. Isso ocorre porque em um mercado comum os países-membros compartilham a legislação específica comercial, ambiental, fiscal e trabalhista, o que não ocorre no caso do Mercosul.

Fontes: *IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Disponível em: <https://cidades.ibge.gov. br/>. The World Bank. Disponível em: <www.worldbank.org>. United Nations. World Population Prospects. Disponível em: <https://population.un.org/wpp/DataQuery/>. Acessos em: 13 out. 2018.

Brasil: principal intercâmbio comercial – 2018 Tamires Azevedo

Veja no gráfico ao lado o comércio brasileiro com outros blocos econômicos e países do mundo. Como é possível perceber, o intercâmbio comercial brasileiro também é mais intenso com outros países de fora do bloco do que com o próprio Mercosul. Ao mesmo tempo em que exerce um papel natural de liderança do Mercosul, os demais países do bloco não representam o principal destino das exportações brasileiras em função, sobretudo, da importância da China e dos Estados Unidos como principais mercados consumidores.

Intercâmbio: relação de troca mútua entre diferentes países.

• Verifique se os alunos compreenderam o papel relevante do Brasil no Mercosul, assim como o fato de que o país realiza mais trocas comerciais com países de fora do bloco.

• Indique os temas a serem discutidos, como a eliminação (ou não) de barreiras protecionistas em diferentes setores da economia, livre trânsito de pessoas entre os países, acordos de cooperação, entre outros exemplos.

Mercosul: dados socioeconômicos – 2016

País

Orientações gerais

União Européia 23%

• Para ampliar seus conhecimentos sobre o tema, recomendamos uma visita à página oficial do Mercosul.

Outros países 45% Nafta 23%

• Mercosul.

Disponível em: <http://livro.pro/ tk937t>. Acesso em: 21 out. 2018.

Mercosul 9% Fonte: MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior). COMEX STAT. Disponível em: <http:// comexstat.mdic.gov.br/pt/municipio>. Acesso em: 13 out. 2018.

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BNCC

O Mercosul engloba, atualmente, cerca de 382 milhões de habitantes e, aproximadamente, 89% da população da América do Sul, chamando atenção por seu potencial energético e também pela elevada produção agropecuária e extrativista.

• O estudo conjunto das

páginas 192 e 193 segue dando continuidade ao trabalho com as habilidades EF08GE06 e EF08GE12 da BNCC ao analisar a atuação de organizações internacionais e blocos regionais na América Latina.

No entanto, uma questão relacionada ao Mercosul e muito discutida na atualidade é a integração entre seus países-membros. Por causa da existência de grandes desigualdades econômicas, políticas e até mesmo de estruturas produtivas, a integração dessas nações vem se tornando cada vez mais comprometida. Outro bloco existente na América Latina é a Associação Latino-Americana de Integração (Aladi), que surgiu na década de 1980 objetivando promover o desenvolvimento econômico e social da região. Atualmente, integram o bloco Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba, Equador, México, Panamá, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela. Já a Nicarágua está em processo de adesão. Além de visar a uma maior integração econômica entre países da América Latina, a Aladi tem como desejo futuro a criação de um mercado comum latino-americano, o que ainda está longe de ocorrer.

gina e peça aos alunos que voltem a observar o mapa da página 190, localizando os blocos econômicos e as organizações aqui apresentadas.

• Retome a questão do

Nafta e compare sua influência aos possíveis efeitos da Alca tomando como exemplo o caso do México. Explique que o país foi o mais afetado (negativamente) pelo acordo em função das empresas maquilladoras em seu território e o aumento da dependência de produtos industrializados dos EUA. A repressão aos mexicanos que buscam cruzar a fronteira e viver nos Estados Unidos aumentou, ao invés de diminuir, após a criação do Nafta, não gerando a integração esperada entre os países. O Canadá também apresenta dependência das relações comercias com os EUA, o que se agravou após a formação do Bloco, cujo maior beneficiário são os Estados Unidos.

Representantes de países-membros durante a Feira Expo Aladi em Santa Cruz de La Sierra, Bolívia, 2016.

Com o intuito de ampliar o poder econômico e político que detêm sobre o continente americano, os Estados Unidos lançaram, ainda no início dos anos 1990, a iniciativa de estabelecer uma grande zona de livre-comércio envolvendo grande parte dos países americanos, com exceção de Cuba, por causa do embargo econômico aplicado pelos Estados Unidos a esse país. Estava previsto que a Área de Livre-Comércio das Américas (Alca) se consolidaria no ano de 2005 e consistiria em uma ampliação do Nafta pelo continente. No entanto, essa iniciativa ainda não foi executada e recebeu forte oposição de muitos políticos, governantes e de parte da sociedade civil em vários países americanos. Segundo opositores, a criação desse bloco econômico serviria apenas para os Estados Unidos ampliarem ainda mais seu domínio econômico e político sobre os países da América Latina. A oposição popular à Alca em vários países dificultou a formação do bloco proposto pelos Estados Unidos na década de 1990. Na fotografia, manifestantes bolivianos protestando contra a criação da Alca, em La Paz, Bolívia, 2002.

• Peça aos alunos que re-

flitam sobre o argumento de que a Alca poderia ser prejudicial para alguns países latino-americanos sobre o fato, pois esta propõe uma área de livre comércio entre países com distinto nível de desenvolvimento econômico e setores industriais que não competiriam em grau de igualdade. A invasão de produtos estadunidenses, por exemplo, pode prejudicar indústrias nacionais em vários países.

Até o presente momento, os principais efeitos das ações do bloco se traduzem em acordos prevendo tarifas de importação preferenciais entre os países-membros, mas apenas para determinados produtos.

A proposta da Alca

David Mercado/Reuters/Fotoarena

• Realize a leitura da pá-

Especial/Notimex/Newscom/Fotoarena

Orientações gerais

Embargo: suspensão das relações comerciais e políticas entre países.

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Capítulo 6

Já a União das Nações Sul-Americanas (Unasul), criada em 2008 em Brasília, é uma organização intergovernamental da qual fazem parte 12 países latino-americanos, todos localizados na América do Sul. A Unasul não apresenta objetivos estritamente econômicos, caracterizando-se como um bloco voltado tanto à integração comercial como à política de seus países associados. A criação do Conselho de Defesa entre os países da América do Sul chegou a ser proposto, e programas de integração entre os países sul-americanos foram desenvolvidas objetivando elevar a infraestrutura da região. Contudo, nos últimos anos, a existência da organização vem sendo colocada em cheque em razão da oposição ideológica entre os governos dos países-membros.

Orientações gerais

• Realize a leitura compartilhada da página e oriente os alunos a observar novamente o mapa da página 190 de modo que localizem os blocos econômicos citados.

Guillermo Granja/Reuters/Fotoarena

• Proponha uma discussão sobre os blocos existentes na América Latina após o término do estudo desta página. Indique leituras sobre o tema e inicie um debate sobre benefícios desses blocos e também possíveis desvantagens aos países-membros.

Encontro da União de Nações Sul-americanas (Unasul) em Quito, Equador, 2016.

A Comunidade Andina de Nações (CAN), por sua vez, é formada apenas por países que tem territórios na cordilheira dos Andes, integrando atualmente Bolívia, Colômbia, Equador e Peru. Chile e Venezuela chegaram a fazer parte da CAN, mas ambos abandonaram o bloco. Criada na década de 1960 sob o nome de Pacto Andino, a CAN tem como objetivo a criação de união aduaneira, abolindo as taxas alfandegárias e criando uma tarifa única que é aplicada às importações de países não membros. Assim como no caso da Unasul, no século XXI as relações internas da CAN têm sido marcadas pela polarização ideológica em função da eleição de governos de esquerda e direita em países-membros, estimulando as rivalidades entre eles e configurando um obstáculo diplomático ao desenvolvimento do bloco. Podemos citar, finalmente, a Comunidade do Caribe (Caricom), bloco criado na década de 1970 por países localizados na sub-região do Caribe com o objetivo de proporcionar maior desenvolvimento econômico e integração política entre as nações associadas. Atualmente, o bloco é integrado por 15 Estados e 5 territórios.

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O protecionismo comercial: uma barreira ao desenvolvimento

BNCC

• O estudo conjunto das

páginas 194 e 195 atende aos objetivos da habilidade EF08GE06 da BNCC, se aproximando também da competência específica de Ciências Humanas 2 e das competências específicas de Geografia 3 e 5, além do tema contemporâneo Educação financeira e fiscal.

A economia mundial é marcada pela intensa concorrência entre países no mercado internacional. No entanto, o livre-comércio ainda se encontra longe de ser uma realidade em nível mundial, pois muitos países desenvolvidos não colaboram para isso. A criação de políticas protecionistas comerciais por esses países tem se tornado um empecilho à conquista de um livre-comércio global. Entre as políticas protecionistas mais comuns estão as barreiras alfandegárias, ou seja, o conjunto de tarifas cobradas pelos governos à importação de produtos estrangeiros, principalmente aos que exercem concorrência com os produtos nacionais. As tarifas alfandegárias, de certo modo, impedem a existência de uma concorrência justa e igualitária entre os produtos provenientes dos países subdesenvolvidos e os produzidos nos países desenvolvidos.

Orientações gerais

• Realize a leitura com-

Embora os países desenvolvidos pressionem as nações subdesenvolvidas a importarem seus produtos de alta tecnologia, eles mesmos dificultam a entrada de produtos agropecuários (frutas, sucos, cereais, carnes) ou industrializados de baixa tecnologia (calçados e produtos têxteis) vindos de países subdesenvolvidos.

partilhada das páginas 194 e 195 e avalie se os alunos compreenderam como funciona o protecionismo comercial e por quais motivos os países aderem à prática.

Assim, o protecionismo cria dificuldades para que países mais pobres, com economia essencialmente agrária, ganhem mais espaço no comércio internacional e, consequentemente, aumentem sua geração de riquezas.

• Explique

que favorecer o crescimento de determinados setores da economia é de interesse de um país, da mesma forma que eliminar ou reduzir a concorrência proporcionada pela invasão de produtos estrangeiros em seus mercados.

Veja, nos quadros abaixo, exemplos do protecionismo praticado por alguns países em relação a determinados produtos brasileiros com tarifas e porcentagens extracotas aplicadas. Estados Unidos

Carnes Bovinas – 26%

Soja – 487%

Amendoim – 12%

• Verifique se os alunos

Carne bovina

compreenderam como funcionam as barreiras tarifárias (elevação de taxas de importação) e os subsídios às indústrias nacionais. Procure exemplos de materiais que tratam sobre o tema.

China

Cana-de-açucar

Ilustrações: Camila Ferreira

• Comente que oferecer

subsídios a um setor da economia pode estimulá-lo e isso é benéfico para um país, no entanto pode ser ruim para outros países, se isso resultar em uma queda no preço desse produto no mercado internacional, por exemplo.

Coreia do Sul

Soja

União Europeia

Milho – 65%

Milho – 94 euros/tonelada

Algodão – 40%

Açúcares (cana-de-açúcar/ beterraba/ sacarose) – 339 euros/tonelada

Açúcares (cana-de-açúcar/ beterraba/ sacarose) – 50% Rússia

Carnes Bovinas – 50% Carne bovina

Suco de laranja

Suco de Laranja – 34%

Extracota: quantidade que ultrapassa o valor previamente acordado internacionalmente para a exportação de cada produto. Fonte: MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento). Intercâmbio comercial do agronegócio. Brasília, 2017. Disponível em: <www. agricultura.gov.br/assuntos/relacoes-internacionais/documentos/intercambiocomercial-do-agronegocio-10a-edicao/IntercambioComercial2017_web.pdf>. Acesso em: 29 out. 2018.

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g20_ftd_lt_8vsg_c6_p190a195.indd Orientações gerais

194

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• Comente que, ao passo que o protecionismo no mundo se torna um assunto de extrema relevância à economia global devido à integração econômica entre os países, alguns analistas chegaram a propor que os países congelem suas tarifas de importação como forma de barrar o protecionismo em momentos de crise econômica.

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Capítulo 6

Atualmente, muitos países subdesenvolvidos, incluindo os latino-americanos que possuem a economia estruturada em um modelo agrário-exportador, encontram nas políticas protecionistas, adotadas pelas nações ricas, verdadeiras barreiras para o seu crescimento econômico. Isso porque grande parte desses países encontra nas exportações de gêneros agropecuários a principal geração da riqueza nacional. A OMC e a prática do protecionismo

Orientações gerais

• Realize a leitura do texto e verifique se os alunos compreenderam que cabe à OMC a regulamentação e fiscalização do comércio mundial.

• Explique que dentre as funções da organização estão a resolução de conflitos comerciais entre os países-membros, o gerenciamento de acordos e até mesmo a autorização da imposição de sanções econômicas aos países que desrespeitam normas instituídas.

A Organização Mundial do Comércio (OMC) é a instituição internacional responsável por aplicar um sistema de normas comerciais entre os países. Criada em 1995, substituiu o antigo Acordo Geral de Tarifas e Comércio (Gatt), criado em 1948. Sua principal função tem sido a de regular as relações comerciais entre os Estados, atuando como mediadora das disputas e desentendimentos comerciais entre os países que se consideram lesados por algumas práticas comerciais. O papel desempenhado pela OMC tem gerado severas críticas no comércio mundial, uma vez que é acusada de proteger os interesses dos países ricos e das empresas multinacionais. De fato, muitas disputas levadas aos fóruns da OMC podem ser agrupadas como ações empreendidas por países subdesenvolvidos contra as práticas protecionistas e os elevados subsídios adotados por países desenvolvidos.

• Comente que a OMC define suas negociações por meio de pautas que são denominadas “Rodadas”. Várias rodadas da OMC foram realizadas ao longo da última década, reduzindo o protecionismo econômico, ainda que este permaneça gerando desafios aos países.

Fabrice Coffrini/AFP

Em geral, as nações subdesenvolvidas apresentam queixas a respeito das tarifas alfandegárias e dos subsídios dispensados pelos países ricos às chamadas commodities, ou seja, produtos primários de grande importância comercial, como café, algodão, estanho e cobre. Esses países alegam que, conforme os princípios liberais defendidos pela OMC e pelos próprios países desenvolvidos, as práticas protecionistas constituem uma postura desleal no comércio internacional.

• Refletir sobre medidas protecionistas e suas vantagens e desvantagens para as nações e para a economia global é importante neste momento. Portanto, após o trabalho com as páginas 194 e 195, apresente as seguintes questões para avaliar os conhecimentos dos alunos sobre o tema e promover uma discussão sobre a ética das barreiras protecionistas. > Cite exemplos de me-

didas protecionistas. > É correto que um país

Na fotografia, reunião feita pela OMC em Genebra, Suíça, 2018.

195

Orientações gerais

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• Ressalte que os países em desenvolvimento dentro da

Divisão Internacional do Trabalho (DIT) representam os principais exportadores de produtos primários, como é o caso do Brasil.

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proteja setores de sua economia aplicando taxas aos produtos importados, mesmo que isso prejudique a escolha do consumidor? > O Estado deve oferecer

subsídios a setores específicos da economia de modo que os estimule.

• Explique que esses países tendem a solicitar à OMC que os países desenvolvidos reduzam os altos subsídios conferidos aos seus produtores agrícolas e o fim da imposição de barreiras fitossanitárias e zoossanitárias (que restringem a circulação de plantas e animais), além das elevadas tarifas de importação.

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A dívida externa da América Latina

BNCC

• O tema abordado nas

páginas 196 e 197 permite contemplar as habilidades EF08GE06, EF08GE08 e EF08GE20 da BNCC, assim como as competências específicas de Geografia 3 e 5 e o tema contemporâneo Educação financeira e fiscal.

Leia o texto a seguir. Aos países latino-americanos, desde a época colonial, foi destinado o papel de fornecedores de produtos agrícolas e minerais para as metrópoles europeias. Mesmo quando [...] o processo de descolonização propiciou a independência, a maioria deles continuou a produzir praticamente os mesmos produtos da época colonial. Isso demonstra que, embora a independência política tivesse sido alcançada, a dependência econômica persistia. [...]

Orientações gerais

OLIC, Nelson Bacic. Geopolítica da América Latina. São Paulo: Moderna, 1992. p. 7.

A falta de recursos suficientes para financiar os gastos públicos, como saúde, habitação, educação, transporte, comunicação e defesa, leva a maioria dos países da América Latina a contrair periodicamente empréstimos com países e instituições financeiras internacionais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI).

• Realize a leitura com-

partilhada das páginas 196 e 197 e inicie uma discussão sobre a questão da dívida externa dos países latino-americanos e sua subordinação às potências desenvolvidas.

A dependência econômica citada no texto acima é responsável, em parte, pela elevada dívida externa adquirida pelos países da América Latina no decorrer de sua história. Em 2016, a dívida externa desses países era de 1,7 trilhão de dólares.

• De modo a abranger a

• Para complementar o estudo sobre o tema da dívida externa das nações latino-americanas e suas repercussões, sugerimos a leitura do texto a seguir.

De acordo com o Ban co Central dívida exte do Brasil, em rna do Bra sil era de 2013, a bilhões de aproximad dólares. N amente 48 esse mesm valor corres 3 o an pondente a o, o país pa cerca de 3, gou o 3% do PIB .

BRASIL: P ORCENTA G DESTINA DO AO PA EM DO PIB GAMENTO DÍVIDA E DA XTERNA D O BRASIL 2000 2005 Fotomontagem de Ana Elisa. Fotos: Vichy Deal, Prapann, sittipong, Africa Studio, OmniArt/Shutterstock.com e José Vitor Elorza/ASC Imagens

habilidade EF08GE07, comente sobre o contexto em que foi criado o FMI. Explique que o Acordo de Bretton Woods, firmado em 1944 na cidade estadunidense de Bretton Woods por 44 nações, está na origem da organização. O acordo teve por objetivo estabelecer as bases para o desenvolvimento econômico no período pós-Segunda Guerra e estabeleceu ainda outras organizações, como o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD), conhecido como Banco Mundial, e elevou o dólar estadunidense à condição de principal moeda internacional, levando os países a constituírem suas reservas em dólar, gerando maior procura e valorização da moeda estadunidense.

2010 2016

7,6%

7,5% 2,2% 6,7%

Fonte: Banc o Central do Brasil. Disp onível em: <www3.bc do?method= sgspub/loc b.gov.br/ prepararTe alizarseries/ laLocalizar localizarSe Series>. Ac ries. esso em: 3 nov. 2018.

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> NADAL, Alejandro. O

exemplo da crise da dívida. GGN, 21 jul. 2011. Disponível em: <http://livro. pro/pe4awu>. Acesso em: 22 out. 2018.

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Capítulo 6

No entanto, em razão dos saldos negativos da balança comercial de muitos países e dos elevados juros impostos pelos credores da dívida, o pagamento dos empréstimos externos torna-se cada vez mais difícil. Um fato muito importante e responsável pela elevação da dívida externa de países da América Latina, ao longo do século XX, foram os empréstimos feitos para o financiamento do processo de industrialização, que exigia importação de máquinas, ferramentas e tecnologias até então inexistentes nos parques industriais em expansão, obrigando vários governos a adquirirem mais empréstimos externos. Além disso, a instalação de indústrias de base, como siderúrgicas, metalúrgicas e petroquímicas a cargo dos governos nacionais também exigiu volumosos créditos no exterior. A crise econômica mundial ocorrida na década de 1980 agravou a questão da dívida externa. Com a elevação dos juros internacionais, a dívida aumentou expressivamente nos países latino-americanos. Veja a seguir outras informações sobre a dívida externa dos países da América Latina. externa do Brasil. Nessa pesquisa, procure saber como o país vem fazendo o pagamento das parcelas da dívida.

1 800

1 741

Keithy Mostachi

Resposta pessoal. Verifique se os alunos encontraram informações concisas sobre o pagamento das parcelas da dívida externa do Brasil.

América Latina: evolução da dívida externa – 1970-2016

1 600 1 242

1 000 800

733

373

400

423

232

200 0

736

598

600

32 1970

• As informações sobre o pagamento da dívida externa podem ser encontradas no site a seguir.

76 1975

1980

1985

1990

1995

2000 2005

2012

Banco Mundial avaliam as condições socioeconômicas de nações que requerem empréstimos e definem condições específicas de pagamento. No entanto, existem exigências a serem cumpridas para que sejam liberados os empréstimos, como privatizações de empresas estatais e maior abertura à entrada de capitais estrangeiros.

• Comente que quando um país suspende o pagamento de uma dívida devido à falta de recursos financeiros se diz que o país declarou moratória. Isso já ocorreu, por exemplo, com a Argentina.

1 400 1 200

• Explique que o FMI e o

• Avalie se os alunos compreenderam que o pagamento da dívida, no caso de determinadas nações, se torna insustentável, e isso acarreta enormes problemas ao desenvolvimento de um país. Isso ocorre porque quanto mais um país demora a pagar sua dívida, maior ela se torna devido aos juros cobrados.

• Pesquise em jornais, revistas e na internet informações atuais sobre a dívida

Valor da dívida externa (em bilhões - US$)

Orientações gerais

2016 Anos

> Banco Central do Brasil.

Fonte: The World Bank. Disponível em: <https://data.worldbank.org/indicator/ DT.DOD.DECT.CD?end=2016&locations=ZJ&start=2016&view=map&year_high_ desc=true>. Acesso em: 13 out. 2018.

Disponível em: <http:// l i v r o . p r o /q o i 4 m v > . Acesso em: 20 out. 2018.

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BNCC estudo das páginas 198 e 199 contempla as habilidades EF08GE05 e EF08GE08, assim como a competência geral 3 da BNCC e a competência específica de Ciências Humanas 2, estas complementadas pela aproximação com o tema contemporâneo Diversidade cultural.

Geografia

•O

em foco

Cuba é um pequeno país localizado em meio à porção insular da América Central. Encontra-se a aproximadamente 150 km de distância da costa leste norte-americana. Há décadas, Cuba ocupa um lugar de destaque no foco das atenções geopolíticas mundiais, sobretudo por ser o único país socialista presente no continente americano e, assim, posicionar-se contra a hegemonia dos Estados Unidos na região. Historicamente, foi uma importante colônia espanhola produtora de cana-de-açúcar, com a mão de obra escravizada trazida do continente africano. Após sua independência, já no século XX, Cuba tornou-se politicamente subordinada à influência dos Estados Unidos, com sua economia muito pobre e dependente, e fortes problemas sociais semelhantes aos de países vizinhos da América Central.

Integrando saberes

•O

conteúdo proposto permite uma aproximação com o componente curricular de História. Explique que Cuba esteve sob o domínio espanhol até 1901, quando se tornou independente com o apoio dos Estados Unidos, que então passou a estabelecer presença militar na ilha que se encontrava sob seu espectro de influência. Em 1952, os EUA apoiaram o golpe militar em Cuba e o ditador Fulgêncio Batista ascendeu ao poder, ampliando a influência estadunidense na ilha. A pobreza era grande e a situação levou à ascensão movimentos revolucionários socialistas, resultando na Revolução Cubana liderada por Fidel Castro, Ernesto “Che” Guevara e Camilo Cienfuegos, que destituiu Batista e instituiu um Estado socialista em Cuba em 1959. O novo governo então confiscou propriedades, nacionalizou indústrias e promoveu a reforma agrária.

• Peça ajuda ao professor de História para abordar o tema ou utilize o filme sugerido na página 199 deste manual para realizar uma discussão sobre o assunto.

Cuba: país socialista na América

Após vários séculos de dominação estrangeira, em 1959, sob a liderança do cubano Fidel Castro e do argentino Ernesto Che Guevara, Cuba presenciou uma importante revolução nacionalista que ficou conhecida como Revolução Cubana. Após a revolução, o novo regime político instaurado em Cuba promoveu a reforma agrária do país e ao mesmo tempo nacionalizou grande parte das empresas estrangeiras. No entanto, diante dos atritos crescentes com a potência estadunidense e em meio à bipolaridade que caracterizou a Guerra Fria, o país aproximou-se cada vez mais da União Soviética. Em 1961, dois anos após a tomada do poder pelos revolucionários, Fidel Castro anunciava a filiação de Cuba ao sistema socialista do bloco soviético. Cuba em perspectiva Fernando Portela; César Alvarez. São Paulo: Ática, 2006. O livro conta a história de três jovens brasileiros que visitam Cuba, após passar no vestibular. Durante a visita, os jovens relatam as semelhanças e diferenças entre Cuba e o Brasil, bem como os contrastes da realidade cubana.

198

g20_ftd_lt_8vsg_c6_p196a201.indd Orientações gerais

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• Ressalte a forte influência cultural de povos africanos

em Cuba devido ao grande número de escravizados que foram transportados à ilha para trabalhar em plantações. O texto indicado no link a seguir pode ser utilizado para ampliar o conhecimento sobre o assunto por meio de uma análise sobre a música cubana.

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> Rumba, a alma de Cuba e a reivindicação da cultura

africana. NSC Santa, 3 set. 2018. Disponível em: <http:// livro.pro/xmdw8n>. Acesso em: 22 out. 2018.

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Capítulo 6

Durante décadas, a economia cubana esteve diretamente atrelada às relações comerciais com o bloco socialista. Quase todas as suas exportações e importações eram feitas com o mundo socialista, obtendo dele considerável ajuda econômica. Politicamente isolada na América Latina, Cuba por muito tempo foi o único país latino-americano onde quase inexistiam pessoas vivendo em condições extremas de pobreza. A educação e a medicina atingiram níveis de referência mundial, e o país chegou a apresentar índices sociais, como concentração de renda, expectativa de vida e mortalidade infantil, compatíveis a países desenvolvidos. No entanto, em razão da decadência do regime soviético na década de 1990 e do embargo econômico promovido pelos Estados Unidos em decorrência do posicionamento político de Cuba, a economia cubana entrou em colapso. Veja, a seguir, os dados mais atuais desse país.

IDH – 2015

PIB (bilhões de dólares) – 2016

PIB per capita – 2016 (em dólares)

Expectativa de vida – 2015 (em anos)

Analfabetismo – 2015 (em %)

87,1

7 600

80

0,3

0,775

Fontes: Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento). Relatório de Desenvolvimento Humano 2016. Disponível em: <http://www.br.undp.org/content/dam/brazil/docs/ RelatoriosDesenvolvimento/undp-br-2016-human-development-report-2017.pdf>. The World Bank. Disponível em: <http://databank.worldbank.org>. Acessos em: 13 out. 2018.

Atualmente, Cuba evidencia, entre outros aspectos, um atraso tecnológico em relação aos países capitalistas. Além disso, a dificuldade de obter bens de consumo para o abastecimento interno e a falta de liberdade política dos cidadãos cubanos reduzem a popularidade do governo ano a ano.

Fotomontagem de Camilla Ferreira. Fotos: manusy, Kamira, Tupungato, Aleksandar Todorovic, Aliaksandr Shatny, Edwin Verin, Marcin Krzyzak, Kkulikov, Tony Zelenoff/Shutterstock.com

Principais indicadores socioeconômicos de Cuba

Orientações gerais

• Comente que o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de Cuba é considerado elevado em comparação à maioria dos países latino-americanos. A expectativa média de vida da população cubana é de 79 anos, o índice de analfabetismo é de aproximadamente 0,5%, e o sistema de saúde éconsiderado referência global.

• Explique que, em 2015, o ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, iniciou restabelecimento das relações diplomáticas com Cuba e, em 2016, realizou uma histórica viagem oficial à ilha. • O seguintes filme trata do tema abordado e podem ser utilizado como material complementar para que os alunos conheçam mais sobre Cuba, sua cultura e história. > Che. Direção de Ste-

ven Soderbergh, 2008. (126 min).

O governo cubano vem recorrendo a diversas fontes de divisas, incentivando principalmente o turismo para sustentar sua economia, além de permitir a instalação de algumas empresas de capital estrangeiro no país, caracterizando a recente abertura econômica do país.

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Ocupação da Antártida e as pesquisas científicas

BNCC

• Ao abordar a questão

da Antártida dentro de um contexto geopolítico e ambiental, o conteúdo das páginas 200 e 201 contempla a habilidade EF08GE21 da BNCC, se aproximando também das competências específicas de Ciências Humanas 2 e 7, e das competências específicas de Geografia 2, 4 e 7, além dos temas contemporâneos Educação ambiental e Ciência e tecnologia.

Países da América Latina, assim como de outras partes do mundo, têm grande interesse em explorar por meio de pesquisas científicas o rico ambiente da Antártida. Recursos naturais e o desenvolvimento da vida nessa continente ganham atenção e investimentos de vários países. Com exceção dos turistas que visitam o continente durante algumas semanas do ameno verão polar, praticamente toda a ocupação humana na Antártida está concentrada nas bases científicas, pertencentes a diferentes países. Observe a localização e distribuição dessas bases no mapa abaixo. Antártida: bases científicas

• Oriente os alunos para

a observação correta do mapa, seus elementos e a localização das bases científicas. Explique que a maior parte dessas estações está localizada na Península Antártica. Peça aos alunos que localizem a península referida no mapa.

OCEANO ATLÂNTICO

Ilhas Sandwich do Sul Geórgia do Sul

Meridiano de Greenwich

Orientações gerais

Bouvet

Área congelada no inverno Bloco de gelo eterno

ARG

EUA RU

90˚ O

OCEANO ÍNDICO

RUS RUS

90˚ L

RUS

Bloco de Gelo Ross

lo cu Cír

Mar de Davis

la Po

• Explique

CHIN

Polo Sul Geográfico

CHI

Bases científicas ARG – Argentina BRA – Brasil CHI – Chile CHN – China EUA – Estados Unidos POL – Polônia RU – Reino Unido RUS – Rússia UCR – Ucrânia URU – Uruguai KOR – Coreia do Sul

alunos acerca da Antártida e sua importância científica. Avalie se os alunos compreenderam que não existem povos indígenas da Antártida, tampouco cidades nesse continente.

RUS

EUA

Mar de Ross rA nt árt ico

OCEANO PACÍFICO E. Cavalcante

UCR RU

Ilhas Shetland

RUS Mar de Weddell PENÍNSULA RU ANTÁRTICA ARG ARG RUS Ilha Bloco de Alexandre RU Gelo Ronne Mar de EUA Bellingshausen EUA

AMÉRICA DO SUL

ARG

RUS

Linha Internacional de Data

CHI

• Inicie um diálogo com os

que o Tratado da Antártida é um compromisso visando à cooperação científica e representou um marco importante dentro do contexto da cooperação internacional entre nações quando firmado, sobretudo por ter sido assinado tanto pelos Estados Unidos enquanto pela URSS durante o período da Guerra Fria.

(Comandante Ferraz) POL BRA ARG KOR RUS CHI CHI RUS

180˚

Polo Sul Magnético N

Ilhas Macquarie Ilhas Campbell

L

O S

0

860 km

Fonte: FERREIRA, Graça Maria Lemos. Atlas geográfico espaço mundial. 4. ed. São Paulo: Moderna, 2013. p. 114.

A presença de tantas bases científicas na Antártida se dá pelo fato de que o continente é considerado território internacional de acordo com o Tratado da Antártida de 1959, à época assinado por 12 países e que, atualmente, já conta com 45 países admitidos. Esse tratado estipula que atividades extrativistas são vetadas e que a Antártida deve servir à cooperação científica internacional. Caracterizada como uma massa continental coberta por um manto permanente de gelo, a Antártida é considerada um deserto, com baixíssimos índices de umidade do ar e precipitação. Temperaturas inferiores a 60 °C negativos podem ocorrer e o inverno antártico é extremamente rigoroso, por isso muitas bases científicas funcionam somente no verão.

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g20_ftd_lt_8vsg_c6_p200.indd Orientações gerais200

• Para complementar o estudo, sugerimos a apresentação dos seguintes materiais, que tratam do tema abordado. > KLINK, Amyr. A ciência na Antártida. 27 out. 2014.

Disponível em: <http://livro.pro/f5noys>. Acesso em: 21 out. 2018.

7/4/19 3:30 PM

> Antártida. Ministério das Relações Exteriores. Dis-

ponível em: <http://livro.pro/k9oop5>. Acesso em: 21 out. 2018. > Antártida – termômetro do mundo. Revista Planeta,

1o ago. 2011. Disponível em: <http://livro.pro/2ywcgj>. Acesso em: 21 out. 2018.

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:49 PM

Capítulo 6

A presença brasileira na Antártida: o Proantar A base científica do Brasil na Antártida é representada pela equipe do Programa Antártico Brasileiro, também chamado Proantar. A base brasileira, conhecida como Estação Antártica Comandante Ferraz, criada em 6 de fevereiro de 1984, localiza-se em uma região situada nas ilhas Shetland (veja o mapa da página anterior). Em 25 de fevereiro de 2012, ela foi destruída em razão de um incêndio, no entanto, esse incidente não interrompeu os trabalhos que estavam sendo feitos. Atualmente, esses trabalhos são desenvolvidos nos Módulos Antárticos Emergenciais, conhecidos por MAE. Trata-se de 45 unidades complexas utilizadas como apoio pelos pesquisadores e militares brasileiros até que sejam concluídas as obras da nova Estação. Os pesquisadores brasileiros desenvolvem estudos sobre amostras de rochas e fósseis, observações astronômicas, extração de núcleos de gelo para análises em Paleoclimatologia, além da observação da vida animal presente na região polar. Por meio desses estudos, os cientistas buscam aperfeiçoar suas previsões climáticas e meteorológicas, conhecendo melhor, por exemplo, o funcionamento ecológico dos mares costeiros e também os recursos renováveis marinhos. Algumas construções humanas que são mantidas inativas durante o inverno, ocasionalmente, são encobertas, destruídas ou deslocadas pela ação do gelo, da neve e das ventanias.

Núcleo de gelo: amostras profundas de gelo coletada do interior de uma geleira por meio de um longo cilindro, possibilitando o estudo da acumulação de neve e gelo durante um longo período geológico. Paleoclimatologia: parte da climatologia dedicada ao estudo dos climas em eras geológicas passadas. Diversos países mantém bases de pesquisa científica na Antártida. Abaixo, vista da base científica chilena na Antártida, 2017.

Eleanor Scriven/Robert Harding Premium/Robertharding/AFP

Por esse motivo, muitas bases de pesquisa internacionais inativas e cabanas de refúgio têm alimentos, bebidas e vestimentas disponíveis, no caso de haver uma emergência ou imprevisto, como no caso dos que se acidentam ou se perdem. Assim, existe uma cooperação entre os cientistas das diversas bases no que diz respeito tanto à ciência como à sobrevivência.

Orientações gerais

• Explique que o Brasil passou a organizar missões científicas na região na década de 1980, quando foi desenvolvido o Programa Antártico Brasileiro (Proantar). Comente que a base brasileira, quase totalmente destruída em 2012, está em processo de reconstrução, cujo término está previsto para 2020.

• Explique que, para um país, é um objetivo estratégico possuir uma base científica na Antártida, pois os benefícios podem ser diversos, principalmente devido ao fato de que o continente antártico tem ampla influência sobre o clima no planeta e particularmente sobre o da América do Sul, base essa que possibilita o estudo das mudanças climáticas, entre outros fatores. • Instigue os alunos a pensar que a Antártida tem grande importância ambiental e para o estudo das mudanças climáticas globais. Pergunte a eles se já escutaram ou leram notícias em jornais ou revistas sobre pesquisas realizadas na Antártida. Na sequência, solicite que pesquisem uma notícia ou reportagem sobre o tema e façam no caderno um resumo sobre os principais pontos.

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Antártida: potencialidades ou oportunidades?

BNCC estudo do tema abordado, seguido de uma discussão sobre a exploração econômica da Antártida, conforme sugerido nesta página, permite desenvolver a competência específica de Ciências Humanas 6 e a competência específica de geografia 5, além do tema contemporâneo Educação ambiental.

•O

As várias expedições realizadas na primeira metade desse século, além de aumentarem os conhecimentos sobre o “continente branco”, serviram de fundamento para que sete países reivindicassem soberania sobre a Antártida: Argentina, Austrália, Chile, França, Noruega, Nova Zelândia e Grã-Bretanha. Durante a Segunda Guerra Mundial, a Antártida chegou a ser utilizada como base para submarinos alemães, evidenciando a posição estratégica do oceano Austral, que se defronta com outros três oceanos: Pacífico, Atlântico e Índico. O início da Guerra Fria, com as duas potências (EUA e URSS) dispondo de armas nucleares, fez que cientistas do mundo todo se preocupassem com uma possível escalada militar na Antártida. No entanto, atualmente, de acordo com o Tratado da Antártida, como vimos anteriormente, esse território é internacional, não podendo ser dominado ou explorado por um determinado país. Ainda assim, tanto o turismo como a pesca, mesmo sob rígido controle, são alvo de críticas e controvérsias, em razão dos impactos ambientais que geram na natureza regional (seja por meio do lixo gerado e abandonado, seja pela interferência sobre a cadeia alimentar, cuja base e a diversidade se apoiam na abundância de krill nas águas antárticas). As pesquisas científicas, apesar de não serem exercidas para fins diretamente lucrativos, também têm grande importância econômica, em razão das informações e dos conhecimentos que geram a respeito dos recursos antárticos e da dinâmica ecológica do planeta como um todo. O clima na América do Sul, por exemplo, é afetado por ventos e massas de ar que se originam no Polo Sul, onde está situado o continente antártico. Além disso, o estudo de amostras de gelo da Antártida tem sido de vital importância no entendimento das variações de temperatura média do planeta ao longo do tempo, fornecendo pistas valiosas para que o fenômeno do aquecimento global seja compreendido.

Sugestão de atividade Debate sobre a exploração econômica da Antártida Objetivos

• Estimular a capacidade de argumentação.

• Identificar

benefícios e problemas ambientais envolvidos na eventual exploração dos recursos da Antártida pelas nações do mundo.

grupos: um com os alunos que defendem a exploração econômica da Antártida e outro com os que são a favor de sua preservação.

Wang Pan/Xinhua/ ZUMA Wire/Fotoarena

Procedimentos

• Divida a sala em dois

Cientistas com trajes especiais para se proteger do frio durante pesquisa na Antártida, 2017.

• Peça a cada grupo que

apresente seus argumentos.

• Ao final, procurem es-

tabelecer um acordo que seria a melhor solução para a Antártida. Orientações gerais

• Comente que alguns ativistas internacionais e ONGs como o Greenpeace propõem que o continente seja declarado uma reserva ecológica internacional. Peça aos alunos que comentem o que acham do assunto.

• Ressalte que, em conferência realizada na cidade de Madri, na Espanha, em 1991, foi firmado o Protocolo de Madri, proibindo a exploração de recursos naturais e a construção de bases militares no continente até o ano de 2047.

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• Explique que, embora os custos envolvidos para a exg20_ftd_lt_8vsg_c6_p202a207.indd 202

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ploração de recursos minerais na Antártida sejam bastante elevados e atualmente esse alto custo represente uma desvantagem, no futuro isso poderá se alterar em função de avanços tecnológicos e esgotamento de fontes convencionais de recursos minerais em outros continentes.

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Encontro com... História

Orientações gerais

• Comente que entre 1770 e 1775 o navegador britânico James Cook realizou a primeira missão científica no continente antártico, mas sem obter êxito em localizá-lo. Explique que as expedições em direção à região se intensificaram devido ao interesse comercial de nações que buscavam lucrar com a caça de focas e baleias.

Desbravadores da Antártida Em 1957, durante o Ano Geofísico Internacional, governantes do mundo levantaram a necessidade de discutir a questão da Antártida, e a cooperação entre as nações passou a marcar a exploração do continente. Até então, poucas expedições haviam sido realizadas no continente, que representa a última grande massa de terra do globo a se manter desabitada (com exceção de residentes temporários). Descoberta pelo russo Thaddeus Bellingshausen, que avistou o continente pela primeira vez em uma expedição realizada entre 1819 e 1821, a Antártida permaneceu largamente inexplorada até o século XX.

• Comente que, além da expedição liderada por Ronald Amundsen, outra expedição rival tentava alcançar o mesmo objetivo. Há um texto sobre isso na página 207. Ressalte que Amundsen saiu vitorioso devido, principalmente, à capacidade de sua expedição se mover utilizando trenós. A expedição rival britânica alcançou seu objetivo tardiamente, mas não resistiu ao clima hostil da Antártida e nunca retornou à base.

Photo 12/Alamy/Fotoarena

Em 1911, o explorador norueguês Roald Amundsen alcançou, pela primeira vez, o Polo Sul Geográfico da Terra, que marcaria a conquista simbólica da Antártida. Outros exploradores haviam tentado o mesmo feito nas décadas anteriores, enfrentando as duras condições impostas pelas rigorosas condições naturais.

• Explique que o continente antártico foi motivo de disputa estratégica durante a Segunda Guerra Mundial. Em 1945, uma expedição estadunidense chegou a envolver cerca de 4 700 militares.

Roald Amundsen (1872-1928) posa ao lado da bandeira da Noruega durante expedição ao Polo Sul, 1911.

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Orientações gerais

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• Identificar as questões geopolíticas que envolvem a

exploração da Antártida e desenvolver uma discussão sobre o tema pode ser interessante neste momento. Comente que muitos países já reivindicaram a posse de territórios na Antártida, como, por exemplo, a Argentina, a Austrália e o Chile, todos com reivindicações baseadas na proximidade geográfica desses países com o continente.

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• Essa discussão pode ser realizada conjuntamente com

a proposta de atividade da página anterior. Apresente algumas informações sobre o assunto e a seguinte questão para nortear o debate: É correto que alguma nação tenha reivindicação sobre a soberania do território da Antártida ou parte dele?

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BNCC

• O tema explorado nas

páginas 204 e 205 permite dar continuidade ao trabalho com a habilidade EF08GE21 e cria bases para o desenvolvimento da competência específica de Ciências Humanas 6 e a competência específica de Geografia 5. Também se relaciona ao tema contemporâneo Educação ambiental.

Explorando o tema

A riqueza ambiental da Antártida

A Antártida abriga uma grande variedade de recursos naturais que atraem a atenção e o interesse de diversos países. Ainda assim, o acesso a esses recursos é muitas vezes dificultado ou mesmo impossibilitado em razão do ambiente inóspito. Atualmente, há duas atividades econômicas praticadas no continente ou em seu entorno imediato: a pesca do krill e o turismo. A pesca do krill em larga escala é feita e inclui a atuação de navios-fábrica que pescam e processam o krill da Antártida, atuando também em sua distribuição. Já o turismo acontece ainda em pequena escala e representa uma atividade em desenvolvimento.

Integrando saberes

• Este tema permite uma

Turistas fotografando um grupo de pinguins na costa da Antártida, 2017.

articulação com o componente curricular de Ciências sobre a fauna do continente. Peça auxílio ao professor desse componente de maneira que obtenha material sobre espécies da fauna marinha da região e a importância da pesquisa científica, assim como em relação ao histórico das missões científicas na região.

• Para complementar o

> BBC Planeta Terra –

terras geladas. Direção de Alastair Fothergill, 2006. (180 min). Com alguns centímetros de comprimento, os krills formam grandes massas de indivíduos que alimentam outras espécies de animais marinhos. Ao lado, fotografia de krill (Euphausia superba), 2016. Navio pesqueiro fazendo a pesca do krill na Antártida, 2018. O krill pescado é processado no próprio navio-fábrica, sobretudo, para produção de ração para peixes criados em cativeiro.

Alexandre Meneghin/ Reuters/Fotoarena

Allexxandar/Shutterstock.com

estudo, sugerimos a apresentação do seguinte documentário, que trata do tema das regiões polares.

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g20_ftd_lt_8vsg_c6_p202a207.indd Orientações gerais

204

• Chame a atenção para a fotografia desta página. Comente que os pinguins representam uma espécie de ave e são característicos do Hemisfério Sul, não existindo no Ártico.

• Aproveite a oportunidade para ampliar seus conheci-

mentos sobre responsabilidade ambiental no continente

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gelado com este material, que trata da análise de riscos na reconstrução da base brasileira na Antártida: > Gestão de riscos na Antártica – Estação Antártica

Comandante Ferraz – EACF. Ibama. Disponível em: <http://livro.pro/6obvzw>. Acesso em: 21 out. 2018.

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Capítulo 6

A Antártida abriga ainda uma vasta quantidade de água doce em seu manto de gelo, assim como recursos minerais em seu subsolo. A diversidade de recursos naturais conhecidos é evidenciada no mapa abaixo.

N L

O

UN

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Mar de Weddel

OCEANO ÍNDICO

Polo Sul Geográfico

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OCEANO PACÍFICO

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Mar de Amudsen

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Linha Internacional de Data Áre

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Áreas de concentração de manganês

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Nas águas geladas que envolvem o continente antártico, a vida de uma ampla variedade de animais, de peixes a aves e mamíferos, só é possível graças à abundância dos fitoplânctons, as microalgas que alimentam o krill. Este pequeno crustáceo forma a base alimentar, que sacia de peixes e pinguins às grandes baleias. Como acontece em outras áreas do planeta, também na Antártida a energia vem do Sol. O longo verão antártico fornece energia suficiente para a fotossíntese fitoplantônica, que dessa forma atinge uma enorme produtividade por volume de água. O fitoplâncton realiza a transformação do material inorgânico em orgânico e forma um precioso estoque alimentar. [...]

Recursos naturais Áreas de concentração de krill Recursos minerais Áreas de exploração de petróleo e gás

Áre

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Áre ar e Áre AR ivin a re GE di ivin NT ca dic ad IN a pe Cír lo cu lo Po la r

E. Cavalcante

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• O texto a seguir pode ser utilizado para ampliar seus conhecimentos sobre o tema. A vida no mundo do gelo

Antártida: recursos naturais

OCEANO ATLÂNTICO

Orientações gerais

90˚ L

Polo Sul Magnético Área reivindicada Área pela FRANÇA reivindicada 0 805 km pela AUSTRÁLIA

Fontes: PERNETTA, John. Atlas of the oceans. Rand McNally: United States, 1994. p. 160-1. Atlas National Geographic: Oceania, Polos e Oceanos. São Paulo: Abril, 2008. 11 v. p. 82.

CAPOZOLI, Ulisses. Antártida, a última Terra. 2. ed. São Paulo: Edusp, 1995. p. 61.

Atualmente, a exploração desses recursos é vetada pelo Tratado da Antártida, e o clima rigoroso do continente e a espessura da calota de gelo são fatores que, no momento, de qualquer forma impediriam a exploração mineral desenfreada no continente.

Em 2014, foi realizada em Brasília (DF) a edição anual da Reunião do Tratado da Antártida, no qual os países-membros reafirmaram o compromisso a favor da preservação desse continente e a continuidade da colaboração científica entre as nações de forma pacífica. a ) Você sabia que um ambiente de características tão rigorosas como o do continente antártico poderia abrigar essa vasta riqueza natural? b) Em sua opinião, a Antártida deve ser explorada economicamente ou preservada, como prevê o Tratado da Antártida? Converse com seus colegas. Veja as respostas das questões nas orientações ao professor.

Respostas

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a ) Resposta pessoal. Incentive a participação de todos, demonstrando, inclusive, o levantamento de hipóteses que já tinham em relação ao ambiente antártico.

H. Mark Weidman Photography/Alamy/Fotoarena

De maneira geral, somente algumas áreas, como penínsulas, litorais e ilhas, além de algumas áreas do oceano Glacial Antártico, poderiam permitir atualmente uma exploração viável de seus recursos minerais, e os elevados custos econômicos de extração constituiriam barreiras significativas, ao menos considerando as tecnologia atuais.

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b ) Resposta pessoal. Promova uma roda de conversa entre os alunos, incentivando-os a expor suas opiniões. Explique a importância da preservação dos recursos naturais e das riquezas ambientais da Antártida. Comente que as pesquisas podem ampliar muito o conhecimento da humanidade sobre clima, desenvolvimento da vida etc.

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Atividades

Orientações gerais

• Oriente

os alunos de modo que realizem as atividades propostas. Avalie se compreenderam os conteúdos apresentados ao longo do capítulo e reforce os conceitos que achar necessários.

Exercícios de compreensão 1. Descreva a importância do Mercosul para a América Latina e o destaque do Entre os blocos econômicos latino-americanos, o Mercosul é um dos Brasil frente a esse bloco. mais importantes e o Brasil destaca-se no bloco, com PIB bem maior do que o dos demais países.

2. Qual medida mais tem prejudicado os países da América Latina no comércio mundial, principalmente os de economia essencialmente agrária?

• Para

abordar o tema contemporâneo Educação ambiental, solicite uma pesquisa em fontes pré-selecionadas, bibliográficas ou digitais, sobre os efeitos das mudanças climáticas sobre a Antártida nas últimas décadas e de que forma isso pode afetar a biodiversidade local e do mundo.

• Ressalte

que, devido ao aquecimento global e o derretimento do manto de gelo, o nível dos oceanos já subiu, em média, 19 centímetros por década no último século e proponha uma discussão sobre o tema da conservação da Antártida. A atividade pode contar com a participação do professor de Ciências.

• Verifique se os alunos

compreenderam quais são os elementos naturais descritos no texto e peça a eles que relembrem os principais pontos do Tratado da Antártida e seus objetivos. Caso considere oportuno, oriente-os de modo que pesquisem o significado de palavras que desconhecem no dicionário.

2. O protecionismo, que cria dificuldades para que países mais pobres, de economia majoritariamente agrária, ganhem mais espaço no comércio internacional e, consequentemente, aumentem sua geração de riquezas.

3. Qual a importância da OMC nas relações comerciais estabelecidas entre os países? 4. Que tipo de ocupações existem na Antártida e qual sua finalidade?

A ocupação humana do continente está distribuída entre algumas dezenas de bases científicas de diferentes países. Os pesquisadores permanecem por um curto período de tempo, não chegando a morar Geografia no contexto permanentemente no continente. Finalidade de pesquisas sobre o clima, entre outros exemplos estritamente científicos.

5. O que é o Tratado da Antártida?

6. Leia o texto abaixo sobre uma das expedições que buscaram conquistar o Polo Sul da Terra.

3. A Organização Mundial do Comércio (OMC) é a instituição internacional responsável por aplicar um sistema de normas comerciais entre os países, com a função de regular as relações comerciais entre os Estados, mediando as disputas e desentendimentos comerciais entre os países que se consideram lesados por algumas práticas comerciais.

5. Esse tratado proíbe o uso da região da Antártida para atividades militares, testes nucleares ou depósito de resíduos radioativos e determina que a região pode ser ocupada somente por pesquisadores.

A corrida para o Polo Sul [...] Os britânicos queriam ser os primeiros no polo sul. Para isso, enviaram uma expedição comandada por Robert F. Scott (1868-1912), um jovem tenente da marinha real. Em 1902, Scott tentou chegar de trenó ao polo. A primeira etapa foi atravessar a banquisa de Ross, então conhecida como Grande Barreira de Gelo. Depois, teve de atravessar uma cordilheira para chegar ao planalto polar. Ninguém sabia o que poderia existir além dessa região. Scott, junto com Ernest Shackleton (1874-1922) e Edward Wilson (1872-1912), foi de trenó até 82º16’S. A comida escasseou e Shackleton sofreu tanto com o escorbuto que Scott temeu por sua vida. Assim, acabaram voltando. Shackleton retornou em 1908. Usando trenós puxados por pôneis, levou só 29 dias para ultrapassar a marca anterior. Uma semana depois, escalando uma montanha, viu lá embaixo a maior geleira já encontrada. Ela se estendia do planalto polar até a Grande Barreira e era o caminho para o polo. [...] ROOTES, David. Explorando as regiões polares. Tradução: Mário Vilela. São Paulo: Ática, 1998. p. 34.

a ) Quais são os desbravadores da Antártida, citados no texto acima? Robert F. Scott, Ernest Shackleton e Eduard Wilson.

b ) Quais elementos naturais da Antártida são citados no texto acima? A banquisa de Ross, uma cordilheira, um planalto, uma montanha, uma grande geleira.

c ) Quem descobriu primeiramente as terras da Antártida? Quando isso ocorreu? A Antártida foi descoberta pelo russo Thaddeus Bellingshausen, entre 1819 e 1821.

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Capítulo 6

7. Leia atentamente o texto a seguir.

Em meio à pobreza generalizada, hotéis de luxo são erguidos em Cuba Existe uma onda de novos empreendimentos hoteleiros em Cuba, mas é difícil manter a qualidade em um país que importa 80% de sua comida, tem quedas de eletricidade frequentes e condições sanitárias precárias

7. a) Ao mencionar que há pobreza generalizada, que o país importa grande parte dos alimentos que consome e que tem problemas com abastecimento de energia elétrica, o texto indica que as condições de vida da população cubana não são boas.

Gazeta do povo, 26 maio 2017. Disponível em: <https://www.gazetadopovo.com.br/ ideias/em-meio-a-pobreza-generalizada-hoteis-de-luxo-sao-erguidos-em-cuba43pkmqreu32bokrlbb82xhfr0/>. Acesso em: 10 out. 2018.

Orientações gerais

• Na atividade 5, comente que o crescimento do turismo e o aumento da produtividade agrícola permitiram uma recuperação econômica de Cuba a partir dos anos 2000 e, gradualmente, o país vem abrindo sua economia a investimentos externos em setores específicos. No entanto, apesar dos bons índices de IDH verificados, parte da população vive em condição de pobreza. Material digital

• No material digital pode ser encontrada uma proposta de acompanhamento de aprendizagem referente ao 3o bimestre, de modo que possa ser realizada uma avaliação do que foi assimilado pelos alunos em relação ao conteúdo explorado nas unidades 5 e 6.

a ) O texto trata de qual aspecto das condições de vida da população cubana? b ) Qual a relação entre a notícia acima e as ações do governo em defesa da governo cubano vem recorrendo a diversas fontes de receita, incentivando economia cubana? Oprincipalmente o turismo para sustentar sua economia, o que explica a construção de hotéis de luxo no país, como descreve a notícia.

Refletindo sobre o capítulo Agora que você concluiu o estudo deste capítulo, reflita sobre os temas nele apresentados. Faça uma autoavaliação do seu aprendizado com base nas afirmações a seguir.

• Por causa dos diferentes níveis de desenvolvimento econômico, os países da América Latina apresentam grandes contrastes socioeconômicos.

• A estrutura fundiária dos países latino-americanos, atualmente, ainda é marcada pela concentração de terras nas mãos de poucos proprietários rurais.

• Movimentos sociais do campo existem em vários países latino-americanos e reivindicam do Estado a realização de políticas voltadas à reforma agrária.

• A industrialização de alguns países latino-americanos, , ocorreu para suprir a necessidade

de importação de produtos, em um processo denominado Industrialização por Substituição das Importações (ISI).

• A América Latina conta com a formação de blocos econômicos regionais, entre eles o Mercosul, que constitui uma união aduaneira.

• Cuba é o único país socialista do continente americano atualmente. • A população da Antártida se resume aos turistas de verão e aos pesquisadores que habitam as bases científicas ali instaladas.

• De acordo com o Tratado da Antártida, a exploração dos recursos minerais do continente pelas nações e empresas internacionais é vetada.

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Refletindo sobre o capítulo

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• Avalie se os alunos desenvolveram as habilidades indi-

cadas no decorrer deste capítulo. Se necessário, verifique a necessidade de utilizar outras estratégias de aprendizagem para que as habilidades e os objetivos sejam

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alcançados. É fundamental que os alunos percebam a importância de realizar a autoavaliação com seriedade, para que reconheçam o que aprenderam e se precisam do auxílio do professor para rever algum conteúdo.

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Objetivos do capítulo

Capítulo

• Reconhecer o território

A África e suas diversidades

africano e suas divisões regionais.

• Conhecer as principais

características físicas do continente africano.

• Relacionar o processo

de colonização do continente africano (neocolonialismo) com suas divisões territoriais.

• Compreender

o processo de descolonização do continente africano após a II Guerra Mundial. ma de apartheid instaurado na África do Sul e sua destituição na década de 1990.

• Analisar

os aspectos populacionais da África.

Nok Lek/Shutterstock.com

• Refletir sobre o siste-

• Perceber a influência da cultura africana no Brasil.

• Associar os conflitos africanos com a divisão neocolonialista europeia e a instabilidade territorial.

• Compreender a gêne-

se e as consequências da pobreza e da fome na África.

• Analisar a questão da aids e outras doenças no continente africano.

• Conhecer os principais fluxos migratórios africanos.

A fotografia mostra garota africana com baobás ao fundo, árvore muito comum em áreas de Savana, sobretudo na África, na cidade de Morondava, Madagascar, 2017.

208

g20_ftd_lt_8vsg_c7_p208a215.indd Orientações gerais

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• Ao iniciar o estudo do capítulo, solicite aos alunos

que identifiquem, na imagem apresentada na abertura, características do continente africano comparando ao modo de vida diferente.

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• Solicite que observem o entorno da imagem e identifi-

quem aspectos naturais presentes no continente africano, tais como clima e vegetação.

• Apresente aos alunos imagens do baobá, árvore cita-

da na legenda, com seis espécies endêmicas da região de Madagascar, árvore nacional e símbolo do país.

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A fotografia desta página apresenta uma das características que marcam o continente africano e fazem dele um dos mais ricos em diversidade cultural: sua população. Nas páginas a seguir estudaremos importantes aspectos do continente africano: sua história, sua população e o papel desse continente no mundo. Veja as respostas das questões nas orientações ao professor

A O que você conhece sobre a diversidade natural e cultural existente no continente africano? B Você conhece outras particularidades da África? Comente com seus colegas.

BNCC

• De acordo com a BNCC,

nesta fase os alunos devem ampliar sua análise mais profunda dos conceitos de território e região, por meio dos estudos da África. Dessa forma, os estudantes podem compreender a formação dos Estados Nacionais e as implicações na ocupação e nos usos do território africano. Orientações gerais

C Entre as particularidades respondidas na questão anterior, qual chama mais sua atenção? Justifique sua resposta.

• Neste capítulo são contempladas as habilidades EF08GE03, EF08GE05, EF08GE06, EF08GE18, EF08GE19 e EF08GE20 da BNCC. Também é privilegiado o desenvolvimento das competências gerais 8 e 10 e das competências específicas de Geografia 1, 5 e 8. • Entre as propostas deste capítulo, serão trabalhadas a análise das características de países e grupos de países da América e da África, como aspectos populacionais, urbanos, políticos e econômicos, e discutidas as desigualdades sociais e econômicas, além das pressões sobre a natureza e suas riquezas (sua apropriação e valoração na produção e circulação), o que resulta na espoliação desses povos.

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Respostas

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A Resposta esperada: os alunos podem citar os aspectos físicos (florestas, pântanos, desertos, estepes, savanas, rios, mares e montanhas) ou socioculturais (monumentos históricos; povos urbanos, agrícolas e pastoris; etnias, culturas, línguas e religiões.

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B Resposta pessoal. Verifique se as respostas dos alunos estão de acordo com a atividade. Eles podem mencionar aspectos físicos relacionados com o clima, a fauna e a flora, bem como características culturais, como hábitos alimentares, danças típicas, religião ou vestimentas.

C Estimule os alunos a expor suas opiniões sobre o aspecto cultural que mais chamou a atenção deles. Peça que mencionem por quais motivos consideram esse aspecto mais interessante.

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O território africano

Orientações gerais

• Demonstre

a divisão populacional estabelecida no território, que está dividido em África islâmica, ao norte do deserto do Saara, de maioria árabe e religião muçulmana, e África subsaariana, ao sul, com povos predominantemente negros de origens diversas, de religião animista (crença em espíritos da natureza). Essa região da África abriga 75% da população.

O território africano tem cerca de 30 milhões de km2. É o terceiro maior continente do planeta, menor apenas do que a Ásia e a América. Atualmente, a África é formada por 54 países. O deserto do Saara divide a África em duas grandes regiões, a África Islâmica e a África Subsaariana. Embora cada uma dessas regiões apresente características históricas e culturais distintas, as duas apresentam baixo nível de desenvolvimento econômico e parte significativa de sua população vive em precárias condições de vida. Veja o mapa abaixo. África: divisão regional do continente TUNÍSIA MARROCOS Saara Ocidental (MARROCOS)

EGITO (parte asiática)

ARGÉLIA

LÍBIA

EGITO

Trópico de Câncer

MAURITÂNIA

MALI

NÍGER ERITREIA CHADE BURKINA SUDÃO FASSO GUINÉGUINÉ BENIN -BISSAU COSTA NIGÉRIA ETIÓPIA SERRA LEOA GANA DO REP. CENTRO- SUDÃO LIBÉRIA MARFIM TOGO CAMARÕES -AFRICANA DO SUL SENEGAL

GÂMBIA

GUINÉ EQUATORIAL

Equador

CONGO

E. Cavalcante

Meridiano de Greenwich

N

BURUNDI

S

0

680 km

TANZÂNIA

SEICHELES

MALAUÍ

COMORES

ANGOLA ZÂMBIA MADAGASCAR NAMÍBIA

ZIMBÁBUE MOÇAMBIQUE

BOTSUANA

ÁFRICA DO SUL

L

O

OCEANO ÍNDICO

RUANDA

Cabinda (ANGOLA)

Trópico de Capricórnio

SOMÁLIA

REP. UGANDA DEMOCRÁTICA QUÊNIA DO CONGO

GABÃO

OCEANO ATLÂNTICO

DJIBUTI

SUAZILÂNDIA LESOTO

África Islâmica

Fonte: LACOSTE, Yves. Atlas 2000. Paris: Nathan, 1999. p. 90-91.

África Subsaariana

Localizada na porção norte desse continente, foi colonizada entre os séculos VII e VIII por povos árabes. Em virtude dessa colonização, a região adota, atualmente, em sua maioria, a língua árabe, e aproximadamente 88% de sua população pratica o Islamismo.

Compreende a porção do continente localizada ao sul do deserto do Saara, onde está a maior parte dos países africanos com população predominantemente negra.

Em razão dos laços históricos comuns aos países árabes, da predominância da população branca e da forte presença islâmica na região, muitos estudos agrupam os países da África Islâmica à região do Oriente Médio.

Ao contrário da África Islâmica, a África Subsaariana apresenta grande heterogeneidade étnica, religiosa e linguística.

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Capítulo 7

Geografia

A regionalização do continente africano

em foco

Além da divisão do continente em África Islâmica e Subsaariana, é possível regionalizar o continente africano com base em relações históricas, culturais e econômicas. Veja quais são essas regiões.

TUNÍSIA MARROCOS ARGÉLIA LÍBIA

EGITO

r

Trópico de Cânce

MAURITÂNIA MALI SENEGAL GÂMBIA GUINÉGUINÉ -BISSAU

NÍGER

CHADE

SUDÃO

BURKINA FASSO

BENIN NIGÉRIA COSTA DO GANA REP. CENTROMARFIM LIBÉRIA -AFRICANA TOGO CAMARÕES

SERRA LEOA

DJIBUTI SUDÃO DO SUL

ETIÓPIA

UGANDA GUINÉ EQUATORIAL CONGO QUÊNIA GABÃO REPÚBLICA RUANDA DEMOCRÁTICA BURUNDI DO CONGO GUINÉ EQUATORIAL TANZÂNIA

Meridiano de Greenwich

Equador

SOMÁLIA

0° OCEANO ÍNDICO

SEICHELES

COMORES

ANGOLA ZÂMBIA

MALAUÍ

MOÇAMBIQUE ZIMBÁBUE

NAMÍBIA

MADAGASCAR

BOTSUANA

MAURÍCIO

pricórnio

Trópico de Ca E. Cavalcante

OCEANO ATLÂNTICO

SUAZILÂNDIA ÁFRICA LESOTO DO SUL

N

Região próximo ao mar Mediterrâneo que, no passado, foi ocupada por várias civilizações, como a romana, a árabe e a otomana.

África Central Região marcada pela presença da Floresta equatorial, e onde estão localizadas importantes jazidas de diamante, cobre e estanho, assim como de petróleo. Grande parte dos africanos trazidos para o trabalho escravo no Brasil era proveniente de países situados nessa região, como o Congo.

L

O S

África do Norte

• Com base na definição de regiões, estratégias administrativas podem ser criadas a fim de exaltar suas potencialidades, além de verificar e tratar suas vulnerabilidades.

África do Norte África do Oeste África Central África Austral Chifre da África

ERITREIA

• Relembre aos alunos que a regionalização consiste em dividir o território de acordo com algum critério, ou seja, dividir em regiões com base em algum método. • A regionalização favorece a melhor compreensão do espaço e sua análise. Também é uma importante ferramenta para auxiliar o Estado a gerenciar adequadamente o território.

África: as macrorregiões

Saara Ocidental

Orientações gerais

África Austral A África Austral foi a única região do continente africano onde houve a implantação de colônias de povoamento antes do colonialismo europeu do século XIX. Atualmente, essa região, além da África do Norte, possui os melhores desempenhos econômicos do continente. Nela, estão localizadas importantes jazidas de cobre, carvão, ferro, urânio, diamante e petróleo.

0

720 km

Fonte: HAESBAERT, Rogério (Org.). Globalização e fragmentação do mundo contemporâneo. Niterói: EdUFF, 2001. p. 286.

África do Oeste ou África Ocidental Nessa região, durante o período colonial, foram desenvolvidas colônias de exploração voltadas predominantemente para o sistema de plantation. Além disso, foi nessa região que teve início o tráfico negreiro em direção, sobretudo, à América.

Chifre da África Região localizada próximo ao Oriente Médio que, historicamente, resistiu à colonização islâmica.

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Sugestão de atividade Conhecendo o continente africano

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Objetivo

• Compreender a diversidade de países da África. Procedimentos • Sugira a cada aluno selecionar um país da

África. Certifique-se de que todos os países deste continente foram contemplados.

• Solicite que busquem em um atlas a capital desse país, alguma característica que o identifique e uma imagem que simbolize alguma curiosidade. Por exemplo: A África do Sul fi-

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ca no extremo sul do continente. Sua capital é Joanesburgo e foi sede da Copa do Mundo em 2010.

• Dessa forma, vão se familiarizando com o continente africano como um território amplo e diverso.

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Principais características naturais da África

Orientações gerais

• Retome com os alunos

que, em tempos remotos, o continente africano e a América do Sul estiveram juntos, como um único continente.

A natureza do continente africano é repleta das mais variadas formas de vida em suas paisagens. Desde as úmidas Florestas equatoriais no centro do continente aos secos desertos nas suas bordas, são muitos os elementos naturais que contribuem para formar as diferentes paisagens africanas.

• Dessa

forma, as formações geológicas entre Brasil e África têm algumas similaridades, como o fato de serem bastante antigas e possuírem grande riqueza mineral.

Vamos estudar, a seguir, as inter-relações naturais das paisagens desse continente.

O relevo e a hidrografia O relevo e a hidrografia da África apresentam características marcantes com seus planaltos, percorridos por extensos rios sinuosos, e depressões, muitas vezes preenchidas por águas que formam os numerosos lagos do continente.

• Essa formação antiga é o que favorece o relevo desgastado e planáltico e, consequentemente, os rios acidentados que promovem grande potencial hidráulico para a geração de energia.

Parte dos rios africanos são endorreicos, ou seja, não deságuam nos oceanos, mas em lagos ou depressões no interior do continente. Como exemplos, temos o rio Chari, que deságua no lago Chade, na borda sul do Saara, e o rio Cubango, que deságua no interior do deserto de Kalahari. A extensão dos grandes lagos da região oriental, como o Vitória, o Tanganica e o Niassa, é importante para a formação das bacias dos rios Nilo e Congo. Outra importante bacia hidrográfica da África é a do rio Níger.

• É importante salientar que a costa oriental possui dobramentos modernos, o que colabora com as maiores altitudes do continente e a formação de lagos tectônicos, como o Vitória e o Tanganica.

Veja no mapa abaixo as características aqui mencionadas. África: relevo e hidrografia

• Relembre aos alunos que o clima árido do deserto do Saara não favorece a existência de uma hidrografia relevante. Quando ocorrem rios, são intermitentes, ou seja, temporários, pois desapareceram na época mais seca do ano.

Trópico de Câ

ncer

PLANALTO DE DJADO

R

D E S E R T O

D O

S A A R A

Lago PLANALTO ChadeR io DE BAUCHI Ch a

Equador

PLANALTO DA ETIÓPIA

PLANÍCIE DO CONGO Co Rio

ng o

OCEANO ATLÂNTICO

PLANATO DE BIÊ Rio C

OCEANO ÍNDICO

Sinuoso: que percorre o relevo formando curvas.

ub a

io Limp DESERTO R o DE KALAHARI

N L

O S

po

Trópico de Capricórnio

E. Cavalcante

Lago Vitória PLANALTO DOS GRANDES Lago LAGOS Tanganica

o ng

Meridiano de Greenwich

Acima de 3 000 De 1 000 a 3 000 De 500 a 1 000 De 200 a 500 De 0 a 200

Um engenheiro é chamado para ir à África acompanhar a construção de uma ponte, mas acaba se deparando com dois leões que aterrorizam a população local. Nesse filme, é possível conhecer um pouco dos aspectos naturais da África.

io Níge

Rio Gâm bia

Altitudes em metros

Direção de Stephen Hopkins,1996. (109 min).

Lago Nasser

ri

de oásis no Deserto do Saara, que permite temporariamente o acesso à água e a uma vegetação mais densa. Os oásis decorrem do afloramento de lençóis freáticos na superfície. Com a existência de água desenvolve-se uma vegetação mais frondosa. Porém, eles também são temporários, ao longo do ano secam e, portanto, podem sumir. Esse assunto será retomado na página 216.

DEPRESSÃO DE QATTARA 127 m

r

• Comente a existência

AS

ilo Rio N

ATL DO EIA CAD

A sombra e a escuridão

0

745 km

Rio Oran ge

Fonte: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2016. p. 129.

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Capítulo 7

Veja a seguir as principais características de algumas bacias hidrográficas africanas. Uganda e deságua em forma de delta no mar Mediterrâneo, no Egito. Durante milênios, as cheias do Nilo garantiram a fertilidade dos solos e o cultivo de produtos em suas margens. No entanto, uma série de usinas e barragens instaladas ao longo de seu curso a partir do século XX alterou o regime das cheias, o que prejudicou o depósito de boa parte dos sedimentos que fertilizam suas margens. Dessa forma, algumas regiões localizadas às margens desse rio necessitam, atualmente, de fertilização artificial para se manter cultiváveis.

robertharding/Alamy/Fotoarena

• Bacia do rio Nilo: o rio Nilo é um rio permanente que nasce no Lago Vitória em

Orientações gerais

• A reportagem a seguir pode ser trabalhada em sala de aula para reconhecer a importância do rio Nilo na composição e fixação das antigas civilizações. > Aldeia egípcia desco-

berta perto do rio Nilo é anterior aos primeiros faraós. O Globo, 7 set. 2018. Disponível em: <http:// livro.pro/4nspg9>. Acesso em: 24 out. 2018.

• Bacia do rio Níger: ao longo de

seu percurso, as águas do rio Níger são utilizadas para a irrigação de lavouras, como de arroz, algodão e amendoim. Ao chegar à sua foz, no oceano Atlântico, o Níger forma um rico e verde delta, onde, nos últimos anos, os manguezais existentes vêm sofrendo graves impactos ambientais por causa da exploração petrolífera no litoral da Nigéria.

HomoCosmicos/Alamy/Fotoarena

Na fotografia, trecho do rio Nilo atravessando o Sudão do Sul, 2017.

Na fotografia, trecho do rio Níger, no Níger, 2017.

• Bacia do rio Congo: localizado na porção central da África, o rio Congo é um dos

mais longos e caudalosos rios africanos, sendo navegável na maior parte de seu percurso. Além de abrigar áreas com densa vegetação equatorial, o Congo constitui uma importante via de comunicação na região central africana. Delta: nome dado a um tipo de foz, cujos sedimentos depositados lhe dão um formato cônico, de modo que a linha costeira avance em direção ao mar ou lago. A denominação foz em delta, para esse tipo de depósito, vem da semelhança com a forma da letra grega delta (∆).

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O clima e as formações vegetais

BNCC

• A compreensão do es-

Os mapas abaixo mostram a diversidade de climas e de formações vegetais do continente africano. Além disso, é possível ver nas fotografias a seguir alguns exemplos dessas formações vegetais nas paisagens africanas.

E. Cavalcante

ARGÉLIA Trópico de Câncer

Trópico de Câncer

NÍGER

Caolak

DESERTO DO SUDÃO

Omdurman

SERRA LEOA

Equador

Equador

REPÚBLICA Bukavu DEMOCRÁTICA DO CONGO

OCEANO ÍNDICO

OCEANO ÍNDICO

ANGOLA OCEANO ATLÂNTICO

DESERTO DE KALAHARI

Fontes: SIMIELLI, Maria Elena Ramos. Geoatlas. 34. ed. São Paulo: Ática, 2013. p. 26 FERREIRA, Graça Maria Lemos. Atlas geográfico: espaço mundial. 4. ed. São Paulo: Moderna, 2013. p. 24.

Trópico de Capricórnio N L

O S

0

1040 km

Floresta Tropical e Equatorial Savana Estepe e Pradaria Vegetação Mediterrânea Deserto

Na fotografia abaixo, Floresta Tropical em Ruanda, 2016.

ZÂMBIA Meridiano de Greenwich

OCEANO ATLÂNTICO

Meridiano de Greenwich

que os estudantes precisam conhecer as diferentes concepções dos usos dos territórios, tendo como referência diferentes contextos sociais, geopolíticos e ambientais, por meio de conceitos como classe social, modo de vida, paisagem e elementos físicos naturais, que contribuem para uma aprendizagem mais significativa, estimulando o entendimento das abordagens complexas da realidade, incluindo a leitura de representações cartográficas e a elaboração de mapas e croquis.

África: climas

S A A R A

Markus Beck/ Alamy/Fotoarena

• Considera-se

África: formações vegetais

E. Cavalcante

paço natural africano é fundamental para analisar geoespacialmente os dados econômicos, culturais e socioambientais – tais como IDH, saneamento básico, moradia, entre outros –, comparando-os com eventos de pequenas e grandes magnitudes, como terremotos, tsunamis e desmoronamentos devidos a chuvas intensas e falta da cobertura vegetal.

Gaborone Trópico de Capricórnio

ÁFRICA DO SUL

L

O S

Equatorial Tropical Semiárido

N

Desértico Mediterrâneo Altas montanhas

0

1040 km

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 58.

Floresta Tropical Na porção equatoriana do continente africano, sob o clima equatorial, quente e chuvoso, desenvolve-se a Floresta Tropical, semelhante à Floresta Amazônica, onde está localizada a úmida Floresta do Congo.

Orientações gerais

• Relembre

aos alunos que grande parte das coberturas vegetais originais tem sido desmatada por atividades humanas, principalmente econômicas, tais como agricultura, pecuária, mineração, urbanização, construção de hidrelétricas, entre outras. O ecossistema africano mais afetado pelas ações antrópicas são as savanas.

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Vegetação de Savana na Namíbia, 2017.

André Pinto/Alamy/Fotoarena

Tanto em direção ao norte quanto ao sul do continente, encontra-se a formação de Savanas, que é semelhante ao Cerrado brasileiro. Esse tipo de formação vegetal é composto por campos de gramíneas, arbustos e árvores esparsas, que se desenvolvem sob o clima tropical.

Capítulo 7

Savanas

Ao norte e ao sul do continente, próximo às áreas dos desertos, o clima semiárido propicia o desenvolvimento de Estepes e Pradarias. Essa formação vegetal mostra-se bem adaptada aos longos períodos de secas que ocorrem ao longo do ano.

Vegetação de Estepes em Djanet, Argélia, 2017.

• Apresente aos alunos a reportagem a seguir, sobre o aumento da área desértica do Saara, e discuta o processo de avanço da desertificação no continente. > LOPES, André. Estudo

mostra que o deserto do Saara está aumentando. Veja, 15 abr. 2018. Disponível em: <http://livro. pro/f2nz5t>. Acesso em: 24 out. 2018.

Sun_Shine/Shutterstock.com

Estepes e Pradarias

Orientações gerais

No extremo norte e no extremo sul da África, encontramos a formação de Vegetação Mediterrânea, que se desenvolve sob o clima de verão quente e seco e inverno fresco e chuvoso.

Paisagem com Vegetação Mediterrânea na África do Sul, 2016.

Kumar Sriskandan/Alamy/Fotoarena

Vegetação Mediterrânea

Ao norte do continente e no litoral sudoeste, locais onde o clima é extremamente seco, situam-se duas extensas formações desérticas: a do Saara e a da Namíbia, respectivamente. A vegetação presente nos desertos tem dificuldade não só em obter água, mas também em retê-la, apresentando, portanto, folhas na forma de espinhos e raízes profundas e muito espalhadas para a captação de águas subterrâneas.

Deserto do Saara no Marrocos, 2017.

posztos/Shutterstock.com

Desertos

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Orientações gerais

Geografia

• Os oásis têm sido de

em foco

importância crítica para rotas de comércio e caravanas nas áreas desérticas. Eles sempre foram pontos de apoio para abastecimento e descanso, em tempos remotos, e atualmente para povos nômades, como tuaregues e beduínos.

Oásis são porções de terras com presença de água e vegetação localizadas no interior de regiões de deserto. Nos oásis pode-se obter água suficiente para a irrigação de cultivos agrícolas e para abastecer as caravanas comerciais que circulam pela região. De maneira geral, essas áreas ocupam depressões em meio às dunas de areia e em terras regadas por água proveniente dos cursos de rios permanentes, como é o caso do grande oásis no deserto do Saara, abastecido pelas águas do rio Nilo.

• Em geral, as caravanas

mundo, existem vários oásis nas áreas desérticas, mas os maiores estão localizados no continente africano, e são o oásis Timimoun e o oásis de Guardaia, ambos na Argélia, e o de Bahariya, no Egito.

Os lençóis freáticos podem aflorar à superfície ou ter sua água capturada por meio de técnicas, como a escavação e a manutenção de poços artesianos, barragens ou canais de irrigação. Nessas “ilhas verdes”, a vegetação contrasta com a paisagem desértica. Cultivos agrícolas irrigados com água de um oásis, no Marrocos, 2017.

Oásis localizado no Marrocos, 2017.

Ungvari Attila/Shutterstock.com

• No

As águas que sustentam os oásis geralmente são provenientes do subsolo, onde camadas impermeáveis de rochas subterrâneas acumulam água, formando lençóis freáticos a pouca profundidade.

Francesco Dazzi/ Shutterstock.com

mudam de oásis de acordo com a necessidade de água ou comida. O controle político ou militar de um oásis significa, em muitos casos, controle do comércio ou de uma rota em particular. Por exemplo, os oásis de Aujila, Gadamés e Cufra, situados na Líbia, têm sido vitais para as rotas Norte-Sul e Leste-Oeste e para o comércio no deserto do Saara.

Os oásis

• Busque na internet ima-

gens de oásis para mostrar aos alunos ou solicite que façam uma pesquisa em casa sobre esse tema.

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Capítulo 7

A conquista territorial da África pelos europeus Conforme estudamos no capítulo 3, o desenvolvimento do capitalismo comercial, no século XVI, desencadeou a expansão ultramarina europeia. A partir das Grandes Navegações, os europeus passaram a dominar territórios em outros continentes e neles praticar a pilhagem de recursos. Até o início do século XIX, a África possuía poucas áreas ocupadas efetivamente por europeus, todas localizadas no litoral. Essas áreas eram fornecedoras de mão de obra escravizada, que posteriormente seria inserida nas colônias americanas. Em razão da resistência das populações nativas e das dificuldades impostas pelo meio natural, como a densa vegetação e a presença de animais selvagens, a colonização da África, até o século XIX, não ultrapassou as áreas litorâneas.

• Este conteúdo permite uma articulação com o componente curricular de História, que poderá auxiliar no desenvolvimento da habilidade EF08GE20. Orientações gerais

• Enriqueça o estudo explicando aos alunos que, durante o imperialismo, para alcançar o objetivo de obter novas fontes de matéria-prima e mercado consumidor para seus produtos industrializados, os colonizadores inseriram um sistema monetário nas relações econômicas coloniais. Esse fato trouxe alterações na estrutura social e econômica das sociedades africanas.

Nesse período as riquezas exploradas no interior do continente chegavam ao poder dos europeus por intermediários africanos. Já a região próximo à costa ocidental da África foi a principal fornecedora de africanos para o tráfico negreiro. Estima-se que cerca de 15 milhões de africanos foram capturados e enviados a colônias americanas. Coleção particular/The Granger Collection/Fotoarena

Integrando saberes

Pilhagem: roubo ou saque, geralmente praticado por grupos de pessoas.

• Comente com os alunos que, nas relações comerciais da época da colonização, os africanos eram considerados mercadorias.

Na gravura, africanos capturados durante o século XIX.

O século XIX e a partilha da África A Revolução Industrial ocorrida no século XVIII, primeiro na Inglaterra e depois em países como França, Bélgica, Estados Unidos e Alemanha, acarretou significativas mudanças no espaço geográfico mundial. Além de intensificar as relações comerciais de produtos industrializados, ampliou a necessidade de novas fontes de matérias-primas e de mercados consumidores para os produtos industrializados da Europa. Buscando suprir essas necessidades e com o objetivo de ampliar a dominação política e cultural sobre outros povos do mundo, várias nações europeias, como França, Portugal e Inglaterra, passaram a desenvolver, a partir do século XIX, uma nova fase do expansionismo colonial denominada imperialismo, voltada para a colonização da África, da Ásia e da Oceania. Para legitimar o imperialismo do século XIX, os europeus chamaram esse período missão civilizadora. De acordo com as potências europeias, cabia aos colonizadores europeus repassar seus conhecimentos científico, religioso e cultural para que fossem incorporados ao modo de vida dos povos dominados, visto que, do ponto de vista europeu, esses povos eram considerados selvagens ou “atrasados” e, por isso, era preciso civilizá-los.

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Orientações gerais

No ano de 1884, ocorreu uma reunião diplomática denominada Conferência de Berlim. Nessa ocasião, o continente africano foi dividido entre as principais potências europeias. A Conferência de Berlim marcou o início do processo de divisão territorial da África.

• Reforce com os alunos

países europeus por novos territórios, matérias-primas e mercados consumidores é intensa, justificando a divisão do território africano e seu domínio pelo imperialismo europeu.

• Compare a divisão estabelecida pelos europeus nesse mapa com um mapa das etnias e ocupações anteriores a esse processo neocolonialista. Apresente o mapa com a sobreposição da distribuição de grupos étnicos e a divisão das fronteiras atuais mostrado na página 224, como exemplo desse tipo de raciocínio. • Busque um mapa da ocupação africana antes da divisão estabelecida na Conferência de Berlim em algum atlas de referência.

0° TUNÍSIA

MARROCOS IFNI

Trópico de

LÍBIA

ARGÉLIA

Câncer

EGITO

RIO DE OURO

ÁFRICA OCIDENTAL FRANCESA

GÂMBIA

SUDÃO ANGLO-EGÍPCIO

TOGO COSTA DO OURO

SERRA LEOA LIBÉRIA

ÁFRICA EQUATORIAL FRANCESA

NIGÉRIA

ABISSÍNIA SOMÁLIA ITALIANA

CAMARÕES

Equador

UGANDA ÁFRICA

GUINÉ ESPANHOLA ÁFRICA EQUATORIAL FRANCESA

ORIENTAL CONGO BELGA

OCEANO ÍNDICO

ÁFRICA ORIENTAL ALEMÃ

NIASSALÂNDIA

ANGOLA

OCEANO ATLÂNTICO

Trópico de Capricórnio

RODÉSIA DO NORTE RODÉSIA MOÇAMBIQUE DO SUL ÁFRICA ALEMÃ MADAGASCAR DO SUDOESTE BECHUANALÂNDIA SUAZILÂNDIA

N L

O

ERITREIA SOMÁLIA FRANCESA

PORTO GUINÉ

Meridiano de Greenwich

• Dessa forma, a busca dos

Veja no mapa ao lado como a África encontrava-se dividida em 1884.

África: divisão territorial – 1884 E. Cavalcante

que a Partilha da África foi influenciada pela independência das colônias americanas, que rompem o Pacto Colonial com as metrópoles europeias, e pela Segunda Revolução Industrial, que promove maior concorrência e competitividades entre os países.

0

780 km

S

Colônia Belga Inglesa Francesa

Alemã Italiana Portuguesa

BASUTOLÂNDIA UNIÃO DA ÁFRICA DO SUL

Espanhola Independente

Fonte: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2016. p. 132.

O colonialismo na África transformou a organização econômica e social das populações que habitavam o continente. Grande parte dos nativos africanos, desapropriados de suas terras, passou a trabalhar como escravizados em plantations ou em áreas mineradoras exploradas por empresas coloniais europeias. Durante o imperialismo, parte do valor excedente proveniente da atividade industrial na Europa foi direcionado à África sob a forma de financiamentos para a construção de obras públicas, como escolas, hospitais, ferrovias, rodovias e portos. Essas obras de infraestrutura tinham como objetivo a ampliação do grau de exploração das atividades minerais e agrícolas do continente. Bert Hardy/Picture Post/Getty Images

A fotografia mostra africanos trabalhando em uma lavoura de chá no ano de 1956, na ex-Colônia britânica de Rodésia do Sul, região onde atualmente se localiza o Zimbábue.

• Com

essa sugestão, podemos contemplar a habilidade EF08GE18, que busca entender, por meio da elaboração ou interpretação de diferentes formas de representação cartográfica, o território africano.

• A análise do mapa nes-

se momento é bastante importante. Oriente os alunos a verificar como são artificiais e retilíneas as fronteiras dos países africanos estabelecidas pelos europeus. Orientações gerais

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• É importante que os alunos compreendam

que a divisão estabelecida no imperialismo não respeitou as etnias, grupos, organizações políticas e sociais existentes no território. Pautou-se no livre-arbítrio dos europeus para adquirir vantagens econômicas na região, princi-

palmente acerca da exploração mineral.

• Sugerimos o livro a seguir, que pode complementar esse tema.

> SOUZA, Marina de Mello e. África e Brasil

africano. São Paulo: Ática, 2006.

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• Diga-lhes também que, quanto mais instável um território, mais fácil sua dominação política. Assim, juntar tribos inimigas ou separar tribos amigas colabora para um processo imperialista europeu sobre o continente, na medida em que a instabilidade favorece conflito entre eles.

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Capítulo 7

A descolonização e o neocolonialismo na África

Após o término da Segunda Guerra Mundial, ocorrido em 1945 com o enfraquecimento dos países europeus, as reivindicações dos próprios africanos interessados na independência mudaram radicalmente a situação da África. O processo de descolonização avançou rapidamente no continente, começando pela Líbia, no norte islâmico, em 1951. Ao longo das três décadas seguintes, 50 países conquistaram sua independência, a maioria na década de 1960.

Keystone-France/Getty Images

A descolonização do continente africano, na segunda metade do século XX, constituiu um dos aspectos mais complexos da geopolítica mundial nesse período. Até a metade do século, apenas quatro nações africanas eram consideradas politicamente independentes, constituindo Estados nacionais modernos: Egito, África do Sul, Etiópia e Libéria.

A fotografia retrata soldados que participaram da guerra da independência da Angola (antiga colônia de Portugal), 1960.

Assim, uma das características marcantes da maioria desses países é que constituem Estados nacionais bastante jovens e, em grande parte, instáveis politicamente e no que diz respeito à identidade nacional.

• Ao discorrer sobre a descolonização da África, é possível compreender a habilidade da BNCC sugerida em EF08GE06, que busca analisar a atuação das organizações mundiais nos processos de integração cultural e econômica no contexto africano. • A independência dessas nações acabou demonstrando sua fragilidade econômica e geopolítica, promovendo o estabelecimento de uma DIT (Divisão Internacional do Trabalho) pautada na sua função de exportador de matérias-primas para o mundo, refém das organizações mundiais e países desenvolvidos, como estabelece a habilidade citada.

• Os alunos devem compreender que as consequências da dominação colonial europeia permanecem até hoje, mesmo após a independência dos países, que envolve a destruição da organização social original desses povos.

Embora esses processos de independência, em sua maioria, tenham ocorrido em um breve período de tempo, eles tiveram significativas diferenças entre si. De modo geral, podemos dizer que as colônias inglesas passaram por um processo menos conflituoso do que aqueles ocorridos nas áreas de domínio francês e português. A independência dos países africanos acabou mostrando a fragilidade desses novos Estados diante da economia e da geopolítica mundial, pois suas estruturas produtivas e comerciais, ou seja, os produtos e as técnicas que embasavam suas economias eram praticamente os mesmos do período colonial, isto é, essencialmente agrários e mineradores.

•A

principal consequência é a economia dependente e subordinada ao mercado internacional, quando antes era autossuficiente, não dependendo das trocas comerciais, por ser agrícola e de subsistência.

Assim, os países africanos passaram a participar da Divisão Internacional do Trabalho (DIT) como fornecedores de matérias-primas aos países industrializados e dependentes dos gêneros industrializados produzidos pelos países ricos. Essa situação foi denominada neocolonialismo, pois se caracterizou pela relação de dependência e exploração econômica do continente africano por potências internacionais, sobretudo as antigas metrópoles europeias. A África pós-colonial conservou as mesmas fronteiras políticas das colônias para as novas unidades nacionais. Essa divisão política causou intensos conflitos entre os povos africanos pelo fato de as áreas de seus territórios, anteriores à partilha dos colonizadores, não coincidirem com essa divisão política.

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Orientações gerais

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• Os colonizadores implantaram uma economia voltada ao mercado externo para atender às necessidades dos países desenvolvidos e uma rede de transportes agroexportadora, sem integração territorial, apenas articulando as áreas mineradoras e agrícolas ao litoral, totalmente voltada à exportação.

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Orientações gerais

O apartheid na África do Sul

• O tema das próximas

A África do Sul foi formada por uma grande diversidade de povos, como os negros, os asiáticos e dois grupos europeus brancos distintos: os descendentes de holandeses e os descendentes de ingleses.

páginas permite uma articulação com o tema contemporâneo Educação das relações étnico-raciais e ensino de história e cultura afrobrasileira, africana e indígena.

Mediante duras medidas legislativas e violenta repressão policial, os povos negros do país foram subjugados em relação aos povos brancos que controlavam o governo. Os dirigentes da elite branca instalaram na África do Sul, desde 1948, o regime segregacionista conhecido como apartheid, responsável por oficializar, nas leis e nos direitos, o preconceito que já estava presente no país desde, pelo menos, sua independência, em 1911.

• Para abordar o tema O

O apartheid correspondia ao racismo como política institucional do Estado: os negros não tinham acesso à propriedade da terra, à participação política e nem mesmo às áreas urbanas destinadas aos brancos. Obrigados a viver em zonas residenciais segregadas, os negros tinham de obter permissão para frequentar os mesmos espaços que os brancos. Essa política manteve-se por 46 anos.

dpa/Album/Fotoarena

apartheid na África do Sul, reforce com os alunos que o racismo é um tipo de preconceito associado às etnias ou às características físicas. Uma atitude racista considera algumas etnias superiores e outras inferiores como justificativa para o domínio de uma sobre a outra. É importante que eles reconheçam que todos somos iguais e temos os mesmos direitos, sem qualquer distinção de raça, etnia, cultura ou caraterística física. Dessa forma, pode-se trabalhar com a competência geral 10 da BNCC.

Em 1992, uma reforma política foi legitimada por um plebiscito, do qual somente os brancos puderam participar. Pressionados pela opinião da comunidade internacional, que condenava o regime e defendia a luta dos negros para o fim dessa segregação, o fim do apartheid foi aprovado.

• Incentive os alunos a

• Explique

aos alunos que, em 2014, a África do Sul e o mundo comemoraram vinte anos sem a política do apartheid. No entanto, até hoje é possível encontrar no país cicatrizes desse período de segregação racial.

Na fotografia, placa informa que o banco deveria ser ocupado apenas por europeus brancos, na cidade de Durban, África do Sul, 1962.

Nelson “Madiba” Mandela (1918-2013)

Alessia Pierdomenico/Shutterstock.com

refletir sobre as práticas sociais desenvolvidas durante o apartheid, apontando que durante esse regime as pessoas não eram tratadas igualitariamente. Questione se esse comportamento é correto para a harmonia em vida social.

Nelson Mandela foi o principal líder da luta contra o regime do apartheid. Preso na década de 1960 e condenado à prisão perpétua, Mandela foi libertado em 1990. Quatro anos depois de sua libertação, foi eleito o primeiro presidente negro da África do Sul. Embora não tenha provocado todas as transformações esperadas na organização social do país, Mandela institucionalizou o fim do racismo e a inserção dos negros em setores econômicos e políticos da África do Sul. Após superar o apartheid racial, a África do Sul enfrenta o desafio de acabar com a grande desigualdade social e econômica que deixa boa parte de sua população vivendo na pobreza. No ano de 1993, Nelson Mandela ganhou o Prêmio Nobel da Paz. Mandela é chamado carinhosamente, e também como sinal de respeito, de“Madiba”pelos sul-africanos.

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g20_ftd_lt_8vsg_c7_p216a223.indd Orientações gerais

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• As mudanças políticas decorrentes do fim do apartheid

ainda não modificaram as desigualdades de oportunidade e de condições socioeconômicas presentes no país. Esse fato leva muitos mestiços a se declarar descendentes de europeus, e a não reconhecer seus antepassados africanos.

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• Para complementar o assunto tratado nesta página,

sugerimos o filme a seguir, que conta como Nelson Mandela, após sair da prisão, resgatou a identidade nacional da população da África do Sul por meio do esporte.

> Invictus. Direção de Clint Eastwood, 2009. (134 min).

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Capítulo 7

Aspectos populacionais da África A África é formada por uma grande variedade de línguas e etnias. Calcula-se que, no continente, existam cerca de 800 grupos étnicos diferentes e de 2 000 línguas nativas, além das línguas dos colonizadores europeus, como francês, inglês e português. Com relação aos aspectos religiosos do continente, a situação não é diferente: há inúmeras crenças, como o Islamismo, o Catolicismo, o Hinduísmo e, sobretudo, o Animismo, praticado principalmente na porção norte do continente.

A população africana está distribuída de maneira desigual pelo continente, com maior concentração nas áreas próximo ao litoral ocidental, ao redor dos maiores centros urbanos como Johanesburgo (na África do Sul), Cartum (no Sudão) e Cairo (no Egito). Destaca-se também a ocupação às margens do rio Nilo. Rich T Photo/Shutterstock.com

Animismo: crença religiosa cujos seguidores acreditam que todos os seres vivos e os fenômenos da natureza possuem uma alma.

• O crescimento populacional africano foi bastante irregular e sofreu algumas descontinuidades entre 1650 e 2010, chegando até mesmo a decrescer entre 1750 e 1850 por causa do tráfico negreiro, da diminuição da taxa de natalidade com a queda da população masculina e da morte de milhares de pessoas com os conflitos no processo de escravização.

Pedestres em uma rua de Johanesburgo, África do Sul, 2018.

Embora sua população tenha ultrapassado um bilhão de pessoas, a densidade populacional média na África é 42 habitantes por km2. Os países mais populosos da África são Nigéria, Egito, Sudão, África do Sul e República Democrática do Congo. Veja a população total e a densidade demográfica desses países na tabela a seguir. População – 2018

Densidade demográfica (hab./km2)

195 875 237

210

Egito

99 375 741

98

República Democrática do Congo

84 004 989

36

África do Sul

57 398 421

47

Sudão

41 511 526

23

Nigéria

• Este conteúdo trabalha com a habilidade EF08GE03, pois permite ao aluno caracterizar a população africana.

• Aproveite para tratar sobre o tema contemporâneo Diversidade cultural. Incentive a valorização cultural das diversas etnias que compõem a população do continente africano, sem qualquer discriminação, baseada em diferenças desse aspecto. Aponte para a importância de respeitar as diversas religiões existentes na África e em todo o mundo, para um convívio harmônico em sociedade.

A população atual da África

País

Orientações gerais

• Comente com os alunos que a densidade populacional dos países africanos é relativamente baixa quando comparada à de outros países do mundo. Cite como exemplo Bangladesh, que tem densidade populacional de aproximadamente 1 155 hab./km2.

Fonte: United Nations. World Population Prospects. Disponível em: <https://population.un.org/wpp/DataQuery/>. Acesso em: 2 out. 2018.

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Orientações gerais

É possível perceber no mapa a seguir que o vale do rio Nilo também apresenta elevada concentração populacional em decorrência das áreas de agricultura desenvolvidas ao longo de seu curso.

• Durante a leitura e in-

• Em geral, essas áreas

são mais industrializadas e urbanizadas, apesar de ainda sofrerem com grande falta de infraestrutura, e o crescimento acelerado agrava os problemas existentes nas cidades africanas, tais como disposição do lixo, falta de saneamento básico, proliferação de doenças, violência urbana, poluição, entre outros.

Cairo

EGITO

Trópico de Câncer

Cartum Dacar SENEGAL

CHADE

• Reitere que as cidades

africanas se caracterizam pela segregação espacial com grande desigualdade socioeconômica. Há bairros mais nobres com espaços mais valorizados, com melhor infraestrutura para a população de maior renda; e espaços menos valorizados e carentes de infraestrutura urbana, abrigando a população mais pobre.

SUDÃO

NIGÉRIA Ndjamena Abuja

Adis-Abeba

ETIÓPIA

Lagos Equador

Habitantes por km2 Menos de 1 De 1 a 10 De 10 a 25 De 25 a 50 Mais de 100 Capital do país Cidade

0° REPÚBLICA OCEANO DEMOCRÁTICA Dodoma ÍNDICO Kinshasa DO CONGO TANZÂNIA Dar Es Salaam Luanda OCEANO

ATLÂNTICO

ANGOLA

Trópico de Capricórnio

Johanesburgo

• Já os vazios demográ-

ficos são ambientes de climas mais rigorosos, como o deserto do Saara, ao norte, e o deserto do Kalahari, na Namíbia, ao sul; ou de relevo mais acidentado e maiores altitudes, parte centro-oriental do continente; ou ainda ambiente de floresta densa no centro-oeste, na região do Congo.

E. Cavalcante

Por causa de áreas de ocupação mais difícil, como as de densas florestas e desertos, várias porções do continente apresentam baixas densidades demográficas. E, em virtude do predomínio de uma economia agrária, cerca de 60% da população africana vive no campo. • Cite outras áreas de concentração poÁfrica: Densidade populacional - 2015 pulacional no continente africano além das mencionadas no texto da página Rabat Casablanca Alexandria anterior. Possível resposta: Lagos (Nigéria), MARROCOS

Meridiano de Greenwich

terpretação do mapa, certifique-se de que os alunos compreendam que as localidades mais densamente povoadas estão no vale do rio Nilo, Golfo da Guiné, noroeste do continente ao longo do Mar Mediterrâneo, no entorno dos lagos tectônicos e sudeste da África do Sul.

Cidade do Cabo

ÁFRICA DO SUL

N

Durban

L

O

0

S

925 km

Fonte: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2016. p. 180.

Casablanca (Marrocos).

No entanto, em razão da difícil condição de vida nas áreas rurais, provocada por fatores como a perda da propriedade da terra, a baixa produtividade do solo e a ausência de infraestrutura adequada, especialmente de água tratada, eletricidade e meios eficientes de transporte e comunicação, muitas pessoas têm se mudado para as cidades. O inchaço das áreas urbanas vem agravando as más condições de saúde da população nessas áreas. Nas periferias das grandes cidades, o que se observa é o crescimento descontrolado de bairros com precária infraestrutura, o que contribui para a proliferação de vários tipos de doenças. John Moore/ Getty Images

Na fotografia, resíduos sólidos acumulados próximo às moradias precárias de um bairro do município de West Point Monrovia, Libéria, 2016. A comunidade apresentada na fotografia tem o maior índice de pobreza da Libéria, sendo considerada superpovoada.

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Capítulo 7

Investigando na prática

O Brasil africano

Os africanos fizeram parte da formação do povo brasileiro e consequentemente contribuíram intensamente para a composição de nossa cultura. Podemos identificar várias características da cultura africana em nossos hábitos culturais, entre eles, músicas, religiosidades, festas, danças, culinária etc. Chamamos cultura afro-brasileira as expressões culturais existentes em nosso país que possuem alguma influência africana desde o tempo em que o Brasil era colônia de Portugal até os dias atuais. Agora vamos elaborar um painel com diversas informações sobre algumas manifestações culturais afro-brasileiras.

África e Brasil africano Marina de Mello e Souza. São Paulo: Ática, 2006. O livro retrata curiosidades da África e o que existe de africano no Brasil.

acesso à internet;

• livros, revistas e jornais;

• cartolina; • caderno; • caneta esferográfica;

• É importante reforçar com os alunos a valorização às diferenças culturais e às características dos diferentes povos, seus saberes, identidades, crenças e potencialidades, conforme orienta a competência específica de Ciências Humanas 5. • Auxilie os alunos na realização da atividade proposta. Reserve a sala de informática da escola para que os alunos possam realizar a pesquisa utilizando o computador e a internet. Caso não possua sala de informática em sua escola, verifique com a direção se é possível disponibilizar um computador para que os alunos utilizem alternadamente.

Ele também estimula valores e comportamentos de respeito e solidariedade para com a população negra, afro-brasileira ou afrodescendente.

O que você vai precisar

• Computador com

Orientações gerais

• cola; • fita adesiva.

Como fazer

• Incentive o diálogo sobre os resultados da pesquisa, valorizando a socialização e o respeito entre os alunos.

A Em grupos, escolham um dos aspectos culturais de

origem africana que vocês conhecem. Pesquisem informações diversificadas sobre esse aspecto cultural em livros, revistas, jornais e na internet. B Pesquisem as seguintes informações sobre esse aspecto:

é originário de qual país africano, em quais situações ele é utilizado e qual região do Brasil ele apresenta maior influência. Pesquisem também imagens desse aspecto cultural sendo praticado por africanos e por brasileiros. C Com base nas informações pesquisadas, organizem um

painel com textos e imagens. Depois, apresentem o painel para os demais colegas, mencionando a importância do aspecto cultural para a população brasileira. Converse sobre suas observações Veja as respostas das questões nas orientações ao professor.

• Dos aspectos culturais afro-brasileiros apresentados, de • Você já teve algum tipo de contato com essa

característica cultural? Caso afirmativo, como foi?

• Qual o papel desse aspecto cultural para a formação da identidade cultural brasileira?

Ilustrações: Flaper

qual você mais gostou? Por quê?

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Material digital

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• O projeto integrador 4, disponível no material digital, sugere uma atividade que busca valorizar a história e a cultura dos afro-brasileiros e reconhecer a importância dos legados trazidos pelos africanos em nosso país.

Respostas

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• Resposta pessoal. Verifique se a justificativa do aluno está condizente com o tema da discussão. • Resposta pessoal. Estimule os alunos a expressar suas vivências. • Resposta pessoal. Verifique se o aluno conseguiu relacionar alguma das características identitárias típicas da cultura afro-brasileira. 223

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Os conflitos na África

Orientações gerais

• O conteúdo das pági-

nas 224 e 225 trabalha a habilidade EF08GE05 ao permitir ao aluno compreender as tensões e conflitos territoriais na África.

A África vem enfrentando problemas com a ocorrência de muitos conflitos armados e rivalidades étnicas. Atualmente, esses conflitos são motivados pela disputa de diversos interesses. Vamos estudar alguns deles a seguir.

órgão das Nações Unidas (ONU) responsável pela realocação, destinação e possível retorno dos refugiados ao local de origem após cessada a guerra/conflito é o ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados).

Uma das causas que explicam a incidência constante de conflitos e ditaduras militares na África diz respeito aos atuais limites territoriais que separam os Estados africanos.

O que explica os intensos conflitos na África

•O

Durante a partilha da África, no século XIX, as nações europeias estabeleceram, de acordo com critérios de seu próprio interesse, fronteiras políticas coloniais que não respeitavam as territorialidades preexistentes, construídas pelas diversas etnias que viviam no continente. As novas fronteiras acabaram formando Estados nacionais instáveis, pois separam povos que historicamente viveram nos mesmos territórios e, em algumas situações, unem em uma mesma região grupos étnicos tradicionalmente inimigos. Assim, surgiram disputas entre grupos rivais, o que deflagrou uma série de guerras civis em várias partes do continente.

• Sugerimos o acesso ao site da agência da ONU para refugiados, pois é um importante instrumento para pesquisa e informação sobre a situação dos refugiados no mundo.

Veja no mapa a seguir a divisão do território africano entre as etnias nativas (linhas vermelhas) e as atuais divisões nacionais (linhas brancas), em grande parte herdada das fronteiras coloniais impostas pelos europeus.

> ACNUR. Disponível

África: etnias e fronteiras atuais

em: <http://livro.pro/ bv6ph9>. Acesso em: 25 out. 2018.

• Os conflitos armados

africanos geram uma grande quantidade de refugiados. O campo de refugiados de Dadaab, no Quênia, foi construído em 1991 para abrigar 90 mil pessoas e, atualmente, no local, vivem mais de 350 mil, de acordo com os dados do ACNUR.

Trópico de Câ

Divisão política atual

ncer

Territórios dos grupos étnicos africanos

Equador Meridiano de Greenwich

ri Trópico de Cap

OCEANO ÍNDICO OCEANO ATLÂNTICO

córnio

E. Cavalcante

N L

O

S

0

985 km

Fonte: RUBENSTEIN, James M. The cultural landscape an introduction to human geography. 8. ed. New Jersey: Pearson Prentice Hall, 2005. p. 257.

224

g20_ftd_lt_8vsg_c7_p224a231.indd Orientações gerais

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• Para melhor compreensão do conteúdo, sugerimos

alguns filmes que tratam de questões geopolíticas com base em conflitos no continente africano.

> Lágrimas do Sol. Direção de Antoine Fuqua, 2003.

(118 min). > Hotel Ruanda. Direção de Terry George, 2005. (121 min).

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:52 PM

Capítulo 7

Outro fator responsável pela deflagração de conflitos armados no continente africano é a disputa pela apropriação das fartas riquezas naturais do continente, como petróleo, diamante, metais preciosos e água. A divisão inadequada dos territórios africanos e a disputa pela apropriação das terras são dois dos fatores responsáveis pelo surgimento de milícias rebeldes e grupos de guerrilha clandestinos. Esses grupos, em geral, são formados por combatentes que, em virtude da situação de extrema pobreza, buscam um meio de garantir seu sustento. Atualmente, um dos problemas mais dramáticos da África é o crescente recrutamento de crianças e adolescentes como soldados em conflitos armados.

Objetivo

Alain Wandimoyi/AFP

• Em grupos, solicite aos alunos que pesquisem na internet uma reportagem a respeito de algum conflito no continente africano. • Promova um debate acerca das notícias encontradas.

• Os grupos podem ser divididos de acordo com as localidades mais intensamente afetadas: Nigéria, Serra Leoa, Ruanda, Burundi, Angola, Sudão, República Democrática do Congo e região do Chifre da África (Somália, Etiópia, Djibuti, Quênia). Asharaf Shaziy/AFP

Na República Democrática do Congo, vários conflitos acontecem por causa da disputa por riquezas minerais. Na fotografia acima, vemos membros do exército congolês na cidade de Beni, República Democrática do Congo, 2018.

Na porção oeste do Sudão, região denominada Darfur, ocorre um dos maiores conflitos registrados no continente africano. As origens desse conflito estão na disputa por terras e fontes de água envolvendo rebeldes associados a agricultores dessa região contra povos nômades de origem árabe. Na fotografia, vemos soldado das forças de paz da Missão das Nações Unidas e da União Africana em Darfur (UMAMID) na região de Darfur, Sudão, 2017.

Entendendo os conflitos africanos

• Compreender a complexidade dos conflitos africanos. Procedimentos

Fatores culturais, que remontam a antigas rivalidades tradicionais, também são responsáveis pela ocorrência de vários conflitos, como os que acontecem entre nômades pastores e agricultores sedentários nos oásis do Saara ou nas áreas do Sahel.

Milícia: organização de cidadãos armados que, teoricamente, não participam das forças armadas de seu país, ou seja, atuam em um poder paralelo ao Estado.

Sugestão de atividade

• Aborde os principais motivos dos conflitos e relacione-os com a divisão arbitrária europeia neocolonial, que estimulou disputas territoriais e instabilidades entre os povos nativos.

225

Orientações gerais

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• Comente com os alunos que UNAMID significa Missão das Nações Unidas e da União Africana em Darfur.

• A União Africana é uma organização criada em 2001

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o processo de integração regional, promover e consolidar a unidade do continente, fomentar a união, a solidariedade e a coesão, além de eliminar o flagelo dos conflitos.

que reúne os países africanos com o objetivo de acelerar

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Atividades

um trabalho com o tema Educação ambiental e também a aplicação do raciocínio geográfico na análise da ocupação humana e da produção do espaço, conforme orienta a competência específica de Geografia 3. Resposta

1 . A África islâmica localiza-se na porção norte do continente africano, colonizada por povos árabes; sua população, de maioria branca e praticante do Islamismo, fala a língua árabe e, em muitos estudos, é agrupada ao Oriente Médio. A África subsaariana é a porção localizada ao sul do deserto do Saara; nela, está a maior parte dos países africanos com população predominantemente negra; apresenta grande heterogeneidade étnica, religiosa e linguística. 3 . Resposta esperada: o neocolonialismo é a situação de exploração e dependência econômica em que os países africanos se encontram atualmente em relação aos países europeus, mesmo após a independência. Esses países passaram a participar da DIT como fornecedores de matérias-primas aos países industrializados e dependentes dos gêneros industrializados produzidos pelos países ricos.

4. O apartheid foi um regime político, introduzido na África do Sul em meados do século XX, que diferenciava os direitos e os deveres da população segundo a cor da pele. Correspondia ao racismo como política institucional do Estado. Alguns exemplos: os povos de etnia negra eram impedidos de ter acesso à propriedade da terra, à participação política e, até mesmo, às áreas urbanas destinadas somente aos brancos. 6. Por muito tempo, as cheias do rio Nilo garantiram a fertilidade dos solos cultivados em suas margens. No entanto, a construção de barragens ao longo de seu curso alterou o regime de cheias e acabou por conter boa parte dos sedimentos que fertilizam suas margens. Dessa forma, algumas regiões localizadas às margens desse rio demandam, atualmente, de fertilização artificial para se manter cultiváveis.

Exercícios de compreensão 1. Diferencie a África Islâmica da África Subsaariana. Veja as respostas das questões 1 e 3 nas orientações ao professor.

2. Descreva, no caderno, uma característica peculiar da rede hidrográfica do continente africano. Possível resposta: parte dos rios africanos são endorreicos, ou seja, não deságuam nos oceanos, mas em lagos ou depressões no interior do continente.

3. No caderno, explique o que é neocolonialismo. 4. Explique o que foi o apartheid e dê exemplos de atitudes relacionadas a esse regime. 5. Escreva, no caderno, uma característica que retrate a diversidade existente na população africana. Possível resposta: características dessa diversidade são a quantidade de grupos

Geografia no

étnicos existentes no continente, cerca de 800, e a quantidade de línguas faladas além daquelas dos colonizadores (francês, inglês e português), cerca de 2000 línguas nativas. contexto

6. Observe a fotografia abaixo e responda no caderno à questão a seguir. James Akena/Reuters/Fotoarena

BNCC

• A atividade 6 permite

Na fotografia, construção de usina hidrelétrica de Karuma no Rio Nilo, Uganda, 2018. A construção refere-se a um projeto que tem como objetivo a geração de 600 MW de energia para distribuir à população.

• Além da barragem da usina hidrelétrica de Karuma, muitas outras barragens

foram construídas ao longo do curso do rio Nilo. Que problemas a construção dessas barragens tem ocasionado nessa região?

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Capítulo 7

7. Leia a afirmação abaixo e responda à questão a seguir. Único continente a abranger ambas as zonas temperadas do planeta, a África apresenta um amplo núcle