Drica Moraes reflete sobre maternidade e comenta reprises de novelas antigas

“A Núbia ela tem um certo deslumbramento com a riqueza, com as famílias ricas. Ela traz essas informações desde o começo da novela”, define a atriz, que coleciona mais de trinta anos de trabalho em frente às telas.

Mas na trama, agora que o filho, de fato, “subiu na vida”, ela começa a ter receios pelas maneiras como isso ocorreu. A maranhense ainda não entendeu que o rapaz tomou ações da empresa às escondidas, porém, já faz de tudo para que ele retome a amizade com o ex-sogro.

“Ela tem valores éticos e morais, e valoriza o trabalho pela conquista e esforço, e não pela coisa roubada. É nesse ponto que mãe e filho vão ter grandes divergências e debates”, antecipa a atriz.

Drica e Chay dividem cenas que vão desde o humor descontraído de uma mãe superprotetora com um filho mimado ao drama de uma mulher que começa a reconsiderar a educação que deu ao rapaz a quem dedicou toda sua vida.

Mas se engana quem acha que o entrosamento entre os dois atores é alguma novidade: a dupla já foi mãe e filho anteriormente, no filme “Rasga Coração”, adaptação da peça de Vianinha, dirigido por Jorge Furtado e lançado em 2018.

“Acho que temos uma temperatura parecida de jogar”, diz a atriz, ao comparar o estilo e dinâmica de atuação dos dois.

“Ele estuda muito, eu estudo muito e, ao mesmo tempo, somos muito abertos, na hora de gravar, na hora do set, para o improviso. Então, a gente joga e troca muito. Ele é um ator muito inteligente, com uma escuta excepcional. E, quando falo de escuta, é estar exatamente aberto para o que vem do outro e, a partir daquilo, construir a cena.”

Travessia também marca o retorno de Drica ao formato que a popularizou. As reprises de O Cravo e a Rosa e Chocolate com Pimenta podem amenizar a saudade do espectador, mas a atriz estava afastada das novelas desde 2015, quando viveu Carolina, em Verdades Secretas, cuja direção artística é do mesmo Mauro Mendonça Filho, que comanda a atual trama das 9.

De lá para cá, nestes últimos oito anos, logicamente, não ficou parada: fez séries, minisséries, filmes e especiais (Sob Pressão, Justiça, Amor e Sorte, A Fórmula, e por aí vai), mas, segundo a artista, a rotina de folhetins estava fazendo falta.

“Estava com saudade. Gosto deste ritmo frenético, agitado, de, às vezes, não dar tempo de detalhar tanto as cenas, mas você vai no fluxo e no entendimento maior da coisa toda. E fico muito feliz de tantas novelas no ar, trazendo outra época minha, vinte anos mais nova.”

Se, dentro do set gravação, Núbia procura alternativas mirabolantes – e até inventa, caso necessário –para proteger o filho, depois que passa o crachá na saída dos Estúdios Globo, a Drica mãe tem uma postura bem diferente com o filho Mateus, de 14 anos.

“Tento dar a ele muita independência. Tento não tirar dele a capacidade de realizar sozinho as atividades dele, as funções dele e, muito menos, escolher por ele qual será o destino dele. Tento dar aquela liberdade vigiada, típica de um adolescente de recém-feitos 14 anos”, conta ela.

“Ele anda sozinho na rua, se locomove sozinho pelo Rio. Eu acho isso uma coisa muito legal. Ele escolhe os amigos dele. E temos acordos relativos à segurança e saúde dele, que é o que ele precisa me reportar e tal. De resto, tento criá-lo com independência e liberdade.”