O amor tranquilo de Chay Suede e Laura Neiva - GQ | Celebridades

Alguns vão chamar de careta, outros, mais diretos, podem até dizer: “que casal mais chato!”, mas a verdade é que Chay Suede e Laura Neiva vivem um amor tranquilo, algo bastante raro nos dias atuais, seja entre personalidades da mídia ou mesmo entre nós, “mortais”.

Neste Dia dos Namorados (o segundo durante a pandemia da Covid-19) a GQ Brasil conversou com os dois atores que já são pais da Maria, de 1 ano e 5 meses, e agora esperam a chegada do segundo filho - ainda com nome a ser definido. E eles não devem parar por aí, Chay e Laurinha (como ele carinhosamente chama a esposa) sempre desejaram uma família grande, aliás esse sonho é apenas um dos vários que compartilham. Amor, família, convívio, sonhos… foi sobre isso e mais algumas curiosidades que conversamos, após às 22h, depois que Chay e Laura colocaram a Maria para dormir.

Chay Suede e Laura Neiva (Foto: @vdaguano)

Chay Suede e Laura Neiva (Foto: @vdaguano)

GQ Brasil: Vocês são um casal bastante jovem, passava pela cabeça de vocês que com a idade que tem agora já estariam casados e à espera do segundo filho?
Laura Neiva: Eu sempre me imaginei casada e com filho antes dos 30. Quando eu conheci o Chay, soube que ele também tinha um plano parecido com o meu, então isso só fortaleceu mais essa certeza.
Chay Suede: Eu sempre quis me casar e ser um pai jovem, assim como meus pais foram. Nós, eu e meus irmãos, tiramos muito proveito disso, de conhecer os nossos pais ainda muito jovens, muito frescos para a vida, e isso nos fez muito bem. Quando eu percebi que ela [Laura] tinha esse desejo, que ela estava a fim de ter uma vida a dois, eu fiquei muito feliz e já louco para ter filho.

GQ Brasil: O que a chegada da Maria mudou em vocês?
Laura Neiva: Eu sempre quis ser mãe e eu me considero uma pessoa que sempre foi muito maternal, é algo muito natural para mim. O Chay e eu conversamos muito antes de engravidar, sobre como seria, de coisaas que a gente deveria pensar, tomar cuidado, coisas que a gente sabia que ia aproveitar muito nessa fase. Quando engravidei, a gente estava muito certo do que queria e de que era uma boa hora, estávamos preparados, tanto como casal, como pais e cuidadores. Óbvio, a gente pensa que é uma vida pela qual somos responsáveis, mas como eu queria muito, não me deu medo, só alegrias, fiquei muito feliz, ansiosa para viver essa nova fase da minha vida, de saber que eu ia ter, para o resto da vida, uma companheira, a melhor de todos os tempos, e que eu seja essa pessoa para ela também (rs).
Chay Suede: No meu caso, é difícil pensar no que não mudou. Todos os meus pontos de vista mudaram de lugar. Toda a minha perspectiva do que é o amor e do que significa a vida. Passei a enxergar todas as coisas, relacionadas ou não a ter filhos, uma família, de uma maneira diferente.

Chay Suede e Laura Neiva (Foto: @vdaguano)

Chay Suede e Laura Neiva (Foto: @vdaguano)

GQ Brasil: Vocês reservam um tempo só para vocês, para namorar ou jantar fora, por exemplo? Ou é sempre todo mundo junto?
Laura Neiva: A Maria tá com 1 ano e 5 meses, ela já não é mais um bebezinho, mas ela ainda é um bebê, no nosso caso, que a gente programou a Maria, a gente tem noção de que não vai voltar a ser como antes, porque nunca vai, mas são fases do relacionamento e agora a gente tá vivendo essa fase, que é com filho. A gente não tem essa ansiedade, essa angústia de não estar vivendo outra coisa, porque a gente decidiu viver a fase da Maria. A gente coloca ela para dormir, chega no quarto, dá 10min e fala 'saudades da Maria' (rs). A gente tem pretensão de estar juntos por uma vida inteira, então a gente sabe que os filhos vão crescer e que, no final das contas, eles vão sair de casa e vamos ficar só eu e ele.
Chay Suede: Em geral, tá todo mundo junto e é isso aí (rs). De vez em quando, quando a gente quer sair para jantar e eu proponho para a Laurinha, a gente sempre tem alguém para cuidar da Maria. Mas, no geral, a gente tenta incluir ela em tudo. Levar para os lugares que a gente vai, porque a gente gosta muito de estar com ela, ela é uma criança muito gostosa de estar junto, muito bem humorada, divertida. Mas, claro, quando a gente quer sair só nós dois, sempre tem uma fila de pessoas [querendo cuidar dela] (rs).

GQ Brasil: Vocês já deixaram de fazer alguma coisa por causa da Maria?
Laura Neiva: A gente teve a Maria na pandemia e acabamos deixando de fazer muitas coisas não só por causa dela, mas por estarmos em quarentena. Mas, com cetreza a gente deixou de fazer algumas coisas, de viajar, por exemplo, tanto pela pandemia quanto pela Maria, que era recém-nascida [ela tinha dois meses e meio].
Chay Suede: Restringi um pouco mais, porque tem a exigência da rotina de um bebê pequeno. Mas, no momento que tá agora, se a gente não estivesse numa pandemia, não ia precisar deixar de fazer absolutamente nada, a verdade é essa. [Quando a Maria nasceu] Nosso coração e a mesta estavam totalmente voltados a isso, a gente não estava pensando em qualquer coisa que a gente estivesse perdendo, então isso vira um grande momento.

Chay Suede e Laura Neiva (Foto: @vdaguano)

Chay Suede e Laura Neiva (Foto: @vdaguano)

GQ Brasil: Já são 7 anos juntos e no último teve a pandemia, ou seja, mais tempo juntos fisicamente. Acreditam que isso ajudou a melhorar ainda mais a relação?
Laura Neiva: De uma maneira inacreditável (rs), a gente ficou melhor ainda na pandemia, só fortaleceu as certezas que tínhamos, de ser bons companheiros um para o outro. A gente se dá muito bem no dia a dia. Todas as questões que tivemos algum dia, coisas que a gente acaba enfrentando, não tem a ver com a nossa convivência, porque somos muito bons amigos. Também temos um timing de se afastar, se precisarmos de um tempo, de um momento, e acho que isso tem a ver com o tempo que estamos juntos. Nessa pandemia a gente não enfrentou nenhuma questão no nosso relacionamento ligado à convivência na quarentena.
Chay Suede: A gente não entrou numa de 'cara, como que vai ser agora convivendo mais tempo juntos?', até porque a Maria era muito pequena no início do primeiro lockdown, então a gente estava com a energia totalmente voltada para ela, para cuidar dela, passar o maior tempo possível com ela. Então, eu acho que a gente foi curtindo. Eu sempre trabalhei muito, a Laurinha também, estávamos sempre cada um em um canto e se esforçando para estar junto, então esse foi um momento em que a gente tinha isso como possibilidade e entramos numa curtição. Realmente foi uma prova de que a gente se faz muito bem. Nenhum relacionamento é mais forte ou mais fraco porque balança de vez em quando, acho que isso acontece, mas no nosso caso, durante a pandemia, foi um momento de fortalecimento.

Chay Suede e Laura Neiva (Foto: @vdaguano)

Chay Suede e Laura Neiva (Foto: @vdaguano)

GQ Brasil: Vocês sentem medo de tudo o que está acontencendo, a pandemia, as incertezas...?
Laura Neiva: Num primeiro momento, que a gente não sabia o que era e o que acontecia, eu fiquei com muito medo de como seria para as crianças, porque eu estava com uma recém-nascida em casa, essa foi a primeira coisa que eu pensei. Mas logo a gente viu que as crianças não estavam no dito grupo de risco, isso me deixou mais aliviada, mas não menos preocupada com a situação. Meu maior medo sempre foi transmitir a doença [Covid-19]. No começo, eu não era do grupo de risco, hoje não tem mais isso, mas nesse primeiro momento, que eu não estava enquadrada, o Chay também não e ninguém da nossa convivência, então a minha maior preocupação era passar para alguém que pudesse ficar muito doente. Sempre tive esse cuidado, o de não pegar para não passar. Eu sou epilética e engravidei, então entrei no grupo de risco, o que me deixou preocupara, mas daí veio a vacina e, pessoalmente, hoje em dia estou um pouco mais tranquila.
Chay Suede: A gente sentiu medo em muitos momentos, no início, quando era tudo muito desconhecido, eu tive muitos momentos de perplexidade diante de tudo, mas conforme a informaçao foi chegando e a ciência avançando, a gente sabia mais ou menos para que lado seguir e como se comportar. Ficamos completamente isolados no começo, com uma tensão para ir ao supermercado. Depois eu voltei a trabalhar e acabei precisando me expor um pouco mais, mas graças a Deus não rolou nada, ninguém aqui em casa pegou.

GQ Brasil: Tem alguma coisa que vocês tiveram que relevar um do outro pelo bem da relação? Uma mania, um hábito…
Chay Suede: Ah, tem! Eu tenho! (rs) Laurinha, quando eu a conheci, cara, era um nível de perfeccionismo, de controle sobre tudo... tudo tinha que dar certo, ser pefeito, do jeito dela e nas mínimas coisas. Em relação a tudo, ela tinha o melhor jeito de fazer, que ela aprendeu com a mãe ou avó dela. No início eu me divertia, depois eu fiquei frustrado. E aí chegou o momento em que ela entendeu que talvez eu não consiga fazer do melhor jeito para ela, desde, sei lá, cortar a cebola, passar pano no chão… quando ela percebeu que não ia funcionar muito, que eu tinha o meu jeito e o meu ritmo, aí tudo ficou bem. A gente teve uns arranca-rabos. Ao mesmo tempo, a organização que ela trouxe, esse planejamento, na medida certa, transformou a minha vida, foi o que me possibilitou a começar a me exercicitar, a organizar o meu trabalho muito melhor. Essa coisa que foi um conflito num momento inicial, nós também soubemos absorver o que tinha de bom de um lado e do outro e trouxe coisas maravilhsoas para a nossa vida e relação. A minha vida é muito melhor hoje do que era.
Laura Neiva: Eu sempre fui muito controladora, com tempo e horário, com planejar muito o futuro e deixar tudo muito decidido. Eu tenho essa tendência muito forte dentro de mim, e o Chay é muito o oposto disso. A gente brigou muito por conta disso, no início, até que ele começou a ver os lados positivos em se planejar, e eu comecei a ver os lado positivos de deixar em aberto.

Chay Suede e Laura Neiva (Foto: @vdaguano)

Chay Suede e Laura Neiva (Foto: @vdaguano)

GQ Brasil: Tem alguma coisa que um faz muito bem que o outro não tem qualquer aptidão?
Chay Suede:
Muitas coisas! (rs) Tudo relacionado à arrumação, por exemplo, de mala, eu tento ajudar, mas ela se frustra. Quando eu tô na terceira roupa ela fala 'deixa que eu faço'. Não tem como chegar no nível de excelência dela, porque ela consegue transformar uma jaqueta de couro numa bolinha de gude. Ela faz um origami, cabe uma mudança numa mala de mão, é incrível! Realmente, eu não tenho a pretensão de tentar.
Laura Neiva: O Chay tem uma coisa com a oratória, é muito impressionante o dom que ele tem da palavra. Eu aprendi muito, sinto que melhorei, mas quando acontece alguma coisa, ele que tem que resolver, sabe? Ele que tem que se colocar na frente na hora de falar. Eu consigo pôr a mão na massa, mas quem fala é ele. O Chay tem um discurso muito melhor que o meu para tudo.

GQ Brasil: E com as tarefas do dia a dia, acontece uma divisão?
Laura Neiva: Geralmente eu que ponho a Maria para dormir, se dado um certo tempo e eu não consigui, o Chay aparece para trocar o turno. Hoje em dia a Maria não acorda mais de madrugada, graças a Deus, mas se acontece, como eu ponho para dormir, quem vai é ele, normalmente. Quem pega a Maria de manhã também é ele e traz ela para o nosso quarto, a gente fica meio que acordando com ela. Ou eu faço o jantar e ele dá a comida, depende.
Chay Suede: Normalmente a gente faz as tarefas em dois. Se ela está dando banho, eu tiro do banho, visto a roupa, passo pomada e coloco a fralda.

Chay Suede e Laura Neiva (Foto: @vdaguano)

Chay Suede e Laura Neiva (Foto: @vdaguano)

GQ Brasil: Vocês contaram na entrevista com o Bial que a segunda gestação, assim como a primeira, foi planejada e que agora esperam um menino. Qual a expectativa da chegada desse novo bebê? Como vocês acham que a Maria vai reagir?
Laura Neiva: Num primeiro momento eu fiquei bem em choque, porque por mais que tivesse sido planejado, ao mesmo tempo eu achava que talvez fosse demorar um pouco mais, mas foi na primeira tentativa. Fiquei muito chocada que foi rápido demais, meio confusa, principalmente pensando na Maria, pensei: 'tadinha, mas logo em seguida'. Eu fui ganhar um irmão só com 25 anos, foi o melhor presente que a minha mãe me deu na vida. O Chay tem 5 irmãos e são as melhores coisas que ele tem na vida. Há benefícios para uma criança e eu sempre quis ter um filho perto do outro, ter uma família grande, então logo o medo passou e eu pude curtir. A gente tem explicado para a Maria que tem um bebê na barriga da mãe, primeiro comecei a explicar o que era um bebê (rs), porque a gente chama ela de bebê. Acabamos de ganhar uma sobrinha, em Vitória, a gente foi visitar e eu pude pegar a minha cunhada ainda grávida, nos último dias, e eu falei 'que bom, vou poder exemplificar para a Maria melhor'. Com a Maria foi muito diferente. Receber a notícia de que a gente ia ter um bebê pela primeira vez é muito diferente de receber a notícia pela segunda vez, porque, para mim, é mais tranquilo, nesse sentido de criar expectativa, de projetar como vai ser o futuro, porque eu vou ter um bebê tendo que cuidar de outro ainda, então a minha cabeça tá muito ocupada com a Maria, sobra pouco tempo para projetar preocupações, mais curto como vai ser.
Chay Suede: A gente pergunta onde está o bebê e a Maria já aponta para a barriga da Laurinha. Não sei se ela faz essa associação perfeita, mas a ideia de que vem um bebê e de que ele tá na mamãe, isso aí ela já tá começando a pegar. Eu prefiro não criar expectativa de como ela vai se comportar e lidar com as demandas no dia a dia, porque nunca é do jeito que a gente planeja exatamente. O negócio é tentar incluir ela, quanto mais incluída ela se sentir acho que mais legal vai ser. A segunda gestação tem sido muito diferente da primeira, acho que a gente está muito mais tranquilo agora com esse, muito menos ansioso sobre cada novidade e curtindo mais a ideia. Não que a gente não tenha curtido a Maria, mas tinha toda essa expectativa de frio na barriga o tempo inteiro. Depois que tudo deu certo com a Maria, acho que a gente está mais tranquilo mesmo. Queremos trazer essa criança para a vida da Maira também, não só para a nossa.

Chay Suede e Laura Neiva (Foto: @vdaguano)

Chay Suede e Laura Neiva (Foto: @vdaguano)

GQ Brasil: Há planos para aumentar ainda mais a família? Ouvi dizer que 4 filhos é o número perfeito!
Chay Suede: Quatro, concordo plenamente com você! Quatro é um número excelente!
Laura Neiva: (Rs) Eu quero muito, gosto muito nessa ideia [de aumentar a família]. Quando eu penso num terceiro, já começa a ficar um pouco mais tenso, mas eu quero! Só fico pensando na demanda, não sei se a resposta para o terceiro filho é a mesma para o segundo, em relação à expectativa e ansiedade. Para mim, 3 é um número perfeito, o Chay acha 4, mas se eu falasse 'vamos ter 9?', ele toparia. Lembro que quando a gente foi assistir ao ultrassom da Maria pela primeira vez, a gente ia descobrir, né, vai que é gêmeos. Tive muito medo, porque pensei, um acorda, outro dorme, um acorda o outro, é um trabalho que nunca acaba e eu não sei o quanto você consegue aproveitar de fato, sabe? Eu queria ter um, mesmo que fosse perto um do outro, ao menos você aproveitou um e quando esse tá começando a se virar um pouco mais sozinho e daí você pode ir para o outro. Eu tinha medo de ter gêmeos e não conseguir curtir. Óbvio que tem vários lados positivos, para as crianças e para os pais, mas, olha, o trabalho…
Chay Suede: Ah, 7. Sete eu teria. Acho que assim, ter um beleza, mas do segundo em diante, se vai ter 2 ou 5, não faz muita diferença. A viagem já é uma loucura mesmo, carrinho, mala, já tá acostumado.

GQ Brasil: E o nome? Já escolheram?
Laura Neiva: A gente já tinha uns nomes em mente, porque antes de a gente saber que a Maria seria uma menina a gente já tinha levantado alguns nomes de menino também. Temos um nome, mas ainda não tá definido. Tem muito tempo para pensar, tô com 4 meses.  
Chay Suede: A gente tá na fase de brainstorm (rs).

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Créditos
Fotógrafo: @vdaguano
Styling: @rafaellazzini
Tratamento de imagem: @studiocanteras