Carolina do Mónaco. 67 anos de estilo, polémicas e romances
O berço de ouro não a poupou a desilusões e tragédias, mas Carolina do Mónaco nunca perdeu a compostura. A completar 67 anos, continua a ser senhora do seu destino e um ícone de elegância.
Escrevesse elas as suas memórias e talvez lhes desse o título "Como ser filha de Grace Kelly e conseguir sobreviver com beleza e protagonismo". Caroline Louise Marguerite Grimaldi, primeiro bebé do chamado casamento do século, que ligou o Príncipe do Mónaco, Rainier III, à estrela de Hollywood, Grace Kelly, nasceu a 23 de Janeiro de 1957 e tornou-se numa celebridade mundial ainda antes de dizer mamã e papá. Nem mesmo o nascimento do irmão, Alberto, que a vigência da lei sálica tornou herdeiro do trono, em março do ano seguinte, lhe retiraria um protagonismo que dura até hoje, aos 67 anos.
Numa entrevista conjunta com a sua filha Charlotte Casiraghi à revista francesa Madame Figaro (em 29/10/2020), a princesa deu mostras da serenidade com que encara o seu legado, mas também não dourou as memórias nem sempre aprazíveis da sua infância e adolescência. "Digo sempre aos meus filhos, a tradição é transmitir o fogo e não venerar as cinzas." Fiel a esse espírito, falava da importância da avó paterna na sua vida, a princesa Charlotte, Duquesa de Valentinois (com quem se parece fisicamente), na sua educação: "A minha avó, ao contrário dos meus pais, era uma grande leitora e estudou violoncelo com Saint-Saëns." Do mesmo modo, não esconde o impacto causado, no final da sua adolescência, por uma frase da mãe que se opunha aos seus estudos universitários, em Paris: "Tu precisas dum bom casamento e não de estudar." Carolina fez exatamente o oposto. Estudou Filosofia e Ciências Políticas em Paris e casou-se (e divorciou-se) com quem quis, de preferência contra as expetativas dinásticas.
Senhora de um carisma único, tomou o lugar de primeira-dama do Mónaco logo após a prematura morte da mãe, em setembro de 1982, e não mais o deixou, nem mesmo depois do casamento do irmão com Charlene, em 2011. Um carisma alimentado pela beleza e elegância natural que irradia, mas também por uma vida que sempre seguiu os seus próprios objetivos e nunca se adequou ao estreito figurino do pequeno principado. Sem se vitimizar, mas com uma boa dose de coragem, Carolina admitia, no seu depoimento para uma biografia do irmão que as figuras centrais das suas infâncias não tinham sido os pais, mas a nanny inglesa com quem passavam os dias: "O Alberto e eu (Stephanie, a irmã mais nova, só nasceria em 1965) estávamos muito ligados a Maureen King. Víamos os nossos pais de manhã e ao serão, no verão um pouco mais, mas ela era tudo para nós, sem dúvida a personagem central das nossas vidas."
Uma jovem rebelde e carismática
A chegada de Carolina à idade adulta foi turbulenta e alimentou com uma boa dose de escândalo a imprensa do género. Com uma beleza morena muito diferente do look de loura hitchcockiana que fizera a glória da mãe nos anos 50, a jovem princesa frequenta os meios mais boémios de Paris e acumula namorados, de nomes tão sonantes como o dela. Por um deles, apaixona-se perdidamente e decide casar. O eleito é Philippe Junot, 17 anos mais velho, e com uma reputação de playboy internacional à moda dos anos 70, isto é com muitas noites nas discotecas da moda e sunsets em praias exclusivas. Casaram em junho de 1978, para evidente choque e pavor de Grace e Rainier, mas a ligação duraria menos de dois anos. Separada aos 23 anos, a princesa voltou com dedicação à vida de solteira e os paparazzi agradeceram. Entre os seus casos desta época, avultam mais duas celebridades, o tenista argentino, Guillermo Vilas, e o filho de Roberto Rossellini e Ingrid Bergman, Robertino. Sobre este, há-de falar-se frequentemente em casamento mas o acidente de viação que vitimou a princesa Grace, aos 52 anos, em 1982, mudaria para sempre os Grimaldi, incluindo Carolina.
O rosto de Carolina, desfigurado pelo choro, de braço dado com o pai, marca um ponto de não retorno naquelas vidas. Como filha mais velha e com o irmão ainda solteiro, assumirá um papel de Estado antes desempenhado pela mãe. Com uma responsabilidade que não se lhe conhecia até aí, Carolina assume a presidência da associação mundial dos Amigos da Infância em 1993, um organismo criado pela mãe 30 anos antes e que financiava diversos centros de acolhimento e de formação de crianças órfãs ou desfavorecidas de vários continentes. O reconhecimento por esse trabalho continuado viria já no século XXI, com a nomeação como embaixadora da boa vontade pela UNESCO em 2003. Três anos depois seria a vez da UNICEF lhe atribuir o Prémio Children’s Champion.
Um ano depois da morte de Grace, Carolina casará com o italiano Stefano Casiraghi, de quem terá três filhos, Charlotte, Andrea e Pierre. Para os legitimar, de acordo com os princípios da Igreja Católica em que fora educada, move céus e terra para que o casamento com Junot seja anulado, o que viria a conseguir mas em 1993, quando nova tragédia já se abatera sobre ela. Em outubro de 1990, Stefano teria morte imediata ao sofrer um acidente numa prova de náutica desportiva.
Viúva aos 33 anos, Carolina voltaria a casar uma terceira vez (depois de uma longa relação com o ator francês Vincent Lindon), com Ernst de Hannover, de quem teria uma última filha, Alexandra, agora com 22 anos. Mas ainda não foi feliz. Embora permaneçam casados, os dois estão há muito separados, para o que terá contribuído o comportamento pouco adequado de Ernst, que, entre outras coisas, foi publicamente acusado de comportamento agressivo e de coerção.
À beira dos 67 anos, com a mesma elegância e atenção à Moda que tinha aos 30, Carolina, agora avó de sete crianças, continua a não ter rivais entre as mulheres do Mónaco, incluindo as filhas, sobrinhas (filhas de Stephanie, a irmã com quem parece estar desavinda há anos) e naturalmente a cunhada, Charlene, cujo "desaparecimento" continua a deixar os monegascos perplexos. Entre as principais causas a que se dedica estão os Ballets de Montecarlo, a que preside desde a sua fundação, em 1985. "Tive o exemplo da minha avó paterna e tive muito bons professores, como a música francesa Nadia Boulanger", recorda a princesa na referida entrevista à Madame Figaro. "O meu privilégio, aqui no Mónaco é poder adoçar e facilitar a criatividade dos outros. E defender a liberdade dos artistas. É algo de essencial, sempre foi o meu eixo principal, e a batalha nunca está ganha. Quando participo na realização de uma exposição, procuro não excluir quem quer que seja, independentemente do meu gosto pessoal." Fiel ao fogo que lhe foi transmitido, Carolina gosta de lembrar que o pai concedeu passaporte e direito de residência ao músico Rostropovitch quando este era apátrida e que a mãe acolheu Josephine Baker e a sua grande família de crianças adotadas quando esta enfrentava graves dificuldades financeiras.
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