Aos 66 anos de idade, continua a ser uma mulher bonita, elegante e muito interessante. Ainda assim, olhando hoje para Carolina do Mónaco, custa acreditar o quanto esta mulher foi rebelde ao longo da sua juventude, quando estava no auge da sua beleza física. Muito desejada pelos homens – era de facto uma mulher muito bonita e sedutora – a filha mais velha dos príncipes Rainier e Gracia Patricia [o nome real de Grace Kelly, a diva de Hollywood que se tornou princesa na vida real] deu muitas dores de cabeça aos pais. Não havia dia em que não fosse capa de revista num qualquer país europeu. Era apanhada pelos fotógrafos ora em Paris, ora num resort de férias, ora numa festa badaladíssima da alta sociedade, ora num iate junto à costa a divertir-se com um grupo de amigos.
Sempre com um novo namorado, sempre com pretendentes ao seu redor, sempre com hipotéticos apaixonados. Não era isto que os pais queriam para a filha. Ansiavam que se dedicasse aos estudos, que fosse admirada em todo o mundo, mas nunca por razões do coração. Ainda acedeu às exigências de Rainier e Grace Kelly. Depois de ter frequentado um colégio feminino em regime de internato em Inglaterra, ingressou na Universidade da Sorbonne, em Paris, formando-se em Filosofia. Depois, ainda se inscreveu no Sciences Po [Instituto de Estudos Políticos], também na capital francesa. Só que a par da sua formação académica Carolina estava interessada em viver. Viver muito!
O GRANDE ERRO: PHILIPPE JUNOT
Depois de muitos amores (talvez nem todos tenham mesmo acontecido) e alguns desamores, aos 21 anos acreditou que tinha encontrado o seu grande amor. Um amor para a vida toda. Tratava-se de Philippe Junot, 17 anos mais velho do que ela e que havia conhecido dois anos antes. Mesmo perante a oposição dos pais, a princesa seguiu o coração – como sempre fez e continuou sempre a fazer, para o bem e para o mal – e quis mesmo casar com o playboy francês. Rainier e Grace não tiveram outro remédio senão aceitar a vontade da filha que casou, em junho de 1978, de branco, véu e grinalda perante uma multidão em euforia. O tempo veio a dar razão aos pais da noiva. Dois anos depois, o casamento acaba em divórcio devido a sucessivas infidelidades de Junot. Assim, no início dos anos 80 Carolina volta a ser uma mulher livre. Mas sendo uma mulher de fé, a princesa pede ao Vaticano que considere a nulidade do seu casamento, pedido que só lhe será concedido ao cabo de 11 anos. Foi Papa João Paulo II que aceitou o pedido e anulou essa primeira união religiosa.
E é já divorciada que o seu destino se cruza com o de um bonito italiano, Stefano Casiraghi. Tempos antes deste encontro que lhe mudou a vida para sempre, Carolina ainda esteve muito próxima do filho de Roberto Rossellini e Ingrid Bergman, Robertino. Chegou-se mesmo a falar de casamento e Grace Kelly até que vê com bons olhos esta união. Só que tudo muda com um drama inesperado que se abate sobre os Grimaldi. A princesa Gracia Patricia morre num trágico acidente de viação. Carolina conhece, pela primeira vez, a dor e fica desfeita com a perda. Ainda a viver o luto são-lhe passadas, então, as responsabilidades de primeira-dama que assume com um grande espírito de missão ao lado do pai.
O GRANDE AMOR DA SUA VIDA
E é já nesta condição de órfã de mãe que se apaixona irremediavelmente pelo milionário italiano. Este é o verdadeiro amor da vida de Carolina. Ela, é por sua vez, o amor da vida de Stefano. É um amor correspondido. Em 1983, casam-se pelo civil no Palácio da família Grimaldi, em Monte Carlo. Juntos, serão pais de Andrea, Charlotte e Pierre. Tornam-se num casal glamouroso que chama a atenção do mundo. Irradiam felicidade até que tudo acaba em 1990 quando o italiano sofre um acidente náutico durante uma prova desportiva. Carolina – se já havia ficado destroçada com a partida da mãe – fica perdida. Sem rumo e sem vontade para nada. Refugia-se de tudo e de todos. E só aos poucos, pelos filhos, volta a tomar as rédeas da sua vida. Este foi um processo longo, difícil e cujo vazio levou anos para a preencher. Naquele dia 3 de outubro de 1990, a princesa não perdeu só o marido. Perdeu também parte de si.
Neste "regresso", Carolina conheceu o ator francês Vincent Lindon e as revistas anunciam-no como "o novo amor" da princesa. Só que o romance durou muito pouco tempo, apenas uns meses. Lindon terá sofrido com a rutura, pois estava verdadeiramente apaixonado: "Ele estava tão envolvido neste caso que ficou desapontado", explicou o irmão do ator. "Ela não deu importância ao namoro, nem dedicou o mesmo grau de amor que ele", acrescentou.
O MARIDO QUE JÁ NÃO É MARIDO, MAS QUE CONTINUA A SER
A filha de Rainier e Grace Kelly tinha apenas 33 anos quando ficou viúva, era muito nova para ficar sozinha com três filhos por criar. Embora tivesse uma vida financeiramente muito confortável – não precisava da ajuda de nenhum homem para acabar de criar os filhos. Só que sente a falta de alguém com quem partilhar a vida. E é, então, que se aproxima do homem que a mãe sempre disse ser o homem perfeito para casar com ela: Ernst August de Hannover. Grace Kelly viu no alemão o genro ideal, já que era um príncipe verdadeiro, pertencente a uma das casas reais mais antigas e mais respeitadas da Europa, Hannover, além de ter uma educação esmerada e uma fortuna muito considerável. Só que tantos anos passados, havia agora um grande obstáculo a este romance: ele era casado. E vai daí o casal acabou por ser apanhado - por uma revista, a ‘Bunte’, - num hotel de Banguecoque, na Tailândia, e o mundo inteiro ficou a saber do caso extraconjugal do alemão. Carolina, por sua vez, também não saiu bem de todo este imbróglio. A mulher de Ernst era uma das suas melhores amigas. Quer isto dizer que além de andar com um homem casado, também estava a atraiçoar a amiga.
Depois do imenso escândalo, o príncipe alemão acabou por se divorciar e casar com a monegasca. A união civil realizou-se no dia 23 de janeiro de 1999, data que marca uma subida de Carolina na hierarquia real. Nesse dia a filha mais velha de Rainier e Grace Kelly tornou-se Alteza Real, princesa de Hannover, duquesa de Brunswick-Lunebourg. Deste casamento nasceu Alexandra, a única filha de Carolina que tem um título real. Andrea, Charlotte e Pierre, filhos de Casiraghi, não têm qualquer título. Mas voltando à união com Ernst de Hannover; a princesa nunca foi verdadeiramente feliz. Além de não o amar, como amou Stefano, havia vícios nele – o álcool – que começaram a fazer com que a relação se deteriorasse irremediavelmente. Ela ainda tentou manter esta relação, mas não foi bem-sucedida.
SOZINHA, DEDICADA AOS FILHOS E AOS NETOS
Não aguentou mais estar ao lado de um homem que bebia sem medida e que protagonizava os mais diferentes escândalos, muitos acabavam nas páginas dos jornais e das revistas. Em 2009, o casal separou-se, sem, contudo, divorciar-se. Por isso, Carolina mantém o estatuto de mulher casada e o título de Alteza Real. Já se passaram 14 anos desde que deixou de fazer vida com o pai da sua filha mais nova e, ainda assim, nunca mais se viu Carolina com mais nenhum homem. Ter-se-á trancado ao amor. Vive essencialmente para os filhos e para os netos. Continua dedica a muitas causas solidárias, algumas das quais herdadas do tempo da mãe, e mostra-se sempre disponível para ajudar o irmão, Alberto, pois também parece não ter tido muita sorte no amor. A mulher do príncipe regente, Charlene, está muitas vezes ausente e isso faz com que Carolina, assuma de quando em vez o papel de primeira-dama.
Mais do que isto não se sabe de Carolina. Poderá hipoteticamente viver algum affaire amoroso – essa hipótese não é de descartar – mas se vive então isso acontece na maior das discrições, pois nunca – nunca mesmo – houve qualquer tipo de rumor a esse respeito. Por isso, a pergunta se a princesa se fechou ao amor é mais do que legítima.