Controvérsias, no entanto, não são novidade para Charles III: quando era mais jovem, foi centro de um triângulo amoroso envolvendo a princesa Diana, sua esposa à época e uma das faces mais populares da família real, e a nova rainha Camilla, com quem é casado hoje.

Além disso, o monarca é grande defensor do meio ambiente desde a juventude — o que o torna uma das primeiras figuras importantes na política internacional a falar sobre o assunto, décadas atrás.

Saiba mais sobre a trajetória do rei Charles III abaixo.

Charles tinha apenas 3 anos quando sua mãe, Elizabeth, assumiu o trono do Reino Unido, após o falecimento do avô, o Rei George VI.

Aos 9 anos, ele se tornou príncipe de Gales, título tradicional do herdeiro do trono britânico, e herdou outros títulos de seus pais, como duque da Cornualha e duque de Edimburgo. Sua investidura aconteceu mais de uma década depois, quando Charles já tinha 20 anos.

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Charles foi o primeiro herdeiro de Elizabeth ll a ir para a escola e para a universidade. Entre as unidades de ensino, ele frequentou a Cheam School, nos arredores de Londres, Gordonstoun, no norte da Escócia, e Trinity College, em Cambridge.

Herdeiro do trono britânico, Charles era um dos solteiros mais cobiçados do mundo. Foi um choque quando ele anunciou, aos 32 anos, seu noivado com Diana Spencer, uma professora de 19 anos, em 1981.

Os dois se encontraram poucas vezes antes do noivado. Em 29 de julho daquele ano, o casamento real deu a ela o título de princesa Diana — que ficaria marcada na história da família real, como um dos membros mais populares da realeza.

Já no início do relacionamento, tudo foi extremamente midiático: cerca de 750 mil pessoas assistiram à cerimônia ao vivo pela televisão e outras 500 mil se aventuraram a acompanhar o evento presencialmente entre a Catedral de São Paulo e o Palácio de Buckingham.

Charles e Diana tiveram dois filhos: o príncipe William, nascido em 1982, e o príncipe Harry, em 1984. Com a ascensão de Chales, William é o primeiro nome na linha de sucessão britânica.

O casal enfrentou anos de problemas conjugais, que resultaram na separação em agosto de 1996. À época, Diana atribuiu o divórcio à recusa de Charles em terminar seu caso com a britânica Camilla Parker Bowles, considerada amante de longa data.

Charles, por sua vez, disse ter permanecido fiel ao casamento “até que ele se desfez”. Em comunicado oficial, o Palácio de Buckingham anunciou que o divórcio foi totalmente amigável.

Um ano depois, em 31 de agosto de 1997, Diana morreu vítima de um acidente de carro, em Paris, na França, enquanto fugia de paparazzis.

Charles se casou com Camilla quase oito anos após a morte da ex-esposa, em 2005. A união deu à britânica o título de duquesa da Cornualha. Com a ascensão do marido ao trono, Camilla passou a ser rainha do Reino Unido.

Charles é um ambientalista de longa data, que busca há décadas chamar atenção para as mudanças climáticas. Recentemente, ele disse que um de seus carros, da marca Aston Martin, foi modificado para funcionar à base de "queijo" e "vinho".

O carro, que possui há mais de 50 anos, funciona com 85% de bioetanol, e 15% de gasolina sem chumbo. Na mistura, vai o excedente da produção local de vinho e o soro da fabricação de queijo.

Em entrevista à rede BBC, o então príncipe afirmou que modificou o automóvel para poder abastecê-lo com combustíveis de origem renovável.

Em 2021, ele disse entender a frustração de jovens ativistas ambientais, como a sueca Greta Thunberg, em relação à passividade de políticos diante da emergência climática.

"Todos esses jovens acham que nada acontece, então é claro que ficam frustrados", afirmou.

Em virtude do reinado de 70 anos da rainha Elizabeth II, o mais longo da história britânica, Charles é o herdeiro que mais esperou para ascender ao trono.

Na prática, porém, ele vinha assumindo parte das funções da mãe nos últimos anos. Em maio de 2022, por exemplo, o então príncipe substituiu Elizabeth II na abertura do Parlamento Britânico, pois a monarca estava com problemas de mobilidade.

Ao assumir o trono do Reino Unido, o rei optou por ser chamado de Charles III, mas isso não era uma obrigatoriedade. Ele poderia ter adotado um novo "título real" a sua escolha — rei George VII, por exemplo, em referência a seu último nome.

Além do Reino Unido, o rei é chefe de Estado de outros 14 países e lidera a Commonwealth (Comunidade das Nações), conjunto de 56 antigas colônias britânicas.