Biografia de Caio Júnior detalha trajetória e atende pedido do próprio técnico: "Sempre teve o sonho" | pr (paraná) | ge

Por Rodrigo Saviani e André Cavalcante — Curitiba


A carreira de Caio Júnior como jogador e treinador é contada em uma biografia lançada pelo jornalista Adriano Rattmann. Ele trabalhou por 13 anos como assessor de Caio, que faleceu no acidente aéreo com a Chapecoense, em 2016.

Ratmann destaca que o livro “Caio Júnior: o ídolo, o ser humano e sua inesquecível jornada” é uma maneira de manter viva a memória de quem teve o nome marcado no futebol. Além disso, atende um pedido feito pelo próprio Caio Júnior, um mês antes da tragédia.

Livro conta a história de Caio Júnior

Livro conta a história de Caio Júnior

– O dia que eu peguei o livro na gráfica e estava pronto, meu deu uma sensação de renascimento. Parece que trouxe o Caio para vida de novo. Foi uma forma de homenagear. O Caio sempre teve o sonho de ter um livro, eu tenho vídeo dele falando “pô, Adriano, vamos escrever meu livro”. E agora eu consegui concretizar – disse o autor.

O lançamento foi realizado na Biblioteca Pública do Paraná, em Curitiba, na tarde de quinta-feira, com a presença da família de Caio Júnior.

– Para nós é um momento muito especial. A gente poder contar a história dele, relembrar para quem teve a oportunidade de viver próximo dele, conhecê-lo tanto na vida profissional e pessoal. Para nós também é muito legal lembrar algumas histórias, conhecer outras histórias que as pessoas relataram durante as entrevistas. É um momento mágico para nossa família – comentou Matheus Sartori, filho de Caio Júnior.

Além de Matheus, Caio teve também o filho Gabriel, que aos 27 anos é técnico na base do Hope Internacional e sonha em seguir os passos do pai.

- Eu acho que fui privilegiado por poder acompanhar a carreira dele como treinador. Aprendi muita coisa, muito do que vivenciei da carreira dele eu trago para mim, principalmente da parte das relações pessoais no trabalho. Uma grande honra estar seguindo essa profissão maluca do pai – destacou Gabriel.

Biografia de Caio Júnior — Foto: Reprodução / RPC

A carreira

Em 380 páginas, o livro detalha a carreira de Caio Júnior desde o início. Relembra os primeiros passos como atacante, no Grêmio, onde entre 1985 e 1987 foi tricampeão gaúcho, sendo artilheiro da competição em 85, com 15 gols. Marcou ao todo 58 gols pelo Tricolor.

Depois veio o periodo em Portugal, onde ganhou mais títulos. Caio passou ainda pelo Internacional, onde novamente foi campeão gaúcho, em 1994. Voltou para Portugal e brilhou no Paraná Clube, em 1997, com 10 gols em 27 jogos.

No time paranista, Caio Júnior viveu a afirmação como treinador, em 2006, garantindo vaga na Libertadores. Com isso, ele marcou o nome como um dos ídolos da torcida. Antes disso, ainda no início da carreira à beira do gramado, surpreendeu com o Cianorte ao vencer um “galático” Corinthians de 2005, de Tévez e Passarela, por 3 a 0, pela Copa do Brasil.

Caio Júnior Chapecoense — Foto: Giba Pace Thomaz/Chapecoense

A biografia cita ainda a passagem pelo Palmeiras como o ponto de "reconhecimento nacional". Teve ainda o trabalho no Goiás, o tempo no Flamengo, com direito a "ah, é Caio Júnior", os periodos no futebol asiático e o "quarteto mágico" do Botafogo.

Tem ainda o primeiro título conquistado no futebol brasileiro, no comando do Vitória, a glória na Chapecoense, com a final da Sul-Americana, e o trágico acidente aéreo. Para os filhos e o autor, Caio Júnior vivia ali o melhor momento como treinador de futebol.

– Estava em alta na carreira, no ponto mais alto, e tinha tudo para crescer e ser hoje um dos principais treinadores do Brasil, sem dúvida alguma – pontuou o filho Gabriel.

– O Caio estava em nível muito próximo de Dorival Júnior, de Fernando Diniz, e a gente vê onde eles estão hoje, um campeão da Copa do Brasil e outro na Seleção Brasileira. O Caio ficou amigo do Ancelotti, inclusive, quando fez estágio no Real Madrid. Eu acho que o Caio seria um dos principais nomes do futebol – opinou Rattmann.

Adriano Rattamann Autor do Livro sobre Caio Júnior — Foto: Reprodução / RPC

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