Resenha: "Astronauta - Magnetar" de Danilo Beyruth e Cris Peter
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  • Foto do escritorPaulo Vinicius

Resenha: "Astronauta - Magnetar" de Danilo Beyruth e Cris Peter

Enquanto faz a pesquisa de um magnetar, o Astronauta acaba se envolvendo em um acidente que acaba destruindo a sua nave. Ele vai precisar de toda a sua perseverança e conhecimentos para sobreviver ao fato de ter se tornado um náufrago no espaço.



Sinopse:


O Astronauta, personagem que singra o espaço sideral sozinho em sua nave há anos, visita uma galáxia distante para estudar um magnetar, uma estrela de nêutrons que possui um campo magnético estimado em 1 bilhão de teslas. Mas ele comete um erro que pode custar sua vida. Agora, com a nave danificada e sem comunicação, ele está “náufrago no espaço” e precisa encontrar uma forma de escapar antes de ser derrotado pela insanidade que insiste em tomar sua mente. E a saída pode estar em aliar a tecnologia aos ensinamentos de seu velho avô, há tanto tempo falecido.






Apesar de esta ser a quarta Graphic MSP que eu leio, cronologicamente ela foi a primeira. E eu demorei um pouco para pegá-la porque sou um enorme fã de ficção científica. Vários colegas tinham me dito que Astronauta era uma das melhores graphics da série por conta do roteiro de Danilo Beyruth. Me preocupei com o fato de ir a uma HQ com muito hype e acabar me decepcionando ou esperando mais do que ela poderia prometer. Deixei o hype arrefecer e então finalmente peguei para ler. E não me arrependi nem um pouco. A narrativa de Beyruth entrega para o leitor tudo o que alguém que curte scifi poderia esperar: altas ideias, uma narrativa tensa e pequenos easter eggs colocados aqui ou ali. Terminei a história bastante satisfeito.


A narrativa é bem simples e direta e nos coloca ao lado do Astronauta que está explorando um magnetar, um fenômeno espacial nunca antes visto por um explorador. Algo que é derivado de uma estrela de nêutrons. Ele pousa sua nave em um dos asteroides de gelo maiores e começa a posicionar instrumentos de medição por vários locais de forma a obter leituras e realizar pesquisas. Só que a estrutura instável do magnetar faz com que esta seja uma missão arriscada. E em algo imprevisto pelo Astronauta, um enorme menir cair em cima de sua nave, danificando-a de forma fatal. Sem nave, sem ter como entrar em contato com alguma missão de resgate, o Astronauta vai precisa de todas as suas forças para sobreviver em um ambiente hostil.


Quem gosta de exploração espacial vai ter um prato cheio com esse quadrinho. É importante destacar que a história é bem fácil de ser compreendida e mesmo os altos conceitos são bem explicados ao longo da história. O leitor não se sente perdido sendo que mesmo quem não seja fã do gênero pode gostar do que está sendo lido. Fora que essa é uma narrativa bastante humana que vai se debruçar sobre sentimentos de solidão e saudade diante de um homem que abandonou várias coisas na Terra para se dedicar a uma vida no espaço. Mais do que explorar lugares inacreditáveis, vamos analisar o quanto a relação com outras pessoas é importante para manter nossos pés no chão. Não se deixem levar por todo o pano de fundo de ficção científica; é uma história sobre sentimentos, sobre o quanto algumas pessoas preenchem um vácuo em nossos corações. Tem alguns momentos desesperadores da história em que nos perguntamos se o Astronauta vai conseguir sair ileso de toda essa experiência. A narrativa de Beyruth consegue nos deixar sempre nos nossos calcanhares e desejando virar a página para saber o que irá acontecer a seguir.



A arte acima mostra um pouco do que podemos esperar na HQ. A arte do Beyruth é bem polida e ele consegue nos ilustrar um personagem expressivo e que demonstra seus sentimentos através de seus gestos, expressões faciais e corporais e de sua interação com o ambiente. Se estou falando do design do personagem que faz jus à criação de Maurício de Souza, preciso comentar também sobre o cenário que ele cria. É absolutamente insano, repleto de tudo aquilo que um fã de ficção científica saliva por ver. Ele conseguiu criar algumas cenas lindíssimas com explosões de asteroides, os mistérios do espaço ou até mesmo quando ele começa a imaginar coisas em sua mente. Algumas das splash pages apresentadas são inacreditáveis e atestam a qualidade da pena de Beyruth.


Gostei também da quadrinização do artista que varia bastante por toda a história. Em momentos mais calmos ele emprega a quadrinização tradicional com 5 a 8 quadros, mas quando ele precisa apresentar alguma cena mais insana, ele não se arroga de empregar quadrinizações exóticas ou experimentalismos. Um exemplo bem legal é quando ele demonstra a passagem do tempo para o Astronauta quando ele se vê sem saída. Ele cria uma rotina diária de 9 quadros, cada uma com uma ação. Inicialmente essa sequência se desdobra em uma página inteira. Aos poucos ele vai reduzindo essa cena para que caiba mais delas em uma página. Isso até ele criar todo um mosaico com repetições ad infinitum dessa rotina. O efeito disso é nos mostrar algo tedioso e monótono, demonstrando a decadência do personagem à medida em que ele percebe o quanto essa rotina parece não ter fim.


A colorização da Cris Peter também está lindíssima. Ela conseguiu colocar vivacidade nas cenas criadas por Beyruth. O emprego de uma palheta focada no azul, no rosa e no amarelo ajudou a dar um grau ainda maior de insanidade ao que está sendo apresentado em cena. Só que a cena que mais me agradou e que mostra a potência das cortes da Cris Peter é uma que se passa na mente do Astronauta. São quatro quadros em wide screen em uma splash page que nos apresenta o Astronauta perseguindo uma pessoa. A cada quadro, ele aparece mais próximo do seu objetivo. O uso da cor rosa dá um ar de abstração necessária para compreendermos que aquilo não se passa no mundo real, mas no subconsciente de um personagem afetado por tudo aquilo que está acontecendo ao seu redor.



Astronauta encarna o verdadeiro explorador espacial. Alguém curioso para conhecer os mistérios do espaço. Beyruth nos mostra o quanto isso faz parte da personalidade do protagonista. A iniciativa de estar sempre em busca do desconhecido é um elemento importante na vida de qualquer pesquisador. Buscar o fantástico, criar hipóteses que saem da caixinha. Qualquer entusiasta de ciências tem essas características e eu achei que o autor conseguiu colocá-las muito bem na história. Não apenas isso, mas o quanto essas escolhas dividem a essência do personagem. Ao mesmo tempo em que elas fornecem a ele uma perspectiva única sobre o que ele faz e o que pretende como seus próximos passos, lhe dá um dilema sobre como conciliar sua vida emocionante e perigosa e seu contato com pessoas queridas. Estar tanto tempo no espaço o faz pensar sobre relações humanas. O que ele precisou sacrificar e deixar para trás. Se no começo vemos um personagem seguro de si e quase se divertindo ao estar diante de um fenômeno tão maravilhoso, ao final ele está repensando suas escolhas e se preocupando com como as pessoas o veem. Cito aqui que isso é uma característica do cientista, mas qualquer pessoa que mergulha de cabeça em seu trabalho passa por uma situação semelhante. Quando não vemos nada além de nossos trabalhos. E quando a ficha cai percebemos o que deixamos de lado. E esse é o momento em que a solidão bate mais forte.


A solidão e o desespero são os temas mais presentes na narrativa. É algo que me fez pensar imediatamente no filme Perdido em Marte, baseado no romance de Andy Weir. Não digo com certeza se o romance teve alguma influência sobre a composição da história porque normalmente projetos de HQs se iniciam anos antes de ser publicada. Então as ideias que originaram a narrativa podem muito facilmente ser bastante anteriores à publicação no final de 2012 (o romance é de 2011). Com o avanço da tecnologia, viagens espaciais mais longas vão se tornar viáveis nas próximas décadas. E a própria noção de náufrago pode ganhar um novo contexto. É terrível o quanto os dias monótonos vão se sobrepondo uns aos outros e fazendo a nossa esperança diminuir pouco a pouco. E isso vai afetando a nossa própria capacidade de percepção do mundo que nos cerca. Astronauta vai sentir isso na pele e tem alguns momentos desesperadores quando ele começa a duvidar daquilo que ele está vendo. Parece que existem fantasmas ao seu redor. Esse efeito colateral pode ser resultado do efeito que o magnetar tem sobre ele ou até de sua mente pregando peças em sua percepção. Este segundo é um fenômeno comum e alguns cientistas chamam de doença social, quando ficamos muito tempo longe do contato com outras pessoas. Para mim, esse foi um dos melhores aspectos da narrativa, esse terror de estar preso e sozinho no espaço. Beyruth conseguiu traduzir isso muito bem nas páginas da HQ.


Consegui me divertir bastante com Astronauta - Magnetar e realmente foi uma das melhores Graphic MSP que eu li. Principalmente por eu ser fã de ficção científica e de o autor ter pirado bastante nas cenas e nos conceitos. Mas, muito mais do que ser uma história que explora o espaço e seus fenômenos maravilhosos, esta é a história de um homem que está há muito tempo longe de seus pares. E ele começa a se questionar se esta foi uma escolha certa e o que ele precisou sacrificar para poder alcançar os seus objetivos. Sem falar nas cores insanas empregadas pela Cris Peter.











Ficha Técnica:


Nome: Astronauta - Magnetar

Autor: Danilo Beyruth

Colorista: Cris Peter

Editora: Mauricio de Souza/Panini (Graphic MSP)

Número de Páginas: 80

Ano de Publicação: 2012


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