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Ao Farol

Ao Farol Virginia Woolf




Resenhas - Rumo ao Farol


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Andreia508 18/04/2024

Meu primeiro contato com Virg�nia Woolf.
� um livro dif�cil de ler, tem que estar atento, � como se estiv�ssemos lendo os pensamentos de cada personagem .
Recomendo a leitura.
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3.0.3 27/03/2024

O tempo passa: vida, fica parada aqui
�As noites est�o agora cheias de ventania e destrui��o; as �rvores cedem e se curvam, e suas defloradas folhas voam a torto e a direito at� cobrirem todo o gramado e acabarem aos montes nas bocas de lobo, e entupirem os bueiros, e inundarem as �midas trilhas. O mar tamb�m se agita e rebenta, e caso algum adormecido, imaginando que possa encontrar na praia uma resposta para suas d�vidas, um comparsa para sua solid�o, se desfa�a de suas roupas de cama e des�a sozinho para caminhar na areia, nenhuma imagem, com atitude de ajuda e divina presteza, acorre prontamente para trazer a noite � ordem e fazer o mar refletir a b�ssola da alma. A m�o encolhe-se em sua m�o; a voz grita em seu ouvido. Parece quase in�til fazer � noite, nessa confus�o, estas perguntas referentes ao qu�, e ao porqu�, e ao para qu�, que tiravam o adormecido de seu leito para buscar uma resposta.�

Escritora � frente de seu tempo, Virginia Woolf (1882-1941) deixou um legado liter�rio impressionante. Ela come�ou a sua carreira em 1904 como cr�tica liter�ria, mas foi por meio de seus romances que demonstrou sua sensibilidade e conhecimento. No princ�pio do s�culo XX, Virginia Woolf defendeu a causa das mulheres, lutando contra a opress�o e a ignor�ncia. O compromisso da autora com o esclarecimento e com a inclus�o � digno de nota. Ela n�o se encastelou nos estreitos limites do elitismo.

A leitura de Ao farol (1927) requer aten��o, pois n�o � uma obra simples. Virginia Woolf catalisa as exig�ncias art�sticas de sua �poca de forma criativa. Embora a sua escrita seja comparada a de James Joyce (1882-1941), cabe ressaltar que a abordagem de Woolf � diferente: ela se vale da consci�ncia narrativa (fluxo de consci�ncia) para lan�ar o leitor no �ntimo das personagens durante o desencadear da trama. Assim, o texto apresenta mon�logos num fluxo cont�nuo de consci�ncia e, nesse processo, � como se habit�ssenos a mente das personagens. Al�m disso, a obra usa frequentemente par�nteses para indicar movimentos silenciosos e vislumbres de perspectiva. O resultado � inef�vel. Virginia Woolf mergulha nas profundezas do nosso ser e desvenda as complexidades do reino interior.

A hist�ria se desenrola em uma estrutura narrativa n�o linear. Enquanto alguns momentos acontecem no presente, outros s�o lembran�as. A �nfase que Virginia Woolf d� � vida interior de seus personagens alinha-se com a explora��o da mente consciente e inconsciente, estudada pelo m�dico Sigmund Freud (1856-1939). Em seu romance, Woolf desvia sua aten��o dos eventos externos para adentrar no labir�ntico e multifacetado mundo da psique humana. Em outras palavras, � a consci�ncia das personagens quem dita a passagem do tempo. Por exemplo, uma simples tarde ocupa mais da metade do livro, enquanto os dez anos subsequentes s�o condensados ​​em poucas p�ginas. O extenso desenvolvimento de pensamentos nos d� uma perspectiva da Sra. Ramsey e tamb�m sublinha o impacto que o tempo exerce sobre as coisas, as for�as da natureza e o incessante esfor�o da humanidade para suportar as prova��es da vida.

�Como, ent�o, perguntou-se, conhec�amos uma coisa ou outra sobre as pessoas, fechadas como elas eram? T�o-somente como uma abelha, atra�da por alguma do�ura ou acritude no ar, intang�vel ao tato ou ao paladar, visit�vamos a colmeia em forma de c�pula, percorr�amos, sozinhos, as vastid�es do ar por sobre os pa�ses do mundo, e ent�o visit�vamos as colmeias com seus murm�rios e fervilhamentos; essas colmeias que s�o as pessoas.�

A narrativa est� estruturada em tr�s se��es: �A Janela�, �O Tempo Passa� e �O Farol�. "A Janela" se desenrola antes do in�cio da grande guerra, apresentando aos leitores os Ramseys e seus oito filhos enquanto recebem alguns convidados em sua casa na Ilha de Skye, na Esc�cia. Situado no lado oposto da ilha, ergue-se um farol. O jovem James Ramsey, de apenas seis anos, deseja visitar o farol, mas a sua m�e diz que s� ir�o se o tempo melhorar. O Sr. Ramsey, seu pai, rejeita as aspira��es de seu filho, que fica bem chateado. Virginia Woolf transforma um acontecimento aparentemente trivial em algo extraordin�rio. Cada palavra ressoa em nossos sentidos. A ess�ncia indescrit�vel e melanc�lica que paira sobre as coisas � deixada � interpreta��o do leitor � � o inexplic�vel que tem mais significado.

Os convidados s�o: Charles Tansley, um indiv�duo que tem grande respeito e admira��o pelo trabalho filos�fico do Sr. Ramsey; Lily Briscoe, uma pintora que resolve pintar um retrato da Sra. Ramsey, mas que enfrenta obst�culos devido aos coment�rios de Charles Tansley, que mina a sua confian�a ao afirmar que as mulheres n�o t�m habilidade para pintar ou escrever; William Bankes, um bot�nico conhecido por sua gentileza; Paul Rayley e Minta Doyle, que atenderam aos desejos da Sra. Ramsey e se casaram; e o enigm�tico poeta Augustus Carmichael, que habita as sombras de seus pensamentos, at� que os seus poemas s�o amplamente reconhecidos durante o per�odo de guerra.

Anfitri� not�vel, a Sra. Ramsey quer garantir que seus convidados tenham momentos inesquec�veis. Embora seja uma esposa dedicada e carinhosa, frequentemente enfrenta desafios para administrar as mudan�as de humor e o egocentrismo do marido. A Sra. Ramsey lida com as dificuldades de seu papel como anfitri�, m�e e esposa, equilibrando as complexidades dom�sticas e sociais. No meio de tudo isso, ela triunfa ao transformar um simples jantar em algo extraordin�rio.

�Tricotando sua meia peluda de um marrom avermelhado, com sua cabe�a absurdamente recortada pela moldura dourada, pelo xale verde que ela tinha jogado sobre a quina do quadro e pela obra-prima autenticada de Michelangelo, a Sra. Ramsay amaciou o que tinha havido de r�spido em sua atitude um momento antes, levantou a cabe�a de seu garotinho e beijou-o na testa.�

Fil�sofo metaf�sico, o Sr. Ramsay nutre profundo afeto pela sua fam�lia. Ele reconhece os seus pr�prios limites intelectuais e entende que suas contribui��es n�o ter�o qualquer significado para as gera��es futuras. Naturalmente, essa constata��o tem consequ�ncias, e � a sua fam�lia quem acaba suportando o fardo de sua �ndole egoc�ntrica e dura, decorrente de suas incessantes preocupa��es pessoais e profissionais. Embora reconhe�a e aprecie a d�diva de ter uma fam�lia, ele espera empatia, aten��o e assist�ncia incondicionais ​​tanto de seus familiares quanto daqueles que visitam a sua casa.

Na segunda parte, �O Tempo Passa�, o tempo acelera. A guerra irrompe por toda a Europa, trazendo consigo uma s�rie de acontecimentos tr�gicos. A morte da Sra. Ramsey, a morte de seu filho Andrew em batalha e a perda de Prue Ramsey devido a complica��es no parto acontecem no espa�o de dez anos. Esses momentos s�o apresentados entre colchetes. Um cap�tulo conciso cujo foco � a casa de ver�o abandonada e as transforma��es que acontecem dentro e fora de suas estruturas.

�Nada parecia conseguir quebrar esta imagem, corromper esta inoc�ncia, ou perturbar o oscilante manto de sil�ncio que, semana ap�s semana, na sala vazia, tecia em si mesmo os gorjeios cadentes dos p�ssaros, os navios apitando, o zumbido e o zunzum dos campos, o uivo de um c�o, o grito de um homem, e os drapeava em volta da casa em sil�ncio. Apenas uma vez, uma t�bua estalou no patamar; apenas uma vez, no meio da noite, com um estrondo, com um rasg�o, tal como, ap�s s�culos de repouso, uma rocha se desprendeu da montanha e caiu ruidosamente no vale, uma dobra do xale se afrouxou e ficou balan�ando. Ent�o a paz voltou a descer; e a sombra tremulou; a luz curvou-se em adora��o � sua pr�pria imagem sobre a parede do quarto.�

No cap�tulo intitulado "O Farol", o Sr. Ramsey, acompanhado por seus filhos James e Cam, retorna para sua casa de ver�o ap�s o fim da guerra. Apesar das tentativas do Sr. Ramsey de preencher as lacunas entre ele e os filhos, ainda h� vest�gios de ressentimento devido � sua natureza dominadora. Outros convidados tamb�m se juntam a eles, incluindo Lily Briscoe, que n�o simpatiza com o Sr. Ramsey, embora ele fa�a um esfor�o para se conectar com ela. Finalmente, come�a a t�o esperada viagem ao Farol. � durante a viagem que Lily decide terminar a pintura que come�ou h� uma d�cada. A import�ncia desse �ltimo cap�tulo reside no fato de a pintura n�o ser apenas uma pintura e o farol n�o ser apenas um farol. Ambos servem como interse��es simb�licas do passado, representando as perdas sofridas ao longo dos anos devido aos v�rios caminhos da vida, � guerra e ao tempo.

�Onde come�ar? Essa era a quest�o; em que ponto fazer o primeiro tra�o? Uma �nica linha colocada na tela atrelava-a a in�meros riscos, a frequentes e irrevog�veis decis�es. Tudo que, em ideia, parecia simples, tornava-se imediatamente complexo na pr�tica; tal como as ondas se formam simetricamente desde o alto do rochedo, mas aos olhos do nadador nelas mergulhado se dividem em profundos abismos e cristas espumantes. Mas deve-se correr o risco; dar o primeiro tra�o.�

Durante a leitura, pode-se pensar o significado do feixe de luz do farol. Ele atravessa as v�rias emo��es interpessoais, esclarecendo como s�o influenciadas pelas normas sociais e pelas press�es externas. O farol, isolado em sua solid�o, � o s�mbolo da neglig�ncia emocional que impomos aos outros e, em �ltima an�lise, do qual somos v�timas � como navios que naufragam em noite tempestuosa. N�o importa o que aconte�a, o tempo nos atravessar�, como o feixe de luz de um farol que nos ilumina e nos chama das sombras por um breve momento e depois passa novamente para nos lan�ar sem forma � escurid�o. O romance revela que a nossa jornada vai al�m do que temos pela frente, pois ela tamb�m envolve atravessar o passado m�ltiplas vezes, criando uma reviravolta temporal. Para avan�ar, � preciso navegar pelas �guas do passado. Al�m disso, a obra tamb�m diz respeito aos v�rios caminhos que os indiv�duos percorrem para enfrentar a sua dor.

Ler Virginia Woolf � ler um extenso poema em prosa. Enquanto cada palavra brilha na p�gina, cada frase incendeia as cavernas do cora��o. Ela ressalta os seus temas por meio de imagens cuidadosamente escolhidas ou aludindo � passagem do tempo por meio de cortinas desgastadas e m�veis envelhecidos. H� no romance a no��o de que cada personagem � uma ilha: enquanto as ondas d�o de encontro a rochedos, acompanhamos a colis�o de figuras que interagem e procuram se entender. Assim como a repeti��o de ideias e s�mbolos � usada como maneira de refor��-las, as personagens repetem suas pr�prias cren�as, como um mantra, para se certificarem de quem s�o. Elas se aproximam como se fossem botes salva-vidas, precisando de algo para se agarrar e prend�-las ao presente. Cada personagem tenta � sua maneira deixar sua marca no rosto da eternidade � seja a filosofia do Sr. Ramsey, a poesia do Sr. Carmichael, as pinturas de Lily ou a m�o orientadora da Sra. Ramsey. Elas est�o separadas pelo fato de que as suas almas nunca poder�o se fundir e se tornar uma. A verdadeira trag�dia � que essas personagens, embora desejem compreender e ser compreendidas, quase sempre se machucam, muitas vezes por medo e inseguran�a, ao tentar alcan�ar a alma do outro. Elas est�o obcecados em criar imagens a partir de um universo termodin�mico. Uma personagem se deleitar� com a beleza e a maravilha de um �nico momento, apenas para v�-lo escapar e ser levado pelo mar da experi�ncia consciente. Embora nossas mentes criem imagens est�ticas a partir da constante transforma��o da mat�ria, elas saltam para o passado antes que possam ser compreendidas, tornadas totalmente inteiras.

Ao farol declina nos pensamentos ca�ticos de suas personagens, explorando suas mem�rias, hesita��es, contradi��es e fraquezas. Nesse sentido, a trama � um complexo jogo cujo foco est� mais no exerc�cio mental das personagens do que na disposi��o das pe�as. Isso cria uma imers�o intensa com um ritmo narrativo que reflete o pensamento humano. Alternando entre emo��es subjetivas e acontecimentos concretos, Virginia Woolf descreve a experi�ncia sensorial das personagens e aborda temas como a passagem da vida e a longevidade do pensamento, proporcionando reflex�es sobre a natureza humana.

Ao Farol � uma obra que provoca profundos pensamentos e sensa��es. Enquanto aborda os medos da morte e do tempo, Virginia Woolf lida com quest�es emocionais e intelectuais. A narrativa, que confronta a fragilidade da exist�ncia e explora as verdades da mudan�a e da morte, tamb�m nos d� um vislumbre de esperan�a por meio da uni�o e do amor. O livro carrega imagens impactantes, como a �gua representando a experi�ncia consciente e o farol simbolizando as esperan�as e os desejos das personagens. Ao longo da narrativa, o leitor navega pela prosa mar�tima de Virginia Woolf para buscar a recompensa prometida no fim.

Virginia Woolf se destaca ao se afastar das tradi��es liter�rias de seu tempo, priorizando os sentimentos e as percep��es em vez de narrar fatos externos. Ler suas obras � uma experi�ncia incompar�vel, pois ela cadencia o movimento da consci�ncia humana com maestria, criando uma narrativa que se desdobra internamente. Enquanto a a��o exterior � breve, sendo interrompida para explorar os pensamentos das personagens, a perspectiva do tempo se volta para a consci�ncia. Por fim, a prosa de Woolf � um farol que ilumina as trevas e d� dire��o aos nossos passos. Sem d�vida, a sua escrita � marcante e definitiva.

�Qual � o significado da vida? Isso era tudo � uma quest�o simples; uma quest�o que tendia a nos envolver mais com o passar dos anos. A grande revela��o nunca chegara. A grande revela��o talvez nunca chegasse. Em vez disso, havia pequenos milagres cotidianos, ilumina��es, f�sforos inesperadamente riscados na escurid�o; aqui estava um deles. Isto, aquilo, e mais aquilo; ela pr�pria e Charles Tansley e a onda quebrando; a Sra. Ramsay reunindo os dois; a Sra. Ramsay dizendo: �Vida, fica parada aqui�; a Sra. Ramsay fazendo do momento algo permanente (tal como, numa esfera diferente, a pr�pria Lily tentava fazer do momento algo permanente) � esta era a natureza da revela��o. Em meio ao caos, havia forma; este eterno passar e fluir (olhou para as nuvens se movendo e para as folhas se mexendo) entrava em estado de estabilidade. Vida, fica parada aqui, disse a Sra. Ramsay.�
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Pedro.Martins 25/03/2024

N�o estava preparado
Mais um livro para o qual eu n�o estava preparado, n�o desfrutei o tanto que eu deveria e tenho consciencia disso.
Por�m gostei mto da vibe q o livro passa
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Elaine Fraga 24/03/2024

A leitura � desafiadora, no entanto, a obra de Virg�nia � extraordin�ria; talvez eu a releia para obter uma nova perspectiva.
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hhiinana 08/03/2024

Ida sem volta ao farol
Passeio ao farol � uma montanha russa de uma descida s�, vai subindo e subindo e subindo e quando desce, � somente e unicamente uma vez para sempre.
O livro te testa, ele testa mesmo alguma confirma��o de que voc� vai ficar, pois pode demorar meses - assim como eu - para termina-lo.
N�o � um livro f�cil, � muito profundo, e muito explicativo em sentimentos, ent�o acredito que n�o seja uma boa escolha para come�ar Virg�nia Woolf, mas n�o me arrependo, eu ainda quero mergulhar em seus livros, porque sei que s�o inesquec�veis, sua escrita � maravilhosa e rica e infinita, voc� cria um carinho por ela, voc� sente ela.
( ps: voc� se empolga depois da p�gina 90 e o plot vem na 166, e depois disso fica sob sua responsabilidade digerir e interpretar. )
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Larissa.Ciscotto 06/03/2024

Bom
Eu gostei da escrita do livro, muito interessante a descri��o de fluxo de consci�ncia que a autora prop�e. Impec�vel.

Mas, infelizmente, a hist�ria n�o funcionou pra mim. Eu fui lendo e lendo e nada, n�o cativou. Uma pena, vou tentar outros da Virginia!
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Clara Xavier @araclana 01/03/2024

Rumo ao farol
"Rumo ao Farol" � uma obra rica em nuances psicol�gicas e experimenta��o narrativa. Virginia Woolf utiliza a estrutura da narrativa de maneira inovadora, desafiando as conven��es liter�rias de sua �poca. A primeira parte, "A Janela", introduz a complexidade das rela��es familiares e interconex�es sociais. A segunda, "O Tempo Passa", mergulha na natureza ef�mera da vida e na inevitabilidade das mudan�as.

� na terceira parte, "O Farol", que vemos a culmina��o de expectativas, desejos e reflex�es. O farol, inicialmente inating�vel, torna-se uma met�fora da busca por significado e realiza��o ao longo do tempo. A prosa introspectiva de Woolf revela as camadas mais profundas dos personagens, enquanto a jornada para o farol torna-se tamb�m uma explora��o interior.

Ao longo da obra, Woolf emprega a t�cnica do fluxo de consci�ncia, mergulhando nas mentes dos personagens e revelando pensamentos �ntimos. Esse estilo liter�rio �nico contribui para a intensidade emocional da narrativa. "Rumo ao Farol" destaca-se como uma obra-prima modernista, desafiadora e repleta de reflex�es sobre a exist�ncia humana.
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Izabella.BaldoAno 29/02/2024

"a extraordin�ria irrealidade era apavorante, mas era tamb�m emocionante. ir ao Farol."

Ao Farol (em outras edi��es, Rumo ao Farol ou Passeio ao Farol) foi a �ltima leitura que finalizei em 2023. n�o poderia ter fechado o ano melhor: me derramando nas deliciosas �guas de Virginia Woolf, navegando por sua narrativa fluida, adentrando o mar ps�quico dos seus personagens e tamb�m o seu pr�prio - afinal, n�o seria muito do que li em Ao Farol, em algum n�vel, autobiogr�fico?

Virginia tem essa habilidade de nos fazer remar por dezenas e dezenas de p�ginas que se passam em um �nico dia, e vai aprofundando as mais diversas tem�ticas pelo despudor dos pensamentos em contraponto com os di�logos, filtrados pelo pudor da fala. uma parte inteira do livro � dedicada � v�spera da ida ao farol, que se apresenta na imin�ncia de n�o acontecer, mas somente a expectativa do passeio em si j� nos faz encarar nuances comportamentais e sociais das mais diversas. a crian�a que espera ansiosamente pelo passeio ao farol poder� jamais esquecer dele ou de sua expectativa frustrada, e n�s certamente n�o esqueceremos da sensa��o de passear pelos mares psicol�gicos de cada um dos envolvidos nessa hist�ria.

talvez se eu falar muito sem ter a capacidade de an�lise necess�ria pra me aprofundar nesse livro acabe com a gra�a das surpresas da segunda e terceira partes, que s�o tecidas t�o sutilmente. quanta coisa eu devo ter perdido pelo caminho que Virginia teceu at� o farol. mas o encanto certamente n�o perdi pelo caminho; esse ficou em mim.
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Let�cia 29/02/2024

N�o gostei mas h� quem goste.

� s� o povo pensando o tempo todo, o tempo todo, o tempo todo

Eu que j� tenho minhas coisinhas meus fluxos de pensamentos intensos que da vontade at� de cancelar meu cpf as vezes n quero ver fluxo de consci�ncia de mais ningu�m

Agr uma coisa aqui, homem � uma racinha encostada msm n� mds
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FAtima311 23/02/2024

Al�m do farol
Finalizo este livro me sentindo saciada. Tal � a sensa��o depois de ler Ao farol. Um romance bem escrito, sens�vel e extremamente belo. Ah, como a beleza nos faz bem! Confesso que foi uma leitura demorada, nunca f�cil, mas Virg�nia nos faz entrar na consci�ncia de cada personagem, passear por seus devaneios, refletir, julgar, ironizar e at� mesmo brigar, sem sentimentalismo barato. Eu n�o sei como, mas ela consegue entrecruzar os pensamentos do leitor com os das personagens de uma forma t�o natural que at� parece que escrever assim � f�cil.
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bellaslivros 22/02/2024

Primeiro contato
Essa foi a minha primeira leitira da virginia e um desafio pra mim, com toda certeza.

Em alguns momemtos quis abandonar o livro, mas persisti e foi agrad�vel! A virginia tem uma escrita intensa e cativante, com toda certeza n�o consegui absorver toda grandiosidade desta obra.

Vou reler algum dia! Mas para um primeiro contato foi gratificante acompanhar os personagens.
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valmir 19/02/2024

Farol
" Qual o sentido da vida? Era s� isso-- uma pergunta simples; uma pergunta que tendia a se impor mais e mais com o passar dos anos. A grande revela��o jamais viera. A grande revela��o talvez jamais viesse."

Virg�nia � genial!
Cada livro � descoberta, um arrebatamento, ela consegue penetrar na consci�ncia, no cora��o, na alma dos personagens.
Ningu�m escreve como Virg�nia escreve.
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duda 16/02/2024

� uma firma de narrar hist�rias que nao � muito do meu agrado mas mesmo assim continua tocante. Ao Farol narra a hist�ria de uma fam�lia e seus visitantes antes e depois da guerra, com personagens profundos e nada perfeitos, acompanhamos quest�es como o ideal do casamento, predile��o entre m�e e filhos, processo criativo da arte e crises existenciais (que acabam afetando o leitor tamb�m). Um trecho que acho relevante: ela se sentia n�o simplesmente repudiada em seu instinto, mas se tornava consciente da mesquinhez de alguma parte sua e das rela��es humanas, de como, sob sua melhor forma, eram imperfeitas, desprez�veis, centradas no pr�prio interesse.
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Antonio338 15/02/2024

H� 4 anos que eu n�o lia nada da Woolf e, agora, 4 anos depois, � estranho voltar � essa escrita e perceber o qu�o certas coisas se inscrevem nos caminhos que a gente toma na vida.

Ao farol � um livro sublime, delicado, triste; tudo � interdito (os desejos, os 'sim', o luto, o passeio) e intenso (as emo��es, os sentimentos - essa estranha pulsa��o interna da vida e sua manifesta��o repentina). A forma como a passagem do tempo � retratada � um soco no est�mago (Virginia lia Proust enquanto escrevia) (a narrativa � colocada entre par�nteses), � brutal e, ao mesmo tempo, linda em mostrar as ramifica��es da vida.

A morte ocupa um espa�o (vazio) absurdo do livro, tem um movimento pulsional, aparece enquanto desejo e enquanto fim - mas sucede sempre em vida. Uma coisa que s� me atentei com o posf�cio da Hermione Lee (edi��o da aut�ntica), � como Ao farol � um romance sobre a forma, sobre a cria��o art�stica e as ansiedades de uma autora em ruptura - o medo de que o tempo a devore, de que a obra de arte n�o permane�a, mas pere�a.

Por fim, � verdade que a �nica coisa que sobrevive � passagem cruel do tempo � a mem�ria. A mem�ria.
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Bruna.Toledo 14/02/2024

MeuDeusdoCeu que canseira
Terminei Ao Farol s� por despeito porque achei chat�ssimo, pedante e repetitivo demais. Podia ter desistido aos 30%, mas toda hora a Virginia coloca uns par�grafos muito l�cidos em meio ao caos de fluxo de pensamentos. Nessas horas, eu pensava "agora vai". Mas n�o foi. E chegou em um ponto que seria rid�culo n�o terminar de ler o livro, j� que ele � relativamente curto.

Enfim. N�o gostei, mas a experi�ncia valeu a pena. A gente sempre corre esse risco quando l� algu�m que n�o conhece.

Dizem que esse � o livro mais autobiogr�fico da Virginia, o que significa que Mrs Dalloway ainda pode ser bom. Mas perdi um pouco o animo com ela.
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